Jornal da Aldeia - edição 70

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Ano 8 número 70 Prezados irmãos de fé e caros leitores, no anseio do crescimento exl tremo no âmbito profissional, ia em regra, naturalmente, r para proito porcionar uma vida melhor aqueles d E que dependem de nós, mergulhamos em trabalhos diuturnos. Diante da vida de ritmo altamente acelerado que o mundo moderno nos impõe, frente à velocidade assombrosa da comunicação e informação com a criação e aprimoramento da internet, ante a invenção de aplicativos, programas de computador de alta tecnologia e simultaneamente de fácil manuseio, e ainda com a transformação dos aparelhos de telefonia celular em super microcomputadores, constata-se de forma acentuada drásticas mudanças na vida do ser humano, principalmente dos habitantes dos centros urbanos, mudanças estas que estão trazendo seríssimos impactos na vida das pessoas em geral. Nos vemos por vezes dependentes dos aparelhos celulares que se transformaram, em muitos casos, em instrumentos de trabalho, limitando o tempo que antes naturalmente era destinado para atividades pessoais. Nasce, então, um altamente relevante questionamento:

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Qual o verdadeiro tempo que dedicamos ao nosso bem-estar, qual o verdadeiro tempo que dedicamos para cuidar de nossa saúde, qual o real tempo que disponibilizamos para estar com as pessoas que amamos? Verificamos, por conseguinte, que por vezes é ínfimo o tempo que dedicamos à nossa saúde, e que por vezes o tempo dedicado às nossas amadas famílias está muito aquém do devido e merecido. Questão esta a ser verdadeiramente corrigida, missão de alta complexidade, todavia, missão esta que temos necessariamente, e para nosso próprio bem, que concluir com grande atenção. Ao fazermos uma reflexão sobre como estamos levando a vida e como estamos empregando o nosso tempo, por vezes, destaque-se, vem à nossa mente a sensação de que o tempo está passando cada vez mais rápido e que estamos deixando valiosos contatos, prazerosos e importantes encontros e reencontros, bem como relevantes tarefas, para momentos posteriores, porém, sentimos grande falta do que estamos postergando. Por consequência, percebemos que é hora de passarmos a dar maior importância ao que realmente nos faz bem, nos anima, nos alegra, nos dá prazer, concluímos que é momento de dar maior importância

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aos atos que geram bons frutos para nós, para nossos familiares, amigos e por vezes de forma ampla para a sociedade em que vivemos. Sendo certo que para realmente efetuarmos as mudanças que tanto necessitamos, e que serão positivas e ultrapositivas para nós e para aqueles que tanto amamos, ressalte-se, devemos passar efetivamente a elencar as nossas prioridades e a trabalhar firme para que elas sejam clara e notoriamente realizadas e vividas de forma prioritária. Que Oxalá ilumine o caminho de todos nós! Salve a Umbanda, que é amor e caridade, Salve Zambi! Alexandros Barros Xenoktistakis EXPEDIENTE istakis els B. Xenokt Diretor: Eng e: Daniel Coradini Art Direção de ktistakis gels B. Xeno amargo / En r: Redato C o n res: Adria Colaborado ares e Ronaldo Lin noktistakis s Xe s ro d n ndros Barro Alexa rídica: Alexa Assessoria Ju OAB/SP 182.106 m.br s– Xenoktistaki l@aldeiadecaboclos.co a rn contato: jo

11 2796-4374 / 11 94785-5874 / 94726-7609 www.aldeiadecaboclos.com.br aldeiadecaboclos@gmail.com

PREVISÃO BARALHO CIGANO Cartas: Foice- Cruz - Ramalhete

Amor

Momento de romper com o que não está te fazendo bem na parte afetiva, seja um relacionamento que não está bom, ressentimentos ou até mágoas do passado.

Profissional e Financeiro

Momento de novos projetos e novas oportunidades. Caminhos abertos e possibilidades diferentes em sua vida, então aproveite!

Saúde Física e Espiritual

Momento de novos conhecimentos e de amplitude para lidar com seu caminho espiritual. Na saúde, necessidade de algum tratamento ou cirurgia. Coloque uma rotina saudável em sua vida. Carol Amorim- Taróloga e Dirigente do Templo de Umbanda Estrela do Oriente Comunicadora da Rádio Mundial 95.7 FM Face: Taróloga Carol Amorim. Atendimento com Tarô e Baralho Cigano. Site:www.carolamorim.com.br WhatsApp: 11 94942-4000 ou 44786398. Atendimento presencial em Santo André ou a distância. Instituto Estrela do Oriente - Santo André.



