Jornal Brasília Capital 552

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O requinte dos cafés e doces da Dolce Cacao Pâtisserie

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GASTRONOMIA

Ano XII - número 552

Dedé Roriz – Página 12

Brasília, 5 a 11 de fevereiro de 2022

SAÚDE PODRE Raimundo Gusmão ficou 30 dias internado no HBDF para trocar pinos de um ferimento. Devido à demora, a perna “apodreceu” e precisa ser amputada. Mas o procedimento não tem previsão de ser feito e a infecção se alastra. Na sexta-feira ele testou positivo para covid-19. Foi contaminado dentro do hospital. Páginas 6 e 7

MARCELLO CASAL JRAGÊNCIA BRASIL

Segundo aeroporto do DF pode não decolar

Ministério Público vê problemas na licitação da Terracap para venda do aeródromo Botelho, em São Sebastião Chico Sant’Anna – Página 10

Abram portas e janelas para o fumacê entrar Via Satélites – Página 10

Moro é persona non grata no STF Pelaí – Páginas 2 e 3


Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 5 a 11 de fevereiro de 2022 - bsbcapital.com.br

Ex pedien te

IRRESPONSABILIDADE – Enquanto os colegas tentam aumentar a proteção contra o coronavírus, Jorge Viana (Podemos/foto), eleito com votos de trabalhadores da Saúde, compareceu à sessão com sintomas de covid. Horas depois testou positivo.

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Moro é persona non grata ANTONIO CRUZ/ AGÊNCIA BRASIL

O apoio de parte considerável da grande mídia à candidatura de Sérgio Moro (foto) levantou um sinal de alerta no meio político e no Supremo Tribunal Federal, onde o ex-juiz é persona non grata. Ele é visto como mais perigoso para a democracia do que Jair Bolsonaro. UNIÃO BRASIL – O debate sobre o perfil de Moro no STF ganhou força quando o ex-juiz foi cotado para ser candidato pelo União Brasil, maior e mais rico partido do País atualmente. Não demorou para a cúpula do UB jogar um balde de água fria na ideia de apoiar Moro.

vembro de 2021. Por lá, no entanto, ele continua soberano.

NÃO PODEMOS – O mesmo recado já foi dado ao Podemos, partido no qual Moro se filiou em no-

PERIGOSO – Desconhecido politicamente e com viés totalitário. Estas são algumas das ca-

racterísticas apontadas pelos caciques contrários à possível chegada de Moro ao Planalto. Um ministro do Supremo tem sido responsável pelos alertas junto aos colegas.

PT debate eleição no DF O diretório do PT-DF se reúne sábado (5) para discutir a preparação do partido para as eleições de outubro. Mas não será tomada nenhuma decisão sobre a tática eleitoral e o nome que disputará o GDF. Na quarta (2), uma comissão de dirigentes locais foi recebida pelo deputado José Guimarães (CE) para informar sobre a processo em Brasília. SÓ OUVIDOS – Membro do grupo de trabalho eleitoral do Diretório Nacional, Guimarães ouviu as ponderações dos dois pré-candidatos a governador (Geraldo Magela e Rosilene Corrêa), do presidente Jacy Afonso, do vice, Wilmar Lacerda, e da distrital Arlete Sampaio.

LULA – Ele esclareceu que todas as decisões devem estar orientadas pela campanha de Lula e que a Nacional acompanha todos os estados. Os representantes locais afirmaram que querem ajudar na campanha de Lula e estão tra-

balhando para formar alianças com outros partidos, inclusive com a possibilidade da federação partidária com PV, PCdoB e PSB. O PT-DF só tomará qualquer decisão sobre a tática eleitoral após conversar com a nacional. DIVULGAÇÃO


Brasília Capital n Política/ Pelaí n 3 n Brasília, 5 a 11 de fevereiro de 2022 - bsbcapital.com.br

Arrudiando Marido da ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, deputada licenciada Flávia Arruda (PL), o ex-governador José Roberto Arruda (PL) nunca deixou de circular nos bastidores da política local. E, ultimamente, por intermédio da esposa, da nacional. CARDÁPIO – Na quinta-feira (3), ele almoçou com três amigos no restaurante Fazenda

Churrascada, na Vila Planalto. A conversa foi interrompida duas vezes por populares que o abordaram. O clima era amistoso, mas o cardápio o mesmo de sempre: política. ATROPELAMENTO – Há quem aposte que Flávia concorrerá ao Buriti, passando por cima do aliado Ibaneis Rocha (MDB), para montar o palanque de Bolsonaro no DF. Os arrudeios estão em curso...

Compreendendo o Incompreensível Por que 25% dos entrevistados das pesquisas continuam aprovando Bolsonaro? J. B. Pontes (*) DIVULGAÇÃO

SILVIO ABDON/CLDF

Passaporte da vacina A nova situação da pandemia gerada pela variante ômicrom fez aumentar o número de infectados e exige mais leitos de UTI para tratar casos graves de covid-19. Na sessão de quarta-feira (2), os deputados distritais defenderam a vacinação. “Os negacionistas estão lotando as UTIs”, afirmou Arlete Sampaio (PT), uma das líderes do bloco que defende a adoção imediata do passaporte da vacina no DF. PLANEJAMENTO – Para Chico Vigilante, faltou planejamento ao GDF para lidar com a terceira onda, que já vinha sendo prevista por especialistas. Ele foi o primeiro a sugerir medidas na própria CLDF, como a volta da medição de tem-

peratura nas entradas da Casa e a exigência do passaporte de vacina para adentrar o prédio. CONGRESSO – Fábio Felix (Psol) relatou visita ao Congresso Nacional, onde o passe vacinal é obrigatório. “Fui a uma reunião lá e só fui admitido após comprovar a imunização”. Ele criticou os que “espalham mentiras sobre a vacina”. GASTOS – Leandro Grass (Rede) avaliou que “coisas estranhas estão acontecendo em relação à gestão da pandemia no DF”. “Parece decisão pensada deixar os leitos de UTI sobrecarregados”, o que seria, segundo ele, “motivo para justificar mais gastos e contratações de empresas”.

