Contação Revista de Extensão
Nº. 2 - Nov./2016
Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
ISSN 2447-3480
Diversidade étnica Adolescentes e idosos Clicar na melhor idade Fogões de queima limpa Revista de Extensão do IFNMG
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Políticas de Extensão 2
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
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Extensão no IFNMG é concebida como uma instância fundamental para o aprimoramento e fortalecimento do processo educativo, cultural e científico e, ainda, como um componente que se articula ao Ensino e à Pesquisa de forma indissociável, buscando assim viabilizar uma relação dinâmica e transformadora entre o Instituto e a sociedade. Vale salientar que, nessa articulação, procura-se valorizar e estabelecer a troca de saberes sistematizados, acadêmicos e populares, fundamentada numa postura dialética da relação teoria/prática. A atuação da Extensão e sua dinamicidade em relação à articulação teoria/prática se configuram como espaço destinado ao acolhimento da diversidade de saberes e da sua plena expressão. Assim, a função primordial de todas as ações da Extensão se consolida no esforço de contribuir para a construção das práticas de Ensino, da Pesquisa e dos saberes de toda a comunidade. Pois, dessa forma, o reconhecimento da multiplicidade de saberes contribui, consequentemente, para o desenvolvimento local e regional, por meio de uma dinâmica interação entre a vida acadêmica e o contexto social. O IFNMG, ao assumir essas convicções, expressa, por meio de suas ações de Extensão, o reconhecimento de seu papel como articulador dos saberes do mundo, da vida e da instância acadêmica. Dessa forma, propõese a desconstruir a hegemonia que valida apenas uma forma de saber, possibilitando assim a desestabilização de um único conhecimento como detentor da verdade. Tal postura credencia a Extensão como um espaço privilegiado de produção de conhecimento e de compromisso com uma formação integral e cidadã, instaurada numa postura dialógica entre a instituição e a sociedade, consubstanciada no compromisso ético e humano.
Revista de Extensão do IFNMG
Confirmando tais concepções, o IFNMG tem como objetivos: I. desenvolver atividades de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos; II. estimular e apoiar processos educativos que levem à geração de trabalho e renda e à emancipação do cidadão na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico local e regional; III. realizar ações voltadas preferencialmente para a população em situação de risco, colaborando para a diminuição das desigualdades sociais através da indicação de soluções para inclusão social, geração de oportunidades e melhoria das condições de vida; IV. estabelecer ações de formação inicial e continuada de trabalhadores e da população em geral, na perspectiva de melhoria da qualidade de vida; V. colaborar para o firmamento da identidade institucional do IFNMG, desempenhando papel de agente transformador da realidade local e regional; VI. integrar o ensino e a pesquisa com as demandas da sociedade, seus interesses e necessidades, estabelecendo mecanismos que inter-relacionem o saber acadêmico e o saber popular.
Do mesmo modo, constituem-se como diretrizes da extensão no IFNMG: I. contribuir para o desenvolvimento da sociedade, constituindo um vínculo que estabeleça troca de saberes, conhecimentos e experiências para a constante avaliação e vitalização da pesquisa e do ensino; II. promover e fortalecer as relações entre os Campi do IFNMG; III. promover ações sociais; IV. estimular a cultura; V. apoiar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no âmbito do IFNMG; VI. ofertar cursos de qualificação profissional (Formação Inicial e Continuada – FIC) para a comunidade externa e interna; VII. promover eventos de extensão para a comunidade externa e interna do IFNMG; VIII. prestar assistência técnica e consultorias para o mundo produtivo; IX. prospectar e divulgar estágio e emprego aos discentes e/ou egressos; X. contribuir com o desenvolvimento dos empreendimentos locais e regionais(rurais e urbanos); XI. sistematizar visitas técnicas e gerenciais de alunos e professores às empresas/instituições; XII. participar em conjunto com os Campi do processo de definição da política de apoio estudantil nas áreas educacional, social e da saúde; XIII. estimular o uso dos recursos naturais de forma responsável; XIV. manter e buscar novas parcerias com instituições públicas, organizações não governamentais, entidades do “Sistema S” e empresas privadas para uma atuação conjunta, no sentido de desenvolver ações extensionistas; XV. articular políticas públicas que oportunizem o acesso à educação profissional, estabelecendo mecanismo de inclusão; XVI. captar recursos, tanto na área pública, quanto na área privada.
José Ricardo Martins da Silva Reitor do IFNMG
Editorial A revista Contação representa o equilíbrio entre o fazer e o dizer institucionais. Daí o próprio nome da revista compreender esse conceito de enunciação, pois fazemos o que dizemos e o dito é parte importante de nosso trabalho. Principalmente porque as ações de extensão – para as quais a revista serve como vitrine – implicam sensivelmente a comunicação dos resultados, dos produtos que a instituição entrega à sociedade, como frutos de uma colheita coletiva e muito valiosa. Além disso, as ações extensionistas (engendradas nas ações de ensino e pesquisa) reforçam a missão institucional, posto que colaboram para democratizar o acesso e a produção de conhecimentos, ao reconhecer diferentes sujeitos como produtores de saberes importantes para a transformação e democratização social. Assim, o presente número de Contação nos permite acessar um recorte significativo dos projetos artísticos, culturais, sociais, esportivos e de extensão tecnológica que o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais realizou em 2015. Esse recorte é único e reverbera
nestas páginas as expectativas, soluções, anseios e problemas com os quais lidamos nas comunidades em que nos inserimos. Propicia, sobretudo, reforçar a importância de descolonizar o pensamento científico e tecnológico, ampliando suas fronteiras. Prova disso são os projetos que incluem o conhecimento e técnicas dos homens dos sertões nas pesquisas acadêmicas, além daqueles que sistematizam conhecimentos de outras realidades, adaptados a realidades locais. Outras iniciativas que a revista traz reforçam o compromisso institucional de transformar o IFNMG em órgão fomentador da criatividade cultural e científica e de conscientização crítica da população, missão encampada pelos extensionistas, aliados às ações de Ensino e Pesquisa. Assim, saudamos este segundo número, na certeza de ver, nas próximas páginas, um transbordar de ideias e projetos inovadores que permitem analisar a sociedade e nossa instituição através de lentes peculiares, na perspectiva de construir uma instituição forte e integrada para contribuir para o desenvolvimento dos grandes e amados Vales das Gerais de Minas.
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Contação” é um dos
vários neologismos criados pelo escritor mineiro João Guimarães Rosa. A palavra, que segundo o “Léxico de Guimarães Rosa”, de Nilce Sant’Anna Martins, significa uma narrativa, unindo as palavras “contar” e “ação”, aparece no conto “No Urubuquaquá, no pinhém”: “Era uma contação custosa e puxada, indo adiante e retornando, de ora aos arrancos, de ora mastigando o gaguêjo, e umas esbarradas para pensar melhor, que punham a gente nervoso”. As estórias, projetos e trabalhos da extensão do IFNMG com seus diversos públicos aparecem nesta revista em forma de “contação”, ou seja, contadas por participantes de forma livre. São ações corporificadas em cada uma das pessoas e ambientes alcançados e transmitidas no contar desta revista. Como Guimarães Rosa, muito nos satisfaz desbravar o sertão mineiro, conhecendo, estimulando e promovendo estórias, ações e contações. Bráulio Quirino Siffert
Relações Públicas do IFNMG
Sumário
Expediente IFNMG
Reitor José Ricardo Martins da Silva Pró-Reitor de Extensão Paulo César Pinheiro de Azevedo Diretor de Extensão Kleber Carvalho dos Santos Coordenadora Programas, Projetos e Convênios Angela Gama Dias de Oliva Núcleo de Empreendedorismo, Emprego e Estágio Wadingthon Veloso Silva Núcleo de Assistência Estudantil Rony Enderson de Oliveira Diretores/Coordenadores de Extensão Campus Almenara Joaquim Neto de Souza Santos Campus Araçuaí Irã Pinheiro Neiva Campus Arinos Josué Reis Batista Júnior Campus Diamantina João Antônio Motta Neto Campus Avançado Janaúba Dayse Aparecida Silva Pereira Coutinho Campus Januária Eduardo Souza Nascimento Liliana Aparecida Vieira Pego Campus Montes Claros Mario Sérgio Costa Silveira Élica Correia Santos Campus Pirapora Wallace Magalhães Trindade Campus Porteirinha Igor Sergio de Oliveira Freitas Campus Salinas Vilson Alves Moreira Campus Teófilo Otoni Maíra Queiroz Rezende
Contação
ISSN 2447-3480 Projeto Gráfico e Diagramação Marcos Aurélio de Almeida e Maia Nome da Revista Bráulio Quirino Siffert Foto de Capa Victória Nobre Lúcio Gomes (Campus Pirapora) Fotos Arquivos dos Projetos Edição de texto Andreia Pereira da Silva Bráulio Quirino Siffert Juliana Silveira Paiva Revisão Luciana Lacerda de Carvalho Colaborador Gustavo Henrich E. Vieira Tiragem: 1.000 Circulação: Nacional Periodicidade: Anual Impressão RB Digital
Extensão
Reitoria do IFNMG Rua Coronel Luís Pires, 202 - Centro Montes Claros/MG - CEP:39400-106 Fone: (038) 3201-3080 www.ifnmg.edu.br facebook.com/Ifnmgoficial Revista de Extensão do IFNMG
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Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos Jogos Intercampi do IFNMG Diversidade étnica IFAST RUNNING IfazArte Música e teatro na biologia e química Eu Fotógrafo
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Projetos Sociais Vida que te quero vida: não às drogas Adolescentes e idosos Arborização urbana Horta Urbana Curso de Produção de Textos Clicar na Melhor Idade Aprendendo Inglês Ensinando II Inclusão digital de crianças e adolescentes Restaurando a mata ciliar Adolescer Arborização Educação Socioambiental Melhor Idade em Ação Inclusão Digital na Apae
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Extensão Tecnológica Fogões de queima limpa Scratch 2 VETSALRURAL Manejo sustentável do jatobazeiro Produção de mudas nativas Reestruturação do arranjo produtivo da cachaça artesanal Irrigação de pastagens As pedras vão rolar (e ensinar) Uso do Buriti e a Valorização da Cultura Urucuiana Transferência de tecnologias e ferramentas de gestão Economia Solidária e Qualidade Social I Jornada Astronômica Astronomia na Escola Um problema ambiental a menos Conflitos de uso da terra
Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos Jogos Intercampi Diversidade étnica IFAST RUNNING IfazArte Música e teatro Eu Fotógrafo 6
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Aline Caciquinho
Autor do texto: Bráulio Siffert Relações Públicas do IFNMG
Projeto
Jogos Intercampi do IFNMG: construindo legados e relações duradouras Interação, prática de esportes, responsabilidade, diversão e trabalho em grupo são algumas das oportunidades que puderam ser experimentadas pelos mais de 400 alunos-atletas de nove campi que estiveram na 3º edição dos Jogos Intercampi do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (JIFENMG), no Campus Arinos, em agosto de 2016.
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lém dessas, vale destacar duas outras oportunidades que certamente continuarão trazendo muitos benefícios individuais e coletivos: as relações estabelecidas entre alunos e servidores de diferentes campi e o legado esportivo construído no Campus Arinos. Como lembrou o reitor do IFNMG, professor José Ricardo Martins da Silva, durante a solenidade de abertura, o estímulo à prática esportiva é apenas uma das consequências dos Jogos. “Os jogos, para nós, não são somente a competição, as disputas, as medalhas, mas também o congraçamento entre nossos campi, servidores e alunos, que se encontram, conversam e competem,
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mas, acima de tudo, constroem relações duradouras, fazendo com que o nosso Instituto Federal seja único”, ressaltou o reitor. De fato, após se conhecerem, as relações
migram para outros âmbitos e redes e podem ser embriões de novos encontros, troca de experiências, arranjos profissionais e, quem sabe, casamentos! E os palcos desses encontros e das disputas também apontam para o futuro. Para receber os Jogos, foram construídos, no Campus Arinos, um ginásio poliesportivo, uma quadra de vôlei de areia, uma pista de atletismo e um centro de convivência. Foram reformadas duas quadras poliesportivas e o campo de futebol. Findados os Jogos, os espaços ficam à disposição dos alunos, servidores e da comunidade de Arinos e região, estimulando sobremaneira a prática esportiva como fator de saúde, socialização e educação. 7
O JIFENMG
Premiação Nessa última edição, os atletas competiram em dez modalidades: atletismo, basquetebol, futsal, handebol, natação, voleibol, tênis de mesa, vôlei de areia, futebol de campo e xadrez. Os três melhores classificados de cada modalidade, no masculino e no feminino, foram premiados com medalhas de ouro, prata e bronze, e os primeiros classificaram-se para representar o IFNMG na etapa regional sudeste dos Jogos dos Institutos Federais (JIF), realizada de 7 a 11 de setembro em Guarapari, no Espírito Santo. Por sua vez, os atletas e times que venceram a etapa regional representaram o Instituto na etapa nacional dos jogos, em Brasília, de 3 a 8 de outubro.
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Os Jogos Intercampi do IFNMG tiveram a primeira edição em Januária, em 2013, a segunda em Salinas, em 2015, e chegaram a sua terceira edição em Arinos com ainda mais atletas, campi e servidores envolvidos. Consolidaram-se como um espaço institucional do IFNMG de promoção da formação humana por meio da prática esportiva, de socialização, de integração e de fortalecimento de vínculo entre os diferentes campi. Para o pró-reitor de Extensão do IFNMG, professor Paulo César Pinheiro de Azevedo, acreditar e investir no esporte é, também, um caminho para a formação plena da cidadania. Sobre isso, ele argumenta: “Temos a plena convicção de que, nas atividades esportivas realizadas no JIFENMG, adolescentes constroem seus valores e conceitos, socializam-se e, principalmente, vivem novas realidades e cultura, fomentam a prática do esporte escolar com fins educativos, contribuindo, assim, para a sua formação cidadã”. Na 3ª edição, participaram os campi Almenara, Araçuaí, Arinos, Janaúba, Januária, Montes Claros, Pirapora, Porteirinha e Salinas.
Assessoria Colaborativa de Comunicação A produção e divulgação das fotos, vídeos, reportagens, informativos diários e resultados do 3º JIFENMG foram realizadas pela Assessoria Colaborativa de Comunicação, composta por 15 alunos dos cursos técnicos e superiores do Campus Arinos e coordenada pelo relações públicas do IFNMG, Bráulio Siffert e pelo professor de informática do Campus Arinos, Willian Gonçalves . A Assessoria, com suas atividades realizadas de modo colaborativo e integrado, cumpriu, ao mesmo tempo, as funções de divulgação das informações dos Jogos e de constituição de um espaço pedagógico de troca de saberes e estímulo ao protagonismo. Mais do que um fim em si mesma e mais do que uma simples divulgadora de produtos de comunicação, a Assessoria visou estabelecer uma relação educativa, dialógica e libertadora, com uma metodologia que visou respeitar e estimular a criatividade, a construção coletiva, a experimentação, a autonomia e a participação ativa dos sujeitos, não só no tempo de duração do evento, mas também na realidade cotidiana, inclusive estudantil ou profissional.
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Coordenadoras: Valesca Rodrigues de Souza e Juliana Mendes Campos Quintino Bolsista: Jhonata Moreira Leite Campus: Montes Claros
Projeto
Diversidade étnica: remexendo as raízes, resgatando as memórias
O projeto “Diversidade étnica: remexendo as raízes, resgatando as memórias…” teve início no ano de 2007 na antiga Escola Agrotécnica Federal de Salinas, hoje IFNMG–Campus Salinas, coordenado pela professora Valesca Rodrigues de Souza. Foi idealizado a partir de reflexões sobre a questão étnica e social no espaço escolar, considerando a luta histórica dos negros e índios no Brasil. No ano de 2013, a referida professora e a professora Juliana Mendes Campos Quintino iniciaram o projeto no IFNMG-Campus Montes Claros, sendo esse realizado também nos anos de 2014 e 2015. Este relato evidencia a execução do projeto no ano de 2015, quando contou com o apoio de um bolsista, Jhonata Moreira Leite.
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desenvolvimento deste projeto envolveu o empoderamento e o respeito quando proporcionou, aos atores envolvidos, fazer uma releitura do percurso histórico, cultural e social das etnias afro-brasileira e indígena e seus reflexos na cultura brasileira. Ademais, trouxe à tona discussões sobre a situação dessas etnias na sociedade brasileira atual, perpassando discussões sobre discriminação e racismo. O projeto aconteceu durante todo o ano escolar e teve cunho multidisciplinar; portanto, contou com o apoio de professores colaboradores que trabalharam em sala de aula com alguns dos seguintes temas indicados: história nacional/regional/ local sobre a cultura dos africanos e dos indígenas na constituição da Revista de Extensão do IFNMG
nação brasileira; linguagem: o Brasil de muitas cores (leitura de textos/ poemas e produção de textos poéticos e de painel artístico); as marcas da miscigenação: imagens e sons;
construção de mapas: localização geográfica do continente e dos países africanos; construção de mapas: áreas de reserva indígena; sondagem por questionário: a intimidade dos alunos com a questão étnica; dados do IBGE; identificação dos países africanos de Língua Portuguesa; arte africana e indígena; culinária africana e indígena; cultura indígena e popular; representações étnico-raciais em desenhos animados; a visibilidade do negro e do índio na mídia; legislação sobre racismo; a violência contra as etnias afro e indígena. Para além de promover a integração entre as disciplinas do currículo escolar, buscou-se o despertar da comunidade escolar e externa para a diversidade, para as diferenças étnicas existentes no Brasil e para a luta contra o preconceito. 9
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o ano de 2015, contou-se com um número pequeno de professores colaboradores, sendo as professoras Maria Aparecida Colares Mendes e Bárbara Caroline Oliveira. Já a participação dos alunos superou as expectativas, tanto no desenvolvimento de trabalhos quanto na participação nas oficinas e palestras durante a III Mostra da Cultura Afro-brasileira e Indígena do IFNMG-Campus Montes Claros. A programação da mostra contou com a palestra “Luz, câmera, ação! A discriminação do negro na música e na televisão”; a mesa redonda “Conversando com os povos tradicionais”, com participação de representantes do povo Xacriabá; oficinas - “Lei 10.639/03 e outras”, “Literatura, identidade e resistência na África lusófona”, “Técnica vocal”, “Empodera-te: o uso de turbantes”, “Dança afro”, “Teatro” e “Capoeira” -, além de apresentações culturais e de trabalhos desenvolvidos pelos alunos. No terceiro ano de desenvolvimento deste projeto no Campus Montes Claros, observa-se a grande necessidade de falar sobre discriminação e racismo, de forma que o silêncio em torno da temática vá sendo quebrado e o entendimento da diversidade esteja de fato sendo vivenciado. Tratar da importância e valori-
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zação da cultura negra e indígena dentro da escola, criando espaços para manifestações artísticas que proporcionem reflexão crítica da realidade e afirmação positiva desses valores em nossa sociedade, é enriquecedor, principalmente considerando a germinação e crescimento das sementes plantadas. As leis n° 10.639/03 e n° 11.645/08 são frutos de um processo histórico de lutas encabeçado pelos movimentos sociais; contudo, a realidade mostra que a implementação das referidas leis nas instituições de ensino é ainda precoce, até mesmo pela falta de formação de professores e profissionais para essa temática. Por isso, cabe destacar que cumprir leis, inserindo a discussão no contexto escolar, não é suficiente. É necessário que haja uma reestruturação das bases pedagógicas, num movimento de resgate histórico com fundamentação teórica, resultando numa real modificação do processo
de ensino-aprendizagem, que deve caminhar para a valorização dos conhecimentos dessas culturas, fazendo acontecer as transformações sociais necessárias. Espera-se que as atividades desenvolvidas no âmbito deste projeto sejam meios de reflexão e sua justificativa faça-se a partir do empoderamento e da valorização do ser humano, ultrapassando as fronteiras do preconceito, do racismo e da violência. Anseia-se pelo desenrolar de um processo de reestruturação das bases pedagógicas a partir das discussões abertas sobre a temática, bem como a afirmação desta instituição como espaço múltiplo de caráter emancipador, capaz de oportunizar a vivência do respeito à diversidade étnico-racial. Remexer essas raízes e resgatar essas memórias é permitir a (re)construção de uma valorização perdida no tempo e nos caminhos sinuosos do (pre) conceito e da indiferença.
