Jornal Brasília Capital 536

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

www.bsbcapital.com.br Ano XI - número 536

Brasília, 16 a 22 de outubro de 2021

Midas

às avessas Ao contrário do rei da Mitologia Grega, que tinha o dom de transformar em ouro tudo o que tocava, Jair Bolsonaro consegue converter em matéria sem valor o ouro que lhe chega às mãos. O último exemplo foi o projeto da pobreza menstrual, que propunha a distribuição de absorventes higiênicos para mulheres em situação de vulnerabilidade, e ele vetou. Páginas 6 e 7

AGÊNCIA BRASÍLIA

Resistência jovem em Ceilândia Comunidade quer manter espaço na Praça do Cidadão onde desenvolve projetos sociais há 15 anos. Administração pretende instalar uma farmácia de alto custo no antigo posto da PM. “Cultura também é saúde pública”, diz Max Maciel, um dos líderes do movimento. Pelaí – Páginas 2 e 3

Mudança de pictograma gera polêmica

Mulher-Maravilha

Mania de Churrasco

Deputado Julio Cesar propõe alteração na sinalização de placas para idosos. Iniciativa contraria acordos internacionais.

A luta das mulheres pelo direito de não dar conta de tudo e pela compreensão de que precisam de ajuda

Carne premium e praticidade no atendimento

Chico Sant’Anna – Página 9

Simone Andrade – Página 8

Dedé Roriz – Página 11


Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 16 a 22 de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

Ex pedien te

Protesto – A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) fará uma paralisação na quarta-feira (20) contra o corte de 92% nos recursos da Ciência. O ministro da Economia, Paulo Guedes. pediu ao Congresso corte de bolsas de estudo e de dinheiro para pesquisa. A Ciência ficará com R$ 55 milhões (8% do previsto inicialmente).

Diretor de Redação

Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial

Júlio Pontes

FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869

Na segunda-feira (18), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vai definir a data do depoimento do ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), sobre a offshore que mantém em um paraíso fiscal. É certo que será ainda neste mês de outubro.

Diagramação / Arte final

Giza Dairell Diretor de Arte

Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/ Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

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A fritura de Guedes

PERGUNTAS – Os deputados querem saber, entre outras coisas, se Guedes continuou sócio da empresa mesmo depois de assumir

Jovem de Expressão X Farmácia de Alto Custo Se depender do administrador de Ceilândia, delegado Fernando Fernandes, o projeto Jovem de Expressão, que forma garotos carentes há 15 anos no antigo posto policial na Praça do Cidadão, precisará ceder o espaço para a farmácia de alto custo da Secretaria de Saúde. PARECER – “Demos parecer favorável à farmácia de alto custo devido ao momento atual da pandemia, ao aumento dos casos de contaminação por covid-19 e por se tratar da distribuição de remédios para pessoas com comorbidades, como asma, esclerose e Parkinson, por exemplo”, afirmou. ALTERNATIVAS – Segundo Fernandes, que é deputado distrital licenciado, a Administração ofereceu ao Jovem de Expressão espaços como o coreto em frente ao local onde hoje acontecem as atividades, a quadra esportiva, a Escola Classe 3 (em turno noturno e aos finais

o Ministério e se a filha e/ou a mulher dele fizeram investimentos com ele já no cargo. ISOLADO – O ministro não recebeu apoio público de Bolsonaro desde a publicação da reportagem do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) sobre seus investimentos em paraíso fiscal. Tampouco de colegas de ministério e de aliados políticos do Centrão no Congresso...

REPRODUÇÃO

de semana) e o auditório da própria Regional. ARTE PERIFÉRICA – O antigo posto policial ocupado pelo Jovem de Expressão foi batizado de Galeria de Arte Periférica. O projeto reivindica o uso definitivo do espaço, com as devidas autorizações legais. “Não vamos aceitar. Cultura também é saúde pública”, afirma Max Maciel, um dos líderes do Jovem de Expressão. OFICINAS – O reduto na Praça do Cidadão é usado para iniciativas como as oficinas de maquiagem, dança e de artes visuais, além de cursinho gratuito para preparar jovens para o Enem e para vestibulares. Todas elas estão em xeque. PATRIMÔNIO – Segundo Fernandes, a decisão final depende de aprovação da Coordenadoria de Patrimônio do GDF. Depois disso, a Administração apresentará seu parecer sobre o uso do espaço e solicitará a gestão do local.

Guarda Jânio foi recebido por Mathias e Leonardo, guardiões do Parque Recreativo

Unidos pelo Parque do Setor “O” O distrital Guarda Jânio (PROS) esteve no Parque Recreativo do Setor O na terça-feira (12) e ouviu dos guardiões da unidade, Mathias e Leonardo, um pedido de revitalização do local, às margens da BR-070. É uma antiga reivindicação da comunidade de Ceilândia. O projeto está pronto, mas “existem uns entraves junto à Terracap”, disse Jânio.


Brasília Capital n Política/ Pelaí

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REPRODUÇÃO

I n fo r m e DIVULGAÇÃO

Mais 200 árvores em Águas Claras A Terracap está tirando do papel um velho sonho dos moradores de Águas Claras: a criação do Parque Sul, localizado próximo do Hospital Águas Claras - entre a as ruas Babaçu, 25 Sul, e Araribá.

