JG_261 Maio / Junho de 2020

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O Banco da (nossa) terra.

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Preço: 2€ | Director: Luís Miguel Ferraz | Bimestral | Ano XXIV | Edição 261 | Maio / Junho de 2020

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Golpilheirenses devem dar opinião • P.36

Dois projectos a concurso para a reabilitação do centro cívico da freguesia Balanço de todas as actividades do Centro Recreativo em tempos de pandemia • P.3-7 Fiéis voltam à Missa com muitas regras • P.8 Covid-19 pela Batalha e pela região • P.9-11 Ambiente • P.12-13 Cultura • P.14-16

Entrevistas • P.16 • P.22

Artista Inácio Valério Treinador Pedro Marques

Crónicas de viagem • P.24-25

©Google

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A cultura absorvida pelas comidas do mundo

2 • abertura

Luís Miguel Ferraz Director

(quase) tudo

Continuamos a viver tempos estranhos e de incerteza. Maiores aberturas, por um lado, os mesmos receios, por outro. A verdade é que continua (quase) tudo parado. A verdade é que, pelo menos, até final do Verão, não teremos vida. Sim, porque não há verdadeira vida sem abraços, de sorrisos escondidos pelas máscaras, com medos permanentes uns dos outros e de nós mesmos, porque ninguém sabe se terá “o bicho”. Ninguém sabe nada, é a sensação que se tem quando ouvimos políticos, médicos, biólogos, especialistas de todo o género de assunto a defendem uma coisa e o seu contrário. É pelo distanciamento social para evitar contágio ou contra ele para provocar imunidade de grupo, é pela máscara para proteger ou contra ela porque dá falsa segurança, é pela lavagem das mãos em álcool ou contra porque destrói a imunidade natural do organismo. Enfim, tempos estranhos.

Que nos resta? Apenas confiar e esperar que quem dirige os destinos colectivos saiba minimamente o que está a fazer.

E nisto, convinha remarmos todos para o mesmo lado. Porque uns a fazer uma coisa e outros a fazer outra... só pode dar asneira. Resta-nos cumprir as regras comuns. É o mínimo (e o máximo) que podemos fazer.

Até que fique (quase) tudo bem, vamos aguentando e preparando-nos para tempestades maiores que se adivinham, sobretudo a nível financeiro. E acreditar que, venha o que vier, a nossa capacidade de resistência haverá de saber vencer (mais) esta crise.

.nãoháagenda.

Festas canceladas

Continuamos sem agenda, pelo menos, até Setembro. Isto significa que estão canceladas todas as festas, convívios e encontros que impliquem concentração de pessoas. Portanto, este Verão não há festas do CRG, do Senhor Bom Jesus dos Aflitos e de Nossa Senhora da Esperança. Depois se verá se há condições para Outubro, ou se ficará tudo para o próximo ano...

Quanto às Festas de Agosto, do Município da Batalha, não haverá também o programa habitual. A Câmara está a ponderar uma proposta alternativa, que poderá passar por sessões limitadas ou concertos em estilo “drive in”, mas ainda não há uma decisão oficial.

. caderno mensal .

José Travaços Santos Etnógrafo e investigador DR

.editorial.

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Um crime tenebroso E sem perdão. Aliás como todos os crimes de homicídio cometidos conscientemente.

O leitor já adivinhou a que me refiro: o bárbaro assassínio daquela menina que vivia com duas feras disfarçadas de seres humanos. Confesso que me considero entre os culpados, como culpados somos todos porque não denunciamos prontamente as violências, que sabemos que se cometem em crianças, em mulheres e em velhos, porque não exigimos providências imediatas e eficazes, porque não promovemos uma educação que privilegie o respeito por todos os seres humanos e tanto maior quanto as suas fragilidades, porque não pressionamos o Parlamento e os Governos para que alterem a Lei Penal estabelecendo a prisão perpétua para os homicidas daquele jaez, porque continuamos a assistir sem reagir aos filmes de violências e de crueldade extremas que as televisões transmitem e que nos invadem a casa em tantas horas do dia.

O rumo do nosso País, e evidentemente do Mundo, de portas abertas à barbárie ou a caminhar decididamente para a civilização e para o humanitarismo, depende da coragem e do bom senso que revelarmos agora, e com toda a urgência, no combate sem tréguas ao mal que ceifa vidas inocentes e destrói toda a esperança num futuro de fraternidade e de entreajuda.

O Dia da Língua Portuguesa: comemoração envergonhada Com alguns discursos oficiais, proferidos mais por obrigação do que por devoção, celebrou-se (?) em 5 de Maio o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona. Não obstante as arengas dos políticos, o nosso Idioma continua a ser coisa de somenos importância que se deixa poluir e que vai sendo substituído, palavra a palavra, por termos estrangeiros absolutamente desnecessários e frequentemente ridículos.

Temos agora em uso crescente, que o momento que vivemos está a alimentar, o termo “lay-off” ou “layoff”, que os meios de comunicação referem constantemente e os políticos papagueiam a torto e a direito.

Convém dizer, antes de mais, que “lay” (que se pronuncia “lei”) nada tem a ver com a lei que, em inglês, é “law” e se pronuncia “ló”, ou coisa semelhante. No fundo, “lay-off” é interrupção, redução ou suspensão do contrato de trabalho.

E continua no ar a pergunta: que governantes e que escolas e academias temos que não dão um passo em defesa o Idioma, purgando-o do escalracho estrangeiro?

Sem já ter a ver com estrangeirismos, tenhamos cuidado com o significado de “mitigar”, que é aliviar, abrandar, amansar ou suavizar, e também como o de “resilir”, que é rescindir, invalidar, anular (um contrato), dissolver, romper.

Uma outra epidemia que flagelou o mundo há cem anos No n.º 7 do quinzenário batalhense “Ecos do Lena”, que o meu pai fundara, então com 20 anos e a frequentar a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em Julho de 1918, publica-se uma notícia sobre a “pneumónica”, ou a indevidamente chamada “gripe espanhola”, que assumiu aspectos ainda mais aterrorizadores do que a que nos flagela no momento. O jornal é o da primeira quinzena de Outubro de 1918: “INFLUENZA PNEUMÓNICA – Grassa assustadoramente em quase todo o país esta terrível doença pelo que já foram tomadas as devidas providências. Segundo informações colhidas na Direcção Nacional de Saúde Pública, a epidemia, embora aumente o número de doentes, decresce, no entanto, de gravidade, tendendo a tornar-se cada vez mais benigna. O director geral de saúde está confiado em que a epidemia tem o carácter passageiro, contando que dentro de quinze dias a mesma terá desaparecido”.

Infelizmente não aconteceu assim e, na 2.ª quinzena do mesmo mês de Outubro, o jornal noticia: “INFLUENZA PNEUMÓNICA – Continua grassando neste concelho com bastante intensidade, sem que ninguém houvesse tomado providências, a terrível febre pneumónica.

Nestes últimos dias têm-se registado bastantes casos fatais, subindo o número de óbitos talvez a mais de quarenta em todo o concelho. Aqui na vila apenas há a registar um caso fatal, que já mencionámos no número anterior, não obstante encontrarem-se de cama muitas pessoas atacadas, mas com carácter benigno.

O número da 1.ª quinzena de Novembro, ainda traz uma notícia mais aterradora: “A EPIDEMIA – Continua na sua rotina devastadora este terrível flagelo que tantos lares tem deixado na desgraça.

Ultimamente a mortandade, nos vários lugarejos, tem tomados proporções que

é um horror. Os óbitos que até aqui se registava 2 ou 3 por semana, agora registam-se aos 3 e 4 por dia”.

Porém, o número da 2.ª Quinzena de Novembro já nos dá notícias mais agradáveis: “A EPIDEMIA – Cada vez se torna mais sensível o decrescimento deste terrível flagelo que tantas vítimas tem causado no nosso concelho e tantos lares tem deixado na miséria por esse país fora.

De dia para dia vê-se baixar o número de casos e o número de óbitos é já relativamente insignificante. Apesar de tal facto, que registamos com prazer, não podemos deixar também de registar, com satisfação, a maneira pronta com que o nosso médico, Exm.º Sr. Dr. Moreira Padrão (Dr. Afonso Dias Moreira Padrão, avô da conceituada família Padrão da nossa Vila), cumpre o seu dever, não descurando o assunto, trabalhando afanosamente, socorrendo com a máxima urgência os enfermos, sempre com uma dedicação extraordinária e animando os infelizes no seu estado doloroso…”.

Na altura, apenas um médico no concelho, mas um médico que valia por muitos e que deixou nos batalhenses uma memória que o tempo não apagou.

A grande festa da Batalha e da Golpilheira interrompida Embora sem documento que o comprove, acredito que a Festa em honra da Santíssima Trindade da paróquia da Batalha, paróquia que abrange as freguesias civis da Batalha e da Golpilheira, tenha começado no século XVI com a criação em 1512 da nossa freguesia religiosa, em 14 de Setembro daquele ano, determinada pelo Prior de Santa Cruz de Coimbra e separada da de Santo Estevão de Leiria. Houve, com certeza, algumas interrupções, uma delas possivelmente no tempo das terríveis invasões francesas.

Voltamos, por consequência da pandemia que tem afligido o Mundo, a tê-la interrompida, nas suas manifestações exteriores, nomeadamente a belíssima Procissão das Ofertas que, espero, seja retomada com ainda maior entusiasmo no próximo ano.

Reproduzo uma fotografia dos princípios do século XX, desta manifestação de Arte e de Fé do nosso Povo, que nos mostra o desfile das ofertas na rua que ligava a praça de Mouzinho de Albuquerque ao largo de D. João I. Agradeço, a Orlando Saraiva Mendes Antunes, a amabilidade da cedência da imagem.

associação • 3

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Balanço da actividade do CRG

Colectividade espera chegar a “bom porto”

Com 12 funcionários efectivos, como reagiu a direcção aos condicionalismos provocados pela pandemia?

Como todas as instituições destes sectores, tivemos de encerrar quase toda a actividade, recorrendo ao “lay-off” até ao dia 18 de Maio. Apenas o Restaurante Etnográfico manteve o fornecimento de algumas refeições em sistema de “take away” e também ao Município

que o CRG não tem condições financeiras para poder aguentar as despesas mensais que, como em todas as empresas, são certas. Vamos recomeçar com os passeios pedestres, aos domingos, com almoço no salão de festas, pois temos condições para tal. Esperamos a aderência da maioria da nossa população, na expectativa de que vamos rumar para bom porto.

MCR

Devido à pandemia da Covid-19, o Centro Recreativo da Golpilheira (CRG) viu-se amputado das várias áreas para o desenvolvimento das quais foi criado: desporto, cultura e recreio. É uma situação insólita e triste, que estamos a passar por causa deste vírus SARS-CoV-2. As “paredes” estão tristes, porque perderam a vida que lhes davam todos aqueles que a frequentavam.

Neste contexto, o Jornal da Golpilheira foi “apalpar o pulso” à colectividade, para sabermos qual a situação das várias secções que lhe dão vida, e também da área comercial (bar e restaurante) que a sustenta.

Para tal, entrevistámos os vários responsáveis, dando nota das suas preocupações e projectos nas páginas seguintes.

Começamos pela conversa com o presidente da direcção, Fernando Ferreira, no que diz respeito à área comercial.

Todas as entrevistas por Manuel Carreira Rito

Em que situação se encontra a utilização do edifício da antiga Extensão de Saúde, cedido pela Câmara para utilização pelo clube?

O novo bar está em obras

da Batalha, no âmbito do programa de reforço alimentar aos alunos mais carenciados ou filhos de profissionais das áreas prioritárias de combate à Covid-19.

os eventos foram cancelados, o que nos obrigou a parar as obras. É prematuro, neste momento, fazer estimativas sobre a sua continuidade e, muito menos, sobre a sua conclusão.

Apenas com essas receitas do restaurante, como tem sobrevivido a colectividade?

É um investimento elevado?

Quanto já foi gasto?

Com muita dificuldade.

Contámos com o apoio da Caixa de Crédito Agrícola da Batalha, em relação às prestações mensais, que foram suspensas durante seis meses.

Está a decorrer a construção do novo bar, uma obra ambicionada há alguns anos. Quando e como vão prosseguir as obras?

É difícil responder. Tínhamos tudo programado para abrir as novas instalações no próximo mês de Julho. Todos

Até este momento estão gastos mais ou menos 7.000 euros. O valor previsto, sem recheio, apenas estamos a incluir maquinaria, rondará aproximadamente 50.000 euros.

Há alguns apoios das entidades oficiais ou outras?

Actualmente, temos garantido o apoio do Município da Batalha, no valor de 9.000 euros. A direcção estava a contar com os lucros dos festejos do 51.º aniversário da colectividade e outros eventos

programados, mas… foi tudo cancelado.

Tem alguma estratégia para recuperar este lucro até final do ano?

Como não há eventos marcados, neste momento ainda não temos resolução possível para a concretização de alguns. Estamos a pensar numa Semana Cultural com algumas alterações, com o objectivo de obtermos mais proveitos do que o habitual.

Com a reabertura gradual da actividade comercial (bar e restaurante), como está a decorrer a afluência de clientes?

Muito fraco. No restaurante, as pessoas aos poucos estão a ganhar confiança e, de dia para dia, vêm mais clientes. No bar, a mesma situação. Esperamos que melhore, uma vez

O protocolo já foi assinado com o Município da Batalha, prevendo que seja usado para exposição do espólio do rancho folclórico “As Lavadeira do Vale do Lena”. Neste momento, aguardamos as condições ideais para começar a fazer a transferência e instalação desse espólio do nosso rancho.

Que mensagem quer deixar aos sócios e clientes em geral?

Um agradecimento a todos os cidadãos, por confiarem nas condições das nossas instalações de bar e restaurante.

Também pela ajuda que têm prestado ao longo do tempo.

Esperamos continuar com o vosso apoio, para bem do CRG e da nossa freguesia, uma vez que é o grande motor do desenvolvimento cultural, desportivo e recreativo da Golpilheira.

Pagamento de assinaturas Caro assinante e leitor, O difícil momento histórico que vivemos está a afectar as nossas vidas a diversos níveis, não apenas na saúde, mas também na economia, na sustentabilidade de famílias e empresas, nas próprias formas de sociabilização que fazem parte da nossa cultura. Como exemplo, fazemos nestas páginas um balanço do caso concreto do CRG, nas suas múltiplas secções e actividades.

Não entrevistámos o próprio Jornal da Golpilheira, como é óbvio, mas também ele faz parte desta associação e também aqui há consequências que teremos de saber enfrentar. Na passada edição, as quebras publicitárias foram enormes, pois muitas empresas já estavam com receios ou dificuldades e “cortaram” os anúncios que faziam habitualmente pela Páscoa. Nesta edição continua a tendência e julgamos que se agravará no futuro, ao ponto de questionarmos se o Jornal conseguirá manter-se.

No caso das assinaturas, a cobrança que fazíamos porta-a-porta po-

derá este ano não ser viável, dados os riscos que implica de contacto com as pessoas, com dinheiro, trocos, recibos, etc. Assim, apelamos aos que possam vir pagar ao bar do CRG, aberto diariamente das 07h30 às 24h00. Poderá consultar o último ano pago na folha de endereço que acompanha o jornal.

Quem o desejar poderá fazer o pagamento por transferência bancária (IBAN: PT50 0045 5080 4017 1174 2866 5). Neste caso, pedimos o envio do comprovativo e dos dados para facturação, para o e-mail geral@jornaldagolpilheira.pt. Enviaremos o recibo na resposta.

E nunca é demais fazer o convite aos leitores a tornarem-se assinantes, caso ainda o não sejam. Para o envio nacional são apenas 10 euros por ano.

Agradecemos e continuamos a contar com o apoio das pessoas e empresas da nossa terra, pois será a única forma de garantir o futuro...

Muito gratos, a direcção do Jornal da Golpilheira

4 • associação

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

MUDAGI

Dança em compasso de espera

Desde que idade se aceitam alunos na MUDAGI?

Normalmente, a partir dos 4 anos. No entanto, como cada criança tem um comportamento diferente em grupo e em ambiente de aula, existem por vezes crianças mais novas

Qual vai ser a estratégia para o próximo ano?

Como todas as actividades da nossa colectividade, seja a nível cultural, recreativo ou desportivo, com as devidas precauções, estamos na expectativa de que em Setembro possamos voltar a receber todos os nossos alunos. Vamos planeando, à medida que a situação evolui.

Que mensagem quer transmitir aos professores, alunos, pais e familiares e aos sócios e público em geral?

MCR

A secção de Música, Dança e Ginástica (MUDAGI) do CRG tem mantido grande dinamismo nas duas últimas vertentes, estando a Música em suspenso nos últimos tempos, por falta de alunos. Nelas aprendem a desenvolver estas artes cerca de 60 crianças, 40 adolescentes e 30 adultos. É vê-los chegar, sempre com grande entusiasmo e velocidade a dirigirem-se para o salão de festas, onde se realizam os ensaios. Chegam transportados pelos pais, avós, outros familiares e amigos e é uma correria alucinante para ver quem chega mais depressa ao local dos ensaios. Para todo este sucesso, contribuem três professores competentes (cinco, se contarmos com a Liliana e o David, que sempre nos apoiam), que fazem crescer os seus alunos em todos os ensaios, com vista ao seu desenvolvimento físico, mental e cultural. O Jornal da Golpilheira colocou algumas questões à responsável desta secção, Carolina Carvalho.

Festa de encerramento da dança em 2019

que conseguem integrar-se e ter a coordenação necessária para acompanhar as coreografias. Por outro lado, existem também crianças mais velhas que, apesar de gostarem muito de dançar, sentem mais dificuldades em se integrarem em grupo.

Como são integrados os novos alunos com os que prosseguem ano após ano?

Aos alunos que se inscrevem pela primeira vez nas nossas aulas, é feita uma avaliação inicial pelos professores, que os integram no grupo que consideram mais adequado, tendo em conta alguns requisitos. Os alunos que vão prosseguindo

ano após ano também podem evoluir no mesmo grupo, ser colocados noutro ou, muitas vezes, são criados novos grupos, de modo a dar resposta à evolução destes ou ao aumento do número de alunos.

Quantas competições e festas foram canceladas?

Estes eram os meses das competições e das apresentações. A nível de competições no distrito, foram adiadas duas para 2021, o School Fitness e o Street Dance Awards. A nível de organização da nossa colectividade, foi cancelado o Dançarte – Encontro de Danças, previsto para o dia 28 de Março, e a Festa de Encer-

ramento do Ano Lectivo, que teria lugar no dia 26 de Junho.

Estavam ainda previstas as apresentações na FIABA e outros convites que nos tinham sido efectuados.

Ainda vai haver ensaios antes do início do próximo ano lectivo?

Face à actual situação, tendo em conta que a dança inevitavelmente implica o contacto físico, não será possível retomar as aulas, porque não conseguimos manter a distância de segurança aconselhada. O ano lectivo terminaria também no final do mês de Junho e todas as apresentações e competições foram canceladas e adiadas.

Temos esperança de que tudo melhore e voltemos à nossa normalidade. A associação está mais triste! Falta-nos a correria e a alegria das nossas crianças e jovens pelos corredores e salão de festas; falta-nos a música e a dança no nosso palco; falta-nos o nervoso miudinho de subir ao palco e actuar para uma plateia cheia de pais e familiares orgulhosos; falta-nos o convívio, os abraços, os gritos de entusiasmo, os momentos partilhados. Vamos todos ser responsáveis e fortes para “juntos” ultrapassarmos esta pandemia e podermos regressar no próximo ano lectivo.

Vamos ficar todos bem!

Até breve!

Veteranos de Futebol

Uma “internacionalização” adiada A equipa de veteranos foi criada no ano de 2009. Promove jogos amigáveis entre equipas congéneres, tanto nacionais como estrangeiras.

Também esta época terminou prematuramente devido à Covid-19. O director Jorge Rito faz o balanço.

Inclui alguns encontros que estavam previstos este ano?

Sim, inclui todos os jogos que ficaram por realizar nesta época.

Que mensagem deixa aos veteranos, sócios do CRG e público em geral?

Faltavam cinco jogos e o nosso torneio de encerramento.

Estava prevista uma deslocação à Holanda. Qual o ponto de situação?

A viagem à Holanda en-

MCR

Quantos jogos convívio faltava realizar nesta época?

No Torneio da Amizade 2019

contra-se em suspenso, tendo já os veteranos pago um sinal inicial, antes da pandemia.

Aguardamos agora voltar a contactar a agência, em Agos-

to, para analisar o ponto de situação e depois a direcção, em conjunto com os veteranos, irá tomar uma decisão a este respeito.

O calendário para a próxima época já está elaborado?

Sim, o calendário da próxima época está elaborado e fechado.

Queremos transmitir uma mensagem de confiança. Este é um tempo difícil, mas com tranquilidade e confiança haveremos de ultrapassá-lo. O importante é que no final estejamos todos saudáveis, o resto haveremos de conquistar.

associação • 5

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Rancho “As Lavadeiras do Vale do Lena”

Festivais de folclore só para o ano que vem

Está a pensar organizar o 31.º Festival de Folclore ainda este ano?

Não, porque estão canceladas todas as festas e todos os festivais de folclore até final de Setembro, e nada nos garante que, a seguir, se possam rea-

Desejamos muito que esta pandemia passe depressa, para que tudo possa voltar à normalidade.

Que mensagem quer transmitir aos elementos do nosso rancho e aos golpilheirenses em geral?

LMF

O nosso Rancho Folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena” comemora 31 anos de actividade ininterrupta, no dia 12 de Julho de 2020, dedicados à divulgação das danças, cantares, usos e costumes da região da Alta Estremadura, de finais do século XIX a inícios do século XX. Já actuou de norte a sul do nosso país, assim como em alguns países da Europa, e tinha marcado, para o dia 4 de Julho, o seu XXXI Festival de Folclore. Devido à pandemia, o evento foi cancelado, assim como todos os festivais de folclore em que iria participar.

O Jornal da Golpilheira foi falar com o seu responsável, Manuel Rito Ferraz.

Actuação do nosso Rancho na festa da igreja em Agosto de 2019

lizar, porque o folclore é uma actividade de risco devido ao contacto físico. Por esse motivo, contamos realizar este festival apenas em 2021, se as condições assim o permitirem.

Em quantos festivais iria o nosso rancho participar este ano?

Iríamos participar em três,

organizados pelos mesmos ranchos que nos visitariam: o Grupo Folclórico de Tregosa (Barcelos), o Grupo de Folclore da Casa do Povo de Válega (Ovar) e o Grupo Folclórico da Casa do Povo de Alpiarça.

Esta situação está a atrasar o trabalho dos ranchos… quando

pensar retomar os ensaios?

Esta situação prejudicou praticamente todas as actividades do país e os ranchos folclóricos não foram excepção.

Parámos, o que nunca aconteceu em 31 anos. Quanto ao reinício dos ensaios, teremos de aguardar pelas orientações da Direcção Geral de Saúde.

Espero que todos os elementos do rancho, assim como as suas famílias, se encontrem bem de saúde. Em meu nome pessoal e em nome da direcção do rancho, desejo-lhes força e coragem para enfrentar esta situação que estamos a viver neste momento. Peço que respeitem as orientações que nos são dadas, para que, mais rapidamente, possamos retomar os ensaios. A todos os golpilheirenses, desejo que estejam todos bem e faço um apelo: “não deixem de apoiar a nossa colectividade e as secções que dela fazem parte; juntos conseguiremos vencer e ultrapassar esta fase difícil que estamos a viver.

Núcleo de Desportos Motorizados

Passeio TT talvez ainda este ano Temos apontada a realização por altura da famosa apanha da uva, para fazer o não menos famoso “vinho do Porto da Golpilheira”. Na altura, se a Covid-19 já estiver a “dormir”, talvez consigamosfazê-lo, para acelerarmos um pouco, a fim de matar as saudades e meter mais grau no vinho.

O Núcleo de Desportos Motorizados é a secção do CRG que se dedica à organização de eventos de duas e quatro rodas. Destaca-se o Passeio de Todo-o-Terreno “Anjos sobre Rodas”. Este ano, seria a 18.º edição, que estava marcada para dia 25 de Abril e teve de ser também cancelada. Sobre o assunto, falámos com Cesário Santos, director desta secção.

Que mensagem quer deixar aos amantes dos passeios TT?

É claro que o passeio estava com tudo preparado. Este ano iria haver uma novidade muito interessante e gira, com apoio do Município da Batalha para esse efeito. Esperámos até à última hora pelas indicações da Direcção Geral de Saúde (DGS), esperançados que a Covid-19 fosse passageira, assim como algumas tempestades que nos têm assombrado, mas que temos conseguido vencer.

Infelizmente, apercebemo-nos numa determinada altura que tínhamos de o cancelar. De

MCR

Como estava a logística do 18.º Passeio Todo-o-Terreno?

Passeio “Anjos sobre Rodas” de 2019

facto, estamos a deparar-nos com algo muito grave. Ninguém estava preparado para o efeito que esta pandemia está a causar a todo o mundo.