Coordenador: Inácio de Loyola Ruas Lima Participantes: Vanessa Dias Medina, Joan Bralio Mendes Pereira Lima, Silvano Batista dos Santos Bolsistas: Jairo Lucas Souza Barros, Lucas da Silva Santos e Ricardo Rodrigues Neto Campus: Almenara
Projeto
IFAST RUNNING Iniciação à Corrida de Rua Iniciado em abril de 2014, o projeto de corrida de rua envolve alunos e servidores do Campus Almenara em treinos, orientação de saúde e participação em maratonas, promovendo melhoria na qualidade de vida e no estado geral de saúde, ampliando as práticas corporais e as relações interpessoais e explorando diferentes espaços da cidade.
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om o intuito de atender uma demanda apresentada pelos alunos e servidores do IFNMG - Campus Almenara, o projeto de Corrida de Rua “Ifast Running” apresenta-se como uma possibilidade de ampliação da prática de atividades físicas e exploração de diferentes espaços da cidade. Temos vivido um período em que se observa, de maneira geral, um fenômeno de esvaziamento cada vez maior das ruas e diversos fatores contribuem para esse processo: aumento nos índices de criminalidade; crescimento no tráfego de veículos; uso crescente de equipamentos eletrônicos (celular, tablets, games) como principais opções de lazer, etc. Quando pensamos na prática de atividade física, a situação se torna ainda mais grave, pois há pouco investimento na criação de locais públicos adequados para a prática de esportes e vivência do lazer em geral, com equipamentos e infraes-
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trutura adequados; ausência de banheiros e/ou bebedouros públicos; iluminação insuficiente das vias públicas, afastando ainda mais a população das ruas. Além disso, o custo elevado para a realização das práticas em locais privados, o tempo cada vez mais re-
duzido para a realização de atividades de lazer, o sedentarismo e o consumismo elevado de drogas e álcool entre a população mais jovem são alguns dos fatores que contribuem para que cada vez menos pessoas se envolvam na prática regular de atividades físicas.
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Objetivos e cobranças
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esse sentido, o projeto de corrida de rua “IFast Running” busca promover a ampliação das práticas da cultura corporal; melhorar as condições de saúde e bem -estar geral dos participantes; contribuir para uma maior integração entre alunos, servidores do IFNMG - Campus Almenara e a comunidade em geral; colaborar no processo de superação de problemas sociais; ocupar os diferentes espaços públicos da cidade, dentre outros. Percebe-se a necessidade de criação de políticas públicas que assegurem o acesso a uma oferta cada vez mais diversa de práticas esportivas e atividades de lazer em diferentes espaços da cidade. Para isso, é preciso oferecer condições e oportunidades para que as pessoas possam conhecer, interessar-se, experimentar e se envolver nas distintas atividades, ampliando as vivências e as práticas, oportunizando a aprendizagem de diferentes conteúdos da Educação Física, sendo um deles o atletismo.
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Treinos e maratonas
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ara tanto, o projeto de corrida realiza treinos duas vezes por semana (às terças e quintasfeiras), às 19h00, em circuitos previamente definidos na cidade. Há acompanhamento e orientação de um profissional graduado em Educação Física, Inácio Ruas (coordenador do projeto), na realização dos exercícios de alongamento, fortalecimento, realização de movimentos preparatórios da corrida, dentre outros. Uma ficha de acompanhamento é utilizada para verificar os principais dados para análise e avaliação das condições físicas dos participantes, dentre os quais destacamos: frequência aos treinos; distância percorrida; tempo de duração da atividade; frequência cardíaca média e máxima, dentre outros. Os participantes também passam por uma avaliação médica que verifica o qua-
dro geral de saúde e orienta sobre a participação no programa. O projeto prevê a participação em corridas do circuito regional e nacional. Em 2015, realizamos a Meia Maratona da Cidade de Montes Claros (circuitos 5km e 21km), em julho; Corrida da Farmácia Indiana em Teófilo Otoni (10 km), em setembro e Trancoso Running em Trancoso - BA (5 km e 10 km), em novembro. Em 2016, o grupo participou da Corrida da Academia Movimento e Ação em Almenara (5 km), em fevereiro; Meia Maratona de Porto Seguro (5 km, 10 km e 21 km) em abril, Corrida do Trabalhador de Joaíma (5 km), em maio e Corrida Rústica da Catinha (5 km), também em maio, nas ruas de Almenara. As viagens e participação nos eventos oficiais de corrida se configuram como uma importante experiência e momento de aprendizagens, partilhas e significativas vivências.
Benefícios da corrida São inúmeros os benefícios da prática da corrida de rua e, observando o grupo atendido pelo projeto, destacamos os seguintes aspectos: aumento da confiança e autoestima; melhora nas relações interpessoais; maior integração entre alunos, servidores do IFNMG e comunidade em geral; melhora na capacidade física dos participantes e muitos outros benefícios dificilmente mensuráveis.
Registros fotográficos das atividades são realizados e divulgados frequentemente em diferentes mídias, com o objetivo de sensibilizar e mobilizar um número cada vez maior de pessoas para a realização da prática da corrida de rua. Os treinos são abertos ao público e é nosso objetivo atender um número cada vez maior de participantes. E você? Já correu hoje?
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Apresentação Auto de Natal na Matriz de Araçuaí
Projeto
IFazArte
Coordenador: Shirlene Aparecida da Rocha Participantes: Narjara Fonseca Souza e Luna Ceci de Oliveira Cantuária Bolsistas: Diêgo Alves de Souza (Instrutor de Oficinas), Giovana Ramos Almeida e Tainara de Matos Alves Campus: Araçuaí
O IFazArte foi um projeto de extensão, proposto em 2015, visando à formação de um grupo teatral formado por alunos e servidores do campus e da rede municipal e estadual de educação de Araçuaí, através de oficinas de iniciação teatral, por meio das quais os participantes puderam desenvolver técnicas de autoexpressão, trabalhos coletivos, jogos dramáticos e construção de cenas curtas, esquetes e espetáculos teatrais.
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abe aos Institutos Federais uma forte inserção na pesquisa e extensão, visando estimular o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas e estendendo seus benefícios à comunidade. O IFNMG-Campus Araçuaí cumpre seu papel, enquanto instituição social, por meio de diversos projetos que podem contribuir para e com as transformações sociais, resultando em mais justiça e oportunizando para todos, de maneira igualitária, um desenvolvimento sociocultural e socioeducacional. O projeto IFazArte foi desenvolvido com todos esses propósitos. Ademais, é função do IFNMG pensar, debater e
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articular coletivamente os desafios e possibilidades, incluindo aí um olhar crítico, atento às mudanças e, prioritariamente, à realidade local e expectativa dos educandos que se matriculam em nossos cursos. E foi com esse olhar atento e crítico que enxergamos as potencialidades artísticas e culturais do Vale. Nesse sentido, o IFNMG deve se fazer presente na sociedade, aproveitando
esta riqueza da região. Ainda nesta linha de raciocínio, a necessidade de manifestação artística acompanha a evolução humana desde a pré-história, quando as primeiras manifestações estéticas ainda se relacionavam apenas a uma necessidade de cumprir com um ritual de conquistas. A partir de então, o homem constantemente vem se utilizando da arte para se manifestar expressivamente e também para registrar sua vida, em todos os aspectos: um encontro, um nascimento, uma brincadeira, uma festa, um trabalho, uma manifestação religiosa ou ainda momentos de ilusões, devaneios, críticas ou sátiras. 13
Apresentação na Semana Integrada de Eventos em Januária
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partir dessa necessidade intrínseca de expressão, devese compreender que a cultura está relacionada ao cultivo, e não é possível florescer sem um cuidado cotidiano. A cultura trabalha com imaginação, e é justamente a imaginação que nos permite desejar e sonhar um mundo diferente daquele em que vivemos. E, ao falarmos de cultura, imaginação e arte, destacamos o fazer teatral como concretização desse pensamento. Arte esta que se faz presente desde o período clássico na Grécia até os dias atuais em todo o mundo e à revelia da melhor tecnologia. Não há dúvidas de que o teatro ainda é capaz de produzir reflexão e encantamento. O teatro é, antes de qualquer coisa, uma arte. Uma arte que se associa à história do homem e à própria história da comunicação humana, uma vez que se configura em uma arte híbrida, envolvendo literatura e encenação. A arte é libertária, e o teatro é, sem dúvida, expressão libertária por excelência. A possibilidade de “reviver” sentimentos e situações sem barreiras de tempo e espaço, de presenciar fatos de verdade ocorridos ou apenas existentes no imaginário
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do autor possibilita o resgate do indivíduo e da sociedade. Reafirmando este pensamento, o IFazArte foi um projeto de extensão, proposto em 2015, visando à formação de um grupo teatral formado por alunos e servidores do campus e da rede municipal e estadual de educação de Araçuaí, através de ofi-
cinas de iniciação teatral, por meio das quais os participantes puderam desenvolver técnicas de autoexpressão, trabalhos coletivos, jogos dramáticos e construção de cenas curtas, esquetes e espetáculos teatrais. A vivência na oficina abordou o teatro ao longo da história, os principais discursos e elementos cênicos, improvisações, as relações interpessoais e processos de montagem. A arte contribui significativamente no processo educacional, e a
Auto de Natal “Poesia em véspera de Revelação”
proposta apresentada teve por finalidade retratar a realidade cultural e social, buscando garantir o interesse, os anseios e a qualificação da clientela atendida, despertando o interesse para o ensino, a pesquisa e a extensão e, principalmente, pela arte. Pôde-se perceber durante e ao final das oficinas uma maior integração entre os alunos, maior desenvoltura, interesse por atividades artísticas e culturais. Ademais, como resultado do projeto foram elaboradas e apresentadas duas esquetes. A 1ª denominada “Nas Veredas do Jequi” que foi apresentada na Sema de Extensão, realizada em Januária e a 2ª chamada “ Poesia em Véspera de Revelação” apresentada no campus e na Praça da Matriz Santo Antônio, propiciando uma maior interação entre o Campus e a comunidade externa de Araçuaí. Nessa perspectiva, a proposta reapresentada, que foi também pautada nas Técnicas do Teatro do Oprimido, de Augusto Boal, configurou-se como ferramenta importante para a participação popular e a criação coletiva de novas subjetivações desalienadas, mostrando-se também proveitosa na construção de saberes e de políticas, especialmente nos debates sobre a cidadania, a democracia e a resolução de problemas. Para isso, as técnicas utilizadas foram jogos e exercícios teatrais, que objetivaram desmontar ou destruir hábitos, costumes, preconceitos, condicionamentos e vícios que nos impedem de exercer a liberdade de pensar e de agir, impondo limites a nossa atuação social.
Coordenador: Profª. Janainne Nunes Alves Colaboradores: Profª. Danusa Simon Robers, Profª. Luna Ceci Oliveira Cantuária e Prof. Guilherme Mendes de Almeida Carvalho Equipe discente: Ana Luíza Matos, Danielly Marinho R. Lucena, João Pedro Caires Murta, Letícia R. Nogueira, Lucas Leite Silveira Brito, Luisa Ribeiro Alves, Victória Souza Brum e Launda Lopes de Souza Campus: Araçuaí
Projeto
Música e teatro como instrumentos didáticos
para o ensino de biologia e química O projeto foi desenvolvido no campus Araçuaí em parceria com a comunidade, representada pela Escola Estadual Arthur Berganholi, destinada ao ensino fundamental, como uma forma de despertar nestes alunos o interesse pela ciência.
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processo de ensino-aprendizagem encontra-se em constante construção e reflexão pelos educadores, que buscam formas diferenciadas de ampliação dos conhecimentos e experiências dos alunos. Deste modo, a interdisciplinaridade, a contextualização e o lúdico são ferramentas valiosas na compreensão dos conteúdos disciplinares. A música e o teatro, assim como outras formas de arte, podem ser utilizados como auxiliares no ensino, pois a arte, como linguagem simbólica e lúdica, faz uso da sensibilidade humana para transmitir o conhecimento, possibilitando o desenvolvimento dos alunos de forma agradável e criativa, através da união entre os saberes científicos e a fantasia. Revista de Extensão do IFNMG
Uma visita ao campus foi propiciada aos alunos e professores da Escola Estadual Arthur Berganholi, onde inicialmente estes foram apresentados às dependências do Instituto. Uma atividade envolvendo cantigas de roda também foi realizada, com o intuito de promover a integração entre os alunos do campus envolvidos no projeto, os alunos da escola estadual e todos os professores. Num segundo momento, foi realizada uma apresentação temática, a partir da qual o mosquito Aedes aegypti e as doenças por ele causadas foram abordados de maneira lúdica. Nesta apresentação, foram sugeridas formas “mirabolantes” de combater o mosquito através de experimentos. Entre os experimentos de biologia e química realizados, estão a construção de um foguete de 15
bicarbonato de sódio, que decolou com o intuito de levar o mosquito para o espaço e salvar nosso planeta; uma bolha gigante e super-resistente com glicose, e sabão, foi produzida para aprisionar este mosquito; uma explosão com gás hidrogênio foi usada para extinguir de vez este vilão; uma espada megapoderosa e até um monstro de açúcar foram criados para banir de vez o Aedes aegypti das nossas vidas. Após cada apresentação, as experiências foram explicadas, com o auxílio dos professores do IFNMG e discentes
dos cursos integrados em meio ambiente e informática. As explicações foram realizadas também com o uso da música, e a alegria manteve-se durante toda a apresentação. As verdadeiras formas de combater o mosquito e a importância em realizar este combate também foram apresentadas de forma a conscientizar os alunos. A alegria e o encantamento dos alunos da Escola Estadual Arthur Berganholi eram nítidos e contagiantes. Alguns alunos relataram vivenciar um sonho.
“Aprendi muito com o projeto, vimos formas de ensinar para crianças, e senti que podemos fazer diferença no futuro delas” João Pedro Caires Murta 3º ano do curso de Meio Ambiente
“Gostei muito de participar do projeto pela interação com outros alunos e fiquei muito feliz ao ver a alegria das crianças” Ana Luíza Matos 3º ano do curso de Meio Ambiente
“Adorei o projeto, pois a divulgação da ciência para crianças é muito importante” Luisa Ribeiro Alves 2º ano do curso de Informática
Este trabalho propiciou aos envolvidos uma grande aprendizagem, na qual a ciência foi abordada de forma lúdica, porém com noções sólidas de seus fundamentos e conceitos. O aspecto humano, a interação com a comunidade também se destacaram na formação dos alunos do campus e somaram muito na vida profissional e pessoal dos professores e alunos. 16
Projeto
Coordenador: Bráulio Siffert Reitoria/ IFNMG
Eu Fotógrafo:
criatividade, reflexão e interação através da fotografia
Tainara de Matos Alves
Fotografar é exercitar a reflexão e a sensibilidade estética, é recortar a realidade, é eternizar momentos, é dizer mais que mil palavras em uma só imagem. E hoje, mais do que em qualquer outra época, todos podem sacar seus celulares e experimentar ser fotógrafos.
Foto: Giovana Rabelo, acadêmica do 3º período de Engenharia Química do IFNMG-Campus Montes Claros, apreciando suas férias em Mirabela-MG Revista de Extensão do IFNMG
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ensando nisso é que a Coordenadoria de Comunicação e Eventos do IFNMG lançou, em maio, o projeto “Eu Fotógrafo”, para valorizar a arte da fotografia, promover a interação entre alunos, servidores e comunidade e estimular o engajamento em torno de importantes temas. As melhores fotos, selecionadas a partir de critérios como relação com a temática, criatividade, envolvimento com o campus e envolvimento com a cidade e região, foram publicadas na página do Instituto no Facebook, potencializando a divulgação das imagens e do IFNMG e gerando interação com diferentes públicos. No total, mais de 140 fotos foram enviadas por alunos e servidores do Instituto para o projeto e cerca de 40 foram selecionadas e publicadas. Foto: Ana Paula Figueiredo, aluna de Bacharelado em Agronomia do IFNMG - Campus Arinos para o tema “Dia do Trabalhador”. Tradicional vendedor de picolé de sua cidade, Buritis, trabalhando, apesar da idade avançada e das dificuldades físicas.
Foto: Linda Mariana Pimenta, aluna do 2º ano do curso técnico integrado em informática do IFNMG - Campus Pirapora para o tema “Meio Ambiente e Sustentabilidade”
Temas relevantes
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s temas escolhidos guardavam relação com alguma data comemorativa de cada mês e se vinculavam a assuntos de grande importância e interesse para a sociedade e para a comunidade acadêmica. Em maio, o tema foi “Dia do Trabalhador”; em junho, “Meio Ambiente e Sustentabilidade”; em julho, o tema foi “Férias” e em agosto, foi “Dia do Estudante”. As postagens das fotos foram acompanhadas de identificação do autor e, em alguns casos, de
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palavras do fotógrafo sobre a temática ou sobre a própria imagem. Em foto de trabalhadores realizando a colheita de sorgo no Campus Januária, o acadêmico de Agronomia do Campus, José Wilson Ferreira Bispo, fez valer a temática de homenagem aos trabalhadores: “Registrando esses momentos, valorizamos ainda mais nossas atividades e as pessoas que contribuem para nossa formação”. A temática “Meio Ambiente e Sustentabilidade” reuniu fotos que registraram a beleza da natureza da re-
gião norte-mineira, como as coloridas flores clicadas por alunos do Campus Pirapora, e também fotos que denunciaram a degradação ambiental, como a seca do Rio São Francisco, registrada no ponto da balsa entre Mocambinho e Itacarambi, e no Balneário das Duchas em Pirapora. “O rio infelizmente está sendo muito degradado, com assoreamento, poluição e má utilização das suas águas”, lamentou o acadêmico José Rodrigo Pereira Dias, do curso de bacharelado em Administração do Campus Pirapora.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Concurso movimentou Campus
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o Campus Montes Claros, a professora de Artes, Cabriella Novelo, e a professora de Sociologia, Luciana Gusmão, uniram suas áreas e promoveram, em junho, um concurso entre os alunos para representar a importância da sustentabilidade, aliada a movimentos artísticos estudados em sala. Das 110 fotos enviadas pelos alunos, cada turma do segundo ano de Informática e Química escolheu 20, que então foram para votação aberta a todos servidores e alunos do Campus. A mais votada foi a de Deborah Katheriny Almeida Ribeiro, que registrou um trabalhador, do Campus Montes Claros com uma enxada nas mãos (veja foto ao lado). Segundo Deborah, a fotografia é também uma arte: “Assim como pintores transmitem os seus sentimentos e realidade através de telas, também é possível com a fotografia. Além disso, é necessário regular o foco, luz, nitidez, para que a fotografia seja de qualidade e isso é arte”.
