[ F. CORREIA
Jornal de Azeitão “É diante do sofrimento que se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos”
DIRETOR: BERNARDO COSTA RAMOS
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PERIODICIDADE: MENSAL
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ANO 23
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Papa Francisco
N.º 283
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ABRIL DE 2020
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PREÇO: 0,60 €
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Santa Casa da Misericórdia de Azeitão
LINHA DA FRENTE Não desertamos! PÁG. 08/09
[ DR
PÁG. 12
Plano Diretor Municipal de Setúbal Região de Azeitão com investimento previsto de 52 milhões de euros
Requalificação acessível
Grupo Musical e Desportivo União e Progresso
Magda Vaz, uma mulher ao leme de um clube centenário
PÁG. 16
“As coletividades têm um papel preponderante no desenvolvimento local, na promoção da cidadania, na difusão do sentimento de comunidade”
Praias da Figueirinha e de Albarquel
[ CMS
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Jornal de Azeitão
abril de 2020
[ DR
Editorial
Num mês tudo mudou POR BERNARDO DA COSTA RAMOS
O nosso mundo mudou em um mês. Um M Ê S. Esta linha temporal é-nos (a quem trabalha no JA) familiar, está na nossa temporalidade enquanto Jornal mensal. Folheando a nossa edição de março vejo que no meu último editorial não falei uma única vez do COVID-19, nem publicámos uma única notícia sobre o mesmo. Ou seja, todas as medidas que temos agora, toda esta mudança nas nossas vidas, a quarentena, o isolamento social, o comércio quase todo fechado, os cuidados de higiene, os infetados, as mortes, o silêncio… tudo se passou num espaço de um mês. Sobre a parte negativa de todas
estas medidas não me alongo. São necessárias e todos estamos a passar por elas. Com maior ou menor agrado vamos levando e adaptamo-nos a todas estas novas condicionantes. O que só vem provar que se precisarmos, se for mesmo necessário e se houver vontade governativa, as coisas mudam. Neste caso mudam porque não temos saída, porque acreditamos e vemos que se assim não for podemos morrer e, pior, infetar quem nós amamos e nos está próximo. Mas sigam a minha linha de pensamento e o quão irónico é o seguinte: falamos, há tantos anos, que andamos a matar o nosso Planeta, que não existe Planeta B, falamos que precisamos de poluir menos, consumir menos, gastar menos…mas tudo continuava qua-
se na mesma. Algumas medidas avulsas, com proibições levezinhas a 2 anos, 10, 20…adiando e empurrando com a barriga. A verdade é que fazíamos assim porque não havia vontade, o mundo continuava a girar nos eixos do dinheiro, do lucro, inundados de plástico e carbono e não conseguíamos parar, repare-se, parar de matar o Planeta no qual vivemos. Enfim…
Papa Francisco O mundo é feito de imagens. Quando estamos fechados em casa tanto tempo percebemos ainda melhor esta frase inicial. São imagens que nos chegam de todo o lado, de todos os povos que se debatem com esta pandemia, principalmente os nossos irmãos espanhóis e italianos. Mas
dei por mim a olhar, a respeitar ainda mais a Palavra (e atenção que eu sou de Letras). A palavra que apela à solidariedade, as mensagens escritas pelos vizinhos que se entreajudam, os mails, as cartas. E na palavra sobressaiu a Fé, naquela solidão da Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco simbolizou o acreditar de que iremos conseguir vencer este desafio. Vencê-lo-emos, não sozinhos, mas acreditando na União entre todos. «A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos
projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. A tempestade põe a descoberto todos os propósitos de «empacotar» e esquecer o que alimentou a alma dos nossos povos; todas as tentativas de anestesiar com hábitos aparentemente «salvadores», incapazes de fazer apelo às nossas raízes e evocar a memória dos nossos idosos, privando-nos assim da imunidade necessária para enfrentar as adversidades.» (Bênção Urbi et Orbi, da Basílica de S. Pedro, 27 de março de 2020)
Escolas
Apoios financeiros [ FOTOS: DR
A Câmara Municipal de Setúbal aprovou a atribuição de apoios financeiros aos agrupamentos escolares do concelho para aquisição de material de desgaste, despesas de funcionamento, visitas de estudo e ação social. No âmbito da Ação Social Escolar é atribuída uma verba de 611.496,90 euros para o ano letivo 2019/2020, destinada a garantir apoios económicos e de alimentação a 2181 alunos do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo do concelho. Ao Agrupamento de Escolas Lima de Freitas é atribuída uma verba de 75.702,90 euros, enquanto o Agrupamento de Escolas de Azeitão recebe um total de 64.155,22 euros. Os agrupamentos de escolas Ordem de Sant’Iago e Luísa Todi recebem 195.028,44 e 112.211,90 euros, respetivamente. Já os agrupamentos Barbosa du Bocage e Se-
bastião da Gama recebem apoios no valor de 82.966,86 e 81.431,58 euros, respetivamente. No que diz respeito à aquisição de material de desgaste pelas escolas do 1.º ciclo do ensino básico foi aprovada uma proposta para a atribuição de um apoio financeiro no valor global de 24.557,50 euros. O agrupamento de Azeitão, com 594 alunos do 1.º ciclo, recebe 3267 euros, enquanto ao agrupamento Barbosa de Bocage, com 880 alunos, é atribuído o montante de 4840 euros. Já aos agrupamentos escolares Sebastião da Gama e Lima de Freitas, respetivamente com 737 e 345 alunos, a autarquia concede 4053,50 e 1897,50 euros. Este apoio financeiro é também concedido ao agrupamento Luísa Todi, com 1082 alunos, o que resulta na atribuição de uma verba de 5951 euros, e ao agrupa-
mento Ordem de Sant’Iago, com 827 estudantes, neste caso no montante de 4548,50 euros. A deliberação camarária destaca que a atribuição destes apoios visa a “dignificação e promoção do trabalho educativo”, assim como o aumento da “qualidade do ensino e da aprendizagem”. Outra proposta aprovada na reunião pública de ontem estabelece a atribuição de um apoio financeiro no valor de 24 mil euros para fazer face a despesas de funcionamento relativas a manutenção e reparação de equipamentos de cozinha nos agrupamentos escolares do concelho durante o ano letivo 2019-2020. Aos agrupamentos Barbosa du Bocage, Luísa Todi, Ordem de Sant’Iago, Sebastião da Gama e de Azeitão é atribuída, a cada um, uma verba de 4500 euros, enquanto o Agrupamento de Escolas Lima de Freitas recebe 1500 euros.
Para a realização de visitas de estudo, o município sadino subsidia com uma verba global de 28.240 euros, destinada aos alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico que beneficiem dos escalões 1 e 2 do abono de família. O agrupamento Ordem de Sant’Iago, com 155 estudantes beneficiados, recebe um apoio financeiro de 8690 euros e o agrupamento Luísa Todi recebe o montante de 6250 euros para despesas com visitas de estudo de 384 alunos.
Aos agrupamentos Barbosa du Bocage, com 261 alunos beneficiários dos escalões 1 e 2 do abono de família, e Sebastião da Gama, com 269 estudantes, são concedidos apoios de 4140 e 4160 euros, respetivamente. Os agrupamentos de Azeitão, com 83 alunos no escalão 1 e 72 no escalão 2, e Lima de Freitas, com 107 beneficiários do escalão 1 e 48 do escalão 2, recebem 2380 e 2620 euros, respetivamente.
Administrador: Jorge Maria de Carvalho - Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Azeitão • Director: Bernardo Costa Ramos • Redacção e Colaboração: Sofia Fernandes, David Alvito, Ju Mendão, Luís Miguel Almeida, Anabela Santos, Ana Cristina Farto, Joana Canhoto, Nuno Birrento, Ana Clara Birrento, João Guilherme Sousa Santos, José Paulo Diniz, Isabel Fernandes • Fotografia: Hugo Silva - Brejarte • Proprietário e Editor: Santa Casa da Misericórdia de Azeitão – NIPC 502 130 733. • Sede da SCMA e sede da Redacção: Rua José Augusto Coelho, 154 - Vila Nog. Azeitão - Telefone: 21 2198900 - Fax: 21 219 89 01 - E-mail: jornaldeazeitao@gmail.com Execução Gráfica e Impressão: Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Jorge D'Aquino, 7 - 2900-427 Setúbal • Depósito Legal: 218604/04 Empresa jornalística registada sob o nº 120298 • Tiragem 1.000 ex. Os textos publicados e assinados são da responsabilidade dos seus autores. nota: O Jornal de Azeitão publica os trabalhos dos seus jornalistas e colaboradores de acordo com a ortografia por eles escolhida. Estatuto Editorial: O Jornal de Azeitão é uma publicação periódica de âmbito regional, de carácter informativo e não doutrinário, que respeita os princípios deontológicos da imprenssa e a ética profissional. (Deliberação da Alta Autoridade para a Comunicação Social de 1 de Outubro de 1997).
2925 AZEITÃO TAXA PAGA
PORTE PAGO
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Memórias
“O quarto escuro” POR ALICE SOUSA
A casa dos meus avós no Portinho da Arrábida, já era muito antiga quando eu nasci, e todas aquelas escadas de madeira e recantos, me fascinavam, mas, ao mesmo tempo que queria descobrir passagens secretas e esconderijos, também me metiam muito medo. Aprendi a conhecer, cada canto daquela casa, tão grande e antiga, e aprendi também, a gostar muito de ali estar. O movimento no Verão aumentava muito, tanto para a pensão, como para o restaurante dos meus queridos avós, não deixando tanto espaço para as nossas brincadeiras de crianças. Éramos 6 netos e nenhum era pacato. Todos gostávamos de percorrer toda a casa, que servia perfeitamente para brincarmos às escondidas e ninguém nos achar. Entre o sótão do “velho” Oliveirinha, nos vãos debaixo das escadas, na copa onde o Oliveirinha lavava os copos, (estando sempre a pedir a todos “Cautela, meninos! Cautela!”) e os quartos com grandes reposteiros, todo o lugar era bom para nos escondermos. A vida corria leve e feliz para todos os netos, porque ainda estávamos todos, numa idade em que, não tínhamos mais nada com que nos preocupar, a não ser brincar. E brincámos
muito, pela praia, pela serra e dentro de casa, passando pela mercearia do avô, deixando os fregueses de boca aberta, quando entrávamos todos por ali dentro, a correr, para pedir pastilhas elásticas e rebuçados. E lá levávamos um raspanete, indo parar algumas vezes à “velha” saca das batatas. Com tanto espaço e liberdade, no Verão, nem queríamos ficar dentro de casa. Mas no Inverno, tínhamos que procurar espaço para brincar também em liberdade, o que se tornava fácil, porque já não havia tanta gente. Os nossos queridos pais, de vez em quando, ao serão, sentavam-nos no salão para jogarmos todos. Muitas vezes os adultos ficavam numa mesa, a jogar à Canasta, e nós, com uns baralhos pequeninos, jogávamos ao burro em pé e deitado. Passavam-se noites tranquilas, mesmo com tantas crianças. Muitas vezes, a nossa avó Alice, preparava uns mimos para os adultos e para as crianças, para petiscarmos durante o serão. E apenas o avô se deitava mais cedo, deixando a avó, a fazer-nos companhia e fazendo rendas lindas, algumas, que ainda guardo na minha casa. Como não havia luz eléctrica, eram os candeeiros a petróleo e os petromax que funcionavam. Uma noite, em que as crianças já estavam todas deitadas, e em que pa-
recia que ia acabar o mundo, estando todos os primos cheios de medo, os nossos pais, como não chovia, agasalharam-nos e levaram-nos para a rua. Ficámos na muralha do avô, agarrados às “saias” das nossas mães, com medo da trovoada que pairava por cima do Portinho. Na rua explicaram-nos, para não termos medo, porque o “barulho” dos trovões não fazia mal. O que poderia ser perigoso era o raio. E, naquele momento, os raios “caíam” no mar e perto da Pedra da Anicha. Os meus pais diziam que eram trovoadas secas, que hoje sei o que são e o perigo que representam. A trovoada era muita e alguns raios, até se cruzavam no céu e, de tal maneira era intensa aquela luz, que parecia de dia. E, por mais que o meu pai me explicasse que o trovão não fazia mal, cada vez que se ouvia um, eu tremia toda e apertava a minha mãe, cheia de medo. Ficámos todos ali por um bom bocado, a apreciar aquele espectáculo da natureza, até nos levarem outra vez para a cama, quando parecia que a trovoada estava a passar. Naquela época, estávamos a dormir em baixo, na casa dos avós, e como estávamos lá todos, eu e as minhas irmãs ficámos a dormir no quarto dos fundos, que chamávamos
quarto escuro. A única claridade que ali entrava, vinha de uma pequena janela de madeira, com portadas interiores, que não fechavam totalmente. A minha querida mãe deitou-nos e aconchegou-nos, como sempre fazia e foi dormir também. Mas a trovoada não tinha acabado e de repente, estala um trovão por cima das nossas cabeças, que parecia que rachava tudo, e ao mesmo tempo, um clarão enorme que invadiu o nosso pequeno quarto, através das frestas das portadas da pequena janela. E foi o pânico geral. As minhas irmãs gémeas, que dormiam na mesma cama, do outro lado do quarto, agarraram-se uma à outra, e eu, saltei da cama e corri para a cama dos meus pais. A minha querida mãe levantou-se, abraçando-me e levou-me de novo para o meu quarto, dizendo para eu não ter medo e que ela estava ali. As gémeas estavam debaixo da roupa com a cabeça tapada, sem coragem para meter o nariz de fora. Então, com muita calma, a minha querida mãe, aconchegou as minhas irmãs outra vez e deitou-se na minha cama até eu adormecer, cantando baixinho e fazendo festas para eu me acalmar dizendo: - Não tenhas medo meu amor! A
mamã está aqui. Nisto, o meu pai apareceu à porta do quarto e a minha mãe fez-lhe um sinal com a mão e o meu pai foi embora. Enquanto ali estivemos as duas, ainda deu um, ou outro trovão, e depois, finalmente acabou a trovoada. Mas, a par dos “barulhos” dos trovões e da luz dos relâmpagos, tudo ali na casa dos avós, parecia que rangia. Eram as escadas de madeira, eram as portas e as janelas. Tudo era assustador naquela noite. Quando finalmente me deixei vencer pelo sono e pelo carinho da minha adorada mãe, adormeci profundamente. No dia a seguir, ao acordar, ainda tinha na cabeça tudo aquilo e principalmente, a visão dos raios a “cair” na água do mar. Nunca esqueci aquele espectáculo, que muito me impressionou, e, até hoje, tenho um pavor imenso das trovoadas. No dia a seguir, o Portinho acordou, como se nada se tivesse passado naquela noite. O avô abriu a mercearia, como todos os dias fazia, a avó foi cuidar dos afazeres da cozinha e da casa, o “velho” Oliveirinha, foi cuidar das mesas do restaurante, os nossos pais foram ajudar os avós e nós, os netos, voltámos a ser as crianças brincalhonas e felizes, do Portinho da Arrábida!
