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Usinas otimizam processos de recepção, preparo e extração da cana

Novos equipamentos garantem ganhos na geração de energia elétrica

Os cuidados na recepção, no pre− paro e extração da cana são determi− nantes para se obter um melhor apro− veitamento e rendimento na safra. Es− ses cuidados incluem ajustes nos equi− pamentos de acordo com a real ne− cessidade de cada usina e, também, o melhor aproveitamento dos recursos tecnológicos disponíveis.

Tudo isso, foi pauta da edição do SINATUB − Recepção, Preparo e Extração, promovido pelo JornalCana realizado no dia 4 de setembro. O we− binar contou com a participação de Edson Rocha, vice−presidente e di− retor operacional América do Sul, Spraying Systems Co, Gustavo Mar− tins Mariano, coordenador de moa− gem da Jalles Machado unidade Otá− vio Lage e Luís Fernando L. Muraka− mi, Gerente Industrial, da Bioenergé− tica Aroeira.

Com o patrocínio das empresasAu− toJet, BioCon e S−PAA Soteica, o we− binar contou com a mediação do jorna− lista do JornalCana,Alessandro Reis.

Em sua apresentação, Edson Ro− cha da Spraying Systems, falou sobre a importância da limpeza do esteirão de cana desfibrada, lembrando que o ta− manho dos equipamentos deve ser baseado em cada um dos componen− tes da cana, levando em consideração a porcentagem de fibras, impurezas, água e de ATR.

“Por isso, antes de mais nada, é necessário entender todo o processo, para a partir daí eliminar as restrições ” , disse. Segundo ele, o controle da água é importante. “Toda água que entra tem que ser evaporada. Para aumentar a geração de energia é necessário re− duzir o consumo do vapor de escape e para isso tem que reduzir o volume de água no processo. Utilizamos um conceito de coeficiente de variação, para tratar o excesso ou déficit da água, assegurando a uniformidade na sua distribuição. As perdas decorrentes de problemas na limpeza do esteirão po− dem chegar a 0,57% de todo açúcar que está entrando ” , informou Rocha.

Ele explica que a utilização de chuveiros autolimpantes permitem a recuperação do açúcar retido nas ta− liscas. A aplicação de água quente com alta pressão, promove a limpeza e esterilização.A água com a cana re− cuperada vai direto para a moenda sem sistema auxiliar de bombeamen− to, permitindo a recuperação de 0,1 a 0,5% de açúcar. Rocha também destaca a economia para a usina ao usar a água condensada a alta pressão, em detrimento do vapor superaque− cido. O custo do vapor é estimado em R $1.500.000,00 por safra, en− quanto, que, o custo com a água condensada cairia para R $15.000,00 apenas 1% do valor.

Para o processo de embebição da cana, ele destaca a necessidade de uti− lização de chuveiros com baixo coe− ficiente de variação e alto impacto, as− sim como na peneira rotativa, onde além de limpar também esteriliza, permitindo a utilização de malhas menores, aumentando a área útil de filtragem, assegurando a recuperação de 0,1 a 0,2% de açúcar.

Preparo

Luís Murakami, da Bioenergética Aroeira, falou sobre os equipamentos geralmente usados na etapa de prepa− ro da cana: o picador de facas rotativas e o desfibrador de martelo oscilantes, equipamentos que consomem mais de 25% do total da potência requerida pela usina.

Os objetivos dessa etapa são re− duzir a cana alimentada em peque− nos pedaços, rompendo ao máximo as células de cana que contém açú− car, facilitando o processo de extra− ção. Segundo Murakami, para alcan− çar altos índices de extração, é essen− cial que a cana seja preparada em desfibradores que alcancem open cell acima de 90%.

Os picadores geralmente são acio− nados por turbinas a vapor ou moto− res elétricos em conjunto com redu− tores e a potência absorvida é sempre relacionada com a vazão de fibra e não pela vazão de cana de alimentação.

Com a vinda da mecanização no campo e a valorização da geração de energia elétrica, muitas usinas extin− guiram o uso do picador, conseguin− do economia na manutenção e na potência consumida, gerando ganhos na exportação de energia elétrica.

O desfibrador tem martelos ro− bustos que cobrem toda sua largura, ajustados com um pequeno espaça− mento em suas pontas e a placa desfi− bradora, que tem a função de maxi− mizar as colisões entre a cana e os martelos.

Nos últimos anos as usinas vêm usando desfibradores pesados ou ex− tra pesados que atingem índice de preparo de 90% e requerem potência instalada de 55 KWh/tf, acionados por turbina a vapor ou motores elé− tricos em conjunto com redutores. Os com motores elétricos têm me− nor custo de investimento e baixo custo de manutenção.

Na instalação da segunda linha de extração da Aroeira, eles optaram pela instalação de um Preparo Extra Pesa− do tipo DVU de 72” , acionado por dois motores elétricos de 1.500 CV em 8 Pólos (900 rpm), no mesmo ei− xo, sem redutores, atingindo índices de preparo acima de 90% com menor custo instalação e manutenção. Essa instalação, segundo Murakami, per− mite maior eficiência energética, ma− ximizando a exportação de energia elétrica em relação ao uso da turbina a vapor e redutor.

Gustavo Martins Mariano, da Jal− les Machado − unidade Otávio Lage, que já processou cerca de 2.300.000 toneladas de cana, disse que executou até o momento apenas uma troca do cabo Hillo. Ele aponta como fatores que contribuíram para essa situação: reposicionamento das bases da cor− rente de elevação, utilização de rolda− nas de vesconyl no balanção, taliscas de 3 metros, 5 linhas de corrente, retira− da do contra recuo do balanção e corrente de segurança.

“A unidade de Otávio Lage se or− gulha em ser a segunda no ranking nacional da Fermentc, em extração com 5 ternos, estando até o momen− to com 96,67% de extração ART acumulado safra ” , concluiu.

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