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“Minha Limeira Limpa” busca colaboração entre poder público e sociedade civil
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Sindicalistas realizam ato político-cultural no Dia Internacional das Mulheres
no 42 | Março de 2016 Perfil
Outrora pichador, jovem artista apresenta 18 quadros em “Exposição do Beco”, no Teatro Vitória
O drama dos
sem terra Processo de regularização do acampamento Elizabeth Teixeira, no Horto Florestal, está parado na Justiça devido às manobras e disputas entre Prefeitura e União, observadas pelos olhares atentos de grandes proprietários rurais.
2 Editorial
Constituição e democracia Vivemos um grande conflito na jovem democracia do Brasil, que tem pouco mais de três décadas. Nestes dias, quem nunca brigou por causa da política? Temos eleições em todos os níveis e as instituições funcionam com um mínimo de respeito. Nossa Constituição tem apenas 27 anos e é admirada em vários países. Mas vivemos dias tensos no campo político, com reflexo nas áreas econômica e social. É difícil de compreender, mas o debate não gira apenas em torno da corrupção. O que está em jogo são os 516 anos de domínio de uma elite sobre o povo. O Brasil experimentou um avanço da democracia a partir de 2003 com programas sociais e políticas de inclusão. Dentro do capitalismo, fez a “lição de casa”. Foram governos de coalizão e de conciliação de classes – o que levou a críticas de setores que esperavam mais ousadia –, com erros na condução da economia e a ausência de medidas estruturantes, sobretudo reformas do sistema político, tributária e de comunicações. Ainda assim, alcançou níveis de redução da pobreza, das desigualdades e de participação social nas decisões inéditos na
história. Enfrentou uma crise mundial em 2008 com políticas anticíclicas e altivez, mas não conseguiu dar sustentabilidade ao crescimento. Temos um Congresso que é o mais conservador da história saído das urnas em 2014. O que assanha essa maioria conservadora a tentar emplacar leis que retrocedam nos avanços sociais e na soberania. E mais: a tentar interromper ou inviabilizar o mandato de Dilma. Os meios de comunicação tradicionais jogam junto esse jogo sujo, em conluio com parte do Judiciário. Assim se processa o sequestro da democracia com o objetivo de abrir o Brasil no mercado de petróleo, desregulamentar as leis trabalhistas, manter o modelo de arrecadação de impostos que privilegia os mais ricos, acabar com os programas sociais inclusivos e disputar o orçamento do Estado em benefício próprio (por exemplo, com a reforma da Previdência). Felizmente, não são poucos os que sabem distinguir a crise conjuntural do projetode nação, e seguem com a Constituição e com a democracia. E prometem resistir ao retrocesso.
Expediente Rede Brasil Atual – Limeira Editora Gráfica Atitude Ltda. Diretor de Redação Paulo Salvador Editor Enio Lourenço Repórter Giovanni Giocondo Editor de Arte Adriano Kitani Revisora Malu Simões Foto capa Giovanni Giocondo Telefone (11) 3295-2819 Endereço Rua São Bento, 365, 19o andar – Centro, São Paulo, SP CEP 01011-100 Tiragem 15 mil exemplares Distribuição Gratuita
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Limeira Cidadania
Ações educativas mirando uma cidade bem conservada
Assessoria Prefeitura
Projeto “Minha Limeira Limpa” visa cooperação entre sociedade civil e poder público na limpeza e manutenção do município
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ombater a acomodação do cidadão limeirense quanto à limpeza da cidade é uma das propostas do projeto “Minha Limeira Limpa”, iniciativa da Prefeitura que conta com a participação de todas as Secretarias Municipais. Entidades filantrópicas, igrejas, empresas, centros comunitários e outros entes da sociedade civil firmaram um pacto para compor essa frente, iniciada no último dia 2 de março. O “Minha Limeira Limpa” tem como premissa ações simultâneas de educação, conscientização e informação sobre a importância de cada um dos moradores se tornar colaborador de um ambiente mais agradável e sem sujeira. De acordo com Alexandre Ferrari, coordenador do projeto e diretor da Vigilância Sanitária, a campanha pretende incentivar a mudança de comportamento dos limeirenses. “Muitas vezes, quando nossas equipes faziam a limpeza das áreas
verdes, a impressão que tínhamos era a de que as pessoas fossem estimuladas a não descartar lixo no local, mas ocorria o contrário”, relata Ferrari. “O caminho escolhido pela Prefeitura foi manter o trabalho de retirada do entulho, mas, por outro lado, tentar conscientizar a população a fazer a sua parte”, explica. Também serão feitas palestras e panfletagens em escolas, intensificação da rotatividade dos ecopontos onde são descartados resíduos, além de uma feira para troca de material chamada “inservível” – como madeira e blocos de concreto. Por outro lado, persistem a fiscalização e as punições aos moradores. Equipes da Defesa Civil e da Guarda Municipal seguem promovendo limpezas compulsórias em residências fechadas com o intuito de eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, causador de doenças como a dengue, Zika vírus e da febre chikungunya.
