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MasterCana Nordeste 2019

ela quente, libera o gás. Ou seja, no oceano também é assim.

Ele quente, libera o CO² produzido, inclusive, pelas algas e quando frio ele aprisiona o gás. Então, não é o gás que aquece, mas o aqueci mento que libera o gás”, explicou Molion.

Oscilação natural O pesquisador afirmou que exis te uma oscilação natural baseada nos dados históricos.

E que, coincidentemente, todas as vezes em que o Pacífico se esfria ou se aquece, há um resfriamento ou aquecimento da temperatura do ar. Agora, por que as águas do Pacífico

variam de temperatura? A resposta pode estar na formação de nebulo sidade. Segundo Molion, o sol deve entrar em um mínimo de atividade a partir de 2020.

Ele foi registrado no final do sé culo 18 e início do século 19. Também foi verificado o final do século 19 e início do século 20. Ocorre que, com o sol em baixa atividade, seu campo magnético também reduz e a terra deixa de ser protegida. Isso permite que uma maior quantidade de partículas de alta energia entre na atmosfera, chocam-se e funcionan do como núcleos de condensação, contribuindo para aumentar a co bertura de nuvens. ‘Planeta vai esfriar’ “Quando a quantidade de nu vens é maior, ela funciona como uma cortina, impedindo que radia ção entre no planeta. O que temos é a perspectiva de que nos próximos 10 a 12 anos o planeta vai esfriar”, disse Molion. Ele destaca que des de 1983, que estimam a cobertura de nuvens. O que foi observado foi que a cobertura global de nuvens diminuiu de 1983 até 1999/2000, quando se chegou a um mínimo e a terra aqueceu. “Agora, ele está res friando e os próximos 10 anos serão de mais chuvas em volume – 2.060 a 450 mm/ano na Paraíba, e menos dias de chuva,”, comentou.

Afirmações polêmicas O presidente da Associação Brasileira de Meteorologia, Rô mulo da Silveira, afirmou que as previsões de Molion são acertadas e que ele é um profissional respei tadíssimo.

“São polêmicas as suas afirma ções porque existe um discurso midiático por trás do que Molion combate e que baliza tudo no sen tido de políticas públicas conservadoras”, disse. “Mas, elas estão limitando o nosso desenvolvimento econômico, nossa agricultura fica engessada com base em especula ções de que o CO² aumenta a temperatura. Isso é mito.”

Previsões 2020

O pesquisador Luiz Carlos Baldicero Molion, da Ufal, contesta, por exemplo, o aparecimento do fenômeno El Niño em 2020. Ele identificou que o Pacífico está neutro agora e que existem 64% de chance de assim continuar. Os erros de previsão, segundo ele, acontecem, porque os modelos aplicados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) possuem lacunas e fragilidades no seu rigor científico. E servem mais a interesses geopolíticos e econômicos. “Durante todo o período chuvoso da Paraíba, que vai de abril até julho, teremos o Pacífico neutro”, frisou Molion. De acordo com seus dados, em 2020, a média de chuvas na Paraíba será de 1.600 mm/ano podendo até ficar acima dessa média em 10%, segundo sua dinâmica de observação por similaridade. Os meses de janeiro e fevereiro de 2020 choveram um pouco, segundo Molion, devido ao inverno dos Estados Unidos, em que a massa polar chega ao Nordeste brasileiro. O mês de março deve ficar só uns 60 mm acima da média. “Como 2019 foi um ano excepcionalmente seco, o solo ainda tem um déficit de umidade de 8 a 10 mm. Já março deve ser um mês melhor. Deve chover, inclusive, acima da média. Esse ano de 2020 é um ano parecido com 2003”, frisou. Em abril, o produtor também pode aguardar um mês bom de chuvas. Maio em torno da média para o período. Julho com chuvas abaixo da média e julho um pouco acima. Já a partir de agosto até dezembro a tendência é redução da precipitação, como todos os anos.

Seca severa só em 2034 Para finalizar sua palestra, Carlos Molion deixou alguns recados. Ele afirmou que a tendência para os próximos 10 anos é de que haja um aumento na média de chuvas. “A tendência não é passar por seca severa. Será um pouco mais de chuva e a volta das trovoadas. A 92% das trovoadas entre dezembro e março. Trovoada, ventos fortes. Nos invernos pode ter até uma nevoa com orvalho. O pacífico resfriando, os nossos amigos fora dos trópicos vão sofrer”, salientou. Ele prevê uma seca mais severa apenas em 2034. Como as questões ligadas ao aquecimento global são cíclicas, não há motivo para políticas públicas restritivas, de acordo com Molion. O modelo de gestão da questão ambiental pode estar impedindo regiões do país de se desenvolverem com legislações restritivas que se comprometem com metas internacionais.

RESÍDUO DA PRODUÇÃO DE ETANOL PODE VIRAR FERTILIZANTE AGRÍCOLA, DIZ ESTUDO

Um dos grandes problemas da indústria da cana-de-açúcar no Brasil, o excesso de resíduos gera do para a extração do etanol, pode deixar de ser uma pedra no sapato do setor e se tornar uma solução mais sustentável para a agricultu ra. Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram uma técnica para a tratar a chamada vinhaça de cana, líquido resultante do processo de produção do álcool que é nocivo ao ambiente, podendo contaminar cursos d’água e gerar mau odor, destaca conteúdo da Agência Bori. Em estudo publicado na edição de janeiro do “Journal of the Bra zilian Chemical Society”, os cientistas descreveram a técnica inédita de carbonização hidrotérmica, que consegue converter esse resíduo em água e carvão hidrotérmico para uso como fertilizante agrícola.

