[ F. CORREIA
Jornal de Azeitão “Os analfabetos do século XXI não serão os que não sabem ler nem escrever mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender."
DIRETOR: BERNARDO COSTA RAMOS
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PERIODICIDADE: MENSAL
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ANO 23
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N.º 281
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FEVEREIRO DE 2020
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Alvin Toffler
PREÇO: 0,60 €
[ DUARTER
Grande Entrevista
Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão
Maria Clara Félix Diretora PÁG. 08/09
“A Escola, que é determinante para a garantia das democracias, não pode continuar a trabalhar as aprendizagens do mesmo modo.” [ DR
Herdade da Comenda
Coro Gospel em Azeitão
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PÁG. 05
Pormenores da sua venda e um pouco da sua história
[ CMS
PÁG. 04
Lídia Fletcher: “O que distingue cantar Gospel é precisamente a mensagem transmitida e a energia com que é transmitida”
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Jornal de Azeitão
fevereiro de 2020
Editorial
A educação, um campo onde todos são treinadores POR BERNARDO DA COSTA RAMOS
A educação tem algumas semelhanças com o futebol. Antes, durante e depois de um jogo, todos opinam sobre os erros do treinador, dos jogadores, dos árbitros. Para além destes ainda temos os comentadores, os pagos e os grátis, os que sabem algo e os que não sabem, mas opinam na mesma. A verdade é que nenhum de nós está em campo, a lidar com as personalidades de todos os jogadores, a saber de coisas que o resto não sabe, a ver em tempo real, a ter milhares de pessoas a
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gritar, a celebrar ou a apupar. Mas ofendemos, sabemos as melhores estratégias e faríamos muito melhor se lá estivéssemos. Mas a verdade é que não estamos, falta-nos competência e formação – dar uns chutos numa bola não equivale a um curso de treinador - enfim, o sofá lá de casa é um conforto e a sala é do tamanho de um campo de futebol. Na educação acontece um pouco do mesmo. Todos opinam, todos sabem, todos são donos de 10 doutoramentos em Educação e mais 30 anos de prática docente. Temos que perceber que a ma-
Junta de Freguesia disponibiliza Gabinete de Inserção Profissional
neira como vemos o mundo e as pessoas é única, individual e esta visão não tem necessariamente que ir ao encontro de outras e, mais importante, não é mais do que as outras. Se há algo que as redes sociais infelizmente nos deixam é a de fazer acreditar a meio mundo que tudo aquilo que nós pensamos e acreditamos é passível de interessar ao restante meio Mundo. Mas a verdade é que não interessa, nada mesmo, nem temos competências para saber o que é melhor para a Educação só porque andámos a estudar durante anos, enfim, o sofá lá de casa é
um conforto e a sala é do tamanho de uma Escola! Sempre acreditei que a chave para uma boa comunicação e aprendizagem é a capacidade de conseguirmos ouvir o outro. Buda
deixou-nos uma das melhores máximas para ilustrar esta capacidade: “Se a sua boca estiver aberta, você não está aprendendo.” A capacidade de ouvir sem querer nada em troca, sem estar a pensar no que vai responder de imediato para contra-argumentar, ser empático e perceber que todos somos imperfeitos e podemos melhorar. Vivemos num mundo cheio de “ruído”, em que os egos colidem e querem que o seu umbigo seja mais importante do que os outros. “Porque eu sou do tamanho do que vejo/E não, do tamanho da minha altura...”, Alberto Caeiro
Morte dos golfinhos no Rio Sado
«Os Verdes» querem conhecer as causas [ DR
O Gabinete de Inserção Profissional (GIP) é um serviço que presta apoio a jovens e adultos desempregados no percurso de inserção ou reinserção no mercado de trabalho, em estreita cooperação com o centro de emprego de Setúbal. Atividades desenvolvidas: • Informação profissional para jovens e adultos desempregados; • Apoio à procura ativa de emprego; • Acompanhamento personalizado dos desempregados em fase de inserção ou reinserção profissional; • Encaminhamento para ofertas de qualificação; • Captação de ofertas de entidades empregadoras; • Divulgação de ofertas de emprego e colocação de desempregados nas ofertas de emprego dispo-
níveis e adequadas; • Divulgação de programas comunitários que promovam a mobilidade no emprego e na formação profissional no espaço europeu; • Motivação e apoio à participação em ocupações temporárias ou atividades em regime de voluntariado, que facilitem a inserção no mercado de trabalho; • Outras atividades consideradas necessárias aos desempregados inscritos nos serviços de emprego. O horário de funcionamento é de 2ª a 6ª feira das 9h00m às 12h30 e das 14h00 às 17h00. Na sede da Junta de Freguesia de Vendas de Azeitão. Tel: 212 180 694 / 914 399 069 / Email: gip@ jfreg-azeitao.com
O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou a 17 de janeiro na Assembleia da República uma pergunta, em que questiona o Governo, através do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, sobre o aparecimento de cinco golfinhos mortos na península de Tróia, havendo suspeitas de que estas mortes poderão estar relacionadas com as dragagens que estão a ser realizadas no Sado para alargamento do canal de navegação de acesso ao Porto de Setúbal. Pergunta: O Grupo Parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes teve conhecimento, por via da comunicação social, que nos últimos tempos apareceram cinco golfinhos mortos na península de Tróia, havendo suspeitas de que estas mortes poderão estar relacionadas com as dragagens que estão a ser realizadas no Sado para alargamento do canal de navegação de acesso ao Porto de Setúbal. Além dos golfinhos, têm aparecido também aves mortas o que tem igualmente levantado suspeitas quando à sua relação com a deposição de sedimentos de-
correntes das dragagens. Apesar do aparecimento de mamíferos marinhos mortos na costa, estar habitualmente relacionado com a ocorrência de grandes tempestades ou outros fenómenos naturais, é importante que, neste caso em particular, sejam investigadas a fundo as causas de morte dos golfinhos e gaivotas, e que se divulguem publicamente os resultados obtidos, para se saber, de forma cabal, se estão relacionadas com as dragagens no Sado. As dragagens no Rio Sado e os seus impactos têm sido contestadas e são motivo de preocupação para inúmeros cidadãos, movimentos, associações, autarquias e também para o Partido Ecologista Os Verdes, uma vez que pode estar em causa a biodiversidade que este rico Estuário encerra e, também, a sobrevivência da comunidade residente de roazes corvineiros que pode ser afetada pelas operações advenientes das dragagens. Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Ex.ª O Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte pergunta, para que o Mi-
nistério do Ambiente e Ação Climática possa prestar os seguintes esclarecimentos: 1. O Governo confirma que os locais onde foram encontrados os golfinhos mortos se localizam nas proximidades dos locais onde tem sido feita a deposição dos dragados? 2. Que diligências foram, entretanto, realizadas para averiguar a causa da morte destes animais, golfinhos e aves, nomeadamente recolha de dados sobre as carcaças, a sua identificação e causa da morte? 3. Quando será divulgado o resultado dessas diligências? 4. Dos golfinhos que foram encontrados mortos, quantos pertencem à comunidade dos golfinhos roazes do Sado? 5. Que quantidade de dragados foi, até agora, depositada nos locais previstos no Projeto de Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal? 6. Que análises têm sido realizadas aos dragados que estão a ser depositados e qual o resultado das mesmas?
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2925 AZEITÃO TAXA PAGA
PORTE PAGO
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Memórias
O “velho” Oliveirinha POR ALICE SOUSA
Naquele tempo, a vida parecia que corria mais devagar e com seis crianças a correr pela casa, era difícil haver sossego, para quem levava a vida com calma. Para mais, por ali, pelo Portinho da Arrábida, no Inverno, nem havia tanta gente. O largo tinha poucos carros, o que dava espaço para as corridas de bicicleta, brincar à apanhada, às escondidas, à macaca, ao lencinho queimado e a tantas outras brincadeiras inocentes e saudáveis. Todos os primos e amigos, embora poucos, naquela época do ano, nos encontrávamos por ali, para combinarmos as nossas brincadeiras e aventuras. Eu brincava muitas vezes com todos eles, mas muitas outras vezes, tinha outros momentos, passados no sótão, da casa de meus avós, que eram só meus e do “velho” Oliveirinha. Estes momentos foram para mim, muito especiais, porque o Oliveirinha, era empregado dos avós, mas era como se fosse da família, e era um Amigo que não se importava de responder a tudo o que eu lhe perguntava. Tinha muita paciência e, para mim, pequenita, tinha muita sabedoria, contava-me histórias antigas, além dos rebuçados que eu sempre recebia. Recordo um dia, em que chovia muito e todos os primos foram pintar e desenhar, no salão. Mas não era isso que eu queria fazer e fui procurar o Oliveirinha ao sótão. E lá estava ele. Perguntei se podia entrar e ele respondeu com a sua voz meiga: - Entre menina Alicinha, e sente-se aqui ao pé de mim, que eu hoje vou-lhe mostrar uma coisa! E eu, sempre curiosa, perguntei: - O que é essa coisa Oliveirinha? É para comer? São rebuçados? - Não, menina Alicinha! É um tesouro! O meu tesouro! Respondeu
ele, tirando uma caixa de lata que estava guardada numa gaveta. Era uma lata velhinha, como ele, mas muito bonita. Ele olhou para mim e pediu para eu não dizer a ninguém, sobre o seu tesouro. E eu disse prontamente: - Está bem, Oliveirinha! Eu prometo! É o nosso segredo! Ele piscou-me o olho e acenou com a cabeça. E lá foi abrindo a velha lata, devagar, aguçando ainda mais a minha curiosidade. Como eu já não aguentava tanto vagar, levantei-me e pedi-lhe para ser eu a abrir. Então, eu abri a velha lata e vejo uma série de papéis. Uns com bonecos e outros amarelos e envelhecidos. Ele foi tirando um a um, com aquela calma dele, e foi-me contando a história, de cada pedaço de papel que ali estava. Uns eram bilhetes escritos com coisas que ele ia escrevendo, para não se esquecer, porque já estava muito velhinho, outros, eram cartas que ele tinha recebido há muitos anos e os outros, lindos, eram postais muito antigos, com palavras escritas de forma estranha e que eu não conhecia. Um deles era uma imagem de uma paisagem e dizia Villa de Palmella. Outros tantos, eram imagens de pessoas com os rostos muito rosados e lábios muito pintados e outros postais, eram a preto e branco. Este era o tesouro do “velho” Oliveirinha. Os meus olhos percorriam cada postal, com admiração e eu disse: - São tão lindos Oliveirinha, e também são velhinhos! O Oliveirinha, pegou em todo o seu tesouro, voltou a colocar na velha lata, guardando-a na gaveta, e piscando-me o olho, disse: - Menina Alicinha, este é o nosso segredo! E foi, durante mais alguns anos. Um dia, anos mais tarde, numa das nossas idas ao Portinho da Arrábida, visitar os avós, o “velho” Oliveirinha, chamou-me e disse
[ FOTOS: DR
Sábados no Museu Oceanográfico
“Os Cinco Sentidos da Arrábida”
que se ia embora. Já precisava de cuidados que não tinha ali no Portinho e ia para um lar. Eu fiquei triste, e abracei-o com força e as lágrimas correram, sem eu querer. Ele retribuiu o abraço e disse que tinha uma coisa muito séria para me dizer. Levou-me então ao sótão, abriu aquela gaveta, tirou a velha lata e entregou-a nas minhas mãos dizendo: - Menina Alicinha, a menina vai estar sempre num lugar especial, no meu coração, e por isso, deixo-lhe o meu tesouro, que é tudo o que tenho na vida! Eu, abracei-o com força, e, a chorar, agradeci, sem conseguir dizer mais nada… E o “velho” Oliveirinha, já bastante velhinho, foi para o lar, para grande tristeza minha. Ainda hoje, tenho guardada, a velha lata e os postais antigos do Oliveirinha, que, pouco tempo depois de ir para o lar, ficou mais fraquinho e acabou por partir, deixando-me uma saudade imensa, das nossas conversas no sótão da casa dos avós. Onde estiver, o velho Oliveirinha, sabe que a menina Alicinha o guarda no coração, bem como à velha lata e ao seu precioso tesouro. “Oliveirinha, nunca te esquecerei e a prova disso está aqui e agora! Sei que já encontraste a mamã, os avós e todos os que guardavas no coração. Eu ainda vou ficando por aqui, enquanto Deus quiser, e, feliz, por finalmente te prestar esta singela homenagem, que há tanto tempo merecias! Até um dia, meu “velho” Amigo!"