REMOÇÃO – Serão plantadas 237 mudas e removidas outras 52. Segundo a Terracap, a remoção de algumas espécies é necessária por serem exóticas ao Cerrado e ao ambiente naturalmente arborizado.

Educação que conscientiza é sempre a saída Sinpro-DF

Semana de Letras em Águas Lindas De 25 a 31 de outubro, acontecerá, em Águas Lindas (GO), a 40 quilômetros de Brasília, a 2ª edição do Semana Darcy Ribeiro da Aletras (a primeira ocorreu em 2019). O evento visa estimular a leitura de obras nacionais, especialmente as produzidas por pessoas do município e região, por meio da exposição e venda de livros, além de palestras, oficinas de leitura,

Ti-ti-ti Dizem Pelaí que o senador Flávio Bolsonaro (PatriotasRJ) está inadimplente com o BRB e que há 6 meses ele não paga as prestações do financiamento de R$ 6 milhões da mansão (foto) que comprou no Lago Sul. Nem com rachadinha a coisa deslanchou...

bate-papo literário e contação de histórias infantis em escolas. Veja a programação em bsbcapital.com.br (QR CODE).

REPRODUÇÃO

Este ano, o Dia dos Professores e das Professoras transcorreu em tempos de profundo retrocesso sociopolítico e econômico. Por isso, é indispensável refletir sobre a educação que queremos e o professor ou a professora que devemos ser. Faremos coro com um modelo de educação que não abre espaço para a solidariedade, para a troca de ideias; que ignora as vidas e as relações sociais? Ou defenderemos uma educação que permite às pessoas o pensamento crítico, a consciência social e de classe; que permite a construção de escolas que rompem com a reprodução da desigualdade e do preconceito? No Ministério da Educação, temos um negacionista que atua para uma educação excludente e, no Ministério da Economia, um banqueiro que tem negócios em paraísos fiscais e lucrou R$ 15 bilhões com a mesma política econômica que impôs ao povo brasileiro a corrida por ossos para enganar a fome. No Planalto, um presidente que facilita a compra de armas e pede taxação de livros; que subtraiu quase R$ 5 bilhões da Educação em apenas um ano; que diz que

professores existem em “excesso” e isso “atrapalha”. No Distrito Federal, o governador tenta todas as manobras para deixar de pagar a última parcela do reajuste devido há seis anos. Além disso, o GDF infla a rede pública de ensino com contratação temporária e faz vista grossa à nomeação dos 373 professores(as) que estão no banco do último concurso, homologado em 2017. Por isso, se cabe a nós, professores e professoras, refletir sobre a educação que queremos, a sociedade que almejamos e qual o nosso papel, cabe também refletir sobre o governo que pode proporcionar esse cenário. Tal reflexão é para que possamos nos libertar das amarras desta triste conjuntura que nos cerca e nos fortalecermos para desenhar um amanhã muito melhor - para nós, para a educação e para o Brasil.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


Brasília Capital n Opinião 4 n Brasília, 16 a 22 de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

A nossa bandeira sempre será vermelha Júlio Miragaya (*) O título do artigo, claro, é uma provocação aos bolsonaristas, que histericamente bradam que “a nossa bandeira jamais será vermelha”. Sabemos que a extrema direita sempre procurou se apropriar de símbolos nacionais, como bandeira, hino e moeda. Ops! Moeda não, pra eles vale o dólar. Patriotismo hipócrita, pois idolatram os EUA, sonham em morar na Flórida e nutrem profundo desprezo pela maioria do povo brasileiro, pobre e negro. Mas, embora provocador, o título do artigo não é destituído de propósito. Primeiramente, porque vermelha poderia ser a cor da nossa bandeira. Afinal, Brasil vem de pau brasil, nome dado pelos portugueses no século XVI a uma árvore muito comum em nosso litoral, de onde se extraía a brasilina, substância utilizada para tingir tecidos de vermelho. Sua origem vem do termo germânico brasa (cor avermelhada),

ou de brasillis, termo que tintureiros italianos davam ao corante avermelhado extraído da sappan, madeira da mesma família do pau-brasil, muito comum em Myamar e na China, comercializada pelos árabes na Europa desde o século IX. Era chamada pelos nativos de ibirapitanga, que significa árvore vermelha. Sim, vermelho está no nome do nosso país e poderia ser a cor da nossa bandeira, até porque o “verde de nossas matas” está desaparecendo pela ação de “patriotas” madeireiros, grileiros, pecuaristas e sojeiros; o “amarelo de nosso ouro” foi financiar a Revolução Industrial na Inglaterra e “o azul de nosso céu” anda encoberto pela poluição e pelas queimadas. Ah, o “branco da paz”, este nunca tivemos. Em segundo lugar, me permitam a ironia, o próprio desgoverno Bolsonaro tem se empenhado em promover a bandeira vermelha. Com o agravamento da crise hídrica, em boa medida intensificada pela fúria desmatadora dos falsos patriotas acima citados, o

desgoverno lançou mão da geração de energia termelétrica, levando a um valor adicional nas tarifas, que recebeu o nome de “bandeira vermelha”. Em suma, o povo, todo mês, ao receber a conta de energia, é lembrado que sua bandeira é vermelha. E o ex-capitão e seus generais de pijamas, falsos patriotas, ao privatizarem a Eletrobras, garantiram que o povo brasileiro terá bandeira vermelha por muito tempo. Por fim, a nossa bandeira sempre será vermelha enquanto houver em nossos corações vermelhos o inconformismo com a desigualdade e correr em nossas veias o sangue vermelho disposto a lutar por justiça social. Vermelha é a bandeira de todos que almejam uma sociedade mais justa, seja ele brasileiro, argelino, francês ou chinês. Sim, porque, antes de brasileiros, somos seres humanos, e o que fundamentalmente nos divide não são fronteiras construídas pelas classes dominantes, mas nossas desiguais condições de vida.