Ninguém está imune a este terrível vírus. Mal sabemos como começou e muito menos quando vai terminar.

Já havia alguns custos?

Custos e despesas há sempre. Já tínhamos as despesas

com a Federação Portuguesa de Todo-o-Tereno (FPTT) e outros custos básicos. Alguns poderão ser recuperados. Basta salientar que já vai para a 18.ª edição, sendo um dos mais antigos do distrito de Leiria, senão mesmo um dos primeiros a ser apoiado pela FPTT, a nível Nacional, quando o regulamento nos obrigou para ser uma prova legal.

Está a equacionar a possibilidade de o organizar ainda este ano?

Claro que sim. É apenas a Covid-19 se descuidar e, assim que possamos, iremos realizá-lo. Ainda ponderámos a sua realização englobada nos festejos do 51.º aniversário do CRG, em Julho. No entanto, as directrizes da DGS cancelaram todos os eventos a realizar até Setembro. Vamos estar atentos ao desenrolar da situação.

Deixo um “olá” a todos os leitores do Jornal da Golpilheira e aos nossos colegas de passeio em particular.

Acima de tudo, que todos estejam bem de saúde. Haverá muito tempo para desfrutarmos do que mais gostamos de fazer. Nunca se esqueçam das dificuldades que encontramos para conseguirmos ultrapassar os obstáculos do Todo-o-Terreno. Com o espírito de entre ajuda que temos nos passeios TT, vamos conseguir ultrapassar esta fase complicada para a humanidade. Vamos ficar todos bem!

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Futsal Feminino

As campeãs (nacionais e distritais) voltarão com garra meninos que treina à sexta feira?

Não se coloca essa possibilidade de parte. No entanto, devido à diferença de idades, que englobam dois escalões, e também ao facto de estes meninos e meninas, naturais ou residentes no concelho da Batalha, terem apenas uma hora de treino semanal, tem de se ponderar bem essa situação.

Que mensagem às suas atletas, simpatizantes e sócios do CRG?

LMF

O desporto, principalmente o futsal feminino, colocou no mapa de Portugal uma pequena aldeia, sobranceira ao Vale do Lena, entre a vila da Batalha e a cidade de Leiria. Entre os grandes feitos das duas equipas (júnior e sénior) no distrito, destaca-se a conquista do Campeonato Nacional de Futsal Feminino, na época 2013/2014. Foi a primeira equipa nacional a fazê-lo.

Todas estas conquistas têm o cunho da treinadora Teresa Jordão, ligada ao nosso clube há vinte épocas consecutivas.

Para além destas duas equipas, treina também, à sexta feira, meninos e meninas que apareçam no pavilhão...

Devido à Covid-19, as provas distritais e nacionais de futsal feminino e masculino terminaram prematuramente. A nossa equipa sénior de futsal feminino encontrava-se a disputar a 2.ª fase para a manutenção/descida. Faltava

Alegria na conquista de mais um Campeonato Distrital (2019-2020)

ainda uma jornada, mas já estava garantida a presença na edição do próximo ano. Sobre estes assuntos, falámos com Teresa Jordão.

Qual foi a decisão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em relação ao apuramento do campeão nacional?

A FPF decidiu dar por ter-

minada a prova sem haver lugar a descidas e sem haver Campeão Nacional.

Quanto à nossa equipa júnior, que se preparava para disputar a taça nacional?

A Taça Nacional de Juniores Femininos foi cancelada, à semelhança de todas as taças nacionais.

E a próxima época?

Para já, ainda não estão a ser efectuadas diligências nesse sentido. A partir da segunda semana de Junho, conto iniciar a fase de preparação, até porque ainda não se consegue saber nada sobre como será.

Irá ser inscrita alguma equipa de futsal composta pelas meninas e

Em primeiro lugar, um agradecimento a todos e, depois, uma mensagem de esperança para o futuro, sendo para isso necessário tomarmos as devidas precauções e cumprir as orientações da DGS para que rapidamente possamos estar todos juntos novamente.

Um agradecimento especial ao Jornal da Golpilheira, na pessoa do Manuel Rito, que, ao longo destes anos, tem acompanhado e desenvolvido notícias das actividades do clube, principalmente o futsal.

Campo das Barrocas

Um grupo de amigos a dar vida ao velho “pelado” nosso sonho, decidimos em primeiro lugar restaurar o campo, para que possamos ter as mínimas condições nos futuros torneios. Fazer um cimentado na zona do bar, para que todos os que nos visitam possam desfrutar dum espaço mais acolhedor.

Após terminar a formação de crianças e jovens, no Futebol 7, há alguns anos, o mítico Campo das Barrocas ganhou nova vida, mercê da vontade e entusiasmo de vários rapazes que se juntaram e decidiram dar-lhe uso. O Jornal da Golpilheira conversou com Cristiano Rodrigues, responsável deste grupo, que a Covid-19 também parou.

Que mensagem têm para os habituais frequentadores, sócios do CRG e população em geral?

Surgiu através de uma simples conversa, que consistiu em reaproveitar um bom espaço, como o Campo das Barrocas, local onde a população se pode reunir para conviver e relembrar os velhos tempos com algumas brincadeiras.

Qual foi o primeiro trabalho que executaram, já que o espaço estava “abandonado” há vários anos?

Antes de podermos fazer qualquer tipo de actividades, tivemos de efectuar algumas melhorias, tais como limpeza

MCR

Como surgiu a ideia de dar vida a este espaço desportivo, carregado de história?

Bastam umas semanas sem uso e fica assim...

do espaço interior e exterior do campo, assim como a limpeza dos balneários e bar, para o espaço ficar mais acolhedor.

está aberto para um jogo amigável, durante a manhã, para quem aparecer, seguindo-se um almoço e tarde de convívio.

Quais as iniciativas aqui realizadas?

Qual tem sido a adesão da população?

As iniciativas foram as seguintes: o mítico jogo casados/ solteiros; dois torneios de futebol de sete; duas gincanas de motorizadas. Para além disso, todos os domingos o espaço

Ao longo de cada semana, reparamos que não é apenas a nossa população que adere às nossas iniciativas, mas também algumas pessoas das zonas limítrofes. Estamos

bastante satisfeitos, uma vez que contribuem para o nosso projecto chegar mais longe.

O que faz mais falta neste espaço?

O que nos está a fazer mais falta é a luz, pois sem ela não podemos realizar iniciativas nocturnas.

Como estão a preparar o regresso após a pandemia?

Para dar continuidade ao

A nossa mensagem é para que não deixem de nos visitar, pois sem a ajuda de todos não conseguiremos continuar.

Queremos aproveitar esta oportunidade para agradecer ao Centro Recreativo da Golpilheira por ter acreditado em nós. Um agradecimento especial àqueles que têm colaborado na requalificação do espaço, tais como: Cesário Santos, com materiais e mão de obra, Maurício Silva, pela doação de postes, José Sousa (“Zezinho”), pelos serviços na sua área profissional, e José Carlos (“Zé da Ilha”).

associação • 7

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Futsal Masculino

Equipa sénior é para continuar

Já há muitos anos que o CRG não tinha uma equipa sénior no campeonato distrital neste escalão. O que vos levou à inscrição na época de 2019/2020?

Foi a necessidade de aproveitar os jogadores que tínhamos dos juniores e sub-20 da época anterior. A maioria subia para o escalão sénior e quase todos já vestiam a camisola do nosso clube há bastantes anos. Não queríamos deixar fugir estes jovens com potencial para outros clubes, sendo quase todos naturais da Golpilheira. Por outro lado, sentíamos que a nossa associação já merecia uma esquipa no escalão sénior para trabalhar

Talvez se tenha perdido o hábito de ir ver os jogos, por não termos equipa sénior masculino durante muitos anos.

Estamos convencidos de que iremos continuar a trabalhar com qualidade e competência, motivando assim os sócios e simpatizantes para os vir ver.

LMF

Carlos Patrício e Rui Fernandes, com a colaboração de mais três directores (Fernando Ferreira, David Ribeiro e Manuel Rito), carregaram nos seus ombros a decisão de inscrever a equipa sénior masculina na Associação de Futebol de Leiria para a época 2019/2020. São dois entusiastas colaboradores do CRG, ambos há muitos anos. Para além da responsabilidade no futsal masculino, são presentemente o tesoureiro e o vice-presidente da direcção da colectividade.

Fomos conversar com eles sobre esta secção.

Um dos últimos jogos desta época

com qualidade e fazer a sua própria evolução, praticamente com a “prata da casa”.

Quando tomaram a decisão, já tinham contratado o treinador?

Começámos precisamente por aí. Contactámos um treinador com perfil para dar à equipa a garantia de evolução a nível técnico e táctico, tornando-a mais competitiva.

Enfim, para dar mais competência aos atletas, para podermos encarar um campeonato mais tranquilo e equilibrado.

Apenas com os que subiram da equipa sub-20, o plantel ficava “curto”. Como procederam ao recrutamento de mais?

Recorremos a alguns atletas que já tinham passado pela formação de futebol 7 da Golpilheira. O plantel foi reforçado com outros atletas

nossos conhecidos e ainda outros trazidos pelo treinador.

Alguns deles já tinham bastante experiência na prática do futsal.

Como foi a ligação entre eles e os mais jovens?

Sim, tentámos dar alguma experiência à equipa, com o objectivo de fazer um campeonato mais tranquilo e equilibrado. Os atletas que transitaram da equipa de sub20 eram muito jovens e com pouca “tarimba”, era necessário reforçá-la com atletas mais experientes. A integração foi boa e sem problemas.

Quais foram as maiores dificuldades no decorrer da época?

A nossa maior dificuldade foi a falta de condições para treinar. Apenas podemos treinar uma hora por semana no pavilhão da Golpilheira… e a

horas não aconselháveis. O outro treino era no pavilhão de Alcaidaria, que não tem as melhores condições. Esperamos que na próxima época, quando forem distribuídos os horários de ocupação dos pavilhões, as pessoas responsáveis tenham em conta todas as equipas de forma justa e digna.

Apesar de os jogadores não serem remunerados, a equipa tem sempre despesas. Como conseguem receitas para a sustentar?

Fizemos face às despesas com a angariação de alguns patrocinadores, com a verba atribuída pelo Município da Batalha e sempre com a ajuda do C. R. Golpilheira.

Sentiram apoio dos sócios e simpatizantes no decorrer da época?

O apoio dos nossos simpatizantes foi sempre pouco.

Devido à Covid-19, a época terminou prematuramente e ainda não se sabe como começará a próxima. É para continuar a competir neste escalão?

Esta época foi muito atípica, pelas razões que toda a gente conhece. Acabou o campeonato, quando estávamos em melhor forma, com mais competência para melhores resultados. Esta época é para continuar a trabalhar e a evoluir.

Já conversaram com o treinador para continuar ao “leme” da equipa?

Sim. O treinador é novamente o Pedro Marques, que já assumiu o cargo, assim como os jogadores que transitaram da época passada. Estamos muito satisfeitos com o trabalho desenvolvido por ele, por ser uma pessoa séria, humilde, empenhada e competente.

Vestiu desde o primeiro dia a camisola do CRG, o que é muito reconfortante para nós.

Equipa “Labaredas”

Amor ao clube aquece a prática desportiva para um ambiente saudável, amigo e descontraído são bem-vindos.

“Labaredas” é uma das secções mais recentes da dinâmica da nossa associação.

Dedica-se principalmente ao Futebol 7. Falámos com Tiago Sousa, responsável da equipa.

Já participaram nalguma competição?

A criação desta secção surgiu em 2018, pela vontade de alguns elementos das primeiras equipas de futebol júnior da colectividade, que iniciaram a prática desportiva no Campo das Barrocas, em voltar a praticar futebol e a representar um clube que tanto contribuiu para o seu desenvolvimento desportivo e humano.

Dedicam-se apenas a esta mo-

DR

Como surgiu esta equipa?

Participação na Superliga Distrital

dalidade?

A vontade de regressar a um clube que nos diz tanto não fica só pela questão desportiva, estando nós inteiramente disponíveis em ajudar a colectividade e dinamizar outro tipo de actividades e colaborar no que for preciso.

Quem pode integrar a equipa?

Tentamos dar prioridade aos habitantes da nossa freguesia e todos aqueles que, no momento ou outro, representaram o Centro Recreativo da Golpilheira. Mas todos aqueles que tenham vontade de praticar futebol e que contribuam

Participámos na Superliga Futebol 7 de Leiria, campeonato distrital amador disputado em campos de 7x7 jogadores.

Terminámos a primeira época e única em que participamos até ao momento com um conjunto de 6 vitórias e 4 derrotas, somando um total de 18 pontos, ficando num honroso 3.º lugar. Além do mais, participámos em diversos torneios (3x3 e/ou 5x5) dinamizados por outras colectividades da região.

Também tiveram de parar… como estão a programar o futuro?

Sim, como todos os outros, a pandemia impossibilitou-nos de começar a 2.ª temporada na Superliga Futebol 7, que tinha início em meados de Março.

Neste momento, aguardamos que haja condições de retomar a competição com todas as condições de segurança.

Uma mensagem aos atletas, sócios e apoiantes…

Aos sócios e simpatizantes desta grande instituição, transmitir a mensagem de que podem esperar de nós toda a vontade e dedicação em ajudar e representar o Centro Recreativo da Golpilheira da melhor maneira possível.

8 • eclesial

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Paróquia da Batalha

Acompanhando as orientações das autoridades políticas e de saúde na fase de desconfinamento gradual que estamos a viver, também as igrejas voltaram a abrir portas aos fiéis para as celebrações, desde o passado dia 30 de Maio.

No entanto, esta participação obriga ao cumprimento de regras apertadas de segurança e de protecção, pois a ameaça da doença Covid-19 continua a estar bem presente e não há que facilitar e deitar a perder todo o esforço que foi feito por todos nós até agora.

Lembrando que “a Igreja tem a grave responsabilidade de tudo fazer” para evitar o contágio e cumprir as regras das autoridades de saúde, a Conferência Episcopal Portuguesa publicou um documento com as principais regras a ter em conta. A Batalha está a seguir essas regras, adaptando alguns procedimentos à nossa realidade, tendo-as divulgado em larga escala numa mensagem remetida pelos CTT para todas as caixas de correio da paróquia. Resumimos as principais: 1. Quem se sentir doente não deve participar na Missa presencial e as pessoas que pertencem a grupos de risco (doentes e/ou idosos) deverão optar por ir em dias de semana, em que é previsível haver menos fiéis.

2. Os participantes devem chegar até 15 minutos antes da Missa, ler as regras afixadas e respeitar as indicações

LMF

Fiéis voltam à Missa com muitas regras

Agora é assim...

das equipas de acolhimento quanto ao modo de entrar, de circular e de sair, bem como quanto aos lugares a ocupar (a 2 metros uns dos outros, excepto famílias ou pessoas que vivem juntas).

3. É obrigatório desinfectar as mãos à entrada (haverá dispensadores de gel) e o uso de máscara durante todo o tempo da celebração, excepto no momento de comungar.

4. Não se distribuirão folhas de cânticos ou outras, não haverá o gesto da paz e também não se fará o ofertório nem o peditório; as ofertas serão recolhidas à saída da igreja.

5. A Comunhão será distribuída pelos corredores, ficando os fiéis nos seus lugares; quem deseja comungar aproxima-se do corredor, tira a máscara quando o ministro se aproxima e coloca as mãos na posição para receber a Hóstia; os ministros usarão máscara e estarão em silêncio.

6. No final, todos devem

seguir para casa, evitando ajuntamentos no adro.

7. As festas e outras actividades da catequese estão suspensas e a celebração de outros sacramentos (Baptismo, Matrimónio, Confissão, Unção dos Doentes...) respeitará estas normas e outras indicações do pároco.

8. As exéquias cristãs podem ser celebradas na igreja (com Celebração da Palavra ou Eucaristia) ou no cemitério, com a presença dos familiares mais próximos, mas sempre respeitando todas estas normas de segurança e de distanciamento social.

9. As peregrinações, procissões, festas, romarias, concentrações religiosas, acampamentos e outras actividades similares em grandes grupos, passíveis de forte propagação do vírus, estão canceladas em toda a paróquia até final de Setembro e, depois, condicionadas a novas orientações da Conferência Episcopal.

Capacidade das igrejas

A obrigação de distanciamento vem limitar em muito a lotação das igrejas.

No início, como não se sabia quantas pessoas poderiam querer participar, a paróquia pediu, na referida mensagem e num inquérito online, que se inscrevessem as pessoas e famílias interessadas, de modo a poder programar melhor a ocupação de espaço.

Entretanto, verificou-se que tal não seria necessário, pois a participação, sobretudo no Mosteiro, não foi em número que justificasse esta reserva antecipada. Assim, faz-se a entrada por ordem de chegada (no Mosteiro, apenas pela porta principal).

Continua a pedir-se que as pessoas venham com alguma antecedência, pois continua a ser necessário entrar com distanciamento entre pessoas e organizar a distribuição dos lugares, com a ajuda da equipa de acolhimento, o que poderá

Cristo de carro pelas ruas O pároco da Batalha e do Reguengo do Fetal, padre Armindo Ferreira, fez a Visita Pascal, no domingo 26 de Abril, dentro das contingências próprias do Estado de Emergência em que nos encontrávamos.

Assim, após a celebração da Missa em privado, na igreja matriz da Batalha, saiu em carro aberto pelas ruas dos vários lugares desta paróquia, entre os quais a Golpilheira.

Em nota publicada nos boletins paroquiais, o pároco

lembrava que “estamos e estaremos em confinamento, por isso, as pessoas não devem sair de casa, não podem juntar-se e devem guardar a distância; poderão ficar à janela, enfeitar a entrada da casa com verdura e flores”. E assim fizeram.

Talvez tenha sido depressa demais, talvez pudesse ter passado em mais algumas ruas, talvez pudesse ter feito algumas paragens, talvez o som da oração e cânticos pudesse ser mais alto. Foram alguns

reparos ouvidos. É normal a falha de alguns pormenores nesta primeira vez, que esperamos seja a última também.

A maioria das pessoas, no entanto, apreciou positivamente a iniciativa e agradeceu a passagem simbólica de Cristo Ressuscitado pelas ruas das nossas aldeias.

O padre Armindo “bem gostaria de entrar nas casas e conviver com as famílias”, mas acredita que “essa oportunidade surgirá no futuro”.

MCR

Visita Pascal diferente este ano...

Pelas ruas da Golpilheira

provocar alguma demora.

Quanto à Golpilheira, a capacidade da igreja também não esgotou, mas esteve mais próximo disso. Assim, irão respeitar-se as inscrições já feitas e, quanto às pessoas que não se inscreveram, deverão fazê-lo junto da Comissão ou sujeitar-se aos lugares que ainda haja disponíveis ao chegarem. Mantém-se a regra de, a partir das 09h15, entrar toda a gente por ordem de chegada, independentemente de ter reserva ou não.

As Missas na paróquia, aos domingos e dias santos, serão: às 09h30 na Golpilheira e às 11h00 no Mosteiro da Batalha.

Nas vésperas destes dias, serão às 18h30 nos Casais dos Ledos e às 20h00 no Mosteiro. No início, foi também marcada a Missa às 16h00 no Mosteiro, mas foi anulada por ter pouca afluência, podendo voltar a ser celebrada, caso se justifique.

Em nota aos fiéis, o pároco e o Conselho Pastoral Paroquial agradecem aos fiéis “a colaboração e a compreensão por estes constrangimentos, que a todos nos obrigam a adaptar práticas e a procurar soluções que melhor respondam aos desafios destes tempos complicados” e frisam que “o importante é não colocarmos em risco a saúde de ninguém, ao mesmo tempo que procuramos oferecer as celebrações e outras respostas à vida espiritual dos fiéis”.

LMF

covid-19 • 9

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Medidas eficazes, testes e “hospital de campanha” vazio

Ao fecho da nossa edição, dia 11 de Junho, o concelho da Batalha continuava a registar valores muito baixos de contágio com a Covid-19: apenas 8 casos confirmados, estando 4 dessas pessoas já curadas. Para tal, muito terá contribuído o esforço da nossa população em cumprir as normas de higiene pessoal, confinamento e distanciamento social que têm sido determinadas, em diversos níveis, desde meados de Março. E também as medidas proactivas de protecção e prevenção por parte do Município e das autoridades locais de Saúde.

Desde o início da pandemia, a Câmara preparou dois pólos de quarentena prontos a receber cerca de 60 pessoas, caso se verificasse algum surto em grande escala. Continuam à disposição, com camas, balneários e outras estruturas necessárias para eventuais situações de isolamento, mas felizmente vazios. Foi por estes “hospitais de campanha” que surgiu, a meados de Maio, a polémica em torno de uma pretensão de registo e cobrança de taxas por parte da Entidade Reguladora da Saúde, mas que

DR

Situação na Batalha continua controlada

Visita das autoridades ao Centro Hospitalar de Nossa Senhora da Conceição

rapidamente ficou sanada com a decisão (óbvia) de isentar os municípios desse pagamento.

Um dos sectores que causa maior preocupação é o dos lares e instituições cuidadoras de idosos, cujos planos de contingência se têm revelado eficazes, sem qualquer caso de contágio identificado no Concelho. Também estas instituições têm contado com o acompanhamento atento das autoridades locais de saúde, segurança social, protecção civil e do Município, sobretudo através do apoio técnico

e logístico, fornecimento de equipamentos de protecção individual e ainda apoios financeiros directos, de modo a garantir que têm as condições necessárias para o funcionamento e a protecção desta população mais vulnerável e dos seus colaboradores.

Nessa linha, no passado dia 24 de Abril, foi feita uma visita de acompanhamento por parte das autoridades autárquicas e de saúde, em que foram validados os referidos planos de contingência. “A avaliação realizada pelas diversas entidades

confirma a oportunidade das medidas já implementas e registam o trabalho notável e exemplar das instituições locais que asseguram o serviço essencial de apoio domiciliário e acolhimento de pessoas idosas”, refere nota do Município.

Já no início de Maio, em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa, Instituto da Segurança Social, Instituto Politécnico de Leiria e Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, a Câmara da Batalha promoveu o rastreio à Covid-19 a cerca de duas centenas de

colaboradores das instituições particulares de solidariedade social, lares residenciais para seniores e profissionais da Unidade de Cuidados Continuados da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia. A operação foi articulada com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e, além da “prioridade aos lares e estruturas residenciais”, estendeu-se a outros profissionais de risco, como bombeiros e agentes de segurança que se voluntariaram para participar.

Ainda assim, o presidente da autarquia, Paulo Santos, considera que “continua a ser decisivo reforçar as condições de segurança no trabalho dos colaboradores destas instituições, para assim melhor protegermos os seus utentes e a população em geral”.

Espera-se que assim continue e que as próximas notícias sejam no sentido da erradicação completa da ameaça deste vírus SARS-CoV-2 e desta doença Covid-19, que tanto tem condicionado a vida de toda a gente e também a sustentabilidade de empresas e instituições.

LMF

Covid-19: Apoio ao comércio, restauração e transportes escolares

Plano de “desconfinamento” da Batalha Desde início de Maio, com o fim do “estado de emergência” e com o menos exigente “estado de calamidade”, várias medidas de “desconfinamento” têm sido anunciadas pelo Governo. Aos poucos e mantendo todos os cuidados de higiene, uso de máscaras e distanciamento social, vamos voltando ao ritmo normal da vida, seja no trabalho, em algumas escolas e, gradualmente, com a reabertura dos espaços comerciais.

No caso da Batalha, foram também abrindo aos poucos as lojas e os espaços públicos, sempre em conformidade com as determinações do Governo e as indicações das autoridades de saúde e com planos de contingência para garantir higienização das pessoas e

dos espaços, uso de máscaras em espaços fechados e de concentração e distanciamento social. Em nota à comunicação social, o executivo municipal adiantou, no passado dia 11 de Maio, as seguintes decisões: - Manter a declaração de Situação de Alerta na totalidade do território municipal; - Manter activo o Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil; - Manter activo o plano de contingência Covid-19 do município; - Implementar o funcionamento da linha municipal de emergência social “Batalha Voz Amiga” e a sua extensão ao apoio psicológico a pessoas em situação de vulnerabilidade; - Acompanhar a decisão do Governo relativa às normas,

prazos e modo de funcionamento das actividades económicas, adoptando medidas de apoio ao comércio, restaurantes, cafés e pastelarias, designadamente na ampliação do espaçamento das esplanadas; - Manter nos serviços municipais o distanciamento de segurança, quer por via de horários desfasados, quer por via do recurso a teletrabalho sempre que adequado; - Retomar o regular funcionamento dos órgãos municipais, nomeadamente da realização das reuniões de Câmara, com efeitos a 18 de Maio; - Realizar a 11 de Maio a abertura pública dos serviços municipais com atendimento presencial por marcação, continuando prioritárias as solici-

tações efectuadas por telefone, e-mail ou via electrónica; - Realizar a 11 de Maio a abertura da Biblioteca e Arquivo Municipais; - Realizar a 17 de Maio a reabertura do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e retomar a sua programação; - Realizar a reabertura do posto de turismo a 18 de Maio; - Manter o encerramento dos equipamentos desportivos e infra-estruturas, nomeadamente, parques infantis, parques de manutenção sénior e instalações desportivas de gestão municipal, mas reabrir os circuitos desportivos e potenciar os percursos pedestres, a partir de 16 de Maio, bem como os equipamentos que permitam a prática de desportos individuais ao ar livre,

nomeadamente os campos de ténis e outros, a partir do dia 18 de Maio; - Manutenção do estacionamento gratuito até final do mês de Junho; - Assegurar o serviço municipal de transportes escolares gratuitos, respeitando a lotação máxima de 2/3 da capacidade dos autocarros, a limpeza diária, a desinfecção semanal e a higienização dos veículos, instalações e equipamentos utilizados pelos passageiros e outros utilizadores, e adequar a oferta de transporte de acordo com a procura e necessidades dos alunos, pelo que a mesma será ajustada ao longo do tempo, conforme monitorização a efectuar.

