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Moradores do Clube Serramar sofrem mais um verão lutando contra enchentes
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Linha férrea Santos-Cajati, que passava por Itariri, pode ser reativada
no 32 | Março de 2016 Cultura
Dois jovens criam programa de rádio que valoriza a memória e a cultura dos povos da região
Cadê os remédios? Moradores denunciam falta de medicamentos de distribuição gratuita na rede municpal de saúde desde o final de 2015; quem pode, recorre às farmácias particulares, quem não pode, escolhe entre o remédio e a comida.
2 Editorial
Constituição e democracia Vivemos um grande conflito na jovem democracia do Brasil, que tem pouco mais de três décadas. Nestes dias, quem nunca brigou por causa da política? Temos eleições em todos os níveis e as instituições funcionam com um mínimo de respeito. Nossa Constituição tem apenas 27 anos e é admirada em vários países. Mas vivemos dias tensos no campo político, com reflexo nas áreas econômica e social. É difícil de compreender, mas o debate não gira apenas em torno da corrupção. O que está em jogo são os 516 anos de domínio de uma elite sobre o povo. O Brasil experimentou um avanço da democracia a partir de 2003 com programas sociais e políticas de inclusão. Dentro do capitalismo, fez a “lição de casa”. Foram governos de coalizão e de conciliação de classes – o que levou a críticas de setores que esperavam mais ousadia –, com erros na condução da economia e a ausência de medidas estruturantes, sobretudo reformas do sistema político, tributário e de comunicações. Ainda assim, alcançou níveis de redução da pobreza, das desigualdades e níveis de participação social nas decisões inéditos na
história. Enfrentou uma crise mundial em 2008 com políticas anticíclicas e altivez, mas não conseguiu dar sustentabilidade ao crescimento. Temos um Congresso que é o mais conservador da história saído das urnas em 2014. O que assanha essa maioria conservadora a tentar emplacar leis que retrocedam nos avanços sociais e na soberania. E mais: a tentar interromper ou inviabilizar o mandato de Dilma. Os meios de comunicação tradicionais jogam junto esse jogo sujo, em conluio com parte do Judiciário. Assim se processa o sequestro da democracia com o objetivo de abrir o Brasil no mercado de petróleo, desregulamentar as leis trabalhistas, manter o modelo de arrecadação de impostos que privilegia os mais ricos, acabar com os programas sociais inclusivos e disputar o orçamento do Estado em benefício próprio (por exemplo, com a reforma da Previdência). Felizmente, não são poucos os que sabem distinguir a crise conjuntural do projetode nação, e seguem com a Constituição e com a democracia. E prometem resistir ao retrocesso.
Expediente Rede Brasil Atual – Itariri Editora Gráfica Atitude Ltda. Diretor de Redação Paulo Salvador Editor Enio Lourenço Repórter Giovanni Giocondo Editor de Arte Adriano Kitani Revisora Malu Simões Foto capa Giovanni Giocondo Telefone (11) 3295-2819 Endereço Rua São Bento, 365, 19o andar – Centro, São Paulo, SP CEP 01011-100 Tiragem 5 mil exemplares Distribuição Gratuita
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Itariri Infraestrutura I
Infraestrutura II
Enchentes tomaram No Bela Vista, falta água Clube Serramar no verão para uns e sobra para outros Torneiras secas contrastam com água que invade residências
Ana Maria Correa de Freitas
A Enchente durante o carnaval deste ano
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oradores do loteamento Clube Serramar esperam há anos pela limpeza do córrego que atravessa o bairro e que desemboca no Rio Batubinha, entre os bairros Nova Itariri e Bom Retiro. Assoreado devido à retirada de areia, à falta de mata ciliar e ao depósito de troncos e folhas, o leito do córrego não comporta o volume de água acumulado das chuvas torrenciais e acaba transbordando. As consequências são as já tradicionais enchentes, que têm causado grande prejuízo à população. Durante o carnaval, várias casas foram invadidas pela água, destruindo móveis e outros pertences. Segundo
a autônoma Ana Maria Correa de Freitas, a última limpeza no córrego aconteceu há cerca de 15 anos e foi feita por conta dos próprios moradores. “É sempre um transtorno, estamos cansados”, reclama. No dia 12 de fevereiro, a comunidade entregou à Prefeitura de Itariri um requerimento em que exige a limpeza do córrego para pôr fim às cheias. Em resposta ao jornal Brasil Atual, o Departamento de Obras informou que o serviço “está na programação”, mas que ainda não foi executado porque a Prefeitura dispõe de uma única máquina retroescavadeira para efetuar o trabalho em todo o município.