É óbvio que um trabalhador brasileiro tem muito mais identidade com um trabalhador colombiano ou italiano do que com os “brasileiros” Jorge Lemann (bilionário, que, por sinal, reside na Suíça) e Paulo Guedes (que investe sua fortuna nas Ilhas Virgens, paraíso fiscal britânico). Não estou aqui sugerindo deixar a bandeira verde/amarela nas mãos dos falsos patriotas, mesmo com seu insidioso lema “Ordem e Progresso”, que, na tradução burguesa, significa “ordem para as massas e progresso para os ricos”. Mas não podemos, de forma alguma, nos intimidarmos e abandonar nossas bandeiras vermelhas ou desfraldá-las constrangidos. A bandeira nacional não é a única que desfraldamos. Quem nunca ergueu a bandeira de seu estado, do seu clube, da escola de samba etc.? A bandeira vermelha é mais uma, talvez a mais possuída de significado. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Os injustos privilégios dos parlamentares? (parte I) J. B. Pontes (*) A classe política brasileira jamais demonstrou qualquer interesse em promover uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais solidária. Eles - os políticos - sempre lutam é para manter os seus privilégios, os quais são inimagináveis, em completa incompatibilidade frente aos milhões de pobres e excluídos existentes no País. Os principais benefícios por eles oficialmente auferidos são: salários, auxílio moradia, assessores, veículos, passagens aéreas, celulares, plano de saúde... Vejamos os astronômicos valores desses benefícios e vantagens dos parlamentares:

1) Remuneração mensal de R$ 33.763,00. 2) Verba de gabinete de quase R$ 120 mil/mês, para contratar diretamente de 5 a 25 secretários parlamentares. Ainda são pagos por fora a esses assessores os custos com 13º salário, férias, auxílio alimentação e assistência médica. O Senado Federal adota o sistema de cargos comissionados, indicados pelos Senadores e contratados diretamente por aquela Casa. 3) Cota para o exercício parlamentar, que varia de R$ 30 a R$ 45 mil /mês, dependendo do estado que representam (para Brasília e o Ceará, por exemplo, é de R$ 30.000 e R$ 42.451, respectivamente). Essa verba cobre despesas com: aluguel de escritório de apoio em seus estados, passagens aéreas, alimentação, aluguel de carros, combustível, divulgação da atividade parlamentar, entre

outras. 4) Auxílio moradia de R$ 4.253/mês (senador R$ 5.500,00), caso não use apartamento funcional no Plano Piloto de Brasília. Os presidentes das Casas do Congresso Nacional moram em mansões às margens do Lago Paranoá. 5) Despesas médicas – reembolso integral das despesas individuais e dos dependentes, além de poder usar os serviços médicos mantidos pelas Casas do Congresso. 6) Cota gráfica para a impressão de material de papelaria (cartões, pastas, papel e envelopes timbrados), impressão de documentos e publicações. 7) Ajuda de custo no valor de uma remuneração mensal (R$ 33 mil), no início e no fim do mandato. 9) Aposentadoria proporcional ao tempo de mandato. 10) Uso de carro oficial em Brasília, com combustível, motorista e manutenção custeados pelas Ca-

sas do Congresso. Alguns desses benefícios são absurdos e até inconstitucionais, a exemplo da contratação de assessores, uma vez que as duas Casas do Parlamento possuem quadro de servidores efetivos concursados e comissionados mais do que suficiente para atender as demandas dos parlamentares. Os servidores efetivos, quase sempre, ficam ociosos porque os parlamentares não gostam de trabalhar com eles. São servidores do Estado e não deles. Portanto, como possuem estabilidade, não podem ser demitidos ao se recusarem a praticar eventuais atos ilegais. E, também, por receio de que os trambiques que fazem sejam vazados para a imprensa. (*) Advogado e Consultor Legislativo do Senado Fede


