Contação Revista de Extensão
Nº. 7 - 2021
Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos Projetos Sociais Revista de Extensão do IFNMG
ISSN 2447-3480
Projetos de Extensão Tecnológica INSTITUTO FEDERAL Norte de Minas Gerais
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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Políticas de Extensão
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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
A
Extensão no IFNMG é concebida como uma instância fundamental para o aprimoramento e fortalecimento do processo educativo, cultural e científico e, ainda, como um componente que se articula ao Ensino e à Pesquisa de forma indissociável, buscando, assim, viabilizar uma relação dinâmica e transformadora entre o Instituto e a sociedade. Vale salientar que, nessa articulação, procura-se valorizar e estabelecer a troca de saberes sistematizados, acadêmicos e populares, fundamentada numa postura dialética da relação teoria/prática. A atuação da Extensão e sua dinamicidade em relação à articulação teoria/prática se configuram como espaço destinado ao acolhimento da diversidade de saberes e da sua plena expressão. Assim, a função primordial de todas as ações da Extensão se consolida no esforço de contribuir para a construção das práticas de Ensino, da Pesquisa e dos saberes de toda a comunidade. Pois, dessa forma, o reconhecimento da multiplicidade de saberes contribui, consequentemente, para o desenvolvimento local e regional, por meio de uma dinâmica interação entre a vida acadêmica e o contexto social. O IFNMG, ao assumir essas convicções, expressa, por meio de suas ações de Extensão, o reconhecimento de seu papel como articulador dos saberes do mundo, da vida e da instância acadêmica. Dessa forma, propõese a desconstruir a hegemonia que valida apenas uma forma de saber, possibilitando, assim, a desestabilização de um único conhecimento como detentor da verdade. Tal postura credencia a Extensão como um espaço privilegiado de produção de conhecimento e de compromisso com uma formação integral e cidadã, instaurada numa postura dialógica entre a instituição e a sociedade, consubstanciada no compromisso ético e humano.
TBT Passeio Presencial Mangues Pedais do Sertão
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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Confirmando tais concepções, o IFNMG tem como objetivos:
Do mesmo modo, constituem-se como diretrizes da Extensão no IFNMG:
I. desenvolver atividades de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, no desenvolvimento e na difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos;
I. contribuir para o desenvolvimento da sociedade, constituindo um vínculo que estabeleça troca de saberes, conhecimentos e experiências para a constante avaliação e vitalização da Pesquisa e do Ensino; II. promover e fortalecer as relações entre os campi do IFNMG; III. promover ações sociais; IV. estimular a cultura; V. apoiar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no âmbito do IFNMG; VI. ofertar cursos de qualificação profissional (Formação Inicial e Continuada – FIC) para a comunidade externa e interna; VII. promover eventos de Extensão para a comunidade externa e interna do IFNMG; VIII. prestar assistência técnica e consultorias para o mundo produtivo; IX. prospectar e divulgar estágio e emprego aos discentes e/ou egressos; X. contribuir com o desenvolvimento dos empreendimentos locais e regionais(rurais e urbanos); XI. sistematizar visitas técnicas e gerenciais de alunos e professores às empresas/instituições; XII. participar, junto com os campi, do processo de definição da política de apoio estudantil, nas áreas educacional, social e da saúde; XIII. estimular o uso dos recursos naturais de forma responsável; XIV. manter e buscar novas parcerias com instituições públicas, organizações não governamentais, entidades do “Sistema S” e empresas privadas para uma atuação conjunta, no sentido de desenvolver ações extensionistas; XV. articular políticas públicas que oportunizem o acesso à educação profissional, estabelecendo mecanismo de inclusão; XVI. captar recursos, tanto na área pública quanto na área privada.
Maylon Breno
II. estimular e apoiar processos educativos que levem à geração de trabalho e renda e à emancipação do cidadão na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico local e regional; III. realizar ações voltadas, preferencialmente, para a população em situação de risco, colaborando para a diminuição das desigualdades sociais por meio da indicação de soluções para inclusão social, geração de oportunidades e melhoria das condições de vida; IV. estabelecer ações de formação inicial e continuada de trabalhadores e da população em geral, na perspectiva de melhoria da qualidade de vida; V. colaborar para o firmamento da identidade institucional do IFNMG, desempenhando papel de agente transformador da realidade local e regional; VI. integrar o Ensino e a Pesquisa com as demandas da sociedade, seus interesses e necessidades, estabelecendo mecanismos que inter -relacionem o saber acadêmico e o saber popular.
Revista de Extensão do IFNMG
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largar, propagar, ampliar, multiplicar. Nunca a extensão universitária pôde ser tão visualizada e entendida como no ano de 2020. No meio do caos vivido em todo o planeta, em virtude da pandemia ocasionada pela Covid-19, o IFNMG conseguiu, mesmo em momento de calamidade, vislumbrar oportunidades. Oportunidade de demonstrar por que a Extensão é um pilar da tríade que sustenta as instituições federais de educação profissional e tecnológica. Oportunidade de mostrar a importância real e prática do trabalho extensionista que, por meio de projetos, faz o elo entre a instituição e a sociedade. E como foi importante o agir da Extensão nesse contexto tão difícil! Da fabricação à entrega de itens de higiene, como o álcool em gel e sabão, passando pela transmissão de informações importantes pelas redes sociais, chegamos a praticamente todas as áreas cobertas pelo Instituto, levando, não só itens materiais, como também conhecimento e esperança.
O trabalho realizado pela Extensão não derrubou os muros da instituição, porque, na realidade, não há obstáculos que nos separem da sociedade, e isso ficou muito claro diante da atuação da comunidade acadêmica, de nossos colaboradores, enfim, de todos aqueles que, entendendo o sentido do fazer extensionista, fizeram com que o IFNMG cumprisse essa missão. Nesta edição da Revista Contação, temos a grata satisfação de demonstrar como os projetos da Extensão, indiscutivelmente, fortaleceram a ligação da instituição com a comunidade interna e externa, compartilhando os conhecimentos adquiridos por meio do Ensino e da Pesquisa, além de atuarem junto às necessidades da população, em meio à situação atípica na qual estávamos inseridos. Desejamos que a leitura deste periódico traga, a todos os leitores, a visão desse fazer institucional, de difusão de saberes, de participação e, principalmente, de inserção e de assistência social.
Profª. Joaquina Aparecida Nobre da Silva Reitora do IFNMG
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Editorial O fazer-extensão, no contexto da pandemia da Covid-19, foi um grande desafio e, por isso, houve a necessidade de se reinventar, para que as ações de extensão não parassem, e o IFNMG não parou! Os desafios foram postos e as dificuldades superadas. Diversas ações foram realizadas pela instituição durante esse período de pandemia do COVID-19, e a extensão, que tem como propósito contribuir com a formação profissional do cidadão, promoveu diversas ações, como editais, para subsidiar atividades de enfrentamento e difundir informações referentes ao Coronavírus – COVID 19. A pandemia, para além de uma crise sanitária de proporções históricas, acentuou os processos de desigualdades sociais, econômicas e educacionais. Estudantes tiveram que se reinventar para adaptar ao ensino remoto, servidores para executar suas ações, e muitos foram e são os desafios para que a instituição ofertasse acesso ao ensino, a pesquisa e a extenão dentro desse contexto. O Isolamento social foi um dos métodos usados para conter o avanço do vírus. Diante dessa realidade, o IFNMG criou meios para que as ações de extensão chegassem até a comunidade. Ações inovadoras e eventos virtuais e até, às vezes, presenciais, resguardando todos os meios de segurança, como produção de álcool em gel, máscaras, dentre outras. Fazer extensão nesse contexto foi um grande desafio, mas inovamos para garantir que a comunidade não sofresse tanto os impactos da pandemia e contribuíssemos de forma significativa com ações de combate à Covid-19.
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Ressaltamos o papel da extensão como prática educativa que, nesse contexto, teve um papel desafiador, que é fazer extensão em um momento pandêmico, em que as pessoas estavam em casa e ainda aprendendo a adpatar num contexto totalmente atípico. Todavia, corroborando a nossa missão de promover a interação dialógica e ampliar a eficiência acadêmica, gerando, difundindo e aplicando conhecimento e inovação no ensino, pesquisa e extensão fundamentada na gestão participativa e na inclusão social, diversos foram as ações de extensão desenvolvidas pelo IFNMG, cujos resultados apresentamos nesta 7a edição da Revista Contação. A Revista Contação é fruto da interação dialógica entre instituição e comunidade, e reúne relatos sobre ações extensionistas realizadas por todos os campi do Instituto, incluindo projetos artísticos, culturais, esportivos, sociais e de extensão tecnológica. E nesse ano de muitos desafios, diversos projetos foram desenvolvidos no sentido de contribuir para amenizar as causas da pandemia e proporcionar a comunidade atendida ações para o cambate à pandemia do Covid-19. A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura agradece a todos os que contribuem, diariamente, para o desenvolvimento das ações de extensão e que, mesmo em um contexto pandêmico, não mediram esforços para desenvolver ações, a fim de amenizar os impactos da crise sanitária causada pela Covid-19. Portanto, convidamos a todos a navegarem pelos relatos contados nessa Revista.
Rony Enderson de Oliveira Pró-Reitor de Extensão
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Expediente Reitora Joaquina Aparecida Nobre da Silva Pró-Reitor de Extensão Rony Enderson de Oliveira Diretora de Extensão Tecnológica Karine Alencar Fróes Núcleo de Relações Interinstitucionais e Comunitárias Célia Lopes Azevedo Núcleo de Relações com o Mundo do Trabalho e Educação Profissional, Técnica e Tecnológica Cláudio Marcio Dias Ferreira João Paulo Gonçalves Ferreira Leonardo Estefanini Barreto Coordenação de Cultura, Artes, Desporto e Memória Santina Ap. Ferreira Mendes Warley Souza Dias Coordenação de Programas, Projetos e Registros Ivânia Gonçalves Dias Paulo Henrique Pereira Guimarães Thatiane Lopes Oliveira Núcleo da Educação do Campo Tania Maria Mares Figueiredo Núcleo de Centro de Línguas Thiago Lamonier Souza Gomes
Diretores/Coordenador de Extensão dos Campi
Campus Almenara Marcos Vinícius Montanari Campus Araçuaí Sheila Rodrigues Oliveira Campus Arinos Valdeir Antonio da Silva Campus Diamantina Hannah Serrat de Souza Santos Campus Avançado Janaúba Marco Aurélio Oliveira Dias Campus Januária Giuliano Viana de Alkimim Campus Montes Claros Mario Sérgio Costa Silveira Campus Pirapora Lívia Clara Tavares Lacerda Campus Avançado Porteirinha Alysson Frederico Gonçalves Santos Campus Salinas Ricardo dos Santos Silva Campus Teófilo Otoni Leonardo Rodrigues da Costa
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Revista de Extensão Nº. 7 - Dez/2021 ISSN 2447-3480
Coordenadora de Produção Editorial Thatiane Lopes Oliveira Revisora Luciana Lacerda de Carvalho Programador Visual e Diagramador Marcos Aurélio de Almeida e Maia Título da Revista Bráulio Quirino Siffert Foto de Capa e 4ª Capa Renan Souza de Almeida (Capa) Roger Martins Estrela (4ª Capa) Coordenador de Produção Gráfica Gustavo Henrich E. Vieira Tiragem: 600 Circulação: Nacional Periodicidade: Anual Impressão: Polimpressos
Reitoria do IFNMG Rua Professor Monteiro Fonseca, 216 Vila Brasília - Montes Claros/MG CEP: 39400-106 Fone: (038) 3218-7300 www.ifnmg.edu.br facebook.com/ifnmgoficial instagram.com/ifnmg_oficial
INSTITUTO FEDERAL Norte de Minas Gerais
Sumário 16 Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos 17 20 23 27 32 35 38
Vozes que (re)existem Ler e Conviver: Encontros Literários Pedais do Sertão - Dez anos Escrevivendo arte IF Show de talentos 1º Concurso Cultural de Produções Artísticas em Mídias Digitais “Arte em Casa” Proposta de gamificação como estratégia de conscientização e enfrentamento da pandemia da COVID-19 41 Mandala Evolutiva: uma metodologia alternativa para o ensino de botânica 45 Geocaching: a aliança entre a geotecnologia e a sala de aula 48 Jornal Aura - IFonte Quente como estratégia de conscientização e enfrentamento da pandemia da COVID-19
54 Projetos Sociais
55 Ações educativas e promoção de saúde em sala de espera em Unidade de Saúde do município de Almenara-MG 57 Distribuição de equipamentos de proteção individual para as comunidades de Almenara, Rubim, Santo Antônio do Jacinto, Jequitinhonha, Felisburgo, Mata Verde e Jordânia 59 Grupo de Gestantes Mães do Vale em Ambiente Virtual 63 IF Arinos na Rede 66 Projeto Leão: segunda edição 69 Transformando vidas: auxílio aos idosos da cidade de Arinos MG 74 Produção de sabão: auxílio no combate ao coronavírus e alternativa de renda 77 Remição pela leitura: aplainando caminhos e ampliando horizontes por meio da leitura e da escrita 82 Semeando práticas agroecológicas na comunidade de Brejinho, área rural do município de São João da Ponte – MG 87 Programação e robótica para crianças e adolescentes 90 Métodos alternativos de combate aos impactos causados pela covid-19 93 Obtenção de etanol (CH3CH2-OH) 70° INPM: através da diluição de etanol 92.8° INPM e destilação de bebidas alcoólicas 40% (v/v) 96 Capacitação dos alunos da Escola Municipal Rural Tiradentes sobre a importância da sobrevivência do cerrado local 99 Cursos livres: um itinerário formativo a distância 12
103 Mini hospital veterinário: a ludicidade na transmissão de conceitos sobre cuidados com animais e promoção da saúde pública 106 Parasitologia: a ludicidade na orientação e prevenção de parasitoses em idosos 110 Pragas Urbanas - Bichos SA
113 Projetos de Extensão Tecnológica
116 Assistência em design gráfico para o programa de educação ambiental e bem-estar animal do município de Almenara-MG 119 Divulgação da propagação rápida de mandioca no Assentamento Franco Duarte 122 Assunto Saúde IFNMG: Redes sociais contra a desinformação na saúde 125 Sustentabilidade Ambiental Campus Arinos 130 Dica IF 133 Qualidade no atendimento e desenvolvimento do Programa 8S 137 Ações de Sustentabilidade Ambiental no IFNMG - Campus Januária: Um olhar social, econômico e ambiental para os Resíduos Sólidos 140 II Dia de Campo da Cultura do Amendoim 143 Implantação de unidade de produção de hortaliças em sistema orgânico na Comunidade de Moradeiras: “Capacitando agricultores e potencializando agricultura sustentável” 148 Implantação de unidade de produção de hortaliças em sistema orgânico no Município de Japonvar (MG): “Potencializando sustentabilidade dos agrossistemas, autonomia de produção, segurança alimentar e geração de renda ao produtor rural” 152 Estudo dos principais casos de corrosão presentes no cotidiano 155 Curso na modalidade EAD de ensino de REVIT para profissionais projetistas do setor da construção civil de Pirapora e região 159 Desenvolvimento de plataforma mobile para exposição de produtos para produtores de derivados do leite 162 Podcast Norteando: protagonismo estudantil a serviço da informação e em combate à pandemia 166 Programa para Engajamento de Meninas da Computação 169 Avaliação dos índices reprodutivos e produtivos de rebanhos leiteiros de propriedades rurais do município de Salinas, Minas Gerais 173 Diagnóstico das Boas Práticas Agropecuárias de produtores de queijo cozido e requeijão moreno para registro e certificação no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Salinas/MG 178 Elaboração de Informativos Técnicos para Piscicultores do Norte de Minas 182 Ensino de física - “Robótica Educacional” 185 Alvorada
Igreja do Morrinhos, distrito de Arinos e palco de vários passeios do projeto Pedais do Sertão
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Marcelo Tiago de Brito
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Maria Tereza. Vencedora do IF Show de Talentos 2020
Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos 16
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Coordenador: Mayara Archieris Amorim Rodrigues Bolsista: Heloisa Pereira Chaves Silva Colaboradores: Estefânia Cristina da Costa Mendes e Bruno dos Santos Rodrigues Texto: Mayara Archieris Amorim Rodrigues Campus: Almenara
Pintura de Tales Cunha da Rocha, discente do Curso Técnico em Administração.
Tales Cunha
Projeto
Vozes que (re)existem O projeto de extensão “Vozes que (re)existem”, desenvolvido no segundo semestre de 2020, no Campus Almenara, objetivou oferecer, à comunidade escolar, bem como à comunidade externa, atividades artístico-culturais que envolvessem as diferentes linguagens da arte, como literatura, pintura, música e cinema. Por meio das ações propostas, como cine debate, minicursos e apresentações culturais, os participantes puderam apreciar e experienciar variadas expressões artísticas, ampliar o repertório cultural e desenvolver suas habilidades artísticas. Os discentes dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio foram convidados a protagonizar algumas das atividades propostas, como apresentações de músicas, poemas autorais, desenhos e pinturas.
