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Renova inaugura parque antes de promover reparação

No dia 12 de novembro de 2022, a inauguração do parque de exposições João Rezende de Oliveira, em Barra Longa, marca uma obra que vem reafirmar a vulnerabilidade das pessoas atingidas na reparação dos seus direitos: casas para reformar, indenização, modos de vida, saúde e toda as mazelas causadas pelo rompimento criminoso da barragem da Samarco e de suas controladoras, Vale e BHP, foram deixados em segundo plano. Barra Longa foi a única cidade da bacia do Rio Doce que teve seu centro urbano tomado pelos rejeitos oriundos do rompimento da barragem.

Sem consulta às pessoas atingidas, principais interessadas na reparação, a Renova assume o papel de protagonista no que tange aos seus sonhos, desejos e direitos, ao deixá-los mais uma vez fora da reparação de suas vidas. Construído, finalizado e inaugurado, o parque vem sendo carinhosamente chamado pela população de “elefante branco”.

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As perguntas que ficam são: quanto custará aos cofres públicos de uma cidade modesta como Barra Longa sua manutenção e utilização? Essa obra era prioritária diante de tantas casas trincadas, da necessidade de construir reassentamentos de vilas inteiras, dos problemas de saúde e das pessoas abandonadas, além das almas que deixaram seus corpos, que não resistiram às dores do abandono causado pela Renova?

Uma cidade que teve um inchaço no Sistema Único de Saúde (SUS) recebe, antes de curar os males que lhe adoecem, um “elefante branco” para brincar. Não somos contra a diversão, entendemos que todo ser humano precisa descontrair, mas há outras prioridades deixadas de lado pela Renova em Barra Longa. É como se comprassem uma bicicleta para alguém que teve sua perna quebrada antes de tratarem a fratura.

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