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I N F OR M E

Dia do Médico: aplaudam de pé a coragem dos nossos médicos Dia 18 de outubro comemora-se o Dia do Médico. Para mim, que sou médico, presidente do SindMédico-DF e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), esta é uma data de muita comemoração. E não é porque não estejamos em uma fase difícil. Na verdade, é porque estamos. Mesmo em um cenário de pandemia, superamos os obstáculos. Assim são os médicos. Sabem por quê? Porque lá atrás, quando nos formamos, assumimos o compromisso inadiável e inegociável - não impor tam as dificuldades - de atender os pacientes em suas necessidades. Nada na Medicina é fácil: o vestibular (um dos mais concorridos), a faculdade, a residência médica, as perspectivas e, sobretudo, o dia a dia daqueles que são, também, servidores públicos. No entanto, acompanho de perto a coragem dos meus colegas. Porque parar, na Medicina, não é uma opção. “Desistir” é uma

palavra que não existe no nosso dicionário. Nos tornamos médicos justamente para lutar por vidas. Essa é a meta: dos postos de saúde aos hospitais, nosso objetivo é prevenir, tratar e recuperar. Aqui no DF, enfrentamos, há anos, o desmonte da saúde pública. São aproximadamente 6 mil médicos ativos, no SUS-DF, para atender aos mais de 2 milhões de cidadãos que dependem exclusivamente da rede pública para ter acesso à saúde. A conta não bate, né? Mas, na prática, o que sobram são força de vontade e compromisso com os pacientes. Isso acontece, por exemplo, quando a lanterna de celular vira um otoscópio (aparelho necessário para ver o ouvido), quando um saco de plástico vira um Equipamento de Proteção Individual (EPI) ou quando o ar-condicionado da sala de cirurgia é resultado de uma vaquinha entre colegas. A Medicina é, sobretudo, um ato

de coragem. Nos alimentamos dos imprevistos da vida. Nos unimos em prol de uma única causa: o acesso à saúde dos pacientes. Não acreditem quando dizem o contrário. Apesar da pandemia, e mesmo com medo (porque médicos também são humanos), eles são heróis, sim. Sem os médicos, este cenário seria mais assombroso. Porque não houve, em momento algum, facilidade. A pandemia, por si só, é um desafio. E enfrentar este desafio com escassez de leitos, insumos, medicamentos, aparelhos e até assédio moral...não é para qualquer um. Hoje, parabenizo meus colegas médicos por todo o esforço. Hoje, me coloco, novamente, à disposição de todos para lutarmos por uma saúde mais digna e por condições de trabalho. Hoje, aplaudo de pé todos aqueles que me procuraram, em algum momento, para denunciar situações adversas e, simplesmente, continuar o seu trabalho.

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

Eu sei que não é fácil. Nunca foi. Mas, estamos juntos. Estamos juntos para superar, para vencer, para lutar e para um dia nos orgulharmos de dizer em alto e bom tom: “a Saúde venceu”. A Medicina triunfou sobre o descaso. Parabéns, colegas médicos. E obrigado por não desistirem dos seus pacientes.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

I N F OR M E

Sindicato dos bancários notifica BB sobre distanciamento mínimo DIVULGAÇÃO

Sindicato dos Bancários de Brasília O Banco do Brasil fez o convite, mas não arrumou a casa para receber os bancários e bancárias no retorno ao trabalho presencial. É o que os trabalhadores têm relatado, e o Sindicato confirmou durante visitas aos locais de trabalho. Ao contrário do que estipula o artigo 5º, I, do Decreto nº 45.525 do GDF, de 21 de setembro de 2021, o banco não tem respeitado os dois metros de distância mínima entre os bancários. Em ofício enviado no dia 30 de setembro, o Sindicato cobra do BB a observância dos protocolos de segurança recomendados pelas organizações sanitárias nacionais e internacionais. A entidade, empenhada na defesa de vidas humanas e na desaceleração da propagação do vírus, pede que o Manual Trabalho Presencial

Diretrizes o Covid-19 seja urgentemente retificado. O BB ainda não se manifestou. “O Banco do Brasil não comunicou previamente ao Comando Nacional dos Bancários que iria fazer essa convocação que

está chamando de retorno voluntário. No entanto, o Sindicato está atento, e vale lembrar que, de acordo com decreto do GDF, o distanciamento mínimo entre funcionários de órgãos e empresas públicos é de 2 me-

tros, diferente do determinado pelo governo federal, que é de 1 metro. Queremos padronizar em 2 metros”, explica o diretor do Sindicato, Humberto Maciel. Apesar das altas taxas de transmissão e do número de mortes ainda muito alto, o banco planeja que todos os bancários e bancárias retornem ao trabalho presencial até dezembro deste ano. Os representantes dos trabalhadores exigem negociação, planejamento e aplicação das medidas de segurança como requisitos para o fim do teletrabalho.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


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Midas às av

Bolsonaro transforma projeto social para distribuição de absorventes femininos em munição contra ele próprio José Silva Jr.

Midas era um rei da antiguidade que tinha o dom de transformar em ouro tudo o que tocava. Como presidente do País, Jair Bolsonaro tem dote semelhante, com potencial de melhorar não a própria vida, mas a de milhões pessoas. Basta tocar a ponta da caneta e assinar medidas provisórias, decretos ou sancionar projetos de lei que beneficiem principalmente as mais carentes. Acontece que o ex-capitão do Exército que hoje chefia o Brasil age como o personagem da mitologia às avessas. Nem mesmo quando a encomenda vem de fora do Planalto e em forma de presente, Bolsonaro é capaz de manter pelo menos seu estado natural. Então, acaba transformando aquilo que chegou em forma de ouro em matéria sem valor.