Segunda Obra de Misericórdia Corporal
“Dar de beber a quem tem sede” POR CARLOS ALVES SECRETÁRIO DA MESA ADMINISTRATIVA
Dar de beber a quem tem sede: “…tive sede e me destes de beber” (Evangelho de São Mateus 25, 35b) Toda a forma de caridade é apreciada por Deus e não ficará sem recompensa afirma o Senhor Jesus no Evangelho de São Mateus 10, 42: “Todo aquele que der ainda que seja somente um copo de água fresca a um destes pequeninos, porque é meu discípulo, em verdade eu vos digo: não perderá a sua recompensa” O próprio Jesus experimentou o drama da sede. Junto ao poço, Ele pediu à samaritana: “Dá-me de beber!” Crucificado, Ele gritou: “Tenho sede!” Das 7 Obras Corporais de misericórdia, “Dar de beber a quem tem sede” é a 2ª Obra. A água é um bem primário, essencial à vida de todos! Há sempre alguém que tem sede e precisa de nós, da nossa ajuda, das nossas palavras, do nosso empenho, do nosso sacrifício para lhes dar essa água, com desinteressado amor que todos
devemos ter pelos nossos irmãos. De que serve, uma pessoa dizer que tem fé, se não é capaz de levar a cabo nenhuma das obras de misericórdia? Não tem capacidade de fazer caridade, correr esbaforido/a até à primeira fonte que encontrar para levar água e conforto ao moribundo que se cruzou no seu caminho? Pensemos um pouco nisto, vamos ajudar para que ninguém tenha de passar sede, e não só de água, porque se nos primórdios das Misericórdias a sede se relacionava directamente com falta de água, hoje em dia, quando dizemos que temos sede, podemos entender esta expressão num sentido muito mais lato: sede é a falta de algo: de água, claro, de hidratação, fundamental nos idosos que são muitas vezes deixados morrer por desidratação, mas sede de conhecimento, sede de companhia, esta última tão importante, para combater o isolamento e a solidão, Sabemos que hoje temos muitos irmãos sedentos de qualquer um destes elementos que indicamos e nós, Misericórdia, estamos prontos
para os saciar, mostrando ao mesmo tempo o amor e o respeito que todos devemos ter pelos nossos irmãos. A SCMA está atenta à sua comunidade e está sempre pronta para ir ao encontro dos que mais precisam. É muito importante que aqueles que mesmo tendo pouco, ajudem quem nada tem, mas ter misericórdia não se prende só com o aspecto monetário, prende-se também com o saber dar amor, saber ouvir quem necessita ser ouvido, saber dar colo a quem não o tem. Há sempre alguém que tem sede e precisa de nós, da nossa ajuda, das nossas palavras, do nosso empenho. E a sede na sua primeira acepção – falta de água é uma tortura que conduz a uma morte horrível. A hidratação dos doentes é fundamental muitas vezes para a sua sobrevivência. Os idosos, muitos deles a viverem sozinhos, são uma das prioridades da Misericórdia de Azeitão que, com a sua equipa de apoio social, médica e de enfermagem, vão junto destas pessoas que, entre muitas outros problemas, já não conseguem beber
água e fazem a administração de soro em sua substituição. Por isso, o Serviço de Apoio Domiciliário Integrado é tão importante e diferente do que é realizado por outras Instituições. Ter uma equipa que trabalha de forma integrada e interdisciplinar permite agir de forma mais célere e com mais qualidade,
Estejamos todos envolvidos nisso. É necessário, portanto, que amadureça uma consciência solidária que conserve o acesso à água como um direito universal de todos os seres humanos, sem distinções nem discriminações. Não esqueçamos as palavras de Jesus: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6, 35) e “Quem tem sede venha a mim”.
As 14 Obras da Misericórdia As Obras de Misericórdia - sete corporais e sete espirituais - são o guião ético destas instituições que tiveram o seu início há 500 anos, as Santas Casas da Misericórdia.
Obras Corporais: 1ª Dar de comer a quem tem fome (publicado fev.20); 2ª Dar de beber a quem tem sede (publicado abril 20) ; 3ª Vestir os nus; 4ª Dar pousada aos peregrinos; 5ª Visitar os enfermos (publicado
jan.20); 6ª Visitar os presos; 7ª Enterrar os mortos (publicado mar.20).
Obras Espirituais: 1ª Dar bons conselhos; 2ª Ensinar os ignorantes 3ª Corrigir os que erram; 4ª Consolar os tristes; 5ª Perdoar as injúrias; 6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo; 7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.
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Grupo Musical e Desportivo União e Progresso
Magda Vaz Uma mulher ao leme de um clube centenário O Grupo Musical e Desportivo União e Progresso é uma coletividade que teve a sua fundação no dia 1 de maio de 1913, em Vendas de Azeitão. Pela primeira vez na sua história tem uma mulher como presidente de direção.
Fale-nos um pouco de si e do seu percurso. Sou Magda Vaz de Oliveira, tenho 43 anos, sou casada e tenho dois filhos, de 14 e 9 anos. Profissionalmente sou advogada e professora. Tenho desenvolvido a minha atividade profissional sobretudo na área jurídica, ora como advogada ora como jurista, tendo já passado por alguns Ministérios, entre eles o da Educação e do Trabalho. O gosto pelo ensino chegou mais tarde, enquanto me encontrava no gabinete jurídico da Direção Regional de Educação de Lisboa, aliciada e inspirada por alguns professores com os quais fui travando conhecimento. A minha experiência no ensino tem sido bastante enriquecedora, tanto a nível pessoal como profissional, pois permite-me o contacto com as camadas mais jovens, por vezes com realidades sociais bastante complicadas. A chegada ao associativismo e à direcção do GMDUP aconteceu por acaso, após um vazio directivo deixado pela anterior direcção. No sentido de colmatar esta necessidade auscultou-se um conjunto de pais de atletas das diversas modalidades do clube, no sentido de formar uma lista de órgãos sociais e de apresentar um projecto de continuidade.
É para mim um grande orgulho ser a primeira mulher a presidir o GMDUP, ocupando o lugar que outrora coube sempre aos homens. O que significa ser a primeira presidente mulher da história do GMD União e Progresso? É para mim um grande orgulho ser a primeira mulher a presidir o GMDUP, ocupando o lugar que outrora coube sempre aos homens. Em Portugal, como no estrangeiro, as mulheres assumem, cada vez mais, lugares anteriormente ocupados por homens. Começam por sair da sua zona de conforto, ascendendo a lugares de chefia e
de liderança, conscientes, porém, do sacrifício que isso implica para a sua vida pessoal e familiar.
dades culturais e recreativas, com o intuito de aproximar a comunidade local à colectividade.
O trabalho nesta modalidade [andebol] colocou o GMDUP num patamar de referência não só a nível do concelho
Qual a atual oferta desportiva e cultural que oferecem à comunidade?
Quais são os objetivos que a atual Direção estabeleceu para este mandato? O mandato desta direção tem a duração de um biénio e encontra-se praticamente na reta final. Os objetivos que estabelecemos foram praticamente cumpridos na sua totalidade. No que toca à melhoria das infraestruturas desportivas e recreativas do GMDUP, conseguimos: Substituir o piso existente no pavilhão, por piso modular, processo já iniciado pela direção anterior; substituir a iluminação existente por iluminação de leds, garantindo assim uma poupança substancial de energia; substituir as caldeiras de águas de aquecimento doméstico; instalar um sistema de ventilação, de modo a conter a humidade que impedia a prática desportiva nos meses de inverno; substituir as cadeiras da bancada do pavilhão; substituir as placas translúcidas laterais da parede do pavilhão para possibilitar a entrada de luz natural; executar melhorias nas condições de funcionamento do bar da coletividade; remodelar o palco do pátio do Solidó. No que toca à actividade desportiva, cultural e recreativa, propriamente dita, fizemos a abertura da época desportiva, em setembro, com a apresentação das equipas de todas as modalidades. Fortalecemos a actividade desportiva existente, dando assim continuidade aos grandes eventos desportivos organizados pelo clube, como é o caso dos torneios de andebol e Futsal. Promovemos ainda a realização de algumas activi-
Na área desportiva contamos atualmente com 4 modalidades: ginástica, ténis de mesa, andebol e futsal. Na área musical e cultural, para além de algumas iniciativas e atuações da Solidó Big Band, contamos com aulas de guitarra.
No plano desportivo quer destacar alguma modalidade? Acho que todas as nossas modalidades merecem realce pelos bons resultados obtidos. Contudo, deixe que lhe diga que no Andebol, a modalidade coletiva mais antiga no clube, demos continuidade ao excelente trabalho de formação desenvolvido no nosso clube. Face à reestruturação efetuada pela Federação Nacional de Andebol das idades envolvidas nos Escalões de Formação, aumentou-se o número de escalões de competição nesta modalidade, reintroduzindo-se o escalão de Juvenis. Na época desportiva passada os nossos iniciados ficaram apurados para a fase final do Campeonato Nacional, tendo já nesta época conseguido o apuramento para a segunda fase. No Futsal o nosso clube tem vindo a efetuar um crescimento sustentado da modalidade. Nas últimas quatro épocas desportivas temos sido sempre campeões distritais em algum dos nossos escalões de formação. Na época passada conquistamos o Título Distrital de Juniores C (SUB15) e, nesta época desportiva, no Campeonato Nacional Juniores C (SUB-15), alcançámos o acesso à fase final para apuramento de Campeão Nacional. No final de fevereiro a nossa equipa de Juniores B (SUB-17) sagrou-se Campeã Distrital e consequentemente apurou-se para disputa da Taça Nacional. O escalão de Juniores A (SUB-20) esteve até à última jornada a lutar pelo título, acabando o Campeonato Distrital em terceiro lugar a apenas 2 pontos do primeiro lugar.