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Arte e luta na pauta dos sindicatos no Dia Internacional da Mulher
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entenas de trabalhadoras se reuniram em um ato político-cultural que marcou as celebrações do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. Servidoras públicas municipais, bancárias e integrantes de outras organizações de classe tomaram a Praça Toledo Barros, no Centro, para apresentar à população parte da história da luta das mulheres por melhores condições de vida e de trabalho. O Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos Municipais de Limeira (Sindsel) realizou uma passeata pelas ruas do Centro. Empunhando cartazes e entoando palavras de ordem feministas, o grupo aproveitou para cobrar
da Prefeitura reajuste salarial de 15%, além da ampliação de outros benefícios, como o aumento no vale-alimentação – a Prefeitura enviou projeto à Câmara Municipal para reajustar este quesito em 42,59%, chegando a R$ 500. O Sindicato dos Bancários de Limeira, por sua vez, promoveu um momento de arte e conscientização com a apresentação musical de Simone Carvalho, cantando as grandes intérpretes femininas da MPB. A entidade ainda expôs quadros históricos de mobilizações das mulheres pelo Brasil e outros países, e dialogou com a população sobre a desigualdade de oportunidades e de valorização entre os gêneros no mundo do trabalho.
Giovanni Giocondo
Entidades cobram avanços nas políticas de gênero e apresentam ao público conquistas femininas históricas
4 Reforma agrária
Em busca de um lugar ao sol e
Integrantes do MST lutam para transformar o acampamento Elizabeth Teixeira em assentamento, e sofrem com especulação fundiári
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les estão em busca da regularização de seus lares. Os membros do acampamento Elizabeth Teixeira, há nove anos ocupando o Horto Florestal do Tatu, próximo à Rodovia Anhanguera, na zona rural de Limeira, seguem mobilizados pela moradia digna e pelo direito de trabalhar a terra e dela viver. No total, são 100 famílias (cerca de 400 pessoas) que integram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Apesar da aparente tranquilidade no acampamento, onde nunca existiu energia elétrica que não fosse a dos geradores e das placas solares, e onde a água só chega por caminhões-pipa, um dia ficou marcado para sempre na vida de todos os que permanecem no lugar.
A reintegração de posse Em 29 de novembro de 2007, mais de 300 homens da Polícia Militar invadiram a área para cumprir um mandado de reintegração de posse a pedido do juiz Flavio Dassi Viana. O magistrado atendeu a um pedido do então prefeito de Limeira, Silvio Félix da Silva, que argumentava que o terreno era de posse do município. “Eles (policiais) entraram quebrando tudo. Teve muita criança machucada, recém-nascidos que inalaram gás das bombas e que até hoje têm problemas respiratórios. Religiosos que nos davam apoio foram feridos e torturados. Saímos daqui com a roupa do corpo, ficamos em igrejas durante 10 dias para depois retornar e não mais sair”, recorda Clarisse dos Santos, 56 anos, uma das mais antigas integrantes do acampamento.
Eles (policiais) entraram quebrando tudo. Teve muita criança machucada, recém-nascidos que inalaram gás das bombas e que até hoje têm problemas respiratórios Clarisse dos Santos O Horto Florestal do Tatu pertence à Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Em 1984, o prefeito Jurandyr Paixão assinou um documento em que “manifestava interesse em adquirir a área”. A compra nunca foi efetuada. Na ação de reintegração de posse, a Prefeitura alegava que o terreno “tinha obras e projetos de interesse público”, e o juiz citava decisão da Justiça Federal que “excluía” o Incra de qualquer decisão relacionada à área. Em nota, o Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que transformou o Elizabeth Teixeira em assentamento sem a devida licença prévia ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e por
esse motivo a Prefeitura de Limeira ajuizou reclamação judicial, que por sua vez levou ao cancelamento da portaria que autorizava a criação do espaço da reforma agrária.
