JG_260 Março / Abril de 2020

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O Banco da (nossa) terra.

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Preço: 2€ | Director: Luís Miguel Ferraz | Bimestral | Ano XXIV | Edição 260 | Março / Abril de 2020

Cristãos celebram a Páscoa em casa • p. 8-9

BOAS E MÁS

NOTÍCIAS

EM TEMPOS DE

Batalha terá creche municipal e museu mostra-se online • p. 14

R. Inf. D. Fernando, 2 • 2440-901 BATALHA Tel. 244 769 270 • WWW.CREDITOAGRICOLA.PT

CRG fechado, mas Restaurante serve refeições para fora • p. 4

Pecuárias despejam fossas no rio Lena • p. 15

PANDEMIA Medidas de protecção e apoios do Município da Batalha a pessoas e empresas • p. 3-4

Temas, opiniões, história, livros, poesia, humor e mais... • p. 22-32

Golpilheirenses entre empresários mobilizados para criar e oferecer materiais de protecção • p. 5 resiliência Misericórdia da Batalha garante p. 6 no cuidado aos mais idosos •

Getty Images/iStockphoto

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João Silva é um jovem da Golpilheira à aventura pelo mundo • p. 16-17

Recomendações a idosos, regras para tratar o lixo e a importância de se mexer • p. 7

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“Missão País” despede-se da paróquia da Batalha • p. 10-11

Meninos do Jardim-de-Infância, mostram artes em casa • p. 21

Carnaval (com pré mios para a Golpilheira), convívios e reportagens • p. 12-13

Futsal feminino sénior garante campeonato nacional para o ano; juniores são campeãs distritais, mas perdem final da taça; há atletas do CRG nas selecções nacionais e distritais; Cesário continua no nacional de TT • p. 18-20


Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

abertura

.editorial.

Luís Miguel Ferraz Director

Apenas... saúde!

Que dizer? Que escrever? Nem os maiores especialistas da medicina, da biologia, da política, da economia, de todas as ciências e filosofias humanas e espirituais sabem o que dizer ou escrever. O mundo está espantado, assustado, doente, sem saber como reagir. Cada um faz o que acha melhor. E o melhor, para quem não sabe o que fazer, é confiar no que esses especialistas, mesmo que ainda à procura de certezas, vão aconselhando. Resta o voto de que tudo acabe bem e depressa. Que venha a Páscoa da libertação, para que a celebremos com abraços, ainda que seja semanas depois da verdadeira Páscoa. Algumas coisas que podem ser ditas, apenas como ajuda e alerta, estão nas páginas que se seguem.

Aos nossos leitores, saúde!

.nãoháagenda. Desta vez, o Jornal da Golpilheira não anuncia eventos que vão ocorrer. Graças à pandeia de Covid-19, desde meados de Março, tudo o que estava marcado foi cancelado, fosse de âmbito municipal ou local, como foi o caso das várias iniciativas que estavam previstas pelo Centro Recreativo e pelas comissões de igrejas e de festas da Golpilheira. Também todas as celebrações religiosas e actividades pastorais, como a catequese e o escutismo, estão parados, já que a Igreja em Portugal foi das primeiras instituições a adoptar e recomendar as indicações dos serviços de saúde para se evitarem aglomerações de pessoas. Ainda é cedo para pensar quando voltaremos à vida normal. Não sabemos, sequer, se serão mantidas as iniciativas programadas para Maio, Junho e os meses seguintes. Assim que possamos voltar a agendar eventos, serão ocasiões propícias a festejarmos o facto de termos ultrapassado esta crise e dar largas às manifestações de alegria e amizade que estão agora reprimidas. Esperamos que, pelo menos, as nossas festas de Verão sirvam esse objectivo. Mais do que nunca, precisamos disso. Vamos aguardando novidades e estando atentos ao que será divulgado nas redes sociais das várias instituições. No caso da Golpilheira, os meios preferenciais de informação serão: • jornaldagolpilheira.pt, • facebook.com/JGolpilheira • facebook.com/groups/golpilheira

. caderno mensal .

José Travaços Santos Etnógrafo e investigador DR

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No princípio era o Verbo Admirável é o campo da astrofísica que aprofunda a origem das origens até onde se alcançaram os limites físicos do infinito, desvenda os núcleos negros das galáxias, fontes donde elas brotaram e seus implacáveis destinos, e a explosão inicial da semente dos mundos, seu gigantesco despertar. Mas o investigador, por mais astuto, deixa sempre um ponto controverso por desvendar: quem foi o semeador que, no nada absoluto, lançou a primeira semente do Universo e a fez germinar.

Um notável desenho de Rafael Calado com uma proposta para acabamento das Capelas Imperfeitas É natural que os leitores, menos habituados a coscuvilhar as coisas da História, não saibam que houve, pelo menos, três sugestões para o acabamento das Capelas Imperfeitas, quero dizer: para a cobertura deste espaço em que o estilo manuelino atinge o máximo esplendor no pórtico, enorme e prodigioso, que se crê ter sido desenhado pelo mestre Mateus Fernandes, aquele mestre português, possivelmente natural da Covilhã, que teve a honra póstuma de ser sepultado em campa bem assinalada à entrada da igreja do nosso Mosteiro de Santa Maria da Vitória. A primeira sugestão é a divulgada pelo arquitecto irlandês/inglês James Murphy que esteve várias semanas na Batalha no primeiro trimestre de 1789, realizando aqui uma notabilíssima tarefa ao desenhar, num tempo em que ainda estava para inventar a máquina fotográfica, inúmeras parcelas do monumento. A segunda é a do alemão Albrecht Haupt, que por cá andou no século XIX, e a terceira é a do português Rafael Calado, a que reproduzo a ilustrar este “Caderno Mensal”, que me parece ser a mais consentânea com a dimensão e a natureza do nosso Mosteiro. E curioso é que não tenha deixado, sem a aproximada cobertura primitiva, a Capela do Fundador. Esta cobertura tinha desabado com o terramoto de 1755, tendo feito já James

Murphy, mais de trinta anos depois, o seu “retrato” aproximado também, conforme as informações que recebeu de alguns frades do Convento Dominicano que tinham vivido aquela catástrofe. O desenho de Rafael Calado é belíssimo e muito expressivo. Rafael da Fonseca Barreiros Calado era natural do Juncal, freguesia nossa vizinha, onde nasceu em 27 de Dezembro de 1898, tendo falecido bastante novo em 1 de Abril de 1941. Foi arqueólogo, historiador, publicista, jornalista e crítico de arte. Entre outros estudos, publicou “A Capela dos Mareantes do Mosteiro da Batalha”, separata da revista “Portucale”, volume XIV, que se editava no Porto; “Batalha” in “Mundo português”; “Porto de Mós” e “O Castelo de Porto de Mós” no semanário de Leiria “União Nacional”; “Juncal e a sua Cerâmica”, etc., etc. Esta imagem da lateral sul do Mosteiro, enriquecida com a sugestão para o acabamento dos Capelas Imperfeitas e o possível coruchéu que encimou até ao terramoto de 1755 a Capela do Fundador, além da qualidade do traço reveste-se da qualidade da proposta que, quanto a mim, supera a dos dois estrangeiros, aliás ambos figuras de relevo, e da qualidade da recomposição da cúpula do panteão da Família de Avis. Lamento, como falta grave de todos nós, o esquecimento, que nada perdoa, a que votámos Rafael Calado, deixando que a sua memória se vá apagando nas novas gerações. Mas é sempre tempo de o recordar e de lhe prestar a melhor das homenagens: a divulgação da sua obra, ora reeditando-a ora comentando-a.

Maria Bento de Jesus, a parteira do povo Num tempo em que escasseavam os médicos e a própria Medicina ainda não dispunha dos meios do tempo que corre, as parteiras populares, como as benzedeiras e os benzedores ou curandeiros eram essenciais, sobretudos às populações das aldeias que a eles tinham de recorrer. O cobrão, a erisipela, o bucho virado,

a espinhela caída, alguns tipos de hérnia, eram, entre outros, os males habitualmente tratados por estes “doutores” desencartados. E ainda hoje se recorre a eles. Na minha geração nascia-se em casa, com uma parteira popular a assistir, na esmagadora maioria dos casos. Só nos casos complicados se chamava o médico. A D. Maria Bento de Jesus, que a Golpilheira está a preparar-se para homenagear (estava previsto ser a 5 de Abril, mas a pandemia obrigou a adiar), é um dos exemplos destas verdadeiras heroínas das nossas comunidades rurais. Acudiu a número incontável de partos, tendo sempre o cuidado de chamar um médico quando as situações eram complicadas, e sempre o fez com eficiência e com generosidade, deixando uma marca que se manteve até ao presente e se projecta no futuro. A Golpilheira está de parabéns pelo seu acto de gratidão à memória duma Mulher que soube servir a sua comunidade.

É preciso fazer justiça aos Jesuítas A história da Companhia de Jesus tem de ser revista. Vilipendiada injustamente no tempo do Marquês de Pombal, que perseguiu os Jesuítas com ferocidade, perseguição que continuou no Liberalismo e se tornou selvática na 1.ª República, foram-lhe assacados actos que nunca cometeu e apagados da memória colectiva os que se revestiram de grandeza e os serviços que prestou à Humanidade. Muito por alto, recordo os hospitais que fundou pelo Mundo fora, de que é notável exemplo o de Goa, o primeiro do Oriente, elogiado por viajantes estrangeiros que o consideravam superior aos hospitais europeus (isto nos finais do século XVI), a reforma e modernização do Observatório Astronómico de Pequim, tendo conseguido na estranha e fechada Corte do Império Chinês uma posição intelectual de relevo, sobretudo nos campos da Astronomia e da Matemática, em que os Jesuítas eram mestres, ou a criação de diversas escolas e de colégios quase universitárias pelo mundo fora, entre outros e inúmeros serviços humanitários de que é de destacar a protecção de tribos e de povos como foi o caso dos indígenas brasileiros. A revisão da história da Companhia de Jesus é indispensável à revisão da nossa própria história como portugueses e à da história da Humanidade.


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Medidas do Município da Batalha

Protecção e apoios em resposta à pandemia Assim que começou a falar-se da pandemia causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), a partir da China, a Câmara da Batalha colocou-se em campo. O primeiro comunicado, no dia 3 de Março, assim que foi detectado o primeiro caso positivo em Portugal, dava conta de iniciativas de contingência e prevenção e difundia as recomendações e conselhos emitidos pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). Logo nessa altura foram acautelados vários cenários para o funcionamento dos Paços do Concelho, assegurando “áreas de isolamento e circulação, existência de material e equipamento, informação e esclarecimento e, ainda, procedimentos perante casos suspeitos ou confirmados de infecção, vigilância e comunicação”. Isto em todas as estruturas da Câmara, “com prioridade imediata para os serviços de atendimento municipal na Loja do Cidadão, Posto de Turismo, Escolas, Academia Sénior, Equipamentos Desportivos, Biblioteca Municipal, Museu da Comunidade Concelhia, Casa do Conhecimento e da Juventude”, abrangendo todos os colaboradores das respectivas unidades orgânicas. Recomendava-se, ainda, evitar episódios de pânico ou “corrida” injustificada às compras de alimentos ou materiais de protecção. De então para cá, o problema foi evoluindo e têm sido constantes as comunicações de informação, sensibilização e comunicação de medidas de apoio à população e às instituições e empresas. O Município

já criou um Gabinete de Crise para acompanhar a situação em permanência e anunciou, no dia 4 de Abril, a elaboração de um Plano Estratégico de Recuperação Social e de Revitalização do Tecido Económico do Concelho da Batalha. Enquanto este não existe, subsistem algumas medidas de apoio às famílias, instituições e empresas concelhias, algumas delas decorrentes do Estado de Emergência decretado a nível nacional, que a seguir procuramos sintetizar.

Isolamento

1. Apelo ao isolamento social, permanecendo nas suas casas, sempre que possível, a fim de reduzir o risco de contágio. Para saídas indispensáveis (compra de alimentos ou trabalho essencial), proteger-se devidamente, lavar bem e frequentemente as mãos, evitar aglomerados de pessoas. 2. O cancelamento total das actividades não essenciais nos edifícios municipais, instituições e empresas, bem como cancelamento de todos os eventos municiais, associativos ou particulares que promovam a concentração de pessoas. 3. Os atendimentos de serviços públicos municipais são apenas marcados por contacto telefónico (244 769 110 / 961 385 570), correio electrónico (geral@cm-batalha.pt) ou no sítio www.cm-batalha.pt. 4. Suspensão de toda a actividade de feiras, mercados e vendedores itinerantes,

pois comporta elevados riscos de contágio e propagação do vírus pela interacção entre as pessoas e pelo manuseamento de produtos e dinheiro. 5. As forças de segurança estão a fazer o controlo de viaturas e a verificação dos estabelecimentos comerciais abertos em infracção legal.

Serviços de assistência

6. Preparação de um espaço de retaguarda e de emergência, com cerca de 50 camas disponíveis, já reforçado com 15 camas cedidas ao Centro Hospitalar de Nossa Senhora da Conceição. 7. Dotação da Unidade de Saúde Local com vários materiais de protecção individual e equipamento de apoio aos utentes que possam necessitar de apoio médico no âmbito da COVID-19. 8. Instalação de uma área dedicada à despistagem da Covid-19, a 30 de Março, junto ao Centro de Saúde da Batalha, sob a coordenação das autoridades de saúde e outras entidades, para atender quem sentir sintomas da doença. Para aliviar este Centro, uma parte do serviço regular passa para o Centro de Saúde de São Mamede. 9. Higienização de ruas e espaços públicos em todas as freguesias, por meios mecânicos, com um produto com eficácia virucida durante 15/20 dias e que não tem quaisquer efeitos nefastos para as pessoas ou animais.

Definições Coronavírus – O vírus que causou o surto ganhou fama como “coronavírus”. Mas esse, na verdade, é o nome da família de vírus a que ele pertence (Coronaviridae). Dentro dessa família, existem variações, como o Sars-CoV e Mers-CoV, que já eram conhecidas pelos cientistas. Sars-CoV-2 – Para diferenciar essa nova variação, no início, muitos especialistas se referiam a ele como o “novo coronavírus”. Depois, recebeu a nomenclatura temporária de 2019-nCoV, até ter o nome oficial definido: Sars-CoV-2, que significa “síndrome respiratória aguda grave – coronavírus 2″. Covid-19 – A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que a doença respiratória provocada pela infecção do Sars-CoV-2 se chamaria Covid-19. O nome da doença resulta das palavras “corona”, “vírus” e “doença”, com indicação do ano em que surgiu (2019). A nomenclatura segue diretrizes internacionais que pedem para não se fazer referência a uma localização geográfica, um animal, um indivíduo ou grupo de pessoas. Em resumo: Coronavírus é a família a que pertence o vírus Sar-CoV-2, que causa a doença Covid-19.

Apoios

10. Primeiro pacote de 15 “medidas extraordinárias e de carácter urgente” de apoio às famílias, instituições sociais e empresas, incluídas num plano “social e económico” com um valor a rondar os 600.000 euros e que poderá “ser reforçado em função das necessidades”: 10.1 - Programa CRESCER MAIS: Pagamento de 4 meses de prestação das creches (31.534 €) e pagamento integral dos apoios à Natalidade (32.682 €). 10.2 - Suspensão do corte no abastecimento, descontos, isenções de tarifas em serviços de Água, Saneamento e Lixos às famílias (7.500 €). 10.3 - Apoio à assistência

de refeições alimentares em protocolos com IPSS (100.000 €). 10.4 - Linha de apoio ao Idoso, entregas ao domicílio de produtos alimentares, medicamentos e gás (30.000 €). 10.5 - Programa de novas aquisições de ajudas técnicas (25.000 €). 10.6 - Programa Municipal de Emergência (25.000 €). 10.7 - Antecipação de subsídios e apoios previstos no âmbito da Protecção Civil: Bombeiros Voluntários (41.026 €), Hospital de Nossa Senhora da Conceição (60.000 €), Centro Hospitalar de Leiria (50.000 €). 10. 8 - Suspensão do corte no abastecimento, descontos, isenções de tarifas em servi-

Informações nacionais actualizadas e seguras: covid19.min-saude.pt Informações concelhias actualizadas e seguras: cm-batalha.pt/covid19 A todo o momento, a informação sobre esta doença está a evoluir, seja quanto à origem, tipo e manifestações, seja quanto aos números de infectados, modos de prevenção, recomendações, tratamentos, etc. Nesse sentido, remetemos para as fontes mais fiáveis de informação, o sítio do Ministério da Saúde e, para o concelho da Batalha, o sítio do Município.


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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

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ços de Água, Saneamento e Lixos às instituições (10.000€). 10.9 - Programa de apoio à assistência alimentar e de medicamentos/protocolos com IPSS (a definir). 10.10 - Linha de apoio ao Idoso (+ 65 anos), entregas ao domicílio de produtos alimentares, medicamentos e gás nas instituições. 10.11 - Programa apoio à formação e planos de contingência das empresas (125.000 €). 10.12 - Suspensão do corte no abastecimento, descontos, isenções de tarifas em serviços de Água, Saneamento e Lixos às empresas (15.000€). 10.13 - Programa de apoio ao trabalho temporário (30.000 €). 10.14 - Linha de apoio aos empresários/comerciantes, esclarecimento de dúvidas e apoios pontuais (20.000 €). 10.15 - Reforço das contratações/aquisições locais (a definir).

através de suporte logístico e materiais diversos.

11. Apoio às IPSS e serviços de Saúde – As Instituições Particulares de Solidariedade Social estão a fazer esforços acrescidos no cuidado reforçado e protecção aos mais idosos e doentes, considerada a população com risco acrescido em caso de contágio com o novo coronavírus (Sars-CoV-2). A Câmara tem acompanhado essa acção e garantido mais camas de retaguarda, operações de higienização e apoio ao nível de equipamentos de protecção. Está também em curso uma resposta de apoio aos serviços locais de Saúde,

14. Cartões para refeições – A autarquia da Batalha aprovou o reforço em 50 mil euros do Fundo de Emergência Social criado em 2015, que permite o apoio financeiro a famílias carenciadas, de uma forma directa, excepcional e temporária. Para tal, desenvolveu com uma entidade financeira um mecanismo de atribuição de cartões do tipo “Ticket Restaurante”, que podem ser utilizados na rede local de estabelecimentos de restauração ou alimentação (restaurantes, supermercados e outras lojas de retalho

12. Isenção de pagamento de ATL – Tendo em conta a interrupção do período lectivo, a 16 de Março, com o consequente encerramento dos Centros de Actividades de Templos Livres (ATL) e outros apoios às famílias na ocupação das crianças, o Município decidiu não cobrar quaisquer mensalidades destes serviços relativas aos meses de Abril, Maio, Junho e Julho. Assim, independentemente de as escolas voltarem a abrir no terceiro período, as famílias não terão este encargo a suportar. 13. Criação de uma Linha de Apoio Social “Batalha Por Si”. Assim, através dos números 244 769 110 ou 961 385 570, os maiores de 65 anos poderão pedir esclarecimentos ou ajudas, nomeadamente, a entrega ao domicílio de produtos alimentares, medicamentos, gás, etc.

alimentar), com segurança ao nível da intransmissibilidade e controlo dos apoios municipais concedidos. O apoio poderá ira até ao máximo de 1.000 euros por agregado e deverá ser solicitado para geral@cm-batalha.pt ou pelos telefones 244 769 110 e 961 385 570. 15. Reforço do fornecimento das refeições escolares a todas as crianças e jovens que delas necessitarem, em regime de ‘take-away’. A medida é tomada “em estreita articulação com a direcção do Agrupamento Escolar, os encarregados de educação e as entidades contratadas para o fornecimento de alimentação”. Assim, são abrangidos os alunos dos escalões A e B da acção social escolar, que devem apresentar pedido através do e-mail geral@cm-batalha. pt ou dos telefones 244 769 110 / 961 385 570. As refeições serão fornecidas na escola sede da Batalha ou no Centro Recreativo da Golpilheira, em horários indicados no momento da reserva. 16. Isenção de mensalidades em equipamentos desportivos – As famílias e utilizadores dos complexos desportivos municipais que estão encerrados (como piscinas ou campos de ténis), estarão isentos de qualquer pagamento mensal ou anual contratualizado, até final desta época desportiva. 17. Isenção de taxas comerciais – Dado o encerramento de muitas actividades comerciais, sobretudo não

alimentares, suspenderam-se as taxas correspondentes à utilização de esplanadas, toldos, bancas e quiosques encerrados, nos próximos meses de Abril, Maio e Junho, concedendo ainda a dilação de prazo em 90 dias na comunicação ou renda de nova ocupação ou concessão. 18. Oferta de materiais de protecção – Distribuição gratuita de máscaras de protecção individual e outros materiais de protecção a todas as famílias e todos os profissionais que se enquadrem nos grupos de risco, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto durar a pandemia. Para tal, fez parceria com empresas locais nas áreas da confecção e comércio de vestuário que apresentam condições de produção em grande escala, das quais destacamos a Jutina e a Fátima Cruz, ambas da Golpilheira, que estão a produzir para esta finalidade. 19. Plataforma “Batalha ONLife” – Plataforma de gestão de ajudas e voluntariado para “melhor gestão, acessibilidade e rigor na atribuição dos vários apoios”, bem como a servir de agregador da informação disponível e das necessidades dos munícipes, bem como registo do voluntariado local. “Visa ser estímulo para a comunidade, um hino à vida, um espaço de solidariedade e um apelo à resiliência de um povo empenhado em superar as dificuldades geradas pela situação de pandemia da Covid-19”, diz o presidente.

Números na Batalha

À data do fecho da nossa edição, 5 de Abril, o concelho da Batalha registava apenas 4 casos positivos, todos vindos de países estrangeiros, estando 18 pessoas a aguardar confirmação de testes. Uma dessas pessoas infectadas reporta à freguesia da Golpilheira. Há também um batalhense falecido por Covid-19, embora residente em Oliveira do Bairro (Aveiro).

Nota de esperança e agradecimento do presidente da Câmara

Segundo o presidente, Paulo Batista Santos, “tudo iremos fazer para minimizar os impactos desta pandemia no nosso território e ajudar o país a ultrapassar esta fase mais difícil, devolver a esperança aos nossos concidadãos e assegurar que juntos seremos mais fortes no apoio às populações”. Em nota da autarquia, expressa, ainda, “o maior reconhecimento pelo empenho, profissionalismo e espírito de solidariedade que temos registado junto das entidades parceiras da protecção civil, instituições particulares de solidariedade social, associações locais e, muito particularmente, ao nível dos profissionais da área da saúde, que têm sido inexcedíveis na coordenação diária do exigente combate à evolução da covid-19 no concelho da Batalha”.

