JORNAL DA REGIÃO
OEIRAS
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DIRECTOR INTERINO: João Carlos Sebastião | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 30 Novembro a 6 Dezembro 2017 - Semanal - Série V Ano XXII - N.º 154
NUNO DELGADO
LIGA DE ALGÉS CRIA UNIVERSIDADE SÉNIOR
“O DESPORTO É UMA FERRAMENTA EDUCATIVA” O antigo judoca Nuno Delgado transmite, a crianças e jovens, os valores que aprendeu no desporto. Medalhado olímpico em 2000, recorda os momentos de glória que viveu e realça a importância do desporto para o bem-estar do corpo, mas também da mente.
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Sem “demasiados formalismos e com muita interactividade”, a Liga de Algés lançou uma Universidade Sénior que pretende adaptar a sua oferta às necessidades e aos gostos identificados pelos interessados.
NATAL ENCANTADO ANIMA PALÁCIO DO MARQUÊS DE POMBAL
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SAIBA MAIS SOBRE O FENÓMENO DA ÓPTICA EM PORTUGAL
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Av. dos Bons Amigos, nº 38 - A CACÉM (Perto da estação de comboio do Cacém)
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Liga de Algés abre A aulas para seniores
centenária Liga de Algés está a lançar uma Universidade Sénior, ampliando, ainda mais, o seu leque de modalidades e actividades para todas as idades. O objectivo é “dar resposta àquilo que as pessoas mais idosas querem aprender, sem demasiado formalismo e com muita interactividade”. As aulas de informática são das mais procuradas, mas há muito por onde escolher, a preços que têm em conta a função social da colectividade.
Aulas de informática são as mais procuradas, com o leque de disciplinas a ser alargado a partir de Janeiro
EXTRACTO PARA PUBLICAÇÃO
Av. General Norton de Matos, 63 B, Miraflores, 1495-148 Algés telf. 21 410 95 67 | e-mail: ana.aguilar.notaria@mail.telepac.pt
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Ana Carla Delgado Aguilar, Notária com Cartório Notarial em Oeiras, na Avenida General Norton de Matos, nº 63 B, Miraflores, Algés, CERTIFICA, nos termos e para os efeitos do previsto no nº.1, do artº.100, do Código do Notariado:----------------------------------------------------------------------------------Que, por escritura celebrada neste cartório, no dia 21 de Novembro de 2017, lavrada com início a folhas 42, do livro nº.60, EURICO DE GOUVEIA PINTO CASTRO E SILVA, NIF 135568943, natural de Moçambique, solteiro, maior, residente na Avenida da República, 73, 2º Dto, em Oeiras, e JOSÉ EDUARDO GOUVEIA PINTO DE CASTRO E SILVA, NIF 135568935, natural de Moçambique, casado com Maria Leonor Pimentel Fontes de Castro e Silva, sob o regime da separação de bens, residente na Rua do Pinhal, n.º 79, apartamento J, Outeiro da Polima, S. Domingos de Rana, Cascais, declararam-se donos e legítimos possuidores, em comum e sem determinação de parte ou direito, com exclusão de outrém, da fracção autónoma designada pelas letras “AZE” – arrecadação E, na cave (lote 5), - do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito no Parque Oceano, Santo Amaro de Oeiras, lotes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16, freguesia de Oeiras e S. Julião da Barra, inscrito na matriz da freguesia de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias sob o artigo 3282, descrito na Primeira Conservatória do Registo Predial de Oeiras sob o número seis – freguesia de Oeiras e S. Julião da Barra, afecto ao regime da propriedade horizontal nos termos da apresentação doze, de vinte e nove de Março de mil novecentos e setenta e seis, registado quanto à dita fracção a favor da sociedade comercial por quotas denominada “SPOC – SOCIEDADE PORTUGUESA DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO, LDA”, NIPC 500276641, nos termos da apresentação vinte e sete, de dois de Abril de mil novecentos e setenta e três, estando esta fracção inscrita na matriz em nome de Maria José Gouveia Pinto de Castro e Silva – Cabeça de casal da herança – Nif 706692071.-----------------------Que a identificada fracção lhes ficou a pertencer por integrar a herança aberta por óbito da mencionada MARIA JOSÉ GOUVEIA PINTO DE CASTRO E SILVA, sua mãe, a qual a adquiriu, no estado civil de viúva, há mais de vinte anos, à sociedade “SPOC – SOCIEDADE PORTUGUESA DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO, LDA”, por contrato verbal, tendo a partir dessa data tomado posse, à vista de todos sem qualquer oposição, não dispondo de documento que lhe permita fazer prova do seu direito de propriedade perfeita. Que a falecida MARIA JOSÉ GOUVEIA PINTO DE CASTRO E SILVA, e posteriormente eles, desde então até agora pagaram todos os impostos e encontram-se na posse da identificada fracção autónoma, há mais de vinte anos, sem violência ou oposição de quem quer que seja e à vista de todos.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Que esta posse titulada, de boa fé, contínua, pacífica e pública, conduziu à aquisição do direito de propriedade da mencionada fracção por usucapião.--------------------------------------------------------------- Lisboa, vinte e um de Novembro de dois mil e dezassete.-------------------------------------------