Foi o caso da proposta que visava a distribuição gratuita de absorvente menstrual para estudantes de baixa renda de escolas públicas e de pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema. A matéria, aprovada pelo Congresso Nacional, foi vetada com uma canetada do chefe do Planalto. Além de estranheza, a decisão causou uma grita geral, principalmente nas redes sociais. Publicada na edição da quinta-feira (7) do Diário Oficial da União, a reprovação da matéria chancelada pelo Senado e pela Câmara veio acompanhada do argumento de que o texto do projeto não estabeleceu fonte de custeio.

VETOS – “[Sobre] A despesa, ela [deputada Marília Arraes (PT-PE), autora do projeto] alega ser R$ 100 milhões. É muito mais, pela quantidade de pessoas, pela distribuição. Não é a cegonha que vai levar, tem logística de distribuição. O veto é em função disso. Se o Congresso derrubar o veto, vou tirar dinheiro da Saúde e da Educação, tem que tirar de algum lugar”, disse Bolsonaro. O presidente sancionou o projeto criando o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, mas vetou o artigo 1º, que previa a distribuição gratuita de absorventes higiênicos, e o artigo 3º, que estabelecia a lista de beneficiárias: estudantes de baixa renda matriculadas em escolas da

rede pública de ensino; mulheres em situação de rua ou em situação de vulnerabilidade social extrema; mulheres apreendidas e presidi-

árias, recolhidas em unidades do sistema penal; e mulheres internadas em unidades para cumprimento de medida socioeducativa.

Turrão malvadão Para aliados e nas suas redes sociais, onde fala para apoiadores fanáticos, o presidente deu um tom político, tentando amenizar as críticas à decisão de votar o projeto. Também disse que a proposta está sendo usada com fins

eleitoreiros, numa tentativa de colocá-lo como o “malvadão” da história por ter vetado o projeto de cunha social. Turrão, Bolsonaro fez uma ameaça clara a outras duas Pastas que não têm nada a ver com

a medida vinda do Congresso Nacional. Falou que vai “tirar dinheiro da Saúde e da Educação” para bancar a distribuição gratuita de absorventes femininos, caso o Parlamento derrube o seu veto. A ameaça pode se concretizar.

Também pelas redes sociais, o presidente do Senado, Rodrigo Pacho (DEM-MG), disse que o veto é “candidatíssimo” a ser derrubado. Os trabalhos na Casa devem ser retomados, de fato, somente na terça-feira (19).


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vessas FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

Bolsonaro afirma que irá aplicar a Lei se o Congresso derrubar seu veto. Vale ressaltar, que, neste caso, ele não teria opção

Instituto Retomar aponta desigualdade de gênero Integrante da Organização Não Governamental (ONG) Instituto Retomar, que trabalha com prevenção à violência contra mulher, Thaís Solon, classificou como uma infelicidade o veto do Presidente da República. Para ela, a decisão dele DIVULGAÇÃO

Thaís Solon, integrante da OnG Retomar, classifica como “infelicidade”o veto do presidente

acentua ainda mais a desigualdade de gênero que existe no país. “Isso é muito preocupante porque é uma questão de saúde pública que não está recebendo a devida atenção. Uma em quatro adolescentes faltam às aulas por não ter acesso a esses itens básicos de higiene menstrual”. Segundo Thaís Solon, por conta dessa situação, as mulheres têm de buscar alternativas para suprir essa necessidade. Miolo e pão, jornais, revistas, panos velhos, entre outras coisas. Um perigo à saúde, porque aumenta o risco de infecção. “Síndrome do Choque Tóxico, que pode levar a óbito. Estamos falando aqui não é só de um veto. É de uma desigualdade de gênero”, alertou ela. O Instituto Retomar iniciou recentemente uma ação contra a pobreza menstrual. Uma das ações é a distribuição de absorventes em banheiros públicos, como o da Rodoviária do Plano Piloto, para adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade. Mas ela confessa que apenas isso não suprirá a demanda por esse produto. “A gente vive num país onde 20% das adolescentes não têm água tratada. No Brasil, 200 mil meninas e adolescentes não têm acesso a banheiros dignos nas escolas: faltam itens básicos, como água e sabão”, pontua.

GDF apoia mulheres A insensibilidade do Palácio do Planalto para abrir mão de um projeto social fundamental, felizmente, não contagiou os governadores. No Distrito Federal, por exemplo, duas iniciativas prometem compensar a falta de comoção de Jair Bolsonaro. Numa delas, o governador Ibaneis Rocha encaminhou projeto à

Câmara Legislativa reduzindo o preço do absorvente no DF. Com a aprovação, o item passa a fazer parte da lista de produtos da cesta básica que terão redução para 7% na alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Em outra iniciativa do GDF, a

Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) vai lançar, na segunda-feira (18), a campanha Dignidade Feminina - Da transformação de meninas a mulheres: mais cidadania e menos tabu. Além de rodas de conversa em escolas, capacitação de apoiadores e distribuição de cartilha sobre o tema

em escolas, a ação vai incentivar as doações de itens de higiene. Será montado um grande esquema de arrecadação. Os kits de higiene serão coletados em uma ação integrada entre o poder público, a iniciativa privada, a sociedade civil, as empresas atacadistas de supermercado e as redes de farmácia.