10 • covid-19

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Apoio emocional por telefone

No âmbito das medidas de apoio que têm vindo a ser executadas no contexto da pandemia da Covid-19, a Câmara Municipal da Batalha criou a linha telefónica “Batalha Voz Amiga”, destinada e acessível a todos os seus munícipes. “O afastamento social e as mudanças profundas nas rotinas diárias provocadas por esta pandemia têm colocado os cidadãos sob pressão e que tem justificado, nalgumas situações, a intervenção e o apoio de profissionais”, refere o Município, manifestando-se “consciente das alterações significativas no quotidiano das pessoas, quer ao nível da vivência familiar, quer no contexto profissional e social”.

Esta linha telefónica visa ajudar a “combater os efeitos do isolamento, através do apoio personalizado ao nível emocional, ajuda na adaptação à mudança, análise e apoio em situações que envolvam riscos diversificados, sendo sempre assegurada a confidencialidade e anonimato”.

Além disso, pretende-se “incentivar comportamentos pró-activos, de proximidade social, motivando para o contacto com a família e amigos, através de meios de comunicação à distância (telefone, videochamadas e redes sociais)”.

Os técnicos que prestam atendimento escutam desabafos e lamentos, procuram “dar resposta a necessidades urgentes e motivam à realização de actividades, rotinas e hábitos de vida saudáveis, disponibilizando alternativas para lidar com os efeitos do stresse e da ansiedade, decorrentes da situação pandémica e das suas consequências ao nível do bem-estar”.

Este serviço “Batalha Voz Amiga” funciona de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, através do contacto 961 385 570.

DR

“Batalha Voz Amiga”: 961 385 570

Câmara anuncia plano financeiro de retoma

Meio milhão para a economia A pandemia da Covid-19 tem levado o Município da Batalha a implementar diversas medidas e a activar o Plano Municipal de Emergência, a fim de minimizar os riscos e os danos em quem vive e trabalha no concelho. No entanto, “para além dos impactos gravíssimos a nível de saúde na nossa comunidade local e nacional, terá também consequências ainda incalculáveis na economia e no emprego”, refere a autarquia em nota à imprensa, com a consciência de que “este impacto económico irá atingir decerto a qualidade de vida e o bem-estar das famílias e a sustentabilidade das empresas”.

Esta foi a razão para a aprovação de um plano financeiro para apoiar a retoma da

economia, com o investimento anunciado de meio milhão de euros, “concretizado no imediato pela antecipação dos pagamentos a fornecedores locais, retoma do plano de obras previstas, aquisição de fornecimentos, prestação de serviços e ainda o processamento de apoios e prestações socioculturais”. Isto porque, segundo o presidente, Paulo Santos, “tão importante como prevenir o contágio da Covid-19, será relançar a vida em sociedade, com as precauções necessárias, mas garantindo condições de sustento para as famílias e de sobrevivência para as empresas”.

Entre as obras a arrancar estão a transformação do antigo campo de futebol da vila

no “Parque de Eventos Santa Maria da Vitória”, a requalificação da Praça da Fonte no Reguengo do Fetal, a pavimentação de ruas nos Casais dos Ledos, Casal do Arqueiro, Faniqueira e Pinheiros/Calvaria de Baixo (com substituição da conduta de água) e a reabilitação do edifício “Casa da Obra” para residência de estudantes, à saída da vila na estrada de Fátima.

A mesma nota dá conta de ter sido aprovado por unanimidade um voto de louvor e agradecimento “aos heróis do momento – todos os profissionais de saúde, forças de segurança, bombeiros, protecção civil e operacionais do ambiente que estão a dar o seu melhor na linha da frente”.

Cultura, desporto e recreio

Câmara investe 30 mil euros no ensino à distância

O Município da Batalha decidiu criar o programa “Retomar” para o apoio extraordinário e temporário às colectividades e grupos artísticos, visando a dinamização da cultura e do associativismo neste período de regresso gradual à normalidade após o pico da pandemia em Portugal, que obrigou ao encerramento de instalações e cancelamento de actividades.

Com um valor estimado em 200 mil euros, a primeira preocupação do programa é apoiar a realização de actividades culturais, artísticas e desportivas, um “um inestimável serviço” que prestam à comunidade “e principalmente aos milhares de jovens a quem possibilitam o acesso à fruição cultural e à prática desportiva”. Ainda que muito condicionada, a retoma gradual das actividades e a sobrevivência destas instituições poderá ser potenciada pela “antecipação dos subsídios já atribuídos ou de apoios específicos, sob a natureza de subsídio, não reembolsável, para fazer face às necessidades mais urgentes de tesouraria”, considera o presidente da autarquia, Paulo Santos.

“As despesas correntes são elegíveis desde a data de 18 de Março e as entidades ainda dispõem de 90 dias para apresentar as respectivas candidaturas”.

Segundo o levantamento efectuado pelo Agrupamento de Escolas da Batalha, havia 82 crianças e jovens sem computador ou tablet com acesso à internet, quando se iniciou a modalidade de ensino à distância. Outros, apesar de terem algum destes equipamentos, não eram os suficientes para todos os alunos dentro da mesma família, além dos casos em que os pais também deles necessitavam para teletrabalho.

Assim, o Município da Batalha decidiu adquirir 90 computadores com acesso à internet para que todos os alunos do concelho, sobretudo os mais carenciados, pudessem ter acesso às suas aulas. A medida significou o investimento de 30 mil de euros do orçamento municipal e incluiu, ainda,

Alunos recebem portáteis

DR

Apoio extraordinário às associações e grupos

o reforço de equipamentos e formação para os docentes.

A opção do Governo pela telescola é “uma alternativa possível, mas claramente insuficiente para os alunos, que permanecerão numa situação de desigualdade perante os colegas com acesso a recursos digitais e interacção regular com a escola e os professores”, justifica Paulo Santos, presidente da autarquia. Assim, este foi um apoio tecnológico para “assegurar que todos os alunos

têm acesso a ferramentas que mitiguem os efeitos perversos da pandemia”, atenuando as “desigualdades em contexto escolar”.

O “Programa para o ensino à distância nas escolas do município da Batalha - NET ESCOLA” tem ainda previsto um apoio aos encarregados de educação no desafio do ensino e trabalho à distância, com um pacote tecnológico (PC/ Tablet + NET) que poderá ser adquirido a preços acessíveis.

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Covid-19: Comissão Distrital de Protecção Civil

Pandemia ainda causa preocupação em Leiria Em reunião do passado dia 5 de Junho, a Comissão Distrital de Protecção Civil de Leiria (CDPCL) analisou a situação geral relativamente à pandemia Covid-19 e concluiu com “bastante preocupação quanto aos comportamentos da população neste período pós-confinamento”, frisando a “necessidade de sensibilização junto das populações para o seguimento das medidas profilácticas emanadas pela DGS”, solicitando ao Instituto Politécnico de Leiria a elaboração de um folheto sobre medidas de sensibilização para distribuição massiva pelo distrito.

Outro tema em análise foi a abertura da época balnear, cuja legislação a Comissão considerou difícil de aplicar pelas entidades locais, manifestando, ainda assim, “total disponibilidade para uma parceria cooperante, contribuindo dessa forma para o normal funcionamento da próxima época balnear”.

Em comunicado à imprensa, a CDPCL realça que “nesta fase de desconfinamento, o

comportamento da população é aquele que mais preocupa nesta luta contra a Covid-19” e apela “aos comerciantes e outros agentes económicos para o rigoroso cumprimento e exigência aos colaboradores e clientes pelo total e integral cumprimento das determinações inerentes a cada um dos locais”.

região ocorreu na primeira quinzena do mês de Abril, quando, em apenas uma semana, se registaram mais de 800 casos.

• Entre 27 de Maio e 3 de Junho, registaram-se 75 casos.

• À data, o acumulado de casos positivos era de 3.765, com 2.820 casos recuperados (taxa de recuperados superior a 70%).

• A taxa de incidência na região Centro é de 223 casos por 100 mil habitantes, contrastando com os 317 casos por 100 mil habitantes no continente.

• Registam-se 240 mortes, estando mais de 1.100 pessoas em vigilância, mas nenhuma em cuidados intensivos.

• A capacidade de resposta hospitalar, no que diz respeito aos cuidados intensivos, foi sempre superior às necessidades: a região dispunha de 79 camas em cuidados intensivos, no período pré-Covid, tendo-se somado 70 camas, pelo que a região dispõe de 149 camas.

• O número máximo de internamentos em cuidados

Números na zona Centro

No dia anterior, 4 de Junho, o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, como coordenador regional do Centro para o acompanhamento da situação de calamidade causada pela Covid-19, fez um balanço dos impactos da pandemia na região, que abrange os 75 concelhos dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu.

Em comunicado, foram divulgados alguns dados, de que destacamos os seguintes:

Saúde

• O período mais crítico na

intensivos foi de 63 doentes.

Em simultâneo, nunca estiveram internados mais do que 30 doentes. Assim, a capacidade instalada nunca foi utilizada em mais de 25%; • As consultas presenciais foram retomadas a 50%, com recurso a agendamento prévio. Quando possível, o acompanhamento é efectuado de forma não presencial (telefónico ou de correio electrónico).

• A vacinação foi retomada, permitindo a recuperação do calendário com vista ao cumprimento do Programa Nacional de Vacinação (PNV).

• A actividade assistencial nos cuidados de saúde primários na região Centro está a ser retomada de forma gradual.

Lares

• Em mais de 600 lares da região, 123 registaram casos positivos, sendo à data apenas 50 com casos positivos (em alguns, apenas um caso).

• A população destes cerca de 50 lares, entre trabalhadores e utentes, é de 4.700 pessoas, registando-se 230 casos positivos.

Testes

• Foram realizados cerca de 100 mil testes na região Centro.

• Foram realizados 17 mil testes em 675 lares.

• Foram realizados 6 mil testes em 586 creches.

Emprego

• No mês de Abril, inscreveram-se 8 mil pessoas nos Centros de Empregos da região Centro, baixando para 6.300 no mês de Maio.

Escolas

• O regresso dos alunos do Ensino Secundário (11.º e 12.º anos) ocorreu em 109 escolas.

• A frequência de alunos e docentes é superior a 90%.

Zonas COVID de apoio

• Existem 7 locais de retaguarda disponíveis na região Centro, não tendo havido necessidade da sua activação.

• A Rede de Pousadas de Juventude está igualmente ao serviço do sistema de resposta à pandemia, tendo sido disponibilizadas 8 à região Centro.

Destas, só foram utilizadas 3, que garantiram cerca de 1.500 dormidas.

“Mascarar o Vírus” mobilizou mais de uma centena de pessoas

15.000 máscaras oferecidas a lares casas, a partir de kits de produção assegurados por uma dezena de outros voluntários que constituíram a equipa de preparação, distribuição e recolha de materiais, bem como a logística de auscultar necessidades e garantir respostas às instituições. Sublinhamos que alguns deles, entre os quais quase duas dezenas de “costureiras”, foram da Golpilheira.

Importante também foi o mecenato de pessoas e empresas que ofereceram ou pagaram tecidos, elásticos, arames e outros materiais,

conforme o objectivo enunciado.

A divulgação nas redes sociais ajudou a que mais de uma centena de costureiras respondessem ao convite para fabricar máscaras nas suas

Fotos: DR

“Mascarar o vírus” foi um projecto de voluntariado que surgiu no decorrer da pandemia de Covid-19 e que teve como principal objectivo a produção imediata de cerca de 15 mil máscaras de protecção individual para oferecer aos utentes e profissionais dos lares de idosos e IPSS, muitos deles com grande dificuldade no acesso a este meio básico de prevenção de contágio, sobretudo nas primeiras semanas.

Partindo do exemplo de iniciativas semelhantes, como a “Máscara Solidária” que se estendeu por todo o País, e juntando-se a um grupo de costureiras que estava já a produzir materiais de protecção para os hospitais de Leiria e da Misericórdia da Batalha, este projecto aglutinou várias pessoas da região de Leiria, Batalha e Fátima, ampliando o âmbito desta acção solidária

assegurando desde logo o objectivo anunciado das 15 mil máscaras.

Sem uma estrutura rígida e sem procurar protagonismos, os mentores do grupo distribuíram entre si as várias vertentes de acção e coordenaram as sinergias criadas através da rede social Facebook, dando por cumprida a sua missão durante o mês de Abril, na fase mais crítica da pandemia, em que a falta de máscaras no mercado era um dos principais problemas das instituições.

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Município da Batalha reclama

A Câmara Batalha discorda da decisão do Governo em não considerar a freguesia de São Mamede, no concelho da Batalha, como uma das prioritárias para efeitos de fiscalização da gestão de combustível no âmbito da prevenção de incêndios rurais, como sucede com a Freguesia do Reguengo de Fetal e outras na região.

A lista de freguesias consideradas prioritárias no plano nacional do Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios foi revelada a 26 de Fevereiro e logo o Município da Batalha reclamou pela exclusão deste território concelhio, que sempre foi considerado, em virtude “das manchas florestais” que tem, “mas também pelo risco potencial que representa, uma vez que vários aglomerados urbanos da Freguesia estão muito próximos das faixas florestais”.

Para o presidente da autarquia, Paulo Batista Santos, “esta decisão é incompreensível, prejudica a estratégia de prevenção e revela a mais completa incompetência dos responsáveis regionais do ICNF, uma vez que ainda poucas semanas os mesmos técnicos a par das demais entidades de protecção civil, identificavam como prioritária a marcação da rede primária de gestão de combustíveis, nas freguesias do Reguengo do Fetal e São Mamede, até porque são zonas de fronteira com o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros”.

Prometendo “sensibilizar os governantes com responsabilidades neste domínio” para reverter esta situação, a Câmara assegura que “irá dar continuidade às acções de prevenção e limpeza florestais já em curso, em estreita articulação com todas as entidades que integram a Comissão Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios, pugnando por medidas de planeamento supramunicipal ao nível da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria”.

Prevenção de incêndios

Faixas limpas nas valetas À semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, a Câmara Municipal da Batalha está a criar faixas de gestão de combustível ao longo das estradas municipais confinantes com a área florestal, de acordo com o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Estes trabalhos de limpeza de matos e corte de algumas árvores de maior risco, num investimento a rondar os 40 mil euros, são executados pela equipa municipal de protecção civil e empresas locais contratados, com apoio das juntas de freguesia. Serão sobretudo em São Mamede e no Reguengo do Fetal, em troços que totalizam mais de 30 hectares de terreno.

DR

Prevenção de incêndios ignora São Mamede

Prevenção de incêndios rurais

GNR reforça o patrulhamento A Guarda Nacional Republicana, face ao agravamento do risco de ocorrência incêndios rurais previsto para os próximos meses, irá reforçar o patrulhamento e vigilância terrestre em todo o território nacional, em coordenação com as demais entidades, no intuito de prevenir a ocorrência de ignições.

A grande maioria dos incêndios registados no último ano teve origem na realização de queimadas e queimas de sobrantes de exploração, pelo que se torna necessário sensibilizar os cidadãos sobre os devidos cuidados a ter neste tipo de acções.

A GNR alerta que é proibido fazer queimadas extensivas, sem autorização e sem acompanhamento de um técnico credenciado em fogo controlado, operacional de queima ou equipas de sapadores ou bombeiros, situação que é considerada “uso intencional de fogo” e está sujeita a coimas.

Também para se proceder à queima de matos cortados e

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amontoadas e qualquer tipo de sobrantes de exploração florestal e agrícola é exigida uma comunicação prévia à câmara municipal ou à junta de freguesia.

O uso do fogo exige atenção às condições meteorológicas, pelo que a GNR aconselha: - Não queime com tempo quente e seco ou com vento; - Escolha dias nublados e húmidos; - Leve sempre consigo o telemóvel para dar o alerta em caso de incêndio; - Faça a queima acompanhado.

A Guarda disponibiliza ainda um serviço de atendimento telefónico SOS ambiente e território – 808 200 520, disponível 24 horas por dia, durante todo o ano, através do qual poderão ser expostas situações e colocadas dúvidas.

Nos espaços florestais e agrícolas, para além de alertar para o cuidado a ter na execução de queimas e queimadas, a GNR reitera os seguintes conselhos à população:

- Evite fumar, fazer lume ou fogueiras; - Evite fumigar ou desinfestar apiários, a não ser com uso de fumigadores equipados com dispositivos de retenção de faúlhas; - Utilize tractores, máquinas e veículos pesados de transporte que possuam extintor, sistema de retenção de faúlhas ou faíscas e tapa-chamas nos tubos de escape ou chaminés; - Em caso de incêndio, ligue de imediato para o 112, transmitindo de forma sucinta e precisa a localização, a dimensão estimada e a forma de acesso mais rápida ao local.

- Se notar a presença de pessoas com comportamentos de risco, contacte de imediato as autoridades.

A protecção da nossa floresta e de todo o meio ambiente depende de todos nós, sendo decisivo o papel de cada cidadão. Colabore para um Portugal sem fogos.

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Balanço da operação “Clean Water” da GNR

Descargas de porcos identificadas identificação de vários delitos, dos quais se destacam: - Em 31 de Março, “uma exploração pecuária, no concelho da Batalha, a efectuar uma descarga de efluentes pecuários directamente da lagoa de armazenagem de efluentes pecuários para a Ribeira da Calvaria, através de um tubo oculto no subsolo; - Em 2 de Abril, uma exploração agro-pecuária, no concelho de Porto de Mós, a realizar uma descarga de efluentes para o afluente do rio Lena, proveniente da lagoa de depuração para o solo; - Em 4 de Abril, uma exploração pecuária, no concelho da Batalha, a descarregar

efluentes pecuários para o solo, provenientes do tanque de armazenamento de efluentes, que por acção do declive se introduziam na Ribeira de Santo Antão; - Em 5 de Abril, uma exploração agro-pecuária, na localidade de Porto de Mós, a efectuar uma descarga de afluentes pecuários directamente para o rio Lena através de uma manilha de cimento oculta na margem esquerda.

Segundo a GNR, “todas as descargas ilegais identificadas foram cessadas e elaborados autos de notícia pelo crime de poluição dos recursos hídricos, remetidos ao Tribunal Judicial de Porto de Mós”.

“Aves da Batalha”

À descoberta da fauna e da flora Durante a semana de 7 a 14 de Junho, o grupo “Aves da Batalha” está a organizar um censo relâmpago que visa recolher informação sobre toda a fauna e flora do Concelho.

Para tal, conta com a colaboração de todos os batalhenses, bastando a curiosidade para explorar a natureza e um telemóvel ou máquina fotográfica para registar a espécie observada.

Neste censo podem registar-se todo o tipo de seres vivos selvagens, desde plantas, como as árvores, arbustos e orquídeas, aos animais, como os insectos, mamíferos, aves, anfíbios e répteis. Tudo conta! Os registos têm como única condição serem dentro do concelho da Batalha e deverão ser depois inseridos na plataforma do “iNaturalist“. Para este registo não é necessário conhecer a espécie, pois a plataforma dá uma ajuda nesse sentido e qualquer dúvida poderá ser esclarecida na página de Facebook do “Aves da Batalha” ou pelo email avesdabatalha@gmail.com.

“Esta actividade tem como objectivo principal ajudar a mapear a fauna e flora do concelho e, deste modo, incrementar o conhecimento do património natural que aqui existe”, refere João Tomás, dinamizador do grupo, confiante de que poderão até descobrir-se novas espécies nesta região.

“Pretende-se ainda reforçar a importância do papel de todos os cidadãos na monitorização e conservação das espécies selvagens e, assim, envolver cada um dos batalhenses”. E claro, mesmo depois desse prazo, todos os contributos são bem-vindos.

DR

Na passada edição, demos conta de algumas descargas ilegais de resíduos de pecuárias no rio Lena e seus afluentes. Entretanto, o Comando Territorial da GNR de Leiria, através do Núcleo de Protecção Ambiental de Leiria, emitiu um comunicado sobre o assunto, dando conta dos resultados de uma operação a que chamou “Clean Water” (água limpa).

A referida nota dá conta do patrulhamento dos recursos hídricos, com “acções diárias e ininterruptas de monitorização das linhas de água nos concelhos de Leiria, Marinha Grande, Batalha e Porto de Mós”, das quais resultou a

Rede de recolha de resíduos de matas e jardins

Ecopontos florestais avançam A Autarquia da Batalha vai disponibilizar uma rede de ecopontos florestais, com vista à recolha de resíduos de limpeza de matas ou jardins. O investimento, superior a 5 mil euros para uma rede inicial de dois ecopontos a instalar nas freguesias como maior mancha florestal, São Mamede e

Reguengo do Fetal, apresenta um duplo objectivo: prevenir os incêndios e colaborar com os proprietários e produtores florestais na reciclagem dos seus resíduos.

O presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista Santos, justifica a adopção da medida com a necessidade de

apoiar os cidadãos a cumprir voluntariamente as operações de limpeza florestal, sobretudo a população mais idosa. “Quando notificamos as pessoas, elas acabam por limpar o terreno. As pessoas estão mais sensibilizadas. Mas existem situações de carência social e de dificuldade de

acesso aos meios de limpeza que justifica mais este apoio à população. No último ano, investimos mais de 50 mil euros em operações de limpeza da floresta e caminhos nas quatro freguesias do Concelho”.

Assim, este projecto “acaba por ser uma forma de prevenir e de minimizar os custos dos

munícipes nas operações de limpeza florestal”, esclarece.

Esta rede de recolha permitirá a reciclagem em biomassa e a redução de queimas e queimadas, reduzindo também por essa via o risco de ocorrências de incêndios florestais.

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. museu de todos .

Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

110 anos da classificação do Mosteiro e da Igreja Matriz da Batalha como Património Nacional

As primeiras leis de protecção do património cultural em Portugal surgiram pouco antes da Implantação da República.

Os mecanismos legais de salvaguarda e valorização do património construído puderam ser traçados com rigor a partir do Decreto de 24 de Outubro de 1901 que, ao reorganizar o “Conselho dos Monumentos Nacionais da Direcção Geral das Obras Públicas e Minas”, determinava que a classificação dos Monumentos Nacionais passaria a ser feita por Decreto publicado no Diário do Governo.

No Decreto do Governo publicado no dia 23 de Junho de 1910, o “Ministério das Obras Públicas, Commercio e Indústria”, através da referida direcção, aprovava a classificação de bens imóveis nacionais.

O documento atribui as classificações em diversas categorias do património construído, distribuindo a identificação de bens por distritos. As categorias incluem: monumentos pré-históricos (antas, por exemplo); monumentos lusitanos e lusitano-romanos (castros, povoações, castelos, pontes…); monumentos militares (castelos, torres, padrões…); monumentos medievais, do renascimento e modernos (mosteiros, túmulos e sepulturas, basílicas, cruzeiros…).

As classificações atribuídas à Batalha incluem-se nesta última categoria. Na subcategoria “Mosteiros”, o Mosteiro da Batalha é identificado como “Mosteiro da Batalha compreendendo os túmulos, designadamente os de D. João I e da rainha D. Filipa de Lencastre e do segundo conde de Miranda”. Os túmulos do rei fundador e da sua esposa são também referenciados na categoria “Túmulos e Sepulturas”. A Igreja Matriz da Batalha é inserida na subcategoria “Igrejas”.

O Pelourinho da Batalha integra tam-

bém Decreto, na categoria “Pelourinhos”. Todavia, apesar da sua referência, este elemento arquitectónico não existia na data do documento, por ter sido destruído no século XIX, razão que conduziu, em 2011, à sua desintegração da lista da classificação de monumento nacional.

Logo após a Implantação da República, em Outubro de 1910, um conjunto sucessivo de diplomas, nomeadamente o Decreto de 22 de Novembro de 1910 e o Decreto de 26 de Maio de 1911, vieram consolidar a política de protecção do património cultural, com preocupação na defesa da alienação das obras de arte e de objectos arqueológicos para o estrangeiro e o estímulo à importação de obras que, “pelo seu incontestável valor artístico ou pela sua valia como documento histórico, concorram para a educação e elevação do povo português”. Deste modo, desenvolveram-se os primeiros inventários gerais e concretizam-se linhas de actuação na formação de boa parte dos museus do Estado.