Te n t e mos compreender porque, afinal, Bolsonaro continua a ter aprovação de 25% dos entrevistados na maioria das pesquisas. Concluiremos que qualquer um que fizesse o que ele fez alcançaria essa aprovação: - Retirar direitos dos trabalhadores e das camadas mais carentes da população para aumentar o lucro dos empresários; - Isentar de multa os empresários que agridem o meio ambiente e cometem outras irregularidades, reduzindo ou impedindo a ação fiscalizadora dos órgãos públicos competentes, em todos os setores. - Governar para os empresários, sempre em detrimento dos pobres e dos empregados, em especial para o grande capital internacional. - Entregar, a “preço de banana”, ao controle do capital internacional, os últimos patrimônios valiosos do País, a exemplo do pré-sal, de setores da Petrobrás (gasodutos, Petrobrás distribuidora etc). - Conceder aumentos salariais e outros benefícios aos militares, a juízes e membros do Poder Legislativo, os quais foram poupados das reformas impopu-

lares e desumanas que ele aprovou comprando votos de parlamentares. - Liberar recursos das emendas de relator (RP9) e conceder outras benesses – indicação de apadrinhados para cargos públicos, por exemplo - aos parlamentares em troca de apoio para aprovação de leis que retiram direitos das camadas menos favorecidas da sociedade. - Gastar recursos públicos com objetivo específico de construir uma imagem pessoal fictícia, beneficiando setores da mídia – para silenciarem sobre as barbaridades que comete - e os blogs integrantes do “escritório do ódio” para a divulgação de fake news, atacando todos que não concordam com ele. - Distribuir recursos públicos e outras benesses às igrejas neopentecostais para obter o apoio de todos os pseudos líderes religiosos, que se dizem representantes de Deus na Terra. - Prometer às polícias e militares a normatização que lhes favoreçam, a exemplo da “excludente de ilicitude” - licença para que possam atuar livremente, sem serem responsabilizados pelos ilícitos e assassinatos que cometerem - e outros benefícios patrimoniais (programa de moradia exclusivamente para eles). Infelizmente, ao conceder todas essas vantagens, conseguiu que parte das nossas instituições seja mais fiel a ele do que à Nação Brasileira. E tem ainda uma multidão de pobres idiotas que continuam apoiando e dando a vida por ele, desconhecendo que um dos seus principais compromissos é livrar os próprios familiares e amigos de serem julgados e condenados pelos crimes que cometeram. (*) Geólogo, advogado e escritor


Brasília Capital n Opinião 4 n Brasília, 5 a 11 de fevereiro de 2022 - bsbcapital.com.br

Alternativas para superar a semiestagnação da economia brasileira Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

Apresento no artigo desta semana a reprodução da nota aprovada na reunião plenária do Conselho Federal de Economia, do qual volto a fazer parte em 2022, como conselheiro. “Vários fatores devem contribuir para dificultar o crescimento da produção e do emprego no ano corrente. A elevação da inflação tem reduzido o poder aquisitivo e o ambiente de estagnação econômica tem impedido a sua recomposição para amplos segmentos da população, o que resulta em menos compras e, assim, menos atividade econômica. A política monetária escolhida para o combate à inflação, por meio de um ciclo de elevações nas taxas básicas de juros, vem tornando o crédito

mais caro, desincentivando investimentos produtivos e consumo dependente de crédito. “As regras fiscais em vigor, em particular o teto de gastos, ao restringirem excessivamente os gastos públicos, inviabilizam políticas anticíclicas, como investimentos públicos em infraestrutura, C&T e em setores com grande impacto social. Adicionalmente, as incertezas políticas podem se elevar com os embates que deverão ser acirrados neste ano eleitoral, paralisando ainda mais investimentos produtivos. Dificilmente a elevação das transferências assistenciais, a exemplo do Auxílio Brasil, será suficiente para gerar um volume da demanda que venha a compensar todos os referidos fatores adversos e impulsionar a produção e o emprego. “Importa destacar que outras estratégias poderiam ser adotadas para retomar a expansão da atividade econômica, com a inflação devidamente controlada. Entretanto, a maior dificuldade

tem sido a abordagem anacrônica da política econômica, que insiste em rejeitar uma atuação mais ativa do governo. Preferem esperar que um grande surto de investimentos privados, internos e externos, resultará de taxas de juros menores, permitidas por reduções de gastos públicos, mesmo que essas reduções representem menos demanda pela produção das empresas. Contudo, o que se tem observado, como resultado dessa estratégia, é a manutenção de uma economia semiestagnada. “Muito maior possibilidade de funcionar seria uma política econômica mais ativa. Para o controle da inflação, muito favoreceria uma atuação nos mercados do setor real, como a moderação da regra de paridade de preços internacional da Petrobrás, a suavização do repasse de custos às tarifas de energia elétrica, a utilização sistemática de estoques reguladores de produtos agropecuários e eventuais desonerações, desde

que pontuais e temporárias, em setores de grande impacto inflacionário com custos muito pressionados. “Tais medidas, ao permitir uma política monetária com taxas de juros menores, ao lado de uma política fiscal anticíclica, com gastos em infraestrutura, favoreceriam um ritmo aceitável de recuperação da produção e do emprego. Todavia, o temor de uma reação desfavorável, por parte do setor financeiro, tem mantido a política econômica refém daquele setor. Para superar essa situação de persistente semiestagnação, o mercado financeiro precisa se adequar aos interesses maiores do país. Atualmente, o Brasil tem as condições e pode lançar mão de instrumentos para alcançar uma prosperidade e geração de oportunidades bem maiores, retomando o processo de desenvolvimento inclusivo e sustentável”. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Brasil: chega de tanta barbárie! Fátima Sousa (*)

DIVULGALÇÃO

O cruel assassinato do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe exige uma ação rápida e severa do poder público do Rio de Janeiro. É preciso não apenas identificar, mas punir com rigor o ato doloso e sem espaço para defesa praticado contra um jovem de 24 anos, por motivos fúteis. Nada justifica o espancamento que ele sofreu. E palavras de indignação já não bastam para responder à violência que assola o País e abate, especialmente, pessoas imersas nas minorias: pobres, pretos, subempregados, LGBTQIA+ e outros.