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“A MORTE É APENAS UMA PASSAGEM” A família umbandista vestiu-se de luto no último dia 05 de maio com notícia do falecimento de nosso irmão em Oxalá Babalaô João Batista de Araújo, secretário-geral da Federação Umbandista do Grande “ABC” por mais de vinte anos, além de ter sido um dos primeiros filhos de fé da Casa de Pai Benedito de Aruanda, no início dos anos 70. O Babalaô João Batista sempre foi um soldado de fé da primeira linha, nos auxiliando em todos os eventos realizados, inclusive me substituindo nas madrugadas das festas à Iemanjá na Praia Grande e depois, em Mongaguá. Sempre muito atencioso, solícito e bem humorado facilitando, auxiliando e não medindo esforços para que tudo transcorresse na mais perfeita paz e harmonia. Um irmão para quem não havia cansaço. Se ainda houvesse um trabalho a fazer, “façamos primeiro o que precisa ser feito!” – era o que dizia para nos animar. Deixa esposa, filhas, genros e netos, além do Templo de Umbanda São Sebastião – em São Bernardo do Campo/SP (que nos últimos anos está sediado no Santuário Nacional da Umbanda) com um número expressivo de filhos de fé – médiuns, Babás e Babalaôs iniciados por suas mãos e que darão sequência ao seu trabalho. Mas a morte é apenas uma passagem e nós, espiritualistas, temos o conforto de crer no que a espiritualidade nos ensina: haverá um reencontro do outro lado da morte e aqui lembro da Prece-poema de Pai Benedito de Aruanda: “Mas do outro lado da morte Eu encontrei nova vida Mais de amor e de perdão.

Fomos mártires em vida Desta Umbanda tão querida Religião do coração, Da paz, do amor, do perdão” E há apenas uma semana depois da morte de nosso querido João Batista, fomos surpreendidos com outra notícia triste: a de que nosso irmão Pai Dancy (no dia 11 de maio) também havia falecido. Pai Dancy sempre foi uma figura exponencial do Candomblé do Grande ABC e um grande lutador pela causa do reconhecimento do Candomblé como religião brasileira. Nos dizia sempre que se a Umbanda é o hoje, o Candomblé é a raiz, a tradição, o início da cultura religiosa afro-brasileira. A Umbanda e o Candomblé são os braços dessa árvore generosa que nos abriga espiritualmente em sua sombra, em sua paz. Tem suas raízes no sofrimento dos escravos africanos que fazem hoje a força e a glória de nossa nação brasileira. Vocês que partiram e que foram pioneiros da Umbanda e do Candomblé recebem nossos melhores agradecimentos. Nos despedimos de dois grandes líderes religiosos, mas Oxalá acolhe em seu seio dois gigantes da religiosidade afro-brasileira. Até um dia irmãos... Apesar de ter sido portador de duas notícias tão tristes e pesarosas que nos deixaram um pouco órfãos de pessoas tão queridas, temos ainda um comunicado mais agradável e que vai ao encontro de nossa luta tão sofrida pelo respeito e reconhecimento: A CCJC (Comissão de Constituição e Justiça e de

Cidadania) da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3551/2015 de autoria do Deputado Federal Vicentinho que institui o “Dia Nacional das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé”. O Deputado Vicentinho iniciou sua fala mencionando seu desejo de compartilhar a notícia principalmente com a Deputada Erika Kokay ( Presidente da Frente Parlamentar das Comunidades Africanas) e agradecendo, em seguida, os Deputados pela postura solidária e constitucional, esclarecendo que esta é uma luta contra a intolerância e o ódio. É uma demonstração de que somos iguais e temos o direito de manifestar a nossa religião, o nosso credo. Manifestando sua religião católica lembrou as palavras do Papa Francisco: -“Quanto mais respeitar as outras religiões, mais católico você é.” Advertiu ainda que somos testemunhas de uma trajetória insana de violência propriamente dita e que humilha as autoridades religiosas pelas ações insanas de quem não aceita religiões diferentes das suas. Deixou sua solidariedade a todas autoridades religiosas e agradeceu novamente a todos Deputados por este gesto. E, finalizando seu discurso, declarou que o PL.3551/2015 agora será encaminhado ao Senado e que estaremos atentos. Até um dia irmãos Babalaô Ronaldo Linares Santuário: 4338-0261 / 4338-3484 Escritório SANU: 4232-4085 Escritório FUG “ABC”: 4238-5042 www.santuariodaumbanda.com.br federacaoabc@terra.com.br


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A IMPORTÂNCIA DO PENSAR Houve um tempo em que a humanidade se relacionava com o Criador através do culto à natureza, de forma simples. Naquele tempo, ninguém precisava de intermediários para acessar as divindades, e quando alguém ia a algum ponto de força, sua divindade regente mostrava a ele. Quando perdemos essa conexão com Ele, não sabemos...o que sabemos é que em algum momento os sacerdotes passaram a ser elitizados sendo os únicos aptos a intermediar essa comunicação...e essa farsa passou a ser aceita por quase todos como verdade... Existe uma coisa chamada zona de conforto, e sair dela requer muita coragem... Se as pessoas parassem pra pensar, ao invés de seguir cegamente aos outros, teriam que mudar muitas coisas em suas vidas, e isso assusta. Nossa capacidade de criar nossa própria realidade, por exemplo, é um fato que a esmagadora maioria resiste em aceitar... Como pôr a culpa de todos os nossos problemas nos outros, se entendermos isso? O que fazer se entendermos que rezar alguns pais-nossos ou Ave-Marias não vão nos livrar de prestar contas perante a Lei Divina? Que atitude tomar se nos disserem que uma vida inteira de dízimos pagos não garantirá nosso lugar no céu? Ou, se nos dissessem que vestir branco e participar das giras não basta pra sermos reconhecidos pelas divindades como verdadeiros umbandistas? Em que acreditar se todo nosso sistema de crenças fosse por água abaixo diante da simplicidade das leis harmônicas, perfeitas e imutáveis que regem toda a Criação?