“
O ser humano, ou ao menos, a maioria de nós, tem um complexo de voz. Quase nunca nos sentimos ouvidos e desejamos isso com toda força. No ensino remoto, onde ninguém te via e você só precisava falar se quisesse, era como se eu não existisse socialmente, às vezes. Esse projeto me mostrou que o que eu tinha pra falar importava, que as pessoas me viam e que eu podia falar, cantar. Eu adorei participar e vencer essa inexistência interna.” O depoimento de Kaylane Pinheiro Oliveira, estudante de Psicologia da UFBA e egressa do Curso Técnico em Informática, ilustra um dos principais propósitos do projeto de extensão “Vozes que (re) existem”: desenvolver atividades
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artístico-culturais que dessem voz a diferentes subjetividades, expressões e saberes. O projeto objetivou oferecer, à comunidade escolar do IFNMG/ Campus Almenara, bem como à comunidade externa, atividades que envolvessem as diferentes linguagens da arte, como literatura, música, pintura e cinema. Devido à pandemia da Covid-19 e à suspensão do calendário letivo do IFNMG, em março de 2020, a forma de execução do projeto teve que ser adaptada, de modo que todas as atividades fossem realizadas virtualmente. O trabalho foi desenvolvido durante o segundo semestre de 2020 e resultou em atividades ofertadas mensalmente.
A primeira atividade desenvolvida foi um cine debate sobre violência obstétrica e a gestação em tempos de Covid-19, a partir do documentário Parir é natural (2015, 26 min.), com direção e roteiro de Silvio Tendler. O debate foi transmitido pelo canal do IFNMG-Campus Almenara, no Youtube, e contou com a participação da psicóloga Monalisa Barros (UESB) e do médico obstetra Guilhermino Braz (UFMG). A discussão alcançou não apenas o público interno do IFNMG, mas também a comunidade da região, especialmente, mulheres gestantes e profissionais da área de saúde. O segundo cine debate foi transmitido pelo Google Meet e promoveu a discussão sobre a questão 17
Manuela Aguiar Bruno Rodrigues
Desenho de Manuela Aguiar Ribeiro, discente do Curso Técnico em Agropecuária.
18 Cartaz de divulgação do curso Artes na prova do Enem.
indígena no Brasil contemporâneo, a partir do documentário Terras Brasileiras (2017, 56 min.), da TV Câmara, com direção e roteiro de Dulce Queiroz, momento no qual os discentes do Campus Almenara puderam desenvolver maior senso crítico e sensibilidade quanto às culturas e realidades dos povos originários. As duas sessões de cine debate propiciaram ao público o contato com produções cinematográficas brasileiras e deram voz às mulheres vítimas de violência obstétrica e aos indígenas, grupos invisibilizados socialmente e privados de diversos direitos. Além das sessões de cine debate, o projeto de extensão também propôs apresentações culturais protagonizadas por discentes dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio, sob a orientação das professoras participantes do projeto. A primeira apresentação dos discentes, intitulada Arte e Reencontros, ocorreu na Semana de Recepção dos Alunos, realizada em setembro de 2020, no contexto da retomada do calendário letivo nas Atividades Pedagógicas Não Presenciais (ANP). A apresentação ocorreu por meio da gravação de um vídeo exibido na abertura do evento, transmitido no canal do IFNMG/Campus Almenara, no Youtube. No vídeo, alunos dos Cursos Técnicos em Administração, Agropecuária, Agropecuária em Regime de Alternância, Informática e Zootecnia, integrados ao Ensino Médio, apresentaram músicas e poemas autorais, além de desenhos e pinturas. O projeto “Vozes que (re)existem” também ofertou o minicurso Artes na prova do Enem, cujo objetivo foi oportunizar aos alunos o contato com informações relacionadas ao Enem, sobretudo no que concerne às questões de Artes que compõem a prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Quase cem alunos do Ensino Médio, tanto do Campus Almenara quanto de outras instituições de ensino, participaram do curso, como Geovana Lopes. A discente do Curso Técnico em Agropecuária Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
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Bruno Rodrigues Mayara Archieris
Cartaz de divulgação do Cine debate Parir é natural.
Varal literário de crônicas.
Pintura de Jullia Emanuelly Moreira, discente do Curso Técnico em Informática. O canto da baleia.
Jullia Emannuelly
relata: “Quando vi que seria ofertado o curso de extensão Artes na prova do Enem, fiz, imediatamente, a minha inscrição, pois o meu único objetivo era este: entender a estrutura das questões de Artes [...]. Durante o curso, consegui, além de atingir essa meta, aprender várias estratégias argumentativas relacionadas ao uso de elementos artísticos, o que é extremamente importante na redação do Enem [...]. A coordenadora do projeto, professora Mayara, avalia que os resultados alcançados foram satisfatórios e atenderam aos objetivos estabelecidos. A docente de Língua Portuguesa e Literatura destaca o protagonismo dos estudantes e a publicização de atividades desenvolvidas nas disciplinas de Arte e Estudos Literários. Exemplo disso foi a construção de um varal literário, com crônicas de alunos do 2° ano dos Cursos Técnicos em Administração e Agropecuária integrados ao Ensino Médio. Nas crônicas, os discentes propuseram reflexões sobre várias temáticas, como a violência contra a mulher, a pandemia da Covid-19, o racismo, as desigualdades sociais e a saúde mental, além de textos humorísticos e líricos. Os textos foram publicados em um varal literário virtual, no Padlet. A promoção de um diálogo maior entre estudantes, servidores do IFNMG e comunidade externa também foi um impacto positivo do projeto desenvolvido. A esse respeito, Heloisa Silva, bolsista do projeto e discente do Curso Técnico em Agropecuária, relata que a participação no projeto de extensão permitiu “o contato com novas pessoas, através da equipe de trabalho, como professores e outros bolsistas, e também com a comunidade externa, pois era essa comunidade que participava das ações oferecidas. Foi uma experiência única!”. Assim, o projeto de extensão “Vozes que (re)existem” estimulou, entre os participantes, o interesse por atividades culturais e promo-
veu, conforme a professora Estefânia Mendes, colaboradora do projeto, o “contato com diferentes manifestações artísticas, o que contribuiu
para a compreensão de que a arte não é produzida e nem é consumida apenas por uma elite; a arte está em todo lugar!”. 19
Discente bolsista Denielle contando história.
Projeto
Ler e Conviver: Encontros Literários
Coordenador: Edinília Nascimento Cruz Bolsistas: Denielle Rodrigues dos Reis, Hellen Maria Alves Terêncio e Laura Estéfany Pereira de Almeida Voluntários: Kael Gonçalves Ornelas e Alanna Alves Cordeiro Colaboradores: Carmem Silvia Felix Venturi e Djanine Raquel Cantuaria Santos Fonseca Texto: Edinília Nascimento Cruz Campus: Arinos
Este relato tem como objetivo apresentar o resultado da aplicação do projeto de extensão “Ler e conviver: encontros literários”, no Abrigo AMMAR - Associação de Meninos e Meninas de Arinos e Região, no período de junho a novembro de 2020. Por meio de um plano de ações, buscamos minimizar as condições de isolamento social dessas crianças e adolescentes vivendo em condição de abrigados. A implementação deste trabalho teve como eixo central a promoção e incentivo da leitura literária. Assim, foi planejado e desenvolvido um conjunto de atividades, tanto de encontros síncronos, como por meio de produção de vídeo de contação de histórias e apresentações de leitura encenada de textos literários. O projeto foi desenvolvido por discentes do Ensino Médio Integrado do IFNMG, com participação de professores colaboradores e voluntários. Dessa forma, traremos uma consolidação do processo de execução, da avaliação, dos resultados e impactos decorrentes da execução dessas ações extensionistas.
O
projeto de extensão “Ler e conviver: encontros literários” foi realizado no período de junho a novembro de 2020 no Abrigo AMMAR - Associação de meninos e meninas de Arinos e região, com o objetivo de desenvolver ações de incentivo à leitura literária com crianças e adolescentes abrigados. Por meio de encontros literários, buscamos promover a socialização e a integração entre o público-alvo do projeto e discentes do IFNMG. O trabalho teve como foco a articulação entre pesquisa e extensão, de modo que todas as ações foram planejadas e executadas visando ao desenvolvimento do letramento literário. O Abrigo AMMAR, em Arinos, é uma instituição que tem fundamental importância, no Noroeste de Minas,
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Discente bolsista Alana – contando história.
no atendimento a crianças e adolescentes em situação de risco. Essa entidade trabalha no acolhimento e também na promoção da reinserção e da garantia do direito dos abrigados à convivência familiar e comunitária. Conta com excelentes funcionários e colaboradores que trabalham para a garantia do direito fundamental de saúde, alimentação, educação, lazer, dignidade, respeito, atendendo assim, às prerrogativas estabelecidas na Constituição Federal, art. 227 e ECA, art. 19. O abrigo conta com uma rede de colaboradores que atua em busca de manutenção da qualidade de vida dessas crianças e adolescentes que lá vivem. Sendo assim, quando este projeto de extensão foi proposto, a adesão por parte dos administradores foi imediata, colocando-se prontamente
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à disposição e com todas as informações necessárias para a viabilização das ações. O Abrigo atende crianças e adolescentes em condições de vulnerabilidade social que foram afastadas de suas famílias temporariamente ou de forma definitiva. A entrada e saída de crianças do Abrigo é bastante rotativa. No início do projeto, no mês de junho, eram 13 abrigados e, atualmente, há 12 abrigados. Durante o período de desenvolvimento do projeto, três crianças foram adotadas e o abrigo recebeu duas novas crianças. Foram participantes desta pesquisa 13 abrigados: 1 de 16 anos, 1 de 14 anos, 2 de 13 anos, 2 de 10 anos, 1 de 9, 1 de 8, 1 de 6, 1 de 5, 2 de três anos, um de 1 ano, sendo que quatro do sexo feminino e demais do sexo masculino. As crianças em idade escolar frequentam a escola, mas, no período do desenvolvimento do projeto, estavam realizando as atividades escolares remotamente. O projeto teve imensa receptividade e foi muito bem aceito pelos acolhidos, de modo que foi implementado com muito sucesso e as metas propostas executadas. É importante salientar que, mesmo em meio a uma pandemia, o Abrigo seguiu todos os protocolos de isolamento social e medidas de segurança, o que proporcionou que as ações fossem realizadas com êxito. A disponibilidade da assistente social no fornecimento das informações necessárias, em contato semanal, com troca de informações e feedback, viabilizou a execução do projeto nesse novo formato. A aceitação das crianças e adolescentes abrigadas e a interação dos membros da equipe, professores e alunos do IFNMG com o público atendido foram extremamente proveitosas. Inicialmente, foi formado um grupo no whatsapp para facilitar a comunicação da equipe que, posteriormente, passou a se reunir virtualmente, a cada quinze dias, para discutir a melhor forma de viabilizar e desenvolver as ações em tempos de distanciamento social. O grupo consiRevista de Extensão do IFNMG
1ª live, encontro virtual para apresentação dos membros e divulgação do projeto.
derou que a produção de vídeos, com contação de histórias e promoção de momentos de leitura literária seriam ações muito válidas para viabilização do projeto e, dessa forma, os extensionistas se mobilizaram para a execução. As reuniões ocorriam quinzenalmente para planejamento, pesquisa, levantamento de textos, escolha das histórias, análise e discussões para as produções e edição dos vídeos a serem enviados para as crianças. Os estudantes do Ensino Médio dos Cursos Técnicos em Meio Ambiente e Agropecuária, que atuavam no projeto, executavam a gravação dos vídeos que eram enviados, a cada quinze dias, para o Abrigo. A assistente social promovia o momento para que eles
assistissem às produções enviadas e, no final de cada apresentação, abriase uma roda de conversa para coletar deles as impressões e aprendizados com as histórias encenadas nos vídeos. Esses relatos eram repassados para a equipe extensionista. Segundo relatou a assistente social, “eles estão adorando, ficam aguardando ansiosos o momento para assistirem ao vídeo, o projeto está fazendo o diferencial neste período de pandemia e isolamento social”. Houve também momentos síncronos, com o intuito de promover a interação entre os discentes do IFNMG e as crianças e adolescentes do Abrigo. Foi realizada uma peça teatral, declamação de poesia ao vivo e, no encerra21
Apresentação teatral ao vivo, alunos bolsistas, alunos voluntários e colaboradores.
Professora Edinília, conversando com as crianças sobre as histórias contadas.
Discente voluntário Kael contando história.
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mento do projeto, uma apresentação musical. Os encontros online foram essenciais para minimizar os impactos do distanciamento social e promover a integração. Segundo a coordenadora do projeto, Edinilia Nascimento Cruz, o ponto forte do projeto foi a interação do público atendido durante os momentos síncronos. “Esses momentos foram imprescindíveis, pois a equipe podia sentir a receptividade e interação dos abrigados e assim readequar as ações, conforme as necessidades apresentadas”. Segundo o aluno do Curso Técnico em Agropecuária, IFNMG/ Arinos, participante do projeto, Kael Gonçalves Ornelas, “Para além de ler e conviver, no projeto, encontrei um lado humano de ser, ou melhor, encontrei, na confecção das histórias e dos vídeos, o elemento de aproximação e empatia com o outro, algo que, sem dúvidas, levarei para a vida.” Com a execução do projeto, houve
uma melhora nas relações e na qualidade de vida das crianças em situação de acolhimento do Abrigo AMMAR. A professora colaboradora do projeto, Djanine Raquel Cantuaria Santos Fonseca, enfatizou que o projeto, “além de ter envolvido as crianças atendidas, a linguagem verbal e corporal dos bolsistas e voluntários também foi desenvolvida com criatividade”. Isso mostra o quanto foram representativos os ganhos com a participação de todos os envolvidos, dando oportunidade aos estudantes do Ensino Médio de viver experiência com potencial de ampliação das habilidades artísticas, culturais e linguísticas. A participação desse público nas atividades contribuiu para o desenvolvimento social e cognitivo, proporcionando uma experiência desafiadora, mas extremamente motivadora. Além disso, as atividades de integração de aplicação de estratégias de leitura com as crianças e adolescentes em situação de acolhimento despertaram neles o interesse por textos literários. Foram perceptíveis a relevância e o potencial da leitura literária no processo de humanização e sensibilização. Sendo assim, esse projeto de extensão tanto conseguiu fazer com que essas crianças e adolescentes se sentissem acolhidos, vivenciando momentos de lazer, como também contribuiu na promoção e incentivo à arte, música, teatro e poesia.
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Maylon Breno
TBT Passeio Presencial Mangues Pedais do Sertão
Coordenador: Marcelo Tiago de Brito Bolsistas: Milena Alves Barbosa e Wilhasmar da Silva Mendonça Colaboradores: Marcos Vinicius Pacheco Pereira, Reginaldo Proque, Romualdo Ferreira dos Santos, Ianna Santana Souza, Nestor Flaviano Madureira Barbosa, Adelia Karina Carneiro Batista e Elza Cristiny Carneiro Batista Texto: Marcelo Tiago de Brito Campus: Arinos
Projeto
Pedais do Sertão Dez anos Do passeio semanal que originou o projeto de extensão “Pedais do Sertão”, vão-se quase 10 anos. Nesse tempo, várias pessoas passaram pelo projeto, mas permaneceu intacta a sua essência: a luta pela preservação ambiental e o cicloturismo como ponto importante no debate preservacionista. No período citado, o projeto passou por algumas mudanças, isso é certo, mas sem perder seus princípios. Nesse ano de 2020 ,em plena pandemia do Sars Cov2, o projeto decidiu por manter-se ativo, mesmo que virtualmente. Os passeios foram realizados de forma virtual, foram realizadas também lives da iniciativa Sextou com Pedais do Sertão, nas quais se discutiram importantes temas. A procura de um ponto convergente fez com que o debate fosse feito com interlocutores com pontos de vista diversos e o aprendizado maior foi relacionado à dificuldade que os povos que vivem do Turismo de Base Comunitária passaram e como as ações da extensão podem ajudá-los.