O trabalho nesta modalidade colocou o GMDUP num patamar de referência não só a nível do concelho, onde atualmente é o clube com mais praticantes e escalões de formação, como a nível da Distrital e Nacional, onde, cada vez mais, vem cimentando uma posição de destaque.
No plano musical destaca-se a banda da coletividade, a “Big Band Solidó”. Como surgiu este projeto e qual a sua importância? Foi precisamente um agrupamento de músicos que esteve na fundação desta colectividade. Por este motivo achámos importante reavivar a parte musical. Este projecto surgiu em 2016/2017 como um agrupamento musical diferente face à oferta musical que existia no concelho. A Solidó Big Band, agora renascida, conta já com inúmeras actuações e participações de sucesso, de salientar a actuação no programa televi-
sivo da RTP "Aqui Portugal"
Sendo uma coletividade que se dedica à formação dos jovens, que papel é que acha que os pais dos atletas devem ter no dia a dia do GMDUP? O papel dos pais é bastante significativo, quer pelas suas atitudes, pelos seus comportamentos ou pela forma como vivenciam as práticas desportivas, constituem um modelo de comportamento para os filhos. No GMDUP, são os pais que dão corpo à estrutura organizativa das modalidades, a sua presença é fundamental, não só na organização interna das próprias secções desportivas como ao nível do voluntariado. No nosso caso em caso em particular, foi precisamente graças à participação e intervenção dos pais que esta direção surgiu, dando assim continuidade ao trabalho desenvolvido na coletividade.
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Referiu que “As coletividades desempenham um papel essencial na sociedade civil e são determinantes no acesso ao desporto e à cultura”. Com tanta oferta existente nos dias de hoje, considera que as coletividades ainda têm este papel? Eu julgo que sim, cada vez mais, face à inoperância e abandono do poder central. As coletividades têm um papel preponderante no desenvolvimento local, na promoção da cidadania, na difusão do sentimento de comunidade, ao garantir o acesso por todos à cultura, ao desporto e ao lazer, enquanto direitos fundamentais. A atividade das coletividades é hoje integralmente suportada pelos seus associados, por patrocínios privados e por apoios concedidos pela administração local. Neste sentido urge definir um quadro legal que preveja e defina o apoio do Estado às coletividades. Não nos podemos esquecer que a dinamização do desporto e da cultura são incumbências da Administração Pública central.
Quais são as principais dificuldades na vida de uma instituição como esta? São sobretudo a falta de apoios financeiros por parte do Estado, a escassez de recursos humanos, aliada à ausência de meios técni-
O Grupo Musical e Desportivo União e Progresso é uma coletividade que teve a sua fundação no dia 1 de maio de 1913, em Vendas de Azeitão, denominada na altura por "Solidó", um agrupamento musical composto por músicos de coletividades locais. Durante o período em que se tratava apenas de um agrupamento musical sofreu algumas dificuldades devido a perturbações políticas e sociais, e, em 1934, foram reunidos esforços e o espírito de pessoas, nas quais se destacaram Serafim dos Santos, Virgílio Pereira, Carlos José da Costa, Alexandre Cardoso, Custódio Pato e João Patrício,
cos e materiais, como é o caso do transporte. Aproveito aqui para agradecer publicamente às entidades autárquicas, Câmara Municipal de Setúbal e Junta de Freguesia de Azeitão, que desde a nossa tomada posse se mostraram disponíveis e receptivos para um diálogo de proximidade, ouvindo as nossas preocupações e necessidades, procurando dar-lhes resposta dentro das suas possibilidades. Um agradecimento também para os nossos patrocinadores, em especial ao Ricardo Barreto da Artepiscinas, que para além de sócio e pai tem demonstrado uma dedicação incansável em prol da coletividade, impulsionando as melhorias recentes no pavilhão e mobilizando pessoas para esta causa. Agradeço ainda aos nossos parceiros, em particular à Universidade Sénior de
que decidiram reorganizar o agrupamento, surgindo assim a coletividade «Grupo Musical e Desportivo União e Progresso». Desde então que esta coletividade tem dinamizado diversas atividades nas áreas recreativas, culturais, desportivas e sociais, com o intuito de oferecer à comunidade uma oferta alargada com fins quer educacionais, quer humanos e sociais. Através de festas populares, colóquios, exposições, torneios desportivos e participando em desfiles etnográficos, carnavalescos, marchas populares, a coletividade centenária atribui especial importância à proximidade com a comunidade.
Azeitão, aos comerciantes da aldeia e às empresas locais, que tanto nos têm ajudado. Neste campo quero também enaltecer a ajuda fundamental dos nossos sócios, pais e familiares dos atletas, sem eles nada disto seria possível.
Os apoios públicos e privados são suficientes? Infelizmente nunca são suficientes, face às inúmeras solicita-
ções e compromissos com que nos deparamos.
Quer deixar alguma mensagem para os azeitonenses? Atendendo ao contexto que agora estamos a viver de isolamento social, motivado por um cenário pandémico a nível global, gostaria de deixar uma palavra de encorajamento e esperança de que tudo vai ficar bem. De que vamos todos juntos ultrapassar este momento.
Afinal eramos felizes e não sabíamos.
Fotografia "à la minute" de Magda Vaz • Um livro? “O Alquimista”, de Paulo Coelho • Um filme? “A Vida é Bela”, de Roberto Benigni • Uma frase? “É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros”, in “O Principezinho”, de Antoine de Saint-Exupéry • Uma palavra? Coragem • Um objeto? Caneta • Uma música? Summer of 69, Bryan Adams
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Medidas preventivas e de contenção implementadas pela Câmara Municipal de Setúbal
Alguns serviços municipais estão a funcionar de forma mais limitada, aplicando-se medidas mitigadoras dos transtornos que se façam sentir na prestação de serviços aos cidadãos. A atual lista de medidas preventivas, ordenada cronologicamente, das determinações mais recentes para as mais antigas, é constituída pelas seguintes ações em Estado de Alerta: 1. O pagamento das rendas de habitação pública, sem imposição de quaisquer penalizações por parte do Município, só será retomado quando o atual quadro de emergência nacional seja ultrapassado e os níveis de alerta de saúde pública sejam normalizados (Esta medida foi atualizada a 19 de março. Num estágio inicial da crise de saúde pública, chegou a ser aceite o pagamento com um mês de atraso em relação ao mês em dívida). 2. As travessias fluviais entre Setúbal e Troia realizam-se, desde 20 de março de 2020, apenas por ferry boat. 3. Desde o dia 17 de março que se encontra suspenso do pagamento do estacionamento tarifados nos parquímetros em Setúbal. 4. CROAC – Canil e Gatil Municipal | Estando o tratamento e cuidados médicos dos animais garantido, não é feito atendimento público presencial. Caso necessite de entrar em contacto (para adoção ou para outro assunto urgente) com o CROAC de Setúbal, deve-se ligar para os números 910 587 520, das 08h00 às 11h00 e das 14h00 às 16h30, nos dias úteis, e 910 531 905, das 10h00 às 17h00, também durante os dias úteis. 5. Acolhimento de filhos de trabalhadores afetos a serviços essenciais | Os trabalhadores de serviços essenciais que tenham necessidade de apoio de acolhimento para os filhos com idades entre os 0 e os 12 anos deverão recorrer às escolas de acolhimento dos agrupamentos de Setúbal. As crianças com idade entre os 0 e os 3 anos serão encaminhadas para instituições do concelho preparadas para o efeito. As escolas de acolhimento
são as seguintes: Escola Básica de Azeitão (EB 2,3), em Vila Nogueira; Escola Básica e Secundária Lima de Freitas; Escola Básica Barbosa du Bocage (EB 2,3); Escola Básica da Azeda; Escola Básica Luísa Todi; Escola Básica e Secundária Ordem de Santiago. 6. Mercado Abastecedor | Apesar da alínea b), do n.º 3, do art.º 1º, da Portaria n.º 71/2020, de 15 de março, excecionar os estabelecimentos de comércio por grosso das restrições de acesso a áreas comerciais, importa criar medidas extraordinárias de contenção. Desta forma, são aplicadas ao Mercado Abastecedor as mesmas medidas que estão a ser aplicadas aos restantes mercados municipais na fase de venda. 7. As instalações do Julgado de Paz de Setúbal estão encerradas ao público até 20 de março de 2020, data em que a decisão será alvo de nova apreciação. 8. Recomendação para que a população coloque o lixo doméstico nos contentores apropriados entre as 19h00 e as 21h00. 9. Encerramento de todos os espaços com esplanadas da atividade de restauração e bebidas. 10. Suspensão do acesso ao público às reuniões de câmara. 11. Encerramento ao público de todos os edifícios municipais, identificando, no exterior, o número de telefone e correio eletrónico através dos quais a população pode tratar de assuntos administrativos ou outros. Nas situações que exijam tratamento presencial, o mesmo será agendado com indicação de data e hora. NOTA1: Nos Paços do Concelho permanece em funcionamento o serviços de Tesouraria e de Atendimento Geral, ambos abertos da 09h00 às 13h00. A população deve respeitar, enquanto aguarda atendimento nestes serviços, a atual etiqueta recomendada para filas de espera em espaços públicos 12. Suspensão da atividade dos mercados municipais ao ar-livre, nomeadamente o Mercado da Confeiteira (Xepa), a Mostra de
Antiguidades e Velharias (Setúbal e Azeitão) e Mercado de Azeitão. 13. Suspensão do acesso aos cemitérios, exceto para realização de funerais, limitados aos familiares. 14. Preparação de locais de alojamento para isolamento social de trabalhadores adstritos a serviços essenciais de forma a que estes possam garantir a continuidade de serviços. 15. Enquanto vigorar a presente Declaração de Alerta, ou pronúncia de outro nível de Declaração ou Estado, está suspenso o serviço de recolha de monos e resíduos verdes. 16. Constituir equipas de prevenção, em cada Departamento Municipal, para apoio a ações de proteção civil, nomeadamente para integração no sistema de apoio (interno) e distribuição de bens essenciais à população em geral e aos trabalhadores do município em particular, devido a isolamento ou em quarentena, determinado pela autoridade de saúde local. 17. Determinação de constituição de reserva mínima de produtos e bens essenciais, para superfícies de distribuição, farmácias e unidades com bens essenciais.