CRG fechado, mas Restaurante serve refeições para fora... Na Golpilheira, como no resto do país, quase toda a actividade cultural, desportiva e económica está encerrada. Também o Centro Recreativo da Golpilheira encerrou todas as actividades, incluindo a Assembleia Geral agendada para o dia 27 de Março, bem como os seus espaços, incluindo o bar. A excepção é o Restaurante Etnográfico que vai manter um serviço mínimo à população, em resposta aos apelos do Governo e do Município, para apoio aos cidadãos que precisem de uma refeição confeccionada. Assim, embora o espaço de restauração esteja encerrado, não sendo ali servidas refeições,

os interessados poderão levantar a sua refeição e levar para casa. Todos os dias há um prato de peixe e outro de carne, além de grelhados. Poderá ainda ser preparado frango assado na brasa, mediante encomenda. Aliás, o ideal, para garantir a sua refeição, será sempre encomendar de véspera, pelos números 244 766 709 ou 933 055 470. Escusado será dizer que, no momento de levantamento, deverá haver todo o cuidado, nomeadamente de higiene das mãos, protecção do rosto caso tenha tosse ou algum sintoma de doença, bem como de distanciamento de cerca de 2 metros em relação a outros clientes.


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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

Golpilheirenses integram a comunidade “Maker” São várias as respostas solidárias que têm surgido na sociedade, em respostas às necessidades de prevenção e combate à pandemia. Uma delas partiu do engenheiro informático Bruno Horta e juntou um alargado grupo de empreendedores e empresários ligados à indústria do desenho e fabricação de moldes – o “Movimento Maker Portugal”, alguns deles da Golpilheira. Basicamente, tratou-se do desenvolvimento de uma viseira de protecção individual, especialmente destinada aos profissionais de saúde e cuidadores de instituições que trabalham com pessoas de risco, que está a ser produzida gratuitamente pela técnica de fabrico aditivo (impressão 3D). O golpilheirense Carlos

DR

Empresas fabricam e oferecem viseiras

Entrega de viseiras no hospital da Batalha

Santos está a liderar a equipa da nossa região. “Já estamos a colocar as nossas máquinas a trabalhar dia e noite, cada um em suas casas e nas suas micro-empresas”, refere. Um dos problemas é a ruptura de stocks de matéria prima, pelo que se solicita a quem puder a

entrega de elásticos de roupa e de folhas de acetato A4 100% transparentes, o mais espessas possível, se possível de 300gr. Além disso, quem tiver uma impressora 3D na zona da Batalha é bem-vindo ao grupo, bem como quem queira contribuir para a compra de filamen-

to de impressão, bastante caro (contactar 960008899). No dia 26 de Março, foram oferecidas as primeiras unidades no Centro de Saúde da Batalha e no Centro Hospitalar de Nossa Senhora da Conceição, da Misericórdia da Batalha.

Puff é só um exemplo de muitos movimentos solidários

A necessidade aguça o engenho, diz o ditado. E também a solidariedade, podemos acrescentar. De facto, por todo o País têm surgido iniciativas e campanhas de ajuda aos mais desprotegidos e aos profissionais que estão na linha da frente na luta contra esta pandemia. Sendo um dos problemas mais comentado a falta de materiais de protecção para os profissionais de saúde e para os doentes e idosos institucionalizados, são dezenas as empresas que converteram as suas actividades em produção desses materiais, como máscaras, viseiras, batas, botas, etc. Foi o que fez Cecília Silva, natural da Golpilheira, proprietária com o marido da empresa Puff, sedeada na Torre, Reguengo do Fetal. Em meados de Março, uma das colaboradoras comentou a falta no Hospital de Leiria de cogulas (uma espécie de carapuço para protecção integral da cabeça) e capas para o calçado e logo ela decidiu parar a sua produção normal e começar a fazê-las com algum tecido não tecido (TNT) que tinha no seu armazém, destinado a forras

TVI

Deixar o sofá pela luta contra o vírus

de malas e sofás. Trata-se de um material que não absorve humidade, o mesmo que se usa em ambiente hospitalar. Feitos os testes e aprovação dos modelos, com assessoria de pessoal médico, passou-se à produção em série. As duas costureiras da Puff dedicaram-se exclusivamente a este trabalho durante uma semana e mobilizaram já outras cerca de duas dezenas, algumas delas também da Golpilheira, que nas suas casas estão também a costurar os modelos cortados e preparados em kits de produção nesta empresa. Só assim poderão dar resposta ao pedido que, entretanto, veio também do Centro Hospitalar de Nossa Senhora da Conceição, da Misericórdia da Batalha. Recentemente,

veio mais um pedido para a Cruz Vermelha de Leiria. A empresa contactou ainda o Centro Social Paroquial do Reguengo do Fetal, mas aqui é o próprio pessoal da instituição que está a lançar mãos à obra para a produção destas protecções. A primeira centena e meia de conjuntos de cogulas e botas já seguiram para o destino. Em simultâneo, começaram a fazer-se máscaras semelhantes às usadas para protecção simples e minimização da propagação do vírus, semelhantes às que se vendem no mercado feitas neste tecido, enviadas para a população idosa acompanhada pela Misericórdia da Batalha. Depois de gastar o material que tinha e mais algum trazido

das reservas destas unidades hospitalares, outras empresas e fornecedores que souberam da iniciativa por uma notícia divulgada na TVI começaram a fazer chegar materiais, sobretudo TNT, elásticos e arame usado na confecção, além de meios de distribuição. A ajuda nestes custos é, para já, a principal necessidade a que poderão responder os que queiram juntar-se a esta onda solidária. A Puff não aceita dinheiro, mas poderá informar os contactos de fornecedores, que facturarão directamente a quem queira oferecer. E há já uma rede de pessoas que se juntaram para ajudar em várias frentes... Quem quiser ajudar, seja na aquisição de materiais, seja na oferta de mão de obra nas suas máquinas de costurar caseiras, deverá contactar para o email ceciliasilva@puff.pt. Por este meio serão também dadas todas as instruções sobre cuidados de desinfecção e higiene a garantir na produção e os métodos de entrega e recolha dos materiais, com a devida quarentena entre os vários manuseamentos. Luís Miguel Ferraz

Governo anuncia medidas de emergência Incentivo Financeiro Extraordinário para Apoio à Normalização da Actividade da Empresa No contexto da situação de emergência desencadeada pela pandemia da Covid-19, o Governo tem vindo a apresentar alguma legislação extraordinária de apoio aos trabalhadores e empregadores. Uma dessas medidas é o Incentivo Financeiro Extraordinário para o Apoio à Normalização da Actividade da Empresa, que visa apoiar a manutenção dos postos de trabalho e mitigar situações de crise empresarial. Na prática, será um pagamento único, no valor correspondente a uma retribuição mínima mensal garantida, por cada trabalhador por conta de outrem ao seu serviço. Podem solicitar este incentivo as entidades empregadoras privadas, incluindo as do sector social, que beneficiem de uma das seguintes medidas: a) apoio extraordinário à manutenção de contrato de trabalho em situação de crise empresarial, com ou sem formação em caso de redução ou suspensão em situação de crise empresarial; b) com plano extraordinário de formação. A candidatura pode ser feita no portal www. iefp.pt, na área de gestão da entidade, devendo ser efectuado o registo prévio no referido portal, caso ainda não esteja registado. O regulamento e condições de acesso estão disponíveis em www.iefp.pt/covid19, ou pelo telefone 300 010 001 (dias úteis das 08h00 às 20h00).


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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

pandemia

Plano de Contingência na Misericórdia da Batalha

A Santa Casa da Misericórdia da Batalha é das instituições do concelho que mais teme o possível contágio do novo coronavírus. Seja no Centro Hospital de Nossa Senhora da Conceição, unidade de cuidados continuados, seja no apoio domiciliário habitual e aos utentes do Centro de Dia que agora está encerrado, trabalha sobretudo com doentes e idosos, pelo que um possível contágio poderá significar uma tragédia. Assim, foi também das primeiras instituições a definir um Plano de Contingência, para evitar que isso venha a acontecer, ou agir com toda a segurança para evitar a propagação em escala, caso seja detectado algum caso positivo. Nesse sentido, em reunião da Mesa Administrativa, no passado dia 14 de Março, foram definidas as seguintes medidas: 1. Encerramento dos Serviços de Fisioterapia estritamente a utilizadores externos, mantendo-se o apoio reabilitativo a utentes internos; 2. Suspensão de visitas à Unidade de Cuidados Continuados e Unidade de Internamento de Proximidade Local; 3. Inibição de acesso a pessoas estranhas aos serviços, com a excepção a autoridades de saúde,

DR

Resiliência e cuidado máximo no apoio a idosos

Imagens partilhadas no facebook da instituição

protecção civil, bombeiros, ou em casos excepcionais a avaliar; 4. Suspender a actividade de Centro de Dia no Centro Comunitário, mantendo-se a componente assistencial no domicílio de cada utente, com apoio de alimentação, acompanhamento na toma dos medicamentos e tratamento de roupa quando aplicável; 5. Encerramento das consultas de ambulatório na componente de clínica geral; 6. Encerramento das consultas de fisiatria, terapia da fala e ocupacional para utilizadores externos; 7. Encerramento da recolha de análises clí-

nicas para utilizadores externos; 8. Suspensão do registo biométrico da assiduidade passando a ser realizado através de registo manual; 9. Criação de duas “Linhas Verdes” de Atendimento Telefónico para o apoio às famílias e utentes da UCC, UIPL no CHNSC (244 769 431, das 14h00 às 17h00) e no Centro Comunitário para utentes de Centro de Dia e SAD (244 768 390), reforçando o contacto diário, num contexto de avaliação de situação dos utentes e de interacção com as famílias (com possibilidade de videochamada das 13h00 às 15h00);

10. Criação de rotinas diárias de desinfecção regulares de portas, maçanetas, corrimãos e interruptores e arejamento de espaços; 11. Desinfecção das mãos do pessoal do SAD antes de entrar na casa dos utentes e depois de sair e antes de pegar nos carros; 12. Restrição do número de colaboradores nos locais de refeição; 13. Cancelamento de novas admissões para a UIPL; 14. Disponibilização de 12 camas da UIPL para a RNCCI na tipologia de resposta de UCC de Média ou de Longa Duração; 15. Levantamento de 3 camas de reserva junto PUB

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Licença de Exploração Industrial N.º 50/2010 SEDE: TRV. DO AREEIRO, 225 • ZONA IND. JARDOEIRA • 2440-373BATALHA FILIAL: CASAL DE MIL HOMENS • 2440-231 GOLPILHEIRA TELS: 244 768 766 • 917 504 646

do Centro de Recursos e Ajudas Técnicas do Município da Batalha; 16. Suspensão de cerimónias religiosas na UCC; 17. Fomento da entreajuda – mobilidade interna de colaboradores dos serviços com atividade reduzida (Centro de Dia, Fisioterapia, Ambulatório, etc.) para outros serviços ou valências com necessidades urgentes de reposição de recursos humanos, em função dos perfis de competências dos colaboradores; 18. Reforço de formação aos trabalhadores com instruções regulares acerca de medidas de prevenção a adoptar. Além destas medidas,

houve uma reorganização interna dos serviços, avaliação de serviços e escalas de trabalho, férias e até funções do pessoal, criação de condições técnicas para serviço preferencial por telefone e acompanhamento permanente entre colaboradores, utentes e familiares, adaptação a materiais descartáveis e modos de proceder que garantam menores riscos de contaminação, criação de salas de isolamento, etc. Com estas medidas em vigor e procurando sempre manter a “responsabilidade social no apoio aos mais idosos, população mais frágil e mais exposta aos danos que o vírus pode provocar”, o provedor, Carlos Monteiro, reconhece que nunca teve pela frente uma “batalha como esta” e que os colaboradores estão receosos, fatigados e alguns exaustos. No entanto, acredita que “são momentos como estes que nos tornam mais resilientes e mais solidários, e se redescobrem as nossas forças numa luta incessante contra o mal”, pelo que a palavra de ordem é “não desistir”, além de um constante agradecimento pela dedicação e esforço dos colaboradores e alguns voluntários e benfeitores. LMF


pandemia • 7

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Medidas de prevenção para o idoso:

• Lave as mãos com frequência e sempre que se assoar, espirrar, tossir ou após contacto directo com pessoas doentes. • Evite tocar na cara com as mãos. • Na medida do possível, evite tocar em superfícies de alto toque em locais públicos – botões do elevador, maçanetas, corrimãos, apertos de mão com pessoas, etc. • Use um lenço de papel ou a sua manga para cobrir a sua mão ou o seu dedo, se precisar tocar em algo. • Evite partilhar objectos pessoais ou comida. • Tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, com um lenço de papel ou com o antebraço, nunca com as mãos, e deite sempre o lenço de papel no lixo.

Mantenha-se em casa!

• Limpe e desinfecte a casa, principalmente as superfícies tocadas com frequência (como mesas, maçanetas, interruptores de luz, torneiras e telemóveis). • Evite fazer compras diariamente ou frequentar locais com muitas pessoas. • Se tiver de sair de casa por algum motivo urgente mantenha sempre o distanciamento social de 1 a 2 metros. • Procure um familiar ou um vizinho que lhe leve as compras e a medicação a casa, não mantendo contacto físico com ele. • Não deixe acabar a medicação. Se necessitar de mais receitas, contacte o seu Centro de Saúde por telefone ou email ou peça a um familiar para o fazer. • Mantenha o contacto com familiares e amigos por telefone. • Se tiver febre ou dores no corpo, tenha à mão paracetamol que pode tomar até 3-4 gramas por dia. • Não tome anti-inflamatórios não esteróides (estes medicamentos são inapropriados para os idosos). • Deve beber muitos líquidos, de preferência em bebidas quentes que deve ter sempre preparadas, com mel (se não for diabético), limão, outros sumos, chá, café. • Alimente-se bem, comendo carne, peixe, ovos e fruta que deve lavar e descascar antes de comer. Não dispense a sopa quente. • Faça exercício. Não esteja horas sentado. Ande em casa por períodos de mais de 10 minutos 3 vezes por dia ou se possível use uma pedaleira. • Quando já estiver bem não contacte com outras pessoas durante 14 dias

Deverá procurar atendimento médico se sentir: • Dificuldade em respirar ou falta de ar. • Dor ou opressão persistente no peito.

Actuação dos familiares do idoso:

• Confirme que o seu familiar tem medicamentos e alimentos suficientes a fim de evitar faltas inesperadas. • Sempre que o contacto físico for indispensável lave cuidadosamente as mãos, mas se tiver tosse ou febre não o visite. • Promova o isolamento do seu familiar, mas não o abandone! • Esteja atento à eventual dificuldade de respirar do seu familiar ou às manifestações de alteração do estado de consciência e confusão. • Se o seu familiar estiver institucionalizado, informe-se das regras da instituição e cumpra-as rigorosamente. PUB

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Regras essenciais do lixo Em todos os tempos, o tratamento do lixo deverá ser alvo dos maiores cuidados e seguir algumas regras essenciais. Em tempos de pandemia, mais ainda. Nesse sentido, as autoridades sanitárias e empresas do sector estão a promover uma campanha de esclarecimento sobre as cinco regras essenciais a ter com o lixo doméstico, visando a melhoria de comportamentos individuais que influenciam o serviço de recolha e tratamento de resíduos urbanos, assegurado todos os dias por empresas e municípios. 1. Máscaras, luvas e lenços não são recicláveis, devem ser SEMPRE colocados no lixo comum. Estes materiais estão a aparecer, em grandes quantidades, nos ecopontos, indo parar às linhas de triagem. Para além de não serem recicláveis, podem estar contaminados. 2. Lixo contaminado não é reciclável, deverá ser SEMPRE colocado no lixo comum. Esta regra aplica-se a todas as pes-

soas infectadas ou que se encontrem em quarentena com essa suspeita. Qualquer pessoa nestas condições, deverá ter o seu lixo colocado em dois sacos, um dentro do outro, bem fechados. Estes sacos não devem estar cheios nem compactados – apenas têm de estar bem fechados e ser depositados dentro do contentor de lixo comum. 3. NUNCA deixar sacos de lixo no chão, colocar dentro do contentor. Se o contentor estiver cheio, deve ser utilizado quando estiver disponível ou utilizar-se o contentor mais próximo. Se a recolha habitual for feita com sacos, devem ser seguidas as instruções do município ou freguesia. 4. Não colocar monos/monstros para recolha em fase de pandemia. Neste tempo, este serviço não é prioritário e as empresas e os municípios estão a fazer um esforço considerável para manter o serviço público essencial à população. Mesmo que faça

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Um mau exemplo (início de abril)

Desinfecção em curso na Golpilheira

arrumações em casa, deve se aguardar pelo fim desta fase e apenas colocar estes materiais (colchões, sofás e outros materiais que não cabem nos contentores) quando o serviço estiver disponível. 5. Ficar em casa e manter a higiene dos caixotes/zonas do lixo, proteger sempre as mãos e lavá-las após estas operações durante, pelo menos, 20 segundos. Com estas atitudes, consegue-se prevenir a infecção, protegendo inclusive os trabalhadores que asseguram o serviço de

recolha e tratamento de resíduos todos os dias. Os trabalhadores do sector da recolha e tratamento de resíduos continuam todos os dias a contribuir para a limpeza das nossas ruas, através da recolha selectiva, e a garantir o tratamento dos nossos resíduos. A melhor forma de lhes agradecer é partilhar e cumprir estas regras e ser compreensivo para com as adaptações à recolha que o seu município e as concessionárias EGF poderão ter de fazer. Mais informações em www.egf.pt.

Educação e Desporto: #SerAtivoEmCasa

Campanha pela actividade física Andar, correr, saltar, dançar, brincar, jardinar… importa não parar! Num período em que milhares de alunos e famílias estão confinados a casa, é fundamental manter a actividade física no dia-a-dia. Os ministérios da Educação e do Desporto

criaram vários apoios, com o lema #SerAtivoEmCasa, divulgados em ipdj.gov.pt e nas redes sociais, para todas as faixas etárias. O Ministério da Educação tem também procurado auxiliar os professores e alunos com materiais para o ensino à

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O Núcleo de Estudos de Geriatria (NEGERMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) elaborou um conjunto de recomendações para os doentes idosos e familiares para prevenir a infecção por Covid-19.

Em tempos de pandemia

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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

eclesial

Pela primeira vez na História…

A Páscoa é a mais importante festa dos Cristãos. Mais do que qualquer outra festa de Santos ou de Nossa Senhora, mais do que qualquer outra celebração dos mistérios de Deus, mais do que o próprio Natal, em que se comemora o nascimento de Deus como homem. Isto porque esse nascimento só ganha sentido na Páscoa: Ele fez-Se homem para nos salvar através da sua morte, mostrando claramente que a morte não tem a última palavra sobre o nosso destino, mas, pelo contrário, é o processo de conversão (Ressurreição) para a verdadeira Vida, em comunhão eterna com Ele. A Páscoa revela, aliás, o sentido e o porquê de tudo, desde a criação: Deus criou-nos porque é Amor, quis-nos à sua imagem e semelhança na expansão natural desse Amor e todo o seu movimento na relação connosco é de inclusão plena nesse Amor. Por sermos à sua imagem, somos livres (não poderia ser doutro modo, porque o Amor não obriga) e, sendo livres, escolhemos tantas vezes recusar a sua oferta de amor, viver como se fôssemos auto-suficientes e não precisássemos d’Ele para atingir a perfeição do humano. É isso o pecado: recusar Deus

na vida. Mas o seu movimento de Amor não quer deixar-nos à deriva e Ele faz-Se um de nós, pois só um homem que é também Deus pode fazer essa ponte de retorno ao Amor. A sua morte e ressurreição é o deixar aberta a porta do Amor (Céu), para sempre, assim queiramos nela entrar. É isso a salvação: Deus a oferecer-nos Vida. É isto que os Cristãos celebram na Páscoa. É certo que o renovam em cada Eucaristia, mas a Páscoa é especial, é a Grande Festa anual desse mistério do Amor. Prepara-se com um tempo de Quaresma, quarenta dias de conversão, renúncia ao mal e reencontro com Ele, vive-se intensamente na memória da sua paixão e morte (Quinta-Feira Santa e Sexta-Feira Santa), em que se toma consciência do valor do sofrimento e da cruz no processo de conquista da vida, e culmina na explosão de alegria de Sábado, na “mãe de todas as vigílias”, em que se cantam aleluias de ressurreição. Ora, é normal que estes sejam dias de igrejas cheias, até por aqueles que não entram noutros dias. Até nos inícios da Igreja, quando os Cristãos eram perseguidos e mortos só por dizerem que eram cristãos,

as comunidades encontravam formas de se reunirem para celebrar a Páscoa, fosse em caves ou catacumbas, fosse no ambiente doméstico de pequenos grupos familiares. Até em locais onde isso ainda hoje acontece e a fé tem de ser celebrada às escondidas, os Cristãos procuram modos e locais onde possam celebrar em grupo o Cristo Ressuscitado que é a fonte da sua esperança e da sua alegria. No entanto, neste ano de 2020, a Igreja está a preparar-se para celebrar a Páscoa em casa, nem sequer com a família alargada, mas em pequeníssimos núcleos familiares confinados a quatro paredes. Talvez seja a primeira vez em toda a história do cristianismo em que os padres e os bispos, a começar pelo Papa, celebram a Missa em solidão e pedem a todos os outros que fiquem em casa. Talvez este seja um sinal dos tempos, em que somos chamados a pensar que podemos perder num dia o que sempre achámos por adquirido. Em que possamos sentir o verdadeiro valor daquilo que tantas vezes temos em abundância e não aproveitamos, só porque é mais agradável dar um passeio ou dormir mais

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uma hora. Em que nos confrontamos com a necessidade de uma graça que não nos pode ser dada como queremos, onde queremos e à hora a que queremos… Mas talvez este seja também um desafio à criatividade e ao uso das modernas tecnologias para reencontrar a espiritualidade e a forma de as usarmos para a evangelização e para ser Igreja. São já múltiplos os exemplos de quem está a aprender esse caminho. E não é apenas pela transmissão da Missa no facebook; são mensagens, imagens, vídeos, músicas, orações, catequeses, conferências, encontros e reuniões, comunidades e países inteiros a encontrarem-se num único coração que reza e sofre as mesmas necessidades. Esta Páscoa, fechados em casa, fará a verdadeira triagem entre o verdadeiro cristão e aquele que apenas se tem andado a enganar a si mesmo, arrastando o corpo pelas igrejas aos longo de anos, como se fosse essa a resposta de Amor que Deus lhe pede. Esta Páscoa não vai ser vivida em multidão nem em rebanho. Não vai ter grandes corais, nuvens de incenso, “cerimónias” (como dizem os pagãos) bonitas, e meia igreja dormitante nos