Hoje são diversos os documentos que regulamentam o património nacional, nas suas múltiplas abordagens. O Ministério da Cultura atribui à Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) a responsabilidade pela gestão do património cultural em Portugal continental. Actua, entre outras actividades, na conservação e divulgação do património, na gestão dos mais importantes museus nacionais portugueses e dos monumentos classificados Património Mundial pela UNESCO, bem como em acções de fiscalização, investigação científica, educação e administração do território.

Fonte: www.patrimoniocultural.gov.pt Imagens: Excertos do Decreto n.º 136 de 23 de Junho de 1910, com destaque para as classificações atribuídas ao Património da Batalha.

Para um dia de visita virtual

“Google” aconselha o Mosteiro da Batalha

DR

A gerente do programa Google Street View, Valentina Frassi, publicou no seu blogue (www.blog.google/products/ maps/virtual-travel-day-with-street-view) alguns dos seus destinos de eleição para uma visita virtual nestes tempos de pandemia e limitação de viagens reais.

A notícia alcançou escala mundial no site “Mailonline”,

do jornal inglês “Daily Mail”, no passado dia 19 de Maio, que elegeu o Mosteiro da Batalha como um dos 15 “pontos turísticos mais incríveis, fascinantes e emocionantes disponíveis para exploração nas imagens de 16 milhões de quilómetros do Google Street View”, cuja consulta terá aumentado 700% nos últimos 60 dias. “Quando entro em um novo local com

o Street View, isso abala a minha rotina, amplia a minha perspectiva, faz-me sentir mais criativa e traz um sorriso ao meu rosto”, afirma Frassi.

O “Mailonline” refere “o belo Mosteiro da Batalha, no distrito de Leiria, em Portugal, que remonta a 1396. Demorou mais de 100 anos a construir”. É um dos seis destinos que a gerente do Google Street View

coloca na categoria “Lugares de Oração”, a par da catedral da Sagrada Família, em Barcelona (Espanha), da basílica de Santo Estêvão, em Budapeste (Hungria), da mesquita de Badshahi, em Bangladesh (Paquistão), do santuário de Itsukushima (Japão), e da mesquita Sheikh Zayed, em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos).

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Festival Artes à Vila 2020

Arte e Música pela net Apesar da pandemia, o festival de música e cultura “Artes à Vila” manterá a sua edição deste ano, com espectáculos e concertos gratuitos a celebrar as origens da música portuguesa e as músicas do mundo. Para tal, vai transmitir online e em directo, a partir das Capelas Imperfeitas e do Claustro Real do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, no sábado, dia 27 de Junho, a partir das 20h30.

“Neste contexto excepcional e imprevisível, o “Artes à Vila” quer “manter a música bonita a tocar, apoiando a economia da cultura e celebrando com os portugueses a música e o património nacional”, refere a organização, no site www. artesavila.pt.

A transmissão será nas redes sociais e na página do festival, onde os interessados deverão inscrever-se para receber o “link” que permitirá assistir aos espectáculos:

Rancho Rosas do Lena

Fundado 1963, o Rancho Folclórico Rosas do Lena é uma representação etnográfica do concelho da Batalha e da Alta Estremadura. Com representações em Portugal e no estrangeiro, participou em mais de 200 festivais nacionais e internacionais trazendo ao grande público um espectáculo cheio de história, tradição e cultura regional. Pioneiro na investigação da cultura popular na região, fundou escolas de artesanato, do jogo do pau e de música, reintroduzindo os instrumentos de cordas.

As suas recolhas salvaram inúmeras peças da etnografia regional; desde o trajo às danças e cantares, às alfaias agrícolas e aos jogos, entre eles o original “jogo do mioto” (ou milhafre), que reproduz a captura das outras aves pelos milhafres. À sua intervenção deve-se também a preservação dos fandangos estremenhos.

O Gajo

Depois de 28 anos no circuito Punk Rock, João Morais escolheu em 2016 a Viola Campaniça para expressar a sua arte. Este instrumento de raiz tradicional portuguesa é assim a figura central de um projecto instrumental com referências arábicas e mediterrânicas numa nova linguagem para uma viola antiga, que na sua melhor tradição renasce pelas mãos d’O Gajo.

Luís Portugal

Luís Portugal apresenta “Poetas com Voz”, uma viagem pela língua portuguesa através dos nossos poetas cantados: José Afonso, Ary dos santos, José Luís Tinoco, Carlos Tê, José Soares Martins, entre outros. Rui Vilhena (Vozes da Rádio), guitarra e voz, e Ricardo Coelho, percussão e vibrafone, são os músicos que o acompanham neste desfilar de poetas e canções intemporais.

Manuel Cruz

O acontecimento de tocar a solo é para ele uma coisa recente. Começou por um formato acústico e uma vertente mais convencional e foi percebendo que a interacção com

o público tornava as canções diferentes. Assume, agora, o palco como um lugar antes de mais de experimentação, quer ao nível musical quer da interacção com outras disciplinas, e até mesmo com o público.

Uma experiência diferente

O conceito americano “drive in” (entrar com o carro) já chegou a nós há algum tempo, sobretudo na área da restauração, permitindo faze o pedido e recolher a encomenda sem sair da viatura. Nos “States”, é também muito popular esse conceito para a exibição de filmes, em grandes parques onde os espectadores permanecem dentro carro.

Em Portugal não há essa “tradição” e bem podemos dizer que a Batalha foi dos primeiros concelhos a promover sessões de cinema nesta modalidade, em resposta à imposição dos tempos de confinamento forçado, no fim de semana de 15 a 17 de Maio.

DR

Batalha oferece cinema no carro

“É importante continuar a assegurar à população uma oferta cultural diversificada e naturalmente garantindo a segurança de todos”, justificou o presidente da autarquia Paulo Santos. E bem poderá ter sido um teste para o que nos espera nas festas da Batalha,

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em Agosto deste ano, pois “este projecto será alargado à música e outras expressões de arte, sempre que seja viável”, acrescenta.

O espaço escolhido foi um dos parques da Exposalão e a resposta da população foi esgotar a bilheteira. Em ecrã

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gigante, com o som a sair do próprio rádio do carro, sintonizado na frequência certa, algumas centenas de viaturas “assistiram” a películas recentes e premiadas, algumas delas portuguesas e também filmes infantis: “Frozen 2 - O Reino do Gelo”, “Jumanji - Próxima

Fase”, “Sonic – O Filme (2020)”, “Assim nasce um Estrela”, “A Gaiola Dourada”, este com problemas técnicos na legendagem, que obrigou a passar por duas vezes “O Pátio das Cantigas (2015)”.

Apesar de algumas questões técnicas e dos atrasos no horário anunciado, motivados pela inexperiência da organização neste tipo de eventos, bem podemos considerar que foi positiva esta experiência diferente, com boa adesão do público. Os comentários positivos estenderam-se ao facto de ter sido gratuito e com direito a um saquinho com bolos e bebidas para acompanhar a sessão.

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Entrevista a Inácio Grosso Valério

Um artista da Golpilheira além fronteiras

apoio/divulgação

rosto de um homem. Quanto à primeira pintura, não tenho qualquer ideia, pois para mim era mais fácil desenhar com lápis de carvão.

Voltando à escola… frequentou depois o Internato Distrital de Leiria. Como foi lá parar?

LMF

Inácio Grosso Valério nasceu na Golpilheira, mais concretamente no Carvalhal, no dia 23 de Maio de 1952. No entanto, devido às vicissitudes da vida, poucos anos aqui viveu. Quando alguns conterrâneos, e não só, perguntam quem é o Inácio Valério, vem a resposta: “é o filho da Alexandrina que está na Alemanha”.

Na verdade, é um artista, no verdadeiro sentido da palavra, autodidacta, talentoso pintor, escultor, prosador e poeta, com exposições dos seus trabalhos em vários países europeus e alguns livros editados.

Nasceu perto da casa de um grande golpilheirense, cujo nome é António de Almeida Grosso – “António Antigo” –, também ele autodidacta, mestre e professor, que se deslocava a casa das pessoas para as ensinar a tirar a quarta classe. Era um homem com uma cultura acima da média, “bebida” na muita leitura que fazia. Está, justamente, perpetuado na toponímia da nossa aldeia, dando nome à estrada que passa em frente à casa onde nasceu e morou. O Inácio teve a felicidade de contactar com ele e talvez tenha sido também uma “semente” para a sua invulgar inspiração.

Tem na sua mãe, Alexan-

Inácio na última exposição em Leiria em 2018

drina, a sua grande referencia de vida e inspiração. Diz que tem poucos amigos, mas os que tem “são amigos do peito”.

Fomos procurar conhecer melhor este nosso conterrâneo de sonhos e projectos infinitos…

Entrevista de Manuel Carreira Rito

Como foi a sua infância?

Fui crescendo atormentado naquela aldeia, desde que o meu pai me abandonou até aos dias de hoje, roto, descalço, alimento fraco, em tempos que não eram nada fáceis.

Enquanto fui criança, vivi a maior parte da juventude naquela época aos trambolhões, debaixo de uma cultura muito pobre, naquela aldeia, onde os habitantes não tinham qualquer ensino literário.

Mas também brincava…

Sim, enquanto a minha mãe labutava sozinha para resistir aos temporais da vida, por ser obrigada a suportar todas as dificuldades depois de o meu pai a abandonar, eu por lá brincava com os divertimentos daquele tempo. Lembro-me que gostava de fazer presas de água nas valetas dos caminhos com os canudos das canas das vinhas e, geralmente, brincava com os irmãos mais novos.

A sua mãe foi a grande referência de crescimento?

Essa “rainha” tinha no seu coração um “altar” cheio de amor, mas nem todos a souberam compreender. Tinha uma beleza que fazia despertar todas as minhas reacções maravilhosas, tive o privilégio de ser conhecedor dessas grandezas e por isso lhe estou imensamente grato pelo consolo e serenidade de amor que comigo partilhou.

E a escola, lembra-se da primeira aula que teve?

Da primeira aula não, mas lembro-me bem daquele professor que não sabia cativar os alunos, era muito arrogante, sem forma de educar e, por tal, não deu qualquer ligação ao meu interior. Senti falta das energias em todo o meu sistema moral. Foram sensações desagradáveis, porque me bateu demasiado e isso causou estruturas incómodas na minha sensibilidade de criança.

A memória da “escola velha” da Golpilheira não é muito boa… qual foi a situação mais marcante?

Foi de ter ficado uma semana sem ir à escola… escondia-me todos os dias dentro de

uma vinha e voltava a casa quando os alunos regressavam da escola. Para que não se apercebessem, vinha à distância deles. Fiz isso porque o professor me batia muito com a cana da índia, régua, pontapé e cinto. Algumas vezes, pendurou-me pelas orelhas na aula em frente de todos os alunos, dizendo-lhes para me chamarem burro.

Também um dia, em frente do quadro, virado para os alunos, mandou-me ajoelhar em cima das mãos, sobre dois montinhos de pedras… foram dores horríveis. E ainda me bateu com a cana da índia e mandou-me para a carteira com um pontapé nas nádegas.

Enfim… como eu não tinha um pai na minha companhia…

A sua aptidão para artes já se manifestava nessa altura?

No princípio da terceira classe, tive uma professora que detectou algo diferente em mim e me acarinhava, talvez por saber do meu sofrimento.

Dela sei que um dia me mandou desenhar o mosteiro da Batalha. Gostou muito do que fiz, tinha uma maneira de motivar que me inspirava, só que o tempo foi muito curto, pois tive de abandonar essa escola para dar entrada no Internato Distrital de Leiria.

Como surgiu a primeira pintura ou escultura?

A minha primeira escultura fora para mim uma barragem de águas presas numa valeta, esta montada com muitos canos feito de cana, que corriam de uns para os outros, em forma de fontenário.

Lembro também da primeira escultura de barro, que foi o

Entrei com uns 9 anos nesse colégio, ia no princípio da terceira classe primária, lugar onde a vim acabar. Fui para lá devido às circunstâncias desagradáveis da vida. Calhou-me a mim, como poderia ter calhado a alguns dos meus irmãos. Neste caso, fora eu o felizardo, só que não soube aproveitar aquela grande “escola da vida”. Estive lá pouco mais de 7 anos e, por motivos da expulsão do director nesse colégio, começámos a ser expulsos a partir dos 16 anos de idade e a voltar aos nossos pais ou aos familiares, pois alguns já não tinham os seus pais.

Que mais o marcou nesses anos?

As boas memórias que ficaram gravadas, quando todos juntos vivíamos nessa época, junto de um “mestre educador” que nos soube ordenar, com palavras sábias e honrosas, procurando o bem-estar de todos e dos melhores desenvolvimentos culturais.

Tive a possibilidade de sair com um Curso Secundário, podendo assim ter uma vida futura mais fácil. Mas não soube aproveitar… além daquilo que tivera lá aprendido, me instruiu, para poder ajudar a caminhar os meus duros caminhos, depois de ter saído daquela “nobre casa”.

Qual a sua grande referência desta instituição e porquê?

Aquela casa era um tesouro exposto à vontade de todos, ela tinha variedades de riqueza, incluindo grandes educadores que estavam a servir o seu grande testemunho, para nos abrirem novos horizontes, só que uns aproveitaram e outros não. Sempre estivemos à vontade, só que alguns não conseguiram esmagar os ventos que os encostaram às paredes… isso ainda pesa no meu silêncio.

(Continua na próxima edição)

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Iniciativas possíveis sem sair de casa

Um Dia da Criança diferente

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Este ano, o Dia Mundial da Criança, 1 de Junho, foi celebrado de forma diferente por todo o país, sem as habituais animações nas escolas e parques de diversões, festas e espectáculos, como é tradição também na Batalha.

No nosso concelho, a Câmara decidiu entregar sacos personalizados para pintar e

guardar os objectos de cada criança. Os serviços educativos das Biblioteca Municipal e do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha investiram em propostas de actividades nas suas redes sociais, como Facebook e Instagram, com publicações orientadas para a importância de brincar e de adoptar estilos de vida

saudáveis.

Na Golpilheira, a Junta de Freguesia, com a colaboração dos animadores da Happy Happy, empresa golpilheirenses de eventos, andou um boneco “Mínimo” gigante numa carrinha pelas ruas da aldeia, distribuindo algumas surpresas pelas crianças que encontrou.

Câmara apresenta proposta ao Governo

Pela habitação “acessível” âmbito de beneficiários e da dimensão do parque habitacional com apoio público. “Mais importante do que as medidas aprovadas para as situações de mora no pagamento das rendas, muitas delas elevadas, é criar condições de acessibilidade à habitação própria e permanente às famílias que hoje têm menos rendimentos”, afirma.

Em concreto, o Município defende que os apoios do Estado para a reabilitação urbana inscritos no Orçamento do Estado para 2020, que ascendem a mais de 180 milhões de euros, devem ser orientados para habitação acessível, incrementando os projectos de reabilitação do edificado para fins habitacionais e a custos/ rendas acessíveis. Assume-se também o desígnio estratégico de promoção de habitações sustentáveis e inteligentes, integrando plenamente as medidas apontadas no Plano Nacional de Reformas, ao serviço da construção de novas centralidades nas vilas

Três carregadores de viaturas eléctricas

O concelho da Batalha já tem três postos para carregamento de viaturas eléctricas, dois na vila, no Parque dos Artistas Mestres Canteiros e na Rua do Moinho da Vila, e um em São Mamede, no Largo da Feira.

Os referidos postos têm equipamentos de última geração, dotados de sistemas de comunicação entre o utilizador e a rede, permitindo, entre outras funcionalidades, a autenticação e o registo de consumos. Estão integrados na rede MOBI.E, infra-estrutura de postos de carregamento para veículos eléctricos localizados em espaços de acesso público, como estacionamentos, centros comerciais, hotéis, aeroportos e áreas de serviço. Um deles foi suportado pelo programa INTERREG – Espanha Portugal – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Esta instalação, que incentiva residentes e visitantes à mobilidade sustentável e uso de meios de transportes amigos do ambiente, “traduz-se num importante contributo do Município para a descarbonização da sociedade, um dos temas centrais para a União Europeia”, aponta Paulo Batista Santos, presidente da autarquia.

PDM suspenso no Reguengo do Fetal

Vanessa e André foram os animadores

No início de Maio, o presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista Santos, escreveu ao Ministro das Infra-estruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, a defender que é urgente aumentar a oferta do número de casas disponíveis no mercado a preços acessíveis para as famílias e jovens casais que perderam rendimentos nesta fase da pandemia da Covid-19. E apresenta um plano municipal para aumentar a oferta a habitação acessível na Batalha, identificando duas áreas de reabilitação urbana e do edificado para fins habitacionais, com capacidade para gerar uma oferta de 40 novos fogos, na tipologia T2 e T3, a localizar em imóveis públicos.

Na missiva dirigida ao ministro, o autarca da Batalha preconiza que a emergência que vivemos exige respostas de excepção e apoios públicos no acesso de todos a uma habitação condigna e a valores comportáveis pelas famílias e jovens casais, através do alargamento significativo do

Município inicia rede de abastecimento

e cidades e da dinamização de zonas em declínio, da melhoria do desempenho energético e ambiental dos edifícios, da inclusão social e da atractividade dos territórios.

A autarquia estima que o investimento associado a este Programa Habitacional da Batalha ascende a 1,3 milhões de euros, com financiamento público devidamente enquadrado. “Caso o Governo colabore com o Município, nomeadamente através da cedência do imóvel do Estado, um abandonado armazém do Instituto do Vinho e da Vinha, localizado em zona habitacional e viabilize os instrumentos de financiamento, estamos em condições de iniciar o projecto em Julho deste ano”, escreve Paulo Santos, apontando esta medida, também, como “estímulo à economia local, geradora de emprego e de negócio para as empresas do sector da construção, o que nesta fase de grave crise, também é muito importante”.

Tudo pela defesa das pedreiras históricas

A Câmara Municipal da Batalha decidiu, por unanimidade, aprovar medidas cautelares no âmbito dos trabalhos de alteração do Plano Diretor Municipal, com incidência na freguesia do Reguengo do Fetal e que visam salvaguardar “valores ambientais e projectos de valorização cultural que se encontram em curso”.

Em nota da autarquia, refere-se que está prevista para esta zona a execução de percursos pedestres, nomeadamente da Rota das Pedreiras Históricas Medievais do Mosteiro da Batalha, desenvolver novas abordagens de promoção do destino turístico cultural e da natureza da região, bem como proteger a biodiversidade destes locais e a qualidade de vida e identidade cultural das populações destas aldeias.

Esta decisão aplica fortes restrições nas zonas delimitadas a determinadas operações urbanísticas, nomeadamente as que ocorram em solo rústico ou sujeitas à previsível adequação aos novos conceitos de classificação e qualificação do solo. Na prática, tal como tem sido reclamado pela freguesia, ficam expressamente proibidos quaisquer trabalhos que impliquem a destruição ou alteração do revestimento vegetal, a alteração do relevo natural e das camadas de solo arável ou o derrube de árvores de alto porte ou em maciço para fins não exclusivamente agrícolas, pecuários, florestais, ficando assim também interdita a exploração de recursos geológicos, durante o período do tempo necessário para concluir os projectos em curso.

Segundo o presidente, Paulo Santos, “a Câmara Municipal está empenhada em salvaguardar os valores ambientais e patrimoniais daquela freguesia do Concelho, mas sem prejudicar o desenvolvimento económico e turístico, uma vez que existem alternativas e potencialidade na região que também pretendemos valorizar”.

22 • desporto

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Entrevista a Pedro Marques, treinador do CRG

Futsal com paixão e (muita) organização

Quem é o Pedro Marques?

A primeira pergunta é logo das mais complicadas. Outros poderiam responder mais facilmente. Eu considero-me um indivíduo que tenta ser perfeccionista em todos os projectos que abraça. Considero-me justo, pragmático e acredito nos resultados que vêm do esforço.

Praticou alguma modalidade desportiva na juventude?

Nunca pratiquei nenhuma modalidade desportiva como federado. Fosse por falta de tempo ou por falta de qualidade, nunca fui federado.

Como surgiu a escolha do futsal?

Apesar de não ter sido federado, treinei em muitos clubes, tanto de futebol 11 como de futsal. Em 2010, fui convidado para ser adjunto de um treinador de futsal. A partir daí, dediquei-me por completo a criar as minhas bases nesta modalidade e a paixão foi crescendo. Por isso fui deixando quase completamente o futebol 11.

Nota-se a sua paixão e entusiasmo a falar do futsal. Como foi o percurso de “aprendizagem” sobre esta modalidade?

Inicialmente, procurei estudar tudo sobre o assunto, principalmente a nível distri-

Leiria-Coimbra fizeram-me tomar a decisão de voltar a Leiria. Isso deve ter sido tema de assunto entre nós, pois, no final da época, fui contactado pelos directores da Golpilheira para escutar o projecto que estava a ser criado.

Muitos dos atletas vieram da equipa de sub-20 da época passada. Como foi trabalhar com estes jovens?

MCR

Pedro Marques foi o treinador da equipa de Futsal Sénior Masculino do CRG na época 2019/2020, com a qual disputou o Campeonato Distrital, na série B. Neste fim de época atribulado, fomos entrevistá-lo para conhecer melhor a sua pessoa e o seu trabalho. No final da entrevista, apetecia-nos comentar, como escreveu o autor Brasileiro Augusto Cury “nunca desista dos seus sonhos”. Porque, como também escreveu o poeta António Gedeão na Pedra Filosofal, e tão bem cantou e canta Manuel Freire, “eles não sabem nem sonham que o sonho comanda a vida.

Que sempre que um Homem sonha, o Mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança”.

Entrevista de Manuel Carreira Rito

No início desta época

tal e nacional. À medida que o tempo ia passando, a paixão ia aumentando. Se juntarmos a isto o facto de ter trabalhado e trocado ideias com pessoas que nutrem a mesma paixão que eu, torna-se mais fácil. A partir daí, os meus conhecimentos sobre como treinar “a sério” uma equipa vieram dos treinadores com quem tive o prazer de trabalhar, todos eles com uma vasta experiência no futsal nacional. Actualmente, tenho o nível II de treinador de futsal, num curso ministrado por grandes nomes do futsal nacional. Aprendi bastante com professores como Nuno Dias, João Freitas Pinto, Paulo Luís, Nuno Travassos ou Alex Pinto… Posso não seguir por completo as ideias que cada um deles, mas conhecê-las e criar métodos para as tentar fazer evoluir à minha maneira, só por si, é mais um ponto para alimentar o meu entusiasmo.

Qual a primeira equipa que treinou?

A primeira foi a equipa de juniores do ACR Arnal, em 2010. Comecei como treinador adjunto, mas acabei a época como treinador principal, devido à indisponibilidade da pessoa que estava nessa função. Nessa época, ainda não tinha o curso de treinador.

Até agora, quantas equipas treinou?

Desde 2010, treinei várias equipas. Estive três anos nos juniores do Arnal, depois fui aí adjunto dos seniores. Em 2014, fui treinador principal do Cercal, do campeonato de Santarém. No ano seguinte, fui convidado para treinador adjunto no CPR Pocariça, onde estive três anos. No ano seguinte, fui convidado para treinador adjunto do Centro Social São João (Coimbra), sub20, no campeonato nacional.

No final dessa época, voltei para Leiria, onde abracei o projecto da Golpilheira.

Como surgiu esta oportunidade de treinar os seniores do CRG?

Na época em que estava em Coimbra a treinar o CS São João, tinha de me deslocar frequentemente à Golpilheira, pois a minha filha treinava andebol no BAC (Batalha).

Enquanto ela treinava, eu ia trabalhar para o café do Centro Recreativo e lá encontrava várias pessoas ligadas ao futsal, nomeadamente a Teresa Jordão ou o Sérgio Vitorino, que na altura treinava os juniores. Embora eu me sentisse muito bem a treinar em Coimbra, o desgaste que é treinar uma equipa nos nacionais e as viagens quase diárias

Foi espectacular. Cheguei a ver alguns treinos deles na época anterior (novamente, enquanto esperava pela minha filha) e sabia a qualidade de alguns deles. Inicialmente, eles não estavam preparados para os meus métodos de trabalho, mas acabaram por se habituar.

Expliquei-lhes os fundamentos com que eu baseava o meu trabalho, os princípios do futsal, obriguei-os a memorizá-los, expliquei-lhes a importância da “mudança de chip” e a diferença entre ir ao treino e ir treinar. A partir daqui, foi vê-los a evoluir naturalmente.

Os guarda-redes são desses muito jovens. Como avalia o progresso deles?

Actualmente, a Golpilheira tem três guarda-redes: o Simão, o Xiko e o Filipe. Todos têm os seus pontos fortes e fracos. Trabalhei com o Roma para criar exercícios específicos principalmente para melhorar os pontos em que eram menos bons. Ao longo da época, a evolução foi notória. O Roma é extremamente exigente, chegando ao ponto em que os guarda-redes têm de parar o exercício para ir vomitar ao balde e voltar, mas é assim que os guarda-redes gostam de trabalhar. Com a minha equipa técnica, tem de ser sempre no “red line”, caso contrário, não há supercompensação do organismo e estamos ali apenas para “aquecer”.