Depois de uma primeira experiência nesta área, com a Oficina de Saberes, promovida por uma entidade externa, agora a intenção é ser a própria agremiação algesina a delinear e a promover as actividades a disponibilizar aos seniores. Contando com a ajuda dos próprios interessados na definição das matérias a abordar no âmbito desta iniciativa. “Pretendemos um formato fora do habitual, ou seja, em vez de termos um conjunto de disciplinas fixadas à partida, queremos ir construindo o programa curricular de acordo com as propostas e necessidades dos participantes”, salientou ao JR Aurora Sá da Bandeira, presidente da Liga e que assumiu pessoalmente a concretização deste projecto. Havendo já outras iniciativas deste tipo a funcionar na zona de Algés, isso não retira impacto à nova proposta do clube. “Há espaço para todos, sendo certo que o nosso projecto se diferencia pela forte componente de liberdade que damos aos nossos alunos e, ainda, pela nossa componente social, pois uma parte significativa das pessoas dentro desta faixa etária vive sozinha e não dispõe de dinheiro para este tipo de serviços e nós queremos chegar até eles e convencê-los a virem ter connosco para passarem tempo de qualidade”, salienta Aurora Sá da Bandeira, aludindo aos preços que estão previstos (25 euros de inscrição anual e, em geral, 5 euros por cada actividade). “Não embarcamos nesta nova aventura propriamente para
ganhar muito dinheiro, mas também não queremos perder…”. O conjunto de disciplinas a ministrar nas instalações da agremiação algesina ainda não está definido e, como reconhece a responsável, só deverá estar a funcionar completamente no início do próximo ano, depois de passada a azáfama dos festejos natalícios. “Até estava preparada para começarmos só no próximo ano, mas a pressão dos utentes que antes frequentavam a Oficina de Saberes para começarmos já com as disciplinas possíveis foi tal que resolvemos avançar”, conta Aurora Sá da Bandeira. Assim, estão já a funcionar duas turmas de Informática, uma mais avançada e outra de iniciação, bem como o fitness (moderado e avançado) e algumas visitas culturais (estas últimas com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras, pela sua Divisão do Património). E os resultados estão a responder às expectativas, diz a dirigente, destacando o convívio e um ambiente de grande alegria e interesse pelas matérias ministradas. Um entusiasmo que o JR pôde constatar numa das aulas realizadas em torno do universo dos computadores e das suas múltiplas aplicações… “Quero aprender mais sobre computadores porque a minha neta, quando lhe pergunto alguma coisa, diz-me assim: “Avó, já te ensinei antes, não adianta, já não vais lá! Mas eu não vou desistir e aqui têm paciência para nós”, frisa Ar-
manda Almeida, de 76 anos, moradora em Carnaxide. “Além disso, gosto muito da maneira de ensinar da Tina, de uma forma muito personalizada”, acrescenta a mesma sénior, referindo-se à professora voluntária Bertina Alves, de 63 anos e com uma experiência de 17 anos nas universidades seniores. Já Maria Amélia Lopes, de 80 anos, é das alunas mais adiantadas, dominando muito bem computadores, tablets, telemóveis… “Mas estão sempre a actualizar as tecnologias e nem sempre os nossos filhos têm tempo para nos acudir nestas coisas”, realça. Entre o lote de disciplinas previstas para a Universidade Sénior, além das já mencionadas, estão Inglês, História, as tertúlias – neste capítulo, destaque para a iniciativa interactiva e intergeracional ‘O que é ser hoje…’, em que estarão presentes duas pessoas representando uma mesma profissão em épocas muito diferentes – teatro, coro (em parceria com a Academia de Música de Miraflores ‘Os Músicos’), pilates, tapeçaria (neste caso, com o projecto de fazer uma peça única colectiva, composta pelo contributo de cada um dos elementos), cinema, entre outros. A maior parte destas propostas decorrerão entre as 10h00 e as 17h00 porque muitos dos idosos cumprem um papel muito activo como avós, com múltiplos compromissos assumidos em relação aos netos… “É uma geração de valentes”, faz notar Aurora Sá da Bandeira, a propósito desse esforço, adiantando que, como incentivo extra, os interessados em frequentar aquele espaço sénior “podem inscrever-se agora e pagar só em Janeiro”. Jorge A. Ferreira
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BREVES IMPOSTOS EM SEDE DE ASSEMBLEIA MUNICIPAL A Assembleia Municipal de Oeiras reúne-se, em sessão extraordinária, na próxima segunda-feira (dia 4 de Dezembro), pelas 15h00, no auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras, tendo como principais pontos a apreciação e votação das propostas da Câmara relativas ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) no ano de 2017 (a cobrar em 2018), ao lançamento de Derrama relativo ao ano de 2017 (a cobrar em 2018) e IRS para o próximo ano. Os deputados municipal vão, ainda, apreciar relatórios das empresas Municípia e Parques Tejo, bem como designar os representantes para integrarem a Comissão Municipal de Saúde.
actualidade
Palácio Encantado A e outras propostas
quela que foi a casa de veraneio do Marquês de Pombal vai encher-se de brilho e cor para receber o ‘Natal no Palácio Encantado’, de 15 a 17 de Dezembro, em Oeiras. A Biblioteca de Algés ou trabalhos dos utentes da CerciOeiras são outras sugestões para viver a quadra com animação e prendas solidárias.
UTILIZAÇÃO DE ÁGUA SEM DESPERDÍCIO A utilização de água em fontes, lagos e espelhos de água no concelho é feita sem desperdícios, garante a Câmara de Oeiras, esclarecendo que “não autoriza que as fontes sejam vazadas para limpeza sem autorização prévia”, o que, a acontecer, implica uma multa de cinco mil euros. “A fonte do Oeiras Parque, por exemplo, que possui o maior volume de água de todas as instalações (900 m3), só foi vazada uma vez em 2017”, indica a Câmara.