DR

Cristãos celebram a Páscoa em casa

bancos do fundo. Esta Páscoa vai ser diferente: quem quiser vivê-la verdadeiramente, vai ter de se esforçar mais do que apenas fazer uma viagem de carro até à igreja. Embora mais perto, dentro da própria casa, vai ter de se preparar sozinho, vai ter de se ligar, vai ter de procurar até encontrar, vai ter de se dominar para evitar distracções, vai ter de fazer o esforço para se tele-transportar até ao lugar e à mensagem que Deus estará a transmitir-lhe à distância. Há ajudas, muitas; é só – lá está – procurar. Dou só um pequeno exemplo: a editora Paulus está a disponibilizar alguns livros gratuitamente para quem está confinado a casa. Um deles é um guia para viver a Páscoa em casa, em família. Pode servir a quem queira, desde já, preparar a celebração. Basta descarregar em paulus.pt o livro “Tríduo Pascal em Família”. Luís Miguel Ferraz

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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

Orientações para celebrar na família

Semana Santa e Páscoa diferentes Como em todas as paróquias portuguesas e muitas pelo mundo, esta será uma Páscoa diferente. A orientação é a de se cumprir as directivas das autoridades para ficar em casa, pelo que não haverá celebrações comunitárias até nova ordem. Ainda assim, o Cristão não deixa a sua fé e deverá celebrá-las em casa, como puder. Nesta edição, partilhamos algumas reflexões sobre este assunto e ajudas para o fazer, que vão sendo actualizadas na página www.jornaldagolpilheira.pt. As normas principais partem do próprio Papa Francisco, que cada bispo procura adaptar à sua diocese. No caso de Leiria-Fátima, D. António Marto publicou uma carta pastoral (disponível em leiria-

-fatima.pt), com orientações pastorais e práticas para estes dias de celebrações pascais. Também o pároco da Batalha e Reguengo do Fetal, padre Armindo Ferreira, vai seguir essas instruções e tem divulgado alguns modos de proceder aos seus paroquianos sobre as celebrações que vai efectuar e algumas iniciativas a fazer em casa e nas igrejas. As quatro celebrações serão transmitidas na página facebook.com/ paroquiadabatalha. 1. Na Quinta-Feira Santa – Celebração da Ceia do Senhor: o pároco celebra em privado na igreja do Reguengo do Fetal, às 18h00; em todas as outras igrejas será tocado o sino a esta hora. 2. Na Sexta-Feira Santa – Celebração da Paixão do Senhor: o pároco celebra em

modo privado na igreja matriz da Batalha, às 15h00; em todas as outras igrejas será tocado o sino de finados (funerais) a esta hora. 3. Sábado Santo – Celebração da Vigília Pascal: o pároco celebra em privado na igreja matriz da Batalha, às 22h00; em todas as outras igrejas será tocado o sino festivo às 21h30. NOTA: As famílias devem colocar à janela de casa uma vela acesa, em sinal de comunhão e do Baptismo que se renova na celebração da Vigília. 4. No Domingo de Páscoa – O pároco celebra em privado na igreja do Reguengo, às 11h00; em todas as outras igrejas será tocado o sino festivo às 12h00. NOTA: As famílias devem colocar à porta de cada o crucifixo enfeitado com flores, em sinal da alegria

da Ressurreição. 5. Visita Pascal – O pároco refere, ainda, que a visita pascal não se fará este ano, lamentando não poder fazer o seu primeiro contacto com as famílias, como tanto desejava. A este propósito, lembra que o folar dado nesta altura é uma ajuda importante para as despesas anuais da paróquia com a evangelização, a liturgia e o serviço ao próximo. Assim, as famílias poderão entregar posteriormente essa oferta, segundo a sua generosidade e possibilidades, no cartório, nas igrejas ou às comissões das igrejas. 6. Outras festas paroquiais, como a Primeira Comunhão,

Comunhão Solene e Crisma estão adiadas sem data ainda definida. Enquanto durar esta situação, mesmo depois da Páscoa, os fiéis devem procurar outras formas de manter a sua prática religiosa dominical, seja pela oração familiar e meditação da Palavra de Deus (alguns materiais vão sendo colocados numa pasta partilhada, em bit. ly/Celebrar_Casa), seja pela participação nas celebrações através da televisão ou da internet. O Santuário de Fátima (fatima.pt) tem um programa de transmissões diário de Missa às 11h00 e às 19h15 e do Terço às 18h30 e às 21h30.

Golpilheira esteve presente

DR

Desafio superado no Endiad 9 & 10

Selfie do grupo da Golpilheira

Repensar e perceber “O desafio de ser Igreja” foi o objectivo do evento que reuniu em Ourém, a 7 de Março, mais de 600 adolescentes do 9.º e 10.º anos da catequese da diocese de Leiria-Fátima, com os respectivos catequistas. E neste encontro, o grupo do 9.º ano da catequese da Golpilheira esteve presente! O dia estava soalheiro e convidativo a acolher os 77 grupos, provenientes de 29 paróquias da Diocese, à descoberta!

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E foi assim, tal como Paulo partiu para Damasco, também os jovens partiram neste caminho que os levou ao Marco dos Medos, à Subida das Perseguições, à Curva das Dúvidas e Questões, à Rampa da Vergonha, e à Recta das Certezas. O caminho de Damasco foi interrompido ao final da manhã, ao viverem o encontro com Ressuscitado na celebração da Eucaristia, presidida pelo Sr. D. António Marto. Na homilia, o Sr. Bispo convidou os jovens a serem

“pedras vivas”, trazendo à Igreja a alegria da sua presença e vida. Mesmo com as dúvidas e questões, é preciso arriscar o encontro com a pessoa viva de Jesus Cristo, porque a nossa fé, salientou o bispo, é o seguimento de uma pessoa, é uma relação, vive-se no encontro, com toda a beleza que isso traz à vida: ser cristão não é uma questão de teoria, de regras, de imposições ou de medos, mas um encontro alegre com Alguém que dá sentido à vida. Cristina Agostinho

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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

missão

Após três anos de pastoral

Missão País “despede-se” da Batalha

MCR

a viver com a mesma emoção Cristo nas suas famílias e comunidades. Pessoalmente, tive o prazer de ser missionário os três anos aqui. Todos os anos foram distintos, tornando-se evidente que ainda existe muito caminho por trilhar. O desafio é mútuo, mas sei, pelo carinho com que fomos acolhidos, transformados e enviados pela Batalha, que o Espírito Santo nos acompanhará. Grupo feliz no final da representação teatral

Cerca de 50 jovens estiveram na paróquia da Batalha, de 8 a 16 de Fevereiro, no último ano da “Missão País”. Pela terceira vez, estiveram instalados na sede do rancho folclórico “Rosas do Lena” e daí partiram para acções solidárias, celebrações, conversas porta a porta e encontros diversos, tendo como pano de fundo a partilha da sua fé cristã. O nosso Jornal acompanhou-os nos últimos dias e, para saber mais sobre esta Missão, colocou algumas perguntas a Rui Gomes, um dos responsáveis do grupo. Entrevista de Manuel Carreira Rito

Conte-nos um pouco da história deste projecto...

Tudo começou em 2003, quando três alunos da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa procuravam uma forma de ter na faculdade algo que os aproximasse de Deus e uma comunidade onde pudessem ajudar e fossem ajudados a viver a fé através da caridade. A primeira missão foi em Coruche e rapidamente se distribuiu um pouco por todo o País. Certamente, nunca imaginaram que teria a dimensão que tem hoje.

Quais são os principais objectivos?

“Inspirar gerações que vivam a fé católica em missão”. Como o lema indica, pretende que as pessoas que vivem a missão, sejam ela missionárias ou missionadas, experienciem o poder da transformação em Cristo. Somos convidados a servir durante uma semana a comunidade onde estamos inseridos. Fundamentalmente,

através da oração, procuramos um profundo e sincero encontro com Deus.

Quem a integra e a pode vir a integrar?

A “Missão País” é um projecto organizado por universitários e para universitários. A esperança é que juntem missionários, sejam eles católicos ou não.

Quantas missões fazem anualmente como esta na paróquia da Batalha?

Em 2003, a primeira missão em Coruche tinha “apenas” 20 missionários. Hoje, existem mais de 50 missões, cada uma como mais de 50 missionários, num total de mais de 3.000 jovens em missão. A expectativa é que continue a crescer, estando presente em todas as faculdades.

Como conseguem conciliar os exigentes estudos universitários com esta experiência?

A semana de Missão é definida pelas interrupção lectiva entre semestres da faculdade, estando, assim, dependente da disponibilidade dos seus alunos. Os missionários podem escolher participar na semana da sua faculdade, ou noutra que seja compatível com os seus projectos. Muitos temos múltiplas actividades paralelas à faculdade. No entanto, a semana de Missão, mesmo com a sua agitação, permite-nos parar. Proporciona preciosos momentos de silêncio para reflectir sobre a nossa relação com Deus, com o próximo e com o próprio. Por vezes, com a comoção das nossas vidas, temos dificuldade em

introduzi-Lo no nosso dia-a-dia. Esta semana convida à aproximação progressiva a Cristo e um desafio para o manter próximo, mesmo após o regresso ao quotidiano.

Este é um movimento católico ou ecuménico?

O projecto é católico, organizado por jovens, mas tem supervisão dos representantes da Igreja Católica. No entanto, qualquer universitário está convidado para este desafio.

Onde e quando se encontram para organizar as Missões?

Existe anualmente uma equipa nacional de chefes, que é responsável pela organização geral da missão. Estes estão em directa articulação com os chefes locais (chamados chefes gerais), que tentam providenciar a melhor experiência para os missionários e as comunidades onde estão inseridos. Especificamente, este ano na Batalha, os chefes gerais foram a Daniela Santos e o Miguel Dias, que, com a ajuda da comunidade, tudo

fizeram para que decorresse sem (muitas) intercorrências. Assim, existe um grupo que prepara com muita dedicação durante aproximadamente um ano a semana de Missão, com a ajuda dos respectivos chefes de oração, teatro e serviço, sendo cada um responsável pela sua “pasta”.

Verificámos que para alguns de vós era já o terceiro ano na Batalha. O projecto passa por este período em cada paróquia?

Cada Missão fica três anos numa localidade, representando um ano de Acolhimento, um de Transformação e outro de Envio. No primeiro ano, talvez o mais desafiante em termos logísticos, acolhemos, mas, essencialmente, somos acolhidos. No segundo ano, é uma oportunidade de reencontrar amigos do ano anterior e fortalecer os laços de amizade com os mesmos, testemunhando a sua, e a nossa, transformação. No terceiro, os missionários e missionados são desafiados a continuar a missão, enviados

Como ocuparam o tempo, no período que estiveram entre nós?

Durante o dia, dividimo-nos em pequenas comunidades e animamos lares, creches, escolas e vamos de porta em porta ao serviço da comunidade. Todos elas representam diferentes vertentes da missão, que a tornam mais completa. O Papa Francisco descreve o porta-a-porta assim: “É cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos”. Para além disso, temos as equipas de chefes que tratam da parte logística. Às 19h00 estávamos na Missa, precedida pelo terço, bem como numa vigília, onde procuramos ligar-nos profundamente à comunidade em oração. Havia também uma equipa (com os artisticamente mais dotados) a preparar o teatro. Entre tudo isto, conversávamos, rezávamos e cantávamos! Grande parte das actividades decorreram na sede do rancho folclórico “Rosas do Lena”, que teve a amabilidade de a ceder estes três anos.

Testemunho | Dias muito especiais Não há palavras suficientes no vocabulário português que me permitam descrever com exactidão o que senti apenas naquela semana que estive na Batalha. O sentimento de pertença, a sensação de que encontrámos o nosso lugar no mundo, que encontrámos as pessoas que melhor entendem a nossa fé porque estão a viver esta semana connosco, é de tal forma inexplicável que sentimos que estamos uma semana inteira à beira de lágrimas. Foram, de facto, dias muito especiais, a população da Batalha esperava-nos de braços abertos e para mim, que nunca tinha estado na Rebolaria ou na Golpilheira, foi como se voltasse a casa.

Os habitantes falavam connosco como se de vizinhos nos tratássemos, convidavam-nos para as suas casas, deixaram-nos invadir as suas vidas e o impacto que esse acolhimento teve nas nossas nunca se esquece. É impossível! Por isso, obrigada. Obrigada à Batalha por nos receber desta forma tão especial e única, obrigada às pessoas que me marcaram, residentes e missionários que comigo viveram esta semana. Acima de tudo, obrigada a Ele que nos colocou a todos no caminho uns dos outros porque devolveu algo à minha vida que eu nunca reparei que faltava. Isabel Martins, Missionária pela 1.ª vez na Batalha


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Trabalho voluntário

A Fonte do Casal (Benzedor) Tinham escrita nas camisolas a frase “Desce depressa. Eu fico Contigo”. Foi um lema?

Todos anos, meditamos sobre uma passagem do Evangelho. Este ano, temos a felicidade de conhecer melhor Zaqueu, o cobrador de impostos de baixa estatura, e a sua relação com Cristo. Jesus pede-lhe: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje preciso de ficar em tua casa” (Lucas 19, 2-5). Assim, o versículo está inscrito de forma adaptada em todas as camisolas dos missionários deste ano, para que toda a comunidade (missionários e missionados) se lembre como um pecador acolheu de coração aberto o Salvador, em sua casa. Também Jesus precisou de se aproximar daquele que mais pecava e libertá-lo. Uma prova indubitável que todos somos amados incondicionalmente por Jesus. Todos somos Zaqueus! Somos convidados a aproximar-nos de Cristo… abandonar tudo e segui-Lo.

No último sábado, véspera da vossa partida, levaram à cena uma peça de teatro com essa história de Zaqueu. Era a mesma mensagem…

Exactamente! Transmitir a mensagem de forma divertida e acessível, mas fiel ao Evangelho. Todos os anos tivemos uma peça diferente, sempre baseada no Evangelho meditado durante a semana. Este é um dos pontos altos da Missão! Um momento de diversão e reflexão com a comunidade!

Como viveram a Missa de despedida, no domingo, no Mosteiro da Batalha?

Após três anos, vivemos a “última” Missa, não só com a alegria da Eucaristia e a

lembrança dos pequenos e grandes momentos na Batalha, mas com a tristeza da partida. A beleza do mosteiro em nada se compara com as acções que testemunhámos ao longo destes anos. Uma coisa tenho a certeza: estaremos sempre unidos na comunhão.

Por fim, que balanço fazem desta jornada de três anos na paróquia da Batalha?

Pessoalmente, torna-se difícil concentrar a experiência de três anos num pequeno texto! Sinto que saímos da missão muito cansados, mas cheios de alegria! Nesta semana somos convidados a servir a comunidade da Batalha. A verdade é que recebemos muito mais do que demos. Recebemos milhares de sorrisos e abraços, já para não falar nas inúmeras pequenas (grandes) ajudas que tivemos ao longo dos anos. Santa Teresa de Calcutá diz: “O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá”. Ao longo destes três anos, a comunidade da Batalha proporcionou alguns dos momentos mais felizes e angustiantes da minha vida, mas todos repletos de amor. Momentos de partilha, alegria, tristeza, que não seriam possíveis sem o desafio da Missão. Um dos projectos que continua, mesmo após a missão, é o “Campo de Batalha”, um acampamento de férias no Verão, animado por missionários e dedicado aos jovens da paróquia. Esta será a sua 3.ª edição. Deixo aqui o convite para a inscrição! Um sincero obrigado à Batalha! Muitos de nós conhecemos o rosto de Cristo em missão! A Batalha tem e terá sempre um lugar especial no nosso coração!

Esta fonte, não há muitos anos, era a “máquina de lavar” da maior parte das raparigas e mulheres desta localidade. Situa-se num local bastante fresco, a “barroca”, abundante em água, resguardada pela sombra de alguns carvalhos em seu redor. Era vê-las e apreciá-las nesta tarefa. A lavagem era feita no muro da própria fonte, onde ensaboavam a roupa, e batiam nele, até a roupa ficar bem lavada. Depois, alguma era estendida, em cima da vegetação ao seu redor. A mais pesada, traziam-na em bacias de zinco, depois substituídas pelas de plástico, para estenderem em casa. Era uma carga bastante pesada e o percurso antes de chegar à estrada principal é bastante íngreme. Eram raparigas e mulheres valentes. Começaram a aparecer as máquinas de lavar roupa e estas, a pouco e pouco, vieram tirar o seu protagonismo. A água era utilizada também para abastecer as casas deste lugar. Esta tarefa, ordenada pelas mães, era geralmente efectuada por rapazes e raparigas após a saída da Escola Primária. Era transportada à cabeça por elas e ao ombro por eles. Tinha ainda outro préstimo: havia uma represa, onde se acumulavam as sobras das águas, que eram aproveitadas para rega pelos proprietários dos pequenos talhões que a rodeiam. A sua utilização tinha uma escala, por eles definida: um dia era para um, o outro dia para o seguinte. Porém, este acordo por vezes não era cumprido, originando problemas para o infractor. Com o passar dos anos, a fonte deixou de ser utilizada e começou a ser desprezada. Ficou sem zelo. Neste momento, está completamente abandonada. Apenas se vê a parte mais alta. Sou das poucas pessoas que por ali passa, várias vezes por ano, para podar, pulverizar e depois colher as laranjas, num pequeno “talhão” da minha sogra, anexo à fonte. Já há mais de um ano

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Antes

Agora

que alertei alguns elementos da Junta de Freguesia da Golpilheira e nada tem sido feito. A resposta é sempre a mesma: “não temos dinheiro para contratar pessoal”; a Câmara, a Câmara e uma vez mais a Câmara… Quando por ali passo, ao ver tal cenário, o meu coração chora. Sinto-me envergonhado. Há pouco tempo, enchi-me de coragem e disse para os meus botões: Tenho de limpar isto tudo e dar-lhe um novo visual, para respeitar o seu passado. Tem de ser por etapas, porque o trabalho vai ser muito. No primeiro dia, alguém estranhou o barulho pouco usual naquela zona. Estava a cortar canas e arrancar os cepos, para não alastrarem mais. Apareceu um amigo… a primeira coisa que me disse foi que aquele trabalho era da responsabilidade da Junta de Freguesia da Golpilheira ou do Município da Batalha. Utilizou esta expressão: “Tu és maluco,

andas aí a trabalhar e ninguém te agradece”. E atirou-me com isto à cara: “Há alguns anos foste candidato à Junta e a grande maioria do povo da Golpilheira rejeitou-te, e estás preocupado com isto?” Apenas lhe respondi: “Tenho vergonha do estado em que a fonte se encontra. Tenho trabalhado muito para a nossa terra e continuarei a trabalhar enquanto Deus me der saúde. Gosto muito da Golpilheira e não consigo continuar a ver esta triste paisagem”. O trabalho para lhe devolver o que ela merece tem de ser feito por etapas. Já fui lá mais outro dia. Está mais limpa, mas ainda não está como idealizo. Fica longe do centro da Golpilheira e muito mais longe do Mosteiro da Batalha. Não vou desistir. Podem comparar pelas duas fotos em anexo, o estado em que estava e como está agora.

Texto e fotos: Manuel Carreira Rito

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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

sociedade

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Sopas do Rancho de sopas, caldos e outras iguarias de panela. As receitas revertem para as actividades do rancho, sobretudo a participação em festas e festivasi de folclore durante o Verão, bem como para aquisição de fatos, instrumentos e outros materiais de apoio à investigação e divulgação da etnografia e do folclore regional.

Mais de 250 pessoas marcaram presença

Almoço de amigos no 51.º aniversário do CRG “O importante são as pessoas”, disse Carlos Monteiro, presidente da Assembleia Geral do Centro Recreativo da Golpilheira, na abertura de mais um “Almoço de Amigos” desta colectividade. E foram cerca de 250 as pessoas que participaram em mais um destes convívios anuais. Além da agradável refeição, o momento é também de convívio e confraternização, mostrando que “a amizade ao clube é apenas um sinal da união que distingue estes naturais, residentes e amigos desta aldeia”, frisou. E é também por isso que este é um “projecto de sucesso

que ninguém poderá pôr em causa”, concluiu. Vir a este almoço é uma forma de dizer “presente”, quando se pretende assinalar o orgulho de pertencer a esta associação da freguesia da Golpilheira, e também um modo concreto de ajuda a angariar fundos para a sua sustentabilidade e crescimento. O presidente da direcção, Fernando Ferreira, fez questão de agradecer a todos os que têm contribuído para estes objectivos, tanto os que fazem partes dos órgãos sociais, como os que, por vezes anonimamente e sem grande visibilidade, o

fazem diariamente nas suas diversas secções e actividades. Como projecto mais relevante em curso, apontou a construção do novo bar, que ficará situado na fachada sul do edifício, virado à praça central deste complexo. Para ajudar à festa, a tarde contou com a animação do rancho folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena”, um dos grupos que integram o CRG. As fotos estão disponíveis em jornaldagolpilheira.pt, sítio do Jornal da Golpilheira, que é também uma das secções da colectividade. LMF

MCR

O rancho folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena”, do Centro Recreativo da Golpilheira, organizou o seu 8.º Festival de Sopas anual, no sábado 29 de Fevereiro, na sede da colectividade. Algumas centenas de pessoas lotaram o salão, aproveitando mais uma ocasião de convívio e de prova da boa gastronomia local, com algumas dezenas de propostas

LMF

Mais um jantar concorrido

Iniciativa interrompida

“Último” passeio a pé Realizou-se no dia 16 de Fevereiro o tradicional passeio mensal organizado pelo CRG. O dia estava bonito, pelo que proporcionou uma boa e agradável caminhada. Integraram este passeio, desde bebés empurrados, ora pela mãe ora pelo pai, até jovens com mais de 60 anos. O percurso escolhido era plano, tendo em conta as condições da maioria dos participantes. Partimos da sede da associação, rumo à Batalha, contornando o rio Lena, percorrendo o seu vale. O regresso foi efectuado pelo mesmo trajecto. Terminou no salão de festas

da nossa colectividade, com uma excelente sopa da pedra, confecionada no nosso Restaurante Etnográfico. Alguns comeram várias “pratadas” e tiveram de fazer nova caminhada, para melhor fazerem a digestão. Este almoço convívio, como sempre, foi muito divertido. Já estavam programados outros passeios para os meses seguintes. No entanto, devido à pandemia, foram suspensos. Assim que a Direcção Geral de Saúde der luz verde para voltar a nossa liberdade, daremos informações. MCR

Município no fomento à cultura e desporto

Mais de 260 mil euros para investimento associativo A Câmara da Batalha aprovou a atribuição de 260.450 euros às associações concelhias, no decurso da submissão das candidaturas à primeira fase do Programa de Apoio ao Associativismo. O valor, que representa um aumento de 2,5% face ao ano transacto, integra a concretização de projectos ligados às tipologias do investimento, actividades regulares e o desporto, com nota de destaque para o envolvimento, só nas camadas jovens, de cerca

de 750 atletas em modalidades federadas. “Em cinco anos, o Município da Batalha já atribuiu, na globalidade dos apoios concedidos às associações, mais de um 1,6 milhões de euros, valor bastante significativo e que evidencia o papel que atribuímos ao movimento associativo do Concelho da Batalha”, destaca Paulo Batista Santos, presidente da Câmara. “Para além dos projectos de âmbito cultural e recreativo que têm merecido forte apoio

do Município, a componente do Desporto - em que se destaca o forte crescimento do número de atletas nos escalões de formação – merece uma nota de destaque”, enfatiza o Autarca. A assinatura dos protocolos para estes apoios decorreu em ambiente de festa, no pavilhão da Associação Recreativa e Cultural de Alcaidaria, Reguengo do Fetal, com animação do conhecido mágico Mário Daniel.