Foto: Deborah Katheriny Almeida Ribeiro, aluna do Curso Técnico em Informática do IFNMG – Campus Montes Claros. Foto vencedora do concurso realizado no Campus com votação aberta a todos servidores e alunos da unidade.
Foto: Lucas Silva, aluno do Curso Técnico em Zootecnia do IFNMG – Campus Almenara para o tema “Dia do Trabalhador”. Foto tirada na Comunidade Craquimó, na zona rural do município de Almenara, no Vale do Jequitinhonha, e retrata uma mulher “batendo pilão” para a produção alimentícia.
Interação continua Foto: Rafael Gonçalves, Diretor de Gestão de Pessoas do IFNMG para o tema “Meio Ambiente e Sustentabilidade”
Revista de Extensão do IFNMG
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projeto “Eu fotógrafo” teve sua primeira etapa encerrada em agosto, mas a Coordenadoria de Comunicação e Eventos continua
recebendo e publicando, na página do Instituto no Facebook (facebook. com/IFNMGoficial), fotos clicadas por servidores e alunos do IFNMG, que podem ser enviadas para o e-mail relacoes.publicas@ifnmg.edu.br. 19
Projetos Sociais Vida que te quero vida
Adolescentes e idosos Arborização urbana Horta Urbana Curso de Produção de Textos Clicar na Melhor Idade Aprendendo Inglês Ensinando II Inclusão digital de crianças e adolescentes Restaurando a mata ciliar Adolescer Arborização Educação Socioambiental Melhor Idade em Ação Inclusão Digital na APAE 20
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coodernadoras: Maria Aparecida Colares Mendes e Flávia Almeida Diniz Bolsista: Emelly Thais Pereira (Integrado em Informática) Voluntárias: Amanda Colares Soares e Ester Oliveira Beraldo (Integrado em Química) Campus: Montes Claros
Projeto
Vida que te quero vida: não às drogas O projeto “Vida que te quero vida: não às drogas”, realizado no Campus Montes Claros e coordenado por mim, professora Maria Aparecida Colares Mendes e pela servidora técnico-administrativa Flávia Almeida Diniz, teve como bolsista Emelly Thais Pereira, estudante do 2º integrado em Informática, e como voluntárias Amanda Colares Soares e Ester Oliveira Beraldo, estudantes do Integrado em Química.
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asceu de um projeto de ensino que tinha como objetivo a acolhida de alunos novatos. Junto a essa programação, realizamos um encontro com os pais e optamos por uma palestra que tratava dos desafios do jovem no mundo de hoje. A abordagem feita pelo palestrante adentrou na temática drogas e, diante dessa abordagem, os pais e os professores presentes expressaram a necessidade e a importância da sensibilização e da informação dos jovens com ações de prevenção às drogas. A realização do projeto foi de fevereiro de 2015 a fevereiro de 2016. Atingimos um público de aproximadamente 180 jovens na faixa etária de 15 a 17 anos. Um público composto de estudantes de vários contextos sociais, de múltiplos credos e bastante eclético nas concepções de mundo. As características facilitadoras podem ser consideradas a partir da participação do público
Revista de Extensão do IFNMG
Cinema comentado
-alvo, pois houve um envolvimento surpreendente dos estudantes em todas as atividades desenvolvidas e essas foram expressivamente valorizadas. A partir daí, resolvi organizar o projeto, envolvendo os estudantes do campus e toda a comunidade, por meio de atividades formadoras, com o objetivo de contribuir para a
prevenção e a promoção da saúde integral do adolescente, buscando reduzir os comportamentos de risco do uso de drogas por meio do foco no indivíduo e no seu contexto sociocultural. As estratégias metodológicas para o desenvolvimento do projeto se deram por meio de reuniões para sensibilização dos envolvidos. Foram desenvolvidas palestras, oficinas, debates, mesa-redonda, relatos de experiência e cinema comentado, em que os estudantes participantes tiveram acesso a informações importantes a respeito da temática. Foi realizado, ainda, um concurso para escolha da logomarca do projeto. Consideramos o resultado como positivo, pois tivemos amplo envolvimento do público-alvo, as atividades tiveram uma participação significativa em número de estudantes e a avaliação feita pelos envolvidos foi muito boa. 21
Oficina de sensibilização
Seguem alguns relatos dos estudantes que ilustram o sucesso do projeto.
“Muitas vezes achamos que já sabemos tudo, e não há maior prova de ignorância que tal atitude, pois na verdade não sabemos de nada. Para onde você vai? E qual a importância de todo conhecimento em tal lugar? Só uma coisa diferencia as pessoas, ‘os caminhos seguidos por elas’ e é isso que o projeto tenta passar, que são nossas escolhas que geram os resultados! Que são coisas simples que nos tornam seres belos e nos dão a real essência de quem somos.”
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“Vida que te quero vida Eu escolho viver Por isso digo não às drogas Já que me impedem de vencer!” “O projeto ‘Vida Que Te Quero Vida: Não às Drogas’ é importante, pois nos ajuda a fazer escolhas certas, a enxergar certas influências que nos levam a caminhos errados.” “A importância do projeto em nossas vidas é nos mostrar que o caminho das drogas é decadente, é dar a oportunidade de conhecermos e de discutirmos sobre o assunto, coisas que muitos jovens não têm.”
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Professora Maria do Socorro Vieira Barreto Campus: Pirapora
Victória Nobre Lúcio Gomes
Self: “De olho na câmera”
Projeto
Adolescentes eencontro idosos: de gerações por meio da leitura literária
Revista de Extensão do IFNMG
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O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) dispõe que as instituições de longa permanência deverão desenvolver programas adotando alguns princípios, dentre eles, a participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo e o oferecimento de ambiente de respeito e dignidade, sendo uma das obrigações a promoção de atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer. (BRASIL, 2003)
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Estatuto do Idoso (Lei 10. 741/2003) dispõe que as instituições de longa permanência deverão desenvolver programas adotando alguns princípios, dentre eles, a participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo e o oferecimento de ambiente de respeito e dignidade, sendo uma das obrigações a promoção de atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer. (BRASIL, 2003) Na terceira idade, particularmente, o lazer “tem um papel importante, proporcionando que os idosos tenham uma vida mais descontraída, com mais socialização, podendo interagir com outras pessoas e culturas, participando da vida social”. (MORI; SILVA, 2010, p. 952) Portanto, a melhoria da qualidade de vida inclui a participação em atividades culturais, dentre elas, destacam-se as de leitura e releitura. Além da interação social, outra necessidade relacionada à população idosa é a de desmitificar a visão deturpada de velhice. Infelizmente, o desrespeito e os estereótipos construídos em relação aos idosos ainda são uma dura realidade facilmente verificada. Por sua vez, programas que favoreçam a integração entre jovens e idosos são escassos no país e precisam ser incentivados, visto que as relações intergeracionais, envolvendo jovens e adultos, é uma forma de quebrar preconceitos, como afirma Silva e Junqueira (2011). Tomando o envelhecimento como uma preocupação atual e relevante, desenvolveu-se, no período de maio a outubro de 2015, o Projeto “Adolescentes e Idosos: encontro de gerações por meio da leitura literária”, visando realizar ações intergeracionais e, a partir delas, produzir
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Distribuindo abraços
benefícios educativos e afetivos para os jovens e adultos e ampliar a percepção de um grupo em relação ao outro. Buscou-se criar canal de diálogo entre essas duas gerações, tendo como interlocução a leitura literária, oportunizando a compreensão da cultura e das relações estabelecidas. A equipe do projeto foi constituída por profissionais do IFNMG - Campus Pirapora – as professoras Maria do Socorro Vieira Barreto (coordenadora) e Érica Souza Tupiná, além da psicóloga Sônia Regina S. da Silva – e estudantes de cursos técnicos integrados ao Ensino Médio – David Luan C. P. Santos, Victória Nobre Lúcio Gomes, Karen Rayane S. Oliveira, Kaio Silva Viana, Isabela Vieira da Costa e Carla Pereira Castro. O projeto foi reeditado no ano de 2016 com o título “Adolescentes e idosos: encontro das gerações por meio da arte” e encontra-se em fase de execução.
Os encontros aconteceram semanalmente, contemplando 32 residentes do Lar dos Idosos São Vicente de Paulo, localizado no município de Pirapora (MG). Foram promovidas atividades diversificadas, respeitando o interesse e a disposição individual dos participantes. Cada encontro foi estruturado em três momentos: a) introdutório (sensibilização, “quebra-gelo”, estimulação da atenção e interesses, exploração das experiências e vivências anteriores); b) desenvolvimento (exploração da temática de forma interativa); c) avaliativo (expressão das percepções e sensações vivenciadas). Por meio das ações desenvolvidas, o projeto favoreceu a discussão do papel do jovem na interação com o idoso; realizou leituras de diferentes tipos (especialmente contos, lendas, orações, canções populares) e a releitura por meio de diferentes linguagens, tais como pintura, colagem e modelagem. A interlocução com os idosos também foi facilitada por meio da participação em brincadeiras e jogos, confeccionados pela equipe, utilizando material alternativo. Foram explorados jogos de memória visual, auditiva e tátil, boliche, quebra-cabeça, entre outros. Além dos encontros com os idosos, ocorreram momentos com toda a equipe, com o propósito de avaliar e refletir acerca das vivências, produzir e discutir relatórios, bem como planejar e construir os materiais necessários para os encontros subsequentes. Esse trabalho permitiu experimentar o prazer de ouvir histórias, de interagir, de compartilhar, de aprender com o outro em diferentes fases de idade e difundir conhecimentos acerca do processo de envelhecimento.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Expressão Artística: pintura em anjos
Conquistas, dificuldades e contribuições
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o proporcionar encontros entre adolescentes e idosos, enfrentou-se o desafio de aproximar crenças, visões, expectativas, afetos e sonhos dos participantes. A motivação da equipe contribuiu significativamente para que as ações pudessem ser cuidadosamente planejadas e realizadas, com carinho e dedicação. Diante das dificuldades, optou-se por enfrentar o medo do desconhecido, buscou-se experimentar as diversas possibilidades surgidas com a convivência. A equipe se dispôs a priorizar a interlocução, reconhecendo suas limitações, propondo-se a aprender com os acertos e desacertos, mas sem a pretensão de prescrever receitas. Ao longo desse trabalho, surgiram sorrisos, muitas vezes escondidos pela dor física ou da alma. Iluminaram-se olhares, alguns já quase apagados pelo tempo. Ouviram-se
Revista de Extensão do IFNMG
palavras, algumas delas na forma de tímidos sussurros. A esse respeito, é pertinente o depoimento de uma das adolescentes:
Enquanto eu ajudava uma das idosas, ela deu um sorriso e eu perguntei por que ela estava sorrindo, ela me disse com os olhos cheios de água: “ninguém nunca se importou comigo, e uma menina tão jovem como você me dando amor e carinho!”. Isso me emocionou de uma forma muito grande. Amor e carinho, independente de quem seja, nunca é demais. (KAREN, 2015)
Os sorrisos, os olhares e as palavras conquistados foram comemorados com satisfação, e concebidos como fruto da aprendizagem, sendo aprendiz aquele que esteve junto, não importando a idade ou o seu papel no grupo. Essa questão é explicitada no trecho que se segue:
linda!” Ele se referiu à bola e deixou claro que a beleza das coisas vai além da visão, pois apenas o tato permitiu que ele realizasse essa analogia. Durante a atividade, ouvimos comentários do tipo: “Eu joguei muita bola quando era menino.” Chamou minha atenção a associação que um deles fez entre a bola de gude e um fruto do cerrado chamado murici, reafirmando minhas constatações de que, apesar das dificuldades, muitos são capazes de rememorar aspectos de sua cultura regional. (VICTÓRIA, 2015).
Memórias: As bolas
Após ouvir a Música “Bola de meia, bola de gude”, prosseguimos, passamos bolas de cores e tamanhos variados para que os idosos pudessem pegá-las, apertá-las e relatar suas memórias. A primeira fala que me chamou a atenção foi de um institucionalizado que tem deficiência visual: “que
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em sempre as propostas despertaram o interesse almejado. Percebeu-se que os vídeos musicais não fizeram o mesmo sucesso que as músicas cantadas ao vivo. As histórias lidas, mesmo as mais curtas, não estimularam a atenção, foi preciso adaptá-las a uma versão contada, em pequenos grupos. O interesse pelas leituras bíblicas foi maior se comparadas pelos textos literários. Assim, a proposta inicial foi modificada, inserindo orações, cantigas e histórias religiosas. Foi possível avançar na forma de entender e perceber o outro, de demonstrar e receber afeto. Após todas essas atividades serem executadas, despedimos-nos deles, deixando o aviso sobre a próxima visita. Depois fui atrás de D. Xaxá para convidá-la para o próximo encontro. Ela disse: “Oh, meu filho, se eu estiver boa, semana que vem eu participo”. Eu e Victória nos despedimos dela através de sua bênção. Pude sentir que, neste encontro, os idosos estavam um pouco mais à vontade conosco e interagiram mais. Espero que os outros encontros sejam iguais a esse, sempre aprendo muitas coisas interessantes e bacanas. (DAVID, 2015) No decorrer das visitas, os idosos vêm mostrando afetividade, perguntam por que demoramos ir visitá-los e isso é muito gratificante. Nós mesmos produzimos a massinha para eles utilizarem. Eles fizeram a maior bagunça e se divertiram muito.(KAREN, 2015) Por fim, nos despedimos ouvindo um “tá cedo” de muitos dos que participavam da oficina. Demonstraram por esse gesto que somos queridos e que eles estavam apreciando as atividades. (VICTÓRIA, 2015)
Exercitou-se o prazer em colaborar, em fazer o outro sorrir e em fazer-se presente, como fica explicitado nos excertos dos adolescentes:
Muitos deles mostraram habilidades e facilidade na pintura, mas muitos tinham problemas motores. Alguns deles se identificaram com a pintura, mas têm problemas de locomoção. Então, levamos os desenhos nos quar-
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Idosos e adolescentes: trocando sorrisos
tos fazendo com que todos pudessem participar da atividade. (KAREN, 2015) Uma idosa me disse: “Volte sempre para trazer alegria para nós!” (KAREN, 2015) Xaxá estava só de longe, olhando e observando a cantoria, fui até ela e a chamei para participar, mas ela não quis participar, então pedi para cantar uma música para mim. Ela começou a cantar e logo peguei o celular e comecei a gravar. Ela cantou tão bonitinho!!!! (DAVID, 2015).
As falas dos adolescentes revelam contribuições importantes para a sua formação cidadã, no que diz respeito à afirmação de valores éticos e posicionamentos diante da vida social. Ressaltam-se as lições de superação e de coragem diante dos desafios, como reflete a adolescente:
Uma senhora de cento e quatro anos me surpreendeu pela animação, religiosidade e, acima de tudo, por não ter reclamações a fazer da vida. Propus uma reflexão sobre as minhas queixas diárias de problemas que, muitas vezes, nem são realmente problemas. Diante disso, posso afirmar que os encontros me proporcionaram crescimento pessoal, deixando no ar as seguintes perguntas: por que não levar a vida com mais espontaneidade? E por que me queixar de coisas tão banais se posso me alegrar por simples situações? (VICTÓRIA, 2015) Todo esse crescimento leva-me a crer que o encontro de gerações é um artifício poderoso para melhorar a juventude atual e, simultaneamente, alegrar e dar sentido à vida dos idosos. (VICTORIA, 2015)
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Expressão artística: modelagem
O
projeto promoveu ações voltadas para a formação humana e cidadã, por meio da ampliação da interação social entre adolescentes e idosos, do fortalecimento da autoestima, da valorização da diversidade, do respeito pelo ser humano e por suas limitações inerentes à idade, da superação de preconceitos e da elevação da qualidade de vida dos participantes. Pretende-se que essa experiência estimule a realização de novas propostas que incluam o público idoso. Fortalece-se, assim, o compromisso do IFNMG-Campus Pirapora com a responsabilidade social, a formação integral de cidadãos e a inclusão. Dialogando com outras políticas sociais, o projeto alinhou-se efetivamente com as proposições extensionistas, ao interagir saberes, ao estabelecer parceria com uma instituição filantrópica. Ao propor ações intergeracionais entre adolescentes e idosos, o Projeto preocupou-se com o social e filiou-se às iniciativas institucionais Revista de Extensão do IFNMG
de combate à exclusão em que vive grande parte da população idosa no nosso país. A equipe participante do projeto agradece ao IFNMG, ao Campus Pirapora pelo incentivo à iniciativa. Agradece também ao Lar dos Idosos São Vicente de Paulo pelo acolhimento e apoio recebidos. Aos idosos, nossa gratidão pelos generosos ensinamentos e por compartilharem conosco os seus valores.
Expressão artística: modelagem
Referências BRASIL. Estatuto do Idoso, n. 10.741. de 1º de outubro de 2003. Diário Oficial [da] República do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 3 out. 2003. Disponível em <http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm>. Acesso em: 15 ago. 2016. MORI, G. S. L. F.; SILVA, L. F. da. Lazer na terceira idade: desenvolvimento humano e qualidade de vida. Motriz: rev. educ. fis. Rio Claro, n. 4, out./dez.2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/motriz/ v16n4/a15v16n4.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2016. SILVA, H. S. da; JUNQUEIRA, P.J. Reflexões e narrativas (auto) biográficas sobre as relações intergeracionais: resultados de uma intervenção socioeducativa com mulheres idosas. Psicologia & Sociedade, São Paulo, n.3, 2013, 25(3), 559- 570. Disponível em: <http://www.redalyc. org/articulo.oa?id=309329764010> . Acesso em: 26 ago. 2016. 27
Coordenador: Marival Pereira de Sousa Participantes: Victor Geovane Rodrigues (Campus Almenara) Engenheiro Agrônomo - Comissão de Meio Ambiente – OSCIP Monsa Bolsistas: Iana Flaiza Soares de Matos, Matheus Gobira Lacerda, Jessica Samara Rodrigues, Wilton Júnior dos Santos e João Pablo Oliveira Salomão Campus: Almenara
Arborização urbana: Almenara + Verde O projeto “Almenara + Verde” foi idealizado com o intuito de melhorar a qualidade de vida da população do município. Os principais objetivos foram arborizar a cidade com espécies nativas do nosso bioma e conscientizar os moradores quanto aos inúmeros benefícios gerados por sua implantação, além de valorizar o patrimônio arbóreo já existente. O projeto teve início em maio de 2015 e término em abril de 2016. A primeira fase focou o planejamento da arborização do Bairro Cidade Verde, local onde vivem aproximadamente 2.500 pessoas.