Presos os suspeitos, é preciso agilizar a investigação e garantir punição exemplar e sem brecha para liberdade. É momento de decisões pedagógicas, para frear a violência e reeducar segmentos que, na expectativa da impunidade de sempre, praticam atos como aquele. A dor da família do Moïse não pode ser menosprezada. Que seja feita justiça! E que cada um de nós possa agir por um Brasil melhor para todas, todos e todes. Por ele e por tantos outros que, antes dele, foram vítimas de crimes não esclarecidos. Como brasileira e defensora dos direitos humanos, eu me recuso a aceitar que esse seja o Brasil possível para nossos irmãos refugiados. Não aceito este país não proteja sequer o cidadão que nasceu aqui e ajudou a construir a sua história. Venho somar

REPRODUÇÃO

Cartaz divulgado nas redes sociais pede justiça pela morte de Moïse Mugenyi

forças, e oferecer minha voz, aos movimentos que tenham esperança de promover as mudanças necessárias para fazer do Brasil, de fato, um lugar acolhedor, com políticas públicas inclusivas e

uma sociedade focada no bem-viver de todos. A barbárie noticiada em toda a mídia expõe questões que para muitos sequer são problemas. Nossa sociedade vive anestesiada, absorvida pela falta de perspectivas e empatia. Racismo, xenofobia e precarização das relações de trabalho são as mais evidentes questões escancaradas pela tragédia do congolês. É mais um caso gerado pelo histórico do Brasil, mas também dos estímulos à violência por parte do desgoverno e dos tempos sombrios que vivemos, em que faltam políticas para o bem-viver e se espalham movimentos para a instauração da sociedade do medo. (*) Enfermeira sanitarista, professora da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB


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I N FOR M E

GDF não repassa PDAF às escolas O aumento dos casos de covid-19 devido à variante Ômicron e todos os riscos que uma volta às aulas presenciais neste momento acarreta para estudantes, professores(as), orientadores(as) educacionais e para a comunidade escolar não têm sido a única preocupação dos(as) gestores(as) das escolas públicas do Distrito Federal. Com o início do ano letivo se aproximando, o GDF ainda não repassou os recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF) para as unidades escolares e sequer publicou uma portaria, fato que, ao não tomar as providências em tempo hábil, deixa os(as) gestores(as) em situação extremamente delicada para resolver os problemas das escolas. A diretoria do Sinpro solicitou reunião para tratar desta pauta e de outras reivindicações, mas o governo não respondeu. AUTONOMIA – O repasse das verbas do PDAF visa garantir mais autonomia na gestão financeira das escolas e atender às especificidades das diferentes modalidades de ensino, nos termos do Projeto Político-Pedagógico e do Plano de Trabalho.

REPRODUÇÃO

“É inadmissível que o governo não tenha repassado estes recursos para ae escolas”, afirma a presidente do Sindicato dos Professores do DF, Rosilene Corrêa

Os valores repassados para cada unidade escolar têm como base o número de alunos(as) registrados(as) no Censo Escolar do ano anterior e seus acréscimos, quando aplicáveis. Já o montante anual para a Coordenação Regional de Ensino tem como base 1% da soma total dos recursos de suas respectivas unidades escolares e seus acréscimos, quando aplicáveis. A inapetência do GDF em não repassar os valores às escolas mostra que a Edu-

cação não é prioridade para o governo Ibaneis. Nossa luta é e sempre será pela qualidade no ensino. Para isto, é necessário investimento do Estado na construção de novas escolas, na realização de concursos públicos para sanar a defasagem de educadores, além do comprometimento do governador com o segmento e do respeito com a organização dos(as) gestores(as) com o ano letivo, que agora está comprometido devido ao não repasse do PDAF.

“É inadmissível que o governo não tenha repassado estes recursos para as escolas, pois é a partir deste valor que os gestores organizam o ano letivo. Isto mostra uma total falta de compromisso do GDF com a educação pública, que carece de investimento para que possamos ter uma educação pública de qualidade”, ressalta a diretora do Sinpro, Rosilene Corrêa. O Sinpro, na defesa do compromisso com a escola pública, gratuita e democrática, ressalta que o PDAF tem uma enorme importância, uma vez que a partir do recurso são feitas as reformas necessárias e aquisições para melhorar o atendimento aos estudantes. O sindicato ainda enfatiza que sem recursos financeiros não existe escola pública de qualidade.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

I N FOR M E

Sindicato cobra ampliação do home-office no BRB A diretoria do Sindicato dos Bancários de Brasília realizou, quarta-feira (2), juntamente com funcionários do BRB, um ato de protesto no Edifício Brasília. Durante a atividade, os dirigentes dialogaram com os bancários sobre a importância do fortalecimento e cumprimento dos protocolos de segurança para o enfrentamento à variante ômicron e ao Influenza para proteger a vida dos bancários e dos clientes. Entre outros pontos, o Sindicato defende a ampliação do trabalho em home-office. A reivindicação leva em conta o cenário de explosão no número de casos da ômicron no DF, somado ao surto de influenza, que atinge os bancários e bancárias em todas as unidades do BRB, e que tem se refletido no aumento de afastados do trabalho, bem como a busca crescente por atendimentos pelo BRB Saúde. Para a diretoria do Sindicato, os funcionários estão correndo riscos desnecessários trabalhando presencialmente

DIVULGAÇÃO

Reivindicação leva em conta a explosão do número de casos de covid-19 no DF

durante o novo pico da pandemia. De acordo com o diretor Ronaldo Lustosa, no encontro com os funcionários da área de Tecnologia da Informação do BRB, lotados no Edifício Brasília, foi unânime o entendimento de que, neste momento, é possível e fundamental a ampliação do trabalho em home-office. “Devemos reforçar ainda mais as me-

didas de proteção. Todos os funcionários consultados apoiam e solicitam o imediato retorno ao home-office e apresentaram, inclusive, dados que comprovam que o rendimento e as entregas não caíram durante o período em que estiveram no trabalho remoto. Ao contrário: foram superiores”, pontuou. Lustosa ressaltou que outros bancos

já estão liberando os funcionários para trabalhar em casa. “O BRB deve seguir o exemplo dos outros bancos e liberar os funcionários para o trabalho remoto. A vida dos servidores do BRB e de seus familiares deve ser prioridade neste momento”, disse. “Dia após dia, pessoas estão sendo infectadas pela covid-19. Por isso, pedimos que todos tenham responsabilidade e evitem ir ao trabalho na menor suspeita de um possível positivo. E é fundamental que a instituição cumpra com rigor as normas de segurança”, concluiu a diretora da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Samantha Sousa.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