FIM DO SURTO DE ‘LEGIONELLA’ A Direcção-geral da Saúde declarou, na passada segunda-feira, o fim do surto de ‘legionella’ no Hospital São Francisco Xavier, que provocou pelo menos 56 casos de infecção, cinco dos quais mortais. Em comunicado, a DGS refere que se “considera que este surto está terminado”. “O período de incubação é de 2 a 10 dias na maioria dos doentes, não estando descritos casos que ultrapassem os 20 dias. Assim, considera-se que este surto está terminado”.
Palácio do Marquês de Pombal vai receber mais uma edição do Natal Encantado
Algumas das mais belas histórias tradicionais, como a Cinderela ou a Alice no seu País das Maravilhas, vão ser revividas no ambiente muito próprio do Palácio do Marquês de Pombal, no centro histórico de Oeiras. Ao longo dos três dias, cada recanto deste monumento nacional do século XVIII e casa de veraneio daquele que também foi o primeiro Conde
de Oeiras vai animar-se, permitindo ao público viver experiências que remetem para a fantasia, com várias personagens de histórias de encantar a percorrerem os corredores e as salas do Palácio. Música e contos, cinema ao gosto da época, livros e brinquedos, doçaria e sabores de Natal, fazem parte da programação para estes dias (15 a 17
de Dezembro) num espaço tão acolhedor quanto repleto de episódios históricos e pitorescos de outras épocas, propício a bons momentos passados em família, ideal para descansar da azáfama das compras tão habitual nesta altura do ano. Igualmente dinamizada pela Câmara de Oeiras, a 8.ª edição da Noite de Natal na Biblioteca vai realizar-se no próximo
dia 15 de Dezembro, a partir das 21h00, na Biblioteca Municipal de Algés. Esta iniciativa oferece aos participantes uma “programação recheada de palavras, gestos, sons e sabores natalícios, proporcionando vários momentos tais como um espectáculo de teatro, a oferta de um brinde e algumas surpresas produzidas pelas bibliotecas e uma ceia de Natal”, informa a autarquia. Além de assinalar a quadra natalícia, esta Noite de Natal na Biblioteca pretende “contribuir para a sensibilização da leitura e reforçar os laços de afectividade entre as bibliotecas, as famílias e a comunidade, procurando promover o seu espaço como local de socialização”. O objectivo é, também, “chegar a públicos diferentes” dos que habitualmente frequentam as actividades promovidas nestes locais públicos e “proporcionar a segmentos mais carenciados da população do concelho de Oeiras uma noite especial”.
Este ano, a iniciativa contará com a participação de crianças, jovens e familiares das instituições Associação Jardim de Infância Nossa Senhora das Graças e Centro Sagrada Família. A Noite de Natal na Biblioteca é aberta a toda a comunidade, mediante inscrição na Biblioteca de Algés, situada no Palácio Ribamar (telefone 210 977 484). Uma exposição/venda de Natal, que apresenta trabalhos ocupacionais e obras de arte, desenvolvidos pelas pessoas com deficiência intelectual do Centro de Actividades Ocupacionais da CERCIOEIRAS, vai ser inaugurada esta quinta-feira (dia 30), às 18h30, na Livraria-Galeria Municipal Verney, em Oeiras. Patente até ao próximo dia 16 de Dezembro, esta exposição é uma oportunidade para comprovar as potencialidades e o contributo criativo dos utentes da instituição. Pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 11h00 às 18h00, e aos sábados, das 12h00 às 18h00 (encerra aos feriados).
Alive brilha no palco dos Prémios Sê-lo Verde O NOS Alive’17 foi distinguido com o prémio Sê-lo Verde, no âmbito de um programa do Ministério do Ambiente financiado pelo Fundo Ambiental, que visa distinguir e apoiar um conjunto de medidas emblemáticas nas áreas da Educação, das Emissões, dos Recursos e Energia. O NOS Alive venceu no vector Educação, categoria de festivais de grande dimensão, com a medida ‘Incorporação de materiais reciclados e reutilização de materiais’, que tem permitido a produção de mesas com material reciclado e reutilização das mesmas em várias edições do festival, bem como noutros eventos da Câmara Municipal
de Oeiras. Esta medida foi desenvolvida em parceria com a Sociedade Ponto Verde. O Programa Sê-lo Verde pretende incentivar a adopção de boas-práticas ambientais, inovadoras e com impacte ambiental, social, económico nos grandes eventos de música, através do financiamento de medidas verdes a adoptar durante essas mesmas realizações festivas. O festival realizado em Algés apresentou oito medidas, das quais quatro foram aprovadas (por limite máximo de candidaturas aprovadas). Para além da medida vencedora, o NOS Alive contou ainda este ano com a utilização de copos biodegradáveis com pon-
tos de recolha para reciclagem (em parceria com a Heineken - Central de Cervejas), a utilização de serviços partilhados de transporte (com a CP, Alegro Alfragide, Ala Viagens e Carris) e, ainda, a utilização de viaturas elétricas com zero emissões. A Sociedade Ponto Verde esteve presente, não só através da parceria realizada com os materiais reciclados, mas também através da campanha Reciclagem, Sempre!, que pretende sensibilizar os festivaleiros a uma reciclagem contínua, mesmo fora de casa. Comercialmente, a edição do NOS Alive’17 ficou marcada como a mais bem-sucedida de sempre, tendo esgotado na totalidade a três meses da abertura
de portas, feito único no panorama dos festivais desta dimensão em Portugal.
