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55 usinas passam a pagar pelo uso da água no estado de SP 55 usinas passam a pagar pelo uso da água no estado de SP mas é favorecida por TCH maior

Biosev processa menos cana, mas é favorecida por TCH maior

Resultado é nos primeiros 9 meses da safra 19/20 ante igual período da 18/19

A moagem de cana-de-açúcar nas unidades da Biosev alcan çou 25,902 milhões de toneladas nos primeiros nove meses da safra 2019/20. O volume está em linha com as 25,906 milhões de toneladas em igual período da 2018/19. Isso porque apesar da pequena redução da moagem na 19/20, a Biosev foi favorecida pelo TCH 2,1% superior, que ficou em 80,1 toneladas de cana por hectare.

No ciclo anterior, o TCH ficou em 78,4. Segundo a Biosev, o resul tado melhor é explicado principalmente pelas condições climáticas mais favoráveis no período de for mação do canavial (janeiro a março). Isso, principalmente no Polo RP Norte, parcialmente compensadas pela geada que atingiu a região do Polo Mato Grosso do Sul.

Produção Conforme a Biosev, o mix de eta nol atingiu 64,6%, devido ao maior direcionamento de ATR para a pro dução de etanol. Isso dada a melhor rentabilidade desse produto em re lação ao açúcar, ficando em linha ao registrado no 9M19. Por sua vez, o mix de anidro (etanol anidro sobre o total de etanol produzido) foi de 29,2%, 8,1 p.p. superior ao 9M19. Enfim, esse resultado reflete a estra tégia comercial de focar em produtos de maior valor agregado.

Resultados financeiros A receita líquida no 9M20, ex cluindo-se os efeitos contábeis (não caixa) do hedge accounting da dívi da em moeda estrangeira (HACC), atingiu R$ 4,9 bilhões, 2,4% inferior ao 9M19. No 3T20, a receita líquida atingiu R$ 1,4 bilhão, 12,7% inferior ao 3T19.

Segundo a Biosev, esses resul tados decorrem principalmente de menores volumes de comercializa ção. Por sua vez, isso ocorre pelo fato de na safra passada contar com receitas do Polo Nordeste, parcial mente compensados por maiores preços médios de açúcar e etanol. “Vale ressaltar que, excluídas as re ceitas do Polo Nordeste na safra passada, para efeito de comparação com a safra atual, a variação da recei ta seria 4,2% superior ao 9M19 e em linha com 3T19”, destaca.

Uma das líderes do setor sucro energético, a Biosev produz açúcar, etanol e energia. Com matriz situ ada na cidade de São Paulo (SP), possui 8 unidades agroindustriais em operação nas regiões Sudeste e

Centro-Oeste e um terminal no por to de Santos (SP). Tem Capacidade anual de processamento de 32,2 mi lhões de toneladas de cana-de-açúcar. É autossuficiente em energia elétrica, gerada em suas usinas a par tir do reaproveitamento do bagaço da cana, com capacidade de expor tação do excedente de 1.316 GWh. Comercializa seus produtos em mais de 30 países da América do Norte, Europa, Ásia, Oriente Médio, Oce ania e África. Desde 2013, quando abriu o capital, suas ações são nego ciadas no segmento Novo Mercado da B3 (Bolsa Balcão Brasil).

CMAA amplia área de cana e produz mais açúcar e etanol em 2019

Empresa controla 2 unidades e iniciará as operações da terceira

A Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) ampliou em 8,5% a área cultivada com cana-de-açúcar. São atualmente 85,968 mil hectares ante 79,268 mil hectares em 2018. Controladora de duas unidades pro dutoras em Minas Gerais (as usinas Vale do Tijuco e Vale do Pontal), a CMAA prepara-se ainda para iniciar as operações da Usina Canápolis, tam bém em Minas. As informações sobre ampliação de área canavieira estão na apresentação dos resultados de produ ção e de desempenho financeiro da Indoagri (Grupo Salim – Indofood). Trata-se de grupo de Jacarta, Indonésia, sócio em 50% da CMAA. Os demais 50% são do Grupo JF Citrus.