sociedade • 13

Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

Golpilheira numerosa traz 3 prémios

LMF

LMF

Mais um grande desfile de Carnaval encheu as ruas da vila da Batalha na tarde soalheira de domingo de Carnaval, 23 de Fevereiro. Os ATL das escolas, as associações concelhias e alguns grupos de animação contratados pelo Município garantiram mais de um milhar de foliões a desfilar, para animação de vários outros milhares de pessoas que se espalharam por todo o percurso. A Golpilheira marcou presença numerosa, com os ATL do Jardim-de-Infância e 1.º Ciclo e com quatro grupos organizados: Centro Recreativo, Associação de Pais da Escola, Comissão da Igreja da Golpilheira e Comissão da Igreja de S. Bento (nestas duas comissões, com o especial envolvimento dos festeiros do Senhor Bom Jesus dos Aflitos 2020 – nascidos em 1980). Além disso, muitos foram os golpilheirenses que por lá se viram em grupos de outras associações e ATL de outras escolas onde colaboram. O mais importante é o espírito de animação, diversão e camaradagem entre todos, o que foi bem evidente entre

MCR

Carnaval da Batalha cumpriu

Creches, jardins-de-infância, escolas do ensino básico e secundário

Carro da Igreja da Golpilheira

todos os participantes. Mas também sabe bem receber os prémios que compensam o trabalho e empenho colocado na preparação dos carros e dos participantes. Neste campo, destacamos os que foram conquistados por grupos da nossa freguesia: 1. Na categoria de “grupos”, o Centro Recreativo da Golpilheira conquistou o 2.º lugar com o tema “Fuga”, com Isabel dos Santos como pano de fundo para muitos polícias e ladrões. A Comissão de S. Bento trouxe o 3.º prémio com o tema “Cozinha dos anos 80”, com cozinhados ao vivo numa cozinha onde reinou o pesadelo com serventes de mesa

Jardim da Golpilheira

muito trapalhões (o 1.º prémio foi para o Centro Recreativo das Alcanadas, com o Egipto caracterizado a rigor). 2. Na categoria de “carros alegóricos”, a Comissão da Igreja da Golpilheira conseguiu o 2.º prémio, com uma vistosa Arca de Noé recheada de animais a fugir aos dilúvios actuais (o 1.º lugar foi para as “capelas imperfeitas” do rancho Rosas do Lena e o 3.º foi para o bolo de aniversário do Centro Recreativo da Rebolaria). Mas o melhor é ver as fotos (muitas), que partilhamos em jornaldagolpilheira.pt. LMF

Desfile de Carnaval dos mais novos Organizado e patrocinado pelo Município da Batalha, realizou-se no dia 21 de Fevereiro o desfile das creches, jardins-de-infância e ensino básico e secundário do Agrupamento de Escolas da Batalha. Contou com mais de 700 figurantes, este ano mobilizados pelo tema “Os Descobrimentos”, mas iniciou-se com muito atraso, o que causou ansiedade aos participantes e aos seus pais. O calor era muito, o que tornava a espera mais difícil. Esta é uma situação a corrigir nos próximos anos. A partida foi da tenda instalada na zona desportiva da vila, rumo ao Largo do Condestável, com regresso pelo percurso inverso. Muita imaginação, manifestando-se logo pela forma de transportar os bebés das creches, com seus trajes, que não deixavam ficar ninguém indiferente. Cada grupo representava um estabelecimento de ensino dos lugares do concelho. Todos com “fatiotas” escolhidas de acordo com o tema. Em cada grupo

estava o trabalho de muitas horas dos professores, animadores e auxiliares, que se esmeraram a “competir”, para ver quais os mais bonitos. Todos à sua maneira, estavam muito engraçados e transmitiram muitas mensagens ao numeroso público presente, na sua maioria pais, familiares, amigos e transeuntes, que não ficaram indiferentes a este espectáculo. Os alunos do Ensino Secundário procuraram alertar para os maus-tratos que estamos a fazer à Natureza. O aquecimento global foi a sua grande preocupação. A nossa juventude está muito sensibilizada e motivada para deixarem aos vindouros um Mundo muito melhor do que aquele em que estamos a viver. Este desfile foi o “aperitivo” para o domingo seguinte, onde participavam as colectividades e outras organizações do concelho da Batalha. MCR

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sociedade e cultura

Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

. museu de todos . Museu da Comunidade Concelhia da Batalha Para enfrentar da melhor forma as medias de contingência necessários à redução da propagação do Coronavírus, em especial o isolamento em casa, o Município da Batalha, através do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha (MCCB), passa a destacar, semanalmente, algumas das mais curiosas peças da sua exposição. Todas as segundas-feiras, no site do museu (www.museubatalha.com) são apresentados e descritos detalhadamente alguns objectos, sendo acompanhados por uma pequena visita guiada que contem áudio descrição. Para além disso, a página disponibiliza ainda ligação para conteúdos em Língua Gestual Portuguesa (LGP). O destaque é feito na página do Facebook do museu, que remete depois para o site. Pretende-se, desta forma, levar um pouco do Museu a casa, facultando a descoberta e, de alguma forma, um pouco da experiência sensorial de uma visita real. A partilha de conteúdos áudio e de LGP permitem, ainda, garantir a acessibilidade, em particular das pessoas com deficiência visual e auditiva. O Município da Batalha, através do MCCB, deixa assim o convite à descoberta do Museu, nestes tempos de indefinição, sublinhando a importância da Cultura como um bem essencial à vida.

Investimento de 600 mil euros

Batalha terá creche municipal A Câmara Municipal da Batalha decidiu avançar com a construção de uma creche municipal, em resposta à falta de oferta destes equipamentos e ao aumento de casais jovens que se têm instalado na freguesia da Batalha e limítrofes. Representando um investimento de cerca de 600 mil de euros, a instalar no lugar da Jardoeira, poderá receber 52 crianças até aos 3 anos de idade. O espaço terá um berçário, uma sala-parque equipada com brinquedos para a estimulação sensoriomotora, copa de leites e fraldário, duas salas divididas por escalões

Investimentos de meio milhão de euros

Transportes escolares reforçados Ainda antes desta pandemia, a Câmara da Batalha tinha destinado perto de meio milhão de euros para apoiar as famílias dos alunos que frequentam escolas do concelho, sendo que a “maior fatia” daquele montante é para transportes escolares, a que se junta a aquisição de um novo autocarro com 45 lugares, investimento que ascende a 260 mil euros. A compra deverá concretizar-se até Setembro deste ano. “O Município da Batalha elevou a Educação a vector

prioritário da sua missão, apostando num sistema escolar inclusivo e focado na competência e excelência, empenhando-se em garantir as melhores condições de funcionamento e aprendizagem que, por sua vez, conduzam a um ensino de qualidade acessível a todos os intervenientes”, afirma o presidente da autarquia, Paulo Batista Santos. Recorde-se que os transportes escolares são gratuitos para todos os alunos do Concelho, decisão que promove a coesão social dos alunos e garante o acesso ao ensino em

condições mais favoráveis para as famílias. A nova viatura irá reforçar uma frota municipal moderna e totalmente adaptada às actuais exigências legais de segurança, permitindo também que o Município possa reduzir as contratações de aluguer de viaturas afectas ao transporte colectivo e assegurar parcialmente os transportes escolares nos circuitos definidos ou realizar outros transportes, em actividades culturais e desportivas, que envolvam crianças.

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etários (1-2 anos e 2-3 anos) e uma sala de actividades diversas. O projecto inclui, ainda, um espaço polivalente e áreas de recreio exteriores e jardim reservados às brincadeiras dos mais novos. Será “um espaço totalmente equipado e preparado para receber crianças da Batalha, junto a uma importante zona habitacional e próximo da área de localização empresarial da Jardoeira, cujos residentes, familiares e funcionários necessitem deste apoio durante o dia”. “A nova creche é um passo de grande importância para

o Município, cujo trabalho se tem destacado nos últimos anos pelo incremento de novas respostas sociais com impacto na melhoria de vida das pessoas”, refere o presidente Paulo Batista Santos, sublinhando que “é mais um equipamento que vem reforçar a rede social e educativa do concelho e que se reveste de especial importância num município com população ainda jovem e que regista um ligeiro crescimento demográfico, em larga medida pelas novas famílias de migrantes”.

Coesão ambiental e defesa do Mosteiro

Batalha volta a pedir descontos na A19 No seguimento da notícia de que o Governo se prepara para aprovar com um novo incentivo ao regime de descontos nas portagens de várias auto-estradas do interior, Algarve e Norte Litoral, o Município da Batalha enviou ao Governo mais uma reclamação para igual tratamento no valor das portagem na variante da Batalha entre São Jorge e Leiria (A19), sobretudo, para veículos pesados. O principal argumento é o sempre repetido da defesa do Mosteiro da Batalha, Património da Humanidade classificado pela UNESCO. Recorde-se que o Município já avançou com algumas medidas pela protecção ao

monumento e defende desde sempre a abolição total destas portagens. “Por todas as razões invocadas ao longo dos últimos anos, sejam de natureza social, cultural, ambiental ou de defesa do património, considero uma exigência a implementação de descontos na A19 (Variante da Batalha), factor essencial para a salvaguarda futura do Mosteiro da Batalha”, refere o presidente da Câmara, Paulo Batista Santos. E lamenta que tenham sido gastos “milhões de euros numa alternativa rodoviária em nome da defesa do património que, afinal, não assegura a preservação do monumento”.

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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

apoio/divulgação

Crimes ambientais em tempos de pandemia

Pecuárias despejam fossas no rio O Município da Batalha apresentou uma participação ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana e prosseguirá com uma queixa-crime para o Ministério Público pelas descargas suinícolas verificadas no final de Março, sobretudo na Ribeira da Calvaria, afluente do rio Lena. Segundo nota da autarquia, a denúncia “identifica potenciais responsáveis” por estas “duas fortes descargas com consequências devastadoras para a fauna e flora existentes”. O presidente, Paulo Santos, comenta que “aproveitar a situação de emergência nacional face à Covid-19, que está a mobilizar todos os recursos das autoridades, para realizar crimes ambientais desta gravidade é inaceitável e exige uma resposta enérgica

das entidades policiais e da justiça portuguesa”. No mesmo sentido, a autarquia pretende que as entidades licenciadoras do Ministério da Agricultura “determinem a imediata cessação da actividade das explorações que estão a prejudicar gravemente o ambiente e a colocar em risco a bacia hidrográfica do Lis, principal fonte de captação de água para o consumo humano”. “O Município da Batalha tudo irá fazer para que os responsáveis sejam criminalizados e a suas condutas denunciadas perante a Justiça e a opinião pública, que tem o direito de saber quem são estes empresários sem escrúpulos que, numa fase muito difícil da nossa vida colectiva, aproveitam para ganhar dinheiro sem qualquer respeito pela humanidade que os rodeia”, conclui o presidente da Câmara.

GNR identifica

Em comunicado do dia 1 de Abril, o Núcleo de Protecção do Ambiente do Comando Territorial de Leiria da GNR dava conta de ter identificado o autor de pelo menos uma destas descargas ilegais. No dia seguinte, comunicava ter identificado novo infractor, desta feita uma pecuária no concelho de Porto de Mós, com descarga para o rio Lena. No dia 4, novo atentado ambiental semelhante no concelho da Batalha... Nos três casos, foi elaborado “auto de notícia pelo crime de poluição dos recursos hídricos, punido com pena de prisão até três anos ou pena de multa até 600 dias, tendo os factos sido remetidos para o Tribunal Judicial de Porto de Mós”. (Ver fotos na página 31)

Criado Conselho Municipal de Saúde

Batalha quer “Estratégia de Saúde” A Câmara Municipal da Batalha aprovou a criação do Conselho Municipal da Saúde, cujo objectivo será “desenvolver uma plataforma de participação entre as entidades da área da saúde, de forma a emitir contributos, propostas, pareceres e recomendações que respondam às necessidades dos munícipes, com vista a combater as desigualdades em saúde”. “Promover uma governança, multinível e intersectorial, juntamente com o envolvimento activo da

sociedade civil e de todos os agentes, públicos e privados, da área da saúde, de forma a alcançar todo o potencial que a implementação de políticas públicas saudáveis requer” é outro desiderato considerado no documento aprovado por unanimidade pelo executivo municipal. Simultaneamente, a edilidade decidiu avançar com consultas e debate para a elaboração de uma Estratégia Municipal de Saúde, devidamente enquadrada e alinhada com o Plano Nacional de

Saúde e os Planos Regionais e Municipais de Saúde, sendo um instrumento decorrente da concretização da transferência de competências para os órgãos municipais e para as entidades intermunicipais neste domínio. “A palavra-chave terá de ser a parceria e o compromisso de todos os intervenientes, sejam agentes públicos ou privados, em ordem a um estilo de vida mais saudável e a um território com mais qualidade de vida”, defende o presidente da autarquia, Paulo Batista Santos.

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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

entrevista

Entrevista a João Miguel Silva

João Miguel Silva é um jovem golpilheirense a que podemos chamar aventureiro nato. Filho de Diamantino Grosso da Silva (“Palheiro”) e Filomena Branco, partiu para uma grande aventura, apenas com a “mochila às costas” , no dia 25 de Abril de 2019. Começou em Singapura e agora está no seu “maior sonho de infância”, o Japão, onde confessa que gostaria de viver. Quisemos saber mais da sua história e enviámos uma entrevista, a que respondeu por e-mail. No futuro, iremos pedir-lhe que nos conte algumas das histórias que tem vivido, muitas delas partilhadas regularmente nas redes Instagram (Joaombbsilva) e YouTube (JoMi Silver). Mas, para já, vamos conhecê-lo melhor… Entrevista de Manuel Carreira Rito

Como foi a tua infância na nossa aldeia?

Infância? Hum… “normal” é uma palavra que não gosto de usar, uma vez que a definição de normal torna-se bastante mais subjectiva quanto mais viajas e quanto mais culturas vives. Contudo, posso dizer que foi boa! Viver e crescer no campo permitiu-me adquirir conhecimento um pouco de tudo. Sempre fui curioso, sempre gostei de aprender; desde o canalizador ao electricista, cada vez que alguém ia lá a casa, ficava sempre a ver, a tentar perceber… talvez da próxima vez poderia vir a resolver o problema. Da agricultura à mecânica, sinto que hoje em dia cada uma destas pequenas coisas tem ajudado bastante na minha vida. Mas acho que já me estou a desviar da questão principal, perco-me muito nas palavras e sonho constantemente. Sempre tive bons amigos, andar de bicicleta, ir para os pinhais.... um pouco de tudo. Tenho óptimas memórias da minha infância. Foi a única que tive, não a posso comparar com outra, contudo sinto que foi muito boa, feliz, livre e divertida!

Frequentaste a Escola Primária da Golpilheira, mais conhecida entre nós pela “Escola

DR

Um golpilheirense à aventura pelo mundo

Companheira de viagem

do Paço”. Como foram esses quatro anos?

Tenho muitas memórias boas desses tempos, grandes amizades que fiz e que ainda mantenho hoje em dia bem presentes. Alguns dos meus melhores amigos, e mais antigos, surgiram desses 4 anos... começa a soar estranho quando penso que algumas dessas amizades já têm mais de 20 anos! 20 anos? Wow... Há memórias que ficam sempre connosco inexplicavelmente (ou talvez por serem tão diferentes), mas recordo-me dos meus primeiros dias na escola, onde queria sempre aprender primeiro que os outros, e ainda estando no infantário, queria ir para as salas dos mais velhos, e fui!!! Queria aprender a ler, saber o que as letras diziam, para com isso poder levar a minha curiosidade a outro nível. Os professores sempre foram fantásticos connosco, sinto que a qualidade de ensino era a bom nível naquela altura. Chegámos a ter inglês, o que era bastante “à frente” naquela época e ainda me recordo de algumas dessas aulas!

Já nesta altura se manifestou o “bichinho “da aventura?

Ahhh!!! Evidentemente! Como já referi, sempre fui curioso, sempre quis mais e mais e mais. Um pouco de hiperactividade e OCD (Obcessive-Compulsive Disorder) à mistura, estar quieto era praticamente impossível. É fácil de prever, quando queres mais e mais, e a certo ponto o que há

à tua volta já não te preenche, sobes o nível e contínuas a explorar e a aventurar-te por outros mundos.

Onde frequentastes e como decorreu o teu Ensino Secundário?

O meu secundário foi na Batalha! Grandes tempos! Onde as grandes aventuras começaram. Quem me conhece sabe bem as histórias, quando começámos nos concursos! O primeiro, Sapo Challenge em 2004, onde ganhamos computadores, internet grátis, bicicletas entre outros prémios.... a partir daí foi exponencial! Grécia, Interrail, viagens à neve, Hawaii, entre outros... todos os meses, ou quase todas as semanas, descobríamos um novo concurso para participar e dávamos tudo o que podíamos para ganhar! Recordo-me do meu pai me dizer na altura, tinha eu 15 anos: “Já viajaste e viste mais este ano do que eu na vida toda”. Por vezes, não era fácil gerir com a escola ao mesmo tempo, sendo mais desafiante, por vezes o estudo ficava para trás, contudo nunca demasiado! Era uma questão de organização, dava tempo para tudo. Mais uma vez, grandes amizades se formaram lá; nomes como Bárbara, Jon, Simão, Elodie, Diana, Daniela Matos, Mónica e Jorge são os que ainda hoje mantêm a ligação, tão forte ou mais do que era na altura...

Falaste em concursos e numa viagem à Grécia…

Sim, tinha 15 anos. Foi um concurso da Coca Cola, para ganhar uma viagem a um festival de Verão. Para tal, era necessário meter os códigos das caricas ou rótulos no site, e as cinco equipas com mais códigos ganhavam. Corremos o país em busca de mais e mais, desde o Frango da Guia aos restaurantes todos que acompanham a estrada nacional e onde diariamente centenas de camionistas e outras pessoas param para comer. Fazíamos a nossa recolha quase diária e adicionávamos os códigos na net. Já não me recordo ao certo, mas penso que foram cerca de 50 mil pontos que adicionámos!

O que mais te impressionou nesse país?

Foi a minha primeira experiência a visitar outro país, a primeira vez a voar de avião. Era tudo muito novo e excitante! Após chegarmos a Atenas, visitámos a Acrópole, onde finalmente as fotos dos livros de história ganharam vida. Tanta riqueza cultural por lá. Na cidade, a diferença não se sentia assim tanto, à excepção da língua. Contudo, o mais excitante ainda foi a viagem de barco até às ilhas onde permanecemos 5 dias no festival. Ilhas paradisíacas da Grécia, onde o sol brilha e as águas são quentes. Palco montado no areal, trampolins aquáticos, gente de todo o mundo, e três garotos de 15 anos ali no meio sem bem entenderem a situação. Hoje em dia, reconheço o quão era novo demais para tudo aquilo, talvez por isso as memórias estão tão presentes.

Seguiste para a Universidade…

Sim, fiz a licenciatura em Bioquímica, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, e também aí o mestrado em Tecnologia e Segurança Alimentar.

Arranjaste logo trabalho?

Após os estudos terminados, enquanto ainda estava a escrever a Tese de Mestrado (que foi feita em Istambul, uma vez que fiz Erasmus no

meu segundo ano de Mestrado e passei um ano na Turquia a fazer investigação), tive uma entrevista de trabalho na qual passei e consegui o meu primeiro emprego. Não vou dizer que fui um “surtudo”, como muita gente considera nestas situações. Sabemos que na altura que terminei o Mestrado (2014), a crise mundial ainda estava a gerar consequências super-negativas a nível profissional; no entanto, todas as escolhas que na vida vamos fazendo, em certa parte, levam-nos para o melhor resultado. Nunca fui um aluno brilhante, sempre fui um pouco preguiçoso no que toca a estudar intensivamente, apesar da curiosidade, por vezes era difícil focar. Quando tiras um curso, não gostas de todas as matérias que estudas. Sempre fui aluno médio, aquele aluno de média 13...

Qual foi o teu primeiro emprego?

Na Atral Cipan, na zona industrial do Carregado, uma grande e antiga indústria farmacêutica portuguesa. Foi lá onde iniciei a minha primeira “experiência profissional”, como técnico especialista químico, numa produção piloto de um produto alimentar.

Estiveste também a trabalhar três anos em Inglaterra. Foi lá que preparaste esta grande aventura?

Sim e não, foi um começo de tudo! Tive a oportunidade de trabalhar em Londres e não pensei duas vezes. Na altura, senti que perdi algumas coisas e ganhei outras. Hoje, vejo apenas que só ganhei, tanto mas tanto, mas isso não é uma história para agora. Enquanto lá estive, poupei, sempre quis fazer uma grande viagem, explorar outras culturas, perspectivas, maneiras de pensar, paisagens e climas e também comidas. Quando finalmente senti que tinha o dinheiro necessário, despedi-me, voltei para Portugal e passei os três meses seguintes a preparar tudo melhor, mas nunca demasiado, pois algo que aprendes numa aventura destas é que não podes planear a tua vida


entrevista • 17

com mais do que cinco dias de antecedência, pois cada dia é tão imprevisível que tudo pode mudar. Mas sim, decidi que países gostaria de visitar, pesquisei voos, encontrei a melhor relação qualidade/preço, tratei de seguros, vacinas, comprei algum material, fiz as malas e, dia 25 de Abril de 2019, parti para a minha viagem sem regresso marcado...

Qual está a ser a tua estratégia neste tempo tão prolongado?

Como já referi, cada dia é uma aventura. Confesso que a viagem está a durar mais tempo do que eu planeei. Apesar do sudoeste asiático ser bastante acessível a nível monetário, tens sempre de comer e dormir. As minhas poupanças não eram muitas, contudo há países onde 500 euros por mês são mais do que suficientes para comer, dormir, viajar e ainda sair à noite e tomar uns copos. Entre outras coisas, trabalhei como actor enquanto estava na Malásia, para uma série Inglesa que estavam a filmar na altura em George Town. Foi uma questão de sorte, fui abordado na rua PUB

porque precisavam de actores extra. Graças a isso, terminei a minha viagem na Malásia com mais dinheiro do que quando comecei! No Vietname, fui professor de inglês e modelo para anúncios de televisão. Posso dizer que, durante essa altura, gastei um total de 150 euros num mês! Dava aulas de inglês como voluntário, mas ofereciam-me alojamento e todas as refeições. Posto isto, só quando saía com os meus amigos ou ia visitar algo é que precisava de dinheiro. É ridículo pensar como pouco mais de 100 euros te permitem viver um mês num país fantástico como é o Vietname. Outras histórias destas ficarão para outra altura…

Histórias fantásticas, imagino…

Sim… Eu viajo pela cultura, para conhecer as pessoas, como vivem, a maneira de pensar, a comida, o estilo de vida. Evito grandes atracções turísticas e prefiro jantar com os locais na rua, street food, ouvir e aprender a língua. Além das histórias vividas, já vi as paisagens mais bonitas

DR

Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

Paisagens de tirar o fôlego

de sempre, no Laos, no norte do Vietname. Conheci pessoas incríveis e histórias de vida que nos mudam e fazem pensar diferente. Tem sido a aventura mais enriquecedora de sempre...