Trouxe também alguns atletas que conhecia, com mais experiência.

Foi difícil conciliar com os mais jovens?

Por vezes, foi complicado. Os atletas mais velhos que eu levei têm um feitio muito especial e exigiam aos mais novos a mesma garra e

dedicação nos treinos e nos jogos. Devido a alguns vícios típicos da juventude, os mais novos não estavam totalmente preparados para a realidade que lhes fora apresentada.

Nem tudo correu na perfeição.

Houve alguma desmoralização em certos momentos, mas foi com isso que foram crescendo para se tornarem melhores jogadores e também melhores homens cá fora.

Completou a equipa técnica com dois colaboradores e massagista.

Foi importante essa ajuda?

Poucos acreditam na importância fundamental que eu dou aos elementos da equipa técnica. Para mim, não há adjuntos; há outros elementos da equipa técnica. Naturalmente, sou eu que dou a cara, sou eu que crio o microciclo semanal, mas todas as unidades de treino passam pelos outros elementos para serem validadas.

Assim, após ser formalmente apresentado como treinador, contactei o Vítor Pereira (o treinador que me foi buscar para adjunto dele em 2010) e o Roma Kravets para me ajudarem. O Roma trabalhava com os guarda-redes e era ele quem decidia quem ia para a baliza nos jogos. Tudo o que tinha a ver com os guarda-redes passava por ele. O Vítor era o meu braço direito nos treinos e nos jogos. Enquanto eu estava preocupado a tentar fazer a leitura do jogo, era o Vítor quem se preocupava com as entradas e saídas de jogadores na quadra. Isto pode parecer bizarro para muitos, mas comigo funciona na perfeição. A senhora massagista, Ana Patrício, é simplesmente vital para os trabalhos do grupo. Sempre disponível para os jogadores e com a total liberdade para chegar aos treinos e dar a sua opinião sobre o que considerava que podia ser melhorado.

Esse método de trabalho muito organizado e estruturado é apenas resultado do curso de treinador?

Posso dizer já que não. Em primeiro lugar, a organização provém da pessoa. Se eu me meto num projecto, tem de ser para dar tudo, caso contrário, não vale a pena perder o meu

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Balanço da época

tempo. Sou assim no futsal, sou assim na minha vida profissional. Mas o que realmente me deu as luzes para o modo como planeio os meus treinos foi o método de trabalho que conheci no Centro Social São João. Nunca vi noutras casas um modo de trabalhar como vi ali. Não há um pormenor que seja deixado ao acaso…

Tudo, sob a batuta do Alcides Lopes. Mas também constatei nessa mesma casa que nem todos aguentam trabalhar desse modo. Para mim, não pode haver outro método de trabalho que não aquele.

Qual era o seu objectivo para esta época?

Mal me reuni com os directores, foi uma coisa que quis saber logo. Quais eram os objectivos? Não estavam definidos em concreto. Queriam apenas que eu ajudasse a fazer a transição dos jovens para uma equipa sénior. Fora da Golpilheira, ouvia comentários menos abonatórios de que eu iria lutar para não ficar em último. Quanto a mim, sabendo a qualidade dos jogadores e o que poderiam evoluir, e sabendo também a qualidade dos jogadores mais velhos que fui buscar para reforçar a equipa, sempre aspirei ao 6.º lugar no final da época. Ainda cheguei a estar em 5.º, em Dezembro, mas, quando a paragem do campeonato aconteceu, estávamos em 7.º lugar.

…a 2 pontos do 5.º e faltavam 8 jogos. Era possível esse lugar?

Sim, eu acredito que sim...

Com o campeonato cancelado ainda em Março, deu algumas instruções para os seus jogadores manterem a forma física?

Sim, dei. Eu não sabia se o campeonato iria retomar, então, pedi que fizessem um conjunto de exercícios individuais, principalmente em trabalhos de hipertrofia, e que

LMF

- 18 jogos disputados - 8 vitórias - 2 empates - 8 derrotas - 48 golos marcados - 52 golos sofridos – 26 pontos

(Da esquerda para a direita) Fila de cima: Gonçalo Fernandes, Simão Bagagem, Nelson Baptista, Pedro Candeias (Macaco), Gonçalo Henriques, Rodrigo Fernandes, João Matos (Xiko), Alexandre Ferreira; Fila do meio: Fernando Ferreira (presidente), Francisco Ferreira, Ana Patrício (massagista), David Matos, Filipe Reis, Pedro Marques (treinador), Vítor Pereira (treinador adjunto), Tiago Marques, Dinis Silva, Carlos Patrício (director); Fila de baixo: Zé Alexandre Carvalho (Rasta), Henrique Ferraz, João Ferraz (Rito), Renato Ferreira, Paulo Carreira (Paulinho), Miguel Jorge.

fizessem 6 km de corrida por dia, ao ritmo que bem entendessem. Apenas dois jogadores me mandaram as fotos das aplicações com os quilómetros percorridos e ritmos… Mas acredito que todos o fizeram.

As condições de treino não foram as ideais, com apenas dois treinos por semana… quais foram as maiores dificuldades desse trabalho?

Foi um assunto que abordei constantemente com a direcção. Era inadmissível treinar apenas uma hora por semana no “nosso” pavilhão… e até à meia-noite. Isto foi um enorme desrespeito pela colectividade e pelo povo da Golpilheira em geral. Às quartas-feiras, tinha de treinar na Alcaidaria, num pavilhão sem condições para a prática, de onde saíram lesionados vários jogadores por escorregarem num piso molhado, por exemplo. Eu nem peço três treinos por semana, mas que me deixassem treinar “em minha casa” e a horários decentes. Creio que esta situação já provém de problemas da esfera política nos quais não me quero envolver. No entanto, não voltarei a trabalhar com estas condições.

Não havia condições para mim nem para os meus jogadores.

Volto a repetir: os directores fizeram tudo para que houvesse as melhores condições de trabalho e eu só lhes tenho a agradecer, bem como tenho

a agradecer às duas senhoras responsáveis pelo pavilhão da Golpilheira, que, sabendo que eu só tinha um treino de uma hora no pavilhão às segundas-feiras, me deixavam ficar mais um pouco… Mas as altas esferas políticas da região não parecem estar muito disponíveis para que a Golpilheira tenha condições de trabalho aceitáveis.

Como avalia agora a evolução da sua equipa?

Como diz a expressão: “Quem os viu e quem os vê!”

Qualquer um dos jovens que transita da época passada para esta época que aí vem tem lugar em grande parte das equipas de futsal da divisão de honra. Evoluíram imenso e, já lhes disse, não devem nada a nenhuma equipa deste campeonato. O ponto que tem de ser realmente trabalhado é o gosto pela modalidade. Se querem aprender mais, também têm de ver mais futsal.

A título de exemplo, eu dizia-lhes muitas vezes para verem os jogos da liga Placard, principalmente os jogos do Modicus, Braga, Viseu ou Burinhosa.

Chegávamos à segunda-feira, à análise de vídeo, e era raro haver mais de dois jogadores que tivessem visto um jogo.

Assim, não podia usar como referência as jogadas que eu tinha visto. Não lhes podia dizer “atenção, na nossa bola parada, façam como o Modicus

fez e quero um jogador aqui ou ali…” Mas, novamente, isso também parte da pessoa. Não os posso obrigar a gostar.

E como sentiu o apoio da direcção e dos adeptos e simpatizantes?

Da parte da direcção, nunca me faltou nada. Tive sempre, em todos os meus treinos, mais de um director.

Nunca me faltou equipamento, coletes, água ou bolas.

Falávamos constantemente sobre os treinos e sobre os jogos. Se havia um problema, os directores vinham falar comigo e, juntos, resolvíamos o que tinha de ser resolvido. De agradecer também às senhoras da secretaria, nomeadamente a Carolina Carvalho, que me imprimia as unidades de treino e as deixava no café e me reencaminhava tudo o que fosse informação relevante ou documentação. Quanto aos adeptos e simpatizantes… ainda temos de trabalhar esse ponto. As bancadas estavam quase sempre vazias, o que não era o caso aos domingos com o jogo da equipa feminina. É uma situação que terá de ser a direcção a resolver, mas deixo já aqui o convite às gentes da Golpilheira: vão apoiar a equipa. Com adeptos a puxar pelos jogadores, tudo seria mais fácil.

Devido à actual situação de pandemia, é uma incerteza o início e em que condições vai ser a próxi-

ma época. A direcção já falou com o Pedro para continuar a treinar a equipa?

Durante os dois meses de confinamento, estive em contacto com os directores e houve interesse de ambas as partes em que eu continuasse no comando da equipa técnica. A formalização “verbal” aconteceu no dia 22 de Maio, numa reunião em que foram traçados os objectivos para a próxima época.

Com o balanço final, que mensagem deixa aos seus atletas?

Tenho uma mensagem simples e directa: É bom que mantenham a forma durante o Verão, caso contrário, faço-vos vomitar os pulmões logo no primeiro treino!

O Pedro é um estudioso e entusiasta do Futsal. Qual é o seu sonho num futuro mais ou menos próximo?

Eu não tenho quaisquer limites. Tenho o nível II, mas não descanso enquanto não tirar o nível III, que é o mais avançado. Tenho imensas saudades de trabalhar nos nacionais e um dia gostaria de voltar. Sei que ainda preciso de ser treinador adjunto de outros grandes treinadores para continuar a recolher ideias e a criar as minhas próprias ideias. Sonho também treinar no estrangeiro. A partir daqui, “aspiro às estrelas para conseguir chegar à lua”.

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Crónicas de viagem 1

A cultura absorvida pelas comidas do mundo

Fotos: DR

Viajar não é apenas visitar monumentos, ir a locais turísticos e tirar aquelas fotos todas bonitas para as redes sociais, mas também interagir com a cultura, conhecer as pessoas, os seus hábitos e costumes e explorar a gastronomia.

Tenho vindo a aprender, durante as minhas viagens, que a comida nos proporciona uma experiência mais rica e nos faz aprender mais sobre a cultura do país onde estamos.

Não existem pratos bons ou maus, sem sentido ou estúpidos, mas sim toda uma história de centenas ou milhares de anos em que as receitas vão sendo melhoradas tendo em conta o clima e o ecossistema em redor. No fundo, não existe uma definição de “normal” para a gastronomia, o que é normal para uns, será estranho para outros e vice-versa, tendo em conta o ambiente onde crescemos e ao que fomos habituados a comer.

Enquanto que em alguns países, a ideia de comer gafanhotos, baratas, grilos e outros tipos de insectos pode soar repulsiva, por outro lado, o facto de aqui por Portugal comermos caracóis deixou bastante gente impressionada pelos países onde andei.

Uma vez mais, o facto de termos crescido neste ambiente,

Como?

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um caril bastante picante.

Por último, não pode faltar o famoso “pad thai”, composto por “noodles” (massa) de arroz, camarão, frango, tofu, rebentos de soja, amendoim e ovo mexido. Foi a minha primeira refeição ao chegar ao atravessar a Krabi e paguei 1,35 euros.

e muito peixe, o caril de peixe talvez seja um dos meus favoritos. O arroz de pato ao estilo chinês também é delicioso. E preços? Ora bem, Singapura apesar de ser o país mais caro do Sudoeste Asiático, por 4 a 6 euros é possível comer nesses restaurantes de rua doses enormes que por vezes custa a limpar o prato.

Laos e Camboja

Malásia

Sim, é isto!

parece-nos normal, mas, se pensarmos bem, o caracol é um animal bastante “nojento”.

E porque é que não comemos lesmas? Já alguém provou?

Eu também não. No fundo, é um caracol sem a casca!

Provavelmente, se cozinhado também seria bom, porque é que a reacção é tão extrema quando pensamos nisso?

Posto isto, irei neste artigo falar sobre a minha experiência gastronómica pelos 10 países em que viajei, durante 11 meses, mostrando algumas curiosidades, história e descrever pratos deliciosos que irão de certeza abrir o apetite.

Singapura

País onde a minha aventura começou, Singapura possuí uma mistura de culturas em todos os seus pratos, uma vez que foi colónia de vários Impérios durante várias gerações. Influências vindas da China, Malásia, Japão e até do Império Britânico, é possível encontrar um pouco de tudo.

Estive apenas 5 dias lá, o que não me permitiu experimentar muita coisa, contudo a melhor comida é sempre encontrada nos “food corner” (restaurantes de esquina), que no fundo são pequenos restaurantes ao ar livre que servem comida chinesa e malaia. Pratos muito coloridos, com muitos vegetais

Se tentar fazer um “top 5” de melhor comida por país, a Malásia está em 1.º ou 2.º lugar. É difícil decidir, mas nos 54 dias que lá estive comi tanta coisa tão boa que agora ao escrever isso me faz uma enorme saudade. Com uma enorme influência da Índia, a gastronomia na Malásia é também um misto de culturas.

Cada cidade tem a sua especialidade! Nunca estive na Índia, mas a comida indiana na Malásia é incrivelmente deliciosa!

Os melhores pratos de caril que já comi na vida. Para além da influência indiana, existem também pratos tradicionais malaios, como o “laksa” (foto 1), o “char kway teow” e o “nasi lemak” (foto 2), que são de comer e chorar por mais!

Por último, a famosa omelete de ostras, recomendada pelo grande Anthony Bourdain, é estranhamente deliciosa e obrigatório provar! Média de 3 euros por refeição, com pratos muitas vezes a custar pouco mais de 1 euro!

Caril verde, caril vermelho, caril verde, caril vermelho… Talvez a Tailândia seja o país do Sudoeste Asiático com a comida mais internacionalizada. A base é o caril, contudo existem inúmeros outros deliciosos pratos que podemos provar. Os meus favoritos ainda assim são o caril verde… não! O caril vermelho, ou não? Não sei, ainda não consegui decidir! Ambos são tão divinais, não interessa onde estamos, será sempre uma refeição de lamber o prato. A maior surpresa para mim na Tailândia foi o ” “mango sweet rice” (arroz doce de manga) (foto 3). Mesmo eu não sendo grande fã de sobremesas, não consegui nunca resistir quando o menu apresentava isto como sobremesa, uma explosão refrescante de sabores dentro da boca para ajudar a acalmar depois de

Apesar de ter adorado as paisagens destes países, a nível gastronómico foram os que menos me fascinaram. Não quero com isto dizer que a comida não era boa, mas era mais simples, menos temperada, sem tanto realce. Nestes países mais pobres, a dieta é maioritariamente vegetariana (foto 4), muitos vegetais fritos, caril mas também peixe do rio e carne de búfalo. São ao mesmo tempo os países mais baratos para se comer. Recordo-me que em Luang Prabang fui a um buffet na rua, paguei pouco mais de 1 euro e pude comer até não aguentar mais!

Foi no Camboja onde experimentei carne de crocodilo, gafanhotos e outros tipos de insectos fritos, e tenho de ser muito sincero e dizer: é delicioso! Em muitos sítios, os insectos são fritos num óleo de soja misturado com alho, piripiri e muitas outras especiarias… para mim, sabiam a batatas fritas de presunto, tão viciante que não conseguia parar de comer.

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Tailândia

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Vietname

meus favoritos são os “dim sum”, ganso braseado e a sopa de órgãos de porco (foto 7). Nessa sopa encontra-se de tudo: fígado, rins, estômago, intestino, sangue e até tendões, que são cozinhados lentamente durante horas e que ao colocar na boca se desfazem e explodem num sabor único. Sem dúvida, dos meus pratos favoritos que comi e repeti as vezes que pude. Em Macau, é como voltar a Portugal temporariamente, com vários pratos de bacalhau, arroz de pato, pastel de nata e outros pratos tradicionais, a influência portuguesa é ainda muito forte por lá… deu para matar saudades.

O Vietname foi o país onde mais tempo passei, três meses e meio de muitas aventuras, viagens de mota, voluntariado e muito mais, mas essa é uma história para outra altura! O prato mais famoso é o “phõ” (foto 5), uma sopa de “noodles” com carne de vaca cortada muito fininha, muitos vegetais e um caldo aguado. Percebe-se o porquê de no Sudoeste Asiático as pessoas serem todas muito muito magrinhas, pois para além da genética, a comida é maioritariamente vegetariana, rica em fibras, servida em sopas com caldos da água de ferver a própria carne e vegetais. Em qualquer esquina se pode comer “phõ” e a qualquer hora do dia, muitos locais estão abertos 24 horas, de modo a servir toda a gente, pois a maioria dos trabalhadores não possuem horário fixo de trabalho. As mesas e cadeiras são muito baixinhas que parecem das crianças. Demora algum tempo a adaptar-nos a comer quase sentado no chão e com os joelhos mais altos do que a mesa (foto 6). Existem muitas outras iguarias no Vietname, uma vez que é um país muito comprido e faz fronteira com vários outros, a comida varia bastante de sul a norte! Os meus favoritos

Enquanto que nos países anteriores a dose de carne era pequena, a partir de Hong Kong isso muda drasticamente. Muita, muita, muita carne se come por estes lados, maioritariamente carne de porco.

Mas em Hong Kong não se limitam a comer as partes mais “normais” do animal, mas praticamente tudo o que o animal oferece é cozinhado em sopas de “noodles” extremamente ricas em sabor e proteína. Os

O país mais perigoso para quem gosta de comer! Taiwan cheira a comida em todo o lado, dia e noite, 24 horas. A comida é muito barata, cheia de carne, e não dá para parar de comer. Estive cerca de um mês e engordei uns 3 quilos.

Não existe uma única rua sem um restaurante, sem “street food” (comida de rua) e por mais cheio de comida que possa já estar, dá sempre vontade de provar isto e aquilo. Tanta comida diferente e com bom aspecto que atiça a curiosidade ao máximo e… continuamos a

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são o “banh mi” (baguete com paté, carne e muitos vegetais), “bó nè” (carne e vegetais misturados com ovo e paté servidos numa pedra quente, ainda a fervilhar), “cao lao” (“noodles” com amendoim, hortelã, carne, soja e tofu) e “banh xéo” (panqueca frita de camarões e rebentos de soja).

Hong Kong e Macau

Taiwan

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comer até nos sentirmos mal, mas sem arrependimentos.

Os mercados nocturnos são tão coloridos e divertidos que perdemos horas só a contemplar todo aquele caos saboroso (foto 8).

Japão

Por último, o meu último destino e provavelmente também o meu favorito a nível gastronómico. No Japão, cozinhar é literalmente uma arte. Tudo é feito com a maior dedicação, cuidado e delicadeza. A filosofia de “deixar o cliente satisfeito” aplica-se aqui a níveis sagrados. Tudo é óptimo no Japão, aliás, se não for minimamente delicioso não é sequer servido à mesa.

Toda a cultura do respeito, honra e lealdade pode ser sentida em cada prato, seja num restaurante luxuoso ou num tasquinho em que se come de pé. O “ramen” (foto 9) é sem dúvida o meu prato favorito.

Existem dezenas de variantes, mas o estilo “tonkotsu” é dos mais ricos, com um caldo cozinhado durante pelo menos 12 horas, em que toda a carne e ossos do porco largam a gordura e se dissolvem juntamente com molho de soja, alho, cebolinho, óleo de sésamo, barriga de porco, ovo, rebentos de soja e uma combinação de especiarias que sinceramente

não sei, mas que é como se fosse uma bênção sempre que terminamos a refeição.

Uma curiosidade muito interessante sobre o Japão é referente ao “bolo castella”.

Este bolo foi introduzido pelos portugueses no século XVI, quando chegaram ao Japão pela primeira vez. No fundo, é o nosso pão de ló! Eu provei e a receita mantêm-se fiel às origens.

Outros pratos também deliciosos no Japão são “okonomiyaki”, “soba”, “donburi”, “caril de arroz” e, evidentemente, “sushi”!

Em relação a preços, não se assustem, o Japão não é tão caro como muita gente imagina! É sem dúvida o país mais caro da Ásia, contudo é possível comer muito bem por valores entre os 4 e os 10 euros.

Espero que tenham gostado deste artigo e que vos tenha aberto o apetite para experimentar novas comidas que este mundo tem para oferecer.

Se quiserem saber mais ou tenham alguma dúvida, não hesitem em contactar-me via Instragram (joaombbsilva) e vejam os meus vídeos de comida no meu canal do Youtube (JoMi Silver).

Muito obrigado e até breve!

João Miguel Silva

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O meu testemunho

Uma vida com depressão bipolar - 2 Neste artigo vou procurar transmitir as causas que, quanto a mim, levaram à minha primeira crise, em Maio de 1994, e descrever como tenho enfrentado e convivido com este inimigo ao longo destes 28 anos.

Esta luta tem sido possível graças à educação que recebi de duas mulheres que muito contribuíram para me poder defender, cada uma com o seu cunho e sua matriz. Por coincidência, os seus nomes começam por Maria: Maria José, minha mãe, e Maria Cândida, minha professora primária. Revejo-me nelas. São as duas grandes referências. São dois pilares sobre os quais tem assentado toda a minha vida. Na página seguinte irão perceber porquê.

Nestes 28 anos, houve sempre muito mais escuridão do que luz. Nos primeiros anos, fui em busca de encontrar algum medicamento, alguma estratégia para ultrapassar toda a tristeza que tinha. A ansiedade era tão grande, que procurei a sabedoria de vários psiquiatras. Houve um, cujo nome é Fernando Pereira, que apenas com um desenho e uma comparação me fez compreender o que era o meu problema. Segurou numa esferográfica e num papel desenhou uma linha recta. Depois disse-me: “esta linha corresponde à vida de uma pessoa normal e equilibrada”. Depois, como faz um sismógrafo, começou a desenhar linhas com picos, para cima e para

baixo. Disse-me: “está a ver… a sua vida neste momento está assim; os picos para cima representam a euforia e os picos para baixo a tristeza”. De seguida, fez a seguinte comparação: “a nossa vida é como um elástico; ao longo do tempo, devido a insucessos, grandes desgostos ou outras situações negativas, o elástico vai esticando e fica cada vez mais fraco e pode partir”. E prosseguiu: “nós, os psiquiatras, estamos aqui para lhe dar o nó; no entanto, nunca mais será a mesma coisa”.

Com estas simples explicações, fiquei a perceber melhor o meu estado de humor muito oscilante. Comecei a rebobinar a minha vivência até ali e procurar saber o que tinha contribuído para partir o “elástico”. A fita parou muito cedo. Após o ensino secundário, o meu grande sonho era ir para Coimbra, para o Instituto Comercial, a fim de obter uma licenciatura. Pensei demasiadamente nos meus irmãos.

Os custos com esta licenciatura deviam ser elevados e depois os meus pais não tinham possibilidade de fazer o mesmo a eles (somos quatro). Fui para o mundo do trabalho, mas o sonho, queria concretizá-lo. Fui estudar de noite para obter o Curso Complementar de Contabilidade. Quanto é difícil trabalhar de dia e estudar de noite!

Por esta altura, não havia qualquer escola do ensino superior em Leiria. Ir para Coimbra estudar à

noite seria um esforço enorme.

Fiquei por aqui. No entanto, o sonho continuava. Passados mais de 30 anos, soube que o Curso que tinha obtido dava equivalência ao 12.º ano. Depois de fazer exame a Economia, inscrevi-me na ESTG, para conseguir a Licenciatura em Contabilidade e Finanças.

No primeiro dia, a orientadora de Curso disse no seu discurso que o principal objectivo daquela licenciatura era a inscrição como Técnicos Oficiais de Contas. Já o tinha conseguido em 1992. Foi uma grande desilusão. Não valia a pena continuar. No entanto, por um lado, fiquei feliz. Concretizei o meu sonho, só que foi apenas por um dia.

No ano de 1992, a minha mãe faleceu prematuramente, apenas com 59 anos. Senti e vivi esse desgosto mais do que ninguém.

Havia uma grande cumplicidade entre nós. Foi em simultâneo mãe e pai, de 1964 a 1972. Neste período, o meu pai esteve emigrado em França, sabe Deus em que condições, à procura de um futuro melhor para os filhos. Era uma mulher inteligente. Foi educadora, disciplinadora e exigente.

Não deixava colocar, como diz o povo “o pé em ramo verde”. Era intransigente e pouco flexível. Em 1969, quando me fui matricular no antigo Liceu Rodrigues Lobo em Leiria, disse-me “perdes um ano, sais e vais dar água de sulfato para a Quinta da Cortiça”. O seu

falecimento foi um rude golpe, que deu um grande esticão ao “elástico”, mas não partiu...

No final de 1993, tive das maiores desilusões da minha vida. Candidatei-me a servir a comunidade, através da Junta de Freguesia. O povo rejeitou-me, não acreditando no meu projecto.

No entanto, esta desilusão não me fez baixar os braços. Continuei a ajudar a comunidade, aliás, como o tinha feito até àquela data no C. R. da Golpilheira, agora, com mais intensidade. O desgosto da morte da minha mãe, que quase quebrou o “elástico”, aliado a esta rejeição, partiu-o mesmo. A partir daqui, foi uma travessia no deserto. Foi vegetar e não viver. Dois internamentos no quarto piso do Hospital de Santo André, em 2001 e 2011. Por vezes, depois de estar no meu escritório, sentia-me um pouco melhor. Ia-me deitar na expectativa de acordar, pelo menos, como me deitei. Mas esta situação não acontecia. Foi muito tempo num sofrimento atroz, e estive quase a baixar os braços e deixar de lutar. Falto pouco, muito pouco...