Um passeio pedestre pela Serra da Arrábida, com apontamentos culturais e uma degustação de produtos regionais, decorre no dia 8 de fevereiro, a partir das 14h30, com ponto de encontro no Portinho da Arrábida. A iniciativa “Os Cinco Sentidos da Arrábida”, de participação gratuita, sem inscrição prévia e aberta à população, apresenta uma viagem à essência da Arrábida, através da visão, do olfato, do paladar, da audição e do tato. Dividido em três vertentes, o percurso começa pelo apelo ao olfato e ao toque, com um passeio pedestre mistério do Portinho da Arrábida a Alpertuche. A caminhada, para cheirar e sentir a Arrábida, a vegetação e o mar, começa às 14h30, é acompanhada e comentada e tem como ponto de encontro o campo de fé-
rias da Casa do Gaiato, na descida para o Portinho da Arrábida. Às 15h30 são ativadas a audição e a visão, na Fortaleza de Santa Maria da Arrábida, num momento cultural com música, imagem e poesia, com a participação de Alberto Pereira, Alexandre Murtinheira, Eduardo Carqueijeiro, Elisabete Caramelo, Misé P, Nuno David e Salvador Peres. A viagem aos sentidos é selada com o prazer do paladar numa degustação de pão, queijo e vinho produzidos na região, a partir das 17h00, igualmente na fortaleza. “Os Cinco Sentidos da Arrábida” é uma ação promovida pela associação Synapsis, Museu Oceanográfico, no âmbito da iniciativa Sábados no Museu, e Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal.
Detido em flagrante por cultivo de canábis
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O Comando Territorial de Setúbal, através do Posto Territorial da Quinta do Conde, com o reforço do Posto Territorial de Azeitão, no dia 25 de janeiro, deteve em flagrante delito um homem de 32 anos, por cultivo de canábis, na Quinta do Conde. No decorrer de uma denúncia por desacatos numa residência, os militares detetaram que o suspeito possuía uma estufa artesanal de plantas canábis na sua residência, sendo que no decorrer da busca foi apreendido o seguinte material:
25 gramas de canábis resina; Sete plantas de canábis; Dois sprays gás pimenta; Uma estufa completa de crescimento de planta canábis; Uma faca multiusos; Uma balança de precisão; Um telemóvel; Diverso material de corte e acondicionamento de produto estupefaciente; 60 euros em numerário. Devido ao facto de o suspeito ter antecedentes criminais relativos ao mesmo ilícito, foi detido e presente ao Tribunal Judicial de Sesimbra.
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Coro Gospel em Azeitão A cantar desde 2008 Numa entrevista ao JA, Lídia Fletcher, a responsável pelo Centro Mais, no qual está integrado o Coro Gospel, dá-nos uma visão de que como este surgiu em Azeitão e como o mesmo tem evoluído. POR BERNARDO DA COSTA RAMOS
JA - Como surgiu a ideia de formar um Coro Gospel em Azeitão? No ano letivo 2008/2009, a Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense (SFPA), convidou o músico John Fletcher para uma colaboração. No decorrer das conversações surgiu a ideia de, em parceria com o Centro Mais e SFPA, ser criado um coro Gospel, aberto a todas as pessoas que queiram cantar Gospel, independentemente da sua idade, cultura ou crença.
JA - Quantos elementos compõem o mesmo e quem o dirige? O Coro Gospel de Azeitão actualmente é composto por 35 coralistas, com idades compreendidas entre os 9 e os 73 anos. O projecto é promovido pelo Centro Mais, com direção artística de John Fletcher e direção de técnica vocal a cargo de Carlos Ançã. Para além dos mencionados conta também com o apoio de Miguel Carvalho e Carmen Rodrigues na direção de ensaios. Contamos também com a colaboração de músicos profissionais
que nos acompanham e apoiam instrumentalmente com piano, guitarra, baixo e bateria.
JA - Estando o Gospel mais associado à cultura norte-americana como tem sido a aceitação na região e em Portugal? Pelo que temos observado, diríamos que a aceitação à música Gospel na região e em Portugal tem sido grande e muito positiva. Isto talvez se deva ao facto de muitas das raízes da maior parte da música que hoje é amplamente difundida pelos media, estar precisamente na música Gospel e música afro-americana, o que contribui para que a sonoridade melódica, rítmica, harmónica e mesmo a própria língua não seja estranha aos ouvintes Portugueses.
JA - Que tipo de reportório apresentam e o que distingue o cantar Gospel? O repertório que apresentamos é essencialmente Espirituais Negros tradicionais, Gospel e Modern Gospel, ou seja, cânticos ligados à tradição da música Gospel ao longo dos tempos até à atualidade. Mas para além [ DR
do repertório mencionado também cantamos músicas africanas e músicas com peso histórico incontornável, cujos textos estão relacionado com o Gospel, como por exemplo o cântico de Natal com texto do Séc. XII e música do Séc. XV “Veni Immanuel” (traduzido para Inglês como “O come, o Come, Emmanuel”). O Gospel é uma música que transmite uma boa notícia, como o nome indica. O facto de se cantar uma boa notícia faz com que essa energia de alegria, esperança, gratidão, amor, etc. seja impressa na sonoridade produzida e em cada palavra expressa. Por isso diria que o que distingue cantar Gospel é precisamente a mensagem transmitida e a energia com que é transmitida.
JA - Como tem sido o vosso percurso de espetáculos? Começámos por nos apresentar com curtas participações nas atividades da SFPA em 2009, ano em que o coro foi criado. No ano seguinte começámos por organizar concertos em Azeitão trazendo coros Gospel convidados. O nosso primeiro concerto do género realizou-se na SFPA a 9 de Janeiro de 2010. Posteriormente tais concertos deram origem às Temporadas Gospel Az (2011, 2013 e 2018), onde além dos concertos realizamos também workshops e palestras. Temos tido também a honra de participar, desde a sua criação, nas diversas edições da “Temporada Musical nas Igrejas e Capelas de Azeitão”, promovidas pela Junta de Freguesia de Azeitão, onde aliás demos o nosso primeiro concerto completo com a colaboração da cantora Teresa Ferraz, em 2011.
Destacamos também os concertos realizados em parceria com o grupo de Cavaquinhos da SFPA, Coro Gospel de Lisboa, Gospel Collective, All souls Orchestra (Londres), entre outros. E damos um especial destaque às colaborações com o Conservatório Regional de Setúbal, Coro CIEL de Lyon e a cantora norte-americana Shacara McLaurin (que tivemos o privilegio de conhecer aquando da sua digressão em Portugal com o famoso Harlem Gospel Choir), que em conjunto nos permitiram a experiência inédita em Portugal de realizar concertos de música Gospel com 120 e 150 vozes sendo a sua larga maioria jovens estudantes de música. Este nosso percurso de espetáculos tem-nos permitido levar o nome de Azeitão de norte a sul do país, e estrangeiro. Alguns destes concertos poderão ser revisitados no youtube, em www.youtube.com/CentroMais. Ultimamente temos recebido também muitas solicitações para participar em casamentos e concertos diversos.
JA - Numa altura de tantas divisões como pode a música unir? O simples facto de a música coral ser uma atividade conjunta por diversas pessoas sem barreiras de género, estrato social e etário, é só por si um factor de união. E sendo a música uma “linguagem universal” pode também ajudar a transpor barreiras culturais que possam existir. Aliando a tudo isto a mensagem de alegria, amor e esperança, sentimentos tão desejados por todo o ser humano, confere à música Gospel mais um fator de construção de pontes no sentido de união entre seres humanos. E
ainda, em relação a este projecto específico, podemos dizer que tem sido interessante assistir ao apoio mútuo e entre-ajuda entre os coralistas, em aspetos simples e práticos da execução musical, assim como nas dificuldades do foro pessoal inerentes à vida.
JA - O que ainda sonha fazer com este projeto? Continuar a proporcionar a todos os que o desejarem, a possibilidade de cantar Gospel e assim também continuar a semear mais sementes de alegria, esperança, gratidão e amor em quem canta e quem nos ouve. Segundo os nossos registos contamos com uma centena de pessoas, que fazem ou já fizeram parte deste projeto, cantando estas mensagens e boas notícias. É também nosso desejo desenvolver mais as Temporadas Gospel Az, e assinalar o nome de Azeitão como uma referência da música Gospel em Portugal e na Europa. Estamos, no entanto, conscientes que para realizar um sonho desta dimensão será necessário mais parcerias de cooperação e união de esforços conjuntos.
JA - O que é preciso para alguém se inscrever no vosso Coro? Basta contactar-nos através do telefone 966 667 240 ou email corogospelaz@gmail.com para combinarmos um dia para assistir a um dos nossos ensaios e falarmos. Atualmente ensaiamos às quartas-feiras às 21h, alternadamente em Azeitão na SFPA, e em Setúbal na Igreja do Jubileu. Todos os interessados também poderão seguir-nos na página do Facebook com o nosso nome “Coro Gospel de Azeitão”.
