AGRÍCOLA
Fevereiro 2021
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Conectividade
Cadeia de manutenção Um outro grande desafio aponta− do por Minaré, é a integração de to− da a cadeia. “Falamos ao longo da apresentação bastante em relação às questões de capacitação a questões de utilização dos equipamentos, às ques− tões de monitoramento e às questões de materiais. Então, o sucesso de todo esse projeto depende da integração entre as áreas, ou seja, a criação de uma cadeia de manutenção que trabalhe com a parte de recursos humanos, treinamentos de capacitação dos co− laboradores, para que cada vez utili− zem esse equipamento da melhor for− ma possível. Também é preciso uma comunicação eficaz entre todos os agentes envolvidos para que se possa vencer todos esses desafios”, ressaltou. Na Jalles Machado, João Victor Silva, também defende um processo de manutenção unificado. “Apesar de equipamentos com características e concepções diferentes, o cerne da manutenção tem que ser único. Na Jalles, a manutenção conta com uma secretaria onde ficam todos os con− ceitos, os métodos e acompanhamen−
to da evolução das etapas. Aqui nós temos os processos de manutenção Industrial e Automotiva separados, porém o jeito de fazer, a cultura da manutenção é unificada”, contou. A manutenção tem uma posição altamente estratégica na organização. “Os nossos desafios estão na questão de pessoas, processos e tecnologia. Fo− co na manutenção planejada, aprender com as falhas, perda zero, tecnologia em conectividade automação sistemas, especialistas gestão integrada e inves− tir em Inteligência é o segredo para agregar valor”, elucidou. De acordo com ele, o primeiro as− pecto é relacionado às pessoas. “Trago aqui a questão da contratação e reten− ção. Hoje, temos 14 milhões de de− sempregados, mas na hora de contra− tar pessoal capacitado é um problema. E como forma de receber e manter os bons profissionais no time, existem políticas de cargos e salários e plano de carreira. Na Jalles, comemoramos to− do e qualquer recorde, do mais simples ao mais complexo. Temos apoio do RH nessa questão da criação dessa cultura forte e robusta”, comentou.
João Victor Silva também desta− cou os investimentos em tecnologia e conectividade, através de uma grande rede de dados e informações. “O Centro de Inteligência e Con− trole Integrado é capaz de operar e monitorar o ciclo logístico e opera− cional, com acesso às informações online do campo, integrando siste− mas, processos e pessoas, a fim de otimizar os processos e aumentar a produtividade entre campo e usina”, disse. Como resultados o grupo apresentou nos três últimos anos uma redução de 44% na quebra de equipamentos. José Augusto Prado Veiga, diretor de Operações da Usina Santa Adélia, informou que a partir de 2017, a usi− na migrou de uma modelo de manu− tenção tradicional. “O grande desafio foi transformar processos sequências independentes em processos contínuos e interdependentes”, disse. Segundo ele, havia conflito e processos com excesso de desperdí− cios, altas amplitudes e resultados bastantes instáveis, em função dessas variações que eram proporcionadas principalmente no ritmo de moagem, afetando eficiência, qualidade e dis− ponibilidade, tanto na agrícola como na indústria. “A ideia seria como trazer inter− dependência desses processos. A partir de 2018 nós reestruturamos os nossos processos, criando uma diretoria de Produção Agrícola, com foco na pro− dutividade da cana e uma diretoria de Operações, responsável desde a co− lheita até entrega de produto final. Com isso toda essa instabilidade que era identificada entre comunicação, falta de interdependência, foi solucio−
nada. Tendo sempre pessoas no centro desse modelo, com forte relação em sustentabilidade e uma visão muito forte das questões sociais, ambientais e principalmente questões relacionadas a governança, com foco principal na segurança dos processos das pessoas e equipamentos”, explicou. Para Veiga, quando se fala numa mudança de cultura, há sempre um risco de rupturas principalmente na entrada e saída de pessoas. “Hoje o nosso modelo é bastante reconhecido pela valorização dos profissionais, um alto incentivo ao desenvolvimento. Não somente o desenvolvimento téc− nico, mas sim o desenvolvimento pa− ra preparação para cargos superiores em cada um dos pontos da estrutura resistente e uma comunicação bastan− te efetiva simples para levar a transpa− rência até o chão de fábrica ou até o campo”, afirmou. O diretor também destacou que a usina vem investindo em tecnologia, através de sistemas de monitoramen− to, telemetria, inclusive com a im− plantação do S−PAA na unidade de Pereira Barreto. “Quando olhamos a evolução dos resultados que tivemos com a gestão industrial e agrícola totalmente inte− grada, nós temos números bastante interessantes. Subimos de 86 para 91% a eficácia dos planos de manutenção de frota e hoje a manutenção de todos os equipamentos é motorizada. O nosso custo de reparo e manutenção total caiu de R$ 22,60 para R$15,20, em 2020. Nosso recorde de trabalhar sem um segundo de parada chegou a 43 dias. Nossa eficiência industrial re− lativa subiu de uma média de 95,6 pa− ra 97,3”, comentou.