Correm tempos muito difíceis, motivados por esta Covid-19, ainda com consequências imprevisíveis. Estamos a atravessar uma época terrível, que não sabemos como começou e muito menos como irá terminar. A falta de rendimento nas famílias está a provocar uma pobreza envergonhada,

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Zelamos pela sua segurança!

engrossando cada vez mais as filas para obter alimentos. Para quem sempre viveu com pouco, está por natureza mais preparado para esta nova realidade. No entanto, quem tinha uma vida melhor, mais tranquila, é muito mais difícil viver agora com pouco. Devemos estar atentos e vigilantes ao comportamento dos nossos vizinhos, dos nossos amigos. Vão partir-se muitos “elásticos”. Não vamos deixar desamparados aqueles que à nossa volta começam a ficar deprimidos. Devemos estar atentos aos comportamentos, que se podem modificar radicalmente com esta situação. As pessoas muitas vezes precisam de ajuda, mas têm vergonha de a pedir. Mantêm-se silenciosas e na solidão. A solidão mata. Os sinais podem vir de várias formas, às vezes com muita subtileza.

Para terminar, vou dar apenas um exemplo de um familiar.

Durante a sua juventude, era a pessoa mais divertida e graciosa que conheci. Casou e foi viver para a terra da esposa. Vinha à nossa aldeia raramente. Há poucos anos, durante algum tempo, começou a frequentar todos os cafés (são quatro) que há na nossa aldeia, alternadamente. Penso que ele queria transmitir alguma mensagem ou pedido de ajuda. Ninguém percebeu e ele também não pediu ajuda. Acabou numa tragédia.

MCR

(continua na próxima edição)

temas • 27

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Professora Cândida

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Com certeza a sua Família sabia o carinho que a professora tem pela Golpilheira, seus ex-alunos e vice-versa. No entanto, ousamos escrever que ficaram impressionados com todo o amor que temos pela professora Cândida. Felizes aqueles que a têm por esposa, mãe, sogra, avó e todos nós, como seus ex-alunos. A professora deixou a sua marca, o seu cunho, a sua matriz, pelas escolas por onde ensinou. A prova está no poema enviado por uma sua ex-aluna, na escola em Cujó, concelho de Castro de Aire, que lhe recordámos nessa altura e abaixo transcrevemos: Percorro agora os anos, Da infância alegre e vivida, Na família, nos amigos, na escola Com a professora que marcou a nossa vida!

Letra após letra soletrar, Sempre aquele sorriso, doce Mais doce ainda o olhar Mesmo que de longe fosse…

Sei de cor o meu primeiro ditado, Revejo a ansiedade do momento, E aquele sorriso estampado No seu rosto, de contentamento.

Professora, Animadora e Amiga, Acolheu crianças, pai e mãe, Chegou a tratar-me a ferida, Que eu tinha e não mostrava a ninguém.

Mas não foi adeus, foi até logo, Fez-se caminho e passaram os anos E sabemos, sabemos todos Que valeu a pena Que as sementes por si lançadas à terra, Germinaram, cresceram e deram fruto, E sempre que da nossa escola falámos Referimos que a nossa professora foi a Professora Cândida Martinho E dizemo-lo com muito orgulho!

Maria Eulália da Silva Teixeira, 2016/05/21 Durante esta festa de homenagem, um seu ex-aluno propôs aos presentes a iniciativa a outra dimensão, a forma de lhe agradecermos tudo o que fez pelos seus ex-alunos em particular e comunidade local em geral. Gravar na toponímia local os nomes das professoras Maria Cândida e Maria Luísa. Elaborou-se um historial de ambas, onde se fundamentam as razões para esta distinção. Esta proposta foi apresentada na Assembleia de Freguesia, realizada no dia 3 de Agosto de 2018. Até esta data, ainda não foi recebida qualquer resposta a esta proposta.

Manuel Carreira Rito

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MCR

Maria Cândida dos Santos Martinho nasceu em Abraveses, Viseu, no dia 6 de Novembro de 1944. É casada com Celso Marques de Oliveira e deste casamento nasceram: José António Martinho de Oliveira e Ana Isabel Martinho de Oliveira, que, por sua vez, têm um casal de filhos cada um. Além da Golpilheira, leccionou em Cujó (concelho de Castro Daire), Vila dum Santo (concelho de Viseu), Barrô, Campo de Besteiros (concelho de Tondela) e telescola de Moselos, na freguesia do Campo de Madalena (concelho de Viseu).

Há imagens que jamais esquecemos, pelo menos aquelas que nos marcaram para sempre. Primeiro dia de aulas na Escola Primária da Golpilheira, vulgo, “Escola do Paço”. Na sala de aula estavam os alunos que ali entravam pela primeira vez e outros na 3.ª classe.

Entra uma senhora bastante jovem, alta, formosa, bonita, cabelo loiro (não no sentido pejorativo que se hoje se associa). Actualmente, continua alta, com espírito jovem e com todos os adjectivos atrás mencionados, para os seus quase 66 anos. Apenas o cabelo mudou um pouco de cor.

Foi aqui nesta escola que iniciou a sua brilhante profissão, a cerca de um mês de completar 20 anos. Apesar de aqui ter leccionado apenas 4 anos, marcou para sempre os alunos que tiveram a felicidade de a ter como professora. Está para os rapazes, assim como a D. Maria Luísa está para as raparigas. Quando falamos na professora Cândida, a sua identificação vem rapidamente à mente de cada um. Apesar de terem passado quase 56 anos, as amizades continuam. Na mensagem que nos leu, no dia 19 de Maio de 2002, no almoço convívio de ex-alunos e ex-professores na Escola Primária da Golpilheira, é bastante elucidativo o quanto a nossa aldeia tanto a marcou (ver caixa).

Passados 14 anos, mais propriamente no dia 21 de Maio de 2016, os seus ex-alunos promoveram-lhe uma festa de homenagem, que constou de um almoço convívio no salão de festas do CRG. Veio acompanhada de toda a sua família. Foi um “recordar é viver”, com muitas emoções fortes. Este almoço contou com a presença da maioria dos seus ex-alunos. Os que nunca mais via, desde há quase 50 anos, claro que não os reconhecia.

Bastava dizerem o seu nome e ela lembrava-se de quase todos. Foi um convívio inolvidável, inesquecível.

Discurso aos alunos golpilheirenses

Professora Cândida rebida na Golpilheira para uma homenagem, no dia 21-05-2016

Caros colegas e queridos alunos, Não imaginam o que senti, há uns meses, mais propriamente no dia 22 de Janeiro, quando cheguei a casa e a minha filha me diz que um ex-aluno da Golpilheira me procurava. Passados alguns minutos, vejo na minha frente o Frazão!...

Exactamente, o Frazão! Um dos alunos de que bem me lembrava, mas que já não reconhecia, pois tinham passado quase 38 anos!... É muito tempo. Ele era um homem, pai, avô, muito diferente do jovem que um dia conheci com pouco mais de dez anos!...

Ele também não me reconheceria se me visse na rua, no meio de gente anónima, pois o tempo não perdoa deixando as suas marcas indeléveis!...

Depois da surpresa, emoção, alegria, vieram as novidades, as recordações, as saudades!...

Foram três horas de regresso ao passado. Como foi agradável e reconfortante!

Pela minha mente tem passado como num filme, a minha vivência por esta terra que, ternamente, guardo no meu coração.

Não quero dizer que tudo foi fácil, que só houve coisas boas, não. Mas se as colocar numa balança, o prato das coisas positivas e agradáveis pesará muito mais do que o prato das negativas.

Era muito jovem, cheia de sonhos e ilusões, quando, no dia 8 de Outubro de 1964 aqui cheguei. Um meio completamente desconhecido, longe da família e dos meus amigos, vivi momentos de solidão e de saudade. Valeu-me o apoio de muita gente, nomeadamente da família do Sr. Afonso Pereira, a quem rendo as minhas homenagens, dos colegas, dos vossos pais e de vós próprios que me permitiam ocupar o tempo de forma tão absorvente.

A entrada na sala de aula foi de espanto: estava repleta de rostinhos que me observavam expectantes. Nunca me esquecerei: 47 rapazes, 2 classes! Quando chegavam à escola, ou passavam por mim, cumprimentavam-me duma

forma delicada, interessante, com o sotaque característico das zonas da beira-mar: Punham a mão na cabeça, simulando levantar o boné, e diziam: “Passou bem, minha senhora”.

A mim, a D. Emília e a D. Maria Luísa contrapunham que eu era de lá de “xima”, mas que não falava “axim”!...

Chegou o dia 1 de Novembro e outra novidade: “o dia do Bolinho”. Uma tradição (espero que ainda hoje a mantenham) completamente desconhecida para mim, mas que achei maravilhosa e… ao outro dia a minha secretária estava cheia de bolinhos embrulhados em guardanapos.

Uma semana de bolinhos ao pequeno-almoço!...

E como eram saborosos!...

Depois, propus-me a fazer uma festa de Natal! Era o dia passado na escola com os ensaios a seguir às aulas, mas… valeu a pena, foi um êxito… A lotação esgotou, também a sala não era assim tão grande.

Enfim, o tempo foi correndo, os anos sucederam-se. As festas, já com a colaboração das colegas e o dinamismo da D. Teresinha, as visitas de estudo, o teatro, a catequese, o jogo do “mata” no recreio que eu convosco disputava.

Alguns episódios muito interessantes que se viviam nas aulas: era um que punha uma freira vestida de encarnado, outro que dizia que o feminino de vinho era água, outro que punha os franceses a cair ao Rio de Janeiro.

As situações que exigiam à professora e educadora, fosse também mãe, enfermeira e… varredeira!... Havia também os momentos menos agradáveis em que por vezes era preciso castigar e isso, podem crer, que se vos custava a vós, a mim, fazia-me doer a alma!...

Enfim, seria muito difícil e até fastidioso recordar tudo o que vivi nesta terra, durante os 4 anos em que exerci a minha actividade profissional, mas não posso deixar de lembrar que foi na Golpilheira que vivi o primeiro desgosto e dor profunda da minha vida. Passados alguns meses, faz precisamente, amanhã 37 anos que, repentinamente, o meu pai faleceu. Foram momentos dolorosos e difíceis, mas o apoio dos amigos e colegas e até o vosso, sim, meus queridos alunos: o vosso olhar meigo e triste quando me viram entrar na sala toda vestida de preto e o silêncio que se seguiu, jamais esquecerei e guardarei ternamente no meu coração!

Bem, mas deixemos as tristezas, porque hoje é um dia de alegria e de festa e por isso vou dedicar-vos um poema que fiz pensando em todos: É como se um sonho Longo e profundo, Saísse do meu sono A percorrer o Mundo, Matizado de cores, Alegrias, saudades, amores, Réstias de Sol dourado Impregnando de luz O futuro e o passado.

A Amizade não tem tempo. É eterna e bem-disposta Perdura por toda a vida Mantendo a chama acesa Mesmo que pareça morta.

Por tudo de bom que vivi nesta Terra, por estes momentos inolvidáveis, termino com uma expressão muito Beirã: BEM HAJA o todos do fundo do meu coração e, quando passarem por Viseu, não se esqueçam, façam como o Frazão, visitem-me, terei imenso prazer nisso!

BEM HAJAM!

Golpilheira, 19 de Maio de 2002 Maria Cândida dos Santos Martinho

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

.política.

.combatentes.

Um pequeno oásis de seu nome Golpilheira

A pobreza e a exclusão da Covid-19

André Sousa Presidente da JSD Batalha

Não querendo parecer parcial, orgulhosamente afirmo que existe qualidade de vida na Golpilheira.

E argumentos não faltam, sejam de ordem social, cultural ou económica.

Começando na colectividade detentora deste jornal, pelo seu forte dinamismo e proatividade, nas vertentes desportivas, culturais e sociais, passando pelas diversas tradições religiosas e terminando na união das nossas gentes em torno de uma identidade comum.

A nível económico, situamo-nos a escassos minutos dos principais polos económicos e industriais da região, como a vila da Batalha (5 minutos), a cidade de Leiria (10 minutos) ou a Marinha Grande (15 Minutos), e junto das principais vias de comunicação nacionais (IC2, A1 e/ouA8).

Conseguimos tirar partido das vantagens de um território urbano e cosmopolita, sem a azáfama e confusão características de uma cidade e o melhor da ruralidade e do campo, sem o distanciamento característico de um território de baixa densidade localizado no interior. Tudo razões evidentes no crescente interesse na Golpilheira como localidade para viver e constituir família.

De forma a fixar a população, sobretudo as novas gerações, e estimular as actividades económicas, o Município da Batalha criou em 2019 a Área de Reabilitação Urbana (ARU) no lugar da Golpilheira, incentivando a reabilitação dos edifícios degradados, com um conjunto de benefícios fiscais associados aos impostos municipais, redução do IVA e tributação mínima das mais-valias imobiliárias, permitindo ainda recorrer a linhas de financiamento com taxas de juro bonificadas. Assim, a ARU, além de potenciar a regeneração urbana do território, permite aumentar a oferta imobiliária para o sector habitacional e económico.

Por outro lado, e tão habitual em tantas outras localidades do nosso país, a Golpilheira não contém um verdadeiro centro cívico de referência. O lançamento do Prémio Mateus Fernandes, promovido pelo Município da Batalha, reabilitará a zona central da localidade, valorizando o espaço urbano e o património existente.

As duas propostas em concurso encontram-se na fase de discussão pública. Mais uma vez, somos chamados a participar. Mais uma vez, não faltaremos.

.JuntaInforma.

Coluna da responsabilidade da Junta de Freguesia da Golpilheira

Caros amigos Golpilheirenses, Informamos que o atendimento ao público na Junta de Freguesia já se encontra a funcionar no regime habitual. Aproveitamos para relembrar o horário de 2.ª a 6.ª feira: Manhã – 08h30 às 13h30 // Tarde – 14h30 às 16h30 No edifício da Junta, a população poderá dar a sua opinião, durante o período de discussão pública, até ao dia 30 de Junho, sobre as propostas de reabilitação urbana da Freguesia da Golpilheira (centro cívico da Freguesia), no âmbito do Concurso de Arquitectura “Mateus Fernandes”. Estará disponível um questionário para preenchimento.

Gostaríamos de agradecer a rápida intervenção do Município da Batalha na reparação da tubagem de abastecimento da fonte da Golpilheira.

A Junta de Freguesia vem, uma vez mais, apelar ao cumprimento de medidas de protecção pessoal e da comunidade: distanciamento físico; uso de máscara e lavagem frequente das mãos. Estamos certos de que juntos iremos ultrapassar esta situação.

Aproveitamos para desejar a todas as crianças/jovens, educadores/ professores e pessoal auxiliar um seguro regresso às actividades escolares que agora retomam. Aos restantes, continuação de bom trabalho.

Esperamos que tenham tido um excelente Dia Mundial da Criança!

A Junta de Freguesia

Coluna da responsabilidade do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes

Verificou-se durante os anos de crise nacional, conhecidos pelos anos da Troika, que aumentou a sensibilidade da população para com quem lutava para ter as condições básicas de vida, leia-se quem era já pobre – “Velha Pobreza” – mas que, pelo contrário, foram sendo marginalizados os extractos sociais que até então viviam fora do limiar da pobreza e que se viram, eles mesmos, dentro desse limiar, devido aos sucessivos cortes nos rendimentos disponíveis que possuíam. Ora, o mesmo acaba de acontecer, devido a toda a conjectura trazida pelos sucessivos Estados de Emergência, para travar a propagação da doença provocada pelo novo Corona Vírus, a Covid-19, sobejamente conhecida. Uma parte da sociedade volta a sofrer uma nova catalogação social – como pode alguém que veste bem, com casa, carro e emprego ser um pobre?

O âmbito da globalização exige um novo esboço das políticas sociais, e é aí que se inserem propostas de transferência de renda, que vêm sendo amplamente debatidas, há muito, nos fóruns internacionais, como um direito económico de último tipo, não seria assistencialismo e sim um direito universal como a saúde, educação, segurança, entre tantos outros. Todos os indicadores têm apontado para resultados positivos, seja na distribuição de renda ou no acesso à melhoria na qualidade de vida.

Essa ideia da distribuição de renda está contida na proposta do Imposto Negativo, concebida por Milton Friedman, Prémio Nobel da Economia, muito em uso nos países anglo-saxónicos.

E, note-se, foi o que o estado

Português teve de acabar por fazer, com a crise Covid-19: abrir os cofres e garantir rendimento, mesmo a quem não trabalha, seja por despedimento, seja por “lay-off”.

O debate sobre esta nova realidade social não pode ser exclusivo dos economistas, por possuir muitas outras extensões de que os mesmos não têm conhecimento. O poder deve entender a problemática sob novos moldes de chegar à população por meio da arte de governar pessoas e não números. Foucault deixou um grande contributo de como considerar a política no neoliberalismo, uma arte de governar com disciplina, para o controlo da população e a gestão dos indivíduos.

Assim, temos que o nosso sistema de desenvolvimento pende para um novo tipo de exclusão social – Nova Exclusão – em que o resultado é a modificação do “novo pobre”, no excluído necessário que contribui com o seu rendimento para sustentar a máquina do estado, e o “velho pobre”, no excluído desnecessário do ponto de vista da economia, pois não possui rendimentos para contribuir. Processo em que o “Novo Pobre” tende a evoluir e adquirir o estatuto de “Novo Velho Pobre” e a herdar toda a condição social do “Velho Pobre”, o tal ameaçador.

O excluído moderno é, assim, um grupo social que, se deixa de ser economicamente necessário, passa a politicamente incómodo e socialmente ameaçador, podendo, portanto, ser socialmente eliminado. É este último ponto o pilar da nova exclusão social.

Esta propensão, a expul-

são da sociedade de consumo, devido à perda de rendimento, antecede a do mundo político e social, que é afinal o impulso para a exclusão da vida.

Assim, será necessário reter os grupos excluídos internamente. Entre a actual situação e a da separação social, a forma de exclusão mais extrema, existe um longo espaço de tempo a ser percorrido, para dizer que ainda é possível inverter o processo, antes que mais indivíduos caiam na situação de novos pobres e estes na situação de novos excluídos.

O grave da situação não está tanto na sua iminência, mas no facto de que só é resolúvel com uma maneira diferente de encarar a dinâmica social.

Hoje em dia, tanto teorias, como políticas sociais, que sortiam o efeito de integração, simplesmente não resultam no contexto actual. Os governos têm de ver-se como empregados da população, como os gestores do bem público, pois o dinheiro não é seu, não é para si.

O aparecimento de cada vez mais novos excluídos é o indício claro de que o tema social mudou de essência. A pouco e pouco assume novos contornos, ainda incertos, de que não se prevêem políticas racionais para a sua minimização. Os estados, neste momento de grave período de crise, teriam todo o interesse em empregar os conhecimentos dos seus sociólogos para a compreensão do processo, em vez da experimentação de políticas elaboradas por políticos, advogados, inexperientes, desconhecedores da realidade social que, tal como referido, governam as pessoas como se de números se tratassem.

.impressões.

Por Luísa M. Monteiro Desde que tudo começou não mais entrámos em casa de meus pais. Mesmo que o tempo, digam, vá sendo outro, há que agir ainda com o maior cuidado. Fomos só para nos vermos, hoje. Como há dias tínhamos ido só para nos vermos. E dias antes também. Por mais que conversemos diariamente um pouco ao telefone, não há como um encontro real. E ali estivemos, uma vez mais, a minha mãe sentada na varanda, nós no patamar abaixo.

Depois colhemos nêsperas, a minha mãe ao longo destes dias sempre a dizer-nos para irmos às nêsperas (da nossa nespereira nascida no pátio), estão maduras, venham, dizia ela - queria-nos lá -, colhemos nêsperas, um cesto de nêsperas, e regressámos.

Depois o ar ficou suave.

Bastante suave.

O ar fica sempre suave quando venho de casa dos meus pais.

temas • 29

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

.agricultura.

.saúde.

Ana Maria Henriques Médica Interna

José Jordão Cruz Engenheiro Técnico Agrário

Os medicamentos estão no computador...

Casta Prosecco Sendo a Itália um país lindíssimo, na verdade, esta região vitivinícola de Veneto não a conhecemos. Veneto é uma sub-região do Nordeste da Itália que compreende a região ao sudeste do Trentino-Alto-Adige e tem como cidades de referência Veneza (a leste), Verona (a oeste), Rovido (ao sul) e Belluno (ao norte).

O Veneto tem uma ligação especial com o Brasil, pois daí veio a maior parte dos imigrantes italianos que ocuparam a Serra Gaúcha a partir de 1875, vindo a tornar -se importante na produção do vinho brasileiro desde o início, produzindo vinhos para consumo próprio.

Hoje, a maioria das vinícolas gaúchas de sucesso pertencem a famílias de descendentes dos emigrantes italianos do Veneto.

Prosecco é uma casta de uva branca da família da “Vitis vinífera”, nome em latim de videira, originária da região do Veneto,

Itália. Seu nome também identifica o vinho branco espumante em cuja produção é utilizada esta casta e o espumante mais popular da Itália, feito com as uvas Prosecco Bianco.

Apenas duas regiões têm direito à denominação de origem controlada: as vilas de Valdobbiadene e Conegliano. Vinhos de outras partes do Veneto são classificados com indicação geográfica típica.

Podemos também mencionar o facto de que os espumantes identificados como Prosecco de outros produtores fora da região delimitada utilizam a uva Glera, que é uma casta branca, a sinonomia da uva Prosecco.

A mudança de nome ocorreu porque os produtores da região de Valdobbiadene patentearam as suas técnicas e métodos de produção, não permitindo assim que outras vinícolas fora das regiões demarcadas utilizassem o nome de Prosecco.

À semelhança de outras castas internacionais, estamos devidamente habilitados em adquirir, para viticultores interessados, com a devida segurança fitossanitária.

O Prosecco que conhecemos hoje é um espumante. Sua cor é necessariamente amarela palha, o aroma é típico frutado e floral, um espumante consumido há mais de 100 anos na Itália, primeiro conhecido como frizzantin, que virou moda há pelos anos 60, quando começou a ser servido em barzinhos que circundam a Praça de São Marcos, em Veneza. Às vezes é misturado com suco de morango, Prosecco com fragola, tomado mais por mulheres.

O Prosecco legítimo é produzido a partir de uma casta só, antiga (varietal) do mesmo nome, agora com o nome Glera.

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Um dos momentos importantes de uma consulta médica é a prescrição de medicamentos. Para uma grande parte das pessoas, a lista de medicação é grande e a resposta à pergunta “que medicamentos toma?” é muitas vezes: “está aí tudo no computador”.

Saber os nomes e as doses dos medicamentos habituais é importante para o médico acrescentar, trocar ou suspender algum. Se não é possível saber a lista de cor, devemos andar com uma lista na carteira com esta informação. É fundamental para uma consulta médica de rotina, mas também pode ser importante quando se recorre a um médico pela primeira vez ou mesmo em situações de emergência.

Outra informação necessária para uma consulta adequada é saber quais as doenças que o utente sofre. Mesmo que não saiba os nomes, deve ter essa informação por escrito. A lista de doenças ajuda o médico a inferir os problemas de saúde, reforçando assim a importância desta lista.

Relativamente a medicamentos, outra questão importante são as alergias ou efeitos secundários não tolerados. As alergias podem ser graves e devem ser

sempre reportadas a um médico. É fundamental o doente registar o nome do medicamento (ou possível medicamento) causador, para que este não lhe seja prescrito outra vez. Também deve saber os medicamentos que não tolerou, por algum efeito não desejado.

Os nomes dos medicamentos não são fáceis de dizer e muito menos de decorar, por isso é importante registar (escrever, fotografar). Não ajuda dizer que são aqueles da caixa azul e branca, pequenos e redondos.

Existem muitas marcas diferentes de muitos medicamentos diferentes, é impossível reconhecer desta forma. Se tudo isto falhar, é preferível trazer as caixas ou as pontas das caixas que têm o nome e a dose (e saber como está a tomar).

Actualmente, temos programas informáticos que nos ajudam na consulta e facilitam muito o dia-a-dia dos cuidados de saúde.

E, sim, na maioria dos casos, a informação está no computador.

Mas estes programas não são perfeitos, são incompletos e também falham, daí a importância de saber (ou ter consigo a lista) quais os medicamentos que toma regularmente e aqueles que não deve tomar.

para conquistar as melhores condições no mercado através da sua simpatia e dos bons empregados, tal como da qualidade dos seus produtos. Sempre procurou o intuito de obter qualidade e bons resultados.

Estou muito grato por conhecer algumas das suas obras e também pessoas que nele depo-

sitam confiança. Aproveito para dizer com muita alegria que este mestre da Golpilheira criou na sociedade algo de grande importância, por vezes desconhecido, que está prestigiando muito bem o nome de uma terra que tem filhos de grande valor.