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Herdade da Comenda
Pormenores da sua venda e da sua história POR BERNARDO DA COSTA RAMOS
Vendida
[ FOTOS: DR
No concelho poucos são aqueles que não conhecem o Palácio da Comenda. Com cinco pisos e 26 quartos, o palácio encontrava-se em ruínas e completamente vandalizado ao longo dos anos. Mas o Palácio é apenas uma ínfima parte da propriedade de 600 hectares, situada em pleno Parque Natural da Arrábida. A Herdade da Comenda está situada na margem norte da foz do rio Sado e confina a poente com a serra da Arrábida, a sul com o Oceano Atlântico/Estuário do Sado e a nascente com a cidade de Setúbal. O seu último proprietário foi o conhecido construtor civil António Xavier de Lima que em 2008 já tinha planos para um projeto turístico naquela Herdade. Foi nesse ano que elaborou, através da empresa NRV, um Plano Diretor da Herdade da Comenda, plano esse que contemplava o projeto turístico que era assim descrito: “O Projeto inclui um hotel-boutique de 5 estrelas, a instalar no Palácio da Comenda; um hotel de 5 estrelas; cerca de 390 unidades de alojamento turístico, incluindo “branded units”, apartamentos turísticos e outras unidades turístico-residenciais; outros equipamentos: parque comunitário da praia, centro de conferências, clube de re-
sidentes, restaurantes, lojas, centro de agricultura biológica, spa/health club, children’s club. A área de construção total é de 110.000 m2 e o índice máximo de construção é de 0,02.” Assim referia o projeto elaborado pela empresa NRV, consultores de engenharia, projeto este que nunca se concretizou. Estando em processo de venda desde 2009, referiam-se valores entre os 45 e 50 milhões de euros no início, foi em fins de 2019 finalmente vendido a um fundo imobiliário intitulado “Seven Properties” que comprou a totalidade dos terrenos à família do antigo proprietário António Xavier de Lima, segundo uma notícia da NIT, por 16 milhões de euros. O que irá ali surgir ninguém ainda sabe. No entanto, e desde o final de 2019, surgiram portões novos na propriedade, segurança privada, gruas de construção, andaimes no edifício, desmatamento da vegetação junto ao Palácio e maquinaria pesada de construção a circular. Surgiram também, por toda a propriedade, placas em todos os caminhos e entradas que referem que é uma propriedade privada e que nela não se pode circular. Pode ler-se “a invasão de propriedade privada é crime previsto e punido pelo artigo 191.º do código penal com pena de prisão”. Trilhos usados
de Mouguelas, «conjunto edificado que, mais tarde, no âmbito das obras de reforço defensivo da Restauração, terá sido transformada na plataforma de S. João da Ajuda.» No século XIV «a sua Torre constitui-se já como um dos principais postos de vigia e defesa do porto de Setúbal, a par da torre do Outão, localizada a jusante. (…) Em 1495, entra na história da Comenda de Mouguelas o notável cavaleiro da Ordem de Sanpara BTT e corrida são agora proi- tiago, Vasco da Gama que, até 1507, bidos de entrar. Com esta proibição mantém a sua posse.» No século XIX a designação de também está o terreno que servia de parque de estacionamento na Mouguelas torna-se obsoleta, tenPraia de Albarquel. Este foi lavrado do sido substituída pela designae é agora impossível ali de circular ção de “Comenda”. Em 1868, numa ou estacionar. Só fica disponível o escritura de partilhas da herança de Agostinho Rodrigues Albino, acesso pedestre. Outra notícia que surgiu no jor- entre a sua viúva e seus filhos, surnal “Diário da Região” foi o possível ge novamente menção à casa da encerramento do Parque de Me- quinta da Comenda. Este era um rendas da Comenda até ao final de rico proprietário e comerciante da 2020. Esta situação está a ser ana- área dos tabacos. Em 1872, a propriedade é venlisada pela Câmara Municipal de dida por um dos filhos de Agostinho Setúbal, responsável pelo espaço. Esse mesmo espaço sofreu obras ao Conde Ernest D´Armand, por de requalificação, novo mobiliário cinco contos de réis. Ministro pleurbano, novos WC, corte de árvo- nipotenciário de França em Lisboa res, em 2019, um investimento da esteve entre nós oito anos, durante os quais se enamorou das paisagens CMS. da Arrábida. Aquando da sua morte todos os bens ficaram para o seu A sua história único filho varão, Abel Henri, mais Comenda de Mouguelas Na zona onde está implementado tarde tornado Conde. É o conde Abel Henri que deo Palácio da Comenda foram descobertos vestígios de um complexo cide reconstruir a casa existente romano de salga de peixe, dentro de do tempo de Agostinho Albino. uma “teia” de vários existentes na Para isso «adotando uma implanaltura, como por exemplo o de Tróia tação semelhante e aproveitando a plataforma de S. João como e do Creiro. No século XIII surge a refe- alicerce de uma nova construção, rência a uma “torre” ou “fortaleza” mais adequada à sua condição aristocrática e às necessidades que a sua relação com as melhores famílias europeias lhes exigia. (artigo já citado)». Encomendou a construção do palácio ao jovem arquiteto português Raul Lino que conseguiu encontrar uma junção perfeita entre a obra e a natureza. Com a morte de Abel Henri sucede-lhe o Imagens (DR) do artigo: Macedo, Isabel Maria Duarte Espada Pratas Sousa de. (2016). Raul Lino's House of Comenda: from a medieval tower to a summer seu filho Roger Ervilla. Cadernos do Arquivo Municipal, ser2(6), 107-139. Recuperado em 24 de janeiro de 2020 nest Marie Joseph
Armand que recebe o seu título. A Comenda e todos os seus domínios ficam, por herança, na posse da viúva e dos seus filhos. Foi com Roger que o Palácio foi visita de celebridades. «Durante as décadas seguintes, a casa da Comenda serviu de cenário a glamorosos verões, fosse na presença da própria família Armand e do círculo da melhor aristocracia europeia e portuguesa de que se rodeavam, fosse como estância de veraneio de outras famílias a quem os Armand cediam a casa, fosse a personalidades mais mediáticas, como princesa Lee Radziwill, irmã da viúva do presidente norte-americano J.F. Kennedy, e do seu inseparável amigo Truman Capote, que no verão de 1965 aqui terão passado uma temporada. Ao nível das melhores costas mediterrânicas, como a Sardenha (onde a princesa Lee Radziwill tinha residência) ou a Côte d'Azur, a Comenda oferecia os mesmos ou melhores esplendores estivais, mas, seguramente, num ambiente muito mais pacato e tranquilo. Após a morte da condessa viúva, mãe de Roger Ernest, em 1946, a propriedade fica apenas em nome dos seus filhos, e mais tarde, em nome de “Sociedade Agrícola da Quinta da Comenda de Mouguelas” na qual participavam, por cotas, todos os irmãos Armand, com predomínio de Roger Ernest e sua mulher.» (artigo já citado). Com o falecimento do conde Roger Ernest na década de 80 a propriedade é posta à venda e é adquirida por António Xavier de Lima, que «introduz uma série de alterações na casa as quais se revelaram bastante desqualificadoras da arquitetura de Raul Lino». E chegamos aos dias de hoje. No ano de 2019 a Herdade da Comenda, da qual faz parte o Palácio, é adquirida pela empresa “Seven Properties”. O que vai ser dela? Só o futuro o dirá, mas será, seguramente, melhor do que o estado de ruína em que se encontrava. Nota: Este artigo segue a informação constante em: MACEDO, Isabel Maria Duarte Espada Pratas Sousa de. A Casa da Comenda de Raul Lino: de torre medieval a residência de veraneio. Cadernos do Arquivo Municipal. 2016, vol.ser2, n.6 [citado 2020-01-24]
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Jornal de Azeitão
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1ª Obra de Misericórdia
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Dar de comer a quem tem fome [ DR
POR GRAÇA WENGOROVIUS (IRMÃ DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE AZEITÃO)
Ao me ser pedido uma reflexão sobre as Obras de Misericórdia, reli-as. Sabias as de cor, mas nunca tinha refletido no conteúdo profundo que estas encerram, nem na implicação que têm na vida. Assim, propus-me fazer uma reflexão sobre a 1ª Obra de Misericórdia - dar de comer a quem tem fome. Escolhi a 1ª das sete obras materiais e reflecti sobre o que nos diz este princípio orientador, como o interpretar e como agir. Valorizo o verbo dar. Dar implica também a forma como se responde àqueles que necessitam de nós. As Misericórdias organizam-se para responder a este apelo. Há situações diferentes de quem bate à nossa porta. Precisamos de nos organizar para que todos encontrem em nós uma resposta. Assim, procuramos estar atentos à alimentação no que diz respeito à confecção, aos regimes, às dietas, às prescrições médicas, às crenças, para os diferentes serviços que a Misericórdia presta: Centro de dia, lar, apoio domiciliá-
à mera confecção e distribuição de refeições, mas também valoriza o afecto da presença diária, de uma palavra de conforto, e da segurança de que há sempre alguém que olha por cada um, realçando que levar diariamente alimento a quem precisa é um acto de amor.
rio e a todos os que nos procuram. Este serviço cobre 3.000 refeições por mês. A Misericórdia procura que a ação de dar de comer não se limite
Nota: Na nossa edição de janeiro foi abordada a «5ª Obra de Misericórdia - Visitar os Enfermos», redigida pelo Exmo. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Azeitão, Dr. Jorge Maria de Carvalho.
Verba reforçada em mais 50 mil euros
As 14 Obras da Misericórdia As Obras de Misericórdia - sete corporais e sete espirituais - são o guião ético destas instituições que tiveram o seu início há 500 anos, as Santas Casas da Misericórdia.
Obras Corporais: 1ª Dar de comer a quem tem fome; 2ª Dar de beber a quem tem sede; 3ª Vestir os nus; 4ª Dar pousada aos peregrinos; 5ª Visitar os enfermos;
Freguesias: contratos interadministrativos
6ª Visitar os presos; 7ª Enterrar os mortos.
Obras Espirituais: 1ª Dar bons conselhos; 2ª Ensinar os ignorantes 3ª Corrigir os que erram; 4ª Consolar os tristes; 5ª Perdoar as injúrias; 6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo; 7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.
Uma adenda, com reforço de verbas, aos contratos interadministrativos celebrados entre o município de Setúbal e as freguesias de São Sebastião e de Azeitão e a União das Freguesias de Setúbal foi aprovada ontem, em reunião pública da Câmara Municipal. No âmbito destes contratos interadministrativos, tendo em consideração que a “delegação de competências na área da reabilitação da rede viária corres-
AZEITÃO CAR Promotor de Vendas e Reparador Autorizado Peugeot Oficina Multimarcas Rua de Lisboa 19, 2925-558 Azeitão – Tel. 21 218 12 57 - Oficina 963 323 601 - Stand 968 818 419 – email: geral@azeitaocar.com Promotor de vendas de veículos novos vinculado ao Concessionário Peugeot Caetano Motors – Azinhaga Cruz de Peixe – 2914-511 Setúbal - Tel. 265 521 810 – www.caetanomotors.pt
pondeu a uma mais-valia para o concelho”, sublinha a deliberação, foram reforçadas as verbas a transferir pelo município. Em 2019, cada uma destas juntas recebeu 20 mil euros respeitantes à rubrica da reabilitação da rede viária, verba que em 2020 é reforçada pela Câmara Municipal de Setúbal em 50 mil euros, ou seja, cada freguesia recebe, no total, 70 mil euros para esta esfera de intervenção.