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diagnóstico realizado pelo coordenador, Marival Pereira de Sousa, e pelos acadêmicos do 3º período do curso de Agronomia indicou vários conflitos gerados pela falta de planejamento na arborização urbana, como obstrução da passagem de pedestres, quebra de calçadas, podas irregulares e espécies não recomendadas para uso em logradouros urbanos, além dos conflitos com a rede elétrica. Baseada nessas informações, a equipe partiu para a realização de um inventário, identificando algumas características das espécies já implantadas, como número de indivíduos arbóreos, espécie, origem, porte, condição sanitária e localização do plantio.
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Esses dados foram relevantes para iniciarmos os trabalhos de implantação, baseados nos três princípios fundamentais para uma arborização bem planejada, que são: “o que plantar, como plantar e onde plantar”. Algumas das espécies usadas na implantação foram pau ferro (Caesalpinia leiostachia), aroeira salsa (Schinus molle) e cássia rosa (Cassia grandis), dentre outras. Seguem alguns dados levantados no inventário: o número de espécies exóticas supera o de nativas, e mais de 43% das espécies existentes no bairro estavam doentes ou mortas. Quanto aos conflitos gerados por essas, identificamos que 57,7% estavam dispostas nas ruas e não nas calçadas; mesmo entre aquelas que estavam supostamente no local adeContação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
quado, mais da metade (57%) danificavam as calçadas ou obstruíam a passagem de pedestres, causando, assim, uma série de transtornos à população e às edificações. Do total dos 440 indivíduos arbóreos encontrados no bairro, quase 70% (setenta por cento) apresentam algum entrave para a população, o próprio indivíduo e/ou as edificações. Na fase de implantação, foi aplicado um questionário socioambiental aos moradores que possuíam calçadas compatíveis com o projeto, por meio do qual foram levantados dados fundamentais à escolha daqueles como adotantes. Nesse questionário, foi identificado também que, além de morarem no
Revista de Extensão do IFNMG
bairro há mais de dez anos, a maior parte deles nunca havia participado de projetos ambientais no bairro ou na cidade. Embora 100% deles achassem que a sua rua e o seu bairro deveriam ser mais arborizados, apenas 73% dos entrevistados quiseram participar do projeto, como adotantes de uma das mudas. E, por fim, foi identificado através do questionário que 98% dos entrevistados desejavam mais ações voltadas à qualidade de vida dos moradores, no que tange a questões ambientais. Após levantarmos esses dados, partimos para as ações de implantação, com apresentação do projeto à comunidade e plantio de 55 mu-
das, com a participação efetiva dos moradores e demais voluntários. A entrega do Termo de Adesão também se deu no momento da apresentação do projeto à comunidade, quando cada um dos adotantes firmou o compromisso de cuidar da sua muda até a sua rusticidade. O acompanhamento foi realizado pelos alunos/bolsistas junto aos adotantes, na intenção de dar o suporte necessário para o desenvolvimento da planta. As visitas foram realizadas quinzenalmente, com a realização de podas de condução, podas de limpeza, controle de pragas e doenças, limpeza de caixas, troca de muda e/ou de adotante, quando necessário.
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Avaliação dos resultados esperados
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fator de maior destaque em relação aos resultados esperados foi o de alcançar, de maneira significativa, a percepção ambiental dos moradores do bairro, bem como dos adotantes das mudas. Esse resultado é fruto
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de um árduo trabalho de conscientização por meio de conhecimentos voltados para a importância da recuperação e preservação dos recursos naturais e valorização do patrimônio natural da nossa cidade, porque, além de plantar novas mudas, é necessária a preservação daquelas já existentes. O fechamento dessa primeira fase se deu no dia 5 de julho de 2016, com a apresentação do rela-
tório final e a entrega do título de “Cidadão Sustentável” a todos os adotantes que, de maneira nobre e responsável, cuidaram da sua muda. Vale ressaltar que o projeto Almenara + Verde já se encontra na sua segunda etapa, realizando o plantio de mais 55 mudas, seguindo, portanto, com o seu objetivo principal que é arborizar a cidade nos locais apropriados.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Organizadores reponsáveis: Caio Ferreira da Silva, Fagney Otaviano Costa e Jean Barcello Xavier Bahia Campus: Salinas
Projeto
Horta Urbana: viveiro construído em terreno baldio
aprimora o conhecimento acadêmico e auxilia nas despesas dos estudantes
Projeto desenvolvido por acadêmicos de Engenharia Florestal do Campus Salinas construiu uma horta urbana para produção e venda de hortaliças e mudas orgânicas, complementando o aprendizado de sala de aula e fornecendo renda extra para despesas da casa.
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ideia da construção do viveiro, com a produção de hortaliças orgânicas e mudas nativas e frutíferas, veio com o intuito de proporcionar aos estudantes uma renda extra para se autossustentarem na cidade, independentemente de recursos financeiros de familiares, como também oferecer mudas e alimentos de qualidade e sem agrotóxico para a população, tendo como base o aprendizado adquirido ao longo do curso de Engenharia Florestal no IFNMG - Campus Salinas. A “Horta Urbana” autossustentável
Revista de Extensão do IFNMG
foi desenvolvida pelos acadêmicos Caio Ferreira da Silva, Fagney Otaviano Costa e Jean Barcello Xavier Bahia em um terreno baldio na cidade de Salinas-MG. Na procura de uma casa para alugar, com pelo menos um quintal que tivesse um espaço disponível para o desenvolvimento e continuidade das atividades práticas desenvolvidas, os acadêmicos Jean e Caio conseguiram uma residência ao lado de um terreno baldio de 180 m², do mesmo do dono da casa, que disponibilizou o local para o desenvolvimento dos trabalhos. 31
Construção da horta
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onscientes da dificuldade em se encontrar alimentos orgânicos, e também com o objetivo de aprimorar as metodologias aprendidas no curso de Engenharia Florestal durante os três anos e meio de estudo, os acadêmicos trabalharam e aperfeiçoaram técnicas agrícolas e florestais no decorrer do levantamento do empreendimento. Primeiramente, o local foi limpo, e ao perceber que o solo apresentava horizonte C com muito saprólito, este foi substituído por um solo de horizonte A, que recebeu uma grande quantidade de matéria orgânica, esterco bovino (rico em nitrogênio), e uma mediana quantidade de organossolo para melhorar as condições tanto físicas quanto químicas do meio, construindo-se dez canteiros de quatro metros de comprimento e noventa centímetros de largura. No início, houve uma demanda de recursos financeiros para que fossem aplicadas melhores tecnologias de automação no viveiro. Após algumas tentativas frustadas de apoio, os recursos foram doados pelo colega Fagney.
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Foi realizado então um sombreamento do viveiro, com a utilização de um sombrite de 70%, cobrindo toda a área correspondente do lote, para evitar a evapotranspiração elevada, visando diminuir o consumo de água. Em seguida, foi realizado o plantio das sementes de couve, alfa-
ce, coentro e cebolinha e, posteriormente, foi montado um projeto de irrigação com microaspersores, suspensos a uma altura de dois metros, para aumentar a eficiência da lâmina de água aplicada e proporcionar um melhor manejo irrigado, com dimi-
nuição de grandes gastos com água e menor tempo para que fossem evitados futuros transtornos com capinas, revolvimento do solo e colheita, além de ser realizado um sistema de irrigação localizada por gotejamento no cultivo do maracujá. As capinas são feitas manualmente e os restos das culturas são depositados em um local onde se faz compostagem, obtendo-se a ciclagem de nutrientes com o auxílio da microbiota do solo, proporcionando nitrogênio e matéria orgânica com alto teor de fertilidade. Após aproximadamente 90 dias de curtido, a matéria foi irada e transportada para os canteiros, depois de colhidas as hortaliças. Realizou-se a iluminação da área do viveiro para monitoramento do local, servindo tanto para o controle de pragas que têm hábito noturno e causam danos à plantação quanto para atender aos clientes e disponibilizar melhor visibilidade dos produtos oriundos da horta. Com tudo isso, a horta além de atribuir conhecimentos práticos vivenciados no dia a dia, oferece uma renda extra para as despesas fixas da casa.
Coordenador: Professora Luana Aparecida Matos Leal Fernandes Campus: Salinas
Entrega dos certificados – Reunião de pais e mestres
Projeto
Curso de Produção de Textos Por meio de oficinas de Redação, que contaram com debates, revisões e atividades, o curso de produção de textos trabalhou vários aspectos e habilidades relacionados à leitura e à escrita de textos dissertativo-argumentativos, incluindo o modelo de redação cobrado no ENEM.
O
curso de produção de textos foi desenvolvido no IFNMG - Campus Salinas, no ano letivo de 2015, como uma atividade de extensão, em parceria com o Centro de Línguas e teve como objetivo oferecer aos alunos da 3ª série do Ensino Médio Integrado aulas de leitura e produção de textos por meio de oficinas de Redação. Mais especificamente, o projeto se configurou como preparação para a prova de Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e de outros processos de seleção, aprimorando a escrita de textos dissertativo-argumentativos, principalmente o gênero redação escolar, com ênfase nos aspectos linguísticos, gramaticais e discursivos, necessários à estruturação dos textos. O curso de “Produção de Textos” propôs um trabalho com a língua por meio de oficinas, que envolveram desde revisão conceitual até a prática de habilidades específicas de leitura e escrita. Nesse sentido, o curso explorou os conceitos de língua, texto e modalidade padrão de Revista de Extensão do IFNMG
escrita e enfatizou a prática de leitura e produção de textos dissertativo-argumentativos, com discussão, correção e reescrita dos textos produzidos pelos próprios alunos. Foi explorado também o modelo de redação cobrado no ENEM, por meio
“Participar do curso de redação foi muito importante para meu aprendizado. [...] Obrigada por tudo! Por ter passado um pouco do seu conhecimento para os alunos do curso de redação. Valeu muito a pena, [...] Muito obrigada!” Mayra Freitas Mangabeira dos Santos (3º ano do curso técnico Integrado em Agroindústria, 2015)
do conhecimento das competências e habilidades a serem desenvolvidas na escrita do texto dissertativo-argumentativo. O curso teve carga horária de 02 (duas) horas semanais, perfazendo um total de 40 horas no semestre e foram atendidos 43 alunos da 3ª série do Ensino Médio, dos cursos Técnicos Integrados em Agropecuária, Agroindústria e Informática, incluindo alunos residentes, semirresidentes e externos. Para recebimento do certificado, os alunos precisaram cumprir 75% de frequência nas aulas e participar de todas as atividades propostas (produção e correção dos textos). O projeto teve uma avaliação bem positiva, tanto por parte dos alunos atendidos, quanto da direção do IFNMG e dos pais presentes na reunião para entrega dos certificados. Além disso, os resultados dos alunos atendidos pelo curso na prova de Redação do ENEM de 2015 foram muito satisfatórios, permitindo a aprovação de muitos deles em diversos cursos em instituições federais e estaduais. 33
Coordenadora: Dirlene Aparecida Almeida e Silva Participantes: Fernando Marcos Souza Silva e Maria Alice Gomes Lopes Leite Bolsistas: Lucas Alves Rodrigues e Vinicius Magalhães Rufino Campus: Araçuaí
As alunas do projeto aprendendo a introdução básica de computadores
Projeto
Clicar na Melhor Idade
Para promover a inclusão digital e assim contribuir com a inserção social de mulheres da terceira idade em um mundo cada vez mais informatizado, projeto de extensão do Campus Araçuaí promoveu aulas básicas de informática para senhoras.
A
demanda por projetos de inclusão digital para a terceira idade é crescente visto que toda a sociedade está se tornando cada dia mais informatizada e que a tecnologia invadiu as casas, empresas e instituições de todos os tipos. Chegase a cogitar que o analfabeto do futuro será o indivíduo que não souber decifrar a nova linguagem gerada pelos meios de comunicação. Por tudo isso, cresce a vontade dos idosos em entender a nova linguagem e em lidar com os avan-
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ços tecnológicos, até mesmo em questões mais básicas como os eletrodomésticos, celulares, caixas eletrônicos instalados nos bancos, entre outros. Visando ao crescimento pessoal informatizado, no período de 01 de junho a 26 de agosto de 2015, o IFNMG – Campus Araçuaí promoveu o projeto de inclusão digital para terceira idade “Clicar na Melhor Idade”. O projeto teve por objetivo principal promover a inclusão digital da pessoa da terceira idade, contribuindo para sua inserção so-
cial na era da tecnologia da informação. O projeto, que teve como parceiros a Prefeitura de Araçuaí e a pastoral da Criança da Paróquia Santo Antônio de Araçuaí, colaborou para o crescimento tecnológico de 30 senhoras, que receberam aulas de introdução à informática. Para o bom desenvolvimento do projeto, foram desenvolvidas apostilas para que, após a finalização do projeto, as participantes pudessem ter uma orientação sobre o que foi aprendido no curso e, assim, praticar de forma independente.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Último dia do projeto: as alunas fizeram questão de registrar um momento de grande aprendizado
Metodologia e desenvolvimento do projeto
P
rojetos de inclusão digital para pessoas da terceira idade envolvem o contato dos participantes em atividades básicas e introdutórias no uso do computador, visando a uma maior integração à sociedade e aos avanços tecnológicos. O curso teve uma metodologia de trabalho capaz de facilitar o processo de aprendizagem do cidadão idoso, promovendo a sua valorização através da inclusão digital e da discussão de temas pertinentes ao envelhecimento. O desenvolvimento deste projeto deu aos alunos e professores envolvidos a oportunidade de colocar o conhecimento construído em benefício da comunidade, de poder visualizar as necessidades de seu meio e valorizar o ser humano, principalmente os idosos. Um projeto como este é muito gratificante, visto que ensinar para quem tem interesse em Revista de Extensão do IFNMG
aprender gera grande motivação e satisfação a quem está ensinando. O projeto contou com a colaboração de dois estagiários, Lucas Alves e Vinícius Magalhães, que tiveram como primeira experiência a prática de passar o conhecimento adquirido para outras pessoas. Conforme disse Vinícius Magalhães, que sempre gostou muito de lidar com pessoas mais idosas, “muitas vezes, no dia a dia, não temos muito tempo e acabamos deixando nossos idosos
de lado e não percebemos o quanto podemos aprender com eles. No projeto ‘Clicar na Melhor Idade’, eu aprendi muito mais do que ensinei, vi com minhas ‘alunas’ como coisas simples que fazemos podem ser especiais para outras pessoas. Como o saber e o ensinar são prazerosos, como é gratificante poder ver um sorriso no rosto de quem acaba de aprender algo novo! Foi uma experiência que agregou muito em minha formação educacional e pessoal”.
Os estagiários Lucas Alves (sentado) e Vinícius Magalhães
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Coordenadora: Katiúscia de Sousa Pereira Silva Participantes: Patricia Rodrigues Costa, Maristane de Carvalho Pereira (E.E. Industrial São José) Discentes Voluntários: Ana Laura Lopes Cardoso, Ana Luiza Lopes Cardoso, André Passos Alves, Elcy Stephany dos Santos Dourado, Guilherme Campos Ribeiro, Gustavo Gonçalves Ribeiro, Jamila Alves Luiz, Luana dos Santos Campos, Luisa Ribeiro Alves, Luiz Filipe Silva Neto, Vinícius Bessa Prates e Vitor Manoel Gonçalves Teles Campus: Araçuaí
Projeto
Aprendendo Inglês Ensinando II
O projeto “Aprendendo Inglês Ensinando II” foi realizado em novembro de 2015, tendo uma carga horária de 60 h. O tempo até parece pouco, mas foi suficiente para motivar os alunos da Escola Estadual Industrial São José a se dedicarem ao aprendizado da língua inglesa.
O
projeto foi executado em duas etapas, sendo a primeira executada em sala de aula, dentro do Campus Araçuaí e a segunda também em sala de aula, porém, na Escola Industrial São José, com as turmas do 9º ano do ensino fundamental. Na primeira etapa, foram realizadas reuniões para discutir sobre o projeto e aulas para a preparação das atividades que, posteriormente, seriam desenvolvidas pelos alunos, com a supervisão da professora e orientadora do projeto, Katiúscia, e com outros colaboradores. Durante tais encontros, foram confeccionados os materiais necessários à execução do projeto; houve treinos das habilidades de leitura e pronúncia da língua inglesa e ensino/aprendizagem das dinâmicas de inglês. Na segunda etapa, os alunos do IFNMG foram à Escola Industrial São José, para colocar em prática as dinâmicas e, assim, terminar a execução do projeto. Essa segunda etapa foi dividida em dois tempos, sendo o
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primeiro para realização das dinâmicas com metade dos alunos de cada uma das três turmas selecionadas, enquanto a outra metade assistia ao filme The Little Prince, na biblioteca da escola. No segundo tempo, foi feita a inversão, levando os alunos que participaram das dinâmicas para a biblioteca e os que estavam assistindo ao filme na biblioteca foram para a sala de aula, assegurando, dessa forma, que todos os alunos participassem das dinâmicas e da sessão de cinema. Segundo o aluno Guilherme Campos Ribeiro, do 2º ano de Informática, no fim do projeto, assim como no do ano anterior, ficou o entusiasmo e a vontade de dar continuidade ao mesmo, tanto por parte dos alunos da Escola Industrial São José quanto por parte dos alunos do IFNMG – Campus Araçuaí e das professoras participantes. “Eu, como participante e estudante autodidata em inglês, sentime muito mais animado a continuar estudando e, após ver que todo o
tempo gasto para aprender o idioma pode ser útil de alguma forma, senti-me muito mais à vontade para falar inglês em público. Depois disso, ainda tive a oportunidade de conhecer um estrangeiro e me comunicar com ele, habilidade que, antes do projeto, era menos desenvolvida ou até mesmo impossível”, afirmou Guilherme Campos. A professora de Inglês da E.E. Industrial São José, Patrícia Rodrigues Costa, pôde observar que os alunos do IFNMG estavam preparados para desenvolver as oficinas, havendo uma grande interação entre os alunos oficineiros e os alunos participantes. “Estes perceberam que é possível aprender inglês com atividades e brincadeiras simples. O envolvimento das turmas foi muito bom. Posso afirmar que houve aprendizado de ambas as partes. Quando o aluno assume o papel de mediador da aprendizagem, ele ensina e aprende. Foi muito gratificante fazer parte deste trabalho”, garante a professora.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Relato do Aluno 2º ano informática:
Guilherme Campos Ribeiro Pode-se dizer que o projeto foi executado em duas etapas, sendo a primeira executada em sala de aula dentro do campus Araçuaí, e a segunda também em sala de aula, porém na Escola Industrial São José, com as turmas do 9º ano do ensino fundamental. Na primeira etapa, foram realizadas reuniões para discutir sobre o projeto e aulas para a preparação das atividades que posteriormente seriam desenvolvidas por nós, alunos, juntamente com a supervisão da professora e orientadora do projeto Katiúscia, sua mãe, professora de inglês e convidada Terezinha, e a professora de inglês da Escola Industrial São José, Patrícia. Durante tais encontros, foram confeccionados os materiais necessários para a execução do projeto, houve treinos das habilidades de leitura e pronúncia da língua inglesa e ensino/ aprendizagem das dinâmicas de inglês. Na segunda etapa, fomos para a Escola Industrial São José, para colocar em prática as dinâmicas e, assim, terminar a execução do projeto. Essa segunda etapa foi dividida em dois Revista de Extensão do IFNMG
tempos, sendo o primeiro para realização das dinâmicas, com metade dos alunos de cada uma das três turmas selecionadas, enquanto a outra metade assistia ao filme The Little Prince na biblioteca da escola. No segundo tempo, foi feita a inversão, levando os alunos que participaram das dinâmicas para a biblioteca e os que estavam assistindo ao filme na biblioteca foram para a sala de aula, assegurando, dessa forma, que todos os alunos participassem das dinâmicas e da sessão de cinema. No fim desse projeto, assim como no do ano anterior, ficou o entusiasmo e a vontade de dar continuidade ao mesmo, tanto por parte dos alunos da Escola Industrial São José, como por parte de nós, alunos do IFNMG Campus Araçuaí, e por parte das professoras participantes. Eu, como participante e estudante autodidata em inglês, senti-me muito mais animado a continuar estudando, após ver que todo o tempo gasto para aprender o idioma pode ser útil de alguma forma. Senti-me muito mais à vontade para falar inglês em público, e, depois disso, ainda tive a oportunidade de conhecer um estrangeiro e me comunicar com o mesmo, habilidade que, antes do projeto, era menos desenvolvida, ou até mesmo impossível.