Já visitaste quantos países até este momento?

Nesta minha aventura de agora já visitei 11 países na Ásia. No total… não sei ao certo, mas talvez perto de 40. Parece muito para uns, mas PUB

pouco para outros. Tantas pessoas que conheci na minha viagem onde os números já vão para perto dos 100!!!

Planos para o futuro?

Para já, gostaria de ficar aqui no Japão mais tempo, onde me sinto muito bem. Mas deverei regressar a casa dentro de umas semanas, para tratar dos vistos e preparar o regresso. A qualidade de vida aqui é a um nível que é difícil de descrever e o que

planeio mesmo é mudar-me e ficar a viver no Japão. Com as dificuldades de viajar neste momento, por causa da pandemia, não sei como será. Quanto a isso, os cuidados no dia-a-dia e o distanciamento social aqui já são por si normalmente bem superiores aos cuidados de prevenção que se tentam aplicar na Europa... daí não haver grande diferença e a vida aqui continuar serena, feliz e confortável...


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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

desporto

Entrevista a Teresa Jordão

Desde há cerca de 20 anos, Teresa Jordão tem sido de uma entrega e dedicação ímpares ao Centro Recreativo da Golpilheira (CRG), primeiro como atleta, na época de 1999/2000, e depois na criação, em 2001/2002, da equipa júnior, que nesta época voltou a ser Campeã Distrital. Em boa hora iniciou esta ligação. A partir do primeiro dia, “agarrou” a camisola e nunca mais a largou. A constituição desta equipa júnior não foi obra do ocaso. Teresa, já nesta altura, tinha uma visão bastante alargada do futuro do futsal na nossa associação. A sua estratégia era preparar atletas para a equipa sénior, o que tem acontecido com regularidade. Como atleta, ajudou a conquistar a Taça Distrital em 2001/2002, o primeiro troféu que a modalidade trouxe para o CRG, e jogou ainda mais uma época. Depois, assumiu o treino das equipas júnior e sénior e, até hoje, conquistou 39 troféus com as duas equipas (SÉNIOR: 1 Campeonato Nacional, 6 Campeonatos Distritais, 7 Taças e 6 Super-Taças Distritais; JÚNIOR: 11 Campeonatos Distritais, 7 Taças Distritais e 1 Torneio da Abertura). Neste número, está incluído o Campeonato Nacional Sénior, na época 2013/2014, a primeira equipa a fazê-lo, e o Campeonato Distrital de Juniores da presente época. Em 20 épocas conquistar 40 troféus, é um

MCR

20 épocas ao serviço do Futsal do CRG

...após o apuramento

feito apenas ao alcance de grandes treinadores. Foram dois troféus por cada época desportiva. Para todas estas conquistas, teve a colaboração de muitas atletas, que ela foi moldando à medida que os anos passavam, e equipas técnicas competentes, por si escolhidas (massagistas, fisioterapeutas, directores), além do apoio de patrocinadores, entidades oficiais, sócios, simpatizantes e outros colaboradores, muitos deles anónimos, mas que completam esta vasta equipa de trabalho e dedicação ao CRG. Algumas atletas entraram no nosso clube como meninas e saíram daqui mulheres. São 20 anos, ininterruptamente. Duas gerações. Quase metade da sua vida de dedicação ao futsal. Colocou o CRG no topo do Futsal Feminino Nacional, tal como a Burinhosa o está para o Futsal Masculino. Duas

Comentário à final da Taça Numa final, apenas há duas hipóteses: ganhar ou perder. Por isso é que se diz que as finais são sempre para vencer. É no sabor amargo da derrota que se dá mais valor ao sabor doce da vitória. A nossa equipa não está muito habituada a perder. Mas é desta forma ingrata que sentiram na “pele” o que as nossas adversárias sentiram ao longo destas últimas 20 épocas desportivas. Foram muitas mais as vezes que ganhámos, do que as que perdemos. É nas derrotas que o GRUPO se une mais. Não vamos valorizar aqueles que dizem que a culpa foi desta ou daquela. Quando ganhamos, ganhamos todos. Quando per-

demos, perdemos todos. A nossa equipa é constituída por muitas atletas que estão na primeira época ao serviço do nosso clube. Os pais e outros familiares de algumas fazem um esforço enorme. Percorrem centenas de quilómetros por semana (frisamos, por semana), para participarem nos treinos e nos jogos. Os pais não estão a perder tempo com as filhas. Nunca se perde tempo com os filhos. Estão decisivamente a construir o seu futuro. Algumas entram para aqui meninas e saem daqui mulheres. Muito por “culpa” da dedicação, ao longo de 20 épocas desportivas, da nossa incansável e competente

aldeias do Futsal, na zona centro, a poucos quilómetros uma da outra. Com o seu trabalho, ajudando a progressão em cada treino, em cada jogo, algumas atletas atingiram o que cada uma sonha: representar a Selecção Nacional. Liliana Salema (Licas) representou a Selecção Nacional A, participando em dois Campeonatos do Mundo. Recentemente, foram convocadas mais duas atletas, que fizeram as suas primeiras internalizações, a Diana Monteiro, na Selecção Nacional A, e a Beatriz Santos, com apenas 16 anos, na Selecção Nacional Sub-19. Pessoalmente, Teresa Jordão já foi galardoada com vários prémios, com destaque para o de melhor Treinadora de Futsal Feminino Nacional, em 2016, recebendo o troféu “Quinas de Ouro”. No final desta época, fizemos-lhe esta pequenas entrevista. Entrevista de Manuel Carreira Rito

Foi difícil conseguir o primeiro objectivo da equipa sénior, a manutenção no campeonato nacional?

volta menos conseguida, que se deve à entrada no plantel sénior de jogadoras jovens, com muita qualidade, mas sem experiência, e devido à entrada no Ensino Superior de duas jogadoras, o que as impediu de treinar regularmente. Com a continuidade do trabalho, fizemos uma segunda volta ao nosso nível, o que nos permitiu “amealhar” pontos para a fase de manutenção.

Como viveu o jogo “dramático” em que se garantiu essa manutenção, com o golo “salvador” a oito segundos do final da partida?

Era jogo muito complicado, uma vez que, a derrota do Leões de Porto Salvo faria com que descessem para os distritais. Transmiti isso às jogadoras, referindo que, tão importante como ganhar, era não perder. Os nervos apoderaram-se um pouco de toda a gente, mas conseguimos ter o discernimento necessário para empatar nos últimos segundos do jogo. Um sentimento de muita felicidade por manter a equipa no patamar máximo do futsal feminino português.

Devido ao Covid-19, as actividades desportivas estão todas canceladas. Deu algumas instruções às atletas para manterem a forma física?

Acabámos por conseguir, mas não na fase que pretendíamos. Na primeira fase, não conseguimos ficar nos primeiros 4 lugares, o que dava acesso a disputar o apuramento de campeão. Ficamos em 5.º lugar, fruto duma primeira

Ainda não dei, mas, entretanto, vou solicitar que façam alguns exercícios para tentar

treinadora, Teresa Jordão. Não é apenas treinadora. É amiga, confidente, educadora, conselheira, explicadora e tantas outras competências, das suas queridas atletas, assim como é dos seus alunos no Instituto Educativo do Juncal, onde é professora. Dá-lhes “armas” para aprenderem a defender-se dos perigos e enfermidades da nossa sociedade, ensinando-as com a sua experiência e vigilância a indicar-lhes o caminho certo. Quando daqui saírem, já mulheres, e olharem para trás, e sentirem também, para grande alegria e felicidade dos seus pais e restantes familiares, o quanto foi importante na sua vida, terem defendido com extrema entrega, dedicação, valentia e amor as cores do CRG. A Teresa merece de todos nós o reconhecimento,

admiração e respeito. Ocupou aqui, desinteressadamente, quase metade da sua vida. É uma dedicação invulgar, apenas ao alcance duma pessoa de princípios, de amor ao próximo, que sacrificou a maior parte da sua juventude em prol do desenvolvimento do Futsal Feminino no CRG, na Associação de Futebol de Leiria, chegando mesmo à Federação Portuguesa de Futebol, onde é reconhecida pelo seu trabalho e dedicação a um desporto que ela muito ama. Tudo isto, reflexo da educação e exemplo que recebeu, principalmente dos seus pais. O C. R. da Golpilheira nunca lhe conseguirá retribuir o investimento humano que ela aqui realizou. A nossa colectividade foi fundada (comemorou o 51.º aniversário no dia 6 de Março) tendo

manter alguma forma física.

Se não fosse esta pandemia, a época terminaria a 26 de Março. Qual era a estratégia para manter a equipa sénior em actividade até às férias desportivas?

A estratégia era a de participar no torneio de encerramento da A. F. Leiria. Já tinha falado com as jogadoras para ponderarem essa situação e se estariam ou não interessadas.

Não haverá uma solução para que as equipas participantes na fase manutenção/descida não terminem tão cedo de competir?

A solução passará pela reformulação do quadro competitivo. Na minha opinião, já deveria ter sido alterado há duas épocas.

De Março a Setembro, início dos trabalhos de preparação para a época seguinte, distam seis meses. Como vão as nossas atletas manter a sua forma?

Cada uma tem de se preocupar com essa situação e perceber claramente o que quer. Algumas já se preocupam e frequentam ginásios durante a época.

Como vai preparar a próxima época?

Para ser sincera, não sei muito bem. Mas, primeiro, organizar equipa técnica e, depois, falar com as jogadoras… como objectivos principais o desenvolvimento das seguintes actividades: desportivas, culturais e recreativas. Já passaram 51 anos. Houve grandes mudanças na nossa sociedade. Os nossos Estatutos foram sendo actualizados, para acompanhar a evolução dos tempos. No entanto, apesar de todas estas mutações, o maior investimento foi, é e tem de continuar a ser nas pessoas e das pessoas. É o investimento humano que dá “vida” às paredes da nossa casa. Sem este, as “paredes” ficarão nuas e sem sentido. Quando as actividades deixarem de existir, o CRG “morre”. Temos de honrar aqueles que já partiram e que lançaram a primeira “semente”, para a pujança actual da nossa associação. MCR


desporto • 19

Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

Futsal Feminino Sénior

Manutenção garantida no Nacional C. R. Golpilheira – 1 Leões de Porto Salvo – 1

MCR

Este encontro realizou-se no dia 8 de Março. Apesar de ainda faltar outro, podíamos garantir aqui a manutenção no Campeonato Nacional para a próxima época. Bastava a vitória ou o empate. No caso de perdermos, ficava tudo adiado para o último jogo, em casa do Povoense. As nossas atletas estavam alerta para este facto e entraram em jogo com essa responsabilidade. A partida começou bem, com algumas oportunidades de golo. Este foi sendo adiado, quer pela guarda-redes, pelos postes, pela barra e, ainda, situações da bola em cima da linha, faltando apenas quem lhe desse um toque para o fundo da baliza. Com o passar do tempo, as nossas jogadoras começaram a ficar nervosas e com muita ansiedade. Entretanto, aconteceu o pior. Na primeira vez que foram à

nossa baliza, as adversárias marcaram. Este golo gelou todo o pavilhão. A partir daqui, previa-se uma tarefa difícil. Fomos para a segunda parte com este resultado. A estratégia do treinador de Porto Salvo era manter este resultado, pois lhe garantia também a manutenção que procurava. Os minutos passavam e, apesar de algumas boas oportunidades, a bola teimava em não entrar. Teresa Jordão e seus adjuntos tinham de arriscar tudo. A poucos minutos do fim, utilizou o sistema de jogo “cinco para quatro”. Fazia alguma rotação de jogadoras, mas não estava a resultar. A dois minutos do final, teve algo que a inspirou. Fez entrar Alex, que tinha marcado os nossos dois golos, no final da Taça Distrital. É uma jogadora um pouco reservada. Teresa acreditou nela, transmitiu-lhe confiança, até porque ainda estava de “pé quente” do jogo

do dia anterior. A ansiedade cada vez era maior, dentro e fora da “quadra”. Os jogos de futsal apenas terminam quando o árbitro apita pela última vez. A esperança de chegar pelo menos ao empate ainda se mantinha. E foi o que aconteceu, numa jogada de insistência, em que Alex marcou o golo do empate, a oito segundos do final. Foi uma explosão de alegria que contagiou as bancadas. Finalmente, a luz do “sol” superou a escuridão da “noite”. Descarregou-se com este golo toda a adrenalina acumulada. Foram abraços em uníssono. O treinador adjunto, Rui Almeida, como que impulsionado por uma mola, deu um salto só ao alcance de grandes ginastas. No final, a emoção era tanta que levou às lágrimas algumas atletas. Estava garantia a permanência no Campeonato Nacional para a época de 2020/2021. Da

. equipas.CRG.

ÉPOCA DESPORTIVA 2019/2020 Veteranos Futebol 11

07-03 – Mourisquense – 2/Golpilheira – 0

Futsal Feminino Sénior

Campeonato Nacional - Manutenção/descida 22-02 – Golpilheira – 0/Povoense – 2 01-03 – Venda da Luísa – 1/Golpilheira – 4 08-03 – Golpilheira – 1/Leões de Porto Salvo – 1 Não realizado - Povoense/Golpilheira

Futsal Feminino Júnior Taça Distrital

01-03 – Golpilheira – 6/Ribafria – 2 (1/2 final) 07-03 – Golpilheira – 2/ N.S. Pombal – 3 (Final)

Futsal Masculino Sénior

Campeonato Distrital - 1.ª fase/Série B 15-02 – Golpilheira – 3/Alvorninha – 8 28-02 – Pederneirense – 2/Golpilheira – 2 07-03 – Golpilheira – 9/Estrada – 1

Devido à pandemia de Covid-19, esta época terminou. Algumas decisões pendentes deverão ser tomadas, entretanto, pela Associação Distrital de Leiria e pela Federação Portuguesa de Futebol.

bancada, veio até ao campo de jogo uma grande referência e exemplo do futsal do C. R. da Golpilheira. Muito emocionada, com os olhos rasos de

lágrimas, abraçou efusivamente todas as heroínas e heróis deste jogo. Mais palavras para quê… Manuel Carreira Rito

Início do jogo

Futsal Feminino Júnior

Golpilheira perdeu a final da Taça Distrital A Final da Taça Distrital de Futsal Feminino Júnior realizou-se no dia 7 de Março, no pavilhão Municipal de Porto de Mós. Estavam frente a frente as duas melhores equipas do distrito deste escalão. Antes desta final, a nossa equipa já tinha conquistado o Campeonato Distrital desta época, decidido precisamente contra a equipa de Pombal. Este troféu tinha de ser entregue após o jogo desta final. O jogo começou com grande equilíbrio, mercê da valia das duas equipas e da estratégia dos seus treinadores. Aos

poucos, a equipa opositora começou a ser mais atrevida. Numa transição, perdemos a bola e o Pombal aproveitou este deslize, abrindo o activo na primeira oportunidade. Fomos de imediato à procura do empate. Esteve muito perto de acontecer. Em ataque continuado, proporcionava à equipa adversária o contra-ataque. E foi numa situação destas, e contra a corrente do jogo, que obtiveram o segundo golo. A conquista da taça estava a complicar-se. Carregámos no acelerador, à procura de reduzir a desvantagem. Perto

do final da primeira parte, a inevitável Alex, num remate de longe, marcou o nosso primeiro golo. Fomos para intervalo a perder pela margem mínima. A treinadora Teresa Jordão aproveitou para fazer algumas rectificações e alterações. O objecto foi o de incutir nas nossas jogadoras que era necessário empatar o jogo o mais rápido possível. Logo no início da segunda parte, foi o que aconteceu, novamente por Alex, numa jogada de insistência. Os conselhos ao intervalo tinham dado resul-

tado. A partir daqui, ambas as equipas procuraram desfazer o empate. O jogo entrou na sua melhor fase. Ambas criaram oportunidades para marcar. No entanto, foi mais feliz a de Pombal, que obteve o terceiro golo através de um remate de fora da área. Fomos uma vez mais à luta. A nossa treinadora, a seis ou sete minutos do final, arriscou, no sistema de “cinco para quatro”, ou seja, guarda-redes volante. Criámos algumas oportunidades para empatar, assim como a equipa de Pombal para aumentar a vantagem, fruto do nosso

sistema de jogo nesta altura. Mas tudo acabou com o 3-2 a favorecer o NS Pombal. Após o apito final do árbitro, a alegria de umas contrastava com a tristeza de outras. É sempre assim em qualquer final. Pelo trabalho que a nossa equipa realizou, merecia ter ido ao prolongamento. Não aconteceu. Parabéns às vencedoras e respeito para as vencidas. Foi o que aconteceu, o que é sempre digno de registo. Manuel Carreira Rito


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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

desporto

Entrevista a Beatriz Santos do CRG

Primeiro golo pela Selecção

Joana

Cíntia

Clara

Torneio Nacional Interassociações

Três atletas do CRG na selecção distrital Três jogadoras sub17 do CRG, Joana Dinis, Cíntia Veríssimo e Clara Luzio, representaram a Associação de Futebol de Leiria no Torneio Nacional Interassociações de Futsal Feminino Sub-17, que se realizou nos dias 22, 23, 24 e 25 de Fevereiro, em São Pedro do Sul (Viseu). Neste torneio, a nossa selecção teve uma participação bastante positiva, averbando 3 vitórias e 1 derrota. No primeiro jogo, venceu a

A. F. Santarém por 2-0; no segundo, venceu a A. F. Coimbra por 3-0; no terceiro, venceu a A. F. Braga por 2-1; e no último jogo averbou a única derrota, perante a A. F. Algarve, por 4-0. Importa salientar que a Joana Dinis e Cíntia Veríssimo representaram pela segunda vez consecutiva a A. F. Leiria e a Clara Luzio vestiu as cores da nossa Associação pela primeira vez, sendo que foi a sua segunda participação neste

torneio, já que, na época passada, tinha representado a A. F. Santarém. Parabéns às nossas jogadoras, que contribuíram para a prestação da nossa Associação. Este torneio contou com a presença dos técnicos nacionais de Futsal Feminino, Luís Conceição e Ricardo Azevedo, e do coordenador nacional da modalidade, Jorge Braz, que observaram durante os quatro dias todas as jogadoras presentes.

Beat riz San t os é natural de Alvorninha, Caldas da Rainha. Muito cedo, começou a mostrar o seu talento da forma como “tratava” a bola. Iniciou a sua formação na modalidade de Futsal da sua terra natal, numa equipa mista. É a segunda época que está a defender, com muita entrega, empenho, amor e dedicação, as cores do CR Golpilheira, integrando a equipa júnior. No entanto, devido às suas capacidades, Teresa Jordão convoca-a assiduamente para a equipa sénior. Tem sido integrada, metodicamente, já que o “andamento” é mais intenso do que na equipa júnior. Apenas com 16 anos (portanto, ainda juvenil), já participou em quatro jogos pela nossa Selecção Nacional. Recentemente, nos Açores, participou em dois jogos contra a nossa congénere espanhola, cujos resultados foram os seguintes: Por-

tugal - 7/Espanha – 3 e Portugal - 5/Espanha - 3. Neste segundo, marcou o seu primeiro golo por Portugal. O Jornal da Golpilheira fez-lhe uma breve entrevista.

Como está a ser a tua integração na Seleção Nacional?

Tenho-me vindo a adaptar aos poucos; acima de tudo, somos um grupo muito unido e isso torna a integração muito mais fácil.

Como avalias a tua participação nestes dois jogos?

Acho que foram mais dois jogos onde pude crescer ainda mais como jogadora, e agora é focar-me no que sei que tenho que melhorar para continuar com a minha evolução.

E marcaste o primeiro golo na Selecção!

Sim… a primeira parte do segundo jogo não

me estava a correr da melhor forma; então, quando entrei na segunda parte, senti que tinha que aproveitar os minutos que me estavam a ser dados. Foi assim que acabou por surgir o golo.

Como te sentiste?

É uma sensação indiscritível… no momento em que marquei, nem sabia como havia de agir perante o que tinha acontecido, só queria aproveitar a alegria que estava a sentir naquele momento. Textos: MCR / Fotos: DR

2.ª corrida de Cesário Santos a somar mais 12 pontos no Campeonato Nacional TT

Baja de Grândola Em declarações ao jornal da sua terra, o golpilheirense confidencia que “está tudo a rolar muito bem e a experiência está a ser brutal: o carro não têm dado qualquer tipo de problemas, a equipa de mecânicos “Fera Racing” têm estado à altura, e o entendimento com o meu navegador Alexandre está muito mais afinado a cada corrida que fazemos”. Assim, está desejoso pela próxima corrida… só não se sabe quando, pois a pandemia de Covid-19 fez parar também esta competição. DR

Nos passados dias 6 a 8 de Março, decorreu a 2.ª prova do Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno, com estreia da Baja de Grândola, o que trouxe a novidade do piso de areia, deixando todos os pilotos em pé de igualdade. Pela segunda vez, o piloto Cesário Santos, da Golpilheira, integrou a prova. “Senti-me muito mais à-vontade”, confessa, apontando a “experiência em piso de areia dos TT feitos ao longo dos anos” como crucial para uma excelente classificação, o 5.º lugar, que lhe deu a conquista de mais 12 pontos, para um total de 16.

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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

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Jardim-de-Infância da Golpilheira Mesmo em casa... continuamos activos! E partilhamos, para irmos matando as saudades que temos uns dos outros e da nossa escolinha. Vamos todos ficar bem!!


Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

temas

.rumos&andanças.

.templosda nossaterra.

Márcio Lopes Docente do IPLeiria

José Eusébio Médico veterinário

A Indústria dos Moldes – O início do início

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Igreja do Reguengo do Fetal Esta igreja foi construída no ano de 1585, tendo sido modificada em 1794, pelo mestre José da Silva Sousa, que era do Juncal. A mesma está situada no Reguengo do Fetal, sendo também a igreja matriz desta paróquia, que foi criada em 24 de Junho de 1512. A Padroeira é Nossa Senhora dos Remédios. Festeja-se no último domingo de Junho. Normalmente em Maio, também se festeja o Espírito Santo, que é no domingo de Pentecostes, festa na qual se faz a distribuição do pão. Esta igreja tem no seu interior vários altares sobre os quais vale a pena perdermos um pouquinho de tempo para os observarmos. Não é por acaso que publico esta igreja neste momento. Escolhi-a para publicar neste número, em virtude de estarmos a atravessar um período de pandemia, do Covid-19, e de todos termos necessidade de orarmos a Nossa Senhora dos Remédios, para que nos traga o remédio contra este mal.