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Paciente apodrece viv Raimundo aguardou 30 dias para trocar pinos num ferimento na perna, que agora precisa ser amputada. Ele pegou covid no hospital José Silva Jr. “A situação do meu pai é bem complicada. A ferida no pé direito dele está muito exposta já. E já está com mau cheiro, a dor é constante. As pernas dele também estão inchadas. Meu pai precisa de um tratamento. Os médicos disserem que é melhor amputar a perna dele. Porém, tinha que ser o mais breve possível, porque a tendência e só piorar. Até mesmo agravar a perna esquerda. Eles disseram que não tem previsão da cirurgia porque têm pessoas na frente”. O drama narrado acima é do filho de um paciente do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) que está internado há mais de um mês com um ferimento provocado por um acidente. Por causa da demora, ele terá de amputar a perna. Mas nem isso está conseguindo, devido à omissão da unidade hospitalar. E na sexta-feira (5) ele testou positivo para a covid-19. Foi contaminado dentro do hospital. Na terça-feira (1º/2), o deputado Chico Vigilante (PT) trouxe o caso ao conhecimento público, especial-

mente das pessoas presentes à primeira sessão do ano da Câmara Legislativa – entre elas, o governador Ibaneis Rocha (MDB). Internado há mais de um mês na unidade gerida pelo Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (Iges/DF), Raimundo Carvalho Gusmão, 62 anos, vive um terrível drama: precisa amputar uma perna devido à demora do atendimento. É o procedimento que lhe resta para permanecer vivo, diante do risco de avanço da infecção por todo o corpo. Ele foi levado para o hospital após sofrer um acidente. Lá, foi submetido a um procedimento chamado osteossíntese (colocação de pinos de sustentação em membros do corpo fraturados, que foi o caso dele). Era uma medida paliativa, pois o paciente precisaria passar por outros tratamentos. Porém, com a demora, os pinos se soltaram. Raimundo voltou a ser internado para que fosse realizada a substituição dos pinos. O tempo passou e nada foi feito. Resultado: a perna de Raimundo está irrecuperável e a recomendação do médico é a amputação.

Da esperança ao desespero Chico Vigilante afirmou que Raimundo chegou ao hospital com a possibilidade e a esperança de ter a perna recuperada. “A perna dele está apodrecendo no hospital. Esse cidadão está lá há mais de 45 dias. Chegou com a possibilidade de recuperação e agora sua única chance de cura é a amputação”, lamentou o deputado. O parlamentar interrompeu o discurso para reproduzir um áudio de Raimundo: “O médico passou

aqui agora e disse que tem de aguardar a cirurgia de amputação. Mas não tem data ainda. Segundo ele, tem outros pacientes na minha frente. Aqui é muito enrolado”, disse, em mensagem gravada. Em seguida, Vigilante olhou para o governador e disse que “essa é uma realidade do que está acontecendo com o Hospital de Base hoje”. E emendou: “a infecção pode tomar conta de todo o organismo do Raimundo”.

Nada melhorou com o Iges-DF A constatação de Vigilante é corroborada pelos pacientes das unidades hospitalares administradas pelo Iges-DF. Em uma rápida incursão ao HBDF, a reportagem do Brasília Capital constatou a denúncia. O que se presencia no cotidiano da unidade hospitalar é que, no Pronto Socorro, nada mudou em relação ao modelo de gestão passado, quando a própria Secretaria de Saúde administrava o hospital. A imagem lembra uma praça de guerra. Pessoas amontoadas dentro e fora dos corredores que levam aos consultórios esperam desalentadas a vez de serem atendidas. Até chegar esse momento, é preciso muita paciência e procurar o que fazer nesse ínterim para não perder a calma. A moradora do Gama Ana Cláudia Pires, 38 anos, preferiu esperar do lado de fora a sua vez de ser atendida. Ela faz um tratamento de combate a um linfoma e teria de se submeter a uma tomografia. Sua consulta estava

marcada para as 13h da quarta-feira (2), mas já passava das 14h30 e não haviam dado nem previsão de quando ela seria atendida. Ao ser perguntada como estava sendo sua experiência com o modelo de gestão implantado no HBDF, ela fez um gesto de reprovação. “A experiência não é muito boa. Em Santa Maria, cheguei às 8h e saí às 12h do outro dia”, contou. O Hospital de Santa Maria também é administrado pelo Iges.


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vo no HBDF

FOTOS: DIVULGAÇÃO

FOTOS: ANTÔNIO SABINO

Ao todo, são ofertadas 480 vagas aos interessados. Curso totalizará 80 horas-aula

Inscrições abertas para oficinas gratuitas de audiovisual Pessoas amontoadas dentro e fora dos corredores que levam aos consultórios do Hospital de Base do Distrito Federal esperam desalentadas a vez de serem atendidas

Ibaneis: da extinção à ampliação A mudança de modelo de gestão do HBDF teve início no governo passado, inspirada nos moldes da Rede Sarah, considerada referência nacional em traumatologia. O hospital continua sendo mantido pelo governo, mas com regime autônomo para realizar compras, fechar contratos e contratar servidores sem as burocracias vigentes no serviço público. Durante a campanha, Ibaneis Rocha fez críticas ao Instituto Hospital de Base (IHB) criado por Rodrigo Rollemberg (PSB). “Eu pretendo fazer isso. Não consigo entender ainda o que é o IHB. Parece uma maneira de tirar a transparência do sistema”, disse Ibaneis em entrevista ao CB.Poder, como candidato, em 20 de agosto de 2018, prometendo extinguir o IHB. Mas, ao assumir a cadeira do antecessor, a quem derrotou em segun-

do turno, mudou de ideia e o nome do instituto, que passou a se chamar Iges-DF. Além disso, ampliou o modelo na rede pública, alcançando o Hospital de Santa Maria e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Ninguém responde O Brasília Capital tentou reiteradas vezes obter uma resposta para o problema de Raimundo Gusmão. Mandamos mensagens via WhatsApp e por e-mail. Mas, até a publicação desta matéria, não obtivemos resposta. E Raimundo segue padecendo (e apodrecendo) num leito do HBDF.