Relato da Professora de Inglês da E.E. Industrial São José:
Patrícia Rodrigues Costa
O projeto de inglês desenvolvido pelos alunos da professora Katiúscia na E.E. Industrial São José foi muito positivo. Pude observar que os alunos do IFNMG estavam preparados para desenvolver as oficinas e houve uma grande integração entre os alunos “oficineiros” e os alunos participantes. Estes perceberam que é possível aprender inglês com atividades e brincadeiras simples. O envolvimento das turmas foi muito bom. Posso afirmar que houve aprendizado de ambas as partes. Quando o aluno assume o papel de mediador da aprendizagem, ele ensina e aprende. Foi muito gratificante fazer parte deste trabalho.
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Coordenadora: Cleiane Oliveira Bolsistas: Maurício Pereira e Thaís Barbosa Campus: Januária
Projeto
Inclusão digital de crianças e adolescentes da entidade SERVIR
Foi realizado, no período de abril a dezembro de 2015, o projeto de inclusão digital de crianças e adolescentes da entidade SERVIR. O projeto viabilizou 20 horas semanais de oficinas de informática básica para crianças a partir de 8 anos de idade, com o objetivo de inseri-los, digitalmente, na sociedade da informação a qual pertencem.
O
projeto foi orientado pela professora Cleiane Oliveira e executado pelos acadêmicos Maurício Pereira e Thaís Barbosa, ambos do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do IFNMG-Campus Januária. O Programa Institucional de Bolsa de Extensão aos Discentes (Pibed) viabilizou seu desenvolvimento. Para a acadêmica Thaís, o projeto contribuiu para que essas crianças obtivessem acesso seguro e produtivo às tecnologias da informação. “Além de ensiná-las as noções básicas de informática, tentamos aprofundar os nossos conhecimentos em relação à inclusão digital para passar este conhecimento a essas crianças, com o intuito de contribuir também para as suas vidas fora da entidade Servir. Desta maneira, elas não são as únicas beneficiadas com o projeto, mas nós também, enquanto alunos e bolsistas, pois o projeto contribuirá, de maneira significativa, para a nossa formação acadêmica”, relatou.
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O Serviço de Promoção da Criança e do Adolescente (Servir) desenvolve seus trabalhos em Januária desde 1968 e tem como objetivo atender crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, oferecendo melhores condições para atuarem no contexto social em que vivem, tornando-os
cidadãos engajados, tendo como base a formação humana. O Servir oferece diversas oficinas em horários extraclasse, como dança, teatro, artesanato, capoeira e outros esportes. O projeto de inclusão digital propiciou a complementação da formação dessas crianças e adolescentes.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Projeto
Coordenador: Ms. Santina Aparecida Ferreira Mendes Discentes: Romulo Ewerton Gomes Sousa, Renan Alves Santos, Janny Kelly Ramires Souza, Érika Susan Matos Ribeiro e Izabella Luzia Silva Chaves Campus: Salinas
Restaurando a mata ciliar do Rio Salinas: uma atitude universitária-cidadã O projeto tem uma missão ousada: recuperar a vegetação da mata ciliar do rio Salinas e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos dependentes deste rio precioso para comunidade. Para isso, o IFNMG - Campus Salinas somou forças junto a entidades públicas para produzir e plantar mudas, a fim de proteger as margens do rio Salinas.
E
m 2013, iniciou-se um projeto com apoio do IFNMG - Campus Salinas. A proposta era fazer um levantamento fitossociológico, contemplando as espécies, suas importâncias e delimitando a área a ser revegetada do trecho urbano do rio Salinas, na cidade de Salinas. Esse projeto teve início com a professora mestre Santina Aparecida Ferreira Mendes e com os seguintes acadêmicos do curso de Engenharia Florestal: Rômulo Ewerton Gomes Sousa, Renan Alves Santos, Janny Kelly Ramires Souza, Érika Susan Matos Ribeiro e Izabella Luzia Silva Chaves. Com base nos resultados do ano de 2014, o professor Álvaro Diego Soares Mota, engenheiro agronômico do IFNMG, e Santina Apare-
Revista de Extensão do IFNMG
cida, com a colaboração de mais integrantes da Engenharia Florestal ao projeto, iniciaram a produção de 400 mudas de Triplaris gardneriana, entre outras. Uma parte foi doada no evento de 7 de setembro/2015 para a conscientização da população e plantada por alguns populares no dia. Os novos integrantes do projeto foram Helker Menezes dos Santos, Danyelly Távellyn Oliveira Galvão e Kyara Lauanna Rodrigues. O professor Vinícius Orlandi Barbosa Limas foi coordenador de algumas atividades de campo e de identificações botânicas. Essas mudas foram cultivadas com esgoto tratado disponibilizado pela Copasa-MG, sede Salinas, e apresentaram ótimo desenvolvimento. Seu “pegamento” em campo foi excelente. 39
A
Copasa apoiou o projeto do início ao fim. Em 2015 e 2016, foram realizados a produção de mudas de outras espécies e o plantio. Nesses respectivos anos, a Prefeitura de Salinas, o secretário de Meio Ambiente e o engenheiro ambiental Paulo César foram parceiros do IFNMG-Campus Salinas, apoiando todas as medidas adotadas, inclusive com análise dos resultados já gerados pela recuperação do rio Salinas. A inclusão de um novo integrante, Iranildo Neves dos Santos, auxiliou na condução do trabalho. Esses resultados são parâmetros essenciais para continuação do processo de recuperação da área, bem como para dimensioná-la e para quatificar
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o número de mudas. Como estão em constante atualização, os dados não são precisos no momento, mas, inicialmente, foram detectados 34,4 ha de área a ser recuperada e plantio de 5.800 mudas para total recuperação. Para o ano de 2017, estuda-se adotar outras medidas, além da recuperação por plantio direto de mudas, como técnicas de nucleação. Com este projeto de extensão, o IFNMG-Campus Salinas, a Prefeitura de Salinas, Copasa e demais envolvidos têm conseguido recuperar a vegetação da mata ciliar do rio Salinas e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos dependentes deste rio precioso para comunidade.
Coordenador: Juliana Teixeira Antunes¹ Gilmara Oliveira Santana² Vanessa Gabriela Teixeira Souza³ Campus: Januária
Projeto
Adolescer: promovendo a saúde do adolescente no ambiente escolar
O Projeto “Adolescer” buscou trabalhar a saúde do adolescente em seu ambiente escolar por meio do atendimento de enfermagem realizado por estudantes do curso Técnico em Enfermagem e pela Enfermeira coordenadora do projeto aos adolescentes matriculados em uma escola pública do município de Januária – MG. Durante os atendimentos observou-se um interesse dos adolescentes nos níveis pressóricos e no Índice de Massa Corporal (IMC), fator que os impulsionam a procurar pelo atendimento de enfermagem. Assim, notou-se que ambiente escolar é um local propício para a aproximação do adolescente aos serviços de prevenção e promoção de saúde, sendo a aferição da pressão arterial e o cálculo do IMC práticas de enfermagem atrativas a estes.
O
s adolescentes representam um segmento da sociedade que merece especial atenção dos profissionais da saúde, pois vivenciam uma fase de desenvolvimento da infância para a maturidade. Tratase de um período em que, além do desenvolvimento corporal, há a evolução do cognitivo, caracterizada pelas mudanças provocadas pelo aprimoramento progressivo de ideias. É um momento em que os jovens constroem sistemas e teorias, revelando seu desejo de se integrar em um mundo diferente. Revista de Extensão do IFNMG
O desenvolvimento humano é um processo multidimensional, atingindo fatores biológicos, psicológicos, socioculturais e históricos, que são determinantes para as transformações na adolescência. Portanto, a adolescência é o período de maior suscetibilidade ao desenvolvimento de distúrbios no processo saúdedoença, devido, principalmente, ao comportamento distinto, geralmente encontrado nos indivíduos que estão nessa fase. A enfermagem, como prestadora de cuidados e produtora de conhecimento, tem o desafio de avançar
na construção de saberes voltados para a promoção à saúde do adolescente. Uma área que durante anos foi marginalizada pelos profissionais de saúde devido ao desconhecimento das características do adolescente e não reconhecimento, pelas instituições de saúde, dessa fase como período distinto do desenvolvimento humano. Enfermeira professora da educação profissional e tecnológica do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais-Campus Januária. Endereço para correspondência: juliana.antunes@ifnmg.edu.br 2,3 Discente do Curso Técnico em Enfermagem do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Januária. 1
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A escola, sendo um espaço de convívio entre os adolescentes, pode se tornar uma importante aliada para o fortalecimento da atenção primária de saúde ao adolescente, formando um elo entre a educação e a saúde. Sob esta ótica, selecionamos a consulta de enfermagem no ambiente escolar como instrumento de aproximação do adolescente aos serviços de prevenção e educação em saúde, a fim de prepará-lo para superar os conflitos biopsicossociais vivenciados nessa fase. A proposta deste estudo é promover a saúde do adolescente no seu ambiente escolar, analisando sua adesão aos serviços de promoção e recuperação da saúde. 42
O
Método
s dados desta pesquisa foram coletados por meio do atendimento de enfermagem prestado ao adolescente no ambiente escolar, entre os meses de abril a novembro. Os adolescentes participantes estavam matriculados na escola e foram informados sobre o atendimento de enfermagem, esclarecendolhes os objetivos e sua periodicidade. Tal atendimento se fundamentou na pré-consulta de enfermagem prestada pelo aluno do curso técnico de enfermagem e pela consulta de enfermagem realizada pela enfermeira. A pré-consulta consistiu na aferição da pressão arterial do adolescente, investigação das medidas antropomé-
tricas, cálculo do IMC e orientações. A consulta de enfermagem foi destinada aos adolescentes que desejassem passar pelo atendimento individualizado. Essa consulta consistiu na anamnese, exame físico geral, diagnóstico e intervenção de enfermagem, orientações e, quando necessário, encaminhamento do adolescente à unidade básica de saúde. Os atendimentos foram disponibilizados a cada 15 dias, dentro do ambiente escolar, nos períodos matutino e vespertino, de acordo com a disponibilidade do adolescente, sem que houvesse comprometimento do seu horário de aula. Durante o desenvolvimento do estudo, foram respeitados todos os preceitos legais e éticos no atendimento ao adolescente.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Resultados e discussão
D
urante os meses de abril a novembro, foram atendidos 25 adolescentes, sendo 11 do sexo masculino e 14 do sexo feminino, com idades entre 15 e 18 anos. Todos eles, por interesse próprio, procuraram a unidade de atendimento montada na escola, requerendo o valor de sua pressão arterial e o cálculo do seu índice de massa corporal (IMC). Durante a aferição da pressão arterial, foi indagado o desejo de passarem pela consulta de enfermagem a fim de sanar alguma dúvida ou obter orientação necessária. Nenhum adolescente participante manifestou interesse na consulta de enfermagem. No decorrer dos atendimentos, percebemos que o adolescente possui uma timidez que pode justificar seu baixo interesse na procura pela consulta de enfermagem. Porém, notou-se que a aferição da pressão arterial e o cálculo do IMC podem servir como atrativos para os adolescentes na sua inserção nos serviços de prevenção e promoção da saúde. A preocupação dos adolescentes com a pressão arterial e com seu IMC pode estar relacionada à alta prevalência de doenças cardiovasculares em nosso país. As doenças
Considerações finais
O
s resultados deste estudo mostram que o ambiente escolar é um local propício para a aproximação do adolescente aos serviços de prevenção e promoção de saúde. Porém, é preciso que o adolescente estabeleça um vínculo com o profissional envolvido, que pode ser adquirido por meio do tempo de convivência entre os adolescentes e o profissional. Percebeu-se também uma preocupação do adolescente pelos níveis pres-
Revista de Extensão do IFNMG
cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo e, no Brasil, cerca de 23,3 % de toda a população apresenta hipertensão arterial sistêmica (HAS), sendo 4% com idade inferior a 18 anos diagnosticada com hipertensão arterial. A hereditariedade, estilo de vida do indivíduo e alimentação inadequada podem estar relacionados a essa elevada taxa de morbidade, fatores que estão presentes no cotidiano dos adolescentes. Para trabalhar os fatores de risco com os adolescentes, percebemos que é preciso diversificar locais de atendimento e estratégias educativas, pois a promoção da saúde é um amplo campo de ação, capaz de envolver toda a população, para que esta incorpore estilos de vida saudáveis e melhore as ações de autocuidado. Quanto à relação dos adolescentes com os profissionais da saúde, há uma limitação, sendo a inserção do profissional no ambiente escolar uma oportunidade para estabelecer e manter um vínculo pautado na corresponsabilização e em uma postura de confiança entre adolescentes e o profissional. Percebemos que a criação desse vínculo requer um tempo de convivência entre os envolvidos, pois o adolescente precisa sentir-se seguro e confortável para revelar suas dúvidas e sentimentos. sóricos e IMC, fatores que os impulsionaram a procurar pelo atendimento de enfermagem. Assim, podemos inferir que a oferta de serviços preventivos contra a hipertensão e obesidade no ambiente escolar podem favorecer a relação de confiança entre o adolescente e o profissional da saúde. Uma vez estabelecida essa relação, o profissional de saúde poderá trabalhar com estratégias de prevenção e promoção da saúde do adolescente contra os demais agravos prevalentes nessa fase de vida.
Referências Teixeira PS, Stefanini MCB, Martins RA, Cruz LAN. Desenvolvimento cognitivo e sintomas depressivos em adolescentes que fazem uso de bebidas alcoólicas. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool Drogas.2011; 7(1): 3-9. Gurgel MGI, Alves MDS, Moura ERF, Pinheiro PNC, Rego RMV. Desenvolvimento de habilidades: estratégia de promoção da saúde e prevenção da gravidez na adolescência. Revista Gaúcha Enfermagem. 2010; 31 (4): 640-6. Júnior ARF, Barros EMA, Sousa RA, Souza LJE. Vivência de adolescentes em atividade de promoção da saúde. Revista Brasileira de Enfermagem. 2013; 66(4): 611-4. Santiago LM, Rodrigues MTP, Junior ADO, Moreira TMM. Implantação do Programa Saúde na Escola em Fortaleza-CE: atuação de equipe da Estratégia Saúde da Família. Revista Brasileira de Enfermagem. 2012; 65(6): 1026-9. Boff M, Bortoli J, Maçaneiro CA, Matos RX, Bottan ER, Campos L et al. Saúde para mim é: a concepção de alunos do ensino médio fundamental de escola públicas. Salusvita. 2014; 33(1): 05-15. Ferreira, Carlos Eduardo Faria; Faria, Ronaldo Jose; Bazoni, Patrícia Silva. Hipertensão Arterial em Crianças e Adolescentes Moradores da Região do Caparaó, ES – Brasil. Revista Brasileira de Cardiologia. 2013; 26(4): 267-7. Santos, AAG, Silva RM, Machado MFAS, Vieira LJES, Catrib AMF, Jorge HMF. Sentidos atribuídos por profissionais à promoção da saúde do adolescente. Ciência & Saúde Coletiva. 2012; 17(5):12751284. 43
Coordenador: Edilson Luiz Candido Participantes: Narjara Fonseca Souza, Paulo Ivan Andrade e Elaine Ferrari de Brito Bolsistas: Luiz Carlos Amorim Silva, Paulo Henrique Costa Santos e Hugo Alves Rodrigues Campus: Araçuaí
Projeto
Arborização do Bairro São Francisco em Araçuaí /MG
A atividade de extensão, executada entre maio de 2014 e abril de 2016, coordenada pelos servidores Edilson Luiz Cândido, Paulo Ivan Andrade, Narjara Fonseca e Elaine Ferrari de Brito, buscou desenvolver e incentivar a arborização do referido bairro São Francisco, no município de Araçuaí.
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rimeiramente, as bolsistas vinculadas ao projeto realizaram um trabalho de educação ambiental junto aos moradores. Foram apresentados os benefícios da arborização urbana e feito um levantamento das residências, cujos moradores demonstraram interesse em ter árvores implantadas na calçada, observando também a viabilidade técnica da inclusão de árvores em cada local. “O sucesso de um trabalho deste tipo está altamente vinculado à participação dos moradores, que devem arcar com o compromisso de molhar as mudas todos os dias, o que é muito importante nestes primeiros meses”, afirma o professor Paulo Ivan.
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A ideia é fazer um trabalho contínuo e a longo prazo, cumprindo o papel do IFNMG – Campus Araçuaí na melhoria da qualidade de vida da comunidade. O projeto contou com o apoio dos seguintes parceiros: Instituto Estadual de Florestas – IEF, Companhia Brasileira de Lítio – CBL, Flor & Cultura e Prefeitura Municipal de Araçuaí. Na foto ao lado, a seguir, os alunos do curso Técnico em Meio Ambiente do IFNMG – Campus Araçuaí participam do plantio de várias mudas de árvores no bairro São Francisco. Os discentes foram acompanhados pelo professor Paulo Ivan Lima de Andrade e pela servidora do campus, Narjara Fonseca Souza. Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Projeto
Coordenadora: Ane Marielle Monteiro Matos Bolsistas: Amanda Gabriela Alves Silva e Poliana Magalhães Reis Voluntária: Marília Fernandes Santos Campus: Januária
Educação Socioambiental: formando uma geração consciente Este projeto constituiu-se de uma busca por levar os alunos da Escola Estadual Professor Claudemiro Alves Ferreira a conhecerem e terem a oportunidade de se dedicar um pouco em relação aos cuidados com o meio ambiente. Como a escola é grande e haveria muita dificuldade em atender a toda a comunidade discente, foram escolhidos os alunos do sexto ano, que já têm uma base do assunto, mas que ainda estão em formação de conceitos e poderiam assimilar bem a importância do tema.