Para o ano há mais, a 12, 13 e 14 de Julho de 2018, no Passeio Marítimo de Algés.
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‘Tesnota’ vence prémio no Lisbon&Sintra Festival Filme do russo Kantemir Balagov
O filme ‘Tesnota’, do jovem realizador russo Kantemir Balagov, venceu o Prémio de Melhor Filme Jaeger-Lecoultre do Lisbon & Sintra Film Festival (LEFFEST). O palmarés do certame foi anunciado numa cerimónia no Teatro Nacional D. Maria II, tendo o júri da selecção oficial em competição, presidido por David Cronenberg, integrado ainda Ildikó Enyedi, Mónica Calle, Hanan Al-Shaykh, Momo Kodama e Ersi Sotiropoulos. O filme ‘Tesnota’, que participou no Festival de Cinema de Cannes deste ano na secção Un Certain Regard, decorre em 1998 no norte do Cáucaso russo. Nesta sua primeira longa-metragem, Kantemir Balagov filmou uma narrativa baseada na história real de um jovem e da namorada, que foram raptados, e cuja liberdade depende do pagamento de um resgate. O filme, que reflecte sobre os laços de família, as diferenças culturais e as relações interpessoais, foi exibido no domingo, no Cinema Medeias Monumental, em Lisboa. O Prémio Especial do Júri João Benard da Costa foi atribuído a ‘Cocote’, do realizador dominicano Nelson Carlo de Los Santos Arias, que foi exibido no mesmo espaço.
Este filme, que já passou por vários festivais, nomeadamente em Toronto, aborda a violência, corrupção e conflitos sociais na República Dominicana, através da história do regresso de um jardineiro que volta à pátria para vingar o assassinato do pai. O Prémio Revelação TAP foi atribuído à actriz Olga Dragunova, do filme ‘Testona’, e o Prémio do Público NOS coube a ‘Chama-me pelo teu nome’, de Luca Guadagnino, Este filme narra a intensa atracção entre um jovem de 17 anos, que passa os dias de Verão na casa de campo dos seus pais, uma mansão do século XVII, a ouvir música, a ler e a nadar, e o novo assistente do pai, também jovem e belo. O vencedor do Encontro Internacional de Escolas de Cinema foi ‘A man, my son’, de Florent Gouëlou, aluno da escola La Femis, em Paris, França, Iniciada a 17 de Novembro, a edição deste ano do LEFFEST apresentou várias antestreias nacionais e dezenas de filmes dedicados, por exemplo, a Isabelle Huppert, Abel Ferrara ou Alain Tanner. O festival repartiu-se entre Lisboa e Sintra, também com teatro, artes plásticas e música. A actriz francesa Isabelle Huppert, que esteve em Portugal, foi a grande homenageada deste ano, com a
exibição de mais de uma dezena de filmes que protagonizou e com uma exposição de fotografia que lhe é dedicada, em Sintra. O realizador Abel Ferrara esteve no festival por causa de uma retrospectiva e que incluiu o mais recente filme, o documentário ‘Piazza Vittorio’. Os realizadores portugueses João Mário Grilo e José Vieira – cineasta que tem filmado a emigração portuguesa em França –, o francês Alain Tanner, e o artista plástico Julian Schnabel também tiveram a obra revista no festival. Decorreram várias antestreias, como ‘I love you Daddy’, de Louis C.K. – embora a exibição internacional tenha sido cancelada por causa de um escândalo sexual do humorista –, ‘Wonder Wheel’, de Woody Allen, e ‘On body and soul’, de Ildikó Enyedi. Na competição, também estiveram os filmes ‘Les gardiennes’, de Xavier Beauvois, ‘Frost’, de Sharunas Bartas, ‘Western’, de Valeska Grisebach, ‘Verão danado’, de Pedro Cabeleira, e ‘Lucky’, de John Carroll Lynch. Robert Pattinson, Willem Dafoe, Sara Driver, Mathieu Amalric e o escritor Don Delillo são outros dos nomes que estiveram presentes no festival, que decorreu entre 17 e 26 de Novembro.
Sabia que a maioria dos médicos e técnicos de saúde recomendam a natação ?
INSCRIÇÕES ABERTAS CONDIÇÕES ESPECIAIS
A actividade física regular, na prática de desportos aquáticos, orientada por profissionais da área, resulta em benefícios que se manifestam em todos os aspectos do ser humano.
• Natação Pura • Hidroginástica • Hidrosénior • Hidroterapia • Natação pré e pós Parto • Festas de Aniversário
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Sabia que devido às propriedades de flutuação, pressão hidrostática, temperatura, resistência e efeito massagem este é o desporto recomendado pela maioria dos médicos? Melhora a circulação sanguínea, ativa os neurónios e melhora o raciocínio, além de ajudar a coordenação motora e postura. Proporciona melhoria na qualidade do sono e aumenta a resistência muscular.
Clube Natação da Amadora ALFORNELOS
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“Tentamos promover o conceito de campeão para a vida” Antigo medalhado olímpico na modalidade de Judo, Nuno Delgado treina crianças e jovens com o objectivo de os ajudar a concretizar objectivos na vida O ex-atleta de 41 anos conta com vários resultados que levaram o Judo a um outro patamar, que até então Portugal desconhecia. Nuno Delgado relatou-nos a sua vida de campeão e evidenciou a importância do desporto não só no corpo, mas também na mente.