Estão abertas as inscrições para as oficinas de capacitação em audiovisual do projeto “On-line + Cursos”. A qualificação é gratuita e destinada a jovens e adultos de 15 a 60 anos. As aulas começam dia 7 de fevereiro e serão pela internet. Inscrições pelo site onlinemaiscursos.com.br. Ao se inscrever, o interessado será automaticamente direcionado a um grupo de Whatsapp, por meio do qual receberá as instruções para acessar as videoaulas. Serão disponibilizadas 60 vagas semanais, totalizando 480 participantes. Cada oficina terá carga horária de 10 horas, no período da tarde, das 14h30 às 16h30. O curso totalizará 80 horas. O certificado será conferido aos alunos que não possuírem faltas. Uma parceria do Instituto Cultural Meninos de Ceilândia e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, o projeto tem como objetivo cooperar para o desenvolvimento do mercado audiovisual e abrir portas para novos profissionais, como explica a produtora executiva do projeto, Mônica Alves. “Nossa proposta é fazer com que as pessoas despertem para um novo mercado, se reinven-

tem e aprendam uma nova profissão. Muitas pessoas têm talentos desconhecidos que só são descobertas quando começam as oficinas”, explicou. Para participar, a única exigência é que o aluno possua um dispositivo conectado à internet.

Confira a programação completa: 7 a 11/2 – Produção para cinema e audiovisual 14 a 18/2 – Fundamentos e Prática do Roteiro 21 a 25/2 – Teoria e Prática da Fotografia 28/2 a 4/3 – Sonoplastia 7/3 a 11/3 – Operação de Câmeras 14/3 a 18/3 – Montagem e Edição 21/3 a 25/3 – Tópicos em Lìbras: Surdez e Inclusão – Módulo 1 28/3 a 1º/4 – Tópicos em Lìbras: Surdez e Inclusão – Módulo 2 Inscrições gratuitas: onlinemaiscursos.com.br


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VIA

Satélites

{

CONCURSO – A Secretaria de Economia autorizou a realização de concurso público da Polícia Militar para contratação de 2,1 mil soldados. A medida foi publicada no Diário Oficial de quinta-feira (3). A previsão é que os aprovados ingressem na PMDF a partir de setembro de 2023.

Por Gabriel Pontes

DISTRITO FEDERAL

{ JOEL RODRIGUES/AGÊNCIA BRASÍLIA

Abram as janelas para o fumacê Doze regiões do DF estão recebendo a visita do fumacê da Defesa Civil. O objetivo é conter o mosquito Aedes aegypt e, consequentemente, o avanço da dengue. A orientação da Vigilância Ambiental é que, quando o fumacê passar pelas ruas, abrir as janelas e, se possível, as portas das residências. “Se a pessoa

fecha as entradas, não conseguimos eliminar o mosquito dentro do imóvel”, explica o militar Reginaldo Braga. O fumacê não é prejudicial a seres humanos e funciona como um inseticida convencional. Segundo a Secretaria de Saúde, foram notificados 800 casos prováveis de dengue na primeira quinzena de janeiro.

SUDOESTE

DER implanta desvio na Epig Os motoristas que passam pela Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) estão transitando por um pequeno desvio na altura da intersecção com os acessos ao Parque da Cidade e ao Sudoeste. A intervenção é necessária para a construção do viaduto no local. O desvio de cerca de 200 metros de cada lado da via

{

manterá o número de faixas existentes atualmente e contará com sinalização vertical e horizontal para facilitar a adaptação dos condutores. A obra se está em estágio inicial, com 12% dos serviços concluídos. Destaque para a drenagem, cuja execução atingiu a cifra dos 90%. O investimento previsto é de R$ 27 milhões.

TAGUATINGA

Prédio que desabou é demolido {

CHAPADA DOS VEADEIROS

Descontos em hospedagens, restaurantes e cachoeiras Até o dia 14 de fevereiro, acontece a primeira edição do Chapada Week. O evento oferece descontos em várias atividades turísticas da região. Serão 14 dias da promoção em 16 opções de hospedagens, 15 restaurantes, dez cachoeiras, duas lojas, além de guias turísticos, atividades de aventura e atrativos. Os descontos nos passeios, por exemplo, vão de 15% na diária até 20% para roteiros que durarem quatro dias ou mais.

DIVULGAÇÃO

A Defesa Civil não autorizou os moradores a buscarem seus pertences no prédio que desabou em Taguatinga Sul, no início de janeiro. Segundo o responsável pela construção, os prejudicados estão sendo ressarcidos. Com isso, a de-

{

molição do edifício foi iniciada na quinta-feira (3). Uma empresa foi contratada pelo proprietário do imóvel para fazer o trabalho, sob a coordenação da Defesa Civil. Por segurança, a QSE Área Especial 20 foi interditada.

LAGO SUL

Detran abre posto de atendimento no Aeroporto

Confira a programação completa no bsbcapital.com.br: QR CODE

O Detran terá um posto de atendimento no Aeroporto JK. Na quarta-feira (2), o órgão e a Inframerica assinaram um convênio para viabilizar a implantação da unidade. O novo posto oferecerá serviços de protocolo, cadastro biométrico, atendimento

ao público nas áreas de habilitação e veículos e sala de provas. Nelas serão aplicados exames para obtenção da CNH. O diretor da autarquia, Zélio Maia, disse que faz parte do projeto de modernizar e humanizar o atendimento à população.