O
que justifica este trabalho é a necessidade de que cada um de nós dedique um pouco de nosso tempo a cuidar do meio ambiente, já que é a qualidade ambiental que permite a sobrevivência dos seres humanos na Terra. É necessário aprendermos sobre coleta seletiva e reciclagem, incentivar a arborização, através da produção de mudas de árvores e incentivar uma alimentação saudável, com a produção da horta. Entre os objetivos atingidos, podemos citar o incentivo aos alunos e a disseminação da importância de Revista de Extensão do IFNMG
preservarmos os recursos naturais, através de palestras, minigincanas, apresentações de vídeos e filmes e discussões. Também fizemos pequenas mudas para que os alunos pudessem levar e cuidar em casa, incentivando a arborização e a alimentação saudável. Além disso, foram realizadas oficinas com materiais reciclados e montadas lixeiras de coleta seletiva na escola. Diante das atividades realizadas e do grande interesse e participação dos alunos, esperamos que o conhecimento gerado seja levado adiante, que os alunos possam 45
vivenciar, no seu dia a dia, o que aprenderam e que possam levar esse conhecimento a quem não teve ainda a oportunidade de conhecer a importância de cuidar do meio ambiente, tais como vizinhos, familiares e/ou colegas. Nosso projeto se tornou mais fácil devido à facilidade de comunicação e disposição das acadêmicas; ao apoio dos professores e da gestão da escola; ao apoio da orientadora do projeto; ao planejamento adequado e ao interesse e participação dos alunos. Também tivemos algumas dificuldades, as quais podemos citar: a greve que dificultou um pouco o processo, por causa da dificuldade de conseguir materiais; 46
a escola executou muitos projetos e, muitas vezes, havia dificuldade em agendar os eventos do projeto; alguns alunos não tinham interessem em participar; outros ficavam muito agitados e atrapalhavam um pouco as oficinas. O principal resultado obtido foi o conhecimento dos alunos sobre o meio ambiente e a conscientização deles sobre o assunto. Esperamos que, diante do nosso trabalho, os alunos possam mudar suas práticas, adotando posturas ambientalmente adequadas, que possam levar tais atitudes para além dos muros da escola, e que a coleta seletiva seja efetivada, uma vez que, após realizado nosso trabalho, esperamos que os
alunos, a escola e a comunidade deem continuidade ao projeto. Para as acadêmicas, fica o aprendizado. O aprendizado que ocorreu no planejamento, pesquisa, elaboração e execução das palestras e demais atividades; o aprendizado em lidar com tantas pessoas diferentes, principalmente com os alunos; o aprendizado do quão árdua é a atuação dos professores e, ainda, o aprendizado de como os alunos têm muitas coisas a ensinar também. Concluímos, afirmando o quanto é gratificante e prazeroso trabalhar com algo em que acreditamos tão profundamente, que é levar a consciência ambiental a crianças em processo de aprendizagem.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Aline Caciquinho Ferreira Ribeiro Bolsistas: Bárbara Ohana Corrêa Silva e Elayne Gonçalves Campus: Januária
Projeto
Melhor Idade em Ação: Idosos em situação de vulnerabilidade social residentes no Asilo João XXIII, da cidade de Januária Minas Gerais
O projeto teve como propósito melhorar a saúde dos idosos, tanto no aspecto físico quanto mental. Além disso, o projeto interfere no bem-estar da pessoa idosa, contribuindo para sua ressocialização, por meio de mais atenção, lazer e atividades terapêuticas.
O
departamento de extensão do IFNMG - Campus Januária, juntamente com a assistente social Aline Caciquinho Ferreira Ribeiro (coordenadora do projeto), com a bolsista do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental Bárbara Ohana e a bolsista do curso de Biologia Elayne Gonçalves, tendo também ajuda da voluntária Larissa Rodrigues e demais colaboradores, como Rosângela Ramos, Edson Moraes Ataíde, Clarissa do Amaral Azevedo e Warley, executaram o projeto “Melhor Idade em Ação: Idosos em Situação de Vulnerabilidade Social Residentes no Asilo João XXIII, da cidade de Januária Minas Gerais”. O projeto foi realizado durante sete meses, proporcionando aos idosos atividades terapêuticas, atividades de lazer, atividades para melhoria física e mental, comemoração de aniversários entre outras confraternizações, atividades extra-asilares e palestras. Tudo teve como propósito atender às necessidades, buscar melhorias à saúde Revista de Extensão do IFNMG
dos idosos, à autoestima, à ressocialização, à melhoria na convivência asilar, à busca de lazer aos idosos em ambiente asilar e extra-asilar, bem como fornecer informação aos funcionários sobre meio ambiente e ações sustentáveis. Os funcionários do asilo relataram grande melhora na saúde física e mental dos idosos, na autoestima, melhoras no humor e também gran-
de satisfação deles com o projeto. A ressocialização dos idosos também foi um aspecto positivo, pois as atividades e passeios extra-asilares contribuíram bastante para uma melhora nessa socialização. Os idosos agradeceram muito por tudo o que lhes foi proporcionado com o projeto e a todos que fizeram com que ele acontecesse de uma forma tão maravilhosa. 47
Coordenador: Adriano Antunes Prates Bolsista: Rayssa Ramos Ferreira Voluntários: Hélio Santana Ribeiro Júnior e Joice Ferreira Passos Campus: Januária
Projeto
Inclusão Digital na APAE da Cidade de Januária: o uso do computador como ferramenta de inclusão social
O objetivo geral do projeto foi proporcionar aos alunos portadores de necessidades especiais da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Januária (MG) o acesso e a familiarização com tecnologias da informação e comunicação (TICs), como, por exemplo: computadores, softwares básicos, internet e redes sociais.
O
projeto atendeu cerca de 30 alunos da Instituição, sendo realizados seis encontros, no período de 18/11 a 16/12/2015, sempre às quartas-feiras, com duração média de 90 minutos/encontro. Em todos eles, o IFNMG-Campus Januária disponibilizou o transporte para deslocamento dos alunos beneficiados no trajeto entre a APAE e o laboratório de informática do campus. A acadêmica do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (TADS) Rayssa Ramos Ferreira atuou como bolsista no projeto, exercendo a atividade de facilitadora durante a capacitação dos alunos beneficiados. Os acadêmicos Hélio Santana Ribeiro Júnior e Joice Ferreira Passos, também alunos do curso de TADS, contribuíram eventualmente como voluntários. Todo o projeto foi coordenado pelo professor Adriano Antunes Prates. Uma dificuldade encontrada
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pela equipe durante o projeto foi o preparo adequado dos integrantes para atuarem como mediadores do público portador de necessidades especiais. Entretanto, essa dificuldade foi amenizada com o auxílio dos
professores da APAE, que se fizeram presentes em todos os encontros de capacitação. A partir das experiências adquiridas, percebeu-se que a prática pedagógica adotada pela equipe nos encontros deveria estimular a independência dos alunos na utilização dos recursos tecnológicos, através do estímulo ao uso de aplicações multimídias e interativas, tais como jogos, vídeos e ferramentas de comunicação. Segundo o coordenador, “o projeto contribuiu para o fortalecimento da relação entre o IFNMG-Campus Januária e a comunidade local, incentivo ao desenvolvimento social dos alunos beneficiados, e formação de valores humanísticos dos discentes do curso de TADS envolvidos no projeto”. A avaliação da instituição beneficiada também foi muito satisfatória, uma vez que relatou o interesse da continuidade do projeto para as futuras turmas regulares da Instituição.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Extensão Tecnológica Fogões de queima limpa Scratch 2 VETSALRURAL Manejo sustentável do jatobazeiro Produção de mudas nativas Arranjo produtivo da cachaça artesanal Irrigação de pastagens As pedras vão rolar (e ensinar) Uso do Buriti e a Valorização da Cultura Urucuiana Transferência de tecnologias e ferramentas de gestão Economia Solidária e Qualidade Social I Jornada Astronômica Astronomia na Escola Um problema ambiental a menos Conflitos de uso da terra Revista de Extensão do IFNMG
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Coordenador: MSc. Rogério Alves de Amorim Bolsista: Cléssia Meirielly Barbosa Campus: Salinas
Projeto
Fogões de queima limpa: uma alternativa para comunidades rurais Este projeto está vinculado ao Núcleo de Estudos e Pesquisas Rurais do IFNMG, que desenvolve atividades de extensão e pesquisa junto às comunidades tradicionais do Alto Rio Pardo e Jequitinhonha (MG). Para este trabalho, foi escolhida a Comunidade do Assentamento Vereda Funda, no município de Rio Pardo de Minas.
O
uso da lenha no preparo de alimentos tem passado por gerações e, na atualidade, muitas famílias rurais fazem uso de fogões com esse tipo de combustível. Com o crescente desmatamento, muitas comunidades tradicionais têm dificuldade na aquisição de lenha. Os fogões de queima limpa são mais eficientes que os do tipo convencional e há diversos
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modelos que podem ser adaptados às condições de cada região. A comunidade do Assentamento Vereda Funda busca alternativas sustentáveis de convivência com o bioma Cerrado e o desenvolvimento sustentável. A utilização da tecnologia de fogões de queima limpa constitui uma forma de uso racional da biomassa, significando a redução no uso da lenha. A literatura aponta
modelos de fogões com uma eficiência capaz de economizar até 70% de lenha. A literatura considera que o fogão convencional, além de consumir mais lenha, traz mais riscos à saúde da pessoas que o utilizam, considerando que a fumaça emitida no local de preparo dos alimentos é carregada de material particulado de composição tóxica.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Figura 2. Fogão stove 2 Fonte: http://e-avanstove. blogspot.com.br/
Figura 1. Fogão stove 1 Fonte: http://jangjeon-ri.tistory.com/161
A ideia deste projeto foi o desenvolvimento e adaptação de fogões de queima limpa na comunidade rural Geraizeira de Vereda Funda, como alternativa aos fogões tradicionais. O projeto foi apresentado às lideranças e foram escolhidos dois modelos para adaptação, conforme as figuras abaixo.
O
s modelos escolhidos foram adaptados ao interesse da comunidade. O modelo stove 1 foi selecionado em função do apoio da lenha ser construído com inclinação de 45º, situação que propicia a descida por efeito gravitacional. Geralmente, os fogões de queima limpa apresentam uma câmara vertical, onde os gases, gerados passam por uma combustão bastante eficiente. Observa-se que as panelas ficam mais distantes da lenha do que nos fogões convencionais, situação que propicia melhor queima, pois, quando a panela fica logo acima do fogo, ela “rouba” temperatura das chamas e diminui a eficiência do fogão. O fogão da figura ao lado comporta apenas uma panela e foi adaptado para três peças no equipamento que foi construído na Comunidade de Vereda Funda, ou seja, ganhou o mesmo
Revista de Extensão do IFNMG
Figura 3. Fogão stove 1 adaptado
formato do fogão tradicional. Outro detalhe tecnológico foi a construção de uma câmara com refratário alternativo, deixando um espaço vazio, que foi preenchido com cinza, melhorando a capacidade de isolamento entre a câmara de combustão e o restante da alvenaria do fogão. O barro refratário seguiu a seguinte receita, ajustada para uma
lata de 18 litros: 10% de argila, 5% do tijolo ou telha moída, 15% de vermiculita e 70% de terra vermelha e 200 gramas de cimento comum, 2,5 quilos de açúcar cristal e água (sem cloro). O fogão foi construído em uma oficina com lideranças da comunidade de Vereda Funda, para constituir uma atividade de difusão da tecnologia, conforme imagens a seguir.
Figura 4. Oficina na Comunidade de Vereda Funda: construção do fogão stove adaptado 51
Figura 5. Oficina na Comunidade de Vereda Funda: fogão stove adaptado construído
A lenha fica neste fosso
Figura 6. Oficina na Comunidade de Vereda Funda: detalhe do poio vertical da lenha
Câmara vertical para queima. A lenha desce até aqui enquanto queima
F
oi construído também o modelo do fogão stove 2, sem mudanças significativas, conforme figura 7. O fogão segue o mesmo princípio do modelo anterior, porém a câmara vertical tem o fundo próximo a meia altura do equipamento, diferente do anterior, que começa a 10 centímetros do solo.
Tijolo refratário industrial - Cinza
Tijolo refratário industrial - Cinza
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Observa-se também, na figura 7, que toda a câmara de combustão e condução de calor foi construída em tijolo refratário industrial, pois as peças fabricadas em barro refratário não apresentavam condições de uso no dia da realização da oficina, considerando que, nos dias anteriores, houve chuva e alta umidade do ar, dificultando a secagem. A câmara de combustão também foi revestida com cinza de madeira, para reduzir
a perda de temperatura. Dada a repercussão pela aprovação do fogão na Comunidade do Assentamento de Vereda Funda, representantes do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rio Pardo de Minas apresentaram a ideia para o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Gerais (CAA/NM), que, por sua vez, manifestou interesse em difundir a tecnologia mediante parceria.
Figura 7. Oficina na Comunidade de Vereda Funda: fogão estove 2
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Yuri Bento Marques Bolsista: Lucas Gabriel Tameirão Baur e João Pedro Pereira Grateki Campus: Teófilo Otoni
Projeto
Scratch 2 Introdução à programação de computadores com a ferramenta Scratch 2 para alunos do Ensino Fundamental e Médio
O projeto “Introdução à programação de computadores com a ferramenta Scratch 2 para alunos do Ensino Fundamental e Médio” tem como principal objetivo despertar o interesse dos alunos para a programação de computadores. O Scratch é uma ferramenta desenvolvida pelo MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts) e apresenta a programação de computadores de maneira simples, interativa e lúdica, com blocos que se “encaixam”, a fim de executar alguma ação. A ferramenta permite que o usuário crie o que desejar, desde que desenvolva um raciocínio lógico da sequência de instruções (algoritmo).
É
objetivo também, a partir do interesse do aluno na programação Scratch, apresentar o curso técnico em Informática do IFNMG, onde ele terá oportunidade de ampliar ainda mais seus conhecimentos na área de desenvolvimento de sistemas. Foram visitadas a Escola Estadual Deputado Geraldo Landi (Ensino Fundamental), Escola Municipal Irmã Maria Amália (Ensino Fundamental) e a Escola Estadual Alfredo Sá (Ensino Médio), com o objetivo de realizar os encontros com os alunos interessados. Inicialmente, a introdução à ferramenta Scratch aconteceria nas escolas visitadas, porém, como as
Revista de Extensão do IFNMG
mesmas não possuiam laboratório de informática, os cursos foram realizados no laboratório de informática do IFNMG-Campus Teófilo Otoni e no laboratório de informática móvel (carreta) do IFNMG. Foram apresentadas as possibilidades da ferramenta Scratch, sua interface, as funções dos blocos (eventos, movimento, controle, sensores, aparência, som, caneta e operadores) e do portal oficial da Comunidade Scratch, a fim de demonstrar, na prática, a utilização dos blocos, observando os projetos e os respectivos códigos fonte (scripts) compartilhados no site. Após a familiarização com a interface, foi disponibilizado um tutorial de um projeto desenvol-
vido pelos bolsistas, para que os alunos pudessem desenvolver um jogo. Todos eles conseguiram concluir o projeto, demonstrando interesse e envolvimento, e logo começaram a criar seus próprios projetos com o tempo que restara do encontro. Aproveitamos a oportunidade para apresentar o IFNMG, sua abrangência territorial e os cursos ofertados. Como trabalhos futuros, serão desenvolvidos novos tutoriais e um portal, para que os alunos possam acessar os conteúdos do curso a partir de qualquer dispositivo com Internet, o que maximizará a quantidade de alunos atendidos, ou seja, uma maior abrangência do Instituto na região. 53
Coordenador: Walter Octaviano Bernis Filho Orientadores e Colaboradores: Wolff Camargo Marques Filho; Leonardo Lara e Lanna; Júlio César Oliveira Dias; Marcelo Rossi Vicente; Antônio Carlos Pinheiro Cani Campus: Salinas
Projeto
VETSALRURAL Foco nos anseios do produtor rural O projeto VETSALRURAL foi idealizado, visando atender às necessidades dos produtores rurais na região de Salinas (MG), inicialmente por meio do curso de Medicina Veterinária, nas áreas de clínica, cirurgia, nutrição e reprodução de grandes animais, bem como, a elaboração de projetos (irrigação e plantio de forrageiras), com a participação especial de alunos e professores dos diversos cursos do IFNMG - Campus Salinas.
A
ação técnica (atendimento) desenvolvida pelos estudantes está sendo acompanhada por um professor coordenador e colaboradores (professores orientadores) dos diversos cursos do Campus. Nessa ação, deverão ser avaliados os anseios e perspectivas dos procedimentos a serem realizados, em comum acordo com os produtores rurais, proprietários dos animais atendidos, respeitando as características produtivas das propriedades. O principal objetivo a ser alcançado é levar os alunos e professores participantes à realidade de campo, procurando resolver os problemas gerados nas propriedades rurais de forma racional, por meio da extensão, adaptando as várias tecno54
logias às verdadeiras condições da agropecuária local, como também, aos anseios dos produtores rurais. Um cadastro foi realizado previamente, para a identificação de todos os atendimentos, contendo informações sobre a espécie animal atendida (bovinos, equinos, ovinos, etc), procedência, dados do proprietário e das atividades de produção da referida propriedade rural. Todos os procedimentos realizados nos animais deverão ter autorização, via ficha específica, com a assinatura de seu proprietário. Sabe-se que os conceitos inerentes ao manejo animal, envolvendo a clínica e cirurgia em animais de produção inicialmente, bem como o manejo animal e a mudança no comportamento dos proprietários
Realização de procedimento cirúrgico na fazenda do produtor rural Alberto Barroso
rurais, não serão conseguidos numa única abordagem, mas são objetivos a serem alcançados a longo prazo. Portanto, a partir dos primeiros contatos, obter-se-ão dados importantes para análises (clínicas, laboratoriais e da propriedade rural), interpretações e condutas a serem adotadas, de acordo com as propostas desenvolvidas e adaptadas e as necessidades dos proprietários rurais. Somado a isso, futuras ações Revista de Extensão do IFNMG
poderão ser desenvolvidas para a perpetuação do conhecimento sobre o manejo (clínico, cirúrgico, nutricional e reprodutivo) e o bem -estar dos animais de produção atendidos no projeto. Tais fatos contribuem para uma relação profissional técnica importante, gerando um intercâmbio de prestação de serviços especializados de qualidade e de orientações técnicas direcionadas, envolvendo
alunos e professores do curso de Medicina Veterinária do IFNMGCampus Salinas e os produtores rurais do município e região. Futuramente, o projeto poderá ser redimensionado, no intuito de proporcionar a participação de acadêmicos de todos os cursos do Campus, para que possam fortalecer as ações de extensão, tornandose um projeto multicurso e multidisciplinar. 55
Coordenador: Professor Vinícius Orlandi Barbosa Lima Bolsista: Ayrton Ribeiro Silva Campus: Salinas
Forma específica da árvore de jatobá do cerrado.