os trabalhadores em situação de saúde de risco e grávidas. 21. Eliminação de esplanadas e lugares sentados nas zonas de restauração e cafés geridos pela Câmara Municipal. 22. Está limitado o acesso ao Arquivo Municipal para a consulta de processos. 23. Encerramento da Biblioteca Pública Municipal, Casa da Cultura e campos de futebol municipais. 24. Prorrogação dos prazos para os pedidos submetidos ao Departamento de Urbanismo. 25. Os atendimentos públicos nas instalações municipais estão limitados de acordo com a disponibilidade de funcionários. É expectável que se verifiquem atrasos no atendimento. Sugere-se contacto preferencial por correio eletrónico ou telefone. Em caso de necessidade de contactar os serviços municipais, por favor veja a foto “Guia de contactos e informações úteis“. 26. Para pedidos junto do Departamento de Urbanismo (DURB) deve ser dada prioridade à troca de informações pelo correio eletrónico DURBextra@mun-setubal.pt. É possível submeter a entrega de documentação por esta via e pelos CTT. 27. Suspensão, entre os dias 11 e 25 de março, das atividades nos equipamentos municipais de utilização pública, nomeadamente nas salas de espetáculos (Fórum Municipal Luísa Todi e Cinema Charlot – Auditório Municipal), museus e equipamentos desportivos (pavilhões e piscinas), bem como a Casa da Baía – Centro de Promoção Turística e o auditório do Mercado do Livramento. [ CMS
18. Encerramento de todos os postos de informação turística. 19. Devido ao encerramento dos serviços com atendimento presencial de turistas, foi criada a linha telefónica exclusiva para apoio ao turista – 936 515 845 | 926 672 905. 20. O Município está a fazer, em colaboração com a Medicina do Trabalho, o levantamento de todos
28. Criação de um Grupo de Trabalho para elaboração de uma lista de bens essenciais ao bem-estar da população, a monitorizar diariamente com o apoio das superfícies de distribuição, farmácias e instalações com bens essenciais, com criação de um modelo simplificado de registo e reporte. 29. Diligenciar junto das su-
perfícies de distribuição, farmácias e instalações com bens essenciais informação diária sobre a existência e manutenção da capacidade de reposição de stocks da lista de bens essenciais, para abastecimentos de emergência aos meios e recursos dos agentes de proteção civil e organismos de apoio definidos em sede da Comissão Municipal de Proteção Civil. 30. Preparação de um sistema de apoio e distribuição de bens essenciais à população em isolamento ou em quarentena, determinado pela autoridade de saúde local. 31. Levantamento urgente de necessidades e aquisição de equipamentos de proteção individual para dotação do sistema de apoio e distribuição de bens essenciais à população em isolamento ou em quarentena, determinado pela autoridade de saúde local. 32. Reforço das ações de higienização em espaços públicos. 33. Identificação e pré-preparação de infraestruturas alternativas para isolamento de população, no caso de esgotamento da capacidade de acolhimento em unidades de saúde. 34. Preparação de uma valência SIG (Sistema de Informação Geográfica) junto da Comissão Municipal de Proteção Civil para registo, identificação, acompanhamento e análise espacial do ponto de situação (casos individuais, áreas de confinamento, níveis de armazenamento, percursos de acesso, distribuição, etc.). 35. Avaliação do nível de serviços, por eventual impacte na afetação dos recursos humanos disponíveis, nos seguintes setores críticos: energia, água, comunicações, saúde, indústrias, transportes públicos, porto, recolha de resíduos sólidos, trânsito e bem-estar animal. 36. Prever a criação de mecanismos de proteção e segurança para as vias de circulação associadas ao reabastecimento e às próprias superfícies de distribuição, bem como para zonas identificadas com bens essenciais. 37. Constituir, no seio da Comissão Municipal de Proteção Civil, um grupo de análise e decisão para a realização de eventos culturais e desportivos em espaços públicos e privados no território municipal. 38. Acompanhar e apoiar as necessidades que se verifiquem ao nível da situação dos estabelecimentos de ensino designados para a promoção do acolhimento dos filhos ou outros dependentes a cargo dos profissionais de saúde, das forças e serviços de segurança e de socorro.
Jornal de Azeitão
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Tudo tem um propósito maior. #vamosficarbem O mundo está em stand-by. Algo invisível e maior do que nós chegou e tivemos de parar. És convidado a recolher e a olhar para dentro de ti. Enquanto tomas as medidas de precaução em consciência, adotando hábitos de higiene e isolamento, estás a cuidar de ti e dos outros. Muitas vezes somos desafiados e postos à prova e, desta vez, o medo quase cala o ser humano... no entanto, o convite é claro: quanto mais vibrares em amor, mais perto estás da cura. Não têm que existir confusões ou mal entendidos. Têm que haver decisões tomadas e prioridades definidas. O assunto é sério e para ser levado a sério todos temos e devemos fazer a nossa parte. Enquanto ser humano e psicóloga clínica, decido doar-me a cada um de vocês em amor, para juntos e mais fortes, sermos capazes de ultrapassar o que estamos a vivenciar. Tenho consciência do impacto psicológico inerente... do que pode desencadear e é precisamente sobre as nossas emoções que nos devemos debruçar ao fazer o recolhimento e a introspeção. É crucial mantermo-nos informados e compreender o risco. A cobertura mediática pode criar a sensação de que existe um perigo e um
risco maior do que o real. Devemos assim procurar estar atualizados sobre a situação e confiar em sites oficiais como DGS e OMS ou a Linha SNS24, colocando as nossas questões sem medos. Devemos limitar a nossa exposição a notícias que possam ser evasivas ou de conspiração e que apenas vão aumentar a preocupação e a ansiedade. Precisamos de nos unir. O Universo sabe o que faz, mesmo quando nos troca as voltas e o Mundo sai do lugar. Nós continuamos firmes e não desistimos. Acreditamos e somos mais fortes. A prioridade é coletiva e nós temos o dever e a responsabilidade cívica de nos questionarmos de como agir em consciência e de sermos coerentes nas nossas atitudes. Todos estamos no mesmo barco. Não há ricos ou pobres. As prateleiras dos supermercados estão vazias e os hospitais cheios... Vamos refletir sobre a igualdade social e a vulnerabilidade do ser humano. Somos todos iguais a vivenciar processos de vida diferentes. Não é por me sentir saudável que vou agir como se nada estivesse a acontecer... E é aqui que a vida nos mostra que tudo tem um propósito elevado: cuida de ti e estás a cuidar dos outros. #ficaemcasa #vamosficarbem Com amor, Sandra Anjos.
POR MARGARIDA SAL GROSSO
O mundo parecia tão grande, quando fugíamos dele, ou de nós! Agora, vivemos na incerteza! Nada é garantido, há uma aparente realidade paralela que não controlamos! Antes, sempre a correr, sem tempo, a despachar, a lamentar, a criticar, a adiar, a complicar, a sofrer por antecipação com coisas mínimas e a planear anos a fio... Hoje, ficas em casa e esperas. E nessa espera equilibras as tuas iras, revês os teus sentimentos, encontras as tuas falhas, dominas o teu ego e acalmas os teus medos. Hoje, sentes a falta dos abraços, das crianças às gargalhadas nos corredores da escola, do mar, do trabalho excessivo, das saídas com aqueles que amas... Hoje, esperas em casa, projetas uma sanidade aparente, reforças o teu coração e aceitas que vais começar tudo de novo! O amanhã trará a esperança de que tudo passará, provavelmente a um preço maior do que tu. Ainda assim, tu vais reinventar-te, vais ser diferente, vais dar luta e farás da tua vida um pedaço de eternidade!
Escola Básica de Azeitão
Fornecimento de refeições – Covid-19 A Câmara Municipal de Setúbal garante desde o dia 17 de março o fornecimento de refeições aos alunos do concelho beneficiários do escalão A nas escolas de acolhimento aos filhos dos trabalhadores dos serviços essenciais. As refeições são confecionadas na cozinha da EB 1 Luísa Todi e depois transportadas em couvetes para serem servidas às crianças
beneficiárias de apoio social com escalão A do abono de família. Os filhos de profissionais de saúde, das forças de segurança e de proteção civil que tenham de permanecer nos estabelecimentos de ensino referenciados para acolhimento também têm refeição garantida. A requisição das refeições tem de ser efetuada até à hora de al-
moço da véspera do dia pretendido. Os estabelecimentos de ensino referenciados no concelho para acolhimento são a EB Barbosa du Bocage, a EB de Azeitão, em Vila Nogueira, a Escola Básica e Secundária Lima de Freitas, a EB 2,3 Luísa Todi, a Escola Básica e Secundária Ordem de Sant’Iago e a EB1 da Azeda.
Ambiente: resíduos sólidos urbanos – sensibilização Tendo em consideração as medidas de contingência excecionais adotadas no contexto de mitigação do novo coronavírus, a CMS apela à população que adote cuidados reforçados no acondicionamento de resíduos sólidos urbanos. Neste sentido, o município recomenda o fecho correto dos sacos de lixo e, aquando da deposição nos pontos disponíveis de recolha da rede urbana, o cuidado de os contentores ficarem devidamente fechados. A Câmara Municipal de Setúbal reforça, igualmente, que todo o material utilizado na higienização
pessoal, como, por exemplo, lenços descartáveis, deve estar particularmente protegido de forma a evitar a propagação do surto e a salvaguardar a saúde pública. Em virtude da pandemia, a autarquia alerta para eventuais constrangimentos nos circuitos de recolha de lixo, pelo que os munícipes devem fazer a deposição entre as 19h00 e as 21h00, evitando, desta forma, que os detritos permaneçam na via pública por períodos prolongados. A autarquia apela ainda à população para que, neste período particularmente sensível no que
respeita à mitigação do Covid-19, evite a deposição na via pública de detritos volumosos, vulgarmente designados de “monos”, bem como de resíduos verdes. A Câmara Municipal de Setúbal informa também que o serviço de disponibilização de “big bags”, para deposição de resíduos de obras, se encontra temporariamente suspenso. Informações adicionais podem ser obtidas junta da Linha Verde do Ambiente, utilizando para esse efeito o contacto telefónico 265 220 230 ou de correio eletrónico dihu@mun-setubal.pt.
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Tenho a “paranóia” que estou infetado com a Covid-19 POR SAMUEL POMBO PSICÓLOGO CLÍNICO DO SERVIÇO DE PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL DO HOSPITAL DE SANTA MARIA PROFESSOR AUXILIAR DE PSICOLOGIA MÉDICA DA FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que procure ajuda médica quem apresentar tosse, febre e dificuldade em respirar. Mas sabia que a sua ansiedade pode simular os sintomas da Covid-19 e levá-lo a acreditar que está infectado. Imagine que está permanentemente stressado e angustiado com tudo o que se passa à sua volta. Para além disso, anda numa constante hipervigilância dos sintomas e sinais do seu corpo, como se tivesse um radar mental ligado ininterruptamente, numa espécie de varredura antivírus Covid-19. Não aguenta esta ausência de previsibilidade, controlabilidade e segurança sobre a sua condição de saúde. O stress provoca-lhe uma constante ativação fisiológica do seu corpo que não dá por ela. É subconsciente. Transpira, parece que sente vagas de calor e frio. Porventura, alguém (que também está nervoso e eventualmente sugestionado com tudo isto) coloca a mão na sua cabeça e diz que parece que está quente. Alarme! Estou doente com Covid-19! Por regra, quando alguém refere febre associada à ansiedade está descrevendo a "sensação" de ter febre. Sente-se febril mas objetivamente o termómetro não o corrobora. No entanto, a ansiedade pode causar o aumento da temperatura corporal, ou seja, febre. Por exemplo, é comum nas crianças associar-se a resposta febril ou as dores de barrida às manifestações psicossomáticas do ciúme do novo irmão. A febre dita “psicogénica” é uma condição psicossomática relacionada com o stresse e que se manifesta através do aumento da temperatura corporal. Os mecanismos causais da febre “psicogénica” ainda não são totalmente conhecidos. No entanto, alguns casos relatados demonstram que a febre não é atenuada por fármacos antipiréticos, mas por medicamentos ansiolíticos ou por métodos psicoterapêuticos. Posto isto, não se convença que está infectado com a Covid-19 só porque tem febre ligeira. Embora, na verdade, a ansiedade não cause geralmente febre, principalmente alta, o stress e a ansiedade podem provocar uma hipertermia funcional. Apesar de a respiração ser um processo “automático”, também ela é influenciada pelas emoções. As pessoas que sofrem de ansiedade têm a tendência para respirar
de forma mais acelerada, maioria das vezes mesmo sem ter consciência. Este efeito pode resultar numa sensação de falta de ar. Como o acto de respirar de forma acelerada exige trabalho físico, é normal que a pessoa se sinta mais quente. Justamente pelo esforço, períodos prolongados de hiper-respiração poderão resultar em sensações de cansaço e exaustão. Também porque se respira mais pelos músculos intercostais e menos pelos do diafragma, os músculos do peito tendem a se tornar tensos, daí os sintomas de pressão no peito. Tudo isto reforça-nos a ideia de que estamos com dificuldades respiratórias e que estamos doentes com a Covid-19. É verdade que a falta de ar pode ser um sintoma comum de ansiedade. Mas pode ser difícil afirmar que os sintomas são causados “apenas” pela ansiedade ou por um problema infeccioso como a Covid-19. Para diagnóstico diferencial e tentativa de alívio imediato da falta de ar devido à ansiedade, as pessoas podem experimentar técnicas de distracção, relaxamento ou respiração diafragmática. A tosse é um sintoma importante para diagnosticar uma infecção respiratória viral. Mas também pode ser de origem nervosa. Nessas situações, a tosse manifesta-se de forma persistente, seca e não-produtiva. A pessoa parece que tem a sensação de cócegas na garganta, ou dificuldade em respirar fundo sem tossir. Como vimos, quanto se está ansioso, respira-se de forma mais rápida e superficial. Esse padrão respiratório pode fazer com que a garganta fique seca e irritada. Uma vez seca e irritada, pode causar uma sensação persistente de comichão que pode causar tosse. A própria tosse constante também pode irritar a garganta, o que pode causar um ciclo vicioso de garganta seca, tosse, garganta irritada, tosse e assim por diante. Algumas características ajudam na diferenciação deste sintoma. Repare que essa tosse piora durante períodos de ansiedade ou stresse e melhora quando está menos stressado, por exemplo, quando se distrai com actividades de lazer. Em suma, se apresentar tosse, febre e dificuldade em respirar, não desvalorize os sintomas. Mas se os seus sintomas são inconsistentes, sofrem flutuações e variações em função do estado de stress e ansiedade, não ligue imediata e constantemente para a linha SNS24. Independentemente de tudo, siga escrupulosamente as normas de prevenção comportamental. Fique em casa!