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I N FOR M E

Planejamento, recursos e gestão adequados salvariam vidas Duas notícias recentes causaram comoção: no dia 29, o ex-apresentador do Big Brother Brasil, Tiago Leifert, divulgou que a filha Lua tem diagnóstico de retinoblastoma, um tipo de câncer nos olhos. Dois dias depois, aqui no DF, fomos impactados pela triste notícia da morte de um bebê de 1 ano e quatro meses, por covid-19, enquanto esperava por um leito de UTI pediátrica na rede pública da Capital. O retinoblastoma corresponde a 3% das neoplasias (cânceres) pediátricos e dois terços dos casos ocorrem antes dos dois anos de idade. Pelas estimativas das autoridades sanitárias, atingiria em torno de 562,5 indivíduos de até 19 anos por ano. Felizmente é uma doença tratável, especialmente se o diagnóstico é feito precocemente. Daí a importância do posicionamento público de Leifert. Ele mesmo relatou que já recebeu agradecimentos de pessoas que reconhece-

ram os sintomas nos filhos pequenos e, assim, iniciaram os tratamentos. O desejo de todos nós para a filha de Tiago Leifert é de plena e rápida recuperação. O diagnóstico foi precoce e ela está recebendo toda a assistência necessária – o que não ocorreu no segundo caso, aqui em Brasília. O bebê foi atendido com um quadro de pneumonia, mas os recursos não foram suficientes para salvá-lo e o resultado do teste de covid foi tardio. É uma situação que leva sofrimento não só às famílias, mas também sos profissionais de saúde, que vêm situações como essa se repetirem sem ter às mãos os recursos para impedir o desfecho fatal. Essa situação não se restringe à falta de leitos de UTI para pacientes com covid. Os óbitos hospitalares por outras causas aumentaram no DF nesses mais de dois anos de pandemia. Segundo o sistema de transparência dos cartórios, os óbitos por causas diversas (não especificadas) dentro

dos hospitais do DF passaram de 4.053, em 2019, para 4.801, em 2021. Isso reflete a insuficiência de profissionais, de leitos, de equipamentos, de medicamentos e insumos para dar à população que depende do SUS um tratamento mais humano e de qualidade. São milhares de casos anônimos de óbitos evitáveis e de sequelas decorrentes dessa falta de recursos que não chegam ao conhecimento público. Os diagnósticos não são feitos a tempo e os tratamentos são prejudicados, quando se consegue iniciá-los. E não estamos falando de casos raros, como o retinoblastoma da menina Lua. São doenças e ocorrências cujas estatísticas permitem um melhor planejamento e preparo do sistema de saúde. Mas ele não é feito. É possível corrigir isso? Não é tarefa fácil e não se pode garantir êxito pleno. Mas o planejamento, a orientação adequada das políticas públicas, o devido abastecimento das unidades de saúde e uma melhor gestão dos

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

recursos humanos e materiais pode diminuir tanta dor e sofrimento e gerar melhores resultados, tanto na preservação quanto na qualidade de vida dos pacientes que dependem do serviço público de saúde. Para isso, é necessário ter claro que a saúde tem que ser política de Estado, independentemente de quem ocupe ou venha a ocupar os cargos de decisão a cada eleição.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

Nenhuma morte evitável deve ser tolerada Zélio Maia da Rocha (*) A maioria dos acidentes e mortes no trânsito é evitável e ocorre em consequência do desrespeito às regras. A segurança no trânsito é um dos principais problemas coletivos, com forte repercussão econômica, social, em saúde e na trajetória das pessoas e famílias. Segundo o Relatório Mundial sobre Prevenção de Lesões Causadas pelo Trânsito, da OMS, morrem no mundo, a cada dia, 3.000 pessoas em função de lesões causadas pelo trânsito. Impossível expressar monetariamente o sofrimento dos familiares das vítimas, mas estima-se que o custo econômico anual é de

US$ 518 bilhões, o dobro do necessário para garantir alimentação mínima aos famintos do mundo. No DF, iniciativas pioneiras como a campanha Paz no Trânsito e o programa de respeito à faixa de pedestres colocaram-nos como modelo de iniciativas bem-sucedidas na educação e no controle no trânsito. Porém, apesar da permanência desses ganhos civilizatórios, os indicadores de letalidade ainda oscilavam em patamares inaceitáveis. Ao assumir a direção-geral do Detran-DF, adotei como objetivo tirar o Departamento da condição de órgão meramente punitivo e priorizar o desenvolvimento de ações de educação e de soluções de engenharia para reduzir acidentes. Para nós, a fiscalização e a aplicação das punições são o último estágio do processo de educação. Os motociclistas (12% do total

de condutores) representam 1/3 das mortes no trânsito no DF. A mortalidade desse segmento é três vezes superior à dos demais. Outro 1/3 das vítimas fatais são pedestres, e ainda há ainda uma parcela expressiva de óbitos de ciclistas. Ou seja, era preciso executar uma política pública voltada aos pedestres, ciclistas e motociclistas. Iniciamos o programa Cidadania no Trânsito, que oferece a estudantes de Ensino Médio curso teórico da CNH e noções de cidadania e mobilidade urbana. Ampliamos o programa Detran nas Escolas. Investimos em campanhas educativas nas mídias e escolas. Em 2021, implantamos e revitalizamos 2.459 faixas de pedestres e intensificamos as operações de fiscalização, tendo como foco principal o combate à embriaguez ao volante. Esses projetos refletiram-se nas estatísticas: o ano passado registrou

queda de 26% no número de mortes, em comparação a 2020, que, por sua vez, havia registrado um quantitativo 17% menor em relação a 2019. Em dois anos, a queda foi de 43%. As vítimas em acidentes com ciclistas foram 58% a menos que 2020, menor índice em 21 anos. Cada vida salva deve ser comemorada. Em matéria de óbitos precoces, o único indicador eticamente aceitável é zero. Ainda que não seja uma perspectiva concreta a curto prazo, devemos caminhar firmes nessa direção. É possível, como mostram os exemplos dos países mais desenvolvidos. A vida e a saúde são nossos maiores bens. Protegê-los deve ser a prioridade das prioridades.