falta de água continua a afetar moradores de Itariri, agora no bairro Bela Vista, às margens da rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Atualmente, as casas recebem água vinda de um reservatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em Raposo Tavares, o mesmo que abastece o bairro Cooperativa (reportagem de capa do Brasil Atual no mês passado). Alguns moradores disseram ter ficado até seis dias seguidos sem o recurso hídrico. É o caso da dona de casa Ivonete de Jesus Gomes, que vive com o marido no bairro há três anos. “Chegamos a nos reunir com integrantes da Sabesp e eles nos prometeram que resolveriam o problema, mas até hoje nada”, relata. Segundo ela, é preciso armazenar água sempre que chove. “A gente fica apavorado e sem ter ideia de quando vai ter água de novo”, afirma. Ivonete também diz que a rede coletora de esgoto não passa pelo bairro. De acordo com a dona de casa, para os moradores conseguirem acesso ao sistema de saneamento básico, eles pre-
Giovanni Giocondo
Moradora afirma que limpeza de córrego não é feita há 15 anos
cisam solicitar um projeto ao setor de engenharia da Prefeitura e, posteriormente, cada um construir uma fossa séptica, no valor de R$ 4.700.
O contraste Sob a rodovia Padre Manoel da Nóbrega passam manilhas instaladas pela Sabesp para direcionar o fluxo da água das chuvas que se acumulam em um pequeno riacho no Bela Vista. Porém, a instalação tem sido insuficiente para segurar a força da água e o riacho se transformou em um lago, invadindo os quintais de três residências. “A água tomou conta, destruindo plantas e matando animais”, conta Vladimir, que perdeu boa parte dos peixes que mantinha em um pequeno açude – ele preferiu não fornecer o nome completo à reportagem. Os moradores temem que a água invada a rodovia Padre Manoel da Nóbrega e provoque acidentes caso continue chovendo e nenhuma providência seja tomada. A reportagem do Brasil Atual tentou contato com a unidade da Sabesp de Itariri, mas não conseguiu falar com Marcos Rangel, gerente local da Companhia.
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Gênero
Itariri defende o retorno Encontro discute da linha Santos-Cajati violência doméstica
Estação desativada no bairro Ana Dias
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linha férrea Santos-Cajati pode voltar a funcionar. O ramal que passa por Itariri é alvo de negociação entre prefeituras, empresários, deputados e a companhia Rumo ALL, concessionária que detém a responsabilidade pela manutenção da ferrovia. Com as operações paralisadas há mais de 30 anos, a Santos-Cajati, construída há quase um século, foi uma importante via de transporte de cargas e passageiros na região, com quase 300 km de extensão. Com estações espalhadas nos bairros Ana Dias, Raposo Tavares e no Centro, a linha é atualmente o retrato do abandono e da omissão: dormentes abandonados e trens antigos sequer servem para atração turística. Só as estações se salvam. Em Ana Dias, o local serve de lar aos funcionários aposentados da ferrovia. No Centro, em alguns dias da semana, o local é sede de atividades culturais. De acordo Wiverson Luis Bernardo, assessor de comunicação da Prefeitura de Itariri que esteve nas reuniões com representantes da Rumo ALL, a cidade tem interesse na volta das atividades ferroviárias para estimular o turismo.