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O ciclo dos tempos POR JORGE MARIA DE CARVALHO PROVEDOR DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE AZEITÃO
Vivemos tempos excepcionais que nos recolocam reptos antigos (peste negra), exigindo na pandemia actual, a mesma Fé operativa: na nossa fragilidade devemos valer os ainda mais frágeis que nós. A intemporalidade desta acção concreta que se repete ao longo de séculos é a matriz fundacional das Misericórdias assente na defesa incondicional da dignidade humana. Prosseguiremos as nossas actividades diárias, com as necessárias adaptações, dando cumprimento às recomendações emitidas pela Direção Geral da Saúde e demais autoridades, mas sempre fundamentados nos princípios que nos baseiam. A condição necessária para conservar os nossos objectivos é remodelar e inovar no constante confronto com a realidade. Em 5 séculos de História somos essencialmente evolução em continuidade. Foram assim implementadas diversas medidas de contingência, destacando-se as seguintes: - Promoção do teletrabalho e reforço das comunicações não presenciais, nomeadamente por e-mail e telefone, por forma a minimizar o risco de propagação; - Cancelamento dos compromissos presenciais não imprescindíveis; - Reforço do distanciamento entre utentes e colaboradores em presença nas nossas instalações e em seus domicílios podendo ser limitadas as entradas
de utentes em simultâneo ou mesmo desaconselhadas visitas de amigos e familiares. - Reforço dos meios de higiene e proteção disponíveis. A nossa equipa multidisciplinar mantém-se totalmente disponível através dos contactos habituais de telefone e e-mail. Os nossos serviços de apoio social e de saúde permanecem em funcionamento nos horários habituais, e todas as valências desta Instituição mantêm-se em curso, com excepção dos utentes do Centro de Dia que passaram a ser assistidos em seus domicílios por questões epidemiológicas de contágio. No entanto, poderão existir constrangimentos não previstos, motivados por acontecimentos de última hora. Este conjunto de medidas visa a proteção dos nossos colaboradores, utentes e comunidade em geral. A Santa Casa da Misericórdia de Azeitão continua a acompanhar atentamente a evolução de toda a situação de pandemia do Covid-19 e agirá em conformidade, sempre que as condições o exijam nunca abdicando dos seus princípios fundadores da Ética do Humanismo Cristão. Acreditamos que com o empenho, comunhão de todos, espírito de união e amor ao próximo, conseguiremos superar os desafios dos próximos tempos na prática efectiva do nosso COMPROMISSO INSTITUCIONAL. Que Deus nos ajude. E que não nos abandonem a coragem, a vontade, a perseverança, a responsabilidade, o empenho e a caridade de todos os que aqui podemos ser o Seu braço. Em Cristo
Ninguém se salva sozinho ANA CLARA BIRRENTO VOGAL DA MESA ADMINISTRATIVA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE AZEITÃO
Há pelos menos 3 semanas que ouvimos falar de CORONAVIRUS- COVID-19. Só neste século, em que morreram muitas pessoas, tivemos SARS, GRIPE A, GRIPE ESPANHOLA, HN1, HN2, GRIPE DAS AVES, ou na Idade Média, a PESTE NEGRA que reduziu a população mundial em cerca de 450 milhões de pessoas. Mas nada foi nunca tão assustadoramente directamente connosco, nunca chegou tão assustadoramente de rompante, nunca se propagou tão assustadoramente de forma tão rápida. Nunca nada criou na comunidade tanta desconfiança entre as pessoas, tanto medo. Muitos nunca experienciariam um estado de emergência, que impõe regras muito duras como isolamento social, recomendações sobre circulação, cujo não cumprimento já levou a detenções. De um dia para o outro, tivemos de nos habituar a novas formas de trabalho, a ter e a dar
aulas à distância, a não poder estar com os pais ou os filhos. Este COVID-19, CORONAVIRUS, é uma lição de provação para a Humanidade. As notícias que nos chegam de todo o mundo são a cada hora piores, dos nossos países vizinhos a tragédia aumenta a cada dia que passa, sem solução à vista. Dizem os analistas, dizem os políticos que se tomaram medidas
muito tarde, outros que as medidas são as necessárias e tomadas a cada momento, uns dizem que os equipamentos dos grandes heróis desta tragédia em um só acto, os médicos e enfermeiros, chegam, outros dizem que não. Uns dizem que se o pico da pandemia for muito rápido muitos portugueses morrerão, porque o Serviço Nacional de Saúde não tem capa-
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cidade, não tem ventiladores, não tem camas para tantos infectados. Outros dizem que se prolongarmos o pico no tempo até finais de Maio, aliviamos os Serviços de Saúde e os profissionais de Saúde e as coisas correrão melhor. Não sabemos. Eu diria que estamos a lutar com um inimigo invisível. E quando desconhecemos o inimigo não sabemos com que armas podemos lutar e vencer. Esta pandemia trouxe o caos à vida de todos nós, mas será de facto um caos, ou uma forma de reaprendermos a viver? A perceber que passados estes meses, nada será igual? Mas para que isso possa acontecer, para que possamos chegar a daqui a alguns meses, temos de entender que agora A DISTÂNCIA SIGNIFICA AMOR e que CADA DIA É MAIS UM DIA A NOSSO FAVOR. Mas, como o Papa Francisco disse no dia 27 de Março numa Praça de S. Pedro vazia de pessoas, porém tão cheia de significado, no caminho que fez sozinho até ao altar: NÍNGUÉM SE SALVA SOZINHO. Significa isto que temos de estar juntos? NÃO! Significa que temos de estar atentos, alerta aos outros, sobretudos aos idosos. Ajudá-los a perceber que têm de estar isolados, mas que não estão
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abandonados. Esse é o papel das famílias. Não abandonar os seus idosos, mantê-los em segurança e apoiá-los. Não vamos poder estar juntos, vamos ter de viver estes momentos de forma diferente, o progresso da pandemia depende de CADA UM DE NÓS para o BEM DE TODOS. Mas apoiar os idosos, ou quem nos procure é também o papel da Santa Casa da Misericórdia de Azeitão. Todas as medidas de contingência foram tomadas como o artigo do senhor Provedor explica, todos os canais alternativos estão disponíveis para contacto imediato e urgente sempre que necessário, todas as colaboradoras continuam, com o sentido de responsabilidade que lhes reconhecemos a cumprir os serviços nas casas dos utentes, a equipa médica e de enfermagem está em prontidão para actuar sempre que necessário. Podem estar certos de estaremos cá agora, como sempre estivemos para cumprir o nosso compromisso para com os irmãos e para com toda a comunidade. A todos devemos dizer estamos presentes. Não vos abandonamos. Ninguém se salva sozinho, mas mantenha-se seguro e fique em casa. Sempre que necessário, nós vamos até si.
Covid -19. Vírus SARS-CoV-2: Testes para despiste de infeção por este vírus SARS Cov 2: 1- Colheita de secreções da faringe e nariz. É feito por zaragatoa colhida no hospital ou laboratório. 2- Colheita de sangue, para deteção de anticorpos. O seu transporte é feito em meio apropriado. Os centros de saúde e clínicas, Não TÊM, por enquanto, meios para fazer recolhas por zaragatoa ou sangue. Só os hospitais ou laboratórios certificados. Importância do teste de PCR – Por uma questão de capacidade dos laboratórios, deve ser dada prioridade aos indivíduos com sintomas respiratórios ou/e história de contato com doentes comprovadamente infetados, pessoal de saúde, bombeiros, doentes diabéticos, asmáticos,... Testes que avaliam a imunidade: Quem contacta com o vírus cria primeiro anticorpos IgM (cerca de 8 a 10 dias), a sua primeira linha de defesa, e só depois no decurso da doença ( semanas), cria anticorpos IgG, a segunda linha de defesa, que lhe vão conferir imunidade que se espera seja duradoura para este vírus. Estes testes (após colheita de sangue) avaliam se o paciente tem anticorpos, se criou defesas, por ter estado em contacto com o vírus, quer tenha ou não sintomas. Permitem assim, separar indivíduos sem defesas criada ao vírus, dos pacientes que as tem, por já terem ou terem tido a doença. Estes ultimos, se a imunidade (IgG) for duradoura, não voltam a ter a doença com este vírus. Assim, quantos mais testes se realizarem na população, mais indivíduos infetados sem sintomas ou com sintomas leves serão diagnosticados, sendo de seguida, impedidos de propagar a infeção mesmo que involuntariamente. Na prevenção: Um teste positivo permite alterar a prevenção, para isolamento obrigatório, prevenindo mais contágios pelo individuo infetado. No prognóstico: o individuo testado positivo terá uma vigilância e conduta terapêutica mais adequada, do que um não testado. Dependendo do teste efetuado, é possível haver testes falsamente negativos. Isto pode depender de vários fatores, como, a sensibilidade do teste, da precocidade com que é efetuado em relação á data do possível contágio (IgG provavelmente menos de 9 dias), etc.. Um teste negativo não é provavelmente uma garantia absoluta de que o individuo não tenha a doença. Na anterior epidemia por SARS-Cov cerca de 1/3 dos testes realizados no inicio dos sintomas foram falsosnegativos. É aconselhável, que, um doente com febre, tosse e falta de ar, que tenha um teste negativo, volte a repeti-lo. Consulte o seu médico. Os filhos de grávidas infetadas durante a gravidez, parece adquirirem os anticorpos da mãe e, portanto, tem já defesas naturais (IgG) contra a doença. Há vários testes no mercado. Estão em estudo outros tipos de teste que para serem úteis, terão que ser fiáveis precocemente, na fase de incubação e em fase posterior permitir distinguir, quem tem imunidade já criada, de quem não a tem ou a perdeu e terá de ser protegido de ser infetado. Também deverão ser mais baratos e de rápida execução. Ivo Barata da Silva, 28 de Março de 2020
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COVID-19 e Amamentação No contexto atual de pandemia pelo COVID-19, existe um esforço consensual das organizações nacionais e internacionais, bem como das instituições que têm como missão a elaboração de normas para os profissionais de saúde, nomeadamente a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Direção Geral de Saúde (DGS), da procura da melhor evidência e das melhores práticas que permitam recomendar que é seguro amamentar, mesmo em situação de infeção da mulher lactante. Como Enfermeira Especialista de Saúde Materna e Obstétrica (EESMO) e Conselheira em Aleitamento Materno (CAM) elaborei este artigo com base nas principais recomendações governamentais e
com a finalidade de que todas as mulheres - grávidas e mães que se encontram ou venham a amamentar os seus bebés - o façam de uma forma livre e esclarecida. Principais recomendações analisadas: Segundo a OMS uma mulher com COVID-19 pode amamentar se for esse o seu desejo, no entanto, são recomendáveis medidas de controlo de infeção, tais como: — lavagem correta das mãos com água e sabão durante 40 a 60 segundos, antes e após pegar no bebé; — uso adequado de máscara durante a amamentação, com colocação e remoção corretas; — cumprimento das regras da etiqueta respiratória que inclui recomendações como: tossir ou espirrar
para o braço com cotovelo fletido; usar lenços de papel descartáveis, que deposita imediatamente após o uso em saco próprio, lavar ou desinfetar adequadamente as mãos; — desinfeção frequente de superfícies potencialmente contaminadas. Para a UNICEF e para a Sociedade Portuguesa de Neonatologia a mulher lactante com sintomas de infeção pode continuar a amamentar desde que se sinta capaz, devendo cumprir as medidas extremas de isolamento para evitar a transmissão da mãe para a criança. Em situações extremas em que a mãe se encontre demasiado debilitada deve ser apoiada na extração e administração do seu Leite ao bebé por um cuidador saudável; Por sua vez a Sociedade Portu-