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Conferência Frei Agostinho da Cruz
Cardeal José Tolentino Mendonça falou sobre Frei Agostinho [ CMS
O cardeal José Tolentino Mendonça esteve em Setúbal, no final da tarde do dia 6 de janeiro, para proferir uma conferência sobre a vida e obra do poeta e frade arrábido Agostinho da Cruz, que serviu para exaltar os valores ambientais. “Alta Serra deserta, donde vejo, / As águas do Oceano duma banda, / E doutra já salgadas as do Tejo.” Foi o frei Agostinho da Cruz que o escreveu, em poema, e serve de mote à celebração da sua vida e obra, a propósito dos 400 anos passados da sua morte, em 1619, e dos 480 anos do seu nascimento, em 1540. Frei Agostinho da Cruz, cujo nome secular era Agostinho Pimenta, nasceu em Ponte de Barca, Alto Minho, e morreu em Setúbal. Aos 20 anos, o poeta da liberdade toma uma opção de vida radical, tomando o hábito dos frades arrábidos. O bispo José Tolentino Mendonça, nomeado cardeal em outubro do ano passado pelo Papa Francisco, veio a Setúbal para falar sobre frei Agostinho da Cruz, figura imortalizada no Tríptico dos Setubalenses Ilustres, fresco histórico de Luciano dos Santos, exposto no Salão Nobre dos Paços do Concelho, onde decorreu a sessão. Na conferência, organizada pela Diocese de Setúbal, com o apoio da Câmara Municipal, o cardeal propôs ao público um diálogo que ressoasse a “luminosa atualidade” do frei Agostinho da Cruz. O líder da Igreja de São Domingos, em Roma, pegou na história da Serra da Arrábida e no modo de
vida de Agostinho da Cruz, que nela habitou como frei durante perto de duas décadas, para falar do atual domínio despótico do Homem sobre a Natureza. Começou por falar da serra como centro de hospedagem a poetas e do facto de espelhar os grandes debates culturais e religiosos do século XVI, até chegar ao fenómeno atual do “ecocídio”, ou seja, a ameaça da destruição da Terra por parte do Homem. “O usa e deita fora, o caos urbano, a degradação ambiental, o cúmulo da poluição, as emissões tóxicas, o dispêndio de energia e de água em excesso, a vida aprisionada a espaços de cimento e asfalto, privada do contacto com a natureza, a rutura dos vínculos de integração e comunhão”, denunciou. O triunfo do atual paradigma tecnológico e das arrasadoras con-
sequências é, citando o líder máximo da Igreja Católica, Papa Francisco, fruto daquilo que considera ser “um antropocentrismo despótico, desordenado e cego”. Por isso, apelou à urgência na proteção da “casa comum” da humanidade, associando a preocupação de unir todos na procura de um “desenvolvimento sustentável e integral”. Em relação à revolução digital, o cardeal, responsável pelo Arquivo e Biblioteca Apostólica do Vaticano, voltou a citar um dos textos do Papa Francisco. “Não vivemos apenas uma época de mudanças, mas uma verdadeira mudança de época”, caracterizada por uma crise antropológica social e ambiental global. Durante a conferência, Tolentino Mendonça falou de “crise”, uma palavra que se “tornou rotinizada
para descrever a nossa experiência do mundo” e que marcou também, conclui, o período histórico do jovem Agostinho da Cruz. “Ele viveu a chamada crise do Renascimento, desencadeada por uma sucessão de eventos que alteraram profundamente a maneira de conceber o mundo e a realidade histórica. A resposta católica mobilizada pelo concílio de Trento, o mais longo da história da Igreja, de 1545 a 1563.” Em Portugal, a este cenário de crise acrescentou-se a instabilidade política e social derivada da crise de sucessão de D. Afonso III e das consequências do fatal desfecho de Alcácer Quibir de 1578, referiu. “Celebrar o frei Agostinho da Cruz é celebrar o contemplativo. Ele fala a todos homens e mulheres da cidade. Não é uma figura apenas para ser vivida na cerca conventual. Por isso é que ele é uma figura viva, porque isso é que hoje o estamos aqui a celebrar”, concluiu Tolentino Mendonça. Ainda houve tempo para elogios à organização da conferência e ao comissário das comemorações a frei Agostinho da Silva, Ruy Ventura, que, para o cardeal, “tem sabido manter viva a memória e a obra” do frade arrábido nos tempos atuais. Já a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, recordou, no seu discurso, Agostinho da Cruz, São Francisco Xavier, Lima de Freitas, Sebastião da Gama, Bocage e proferiu algumas palavras de amizade a Tolenti-
no Mendonça. “Alimenta-nos também de palavras e de ideias. Dá-nos o grato prazer de connosco partilhar o pensamento de forma clara e brilhante.” Em coerência com o que tinha sido a linha de pensamento do cardeal, o bispo de Setúbal, D. José Ornelas, chamou a atenção para a importância da preservação da natureza, tomando como exemplo Frei Agostinho da Cruz, “um homem que encarna a identidade setubalense”, e o seu desafio da ecologia. O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, o bispo de Bragança-Miranda, António Montes Moreira, e vários sacerdotes da Diocese de Setúbal foram alguns dos rostos presentes na plateia da conferência realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, que se encheu de público atento. No final houve um momento musical a cargo do Mediaevus Ensemble, agrupamento que apresentou alguns poemas de Agostinho da Cruz, com melodias compostas pelos seus músicos e pelo compositor António Laertes. Antes, a conferência teve início com um espetáculo do grupo Passione, de João Mendonza e Carlos Barreto Xavier. As celebrações do IV Centenário da morte do frei Agostinho da Cruz e dos 480 anos do seu nascimento tiveram início em março do ano passado e estendem-se até maio, com iniciativas que passam por colóquios, apresentação de obras literárias e exposições.
no Bairro de Ivagalane, que será inaugurada em março, resultado de uma campanha impulsionada pela autarquia sadina. No dia 22 de janeiro, delegações do Conselho Autárquico de Quelimane e da Câmara Municipal de Setúbal visitaram as bibliotecas municipais e as instituições de ensino a fim de preparar a distribuição dos livros, que deverá acontecer em março. Além dos livros, foram também distribuídos por famílias carenciadas de bairros pobres cinco mil kits, contendo peças de vestuário para adulto e criança, sapatos, um brinquedo e um par de óculos. No âmbito da geminação, o concelho sadino já acolheu bolseiras de Quelimane no Instituto Politécnico de Setúbal e promoveu, através de campanha mecenáti-
ca, a construção de 15 poços de água potável, entre 2017 e 2018, um contributo para a melhoria da qualidade de vida em várias zonas da província moçambicana. A construção destes poços de água permitiu ainda, como acréscimo, ajudar a reduzir a taxa de absentismo escolar, com mais crianças a poderem ir à escola, em vez de terem que assumir a tarefa de realizar trajetos de vários quilómetros para obtenção de água potável para as famílias. Em 2018, a campanha denominada “Setúbal Ajuda Quelimane” traduziu-se no envio de uma ajuda com mais de 23 toneladas de bens de diferentes naturezas, por exemplo, roupas para homem, mulher e criança e brinquedos, assim como material escolar e de saúde, entre o qual medicamentos, fraldas e sapatos ortopédicos.
Solidariedade com Quelimane Livros, material escolar, roupas, brinquedos e óculos foram distribuídos, no final de janeiro, por bairros carenciados da cidade moçambicana de Quelimane, no âmbito de uma campanha de solidariedade liderada pela Câmara Municipal de Setúbal. Perto de 150 mil livros, entre literatura universal e manuais escolares, destinados a apetrechar bibliotecas e escolas de Quelimane, cidade geminada com Setúbal, foram angariados numa iniciativa solidária, dinamizada entre março e julho. A Biblioteca Nacional de Portugal, a Imprensa Nacional – Casa da Moeda e a Fundação Calouste Gulbenkian foram os principais mecenas desta campanha, sendo que cerca de 90 por cento dos livros são novos e apresentam um valor estimado de 1 milhão e 100 mil euros.
[ DR
A Fundação para a Ciência e Tecnologia, a Fundação Oriente, a Biblioteca Pública de Évora, o Instituto dos Pupilos do Exército, a Leirilivro, o Colégio dos Maristas, o Externato de São José e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, a par de instituições locais e
cidadãos anónimos, também contribuíram para a angariação. Os livros destinam-se a equipar a Biblioteca Provincial da Zambézia, a Biblioteca Municipal de Quelimane e várias bibliotecas comunitárias, bem como uma nova escola em construção
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[ FOTOS: DUAR
Grande Entrevista
Diretora do Agrupamento de Escolas de Azeitão
Maria Clara Félix “O conhecimento já não é estanque, não podemos ficar isolados em “ilhas” e temos que trabalhar uns com os outros.” Maria Clara Félix é, desde 2005, a diretora do Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão. Lidera um universo de 7 escolas que, neste ano letivo, incluem 1809 alunos e 137 professores/educadores (ver caixa). Um universo complexo, com realidades diversas, de muitas vontades, com uma tutela que, cada vez mais, disponibiliza às escolas a sua autonomia. Faz questão de referir que não está sozinha e que é fundamental a equipa que a acompanha (Subdiretora: Maria do Carmo Franco, Adjuntos: Gisélia Piteira, Fernando Ribeiro, Vítor Costa, Assessor: António Ruivo), bem como a participação dos pais, de todos os professores e restantes elementos da comunidade educativa.
“partilho convosco, em primeira mão, que será um novo projeto para a construção de Comunidades de Aprendizagem” Olhar Sempre/Olhar de Novo/Olhar Melhor, esta é a frase inscrita na capa da sua recandidatura a diretora do Agrupamento, em 2017. Ainda é assim que olha para a sua missão enquanto diretora eleita? Enquanto diretora, como professora, como alguém que gosta mesmo do ensino estás sempre a olhar para aquilo que foi, vês sempre com novos olhos pois tens outra experiência e essa ensina-te a reolhar. Portanto o que se pretende é olhar melhor, é ver melhor, para continuar a construir e sonhar com uma educação melhor.
E ainda há espaço para o sonho depois de tantos anos enquanto professora e diretora? Claro que sim! Os professores têm que ser sempre uns sonhadores (risos).
Quais são/foram os maiores desafios/conquistas enquanto diretora deste agrupamento? Ainda me sinto a conquistar… há coisas que vamos ganhando, mas isso não significa que estejam conquistadas. Até porque um dos maiores desafios, para mim, tem sido ter uma escola que responda às necessidades do século XXI, uma escola que possa preparar os cidadãos para um mundo que está a mudar a uma velocidade estonteante. E isto implica mexer com a mentalidade de muita gente, nós professores, que temos que pensar/olhar para a educação de um modo diferente, os alunos, os pais…. É uma conquista diária e tem que ser construída com o esforço de todos.
E tem sido um processo muito lento? No Agrupamento começámos a planear tudo isto em 2005 quando fizemos o projeto educativo do agrupamento. Esse já se baseava bastante no relatório de Jacques Delors, Edgar Morin…etc. e adaptámos os 4 pilares da aprendizagem a 3 eixos: Eu e os Outros, Eu e o Espaço e Eu e o Conhecimento. Aqui já havia a mudança e pretendíamos que se olhasse para as disciplinas não como um saber estanque. Depois, em 2006, criámos uma equipa de autoavaliação interna e o que se pretendia fazer era uma espécie de “selfie”, saber quem era o agrupamento, até porque até há pouco tempo éramos sete escolas separadas e cada uma tinha os seus objetivos, orientações diversas. Tínhamos que construir um projeto educativo que fosse de todos nós. No ano seguinte chamei, pela primeira vez, uma equipa da [ DR
POR BERNARDO COSTA RAMOS
Inspeção Educativa para fazer uma inspeção externa. O que eu queria era que houvesse um olhar exterior e independente que também nos ajudasse na construção do nosso caminho. E assim aconteceu.
O que refere vai ao encontro das linhas orientadoras que definiu para a sua recandidatura em 2017, isto é “continuar a cumprir a missão iniciada em 2005: dotar crianças, jovens e adultos de competências para o século XXI.” Certamente que entre 2005 e 2017 existiram mudanças na Educação. Consegue assinalar algumas? A mudança tem sido gradual, o caminho faz-se caminhando, como diz o poeta, mas tem sido muito diferente do passado. Por exemplo, compreendemos a determinada altura que reprovar os alunos anualmente não era uma medida inclusiva, de uma escola que se diz para todos, era uma medida seletiva. Constatámos que os alunos que reprovavam num determinado ano, eram aqueles que voltavam a repetir no ano seguinte. Ora, isso levou-nos a pensar que se a reprovação tivesse efeitos pedagógicos positivos não reprovavam de novo. Decidimos fazer de uma forma diferente, ou seja, pensar que nem todos temos o mesmo ritmo da aprendizagem, pois existem crianças que não conseguem adquirir determinadas aprendizagens no 2º ano de escolaridade, mas não quer dizer que não o consigam fazer depois e apanharem o ritmo da turma. Esta foi uma mudança grande e foi algo que não foi bem recebido por todos. Mas também foi uma mudança que foi acarinhada por um
grupo significativo de pessoas que ajudaram a que ela começasse a criar raízes. O ano passado, aquando do último pedagógico, consegui ver, com satisfação, que alguns alunos que não estariam neste momento no 9º ano, pois teriam reprovado se tivéssemos continuado com a medida da reprovação anual, estavam no 9º e em situação de igualdade com os outros colegas. Sucesso para todos? Não, ainda não, mas “alguns”, para mim, já é muito significativo.
Como prevê a escola daqui a 20 anos? Certamente que o mundo irá ser muito diferente daquele que nós temos, mas também creio que o professor, sendo determinante na formação, não vai ser substituído por máquinas (risos). São humanos, a educar humanos para a humanidade, a frase não é bem assim nem é minha, mas o humano estará lá. Também não tenho dúvidas que a Escola, que é determinante para a garantia das democracias, não pode continuar a trabalhar as aprendizagens do mesmo modo como o fazia há 20 anos ou como há 200 anos, no tempo em que este modelo educacional foi implementado. O sentido é tornar estes alunos capazes de pesquisarem, selecionarem e de construírem o seu conhecimento e, assim, o professor terá um papel muito importante como orientador, no acompanhamento, não no sentido da “instrução”, como se falava antes do 25 de abril, mas ao nível de acompanhar a aprendizagem de uma forma colaborativa. O conhecimento já não é estanque, não podemos ficar isolados em “ilhas” e temos que trabalhar uns com os outros. A Escola tem que se adaptar a esta realidade.