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O ex-judoca, que se sagrou Campeão Europeu de Seniores em Bratislava, em 1999, e que ganhou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, tem mais de 15 distinções pelas prestações na sua modalidade desportiva, entre as quais a de Comendador da Ordem Infante D. Henrique, em 2015. Nuno Delgado conta, em declarações ao Jornal da Região, que o Judo entrou na sua vida quando tinha sete anos. “Foi uma descoberta. Não conhecia a modalidade e fui recomendado pelo meu excesso de energia e pouca capacidade de concentração. E foi amor à primeira vista”, relata. Mas, nem tudo foi um mar de rosas. Atleta federado desde 1984, desvenda que o dia-a-dia de um atleta de alta competição implica um compromisso constante, onde “os objectivos nos obrigam a fazer escolhas” para ter uma vida regrada e disciplinada. Ainda assim, o ex-atleta afirma que a rotina diária não é muito diferente do quotidiano das pessoas ditas ‘normais’: “Tudo tem de ser muito bem gerido para que o essencial não falte”. Recorda, com o brilho da nostalgia nos olhos, o que um antigo treinador lhe dizia: “O dia tem 24 horas. Tens oito horas para treinar, oito para dormir e oito para estudar. Sobra muito tempo”. Mas, para seguir a via da competição teve de “abdicar de algumas coisas”. Ainda que não goste dessa palavra, por acreditar que “na vida para alcançarmos o que queremos, temos de escolher e não de abdicar”.
O desporto, a seu ver, é, de uma forma sucinta, “ter a disciplina de saber sentir o corpo e a mente”, algo que garante ter-lhe sido dado assim que enveredou pelo caminho da alta competição. Quando ganhou a primeira medalha, em 1999, sentiu “um grande orgulho”. “É uma honra representar as nossas cores, o nosso país, a nossa cultura”, realça, num sentimento que vai para além da representação do país. Significa também “representar a lusofonia”. O ex-judoca sentia orgulho por ser um símbolo para quem residia em Portugal, mas também para as comunidades espalhadas pelo mundo, inclusive a dos países que partilham o português como língua oficial. Sem saber como descrever o sentimento de ganhar a primeira medalha, o atleta diz apenas que “concretizar um sonho é sempre difícil de explicar. É uma alegria enorme, uma alegria máxima. Quando tens algo que queres muito e tens o prazer de a viver não há palavras para o descrever. Obviamente que depois tem também o lado negativo. Há as desilusões, as derrotas. Não há nenhum campeão que não tenha sentido esse sabor”. Acima de qualquer sabor amargo deixado pela derrota, o ex-campeão olímpico afirma que “não há nada mais prazeroso do que fazermos o que se gostamos”. Quando se ‘retirou dos colchões’, Nuno Delgado abriu diversas escolas por Portugal – em Lisboa, Setúbal, Aveiro e Porto – onde continua agora a sua jornada de incentivar os jovens a praticar desporto. A necessidade da criação deste projecto surgiu em 2007 com a intenção de “criar uma organização que pudesse colmatar as lacunas” que sentiu existir na escola pública. “Sou professor de Educação Física e ainda conheci a realidade da escola como professor e
achei que faltava algo mais”, relata. Começou pelo Judo que é a sua modalidade, mas sempre com o objectivo de “criar com esse novo modelo complementar à educação pública uma diversificação com outras ofertas”. Como se afirma grande fã da dança, juntou às actividades de defesa pessoal, a dança, o ballet e o hip-hop. “Nas minhas escolas tentamos promover o conceito do ‘campeão para a vida’. Ou seja, todos nós somos atletas e treinamos para atingir o sucesso na vida – sucesso que é muito pessoal e cada um terá o seu”, salienta. Acredita que o sucesso não é mais do que “conseguir concretizar os sonhos e transformá-los em objectivos que se treinam e superam”. O seu método de ensino tem por base três pilares: a superação, o auto-conhecimento e a solidariedade. É através destas ferramentas que as escolas Nuno Delgado treinam futuros campeões que queiram vingar na vida. Contudo, esclarece que é essencial que as crianças compreendam que “estamos lá para nos treinarmos e não para treinar o nosso corpo”. Para além de treinar a condição física, a resistência, também se treina “a resiliência, a capacidade de foco e o planeamento”. No fundo, aliam a prática desportiva à consciencialização de uma mente sã e focada nos objectivos futuros. “O desporto é uma ferramenta educativa muito prática. Ensinam-se coisas importantes para o cidadão, tais como o rigor, a coragem, a solidariedade”. Esses são princípios que se “aprendem com jogos, competições, exercícios. Essa é a mensagem principal do desporto. O movimentar o corpo e ganhar medalhas é mais um pretexto para chegar ao mais importante”, remata Nuno Delgado.