Projeto
Manejo sustentável do jatobazeiro em populações naturais visando à produção de farinha alimentar
Para incentivar o uso da farinha do jatobá, projeto avaliou potencial de produção de frutos do jatobazeiro do cerrado e capacitou comunidade rural sobre o manejo extrativista sustentável
O
Cerrado é um bioma rico em biodiversidade, podendo ser explorado de maneira sustentável, como alternativa na geração de renda e no aproveitamento de seus produtos para subsistência dos povos rurais. Neste contexto, o jatobá do cerrado (Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne) se destaca como uma das espécies úteis, no que se refere a seu potencial econômico e social. A polpa do fruto possui aspecto de farinha, que, tradicionalmente, tem alta procura para utilização com fins alimentares e culinários, sendo espécie promissora para geração de renda em curto prazo. De forma a incentivar o uso da farinha do jatobá na alimentação e visando ao fortalecimento da economia local, realizou-se um projeto na região de Rubelita/MG, para avaliar o potencial de produção de frutos do jatobazeiro do cerrado, além de capacitar a comunidade rural sobre o manejo extrativista sustentável, aliado à conservação da vegetação nativa.
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A partir de estudos sobre a morfometria de frutos de jatobá do cerrado, verificou-se a existência de uma variação significativa na quantidade de farinha alimentar e tamanho dos frutos entre árvores de uma mesma população. Isto mostra que é viável a seleção árvores matrizes, que produzam frutos maiores, com maior percentual de farinha alimentar, com o objetivo de aumentar sua produtivi-
dade pelo melhoramento genético de suas progênies. A domesticação e melhoramento da espécie, visando ao aumento da produção de farinha, inicia-se pela coleta de sementes e produção de mudas dos indivíduos selecionados. O plantio destas mudas pode ser realizado em áreas de ocorrência natural da espécie, para enriquecimento das populações, em pomares domésticos ou comerciais.
Detalhe das folhas e frutos do jatobá do cerrado.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Capacitação na Escola Estadual do Povoado de Lagoa de Baixo, Rubelita/MG
N
Capacitação
a Escola Estadual do Povoado de Lagoa de Baixo, município de Rubelita/MG, foram ministrados minicursos para capacitar a comunidade sobre o manejo racional do jatobá do cerrado, produção e plantio de mudas, coleta de frutos e os métodos de extração da farinha. A escolha desta comunidade se deu pela ocorrência natural do jatobá do cerrado na região e pela baixa renda da comunidade, que depende de auxílio dos programas sociais do governo e sofre com a
Revista de Extensão do IFNMG
seca prolongada que tem assolado o Norte de Minas. Foram divulgados os aspectos econômicos e de mercado da farinha do jatobá, além de incentivar o extrativismo sustentável da farinha como complemento alimentar e fonte alternativa de renda para as populações em sua região natural de ocorrência. Foi entregue ao público uma cartilha, informando sobre o beneficiamento do jatobá e receitas para aproveitamento culinário. O destaque para as cozinheiras da comunidade foi a substituição de até 50% da farinha de trigo
pela farinha de jatobá nas receitas apresentadas, proporcionando uma economia significativa na produção de alimentos, com agregação do valor nutricional. O público beneficiado com a capacitação foi de 240 pessoas, entre moradores, alunos e professores da comunidade de Lagoa de Baixo. Como resultado do projeto, podese ressaltar a contribuição na melhoria na qualidade de vida dos moradores da comunidade, através da incorporação do jatobá do cerrado como fonte alimentar e alternativa de renda.
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Coordenador: Renildo Ismael Félix da Costa Discente: Juscelina Leite Ferreira Neta Colaborador: Carlos Henrique Batista Campus: Januária Visita dos pequenos produtores rurais do Vale do Peruaçu, no viveiro IFNMG-Campus JanuáriaMG em 2015
Projeto
Produção de Mudas Nativas visando ao desenvolvimento de atividades de restauração florestal e educação ambiental, Norte de Minas Gerais
A proposta de produção de mudas de espécie arbóreas florestais em viveiro visa dar suporte a atividades de educação ambiental do IFNMG Campus Januária, bem como suprir a demanda de projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas ou perturbadas, minimizando os impactos ambientais das atividades agropecuárias em propriedades rurais no Norte de Minas Gerais.
N
o mês de novembro de 2014, iniciaram-se as ações em sete comunidades rurais do Peruaçu (Vereda Grande I, Vereda Grande II, Areião, Pedras de Buritizinho, Araçá, Várzea Grande e Olhos D’Água), a partir de uma visita, com entrevista semiestruturada, numa amostra de 20 famílias, visando identificar as espécies que seriam utilizadas na propagação. Logo após, começou a propagação das plantas nativas e frutíferas, em bandeja de isopor com 72 células, sob condições de viveiro localizado no IFNMG-Campus Januária. Posteriormente, quando germinadas, elas apresentaram dois pares de folhas verdadeiras, sendo transplantadas para fitocélulas. As mudas permaneceram em viveiro até atingir porte adequado (30 a 40 cm) para o plantio no campo,
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Prática de semeio em bandeja de isopor na oficina sobre produção de mudas realizada na comunidade de Araçá-Peruaçu/ Januária-MG
isso foi alcançado por volta dos seis meses após o transplantio. Vale ressaltar que o tempo de permanência em viveiro varia de acordo com as características peculiares de cada espécie. Foram produzidas 2508 mudas de plantas nativas e frutíferas, tais como: Jatobá (Hymenaea stigonocarpa), Urucum (Bixa orellana), Mutamba (Guazuma ulmifolia), Momoninha (Mabea fistulifera Mart.), Paujeú (Triplaris gardneriana), Carne-de-vaca (Clethra scabra Pers), Jenipapo (Genipa americana), Saboneteira (Sapindus saponária), Leucena (Leucaena leucocephala), Chichá (Sterculia striata), Caraíba (Tabebuia áurea), Umburana (Amburana cearensis), Angico vermelho (Parapiptadenia rígida), Cajuí (Anacardium humile), Baru (Dipteryx alata), Pitomba (Talisia esculenta), Embiruçu (Pseudobombax granContação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Plantio de mudas de Nim (Azadirachta indica) visando a arborização do IFNMG-Campus Pirapora/MG.
diflorum), Pau-ferro (Caesalpinia férrea), Pau-preto (Cenostigma tocantinum), Carobinha (Jacaranda cuspidifolia Mart.), Tingui (Magonia pubescens), Vinhático (Plathymenia rediculata Benth), Gameleira (Ficus adhatodifolia), Gonçalo Alves (Astronium fraxinifolium), Limão cravo (Citrus limonia), Mamão (Carica papaya), Tamarindo (Amarindus indica), Pinha (Annona squamosa), Acerola (Malpighia glabra), Maracujá (Passiflora edulis), Amora (Morus sp), Caju (Anacardium occidentale), Goiaba (Psidium guajava), Romã (Punica granatum). Em um segundo momento, foi realizada uma oficina com a temática produção de mudas, de cunho teórico e prático, contando com a participação de 36 pequenos produtores rurais, na comunidade de Araçá, no Vale do Peruaçu. Ao final do evento, os participantes receberam mudas de frutíferas.
Revista de Extensão do IFNMG
O projeto contribuiu para o suprimento da demanda por mudas de espécies nativas e frutíferas na semana do meio ambiente na comunidade de Vila União, município de Lontra-MG. O evento, intitulado “VII Gincana Ambiental Jogue Limpo Com a Natureza”, teve como propósito promover a arborização e recuperação de nascentes. Também foi realizada a “5ª Cavalgada Ecológica do Vale do Peruaçu”, ocorrida na comunidade de Olhos D’Água, em que houve a doação de mudas de espécies nativas e frutíferas e a restauração florestal em duas áreas na comunidade do Araçá – Peruaçu. Foram fornecidas 765 mudas nativas em área de restauração florestal localizada no IFNMG – Campus Januária. No decorrer do projeto, também foi atendida a demanda de mudas pelos estudantes e funcionários do IFNMG-Campus Januária, que visavam à arborização urbana.
Foi realizada a entrega de mudas nativas e frutíferas nas comunidades que abrangem a região do Vale do Rio Peruaçu (Vereda Grande I, Vereda Grande II, Areião, Pedras de Buritizinho, Araçá, Várzea Grande e Olhos D’Água), enfatizando a recuperação de áreas degradadas e/ou perturbadas e o enriquecimento dos quintais produtivos locais. O projeto também participou da V Semana de Ciência e Tecnologia do IFNMG-Campus Pirapora. Na oportunidade, foram realizados a doação e o plantio de mudas de espécies florestais e frutíferas, com a finalidade de arborização. Os estudantes da instituição auxiliaram no plantio das mudas. A produção de mudas de espécies florestais representa uma atividade de grande relevância ambiental e socioeconômica. A experiência vivenciada ao lado dos pequenos produtores rurais do Vale do Peruaçu, durante toda a trajetória até o término (novembro de 2015), fez-nos perceber a perseverança, a hospitalidade e a alegria presentes em cada um. Estamos gratos pelos valiosos ensinamentos adquiridos com essa convivência. É gratificante saber que o pouco para eles equivale a muito. E, muitas das vezes, ignoramos uma coisa simples no nosso dia a dia, mas é através da simplicidade que conseguimos enxergar os maiores ensinamentos. 59
Coordenador: Felipe Lisboa Guedes Participante: Edinei Canuto Paiva Bolsista: Ricardo de Almeida Souza Voluntários: Felipe Silva César, Geraldo Rodrigues Neto Oliveira, Ana maria Gonçalves Ferreira e Mylena dos Reis Mendes Campus: Januária
Projeto
Reestruturação do arranjo produtivo da cachaça artesanal
da microrregião de Januária - MG: um resgate da Cooperativa de Produtores de Cachaça Princesa Januária O projeto de “Reestruturação do arranjo produtivo da cachaça artesanal da microrregião de Januária - MG: um resgate da Cooperativa de Produtores de Cachaça Princesa Januária” é um projeto de extensão com interface na pesquisa, em execução desde 20 de fevereiro 2015. Nos últimos anos, a demanda crescente do consumo da cachaça, produto genuinamente brasileiro, tem levado também a um aumento das exigências por produtos de qualidade, tanto por parte dos consumidores, quanto por parte dos órgãos fiscalizadores. Além de ter que lidar com a acirrada competição do mercado, os produtores de cachaça artesanal sofrem com a ineficiência de gestão dos processos produtivos da cachaça. Mesmo tendo o nome consolidado no mercado como produtor de excelentes cachaças, possuindo famílias tradicionais tanto na produção quanto no envelhecimento e envase, a região de Januária tem sofrido muito com a falta de padronização na cadeia produtiva.
O
projeto tem, como principais objetivos, o resgaste da atividade produtiva da Cooperativa de Produtores de Cachaça Artesanal de Januária (COOP CAD), a revitalização da produção de cachaça de alambique, a conquista de mercado adequado a este produto economicamente importante para esta microrregião e a organização administrativa da cooperativa. O projeto se iniciou com reuniões, onde pôde ser observada a baixa estima dos integrantes da coopera-
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tiva; em seguida, houve a elaboração e aplicação de um questionário junto aos produtores de cana-de -açúcar (cooperados), levantando seus dados econômicos e das propriedades, bem como variedades de canas plantadas, tamanho da área, doenças existentes nos canaviais, distância dos mesmos à sede da COOP CAD. Posteriormente, prosseguimos com a análise de variedades que possuem maior rendimento de caldo, com posterior rendimento de cachaça, adaptabilidade das variedades às condições endafocli-
máticas da região. Em seguida, passamos para a organização da parte administrativa da cooperativa, com a realização de prestações de contas dos anos de 2012, 2013, 2014 e 2015, organização e arquivamento de notas fiscais e documentos fiscais, eleição de uma nova diretoria, elaboração de pesquisa de mercado,
Revista de Extensão do IFNMG
limpeza e organização do escritório, apoio na implantação de uma horta para reaproveitamento da água residual do processo de destilação. O projeto prossegue com a elaboração de um plano de marketing, plano de negócio, plano de controle financeiro, estratégias de vendas, coleta de solos nas propriedades dos
cooperados e cursos em áreas diversas. Espera-se, com a organização da cooperativa, que os seus integrantes entendam a verdadeira essência do cooperativismo, que é a união em prol do bem comum dos seus cooperados, alavancando os ganhos reais com a venda de cachaça, um produto nacional de sabor único.
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Professores: Marcelo Rossi Vicente e Antônio Carlos Pinheiro Cani Graduandos: Jean Barcello Xavier Bahia, Marcelo Gonçalves Motta Junior e Caio Ferreira da Silva Campus: Salinas
Projeto
Irrigação de pastagens como alternativa para a revitalização da atividade
Teste de uniformidade de aplicação de água
agropecuária em pequenas propriedades na região de Salinas - MG O projeto tem como objetivo o desenvolvimento de um pacote tecnológico para o manejo da irrigação de pastagens na região de Salinas, contribuindo para a conservação dos recursos hídricos e geração de renda no meio rural.
A
produção agropecuária tem considerável importância para a economia do Brasil, de Minas Gerais e do Vale do Jequitinhonha, em particular, além de ter sido, no passado, uma atividade pioneira que contribuiu decisivamente para a povoação de grandes extensões do território brasileiro e mineiro, tendo influenciado o surgimento de inúmeras cidades. Diante dessa importância, implantou-se a primeira área de observação e pesquisa em manejo da irrigação simplificado, na Fazenda Jatobá, no município de Salinas-MG, em parceria com o Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos e Ambientais do Norte de Minas Gerais (Hidrovales) e IFNMG-Campus Salinas. A propriedade rural desenvolve, como principal atividade, a pecuária leiteira e possui uma área de, aproximadamente, dez hectares irrigados por aspersão convencional fixa (pastagem e milho para silagem). Inicialmente, foi realizado um diagnóstico dos sistemas de irriga-
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ção, em que se observaram: misturas de aspersores nas linhas laterais; mistura de bocais dos aspersores e vazamentos nas tubulações. Após o diagnóstico, foi realizada a avaliação do sistema de irrigação por aspersão (fotos), em que se determinou o coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC). O valor de CUC encontrado foi de 60%, considerado inadequado para sistemas de irrigação por aspersão convencional. A principal causa dessa baixa uniformidade foi a pressão inadequada de serviço dos aspersores, 13 m.c.a (o mínimo recomendado é 20 m.c.a para o modelo de aspersor utilizado).
Diante dos resultados, foi elaborado o redimensionamento do sistema de irrigação após reunião com o proprietário rural, que optou pela troca do conjunto moto-bomba. Após a troca, será iniciada a próxima etapa do projeto, na qual será realizado o manejo da irrigação simplificado, utilizando planilhas impressas nas áreas de pastagem e milho. Posteriormente, as áreas de observação e pesquisa serão utilizadas como locais de difusão de tecnologia do manejo da irrigação simplificado para alunos do IFNMGCampus Salinas, pecuaristas, técnicos da assistência técnica e extensão rural. Determinação da vazão do aspersor
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Elaine Ferrari de Brito Participantes: Emerson de Oliveira Muniz, Eliane Ferreira Campos Vieira, Elizangeli Fátima Serafim de Carvalho e João Luiz Jacinhto Bolsistas: Darlane da Silva Gonçalves, Edneide Santos Jardim Coutinho e Gislene Rocha de Souza Gama Campus: Araçuaí
Projeto
As pedras vão rolar (e ensinar): o uso de uma litoteca itinerante como
instrumento de educação ambiental e de divulgação da geodiversidade mineral do município de Araçuaí e região Assim, com evidente foco educacional, o presente projeto de extensão tem como proposta a criação e sistematização de uma coleção de amostras que expresse a geodiversidade dos recursos minerais da região, oriundas de coletas em campo e doações de alunos, professores e comerciantes de pedras locais, e de sua exposição permanente no Campus Araçuaí do IFNMG.
O
território compreendido por Araçuaí e municípios limítrofes apresenta grande geodiversidade mineral, sobretudo, pela riqueza gemológica que faz dessas terras uma das importantes áreas produtoras de pedras preciosas do mundo. Contudo, mesmo com a tradicional extração mineradora na região, representada pelos seus muitos garimpos e indústrias de diferentes portes, os habitantes do município em especial, a maioria residente na área urbana, têm um distanciamento espaço-cotidiano desse rico universo temático. Assim, com evidente foco educacional, o presente projeto de exten-
Revista de Extensão do IFNMG
são tem como objetivo a criação e sistematização de uma coleção de amostras que expresse a geodiversidade dos recursos minerais da região, oriundas de coletas em campo e doações de alunos, professores e
comerciantes de pedras locais, e de sua exposição permanente no Campus Araçuaí do IFNMG. A partir da constituição gradativa desse ambiente didático-pedagógico nucleador e de sua reserva técnica, o trabalho montará uma litoteca itinerante, com o objetivo da visitação de escolas públicas e privadas do município de Araçuaí. Nestas visitas, com o mote possibilitado pela presença in loco da coletânea de amostras minerais da região, pretende-se despertar a curiosidade dos alunos para a geodiversidade de recursos e para as atividades mineradoras localmente existentes. 63
Evolução
N
a primeira edição do projeto (2015), várias escolas do município foram visitadas, como as escolas estaduais, Industrial São José e Arthur Berganholi e o Colégio Particular Nazareth. Além disso, foram realizadas várias coletas de minerais e rochas em campo, visando compor a litoteca permanente no campus. No ano de 2016, iniciamos a segunda edição do projeto, com o objetivo de concretizar a litoteca permanente e de ampliar as visitas às escolas do município.
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O projeto atualmente é desenvolvido pelas bolsistas Ednedide Miranda, Gislene Gama, ambas do curso de Tecnólogia em Gestão Ambiental e Darlany Silva do curso técnico em Meio Ambiente. O projeto ainda conta com a participação de voluntários: Richard Medeiros, Thais Amorim, Rayane Ramalho e Letícia Siqueira. Iniciamos os trabalhos com a Escola Municipal José Gonçalves Soares, localizada na zona rural do município, com cerca de 250 alunos. Nessa apresentação, mostramos os principais minerais existentes na região, como o quartzo, feldspato, espodumênio (lítio) as micas. Além
disso, abordamos a presença desses minerais no nosso dia a dia, falando sobre o seu uso e destino. Falamos da importância da região, que se tornou famosa mundialmente nos últimos vinte anos, em decorrência da grande produção e variedade de cores de suas turmalinas gemológicas. Ao final da apresentação, os alunos da escola manipularam as amostras e puderam interagir com os integrantes do projeto. Durante o período de execução do projeto, pretendemos visitar mais seis escolas do município e ainda receber mais quatro escolas para visitas à litoteca permanente do campus.