Foto do autor

Hoje em dia, a grande parte das dinâmicas de inovação tecnológica está concentrada em regiões específicas dos países; são os chamados clusters industriais. A primeira abordagem científica sobre o processo de concentração geográfica das empresas foi feita por Alfred Marshall, em 1890, na sua obra Principles of Economics, e a Marinha Grande é um notável exemplo de desenvolvimento regional a partir das inovações tecnológicas e da formação de aglomerações industriais. No ano de 1703, Portugal e Inglaterra assinaram um acordo de comércio livre conhecido por Tratado de Methuen (tecido inglês e vinho português). A intensa actividade comercial dos lanifícios criou uma classe próspera de mercadores na região de Exeter a oeste de Londres. Em 1731, nasceu, na aldeia de Laneast, na Cornualha, William Guilherme Stephens. Alguns membros da família Stephens estavam ligados aos negócios mercantis em Exeter e em Lisboa. Em 1743, com 12 anos de idade, Guilherme Stephens vai estudar para Exeter e, em 1746, viaja para Lisboa. Em Lisboa, Guilherme Stephens começa a trabalhar com o seu tio nas actividades ligadas ao comércio externo e, posteriormente, torna-se empresário produtor de cal. Em 1767 é incitado pelo Marquês de Pombal a recuperar a Real Fábrica de Vidros da Coina na Marinha Grande e que estava falida. Em 1769, a Real Fábrica de Vidros é reaberta por Guilherme Stephens e, com o tempo, tornou-se uma referência empresarial ao nível nacional. É a partir da indústria vidreira e dos moldes

para vidro que surgiram os moldes para plásticos. Em 1802, após a morte de Guilherme Stephens, a fábrica passa a ser administrada pelo seu irmão João Diogo Stephens (John James) até ao ano da sua morte em 1826. Durante quase seis décadas, a Real fábrica esteve sob o domínio da família inglesa. Por vontade testamentária, em 1826, João Diogo deixou a fábrica à nação portuguesa, mas o Estado não quis aceitar o legado por implicar fortes despesas. Por isso, durante vinte anos, entre 1827 e 1847, a fábrica foi gerida por uma sociedade de empresários. No ano de 1907, a fábrica é transferida para as mãos do Estado e, com a proclamação da República em 1910, a Fábrica Real passou a denominar-se Fábrica Nacional de Vidros da Marinha Grande. É a partir da prática e da experiência em moldes para a indústria vidreira que se desenvolveu a indústria de moldes para

plásticos. Inicialmente, os moldes para vidro eram feitos em madeira ou em barro refractário. Na época da Fábrica Real começaram a ser utilizados os moldes em bronze e, no século XIX, os primeiros moldes em ferro fundido. No ano de 1924, o administrador da Fábrica Nacional de Vidros da Marinha Grande era o engenheiro Calazans Duarte, e os moldes utilizados para os vidros eram produzidos na Alemanha e na Áustria. Nessa época, Aires Roque, um dos serralheiros da Fábrica Nacional, sugere a Calazans Duarte a hipótese de os moldes em ferro fundido serem feitos em Portugal e que, rapidamente, passaram a ser procurados por outras empresas do sector vidreiro. Em 1926, Aires Roque desvincula-se da Fábrica Nacional e abre em Lisboa uma fábrica de moldes para vidro, onde um dos seus funcionários era o seu meio irmão Aníbal Henriques Abrantes. Devido

a necessidade estratégica de proximidade com os clientes, em 1929, Aires Roque funda na Marinha Grande, em conjunto com Aníbal Abrantes, a empresa Aires Roque & Irmão, Lda. Em 1936, a Aires Roque & Irmão começa a fabricar os primeiros moldes para plásticos e, em 1945, Aires Roque vende a sua quota da sociedade ao irmão Aníbal Abrantes. Apesar do nome de Aires Roque estar, para sempre, associado à indústria dos moldes na Marinha Grande, é com Aníbal Abrantes que se dá o grande desenvolvimento dos moldes para a indústria dos plásticos. E é em 1957 que a empresa Aníbal H. Abrantes faz a sua primeira exportação de molde para a Inglaterra, e é o início de um dos maiores sectores exportadores da indústria nacional. Toda a história social e económica da Marinha Grande começou na pequena aldeia de Laneast, onde nasceu Guilherme Stephens no ano de 1731.

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À mesa!

temas • 23

Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020 Este é um espaço de partilha de saberes e experiências gastronómicas, sejam elas receitas tradicionais, culturas diferentes e porque não novas combinações e práticas de comidas saudáveis. Envie as suas sugestões para: mesa@ jornaldagolpilheira.pt

.gastronomia.

Uma re cozinhar nfeição não é apena s in ão Uma refe é apenas confecc gerir alimentos, ionar uma ição será sempre qu u r e cozinha m momento de par efeição. r for um a t cto de am ilha or!

Páscoa simples, mas saborosa Cristina Agostinho

A Páscoa simboliza a reunião da família à volta da mesa, mas, considerando a actual realidade que vivemos, deixemo-nos de grandes encontros familiares e disfrutemos de óptimos momentos com quem partilhamos o nosso lar.

Prepare a mesa. Uma simples toalha branca faz sempre uma mesa elegante. Use loiça alegre, afinal estamos na Primavera! Decore a mesa espalhando pequenas taças com amêndoas e ovinhos de chocolate coloridos.

Sugestão de Ementa • Raclette e sobremesa de suspiros com fruta fresca e natas

Sobremesa de suspiros com fruta fresca e natas

Foto da autora

Raclette

Tipicamente da Suíça, a raclette é um prato com muito queijo derretido e derramado em cima dos outros ingredientes. Na receita tradicional, é feito com um queijo do mesmo nome, mas também funciona com outras versões mais acessíveis, desde que estes também derretam com facilidade. Escolhi para este almoço de Páscoa um prato que não requer muito trabalho ou perícia culinária. Basta comprar os ingredientes previamente, dispô-los em travessas bonitas e levar para a mesa. Além do queijo, ingrediente principal dessa iguaria, pode compor uma selecção de vários ingredientes: carnes, enchidos e charcutaria e acompanhar com

um vinho tinto de personalidade forte e encorpado, para não decepcionar estes fortes e quentes sabores.

batatas (cozidas com a pele e temperadas) e legumes (lavados e cortados). Sentamo-nos todos ao mesmo tempo e vamos degustando… Atrevemo-nos com alguns sabores para entrada e avançamos para o prato principal… A ideia é cada um colocar no tabuleiro de cima do aparelho da raclette os ingredientes para assar

ou apenas tostar e nas pequenas frigideiras na parte de baixo o queijo onde será derretido para depois verter individualmente no prato. E ir provando e repetindo… Comece com os sabores mais leves: presunto, fiambre, salame, salsichas, cogumelos laminados e uma selecção de pimentos … Depois vá progredindo de acordo com o apetite, cada um deve

colocar o que lhe apetece. Pode colocar as batatas na parte de cima do aparelho a tostar e uns pequenos e muito finos bifes de frango, peru ou vitela… Não se esqueça de ir repondo o queijo a derreter e despejar no prato cobrindo as batatas ou a carne. E vamos repetindo… E não menos importante, não esquecer de acompanhar com

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Zelamos pela sua segurança!

Escolhi uma sobremesa deliciosa e muito fácil de fazer. Compre uma embalagem de suspiros. Ao escolher a fruta, pode optar por morangos, abacaxi ou manga, usá-los em conjunto ou apenas uma variedade. Bata em chantilly bem firme uma embalagem de natas gordas com 2 colheres de sopa de açúcar e umas gotas de limão. Em tacinhas individuais, coloque alternadamente em camadas os suspiros partidos grosseiramente, fruta fresca lavada e cortada em pedaços e um pouco das natas. Termine a refeição com um café ou chá e muitos ovos e amêndoas. Tenha uma Santa Páscoa! Bon appétit, mes chers!


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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

temas

.política.

André Sousa Presidente da JSD Batalha

Não é tempo O mundo mudou. Contesta-se a ideia de comparar a actual situação de pandemia provocada pelo alastramento do Covid-19 a um cenário de guerra. Discordo, pois o inimigo é conhecido e precisa de ser combatido com todos os recursos ao nosso alcance. Não temos espingardas ou militares na linha da frente. Desta vez, são os médicos, enfermeiros, governantes, autarcas, bombeiros, forças de segurança, trabalhadores dos sectores essenciais, industriais e sociais que, directa ou indirectamente, lutam interruptamente para salvar vidas e manter a nossa economia viva, contra um inimigo forte e poderoso. Por isso, não é tempo de discussão política ou de discordância, mas de acção, solidariedade, concertação e união de forma a conseguir alocar os nossos melhores recursos no combate eficaz a este maldito vírus. Pessimismo sim, positivismo também, na certeza de que conseguiremos ver de vencida esta guerra com o menor impacto possível e na capacidade que teremos para nos reinventar de forma a encarar uma nova realidade. Diz-nos a história que, depois de uma guerra, grandes

transformações ocorreram nas sociedades. Desta vez não será diferente, provocando inevitavelmente mudanças na sociedade tal como a conhecemos. Desde logo, pelas óbvias transformações nas formas de trabalhar, de viajar ou de conviver. Repensaremos o papel do Estado na defesa das suas populações e do seu território, tal como cada um de nós definirá novas metas e prioridades na sua vida pessoal. Não vivemos momentos de complacência, mas sim de enorme resistência. Será normal que cada um de nós, com o estender prolongado da actual situação, percamos, progressivamente, a vontade de cumprir as regras restritivas que temos vindo a adoptar, como lavar as mãos correctamente ou manter o distanciamento/afastamento social. Seremos tentados a contornar, a quebrar. Tenhamos a consciência que a excepção confirma a regra, podendo ser fatal para nós ou para um dos nossos familiares. Haverá tempo para aquela jantarada de amigos, aquele encontro, aquela viagem. Haverá tempo para ter tempo. Nunca o perto foi tão longe, mas hoje ficaremos por casa.

.combatentes.

Coluna da responsabilidade do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes

Ao 27.º dia comparou-se O estudo comparativo dos primeiros 27 dias entre os países europeus mais afectados, Espanha e Itália, com Portugal, revelado pela Direcção Geral de Saúde e Organização Mundial de Saúde, revela, ao 27.º dia, em cada país, os seguintes valores infectados/ óbitos: - Itália mais de 85.000 infectados e quase 10.000 óbitos; - Espanha 65.000 infectados e 5.000 óbitos; enquanto que Portugal revelou apenas 5.000 infectados e 100 óbitos. Para que se entendam os valores, confrontando com o número de habitantes de Portugal, exibe-se uma análise detalhada, comparativamente à percentagem por número de habitantes igual ao nosso país - 10 milhões de habitantes: - A Itália, se tivesse 10 milhões de habitantes, ao 27.° dia teria tido 14.166 infectados e 1.666 óbitos; - Por seu lado, a Espanha, se tivesse 10 milhões de habitantes, teria, ao 27.° dia, 13.000 infectados e 1.000 óbitos. - Para os seus 10 milhões de habitantes, Portugal, teve ao 27.º dia de pandemia, os valores reais de 5.000 infectados e 100 óbitos, como já referido. O pico por curva exponencial, no nosso canto à beira mar plantado, está a revelar-se inexistente, antes, uma recta

NÃO FACILITEM, PERMANEÇAM EM CASA, HIGIENIZEM AS MÃOS FREQUENTEMENTE! NOTA: o número 961 104 870, do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, continua disponível para os contactos que os sócios tenham por urgentes, e serão reencaminhados segundo as necessidades. Se o assunto for relativo ao estado de Saúde, deverão contactar prioritariamente a Linha de Saúde 24 – 808 24 24 24. Em temos gerais, à data do envio do artigo para a redacção, dia 4 de Abril, os países mencionados tinham já: Espanha – 124.736 infectados e 11.744 óbitos; Itália – 124.632 infectados e 15.362 óbitos; e Portugal 10.524 infectados e 266 óbitos.

Por Luísa M. Monteiro

Coluna da responsabilidade da Junta de Freguesia da Golpilheira

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irão ser cuidados, nunca saberão que estão infectados com o novo coronavírus, nem sequer sabem o que se está a passar a nível mundial. Muitos nem nunca saberão do que padeceram, nem entrarão nas estatísticas. Andam por aí sem que ninguém os procure na azáfama do vírus, e vivem dia-a-dia como sempre viveram, sós, pobres e abandonados. Parece que está sempre tudo bem, mas não está, não acontece só aos outros!

.impressões.

.JuntaInforma.

Caros amigos Golpilheirenses, Como certamente é do conhecimento de todos, a Junta de Freguesia está encerrada para o atendimento ao público, tendo disponibilizado os contactos telefónicos habituais, que aproveitamos para relembrar: 910 493 192 / 938 462 801 / 914 961 543. A Junta de Freguesia associou-se ao Município da Batalha no apoio a pessoas com mais de 65 anos. Este apoio vai desde o esclarecimento de dúvidas a entregas ao domicílio de bens alimentares, medicamentos, etc. Solicitamos a vossa colaboração na identificação de algum

ascendente em planalto, que se prevê atingir o seu auge em meados de Maio. O facto de não estar a acontecer essa curva exponencial, que foi trágica nos restantes países, permite que mais casos vão sendo curados no nosso Sistema Nacional de Saúde. Assim sendo, não existindo um pico exagerado de infectados, vão existindo sempre vagas para que, as novas ocorrências urgentes, possam também ser tratadas sem um exagerado lotar dos Serviços de Saúde, e todos poderem ser tratados com os cuidados que necessitarem. No entanto, não sendo a Covid-19 uma gripe qualquer, convém não esquecer, no final da pandemia, mesmo comparar, que terão perecido em Portugal muitos mais de gripe sazonal. Estes são números geralmente nunca apresentados anualmente (sabe-se que morreram em Portugal 3.000 pessoas de gripe normal no ano transacto), podendo este número aumentar, até, se se negligenciar estes infectados em prol dos contagiados com Covid-19. Pode parecer até que está a ter uma evolução favorável em Portugal, mas, não cumprir, colocar-nos-á tanto em risco como aos outros. Não esqueçamos que muitos serão aqueles, na nossa sociedade, que nunca

caso e contacto com a Junta de Freguesia. Os dias atribulados que vivemos põem à prova a nossa capacidade de resistência, sentido de comunidade e solidariedade. É tempo de nos isolarmos, sem esquecer, porém, aqueles que mais precisam de nós. Juntos ultrapassaremos esta pandemia. A Junta de Freguesia apela ao isolamento social. Por favor, permaneça em sua casa, sempre que possível. Seja responsável. Só assim podemos reduzir o risco de contágio. Finalmente, desejamos a todos uma Santa Páscoa, com muita saúde e votos de reencontro com familiares e amigos, muito em breve. PUB

Encontrei, atrás dos cadernos e folhas soltas, o grilo em fios de palma que comprei há uns anos a um artista de rua, salvo erro em Roma. Para meu espanto, o grilo já não possui cabeça, que deve ter-se soltado e perdido no emaranhado de papéis. É um grilo degolado, coitado, a palavra é horrível. Ainda assim, apesar de incompleto, voltei a guardá-lo, pelo valor estimativo não agora junto dos cadernos, onde estava, mas na prateleira da estante da sala reservada a algumas outras pequenas figuras feitas à mão a maior parte em plasticina, de quando o meu filho era bebé: - um galo, um pato, uma serpente, um espantalho, um peixe, um macaco. Consta também nessa prateleira um pequeno barco, em casca de pinheiro, que o meu pai construiu para mim (era eu criança), durante um daqueles piqueniques familiares que nos intervalos da praia fazíamos certos domingos no pinhal.


temas • 25

Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

.agricultura.

.saúde.

Ana Maria Henriques Médica Interna

José Jordão Cruz Engenheiro Técnico Agrário

Porque devemos ter medo do coronavírus

Casta Barbera Sendo a Itália o país com mais castas autóctones do mundo, iremos falar de algumas delas nos próximos artigos. Até porque, até aqui, tem havido consultas de vitivinicultores portugueses, a quererem saber as castas internacionais que poderão ter interesse no nosso país. Agora com este novo problema a nível mundial, o novo corona vírus, não sabemos ainda o que se vai passar. Começamos pela Barbera, uma casta de uvas tintas típica de Piemonte, situado no noroeste da Itália, e uma das mais cultivadas do país. Dá origem a vinhos leves, ideais para o dia-a-dia ou para um piquenique casual. É também chamada de Barbera Amaro ou Barbera Grosso. O seu crescimento é semi-erecto, de baixo vigor e fertilidade mediana. Adapta-se a vários climas, preferindo terrenos calcários. Como é uma cepa de pequeno porte,

podemos plantar até 7.000 cepas por hectare, com poda mista de talão e vara. Barbera, uma das uvas tintas mais plantadas na Itália, divide com a Nebbiolo o protagonismo de vinhedos na região do Piemonte. Existe ainda uma versão branca, conhecida por Barbera Bianca. Não devemos confundir a uva Barbera com o vinho Barbaresco, que é elaborado na região do mesmo nome, também no Piemonte, porém com a uva Nebbiolo. Sua origem mais frequentemente citada é a cidade de Casale Monferrato, no Piemonte. Na Catedral da cidade existem documentos que indicam o plantio de videiras de Barbera já no século XIII. É uma variedade que amadurece relativamente tarde, quase duas semanas após a variedade mais tardia do Piemonte, a Dolcetto. Sua principal característica é o alto nível de acidez natural, ainda que muito madura. Essa característica a

torna uma óptima opção para regiões de clima quente desde que sua produtividade seja controlada. No Piemonte é amplamente utilizada, gerando vinhos desde os mais baratos e produzidos em larga escala, até vinhos encorpados, com muito boa estrutura e bastante longevidade. Algumas características são comuns aos vinhos de Barbera, coloração rubi intenso e profundo, bom corpo ainda que com moderada presença de taninos, pronunciada acidez e teor alcoólico relativamente baixo, podendo variar de acordo com as regiões onde é cultivada. As principais denominações de origem do Piemonte onde a Barbera é considerada a principal variedade são Alba, Asti e Monferrato, esta última menos conhecida por aqui. Na região de Barbera d’Asti DOC existe uma sub-zona chamada Nizza.

Neste tempo de insegurança e desconhecido, escrevo um artigo diferente do habitual, porque, se devemos ter medo, é principalmente pelo desconhecido e da falta de certezas. Certeza só tenho mesmo uma: se eu pudesse, ficava fechada em casa com a minha família. As mudanças são muitas e constantes, recebemos dezenas de emails diários com novas orientações, necessidades e reorganizações. No centro de saúde onde trabalho, tentamos fazer o nosso dia-a-dia habitual através do telefone. Assim, informações, consultas marcadas, receitas, baixas, doença ou agravamento de doenças podem ser resolvidos ou orientados pelo telefone. Provavelmente, irá conseguir falar com o seu médico. Se tiver de ir ao centro de saúde, irá passar por uma “triagem” em que lhe perguntam a razão de vir e se tem sintomas (tosse, febre, falta de ar), de forma a diminuir a probabilidade de deixar entrar doentes infectados com coronavírus. Deve permanecer no centro de saúde o mínimo de tempo possível e evitar contactos desnecessários. A maioria das receitas serão enviadas por telefone – mesmo que não esteja habituado é só não apagar a mensagem e mostrar na farmácia. Alguns outros papéis têm de ser levantados presencialmente; ao telefone darão as orientações necessárias para o fazer. Os centros de saúde continuam a prestar cuidados mínimos, como a assistência a grávidas, as vacinas e algumas consultas de crianças e a pessoas com doença aguda. Todas as consultas de rotina foram desmarcadas. Qualquer dúvida telefone, mas não deixe de vacinar o seu filho, pode fazer a diferença! Com a abertura das Áreas Dedicadas à COVID (ADC), estaremos nestes locais a observar doentes com sintomas caracte-

O meu testemunho

Uma vida com depressão bipolar Uma terrível doença, invisível, comparada com um ladrão que aparece de surpresa e nos rouba os bens mais valiosos. Chamam-lhe “Depressão Bipolar”. É uma doença do foro psiquiátrico. Esta classificação, hoje, custa-me muito a pronunciar. Actualmente, eu defino-a mais suavemente, com a seguinte expressão: “são oscilações de humor, mais ou menos frequentes e mais ou menos prolongadas”. E acrescento: “não sou doente; sou paciente e utente do Serviço Nacional de Saúde”. Cortou-me a vida ao meio há 26 anos. Não tem sido fácil o “calvário” até aqui. Na altura, as nossas filhas eram muito novas. A Vera tinha dez anos, a caminhar para os onze; a Ana Luísa tinha cinco, a caminhar para os seis. O nosso Miguel Ângelo ainda não tinha nascido. A minha mulher sabia que eu gostava muito de ter um menino. Foi concebido de comum acordo, e ainda bem. No entanto, vivi, e continuo a viver, com a preocupação, interrogando-me muitas vezes: “será que ele irá ter o mesmo que eu”? Este pensamento incomoda-me todos os dias. Felizmente que está bem. As nossas duas filhas estão licenciadas. Do Miguel, dou-vos a seguinte imagem: começou a “construir” um apartamento em Aveiro. Deixou-o apenas com o telhado. Mudou-se para Coimbra e teve de o vender. Comprou outro

nesta cidade dos estudantes, numa fase igual ao de Aveiro. Esteve um ano a pensar como iria ser o andar por dentro. Durante dois anos, rebocou-o por fora. Neste momento está a começar a assentar os ladrilhos. Está a perseguir um sonho, ou seja, acabá-lo. Depois, com a “chave na mão”, habitá-lo. Está a caminhar para conseguir o seu sonho, o seu objectivo. Está prestes a completar 25 anos. Se tudo correr bem, se Deus lhe der saúde e com as faculdades que tem, perto dos 30 conseguirá concretizar o seu sonho: habitá-lo. São muitos anos para construir o seu lar. É uma vida inteira a estudar, mas sonho é sonho. Os sonhos, normalmente, são para ser conquistados, ainda que demorem muito tempo. Devido ao meu problema de saúde, tenho consciência de que, financeiramente, pouco ajudei as nossas filhas a licenciarem-se e o nosso filho a caminho de concretizar o seu objectivo. Foi com o seu trabalho aos fins-de-semana, assim como fizeram as irmãs. Para além da minha mulher, a minha Vera teve um contributo importante para chegar até aqui. É a sua grande confidente. A nossa Ana também colaborou, dentro das suas possibilidades. Reconheço que o Estado, com a atribuição de Bolsas de Estudo em todos os anos, ajudou a suportar, mais ou menos, a renda do quarto. Também não

posso esquecer que o Município da Batalha também contribuiu, o que fazia com outros estudantes do concelho. Reconheço e agradeço também a colaboração de algumas pessoas anónimas. A todos ficarei eternamente grato. Com o meu problema, normalmente, podem perder-se três coisas. Uma é certa: o emprego. Ficamos sem condições para continuar a nossa profissão. Depois, num período que pode ser mais curto ou mais longo, poderá ser a nossa família. Felizmente, tenho uma mulher com um “M” dos grandes, que se chama Gracinda. A determinada altura, esteve quase a vacilar. Tenho a certeza de que só não o fez devido à sua educação de fé católica. Cuidou-me sempre, com muito amor e carinho. Sei que chegou a interrogar algumas vezes: “se eu me separar, qual será o seu futuro? Não o posso abandonar, numa altura em que mais precisa de mim”. Quando casamos, temos de estar preparados para o bem ou para o mal. Para o mais fácil, mas também para as “pedras” que nos surgem no caminho. É um percurso que temos de fazer juntos. A terceira “coisa”, poderá ser a vida. A própria vida. Dou este testemunho porque sinto que poderá ajudar outras pessoas na mesma situação. Continuarei numa próxima edição. MCR

rísticos e a orientá-los segundo a sua gravidade. Antes de se dirigir para estes locais, deve telefonar para o seu centro de saúde ou SNS24. Idealmente, o doente é observado; se confirmada a suspeita, é feito o pedido do teste e o doente agenda ou efectua logo o teste. Se não tiver critérios de gravidade, é encaminhado para casa e é vigiado telefonicamente por médicos. Se for necessário, o doente é encaminhado para o hospital. Depois de sair do trabalho, volto para casa com medo: medo de levar mais do que saudades. Todos os dias chego a casa e tiro a roupa para lavar, tomo banho e só depois fico mais confiante para abraçar a minha filha de 15 meses. Mesmo assim, penso nas chaves, carteira e telemóvel que tenho de desinfectar (só levo mesmo o essencial para o local de trabalho). Penso também que, mesmo assim, o vírus pode entrar comigo e pode atingir a minha família. Por isso, não estou perto dos meus pais, nem sogros, e só os visito para ir levar compras (porque dei indicação para não saírem de casa). Mesmo sem querer, penso também no dia em que deixe de poder entrar na minha casa, afastando logo esse pesadelo. O mais importante de tudo isto é que a sociedade não estava preparada, ninguém sabe como se comporta o vírus e ninguém sabe como será o resto do ano. Mas sabemos que estamos todos juntos a investigar, a tratar e a proteger quem trata e quem está doente. Como verificámos, o que hoje é verdade, amanhã pode não o ser – no campo da medicina existem poucas verdades absolutas. Vamos acompanhando as mudanças e fazendo o que hoje nos parece ser o melhor, pois só assim conseguiremos vencer este vírus. Por fim, devo dizer também que estou confiante em que sairemos desta provação mais Humanos.