“Os analfabetos do século XXI não serão os que não sabem ler nem escrever mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender." Concorda com esta frase de Alvin Toffler? Concordo perfeitamente, mas realço também a necessidade de se ser proativo. O emprego para a vida já não existe, todas as áreas estão em interação com outras e, cada vez mais, se trabalha em equipas interdisciplinares. O saber deverá estar em ação, trabalhar por competências, saber sem estar fechado em gavetas, mobilizar para a ação.
Todos os Governos têm o ensino como princípio orientador dos seus programas de ação. Este está no bom caminho? Porquê? Tem sido muito positivo na sua
Fotografia "à la minute" de Maria Clara Félix • Um livro? “As velas ardem até ao fim”, Sándor Márai. • Um filme? “Les uns et les autres”. • Uma frase? “Precisamos de uma ética envolvente de cuidado pelos nossos companheiros de humanidade e pela nossa casa comum, a Terra.” Maria de Lourdes Pintasilgo • Uma palavra? Liberdade. • Um objeto? Lápis de carvão. • Uma música? Crêtcheu Di Ceu, Cesária Évora.
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DUARTER
disponibilidade para trabalhar com as escolas, uma maior proximidade para vir à escola. Muito importante, também, na defesa da escola inclusiva. Os poucos de antigamente deram lugar a uma escolaridade obrigatória de 12 anos para todos. Também destaco a maior autonomia dada às escolas na gestão curricular, o que nos permite atuar de acordo com o nosso contexto.
As escolas são muitas vezes acusadas de não se adaptarem aos “tempos modernos” procurando a manutenção da velha ordem. Aceita esta visão? A mudança vai sempre encontrar resistentes. Mas, pela minha experiência, e nos últimos anos tenho tido a sorte de contactar com escolas de sul a norte do país, verifico cada vez mais que estão abertas à inovação, tanto pela parte dos professores, como pela parte dos pais. Isso dá-me esperança pois noto a construção de uma “corrente” muito mais vasta e com uma base mais sólida. Inovação, transformação e mudança, os três elementos que se tocam e criam raízes.
“É importantíssimo e revigorante nós termos autonomia curricular, pois aí sim eu penso na escola não de uma maneira abstrata, mas sim nesta escola” A flexibilidade curricular aumentou a autonomia das escolas e é “um processo de emancipação de cada escola”, como referiu o Ministro da Educação? É importantíssimo e revigorante nós termos autonomia curricular, pois aí sim eu penso na escola não de uma maneira abstrata, mas sim nesta escola, neste contexto, com este “público”, e vejo que tipo de resposta posso dar. A flexibilidade curricular permite isso e permite ainda que eu consiga que os meus alunos façam mais e melhores aprendizagens, em que todos eles encontrem aqui o seu projeto educativo. Uma analogia é termos um vestido pré feito em que temos que encaixar nele, ora com a autonomia e flexibilidade é o contrário. Reconhecendo as diferenças - todos nós o somos cada um pode fazer o seu percurso.
As escolas terem a autonomia para escolherem os professores e os funcionários do seu Agrupamento, seria um aspeto positivo?
É uma questão algo polémica e de muitas opiniões. Mas olhemos por este prisma, se um professor pudesse escolher a escola em função do seu projeto, com que ele se identificasse, acho que seria positivo. Então, quando eu tenho que contratar professores talvez fosse importante que houvesse um momento, numa entrevista, para nós verificarmos se a pessoa também se identifica com o projeto da tua escola.
No vosso Plano de Inovação (2019/2022) é referido que um dos objetivos é aumentar a percentagem de alunos com sucesso pleno. Olhando para a tabela apresentada constata-se uma grande diferença no valor de partida entre o 1º e 2º ciclo - que é de 90 a 80% - e o 3º ciclo - 50 a 60%. O mesmo acontece na tabela de percentagem de classificações iguais ou superiores a bom ou a 4, que é negativa (49%) para o 3º ciclo. Qual a razão para esta diferenciação? Esta é uma preocupação nossa. É uma quebra que não acontece só na nossa escola, mas isso não me tranquiliza. Reparemos que as percentagens já são dos nossos alunos entre 4 e 5, mas há uma diferença no terceiro ciclo. A idade/maturidade pode ser um fator, mas estamos a fazer um “investimento” em medidas educativas, por exemplo coadjuvações, para melhorarmos, ainda mais, a qualidade do nosso sucesso.
Quer destacar uma ou duas ações mais relevantes desse Plano? Destaco as Assembleias de turma. Começou este ano letivo e é uma iniciativa onde se promove a participação democrática direta na escola, visando o desenvolvimento do espírito de entreajuda, cooperação, autonomia e responsabilidade. No início de cada semestre é eleita a mesa da assembleia de turma, constituída por um Presidente e dois Secretários e, em cada semana, reúnem 1 hora para discutirem os problemas que desejarem. Nos meses de janeiro e de maio serão realizadas Assembleias de Ano/Escola dirigidas e geridas pelos alunos. Esta estará aberta à comunidade. Uma outra são as “Oficinas do 5@bER Sem Fronteiras”. São horas curriculares em que os alunos estão a trabalhar por Projetos e existe uma bolsa de professores de diferentes áreas, daquele ano de escolaridade, que vão andando de sala em sala acompanhando os projetos.
Os pais e a restante comunidade educativa têm uma participação ativa na Escola? Temos um grupo de pais muito ativos em todas as escolas. Os pais têm ajudado em várias iniciativas, desde as festas do Agrupamen-
“Temos um grupo de pais muito ativos em todas as escolas” to, com sugestões de melhoria, as obras na escola, lembro a questão importantíssima da retirada do amianto, os pais empenham-se, foram extremamente interventivos e importantes para resolver determinadas situações. Realço também o exemplo da Associação de Pais da Escola da Brejoeira, em que temos um protocolo tripartido entre nós, a Câmara Municipal de Setúbal e a Associação, e estes realizam a componente de apoio à família, organizam as atividades de enriquecimento curricular e a ocupação dos alunos em momentos de férias. Um excelente exemplo de proatividade por parte dos pais.
É necessária uma nova escola na região, em especial uma escola secundária? Começo por referir que nesta escola, e em outras do Agrupamento, têm sido realizadas várias intervenções, principalmente nos últimos quatro anos, de manutenção e modernização dos espaços. No entanto, precisamos de mais, de mais salas, que os pré-fabricados em madeira sejam demolidos para termos salas de aulas em condições, enfim, precisamos de um edifício novo. Tudo isto nos dificulta a gestão dos horários - possivelmente no próximo ano letivo teremos que alargar o horário até às 18h30 -, bem como na própria gestão curricular e projetos que temos em vigor. Precisamos de uma sala de alunos, de um pavilhão…etc. Ao nível do ensino secundário aqui não seria possível, não temos o espaço para isso. Sei que poderá ser um pouco polémico o que vou dizer, mas não sei se Azeitão terá o número de alunos suficientes para se justificar a construção de uma escola secundária de raiz.
Mas nota que o número de crianças tem vindo a aumentar ou decresceu? Desde 2010 que tem vindo a decrescer e segue a tendência do país. Sentimos esse decréscimo principalmente no 1º ciclo, passámos de 29 para 25 turmas, uma quebra de 4 turmas. Não se notou tanto, em termos de alunos, porque aumentámos a oferta do pré-escolar. Em 2010 tínhamos apenas uma sala e hoje temos oito. Temos ainda uma outra situação, ou seja, o aumento de alunos estrangeiros matriculados nas nossas escolas. Chegámos a ter 21 nacionalidades diferentes. Temos um protocolo com a Embaixada da
Roménia e temos uma professora, paga pelo Ministério da Educação romeno, que dá aulas de romeno na nossa escola e acompanha também os alunos. O Ministro da Educação romeno já visitou a Brejoeira (risos).
Deixe uma mensagem final para os nossos leitores. Temos que acreditar que juntos conseguimos. Acreditar que a escola e a família estão juntas e que podemos melhorar o projeto de formação das crianças. Construir uma sociedade melhor, em paz, assente
nos valores universais e em que o Conhecimento é fundamental para uma consciência coletiva. A escola pertence à comunidade, não pode estar entre muros, fechada, e em breve, para incentivar essa partilha, a nossa escola irá apresentar um projeto em que a comunidade irá estar de mãos dadas com a escola. É algo que ainda estamos a delinear, mas partilho convosco, em primeira mão, que será um novo projeto para a construção de Comunidades de Aprendizagem…mas ainda é cedo para mais pormenores (risos).
Rede escolar em 2019/2020 ESCOLA E.B. de Vila Nogueira de Azeitão
Nº TURMAS 1º ano - 2 1º ano - 2 3º ano - 1 4º ano - 1 Total - 5
Nº ALUNOS 1º ano - 38 2º ano - 24 3º ano - 26 4º ano - 26 Total - 114
Jardim de Infância de Vendas Pré - 2 de Azeitão 4º ano - 2 E.B. de Vendas de Azeitão E.B. de Vila Fresca de Azeitão
EB da Brejoeira
E.B. de Casal de Bolinhos E.B. de Brejos do Clérigo
Pré - 50 4º ano - 52
Total do 1º ciclo - 2 Total do pré - 2 1º ano -1 2ºano - 1 3º ano - 1 Total - 3 Pré - 4 1º ano - 2 2º ano - 3 3º ano - 3 4º ano - 4 (1 mista de 3º e 4º) Total do 1º ciclo - 12 Total do pré - 4 Pré - 2
Total do 1º ciclo - 72 Total do JI/1º ciclo - 102 1º ano - 23 2º ano - 22 3º ano - 25 Total - 70 Pré - 96 1º ano - 46 2º ano - 71 3º ano - 72 4º ano - 91
1º ano - 1 2º ano - 1 3º ano - 1 Total - 3
1º ano - 17 2º ano - 24 3º ano - 26 Total - 67
Total de turmas do Pré-escolar - 8 Total de turmas do 1ºciclo - 25 Total de alunos do Pré-escolar 192 Total de alunos do 1ºciclo - 583 Total de alunos dos 2º e 3º ciclos - 955 Total de alunos da EB2,3 de Azeitão - 1034
Total do 1º ciclo - 280 Total do JI/1º ciclo - 376 Pré - 46
Total de alunos do Agrupamento - 1809 Total de Educadores - 8 Total de professores do 1ºciclo 31 Total de professores dos 2º e 3º ciclos - 98 Total de professores / Educadores do Agrupamento - 137
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Jornal de Azeitão
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Visita do Executivo municipal
Jardim de Infância de Casal Bolinhos hoje na nossa escolinha? Querem cantar a canção do Bom Dia?”, pergunta a educadora Maria Regina. Terminada a improvisada sessão de boas-vindas, o vereador da Educação, Ricardo Oliveira, quer saber como reagiu a comunidade escolar às transformações ocorridas neste estabelecimento de ensino no corrente ano letivo. “Como se sentem nestas novas instalações?”, pergunta a Maria Regina, que é perentória na resposta: “As condições melhoraram bastante.” Pintura exterior e interior, requalificação da copa e do refeitório e aquisição de um monobloco foram as principais intervenções
realizadas pela Câmara Municipal no Jardim de Infância de Casal Bolinhos. Até ao ano letivo passado, esta era uma escola básica e pré-escolar, mas o aumento da capacidade de resposta de 1.º ciclo na freguesia de Azeitão, devido à construção da Escola Básica da Brejoeira, permitiu reconverter o equipamento para acolher apenas a valência de jardim de infância, com duas salas. “Esta transformação só foi possível graças a uma grande cooperação ente a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia e a associação de pais. Foram realizadas algumas intervenções, financiadas pelo município, que permitiram criar as
condições necessárias para o funcionamento do jardim de infância”, sublinhou o vereador da Educação. Durante as interrupções letivas do verão e do Natal foi construído um telheiro de acesso à casa de banho e as salas foram apetrechadas com o mobiliário e material didático adequados ao novo nível de ensino. O monobloco, onde funcionava a biblioteca escolar do 1.º ci-
TELEFONES ÚTEIS
O Executivo municipal visitou o estabelecimento de ensino básico e pré-escolar Jardim de Infância de Casal Bolinhos que foi alvo de um conjunto de intervenções de beneficiação, num esforço financeiro que contou com a comparticipação de fundos comunitários. Neste Jardim de Infância as crianças ficam surpreendidas quando a comitiva liderada pela presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, acompanhada de vários elementos do Executivo municipal e da presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Celestina Neves, entra na sala. “Já viram que está tanta gente
clo, permite que seja assegurado o alargamento do horário escolar, com atividades dinamizadas pela associação de pais, que, segundo a diretora do Agrupamento de Escolas de Azeitão, Clara Félix, tem um pedido a fazer à Câmara Municipal. “A associação quer pedir autorização para construir um telheiro de acesso ao monobloco, para proteger as crianças da chuva no inverno.”