guesa de Medicina Interna (SPMI) defende que os benefícios da amamentação superam qualquer risco potencial de transmissão pelo Leite Materno (LM); A Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal (SPOMMF) refere que ainda não foram encontrados indícios de vírus no leite materno de uma mãe infetada. A principal preocupação não é se o vírus pode ser transmitido através do leite materno, mas se a mãe infetada pode transmitir o vírus através de gotículas respiratórias durante o período de amamentação, pelo que todas as mães com Covid-19 deverão tomar todas as precauções possíveis para evitar a transmissão. À luz da evidência atual, a DGS preconiza que a amamentação pode
TELEFONES ÚTEIS
POR GABRIELA SANTOS, ENFERMEIRA ESMO E CAM
ser mantida desde que as mães estejam devidamente informadas, esclarecidas e apoiadas e desde que sejam asseguradas boas praticas de higiene e tomadas todas as precauções para evitar a transmissão da COVID 19. “Porque o leite materno é o melhor e mais completo alimento para o bebé. Porque cada gota de LM é “ouro em estado puro” repleto de anticorpos que o protegem das doenças às quais a mãe esteve exposta. Porque todas as diretrizes internacionais de saúde do mundo concordam que a amamentação deve continuar e ser apoiada durante a pandemia COVID-19, com as devidas precauções. Vamos Amamentar de forma consciente e segura
Junta de Freguesia São Lourenço São Simão
21 219 99 30 21 218 06 94
EDP (Avarias) Serviços de Águas CTT Azeitão
800 50 65 06 707 109 019 21 219 05 07
GNR Azeitão
265 242 672
Posto Médico
21 219 95 00
Táxis Brejos de Azeitão Vila Nogueira “ “
96 40 04 300 96 61 48 429 96 40 29 110 96 61 16 583
Farmácias Vila Nogueira Brejos
21 218 00 35 21 218 79 83
Sta. Casa da Misericórdia
21 219 89 00
Igrejas Paroquial de São Lourenço Paroquial de São. Simão
21 219 05 99 21 219 08 33
Biblioteca Municipal de Azeitão Biblioteca 21 218 83 98 Museu 21 218 83 99
Jornal de Azeitão
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Requalificação acessível
Praias da Figueirinha e de Albarquel [ FOTOS: CMS
As praias da Figueirinha e de Albarquel, no Parque Natural da Arrábida, são beneficiadas com um conjunto de novos equipamentos que acrescentam valor turístico e tornam aquelas zonas balneares de Setúbal mais acessíveis a todos os utilizadores. As obras de requalificação naquelas praias resultam de candidaturas apresentadas pela Câmara Municipal de Setúbal a financiamento, no valor global de cerca de 230 mil euros, através do Programa Valorizar – Linha de Apoio ao Turismo Acessível, dinamizado pelo Turismo de Portugal. As intervenções na Praia da Figueirinha visam melhorar as condições de usufruto daquela zona balnear oceânica que ostenta, há largos anos, as bandeiras Azul, Qualidade de Ouro e Praia Acessível, e alargar as acessibilidades e equipamentos direcionados para pessoas com mobilidade reduzida. A construção de um edifício de apoio próximo da zona de estacionamento, com instalações sanitárias, zona de arrumos e uma área de primeiros socorros, faz parte do conjunto de equipamentos qualificadores, assim como a instalação de chuveiros, bebedouros com diferentes alturas e bancos de apoio. A valorização acessível da Praia da Figueirinha também é feita com a
criação de novos percursos pedonais em madeira no areal, numa extensão total superior a 700 metros lineares, assim como um tapete acessível, dotado de uma cadeira anfíbia, num percurso de 25 metros lineares até à frente de água. Nesta praia é também criada, numa zona com cerca de 45 metros quadrados, uma pérgula acessível, que resulta numa área de sombra e de descanso, particularmente direcionada para pessoas com mobilidade reduzida, apetrechada de bancos de apoio e papeleiras. A colocação de um painel informativo, com caracteres ampliados, pictogramas e conteúdos em braille, e plantas táteis fazem igualmente parte desta operação, assim como a construção de um edifício de apoio que concentra instalações sanitárias, um espaço de arrumos e um posto de primeiros socorros. No caso da Praia de Albarquel, a operação urbanística, destinada a facilitar o acesso e a utilização daquela zona balnear a todos os cidadãos, contempla, à semelhança da Figueirinha, a execução de um conjunto de elementos de apoio à estadia e permanência no areal, incluindo novas acessibilidades. Do leque de intervenções faz igualmente parte a criação de um conjunto de passadiços de praia, incluindo um tapete e pérgula acessí-
vel, um novo edifício de apoio balnear, bebedouros chuveiros, zonas de lava-pés, bancos de apoio, papeleiras e um novo painel informativo. Esta zona balnear setubalense, a mais próxima do centro urbano da cidade e que tem registado, nos últimos anos, uma procura crescente, particularmente de pessoas com deficiência, recebe ainda bebedouros com diferentes alturas, chuveiros, zonas de lava-pés, bancos de apoio e papeleiras. As intervenções de requalificação acessível nas praias da Figueirinha e de Albarquel resultam de candidaturas apresentadas pela autarquia ao Programa Valorizar – Li-
nha de Apoio ao Turismo Acessível, dinamizado pelo Turismo de Portugal, com financiamento de 90 por cento sobre o investimento elegível. No caso da Praia da Figueirinha, o investimento elegível de 83 mil e 20 euros apresentado na candidatura liderada pela autarquia é financiado em 74 mil e 718 euros, enquanto para a Praia de Albarquel, o investimento de 145 mil e 271,50 euros é comparticipado em 130 mil e 744,35 euros. Estes investimentos qualificadores da imagem de Setúbal enquanto destino turístico de excelência promovem, em simultâneo, o turismo acessível e inclusivo, dando cum-
primento ao disposto na Convenção da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Paralelamente às intervenções de requalificação da Praia de Albarquel, a Câmara Municipal de Setúbal avança com a beneficiação do miradouro da zona do Pau da Consolação, ponto de estadia e de contemplação da Arrábida e de uma das mais belas baías do mundo. Nesta área privilegiada é concretizado um novo desenho de traço contemporâneo. A árvore de grande porte ali existente mantém o destaque central daquele miradouro com cerca de 435 metros quadrados e recebe, nesta intervenção, novos bancos, que ficam instados em redor daquele espécime arbóreo. Os trabalhos, que incluem o reforço da iluminação pública e a criação de um elemento luminoso cénico para destacar ainda mais a presença daquela árvore, definem ainda duas zonas de utilização distintas, uma das quais de acesso exclusivo a transeuntes, com 210 metros quadrados, em madeira, incluindo o capeamento do rail de proteção. Na área mais próxima da estrada, é criada uma zona com cerca de 170 metros quadrados, com pavimento em lajetas de betão, para paragem temporária de veículos motorizados.
Lidar com a Ansiedade durante a pandemia [ DR
POR ISABEL FERNANDES
Estes são tempos desafiantes e sem precedente para as pessoas e famílias que lidam agora com um conjunto de questões inesperadas e uma rutura abruta do seu modo de vida. A vida como a conhecíamos mudou drástica e subitamente. As rotinas habituais desapareceram e colocam-se questões vitais como a doença, o desemprego, problemas financeiros, cancelamento de atividades, encerramento das escolas etc. A rapidez da mudança, as diferentes áreas afetadas e a incerteza de quanto tempo vai durar e como será o futuro pode gerar ansiedade e stress. Tal como acontece nas comuns aplicações de geoposição (GPS) em que, quando o sistema perde a posição dada pelo satélite, leva algum tempo a recalcular a rota, também com os seres humanos é semelhante. Quando perdemos as referências base, as rotinas familiares, o cérebro
inicia um processo de “recalcular a rota”. O cérebro foi feito para reduzir a incerteza do meio e, quando surge uma situação incerta (como a atual) a mente começará a trabalhar incessantemente no sentido de traçar uma nova rota, revendo frequentemente todos os elementos preocupantes, todas as ameaças, todos os possíveis perigos. Este processo traz inevitavelmente consigo emoções e estados de ansiedade e também medo, preocupação, ruminação, entre outros. Para lidar eficazmente com a Ansiedade há que primeiro compreender e aceitar a sua existência em nós. Estarmos em rejeição connosco mesmos não vai ajudar a ultrapassar o nosso estado de ansiedade, vai pelo contrário, intensificá-lo. Quando dizemos “Eu não devia sentir-me assim” não nos vai ajudar a deixar de sentir. Afinal a emoção já lá está! De uma forma sucinta ultrapassar o estado de ansiedade ou emoções relacionadas pode ser conseguida por
intermédio dos passos a seguir: 1. Reconhecer a existência da emoção em nós e dar-lhe um nome (ansiedade, preocupação, medo, etc.). 2. Perceber onde no corpo sente a emoção com maior intensidade e observar por breves momentos as sensações no corpo, sem julgamento, numa perspetiva de observador, de testemunha imparcial. 3. Aceitar a existência desta emoção em si. Permita que a emoção esteja e passe por si sem rejeição, com aceitação. Saliento que aceitar não
significa resignar-se e que nada faça para transformar o seu estado. Pelo contrário, aceitar é o primeiro passo para transformar o que quer que seja em si mesmo. Não mudamos, nem solucionamos os problemas que não temos (ou que não assumimos ter). 4. Compreender compassivamente o surgimento desta emoção em si mesmo. Perceber que a emoção de ansiedade é uma expressão do medo que pode sentir na situação. Compreenda o seu medo, apoie-se a acarinhe-se. Outras sugestões mais práticas para lidar com a ansiedade podem passar pela meditação, exercícios de respiração e imagética ou visualização. Neste último pode imaginar e visualizar estar perante uma figura que lhe transmita paz e segurança ou estar num local, como um jardim, que lhe traga serenidade e harmonia interior. Na prevenção de estados de ansiedade há a salientar a importância da manutenção de uma vida saudável em termos alimentares, exercício
físico, hábitos de sono e também o contato com as pessoas que amamos. Ainda que o contacto físico esteja, agora, muito limitado pode sempre telefonar e manter o contacto através das redes sociais. Nesta fase é importante saber que não está sozinho no seu sofrimento, no seu medo, na sua ansiedade. O sofrimento faz parte da nossa humanidade comum e agora mais do que nunca percebemos que aquilo que nos aproxima é bem maior do que aquilo que nos afasta. Termino com a Oração da Serenidade e votos de saúde. Que tenha serenidade para aceitar o que não posso mudar Coragem para mudar o que posso mudar E sabedoria para perceber a diferença Vivendo um dia de cada vez Apreciando um momento de cada vez isabel@mentescristalinas.pt
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Jornal de Azeitão
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Marchas Populares de Setúbal 2020
SFPA não participa na edição deste ano [ SFPA
A Perpétua Azeitonense, com um longo historial nas Marchas e que ficou em 1º lugar nas do ano passado, não irá participar na edição de 2020. Segundo informação que chegou à redação conseguimos apurar que esta decisão se deve à falta de disponibilidade do núcleo duro das marchas. Um grande número de marchantes femininas encontra-se grávida e, como tal, a coletividade não conseguiria garantir a qualidade necessária para a sua marcha. Infelizmente, até ao fecho da edição do Jornal não obtivemos qualquer resposta oficial da direção desta coletividade aos nossos pedidos de esclarecimento e mais pormenores.