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Concertos de Natal
O ciclo de ‘Concertos de Natal 2017’ do Conservatório de Música Sintra arranca no próximo fim-de-semana. No sábado, é apresentado o musical ‘À procura de um pinheiro’, da autoria de José Carlos Godinho. No mesmo dia, às 18h30, as turmas dos alunos mais pequeninos (bebés e iniciação musical pré I e II), o Ensemble de Saxofones e o Ensemble de Flautas e Cordas trazem outras propostas de canções de Natal! No dia 3, às 15h30, a tarde inicia-se com a actuação da Orquestra de Iniciados, Orquestra Ju-
Musical no Teatro Gil Vicente
Frei Luís de Sousa em Oeiras
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venil, Ensemble de Percussão e Jazz Ensemble. Às 18h30, o público terá a oportunidade de assistir à estreia da Orquestra de Sopros Yamaha Class Band, composta por adultos que dão agora os primeiros passos na aprendizagem de um instrumento, e também ao Ensemble de Metais, Ensemble de Sopros e Percussão, Orquestra de Câmara, Coro Leal da Câmara e todas as turmas de coro do Conservatório.
Até 17 de Dezembro, está em palco a peça ‘Frei Luís de Sousa’, uma produção baseada na obra de Almeida Garret, um drama em três actos que estreou em 1843 e foi publicado no ano seguinte, e conta, pela mão do Dramax-Centro de Artes Dramáticas de Oeiras, com a direcção de Celso Cleto.
Auditório Municipal Eunice Munoz (Oeiras), quartas a sábados, às 21h30, e sábados e domingos, às 16h00.
‘A Terceira Miséria’ em cena na Sociedade União Sintrense O Teatro Tapafuros leva à cena a peça ‘A Terceira Miséria’ de Hélia Correia. A Terceira Miséria revela “poetas que cantam a solene Grécia, desencontro de seres que desejam Beleza, povos do sul que se aquecem ao meio-dia”. Sociedade União Sintrense, dias 1, 2, 8 e 9 de Dezembro, às 21h30. Bilhetes a 5 euros.
Centro Cultural Olga Cadaval, dias 2 e 3 de Dezembro. Bilhetes a 6 euros.
Numa altura em que o materialismo faz parte da vida das crianças, conhecemos a grande família Natalina. A Casa dos Brinquedos do Pai Natal já não trabalha como antigamente porque as crianças não ligam aos tradicionais brinquedos de Natal. A sua salvação é a Fábrica de Chocolate da Mãe Natal. Tudo muda quando o duende trapalhão da Fábrica de Chocolate Puck, com a pressa de fazer mais e mais chocolate, comete um erro informático
e põe a fábrica em risco de não entregar os chocolates a tempo. O musical chama-se Puck&A Fábrica de Chocolate. Teatro Gil Vicente (Cascais), dias 2,9 e 16 de Dezembro (para o público em geral). Bilhetes a 8 e 6 euros.
Encontro de danças urbanas O feriado nacional vai ser palco da 2.ª edição do Encontro de Danças Urbanas da Amadora. Organizada pelo município, com a colaboração da Egzit Dance – Associação Cultural, a edição deste ano conta com workshops de Hip Hop (César Nusik) e Dancehall (Tânia Rua) e aulas abertas de Kuduro (Miguel
Albino), Locking (Lúcia Oliveira), L.A. Style ( Fernando Lopes) e House (Luis Neves). Os workshops e as aulas são gratuitos, mas têm um limite máximo de inscrições de 25 pessoas. Recreios da Amadora, dia 1 de Dezembro, a partir das 10h00 (espectáculo às 21h00).
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motores
A Seat foi uma das marcas que esteve presente no Salão do Automóvel 2017, que decorreu na FIL, no Parque das Nações, entre 21 e 26 de Novembro. A marca espanhola destacou o novo crossover Arona, lançado recentemente em Portugal, que obteve cinco estrelas nos testes de segurança Euro NCAP.
Seat destaca Arona Marca espanhola esteve presente no Salão do Automóvel na FIL
No stand da Seat, situado no Pavilhão 1, estiveram expostos os novos modelos Arona e Ibiza, o Ateca, a gama Leon (Leon 5p CNG e Leon ST Cupra), o Alhambra e ainda o Seat 600 - o modelo mais icónico da marca até à chegada do Ibiza, que celebra este ano o seu 60.º aniversário. O Salão do Automóvel foi “uma oportunidade para apresentarmos as últimas novidades da marca e para estabelecermos um diálogo mais estreito com os actuais e potenciais clientes”, refere Teresa Lameiras, directora de Marketing & Comunicação da marca em Portugal. Em lugar de destaque esteve o novo crossover da marca, o Arona, o terceiro lançamento em 2017, depois da actualização do Leon e do novo Ibiza. Apresentado no Salão de Frankfurt, o Arona é a resposta da Seat ao crescimento de vendas
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PEQUENAS MUDANÇAS
dos crossover compactos. Neste caso, o Arona enquadra-se na gama SUV “como o irmão mais pequeno, já que combina as suas dimensões compactas, adequadas à condução citadina, com as suas qualidades de SUV para utilização fora da cidade para onde quer que o condutor deseje ir”, explicam os responsáveis da marca. Entre as potencialidades do Arona, está a questão da segurança, reconhecida nos testes Euro NCAP, em especial na protecção de ocupantes e peões. Os sistemas de assistência à condução são complementados pela eficiência da travagem de emergência.
Fabricado em Martorell, na unidade com maior volume de produção em Espanha, o Arona promete novidades para o próximo ano, com um novo quadro de instrumentos digital a assegurar um design mais moderno e versátil, para além de um sistema de voz interactiva para assistir o condutor em viagem. A marca investiu, aliás, 900 milhões de euros em despesas ligadas à Inovação&Desenvolvimento no novo Ibiza e no Arona, sendo a primeira do Grupo Volkswagen a utilizar a nova tecnologia, para melhorar o habitáculo e o comportamento dinâmico: a plataforma Modular Quer Baukasten.