(*) Subprocurador-geral do DF, advogado (licenciado), professor de Direito Constitucional, atual diretor-geral do Detran


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Brasília

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Por Chico Sant’Anna

Segundo aeroporto do DF pode não decolar Ministério Público questiona licitação da Terracap para venda do Aeródromo Botelho, em São Sebastião A licitação do Aeródromo Botelho, próximo a São Sebastião, está na mira da Promotoria da Ordem Urbanística (Prourb) do Ministério Público do DF. O GDF conta arrecadar, neste ano, no mínimo, R$ 3 mi-

lhões com o pagamento da entrada, por parte da empresa vencedora. O objetivo é transformar a área no Aeroporto do Planalto Central, com capacidade de receber aeronaves de até 24 toneladas, além de helicópteros. Seria o segundo aeroporto comercial do DF. Pistas particulares, como a do ex-piloto Nelson Piquet, nas proximidades de onde acaba de cair um aeroplano, existem em vários pontos. ESTRATÉGICO – Jatinhos particulares de até 24 toneladas podem ter capacidade para 18 passageiros. Entretanto, segundo pilotos, aerona-

ves de linhas regionais, como o turboélice ATR 72, utilizado pela Azul, também estão nesse limite de peso. Não se sabe ainda se o Aeroporto do Planalto Central seria utilizado por aviões de carreira ou só voos particulares. Porém, para a Terracap, o empreendimento tem o potencial de transformar as imediações em um novo polo econômico. Isso preocupa chacareiros e o MPDFT. Para o GDF, é um negócio estratégico, pois evita sobrecarga no Aeroporto JK e a evasão de aeronaves – consequentemente de receitas – para o Entorno do DF, notadamente Luziânia e Formosa. FOTOS: DIVULGAÇÃO

Aeroporto poderá receber aeronaves de até 24 toneladas, como jatinhos com capacidade para 18 passageiros

Situação fundiária irregular Às margens da BR 251, que liga Brasília a Unaí, o Aeródromo fica a 25 minutos do centro de Brasília e vem sendo utilizado como alternativa mais econômica para pequenos aviões do que o JK, operado pela Inframérica. Embora tenha autorização da Anac para operar, a situação fundiária e ambiental estava irregular. O local deveria ser explorado como propriedade rural, na produção de alimentos. José Ramos Botelho arrendou a Área Isolada Cava de Cima nº3 para atividades agrícolas, mas ergueu o aeródromo. Em 2016, o TJDFT julgou em definitivo uma

demanda da Terracap, determinando a reintegração, negando o ressarcimento pelas benfeitorias ao espólio Botelho. Assim, além dos 270 hectares, a Terracap herdou uma pista categoria 2B, 114 hangares e instalações de abastecimento de gasolina e querosene de aviação. Um contrato de gestão chegou a ser firmado com a Infraero, mas a meta é concedê-lo à iniciativa privada, por, no mínimo de 30 anos, com o nome Aeroporto Executivo do Planalto Central. TERRA RURAL – O detalhe que

aguçou a curiosidade do MP é que a terra onde está a estrutura licitada continua rural. Além disso, o edital da Terracap prevê a ampliação do leque de atividades econômicas, num local que sequer possui licença ambiental. A quantidade de hangares deve aumentar e devem ser instalados um posto de gasolina, lojas comerciais, galpão para comércio atacadista, estrutura para eventos e feiras, 600 vagas de estacionamento pago e um hotel. Após o quarto ano, seria implantado um “Instituto Técnico de Aviação”.

Planaltina está na frente Para a Prourb, antes de licitar, a Terracap deveria adotar as mudanças legais para destinação de uso. É necessário aprovar um projeto de lei na Câmara Legislativa. Segundo a Seduh, não há nenhum projeto nesse sentido em elaboração. Ou seja, as condições que inviabilizaram o Aeródromo Botelho permanecem existindo no Aeroporto Planalto Central. Além disso, o Plano Diretor de Ordenamento Territorial prevê que o segundo aeroporto do DF seja implantado em Planaltina. Nesse sentido, a Terracap assinou o Termo de Compromisso Ambiental nº 02/2021 com o Ibram. LICITAÇÃO – A entrega das propostas está marcada para 30 de março. A Terracap espera que o aeroporto passe operar ainda neste ano. O Ministério da Aeronáutica, responsável pelo controle aéreo, informou que a atual autorização de operação é exclusiva para operação VFR (Regras de Voo Visual) – voos diurnos. “Uma eventual alteração nas características operacionais do aeródromo, como exploração de voos comerciais, incremento no volume de tráfego e aumento da complexidade do controle de tráfego aéreo, deve ser precedido de uma análise do Controle de Aproximação de Brasília (APP-BR) para absorver o acréscimo do tráfego aéreo em ambos aeródromos”. A Inframérica não se pronunciou.


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QUESTÕES DA ALMA

Anna Ribeiro Qual é a distância que nos separa? Algumas pessoas a gente carrega com a gente de um jeito tão afetuoso e íntimo que vez ou outra é ela quem nos carrega Perder uma caneta, um lenço, um objeto qualquer nunca é bom. A sensação é de que algo se foi sem o nosso consentimento. Saiu à francesa, discretamente. Sorrateiramente. A gente perdeu e esse verbo é sempre difícil de conjugar na primeira pessoa. Algumas coisas vão ficando pelo caminho.

Pelo caminho ficam não só coisas, mas eventos que esquecemos, datas supostamente importantes. Também pelo caminho ficam os dias transcorridos. O ontem, o minuto anterior a este exato segundo. No fundo da sua bolsa, num dia qualquer, você reencontra a

ESPÍRITA

José Matos Mediunidade, consciência e crescimento São sinais de crescimento espiritual: fim do mau humor, aumento da compreensão, empatia, paz, alegria e confiança Desenvolver-se espiritualmente significa melhorar-se como ser humano para tornar-se mais sensível. Quanto mais sensibilidade, mais mediunidade. Que sinais percebo se estou crescendo espiritualmente? Fim do mau humor, aumento da compreensão,

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

empatia, paz, alegria, confiança. Mediunidade é meio para você acessar outras dimensões. Ela é neutra. Você pode acessar tanto o bem quanto o mal. Se acessar o mal, tornar-se-á escravo dele. Se acessar o bem, estará com ele, mas será livre.