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Os pesquisadores testaram os efeitos da carbonização hidrotér mica no tratamento da vinhaça de cana em diferentes reações. Essa reação termoquímica ocorre em meio aquoso e a elevadas pressões e temperaturas. A variação de tem peraturas (entre 100ºC e 200ºC) e tempo de reação nos testes (entre 12h e 48h) influenciaram nos pro cessos. Experimentos conduzidos a 200ºC e 8,3% de acidez foram os mais eficientes para gerar materiais sólidos.

Uma das reações termoquími cas promoveu redução de 70% da quantidade de carbono na água, tornando-a menos agressiva ao meio ambiente.

Nada se perde, tudo se transforma A pesquisadora Laís Fregolente destaca que a técnica de carbonização hidrotérmica pode ser implementada pela indústria de forma direta após o processo de destilação do etanol. Aproveitamos assim somente os benefícios da aplicação da vinhaça, já que o processo de carbonização produz um material rico em carbono e nutrientes que pode servir como fertilizante agrícola”, comenta a pesquisadora. As indústrias de etanol poderiam comercializar esse subproduto e gerar uma renda extra a partir do tratamento dos seus resíduos. O diferencial da pesquisa está em mostrar que a biomassa da vinhaça – de 10 a 18 litros do poluente são gerados por cada litro de etanol produzido – pode ser transformada em um material sólido com valor agregado, o que ainda não havia sido feito por outros estudos.

O tratamento proposto pode também contribuir com a recuperação de solos pobres, degradados ou até mesmo de regiões afetadas pelo despejo do poluente.

Outros experimentos estão sendo feitos para encontrar a melhor forma de aplicação do carvão hidrotérmico gerado neste processo. Os próximos passos destes estudos são elaborar uma planta piloto para testar os efeitos do carvão diretamente no solo, já que esse primeiro estudo foi feito em escala de laboratório.

3 orientações para o bom planejamento de adubação foliar

Estratégias são vitais para ganhos de produtividade

Quais são os três pilares para obter eficiente planejamento de adubação fo liar na cana-de-açúcar? Emídio Cantídio Almeida, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRP), destaca quais são esses pilares. Ele pres tou as orientações durante palestra no dia 3 de março, no auditório da Associa ção dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa (PB). Jornal Cana destaca a seguir os três pilares:

1 - A fonte: ela diz respeito aos nu trientes importantes de acordo com a análise da planta e do solo e quanto tempo leva para a absorção de cada um deles;

2 - A época: mostra a influência da radiação durante os meses do ano. Se gundo o especialista, tem diferença fazer a suplementação foliar durante os meses também em que se tem pouca iluminação solar, como são os meses de maio até agosto. Como a palestra foi feita em João Pessoa, as informações estão focadas nos produtores de cana desse estado, mas as recomendações servem para todo o setor.

3 - A quantidade: refere-se ao balan ço de cada nutriente em cada momento em que vai fazer a suplementação de adubo.

Impacto da radiação no crescimento “A planta não cresce nos meses de maio, junho, julho e agosto porque a ra diação é baixa”, explica o professor na palestra na Asplan. Segundo ele, as tem peraturas e a luminosidade, que são im

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portantes aliados nessa fase, sofrem um decréscimo, então, é importante fazer a suplementação. “Assim, temos janeiro e fevereiro, que se faz normalmente. No entanto, temos muita chuva e a planta sofre com a lixiviação”, salientou. “De pois, importante fazer uma suplementação foliar novamente. O ideal é observar sua planta. A partir de março já começa a cair a luminosidade”, lembra. “Após isso, outra, terceira adubação é melhor que se faça 45 dias antes da colheita, en tre junho e julho do ano seguinte.” Ele recomenda três suplementações. “Ela precisa ter folhas verdes, colmos novos. Você poderá sair de 8 toneladas para 10 toneladas tranquilamente.” “Não comprar apenas pelo preço” A palestra, intitulada “Manejo Nutricional em cana-de-açúcar”, abordou a suplementação de adu bação via foliar em várias etapas do cultivo. Essa é uma técnica cultural já difundida na agricultura e que se apresenta como a alavanca para se atingir altas produtividades. Segundo Cantídio, tudo começa com a devida e necessária análise do solo e análise foliar a fim de detectar e corrigir as deficiências apresentadas pela planta. “Antes de comprarem os produtos para realizar a adubação, ou seja, as fórmulas, primeiro faça a análise para saber exatamente de que se precisa”, disse. “Tem que se cobrar a análise foliar para se fazer o planejamento e não comprar apenas pelo preço. Se for feito assim, vocês não estarão es timulando o crescimento da planta”, destaca. Ele lembra que cada fabri cante tem uma técnica e, muitas vezes, dão prioridade a nutrientes diferentes. O Canabio que acontece nos dias 24 e 25 de junho de 2020 trará painel exclusivo sobre adubação bio lógica e manejo orgânico.

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