Esta decisão, tomada em fevereiro, surpreendeu muitos dos que estão ligados ao universo das
Marchas. As marchas têm a sua data agendada para os dias 20, 26 e 27 de junho na Av. Luísa Tody,
em Setúbal. A SFPA irá apresentar apenas uma marcha infantil extraconcurso. Não havendo ainda um cancelamento oficial por parte da CMS devido ao COVID-19, as coletividades participantes foram obrigadas a interromperem os ensaios. Esta interrupção pode lançar a incerteza sobre a sua realização. No entanto, a Câmara Municipal anunciou o apoio financeiro para este ano. Irá atribuir um apoio global de 75.000 euros a repartir pelas seis coletividades participantes no Concurso das Marchas Populares de Setúbal 2020, de modo a “garantir a manutenção dos índices de qualidade alcançados nos
últimos anos”, sublinha a deliberação camarária. Deste modo, as coletividades a concurso nas Marchas Populares de Setúbal 2020 são a União Desportiva e Recreativa das Pontes, Núcleo Bicross de Setúbal, Clube Recreativo da Palhavã, Grupo Desportivo Independente, Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Nicolau e União Cultural Recreativa e Desportiva Praiense. A verba será distribuída por partes iguais a cada uma das seis entidades participantes, cabendo o valor de 12.500 euros a cada uma das coletividades participantes no Concurso das Marchas Populares de 2020.
Revisão do Plano Diretor Municipal de Setúbal
Cerca de 50 projetos estruturantes para a região de Azeitão [ CMS
Perto de meia centena de projetos para o território de Azeitão, integrados na proposta de revisão do PDM – Plano Diretor Municipal de Setúbal, foram divulgados à população, no dia 11 de março na EB da Brejoeira. A sessão pública em Azeitão foi a terceira de um ciclo que a Câmara Municipal de Setúbal está a conduzir no concelho para apresentação, por freguesia, da proposta do novo PDM e esclarecimento de dúvidas dos cidadãos. Para o território azeitonense, o PDM aponta uma orientação que envolve a possibilidade de perto de cinco dezenas de projetos estruturantes, que materializam um investimento global previsto de 52,3 milhões de euros, a que acrescem mais 34,6 milhões de euros de investimentos partilhados com outras freguesias limítrofes. Nesta linha de propostas, estão definidas unidades e subunidades operativas de planeamento e gestão para as áreas de Brejos de Clérigos, Vale Florete, Salmoura, Choilo, centro de Vila Nogueira de Azeitão, Castanhos, Vale Andeiro, Picão/ Área Nascente, aldeias de São Pedro, Piedade e Portela, Portinho da Arrábida/Creiro-Alpertuche e Galapos/Galapinhos. Da carteira de ações programadas faz parte um conjunto de beneficiações da rede rodoviária municipal, incluindo os prolongamentos do IC21 e do troço da EN 379 entre Sesimbra e Azeitão até à nova Via
de Distribuição D21, assim como a construção da Via Intermunicipal Sesimbra/Setúbal/Palmela. Em matéria de infraestruturas urbanas, destaque para a sugestão de construção de um conjunto de condutas adutoras de abastecimento de água, para a criação de reservatórios de água, para a ampliação e reabilitação de redes de abastecimento e de drenagem de águas e para a construção de bacias de retenção. A proposta do PDM de Setúbal engloba também a elaboração do Plano de Urbanização de Azeitão, a execução de obras de urbanização relativas ao Estudo Urbanístico da Carmona e do Plano de Pormenor da Salmoura, assim como a implementação dos planos de praia para o Portinho/Creiro-Alpertuche e Galapos/Galapinhos. No que respeita a operações urbanísticas, destaque para a requalificação da Rua José Augusto Coelho, no centro de Vila Nogueira de Azeitão, para o reperfilamento parcial da Rua Poeta Sebastião da Gama, em Vendas de Azeitão, e a conclusão da requalificação da EB de Azeitão, incluindo a construção de um pavilhão desportivo. O leque de projetos estruturantes contempla a criação do Parque Arqueológico de Azeitão, da Casa da Cultura de Azeitão, da Casa Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama, da Rota Histórica das Quintas de Azeitão e da Rede de Novos Circuitos de Valor Integrado para Azeitão. Entre outros, as ações estru-
turantes previstas incluem ainda o Mercado de Brejos de Azeitão, o Centro de Saúde de Azeitão, o Parque Verde Linear da Vala Real/Corredor Ecológico e a instalação de um centro de receção de resíduos que inclui a valorização de resíduos verdes. O chefe da Divisão de Planeamento Urbanístico, Vasco Raminhas, igualmente da Coordenação Executiva do processo de revisão do PDM de Setúbal, partilhou, no encontro de ontem, algumas das especificidades do território e que foram alvo de atenção particular na revisão. “São valorizadas as áreas de quintas de Setúbal e Azeitão, fomentando novos usos, turismo e equipamentos, a par da agricultura, com vista a incentivar a reabilitação do património arquitetónico, através da majoração de índices urbanísticos, e garantindo a salvaguarda das estruturas tradicionais das quintas e dos valores paisagísticos.” A criação de um sistema de incentivos fiscais e urbanísticos destinados à promoção de projetos que concretizem a estratégia de desenvolvimento municipal está igualmente definida na proposta de Revisão do Plano Diretor Municipal de Setúbal, a operacionalizar através de regulamento municipal. Em matéria de uso de solos, Vasco Raminhas acrescentou que “a classificação proposta na revisão do PDM cumpre as exigências da Lei”, o que se traduz num conjun-
to de alterações decorrentes de um novo quadro legal, o qual extingue, por exemplo, as definições de “Espaços Urbanizáveis” e de “Espaços Paraurbanos”. No documento está incluída a redefinição dos limites dos perímetros urbanos, reduzidos em cerca de 22 hectares, em virtude das novas regras de classificação e qualificação do solo, assim como a edificação dispersa em solo rústico, assumindo-se como regra geral os quatro hectares como área mínima de parcela edificável, salvo exceções. No que respeita ao reforço dos transportes públicos no território de Azeitão, uma das necessidades apontadas pela população em virtude do crescimento urbano e demográfico verificado nos últimos anos, a diretora do Departamento de Urbanismo avançou que também vai haver novidades. “O lançamento do novo concurso público impulsionado pela Área Metropolitana de Lisboa vai materializar um aumento do serviço em 73 por cento no concelho, o qual
contempla também o território de Azeitão”, indicou Rita Carvalho sobre o investimento que vai trazer novos circuitos, horários e autocarros. A sessão pública de ontem contou com a participação da presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, que destacou “a complexidade do processo” da revisão do Plano Diretor Municipal de Setúbal, que, mais do que uma ferramenta de planeamento e gestão, é também, um plano de ação. A autarca frisou ainda que “o processo de revisão do PDM de Setúbal foi desenvolvido internamente pela Divisão de Planeamento Urbanístico do Departamento de Urbanismo, recorrendo, pontualmente, a serviços de consultoria especializada em domínios específicos”. Toda a documentação que integra a revisão do PDM de Setúbal está disponível, em formato digital, na página da Câmara Municipal de Setúbal, em www.mun-setubal.pt, e mais informações são facultadas através do endereço de correio eletrónico pdm@mun-setubal.pt.
Jornal de Azeitão
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Pode-se fazer tudo num parque natural? POR MANUEL JOÃO RAMOS
Gostamos de falar de natureza como se fosse uma coisa onde não estamos, de onde não somos. E gostamos de imaginar que há “espaços naturais” intocados pela mão humana “civilizada”. Damos de barato que há, ou houve, uma humanidade mais próxima da natureza, que a habitou e nela se integrou sem a modificar e perverter. Mas consistentemente a paleo-ecologia tem mostrado quão longe esta visão idílica está longe da realidade. Há centenas de milhares de anos, mesmo antes da chamada revolução agro-pastoril do neolítico, que o ser humano marca, transforma e molda as paisagens naturais em todos os cantos do globo por onde passa. Neste sentido, vale a pena revisitar o significado do conceito de “parque natural”. Ao contrário do que se possa pensar, um parque natural não é suposto ser um espaço de onde o ser humano esteja ausente. Certas áreas
do território nacional são sujeitas a regulamentação específica com o objectivo de não apenas “preservar” paisagens e habitats zoológicos mas também actividades humanas “tradicionais” (supostamente não muito intrusivas) e promover o turismo “sustentável”. Mas áreas que recebem o título de “parque natural” não estão sujeitas a medidas tão rigorosas de proteção estatal como as “reservas naturais” e os “parques nacionais”. Em Portugal, enquanto os parques naturais são zonas compatíveis com a propriedade e o uso privados, as reservas são de propriedade pública e tendencialmente não habitadas. A criação de parques naturais é relativamente recente em Portugal e foi inspirada, depois da revolução de 1974, pelos exemplos espanhol e francês (vide o Parque Natural de Donaña, na província de Huelva, por exemplo). Antes da criação dos parques naturais regionais, o Estado português criou dois “parques nacionais”, em áreas de propriedade pública: o da Gorongosa, em Moçambique, em 1960, e de-
[ BCR
pois o da Peneda-Gerês, de 1971. Podemos traçar a origem longínqua das reservas naturais nas coutadas reais (por exemplo, a floresta de Fontainebleau, perto de Paris), e também nos baldios (um assunto fascinante que daria por si todo um artigo). O Parque Nacional de Yelowstone, nos Estados Unidos da América, foi o pai de todos os parques nacionais – o Yosemite e a Floresta de Sequoias, que o antecederam, eram inicialmente parques do estado
da Califórnia. Instituído em 1872, a sua criação foi contemporânea das chamadas “reservas índias” e o princípio era o mesmo: a constatação dos efeitos devastadores da conquista do Oeste pelas populações provenientes da migração europeia na América. Mas se o objectivo das reservas era o de acantonar os habitantes nativos em espaços confinados, permitindo-lhes manter as suas tradições após lhes ter roubado os territórios, já a criação dos parques na-
cionais tinha um outro escopo: o de criar e preservar paisagens idílicas em oposição às poluídas cidades da revolução industrial. A ideia de parque nacional está naturalmente ligada à construção do orgulho e identidade do Estado-nação. Podemos assim perceber que, em termos de rigor conservacionista e orgulho nacional, um parque natural fique uns furos abaixo das reservas naturais e parques nacionais. Ainda assim, na minha modesta opinião, é preciso fazer um grande esforço de imaginação e sermos até irresponsavelmente tolerantes para continuar aceitar como boa a ideia de que manter a designação de “parque natural” na área supostamente protegida da Arrábida é compatível com a presença no seu seio de uma cimenteira e várias pedreiras que diariamente a esburacam e poluem. Sejamos ainda assim optimistas e agradeçamos aos deuses não haver centrais nucleares em Portugal. Estou certo que, se as houvesse, a primeira a ser construída seria no Vale dos Barris.