Produção de etanol avança A CMAA avançou na produção de etanol em 2019. Foram produzidos 11% mais diante o desempenho de 2018. Ao longo do ano passado, as duas unidades da empresa produziram 321 milhões de litros, contra 290 milhões de litros no ano anterior. A produção de açúcar tam bém cresceu em 2%. Em 2019, as unidades chegaram a 298 mil tonela das, ante 291 mil toneladas em 2018.

DIVULGAÇÃO

Já a moagem de cana cresceu 8%. Foram processadas 6,095 mi lhões de toneladas em 2019, ante 5,618 milhões de toneladas em 2018.

Em 2019, a Canápolis Açúcar e Etanol S. A. obtém R$ 98,7 mi lhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo relato da insti

tuição o financiamento é para modernização industrial, visando à reativação da unidade de Canápolis (MG) e modernização agrícola. A unidade é controlada pela Compa nhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) e deve voltar a operar na safra 2020/21.

No total, serão investidos R$ 131,8 milhões no projeto, que con templa o plantio de até 3.350 hectares de variedades protegidas. Integram essas variedades clones potenciais de cana-de-açúcar ou de ambas. Adquirida em dezembro de 2017, oriunda da massa falida do Grupo João Lyra, a usina está inativa desde a safra 2013/14.

Para revitalização e retomada da produção industrial, serão deman dados investimentos: em troca de equipamentos obsoletos ou com de sempenho abaixo do desejado, ajustes de confiabilidade, aquisição de equipamentos que ajudarão a reduzir custos e melhorar a eficiência ener gética, além de materiais mais resistentes e modernos que auxiliarão no projeto produtivo.

Josias Messias, da ProCana, Mauro César de Jesus Cunha, Clayton Grava, Ademir Francisco Zanchetin, Márcio Alexandre Denardi, Marco Leite de Lima e Rafael Ometto do Amaral

ARQUIVO

Josias Messias, presidente da ProCana e o diretor presidente da Copervales, Tulio Tenório

USINA SANTA LÚCIA SE PREPARA PARA SAFRA RECORDE

Com a projeção de ter a maior safra de sua história, com a moa gem de 1,6 milhão de TC, a Usina Santa Lúcia, de Araras (SP), in veste na ampliação da cogeração e em melhorias de sua planta in dustrial. Na UTE foi implantado um turbo gerador com potência de 10MW (condensação) e um condensador evaporativo de 50 tvp/h, da Citrotec. Na planta foram trocadas 4 caixas de evaporação de 500 m2 por 3 caixas de 1000 m2 passando para 6 efeitos, as esteiras de alimentação de bagaço foram alargadas, e o se cador de 14.000 sacas/dia está sendo substituído por um de 25.000 sacas/dia.

A usina segue focada em inova ções otimizando a cada ano seus processos.

Mesmo com seca, Copervales aumenta em 10% a produção de açúcar

Mesmo enfrentando um longo período de estiagem e preços baixos de açúcar, seu único produto, a Co pervales Agroindustrial comemora o crescimento da produção na safra 2019/20. A Copervales é a coope rativa de fornecedores de cana que, em 2015, arrendou a Usina Uruba, de Atalaia (AL), pertencente à mas sa falida do grupo JL, produzindo cana em 16.000 hectares, sendo 12.000 há de propriedade dos coo perados e 4.000 há agricultáveis do Arrendamento da Uruba. Na safra 2019/20 foram produzidas 1.888.506 sacas de açúcar, obtendo um incremento de 10,7% na produção em relação à safra pas sada. A moagem também foi 3,5% superior, com aumento de 5.6% no ATR e 4,10% na produção de me laço.

O diretor presidente da Coper vales, Tulio Tenório, aproveitou para agradecer o empenho dos mais de 150 cooperados e dos mi lhares de colaboradores que tronaram esta conquista possível.

VEM AÍ O RENOVABIO DOS GERADORES DE ELETRICIDADE POR FONTES ALTERNATIVAS

As termelétricas de biomassa de cana entram no programa

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O RenovaBio dos geradores de eletricidade por fontes alternativas trata-se de um projeto de lei, o PL 290/2020, ainda em fase inicial de tramitação. Entrou oficialmente em 12 de dezembro, quando foi entre gue para a mesa diretora da Câmara dos Deputados. Mas se for aprova do, o PL 290/2020 estabelece compensação ambiental sobre a geração de energia elétrica para empreendi mentos de fontes alternativas.