Pontos de coleta A proposta é que as secretarias envolvidas na ação indiquem pontos de coleta para as doações. A Secretaria de Turismo, por exemplo, destinou os Centro de Atendimento ao Turista (CAT) para ser um desses pontos de coletas dos kits de hi-

giene. Tem CAT no Aeroporto, nos setores hoteleiros Sul e Norte, na Esplanada dos Ministérios (Casa de Chá), e nas administrações de Sobradinho e do Gama. “A ausência da dignidade menstrual reforça a desigualdade de gêne-

ro na sociedade. Estamos falando, por exemplo, de estudantes que deixam de ir à escola ou de praticar esportes quando estão menstruadas porque não têm condições de comprar absorventes. Isso é um problema grave, que precisa ser debatido e soluciona-

do. Por isso, essa campanha vai além de doar absorventes. Ela está muito focada principalmente em informar e educar essas meninas e mulheres”, explica a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, em entrevista para a Agência Brasília.


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Mulher-Maravilha A mulher de hoje luta pelo direito de não dar conta de tudo, pela compreensão de que precisa de ajuda Simone Andrade (*) DIVULGAÇÃO

Quem não conhece a história da Mulher-Maravilha? Linda, inteligente, guerreira. Uma mulher à frente do seu tempo, ela enfrenta grandes batalhas e tem muitas habilidades. A princípio, não é tão diferente da mulher contemporânea, também uma lutadora, às vezes chamada de guerreira, cheia de habilidades para lidar com as demandas da vida, que além de cuidar da família e das atividades domésticas trabalha fora e muitas ainda estudam para conseguir se manter no mercado de trabalho. Não podemos deixar de reconhecer que a cada dia as mulheres têm conquistado novos espaços e se posicionado na sociedade. Porém, ainda existe um longo caminho a ser percorrido na busca da equiparação entre homens e mulheres em vários aspectos. Hoje, a nossa reflexão é sobre até que ponto ser considerada a Mulher-Maravilha contemporânea está servindo de pretexto para sobrecarregar, ainda mais, a mulher real. A mulher moderna tem tentado dar conta de tudo, tem se cansado, se frustrado, se

culpado e adoecido, enquanto luta para sair do domínio do patriarcado enraizado na nossa sociedade até hoje. Então, mesmo após ter conquistado direitos importantes para a sua valorização, a mulher de hoje luta pelo direito de não dar conta de tudo, pela compreensão de que precisa de ajuda. Pesquisas mostram que as atividades domésticas da maioria das mulheres brasileiras aumentaram com a pandemia. Assim, elas estão se cobrando ainda mais por uma produtividade inalcançável, desumana. Essa Mulher-Maravilha que todos esperam que sejamos não existe! O que existe é uma mulher sobrecarregada e adoecida. A Mulher-Maravilha que resolve tudo só existe nos sonhos de quem ainda não compreende a necessidade da colaboração nas tarefas domésticas e nas responsabilidades com os filhos. E olha que isso tem melhorado ao longo dos anos! Mesmo assim, pesquisa do IBGE de 2019 mostra que as mulheres gastavam, em média, 21,4 horas semanais em afazeres domésticos, enquanto os homens gastavam 11 horas semanais. Essa participação masculina, embora já exista, tem sido sem iniciativa, onde as mulheres precisam pedir, além de explicar o que fazer, o que acaba se tornando um desgaste mental. Desta forma, como fica o futuro das mulheres no que diz respeito à sua saúde mental

diante de uma sobrecarga que não tem previsão de diminuir? A indicação é começar a se cuidar, buscar ajuda para aprender a se valorizar, se priorizar, fortalecer sua autoestima, para se ver como uma pessoa que tem não só deveres, mas também direitos: o direito de descansar, de não carregar o mundo nas costas, de não dar conta de tudo, de não se sentir culpada e de não achar que seu valor está em tudo que faz pelos outros em detrimento de si mesma. E COMO ISSO SE FAZ? Comece se conhecendo, entenda seus pontos fortes e pontos fracos. Saiba seus limites, onde quer chegar, o que te faz feliz, e, principalmente, quais são as batalhas que você escolhe lutar. Há muitas que não valem o nosso tempo nem a nossa energia. Outra sugestão é que aprenda a gerenciar o seu tempo, não para fazer uma lista interminável de tarefas, que, no fundo, sabe que não vai conseguir cumprir, mas para observar que já faz coisas demais em um dia e é possível delegar algumas dessas tarefas. Reduzir as tarefas do dia é o primeiro passo. Iniciar um pro-

cesso de conscientização da sua família sobre a importância da colaboração nas atividades domésticas também é importante. E lembre-se: o trabalho, as obrigações nunca acabam. Dia a dia, sempre estarão lá, e as pessoas tendem a valorizar quem se valoriza primeiro! É hora de tirar um tempo para descansar, se cuidar, se divertir, fazer o que gosta, estar com quem ama. Com o passar do tempo, a tendência é que a nossa vitalidade física diminua. Talvez amanhã você queira recuperar esse tempo e se divertir mais, rir com a família, viver de fato. E poderá ser tarde por várias questões. Podemos recuperar muitas coisas na vida, mas o tempo passado e a vitalidade não existe nada no mundo que nos traga de volta. Por isso, busque ajuda de um profissional de saúde mental e valorize o momento atual. Viva da melhor forma, seja quem você realmente quer ser e faça o seu melhor! Lembrando que o seu melhor é o equilíbrio entre o que precisa ser feito e sua saúde física e mental. (*) Psicóloga