Uma dessas leis diz que atraímos exatamente o que vibramos. Por isso, o ensinamento do Mestre Jesus: não faça aos outros o que não gostaria que fizessem a você...porque tudo o que vai, volta...simples assim... Sair da zona de conforto significa compreender que não há injustiça nas leis divinas, assim como não há inocentes entre nós. Como espíritos vivendo uma experiência na carne, viemos onde deveríamos vir, na família que escolhemos e nas condições que aceitamos antes de vir, e insistir em não tomar conhecimento disso não muda nada... Sair da zona de conforto implica em admitir nossos próprios erros, ao invés de tentar consertar os outros... Nunca vou me esquecer da frase que ouvi na primeira vez que entrei num centro espírita: - Pare de tentar engessar o pé dos outros... o seu é que está quebrado... Sair da zona de conforto é entender que nosso pensamento tem poder de criar, o que significa que criamos o tempo todo; e a qualidade do que pensamos determina, entre outras coisas, o tipo de energias que enviamos ao universo, que cedo ou tarde nos devolverá, tal qual um espelho reflete exatamente nossa imagem. Não há nada no mundo mais acessível aos seres humanos do que Deus. Como Criador, Ele está em tudo, mas os que lucram com a ignorância da humanidade faz de tudo para que as pessoas não se lembrem disso. Acreditando nisso, as pessoas escolhem abismos que os separam D’Ele, ao invés de pontes que os aproximam. O pensamento cria essas pontes. Cada pessoa deve experienciar sua própria relação com Deus. Cada um

deve vê-Lo e senti-Lo conforme suas próprias convicções e vivências, e não as dos outros. Um exemplo: Judas foi, entre milhares, um dos escolhidos por Jesus como apóstolo...até hoje, mais de 2000 anos depois, é lembrado como traidor. Não bastasse isso, é “malhado” exatamente pelos que se dizem seguidores de Jesus, que se não me falha a memória disse que atirasse a primeira pedra aquele que não tivesse pecado... Raros são os que param pra raciocinar e se perguntam: - se Judas não teria sido aquele que amou o Mestre a ponto de ser o único que teve a coragem de fazer o que tinha que ser feito? Pensar isso é uma viagem? -Talvez, mas pensar diferente de todo mundo já é um grande passo pra encontrar o próprio caminho... Ainda que fosse um traidor, não teria ele uma chance de ter se redimido, depois de passado tanto tempo? No entanto continuam a enviar a Judas energias de ódio, ano após ano, os “cristãos”...simplesmente porque todo mundo o faz... Pensar dá trabalho, mas deixar os outros pensarem por nós, mais que perda de tempo, é perda de vida, pense nisso, Axé!

Terreiro de Umbanda Pai Oxóssi, Caboclo 7 Flechas e Mestre Zé Pilintra

Críticas e sugestões: t.u.paioxossi@hotmail.com Fone: (011) 96375-7587


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QUEM É O CULPADO? Mesmo que “pais de santo” afirmem o contrário, a espiritualidade em momento algum é responsável pelos acontecimentos infelizes que rondam constantemente a vida terrena. Seja o indivíduo católico, evangélico, budista, kardecista, agnóstico ou ateu, imprevistos sempre ocorrerão durante sua caminhada enquanto encarnado. Chorar, sofrer, revoltar-se consigo mesmo e com o universo, acreditar que as forças do mundo lutam pelo seu fracasso e perder-se dentro de si, faz parte de ser humano; somente assim criaturas tão curiosas e teimosas aprendem sobre os encantos dos sorrisos, alegrias, contentamentos internos, sucessos e encontros com o “verdadeiro eu”. Afirmar que uma força superior é a autora impiedosa por trás de todas as catástrofes que ocorrem na existência de alguém é o mesmo que assinar sua sentença de eterna estagnação e sofrimento inútil, pois a transferência de responsabilidade impede que o sujeito se enxergue como algo além de uma pobre vítima injustiçada pelo mundo covarde. Falhas, em tempo algum serão corrigidas e qualquer ínfima esperança de melhora sumirá em meio a crescente ilusão de perfeição. Indubitavelmente o “líder religioso” obterá – ainda que precise desmantelar cada uma das crenças sensatas de seu médium em potencial – o que quer: um fantoche disposto a sustentá-lo sem pedir nada em troca. Há certa facilidade velada em aceitar uma constatação tão favorável quanto a entregue pelos angariadores de fiéis quando em comparação aos obstáculos (egoísmo, ego, orgulho, rancor etc.) que carecem serem traspassados para que algo simples como “me desculpe, eu também errei” seja mais que um murmúrio esquecido no fundo da garganta cheia de nós. Como explanado anteriormente, esse comodismo evoluirá aos poucos, como uma doença negligenciada, até que as únicas palavras disponíveis sejam “se desculpe, você errou” e a infelicidade tortuosa contamine e afaste aqueles que verdadeiramente se importam com o bem-estar daquele que estará sem rumo. A sociedade, a qual pertencemos. desde que respiramos pela primeira vez explicita aos quatro ventos o quão significativo é nos encaixarmos de modo primoroso no quebra-cabeça global: seja calmo, seja educado, arrume sua postura, vista as roupas da moda, troque seu corte de cabelo, sorria e acene, mas não seja – em hipótese nenhuma – você. Fomos ensinados a agarrar com unhas e dentes objetivos comportamentais utópicos até estabelecermos padrões tão altos que nem mesmo com uma escada gigante tocaríamos sequer na base; um sistema impossível de ser seguido, vantajoso para aquele que o estabelece e traiçoeiro para o resto. Permitir-se falhar, voltar atrás e tentar de novo demonstra maturidade para com as questões complexas do cotidiano que exigem mais do que apontamentos infantis e respostas vagas dadas por quem pouco ou nada sabe sobre a genuína missão altruísta dos espíritos de luz – além de preservar o corpo e alma em relação a futuras dores de cabeça muito mais persistentes do que as causadas pelo carro que quebrou ou a prestação da casa que atrasou. Não há nada mais benéfico do que tomar, em ambas