D
aquele passeio semanal, do qual surgiu a ideia do Projeto Pedais do Sertão, já se vão quase dez anos. Neste período, muitas ações foram realizadas, muitas pessoas passaram e deixaram a sua marca, mas o projeto manteve sua essência em alguns pontos: o fato de continuar acreditando no cicloturismo como um fator importante para o desenvolvimento do turismo regional e que o ciclismo
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praticado em meio a natureza é uma excelente opção, tanto para melhorar a saúde mental quanto a saúde física. O projeto, que sempre se pautou por organizar passeios ciclísticos urbanos e rurais, ao mesmo tempo em que promovia momentos de reflexão e debate, teve de se reinventar. Seja em momentos de contingenciamento de recursos, ou em uma pandemia, o projeto Pedais do Sertão se mante-
ve ativo por meio das mídias sociais e realizou, dentro das possibilidades, atividades levando o ciclismo para o centro da discussão ambiental, cultural e de saúde pública. A necessidade de atingir um número maior de pessoas e de criar um acervo para pesquisa fez com que o uso de ferramentas tecnológicas da informação passasse a ser permanente. Se os membros e a comunidade não podiam mais participar dos 23
Lucimara Botelho Comunicação IFNMG Campus Arinos
Cartaz do Passeio Virtual da Semana do Meio Ambiente
Cartaz da Live Sextou com Pedais do Sertão
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passeios, agora ministravam ou participavam de minicursos sobre a questão ambiental, o que proporcionou o desenvolvimento do seu potencial. Em 2020, devido às necessidades que se apresentaram, o projeto se diversificou, focando em vídeos e utilização das redes sociais para veicular informações. Também surgiu a ideia de realizar atividades presenciais, mas a pandemia as impossibilitou, então as palestras viraram lives e os passeios aconteceram de forma virtual. A intenção do projeto é continuar com esse formato e, com o avanço do combate à pandemia, migrar, aos poucos, para atividades híbridas, com grupos reduzidos e ambientes controlados. Sabendo que o centro urbano de Arinos tem geografia favorável à prática do ciclismo, uma vez que o relevo é plano e, por conta disso, muitas pessoas se locomovem cotidianamente usando a bicicleta, o projeto visualiza a possibilidade de atividades solo ou em pequenos grupos, seguindo rígidos protocolos. Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Marcelo Tiago de Brito Igreja do Morrinhos, distrito de Arinos e palco de vários passeios do projeto Pedais do Sertão
O projeto e a possibilidade de retomada do Turismo de Base Comunitária Arinos é o sexto maior município mineiro em extensão, banhado pelo Rio Urucuia e parte integrante da região turística conhecida como Circuito Grande Sertão Veredas, com pontos turísticos de grande potencial, mas ainda pouco explorados, o que pode ser favorecido por meio de passeios ciclísticos, pedaladas e “pedais”. O Circuito Grande Sertão Veredas, segundo a Secretaria de Turismo (Setur), certifica o Circuito Turístico Urucuia Grande Sertão, formado pelos municípios de Arinos, Bonfinópolis, Buritis, Chapada Gaúcha, Formoso, Riachinho, Pintópolis, Uruana de Minas, Urucuia e Cabeceiras (GO). Dentro desse circuito, temos uma imensa possibilidade de opções de locais, onde o Turismo de Base Comunitária, aliado a esportes da natureza como o cicloturismo, pode vir a ser um instrumento importante de preRevista de Extensão do IFNMG
servação ambiental e de retomada econômica. Pautados por esse olhar, foram realizadas lives nas quais diversos pontos foram debatidos. O projeto, que existe desde 2013 e que tem como objetivo principal valorizar o ciclismo por meio de ações que aliem prática esportiva, atividades culturais, ambientais, pedagógicas e ecoturismo, visando à melhor qualidade de vida à população de Arinos e região, agora debate questões ligadas à política de turismo. Integraram o projeto os seguintes professores e servidores do IFNMG-Campus Arinos: Adélia Karina Carneiro Batista, Elza Cristiny Carneiro Batista, Ianna Santana Souza, Marcos Vinícius Pacheco Pereira, Nestor Flaviano Madureira Barbosa, Reginaldo Proque e Romualdo Ferreira dos Santos. “Devido ao isolamento ocasionado pela COVID-19 e a impossibilidade de realizar passeios ciclísticos presenciais, o projeto teve que se reestruturar em 2020 e a equipe envolvida decidiu realizar algumas ações no ambiente virtual”, destacou o coordenador do projeto, Marcelo Tiago de Brito.
Ações virtuais do projeto Pedais do Sertão A primeira ação do Projeto no ambiente virtual foram vídeos postados no perfil oficial do projeto no Facebook. Nesses vídeos, foram apresentadas orientações para a prática segura do ciclismo em tempos de pandemia, atividades físicas para realizar em casa e dicas de filmes que tratavam da bicicleta como ponto base do roteiro. Neste ano, tivemos várias atividades marcadas, mas, devido à pandemia, utilizaram-se outros métodos de trabalho, até a situação se normalizar. O tradicional Passeio Ciclístico pelo Meio Ambiente ocorreu em um novo formato neste ano. Nos últimos anos, em todas as Semanas do Meio Ambiente, ocorreram passeios ciclísticos, sempre com grande mobilização e incentivando o uso consciente da bicicleta como meio de transporte sustentável, capaz de melhorar a qualidade de vida. Entretanto, devido às orientações da Organização Mundial de Saúde, não ocorreu, em 2020, um grande pas25
seio coletivo, e sim, um passeio pela memória afetiva e emocional. Então os participantes foram incentivados a postar fotos dos outros passeios ciclísticos dos quais participaram ou vídeos, falando sobre a importância dos esportes da natureza, principalmente, do mountain bike, para disseminar um ideal ambientalista. No dia 30 de agosto, realizamos um passeio virtual no distrito de Morrinhos e pensamos que em setembro organizaríamos uma reunião no Google Meet com ciclistas e produtores rurais da região de Arinos. Essas ações serão divulgadas nas lives, momento que teremos mais detalhes”, explica Marcelo de Brito. Infelizmente a reunião com os agricultores acabou não ocorrendo por motivos de saúde pública, mas ficou como ideia para o ano de 2021. Também ocorreram atividades com o nome de “Sextou com os Pedais do Sertão”. Com lives programadas para ocorrerem às sextasfeiras no perfil oficial do Instagram do Campus Arinos e mediação de servidores do Campus Arinos, os encontros tiveram convidados envolvidos, direta ou indiretamente, com as ações do Projeto. No período de pandemia, ocorreram as seguintes lives: 26
Marcelo Tiago de Brito
Serra da Retirada, Arinos
21/08 às 19h – Encontro com a professora e ex-coordenadora do Projeto Pedais do Sertão, Marcele Lopes, que falou sobre como o projeto surgiu. Marcele é professora de Língua Portuguesa e foi professora no Campus Arinos. Mediador: Marcelo de Brito, atual coordenador do projeto; 28/08 às 18h– Entrevista com Maylon Breno Cordeiro Resende, proprietário da Breno Bike, que falou sobre como construiu seu empreendimento a partir de sua paixão por bicicleta. Mediador: Nestor Flaviano, professor do IFNMG-Campus Arinos; 27/11 - A live foi sobre o ecoturismo nos pós-pandemia e contou com a gestora de mobilização sociocultural e ambiental, que também atua na área de Gestão Social e TBC - Turismo Regional de Base Comunitária e Eco Turismo, Andréa de Cassia Alves Silva. Em 04/12, às 18h30, ocorreu a live do Projeto de Extensão Pedais do Sertão, que, entre as muitas atividades, promove passeios ciclísticos orientados e realiza palestras e atividades alinhadas a ideais de preservação ambiental. O professor e mestre do IFNMG, Marcos Pacheco, recebeu Elson Barbosa dos Santos, condutor ambiental, guia de turis-
mo regional, contador de estórias, especializado em recitar trechos do livro Grande Sertão: Veredas. A live tratou de temas, como o turismo ecológico pós-pandemia no noroeste de Minas.
No novo tempo, apesar dos perigos Como os objetivos desse projeto são a difusão do debate sobre temas ligados ao ciclismo, ao turismo, ao empreendedorismo e ao turismo, principalmente o Turismo de Base Comunitária (TBC), percebe-se que o impacto que a pandemia trouxe, principalmente para os empreendedores e para aqueles que vivem do Turismo, foi devastador. A procura por um meio-termo, um ponto convergente entre os vários interesses justos norteou nossa forma de trabalhar e fez com que o projeto debatesse com vários perfis de interlocutores, procurando um consenso em assuntos de interesses diversos. O maior aprendizado foi relacionado às dificuldades que esse público sentiu na pele e a forma como a extensão deve agir para minimizá-las.
Clara Fiedler
Coordenador: Valesca Rodrigues de Souza Bolsistas: Ana Karoline Antunes Dias e Sandro Lima Soares Filho Voluntária: Júlia Alves Sant’Ana Lima Barreto Colaboradores: Maria Flávia Pereira Barbosa, Lidiane da Silva Santos e Bárbara Caroline de Oliveira Texto: Valesca Rodrigues de Souza Campus: Montes Claros
Projeto
Escrevivendo arte
O projeto ‘Escrevivendo’ arte foi pensado enquanto espaço de interação social, no qual os envolvidos pudessem, no período de isolamento social devido à pandemia e à crise de saúde pública, expressar seus sentimentos e emoções de maneira compartilhada, por meio da arte, oportunizando, tanto o desenvolvimento de habilidades sociais como de habilidades cognitivas, entre alunos dos primeiros anos dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – Campus Montes Claros e os alunos dos primeiros anos do Ensino Médio da Escola Estadual Levi Durães Peres, por meio da rede social “Instagram”, com o perfil @escrevivendoarte. Ainda tivemos nosso projeto engrandecido com a parceria do Campus Arinos e, posteriormente, alunos de outros campi do IFNMG e de outras instituições solicitaram interação, expandindo, consideravelmente, nossos beneficiários. Ao final, o projeto alcançou 393 seguidores com 164 publicações, sendo um total de 8374 interações, 1388 visitas ao perfil, alçando um total de 10.384 pessoas em todo o projeto. 27
E
m 2020, devido à crise sanitária de saúde pública causada pelo novo coronavírus (COVID-19), as instituições de ensino passaram por um processo de transformação, que mudou, pelo menos, em se tratando de instrumentalização das ações por meio das tecnologias digitais, o processo ensino-aprendizagem. O ensino remoto emergencial (ERE) estabelecido nacionalmente fez com que todos os atores diretamente envolvidos com a educação ressignificassem suas ações, aqui abrangendo gestão de ensino, docentes, estudantes e famílias. Deste contexto, emergiram questões positivas e negativas, sendo a saúde mental dos discentes uma pauta posta como essencial para acompanhamento e discussão. Mesmo antes da pandemia, a saúde mental dos adolescentes era motivo de preocupação das instituições de ensino, uma vez que situações diversas, envolvendo distúrbios emocionais, tornaramse frequentes, prejudicando o desempenho escolar de muitos alunos. Em artigo sobre a pandemia, a Revista Exame aponta: “antes da pandemia, dados da Organização Mundial da Saúde já apontavam o Brasil como o que tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o transtorno” (SENA, 2020). No caso da saúde mental, os possíveis impactos das restrições sociais estão previstos em estudos de organismos nacionais e internacionais publicados durante a pandemia. Eles apresentam recomendações e orientações para práticas de autocuidado e prevenção contra o sofrimento psíquico, com possíveis agravamentos para doenças ou transtornos mentais comuns (GARRIDO; RODRIGUES, 2020, p. 1-2). Sobre o atual momento de isolamento social, a Unicef (2020) assevera que o isolamento social, prática importante para controlar o
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surto de coronavírus, está exigindo mais atenção com questões relacionadas à saúde mental de adolescentes. Com o fechamento das escolas e eventos cancelados, adolescentes perdem a oportunidade de participar de encontros presenciais, conversar com amigos, praticar esportes coletivos, assistir às aulas, entre outras atividades fundamen-
tais para o seu desenvolvimento e bem-estar. O isolamento social pode não somente agravar quadros já existentes de ansiedade e depressão, como também levar ao desenvolvimento de novos quadros. Em texto direcionado aos adolescentes, a Unicef apresenta as seguintes sugestões sobre como atravessar este momento: “1. Reconheça que
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
ter ansiedade é normal; 2. Tenha uma rotina; 3. Crie distrações, seja criativo; 4. Encontre novas maneiras de se conectar com seus amigos; 5. Use a tecnologia a seu favor; 6. Concentre-se em você; 7. Vivencie seus sentimentos; 8. Seja gentil consigo mesmo e com os outros”. Após o primeiro mês de paralisação das atividades escolares presenciais, alguns alunos começaram a relatar sintomas de ansiedade, bem como a necessidade de participarem de momentos em que pudessem se expressar e partilhar momentos com os colegas. Foi como ferramenta de apoio e auxílio emocional para adolescentes, por meio do compartilhamento das emoções e sentimentos, tendo como meio a arte, que o ‘Escrevivendo’ arte surgiu. Assim, o perfil @escrevivendoarte no Instagram foi criado para ser o espaço de desenvolvimento do projeto ‘Escrevivendo’ arte, cujo título homenageia Conceição Evaristo, uma escritora versátil, que perpassa a poesia, a ficção e o ensaio, brindando-nos com seu olhar de mulher negra na sociedade brasileira. O título ‘Escrevivendo’ arte foi inspirado no termo “escrevivência”, criado por Conceição Evaristo para expressar suas vivências cotidianas, uma escrita que nasce da memória da própria autora e do seu povo. Neste sentido, o projeto de extensão ‘Escrevivendo’ arte criou um espaço de interação social virtual, no qual os envolvidos puderam se expressar, oportunizando tanto o desenvolvimento de habilidades sociais como de habilidades cognitivas entre os participantes. Inicialmente, o projeto tinha como público-alvo os alunos dos primeiros anos dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – Campus Montes Claros e os alunos dos primeiros anos do Ensino Médio da Escola Estadual Levi Durães Peres. No entanto, o projeto fora engrandecido com a Revista de Extensão do IFNMG
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parceria do Campus Arinos e, posteriormente, com a participação de alunos oriundos de outros campus do IFNMG e de outras instituições, que solicitaram interação, expandindo, consideravelmente, os beneficiários do projeto. Ao final, o projeto alcançou 393 seguidores com 164 publicações, sendo um total de 8.374 interações, 1.388 visitas ao perfil, alçando um total de 10.384 pessoas. Utilizando a tecnologia da rede social, o ‘Escrevivendo’ arte oportunizou, especialmente, o desenvolvimento de competências socioemocionais, abordando habilidades focadas na educação das emoções, visando promover o pensamento autônomo dos alunos e suas potencialidades. Para tanto, foram selecionados os seguintes temas, que serviram de base para diversas atividades realizadas no perfil: Escritoras e escritores (metalinguística); Isolamento social; Cordel; Festas de Agosto; Setembro musical; Consciência negra; Povos originários. Seguindo os temas propostos, os bolsistas desenvolveram diversas atividades no perfil, inclusive chamadas semanais aos alunos das instituições participantes, convidando-os a participar. Entre as atividades realizadas pelos bolsistas, destacam-se: tutoriais; declamação de poesia; templates; duelo de livros preferidos; wallpapers; música; desafio do livro; indicações de livros, filmes e séries; petição para defender o livro; enquetes; lives; playlist construída junto com os seguidores; pesquisas e publicações sobre personalidades negras; chamadas; avisos e organização de sarau virtual, que contou com a participação de 60 participantes e durou 4 horas, gerando certificação. Convém destacar a parceria entre as disciplinas Literatura e Artes, que trouxe ao projeto muitas contribuições; ademais, o projeto recebeu inúmeras apresentações que engrandeceram a dinâmica do perfil como: challenge de maquiagem, 30
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
vídeos declamando poemas e interpretando canções; poemas diversos e fotografias. Por fim, tivemos a participação de excelentes profissionais nas seguintes lives do perfil: “Literatura de todos os tempos: do pergaminho à era digital”, “A escrita como oportunidade de sobrevivência”, “Dançar a poesia: o poder do corpo em movimento”, “Jukita e as festas de agosto”, “Live surpresa sobre o ‘Escrevivendo’ arte”, “Live musical”, “A ansiedade não está no controle”, “Potencial criativo do ser”, “Arte indígena, natureza e Lei 11.645/08”. Destacamos aqui relatos dos bolsistas sobre a participação no projeto: “O projeto ‘Escrevivendo’ Arte proporcionou a ampliação dos meus horizontes. Pude conhecer os cantores, poetas e artistas que convivem comigo todos os dias no IF e isso foi muito significante” (Ane Karoline); “Apesar de ter ficado pouco tempo no projeto, esses dois meses foram incríveis pra mim, pois aprendi bastante sobre a cultura negra e a indígena, além de ter um maior contato com a comunidade estudantil. Sinto que cresci mentalmente, e sou grata ao projeto por isso” (Maria Eduarda); “Queria agradecer a todas, ‘todes’ e todas que fizeram parte desse projeto que significou tanto para mim! Queria agradecer, especialmente, à professora Valesca, professora Maria Flávia, professora Bárbara, professora Lidiane e aos bolsistas Karol, Maria e Sandro. Foram meses de muito aprendizado e experiências incríveis. Pude conhecer diversos livros, artistas regionais, culturas diferentes e mulheres incríveis do mundo da literatura. Espero em 2021 continuar a compartilhar minhas leituras e declamações no @ escrevivendoarte” (Júlia). Ante o exposto neste relato, cabe frisar que, para além das metas estabelecidas, construímos laços de conhecimento que, compreendendo a complexidade que constitui o ser humano, promovem o bem-estar de todos os envolvidos. Revista de Extensão do IFNMG
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Coordenadora: Fernanda Antunes Almeida Bolsistas: Ítalo Rhavier Leite Fonseca, Joyse Eduarda Mota Rodrigues e Lucas Wiliam Carvalho de Oliveira Colaboradores: Alessandra Ribeiro Queiroz, Alessandro Carneiro Ribeiro, Clodoaldo Roberto Alves, Daniel Rocha Silva, Éder Mendes Pinto, Edmilson de Souza Oliveira, Elyara Carvalho Cardoso, Jacqueline Alves de Jesus, Jonathan Rodrigues Azevedo, Lívia Clara Tavares e Sônia Regina Serra da Silva Texto: Alessandra Ribeiro Queiroz Campus: Pirapora
Maria Tereza. Vencedora do IF Show de Talentos 2020
Projeto
IF Show de talentos A arte e a cultura adentraram novamente o Campus Pirapora, só que, dessa vez, foi virtualmente. O IF Show de Talentos, que está em sua segunda edição, provou-se novamente um sucesso, contando com a participação de discentes e comunidade piraporense. O evento contou com a participação dos servidores da Coordenadoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (CAEC), Coordenadoria de Extensão, professores e bolsistas da Instituição e foi transmitido pelo Instagram da CAEC e pelo YouTube do IFNMG-Campus Pirapora. Os vídeos dos participantes foram postados e o público escolheu os semifinalistas, por meio de enquetes nos stories. Essa fase contou com muita diversão e entretenimento entre participantes e telespectadores. O evento foi um sucesso, levando alegria, diversão e, principalmente, a valorização da cultura dos artistas de nossa região.
O
IF Show de Talentos do IFNMG/Campus Pirapora é um evento desenvolvido para viabilizar um momento para que alunos e comunidade externa possam apresentar os seus dons por intermédio das mais variadas representações artísticas.