Cria a certificação de créditos de descarbonização como os da Polí tica Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio. O projeto, aliás, já é chamado de RenovaBio do setor termelétrico. O RenovaBio é focado no etanol e em outros biocombustí veis, por serem estratégicos em reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O PL 290/2020 tem, portanto, objetivo semelhante ao do Renova Bio, programa de estado instituído pela Lei 13.576/2017. A autoria do projeto é do deputado federal Léo Moraes (Pode-RO). A proposta: criar uma política de redução de emissões de gases do efeito estufa no setor de geração de energia elé trica, que inclui a formação de um mercado de carbono.

Pela proposta, geradores de ener gia ficam obrigados a cortar suas emissões, por unidade de energia gerada, a uma taxa de 1,2% ao ano. Outra possibilidade é a compen sação da diferença na forma de projetos de recuperação ambiental certificados ou de aquisição de créditos de carbono equivalentes.

Biomassa Em seu artigo 4º, o PL 290/2020 destaca: Os empreendi mentos de produção de eletricidade para geração centralizada por fontes como biomassa de origem certifica da, solar, eólica, geotérmica, energia dos oceanos farão jus à obtenção de Reduções

Certificadas de Emissão (RCE). Trata-se de créditos de carbono decorrentes da produção de ener gia elétrica, considerada a diferença líquida entre sua taxa de emissão auditada e a taxa média de emissões de gases de efeito estufa de geração termelétrica no País, apurada anual mente.

Já no artigo 5º explica: os direi tos ou benefícios financeiros provenientes de créditos de carbono certificados na forma desta lei serão apropriados para comercialização

exclusivamente pelo empreendedor, desde seu credenciamento e certifi cação.

A comercialização será realizada mediante central de registro, pública ou privada, que assegure o recebi mento, a transação, a compensação e o cancelamento do certificado após sua aplicação.

Produção de eletricidade da cana avança 4% e abastece 12 milhões de residências A produção de eletricidade a partir da biomassa da cana-de-açúcar cresceu 4% em 2019 ante o ano anterior. Durante 2019 foram produzidos e ofertados para a rede de distribuição 22.407 gigawattshora (GWh) gerados por bagaço e palha. Os cálculos são da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), elaborados a partir de dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Esse montante de energia é capaz de abastecer a 12 milhões de residências ao longo de todo 2019. Os 22.407 GWh feitos da cana evitaram a emissão de 7,6 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2). “Essa marca só é conseguida com o cultivo de 53 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos”, afirma Zilmar Souza. Ele é gerente de bioeletricidade da UNICA.

Eletricidade da cana: 82% da geração de bioeletricidade Souza destaca que a biomassa do setor sucroenergético continua sendo a principal fonte para a bioeletricidade no país. Em 2019, a bioeletricidade ofertada para a rede, pelo setor sucroenergético, foi de 22.407 GWh ou 82% da geração pela bioeletricidade em geral. E foi equivalente a ter poupado 15 pontos percentuais da energia armazenada sob a forma de água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste. Em novembro do ano passado, os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste registram um índice de 18,7% da capacidade total. Foi o mais baixo armazenamento de água desde outubro de 2017, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com a UNICA, em 2019, 84% da bioeletricidade para o SIN foram ofertados justamente entre maio e novembro. Trata-se do período seco, crítico e mais oneroso para os consumidores do SIN. “A bioeletricidade da cana consegue dar esta contribuição para o SIN devido à sua complementariedade com a fonte hídrica”, diz o gerente de bioeletricidade da UNICA. “A bioeletricidade entrega uma energia não intermitente para o SIN.”

Usinas de cana são ‘reservatórios virtuais’ “Esse é um atributo de firmeza de geração sazonal que precisa ser devidamente reconhecido no processo de Modernização do Setor Elétrico Brasileiro”, atesta. Conforme ele, as usinas de bioeletricidade da cana são ‘reservatórios virtuais’ das hidrelétricas. Isso em um sistema interligado ainda dependente da fonte hídrica, cada vez mais complexo com a entrada natural das fontes intermitentes.

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