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Brasília

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Por Chico Sant’Anna

A polêmica do pictograma do idoso Deputado Julio Cesar, do DF, propõe mudança de sinalização e contraria acordos internacionais O deputado Julio Cesar (Republicamos-DF), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa Idosa, levantou uma polêmica na Câmara Federal ao apresentar o Projeto de Lei 3.413/21 propondo a mudança em todo o Brasil do pictograma referente aos idosos. A proposta altera a Lei 10.741, relacionada ao Estatuto do Idoso, que dispõe sobre o símbolo utilizado para referência aos direitos das pessoas com 60 anos

ou mais. Julio Cesar propõe que o desenho seja substituído por uma figura baseada em uma pessoa saudável e que indique a idade mínima de 60 ou 80 anos, conforme o caso. De acordo com projeto, o novo pictograma deverá ser utilizado onde houver sinalização de atendimento prioritário, como placas ou locais reservados aos idosos. O parlamentar justifica que a proposta tem o objetivo de ressignificar a imagem da pessoa idosa perante aos seus direitos e nos espaços que ela frequenta. “É preciso esquecer a figura de que a pessoa idosa anda sempre curvada e com auxílio de uma bengala. O que mais vemos hoje, são pessoas da terceira idade mais dispostas a mudar de vida, buscando alternativas saudáveis para mudar sua rotina”, afirma Julio Cesar.

AGÊNCIA CÂMARA

Júlio César, a figura representada na placa deve ser de um idoso saudável

Sinalização é internacional O representante do venção de Genebra, de Distrito Federal parece 1968, que padroniza desconhecer os acorinternacionalmente a dos internacionais asiconografia das placas sinados pelo Brasil e as e sinais usados para a normas que os regem. mobilidade e acessibiNuma iniciativa, que lidade urbana. em nada mudará a siTambém no âmbituação social dos idosos to da Organização das no País, Júlio Cesar quer Nações Unidas (ONU), que adotemos isoladao País assinou, em mente uma iconografia 1991, o United Nations diferente da usada em Principles for Older Segundo o autor do projeto, “é preciso esquecer a figura de todo o mundo nas plaPersons, e no espectro que a pessoa idosa anda sempre curvada e de bengala” cas e sinalizações que da Organização dos fazem referência aos Estados Americanos (OEA), em idosos com 60 anos ou mais. país. Para o deputado, essa icono- 2017, acordo que prevê, dentre A iconografia da pessoa com o grafia é jocosa para com os idosos. outros direitos aos idosos, a retronco curvado e portando benga- Ele parece ignorar que o Brasil é serva de assentos preferenciais às la é utilizada independentemente signatário de vários acordos in- pessoas mais velhas e a sua adedo idioma ou do alfabeto de cada ternacionais, dentre eles a Con- quada sinalização.

Saiba + O objetivo de todos esses acordos é o de promover, proteger e assegurar o pleno gozo e exercício dos direitos da pessoa idosa e de fomentar um envelhecimento de melhor qualidade. Com esses acordos, padronizou-se internacionalmente uma iconografia capaz de orientar a todos. Um brasileiro, dentro ou fora do País, ou um estrangeiro no Brasil, mesmo que seja analfabeto, reconhecerá e entenderá as orientações. Por esse motivo, a maioria das placas e sinais só traz desenhos, sem qualquer texto.


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QUESTÕES DA ALMA

Anna Ribeiro O que realmente importa Avatares são seres midiáticos que, não satisfeitos em mentir para si, mentem para os outros também. E publicam muito. Fiz um retiro a dois na contramão de tudo isso. Compartilho com vocês Em tempos de redes sociais, é comum a criação de um avatar. Caso você ainda não esteja habituado a essa expressão, explico

melhor. Avatar é aquele sujeito supremo, poderoso, quase imortal que retoca todas as fotos e publica uma vida irreal.

ESPÍRITA

São criaturas que não têm dor dente, dor de barriga ou coisa que o valha. Malham todos os dias, são bons filhos, bons pais, ótimos amantes, nunca se exaltam ou cometem erros. Enfim, são seres midiáticos, pessoas que, não satisfeitas em mentir para si, mentem para os outros também. E claro, publicam (e muito). Fiz um retiro a dois na contramão de tudo isso. Compartilho com vocês. Não teve maquiagem, não teve ensaio, não teve frase feita, não teve choro forçado nem riso de mentira. Não teve discurso, não teve declaração, declamação. Não teve foto em rede social, não teve telefone tocando, não teve. Teve olho no olho, teve troca de olhares, teve pele na pele, teve silêncio e confissão velada, teve boca na boca. E mais: teve boca a boca, porque a gente se salva e

Professores, heróis brasileiros Os políticos, em geral, falam da profissão de professor como sacerdócio – uma desculpa para não valorizá-los

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

ta direção? Nada, mercê da Justiça mandar pagar o restante do reajuste concedido pelo ex-governador Agnelo Queiroz, irrisórios 5%. Os políticos, em geral, falam da profissão de professor como sacerdócio – uma desculpa para não valorizá-los – e, embora seja, sacerdócio não paga contas. Para que exerça o sacerdócio, é preciso mantê-los motivados, valorizando-os, pagando-os dignamente. Educação é a única atividade