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30 de Novembro a 6 de Dezembro de 2017
repórter JR
Moradores preocupados com requalificação
Bairro Clemente Vicente, no Dafundo Os moradores do Bairro Clemente Vicente, no Dafundo, cujos prédios estão em risco de ruir, mostram-se preocupados com a falta de informação da Câmara de Oeiras relativamente à reabilitação, prometida pelo anterior executivo. Em declarações à agência Lusa, Maria de Fátima, porta-voz dos moradores, adiantou que “já foram feitos vários contactos à câmara para saber o ponto da situação, mas apenas foi dito que as coisas ainda estavam a ser estudadas e que ainda decorria a instalação do novo executivo municipal”, liderado por Isaltino Morais. “Há um novo presidente de câmara, mas há compromissos com os moradores que têm de ser cumpridos e não pode haver recuos, porque trata-se da vida das pessoas e estamos a contar com um apoio da câmara que não pode ser alterado”, adiantou a moradora.
FICHA TÉCNICA
O assunto foi discutido em recente reunião pública de Câmara, onde Isaltino Morais afirmou que qualquer intervenção no bairro será consensualizada com os moradores. O presidente da câmara sublinhou que não se trata de uma obra municipal, uma vez que o bairro é privado, mas reconheceu que muitos moradores não têm condições para suportar a totalidade das obras a realizar e, por isso, assumiu a possibilidade de a reabilitação ser apoiada “até um limite de 30% ou 40%, no máximo”. Depois de o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) ter emitido, a pedido da autarquia, no final do ano passado, um parecer a dar conta do “risco de derrocada” dos prédios e da “urgente” necessidade de obras, o anterior presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas disse, na altura, que a prioridade da câmara seria a reabilitação, embora não excluísse a demolição.
Na ocasião, os moradores apelaram a uma “intervenção rápida” da Câmara Municipal, com a maioria a defender a reabilitação dos edifícios. Em Junho, Paulo Vistas disse que a decisão passava por uma “intervenção nos alicerces dos edifícios, de forma a resolver o risco de derrocada e garantir a segurança das pessoas”. A intervenção prevista para curto prazo irá custar à câmara, segundo dados do anterior executivo, 140 mil euros, sendo que, “para mais tarde, há um projecto de resolução mais profundo para reabilitar os edifícios um a um”, o que vai obrigar a um realojamento temporário dos moradores. Situado na linha da Marginal, junto ao rio, o Bairro Clemente Vicente foi construído há cerca de 100 anos, como uma vila operária. e é constituído por 232 fogos, 190 deles ocupados, e habitado por 384 moradores, dos quais 23% são idosos.
Oeiras recebe chefe de Estado de Cabo Verde
Médico de Família Dia da Anemia
O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, esteve em Oeiras, no passado domingo (dia 26) com uma agenda preenchida que incluiu as Festas de Santa Catarina, no bairro da Outurela/Portela (Carnaxide), e uma homenagem póstuma ao médico e escritor Henrique Teixeira de Sousa. Já a cerimónia de homenagem a Henrique Teixeira de Sousa, organizada pela Associação Cabo-Verdiana,
iniciou-se com o descerramento de uma placa no n.º1 da Rua Prof. Ferreira Marques, no Espargal, e incluiu, ainda, um colóquio sobre a vida e obra do homenageado, realizado no auditório da Biblioteca de Oeiras. Além do Presidente da República de Cabo Verde, a iniciativa contou com as presenças de Isaltino Morais, do embaixador daquele país em Portugal, Eurico Monteiro, e do filho do homenageado, José João Teixeira de Sousa.
Homenagem a José de Castro
A Câmara Municipal de Oeiras prestou a tradicional homenagem ao actor José de Castro (1931/1977), no passado domingo (26), com uma cerimónia que teve o seu início a meio da tarde, em Paço de Arcos, com uma romagem à estátua deste ilustre cidadão (Praça 5 de Outubro), onde foi colocado um ramo de flores. Seguiu-se uma sessão de poesia, que decorreu no Salão Nobre do Clube Desportivo
de Paço de Arcos (CDPA). José de Castro nasceu em Paço de Arcos a 16 de Novembro de 1931 e iniciou a sua carreira no CPDA em 1952. Mais tarde, passou pelo Teatro Nacional D. Maria II, tendo sido agraciado, ao longo da sua carreira, com várias distinções, entre elas o ‘Prémio Eduardo Brazão’, o ‘Prémio de Imprensa’ (1858/1964/1968/1970) e o de Melhor Actor Português (1962/1972).