“Seria muito interessante se conseguíssemos fazer com que os trens passassem aqui, incentivando a vinda de mais visitantes e trazendo desenvolvimento para o município”, explica. Empresários do setor de areia e minério da cidade de Cajati afirmam que a linha também seria importante para escoar a produção anual de cerca de dois milhões de toneladas, que vai para o porto de Santos. Atualmente, o transporte é feito por caminhões. O funcionamento pleno da ferrovia tem alguns empecilhos. Segundo informações da Rumo ALL, o investimento inicial apenas para a recuperação da malha seria de R$ 80 milhões. Para operar com trens e bitolas novos, mais modernos, seriam necessários entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões. A assessoria de imprensa da Rumo ALL disse ao Brasil Atual que a companhia já está realizando o Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental do trecho Santos-Cajati para análise do Ibama. A empresa também informou que leva em consideração a densidade demográfica e a influência indígena da região.
Profissionais orientaram mulheres a denunciar abusos
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o mês da mulher, Itariri escolheu problematizar, debater e orientar a população sobre o drama que envolve a violência doméstica no Brasil. Essa foi a tônica do 1º Encontro Contra a Violência Doméstica no Município, que reuniu, no dia 17 de março, diversos profissionais da saúde e do direito. Eles fizeram palestras relacionadas à Lei Maria da Penha e à necessidade de denúncia das agressões e maus-tratos físicos e psíquicos. A representante das autoridades femininas no evento, realizado na Câmara Municipal, foi a Prefeita Rejane Silva (PP). O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção Itanhaém, Rutinaldo Bastos, e o psicólogo Fabiano Paes completaram o painel.
Mulher, defenda-se!
A Lei Maria da Penha está em vigor desde 2006 e pune com detenção, que varia entre seis meses e três anos, homens condenados por provocar lesões corporais em mulheres dentro do ambiente familiar. Para denunciar as agressões, basta ligar para a Central de Atendimento à Mulher, no telefone 180 – o serviço está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana. Segundo dados da Pesquisa “Percepção da Sociedade sobre Violência e Assassinatos de Mulheres”, feita em 2013 pelo Data Popular/Instituto Patrícia Galvão, 48% das mulheres agredidas declararam que a violência aconteceu dentro de casa. Giovanni Giocondo
Giovanni Giocondo
Retomada da ferrovia depende de investimento de quase R$ 400 milhões por parte da companhia Rumo ALL
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Itariri Saúde
Remédios gratuitos estão em falta na rede municipal População é obrigada a mudar rotina nas contas mensais e tem que recorrer a farmácias particulares Giovanni Giocondo
T
oda vez que a cuidadora de idosos Ideli da Silva sai de sua casa, no bairro Raposo Tavares, para ir à farmácia da Unidade Mista de Saúde Dr. Taminato Tion, no Centro, uma dúvida surge: haverá o medicamento? Desde o final do ano passado, alguns remédios distribuídos gratuitamente à população estão em falta em Itariri. O medicamento ao qual dona Ideli mais recorre na verdade não é para ela, mas para seu vizinho, que aos 87 anos depende de quatro doses diárias do Prolopa, indicado para o tratamento do mal de Parkinson. “São quatro caixinhas (120 comprimidos) que ele precisa tomar por mês, senão passa mal. Muitas vezes não tem o remédio no posto e a filha dele precisa comprar. Cada caixa custa R$ 70 na farmácia convencional”, conta. A filha do idoso (que assim como pai prefere não se identificar) arca sozinha com os cuidados dele e diz que o salário mínimo que recebe muitas vezes precisa ser rearranjado para conseguir dar conta da medicação. “Ele toma este remédio há cinco anos. A gente sempre dá um jeito. Tira de um lado, deixa de pagar uma conta para ele não ficar sem, porque é necessário”, afirma a mulher. A poucos metros dali, o drama é ainda maior para a família de Joara Mendes Gonçalves, de 42 anos. Desempregada e hipertensa, ela diz que não tem dinheiro sequer para pegar o ônibus até a Unidade Mista de Saúde. Seu marido foi aposentado por invalidez após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Ambos precisam de medicamentos, que o posto do bairro não tem – e o médico está em licença-saúde até o fim de abril. “Quando eu fico sem o remédio, minha cabeça parece que vai explodir. Ele
[marido] também é hipertenso e sofre de diabetes e problemas psiquiátricos. A maioria dos medicamentos dele estão em falta no posto. Não temos dinheiro para comprar. Se gasto com remédio, fico sem comida”, lamenta. Joara tem uma única receita médica com a prescrição para a Furosemida e a Losartana Potássica, indicadas para a pressão arterial; Carbamazepina, que combate o diabetes; e o Amytril, um antidepressivo. Há um problema, porém: “Se um [medicamento] está disponível e o outro não, eles [profissionais da farmácia municipal] carimbam o papel como se eu tivesse levado todos”, critica Joara, mostrando o documento para a reportagem.