Junta de Freguesia São Lourenço São Simão
21 219 99 30 21 218 06 94
EDP (Avarias) Serviços de Águas CTT Azeitão
800 50 65 06 707 109 019 21 219 05 07
GNR Azeitão
265 242 672
Posto Médico
21 219 95 00
Táxis Brejos de Azeitão Vila Nogueira “ “
96 40 04 300 96 61 48 429 96 40 29 110 96 61 16 583
Farmácias Vila Nogueira Brejos
21 218 00 35 21 218 79 83
Sta. Casa da Misericórdia
21 219 89 00
Igrejas Paroquial de São Lourenço Paroquial de São. Simão
21 219 05 99 21 219 08 33
Biblioteca Municipal de Azeitão Biblioteca 21 218 83 98 Museu 21 218 83 99
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Os 5 principais arrependimentos antes de morrer [ DR
arrependimento por terem passado tanto tempo a trabalhar e por isso terem deixado escapar a presença na infância e juventude dos filhos e a companhia das suas mulheres.
POR ISABEL FERNANDES
Uma enfermeira australiana de cuidados paliativos, Bronnie Ware decidiu questionar as pessoas em fim de vida de modo a saber quais eram os seus principais arrependimentos. Da compilação que fez resultou um livro publicado em 2011 onde indicava os 5 principais arrependimentos que as pessoas têm antes de morrer. A seguir estão indicados cada um desses 5 arrependimentos por ordem de frequência.
1. Desejava ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim mesmo e não a vida que os outros esperavam que vivesse Este foi o arrependimento mais comum de todos. Quando as pessoas percebem que a sua vida está a
3. Desejava ter tido a coragem de expressar os meus sentimentos chegar ao fim e olham, com clareza, para o passado percebem que muitos sonhos ficaram por realizar. Muitos não tiveram a coragem de seguir os seus sonhos e morrem sabendo que isto se deveu às escolhas que fizeram, ou não fizeram. A saúde traz uma liberdade que poucos reconhecem até que a perdem.
2. Desejava não ter trabalhado tanto Este foi o arrependimento comum a todos os homens questionados. Os homens revelaram grande
Muitas pessoas suprimem os sentimentos de modo a manter a paz e a tranquilidade com os outros. Como resultado contentam-se com uma existência de constrangimento emocional não expressando os seus sentimentos. Muitos acabaram por viver uma vida de ressentimentos e amargura por não terem sido capazes de expressar e pacificar emoções.
4. Desejava ter-me mantido em contacto com os amigos Frequentemente as pessoas não têm consciência dos benefícios dos
velhos amigos até às semanas que antecedem a sua morte e, nesta altura, nem sempre se torna possível encontrar esses amigos. Muitos foram de tal forma apanhados pelo ritmo acelerado da vida que deixaram perder, ao longo dos anos, preciosas amizades. Havia muito arrependimento acerca de não terem investido o tempo e dedicação que as amizades mereciam. Todos sentem falta dos amigos quando estão a morrer.
5. Desejava ter-me permitido ser feliz Este é um arrependimento surpreendentemente comum. Muitas pessoas não tiveram consciência que a felicidade era uma escolha. Ficaram presos a padrões antigos e hábitos, ao conforto do familiar e, esta “prisão”, nem sempre consciente, impediu a mudança, impediu que fizessem escolhas diferentes, escolhas
que promovessem a sua felicidade. O medo da mudança fez com que tivessem que fingir, para os outros e para si mesmos, uma satisfação e contentamento com a vida que não era real. Fonte: “The Top Five Regrets of the Dying: A Life Transformed by the Dearly Departing” Para viver uma vida com significado e sem arrependimentos talvez precisemos de aumentar a nossa consciência da nossa mortalidade e agir em conformidade com os nossos valores e prioridades, vivendo de forma mais autêntica com o que verdadeiramente somos. Como escreveu o Imperador Romano Marco Aurélio: “Você poderia deixar a vida agora mesmo. Deixe que essa consciência determine o que faz, diz e pensa”. isabel@mentescristalinas.pt
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Turismo
Estratégia promocional para 2020 O Turismo de Natureza e a Gastronomia centram, em 2020, a estratégia de branding do município de Setúbal para apresentar e promover, nos mercados nacionais e internacionais, a região enquanto destino turístico de excelência. Esta estratégia de afirmação e divulgação foi posta em prática logo no início do ano na Vakantiebeurs, feira de turismo realizada entre os dias 9 e 13 de janeiro, em Utrecht, nos Países Baixos, com cerca de 100 mil visitantes a passarem no evento no qual Setúbal participou pela primeira vez com pavilhão próprio. Seguiu-se a participação setubalense na FITUR – Feira Internacional de Turismo, em Madrid, Espanha. A feira, a decorrer até domingo, na qual Setúbal marca presença pelo sexto ano consecutivo, é um dos maiores eventos turísticos a nível europeu, com cerca de 200 mil visitantes. Este ano, o destaque no pavilhão de Setúbal vai para as ações de showcooking ao vivo promovidas pelo restaurante Taberna do Largo, que proporcionam uma autêntica viagem pelos sabores da região. À gastronomia acresce a descoberta de uma vasta oferta de opções na esfera do Turismo de Natureza. Estas singularidades que fazem da região um destino turístico único de excelência foram dadas a conhecer, esta quarta-feira, na abertura da FITUR, à secretária de
Estado do Turismo, Rita Marques, e ao presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, em visita ao pavilhão setubalense. Neste dia, foi igualmente apresentado o novo portal do turismo de Setúbal, o visitsetubal.com, página de internet disponível, de momento, em português, inglês e espanhol, que sugere ao visitante uma viagem por áreas que mais marcam o quotidiano do concelho. A promoção de Setúbal naquela que é uma das mais importantes feiras de turismo da Europa é uma ação articulada entre a Associação da Baía de Setúbal e o município, com várias colaborações, entre as quais a Taberna do Largo, as Conservas Belmar, as Ostras Découverte, a Pastelaria Abrantes e a Queijaria Simões. A feira constitui ainda um ponto de contacto órgãos de comunicação social, bloggers e empresas, nesta caso incluindo as adegas Ermelinda Freitas, José Maria da Fonseca, Cooperativa de Palmela e Camolas e os operadores Setúbal Alive, SAL – Sistemas de Ar Livre, Rotas do Sal, In Arrábida e Bolhas. Depois da FITUR, Setúbal continuou em Espanha, desta feita para participar, pela primeira vez, na Xantar – Salão Internacional de Turismo Gastronómico, em Ourense, com ações de degustação no âmbito da marca Setúbal, Terra de Peixe. A estratégia promocional do
município para 2020 passa também pela participação, em território nacional, na BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, a decorrer entre 11 e 15 de março na FIL – Feira Internacional de Lisboa. Neste evento, Setúbal volta a participar com pavilhão próprio, o maior de sempre, com 36 metros quadrados, dedicado ao Turismo de Natureza, e também marca presença no pavilhão da Região de Turismo de Lisboa, neste caso para se apresentar na esfera da gastronomia com a marca Setúbal, Terra de Peixe. No calendário de participações, destaque ainda para a presença de Setúbal no Salão Mundial de Turismo de Paris, de 12 a 15 de março, em participação igualmente em pavilhão próprio que, como habitualmente naquele certame parisiense, centra a aposta em ações direcionadas para o Turismo de Natureza. Já em Setúbal, a 27 de setembro, Dia Mundial do Turismo, está agendada a realização da 1.ª Conferência sobre o Turismo de Setúbal, encontro com a participação de vários oradores nacionais e internacionais e no qual é feito o balanço da evolução turística na região na última década. Em matéria de turismo, ao longo do ano, estão já agendadas diversas fam trips em Setúbal com jornalistas, bloggers e operadores turísticos internacionais.
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Festival
Soam as Guitarras Dead Combo, Miramar e Raia.Planeta Campaniça atuam em Setúbal na quarta edição do festival Soam as Guitarras, cujo concerto de lançamento, com António Chainho e Miguel Araújo, esgotou o Fórum Municipal Luísa Todi no dia 24 de janeiro. Depois de Oeiras, município que criou o festival em parceria com a empresa Ghude, Évora e Póvoa de Varzim, o certame, que tem a guitarra e as cordas como núcleo conceptual para concertos íntimos em salas diversificadas, chega pela primeira vez a terras sadinas. “É um enorme orgulho acolher a quarta edição deste certame que junta bons projetos, extraordinários artistas e pessoas que gostam de estar com os outros e de partilhar a música”, sublinhou o vereador da Cultura, Pedro Pina, no evento de lançamento do festival Soam as Guitarras, que decorreu no Roof 61, no último piso do Fórum Municipal Luísa Todi. O autarca espera que este seja “o primeiro passo para Setúbal aceitar novos desafios” e
assegura desde já a disponibilidade do município para integrar a quinta edição do festival, em 2021. Nuno Sampaio, da promotora Ghude, agradeceu a oportunidade de trazer o projeto para Setúbal e mostra-se convicto de que a quarta edição do festival, a decorrer entre 28 de março e 25 de abril, “será um grande sucesso”. O Soam as Guitarras conta com um total de dezanove espetáculos e doze artistas, algumas estreias e encontros inéditos, em várias salas dos concelhos de Setúbal, Oeiras, Évora e Póvoa de Varzim. O primeiro destes encontros, o concerto de lançamento do festival, encheu, na sexta-feira, 24 de janeiro, o Fórum Municipal Luísa Todi. António Chainho, mestre da guitarra portuguesa e embaixador de Soam as Guitarras, e o músico e compositor Miguel Araújo atuaram pela primeira vez juntos em palco e proporcionaram um espetáculo intimista na principal sala de espetáculos setubalense.
Antes do concerto, que foi ao encontro das características que constituem os principais objetivos deste festival, de promoção da guitarra e das cordas, nas suas múltiplas abordagens, em ambientes de grande proximidade com o público, António Chaínho e Miguel Araújo atuaram na sessão de lançamento do festival. “Estou muito feliz em participar neste evento, porque a minha vida é dedicada à guitarra portuguesa desde os 6 anos. Podem contar comigo para tudo o que seja para promover a guitarra”, afirmou António Chaínho. Para o concerto de abertura do evento, o mestre da guitarra portuguesa confessou-se duplamente feliz por “contribuir para a promoção da guitarra e por atuar em Setúbal”, uma vez que é natural de Santiago do Cacém, distrito de Setúbal. O festival Soam as Guitarras abre, oficialmente a 28 de março, com a atuação do projeto Miramar, de Frankie Chavez e Peixe, no Cinema Charlot – Auditório Municipal, em Setúbal, às 21h30.