.opinião.

Uma vontade forte Mário de Sousa Valério, um cidadão do Carvalhal, lugar onde vive, é casado com Isabel Grosso Valério, pai de duas filhas, Joana e Sofia, e avô de três netos.

Dedicou a sua vida à construção civil, onde começou a trabalhar muito cedo, aos 12 anos, na companhia do seu pai Manuel Bento Valério, um grande “empreiteiro de obras”.

Tira a quarta classe, mas gostava mais da profissão de pedreiro, onde vai tentar aperfeiçoar o seu talento e tirar toda a aprendizagem para alcançar um nível de beleza na sua arte. Sabe tirar a lição dos erros e reconhecer os limites de conhecimento, usando as dúvidas para o progresso do seu potencial, sem medo e com gosto pela auto-aprendizagem.

Não foi fácil o caminho, mas ao fim de alguns anos a experiência ofereceu-lhe oportunidade

de crescer, com competência e dinâmica, no comando da sua firma. Foi sempre um homem trabalhador e muito dedicado, de grande competência na actividade profissional, reconhecido por engenheiros e especialistas.

Exemplo dessa conquista é uma obra de restauro de grande envergadura, para os lados de Peniche, onde resolve importantes detalhes difíceis de executar.

Durante a minha estadia em Portugal, tive o prazer de admirar essa e outras obras feitas de grande mestria, de observar construções elaboradas em todo o seu currículo histórico. É com imensa satisfação que registo no memorial de Mário Sousa Valério a importância de uma excelente carreira, da qual soube transportar a ligação da boa capacidade e uma excelente experiência de vida. O trabalho

desenvolvido pela sua sabedoria demonstra nele a preocupação de saber alcançar o importante das questões, além da ajuda da própria experiência. Assentamentos de pedras, azulejos, mosaicos e tijoleiras, revestimentos de paredes e outras técnicas usadas, admirei tudo o que observei.

Mário Valério tem tudo de bom

Inácio Grosso Valério, 11.05.2020

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

.rumos&andanças.

.templosda nossaterra.

Márcio Lopes • Docente do IPLeiria marcio.c.lopes@ipleiria.pt

José Eusébio Médico veterinário

da Marinha Grande.

Inicialmente, os moldes utilizados na fabricação do vidro eram de barro refractário ou de madeira.

Em 1926, Aires Roque, um ex-funcionário da Fábrica Nacional de Vidro, em conjunto como seu irmão Aníbal Henriques Abrantes, abre em Lisboa uma fábrica de moldes para vidro feitos de ferro fundido. Em 1929, devido a necessidade de proximidade aos clientes, Aires Roque e o irmão abrem na Marinha Grande a empresa Aires Roque & Irmão, Lda. Portanto, um dos vectores da industrialização na Marinha Grande provém do determinismo histórico a partir do Pinhal de Leiria e da dotação natural da terra, mas também da política industrial empreendida pelo Marquês de Pombal na segunda metade do sé-

culo XVIII, da inovação tecnológica nos moldes e do espírito empreendedor estrangeiro e nacional.

Um outro vector determinístico, sobretudo para os moldes, foi a indústria dos plásticos. Em 1907, Leo Hendrik Baekeland, um químico norte-americano de origem belga, inventou o primeiro plástico inteiramente sintético do mundo – a baquelite, uma resina moldável e com grandes possibilidades comerciais.

Nos anos 40, logo a seguir à Segunda Guerra, a produção mundial de resinas plásticas foi de 175 mil toneladas ao ano, tornando-se, assim, uma matéria-prima extensivamente utilizada pela indústria.

Em Portugal, a indústria de plásticos começou na década de 30. As duas empresas precursoras foram a Sociedade Industrial de

Produtos Eléctricos (SIPE), fundada em 1935 no Dafundo, e a Nobre & Silva em Leiria, no ano de 1927.

A empresa Nobre & Silva, cujos fundadores foram José Nobre Marques e José Lúcio da Silva (que dá hoje nome ao teatro da cidade), iniciou a sua actividade com a produção de alparcatas e pantufas de borracha e, em 1936, diversificou a sua produção para produtos plásticos em baquelite. José Lúcio da Silva foi o empresário que introduziu os plásticos no país e na região. E, entre os anos de 1945 e 1953, as empresas Nobre & Silva e a Baquelite Liz, fundada em 1946 e sediada na Gândara dos Olivais em Leiria, eram os principais clientes da empresa Aníbal Abrantes no fabrico de moldes para matérias plásticas.

Portanto, numa segunda fase de desenvolvimento industrial no eixo Leiria/ Marinha Grande salienta-se o uso da matéria-prima sintética, a baquelite, e a interacção industrial entre os moldes e o plástico.

A história económica da região tem os seguintes factores explicativos: matérias-primas naturais, política industrial nacional, inovação tecnológica, mão-de-obra especializada, empreendedorismo, interdependência industrial e abertura comercial ao estrangeiro. É esta a genética da economia regional de Leiria.

Igreja da Perulheira Esta igreja foi construída pelo povo do lugar da Perulheira, tendo sido começada a construir em 18 de Junho de 1977. O lugar da Perulheira fica situado na parte norte da freguesia de São Mamede.

Esta igreja foi benzida passados quatro anos de ter sido começada, mais concretamente em 26 de Julho de 1981.

A Padroeira da igreja da Perulheira é Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Na Perulheira, celebra-se a festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no 1.º domingo de Agosto

Fotos do autor

Nada se localiza no território ao acaso – as cidades, as casas, as estradas, as fábricas, enfim, tudo o que é feito com a vontade e a mão humana decorre de um processo decisório racional e com aspectos económicos.

Historicamente, a localização das actividades empresarias está relacionada com a proximidade das matérias-primas, as necessidades do consumidor, a especialização do factor trabalho e a interligação entre empresas de outros sectores.

Entre 1719 e 1747, a Real Fábrica de Vidros de Coina desenvolveu a sua actividade na margem sul do Tejo, até ser transferida, nesse último ano, para a Marinha Grande. O seu processo de transferência, sob a direcção do inglês John Beare, deveu-se a três factores essenciais: 1) as boas areias da região, enquanto matéria-prima; 2) a madeira do Pinhal de Leiria, enquanto combustível para os fornos; e 3) a existência de mestres artífices. No ano de 1767, a Real Fábrica de Coina foi declarada insolvente e, por considerar a fabricação da vidraça uma indústria estratégica para a reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755 e para o fortalecimento da economia nacional, o Marquês de Pombal exortou que, um outro inglês, Guilherme Stephens, recuperasse a Real Fábrica de Vidro. Durante quase seis décadas, a Real Fábrica foi administrada pelos irmãos Stephens, até que em 1910, com a República, a fábrica transita para as mãos do Estado, passando a denominar-se Fábrica Nacional de Vidros

Foto do autor

A História da Indústria Regional – Vidros, Moldes e Plástico

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

infantil • 31

Jardim-de-Infância da Golpilheira Alguns de nós já voltámos à escolinha, outros continuamos em casa... mas todos, todos continuamos a ser artistas!

sugestões

32 • de leitura

Paulus Editora . Espiritualidade .

Onde está Deus?

A fé cristã na época da grande incerteza Julián Carrón

«Ainda é possível encontrar Deus na época em que vivemos, na “sociedade líquida” em que estamos mergulhados? A secularização e a descristianização, características de um Ocidente outrora cristão, são um sinal do fim dos tempos ou apenas do fim de um tempo e do início de outro? A sociedade plural e relativista é o inimigo a combater, erguendo barreiras e muros, reforçando cidadelas construídas nas montanhas para rechaçar os ataques, ou será que se pode tornar na ocasião para anunciar o Evangelho de uma forma nova? O fim da civilização cristã, a dificuldade em encontrar um denominador comum nos “valores” e na moral “natural” assinalam a impossibilidade de um diálogo sincero entre crentes e não-crentes, ou exigem que este seja proposto de formas novas? Por que razão é que o Papa Francisco insiste tanto na misericórdia?» Andrea Tornielli conversa com Julián Carrón, presbítero espanhol e presidente do Movimento Comunhão e Libertação, sobre o desafio de encontrar Deus num mundo cada vez mais fragmentado. Com esta obra, ao ritmo de entrevista, é possível ler a história deste Movimento, mas também mergulhar no início do Cristianismo, nos evangelhos e em Jesus Cristo.

Histórias da Bíblia para crianças + Oferta especial Goretti Dias

As histórias da bíblia sempre foram lidas, contadas, narradas e desenhadas para as crianças. O imaginário dos pequeninos é preenchido de figuras, lugares, milagres e personagens cheios de bondade, força e diversas outras situações e características.

Para a educação religiosa que se dá em família é de suma importância essas narrativas, pois ajudam no desenvolvimento religioso dos mais pequeninos e aproximam a criança dos textos sagrados, que mais à frente farão parte de sua vida, na catequese e na vida cristã. Dessa maneira, os textos de Goretti Dias estão cheios de adaptações das histórias bíblicas que lhes foram contadas quando crianças e qua ainda hoje surtem efeitos em sua memória.

Com riquíssimas e fabulosas ilustrações, todo o conjunto bíblico tem obras que fascinarão aos pais e, principalmente, as crianças, a imergir na história e na beleza das páginas.

Livro de Etiqueta Eunice Gaspar

Guerra & Paz

Este é um livro para nos ajudar a viver melhor em sociedade. Neste livro estão as regras que ajudam a humanizar o nosso convívio com os outros, em sociedade. Chamemos-lhe «etiqueta».

Nesta obra retoma-se o melhor do que a tradição nos legou e fala-se das regras de etiqueta para sabermos conviver, hoje, num mundo globalizado, em que a comunicação se faz cada vez mais através da Internet. Pode ser-se elegante nas redes sociais? Pode! Estão aqui as regras, como estão os bons princípios de etiqueta para viagens e contactos com outras culturas. Respeitando e retomando os valores da etiqueta tradicional, este livro adapta-os e dá-nos ferramentas para agir da melhor forma perante novos desafios do nosso dia-a-dia.

Educar Crianças – GPS para Pais

Teresa Paula Marques

Guerra & Paz

“Não tenha receio de dizer ‘não’ ao seu filho, pois não o vai traumatizar, muito pelo contrário! Uma criança a quem não são impostos limites crescerá desenquadrada da sociedade.» Este conselho de Teresa Paula Marques para pais e educadores é talvez a chave mestra que lhe abrirá as portas deste guia prático para lidar com problemas comuns de crianças e jovens e ajudá-lo na difícil, mas gratificante, tarefa de educar. Para a psicóloga, especialista em pedagogia, a chave de uma boa educação está no equilíbrio entre a disciplina e o amor. Numa linguagem simples, dirigida a pais e educadores, a autora começa por apresentar alguns aspectos que considera básicos na educação, como as regras, as rotinas ou a coerência entre as regras ditadas pelo pai e pela mãe. Apresenta também diversas estratégias para fazer face aos problemas clássicos do quotidiano, como as birras, as dificuldades em ir para a cama ou as brigas entre irmãos, e aborda questões mais actuais, como a influência dos youtubers, os riscos das redes sociais ou a perigosa tendência dos jovens para partilhar nude selfies. A obra tem prefácio de Jorge Rio Cardoso, autor bestseller de livros sobre a educação e a escola.

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Enfim, Livre!

Um Verão Especial

Lucerna (apoio Fundação AIS)

Círculo de Leitores

Asia Bibi

Elin Hilderbrand

Esteve quase 10 anos na prisão por ser cristã e ter bebido um copo de água de um poço muçulmano. Parece uma piada de mau gosto, mas aconteceu na verdade.

Asia Bibi é a prova de como a “lei da blasfémia” é aplicada no Paquistão para atacar as minorias religiosas, nomeadamente os cristãos. Graças a uma enorme campanha internacional, com o apoio de instituições como a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Asia Bibi foi libertada. Hoje, é uma mulher livre, mas não pode viver no país que ama, pois continua ameaçada por grupos fanáticos que a querem assassinar.

A própria história da sua defesa está escrita com sangue de inocentes: o governador de Punjab, Salman Taseer, e o ministro cristão Shahbaz Bhatti foram assassinados por a terem apoiado publicamente. Esta é a história que a própria conta neste livro, como um grito de alerta para que o mundo olhe com atenção para a dramática situação em que se encontram as minorias religiosas no seu país. A lei da blasfémia, que a arrastou para “o buraco”, como chama à cela onde viveu, é sinal da perversão de uma sociedade que fecha os olhos ao sofrimento, que aceita a mentira como lei e que alimenta de forma sistemática discursos de ódio e de vingança. Os cristãos estão praticamente sozinhos e poucos os defendem, à excepção de instituições (poucas) como a fundação em cujo site poderá desde já encomendar o livro: www.fundacao-ais.pt.

Este romance leva os leitores a uma das épocas mais tumultuosas dos Estados Unidos da América no século XX, em pleno ano de 1969, A autora conta a história da família Levin que vive autênticos tempos de mudança e de enormes interrogações, enquanto se adapta e luta por acompanhar entender o estado da nação, por lidar com os seus segredos mais profundos e com o relacionamento frágil entre pais, filhos e avós. Todos os anos a família ansiava por passar o Verão na casa da avó, na Baixa de Nantucket; no entanto, como em tantas outras coisas na América, este ano tudo será diferente. Blair, a irmã mais velha, vê-se presa em Boston, grávida de gémeos e incapaz de viajar; Kirby é apanhada no meio do vórtice de protestos pelos direitos civis; Tiger, soldado de infantaria, foi enviado para o Vietname; e Jessie, com 13 anos, sente se subitamente filha única e isolada naquela casa habitada pelos segredos da avó e da mãe. Enquanto o Verão aquece, o Homem chega à Lua, realiza-se o Festival de Woodstock, o senador Ted Kennedy sofre um polémico acidente de automóvel e Jessie e a sua família vivem as suas próprias convulsões dramáticas, tal como o resto da nação.

O Principezinho

LeYa / Oficina do Livro

Antoine de Saint-Exupéry

Guerra & Paz

Uma das obras mais lidas e mais amadas pela humanidade desde há 77 anos, “O Principezinho” é mais do que um clássico, é um derrame de ternura e compreensão que realça os valores mais autênticos da vida. À primeira vista, é um livro muito simples. Um principezinho fala com um aviador em apuros e cativa-o. Mas que mensagem nos quererá transmitir esse viajante que, vindo de um asteróide, é tão semelhante a qualquer um de nós? O principezinho é apenas uma criança que conta histórias. Fala com rosas, reis e serpentes. São alegorias talvez, impregnadas da tristeza serena de quem anda à procura, tal como o aviador no deserto. A busca deles é o espelho da nossa procura diária, encantada ou desencantada, de um sentido para a vida. É por isso que este não é um mero livro infantil, é um clássico para ler e reler em várias etapas da nossa busca diária. Nesta nova edição da Guerra e Paz, em parceria com o Grupo Cofina, respeita-se o original, mas acrescenta-se desafio e interactividade com os leitores: perguntas, enigmas e desafios que vão pôr o leitor em diálogo com as personagens e a obra.

O Gato que Roubava Corações Melinda Metz

Planeta

Este é o livro inspirado na história real de um gato de Portland, Oregon, que roubava os vizinhos e que arrebatou o coração da América. Jamie Snyder tem 34 anos e é solteira, mas não está interessada em investir na sua vida amorosa. Depois de ter sofrido vários desgostos, está pronta a viver apenas com o seu MacGyver, um gato adorável que tem o hábito pouco adorável de sair à noite para roubar coisas aos vizinhos. É um gato ladrão, mas ainda assim o único macho em que Jamie confia e o único companheiro de que precisa… Mas MacGyver tem outros planos. Ele sabe que a sua humana se sente sozinha. Consegue farejar isso. É o mesmo odor que notou no vizinho David, um jovem e elegante pasteleiro que está farto de que os amigos lhe arranjem encontros. Mas agora MacGyver irá tratar do assunto. Primeiro, rouba qualquer coisa a David e esconde-a em casa de Jamie.

Depois, rouba qualquer coisa a Jamie e deixa-a em casa de David. Em breve, ambos andarão a devolver os objectos roubados, a trocar histórias de encontros horríveis e a tentarem não se apaixonar. Mas não enganam MacGyver. Quando os humanos geram tanto calor, é porque o amor está no ar…

História do Sporting Clube de Portugal

Luís Costa Dias e Paulo Barata

Contraponto

Imprescindível para qualquer sportinguista, mas também para os interessados pela história do desporto em Portugal e até da cidade de Lisboa, este é um livro de futebol, e não só. Da autoria de Luís Costa Dias e Paulo Barata, é a mais completa e rigorosa obra sobre a História do Sporting Clube de Portugal, com uma nova abordagem desde as origens até aos anos da presidência de José Alvalade, cujo centenário da morte se comemora este ano. É produto oficial do SCP e está repleto de factos novos onde, com base em documentos – inéditos, pouco conhecidos ou reinterpretados –, pessoas e instituições são analisadas à luz de contextos sociais mais amplos. Da abordagem inovadora feita pelos autores surgem novas perspectivas sobre os primeiros tempos do clube, aqui apresentados de forma dinâmica, numa viagem que leva o leitor até à época dos distintos sportsmen, das glamorosas festas desportivas, das atribulações dos primeiros torneios e competições. Assente no indispensável rigor histórico e profusamente ilustrado com imagens e documentos da época, este livro exalta protagonistas desconhecidos, episódios relevantes, resultados memoráveis do período inicial, em que um grupo de amantes e praticantes de desporto ergueram um clube com princípios, valores e condições ímpares para a prática dos desportos. Um clube histórico e de referência nacional, como aqui verá...

Paixão de Lisboa

Rebecca Scott Cabral Quando a vida perfeita de Josie em Londres fica repentinamente virada do avesso, esta inglesa inexperiente resolve aceitar, com algum cepticismo, e apenas para arejar as ideias, a oportunidade de um emprego em Lisboa. Será que o que vai encontrar em Portugal é mais do que a soma de tudo o que perdeu? Esta não é uma história de amor e, no entanto, ao mesmo tempo, é exactamente isso. Uma história de amor pela vida, de amor-próprio, de amor por sexo, de amor por Lisboa, nascida a partir de tantas outras histórias de jovens mulheres, oriundas de vários pontos do Mundo, que se perderam e se reencontraram nas ruas sinuosas e nos recantos secretos da capital portuguesa. Num registo hábil e sensual, Paixão de Lisboa mostra-nos uma cidade poderosa capaz de causar dor e prazer, deslumbramento e desespero, a todos os forasteiros que tentam decifrar os seus segredos e se vêem impotentes para transformar a sua natureza – mas que, inevitavelmente, acabam eles próprios por se verem transformados pela cidade. Rebecca Scott Cabral descobriu Portugal em 2011, por acaso e coincidência. Desde então que mora e trabalha em Lisboa, onde quer viver para sempre e onde tem vivido numerosas aventuras e desventuras, uma das quais resultou num apelido português. Paixão de Lisboa é o seu primeiro romance publicado.

Porquê a Europa: Reflexões de Um Sinólogo

Jean François Billeter

Guerra & Paz

Numa altura em que se discute a origem do novo coronavírus, o sinólogo suíço Jean François Billeter afirma que a ameaça da China é política e não sanitária. Uma tradição histórica imperial que oprime as forças de progresso chinesas e ameaça a democracia europeia. Esta é uma das conclusões a tirar deste ensaio que mostra o conflito entre dois sistemas inconciliáveis, o chinês e o europeu, que nós europeus corremos o grave risco de perder com consequências graves, tanto para nós, como para as forças progressivas chinesas. O livro condensa, com brilhantismo, três milénios de história e de tradição filosófica chinesas. O actual poder invoca o grande passado do Império do Meio e procura bloquear qualquer crítica com o argumento de que a China só pode ser julgada pelos critérios das suas próprias tradições. Tradições das quais as forças do progresso chinesas se tentam afastar há mais de um século, baseando-se na tradição europeia de liberdade e de democracia. O sucessivo esmagamento dessas forças é a tragédia da China, que uma vez mais o actual poder de Pequim repete, fazendo com que a obediência se converta na segunda natureza dos seus súbditos. O que pedem as forças do progresso na China, em Hong Kong, na democracia de Taiwan, é que a Europa resista à armadilha desse relativismo cultural. «Se a Europa fracassar, estamos perdidos» é o grito de alarme lançado pelos chineses que querem liberdade e democracia…

Devora-me o corpo... penetra-me a alma

Vaz Pessoa/Augusto Sesimbra

Edição de autor

Esta é mais uma obra poética assinada por Vaz Pessoa e Augusto Sesimbra, dois heterónimos do escritor batalhense Fernando Vaz Machado. Dele diz Margarida Lourenço no prefácio: “Se existe sentimento mais nobre do que o amor, o Vaz exprime esse sentimento de forma verdadeira e pura.

Brota do Vaz Pessoa, o nosso eterno Vaz, uma alma pura de criança em corpo de homem. A alma ganha forma e caracteres de verdade, exprime esse sentimento puro e expõe as fraquezas do ser humano, onde este poeta-escritor verdadeiro, despe-a de preconceitos. O poeta auxilia os desfavorecidos enaltecendo a nobreza humana por vezes utópica mas que o poeta alvitra melhores predicados que vivificam tudo e todos. Enaltece as mulheres e julga-as sem discriminação… as senhoras de coração. Tenta colmatar as imperfeições… que existem nos seus corações. Tenta tocar o homem duro… e dar-lhe um porto seguro. (…) O seu escrever confunde-se com o seu respirar. E nos seus escritos brotam versos, prosas, ideias genuínas como água cristalina das fontes da serra. Ninguém sabe o que é o amor, mas sabe se o amor pudesse haver… o Vaz o ia descrever”.

história • 33

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

. história .

Miguel Portela Investigador

A fábrica de sola na Quinta da Pegada em óbidos Uma sociedade entre Agostinho Gomes da Silveira e Genoveva Maria do Rosário Na segunda metade do século XVIII, a vila de Óbidos era descrita da seguinte maneira: “Villa da Estremadura, doze léguas ao Norte de Lisboa, sete ao Poente de Santarem, tres ao Sul de S. Martinho, e tres ao Nascente de Peniche. (…) Está situada sobre um lugar alto, e cingida de fortes, e levantados muros. Por todos os lados apresenta aos olhos ou colinas, ou montes povoados de pomares, e vinhas, e planícies férteis em trigo, e milho, e que mais o serião entregues a melhor cultura; e para seu maior sortimento tem distante meia legoa a lagoa de seu nome, de que tira fartura de peixe, e abundancia de caça. (…) Não hé povoação grande, mas bem o podia ser, pois podia para o Nascente alargar-se muito, e muito mais para o Sul. Não tem passeios, jardins, estatuas, lagos, teatros, e vistosas praças, porque lhos não fizerão. (…) O seus habitadores são hábeis, prendados, e de estatura além da marca, quasi todos distinctos e sábios, sem o trabalho de aprenderem” (MALHÃO, Francisco Manuel Gomes da Silveira - Vida, e Feitos de Francisco Manoel Gomes da Silveira Malhão, Escrita por elle mesmo: Com as obras, quantas compoz em prosa e verso até ao anno de 1789, o solemne de sua formatura, semeadas pelo corpo da obra nos seus respectivos lugares, com as rubricas mais competentes: e com as posthumas de seu Irmão Antonio Gomes da Silveira Malhão. Tomo I, Terceira impressão. Lisboa: Typographia de J. F.M. de Campos, 1824, pp. 2-6).

Foi precisamente nesta “nobre vila de Óbidos”, que em 17 de dezembro de 1782, se lavrou uma escritura de contrato de sociedade de uma grande fábrica de sola sita na Quinta da Pegada entre o Doutor Agostinho Gomes da Silveira e Genoveva Maria do Rosário, viúva de Manuel Gomes Óbidos do lugar da Usseira (Apêndice documental – documento 1). Agostinho Gomes da Silveira era filho de José Gomes e de Maria Gomes e havia sido casado com D. Maria da Conceição que faleceu em 10 de dezembro de 1772, a qual era filha de Estevão Correia Malhão e de sua esposa Catarina Gerarda (A.D.L., Livro de Óbitos da Paróquia de S. Pedro – Óbidos [1765-1859], Dep. IV-38-B-25, assento n.º 2, fl. 29v).

Asseverou Agostinho

Gomes da Silveira, nesta escritura, que “era senhor e possuidor de hum grande fábrica de solla atanada sita e edificada em a sua Quinta chamada da Pegada junto a esta villa com todas as officinas, e instrumentos precizos e necessários para o laboratório da mesma”.

Este, e Genoveva Maria do Rosário “estavam ajustados, havidos e contratados a fazerem huma sociedade e serem enteressados nos lucros e perdas provenientes do laboratório da dita fábrica”, cujas condições ficaram registadas nesta escritura.