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A 26 de Novembro assinalou-se o Dia da Anemia, data que justificou o lançamento de uma aplicação para telemóvel, gratuita e disponível para Android e iOS - Sintomas de deficiência de ferro - que ajuda a compreender o problema e a identificar os sintomas. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmam: a deficiência de ferro é um problema de saúde pública generalizado (afecta cerca de um terço da população mundial e um em cada três portugueses). Segundo o estudo EMPIRE, cerca de 52,7% de todos os casos de anemia são resultado de uma deficiência de ferro. Quando esta se instala, significa que o ferro é insuficiente para dar resposta às necessidades do organismo, uma vez que este é um elemento essencial para o funcionamento saudável de todo o corpo, incluindo coração, músculos e glóbulos vermelhos, com impacto também ao nível da saúde mental. O estudo EMPIRE revelou ainda que 84% dos afectados desconheciam sofrer de anemia, com apenas 2% dos inquiridos a fazer tratamento no momento do inquérito. Uma situação que resulta do desconhecimento dos sintomas. E isto porque, de facto, alguns destes sintomas são inespecíficos ou podem ser confundidos com várias outras condições clínicas. É o caso da fadiga generalizada, unhas frágeis, perda de cabelo ou síndrome das pernas inquietas, falta de ar, maior susceptibilidade para infecções, aftas ou dores de cabeça. “As pessoas acabam por não os valorizar devidamente”, confirma António Robalo Nunes, presidente do Anemia Working Group Portugal - Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia (AWGP). “É o que acontece, por exemplo, com o cansaço inexplicável, o sintoma mais comum a todos os quadros de anemia, que é com muita frequência desvalorizado. E porque isso acontece, as pessoas não se queixam e acabam por se adaptar a viver com a anemia, até que esta atinja níveis de gravidade elevados, precipitando situações prévias de doença que se tornam mais difíceis de controlar”.
30 de Novembro a 6 de Dezembro de 2017
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actualidade
Marcas das cheias no concelho de Oeiras A s cheias de 1967 não foram ‘apenas’ alvo de censura por parte do Estado Novo. O silêncio de Salazar após a tragédia significa que, “além da morte física, pretendeu-se matar a memória”, sublinha Ana Paula Torres, autora do livro ‘As ‘Gotas de Ar Frio’ que inundaram a Grande Lisboa’, o qual dedica especial atenção aos impactos materiais e humanos em Oeiras. Poucos dias após as cheias de 25 e 26 de Novembro de 1967, quando se dirigiu ao país, “o discurso de Salazar não inclui uma única palavra sobre os acontecimentos” que ceifaram a vida de mais de 500 pessoas, sobretudo gente pobre e que morava em habitações precárias e em zonas de leito de cheia. “Não foi só censura, tentou-se silenciar um acontecimento. O facto de não se ter permitido a elaboração de listas com o número de mortos foi uma segunda morte, as pessoas nem tiveram direito ao nome! E como seres humanos o nome faz parte da nossa essência”, destacou a autora do livro ‘As ‘Gotas de Ar Frio’ que inundaram a Grande Lisboa. Memórias das Cheias. O Concelho de Oeiras’. A obra foi apresentada no auditório da Biblioteca de Oeiras, durante o colóquio evocativo dos 50 anos da tragédia, organizado pelo Grupo Histórias de Vida (GHV, iniciativa cidadã enquadrada pela rede de Bibliotecas Municipais de Oeiras). Resultou da investigação feita pela autora, licenciada em História pela Universidade de Letras de Lisboa e Mestre em História Social Contemporânea, pelo ISCTE, tendo sido professora durante quase 40 anos. Moradora no concelho de Oeiras desde 1985, em Paço de Arcos, Ana Paula Torres, tornou-se participante activa no GHV, no âmbito do qual propôs investigar mais a fundo o tema das Cheias de 1967, com destaque para os seus impactos em Oeiras. “Cruzando toda a informação reunida, das testemunhas que viveram os acontecimentos e aquilo que recolhi nos arquivos, achei que havia todo o interesse em escrever o livro, até porque não havia nenhuma obra global publicada sobre o assunto, apenas estudos parcelares”, conta ao JR. O roteiro de pesquisa incluiu a Internet, incursões na Torre do Tombo, no arquivo histó-
rico da Câmara de Oeiras, no espólio de Mário Soares, na Biblioteca Nacional ou, ainda, no arquivo da Fundação Calouste Gulbenkian. “Em 1967, o museu e a sede estavam a ser construídos na Avenida de Berna, mas o respectivo espólio estava guardado no Palácio Marquês de Pombal, onde funcionava, aliás, o museu. Por isso, nas caves do palácio havia muitos livros e pinturas que as cheias, sobretudo a lama, destruíram em grande parte”, recorda, a propósito, Ana Paula Torres. “As ‘Gotas de Ar Frio’ que inundaram a Grande Lisboa” começa por enquadrar historicamente o ano em questão, a nível mundial, nacional e do município. Avança para os números gerais da catástrofe, passa pela capital e revela, de seguida, mais detalhadamente, os efeitos verificados nas localidades do concelho de Oeiras (incluindo os nomes dos mortos). O capítulo dedicado à explicação da tragédia na época inclui a leitura oficial – um
fenómeno da Natureza que se abateu, inapelavelmente, sobre o Homem – e as visões críticas da mesma realidade, focando as miseráveis condições de existência das populações afectadas, as quais agravaram o balanço de vítimas e de estragos e que “viriam a ser fundamentais para a tomada de consciência social e política por parte da juventude” - os estudantes foram dos primeiros voluntários a ir prestar auxílio aos sobreviventes, a que se juntaram outras organizações. “Mais tarde, também se chamou a atenção para a questão da deficiente ocupação dos solos, com o arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles na primeira linha”, faz notar a autora. A obra aborda, ainda, o “incómodo do Governo de Salazar”, “as excepções: desumanidade e pilhagens”, os ecos da catástrofe na imprensa estrangeira, entre outras vertentes, terminando com “o recorrente problema das cheias na região de Oeiras. Como proteger o futuro?”. Jorge A. Ferreira
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