Departamento de Saúde responsabiliza governos estadual e federal por corte Questionada sobre a falta de medicamentos nos postos de saúde, Silvana Donatoni, diretora do Departamento Municipal de Saúde, disse que uma lista de 30 medicamentos de alto custo – caso do Prolopa – foram cortados pela Secretaria Estadual de Saúde devido à redução de repasses por parte do Ministério da Saúde. Segundo Donatoni, o Departamento tem feito esforços para adquirir os remédios em falta mediante licitação. “Não estamos deixando nenhum paciente sem remédio. Temos comprado muita medicação avulsa, com recursos próprios”, informou.
Até o fechamento desta edição, a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde não se manifestou sobre os cortes no fornecimento dos remédios de alto custo. Nova regra causa polêmica O Departamento Municipal de Saúde editou uma regra que impede terceiros de buscarem remédios em nome de outros pacientes nos postos de saúde. A medida gerou discussão entre os vereadores Josimar da Silva Teixeira (PT), contra, e Arlindo Leite (DEM), a favor da regra. O petista vai pedir explicações à pasta sobre o porquê do impedimento, que é uma prática usual entre os moradores de Itariri.
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o que acontece no mundo você confere aqui Fotos: Divulgação, Fernando Frazão, Paulo Pinto e reprodução Facebook, Wilson Dias
antena atual
Pela democracia - Em 18 de março, milhares de pessoas foram às ruas de todo o Brasil em apoio a legalidade do mandato da presidente Dilma Rousseff.
Viralizou
Internautas compartilharam esta foto feita na manifestação pró-impeachment no dia 13 de março, no Rio de Janeiro. A ação do casal com a empregada doméstica foi remetida à época da escravidão.
Sem ruídos
“Não cabem meias palavras: O que está em curso é um golpe contra a democracia. Eu jamais renunciarei. Aqueles que pedem a minha renúncia mostram a fragilidade da sua convicção sobre o processo de impeachment, porque, sobretudo, tentam ocultar justamente esse golpe contra a democracia. E eu posso assegurar a vocês que eu não compactuarei com isso. Por isso não renuncio em hipótese alguma”, disse a presidente Dilma Rousseff em discurso no Palácio do Planalto, no dia 22 de março.
Terrorismo - 34 mortos e mais de 150 feridos em novo atentado do ISIS, em Bruxelas, na Bélgica.
História - Obama é o primeiro presidente dos EUA a pisar em Cuba desde 1928.
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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
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Trabalho de assistência a um líder Sistema de flexibilização da jornada de trabalho
Pássaro que geralmente acompanha os barcos pesqueiros Importantes (momentos)
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Bondoso Peixe da cédula de cem reais
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Diz-se da faca sem corte Perversa
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Decreto (abrev.) Alain DeDivisão lon, ator
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Cauda, em inglês Maior (síncope)
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(?) entre nós: em segredo
Haste do moinho Alexandre Nero, ator
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(?) Santana, cantor sertanejo
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Budismo japonês Pessoa julgada (jur.)