O interesse imobiliário No final de fevereiro deste ano, a atual gestão da Prefeitura manifestou interesse em adquirir uma área anexa ao Horto e, a partir dessa compra, regularizar a área do Elizabeth Teixeira junto ao Incra. O Incra confirma esta informação e, junto com a SPU, está disposto a negociar a ocupação da área em favor da Prefeitura, porém “desde que 200 hectares do imóvel sejam destinados ao assentamento de trabalhadores rurais. O restante das terras
agricultáveis seria comprado pelo município de particulares e cedido à União para estabelecer o assentamento , informou em nota. Segundo estudo de Rodrigo Taufic – dissertação de mestrado em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) –, o acampamento Elizabeth Teixeira “está em meio ao principal vetor de expansão urbana do município, e sua existência inverte a lógica da incorporação de área rural à cidade expressa na forma do loteamento”. A pesquisa demonstra que os agentes promotores da expansão urbana na região “são locais, e compõem-se principalmente de proprietários de grandes imóveis rurais”.
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Limeira
à sombra da sanha imobiliária Por Giovanni Giocondo Giovanni Giocondo
ia; trâmite envolve governo federal e Prefeitura de Limeira, com olhares interessados de particulares
nstrução de parque infantil no acampamento abeth Teixeira, impulsionada por voluntários Para Afonso Gomes, um dos líderes do movimento sem terra na cidade, “Prefeitura nenhuma faz reforma agrária. Ultimamente nem mesmo o Incra”. Membro da direção estadual do MST, ele mora com a esposa e quatro filhos em um barraco com poucos recursos materiais, mas “com muita consciência política”, destaca. “É importante ter uma formação política que te conscientize e à tua família. Com o MST eu aprendi a respeitar a mulher, a saber da importância do trabalho dela. Inclusive, hoje, estou cuidando da meninada enquanto ela está em Mariana em um ato político só de mulheres”, conta Afonso, que durante a entrevista atende a um telefonema da esposa que noticia a
Afonso Gomes ocupação da empresa Samarco, em 7 de março, pelo movimento feminista.
A vida dos trabalhadores (rurais ou não) no acampamento Sem poder ter uma geladeira para conservar seus alimentos, dona Clarisse recorre à criatividade para sobreviver. “A gente tem que comer no dia que faz. O fato de ainda não existir o assentamento regularizado nos impede de quase tudo. Temos poucas ferramentas, dependemos de doações de alimentos e a maioria trabalha fora [do acampamento]. Precisamos de um pouco de conforto”, reclama. Enquanto a mulher é cuidadora de idosos e Afonso faz trabalhos pontuais como mecânico e eletricista, Noel Aparecido Paulino, de 45 anos,
é um dos poucos que conseguiu juntar recursos para plantar e viver exclusivamente da lavoura, cultivada apenas com adubo orgânico. O milho, o feijão e a mandioca são os alimentos mais rentáveis. Ele vende ao Centro de Promoção Social Municipal de Limeira (Ceprosom), em uma feira em Paulínia e nas ruas de Limeira. “A gente faz o que pode, mas o ideal é regularizar nossa área, até para termos acesso ao crédito, ao maquinário e a toda estrutura de cultivo”, comenta.
Solidariedade e esperança Em meio a tanta dificuldade, algumas ações de voluntários dão esperança de que, apesar dos entraves burocráticos, o acampamento evolua para as crianças e os adolescentes.
Noel Aparecido Paulino Todos os sábados, um grupo vai ao local e promove brincadeiras de ciranda animada, confortando meninas e meninos que estudam em escolas da área urbana e têm na atividade um dos poucos momentos de lazer aos finais de semana. O desafio agora é a construção de um pequeno parque infantil em torno da única escola, onde as aulas são para estudantes da Educação para Jovens e Adultos (EJA). “A maioria das atividades das crianças é na roça, é sabendo produzir, como plantar, lidar com animal. Então isso tudo é uma realidade que na cidade não tem. E eu faço questão de que eles tenham esse tratamento diferenciado, longe do consumismo. Mas ter luz, água, isso é básico, qualquer ser humano tem o direito de ter”, finaliza Afonso.
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o que acontece no mundo você confere aqui
Sem ruídos
Viralizou
Internautas compartilharam esta foto nas redes sociais, feita na manifestação do dia 13 de março, no Rio de Janeiro. A ação do casal com a empregada doméstica foi remetida à época da escravidão.