tal caneta perdida. Ela já te parece um pouco diferente daquela que você perdeu. Está gravada, tem seu nome, sua assinatura. É ela, mas não é. A tinta secou. Caneta foi feita para escrever. Se não escreve, é tipo gente que não respira – não vive. Estava conversando sobre esses desencontros. O tema era o porquê de não se encontrar com amigos que foram tão especiais em alguns momentos da vida. Perde-se amizades porque a gente não se encontra mais. Será que é isso mesmo? Será que é a distância que nos separa? Discordo. Eu acredito que a gente perde amigos porque não encontramos o outro. Um pouco mais de atenção! É como o caso da caneta. Encontrar não traz consigo a identificação, o terreno afetivo necessário para o reconhecimento de uma relação com o outro. Um encontro por si é só um encontro. Na contramão disso, a textura, a sutileza do toque, a combinação

de cores daquele lenço é tão viva dentro de mim que poderia jurar que ele me acompanha até hoje. O lenço perdido nunca se foi. Trago envolto ao pescoço até hoje e acho que serei enterrada com ele. Uma boa companhia na partida final. Algumas pessoas são assim, a gente carrega com a gente de um jeito tão afetuoso e íntimo que vez ou outra é ela quem nos carrega. Tenho amigos melhores que este meu lenço. Com eles eu quero aproveitar cada minuto da vida. Eu tenho amigos que respiram e voam comigo até quando estão no fundo da bolsa, até quando fazem as pausas para apreciar a própria trajetória. É preciso encontrar-se, só e no outro. É preciso ser o lenço de alguém também. Pode me levar na bolsa ou junto ao pescoço. A gente se encontra.

Não obstante, você terá que decidir-se porque mediunidade é, acima de tudo, sintonia, e não se pode sintonizar com o bem e com o mal simultaneamente. O médium encantado com a possibilidade de fazer o mal precisa saber que o primeiro a ser atingido será ele mesmo, pela Lei de Retorno. Médium de centro é aquele que pensa que caridade é só no dia do trabalho espiritual. Mas médium, como meio do bem, é todo dia. Embora seja faculdade neutra, ela é dada para que o médium seja instrumento do bem. Se encantar-se com o mal, dificilmente se livrará. O filósofo alemão Nietzsche era médium. Mas, ao defender as teorias da “liberdade absoluta”, do “Deus está morto” e do “super homem” (o homem acima do pecado, da culpa e das religiões) vibrou na faixa das trevas, enlouqueceu, perdeu-se e perdeu o caminho de sua pro-

gramação existencial, ou dharma da filosofia indu. A humanidade atrasada da Terra ainda não pode sobreviver sem os três controladores: religião, ameaçando com o Inferno; Justiça, ameaçando com prisão; e sociedade, ameaçando com vergonha. Sem estes controladores, a vida na Terra ainda é impossível. Os defensores da liberdade absoluta, como Nietzsche, a defendem porque não conhecem a natureza humana e nem a si. Se se conhecessem, saberiam de suas mazelas, das mazelas do outro, não a defenderiam e entenderiam porque os avatares ou espíritos crísticos vem à Terra: eles vêm ensinar e exemplificar para que as pessoas tornem-se gente, humanos, generosos. “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?”

Anna Ribeiro Escritora

José Matos

Professor e palestrante

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


Brasília Capital n Gastronomia n 12 n Brasília, 5 a 11 de fevereiro de 2022 - bsbcapital.com.br

Gastronomia Dedé Roriz

CLASSIFICAÇÃO $ - BARATO $$ - MÉDIO $$$ - ALTO $$$$ - CARÍSSIMO

Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz

FOTOS: DIVULGAÇÃO

DOLCE CACAO PÂTISSERIE

Café e doces com requinte e sofisticação Até o domingo 13 de fevereiro, o casal que comprar um fondue numa das lojas Doce Cacao, na 405 Sul e no Aeroporto JK, ganha duas taças de vinho rosê da vinícula chilena Del Maipo. Está aí mais um bom motivo para você descobrir em Brasília a verdadeira pâtisserie italiana, com produtos de alta qualidade e materiais nobres. Gastronomia renomada em espaços sofisticados e aconchegantes. A Dolce Cacao é o resultado da sociedade entre os empresários Andrew Simek, Raul Canal e Valéria Sales. O cardápio foi desenvolvido com uma grande variedade de opções, pensando desde o café da manhã aos lanches da tarde e da noite. O cliente vai encontrar bolos, tapiocas, chás e cafés, salgados finos, lanches, tábuas de frios e uma excelente carta de vinhos. Tem, ainda, o imperdível fondue de chocolate servido frio na casca de chocolate com frutas, biscoito e brownie. Já o mix de queijo vem com pão italiano, castanhas, tomate cereja e azeitona. A dica é não deixar de experimentar a deliciosa coxinha de frango na farinha panko.

PORKS

Festival Nacional de Torresmo chega a Águas Claras Começou quarta-feira (3) e termina sábado (6) o Festival Nacional de Torresmo na choperia Porks, próximo à estação de metrô Águas Claras. Durante o evento, uma porção com três versões do petisco mineiro custará apenas R$ 15. O combo tem torresmo mineiro clássico temperado na cachaça; o torresmo de tira, corte servido em fatias finas e crocantes tipo snack; e o Porkspoca, opção à pururuca temperada no sal de lemon pepper. TORRESMO – Além do festival do torresmo, o Porks Águas Claras também terá shows ao vivo, com muito rock e blues sem cobrar couvert, entrada ou taxa de 10%. A casa conta ainda com carta de chopes, com variedade nas torneiras e novidades toda semana.

MAIS INFORMAÇÕES Dolce Cacao: 405 Sul e Aeroporto JK Instagram: @dolcecacaobr

SERVIÇO Festival Nacional de Torresmo Porks Águas Claras – em frente à Estação Águas Claras de Metrô Quando: de 3 a 6 de fevereiro Funcionamento: De 2ª a 5ª, das 17h à meia-noite; 6ª, das 17h à 1h; sábado, das 14h à 1h; e domingo, das 14h às 23h. Mais informações: @porks_aguasclaras


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