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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

história

. curiosidades

apoio/divulgação

dopassado.#21 Joaquim Santos Jornalista e investigador

Professor da Golpilheira e a primeira diuturnidade A primeira diuturnidade do professor da Golpilheira foi assunto do jornal “Voz do Povo”, de 5 de Julho de 1924. Num tempo em que o grande combate em Portugal era de minimizar o analfabetismo, este professor era de extrema importância para o lugar. “Concelho da Batalha – Silvano Alves de Oliveira, professor da escola do logar da Golpilheira, desta freguezia e concelho, contando-lhe a primeira diuturnidade, desde 25 de Novembro de 1922.” Autor desconhecido, (1924, 5 de Julho, n.º 56), in Voz do Povo, p.2 PUB

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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

. história . Miguel Portela Investigador

O bacharel Bartolomeu Levoim Custódio - Contributo genealógico e documental para o conhecimento do seu percurso de vida

Bartolomeu Levoim Custódio e a sua família: alguns dados genealógicos Estevão Levoim contraiu matrimónio em 12 de outubro de 1664, na igreja matriz de Figueiró dos Vinhos, com Catarina Custódia (doc. 1). Deste casamento nasceram sete filhos, designadamente: Maria, batizada em 28 de dezembro de 1666 (Arquivo Distrital de Leiria [A.D.L.], Livro de Batismos de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV-33-E-40, assento n.º 11, fl. 66); Pedro, batizado em 23 de julho de 1670 (Ibidem, assento n.º 2, fl. 71v), tendo-se sido pregador e confessor enquanto carmelita descalço, chamando-se Fr. Pedro de Jesus Maria; Manuel, batizado em 14 de janeiro de 1674 (Ibidem, assento n.º 4, fl. 103/9); Isabel, batizada em 4 de agosto de 1677 (Ibidem, assento n.º 3, fl. 118v/24v); Francisco, batizado em 8 de outubro de 1679 (Ibidem, assento n.º 2, fl. 129/36); Inês, batizada em 30 de junho de 1681 (Ibidem, assento n.º 1, fl. 137/45); e Bartolomeu Levoim Custódio batizado em 4 de maio de 1687 (doc. 2). Chamamos a especial atenção para o facto de no batismo de Bartolomeu a esposa de Estevão Levoim surgir referida como Maria Custódia. Na verdade, tratou-se de um lapso do pároco uma vez que, Bartolomeu Levoim Custódio, no seu processo de ordenação sacerdotal, afirma claramente que é “natural da villa de Figueyró dos Vinhos, freguezia de S. João Baptista, Bispado da dita cidade de Coimbra filho legitimo de Estevão Levoim natural do Reyno de França da villa de Granse, Bispado da cidade de Langra, e de Catherina Custodia natural da dita villa de Figueyró dos Vinhos, do mesmo Bispado de Coimbra, e da mesma

freguezia, onde foy baptizada” (Arquivo da Universidade de Coimbra [A.U.C.], Processo de Ordenações Sacerdotais, Bartolomeu Levoim – 1705, Ordens de Missa, Caixa n.º 275, DIII-S1ªE-E6-T3-Nº9, fl. 1). Constatamos que Estevão Levoim trabalhou nas Reais Ferrarias de Figueiró, sendo natural “do Reino de França da Villa de Granse Bispado da Cidade de Langra”, filho de Estêvão de Todos os Santos e de Joana do Rego (Ibidem, fl. 1). Estêvão Levoim veio a falecer em 18 de fevereiro de 1697, tendo sido sepultado na igreja matriz de Figueiró dos Vinhos (A.D.L., Livro de Óbitos de Figueiró dos Vinhos [1645-1772], Dep. IV33-E-40, assento n.º 5, fl. 174v, “Em os dezoito dias do mes de fevereiro da era assima [1697] faleceo Estevão Levoim desta villa com os Sacramentos da Santa Madre Igreja, Não fes testamento. Jás sepultado na Igreja do meio para sima e por verdade fis este asento. (a) O Prior João Antunes Cortes”. Bartolomeu Levoim Custódio: na cidade de Coimbra Entre 1 de outubro de 1702 e 15 de julho de 1709, Bartolomeu Levoim Custódio estudou na cidade de Coimbra, na faculdade de Cânones, chegando a bacharel em 9 de julho de 1709 e concluindo a formatura em 15 de julho desse mesmo ano (A.U.C., Índice dos alunos da Universidade de Coimbra, Bartolomeu Levoim [1702-1709], PT/AUC/ELU/UCAUC/B/001-001/L/002404). Em 23 de outubro 1705, havia sido requerido por Bartolomeu Levoim Custódio a admissão às ordens menores para as quais pediu que lhe fizessem as devidas diligências, as quais foram realizadas em 9 de novembro desse ano. Em 26 de agosto de 1709, foram feitas as diligências para as ordens de genere (A.U.C., Processo de Ordenações Sacerdotais, Bartolomeu Levoim, Caixa n.º 275, DIII-S1ªE-E6-T3-N.º9). Bartolomeu Levoim Custódio: Ouvidor de Muge e Juiz dos Órfãos Na obra, Anais de Salvaterra de Magos, editada em 1959, José Estevam, refere-se ao bacharel Bartolomeu Levoim Custódio ao escrever sobre um processo jurídico setecentista, afirmando que “O monteiro-mor carecia de jurisdição para castigar o Juiz Ordinário de Muge e emprazá-lo, por serem prerrogativas dos tribunais; e o Ouvidor de Muge e Juiz dos Órfãos, Bartolomeu de Levoim Custódio, tivera justo mótivo para não cumprir as ordens do dito monteiro-mor por não lhe dar o tratamento de Vós” (ESTEVAM, José – Anais de Salvaterra de Magos. Dados históricos desde o século XIV, Lisboa: Couto Martins, 1959, pp. 44-45). Bartolomeu Levoim Custódio: Juiz de Fora de Ourém, Leiria e dos Órfãos da vila de Santarém Em 15 de agosto de 1716, por mercê do rei D. João V, o bacharel Bartolomeu Levoim Custódio foi nomeado para o cargo de Juiz de Fora de Leiria por um período de três anos, havendo anteriormente exercido o cargo de Juiz de Fora de Ourém (doc. 3). Anos mais tarde, em 23 de outubro de 1728, por mercê do referido monarca foi nomeado para o cargo de Juiz de Fora dos Órfãos da vila de Santarém por tempo de três anos (doc. 4).

Reconhecemos que nesse ano de 1728, Bartolomeu Levoim Custódio residia na Rua dos “Coreiros” na cidade de Lisboa, conforme ficou arrolado no casamento de Pedro Jansen Moller Van Praet com D. Teresa Margarida da Silva celebrado na paróquia do Sacramento em 20 de janeiro desse ano (A.N.T.T., Livro de Casamentos da Paróquia do Sacramento – Lisboa [1725-1748], Livro C5, Caixa n.º 15, assento n.º 1, fl. 18v). Bartolomeu Levoim Custódio em Santarém: Mesário da Irmandade do Santíssimo em S. Julião Constatamos que o bacharel Bartolomeu Levoim Custódio surge em Santarém enquanto mesário da Irmandade do Santíssimo Sacramento em S. Julião em 1728 (REIS, Maria de Fátima – Santarém no tempo de D. João V. Lisboa: Edições Colibri, 2005, pp. 328330). Apresenta também esta autora a listagem de Juízes dos Órfãos da vila de Santarém entre os anos de 1682-1759, onde o referido bacharel surge aludido para os anos de 1728-1732, por alvará que aqui publicamos (doc. 4).

Em síntese De Ourém a Leiria, de Santarém a Portalegre, Bartolomeu Levoim Custódio exerceu vários cargos, sobretudo os de Juiz de Fora, dos Órfãos, Provisor das Obras, Órfãos, Capelas, Hospitais, Confrarias, Albergarias, Contador das Terças e Resíduos da Comarca de Portalegre, entre outros. Com estes elementos aqui reunidos e publicados aprofundamos o conhecimento da família Levoim assim como do bacharel Bartolomeu Levoim Custódio, que sendo natural de Figueiró dos Vinhos, exerceu diversos cargos na região centro do nosso país.

Vista de Santarém. Postal ilustrado do início do séc. XX. Edição Luiz Filipe Baptista & C.ª.

APÊNDICE DOCUMENTAL

DOCUMENTO 1 1664, outubro, 12, Figueiró dos Vinhos – Registo de casamento de Estevão Levoim com Catarina Custódia. A.D.L., Livro de Casamentos de Figueiró dos Vinhos [1645-1728], Dep. IV-33-E-40, assento n.º 4, fl. 83. Estevão Lavoim, e Catharina Custodia desta villa. Recebeo o Padre João de Almeida com minha licença em face da Igreja em 12 de outubro de 664. Testemunhas Francisco Barretto // Belchior Themudo // o Licenciado Alexandre Lobo // Hyeronimo Leittão, todos desta villa. (a) O Prior Pereira. DOCUMENTO 2 1687, maio, 4, Figueiró dos Vinhos – Registo de batismo de Bartolomeu filho de Estevão Levoim e de sua esposa Catarina Custódia. A.D.L., Livro de Batismos de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV33-E-40, assento n.º 3, fl. 623/72. Bertholameu filho de Estevão Lavoim e de sua molher Maria [sic] Custódia desta villa, bautizei eu o Prior em os 4 de mayo de 687. Por Padrinhos Bertholameu Pestana e Joana de Magalhaes molher de Manoel Torrado da Vide, todos desta villa, e o escrevy. (a) O Prior Oliveira. DOCUMENTO 3 1716, agosto, 15, Lisboa – Nomeação de Bartolomeu Levoim Custódio para o cargo de Juiz de Fora de Leiria por três anos, havendo anteriormente exercido o cargo de Juiz de Fora de Ourém. A.N.T.T., Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, Livro 8, fl. 282v.

Vista sobre a cidade de Leiria. Postal ilustrado do início do século XX.

Bartolomeu Levoim Custódio na Comarca de Portalegre Constatamos, que em 21 de agosto de 1742, foi Bartolomeu Levoim Custódio nomeado para o cargo de Provisor das Obras, Órfãos, Capelas, Hospitais, Confrarias, Albergarias, Contador das Terças e Resíduos da Comarca de Portalegre por tempo de três anos (doc. 5).

DR

Introdução Muitos foram os figueiroenses que nos séculos XVII e XVIII se destacaram nos mais diversos cargos no concelho de Figueiró dos Vinhos, na região e no país. De entre muitos, revelamos a figura de Bartolomeu Levoim Custódio, filho de Estevão Levoim e de sua esposa Catarina Custódia, o qual foi batizado na igreja matriz de Figueiró dos Vinhos em 4 de maio de 1687. Sobre a família Levoim divulgámos alguns dados genealógicos, desde 2014, particularmente, nos seguintes estudos: PORTELA, Miguel, A exploração de ferro na região de Penela, Figueiró dos Vinhos e Tomar nos séculos XVI e XVII, Figueiró dos Vinhos: Edição do autor, 2014, Ibidem, Mestres Franceses nas Reais Ferrarias de Figueiró, O Figueiroense, Edição compartilhada com O Ribeira de Pera, Diretor: Fernando C. Bernardo, II Série, N.º 12, 16 de julho de 2015, p. 9, e Ibidem, As Reais Ferrarias de Tomar e Figueiró: das origens ao século XVII, Coleção Estremadura. Espaços e memórias, II Série, n.º 9, CEPAE - Centro do Património da Estremadura, Folheto Edições & Design, 2016. Assim, percebemos que seu pai, Estevão Levoim foi contratado por Pedro Dufour para trabalhar nas Reais Ferrarias de acordo com uma obrigação de contrato celebrada, em 12 de janeiro de 1670, na vila de Figueiró dos Vinhos “que fizerão Pedro dufour Superintendente das ferrarias de Sua Alteza com Estevão Levoim mestre fundidor e Martim Vernete Mestre Refinador e Clodo Miguel mestre frojador Estevão Matheus seu ajudante todos fransezes de nasão que vieran de fransa por contrato que se fes com elles para servirem nas ferrarias” (PORTELA, Miguel, Mestres Franceses nas Reais Ferrarias de Figueiró, Op. Cit., p. 9).

O Bacharel Bertholomeu de Leboim Costodio disserão ser filho de Estevão de Leboim. # Ouve Magestade por bem havendo respeito ao bem que servio o dito Bacharel Bertholomeu de Leboim Costodio no lugar de Juis de Fora de Ourem de que deu boa rezidencia a esperar Magestade de que assi o fara daqui em diante em tudo ade que o encarregar Há por bem fazerlhe merce do cargo de Juis de Fora da cidade de Leiria por tempo de 3 annos e alem delles o mais que houver por bem emquanto lhe não mandar tomar rezidencia o qual cargo elle servira com os poderes, e alçada que leva por provizão de Magestade e com elle haverá

ourdenado, pois e percalços que lhe dereitamente pertençeram. De que lhe foi passada carta a 15 de agosto de 1716. DOCUMENTO 4 1728, outubro, 23, Lisboa – Nomeação de Bartolomeu Levoim Custódio para o cargo de Juiz de Fora dos Órfãos da vila de Santarém. A.N.T.T., Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, Livro 8, fl. 282v. Houve Sua Magestade por bem havendo respeito ao bem que servio o dito Bacharel Bertholameu de Leboim Costodio nos 2 lugares de terras que ocupou sendo o ultimo o de Juis de Fora de Leiria de que deo boa rezidencia e esperar delle que asim o fara daqui em diante em tudo ade que o encarregar; Há Sua Magestade por bem fazerlhe merce do cargo de Juis de Fora dos Orphãos da villa de Santarem por tempo de 3 annos e alem delles os mais que houver por bem emquanto lhe não mandar tomar rezidencia, o qual cargo elle servira segundo forma das Ordenações do Reyno e Regimento delle, e haverá ourdenado, prois e percalços que lhe direitamente pertençerem. De que lhe foi passado carta a 23 de outubro de 728. DOCUMENTO 5 1742, agosto, 21, Lisboa – Nomeação de Bartolomeu Levoim Custódio para o cargo de Provisor das Obras, Órfãos, Capelas, Hospitais, Confrarias, Albergarias, Contador das Terças e Resíduos da Comarca de Portalegre. A.N.T.T., Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, Livro 8, fl. 282v. Houve Sua Magestade por bem havendo respeito as letras e mais partes que concorrem no dito Bacharel Bartholameu de Levoim Costodio e que no de que o encarregar servirá como cumpre a seu servisso e a boa administração da Justiça como o fez nos lugares de Letras que ocupou sendo o ultimo o de Juiz dos Orfãos da villa de Santarem que servio e de que deu boa rezidencia. Há Sua Magestade por bem fazerlhe merçe do lugar de Provizor das Obras, Orfãos, Capellas, e Ospitaes, Confrarias, Albergarias, Contador das Terças e Rezidous da Comarca da çidade de Portalegre por tempo de 3 annos e alem delles o mais que houver emquanto lhe não mandar tomar rezidencia o que elle servirá conforme ao seu Regimento e Ordenações do Reyno e haverá o mantimento a elle ordenado, proes e percalços que direitamente lhe pertencerem de que lhe foi passado alvará a 21 de agosto de 1742.


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sugestões de leitura

Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

Paulus Editora . Espiritualidade . Via-Sacra - O sinal de redenção Artur Ribeiro de Oliveira Coral Cantabo - CS

O presente Livro de partituras com CD refere-se às estações da Via-Sacra compostas pelo padre Artur Ribeiro de Oliveira, da diocese de Leiria-Fátima, sendo a interpretação do Coro Cantabo-CS de Ourém, do qual é o seu representante. A Via-Sacra é uma das principais manifestações religiosas e de fé do povo cristão que vivencia o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Se a oração é importante na vida do fiel, o canto, como diz Santo Agostinho, é uma “dupla oração”. Esta Via-Crucis musicada tem a 15.ª estação, onde se contempla, não no período da quaresma, a Ressurreição de Jesus.

Via Sacra Teresa Power

A Via-Sacra é um contributo orante para todos os fiéis que queiram meditar a paixão e morte de Nosso Senhor, especialmente no período quaresmal. É um livro dividido nas tradicionais estações que meditam os passos e o desenrolar da preciosa história de amor de um Deus que Se entregou por nós. Desta maneira, a autora, Teresa Power, nas suas subtis meditações, deixa transparecer esse mistério envolvente de amor e dor do nosso Deus por nós. «Na Cruz de Cristo está todo o amor de Deus, está a sua imensa misericórdia. E este é um amor no qual podemos confiar, no qual podemos crer. Confiemos em Jesus, abandonemo-nos a Ele, porque Ele nunca desilude ninguém! Só em Cristo morto e ressuscitado encontramos a salvação e a redenção.» Papa Francisco Jornadas Mundiais da Juventude, 2013

ViaSacra - Com os Santos do Carmelo

António José Gomes Machado

«Todos os discípulos de Cristo hão-de ser pessoas esforçadas, pois não se pode conseguir, sem se fazer violência a si mesmo, o cumprimento do preceito formal do Mestre: “Se alguém quiser vir depois de Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.” Não há, pois, outro caminho de ascensão para Deus que o do Calvário, rude e ensanguentado, como a subida do Carmelo». – Beato Eugénio Maria do Menino Jesus.

Rezar um mês com São José - e os Santos do Carmelo António José Gomes Machado

«Este livro procura ser um subsídio e auxílio para que, ao longo do mês de Março, tradicionalmente dedicado a São José, ou noutro mês qualquer, todos possam enriquecer a sua oração com a ajuda do Santo Patriarca. Pretende-se que o leitor e orante mergulhe na intimidade com Cristo, através do seu pai custódio.»

O sofrimento de Deus - Uma leitura sistemática a partir do Evangelho de São João Pedro Miguel Mendes de Sousa

«Neste terceiro milénio, como as irmãs de Lázaro (cf. Jo 11, 21; cf. Jo 11, 32), corremos perplexos pelos caminhos da história diante do fenómeno do sofrimento. Este complexo e exigente problema recoloca, no centro do debate teológico, a reflexão acerca do sofrimento de Deus. Se o advento de Deus no evento do ser humano dá-se e diz-se na história, que a partir daí é história comum do ser humano e de Deus, qual o sentido do sofrimento dos inocentes que são expostos a essa experiência, desde o primeiro momento? Mediante acutilantes inquietações, propomos uma análise sistemática que se inicia com um estudo sumário de uma perícope fundante (Jo 11, 33-37), e continua com uma reflexão acerca da plausibilidade da afirmação do sofrimento de Deus e seguindo atentamente o pensamento do teólogo francês François Varillon.»

As últimas palavras de Jesus Angelo Comastri

Uma obra que apresenta uma belíssima meditação sobre as últimas palavras de Jesus na cruz, feita por Angelo Comastri, um conhecido cardeal pela sua tocante reflexão bíblica, litúrgica e espiritual. Além da sua vocação óbvia de autor, Angelo Comastri é o vigário-geral do Papa Francisco para a Cidade do Vaticano. Esta obra é um livro de meditação dos últimos momentos de Jesus com uma reflexão profunda, tocante, simples e acessível.

Desbloqueia a tua paróquia - Fazer discípulos, formar líderes com o Alpha

Ron Huntley e P. James Mallon

«Este excelente livro relata, de uma forma prática e inspiradora, o impacto que o Alpha tem tido na formação de discípulos missionários na paróquia de Saint Benedict, no Canadá. Ron Huntley e o padre James Mallon partilham a sua experiência e sabedoria com um entusiasmo que é simultaneamente envolvente e contagiante.» – Nicky Gumbel, vigário da Holy Trinity Brompton, Londres, e pioneiro do Alpha. «É uma mina de ouro de sabedoria prática para transformar a paróquia numa comunidade de discípulos missionários. Com base em vários anos de experiência, Ron Huntley e o Pe. James Mallon explicam o porquê de o Alpha ser um instrumento poderoso para a evangelização, e como ultrapassar os desafios que a mudança de cultura de uma paróquia envolve. Juntos, consideram o leque total de questões – desde a adaptação do Alpha num cenário católico até à escolha de um responsável. Do princípio ao fim, este livro é cativante, inspirador e desafiante para as nossas ideias pré-concebidas sobre a renovação das paróquias.» Mary Healy, teóloga.