“A minha bronca é com o MP Estadual [Ministério Público Estadual]. Não precisaria levar uma coerção à minha casa, dos meus filhos. Não precisava, era só ter me comunicado. Antes dele, já fazíamos a coisa correta nesse país. A gente já lutava para fazer a coisa certa nesse país. Lamentavelmente preferiam usar a prepotência, a arrogância, o show de pirotecnia. É lamentável que uma parte do Judiciário esteja trabalhando com a imprensa (...) Se tentaram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve”, disse o ex-presidente Lula, no dia 4 de março, em entrevista coletiva na sede do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo, após ter sofrido a determinação de condução coercitiva expedida pelo Juiz Sérgio Moro.
Ato feminista no dia 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, no Rio de Janeiro
Delegação de refugiados
O Comitê Olímpico Internacional informou que atletas de alto rendimento poderão compor uma delegação de refugiados de guerra e da pobreza nos Jogos Olímpicos Rio-2016. Eles competirão sob a bandeira e o hino olímpico.
Estado de exceção
No dia 11 de março, a Polícia Militar do Estado de São Paulo, sem mandado ou justificativa legal, invadiu uma reunião de trabalhadores na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos dos ABC, em Diadema. A corregedoria da PM afirma que vai investigar o caso e cobrar explicações da SSP/SP.
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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
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Trabalho de assistência a um líder Sistema de flexibilização da jornada de trabalho
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Cauda, em inglês Maior (síncope)
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Proporção de uma substância no todo Biscoito com o formato de argola
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As únicas duas luas de Marte
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(?) entre nós: em segredo
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(?) Santana, cantor sertanejo
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Budismo japonês Pessoa julgada (jur.)
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Texto crítico em Fernanda (?), cadernos literários apresentadora do Prazer Érbio programa "SuperStar" (TV) sexual (símbolo) Dois clubes rivais do futebol inglês
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(?) Welles, diretor Estado corde "Cidadão Kane" tado pelo O ato heroico, por sua rio Doce repercussão no tempo (sigla)
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3/for. 4/ária — tail. 5/orson — paúra. 8/clemente. 12/banco de horas — deimos e fobos.
Naquele domingo, 20 horas, o jovem aguardava o ônibus para ir ao encontro da namorada. Como de feitio, o rapaz, assalariado, checou o dinheiro para não voltar ao banco da vizinhança, que diziam ser perigoso à noite. Apesar de nunca ter presenciado situações de violência por lá, preferiu não arriscar. Duas notas de R$ 20 eram suficientes para qualquer imprevisto. O busão que chegou era o da linha mais extensa, que cortava muitos bairros. Após 40 minutos, resolveu embarcar, porque era aniversário de namoro do casal. Dentro, estranhou a superlotação. Parecia que todos vinham de um mesmo evento. Deu de ombros, afinal, era uma coincidência como a de encontrar torcedores de futebol às quartas e aos domingos. E seguiu para a catraca, quando recordou ter emprestado seu bilhete magnético ao irmão que estava desempregado. Uma das notas de R$ 20 seria usada, pensou. Entregou o dinheiro ao cobrador, que recolheu e lhe propôs um troco com vinte centavos a menos, porque não possuía moedas. As palavras lhe doeram: dois meses antes, a tarifa aumentara outros trinta centavos. Ponderou que se fosse no boteco da vila, aceitaria numa boa (e o dono ainda ofereceria balas para compensar). Mas quando lembrou dos milhões de reais que aquelas roletas produziam, dos ônibus velhos e lotados, da falta de linhas, revoltou-se. “Não, quero o meu troco correto! Entendo que a culpa não seja sua, mas não admito seguir sendo lesado por esta empresa. Seu patrão é muito esperto, isso sim”, falou. A essa altura, outros usuá-
rios se amontoavam atrás do jovem. Eis que alguém disse: “sai da catraca, comunista”. O cobrador complementou: “desce do ônibus, vacilão”. O rapaz por algum momento pensou que deveria arrefecer, mas puxou da lembrança uma máxima que um amigo sempre lhe dizia: “a vida não deveria ter catracas”. “Olha, moço, você não deve me coagir a sair. Eu tenho o direito de usar o transporte público como qualquer um neste...” E “pow”! Um homem com a camisa do Brasil socou seu rosto. Desnorteado, tentou mirar o agressor. Viu apenas borrões em verde e amarelo. “Pega o petralha, mata, mata, mata”, escutou com medo. Outro menos voraz propôs retirá-lo do ônibus, como dissera o cobrador, durante o linchamento que se iniciava. E assim o fez a massa ensandecida na parada seguinte, com o jovem desmaiado. A horda tripulante festejou como um gol na Copa do Mundo. “Onde já se viu, fica atrapalhando o andamento das coisas”. “Esses vermelhos querem cada vez mais direitos”. “Viva o Brasil”. A esposa do homem que fez do punho o cérebro lembrou que desceriam ali, mas muniam uma única nota de R$ 100 (além dos cartões internacionais). O cobrador a interrompeu: “Não se preocupem, podem descer pela frente”. O funcionário sempre recorda do domingo em que se sentiu parte do seleto grupo patriota que raramente usa ônibus, ainda que fora demitido meses depois, tendo suas atribuições repassadas ao motorista. O casal mudou-se para Miami, onde, não raro, são chamados de cucarachas. O jovem rapaz segue encontrando a namorada aos domingos.
