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Em busca de rentabilidade usinas otimizam processos de cogeração de energia .20 e

Fernando Mello Luiz Fernando Bezerra Luiz Fernando Cremonez

Qualidade da água

Luiz Fernando Bezerra, consultor técnico Buckman, falou sobre a in− fluência da qualidade da água na ope− ração e eficiência energética das caldei− ras. O profissional informa que um dos principais sistemas de produção de água desmineralizada no mercado bioener− gético é a osmose reversa, que pode impactar positivamente o processo.

“As técnicas de controle de os− mose reversa, com normalização on− line tem sido aplicadas pela Buckman em usinas, produzindo melhor quali− dade de água e garantido bom ciclos de concentração na caldeira e auto− maticamente alta eficiência energéti− ca e sustentabilidade financeira para o negócio ” , afirma Bezerra.

Entre os desafios deste processo, Bezerra apontou: a permanência da qualidade do permeado; vida útil da membrana; Limpezas químicas efi− cientes (CIP); e controle operacional preciso (Normalização). Ele informa que a indústria 4.0 também chegou ao sistema de osmose. “Não estamos rein− ventando, mas sim otimizando a roda. A normalização está baseada em três pilares: a medição, o monitoramento e aumento da rejeição de sais, que de− termina o momento exato da limpeza.

Segundo ele, o grande diferencial está em tornar esse cálculo complexo, através de um algoritmo em tempo real.Tornando aquilo que era manual em um cálculo feito a todo momen− to, com dados 24 horas, 7 dias por se− mana, podendo ser acessado num lap− top ou celular, ou seja, na palma da mão.Tudo isso associado com um in− put de um especialista técnico, com ideias para intervenção, buscando sempre manter a eficiência. Não só a limpeza na hora certa, assim também como a troca da membrana, explica.

Transferência e modificação

Luiz Fernando Cremonez, ge− rente industrial da Usina SantaAdélia, unidade Pereira Barreto, falou sobre a transferência e a potencialização de uma caldeira que estava instalada na Santa Adélia – unidade Pioneiros pa− ra Pereira Barreto. “Fizemos a trans− ferência, seguida de algumas modifi− cações. Instalamos um leito fluidiza− do borbulhante e um precipitador eletrostático no lugar de um tradicio− nal lavador de gases, com algumas modificações também na geometria em área, garantindo assim, uma me− lhor performance da caldeira ” ,expli− ca Luiz.

A unificação do polo noroeste na unidade em Pereira Barreto, foi um grande desafio. Iniciamos a desmon− tagem da caldeira em outubro de 2019 e março de 2021, conseguimos colocar essa caldeira em operação. Uma das modificações foi a implan− tação de um precipitador eletrostáti− co, que entre outros benefícios trou− xe a independência de água, maior vida útil dos periféricos (dutos,exaus− tores, chaminé), menor volume de resíduos gerados para a agrícola e bai− xo consumo de energia entre outros.

Eficiência energética maximiza produção de açúcar e etanol

Práticas de gestão energética de equipamentos podem aumentar a produtividade, mesmo sem grandes investimentos

Quem gera energia também pre− cisa economizar energia. Economizar aumentando eficiência, competitivi− dade aliada a rentabilidade é o desafio a ser cumprido. Algumas usinas já es− tão trilhando esse caminho, somando eficiência energética com máxima produção e exportação de energia. Apresentar algumas dessas práticas de gestão foi o objetivo da 9ª SINATUB Caldeira,Vapor e Energia − Eficiência energética para a máxima produção de açúcar, etanol e bioeletricidade.

Promovido pelo JornaCana, no dia 25 de agosto, o webinar contou com a participação de Bruno Francisco, es− pecialista de processos corporativos da Tereos, Daniel Fernandes, engenheiro químico da Soteica, Leonardo Bura− nello, diretor da LB Energia e Paulo S. Barci, EngenheiroTécnico Destilarias.

Sob a condução do jornalista e di− retor do ProCana,Josias Messias,os es− pecialistas apresentaram ao longo do webinars cases que aumentam a efi− ciência energética, sem a necessidade de grandes investimentos, obtendo re− sultados significativos nas últimas safras.

O evento contou com patrocínio das empresas AxiAgro; Buckman; Ci− trotec e S−PAA Soteica.

O especialista de processos corpo− rativos da Tereos, Bruno Francisco, apresentou um case da unidade de Cruz Alta, uma das sete do grupo, lo− calizada na região noroeste do Estado de São Paulo. Ao falar da produção específica de vapor, Bruno destacou que ela depende de fatores como temperatura de alimentação, umidade do bagaço, composição do bagaço e eficiência da caldeira.

Na usina de Cruz Alta, falou sobre a implantação de medidores no retor− no de condensado. Os medidores afe− rem líquidos, vapores e gases. Entre as vantagens estão: fechar o balanço de consumo de VE; entender a perfor− mance de cada caixa; garantir o retor− no do condensado e refinar o balanço hídrico da planta.

Bruno destacou, no entanto, que o balanço não leva em consideração al− guns problemas operacionais como: enchimento volumétrico da fábrica, devido ao excesso de mel relacionado ao AR alto; recirculação de açúcares (diluição de magma, por exemplo); redução de OEE devido as taxas de ocupações excedidas; lavagens exces− sivas na fábrica, entre outros. Ele res− salta que a construção do planeja− mento do consumo energético preci− sa levar em consideração, além da moagem e produção, as alterações na qualidade da cana e os fatores opera− cionais de mitigação.

Otimização em tempo real

O engenheiro químico Daniel Fernandes da empresa Soteica, res− ponsável pela ferramenta de otimiza− ção em tempo real S−PAA, apresen− tou um case de estratégias de produ− ção de vapor e energia levando em consideração uma usina que apresen− ta o seguinte cenário: consumidor de vapor externo, diferentes linhas de vapor de alta pressão, conjunto de turbogeradores apenas de contra− pressão, sangria para abastecimento externo apenas por contrapressão, es− tratégia para evitar alívio de vapor de escape e variação na demanda de va− por de processo.

Seguindo um planejamento para máxima exportação de energia, a fer− ramenta possibilitou um aumento no volume da energia exportada, aumen− to de vazão média da caldeira, vapor fornecido com qualidade para consu− mo externo, mais sangria nos gerado− res, melhoria do consumo específico do conjunto, menor utilização das válvulas rebaixadoras para 21 kgf/cm² e menor frequência e abertura de alí− vio do vapor de escape.

Em um cenário de economia de bagaço, é possível obter maior estabi− lidade na caldeira de alta pressão, maior aproveitamento do gerador que ope− ra em alta pressão, menor utilização dos alívios, otimização na utilização do condensador, estabilidade na entrega de vapor para o consumidor externo e também para o processo.

Leonardo Buranello,diretor da LB Energia, abordou a temática da gestão estratégica de energia, que busca oti− mizar os processos para que eles se tornem mais eficientes e coesos com os objetivos da operação. Segundo ele, é possível aferir a eficiência das turbinas calculadas adotando a curva de opera− ção para cargas parciais, cálculo com base na pressão e temperatura de ope− ração verificados em campo, cálculos de potência da moenda com base no torque instalado, cálculos de produção do bagaço, cálculo de consumo de combustível conforme variação na umidade e qualidade,avaliando a pres− são e temperatura real de operação; operação entressafra de acordo com dados do projeto e operação da caldei− ra e dados reais de eficiência do siste− ma de condensação; avalia as condições

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