Jornal Brasília Capital 569

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Brasília Capital n Cidades n 9 n Brasília, 4 a 10 de junho de 2022 - bsbcapital.com.br I N FOR M E

Professores ampliam estratégia de luta A assembleia geral dos professores, realizada na quarta-feira (1º) apontou para o fortalecimento do processo de negociação. Para intensificar a pressão da categoria junto ao governo, algumas estratégias foram definidas. Embora o GDF esteja dando sequência à negociação, as principais reivindicações da categoria ainda não foram atendidas. Portanto, a mobilização continua muito necessária! O Sinpro deve acionar o Ministério Público do DF (MPDFT) para denunciar as condições inadequadas que a educação pública vem enfrentado: quantidade excessiva de professores (as) temporários (as); vagas insuficientes para orientadores (as) educacionais no concurso público previsto para o Magistério; superlotação de salas de aula; ausência de política verdadeiramente inclusiva para estudantes com deficiência; e número reduzido de monitores (as). É fundamental aumentar a oferta de vagas no próximo concurso público. Vale lembrar que a ação coletiva movida pelo Sinpro, assim como as provocações feitas ao MPDFT, foram muito importantes para garantir que o GDF saísse da ilegalidade e pagasse a sexta parcela do reajuste implementado a partir de 2013. Outra tática importante, encaminhada pelo Sinpro, está em andamento: foi envia-

SINPRO-DF

Nova assembleia poderá ser convocada pela diretoria do Sinpro a qualquer momento, caso seja necessário, diante das estratégias abertas. Os debates nas escolas devem continuar e se intensificar, e a construção do Congresso contribuirá muito para isso. CAMINHO PARA AS CONQUISTAS – Desde o início de 2022, foi a pressão da categoria que determinou as conquistas que se consolidaram. A mesa de negociação com o GDF foi restabelecida por conta da mobilização de professores na assembleia que abriu o ano, em fevereiro, reunindo mais de 8 mil educadores.

Professores denunciam as condições inadequadas que a educação pública do DF enfrenta

do à Câmara Legislativa (CLDF) um projeto de lei que prevê, para a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2023, mais de R$ 166 milhões para os servidores e servidoras da Carreira Magistério Público do DF. A assembleia também decidiu que categoria iniciará a campanha Fora Ibaneis e todos os inimigos da educação – o que inclui Bolsonaro e sua equipe de destruição. Com essa campanha, vamos dialogar com a so-

ciedade sobre o sucateamento da educação e dos demais serviços públicos. CONGRESSO DA EDUCAÇÃO – Para fortalecer a mobilização em torno a todas essas pautas, o 12º Congresso da Educação será uma ferramenta de elaboração, debate, mobilização e definição de estratégias de luta. A data definida pela assembleia para o congresso é de 7 a 9 de julho.

Calendário de Lutas – Formalização de denúncia junto ao MPDFT quanto às condições da rede pública de ensino do DF. – Acompanhamento da tramitação e votação da LDO na Câmara Legislativa.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

Desfile de dignidade e de cidadania O Cesas, Escola de Jovens Adultos na quadra 602 da Asa Sul de Brasília, promoveu, na terça-feira (31), um desfile de moda com peças elaboradas a partir de jeans reciclado. A professora de Educação Artística Hélia Cristina Xavier, que oferece o curso de corte e costura, é a responsável pelo evento. As peças foram todas confeccionadas pelas alunas da oficina. “O curso é aberto a qualquer membro da comunidade escolar. Recebemos aqui mães que estão esperando os filhos saírem das aulas, alunas que estão com horário vago, pessoas com depressão. Estamos abertos a toda a comunidade. Essas aulas são uma terapia para muitas alunas”, conta a professora. Hélia oferece esse curso há seis

DIVULGAÇÃO

Aulas de corte e costura do Cesas da Asa Sul resgatam autoestima dos alunos

anos. Mais de 150 pessoas já passaram por sua sala de aula. A turma atual conta com 30 alunas, que assistem às aulas em ambiente híbrido (presencial ou remoto), de segunda a quarta-feira, das 19h às 22h. A cada ano, a professora ensi-

na um tema diferente de costura. Desta vez, o assunto é reciclagem de calças jeans. “Desmanchamos a calça jeans e a transformamos em bermuda, cropped, saia. Uso um método simples”. Dentre as peças produzidas pelas alunas,

está um cropped semelhante ao modelo Prada, que custa cerca de R$ 4.000 nas boutiques badaladas do DF e do mundo. Uma das alunas mais assíduas da oficina é Selma Maria Machado. Ela chegou à sala de Hélia há seis anos em depressão profunda. E não saiu mais. “Fui muito bem recebida, e encontrei um motivo a mais para seguir em frente, dar valor à vida. A professora me acolheu melhor até que muito médico que me atendeu à época”, lembra. Selma já faz roupas para os netos e para a bisneta, desde shorts para a escola, passando por vestidos de adulto e vestidos de bebê. “É um orgulho muito grande pra mim. Meus netos me pedem as roupas!”, conta.


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