Segue-se, no dia seguinte, nos mesmos local e horário, o projeto Raia.Planeta Campaniça, em que António Bexiga convida Joana Negrão, Vasco Ribeiro Casais, Um Corpo Estranho, Cristina Viana, Xinês e Daniel Catarino para um espetáculo único em que a viola campaniça está em destaque. As entradas para cada um dos concertos, que podem ser adquiridas na Casa da Cultura, têm o custo de 10 euros. Os Dead Combo encerram a 3 de abril, no Fórum Municipal Luísa Todi, às 21h30, a programação do Soam as Guitarras prevista para Setúbal. Os bilhetes, à venda em
www.bol.pt e na bilheteira do Fórum, têm o custo de 17,5 euros para a primeira plateia, 15 para a segunda e 13 para o balcão. O certame decorre, igualmente, em Oeiras, município que criou o projeto em parceria com a empresa Ghude, e em Évora e na Póvoa de Varzim, concelhos que, tal como Setúbal, participam na coprodução do programa desta quarta edição. O festival Soam as Guitarras é uma coorganização da Ghude e das câmaras municipais de Setúbal, Oeiras, Évora e Póvoa de Varzim, com as parcerias da Cision, da Hope Consulting e da Antena 1 enquanto media partner.
A garagem que se torna casa apalaçada [ FOTOS: BCR
Foi em junho de 2019, em plena polémica das declarações do Comendador Berardo no Parlamento, que surgiu a notícia no Jornal Económico, a Quinta da Bacalhôa, holding dos vinhos e enoturismo da família Berardo, comprou a antiga garagem dos Belos, edifício histórico com 30 mil metros quadrados, em Vila Fresca de Azeitão. Segundo o semanário, o imóvel foi comprado em 2018, sendo referida a quantia de 2,1 milhões, preço abaixo do seu valor comercial, referiram na altura fontes ligadas ao imobiliário. É um espaço com uma área equivalente a três campos de futebol e que antes pertencia à Transportadora Setubalense – Belos, do Grupo Barraqueiro (ver imagem). A grande questão que se coloca desde então, e para a qual ainda não existe uma resposta concreta, é para que fim se está a transformar aquele imóvel. Uma certeza existe para quem
passa com frequência por aquele local, as transformações já realizadas aproximam o edifício daquele que está à sua frente e que também é propriedade da família Berardo, o Palácio da Bacalhôa. As suas formas começam a ter um aspeto apalaçado e em que muito diverge do local
original onde muitos azeitonenses aprenderam o seu ofício. Na altura da notícia o JE referiu que aquele poderá dar origem a um grande espaço cultural denominado Bacalhôa Berardo Collection (BBC), entre outras possibilidades. Segundo o mesmo jornal «Fontes do se-
tor admitem, no entanto, que este imóvel possa servir não só para criar um novo espaço cultural denominado BBC, como para fins ligados ao negócio dos vinhos – já que fica situado nas proximidades do Palácio e Quinta da Bacalhôa. Outra possibilidade será vir a albergar a coleção Berardo, se o acordo com o Estado para a sua manutenção no Centro Cultural de Belém não for renovado em 2022.» Relembramos que esta coleção, composta por 862 obras, foi avaliada pela Christie's, há mais de uma década, em 316 milhões de euros. Hoje, segundo os cálculos de alguns especialistas, deverá valer mais de 500 milhões. A mesma coleção está na mira da Caixa Geral de Depósitos, BCP e Novo Banco, que a querem penhorar para recuperar créditos concedidos à Metalgest (holding de Berardo na Madeira) e à Fundação Berardo, no valor de 962 milhões de euros.
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Bienal de teatro e artes performativas
Bambolinices invade Azeitão e Setúbal [ CMS
Duas dezenas de espetáculos, workshops e uma homenagem ao ator Carlos César marcam a segunda edição do Bambolinices – Bienal de Teatro e Artes Performativas para Toda a Família, a decorrer entre 15 e 23 de fevereiro. O certame, organizado pela cooperativa GATEM – Espelho Mágico com apoio da Câmara Municipal de Setúbal, está de regresso para promover o teatro e as artes performativas, cultivar o intercâmbio cultural e a formação de novos públicos, bem como estabelecer contacto com as expressões artísticas de outros países. “Temos dezanove eventos para todos os públicos e todos os gostos, distribuídos por diferentes espaços culturais e do movimento associativo da cidade e de Azeitão”, revelou o diretor da GATEM, Ricardo Cardoso, na apresentação pública do programa do Bambolinices, esta manhã, na Casa da Cultura. Fórum Municipal Luísa Todi, Cinema Charlot – Auditório Municipal, coreto da Avenida Luísa Todi, Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, Centro Social Nossa Senhora da Paz da Cáritas, Associação de Socorros Mútuos Setubalense, Inatel de Setúbal, Casa do Largo, Teatro de Bolso e Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Nicolau são os locais que recebem os eventos da segunda edição do certame, numa descentralização cultural destacada pelo vereador da Cultura, Pedro Pina. “O Bambolinices tem particularidades que a Câmara Municipal valoriza. Além de preencher diferentes espaços culturais da cidade, não fica fechado no con-
forto do centro da cidade e vai até Azeitão.” O autarca sublinha, igualmente, o facto de o certame promover “o intercâmbio com companhias vindas de vários pontos do país e até do estrangeiro”, contribuindo para a projeção de Setúbal. Tendo em conta esta característica do certame, Ricardo Cardoso adiantou que a organização do Bambolinices recebeu 48 candidaturas de grupos de teatro nacionais e estrangeiros, “número que comprova o prestígio e a singularidade do evento”. Após um tributo ao ator Fernando Guerreiro na primeira edição, em 2018, o Bambolinices – Bienal de Teatro e Artes Performativas para Toda a Família homenageia este ano Carlos César, ator, encenador, fundador do Teatro Animação de Setúbal e figura cimeira do teatro para a descentralização cultural. A homenagem realiza-se no espetáculo de abertura do festival, no dia 15 de fevereiro, às
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17h00, no Fórum Luísa Todi, após a apresentação da peça “O Corcunda de Notre-Dame”, uma produção da GATEM – Espelho Mágico, adaptada por Miguel Assis do clássico de Victor Hugo. À noite, com início às 21h00, no salão da Associação de Socorros Mútuos Setubalense e de entrada livre, o Teatro Zero, companhia de Vila Franca de Xira, apresenta “Recoletor de Histórias”, tertúlia poética e musical de um contador de histórias recolhidas pelos locais por onde passou. A companhia lisboeta ProtagonizaMagia leva ao Fórum Municipal Luísa Todi, também no dia 16, mas às 17h00, “A Cigarra e a Formiga”, numa adaptação da fábula infantil, em que quatro atores se desdobram em dez personagens distintas. As entradas têm o valor de cinco euros, com possibilidade de aquisição do “Pack Família”. A terminar o dia, com início às 21h00, na Sociedade Filarmónica
Perpétua Azeitonense, o Grupo de Teatro do Banco de Portugal, de Lisboa, encena “BrinCadeiras”, espetáculo que gira em torno das pessoas e das suas cadeiras. Os bilhetes custam cinco euros, com Pack Família disponível. A 17 de fevereiro, às 11h00, no Centro Social Nossa Senhora da Paz, da Cáritas, a Anima Teatro, do Seixal, apresenta “Estações: Teatro para bebés”, enquanto, às 14h00, no Cinema Charlot – Auditório Municipal, a Cativar, de Lisboa, encena “A História da Carochinha”. Ambos os espetáculos têm entradas a quatro euros. “Mostra a Palhaça, pequenos números para pequenos com grandes palhaças!” é a proposta que a Fric à Frac: Companhia de Teatro Circo leva ao Cinema Charlot – Auditório Municipal no dia 18, às 11h00. À tarde, o Projeto Ruínas apresenta “Atelier Paixão”, às 14h00, na Casa Carlos César, nas instalações do Inatel de Setúbal. Para ambas as atuações os bilhetes têm o valor de quatro euros. Ainda no dia 18, a partir das 18h00, no auditório da Casa do Largo – Pousada da Juventude, Eva Ribeiro conduz o workshop “A Travessia do Clown”, ação, com a duração de quatro horas, destinada a maiores de 16 anos que desejem conhecer a arte de ser palhaço. A participação tem o custo de dez euros. No dia 19, com início às 14h00, no Teatro de Bolso, é encenada a peça “João Pé de Feijão”, pela companhia brasileira Cia Teatral Procênio. Os bilhetes têm o valor de 3,50 euros. As atrizes espanholas Paula Dominguez, Laura Távora e Tamara Moreno representam, no
dia 20, às 11h00, no Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Nicolau, a história “O Capuchinho Vermelho”. As entradas têm, também, o valor de 3,50 euros. Ainda no dia 20, às 14h30, no Fórum Municipal Luísa Todi, o TAS apresenta “Auto da Barca”, espetáculo com bilhetes a quatro euros, destinado, sobretudo, a alunos no 3.º ciclo do ensino básico. A Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense recebe no dia 22, às 15h00, “Forja”, tragédia inquietante produzida pela companhia Teatro Experimental de Mortágua. Bilhetes a cinco euros, com possibilidade de aquisição do Pack Família, o mesmo preçário do espetáculo da noite, às 21h30, no Fórum Luísa Todi, “D. Quixote de La Mancha”, produção da GATEM em estreia na segunda edição do Bambolinices. “É um espetáculo de comédia, romance e aventura, mas sobretudo muito poético, destinado a toda a família”, sublinhou o encenador Miguel Assis, responsável também pela adaptação da obra-prima de Cervantes. A GATEM encerra o festival com a reposição de “D. Quixote de La Mancha”, às 17h00, no Fórum Luísa Todi, mantendo-se o preçário da primeira apresentação. Reservas e informações adicionais relacionadas com o festival Bambolinices – Bienal de Teatro a Artes Performativas para Toda a Família através do endereço ceucampos.gatem@gmail. com ou dos telefones 965 051 347 e 265 719 598. O programa completo e detalhado pode ser consultado em www.espelhomagico.pt.
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Passe Único
Balanço de dezembro 2019 Perto de 400 milhões de passes únicos Navegante para circulação na Área Metropolitana de Lisboa, incluindo Setúbal, foram vendidos entre abril do ano passado, quando entraram em vigor, e dezembro. O balanço de 2019 das alterações ao sistema de passes nos transportes públicos da AML – Área Metropolitana de Lisboa revela um aumento significativo e continuado do número de passageiros, com 398 milhões de vendas de títulos Navegante. Estes números, contabilizados entre abril e dezembro de 2019, representam um aumento médio de 18 por cento face ao período homólogo de 2018, em que vigoravam apenas os passes sociais. Desde que o passe Navegante entrou em vigor, a procura por transportes públicos, quer seja de autocarro, comboio, metropolitano ou barco, aumentou cerca de 32 por cento face ao ano passado, valor que equivale a mais de 97 milhões de utilizações com passe único. Estes resultados confirmam, de acordo com a AML, que as novas soluções de deslocação “favorecem uma mobilidade mais sustentável, com um impacte económico e social muito significativo nas famílias”. De referir que o transporte público rodoviário foi o mais utilizado, com cerca de 228 milhões de passageiros, seguindo-se o metropolitano, com 141 milhões, o comboio, com 94 milhões, e o modo fluvial, com 14 milhões de utilizadores. Comparando com os valores relativos ao mesmo período de 2018, todos os modos registam um aumento significativo de passageiros, com especial destaque para o modo ferroviário, que teve um acréscimo de cerca de 32 por cento. Em dezembro, mês que manteve os níveis de venda de outubro e novembro, sendo o segundo melhor de sempre, foram vendidos 769.708 passes Navegante, o que corresponde a um aumento de 37,3 por cento em relação ao mês homólogo de 2018. A venda do passe Metropolitano, que permite utilizar todos os serviços de transporte público regular de passageiros em todos os 18 municípios da AML, o navegante Municipal e a modalidade para mais de 65 anos representaram 90 por cento das vendas totais. De salientar a procura continuada e crescente do Navegante Família, desde a implementação,
em agosto, desta modalidade de passe, que permite que três ou mais membros de um agregado familiar, com residência na AML, paguem, no máximo, o valor de dois títulos mensais. Em dezembro, o Navegante Família correspondeu a 4 por cento das vendas e abrange, atualmente, um total de 7692 agregados familiares e 29.124 pessoas. Foi igualmente registada a venda de 115 mil passes Navegante 12 entre abril e dezembro de 2019. Esta modalidade permite a utilização gratuita dos transportes para todas as crianças até aos 12 anos inclusive, ou seja, até ao último dia do mês em que celebram 13 anos. Em relação à venda de cartões Lisboa Viva, suporte físico que o possibilita o carregamento dos passes Navegante, registou-se em dezembro de 2019 um aumento de 57 por cento em relação a dezembro de 2018. Segundo a AML, esta tendência significa que “se continuam a registar novas adesões todos os meses” e, consequentemente, “cada vez mais utilizadores frequentes do serviço público de transporte de passageiros”. Refira-se ainda que, em dezembro, registou-se uma diminuição de 6,5 por cento relativamente ao mês de novembro, devendo-se, de acordo com a AML, aos períodos de Natal e de interrupção letiva. Apesar desse número, foram transportados mais de 52 milhões de passageiros na Área Metropolitana de Lisboa em dezembro, dados que têm por base as validações do sistema de bilhética. Este número corresponde a um aumento de 23,6 por cento nas validações registadas no mês homólogo de 2018. Durante 2019, foram transportadas 614 milhões de pessoas nos serviços de transporte público dentro da AML. A vigorar desde início de abril, o Navegante representa a maior alteração tarifária feita em Portugal nas últimas décadas, desde a criação do Passe Social, em 1977, expressando uma redução significativa do preço dos títulos de transportes para a generalidade dos passes, intermodais, próprios e combinados, vendidos mensalmente nos municípios da Área Metropolitana de Lisboa. A implementação desta reforma nos tarifários dos transportes públicos na AML implica um investimento da parte de cada município, sendo que Setúbal comparticipa com mais de dois milhões de euros anuais.