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E, por meio da utilização da arte e da música, busca-se essa interação com apresentações abertas a toda a comunidade, contribuindo para o desenvolvimento de aptidões artísticas, oralidade, autonomia e interpretação, além da competição saudável e habilidades de recepção
de informações transmitidas pela linguagem oral e corporal. O evento de talentos, que ocorria na forma presencial, nas dependências do IFNMG/Campus Pirapora, neste ano, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, foi realizado totalmente em formato virtual e a arte
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
e a cultura adentraram novamente o IFNMG/Campus Pirapora pela tecnologia mediada por mídias sociais (Instagram e YouTube). Durante o período do projeto, o evento contou com a participação dos servidores da Coordenadoria de Assuntos Estudantis e Comunitários, Coordenadoria de Extensão, professores e bolsistas da Instituição, que decidiram que as etapas do Show de Talentos ocorreriam nas diversas categorias artísticas, a fim de ampliar a visão cultural de todos os envolvidos na valorização da cultura, das artes e da diversidade cultural presente no conjunto das comunidades que compõem o Campus Pirapora. Para a execução do projeto, foi acordado que seriam utilizados o Instagram da Coordenação de Assuntos Estudantis e Comunitários (CAEC) e o YouTube do IFNMG/Campus Pirapora. Dessa forma, a divulgação foi feita no Instagram da CAEC e os candidatos realizaram a inscrição por meio de formulário online, com envio de vídeo para postagem na rede social. Os vídeos dos participantes do II IF Show de Talentos foram postados no Instagram da CAEC e o público escolheu os semifinalistas por meio de enquetes nos stories. Essa fase contou com muita diversão e entretenimento entre os participantes e telespectadores, pois houve muitos compartilhamentos, curtidas e engajamento para a decisão do semifinalista do dia. Na “Grande Final” do II IF Show de Talentos, os semifinalistas enviaram novos vídeos que foram apresentados na live, comandada pelo professor Jonathan Azevedo, no YouTube do IFNMG/Campus Pirapora. A live ainda contou com a presença dos jurados Benjamim, intérprete musical instrumentista, o professor e compositor Malter Ramos do IFNMG/Campus Diamantina, Joelber, regente do projeto IF Fanfarra do IFNMG/Campus Pirapora e a cantora de eventos Josane Azevedo. Os jurados convidados teriam como Revista de Extensão do IFNMG
principal objetivo escolher o grande vencedor do evento e escolheram a participante Maria Tereza, que, na final, interpretou a música “Romaria” de Elis Regina. A live do II IF Show de
Talentos-Campus Pirapora contou com mais de duzentas pessoas participantes. Para falar sobre o evento, a vencedora do II IF Show de Talentos deu o seu depoimento: 33
“Olá, meu nome é Maria Tereza, eu tenho 16 anos, e participei do show de talentos da CAEC-IFNMG Campus Pirapora. E foi uma experiência sensacional, mesmo que a distância, pude vivenciar lindamente bem o show. Em meio a uma pandemia, o Instituto não desistiu e nem deixou de lado esse projeto incrível e surpreendente, o cuidado com cada participante e o zelo com que foi preparado... tudo foi maravilhoso. Me senti lisonjeada por participar e ganhar o show de talentos e muitíssimo feliz por apreciarem o meu trabalho musical. Fiquei muito feliz por cantar ao lado de vozes lindas e pessoas maravilhosas. Ter participado e ter sido a vencedora foi uma experiência incrível”. (Maria Tereza, vencedora do II IF Show de Talentos/Edição Virtual, 2020) Por fim, pode-se observar que o evento foi um sucesso, levando alegria, diversão e, principalmente, a valorização da cultura dos artistas de nossa região. A mãe da vencedora do evento, Sonaly Cristina disse que estava “muito feliz pelo projeto, uma vez que possibilita mostrar o trabalho e valorizar a cultura do nosso povo”. Ainda sobre o evento, a vencedora, Maria Tereza, relata a sua felicidade em participar do IF Show de Talentos e agradece pela oportunidade.
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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Júlia de Oliveira Fernandes
Imagem da mídia vencedora na Categoria “Imagem - Artes integradas”. Título da produção: Arte de Aventura.
Coordenador: Santina Aparecida Ferreira Mendes e Bráulio Quirino Siffert Colaboradores: Maria Araci Magalhães, Andreia Pereira da Silva, Juliana Silveira Paiva, Angela Gama Dias de Oliva e Wadingthon Veloso Silva Texto: Santina Aparecida Ferreira Mendes, Andreia Pereira da Silva, Bráulio Quirino Siffert e Warley Souza Dias Campus: Reitoria
Projeto
1º Concurso Cultural de Produções Artísticas em Mídias Digitais
"Arte em Casa" Entre as estratégias para enfrentar o distanciamento social ocasionado pela COVID-19, a arte desempenha um importante papel de reflexão, expressão, sociabilidade e ocupação do tempo livre. Pensando nisso, o IFNMG, por meio da Pró-Reitoria de Extensão e da Coordenação de Comunicação, promoveu, em 2020, o Concurso Cultural de Produções Artísticas em Mídias Digitais “Arte em Casa”. No total, foram 110 mídias digitais inscritas e colocadas para apreciação do público nas redes sociais. As seis produções vencedoras foram as que receberam o maior número de curtidas em cada uma das seis categorias do concurso. Como premiação, os autores receberam um certificado e suas produções foram divulgadas, junto com seus depoimentos, nos canais do IFNMG.
D
iante do cenário de distanciamento social, de suspensão das atividades letivas presenciais e de medos e incertezas ocasionados pela pandemia da COVID--19 e por acreditar que o momento poderia representar um espaço rico em criatividade, reflexão, autonomia e produção artística, a Pró-Reitoria de Extensão e a Coordenação de Comunicação do IFNMG promoveram o 1º Concurso Cultural de Produções Artísticas em
Revista de Extensão do IFNMG
Mídias Digitais “Arte em Casa”, no período de abril a junho de 2020. Foram 110 produções inscritas e validadas nas seguintes áreas: Imagens - artes visuais, artes aplicadas e artes integradas; e Vídeos - artes cênicas, música, artes literárias e artes integradas. O concurso recebeu inscrições de estudantes e pessoas da comunidade de abrangência do IFNMG e também de pessoas de outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Paraíba. Assim, o quan-
titativo de inscrições e a origem delas evidenciam que a modalidade de concurso, em seu caráter virtual, de interação e de redes de comunicação, ampliou e diversificou os espaços de participação. O processo de apreciação e seleção das mídias inscritas foi realizado por meio de exposição online, mantida no canal do Youtube e no perfil do Instagram do concurso. Sagrou-se vencedora a mídia de cada modalidade que obteve o 35
Ana Júlia Teles Baldaia
O público tornou-se diverso, contando com a participação de crianças e terceira idade, que interagiam nas atividades de teatro, literatura, artes visuais e música.
Imagem da mídia vencedora na Categoria “Vídeo - Artes cênicas”. Título da produção: SOS Planeta.
maior número de “likes”/ “curtidas” do público visitante. Os vencedores do Concurso Cultural Arte em Casa foram: Júlia de Oliveira Fernandes (Categoria Imagem - Artes integradas), Kaio Henrique Teixeira Costa (Categoria Imagem - Artes visuais), 36
Gabriela Antunes Lopes
Imagem da mídia vencedora na Categoria “Vídeo - Artes integradas”. Título da produção: Cover de Train Wreck do James Arthur.
Vitória Rocha da Silva (Categoria Vídeo - Artes literárias), Ana Júlia Teles Baldaia (Categoria Vídeo - Artes integradas), Gabriela Antunes Alves (Categoria Vídeo - Artes cênicas) e Silvano Guimarães de Bessa (Categoria Vídeo – Música).
A potencialidade da arte A iniciativa demonstrou que a arte representa um importante espaço de diálogo, de livre exercício da criatividade, da cidadania ativa e de aprendizagens. Segundo a coordenadora do evento, professora Santina Mendes, “as produções artísticas em mídias digitais, nas várias modalidades artísticas submetidas, bem como o acesso a elas representaram uma importante estratégia de entretenimento, conexão e compartilhamento de experiências, sentimentos e afetos, além de terem fortalecido, socializado e despertado talentos”. Ana Júlia Teles Baldaia, vencedora na categoria “Vídeo - Artes integradas”, afirmou que decidiu participar do concurso por causa do seu amor à arte: “A arte é uma excelente maneira de levar uma mensagem até as pessoas, a arte se conecta com a alma. E a mensagem que eu quis passar com meu vídeo foi a de que devemos ter esperança e ver luz em meio à escuridão”. Já a mensagem que a vencedora na categoria “Vídeo - Artes cênicas”, Gabriela Antunes Lopes, passou para o público foi “mais empatia e amor pelo planeta Terra inteiro, tanto pela flora quanto pelos seres que nela habitam”. Gabriela compreende que os acontecimentos que pro-
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Arte para todas as pessoas em todos os tempos Quando foi pensado o 1º Concurso Cultural de Produções Artísticas em Mídias Digitais “Arte em Casa”, a ideia era realmente tornar o enfrentamento à pandemia um pouco mais leve, utilizando a arte como instrumento de cura, de expressão de mensagens e sentimentos, como relataram os vencedores. Kaio Henrique Teixeira Costa, vencedor da categoria “Imagem Artes visuais”, falou sobre a importância do concurso nesse momento, enquanto oportunidade para as pessoas se expressarem e deRevista de Extensão do IFNMG
Imagem da mídia vencedora na Categoria “Imagem - Artes visuais”. Título da produção: Universo Interior.
monstrarem seu potencial criativo: “Foi uma ótima forma de interagir com as pessoas e me fez enxergar quanto apoio e admiração eu posso ter com o meu trabalho. Fico muito feliz e agradecido por ter sido premiado e espero que isso abra várias portas a todos os artistas que participaram”. E Vitória Rocha da Silva, classificada em primeiro lugar na categoria “Vídeo - Artes literárias”, também destacou que o contexto de pandemia e as sensações dela decorrentes foram o que a inspiraram a produzir o poema para o concurso. “Ao gravar o vídeo, deixei que elas pudessem falar por mim, por meio da poética das palavras. Espero que quem tenha acesso a ‘Pouso Isolado’
Kaio Henrique Teixeira Costa.
vocam desequilíbrio no mundo são reflexos da ação humana. Por isso, usou o próprio corpo como uma tela de pintura para passar a mensagem. E, diante de tantas crises, não só o planeta, mas o próprio ser humano clama por socorro. Essa foi a compreensão da primeira colocada na categoria “Imagem - Artes integradas”, Júlia de Oliveira Fernandes, que destacou que a arte contribui para preencher o vazio causado pela pandemia: “A arte é o remédio para a solidão e o vazio. Quando estou pintando, a arte me leva para outra dimensão, construída por esperança e feita de consolo. Durante esta pandemia, as pessoas deveriam transformar as aflições, os medos e a preocupação em arte”. Coerente com a visão de Júlia, Silvano Guimarães de Bessa, premiado em primeiro lugar na categoria “Vídeo - Música”, aponta que a arte representa uma forma de expressar sensações, sentimentos, emoções e interpretações do mundo: “Diante de tantas situações que nos deixam inconformados, desesperados, impacientes e impotentes, como, por exemplo, a pandemia, a arte nos proporciona leveza, alegria e equilíbrio, para enfrentarmos a realidade que estamos vivendo”.
voe em direção a ‘cada uma de suas melhores lembranças’”, disse. Por conta dos resultados alcançados e dos efeitos provocados, o projeto “Arte em Casa” contará com novas edições. Assim, a iniciativa seguirá com o propósito de incentivar, valorizar e promover a produção e o acesso às artes e à cultura, em suas diversas linguagens, envolver, entreter, provocar reflexões e, trazer um pouco de serenidade, paz e esperança aos corações das pessoas. As mídias inscritas no Concurso “Arte em Casa” ainda estão disponíveis, para apreciação, no Perfil do Instagram: instagram.com/ concursoarteemcasa/ e no Canal do Youtube: “Concurso Arte em Casa IFNMG”. 37
Coordenadora: Alfredo Costa Bolsistas: Péricles Amaral Pires e Manuela Aguiar Ribeiro Voluntária: Bárbara Gabriela Silva Colaboradores: Leonardo Luiz Silveira da Silva , Alex Lara Martins e Marcos Vinícius Montanari Texto: Alfredo Costa, Leonardo Luiz Silveira da Silva e Alex Lara Martins Campus: Almenara, Pirapora e Salinas
Projeto
Jogo Pandemundi em desenvolvimento
Alfredo Costa
Proposta de gamificação como estratégia de conscientização e
enfrentamento da pandemia da COVID-19
O Projeto de Extensão parte da possibilidade da gamificação como recurso didático no dia a dia institucional, transformando-o em facilitador da transmissão do conhecimento. Tem, como público -alvo, estudantes do Ensino Médio, e tem, por base, a sua utilização em sala de aula por meio de uma abordagem de caráter multidisciplinar, inserida em um cenário de pandemia, tal qual a do Coronavírus COVID-19 (Sars-CoV-2). Fundamentalmente, os jogadores devem cooperar entre si para atingir objetivos comuns e, ao mesmo tempo, combater o “Vírus da Pandemia”. Espera-se que o jogo possa contribuir para a mudança da mentalidade e realidade – sobretudo a local – por deslocar, em sua dimensão representacional, o partícipe da empreitada da tradicional condição de mero espectador a agente de transformação da sua realidade.
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Tabuleiro do jogo Pandemundi com a formação de início do jogo
Alfredo Costa
O
jogo de tabuleiro “Os Males da Humanidade – Expansão Pandemundi” traz uma abordagem de caráter multidisciplinar, inserida em um cenário de pandemia. Fundamentalmente, os jogadores devem cooperar entre si para atingir objetivos comuns e, ao mesmo tempo, combater o “Vírus da Pandemia”. Esse jogo é o resultado do projeto “Proposta de gamificação como estratégia de conscientização e enfrentamento da pandemia da COVID-19”, aprovado no Edital Nº. 03/2020 - PROEX, do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Peças do jogo Pandemundi
bientais provocadas por uma pandemia”. Ao longo de uma partida, os participantes serão orientados a pensar e agir como estadistas e lideranças mundiais, no enfrentamento a uma pandemia, balanceando quatro importantes eixos do tecido social, para construir soluções que evitem o colapso mundial. Foi adotado o modelo de construção de jogos de interesses geopolíticos proposto no artigo científico “Desenvolvendo jogos de tabuleiro como instrumento de aprendizagem geopolítica: observações metodológicas e relato de experiência
Alfredo Costa
Recorte das cartas do jogo Pandemundi
Alfredo Costa
É baseado no jogo de tabuleiro “Os Males da Humanidade”, lançado em 2016 apenas em inglês, e assinado pelo Prof. Dr. Leonardo Luiz Silveira da Silva, com apoio do Colégio Magnum Agostiniano que, gentilmente, cedeu a mecânica original já testada para a elaboração dessa expansão. O jogo original é sobre uma tentativa de cinco líderes mundiais de desenvolver quatro grandes áreas do cotidiano da sociedade: economia, consciência ambiental, diversidade cultural e ética e política, ao mesmo tempo em que são desafiados por um jogador conhecido como “o Mal da Humanidade”. Segundo o professor Leonardo Silveira, um dos idealizadores do jogo, “o Mal da Humanidade é um jogador que não representa uma entidade em si, mas uma espécie de sombra dos desejos materialistas de um ser humano que põe em risco a cooperação internacional, por intermédio da ameaça ao equilíbrio ecológico, político e ético da sociedade contemporânea”. Nesta edição, o Mal da Humanidade é representado pelo vírus da pandemia, e os líderes mundiais devem combatê-lo, buscando promover o desenvolvimento científico, a cooperação internacional, além de manter a economia e a opinião pública sob controle. O jogo parte da possibilidade da gamificação como recurso didático no dia a dia escolar, transformando -o em facilitador da transmissão do conhecimento. Tem, como público -alvo, estudantes do Ensino Médio – mas também jovens e adultos - e tem, por princípio, a sua utilização em sala de aula, embora possa ser jogado em outros ambientes sem qualquer prejuízo. Segundo o coordenador do projeto, “trata-se de uma alternativa, ao mesmo tempo, didática e lúdica, de promover a conscientização e difusão de informações sobre as ações preventivas e as consequências biológicas do vírus para a saúde humana, bem como induzir a reflexão sobre as implicações socioeconômicas e am-
a partir do jogo Nilo”, publicado, em 2019, por Leonardo Luiz Silveira da Silva. O autor afirma que, nesse modelo, os estudantes podem se posicionar como partícipes da construção do jogo e como jogadores testadores. É importante destacar que o momento de construção do jogo é extremamente rico, possibilitando um entendimento profundo da temática abordada, o que cumpre a natureza do investimento pedagógico: o protagonismo estudantil. Alcançou-se, como resultado, a elaboração de um jogo de tabulei39
Alfredo Costa Alfredo Costa
Site do jogo Pandemundi Imagem de computador
Portal para download do manual e das peças do jogo Pandemundi Imagem de computador
ro gratuito, disponibilizado digitalmente, com mecânica totalmente funcional, e que poderá ser utilizado amplamente em sala de aula, como recurso didático, e como objeto de entretenimento nos momentos de lazer. Para Péricles Pires, bolsista do projeto,“o jogo traz informações importantes sobre o combate à pandemia, e promove a conscientização sobre os resultados bons e ruins da gestão de recursos escassos em tempos de isolamento social”. Havia previsão de apresentação do jogo e realização de torneio no evento institucional IFMundo 2020, que foi cancelado por ocasião das medidas 40
de isolamento social provocadas pela pandemia da COVID-19. Por essa razão, e, após muita discussão, foi possível executar o projeto com qualidade, sem realizar os gastos previstos com a aquisição de materiais. Os resultados foram e estão sendo disseminados por meio do site do projeto: https://sites.google. com/ifnmg.edu.br/pandemundi. Todavia, há de se destacar que aquilo que se mostrou, a priori, como uma ameaça ao projeto (o prolongamento da pandemia da COVID-19), apresenta-se também como uma face de sua força: vivendo a história in loco, os jogadores podem debater e se
posicionar acerca de assuntos muito sensíveis ao seu próprio cotidiano, compreendendo, de forma mais aprofundada, as consequências dos comportamentos individuais e coletivos em tomadas de decisão. Por ser gratuito, de baixo custo de montagem e de fácil reprodução – necessita apenas de papel, tesoura e cola para a montagem das peças – espera-se que esse jogo seja capaz de promover um debate bem fundamentado sobre as consequências de uma pandemia para a (re) organização de diversos aspectos da sociedade contemporânea, em suas escalas local, regional e global.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Samara Arcanjo e Silva Bolsista: Amanda Keny Rodrigues Silva, Crescêncio Gusmão Castro, Gabriel Ferreira Vieira e Vitória Moreira Prates Colaboradores: Adriene Matos dos Santos e Larissa Duarte Araújo Pereira Texto: Samara Arcanjo e Silva e Larissa Duarte Araújo Pereira Campus: Araçuaí
Amanda Keny
Preparo da área para início da construção da mandala.