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Coordenadora: Profa. M.Sc. Cátia Caixeta Guimarães Reis Bolsista: Luany Soares Vieira Campus: Arinos
Projeto
Uso do Buriti e a Valorização da Cultura Urucuiana O projeto, realizado entre abril e dezembro de 2015, tem como objetivo incentivar o uso sustentável dos recursos naturais do cerrado, com a produção de peças artesanais e móveis, com o uso da palmeira buriti, para os servidores terceirizados do IFNMG-Campus Arinos.
O
projeto possibilitou a conscientização sobre a importância do bioma, sua relação com os recursos hídricos do Brasil e a importância do buriti para o bioma cerrado, além de incentivo ao uso racional dos recursos florestais não madeireiros. Além disso, o projeto possibilitou aos servidores terceirizados uma nova atividade econômica, permitindo a análise da viabilidade econômica da confecção de móveis, artesanatos e utensílios domésticos feitos com buriti. As oficinas de construção de móveis e utensílios domésticos, confeccionados com as hastes da palmeira buriti (Mauritia flexuosa), coletadas de modo não predatório, respeitaram todas as premissas da educação ambiental, conforme orientações da Polícia Militar Ambiental de Arinos-MG. As servidoras terceirizadas participaram aos sábados, utilizando apenas serra manual, martelos,
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cola e pregos, para a confecção dos móveis e utensílios domésticos. Como as oficinas aconteceram aos sábados, algumas delas tiveram que ser desmarcadas por conta do sábado letivo. Também por causa dos encontros ao final de semana, foram registradas ausências por parte dos cursistas. Contudo, isso não impediu a promoção da valorização do uso dos recursos não madeireiros do cerrado, a interação entre cursistas e coordenadores, com trocas de experiências, as possibilidades de renda extra e o conhecimento em torno da matéria-prima. Por fim, é possível concluir que as cursistas desenvolveram, com habilidade, a confecção das peças artesanais e móveis feitos com a madeira do buriti, de forma consciente e racional, utilizando os recursos desse bioma do cerrado brasileiro, valorizando a cultura uruciana e possibilitando uma renda extra. 65
Coordenador: Professor André Aristóteles da Rocha Muniz Acadêmicas ex-bolsistas do PIBED: Patrícia Oliveira Correia e Edenilma Duarte Galvão Campus: Januaria
Projeto
Transferência de tecnologias e ferramentas de gestão com assessoramento in loco de cooperativas e associações de Januária e região
Partindo dos princípios da economia solidária, objetivamos, com o projeto de extensão intitulado “Transferência de Tecnologias e Ferramentas de Gestão com Assessoramento in loco de Cooperativas e Associações de Januária e Região”, contribuir para a otimização de arranjos produtivos, como uma forma de contribuir para a elevação da qualidade de vida, fortalecimento do trabalho e geração de renda, além de propiciar o fortalecimento do trabalho em grupo e o desenvolvimento social e sustentável dos empreendimentos econômicos solidários, através da transferência de tecnologias e ferramentas de gestão.
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economia solidária apresenta-se, em contraposição ao sistema capitalista, ligada diretamente ao cooperativismo, inclusão social e econômica, autogestão, democracia, sustentabilidade, geração de trabalho e renda, minimização da pobreza e da miséria, igualdade, solidariedade, desenvolvimento sustentável e solidário. Manifesta-se, ainda, como um agrupamento de atividades econômicas por meio da produção, distribuição, comercialização, troca, consumo, poupança e crédito, desenvolvidos dentro dos empreendimentos, associações, cooperativas e/ou grupos produtivos organizados coletivamente, sendo regidos pelos princípios da autogestão e pela busca constante do desenvolvimento social, através do uso consciente dos recursos.
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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
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artindo desses princípios, objetivamos, com o projeto de extensão intitulado “Transferência de Tecnologias e Ferramentas de Gestão com Assessoramento in loco de Cooperativas e Associações de Januária e Região”, contribuir para a otimização de arranjos produtivos, como uma forma de contribuir para a elevação da qualidade de vida, fortalecimento do trabalho e geração de renda, além de propiciar o fortalecimento do trabalho em grupo e o desenvolvimento social e sustentável dos empreendimentos econômicos solidários, através da transferência de tecnologias e ferramentas de gestão. Foram contemplados com o projeto quatro empreendimentos econômicos solidários, sendo 03 (três) associações: Associação dos Usuários da Sub-Bacia do Rio dos Cochos (ASSUSBAC), Associação de Pequenos Produtores Rurais e Artesãos da Comunidade de Olaria e Adjacências e a Associação da Colônia dos Pescadores e Agricultores de Pedras de Maria da Cruz (Z16). A Cooperativa Revista de Extensão do IFNMG
dos Produtores de Cana-de-açúcar e Derivados (COOPCAD) também foi contemplada. Após a aceitação da intervenção do projeto, foi traçado um plano de metas para cada empreendimento, haja vista que cada um deles desenvolve atividades distintas, embora todos tivessem em comum a prática da autogestão e sonhassem com a possibilidade de se desenvolverem e terem seus produtos reconhecidos no comércio em nível regional. Algumas demandas eram comuns a todos os empreendimentos, que demandavam por ferramentas de gestão que contribuíssem com a efetividade das atividades administrativas, desenvolvidas no âmbito do escritório, controle de produção e comercialização, organização, layout, controle de documentos, controle efetivo de entradas (insumos, matéria-prima) e saídas (de produtos), precificação e ponto de equilíbrio, lucratividade, estoque, controle financeiro, custo de produção, análise de mercado, marketing, comercialização etc. 67
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través do acompanhamento, assessoramento, qualificação, oficinas, rodas de conversa, debates, dinâmicas em grupo, entre outros, foi realizada a transferência de tecnologias e ferramentas de gestão aos empreendimentos, que foram estimulados a criar um fundo comum, controle de entradas e saídas, controle financeiro, expansão mercadológica e participação em feiras, Simpósio de Administração e Mostra de Extensão no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG), no Campus Januária. Tudo isso configurou-se numa excelente oportunidade de demonstrar e alavancar o trabalho em meio ao público presente. Além da comunidade acadêmica, estavam presentes também outros profissionais externos, inclusive empresários, que demonstraram grande apreço pelo trabalho desenvolvido. Foram estimulados também a fazer uma análise SWOT ou FOFA (pontos fortes, pontos fracos, ameaças e oportunidades) em relação ambiente interno e externo de cada empreendimento, em relação ao mercado, cliente e potencial de produção, além de uma análise mercadológica, roupagem do produto e o marketing voltado a este, incenti-
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vando-os a pensar e rever conceitos sobre onde estavam e onde gostariam de chegar. Entre as ferramentas e tecnologias de gestão, a que contribuiu
para maior efetividade das tarefas e clareza nos resultados foi o uso de planilhas e formulários para quantificar vendas, custos, entradas e saídas. Através de visitas semanais, oficinas, rodas de conversa e articulações, foi possível avançar em muitos aspectos além do esperado, como a influência no fortalecimento do trabalho em grupo, participação e comercialização em feiras e seminários, disseminação do conhecimento sobre a Economia Solidária e sua importância para o crescimento e desenvolvimento social do grupo. A realização do projeto contribuiu para o fortalecimento dos empreendimentos econômicos solidários, possibilitando sua melhor visibilidade e potencialização dos princípios da Economia Solidária, além de contribuir para a geração de trabalho, renda e sustentabilidade familiar, através da aplicação de tecnologias e ferramentas de gestão, nos empreendimentos, melhorando o arranjo produtivo. As pessoas envolvidas demonstraram ter se tornado cidadãs mais conscientes, críticas, participativas e atuantes na sociedade, através dos princípios de solidariedade, justiça, democracia e economia solidária.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Danilo Pereira Ribeiro Bolsistas: Willyan Caldeira Corte (EAA), Mariana de Jesus Pereira (AGRO), Beluza Veloso Martins de Souza Santos (BIO), Victor Felipe dos Reis Oliveira (TADS) e Marilia Fernandes Santos (ADM) Campus: Januária
Capacitação em boas práticas de preparo primário de alimentos, voltado para a produção de polpa de fruas e realizado com a parceria do Senar
Projeto
Economia Solidária edos Agricultores Qualidade Social do Rio dos Cochos Esse projeto, idealizado pela equipe técnica da INCUBATECS, com significativa atuação de acadêmicos dos cursos superiores do IFNMG- Campus Januária, foi contemplado com recursos do Programa de Extensão Universitária MEC/SESu, PROEXT 2015 e executado sob a coordenação do professor Danilo Ribeiro e por acadêmicos dos cursos de Administração, Agronomia, Biologia, Engenharia Agrícola e Ambiental e de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.
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s acadêmicos Marília Fernandes, Mariana Pereira, Beluza, Willyan Corte e Victor Felipe, respectivamente dos cursos de Administração, Agronomia, Biologia, Engenharia Agrícola e Ambiental e de Tecnologia em Análises de Desenvolvimento de Sistemas, foram contemplados com bolsas pagas com recursos do projeto, aumentando a oferta de bolsas de extensão do IFNMG- Campus Januária. O projeto foi realizado para atender os agricultores familiares de comunidades de Cabeceira dos Cochos, Sumidouro, Sambaiba, Mamede, Roda D´água e São Bento, que estão às margens do rio Dos Cochos no município de Januária-MG. As famílias receberam capacitações em diversos temas, que foram definidos em reuniões com as comunidades, como: artesanato, primeiros socorros, produção de mudas e de hortaliças, controle alternativo de pragas e doenças Revista de Extensão do IFNMG
de culturas agrícolas, adubação orgânica, organização produtiva, gerenciamento e comercialização, noções de informática, fontes de energia alternativas e de baixo custo, produção de sabões de menor impacto ambiental, preservação e proteção de nascentes, uso da palma forrageira na alimentação humana e animal e práticas de produção de polpa de frutas com controle de higiene.
Muitas das capacitações foram realizadas por meio de parcerias com outras entidades, como Senar, Corpo de Bombeiros, IEF e servidores do IFNMG que não estavam diretamente ligados ao projeto. Em todas as capacitações, além de material específico da capacitação, os participantes receberam kits com embalagens para armazenamento e comercialização de polpa de frutas, mel e compotas.
Capacitação em artesanato com trançado de fitas em toalhas
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Capacitação em produção de adubos orgânicos, realizada com o apoio do servidor Márcio Santos do setor de horticultura do IFNMG - Campus Januária
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projeto contemplou ainda o acompanhamento de atividades e aquisição de utensílios e equipamentos para estruturação da agroindústria da associação dos agricultores do rio Dos Cochos, como balança, fogão, mesa de inox para manipulação de alimentos e bebedouro. Os acadêmicos envolvidos contribuíram com conhecimentos adquiridos nos seus cursos e se aprimoraram para ministrar algumas das capacitações, sob a orientação do professor Danilo Ribeiro. Com isso, puderam se desenvolver profissionalmente e se familiarizar com as particularidades e demandas das famílias de pequenos agricultores. A equipe técnica da Incubatecs agradece ao MEC/SESu, aos parceiros envolvidos e à equipe de gestão do IFNMG- Campus Januária, que geriu os recursos e deu total suporte para que o projeto pudesse ser realizado integralmente.
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Capacitação em produção de sabões de menor custo e impacto ambiental
Capacitação em primeiros socorros realizada em parceria com o Corpo de Bombeiros de Januária
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Coordenador: Geraldo Magela Cardoso Bolsista: Guilherme Carvalho Soares de Souza Lima Voluntário: Edivaldo Lima Máximo Campus: Salinas
Projeto
I Jornada Astronômica do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais O objetivo deste projeto foi realizar uma intervenção didática com estudantes do ensino médio. Para isso, foi proposta a criação de um clube de astronomia, com o intuito de estudar sobre a ciência astronômica, fazer observações dos corpos celestes e desenvolver trabalhos na área de astronomia, bem como de interrelacionar-se com as demais áreas, tais como: física, matemática, biologia, química e ciência da computação.
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ara o atendimento dos objetivos, o projeto foi realizado no período de sete meses. Utilizamos, como uma das principais atividades laborais, o trabalho com telescópio institucional CPC 800 Celestron (telescópio e periféricos), bem como um recurso computacional (aplicativo), denominado stellarium. Os estudantes contaram também com pequenas oficinas, que os auxiliaram no conhecimento sobre a história da astronomia; criação dos primeiros telescópios; construção de equipamentos e material didático de baixo custo; manuseio do telescópio institucional; efeitos climáticos causados pelos movimentos dos corpos celestes. Ainda
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estudaram como funciona a cosmografia dos diferentes tipos de constelações e estudaram o Sol, a Lua, os Planetas do Sistema Solar, as Constelações e as Estrelas, observando-os. Após o término dos trabalhos realizados no projeto, foi percebido que os participantes se interessaram pelo estudo da astronomia e áreas afins. As atividades foram conduzidas de forma a motivar e efetivar a continuidade dos estudos, mesmo após o término das atividades do projeto. Assim, como proposto pelo projeto, o papel dessa intervenção foi fundamental, pois a permanência dos estudos através do clube de astronomia dentro da instituição ocorre até a presente data. 71
Coordenador: Prof. Magno Brabosa Dias Bolsistas: Alana Cristina Ferreira Ribeiro, Bruna Rodrigues de Almeida e Gabriela Aparecida Martins Soares Campus: Araçuaí
Projeto
Astronomia na Escola D
Tal projeto objetivou-se de tornar a prática de observação astronômica por meio de um telescópio acessível aos estudantes e professores das escolas do município de Araçuaí. entre as atividades, buscou-se, demonstrar e explicar sobre as constelações (Cruzeiro do Sul, Escorpião e Órion), as fazes da lua e as distâncias astronômicas, e utilizando para tal, alguns instrumentos, como a carta celeste e o telescópio, em locais públicos, como: praças, escolas municipais e estaduais, e também em comunidades rurais. Algumas atividades foram desenvolvidas inclusive em Comunidades Tradicionais, como na Aldeia Indígena Cinta Vermelha, localizada próximo ao Distrito de Itira, zona rural de Araçuaí, com ampla participação da comunidade. Para as observadoras ‘Milene Torres e Sheila Márcia Barbosa’ a iniciativa foi muito interessante e possibilitou um amplo conhecimento sobre o tema.
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Resultados do trabalho foram apresentados no IV SINTEGRA (Semana da Integração: Ensino, Pesquisa e Extensão), realizado pela UFVJM, em Diamantina/MG, em 2015. E também apresentado na II MOSTRAR (Mostra Científica das Escolas em Araçuaí), sendo premiado em 3º lugar, na modalidade fundamental.
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Coordenador: Ivan Carlos Carreiro Almeida Bolsistas: Alexandra Guimarães Rocha e Thayná Karen Babosa Voluntária: Maria da Gloria Loesch Campus: Teófilo Otoni
Projeto
Um problema ambiental a menos, uma fonte de renda a mais Estudantes do Curso Técnico em Meio Ambiente do IFNMG-Campus Teófilo Otoni, sob orientação do professor Ivan Almeida, conduziram o projeto “Um problema ambiental a menos, uma fonte de renda a mais”, o qual teve como intuito capacitar a população de Teófilo Otoni para a produção de sabão ecológico que utiliza “óleo de cozinha” como principal matéria-prima.
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ara a capacitação, foram visitadas dez escolas da rede pública municipal e estadual do município de Teófilo Otoni, além das capacitações, durante toda a semana do evento Instituto na Praça, realizado na praça central de Teófilo Otoni, totalizando um público de mais de 200 pessoas, incluindo crianças, adultos e idosos. Objetivou-se, com este projeto,
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mostrar para a sociedade o quanto é nocivo e prejudicial ao meio ambiente o óleo despejado nas pias das nossas cozinhas, por conta da contaminação dos rios, córregos e/ ou lagos, prejudicando as plantas aquáticas, os micro-organismos, os peixes, entre outros seres. Quando há sistema de tratamento de esgoto, esses óleos danificam as tubulações e oneram os custos do tratamento.
Então, a reutilização do óleo na produção de sabão é uma forma de reduzir a contaminação ambiental, bem como gerar renda extra para as pessoas que abraçam a ideia do projeto. Os cursistas foram bastante participativos nas atividades desenvolvidas e demonstraram interesse em dar continuidade ao citado projeto nas escolas, o que fortalecerá a proteção ao meio ambiente.
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Vertedouro da barragem de Salinas e vista do lago
Coordenador: Prof. Ronaldo Medeiros dos Santos Equipe: Prof. Marcelo Rossi Vicente, Prof. Vinícius Orlandi Barbosa Lima, Prof. Eduardo Roman Albuquerque, Danyelly Távellyn Oliveira Galvão (discente) , Gesiane Simara Barbosa (discente) e Diana Marques Silva (discente) Campus: Salinas
Projeto
no entorno da barragem de Salinas/MG: mapeamento, caracterização e conscientização socioambiental
O lago da barragem de Salinas é uma importante reserva hídrica para vários municípios de sua região. Estende-se por uma área de 12,7km² e pode armazenar até 85km³ de água, perenizando o rio Salinas, abastecendo a cidade e gerando emprego e renda ao proporcionar a irrigação de cerca de 2.220 hectares de terra. Formado no início da década de 90, a sua bacia e o seu entorno têm passado por fortes mudanças quanto ao uso e cobertura da terra, o que, consequentemente, pode gerar uma série de impactos negativos ao lago, como poluição, assoreamento e redução da água armazenada.
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esse sentido, foi iniciado em 2015 um projeto de extensão com o objetivo de caracterizar o estado da Área de Preservação Permanente do lago – uma faixa marginal de 100 metros, medida a partir do seu nível máximo, que, se preservada, funciona como uma proteção natural à poluição e ao assoreamento. Na primeira etapa, a caracterização foi efetuada delimitando a APP do lago e mapeando o uso/cobertura da terra nessa faixa, utilizando mapas digitais de relevo e imagens de satélite. Vários problemas foram identificados, como agricultura e pecuária sendo praticadas em áreas que deveriam estar cobertas por floresta. Na segunda etapa, em execução, esses problemas serão melhor estudados em campo, por meio de incursões e entrevistas a moradores/produtores da área, a partir do que serão oferecidos cursos e palestras aos moradores e proprietários da área, no sentido de conscientizá-los e capacitá-los à preservação ambiental, à práticas agropecuárias sustentáveis e ao uso racional da água do lago.
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Mosaico de imagem de satélite confeccionado para a área do projeto e APP do lago
Cobertura/uso da terra dentro da APP do lago
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Darlan Fuzuca
Conflitos de uso da terra
Foto às margens do Rio Jequitinhonha: Amanda Ferreira dos Santos, estudante do 3º ano do Curso Técnico em Zootecnia do IFNMG - Campus Almenara. Projeto “Eu Fotógrafo”, com o tema “Meio Ambiente e Sustentabilidade”. “Vale a pena preservá-lo!”, afirma Amanda.
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Foto Campus Januária: Professor Yuri Alisson de Oliveira. “Acho a natureza algo muito perfeito, um sistema bastante complexo, que nos presenteia a cada dia com um show de cores, bailes e cantos”, diz Yuri.
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