as mãos, a própria carruagem com tonéis de preocupação e levá-la para além do rio da ignorância. Alan Barbieri Sacerdote Umbandista do Templo Escola Casa de Lei Alan Barbieri Contato: (11) 2385-4592 barbieri.empresa@gmail.com


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O RESPEITO E A HUMANIDADE Salve turminha das ervas! Salve irmãos de caminhada, filhos de nossa amada Mãe Natureza, e de nossas amadas Mães Geradoras de Tudo o que Houve, Há e Haverá de Ser e Estar. Nós aprendemos muito com a Natureza por “osmose”. Isso mesmo, e vale lembrar que osmose é “troca”. Da mesma forma que um átomo carregado de elétrons troca com outro de carga receptiva; quem sabe mais, doa a quem sabe menos. E a Natureza é assim, sempre disposta a nos ensinar, para isso basta termos disponibilidade e boa vontade para aprender com ela, da forma que ela se apresenta para nós. Aprendemos muito por observação e também pela nossa sensibilidade. Observem como as pessoas mais insensíveis, dificilmente tiram da Natureza algum ensinamento. Observem como aquelas pessoas que tem na Natureza apenas uma fonte de renda ou de sobrevivência, simplesmente se fecham no seu abstracionismo. Claro que digo isso no contexto religiosos também. As religiões que pregam esse abstracionismo dizem que amar a Natureza, ter nela uma verdadeira Mãe e em toda sua criação “partes/irmãs” de nossa existência humana, é pura “contemplação”. Eu vou além, digo que contemplação é ficar esperando o fim do mundo de braços cruzados ou berrando dentro de um templo. Contemplação é ficar criticando a religião alheia, com o objetivo de justificar sua própria fuga da realidade da lei de causas e efeitos, como se a simples conversão pudesse limpar todo um passado, excluindo a própria retificação levada a feita pelas próprias mãos dos causadores. submeter ao autor. Os destruidores da Mãe Natureza, esses que puramente por cobiça, destroem nossas reservas florestais, seja a Amazônia, nossa Mata Atlântica, ou qualquer outra parte do mundo, acreditam que não pagarão por isso, mas estão muito enganados. A Lei de nosso Pai Maior é justíssima e se encarregará de sufocá-los em sua própria existência a fim de que percebam a importância das árvores em nosso meio humano, sentindo na pele o efeito de seus atos. E nesse dia, não haverá conversão religiosa que perdoará a quem quer que seja. Por observação e sensibilidade, podemos aprender e entender que há vida em uma árvore ou uma erva. Ela se move em direção ao lugar que bate mais sol,

suas raízes buscam água em profundidade, se entrelaçam, sobem, descem, desviam, furam paredes, em busca de alimento e sobrevivência.

o quanto é importante estar aqui e peça orientação, de uma forma bastante objetiva, para a solução de seus problemas (um por vez).

Trazem em si verdadeiras reservas de alimentos, água e nutrientes. Se você cortar, por exemplo, uma “Espada de S. Jorge” e deixá-la jogada em cima da terra, muito provavelmente em trinta dias, ela haverá direcionado suas raízes e tentado se aprofundar na terra em busca de alimento. (não precisa fazer o teste, ok).

Silencie a mente e espere, deixe fluir calma e tranquilidade, e pode ter certeza que nesse fluir, virá, mesmo que de uma forma subjetiva, muita informação inconsciente para você.

Esse “instinto de sobrevivência” é natural do elemento vegetal, em maior ou menor escala é claro, guardada a devida proporção de tipo, gênero, espécie, etc., mas o que podemos aprender com isso? Não sejamos hipócritas de achar que podemos viver dessa forma, se nos deixarem sem água nem comida, não enraizaremos em busca de alimento, mas com certeza, em situações difíceis, temos a “consciência” de que nunca somos abandonados. Por mais difícil, complicada e aparentemente insolúvel que seja a situação, sempre há uma saída. Há um aforismo bem antigo que diz: “O que não tem remédio, remediado está” – traduzindo: Para todo problema há uma solução; se há um problema sem solução, logo não é um problema. As árvores podem nos ensinar com sua paciência, com sua resignação e sua confiança na Natureza (Deus Pai Criador / Mãe Terra Criadora). Há um exercício muito bacana de ser feito, principalmente se você precisar encontrar caminho para soluções difíceis, ou mesmo para ajudá-lo a entrar em sintonia com seu espírito natural. Procure uma árvore, onde você quiser, de preferência num lugar tranqüilo. Uma árvore onde você possa sentar em baixo e permanecer por alguns minutos. Ao se aproximar, olhe bem seu tronco, sua copa, suas folhas. Fixe essa imagem em sua mente. Abrace essa árvore, cumprimentando-a, saudando-a e pedindo que seja sua companheira e amiga nessa pequena jornada. Sente-se de costas para ela e relaxe. Feche os olhos e peça para que ela (a árvore) o abrace. Sinta seu abraço energético e fique assim por alguns instantes. Procure esvaziar sua mente de tudo, principalmente dos problemas. Curta esse momento e retribua mentalmente com vibrações de carinho. Diga