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Texto crítico em Fernanda (?), cadernos literários apresentadora do Prazer Érbio programa "SuperStar" (TV) sexual (símbolo) Dois clubes rivais do futebol inglês
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(?) Welles, diretor Estado corde "Cidadão Kane" tado pelo O ato heroico, por sua rio Doce repercussão no tempo (sigla)
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Principal meio de divulgação de coleções Duas con- de roupas sistências de grifes típicas de produtos osméticos
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Trecho Posição principal da linha da ópera de defesa (fut.) PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Plebe www.coquetel.com.br Instituto © Revistas(?) COQUETEL Texto crítico em Santana, Principal meio de di(?) Nacional Welles, diretor Estado corFernanda (?), cadernos literários vulgação de coleções dede "Cidadão Kane" tado pelo apresentadora do Câncer cantor O ato heroico, por sua rio Doce Prazer Érbio programa "SuperStar" Duas con- de roupas (TV) sertanejo (sigla) sexual (símbolo) repercussão no tempo (sigla) sistências de grifes
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Naquele domingo, 20 horas, o jovem aguardava o ônibus para ir ao encontro da namorada. Como de feitio, o rapaz, assalariado, checou o dinheiro para não voltar ao banco da vizinhança, que diziam ser perigoso à noite. Apesar de nunca ter presenciado situações de violência por lá, preferiu não arriscar. Duas notas de R$ 20 eram suficientes para qualquer imprevisto. O busão que chegou era o da linha mais extensa, que cortava muitos bairros. Após 40 minutos, resolveu embarcar, porque era aniversário de namoro do casal. Dentro, estranhou a superlotação. Parecia que todos vinham de um mesmo evento. Deu de ombros, afinal, era uma coincidência como a de encontrar torcedores de futebol às quartas e aos domingos. E seguiu para a catraca, quando recordou ter emprestado seu bilhete magnético ao irmão que estava desempregado. Uma das notas de R$ 20 seria usada, pensou. Entregou o dinheiro ao cobrador, que recolheu e lhe propôs um troco com vinte centavos a menos, porque não possuía moedas. As palavras lhe doeram: dois meses antes, a tarifa aumentara outros trinta centavos. Ponderou que se fosse no boteco da vila, aceitaria numa boa (e o dono ainda ofereceria balas para compensar). Mas quando lembrou dos milhões de reais que aquelas roletas produziam, dos ônibus velhos e lotados, da falta de linhas, revoltou-se. “Não, quero o meu troco correto! Entendo que a culpa não seja sua, mas não admito seguir sendo lesado por esta empresa. Seu patrão é muito esperto, isso sim”, falou. A essa altura, outros usuá-
rios se amontoavam atrás do jovem. Eis que alguém disse: “sai da catraca, comunista”. O cobrador complementou: “desce do ônibus, vacilão”. O rapaz por algum momento pensou que deveria arrefecer, mas puxou da lembrança uma máxima que um amigo sempre lhe dizia: “a vida não deveria ter catracas”. “Olha, moço, você não deve me coagir a sair. Eu tenho o direito de usar o transporte público como qualquer um neste...” E “pow”! Um homem com a camisa do Brasil socou seu rosto. Desnorteado, tentou mirar o agressor. Viu apenas borrões em verde e amarelo. “Pega o petralha, mata, mata, mata”, escutou com medo. Outro menos voraz propôs retirá-lo do ônibus, como dissera o cobrador, durante o linchamento que se iniciava. E assim o fez a massa ensandecida na parada seguinte, com o jovem desmaiado. A horda tripulante festejou como um gol na Copa do Mundo. “Onde já se viu, fica atrapalhando o andamento das coisas”. “Esses vermelhos querem cada vez mais direitos”. “Viva o Brasil”. A esposa do homem que fez do punho o cérebro lembrou que desceriam ali, mas muniam uma única nota de R$ 100 (além dos cartões internacionais). O cobrador a interrompeu: “Não se preocupem, podem descer pela frente”. O funcionário sempre recorda do domingo em que se sentiu parte do seleto grupo patriota que raramente usa ônibus, ainda que fora demitido meses depois, tendo suas atribuições repassadas ao motorista. O casal mudou-se para Miami, onde, não raro, são chamados de cucarachas. O jovem rapaz segue encontrando a namorada aos domingos.