Projeto
Mandala Evolutiva: uma metodologia alternativa para o ensino de botânica
Quem nunca se aborreceu ao estudar botânica por ter que decorar os incontáveis termos técnicos, sem sequer uma aula prática? Historicamente, a botânica tem sido trabalhada de forma conteudista e desestimulante para a maioria dos estudantes. Pensando nisso, a equipe do projeto propôs a Mandala Evolutiva, como metodologia alternativa para o ensino de botânica, transformando-a em algo atrativo e contextualizado. A denominação considera o espaço físico ocupado na construção de um jardim didático, em que mandala remete à disposição geométrica dos canteiros, e evolutiva, pois se aplica à disposição das plantas, atendendo à sistemática vegetal.
Revista de Extensão do IFNMG
Amanda Keny
O
uso de atividades e desafios que conectem informações teóricas à prática e que combinem percursos pessoais com a participação significativa em grupos são aspectos fundamentais para despertar o interesse dos estudantes e contribuir para o sucesso da aprendizagem. No ensino de botânica, não é diferente. Contudo, a carência de atividades desse tipo tem tornado o ensino da área tradicionalmente desestimulante para os estudantes e, até mesmo, para os professores.
Lago finalizado.
Somados a essa falta de interesse no estudo de botânica, têm-se o pouco conhecimento e a consequente desvalorização da flora nativa da região de abrangência do IFNMG/ Campus Araçuaí. Ao longo do processo histórico regional, infundiu-se na população a crença de que este é o “vale da miséria”, devido às condições ambientais e à falta de recursos. Esse pensamento reforça o estereótipo de que a flora nativa é pobre e contribui para a carência de estudos. 41
Larissa Pereira
Início do plantio das mudas.
A mandala evolutiva, implantada no setor de produção do IFNMG/Campus Araçuaí, faz parte da trilha agroecológica aberta para visitação de escolas e da comunidade em geral. O objetivo desta mandala é retratar a evolução das plantas a partir das algas e como elas se diversificaram e conquistaram o ambiente terrestre. Por isso, a mandala conta com um lago artificial no centro dos canteiros: as plantas iniciaram sua história evolutiva na água e, ao longo da evolução, diversos grupos retornaram ao ambiente aquático. As espécies de plantas selecionadas para serem incluídas na mandala foram resultado de intenso trabalho de pesquisa dos estudantes bolsistas envolvidos no projeto. Eles realizaram o levantamento das plantas nativas da flora regional, em pesquisas na literatura e em conversas com seus familiares. Nesse sentido, a estudante Amanda Keny Rodrigues Silva, do Curso Técnico em Agroecologia in42
Amanda Keny
A mandala
Delimitação dos canteiros e construção do pergolado.
tegrado ao Ensino Médio, ressalta: “o projeto pôde me proporcionar uma experiência incrível do início ao fim, tendo contribuído em esfera pessoal, acadêmica e, futuramente, profissional, além de aprofundamento do conhecimento em biologia, geografia e, até mesmo, histórico-cultural.” Ainda, o estudante Crescêncio
Gusmão Castro, também do Curso Técnico em Agroecologia integrado ao Ensino Médio, relata que as atividades desenvolvidas por ele no projeto foram importantes para aproximá-lo do curso, “além de desmistificar esta visão conturbada sobre os biomas da região, permitindo-me perceber as riquezas presentes neles.”
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Larissa Pereira
Início da construção do lago.
Um jardim didático Diante da necessidade de adequação das práticas pedagógicas ao contexto contemporâneo, o uso de espaços alternativos não formais para o ensino tem se tornado cada vez mais comum. Os jardins didáticos, tal como a mandala evolutiva, possibilita o desenvolvimento de atividades que permitem a conexão entre conceitos específicos e a realidade. Pensando nisso, ao longo do projeto, a equipe executora elaborou cinco planos de atividades práticas, utilizando, não somente o espaço da mandala, mas também, a trilha agroecológica e o Laboratório de Biologia do campus. O intuito dessas atividades é promover a troca de saberes entre o senso comum e o conhecimento científico, agregando ingredientes lúdicos ao processo de ensino-aprendizagem e incentivando a participação de estudantes. Os planos de atividades, que exploram diferentes aspectos dos elemenRevista de Extensão do IFNMG
tos incluídos na mandala evolutiva, abordam os seguintes temas: Biomas; Classificação e evolução das plantas; Coleções botânicas; Morfologia vegetal e Síndromes de polinização e dispersão. Todos esses assuntos serão tratados de forma interdisciplinar e contextualizada à realidade local. Neste contexto, o estudante Gabriel Ferreira Vieira, do curso técnico em Meio Ambiente integrado ao ensino médio, avalia que o projeto “[...]
nos motivou cada vez mais a se pegar ao sentimento de pertencimento a esta obra que vem para tentar quebrar o paradigma do ensino expositivo. Então, finalizo com o meu agradecimento a este projeto que se tornou parte de mim.”. O intuito das práticas é despertar nos visitantes este e outros sentimentos que remetem pertencimento. Pertencimento que conduz à valorização e à preservação da flora nativa da região. 43
Larissa Pereira
Cacto, pertencente à família Cactaceae e nativo da região, plantado em um dos canteiros .
Uma construção que não termina aqui
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Construção da floreira para as samambaias.
Crescêncio Gusmão
Muito mais do que um espaço não formal para o ensino de botânica, o anseio da equipe é que a mandala evolutiva seja inspiração para novas metodologias de ensino, centradas no estudante, alinhadas ao contexto regional e que valorizem as riquezas do Vale do Jequitinhonha. Em virtude da pandemia, as visitas à mandala evolutiva não puderam ser realizadas dentro do período de vigência do projeto, como lamenta a estudante Amanda Keny, cujo sentimento é partilhado pelo restante da equipe: “Lamento apenas que, em função da pandemia, algumas atividades foram limitadas.” Contudo, a construção não se encerrou com a finalização do projeto. Os métodos de ensino tradicionais, em que os professores atuam como transmissores de conhecimentos aos estudantes, podem ser ressigni-
ficados e revistos em uma sociedade conectada, que tem um mundo de informações na palma da mão, em qualquer lugar e a qualquer hora. Assim, o desejo da equipe é desenvolver as atividades práticas planejadas, junto com estudantes do IFNMG e das escolas estaduais e municipais de Araçuaí e entorno. E, para além, experienciar a construção de novos jardins didáticos semelhantes a esse em outras escolas da região.
Pretende-se seguir construindo novos jardins e novas formas de ensinar e de aprender botânica! A equipe executora agradece aos parceiros José Antônio Ramalho Cardoso, Luciano Jardim dos Santos, Rodrigo Santos Jardim, Gildo Pereira dos Santos e Gilberto Nunes Siqueira, colegas terceirizados, cuja colaboração foi imprescindível e inestimável para o desenvolvimento desse projeto.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Equipe parcial do projeto.
Coordenador: Geraldo Magela Matos Bolsista: Gustavo Gusmão Duarte Silva Voluntários: Lucas Eduardo Leite Costa e José Ricardo Silva Souz Colaboradores: Leonardo Luiz Silveira da Silva, Ricardo dos Santos Silva e Wania Silvinha Loiola de Oliveira Texto: Geraldo Magela Matos Campus: Salinas
Gustavo Gusmão Duarte Silva
Projeto
O projeto de extensão teve como objetivo subsidiar o uso do aplicativo Geocaching aos discentes do IFNMG-Campus Salinas. Por meio de geotecnologias, com o processamento de coordenadas geográficas, o Geocaching é uma forma de explorar lugares em diferentes escalas. O aplicativo é utilizado como uma forma de “caça ao tesouro”, tendo como recompensa a descoberta da cache. Em função da pandemia provocada pela COVID-19, algumas etapas foram executadas parcialmente e outras alteradas em consonância com o contexto. Mesmo diante das limitações, o projeto despertou o interesse dos discentes, possibilitou discutir alguns conhecimentos cartográficos e geográficos, estabeleceu uma aproximação com algumas geotecnologias e o uso do aplicativo.
O
projeto “Geocaching: a aliança entre a geotecnologia e a sala de aula” surgiu com o propósito de contribuir na compreensão de temáticas ligadas à Cartografia, especificamente compreender a linguagem cartográfica. O uso de coordenadas geográficas é constante no cotidiano das pessoas, mesmo que a maioria não se dê conta disso. Até mesmo atividades simples, como o deslocamento para um estabelecimento público, pode demandar a utilização de mapas impressos e/ou mapas por meio do Global Positioning System (GPS). Os aparelhos de telefonia móvel, por meio de aplicativos, são usados constantemente para auxi-
Revista de Extensão do IFNMG
liar na localização de locais. Essa utilização são ações mecânicas e pontuais, haja vista, que existe pouca relação com os estudos geográficos para a compreensão da realidade. O projeto teve o objetivo de desenvolver habilidades na utilização do aplicativo Geocaching e a linguagem cartográfica. Além disso, buscou-se aprofundar os conhecimentos teóricos para melhor utilização dos recursos e desenvolvimento de habilidades a serem delineadas e desenvolvidas. Foram realizadas parcerias com alguns gestores de escolas estaduais de Salinas, por meio de telefone/whatsapp, com o propósito de propagar o projeto para os discentes matriculados no 1º ano do Ensino Médio. 45
Gustavo Gusmão Duarte Silva
Na execução, foram realizadas análise bibliográfica sobre a temática; leitura e discussão de textos; preparação de materiais (definição dos objetos para compor os caches); planejamento de oficinas ( noções de funcionamento de bússola orientação, coordenadas geográficas, conceitos de espaço geográfico, escala, paisagem, território e lugar); e 46
o funcionamento do aplicativo Geocaching. Os bolsistas, juntamente com o coordenador, estabeleceram inicialmente alguns caches com o uso das coordenadas geográficas com o propósito de mostrar o funcionamento para os discentes do 1º ano do Ensino Médio. As ações de intervenções culminaram na construção e instalação
das caches, inserção das informações (pistas) online, com a respectiva ficha de procura alusivas aos locais dentro e fora do IFNMG-Campus Salinas. Por meio de roteiro foi possível desenvolver a atividade envolvendo os discentes, acompanhados pela equipe do projeto. Os pontos foram compostos por várias edificações de diversos tipos (residencial, comercial, religioso, autarquias governamentais, monumentos históricos, praças, museu e outros), localizados no campus e na cidade de Salinas. O discente voluntário José Ricardo Silva Souza, do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio, apontou sobre a possibilidade de interação da prática do Geocaching: “A prática do Geocaching pode trazer benefícios para os discentes, bem como os demais interessados, poderá proporcionar o “sair da poltrona”, caminhar, correr para encontrar os caches. Para os mais aventureiros, o Geocaching poderá estimular a prática de “fazer trilhas”, acampar, conhecer novos lugares entre outros. Destarte, será possível observar com mais detalhes as características e peculiaridades de cada lugar”, destacou o bolsista. Ressalta-se que, em razão das medidas de proteção para o enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus (COVID-19, algumas ações do projeto de extensão foram postergadas e alteradas, principalmente as atividades práticas presenciais juntos aos discentes participantes do projeto. Desta forma, utilizou-se a rede social Instagram, em razão da acessibilidade, para o desenvolvimento de algumas atividades, a saber: postagens semanais de orientação do uso e funcionamento do Geocaching e sugestões de atividades. Durante a execução de algumas atividades, foi perceptível, a falta de habilidade com o uso e papel das técnicas e tecnologias que
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Gustavo Gusmão Duarte Silva
Gustavo Gusmão Duarte Silva
determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços. O projeto foi avaliado positivamente por todos os participantes, todos recomendaram a continuidade do mesmo nos próximos anos com o intuito de disseminar o aplicativo, assim como contribuir na aprendizagem de elementos da Cartografia e nos conhecimentos da Ciência Geografia. Para o estudante do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio, Gustavo Gusmão Duarte Silva, bolsista do projeto, a participação no projeto possibilitou desmistificar os múltiplos usos de coordenadas geográficas. Os demais participantes também avaliaram importante o uso de tecnologias para somar a rotina profisRevista de Extensão do IFNMG
sional e pessoal. Essas ferramentas tecnológicas, em destaque o Geocaching, podem facilitar o processo de ensino e aprendizagem, principalmente nas temáticas relacionadas aos conteúdos de cartografia e geografia urbana”, enfatizou o bolsista. Lucas Eduardo Leite Costa, do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio, atuou como voluntário do projeto, enfatizou sobre o uso das Geotecnologias em vários segmentos profissionais, por exemplo a análise espacial de dados geográficos envolvendo hardware, software e peopleware. “A aplicação de geotecnologias é crescente em virtude de novas demandas no mercado. Destaca-se, por exemplo, a utiliza-
ção em temáticas que envolvem os estudos ambientais, em decorrência de diferentes interesses do capital e de instituições que tem como missão, a proteção dos elementos naturais diante do aumento da pressão antrópica sobre os diversos ambientes”. Ressalta-se que os discentes elencados participaram ativamente na construção do projeto desde o início, bem como manifestaram interesse de continuar no desenvolvimento do mesmo. Durante uma aula de Geografia após exposição de uma temática, as contribuições dos discentes foram pontuais despertando o interesse de convidá-los para contribuir com ideias relativas ao projeto. 47
Coordenadora: Geraldo Magela Matos Bolsistas: Maria Luiza Valuar Cordeiro e Maria Vitoria de Araújo Colaboradores: Leonardo Luiz Silveira da Silva, Ricardo dos Santos Silva e Wania Silvinha Loiola de Oliveira Texto: Geraldo Magela Matos Campi: Salinas
Projeto
Jornal Aura IFonte Quente
como estratégia de conscientização e enfrentamento da pandemia da COVID-19
O projeto de extensão “Jornal Aura – IFonte Quente” propiciou aos estudantes e servidores do IFNMG-Campus Salinas melhor qualidade na construção de matérias e divulgação das atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas na instituição. Foi utilizado o Instagram, por possuir maior alcance da comunidade acadêmica. Os conteúdos publicados foram: eventos, notícias e ações do campus (etapas do IF Mundo, processo seletivo e vestibular, jogos, culminância de projetos e demais assuntos de interesse da comunidade acadêmica). A execução do projeto foi positiva, pois contribuiu para a divulgação de informações de interesse da comunidade acadêmica.
A
criação de um jornal escolar é uma forma de trazer para a instituição a “cultura” científica, tendo a oportunidade de trazer para os discentes uma interação com a leitura, letramento e a apuração de fatos. Esse jornal significa um instrumento para a divulgação de projetos pedagógicos e de conteúdos trabalhados em diversas áreas do conhecimento. Deste modo, possibilita
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aos discentes a produção e a busca de conhecimento presente no processo de aprendizagem. De acordo com a bolsista Maria Luiza Valuar Cordeiro, a origem do nome do “‘Jornal Aura’ foi escolhido após um diálogo e apresentação de ideias; uma integrante da equipe apresentou o seguinte conceito sobre o nome escolhido: Aura é uma palavra, que como muitas outras a língua portuguesa,
tem uma amplitude de significados. Justamente por tal possibilidade, em seus sinônimos encontramos “notoriedade”. Notoriedade é a opinião de algum indivíduo considerada valiosa, condição de quem ou do que é de conhecimento público. O reconhecimento e a aprendizagem por meio da informação. Para psicologia, aura significa ambiente exterior do estado de espírito” ressaltou a bolsista.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Maria Luiza Valuar Cordeiro
Logomarca do jornal.
Revista de Extensão do IFNMG
Logomarca do jornal.