Fique o tempo que achar necessário e não esqueça de, ao levantar, abraçá-la novamente em agradecimento pela ajuda, mesmo que essa ajuda não tenha sido perceptível. Leve esse astral de harmonia com a Natureza junto de você, como verdadeira arma de guerra para as batalhas do dia a dia. Lembre-se de que, como citei acima, as árvores e ervas se modificam em busca da sobrevivência. Essa prática é bastante simples mas muito eficaz. Use seu Bom Senso, nunca perca sua Fé e Esperança, acredite na Natureza e como disse, observe muito. Observe como a Natureza é sábia. Leve isso para sua vida e a de seus semelhantes. Cure-se e cure ao seu redor, transmitindo a todos as bênçãos que Mamãe Natureza proporciona em sua vida. Vamos diminuir um pouco o abstracionismo instalado na humanidade, levando simplesmente Amor e Bom Senso por onde formos. Se quiser, prepare-se para essa prática com um bom banho equilibrador, usando: Guiné, Arruda, Calêndula, Alfazema, Jasmim, Anis e Manjericão. Vale lembrar que os melhores produtos em ervas, temperos e preparos de banhos e defumações, de excelentíssima qualidade, são encontrados na “Ervas da Jurema Produtos Naturais”, no telefone e e-mail abaixo. Até o próximo mês turminha! Ajudem-nos a direcionar os assuntos aqui tratados enviando suas dúvidas e sugestões para o e-mail abaixo. Adriano Camargo Erveiro da Jurema Sacerdote de Umbanda, autor do livro Rituais com Ervas, banhos defumações e benzimentos. adriano@ervasdajurema.com.br www.oerveiro.com.br



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21º ENCONTRO DE UMBANDISTAS E DIRIGENTES ESPIRITUAIS E 15ª FESTA DE SÃO JORGE PADROEIRO Organização: Tenda de Umbanda Cacique Pena Vermelha e Ogum Iara Ocorreu no dia 29 de Abril na Tenda de Umbanda Cacique Pena Vermelha e Ogum Iara o 21º Encontro de Umbandistas e Dirigentes Espirituais

e 15ª Festa de São Jorge Padroeiro, que reuniu diversas casas e dirigentes espirituais, para um dia de palestras e louvações.

Parabéns Mãe Sebastiana, Mãe Rita e Pai Izidoro, a todos os filhos e ao Afoxé Filhos do Cacique que abrilhantou esse lindo dia de comemorações.

6ª CAMINHADA DE OGUM Foi realizada no dia 14 de abril a 6ª Caminhada de Ogum, realizada pela FUCESP. Parabéns ao Pai Carlos Roberto Salun, toda sua diretoria e filiados por mais um ano essa caminhada de amor e fé pelas ruas de Guarulhos.



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ATO SOLENE DIA DE OGUM Foi realizado no último dia 25 de abril, no Auditório da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, o Ato Solene Dia de Ogum 2018, tendo por objetivo reconhecer o trabalho e as ações de Lideranças, Sacerdotes, Sacerdotisas, Yalorixás e Babalorixás das Tradições de Matriz Africana. Essa data passou a integrar o calendário oficial do Estado de São Paulo a partir da proposta da Deputada Leci Brandão, atendendo a uma reivindicação de lideranças da Umbanda. O PL 1153/2011 foi aprovado em 2012 e a Lei Estadual 14.905 foi publicada no Diário Oficial no mesmo ano. De acordo com a justificativa da proposta, esta manifestação religiosa acontece há mais de 300 anos no Brasil e possui, portanto, ampla legitimidade cultural, social e religiosa, devendo ser reconhecida e valorizada pelo Poder Público. Segundo a crença, Ogum é um guerreiro, Orixá da lei e da ordem, Senhor do aço, general destemido e estratégico que abre os caminhos daqueles que possuem coragem e a ele recorrem. A Deputada Leci Brandão teve outra proposta transformada em Lei, instituindo o Dia da Umbanda no Estado de São Paulo a ser comemorado todo dia 15 de novembro, também atendendo solicitação das lideranças umbandis-

tas. A Lei 16.663/18 foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 19 de janeiro deste ano. Homenageados de 2018: Mãe Alice da Silva Barros Mãe Irany Aparecida Noronha Emiliano Pai Evandro Borges - Besouro Pai Alexandre Vancim Takayama Pai Luciano Tadeu de Oliveira Pai José Cícero de Oliveira Pai Alexandre Cumino Pai Carlos Roberto Salum Antônio José da Silva (Pai Tonhão de Ogun) Yalorisá Tokoeby (Mãe Paula d' Marabô) Jorge Paulo C. de Souza (Babalorixá Jorge de Otin) Pai Sérgio de Ogum (Tata Tambojeri) Maria Conceição Casemiro dos Reis (Egbonmy Conceição Reis d'Ogun) Roger Cipó Lucas Cirilo Barbosa (Ogan Lucas de Obaluaiê) Afoxé Filhos de Ganga Zumba André Luis de Moraes através do Coletivo da Juventude Terreiro de Campinas. Grupo A Voz dos Tambores


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27ª FESTA DE OGUM Organização: FUCABRAD

A Federação de Umbanda e Cultos Afro Brasileiros de Diadema (FUCABRAD) realizou a 27ª Festa de Ogum no dia 22 de abril, no Ginásio Ayrton Senna no Centro de Diadema e reuniu todo o povo do santo para a tradicional festa de Ogum, que ocorre todos os anos na cidade de Diadema desde 1991. Parabéns Pai Cassio, a toda a sua diretoria, filiados, ao atuante Vereador Josa Queiroz e a todos os presentes nessa linda festa ao nosso Pai Ogum.