Anna Ribeiro Escritora

DIVULGAÇÃO

José Matos

Coincidentemente, em países superdesenvolvidos, tais como Nova Zelândia e Alemanha, os salários dos professores são os mais altos do mundo e, nos países subdesenvolvidos, os mais baixos. Não haverá uma relação direta entre valorização do professor e desenvolvimento? Nosso atual governador, Ibaneis Rocha, afirmou, publicamente, que os professores mereciam salários de juízes. E o que fez até agora nes-

se resgata cada vez que a gente se olha. A cada toque nos salvamos, nos guardamos e saltamos, juntos, muros e precipícios. Quando fechamos os olhos, é pura tranquilidade, porque nos sabemos nossos e inteiros um para o outro. Guardo teu descanso, guardas minha angústia. Guardo teu grito, guardas minha loucura. Descanso no teu colo e me refaço no teu abraço. Te alimento, me sacias. Mais cúmplices que duas crianças. Com a gente é assim, sem muito roteiro, com muitas cenas de emoção, muito beijo na boca e pelo resto do corpo. Com a gente é assim, a gente é subversivo, erudito e popular. Tem verdade, de verdade.

que permanece. A nossa base moral vem de Moisés, com os 10 mandamentos, trazidos há 3.100 anos. Tudo o mais é transitório. Moisés era a pessoa mais preparada da época, tanto em educação tradicional como em educação esotérica. Convidado para uma palestra sobre educação, famoso filósofo da antiguidade pediu 6 meses. Transcorrido o tempo, foi fazer a palestra levando dois cachorros mastim. Soltou um coelho e um ca-

chorro, que o estraçalhou. Soltou outro coelho e outro cachorro, que foi brincar com o coelho. Então, o filósofo concluiu: a diferença é que um é educado e o outro não é. Há quatro tipos de professores: 1 - Ensinador: ensina sua disciplina, dissociada das outras; 2 - Integrador: ensina sua disciplina integrada com as outras, ou contextualizada, como se diz atualmente; 3- Educador: ensina dando ênfase também à formação do aluno como ser humano; 4 - Terapeuta: ajuda o aluno a superar seus conflitos emocionais. No futuro, todos os professores serão professores-terapeutas. Jesus mostrou-se um Mestre-Terapeuta quando afirmou: “Tenho vos chamado amigos porque tudo que aprendi de meu pai tenho lhes ensinado”. Salve os professores, heróis do povo brasileiro! José Matos

Professor e palestrante

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Brasília Capital n Gastronomia n 11 n Brasília, 16 a 22 de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

Gastronomia Dedé Roriz

CLASSIFICAÇÃO $ - BARATO $$ - MÉDIO $$$ - ALTO $$$$ - CARÍSSIMO

Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz

FOTO: DIVULGAÇÃO

MANIA DE CHURRASCO

Carnes premiuns e praticidade no atendimento Carnes Angus black, praticidade e rapidez na hora do pedido, que é feito em totens instalados na loja, são o diferencial do Mania de Churrasco, na praça da alimentação do Brasília Shopping. Na entrada, o cliente recebe um pager para retirar o pedido. Tudo muito rápido e prático. A comida gourmet tem um preço super acessível para todos os gostos. A casa oferece uma carne com até três acompanhamentos, além de arroz tradicional e ou arroz 7 grãos, saladas, milho na manteiga e o feijão produzido exclusivamente para a rede Mania de Churrasco; As carnes são premiuns. Entre elas, bife de vazio, picanha e ancho black Angus. Mas vale experimentar o pão de alho crocante por fora

e bem recheado e molhadinho por dentro, além de outras entradas, como a onion rings, batata rústica e as fritas tradicionais. Mania de Churrasco é mais uma criação dos empresários Sérgio Graça (Serjão) e Renato Cavalheiro, que já são donos de empreendimentos como Peixe na Rede e Bio-Mundo Park Shoping. O espaço no Brasília Shopping fica numa área de 500 m² com dois andares. O operador da casa é Rafael Lopes, que sugere sempre o chope gelado ou a exclusiva limonada com amoras. Ele lembra que a unidade é a maior do Mania de Churrasco do País, com mezanino preparado para eventos para até 100 pessoas, além da brinquedoteca com capacidade para até 40 crianças simultaneamente.

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Cartão Gás. Porque o GDF não para de pensar em quem mais precisa.

A partir de agora – e durante todo o período em que a pandemia estiver em vigor –, milhares de pessoas em vulnerabilidade social, aqui no DF, terão direito a um Cartão Gás para ser utilizado de 2 em 2 meses em estabelecimentos credenciados. O Cartão Gás é mais uma iniciativa que leva amparo e dignidade para quem mais precisa. E que, junto ao Cartão Prato Cheio, ao DF Sem Miséria, ao Renda Emergencial, ao Bolsa Alimentação Escolar, ao Cesta Verde e às milhares de refeições servidas diariamente nos Restaurantes Comunitários, coloca o DF em primeiro lugar, no Brasil, na distribuição de benefícios sociais para pessoas carentes. Uma verdadeira rede de proteção, que já beneficiou 700 mil pessoas até aqui.


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