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O desafio da integração da manutenção agrícola e industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 e
Um outro grande desafio aponta− do por Minaré, é a integração de to− da a cadeia. “Falamos ao longo da apresentação bastante em relação às questões de capacitação a questões de utilização dos equipamentos, às ques− tões de monitoramento e às questões de materiais. Então, o sucesso de todo esse projeto depende da integração entre as áreas, ou seja, a criação de uma cadeia de manutenção que trabalhe com a parte de recursos humanos, treinamentos de capacitação dos co− laboradores, para que cada vez utili− zem esse equipamento da melhor for− ma possível. Também é preciso uma comunicação eficaz entre todos os agentes envolvidos para que se possa vencer todos esses desafios ” , ressaltou.
Na Jalles Machado, João Victor Silva, também defende um processo de manutenção unificado. “Apesar de equipamentos com características e concepções diferentes, o cerne da manutenção tem que ser único. Na Jalles, a manutenção conta com uma secretaria onde ficam todos os con− ceitos, os métodos e acompanhamen− to da evolução das etapas. Aqui nós temos os processos de manutenção Industrial e Automotiva separados, porém o jeito de fazer, a cultura da manutenção é unificada ” , contou.
A manutenção tem uma posição altamente estratégica na organização. “Os nossos desafios estão na questão de pessoas, processos e tecnologia. Fo− co na manutenção planejada, aprender com as falhas, perda zero, tecnologia em conectividade automação sistemas, especialistas gestão integrada e inves− tir em Inteligência é o segredo para agregar valor ” , elucidou.
De acordo com ele,o primeiro as− pecto é relacionado às pessoas. “Trago aqui a questão da contratação e reten− ção. Hoje, temos 14 milhões de de− sempregados, mas na hora de contra− tar pessoal capacitado é um problema. E como forma de receber e manter os bons profissionais no time, existem políticas de cargos e salários e plano de carreira. Na Jalles, comemoramos to− do e qualquer recorde, do mais simples ao mais complexo. Temos apoio do RH nessa questão da criação dessa cultura forte e robusta ” , comentou.
João Victor Silva também desta− cou os investimentos em tecnologia e conectividade, através de uma grande rede de dados e informações. “O Centro de Inteligência e Con− trole Integrado é capaz de operar e monitorar o ciclo logístico e opera− cional, com acesso às informações online do campo, integrando siste− mas, processos e pessoas, a fim de otimizar os processos e aumentar a produtividade entre campo e usina ” , disse. Como resultados o grupo apresentou nos três últimos anos uma redução de 44% na quebra de equipamentos.
José Augusto Prado Veiga, diretor de Operações da Usina Santa Adélia, informou que a partir de 2017, a usi− na migrou de uma modelo de manu− tenção tradicional. “O grande desafio foi transformar processos sequências independentes em processos contínuos e interdependentes ” , disse.
Segundo ele, havia conflito e processos com excesso de desperdí− cios, altas amplitudes e resultados bastantes instáveis, em função dessas variações que eram proporcionadas principalmente no ritmo de moagem, afetando eficiência, qualidade e dis− ponibilidade, tanto na agrícola como na indústria.
“A ideia seria como trazer inter− dependência desses processos.A partir de 2018 nós reestruturamos os nossos processos, criando uma diretoria de Produção Agrícola, com foco na pro− dutividade da cana e uma diretoria de Operações, responsável desde a co− lheita até entrega de produto final. Com isso toda essa instabilidade que era identificada entre comunicação, falta de interdependência, foi solucio− nada. Tendo sempre pessoas no centro desse modelo, com forte relação em sustentabilidade e uma visão muito forte das questões sociais, ambientais e principalmente questões relacionadas a governança, com foco principal na segurança dos processos das pessoas e equipamentos ” , explicou.
Para Veiga, quando se fala numa mudança de cultura, há sempre um risco de rupturas principalmente na entrada e saída de pessoas. “Hoje o nosso modelo é bastante reconhecido pela valorização dos profissionais, um alto incentivo ao desenvolvimento. Não somente o desenvolvimento téc− nico, mas sim o desenvolvimento pa− ra preparação para cargos superiores em cada um dos pontos da estrutura resistente e uma comunicação bastan− te efetiva simples para levar a transpa− rência até o chão de fábrica ou até o campo ” , afirmou.
O diretor também destacou que a usina vem investindo em tecnologia, através de sistemas de monitoramen− to, telemetria, inclusive com a im− plantação do S−PAA na unidade de Pereira Barreto.
“Quando olhamos a evolução dos resultados que tivemos com a gestão industrial e agrícola totalmente inte− grada, nós temos números bastante interessantes. Subimos de 86 para 91% a eficácia dos planos de manutenção de frota e hoje a manutenção de todos os equipamentos é motorizada. O nosso custo de reparo e manutenção total caiu de R$ 22,60 para R$15,20, em 2020. Nosso recorde de trabalhar sem um segundo de parada chegou a 43 dias. Nossa eficiência industrial re− lativa subiu de uma média de 95,6 pa− ra 97,3” , comentou.