SARAVÁ OGUM Organização: A.U.E.E.S.P - Associação Umbandista e Espiritualista do Estado de São Paulo Realizada no dia 29 de Abril mais uma grande homenagem à Ogum, no Parque daMooca, em São Paulo, organizado pela A.U.E.E.S.P. Dia propício, lua cheia maravilhosa, energia a mil, irmãos vindos em ônibus e vans de Americana, Campinas, Caraguatatuba, Cravinhos, Praia Grande, Ribeirão Preto, honrando o legado e a solicitação de nosso Pai Espiritual RUBENS SARACENI e do Senhor Exu Quebra Mar para a continuação das festas públicas (dos donos de sua cabeça: Pai Ogum e Mãe Iemanjá). Agradecemos, aos participantes deste evento, a todos os terreiros e Curimbas presentes.


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61ª FESTA EM LOUVOR A NOSSA PADROEIRA SANTA RITA DE CÁSSIA Organização: Tenda Espírita de Umbanda Santa Rita de Cássia

Realizou-se no dia 22 de Maio, 61 anos de homenagem à padroeira da Tenda Espírita de Umbanda Santa Rita de Cassia, somente agradecer a Santa Rita

e a toda espiritualidade maior, parabéns Mãe Imaculada, Pai Edson Ludogero, Pai Paulo Ludogero, a todos filhos, a todos presentes Decanos, federações,

lideranças, amigos e irmãos desta Casa maravilhosa. Muito Axé!

47º FESTA VAMOS SARAVÁ OGUM Foi realizada no dia 14 de abril pela U.R.U.Z.O.G.S.P. a 47ª Festa Vamos Saravá Ogum, no Ginásio José Liberati em Osasco. Gostaríamos de parabenizar ao Pai Claudio Franco, toda sua diretoria e filiados, e a toda família Umbandista que se fez presente nessa belíssima homenagem ao nosso Pai Ogum.


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61ª FESTA DE HOMENAGEM A SÃO JORGE ORIXÁ OGUM – VALE DOS ORIXÁS – JUQUITIBA Organização: União de Tendas de Umbanda e Candomblé do Brasil juntamente com Associação Paulista de Umbanda S.O.U.E.S.P e União Municipal Umbandista de Guarulhos Ocorreu no dia 29 de Abril no Vale dos Orixás em Juquitiba a 61ª Festa de Homenagem ao Orixá Ogum São Jorge, realizada pela União de Tendas de Umbanda e Candomblé do Brasil juntamente com Associação Paulista de Umbanda, S.O.U.E.S.P e União Municipal Umbandista de Guarulhos. Todos se reuniram e se emocionaram junto ao nosso decano Pai Jamil Rachid. Mais de 2 mil pessoas se fizeram presentes nesse dia de muita louvação e homenagem a o nosso Pai Ogum!


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LANÇAMENTO DO DVD DO 7º E 8º FESTIVAL DE CURIMBA “UM GRITO DE LIBERDADE! ” Nós da Família Aldeia de Caboclos, agradecemos de todo o coração a todos que estiveram presentes no Lançamento do DVD do 7º e 8º Festival de Curimba Aldeia de Caboclos - Um Grito de Liberdade e agradecemos a todas as Curimbas que se fizeram presentes

cantando com muita alegria e amor. Agradecemos também a Casa de Velas Santa Rita e toda a sua diretoria, que está sempre atuante apoiando e incentivando os eventos da nossa querida

e amada Umbanda e já tornou referência para lançamentos dos CDs e DVDs da Aldeia de Caboclos e também livros de outros irmãos. Foi maravilhoso, nosso Muito Obrigado


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MEMÓRIAS DA UMBANDA XIV

FRANCISCO GUIMARÃES – O VAGALUME Francisco Guimarães, também conhecido como O Vagalume, foi um famoso repórter do Rio de Janeiro. Nasceu, no Rio de Janeiro, em 1877 e vinha de uma família de trabalhadores negros. Foi auxiliar de trem da Estrada de Ferro Pedro II, atual Central do Brasil, onde começou suas atividades de jornalista, comentando os fatos ocorridos nas linhas. Trabalhou na Tribuna, Crítica e Jornal do Brasil. Além de jornalista foi dramaturgo, um dos cronistas mais populares de sua época na então capital do país, reconhecido por sua obra pioneira Na Roda do Samba. Foi o primeiro a retratar o carnaval nos jornais cariocas. Na Roda do Samba foi publicado em 1933 pela Tipografia São Benedito e contava a história do ritmo e fazendo o registro de seus principais compositores e maiores intérpretes. Faleceu, no Rio de Janeiro em nove de janeiro de 1949