(?) entre nós: em segredo
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Por Enio Lourenço
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A metamorfose da massa
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Entrelinhas
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Em busca da identidade perdida
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ivremente inspirados no movimento mangue beat, que moldou a cena cultural da Grande Recife no início dos anos 1990, dois jovens comunicadores criaram um projeto que remonta o quebra-cabeças da formação étnica, cultural e econômica do Vale do Ribeira e do litoral sul de São Paulo. A trajetória e a semelhança entre os costumes e os problemas sociais enfrentados por caiçaras, indígenas, quilombolas e imigrantes que habitaram a região desde os primórdios foi o ponto de partida para a fusão de ideias do publicitário Allan Kendi, de 27 anos, e do radialista Vinicius Silva, de 28. Kendi é filho de japoneses, nascido em Itariri, e Vinicius, de Itanhaém, é descendente de portugueses. Eles se conheceram em um ônibus fretado que os levava à faculdade, em Santos. Ao terminar o curso de publicidade na Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação (Esamc), Kendi não encontrou trabalho na área. Para Vinicius, que estudou Rádio e TV na Unimonte, surgiram algumas oportunidades, mas nenhuma suficiente para garantir a sobrevivência. Enquanto Kendi trabalha como mecânico, Vinicius é corretor de imóveis. A rotina de pegar no batente sem poder expor seus pensamentos e extrapolar a criatividade pesou sobre os rapazes, e a saída foi reinventarem suas vidas.
A ida para o rádio Um programa de rádio piloto dedicado a “resgatar a identidade de um povo que se viu marginalizado em seu próprio lar original” foi a forma escolhida para darem os novos passos. Radioativo, que vai ao ar todos os sábados na Rádio Anchieta (1390 AM), é uma produção independente que conta histórias ligadas às comunidades
Fotos: André Paiva e Giovanni Giocondo
Jovens criam programa de rádio que valoriza a memória das comunidades tradicionais do Vale do Ribeira e do litoral sul tradicionais e fomenta debates sobre os desafios e o futuro das pessoas que habitam a região. “Com a chegada de um desenvolvimento feito para privilegiados e da especulação imobiliária, o que se viu foram essas comunidades desaparecendo”, conta Kendi. “As carências de serviços básicos da população mais pobre que está aqui estão intimamente ligadas à desvalorização da cultura desses povos, à falta de planejamento urbano, ao desemprego e à depredação do meio ambiente”, complementa o publicitário.
O caiçara, suas raízes e futuros “Muita gente tem orgulho de ser caiçara, mas não fala que é porque sente-se marginalizada. Eu vejo que a pecha de ‘vagabundo’ dada por quem chegou aqui mais tarde ainda é comum”, aponta Vinicius. “Queremos entender quem somos, bater no peito e dizer que queremos viver aqui da melhor maneira”, diz. Para Vinicius, é difícil encontrar famílias que são mesmo “de raiz”. “Só em Cananeia você vê gente cujos ancestrais chegaram aqui há 300, 400 anos”, comenta, ressaltando que o resgate cultural feito no programa tem a ver com as análises sobre a realidade local. “É complicado definir o que é cultura. Aqui, cada um veio de um lugar, é uma mistura. Não é só o resgate cultural, mas explorar o que se tornou essa bagunça toda”, pondera. Na visão de Kendi, os caiçaras, quilombolas, ribeirinhos e demais povos tradicionais precisam ser sujeitos de sua história. “Esse sujeito precisa questionar como foi formada a sua identidade, suas influências. Nós também não sabemos quem somos, mas queremos descobrir, procurar referências e mostrar ao mundo. Esse é um dos objetivos do programa”, resume.
Vinicius Silva e Allan Kendi
Trecho do poema “Caiçara está morto ou Procura-se”, lançado como manifesto por Vinicius Silva e Allan Kendi Procura-se, o caiçara está morto Pescador por ausência, atende pelo nome Ni Rio Naturalizado em estado de anemia S.A. Chegou miúdo na Vila da Pedra Muda Saiu de casa sem dinheiro e sem valores Dizendo estar especulado pelos homens de bens Sofre de esquizofrenia social Alzheimer ético da hipocrisia burguesa Esqueceu sua identidade emaranhada à sua tarrafa