(?) entre nós: em segredo
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Entrelinhas
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Um beco com muitas saídas
Artista Rafael Gomes transparece ensinamentos e reflexões dos tempos de pichação em telas expostas no Teatro Vitória
Giovanni Giocondo
O
sorriso fácil, o aparelho nos dentes e o maneirismo das gírias do estudante de design gráfico Rafael Gomes ainda guardam um pouco da adolescência, época de irresponsabilidades. Desde 1º de março, o artista de 28 anos apresenta no saguão de entrada do Teatro Vitória, no Centro, uma exposição em telas que revelam muito do trabalho que um dia já fez em outras superfícies não tão “autorizadas”. Com as latas de spray em mãos e muitas ideias na cabeça, as aventuras pelos “picos” e muros de Limeira eram um desafio para os meninos dos bairros da periferia da cidade pelos idos de 2005. A pichação naqueles tempos era mais do que uma diversão ou subversão, era um modo de vida. Um desses garotos era Rafael. Então com 16 anos, o rapaz, tímido e fechado em seu próprio universo, não conseguia se expressar de outra maneira que não fosse essa. Tal personalidade o remeteu a pensar num lugar escuro, escondido: um beco. “Beco era uma palavra curta. As quatro letras permitiam que eu fizesse o picho ‘rapidão’ e fosse logo embora sem ser pego. Além do que, o beco falava muito de mim – eu era isolado – e ao mesmo tempo é uma expressão forte, que traz uma mensagem”, refletiu o rapaz. Caminhando pelas ruas próximas ao Teatro, Rafael revelou à nossa reportagem os pontos onde sua marca ainda está gravada. “Para subir ali, diz – mostrando uma inscrição em um prédio com cerca de 10 metros de altura –, precisei de um amigo para me ajudar. Esse dia foi louco”, rememorou.
Quero incentivar a rapaziada da cidade a fazer o mesmo. Se eu estou mostrando uma arte, os outros jovens também podem fazer isso
Exposição do Beco Local: Saguão do Teatro Vitória – Praça Toledo Barros, s/n, Centro Horários: Terça-feira das 13h às 17h; Quarta a sexta-feira das 11h às 18h; Sábado das 9h às 13h; e Domingo das 17h às 19h, somente quando ocorrerem espetáculos Entrada: Gratuita
Transição até a exposição
“Sempre pichei e sempre gostei disso. Mesmo com 18 anos, não estava nem aí. Só que um dia me pegaram (a polícia) e foi foda (risos). Estampei a capa do jornal como ‘o maior pichador de Limeira’. Foi uma grande decepção para a minha família, fiquei bastante chateado e apanhei. A partir daí tudo mudou”, contou Rafael. Já na universidade, o Beco saiu de cena, mas não por muito tempo. “Entrei na faculdade porque queria parar de pichar. O Beco era coisa do passado. Mas eu percebi que só fui es-
tudar por causa do picho. Aquilo era parte de mim e eu não podia abandonar, mesmo que tentasse. Então me apropriei dessa marca e pensei: ‘Por que não colocar isso em um quadro?’ Na história da arte não existia nada semelhante. E foi aí que aconteceu.” A “Exposição do Beco” pode ser vista até o dia 22 de março no Teatro Vitória, grátis, de terça a domingo. São 18 quadros que traçam o perfil plural de um artista imparável dentro da cidade. Releituras lúdicas das obras de pintores renomados internacionalmente, montagens críticas à sociedade de consumo e, claro, as referências
à história de alguém que não esqueceu as origens nos muros ásperos. “Eu esperava que, agora com a exposição, os jornais que me colocaram na primeira página quando eu era assunto de polícia me procurassem novamente, mas não aconteceu”, brinca o artista, que espera que esta seja a primeira de muitas exposições. “Quero incentivar a rapaziada da cidade a fazer o mesmo. Se eu estou mostrando uma arte, os outros jovens também podem fazer isso.” (Durante o fechamento desta edição, outro jornal da cidade também procurou o Beco para fazer uma reportagem.)