Sabemos assim, que Agostinho Gomes da Silveira entrara com “a dita fábrica e todas suas officinas e mais instrumentos necessários para o laboratório della, e tambem com a sua direcçam, e industria detrimenando aos operários, mestre, e feitor da mesma fábrica o que devem fazer, tomando aos mesmos contas todas as semanas, e fazendo em hum livro todos os assentos de entradas, sahidas, receitas, despezas, e de tudo o que pertencer á sociedade, e laboratório da dita fábrica”.

De idêntico modo, ficou determinado que a “dita Genoveva Maria do Rozario para que bem trabalhar da dita fábrica, e para que com a abundancia se comprem couros, e as las, e o mais que he precizo para o laboratório de semelhantes fábricas entrará com doze contos e seiscentos mil reis, os quaes poram na mam da viúva de Joaquim Ignacio da Crus, a quem o defunto marido da dita outorgante os emprestou, e pertencem ao cazal”.

Documenta-se neste contrato que “do monte mayor da dita sociedade se pagaram e satisfaram os salários, ordenados, e jornaes do mestre, feitor, ou administrador tanto o da fábrica como ao que hé precizo haver em Lisboa assim para a compra da courama como para a extracção da fazenda ficando na eleição delle outorgante os sogeitos que para o dito ministério, porem das suas obrigaçoens e ocupaçoens com o respeito a fidelidade o inteirava delles e da mesma forma se pagaram os operários da fábrica, e todas as mais despezas que para a fábrica, como com as conduçõens das fazendas que se transportaram para se venderem em outras partes, e com tudo o mais que for precizo para o laboratório da fábrica, e venda das fazendas como tambem os direitos que por cauza das mesmas conduçõens e vendas se houve-

rem de pagar”.

Agostinho Gomes da Silveira afiançou igualmente, e atendendo a que “para o laboratório da dita fábrica hé precizo haver hum ou dois bois conforme a quantidade da courama para moerem a casca, e hora moam, hora não, e ficariam inúteis nestes espaços, sem que possa cahir em boa conta aproveitar elle dito outorgante estes intervalos para obrar estes incómodos inconvenientes se obriga a dar bois, de fora da sociedade sustentandos a sua custa para moerem a casca preciza por tres mil e duzentos reis cada hum por cada mez para mil couros e dahi para serra á proporção”. Por último, e em caso de lucro ou perda, registou-se que ambas as quantias seriam divididas em duas partes iguais, tanto para um como para outro dos outorgantes.

Na verdade, esta sociedade vem revelar e testemunhar a existência de uma fábrica de sola na Quinta da Pegada em Óbidos na segunda metade do século XVIII, assim como os moldes em que foi lavrada, em escritura pública, uma sociedade entre o Doutor Agostinho Gomes da Silveira e Genoveva Maria do Rosário.

Podemos dizer que este caso não foi único na região estremenha. No século XVIII, foram inúmeros os proprietários que nas suas quintas, instalaram fábricas de diversos tipos de indústria. Esperamos em breve poder apresentar um estudo aprofundado sobre algumas quintas da região onde esta evidência foi uma realidade.

APÊNDICE DOCUMENTAL DOCUMENTO 1

1782, dezembro, 17, Óbidos – Contrato de sociedade de uma fábrica de sola na Quinta da Pegada em Óbidos.

Arquivo Distrital de Leiria, Cartório Notarial de Óbidos [1780-1788], do notário José Garcia Botelho, Dep. V-93-D-4, fls. 156-158v.

Fora.

Escriptura de contrato que fazem o Doutor Agostinho Gomes da Sylveira desta villa, e Genoveva Maria do Rozario, viuva de Manoel Gomes Obidos do lugar da Usseira e respeito da Fábrica de Solla da Quinta da Pegada.

Em nome de Deos Amen. Saibam quantos este publico instromento de escriptura de contrato de sociedade e obrigação ou como em Direito milhor se possa dizer e mais valer virem que no anno do Nascimento de Nosso Senhor

Vista geral - Óbidos. Postal ilustrado do século XX. Edição: Typographia e Papelaria Dias & Paramos.

Fontanário da Quinta da Pegada. Postal ilustrado do século XX. Edição: P. Guedes – Lisboa.

Jezus Christo de mil e setecentos e outenta e dois aos dezasete dias do mes de dezembro do dito anno em esta nobre villa de Obidos e cazas de morada do Doutor Agostinho Gomes da Sylveira aonde eu Tabalião ao diante nomeado vim sendo ahi prezentes partes outorgantes, e contratantes o dito Doutor Agostinho Gomes da Sylveira, e da outra parte Genoveva Maria do Rozario, viuva de Manoel Gomes Obidos moradores no lugar da Usseira termo desta dita villa pessoas conhecidas de mim Tabeliam e das testemunhas ao diante nomeadas e assignadas, e logo ahi pellos ditos outorgantes o Doutor Agostinho Gomes da Sylveira e Genoveva Maria do Rozario por ambos juntamente e cada hum de per si e in solidum foi dito a mim Tabeliam perante as ditas testemunhas que elle dito Doutor Agostinho Gomes da Sylveira era senhor e possuidor de hum grande fábrica de solla atanada sita e edificada em a sua Quinta chamada da Pegada junto a esta villa com todas as officinas, e instrumentos precizos e necessários para o laboratório da mesma // [fl. 156v] da mesma fábrica, e que por assim ser, de seus motos próprios de suas boas e livres vontades, e sem constrangimento de pessoa alguma estavam ajustados, havidos e contratados a fazerem huma sociedade e serem enteressados nos lucros e perdas provenientes do laboratório da dita fábrica com as condiçõens seguintes // Que elle dito Doutor Agostinho Gomes da Sylveira entrara com a dita fábrica e todas suas officinas e mais instrumentos necessários para o laboratório della, e tambem com a sua direcçam, e industria detrimenando aos operários, mestre, e feitor da mesma fábrica o que devem fazer, tomando aos mesmos contas todas as semanas, e fazendo em hum livro todos os assentos de entradas, sahidas, receitas, despezas, e de tudo o que pertencer á sociedade, e laboratório da dita fábrica, e que ella dita Genoveva Maria do Rozario para que bem trabalhar da dita fábrica, e para que com a abundancia se comprem couros, e as las, e o mais que he precizo para o laboratório de semelhantes fábricas entrará com doze contos e seiscentos mil reis, os quaes poram na mam da viúva de Joaquim Ignacio da Crus, a quem o defunto marido da dita outorgante os emprestou, e pertencem ao cazal, em ordem de que ella outorgante se acha em possa, como cabeça de cazal, os quaes doze contos e seiscentos mil reis, poderá receber o dito outorgante o Doutor Agostinho Gomes da Sylveira da mam da dita devedora viuva de Joaquim Ignacio para o que ella outorgante lhe dará procuraçam bastantes, a qual já por esta escriptura lhe dá com todos os poderes que por Direito se requerem para em nome della outorgante Genoveva Maria do Rozario poder receber a dita quantia digo a dita divida, e demandar por ella a dita devedora, cazo que duvida satisfazela sem contenda judicial, e do que receber passar quitaçoens. Que

os ditos doze contos e seiscentos mil reis, que o dito outorgante Doutor Agostinho Gomes da Sylveira hade receber seram inteiramente applicados para o laboratório da dita fábrica, e nam os poderá applicar a outra alguma couza que nam respeite ao laboratório da fábrica e dita sociedade, e applicandoos a outra alguma couza o que delle se nam espera, ficara elle dito Doutor responsável e obrigado a pagar a ella outorgante toda a perda, damno, e lucro asente que pella dita rezam houver e lha acontecer // [fl. 157] e lha acontecer. Que do monte mayor da dita sociedade se pagaram e satisfaram os salários, ordenados, e jornaes do mestre, feitor, ou administrador tanto o da fábrica como ao que hé precizo haver em Lisboa assim para a compra da courama como para a extracção da fazenda ficando na eleição delle outorgante os sogeitos que para o dito ministério, porem das suas obrigaçoens e ocupaçoens com o respeito a fidelidade o inteirava delles e da mesma forma se pagaram os operários da fábrica, e todas as mais despezas que para a fábrica, como com as conduçõens das fazendas que se transportaram para se venderem em outras partes, e com tudo o mais que for precizo para o laboratório da fábrica, e venda das fazendas como tambem os direitos que por cauza das mesmas conduçõens e vendas se houverem de pagar. E porque para o laboratório da dita fábrica hé precizo haver hum ou dois bois conforme a quantidade da courama para moerem a casca, e hora moam, hora não, e ficariam inúteis nestes espaços, sem que possa cahir em boa conta aproveitar elle dito outorgante estes intervalos para obrar estes incómodos inconvenientes se obriga a dar bois, de fora da sociedade sustentandos a sua custa para moerem a casca preciza por tres mil e duzentos reis cada hum por cada mez para mil couros e dahi para serra á proporção. Que todo o lucro que houver depois de satisfeita as ditas despezas se divida e partira ao meyo em duas partes iguaes tanto para hum outorgante como para a outra outorgante; para o que emquanto durar a dita sociedade todos os annos se faram e ajustaram as contas e se dará balanço, e achandose lucro se dividirá este logo em duas parte iguaes na forma sobredita. Que havendo perda na dita sociedade (o que Deos não permitta) do mesmo modo se dividirá igualmente entre elles dittos outorgantes, e cada hum delles pagará de permeyo a perda que acontecer. E pello dito outorgante Doutor Agostinho Gomes da Sylveira foi mais dito que recebendo ella o dito dinheiro se obrigava a trazelo empregado no dito contracto, e nam mandar as fazendas a Reynos e lugares prohibidos, e outrosim a pagar a Sua Magestade todos os Direitos que se lhe deverem, e não o fazendo assim e por sua couza ou culpa se perder alguma fazenda e mer- // [fl. 157v] e mercadoria elle pagará todo o damno que por sua culpa acontecer e dice mais elle dito outorgante que recebendo elle

como espera o dito dinheiro se obriga finda que seja a sociedade a entregalo a dita outorgante toda a quantia de dinheiro que tiver della recebido ao que obriga sua pessoa e bens havidos e por haver e expecialmente hypoteca a dita sua Quinta da Pegada com todas as suas pertenças, não ficando derrogada por esta expecial hypoteca a geral de todos os seos bens que juntamente obriga a hypoteca e se obrigou mais elle dito outorgante a dar contas com juramento a ella outorgante á vista de duas pessoas ou Mercadores quaes elle outorgante quizer que saibam do dito contrato, e negocio de todos os lucros e perdas que houver por couza da dita sociedade, e de lhe pagar tudo o que lhe pertencer dos lucros que houver que vem a ser metade destes na forma assim dita, e havendo perda pagar metade da mesma perda, e que não dando as ditas contas na forma sobredita, nem satisfazendo os lucros a ella dita outorgante esta o poderá demandar tanto pello capital, como pella meaçam do lucro, e ganancia que dois homens inteligentes e juramentados arbitrarem, e pelos ditos outorgantes ambos juntos, e por cada hum delles, in solidum foi mais dito que elles prometião cumprir e guardar esta escripura e todas as suas clauzulas, e de a nam revogar, nem reclamar em tempo algum nem vir contra ella com duvidas, demandas ou embargos de nenhuma qualidade que sejam, nem ainda de matéria de engano ou lezam o que neste cazo nam há, e que por todo o tocante a ella se obrigavam responder no Juizo geral desta dita villa perante o Ministro della que hoje hé a ao tal tempo for perante o qual querem estar e a todo o cumprimento de Direito e Justiça para o que renunciavam o Juizo de seo foro, terra ou lugar onde viverem e seos domicílios tiverem e todos os mais privilégios, leis e liberdades e tudo mais que em seo favor seja e allegar possam porque de nada se querem valer nem ajudar senam em tudo muito inteiramente cumprir e guardar esta escriptura e suas clauzulas na forma que nella se contem, e em testemunho de fé e verdade asim o outorgarão, pedirão e aceitaram e mandarão ser feito este instromento // [fl. 158] este instromento nesta minha Nota para della serem dados os treslados necessários que pediram e aceitaram e eu Tabeliam por quem tocar auzente tanto quanto em Direito devo e posso fazer sendo a tudo prezentes por testemunhas que assignarão com os ditos outorgantes depois de por mim Tabeliam lhes ser lida a prezente escriptura que houveram por boa Joaquim António da Sylveira, e Joaquim Leal Moreira ambos desta mesma villa que todos aqui assignarão de seos signaes costumados que dou fé serem os próprios e estarem prezentes e eu Jozé Garcia Botelho Tabaliam que o escrevi. (a) Genoveva Maria do Rozario (a) Agostinho Gomes da Silveira (a) Joaquim António da Silveira (a) Joaquim Leal Moreira

poesia/

34 • /diversos

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020 apoio/divulgação

. Poesia .

Condição Não houve sinais no céu nem profeta a prevê-la.

Como nos tempos antigos, a peste vestida de negro, de negro, de negro da morte, veio avisar as nações, a todas sem excepção, como nos tempos antigos, que é tão frágil a condição, a condição de ser humano, que basta um nada invisível para a dominar e perdê-la.

Ao contrário dos tempos antigos não houve sinais no céu nem profeta a prevê-la.

José Travaços Santos

Vamos cuidar da terra Mexer nos arquivos leva-nos a encontrar memórias guardadas e que podem revelar a sua actualidade. Foi o caso do jogral que abaixo publicamos, com data de 14 de Junho de 2015, feito numa festa de encerramento do ano lectivo pelos alunos do ensino básico.

Vamos cuidar da Terra Da mãe natureza Preservando a vida TODOS: Do nosso Planeta Não desperdicem água Para não faltar Separe todo o lixo TODOS: Para reciclar Não destruam as matas Árvores e flores Que enfeitam o Mundo TODOS: Com as suas cores Não poluam o ar Isso não é legal Na certa vai causar TODOS: o aquecimento global Vamos trabalhar Nessa tarefa urgente Para preservar TODOS: O nosso meio ambiente Fica a mensagem, que, como disse, nunce perde actualidade.

MCR

Poeta Quando o poeta Sai à rua Já é noite serrada Contemplado pela lua É noite abençoada.

Ele de momento se inspirou, E logo algo sentiu Sua mente não parou E de letras escritas sorriu.

Para mim num papel qualquer, Serve para qualquer desabafo Dizia minha mulher Quase não acreditava o que faço.

Singela olhou e sorriu, De quem pouco ou nada mentiu Mas com um sorriso escreveu Para o que a mente te deu.

O poeta só é poeta, Quando caminha numa estrada Vai caminhando e sempre alerta Pode o valor ser tudo ou nada.

Vive feliz com um enorme coração, Sobressai bem lá no fundo Com uma vida cheia de emoção Vive sentido as tristezas do mundo.

Tu és meu amigo, Porque me compreendes Eu em cada momento estou contigo Porque me defendes.

A hora tem sempre lugar, Bate bate forte Sem parar Na vida só para a morte.

Quando o poeta, Deixar de escrever Foi a hora certa Que o relógio deixou de bater.

Pode ser um triste vagabundo, Num caminho incerto Poeta esquecido pelo mundo Que vives tão perto.

José António Carreira Santos 11-03-2020, Marinha Grande

Uma rosa no purgatório Descarta tua valentia Inverte preconceitos inúteis Tempos inerentes, atos úteis Valores veem por garantia Tantos doentes terminais Sem palavra alguma a ouvir Partilha com o teu sentir Postura tua, nos momentos finais Troca mordomias momentâneas Idas a fúteis locais ou casino Tua alma tome ensino Valores perenes são coletâneas Sente o teu espírito Liberta teu sentimento Quanto vale ouvir um lamento Isso será o nosso grito Vaz Pessoa

. obituário .

AGRADECIMENTO

Maria Carreira Nunes Ribeiro

Ser mulher…

Ser mulher é ser amiga, esposa, amante e mãe.

Ser mulher é ter sempre nos lábios um sorriso, que não desvanece mesmo em horas difíceis.

Ser mulher é o amparo, a felicidade, a alegria dos homens.

Ser mulher é ser mãe carinhosa que ampara os seus filhos e lhes dá todo o seu amor.

Ser mulher é não desistir.

Ser mulher merece o respeito dos homens.

Ser mulher é o ser mais doce que Deus criou para a Mãe de Jesus Cristo.

SER MULHER merece ser escrito com letra grande.

Gracinda Rito

N. 30-12-1935 • F. 21-05-2020 Seus filhos, genros, nora, netos e restante família, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz.

Eternamente nos nossos corações… Até um dia…

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OBITUÁRIO

Informamos que a publicação dos agradecimentos por ocasião de falecimento é gratuita para naturais e residentes na Golpilheira. Publicaremos apenas quando nos for pedido pelos familiares ou agências funerárias.

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SANTOS & MATIAS CONSIGO DESDE 1980

244765764 - 244768685 967027733 - 966708993

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R. Principal, 141 - Brancas • Est. Fátima, 10B - Batalha AGORA TAMBÉM EM PORTO DE MÓS - Lj. D. Fuas - Lg. Rossio, 35C

a fechar • 35

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

. telefones úteis .

112

Número europeu de emergência Bombeiros Voluntários da Batalha G.N.R. Batalha Junta de Freguesia Golpilheira Câmara Municipal Batalha Centro de Saúde da Batalha Centro Hospitalar N. S. C. - Brancas Escola Primária da Golpilheira Jardim-de-Infância da Golpilheira Agrupamento Escolas Batalha Correios (CTT) - Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vitória Águas do Lena (Piquete: 939 080 820) Táxis da Batalha Centro Recreativo da Golpilheira Linha de Saúde Pública Linha de emergência Gás EDP - Avarias (24 horas) SUMA - Levantamento de “monos”

. Tintol & Traçadinho . tá...guishte..elha..kodha...diuns... kaos...estúpidos...ti...uandham...ii... bandaiá... estátuas?!

244 768 500 244 769 120 244 767 018 244 769 110 244 769 920 244 769 430 244 766 744 244 767 178 244 769 290 244 769 101 244 765 497 244 764 080 244 765 410 244 768 568 808 211 311 808 200 157 800 506 506 244 766 007

hon??!?!?

Couvido

.fotodestaque. LMF 2 exemplos ...um mau e um bom.

Começamos pelo de cima. Parece que, apesar de todas as campanhas nas televisões, nas rádios, nos jornais, nos cartazes de rua, nas escolas, continua a haver quem não conheça a finalidade de um ecoponto. Sendo duvidoso que alguém seja ignorante ao ponto de não saber que um colchão não é plástico, nem vidro, nem cartão... resta concluir que é mesmo por falta de civismo, para não dizer coisa pior.

Enfim, já não há pachorra para isto...

. ficha técnica Registo ERC . 120 146 / Depósito Legal . 104.295/96 Contribuinte . 501 101 829 Director . Luís Miguel Ferraz (CP 5023) Director-adjunto . Manuel Carreira Rito (TE-395) Composição . Paginação . Luís Miguel Ferraz Colaboradores . Ana Maria Henriques, António Ferraz (assinaturas), Carolina Carvalho (secretária), Cremilde Monteiro, Cristina Agostinho, Fernando Vaz Machado, Joaquim Santos, José António Santos, José Jordão Cruz, José Travaços Santos, Marco Ferraz (publicidade), Rafael Silva, Rui Gouveia.

Propriedade/Editor . Centro Recreativo da Golpilheira (Instituição Utilidade Pública - D.R. 239/92 de 16/10) Presidente: Fernando Figueiredo Ferreira Sede proprietário/editor/redacção . Centro Recreativo da Golpilheira - Estrada do Baçairo, 856 - 2440-234 Golpilheira . Tel. 910 280 820 / 965 022 333 Composição. Est. do Vale, 100 - 2440-232 Golpilheira Impressão . Empresa Diário do Minho, Lda . - Rua Santa Margarida, 4A - 4710-306 Braga - Tel. 253303170 .

Tiragem desta edição . 900 exemplares Sítio: www.jornaldagolpilheira.pt Facebook: www.facebook.com/jgolpilheira Twitter: www.twitter.com/jgolpilheira Email: geral@jornaldagolpilheira.pt Estatuto Editorial: jornaldagolpilheira.pt/about

Agora o de baixo. Bom exemplo, no dia da abertura dos cemitérios após o desconfinamento: o nosso estava limpo e bonito. Boa iniciativa da Junta de colocar uma flor em todas as campas, mesmo as mais abandonadas...

. recordar é viver .

. ficha de assinatura .

Assinatura anual: 10 € (Europa 15 € • Resto do mundo 20 €)

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Nome ________________________________________ Rua __________________________________________ _______________________________ Nº ___________

Homenagem aos velhos (sem sentido pejorativo)

Localidade ____________________________________

“Ti Canoca” – Matilde Monteiro – viveu no Paço da Golpilheira e criou 7 filhos. Faleceu com 101 anos.

“Ti Olinda” – Olinda da Cruz – viveu no Casal de Mil Homens e criou 8 filhos. Faleceu com 80 anos. Esta foto foi tirada num tradicional almoço anual para os jovens com mais de 60 anos, promovido pelo C. R. da Golpilheira, integrado na Semana Cultural. Ambas sorridentes, como era seu apanágio, espalhavam a sua magia, contagiando quem estava por ali perto. Representam 181 anos de vida. Quase dois séculos.

Pensamos que ninguém vai ficar incomodado pela aplicação do adjectivo “velho”. Um dia, o saudoso etnólogo Alberto Gomes de Sousa, a quem o nosso rancho folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena” muito deve, disse-me um dia: “Ó Sr. Manel, eu não gosto nada que me chamem idoso ou da terceira idade.

Eu quero que me chamem velho, porque eu sou realmente velho”. E continuou: “Infelizmente, há muitos que não têm a felicidade de chegar até aqui”. Esta nossa oportuna homenagem é mais do que merecida.

São eles, os velhos, que muito contribuíram com o seu trabalho árduo, em condições muito difíceis, muitas vezes “carregados” de filhos, como é o caso destas duas senhoras, mas felizes, ajudaram a criar melhores condições ao nosso amado Portugal. No entanto, em consequência da Covid-19, estão a pagar uma “factura” muito elevada. Mas ainda o mais grave é que os seus entes queridos não lhes podem dar uma última despedida, fazendo-lhe um funeral digno… | MCR

CP _ _ _ _ - _ _ _ ______________________________ Tel. ____________ Email: ________________________ Assinatura ____________________________________ Enviar: Est. Baçairo, 856 • 2440-234 GOLPILHEIRA PUB

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R. Leiria, 73 - Cividade 2440-231 GOLPILHEIRA Tel/Fax 244767839 Tlm. 919640326 lenacopia@sapo.pt WWW.LENACOPIA.PT

DR

de Joaquim Vieira

36 • sociedade

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2020

Golpilheirenses devem dar opinião

Dois projectos a concurso para a reabilitação do centro cívico da freguesia Decorre até ao dia 30 de Junho o período de discussão pública dos dois projectos que concorreram à edição de 2020 do Concurso de Arquitectura “Mateus Fernandes”, com propostas para a requalificação do espaço público envolvente ao centro cívico da Golpilheira, nomeadamente, as ruas e praças entre a Junta de Freguesia e o Centro Recreativo.

Este concurso foi criado em 2016 pela Câmara Municipal da Batalha, visando a promoção, valorização e salvaguarda do património arquitectónico e urbanístico do Concelho. A primeira edição incidiu na Praça da Fonte, no Reguengo do Fetal, que está já em execução. No caso da Golpilheira, “um lugar com forte tradição religiosa, onde as actividades recreativas, desportivas e culturais assumem um papel preponderante na vida da comunidade, a presente edição do concurso valorizará o espaço público e as principais actividades da freguesia”, afirma o presidente da Câmara, Paulo

Batista Santos.

Por outro lado, “a opção do Município da Batalha em associar esta iniciativa de reabilitação urbana à freguesia da Golpilheira relaciona-se com a criação, em 2019, da Área de Reabilitação Urbana (ARU) e que concretiza uma estratégia de investimento a curto e médio prazo para toda a zona central desta localidade”, refere o comunicado da autarquia. E recorda que a ARU, que oferece aos particulares condições especiais e apoios ao investimento na recuperação de imóveis, tem como principal objectivo “contribuir para a melhoria da qualidade do ambiente urbano da freguesia, procurando promover a fixação da população, estimular as actividades económicas e beneficiar as condições de mobilidade”.

Os dois projectos apresentados estão em fase de discussão pública, podendo ser consultados na Junta de Freguesia ou no Centro Recreativo, cabendo à população local dar a sua opinião sobre cada um deles. Também

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Adelino Bastos

Licença de Exploração Industrial N.º 50/2010 SEDE: TRV. DO AREEIRO, 225 • ZONA IND. JARDOEIRA • 2440-373BATALHA FILIAL: CASAL DE MIL HOMENS • 2440-231 GOLPILHEIRA TELS: 244 768 766 • 917 504 646

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poderá fazê-lo online em https:// forms.gle/TgAVPuf5Qw16mjQh9 com um questionário para preenchimento.

Os nossos leitores podem também consultar a divulgação feita pelo Município, nas páginas centrais desta edição.

Depois desta fase, caberá ao júri

do prémio analisar as propostas e os contributos recebidos, em ordem a escolher o vencedor. Finalmente, o projecto será concretizado pela Câmara Municipal.

LMF