Maria Luiza Valuar Cordeiro
A bolsista Maria Vitoria de Araújo completou “a partir destas concepções, tomou-se por unanimidade a escolha do nome para o jornal, com intuito de mostrar a essência estudantil do Campus com informação”. O projeto do jornal despertou nos estudantes envolvidos a criatividade, autonomia, criticidade, e um protagonismo diante de sua produção, além de despertar a noção de cidadania e participação social. Destarte, o objetivo do projeto foi possibilitar a comunicação institucional acessível, simples e dinâmica aos estudantes do IFNMG-Campus Salinas e comunidade externa. Em termos metodológicos, algumas etapas foram alteradas devido à situação emergencial de saúde pública provocada pela Covid-19, o período de isolamento social contribuiu para o surgimento de algumas dificuldades relacionadas ao contato direto, tais como reuniões com os integrantes do projeto, bem como as atividades realizadas em regime presencial previstas no campus no ano de 2020. O público -alvo do projeto foram os discentes do
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ensino médio do IFNMG-Campus Salinas, bem como os discentes matriculados em escolas estaduais localizadas na cidade de Salinas/MG e outras cidades (em razão de integrantes da equipe são oriundos de outras cidades), por meio de estabelecimento de parcerias. Inicialmente, foram realizadas diversas ações de planejamento para execução do projeto: estudos no formato de oficinas relacionado à escrita, leitura de textos; análises dos acontecimentos dentro e fora do campus. As reuniões ocorreram ordinariamente às segundas-feiras, exceto feriados e recessos, com o objetivo de discursões das atividades e resolução de possíveis problemas vindouros. As postagens foram publicadas quinzenalmente no “Instagram”, com o formato de uma reportagem principal e outras reportagens secundárias conforme definido pela equipe executora do projeto. Os critérios de avaliação foram estabelecidos pelos docentes e discentes envolvidos. A composição das reportagens foram fotos, vídeos e textos no feed e nos stories da rede. Todas as postagens foram acompanhadas de um selo, criado a partir da necessidade de evitar interpretações equivocadas dos conteúdos apresentados feita a partir dos diálogos iniciais do projeto, que identifica o conteúdo da publicação. O selo “JA- Oficce” indicava que o post é de cunho formal, sério com uma problemática de relevância, já o selo “IQ- Brink” assinalava que a publicação era descontraída de viés cômico. A elaboração de reportagens foi distribuída aos integrantes do projeto. Todos foram orientados quanto a importância da escrita conforme a norma culta, sobre os prazos e escala de elaboração da reportagem principal. O jornal teve grande a aceitação do mesmo pela comunidade. Posto isto, a segunda versão do projeto será a criação de sítio próprio, que tem por finalidade tornar-se mais um aliado junto aos meios de comunicação oficiais da instituição. Os docentes participantes do projeto afirmaram que “diante das dificul50
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Maria Luiza Valuar Cordeiro
Maria Luiza Valuar Cordeiro
Página do Instagram.
Postagem sobre as eleições para reitor e diretor.
dades de acesso limitado a internet de qualidade, das realidades distintas dos discentes e das alterações de ações para atender às orientações relativas à prevenção da Covid-19, os resultados do projeto foram positivos, desde aceitação, informatização e desenvolvimento das capacidades anteriormente citadas (autonomia, criticidade, protagonismo diante de sua produção, noção de cidadania e participação social) junto ao advento de uma nova ação comunicativa”. Revista de Extensão do IFNMG
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Recuperando em momento de leitura.
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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
APAC-Januária
Revista de Extensão do IFNMG
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Projetos Sociais
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Mariana Mapelli de Paiva
Coordenadora: Mariana Mapelli de Paiva Bolsistas: Kelly Cristina Pereira Amaral e Gabriel Gondim Damascena Colaboradores: Daiane Prates Mendonça, Leila Conceição de Paula Miranda e Uendel Gonçalves de Almeida Texto: Mariana Mapelli de Paiva Campus: Almenara
Discentes do Curso Técnico em Enfermagem, Kelly e Gabriel, encontro de promoção de saúde em sala de espera de uma UBS.
Projeto
Ações educativas e promoção de saúde em sala de espera em Unidade de Saúde do município de Almenara-MG
Verifica-se que as ações de educação e promoção à saúde ainda são incipientes nos serviços de atenção primária. Dessa forma, este projeto teve por objetivo promover ações educativas em saúde durante a espera de atendimento de saúde em uma Unidade de Saúde do município de Almenara -MG. Trata-se de um projeto de extensão que foi executado pelos discentes do Curso Técnico em Enfermagem, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Almenara/MG, no período de junho a dezembro de 2019. Este projeto possibilitou a troca de conhecimentos e saberes entre comunidade e discentes do IFNMG e a sensibilização da comunidade acerca dos temas relevantes de saúde.
A
s ações de educação e promoção à saúde são essenciais para a disseminação de informações importantes de saúde. Além disso, são uma ferramenta que pode ser utilizada durante o acolhimento dos usuários dos serviços de saúde. Essas ações contribuem para estreitar os laços entre usuários e o serviço de saúde, além de minimizar o desgaste físico e emocional causado pelo tempo de espera para o atendimento. Entretanto, devido à sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde, mui-
Revista de Extensão do IFNMG
tos estabelecimentos não realizam tal atividade, que é preconizada pelo Ministério da Saúde. Nesta perspectiva, este projeto de extensão, desenvolvido por docentes e discentes do Curso Técnico em Enfermagem do IFNMG/Campus Almenara, surgiu da necessidade de ampliar as informações a usuários de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), por meio de ações de educação e promoção à saúde. O objetivo do projeto foi promover ações de promoção à saúde durante a espera de atendimento em uma Unidade de Saúde do município de
Almenara-MG. O projeto foi aprovado por meio do Edital nº 04/2019 – Campus Almenara – Proex/IFNMG, e foi desenvolvido entre junho e dezembro de 2019. Este projeto contou com a colaboração dos docentes e dois discentes bolsistas do Curso Técnico em Enfermagem, que foram responsáveis por dar andamento às atividades. Durante a execução do projeto, foram realizadas reuniões sistemáticas, a fim de planejar as ações que ocorreriam na UBS, assim como capacitar e solucionar as dúvidas dos alunos sobre os temas propostos. 55
Mariana Mapelli de Paiva
Mariana Mapelli de Paiva
Discentes do Curso Técnico em Enfermagem, Kelly e Gabriel, encontro de promoção de saúde sobre a dengue.
Discente do Curso Técnico em Enfermagem, Gabriel, em encontro de promoção de saúde sobre câncer de mama.
As ações entre os discentes e usuários da UBS ocorreram quinzenalmente, e assuntos foram abordados em forma de diálogos participativos entre os envolvidos. Os temas de saúde abordados foram sugeridos pelos discentes, por usuários do sistema de saúde entre assuntos que são preconizados pela agenda do Ministério da Saúde. Durante a execução des56
ta ação, foi possível orientar cerca de 200 pessoas, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), que tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas, relatar suas experiências, trocar e ampliar seus conhecimentos sobre diversos temas, tais como anemia, dengue, câncer de mama e outubro rosa, câncer de próstata e novembro azul, câncer de pele. Além disso, os
discentes tiveram a oportunidade de resgatar o conhecimento exposto em sala de aula, de aprender em comunidade, desenvolver a habilidade de estar em público e evidenciar que ainda existem muitas dúvidas sobre os temas de saúde abordados. Com este projeto, foi possível tornar, tanto discentes quanto a comunidade envolvida, em agentes ativos e participativos das políticas de saúde, construindo saberes e sensibilizados acerca de assuntos importantes para a saúde pública, além despertar o interesse dos futuros profissionais de Enfermagem em atividades de promoção à saúde. Ressalta-se que este projeto de extensão aproxima o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais/IFNMG da comunidade, uma vez que os discentes têm a oportunidade de aplicar seus conhecimentos em benefício desta,recebendo, em retorno, uma experiência submetida a reflexões teóricas e novos saberes.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Mariana Mapelli de Paiva, Denis Pereira Ribeiro, Edimilson Alves Barbosa, José Maria Gomes Neves, Marcos Vinicius Montanari e Uendel Gonçalves de Almeida Bolsistas: Gustavo Richard Alves Batista, Keila Brenda Rodrigues Messias, Glauco Maciel Nolasco, Sérgio Henrique Navarro dos Santo, Edward Teixeira Dias Junior, Alex Resende Gonçalves Vieira, Abel Soares De Oliveira, Larissa Dias Araújo, Daniela Rodrigues Costa, Gabriel Gondim Damascena, Kelly Cristina Pereira Amaral, Maria Fernanda Rocha Miranda, Thais Antunes Azevedo, Arthur Oliveira e Silva, Lorrany Santos e Priscila Prates Andrade Texto: Mariana Mapelli de Paiva, Denis Pereira Ribeiro, Edimilson Alves Barbosa, José Maria Gomes Neves, Marcos Vinicius Montanari e Uendel Gonçalves de Almeida Campus: Almenara
Entrega das máscaras a Polícia Militar para distribuição no município
Projeto
Distribuição de equipamentos de proteção individual
para as comunidades de Almenara, Rubim, Santo Antônio do Jacinto, Jequitinhonha, Felisburgo, Mata Verde e Jordânia
Atualmente, diversos países encontram-se em emergência pública devido ao coronavírus-19 (COVID-19), e os casos de infecção são crescentes. Diante deste cenário mundial e da escassez de recursos materiais, como equipamentos de proteção individual (EPI), faz-se necessária a produção desses EPI, para diminuir os casos de infecção da doença. O objetivo deste projeto de extensão foi de contribuir para o enfrentamento ao coronavírus (COVID19), por meio da distribuição de máscaras à população da região do Vale do Jequitinhonha. Foram produzidas 601 máscaras caseiras, conforme recomendado pelo Ministério da Saúde e distribuídas à comunidade, em parceria com a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. Este projeto contribuiu para o enfrentamento da COVID-19 e para o fortalecimento da relação entre a instituição, PMMG e a comunidade.
O
coronavírus é um RNA vírus que causa infecções respiratórias em diversos animais, incluindo aves e mamíferos (FEHR; PERLMAN, 2015). A atual pandemia de COVID-19 é causada pelo coronavírus SARSCoV-2 e teve os primeiros casos notificados na China, em dezembro de 2019. Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a epidemia de ca-
Revista de Extensão do IFNMG
ráter emergencial de importância internacional (OMS, 2020). No Brasil, os casos de coronavírus-19 (COVID-19), segundo dados disponibilizados em plataforma do Ministério da Saúde, são crescentes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Em de fevereiro de 2020 , havia nove casos em investigação no país (SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2020). Os dados do dia 15/04/2020 revelam que há 28.320 casos con-
firmados, sendo 1.736 óbitos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Em Minas Gerais, os casos também aumentam. De acordo com dados do boletim epidemiológico do Estado de Minas Gerais do dia 16/02/2020, existem 70.003 casos suspeitos e 958 casos confirmados (SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2020). No entanto, a epidemia ainda se encontra em estado inicial de evolução, com poucos 57
Entrega das máscaras a Polícia Militar para distribuição no município
estudos clínicos e com muitos casos hospitalizados; portanto, o quadro ainda é preliminar (LANA et al; 2020). Diante do cenário mundial de pandemia do COVID-19, o Ministério da Saúde vem conduzindo ações para minimizar a disseminação e impactos da doença no cenário nacional. Uma das ações é a adesão a produtos de equipamentos individuais (EPI), como, por exemplo, as máscaras. Porém existe uma escassez desses equipamentos em diversos países e no Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Estudos apontam que a utilização de máscaras caseiras é eficiente para prevenir a disseminação de gotículas expelidas pelo nariz ou boca, sendo uma barreira física eficiente para diminuir o número de casos da doença (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Seguindo as recomendações da NOTA INFORMATIVA Nº 3/2020-CGGAP/DESF/SAPS/MS, as máscaras 58
devem ser produzidas de acordo com o tecido recomendado (tecido de algodão, tricoline, cotton, TNT, outros têxteis), com tamanho adequado para cobrir a boca e nariz ( 21cm altura e 34cm largura), em duplo tecido com elástico nas extremidades da máscara (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Além disso, para aumentar a efetividade das máscaras é importante a orientação dos indivíduos sobre as condutas de uso e higiene do equipamento de proteção individual (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Neste panorama, faz-se necessária a execução de projetos de extensão para contribuir com a proteção individual da comunidade e minimizar a propagação do vírus. Diante disso, o referido projeto de extensão teve por objetivo contribuir para o enfrentamento ao coronavírus (COVID19), por meio da distribuição de máscaras à população. O projeto foi conduzido por uma
equipe de docentes e discentes bolsistas do IFNMG/Campus Almenara, em parceria com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Foram confeccionadas 601 máscaras caseiras individuais, conforme Nota Informativa nº 3/2020, feitas com tecido duplo de algodão, com 21 centímetros de altura e 34 centímetros de largura, a fim de cobrir boca e nariz, com costura na extremidade da máscara com um elástico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). As máscaras foram entregues ao responsável pelo Batalhão da PMMG, que ficou responsável por distribuir as máscaras à população do município. O desenvolvimento deste projeto de extensão contribuiu para o enfrentamento COVID-19, com a distribuição de máscaras à população e a orientação quanto à importância da utilização deste EPI, a fim de minimizar o risco de se adquirir a doença e impactar na saúde individual e no colapso do sistema de saúde.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Daiane Prates Mendonça Bolsista: Thauany Santos Monteiro e Cibely Souto de Oliveira Voluntários: Andressa Ferreira da Silva, Bruno Ferreira Silva, Caique Santos Cardoso e Pamela Moreira dos Santos Colaboradora: Mariana Xavier de Souza Texto: Daiane Prates Mendonça e Mariana Xavier de Souza Campus: Almenara Daiane Prates Mendonça
Discente Thauany falando sobre os cuidados com o recém-nascido.
Projeto
Grupo de Gestantes Mães do Vale emVirtualAmbiente A vivência refere-se à experiência de discentes do IFNMG, Campus Almenara, durante a participação no projeto de extensão Grupo de Gestantes Mães do Vale, realizado, virtualmente, no ano de 2020, que objetivou oferecer informações educativas confiáveis, promover a troca de experiências e fortalecer as práticas educativas de duas USF do município de Almenara-MG. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. O projeto mostrou-se exitoso, pois proporcionou aos discentes autonomia e empoderamento na condução das atividades extensionistas, bem como se tornou primordial para a assistência à saúde durante o isolamento social, sendo inspirador para realização em outras instituições de saúde. Ademais, provou que investir em educação em saúde é uma estratégia eficaz na promoção e prevenção da saúde.
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Revista de Extensão do IFNMG
Discente Cibely falando sobre atividade sexual na gestação. Daiane Prates Mendonça
m virtude da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) iniciada no ano de 2020, o distanciamento social tornou-se necessário, como uma das medidas de biossegurança para evitar a propagação do vírus. Em virtude disso, o Grupo de Gestantes Mães do Vale ficou impossibilitado de conhecer de perto as dúvidas e anseios de cada gestante. Comprometeram-se também as trocas de experiências e a propagação de informações sobre as alterações e modificações corporais e emocionais no organismo da mulher, bem como as implicações que essas mudanças impactam no ambiente de trabalho e familiar, antes abordados durante as rodas
de conversas em grupo. Portanto, fez-se necessário buscar alternativas para promover atividades em grupo de forma remota. Logo, no ano de 2020, desenvolveu-se o Gru-
po de Gestantes Mães do Vale, por meio do aplicativo WhatsApp, com o objetivo de oferecer informações educativas confiáveis, promover a troca de experiências e fortalecer 59
Enfermeira Adalvânia falando sobre o retorno à unidade de saúde após o parto.
as práticas educativas em duas Unidades de Saúde da Família (USF), no município de Almenara-MG. Nessa perspectiva, o objetivo dessa publicação é descrever, por meio de um relato descritivo e qualitativo, a experiência de quatro discentes, ao desenvolverem ações educativas para mulheres no ciclo gravídico puerperal por meio do WhatsApp. A equipe do projeto foi composta por docente, discentes do Curso Técnico em Enfermagem e do Curso Superior de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal do Norte de Minas 60
Daiane Prates Mendonça Daiane Prates Mendonça
Enfermeira obstetra Mariana Xavier falando sobre parto humanizado.
Gerais (IFNMG), Campus Almenara e por uma enfermeira obstetra de um hospital da cidade. Contou também com a participação de colaboradores externos das diversas áreas da saúde. As ações foram realizadas entre os meses de julho e dezembro do ano de 2020, em cinco momentos distintos, sendo eles: capacitação dos discentes; cadastro das gestantes; produção de vídeos; formação do grupo WhatsApp; realização das ações educativas. O grupo de WhatsApp contou com a participação de 79 gestantes, sendo que, ao longo do projeto, algumas
se tornaram puérperas. Os temas trabalhados foram apresentados em formato de vídeos educativos de fácil compreensão, produzidos pela equipe multiprofissional. Ao final do projeto, as discentes foram convidadas a expressarem seus sentimentos, objetivando contribuir com a formação acadêmica dos extensionistas, bem como em projetos futuros. Thauany Santos Monteiro, bolsista do projeto, relatou “dificuldade em entender a ficha cadastral das participantes com clareza, o que poderia tornar-se um problema, mas não ocorreu, devido ao fácil acesso às enfermeiras das USF”. Ademais, complementou, dizendo que “a criação do grupo virtual facilitou a propagação das informações, permitindo a interação entre os integrantes da equipe e o público-alvo; e dificultou, pois nem todas as gestantes conseguiam participar pontualmente, fazendo com que os temas abordados se perdessem no decorrer das conversas”. Já a Cibely Souto de Oliveira, também bolsista, informou a ”falta de intimidade com os meios utilizados para compartilhamento de arquivos, como o
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Daiane Prates Mendonça
Educadora física Mariana falando sobre atividade física na gestação.