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Jardinar é fácil!
Yucca gloriosa POR JÚ MENDÃO
As yuccas são arbustos perenes, nativas do Sul dos Estados Unidos. Das quarenta espécies, a yucca gloriosa é das mais vistosas mas também a mais agressiva, devido ao espinho agudo no topo das suas folhas lineares e em forma de espada. No Verão, as flores brancas parecidas com túlipas invertidas, formam espigas densas que podem ter mais de um metro. Se o tronco for cortado, nascem vários galhos que a transformam
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num arbusto muito ornamental, sobretudo se for plantada isoladamente. De fácil cultivo, estas plantas gostam de pleno Sol, e como têm a capacidade de armazenarem água, quase não precisam de regas. Reproduzem-se facilmente por estacas e crescem bem em qualquer tipo de terra. Com um pouco de paciência, as yuccas podem ser transformadas em autênticas esculturas vivas, valorizando qualquer canto num jardim.
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WHALES – “WHALES” Existem bandas que passam por momentos de mudança, “clicks” que as fazem dar uma volta de 180 graus na carreira e, acima de tudo, na sonoridade. Foi isso que aconteceu com os WHALES. Vindos de Leiria, surgiram em 2016 com uma vertente assumidamente indie rock. Guitarras ao alto, distorção e muita energia em palco. Até ao lançamento do disco de estreia, o hiato tomou conta do projeto leiriense, e a promessa do seu primeiro trabalho quase que parecia uma miragem. Mas em 2017 surpreenderam tudo e todos, com uma nova abordagem: as guitarras e o baixo tinham
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11 temas, “WHALES”, mostra a vivacidade e a força das baleias, bem como a sua capacidade de adaptação. Não é fácil a uma banda ter uma segunda vida, principalmente quando é totalmente díspar da primeira. Mas a aposta está ganha. E aqui jaz um dos mais promissores projetos portugueses, no que à música eletrónica diz respeito. sido substituídos por sintetizadores e teclados. A eletrónica era a rainha. “WHALES”, o disco homónimo de estreia, apresenta-nos ritmos dançantes, batidas frenéticas e eletrizantes, capazes de acordar qualquer alma mais amorfa. Ao longo de
Gastroenterite Aguda POR NUNO BIRRENTO MATOS SILVA (ALUNO DO 6ºANO DE MEDICINA DA FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA)
Música portuguesa POR DAVID ALVITO
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MWHALES – “WHALES” - HTTPS://WWW.FACEBOOK.COM/WHALESPT/ EDIÇÃO OMNICHORD RECORDS - HTTPS://OMNICHORDRECORDS.COM/PT/ FORÇA TOTAL À MÚSICA NACIONAL! DAVIDALVITO@GMAIL.COM
A gastroenterite é uma inflamação do trato gastrointestinal que afeta o estômago e o intestino delgado e grosso. Os sintomas mais comuns são diarreia, vómitos e dor abdominal. Outros possíveis sintomas, embora menos comuns, incluem febre, falta de energia e desidratação. Geralmente os sintomas manifestam-se durante menos de duas semanas. A causa mais comum de gastroenterite é infeção por vírus. Em crianças, grupo etário mais afetado por esta patologia, o Rotavírus é a causa mais comum dos casos graves da doença. Em adultos, os mais comuns são os Norovírus e Campylobacter. A transmissão pode ter origem na ingestão de alimentos que não foram devidamente preparados, em beber água não potável ou pelo contacto direto com uma pessoa infetada. Geralmente, não são necessários exames para confirmar o diagnóstico, sendo este baseado nos sinais e sintomas apresentados. A única indicação para se fazer exames complementares é a presença de sangue nas fezes, após regresso de um país em
desenvolvimento, onde a gastroenterite é uma causa mais comum de diarreia e que pode ser provocada por bactérias mais nocivas, exigindo antibioterapia específica. As medidas de prevenção incluem lavar as mãos com sabonete, beber apenas água potável, saneamento e amamentar os bebés em vez de usar fórmula infantil. Em crianças, está recomendada a vacina contra Rotavírus. O tratamento consiste na ingestão de líquidos em elevada quantidade, de forma a prevenir a desidratação, consequência mais grave da gastroenterite. Em casos mais graves pode ser necessária a administração de líquidos por via intravenosa, em contexto hospitalar. Geralmente não são necessários antibióticos, devido ao facto de o agente mais comum ser um vírus. Podem ser dados antieméticos (medicamentos que ajudam a evitar os vómitos).
VisitSetúbal
Novo portal do turismo de Setúbal [ DR
O universo turístico de Setúbal ganhou um novo portal, o visitsetubal.com, página de internet apresentada oficialmente hoje, em Madrid, Espanha, na abertura da FITUR – Feira Internacional de Turismo. Com a marca “Setúbal é um Mundo” a servir de catalisador dos conteúdos, o visitsetubal. com, totalmente produzido pela Câmara Municipal, sugere ao visitante uma viagem por áreas que mais marcam o quotidiano do concelho. “Natureza” divulga recursos naturais como Serra da Arrábida, Estuário do Sado praias e espaços
verdes, “Sabores” parte à descoberta da rica gastronomia local e “Aventura” centra-se em desportos ou práticas como voo livre, stand up paddle, escalada, mergulho e observação de golfinhos. As grandes temáticas do portal incluem, também, “Cultura”, de divulgação das salas de espetáculos, espaços museológicos, património e arte nas ruas do concelho, e “A Região”, para apresentação do território, incluindo a cidade setubalense, as vilas de Azeitão e, até, as relações internacionais que o município mantém com outros locais do mundo. Com vários conteúdos de
atualização dinâmica, o novo portal do turismo setubalense faculta contactos para dormidas, sugere locais para comer, divulga atividades para fazer e propõe roteiros turísticos subordinados a determinados temas e adap-
tados aos diferentes períodos do ano, casos de “Baixa da Cidade”, “Arrábida e Praias”, “Azeitão” e “Mourisca e Estuário do Sado”. O visitsetubal.com, disponível, de momento, em português, inglês e espanhol, vai conhecer
em breve versões traduzidas também para francês e alemão. Com vários conteúdos multimédia carregados, reúne, ainda, uma agenda com os principais eventos agendados para o concelho. O portal foi apresentado oficialmente no dia de abertura da FITUR, que decorreu em Madrid até dia 26 de janeiro, no qual Setúbal esteve presente. O certame, um dos principais em toda a Europa para profissionais do Turismo, reuniu representações de quase 10500 companhias de 165 países e regiões turísticas.
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Academia de Ténis de Azeitão AQ [ DR
Escola de Ténis Casas de Azeitão
Escola de Ténis de Almada, o clube de Azeitão venceu a equipa da casa pelos parciais de 5-0, conseguindo a terceira vitória e finalizando no primeiro lugar do grupo. Seguem para a 2ª fase, com início em Fevereiro.
Estufado de grão com legumes POR SOFIA FERNANDES
Deteção de talentos
A ATAAQ deslocou-se no passado dia 18 de janeiro até Almada, o objetivo foi o de disputar a terceira e última jornada da 1ª fase de grupos, do Campeonato Regional de Equipas Seniores da AT Setúbal. Com encontro contra a
Receitas vegetarianas ana
Realizou-se no dia 25 de janeiro de 2020, por iniciativa da Federação Portuguesa de Ténis através do seu Programa Nacional de Deteção de Talentos (PNDT), a primeira jornada de deteção de talentos de 2020 com o objetivo de motivar e desenvolver o talento jovem no ténis. Estiverem presentes na ação três jogadores da Escola de Ténis Casas de Azeitão, sendo dois deles, Mateus
Bota (na foto) e Daniela Leão representantes na categoria sub-10 anos e António Pedro Araújo o representante na categoria sub-8 anos. A funcionar desde 2004, a Escola de Ténis Casas de Azeitão localizada na Fase 1 da Urbanização Casas de Azeitão, formou já inúmeros talentos jovens na modalidade naquela que é uma das prioridades da sua atividade.
Preparação: Pique a cebola e o alho e leve a alourar no azeite. Adicione a polpa de tomate. Junte a cenoura cortada em meias rodelas, seguindo-se a curgete aos cubos com casca. Deixe estufar um pouco e adicione o grão cozido. Junte o vinho branco, o sal, a pimenta, o açafrão e deixe estufar mais um pouco. Sirva com uma mistura de sementes por cima e acompanhe com arroz integral cozido. Contatos do Meu Vegetariano: 919775555 (Sofia Fernandes) meuvegetariano@gmail.com Av. 22 de Dezembro, 27-B
Ingredientes
200 gr de grão de bico cozido 1 cenoura 1 curgete pequena 1 cebola 1 dente de alho 2 colheres de sopa de azeite 1 colher de chá de polpa de tomate 1 colher de café de açafrão em pó 1 dl de vinho branco 1 colher de sopa de mistura de sementes (abóbora, sésamo, girassol, linhaça, chia) sal e pimenta q.b. 2 colheres de sopa de arroz integral cozido.
Setúbal Facebook: Meu Vegetariano
Futsal
Arranque em força dos Juniores do GMDUP [ DR
A Formação de Futsal do GMDUP de Vendas de Azeitão, na sua oitava época desportiva no panorama competitivo, arrancou com um resultado expressivo sobre um dos candidatos à vitória na competição, o Vitória de Setúbal. A vitória de 6-2 deu um alento especial a esta jovem equipa no seu arranque na Fase Final do Campeonato Distrital de Juniores onde,
se salienta, participa pela primeira vez. O GMDUP iniciou a partida com um resultado negativo, com o Vitória a iniciar a partida com vantagem por 0-1, mas o GMDUP apesar da juventude da sua equipa, ainda com muitos atletas em idade de Juvenil, conseguiu na primeira parte alcançar a reviravolta no resultado terminando a primeira parte
com uma vantagem por 3-1, com golos do Gonçalo Cruz, Jota e Henrique. Na segunda parte o GMDUP ainda sofreu o segundo golo, com o Vitória a reduzir a desvantagem para 3-2, mas o GMDUP com o empenho dos seus jogadores aumentou a diferença no marcador com mais três golos da autoria do João Rosa, Jota e Ruben Bento, aumen-
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tando a vantagem para 6-2. Excelente arranque com-
petitivo da equipa de Juniores na fase decisiva da maior
competição oficial do nosso distrito neste escalão.
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