O nosso convívio – Internato Distrital de Leiria Inácio Valério (Org.)

Edições Colibri

Esta é uma recolha de memórias do antes, durante e depois da família do Internato Distrital de Leiria, dispersa pelo mundo, coligida e editada pelo golpilheirense Inácio Valério, por ocasião de um grande encontro de convívio que organizou, em Leiria, em 2015. “Trata-se um tesouro ora exposto em que nos vamos rever e conhecer de forma inédita. É memorável a variedade e riqueza do conteúdo, em todos e cada um dos documentos autobiográficos aqui exarados, incluindo educandos e educadores, servidos e servidores. Enfim, um livro de testemunhos, num somatório em que a quantidade e a qualidade se harmonizam. Notável é, ver que, depois do sossego, acabamos por andar nas bocas do mundo, desde a imprensa local, ao empenho e intervenção de personagens, relacionados com o nosso historial, numa gradação social, atingindo o topo do governo da nação”. – João d’Alcor, ex-director e consultor.

Diário Diversificado – Considerandos 1 João D’Alcor

Edições Colibri Este é um livro de poesia de João D’Alcor, pseudónimo de João António Alpalhão d’Alcaravela, que foi director do Internato de Leiria na década de 1960. Foi-nos oferecido por Inácio Valério, golpilheirense que foi seu aluno e discípulo nas letras. “Lendo e relendo os temas versados, parece-me estar em frente de seu retrato vivo, num olhar amistoso para quem quer que esteja lendo as suas mensagens. Trata-se de seu primeiro tomo de Diário Diversificado que tanto aprazimento me trouxe. Baseio este no deleite provindo da leitura de centenas de temas em que são notoriamente relevantes a forma sintética e o carisma do autor. Sublinho, muito sumariamente, de par com a imensa variedade, o teor da sabedoria, veracidade, originalidade, luminosidade, transparência e encantamento. Grande é o penhor de contar com o prosseguimento do fruto das suas meditações, à laia de um alimento compartilhado, mui inspirador e espiritualmente nutritivo” – Ângelo Surinder.

Abrigo Familiar Casa S. José – 75.º Aniversário – Bodas de Diamante – 1944-2019 Luís Duque Da Silva

Por ocasião do 75.º aniversário do Abrigo Familiar Casa S. José, de Mira de Aire, ocorrido em 2019, o seu director, Luís Duque Da Silva, publicou esta obra comemorativa. É o segundo volume da história desta instituição, pois fez o mesmo há 25 anos, nas suas Bodas de Ouro. O livro está recheado de notícias, documentos, fotos, testemunhos de vida de uma obra que nasceu em 1944, tendo como finalidade o serviço social e caritativo a esta comunidade paroquial. Desde 1951, conta com a preciosa ajuda das Irmãs Concepcionistas, através da presença de uma pequena comunidade de 3 a 5 irmãs. Nesta altura, a instituição acolhe 105 crianças em creche e jardim-de-infância, 53 idosos em lar residencial e mais 5 em regime de centro de dia. Conta com o apoio espiritual da paróquia e a colaboração de muitas pessoas e empresas da comunidade local.

Paulinas . Espiritualidade . A oração - Alento da vida nova

A cidade dos desejos ardentes

O presente livro apresenta reflexões, citações e discursos catequéticos do Papa Francisco que versam o tema da oração, ou melhor, o seu valor e utilidade. Para ele, «a oração é o primeiro e principal “instrumento de trabalho” nas nossas mãos» e não deve servir a intenção de querer convencer a Deus sobre as nossas necessidades, mas tão-só «robustecer a nossa fé e a nossa paciência, para, com a sua ajuda, lutarmos pelas coisas verdadeiramente importantes e necessárias» para a nossa vida. Na oração, como diz Jesus, devemos não só ser pouco palavrosos, mas privilegiarmos o silêncio e o recolhimento, pois é nessa atmosfera da relação com Deus que se dá o «encontro». O Papa Francisco lembra ainda que o diálogo que se estabelece é o do registo íntimo da família, pelo que devemo-nos dirigir a Deus, dizendo «Pai», porque aquele que não é capaz de tratar Deus por «Pai», não é capaz de rezar.

O prefácio do cardeal D. Tolentino Mendonça resume o essencial desta obra do monge Abade do Mosteiro de San Miniato al Monte, e que contém parte dos Exercícios Espirituais pregados pelo Autor ao Papa Francisco: «Dom Bernardo muito sabiamente transforma a Florença, cantada por tantos poetas e génios do pensamento, em metáfora de todas as cidades do mundo, de todos os lugares existenciais, exteriores e interiores, onde os filhos dos homens habitam. E o seu programa não pode ser mais essencial: propor-nos uma redescoberta adorante e contemplativa da própria vida, para reconhecermos nela “os vestígios e os indícios que o Senhor não se cansa de deixar na sua passagem pela nossa história”. Para o público português, esta sua obra é provavelmente o primeiro contacto com o seu pensamento. Estou certo, porém, de que despertará muito interesse para continuar a escutá-lo.»

Papa Francisco

Bernardo Gianni

A nossa mãe terra - uma leitura cristã do desafio do ambiente Papa Francisco

Este livro aborda o actualíssimo tema do desafio ecológico, de que se ocupa também a Encíclica Laudato si’, a que o Papa Francisco alude de forma recorrente. Aqui se reúnem frases, textos, discursos e homilias do Papa sobre a guarda da criação e a promoção de uma vida digna para todos. O prefácio é do patriarca ecuménico Bartolomeu, que sublinha a perfeita sintonia entre ortodoxos e católicos – à luz da fé em Cristo –, na protecção do dom da criação e da vida humana – sobretudo nas suas manifestações de maior fragilidade e mais expostas. Um texto inédito do papa Francisco, que aborda de maneira sintética e orgânica a grande visão cristã da criação, do seu destino e da nossa missão universal enquanto crentes, encerra o conteúdo da obra.


sugestões de leitura • 29

Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

O Último Exorcista de Lisboa Inês Leitão

Guerra & Paz | CMTV Pe. Gregório Verdonk, confessor de António de Oliveira Salazar, ficou conhecido como o Padre Santo de Lisboa. Nascido em 1904, na Holanda, veio para Portugal em missão, a pedido do cardeal Cerejeira. Ganhou reputação pelos exorcismos que praticava, sendo procurado para auxílio em casos sobrenaturais. Pessoas benzidas por si descobriam-se curadas de doenças ou agraciadas em algum sofrimento. A autora deste livro acredita que foi responsável por aquele que deveria ter sido reconhecido como o segundo Milagre da Eucaristia em Portugal, questão controversa e ainda hoje tabu para o Patriarcado de Lisboa. Os diários de Pe. Verdonk e Maria da Purificação, mulher com visões místicas de quem foi director espiritual, são documentos inéditos a que Inês Leitão teve acesso e que ser viram de base para uma investigação com revelações surpreendentes.

Guia Prático para vencer a ansiedade Diogo Telles Correia e José Almeida Brites

Bertrand Editora

Palmas das mãos suadas, coração acelerado, tremores, músculos tensos. Estas sensações são-lhe familiares? Se sofre de ansiedade, este livro prático é para si. Das fobias aos pensamentos obsessivos e dos ataques de pânico à hipocondria, aqui encontrará todas as respostas às suas perguntas – e exercícios práticos e simples que pode começar a usar já hoje. Escrito com clareza e sensibilidade por um psiquiatra e por um psicólogo, este livro vai ajudá-lo a gerir a sua ansiedade dia-a-dia. Aqui encontrará estratégias e guias passo a passo para superar os desafios que a ansiedade coloca no seu caminho, sentindo-se mais capaz de encarar os imprevistos e os obstáculos do quotidiano – tudo baseado nas melhores práticas clínicas e em técnicas terapêuticas comprovadas. Vamos começar!

Narrativas dos livros de linhagens José Mattoso

Temas e Debates História e fantasia combinam-se nos trechos narrativos inseridos nos livros de linhagens medievais, que celebravam feitos memoráveis, quer para os descendentes de heróis quer para a classe nobre em geral. As narrativas dos livros de linhagens, agrupadas neste livro pela origem geográfica das tradições familiares que representam – castelhanas, galegas e portuguesas –, são simples narrativas, trechos curtos transmitidos juntamente com outras tradições familiares. Podendo revestir a forma de contos (como na Dama do «Pé de Cabra»), de anedotas baseadas em episódios burlescos (como o duelo de Simão Curutelo), de «exemplos» (como o do alcaide de Celorico), de «memórias» (como as dos combates de Martim Sanches e do conde de Barcelos), de crenças míticas (como as da origem dos Velosos) ou de acontecimentos dramáticos (como o de Fernão Rodrigues de Castro), representam não só o ponto de vista do narrador que desejava exaltar os feitos dos seus antepassados, mas pretendiam também identificar membros de linhagens rivais.

A Duquesa Danielle Steel

Círculo de Leitores Órfã de mãe, Angélique Latham cresceu no Castelo de Belgrave, em Inglaterra, sob a afectuosa tutela do pai, o duque de Westerfield. Aos dezoito anos, era a filha predilecta do seu pai, mas quando ele morre os seus meios-irmãos expulsam-na da propriedade da família. Para sobreviver, a jovem terá de recorrer a todos os seus expedientes: uma mente ágil, uma beleza notável e o dinheiro que o seu pai secretamente lhe deixou. Sem trabalho, sem apoios e sem contactos, dirige-se a Paris, onde salvará uma jovem prostituta que tentava fugir de uma madame que a maltratava. Concebe então um plano arrojado: abrir uma elegante casa de prazer que proteja as suas mulheres e que sirva apenas os clientes mais refinados. Com a sua educação de alta sociedade, o seu estilo impecável e o legado do pai, Angélique cria um estabelecimento notável onde se juntam homens poderosos, desejos secretos e mulheres belas e sofisticadas. Mas será que com esta existência à beira do escândalo Angélique conseguirá reconstruir a sua vida e recuperar o lugar que é seu por direito?

De zero a infinito em 26 séculos

- A extraordinária história da matemática

Chris Waring

Histórias para Dias de Chuva Naela Ali

Pergaminho

O 5.º volume da colecção “Descobrir as Ciências” vem mostrar como a matemática faz parte do nosso quotidiano. Quer tenhamos aprendido apenas a aritmética fundamental, quer tenhamos chegado ao estudo da análise matemática, necessitamos dela e usamo-la todos os dias. Quem inventou a álgebra? Porque há 360 graus numa circunferência? Quem decidiu que devíamos trabalhar numa escala decimal? Por que razão são mais conhecidos os matemáticos da Grécia antiga do que os do Império Romano? Quando começaram os cientistas a usar a matemática para desenvolver teorias? Porque termina o calendário maia em 2012? Esta é a história cativante da matemática, desde os tempos pré-históricos até à era digital. Longe de ser uma árida enunciação de números, símbolos e fórmulas, é uma crónica sobre pessoas, os povos e as suas culturas, as suas crenças, os seus objectivos, sonhos e esperanças, que ajudará a lançar um novo olhar sobre a magnífica disciplina que é a matemática.

Dias cinzentos podem deprimir até a pessoa mais alegre, mas isso pode ser evitado. Este livro vai aquecê-lo com as suas delicadas ilustrações em aguarela e simples histórias sobre o amor, o desamor, a amizade, a família e as pequenas coisas que todos partilhamos. Uma espécie de bálsamo para a alma. Com uma linguagem descomplicada e honesta, como se fosse um diário, Naela Ali escreve pequenos contos, por vezes poéticos, sobre os vários sentimentos que nos assolam nos dias mais sombrios – sempre acompanhados por belas ilustrações e, uma ou outra vez, com sugestões de banda sonora para acompanhar a leitura. Um livro que nos ensina a valorizar os pequenos momentos, a melancolia e a solidão. «Aquele momento solitário que temos num local cheio de gente, quando nada mais importa, só nós e o nosso livro. Isso é felicidade.» E a verdade é que, assim como uma caneca de chocolate quente sabe bem nos dias frios e chuvosos, também este livro transmite uma sensação de aconchego e felicidade à medida que vai sendo folheado.

Um Verão de Segredos

Sob Céus Vermelhos

Círculo de Leitores

Nikola Scott

Círculo de Leitores Nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, os segredos de uma mulher põem-na em perigo… Agosto de 1939: na tranquila Summerhill, a órfã Maddy esconde-se do mundo e dos rumores da guerra que se avizinha. Então, a sua adorada irmã Georgiana regressa de uma viagem com um novo amigo, o atraente Victor. Maddy receia que Victor não seja o que aparenta, mas não imagina o perigo que entrou nas suas vidas… Hoje: Chloe acaba de descobrir que está grávida. Seria uma época de felicidade, mas ela teme pelo seu futuro, apesar da devoção do marido. Quando o acaso a leva a Summerhill, é atraída pelo mistério do que lá aconteceu há décadas. E o passado volta para tocá-la de um modo que poderá mudar tudo… Os destinos de duas mulheres de diferentes gerações cruzam-se e revelam-lhes um terrível ponto em comum: nem sempre os homens são o que parecem à primeira vista. Uma narrativa envolvente, plena de segredos e receios, sobre a família, a amizade, a confiança, a coragem e o amor.

Património Natural do Mundo – América Círculo de Leitores

O 6.º volume da colecção “Património Natural do Mundo” mostra como a América é marcada por regiões de contrastes: enquanto o Norte do continente é dominado por um clima ártico, com temperaturas que podem alcançar os 40 graus negativos, as regiões da América do Sul junto ao equador são abençoadas com temperaturas amenas. O deserto mais seco dos EUA – o Vale da Morte – contrasta com as florestas tropicais húmidas do Parque Nacional de Baritú, na Argentina. As paisagens vão dos mundos subaquáticos na Venezuela até aos céus do Chile. Apesar dos contrastes, a América está ligada de norte a sul pela mais extensa sequência de montanhas do planeta, do Alasca à Terra do Fogo. No seu todo, nasce assim uma paisagem diversificada, com uma fauna e uma flora ricas e muito singulares. Não será, assim, de admirar que, nestes territórios existam dezenas de parques nacionais e reservas da biosfera, muitos dos quais estão integrados na lista do Património Mundial da UNESCO.

Comer à Moda dos Açores

Rúben Pacheco Correia

Contraponto

Muito mais do que um livro de receitas, trata-se de uma verdadeira carta de amor aos Açores e à sua cultura por parte de um jovem empresário de sucesso da área da restauração, cujo trabalho tem vindo a ser reconhecido por prestigiados chefes, tais como a história, a geografia, a cultura e a gastronomia açorianas. Com fotografias irresistíveis de alguns dos pratos mais icónicos dos Açores, este livro guiará o leitor na reprodução de receitas fáceis, deliciosas e marcantes. Criados pela mão do crítico literário Rúben Pacheco Correia, dono do Botequim Açoriano, estes pratos levam à mesa dos portugueses os sabores típicos das ilhas: aromas de mel, maracujá e ananás, peixe do mar azul, funcho das serras, amoras silvestres, e muito mais. Morcela com ananás, torta de erva do calhau, caldo de peixe à moda do Pico, polvo guisado à micaelense, bife regional à moda dos Açores, queijadas da Graciosa, compota de maracujá e bolo da sertã são apenas alguns exemplos.

Karoline Kan

Quetzal

Reconstruindo a história de três gerações da sua família, da pobreza do mundo rural à luta pela sobrevivência, a jornalista Karoline Kan, de 30 anos, mostra como o seu país atravessou décadas de penúria, violência política e constrangimentos de toda a espécie: «Quero mostrar a humanidade que existe por detrás dos frios indicadores económicos associados à China, revelar as emoções, escolhas e compromissos, a coragem, o amor e a esperança que nós partilhamos com os povos de todo o mundo.» Num misto de saga familiar e autobiografia, descreve a busca de uma vida melhor, a forma como a família enfrenta o passado e quebra as tradições, especialmente as impostas às mulheres. De forma crua e poética, conta a história comovente da avó e da sua vida durante a Grande Fome; da mãe, que desafiou a Política do Filho Único ao dar à luz a própria Karoline; e de si mesma, uma jovem ambiciosa e cosmopolita, desejosa de encontrar emprego e amor durante um período repleto de mudanças sociais desconcertantes na China de hoje.

História de Pousos nos jornais de Leiria (1854-1974) Joaquim Santos

Inforletra

A recolha de documentação histórica e a sua publicação é uma das paixões de Joaquim Santos, investigador dos Pousos que, nesta obra, apresenta esse trabalho relativamente à sua terra natal. Fruto de meses de trabalho de investigação e transcrição documental, sobretudo no Arquivo Distrital de Leiria, este livro percorre tudo o que sendo publicado na imprensa sobre esta freguesia do concelho de Leiria, entre os anos de 1854 e 1974. Organizado cronologicamente, o livro permite aos amantes da história percorrer a evolução da vida social, religiosa, política e administrativa deste território, com a ajuda de notas e comentários do autor. Um amplo conjunto de fotografias ajuda a conhecer e compreender muito dos acontecimentos relatados. Mais uma obra incontornável para a história da nossa região, em especial desta terra à beira da cidade de Leiria.

Contributos para a História da Justiça e da Saúde em Leiria Joaquim Santos

Inforletra

Mais um livro do investigador Joaquim Santos vem dar um contributo incontornável para a história da justiça e da saúde em Leiria. Percorrendo as notícias de jornais entre 1854 e 1935, sobretudo no Arquivo Distrital de Leiria, o autor mostra como decorria a vida da cidade, à volta dos assuntos do tribunal e do hospital. Numa primeira parte, surgem crimes, violência, fugitivos, julgamentos (até à pena de morte) e outras cenas do quotidiano mais afastado da lei. Na segunda parte, são as doenças, tratamentos, centros de saúde, hospitais e tragédias como a cólera e a febre amarela, que dizimou tantos dos nossos antepassados. No conjunto, uma interessante mostra do passado que nos ajuda, também, a ler e compreender o presente. Afinal, há problemas actuais que não são tão actuais assim…


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poesia/ /diversos

Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020 apoio/divulgação

. Poesia . Coração solitário A solidão Existe na perturbação Questionando o dever do coração Evitando a confusão Palmas de almas Saudades penetrantes Nessas tuas calmas Pensamentos agitantes Quando acaba O ínsossego Ábba, Ábba, Ábba Carinho, medo ou apego Chamo algo Quem me escuta Dá-me esse trago Cicuta, Cicuta Afaga minha mágoa Recompensa meu espírito Reconforta Damão, Díu e Goa Neste caminho marítimo ou mito Vaz Pessoa

De Amor, não me chames Amor, Palavra tão falada E tão pouco utilizada Que perde o valor. Amor, Derramado pelos meus olhos Porque aquele amor aos molhos Não lhe senti o sabor. Amor Que tanto tu me davas Mas era só em palavras Pois atitudes, não lhes vi a cor. Amor Que depois de desperdiçado O próprio foi encontrado E a ti devo este louvor. Amor Que não deixarei de me chamar E longe de mim lamentar Porque agora sou eu o meu AMOR. Telmo Monteiro

Nesta alma tão pequena Num sabor a ilusão, A alma entristecida pela dor Marcada pela solidão Momentos vividos de horror. Esperamos na incerteza, O que irá acontecer Nesta vida sem beleza Boa coisa não vai ser. A imposição para a nossa segurança, Foi imposta com justa razão Temos que lutar por esperança Dar liberdade à emoção. Temos que caminhar neste caminho, Que passe esta dura tempestade Vivendo com gestos de carinho Transmitidos com amizade. O mundo está louco, Vive de ilusão e fantasia Não façam pouco Chegou sem hora nem dia. Vamos ter muita paciência, Neste país posto a pensar Ignoramos em dar valor à ciência Mas não os apoiam a trabalhar. Todo o mundo vive os valores, Mas se esquecem no que está para vir Sem querer aparecem as dores Que a todos não deixam dormir. A que porta vai entrar, Nisso não temos o poder de saber Mas num momento nos pode chegar Essa certeza podemos ter. 27-03-2020, Marinha Grande José António Carreira Santos

. obituário . AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Joaquim Inácio Monteiro Costa

N. 03-08-1942 • F. 18-02-2020

António Matos Guerra

Natural da Golpilheira Morador em Cascaria - Maceira Sua esposa Maria da Luz Marques Salgueiro Costa, filho Carlos Alberto Marques Costa, nora, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. “Quem aceita as minhas palavras e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna. E não é julgado, porque já passou da morte para a vida.” (João 5, 24)

N. 18.09.1947 • F. 27.02.2020

Sua Esposa, Filhos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco.

A todos, o nosso muito obrigado!

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OBITUÁRIO

Informamos que a publicação dos agradecimentos por ocasião de falecimento é gratuita para naturais e residentes na Golpilheira. Publicaremos apenas quando nos for pedido pelos familiares ou agências funerárias.

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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020

. telefones úteis . 112

. Tintol & Traçadinho .

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#FiqueEmCasa #SePuder...

Leiófe

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Número europeu de emergência Bombeiros Voluntários da Batalha G.N.R. Batalha Junta de Freguesia Golpilheira Câmara Municipal Batalha Centro de Saúde da Batalha Centro Hospitalar N. S. C. - Brancas Escola Primária da Golpilheira Jardim-de-Infância da Golpilheira Agrupamento Escolas Batalha Correios (CTT) - Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vitória Águas do Lena (Piquete: 939 080 820) Táxis da Batalha Centro Recreativo da Golpilheira Linha de Saúde Pública Linha de emergência Gás EDP - Avarias (24 horas) SUMA - Levantamento de “monos”

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(ver notícia na pág. 15)

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Estamos na Quaresma, época em que se cantam as “Almas Santas”. Este ano, como sabemos, também esta tradição não poderá ser executada no nosso País. Normalmente cantadas por homens, distribuídos por dois grupos. Vão porta a porta. Batem. Alguém a abre. Um elemento do grupo pergunta: “Quer que cante ou que reze?” O cantar “obriga” a uma oferta maior. O primeiro grupo começa a cantar assim: “Acordai fiéis cristãos desse sono em que estais”; replica o segundo: “Bate-vos Jesus à porta, vós dormindo ressonais”. São 52 versos, cabendo assim 26 a cada grupo. Nesta foto estão a rezar o Pai Nosso. É rezado nos versos 33 – “Pelas Almas, Pai Nosso, por elas Ave Maria; e 34: “Ajoelhemos em terra, já não somos os primeiros”. Esta peça quaresmal termina com os versos: “Ó Jesus tão piedoso que por nós morreu na Cruz // Acabemos a oração; para sempre, ámen Jesus”. É pena que com o passar dos anos esta tradição tenda a perder-se. | MCR

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Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2020


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