Revista de Extensão do IFNMG
Daiane Prates Mendonça
Técnica em enfermagem Iara falando sobre amamentação.
Daiane Prates Mendonça
Google Drive e Classroom, além da timidez por ter que gravar os vídeos”, barreiras que foram superadas ao longo dos meses, com a aquisição de novos conhecimentos, ao realizar buscas por fontes confiáveis e utilizar plataformas na nuvem. Andressa Ferreira da Silva, voluntária, relatou “insegurança” no início do projeto, e “incerteza quanto ao conhecimento e sabedoria suficientes para transmitir as informações para as gestantes; porém, destacou que a formação recebida com os demais colegas foi um fator facilitador para o processo de aquisição e transmissão de conhecimentos. Para Pamela Moreira dos Santos, também voluntária, a dificuldade foi conciliar a rotina pessoal com as atividades do projeto, em virtude do nascimento do seu filho, mas relatou que “o projeto pode contribuir significativamente para um maternar saudável, pois mesmo que o SUS ofereça o pré-natal gratuito, muitas vezes, as gestantes não têm acesso à informação direta com o profissional da saúde. Com o projeto, as mulheres poderiam tirar as dúvidas com profissionais, trocar experiências, aprender com
Discente Cibely falando sobre atividade sexual na gestação.
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Daiane Prates Mendonça
Daiane Prates Mendonça
Enfermeira Adalvânia falando sobre o retorno à unidade de saúde após o parto.
Momento de troca de experiência e tira-dúvidas.
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cada tema abordado (que, muitas vezes, só conhecemos de ouvir falar), eliminando, assim, o medo do desconhecido que persegue muitas gestantes”. E, por fim, a bolsista Cibely relatou que “o despertar por assuntos relacionados às gestantes, que não são estudados na academia, trouxe conhecimentos que nunca imaginava adquirir, podendo também compartilhar com quem precisa, além de contribuir para a atuação profissional”. Para as demais discentes, ficou evidente que “as experiências adquiridas foram inúmeras, lidar com o público, conhecer seus anseios e estar presente em um momento único da vida de cada mulher proporcionam um olhar mais consciente e humanizado para com o próximo, como também o crescimento intelectual e a realização pessoal, constantemente presente durante o projeto”, e, sobretudo, destacam o fato de o projeto ter superado as expectativas, já que fora realizado durante o período de isolamento social , deixando marcas para a vida”. Observou-se que, apesar das dificuldades, as discentes conduziram o projeto da melhor forma possível, sendo percebido por meio das suas falas. Nota-se que as discentes puderam observar que o acompanhamento remoto auxiliou as mulheres a lidarem com a gestação em tempos de pandemia, tendo em vista a facilidade de ter o conhecimento científico nas “mãos”, além de possibilitar trocas de experiências com outras mulheres da mesma fase gestacional e também com puérperas. Por fim, acredita-se que o grupo de gestantes virtual se fez necessário para a continuidade da assistência à saúde da mulher em tempos de pandemia, podendo ser inspirador para outras instituições de saúde, por fortalecer e aproximar as participantes de unidades de saúde e do meio social.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Montagem com algumas postagens do Dica Cultural, projeto do IFNMGCampus Arinos, focado em indicar filmes, livros e museus online e montagem com alguns banners de divulgação da Semana do Meio Ambiente.
Priscila Castro
Coordenadora: Priscila Castro Bolsista: Ana Júlia Santos Silva e Nattália de Oliveira Maciel Colaboradores: Fábio Simão da Cunha Campus: Arinos
Projeto
IF Arinos na Rede
Criar e expandir as redes sociais do IFNMG-Campus Arinos para divulgar melhor as ações que a instituição desenvolve, permitir que mais pessoas da região noroeste de Minas tenham conhecimento sobre os trabalhos que o órgão realiza, além de agilizar o esclarecimento de dúvidas daqueles que realmente necessitam de informação: estes foram os objetivos do Projeto de Extensão IF Arinos na Rede. Para isso, durante o período de execução do Projeto, foram criadas contas no Instagram e no Youtube do Campus Arinos, além de intensificar as publicações que ocorriam de maneira esporádica na página do Facebook. A assessoria de comunicação do IFNMG-Campus Arinos pretende manter as redes sociais do órgão em atividade constante, uma vez que esses canais favorecem a aproximação com o público e permite que o conhecimento produzido no campus fique disponível para muitos.
N
Revista de Extensão do IFNMG
Priscila Castro
os últimos anos, as redes sociais têm sido cada vez mais utilizadas pelas corporações que desejam fidelizar seus públicos e atrair novos. De maneira rápida e simples é possível publicar as ações que a organização realiza e, ao mesmo tempo, interagir com as pessoas que recebem as informações. Pensando nisso, no período de junho a novembro de 2020, o projeto de extensão IF Arinos na Rede buscou, por meio das redes sociais, melhorar e alavancar a visibilidade das ações prestadas à sociedade pelo Campus Arinos, e estabelecer mais canais de comunicação com seu público. Montagem com algumas postagens do Conexão IF, projeto do IFNMG-Arinos para trazer informações sobre a Covid-19.
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Montagem com algumas postagens do Dica de Matemática, projeto da Profs. Camila Palles e Helen Pedrosa.
Priscila Castro
Perfil do Facebook do Campus Arinos
As redes sociais do IFNMG-Campus Arinos
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Perfil do Instagram do Campus Arinos
Priscila Castro
Antes do início do projeto, o IFNMG-Campus Arinos possuía uma página no Facebook com postagens esporádicas, relacionadas, principalmente, aos processos seletivos promovidos pela instituição e às formaturas. Até então, quase nada ligado às pesquisas de extensão, aos projetos de pesquisa ou aos eventos eram postados, ficando mais no site da instituição. Dessa maneira, era nítida a necessidade de intensificar as publicações nas redes sociais. Um mês antes do início do projeto, foi criada uma conta no Instagram da instituição, para aumentar as publicações sobre as ações que realizava nessa rede e no Facebook. Além disso, um outro fator contribuiu para que as redes sociais fossem necessárias para alcançar os diferentes públicos da organização: o isolamento ocasionado pela pandemia do novo coronavírus. Era mais do que necessário que alunos, funcionários, pais e demais integrantes da sociedade, direta e indiretamente, influenciados pelo Campus Arinos, continuassem a receber informações da instituição.
Revista de Extensão do IFNMG
Priscila Castro
Perfil do Canal do Youtube do IFNMG-Campus Arinos.
Priscila Castro
A partir das redes sociais estabelecidas, iniciaram-se com empenho publicações que pudessem auxiliar os diferentes públicos do Campus Arinos durante o período de isolamento. Alguns projetos começaram a ser realizados por professores e servidores do Campus, como “Sexta com leitura”, que trazia, todas as sextas-feiras, indicações de livros, “Conexão IF”, com informações sobre a COVID-19, e o “Vocabulário de uma pandemia”, com vídeos e áudios em inglês e espanhol relacionados aos temas do coronavírus. As postagens foram aumentando pouco a pouco, assim como as interações com os públicos, por meio das mensagens enviadas. Além disso, devido à impossibilidade de realização de eventos presenciais, começaram a surgir as demandas de realização de lives no Instagram. As primeiras foram feitas para cobrir a Semana do Meio Ambiente e, logo depois, apareceram outras, como a live para celebrar o Dia do Estudante e lives do Projeto de Extensão Pedais do Sertão. Com essas inúmeras ações, pouco a pouco, o número de seguidores foi aumentando, alcançando mais de 1300. A página do Facebook, apesar de não ter aumentado muito o número de seguidores, de 3219 para 3489, passou a ter maior alcance no número de pessoas desde o início do projeto em junho de 2020. Se antes, eram poucos os dias em que ocorriam picos de alcance das publicações, durante a realização do projeto, os seguidores passaram a ter envolvimento com maior constância. Além disso, devido ao período das eleições para diretor-geral no IFNMG –Campus Arinos houve a necessidade, durante o desenvolvimento do projeto, de criar uma conta no Youtube. Isso foi necessário para a realização de debate entre os candidatos com transmissão ao vivo, seguindo
as regras de isolamento previstas durante o período da pandemia. A página no Youtube foi criada no dia 3 de agosto de 2020 e obteve 229 inscritos. O debate foi visualizado por 1611 pessoas. A plataforma também começou a ser utilizada para postar as reuniões realizadas pela Seção de Ensino do Campus Arinos, com pais e alunos a respeito de instruções sobre como estudar em casa. Destaca-se que os resultados obtidos com o projeto foram divulgados no stories das redes sociais do campus e por meio de e-mail enviado aos servidores, para que percebessem a importância e os pontos positivos dessas ferramentas no relacionamento com os diversos públicos da instituição. Acredita-se que o próprio fato de as ações do projeto estarem visíveis nas redes sociais já favorece que todos tenham acesso diário aos conteúdos produzidos.
Ações continuam
Priscila Castro
A solução e os resultados
Montagem com algumas postagens do Dica de Redação, projeto da Prof. Maria Flávia e do Centro de Linguas (CELIN).
Montagem com algumas postagens do Dica de TCC, projeto da Prof. Christiane Oliveira.
Apesar da finalização do projeto IF Arinos na Rede, a Assessoria de Comunicação do IFNMG-Campus Arinos pretende manter as redes sociais do órgão em atividade constante, uma vez que esses canais favorecem a aproximação com seu público e permite que o conhecimento produzido no Campus fique disponível para muitos. 65
Coordenador: Elza Cristiny Carneiro Batista Bolsistas: Flávio Lucrécio da Silva Borges e Francielle da Silva Borges Voluntário: Saulo Esdras de Matos Carneiro Colaboradores: Diogo de Moraes Cardoso, Francisco Valdevino Bezerra Neto, Jussara Gomes da Cruz e Marcelo Tiago de Brito Texto: Elza Cristiny Carneiro Batista Campus: Arinos
Francielle da Silva Borges
Gatinho “Hades”, resgatado em sofrimento e já recuperado na cadeirinha de rodas confeccionada pela estudante Francielle Borges.
Projeto
Projeto Leão: segunda edição
O
Projeto Leão foi criado em 2019 com o intuito de contribuir para a diminuição do abandono e dos maus tratos a animais em Arinos. Em 2020, parte do trabalho que estava previsto não pôde acontecer e muitas adaptações precisaram ser feitas para minimizar o contato entre as pessoas e respeitar o distanciamento social.
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Nova logomarca inspirada em animais resgatados pelo projeto.
Saulo Esdras de Matos Carneiro
O Projeto Leão foi apresentado à comunidade de Arinos no ano de 2019. Por meio de ações de conscientização, que envolveram palestras, feiras de adoção, distribuição de folhetos educativos e publicações no Instagram, a comunidade entrou em contato com os temas guarda consciente, maus tratos e abandono, zoonoses e importância da esterilização de cães e gatos. Em seu primeiro ano de execução, aconteceram resgates, tratamentos, castrações, encaminhamentos para adoção, além de atendimento veterinário e vermifugação gratuitos para animais tutelados por famílias de baixa renda. Em 2020, foram intensificadas as ações de esterilização e divulgação da causa de proteção animal. Além disso, o projeto abraçou um grupo comunitário que resgata e trata animais das ruas e levantou fundos para apoiá-lo. A atuação de quatro jovens envolvidos com a defesa dos animais foi o grande diferencial desta edição do Projeto Leão. Num contexto de isolamento, com comércios e órgãos públicos com funcionamento alterado ou mesmo fechados, os animais das ruas se tornaram ainda mais vulneráveis e invisíveis. A nova realidade, entretanto, foi positiva ao colocar em evidência a espontaneidade e a dedicação dos jovens envolvidos com a causa animal na cidade de Arinos.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
O ano de 2020 surpreendeu projetos e planejamentos nas mais diversas áreas e foi nessa realidade que o Projeto Leão e um grupo comunitário de defesa animal se aproximaram e se tornaram parceiros. O grupo “S.O.S. animaizinhos” foi fundado pela jovem Bárbara Cristina, e atua em Arinos desde 2018 de forma autônoma, contando apenas com a dedicação de seus membros para resgatar, tratar e oferecer uma nova chance aos animais resgatados das ruas ou de situações de maus tratos. A ideia de apoiar o grupo, que conta com cerca de 50 voluntários na comunidade, mobilizou os membros do Projeto Leão e ofereceu um novo sentido ao trabalho que parecia tão difícil de ser realizado com as restrições da pandemia. Agora, não havia mais o fluxo de servidores e alunos no campus, que abraçavam as campanhas de adoção e apoio financeiro, havia muitas incertezas sobre o que poderia ser feito naquele cenário tão limitado. Revista de Extensão do IFNMG
Professora do campus e sua família com camisetas em apoio ao S.O.S. animaizinhos e cachorrinhos resgatados.
Um estudante do Curso Técnico em Meio Ambiente, voluntário no projeto, teve a ideia e criou uma arte baseada na história dos animais resgatados pelo projeto. Daquela ideia, nasceram muitos desenhos que se transformaram em estampas de camisetas e ajudariam a levantar fundos para que a Bárbara e o “S.O.S.
Flávio Lucrécio Borges da Silva Valdinice Ferreira da Mota
Bolsistas com o cachorrinho resgatado “Fantasma”.
animaizinhos” pudessem alimentar e tratar mais animais durante a pandemia. A campanha da venda das camisetas mobilizou servidores de vários campi do IFNMG, além dos moradores de Arinos. Foi uma ação que resultou em vários resgates e custeou tratamento e alimentação para bichinhos muitos doentes e famintos. 67
Bárbara Cristina Pereira da Mota
Líder comunitária do grupo S.O.S. animaizinhos e a cadelinha “Frida”.
Saulo Esdras de Matos Carneiro
Estudante voluntário com o cachorrinho resgatado “Hiena”.
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Para a coordenadora do projeto, a professora Elza Carneiro, a atuação dos jovens envolvidos foi o grande destaque da sua segunda edição: “Além da Bárbara, três estudantes do Campus Arinos demonstraram uma dedicação e empatia capazes de emocionar e motivar qualquer um que os observasse em ação. Eles mostraram muita iniciativa e foram os primeiros a darem exemplos efetivos de respeito à vida animal: idealizaram as camisetas e foram os primeiros a comprá-las, resgataram, acolheram, trataram feridas, gastaram do próprio bolso, levaram bichinhos para casa, organizaram campanhas, mediaram os processos de inscrição para as esterilizações, enfim, foram esses jovens os protagonistas desta segunda edição do Projeto Leão”. Além da parceria com o grupo comunitário, foram feitas campanhas de adoção de animais resgatados, ampla divulgação da causa da proteção animal por meio do Instagram (com mais de 600 seguidores) e do Youtube, e mobilização para castração gratuita de animais tutelados por pessoas de baixa renda. A pandemia impossibilitou que fossem realizadas algumas ações que estavam previstas, mas o trabalho em parceria com a comunidade representada pelo grupo S.O.S. animaizinhos possibilitou um resultado maior que o esperado, já que o projeto atingiu mais pessoas e mais animais que precisavam de apoio. A esterilização gratuita de animais, ação considerada de maior impacto na comunidade pelo resultado que gera na redução de animais em situação de abandono, só foi possível em virtude do apoio recebido do IFNMG/Campus Arinos. Entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021, o Projeto Leão esterilizou 64 animais, intermediou campanhas para salvar vários dos muitos pedidos de ajuda de resgate e tratamento veterinário para animais abandonados e tentou oferecer um pouquinho de esperança pelo trabalho em comunidade. É um trabalho que precisa continuar.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Valdinice Ferreira da Mota Bolsistas: Narayana Neves da Silva, Pablo William Vieira Mota e Aline Rodrigues Mendes Voluntários: Adriele Alves da Silveira (Curso de Bacharelado em Administração, Fabrícia Silva Mesquita, Gabriel Almeida Prates, Gabriel Martins Silva, Gerônima Pereira Chaves, Jéssica Poliana Silva Souto, Maria José Lopes Mascarenhas, Raquel Evangelista de Barros e Regina Vaz Cardoso Colaboradora: Ana Lúcia Ferreira Oliveira de Freitas Texto: Valdinice Ferreira da Mota Campus: Arinos
Entrega do álcool gel, fraldas geriátricas e luvas Fabrícia Silva Mesquita
Projeto
Transformando vidas: auxílio aos idosos da cidade de Arinos MG O projeto teve por objetivo desenvolver ações para auxílio aos idosos em situação de vulnerabilidade social. Sistematizado a partir de uma metodologia participativa, com auxílio de recursos públicos e doações da comunidade, foi realizado um mapeamento dos idosos em situação de vulnerabilidade. Realizamos os contatos e identificamos as necessidades dos idosos por escuta, acolhimento, alimentos e fraldas geriátricas. Assim, executamos as atividades por meio de orientações, praticamos a escuta, o acolhimento, arrecadamos doações para cestas básicas e fraldas geriátricas. Os resultados permitiram minimizar o impacto social para os idosos, proporcionando incluir os discentes no auxílio à comunidade, como sujeitos ativos.
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vulnerabilidade social abrange inúmeras dimensões: indivíduos, famílias ou comunidades. Essas dimensões estão ligadas a características grupais e individuais e ao meio social no qual estas pessoas estão inseridas. Quando se fala em vulnerabilidade social, é importante ressaltar que são situações nas quais grupos ou indivíduos se encontram desprovidos de capacidade para ter acesso aos equipamentos e oporRevista de Extensão do IFNMG
tunidades sociais, econômicas e culturais oferecidos pelo governo, mercado e sociedade. A população do Brasil mantém uma tendência de envelhecimento nos últimos anos. Os idosos brasileiros vivem constantemente em situações de desvalorização social, medos, depressão, falta de assistência a diversas atividades, como lazer, sofrem obstáculos para acessar os planos de saúde e, principalmente, convivem com o preconceito.