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José Maria da Fonseca
Álcool vínico transforma-se em gel desinfetante A empresa José Maria da Fonseca, em parceria com a Destilaria Levira, irão produzir 5000 litros de gel desinfetante. A produção desse gel faz-se a partir do álcool vínico destinado à produção do Moscatel de Setúbal. Hospital de São Bernardo, Setúbal, Hospital Nossa Senho-
ra da Arrábida, em Azeitão, Santa Casa da Misericórdia de Azeitão, Cruz Vermelha de Setúbal, Bombeiros e inúmeros lares da nossa região vão receber na próxima semana o gel desinfetante. “Um pequeno gesto que fará uma pequena diferença na nossa comunidade” referiu Sofia Soares Franco. [ DR
Paulo Condinho POR JOSÉ PIRES
O Paulo Condinho já não está entre nós. Durante mais de duas décadas acompanhou-nos na Procissão do Nosso Senhor dos Passos. O espírito voluntarioso com que respondeu ao apelo da Misericórdia, dando continuidade à nossa tradição, não nos deixará indiferentes. Fê-lo com devoção,
com gosto por carregar o andor. A alegria contagiante com que confraternizou connosco, o seu desejo de a todos falar e cumprimentar vai-nos deixar saudades. Não nos poderá acompanhar mais, mas vai com certeza ser lembrado e estar presente nos nossos corações e de todos aqueles que com ele conviveram. Até qualquer dia, Paulo! [ BCR
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Jardinar é fácil!
Cerejeira de Jardim (Prumus Serrulata) POR JÚ MENDÃO
A cerejeira ornamental é o símbolo da cultura Japonesa e graças às suas bonitas flores, tem o título de Rainha Oriental. Diferente da cerejeira frutífera, esta variedade é uma árvore de grande valor paisagístico. Nas variedades mais comuns, as suas imensas floradas podem ser rosa-escuro, rosa-claro ou brancas. É na Primavera que surgem primeiro as flores, dando origem a um espectáculo magnífico, depois nascem as folhas que, nos finais de Outono, antes de caírem, adquirem um bonito tom de cobre. No Inverno a árvore fica completamente despida, para na Primavera se co-
[ DR
brir novamente de flores. Esta pequena árvore adapta-se perfeitamente a pequenos jardins, e até numa varanda pode ser cultivada dentro de um vaso grande. É bastante resistente, gosta do frio, mas não de solos encharcados. Para que floresçam melhor devem estar expostas ao Sol e as podas devem ser escassas e logo após a floração. Em Abril continua-se a fazer
as sementeiras normais da época, como por exemplo: coleos, bocas-de-lobo, cosmos, boas-noites, chagas etc. Está na altura dos primeiros cortes nas sebes. Também a relva deve ser aparada e adubada, seguindo-se uma boa rega. As roseiras devem ser sachadas e adubadas, tal como as camélias. Plante os bolbos de floração estival, como as dálias, gladíolos, begónias tuberosas e gloxímias. A Primavera chegou! Aproveitem toda a energia que a Mãe Natureza nos transmite, e dediquem-se à jardinagem. Mexam na terra, cultivem plantas. Até numa pequena varanda podem ter vasos com flores. Acreditem, vale a pena.
Música portuguesa
OLD MANUAL – “RHYTHMIX: THROUGH THE LOOKING-GLASS” [ DR
quem o ouve do outro lado da coluna. Este é o oitavo trabalho de Old Manual. À semelhança dos anteriores, Manuel Robim volta a surpreender, com um disco que tem tanto de invulgar como de futurista.
POR DAVID ALVITO
São tempos estranhos e completamente novos aqueles que estamos a viver atualmente. Fechados em casa, temos aquele tempo necessário para descobrirmos música nova. “Rhythmix: Through The Looking-Glass” é uma daquelas propostas para ir conhecendo, para saborear. Como quando aprendemos a gostar de um bom vinho tinto. Não é imediato, leva tempo e obriga a várias audições. Lançado por Old Manual, o projeto em nome próprio de Manuel Robim, “Rhythmix:
Through The Looking-Glass” apresenta-nos 13 faixas de eletrónica pura, mas a puxar para vários ambientes experimentais. No fundo, não é estático na abordagem à pista de dança, antes vagueando e “desafiando”
OLD MANUAL – “RHYTHMIX: THROUGH THE LOOKING-GLASS” - HTTPS://WWW. FACEBOOK.COM/0LDMANUAL/ EDIÇÃO AVNL RECORDS - HTTPS://AVNLRECORDS. BANDCAMP.COM/ FORÇA TOTAL À MÚSICA NACIONAL! DAVIDALVITO@GMAIL.COM
Alterações ao Regulamento Municipal de Transportes Escolares A Câmara Municipal de Setúbal aprovou a alteração ao Regulamento Municipal de Transportes Escolares. Esta necessidade de proceder a alterações ao Regulamento Municipal de Transportes Escolares, aprovado em reunião pública de câmara de 20 de março de 2013, surge na sequência da entrada em vigor, a 1 de abril de 2019, do novo sistema de passes da região de Lisboa. De acordo com a deliberação camarária, pretende-se com estas alterações “consagrar uma prática de rigor, transparência e cordialidade nas relações estabelecidas entre o município, agrupamentos de escolas, escolas não agrupadas e transportadoras, assim como com os alunos utentes do serviço”. O serviço de transportes escolares destina-se aos alunos na escolaridade obrigatória, residentes em Setúbal, a frequentar o ensino básico e secundário da rede pública do concelho e aos alunos que não tenham oferta educativa na escola da área de residência ou nos estabelecimentos de ensino do município. Uma das principais alterações é a aceitação de candidaturas ao serviço municipal de transporte escolar para alunos com idade igual ou superior a 13 anos, uma vez que deixam de estar contemplados pelo regime de gratuitidade praticado pelo passe Navegante, sem custos no serviço de transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa para utentes até aos 12 anos de idade.
Os alunos dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico com idade inferior a 13 anos, residentes no concelho de Setúbal, devem obter o Cartão Viva Lisboa/Navegante Metropolitano, válido, sem quaisquer carregamentos, até completarem os 13 anos de idade. O Regulamento Municipal de Transportes Escolares determina que os estudantes do Ensino Secundário matriculados em escolas da rede concelhia de Setúbal têm direito a uma comparticipação de 50 por cento no custo do transporte escolar. O documento define, ainda, que os alunos do Secundário matriculados em estabelecimentos de ensino localizados noutros concelhos são abrangidos por uma comparticipação de 50 por cento, desde que a escola secundária da área de residência não tenha vaga ou se verifique a inexistência de oferta curricular. Já os alunos a frequentar cursos profissionais com estágios curriculares têm direito a comparticipação de metade do custo do transporte para o local de estágio, desde que comprovado pela escola a obrigatoriedade de frequência. Os alunos matriculados em estabelecimentos de ensino de Setúbal residentes noutros concelhos são abrangidos pelo transporte escolar mediante declaração para usufruto desta medida emitida pelo respetivo município de residência e desde que comparticipado por este.
Esperança nos dias incertos POR RAQUEL BENTO CHEGANÇAS
Tudo mudou de repente. Não se vêm pessoas na rua como antigamente e as poucas que ainda se avistam são as que se deslocam pela necessidade de alimento ou de medicamentos. A minha rua tornou-se uma cidade fantasma. Há dias em que ao acordar, ainda me questiono se é real, este momento que estamos a viver. E fico assim, durante alguns minutos a fitar o teto, perdida em pensamentos. Levanto-me e faço o que tenho a fazer. Cumpro as minhas
tarefas, os meus deveres e reforço os meus hábitos. No comboio, observo pela janela a paisagem que se estende, cinzenta, muda e ampla. Estou…ou melhor, estamos a ajustar-nos a uma nova realidade. Uma realidade à qual nos foram interditos os gestos mais simples da Humanidade. Beijar passou a ser proibido. Abraçar passou a ser proibido. Momentos de convívio cancelados. O Mundo fechou-se com a propagação do vírus. A entrega, os afetos, coisas inerentes ao Ser Humano, deixaram de existir, pelo menos
para já, na forma física. E nós achávamos que tínhamos isso como garantido…a verdade é que quando temos algo dado como adquirido, tendemos a vulgarizar, a desvalorizar. Apenas nos lembramos da importância desses momentos, quando os perdemos. Mas, e se tudo o que está a acontecer seja para voltar a colocar a importância nas coisas que considerávamos banais? Talvez a Humanidade a dada altura, se tenha perdido e esquecido da sua essência. Talvez, isto sirva para voltarmos a encontrar, a recupe-
rar essa essência. As redes sociais e os telemóveis nunca fizeram tanto sentido como fazem agora. Funcionam como pontes para chegar àqueles de quem gostamos. Estamos distantes, mas continuamos ligados. Passamos a estar mais atentos aos pormenores. A observar. A abrandar o ritmo. Não podemos viajar para fora, mas podemos viajar para dentro, até ao nosso interior. Ao nosso silêncio. Afinal, as respostas encontram-se aí. Estamos a reaprender a viver e a reaprender também a respeitar uma força
maior que nós: a Mãe Natureza. Regresso a casa e agora vejo que o sol invade as nuvens, a ganhar espaço para que a sua luz banhe o rio e a cidade. Esperança e Paciência. Duas melhores amigas. Daqui a uns tempos, o Mundo voltará a reconciliar-se com a claridade e este ano bissexto será recordado como uma má memória, mas também como uma lição. Que essa lição nos permita criar sonhos e que esses sonhos nos permitam melhorar o mundo. E que nos devolva os beijos e os abraços.
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Jornal de Azeitão
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[ DR
campanha leva produtos
Receitas vegetarianas
Sopa de Miso (Esta sopa é excelente para reforçar o sistema imunitário, algo que neste momento é essencial)
[ DR
Campanha leva produtos ao domicílio A Câmara Municipal de Setúbal lançou uma campanha de promoção do comércio tradicional na área alimentar, de incentivo à entrega de bens e produtos ao domicílio, no seguimento das restrições definidas no âmbito da prevenção da propagação da Covid-19. “O que é de Setúbal vai parar à sua mesa” é o nome desta campanha de apoio à divulgação do comércio tradicional sadino, a decorrer na página do município na rede social Facebook. Desde o dia 20 de
março, no Facebook da Câmara Municipal de Setúbal, são promovidos, diariamente, negócios do comércio tradicional, com enfoque na área da alimentação, e que incentivem a entrega de bens e produtos ao domicílio. Os interessados em participar nesta ação, com negócios locais no concelho que reúnam os devidos requisitos, devem contactar o Departamento de Comunicação e Imagem, Relações Públicas e Turismo, através do endereço direcao. dcirt@mun-setubal.pt
A campanha “O que é de Setúbal vai parar à sua mesa” é uma medida de apoio ao comércio tradicional local durante a fase crítica atual e pretende contribuir para a contenção da propagação da Covid-19, no seguimento das medidas decretadas pelo Governo para o Estado de Emergência. A Câmara Municipal de Setúbal pretende, igualmente, evitar a circulação de pessoas nas ruas, potenciando os negócios locais com a possibilidade de entregas seguras ao domicílio.
Rua José Agusto Coelho, 142 • 2925-539 Azeitão
POR SOFIA FERNANDES
Preparação: Picar a cebola e o dente de alho; Lavar e cortar o alho francês em rodelas finas Ralar a cenoura e cortar a couve em juliana fina. Ralar o gengibre para dentro de uma taça e reservar. Num tacho, colocar os ingredientes anteriores a alourar no azeite, durante aproximadamente 5 minutos. Juntar a alga previamente demolhada e deitar por cima a água a ferver. Deixar em lume brando até ficarem ligeiramente cozidos. Juntar a massa e desligar o lume. Retirar um pouco de caldo para uma taça, onde se vai dissolver o miso e juntar depois à sopa.
Polvilhar de salsa e tapar o tacho para deixar a massa acabar de cozer. Servir bem quente e com o tofu fumado cortado em cubos pequenos. Nota importante: Não reaquecer a sopa pois fará com que o miso perca as suas propriedades probióticas. Contatos do Meu Vegetariano: 919775555 (Sofia Fernandes) meuvegetariano@ gmail.com Av. 22 de Dezembro, 27-B Setúbal Facebook: Meu Vegetariano
Ingredientes 1 cebola média e um dente de alho 1 alho francês pequeno 1 cenoura 3 folhas de couve lombarda (parte mais branca) 50 ml azeite 1 colher de sobremesa de miso de cevada 1 folha de alga kombu cortada (demolhada 20 minutos) Raspas de gengibre (fresco) 100 gr de massa noodles (chinesa) ou massa udon (japonesa) 50 gr de tofu fumado Sal e pimenta Água a ferver (1,5 lt) Salsa picada q.b.
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