Juliana Barreto Farias (Mistérios da Mandinga – As crônicas de Vagalume e as “Religiões Africanas” no Rio de Janeiro da Primeira República. In: Religiões Negras no Brasil. Valéria Costa e Flávio Gomes (orgs.). São Paulo: Selo Negro, 2016.) cita: Na última página da edição de 12 de janeiro de 1929, em meio às alarmantes notícias sobre o “verdadeiro dilúvio” que desabara sobre a cidade do Rio de Janeiro, os redatores do jornal Crítica anunciavam: no dia seguinte, dariam início à publicação de uma reportagem sensacional, de aspectos curiosíssimos, sobre mistérios da mandinga. Dalí até o dia 25 daquele mês, 11 artigos descortinariam a “religião africana”, com seus pais de santo, alufás (líderes muçulmanos) e feiticeiros; candomblés, despachos e ebós; enfim, uma vida de estranho fetichismo no Rio, envolvendo personalidades de grande prestígio político, social e mesmo intelectual. Demonstrando muita intimidade com aquele universo, o redator do inquérito sobre os “mistérios da mandinga” descrevia – com boas doses de admiração e também de ironia – visitas a casas e terreiros de líderes religiosos afamados. O tratamento diferenciado que a “religião africana” ganhava nas páginas do Crítica tinha, pelo menos, uma explicação: o autor daquelas linhas. Como vinha destacado logo na abertura da série, o repórter Francisco Guimarães, o popular Vagalume, era o redator dos sobre o “mundo dos fetiches”.

Francisco Guimarães, o Vagalume

Mostramos a seguir um texto do Vagalume publicado no jornal Crítica que cita a CARAVANA NEGRA DE D. PEDRO I.

OS MISTÉRIOS DA MANDINGA Francisco Guimarães Critica, n. 47, 13 de janeiro de 1929

O mundo está envolto no manto do fictismo. Tudo é falso na terra, desde a própria terra de onde sai o homem, até o homem reverter a terra. Tudo é ficção. Deus quando criou o mundo, instituiu a falsidade, a mentira e a traição, que se desdobraram na hipocrisia, na maldade e na ingratidão. Não há nada perfeito no mundo, senão o próprio Deus. Os primeiros exemplos da falsidade e traição, tivemo-los em Adão e Eva, que expulsos do Paraiso, receberam o castigo para exemplo da humanidade. Daí para cá, vivemos neste vai e vem de lágrimas, na luta do pão nosso de cada dia, desejando cada um para si o melhor quinhão. E nesta luta, que armas são empregadas? A falsidade, a mentira e a ingratidão. Depois de Adão e Eva, tivemos o grande exemplo de Judas por 30 dinheiros após comer o pão que era o seu corpo e beber o vinho que era o seu sangue! Foi o discípulo ingrato, invejoso e traidor. E o que vemos então diariamente? A repetição dos mesmos casos, muito espírito religioso, alimentado pela fé mais acrisolada, que cometem um pecado e que o pecado é passível de pena dentro dos Mandamentos da Lei de Deus. Entretanto, diariamente, de hora em hora, de minuto em minuto, de segundo em segundo aumenta o núme-



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ro de pecadores e por quê? Porque é também da Santa Doutrina, que Deus tudo perdoa, sem que nos lembremos de que em um dos mandamentos ordena castigar os que erram.

Contam que certa vez Sua Majestade chamou o babalaô de semana e ordenou: – Seja como for a baronesa de... Tem que vir ao meu beija mão.

E vivemos assim e assim havemos de continuar até o dia do juízo.

O preto africano consultou o Ifá e declarou ao Imperador que o trabalho era difícil, mas seria feito.

O mundo é um incorrigível muito grande, que nunca mais se endireitará, porque já foi criado torto.

O soberano sorriu e perguntou:

Todos nós somos indesejáveis dominados por uma ambição incontida.

– Quantos dias?

É a ambição do ouro, do poder, do mando e da mulher do próximo.

– Oito dias?

– Sete dia difitiço, oito dia ela está aí. – Sim meu sinhô. Eu chama a egun e depois!

Ninguém se contenta com aquilo que Deus lhe deu: quem tem pouco, quer muito e quem tem muito quer mais.

– E depois terás a recompensa. Tens à disposição o que for necessário.

E para chegar à finalidade das suas anotações, ninguém mede esforços nem sacrifícios.

Dentro de três dias a bela e encantadora baronesa era recebida em audiência especial – nos aposentos particulares de Sua Majestade o Imperador.

Eis de onde se originou a exploração da credulidade pública, que a lei dos homens pune, em nome da sociedade.

O preto Olouo-Oié foi elevado, dentre os 50 da Caravana Negra de D. Pedro I, o cargo de ládamo. Quando o Imperador teve conhecimento de que no Rio Grande do Sul, nas províncias Cisplatinas, na Bahia, em Pernambuco e em São Paulo se conspirava abertamente, dividia os babalaôs por toda a parte.

Ide ao Japão. Lá encontrareis um milhão de seitas com outro tanto de adeptos perfeitamente congregados. Ide à Índia e à África e vereis o que é fanatismo. O Brasil, país novo, vem recebendo os eflúvios daqueles sectários que representam as tradições dos nossos antepassados. A África nos mandou os primitivos feiticeiros que trabalhavam para o bem e para o mal. Desta época em diante, a mandinga começou a ter grande desenvolvimento no Brasil inteiro e começaram a proliferar os quimbandeiros, os mandingueiros, que foram cedendo lugar aos pais de santo, ao alufás e aos falsos espíritas que exploram com a grande ciência de Allan Kardec, que, aliás, é coisa muito diversa, como teremos oportunidade de provar exuberantemente. A verdade, porém, é que tudo isto está por aí germinado e espalhado de um modo tal, que é interessante conhecer alguns detalhes, embora ligeiramente, com a revelação de casos e causas.