Cadeia de manutenção Conectividade
Saiba como reduzir custos para garantir as próximas safras
Soluções tecnológicas despontam como alternativas para aumentar a eficiência e produtividade do setor bioenergético
A política de redução de custos é importante em qualquer segmento empresarial. No setor bioenergético, ela tem se mostrado essencial, para ga− rantir a viabilidade do empreendi− mento. Setor habituado a conviver com as agruras das intempéries climá− ticas, as quais fogem do seu controle, os produtores voltam suas atenções para medidas, que estão dentro da sua capacidade de atuação, e que podem trazer resultados cada vez mais signi− ficativos.
“Estratégias para Redução de custos Agrícolas ” foi o tema do we− binar realizado ontem, dia 23 de fe− vereiro, as “Quartas Estratégicas ” promovidas pelo JornalCana e que contou com a participação de Ale− xandre Menezio, fundador e diretor de Novos Negócios da Aliança SCA, Marcelo Contó, diretor de Supply & ESG da UISA, Raphael Delloiagono, analista do Pecege e Thiago Péra, coordenador do Grupo Esalq−Log, que ao longo do seminário aponta− ram caminhos a serem percorridos para se atingir a tão almejada redução de custos.
Sob a condução do jornalista do JornalCana,Alessandro Reis, o webi− nar contou com patrocínio das em− presas AxiAgro, HRC e S−PAA.
Para Alexandre Menezes da SCA, grupo de compras de insumos que nasceu na indústria da cana, cujos clientes processam cerca de 60 mi− lhões de toneladas de cana−de− açúcar, um dos caminhos está na re− dução dos custos no momento da compra de insumos.
“Cerca de 80% do gasto opera− cional de nossos clientes agroindus− triais estão basicamente em agroquí− micos, diesel, fertilizantes, lubrifican− tes automotivos e insumos industriais. No caso do diesel, por exemplo, ava− liamos os impactos da taxa de câmbio, do petróleo, do biodiesel para que a gente possa estar o tempo todo mui− to focado em acompanhar e passar es− sas informações para os nossos clien− tes. Então, basicamente é isso que a gente faz aqui na Aliança, abastecen− do nossos clientes com informações do mercado e compartilhando o me− lhor momento de acessar a mercado− ria. Nesse último ano foram 90 mi− lhões de reais, ou seja, nossos clientes deixaram de desembolsar 90 milhões de reais ao adquirir os insumos que a gente negocia ” , contou.
Menezes pontuou também sobre a necessidade de uma política de con− trole e de conservação dos ativos na gestão dos custos. "Um projeto de controle do uso de pneus gerou um impacto de 3% no consumo de diesel, um percentual muito maior do que se pode conseguir na negociação do preço do produto ” , afirmou.
Marcelo Contó, da UISA, locali− zada em Nova Olímpia – MT, desta− cou alguns pontos importantes para a política de redução de custos na usi− na: localização privilegiada e sem competição por cana; liderança de mercado: marcas de açúcar e cadeia logística de qualidade ímpar; diversi− ficação com outros produtos comer− cializados; time de gestão qualificado e experiente; cadeia logística distinta Inbound & Outbound e governança corporativa sólida e transparente.
“Falando da localização, nós temos uma baixa competição regional, são poucas usinas que estão no Mato Grosso e a usina de maior capacidade e processamento é UISA. Então, é uma barreira natural para entrantes. Em contrapartida, a nossa logística pa− ra distribuir esse açúcar lá é comple− xa ” , elucidou.
Contó também comentou sobre a valorização do bagaço e a diversi− ficação de produtos. “O bagaço nun− ca esteve tão valorizado. Com várias usinas de etanol de milho, por não ter a biomassa a gente acaba sendo um potencial fornecedor para esse mer− cado. A comercialização de títulos de descarbonização neste ano, realmen− te atingiu valores históricos que até então, nós nunca tínhamos experi− mentado ” , disse.
Ele falou ainda sobre a comercia− lização de CBIOs na safra 2020/21, que se converteu numa nova fonte de receita para a companhia. “E com o advento da pandemia, a UISA lançou sua linha de produtos para cuidados pessoais e com a casa ” , afirmou.
Raphael Delloiagono, analista do Pecege, apresentou uma prévia dos custos da safra de cana−de−açúcar 2021/22 na região Centro−Sul, que se encerra agora em março. O levan− tamento foi feito em 21 grupos, abrangendo 47 unidades sucroener− géticas distribuídas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e também do Mato Grosso do Sul, uma mostra que contempla 100 milhões de tone− ladas de cana−de−açúcar moída nes− se período.
“Há dois pontos que foram mui− to relevantes pelo aumento de custos durante a safra: o óleo diesel subiu sensivelmente durante esse período de 3,58 para quase 4 ,50. Tivemos uma variação próxima de 25% entre uma safra e outra. Isso acaba atingindo de forma muito intensa todos os custos com maquinários ” , disse.
Segundo o analista, além dos au− mentos nominais de salários, a eleva− ção dos custos com maquinário esti− mulou o aumento de operações ma− nuais no campo.
O custo da cana de terceiros tam− bém sofreu aumento acentuado com a elevação do preço do ATR (57,4% no Consecana SP). “Neste sentido, usinas com maior participação de cana pró− pria foram capazes de aproveitar o bom momento de preços no mercado de açúcar e etanol e se beneficiar com a geração de caixa ” , comentou.
Segundo Delloiagono, o aumento do custo dos insumos também foi ex− pressivo, chegando a 30% no período de novembro de 2020 até hoje o que impacta de forma muito intensa em diversas etapas que compõem o custo