A Caravana Negra O feitiço, não é, como muita gente pensa, original da África. Os egípcios já o praticavam, chegando até a denomina-lo “a arte sagrada”. Remonta de muito antes do século IX, florescendo na Idade Média, para tomar maior desenvolvimento no século XVIII, sendo incontestavelmente os árabes os seus precursores. No Brasil, porém, devemos aos africanos o enraizamento do feitiço, datando o seu início de 1820. D. Pedro I chamou a si a primazia de tudo: foi o nosso primeiro Imperador, o nosso primeiro mandingueiro!

Os últimos anos do seu império correram agitadíssimos e sua Majestade via a cada momento a queda da dinastia. Era preciso impedi-la fosse como fosse, e principalmente dominar o entusiasmo que ia pelos quartéis do Sul ao Norte. Foi então quando D. Pedro I mandou vir da América um numeroso grupo de feiticeiros, que afinal chegou como presente régio, para não dar a perceber. Os homens entraram em ação e chegaram mesmo a impedir o assassinato de S. M. que apesar de ciente da eficiência dos trabalhos daqueles homens, os mandava castigar e barbaramente quando o resultado não era imediato. Com a mesma facilidade com que mandava recarimbar as moedas de cobre, alterando-lhe o valor – de 20 para 40 e de 40 para 80 réis, mandava meter no tronco um dos seus babalaôs quando falhava o bote em qualquer dama que lhe caísse na graça. Aquelas cólicas que tanto o importunaram em sete de setembro de 1822, eram o início de uma vingança de um dos membros da caravana negra! Supersticioso em excesso, D. Pedro I usava e abusava do feitiço, sendo que nem todos poderiam produzir o efeito desejado, porque os despachos não eram feitos pela pessoa, ainda mais se abandonou seu ori e desinteressada.

Em verdade, D. Pedro I não gozava da menor simpatia daquela gente, a quem maltratava, castigava, quando não satisfeito nos seus desejos e se queria impor como Imperador, como Soberano, quando perante eles, deveria ser sempre um crente dócil e obediente e principalmente, todas as vezes que cogitasse de preparar um ebó. Livres da opressão, do tronco e do vergalho, os membros da Caravana Negra, combinaram previamente, e, cada um do seu lado, começou a ser feito o trabalho contra D. Pedro I, mas, lentamente, afim de que Sua Majestade não pudesse desconfiar, o que neste caso lhes poria a cabeça em risco. Quando a situação foi se agravando por aqui, o Imperador lembrou-se tardiamente de reunir a Caravana Negra, para uma ação conjunta. Muitos já haviam desertado, outros falecido, de modo que o “vigário geral” Olouo-Oié, muito velho e cansado, rodeado de outros tantos nas suas condições, já não tinha força para a execução de trabalhos que exigiam muita agilidade e grande atividade. E foi assim que D. Pedro I viu apagar-se o farol, percebeu que a sua estrela perdera o brilho e inesperadamente, resolveu abdicar em sete de abril de 1831.

O nosso primeiro Imperador jazia filho de Ogum. Quando reunia o Conselho da Mandinga, intitulava-se “Omancheo” (Discípulo de Alikali - Juiz). O seu trabalho predileto, para castigar políticos, era o

Editor: Diamantino Fernandes Trindade


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T.U. CABOCLO SETE FLECHAS E BAIANO SEVERIANO Fazer o bem sem olhar a quem, como diz o ditado, já faz bem. E quando fazemos o bem olhando nos olhos, brincando, abraçando, e recebendo tudo de volta? Único! Expandir os atos de caridade além do nosso Terreiro/Tenda é uma ação que muitas vezes não é muito fácil, apesar de simples. A rotina de estar no dia e horário de sempre, com roupa branca, guia, acessórios nos condiciona a manter-nos numa inércia. A ideia de sair desse contexto não cai bem em nossas mentes rotineiras.

Mas como para tudo tem seu tempo, assim conseguimos aqui no T.U. Caboclo Sete Flechas e Baiano Severiano. Ultrapassar essa barreira e quebrar a inércia da caridade dentro do nosso lar espiritual. Com muita dedicação de todos os dirigentes e filhos cumprimos em Maio a primeira tarde com as crianças de um orfanato na Zona Leste de São Paulo. Foram momentos de muita alegria, com café, brincadeiras e presentes. As crianças adoraram nossa presença, e nós renovados ficamos com o amor e carinho de cada um dos pequenos e pequenas que ali estavam. Esse orfanato

agora é apradrinhado por nós, que estaremos presentes com frequência, em datas comemorativas e com cada um deles em nossos corações e orações. Façam isso uma vez, e terão a certeza que não pararão mais. A troca de energia é única, a alegria e satisfação em fazer o bem contagiantes. Que a caridade da nossa querida e amada Umbanda possa romper os muros dos terreiros e chegar àqueles que precisam de orações olhadas nos olhos, seja uma criança, idoso ou portador de necessidades especiais.



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