O preconceito, a falta de informação, juntamente à falta de investimentos em políticas públicas para a terceira idade, fazem com que as prioridades específicas aos idosos sejam inadequadas e insuficientes para sua sobrevivência. Neste contexto, o presente projeto justifica-se por contribuir com ações para auxiliar os idosos no período de isolamento social e por buscar ser instrumento de inclusão social. Este projeto objetivou 69
Entrega do álcool gel e luvas - Fabrícia Silva Mesquita
Entrega das cestas básicas – Raquel Evangelista de Barros
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desenvolver ações, integrando docentes, discentes, comunidade local e parceiros, na busca pela inclusão social dos idosos em situação de vulnerabilidade social, por meio da oferta de atividades para auxiliar os idosos. O início das atividades do projeto de extensão se deu por meio de reuniões online de integração entre os envolvidos, do conhecimento da realidade local e do planejamento conjunto com o público-alvo para a implementação das ações do projeto de acordo com as necessidades manifestadas. Assim, na primeira fase, contamos com a participação da Secretaria de Saúde do município de Arinos e comunidade acadêmica no mapeamento dos idosos da cidade em situação de vulnerabilidade, sendo então mapeados 50 idosos para realização das atividades de auxílio. Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Na segunda fase, o grupo acadêmico envolvido no projeto procedeu à busca pelos idosos e oferta do auxílio, bem como à articulação com a comunidade local, identificando a necessidade de arrecadação de doações para cestas básicas e fraldas geriátricas aos idosos do projeto. Na terceira fase do “Transformando Vidas”, executamos as atividades de acolhimento, escuta, entrega de álcool gel, luvas, máscaras de tecidos, cestas básicas e fraldas geriátricas para os idosos, no local de residência. A metodologia da ação do projeto foi marcada pela construção coletiva e planejamento participativo das ações entre docentes, discentes e público-alvo, além da busca de parceiros externos. Os encontros com os idosos nos permitiram adquirir e compartilhar experiências e saberes, tanto o saber popular, quanto o técnico-científico. Conforme relata a discente Jéssica Poliana Silva Souto: O projeto pode proporcionar a todos uma grande partilha de saberes e experiências incríveis, que foram de suma importância para a formação acadêmica enquanto aluna e como tornar uma pessoa mais humana e solidária. Agradeço a todos que tornaram possível a realização desse projeto (professores, alunos e a comunidade). Nossa experiência com os idosos foi favorecida, principalmente, pela nossa participação no atendimento desenvolvido, pois estivemos presentes em alguns dos trabalhos realizados pelas agentes de saúde da Secretaria Municipal de Arinos. Na opinião da aluna Regina Vaz Cardoso: Foi gratificante e enriquecedor fazer parte deste lindo projeto. Acredito que, quando realizamos atividades voluntárias, o nosso aprendizado se multiplica, isso porque aprendemos com as experiências e diferenças, o Revista de Extensão do IFNMG
Atendimento - Gabriel Martins Silva
Entrega das cestas básicas - Aline Rodrigues Mendes
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Entrega do álcool gel e luvas - Regina Vaz Cardoso e Maria José Lopes Mascarenhas
Entrega do álcool gel e luvas - Raquel Evangelista de Barros
Entrega do álcool gel e luvas Regina Vaz Cardoso e Maria José Lopes Mascarenhas 72
que fez desse projeto algo genuíno, em meio ao caos que nos afligia e à solidão que afetava aos idosos. A percepção que tive, na maior parte das visitas aos idosos, é que eles precisavam tanto de alguém e nós estávamos ali, para ajudá-los. Foi uma experiência incrível, e as novas amizades que fiz levarei para a vida! Fazer parte deste projeto, auxiliando idosos em situações de vulnerabilidade social, proporcionou à equipe encarar o quanto precisamos demonstrar mais amor e afeto, e o principal aprendizado que fica é o da empatia. Saber nos colocar no lugar do próximo, entender as diferenças e despertar o desejo de fazer o bem. A nossa participação no projeto articula uma prática na rede de suporte na comunidade, contribuindo diretamente nas ações que possibilitam, à pessoa idosa e seus familiares, encontrarem elementos para viverem socialmente com qualidade de vida. A professora Valdinice Ferreira da Mota, coordenadora do projeto, demonstra este sentimento:
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
O grande aprendizado deixado foi a oportunidade para sair da zona de conforto. Quando realizamos qualquer tipo de atividade voluntária, passamos por situações muito incomuns, como a falta de alguns recursos, por exemplo. Colocar-se no lugar dos outros é de suma necessidade, o que condiciona o desenvolvimento da empatia. Redefinir o conceito de felicidade, apesar de estarmos passando por momentos extremamente difíceis, muitas pessoas ainda conseguem cultivar o sentimento de contentamento. Com o projeto, descobrimos que a felicidade é algo que nós cultivamos dentro de nós mesmos. Além disso, ficamos mais satisfeitos ao saber que doamos um pouco do nosso tempo para fazer o bem ao próximo. Os nossos alunos foram recebidos com muito carinho pela comunidade. O sentimento de recompensa após um dia de trabalho é forte, e, aos poucos, percebemos que o contentamento depende menos de bens materiais e mais do que fazemos no dia a dia para modificar o presente, auxiliando as pessoas em situação de vulnerabilidade social. Ao finalizar as ações do projeto, foi nítida a percepção de que, por mais simples que fossem as ações, estas surtiram efeito na vida dos idosos, pois, muitas vezes, ficou visível a necessidade que estes tinham de informações e carinho. Portanto, ficaram o sentimento do dever cumprido e a motivação de querer sempre aprender mais e repassar os conhecimentos adiante, a fim de contribuir na melhoria da qualidade de vida de mais pessoas. Sugere-se a continuidade do projeto, para que se mantenha ativo o auxílio aos idosos em situação de vulnerabilidade social. Recomendam-se estudos para ampliação de conhecimento da fragilidade em contexto vulnerável. Revista de Extensão do IFNMG
Entrega do álcool gel e luvas - Raquel Evangelista de Barros
Entrega do álcool gel e luvas - Regina Vaz Cardoso e Maria José Lopes Mascarenhas
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Danilo Ribeiro
Coordenadora: Danilo Pereira Ribeiro Bolsistas: José Luiz Magalhães de Souza Filho e Paulo Vitor Francisco de Jesus Texto: Danilo Pereira Ribeiro Campus: Januária
O professor Danilo Ribeiro fazendo a doação dos produtos de higiene.
Projeto
Produção de sabão: auxílio no combate ao coronavírus e alternativa de renda
O projeto foi desenvolvido em Januária, por estudantes do curso de Agronomia, visando dar assistência a famílias de baixa renda durante a pandemia, fornecendo material de higiene. O objetivo foi a produção alternativa de sabão, a partir do aproveitamento de óleo usado e outros insumos de baixo custo. Durante 4 meses, foram atendidas mais de 200 famílias com produtos de higiene, como sabão em barra, sabão líquido e água sanitária.
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O professor Danilo Ribeiro fazendoPaulo a doação O bolsista Vitordos saindo higiene. o paraprodutos entrega,demostrando sabão de barras produzido.
Danilo Ribeiro
O
s estudantes José Luiz e Paulo Vitor, do Curso de Agronomia do IFNMG/ Campus Januária, sob orientação do professor Danilo Ribeiro, engajaram-se em ajudar as famílias carentes a ter meios de praticar as medidas de higiene necessárias para evitar a contaminação pela COVID-19. O projeto foi desenvolvido com recursos provenientes do Edital nº 03/2020, da Pró-Reitoria de Extensão do IFNMG, destinados a colaborar com o enfrentamento ao coronavírus, tanto com o pagamento de bolsas a estudantes quanto com o custeio de material de consumo.
Em acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social do município, foram definidas 200 famílias atendidas pela assistência social para receber os produtos de higiene produzidos pelo projeto. Infelizmente, com a necessidade de licitação para aquisição dos insumos, o início da produção de sabão ficou atrasada, com a entrega dos produtos sendo feita em meados de outubro, último mês do projeto. Desde o início da vigência do projeto, os bolsistas ficaram coletando óleo de fritura usado e embalagens plásticas para acondicionar o sabão líquido. A entrega dos produtos começou no mês de novembro, após as eleiAprende-se ensinando nos Vales e Gerais
O bolsista Paulo Vitor entregando os produtos de higiene 1.
José Luiz Magalhães de Souza Filho
Doação dos produtos de higiene para a presidente da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Januária.
Revista de Extensão do IFNMG
Danilo Ribeiro
ções municipais, para evitar que as doações fossem indevidamente interpretadas como de cunho eleitoral. Os estudantes fizeram as doações mesmo sem receber as bolsas e continuaram a produzir o sabão nos meses de novembro e dezembro. Em janeiro, foi possível renovar as bolsas até fevereiro e, com isso, atender a meta inicial do projeto de fornecer os produtos de higiene por 4 meses. Assim, foi feita doação do material produzido para mais de 200 famílias, no período de novembro a fevereiro. Contudo, o quantitativo produzido foi menor nos últimos meses, por limitação de óleo de fritura usado e de garrafas plásticas para acondicionar o sabão líquido. O óleo vegetal teve aumento de preço considerável, o que diminuiu sua disponibilidade como resíduo. Optou-se, então, por priorizar o sabão em barra e a quantidade produzida foi entregue para as 200 famílias, porém em menor quantidade. Esperava-se que a pandemia tivesse curta duração, e pretendíamos realizar oficinas de produção de sabão, para que as pessoas atendidas pudessem economizar na compra de produtos de higiene e até gerar renda pela comercialização desses produtos. Infelizmente, a pandemia se prolongou mais do que o imaginado e não foi possível realizar as oficinas devido às medidas de distanciamento em vigor. Porém, a intenção é continuar ajudando a população carente 75
O bolsista Paulo Vitor entregando os produtos de higiene 2.
José Luiz Magalhães de Souza Filho
Danilo Ribeiro
O bolsista José Luiz cortando o sabão em barras
de Januária e, assim que possível, organizar oficinas de produção de sabão nos bairros atendidos. A emissora de TV de Januária, TV Norte Notícias, publicou uma reportagem para divulgar o projeto e estimular a população a doar o óleo de fritura usado para que o projeto pudesse ter continuidade. A reportagem foi ao ar em 23/02/2021 e está disponível no Youtube, no canal da Rádio Alternativa FM. O estudante José Luiz disse que gostou muito de participar do projeto, pois, além de aprender as receitas dos materiais de higiene, para poder replicar na sua casa, também conheceu melhor sua cidade, percorrendo os bairros periféricos e vendo, de perto, a realidade de muitas famílias carentes. O estudante Paulo Vitor, também conhecido como Paulinho Reciclar, disse que foi muito gratificante poder participar desse projeto, visto que é defensor das medidas de gestão de resíduos e promotor de ações de sustentabilidade e tudo isso foi proporcionado pela produção de sabão com óleo usado. O professor Danilo Ribeiro, coordenador do projeto, reconhece a importância da atuação do IFNMG junto a comunidade, colaborando, em várias frentes, para enfrentamento à COVID-19 e espera que possa haver continuidade na destinação de recursos financeiros, para que projetos como este possam ocorrer. 76
Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Recuperando em momento de leitura.
Coordenador: Pedro Borges Pimenta Júnior Bolsistas: Ana Paula Ribeiro Queiroz de Souza e Rosana Alves Pinto Voluntárias: Malena Pereira da Silva e Sarah Viana Colaboradoras: Leila de Souza Almeida e Zildete Lopes de Souza Gonçalves Texto: Pedro Borges Pimenta Júnior Campus: Januária
Projeto
APAC-Januária
Remição pela leitura: aplainando caminhos e ampliando
horizontes por meio da leitura e da escrita O projeto Remição pela leitura é uma iniciativa de professores e estudantes do IFNMG – Campus Januária visando apoiar recuperandos da APAC-Januária a acessarem o benefício de redução de pena por meio da realização de atividades de leitura e escrita. Executado desde 2019, o projeto precisou ser reformulado para atender as exigências sanitárias decorrentes da pandemia. Embora trouxessem facilidades para a equipe executora, permitindo que os recuperandos dialogassem com autores de duas obras lidas, as metodologias de ensino a distância utilizadas impactaram a interação e a prática de revisão de textos. Porém, o saldo final foi positivo, considerando a troca de conhecimentos/experiências permitida pela tecnologia.
E
m abril de 2020, as medidas para conter o avanço do novo coronavírus vedavam a interação presencial entre professores e estudantes do IFNMG – Campus Januária com os cerca de 30 recuperandos (todos homens, com idades entre 20 e 60 anos de idade) do regime fechado da APAC – Januária inscritos no Projeto Remição pela leitura. Essa ação de extensão buscava colaborar no desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita necessárias para se acessar o benefício de reduRevista de Extensão do IFNMG
ção de pena. Em 2019, ano da primeira edição, a comunicação com a equipe do IFNMG fora, segundo avaliação dos recuperandos, um dos aspectos destacados como positivos. Contudo, em 2020, sem contato com familiares, professores e colaboradores, a ociosidade dos recuperandos era inédita e destoava da rotina de aulas, práticas laborais, reuniões e eventos culturais / religiosos, comuns e desejáveis dentro da metodologia de reintegração social e humanização da pena utilizada nas APAC.
Apesar desse cenário, depois de reunião com a direção da instituição, a equipe executora se reorganizou para realizar as oficinas por meio de videoconferências hospedadas na plataforma Google Meet, o que demandou modificações na infraestrutura que permitissem o acesso à internet nas dependências do regime fechado. Isso feito, as oficinas semanais com duração de 1:30h ocorreram sempre nas manhãs de terça-feira, mediadas por tecnologia. Ao todo, foram 21 momentos nos quais os cus77
APAC-Januária
A escolha do livro: recuperando escolhe obra para leitura.
todiados inscritos, previamente selecionados pela APAC – Januária, receberam orientações sobre a legislação relativa à remição de pena por meio da leitura, quanto às peculiaridades da resenha crítica, gênero textual cuja escrita é requisito para concessão do benefício penal (quatro dias remidos a cada obra lida e cuja respectiva resenha tenha sido aprovada por uma banca), e puderam ler e discutir textos de natureza literária e filosófica com a equipe de professores, estudantes do IFNMG e convidados. Considerando as facilidades da tecnologia, as oficinas possibilitaram a interação dos custodiados com os autores de algumas obras lidas. Isso aconteceu durante oficinas especiais, quando dois escritores, conhecidos nacionalmente, foram convidados para falar sobre seus respectivos livros, respondendo perguntas do grupo. Assim, em agosto, Gilvã Mendes, escritor e psicólogo baiano, falou em 78
duas ocasiões sobre o romance autobiográfico “Queria brincar de mudar meu destino” (Papirus, 2009). Em dezembro, foi a vez do mineiro-carioca Júlio Emílio Braz, escritor premiado no Brasil e no exterior e com obras vertidas para várias línguas, falar sobre o romance “Um encontro com a liberdade” (Editora do Brasil, 2016). Durante os seis meses de realização do projeto, com o apoio de alunas do Curso de Pós-graduação lato sensu em Ensino de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, ofertado pelo IFNMG – Campus Januária, os recuperandos produziram 37 resenhas a partir da leitura de 25 livros de diferentes gêneros e autores, a maior parte obras de ficção, quatro delas lidas coletivamente. Aprovadas, as resenhas representaram cerca de 150 dias de pena remidos por meio da leitura e da escrita, num total de 12 beneficiados. Esse é um resultado aparentemente pequeno, dado o número inicial de
inscritos e também a quantidade de recuperandos alojados no regime fechado da instituição. Contudo, considerando os relatos dos participantes, pode-se compreender, grosso modo, que os obstáculos para ler e escrever são os maiores dificultadores, já que são tarefas complexas para parte significativa da população, em especial para os privados de liberdade. A menor procura pelas oficinas, nesta edição, também pode ser atribuída ao uso de metodologias do ensino a distância. É fato que o estranhamento inicial foi substituído pelo interesse quanto às possibilidades de comunicação e de troca de conhecimentos permitidas pela tecnologia. Contudo, é possível que os ruídos e a baixa qualidade do sinal de internet também tenham contribuído. Foi isso o que constatou Ana Paula Ribeiro Queiroz de Souza, estudante de pósgraduação. Segundo ela, o formato online favorecia a equipe, mas trazia
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
dificuldades para os recuperandos: “às vezes, por falhas tecnológicas, eles tinham dificuldade para nos ver com nitidez e ouvir com clareza”. Segundo a estudante, os momentos presenciais eram significativos por “proporcionarem a eles a terapia da presença, método abordado pela APAC, e também porque nas oficinas presenciais eles ficavam mais à vontade para falar.” Embora úteis em outros contextos e indispensáveis no caso da edição 2020 do projeto, a tecnologia não proporcionou um nível de entrosamento entre equipe executora e recuperandos capaz de dar vazão às experiências de leitura, ao compartilhamento de impressões e à manifestação das emoções levantadas pelo texto ou pela escrita. Conquanto seja necessário avaliar melhor tal aspecto, esse cenário parece indicar, segundo Pedro Borges Pimenta Júnior, professor do IFNMG – Campus Januária e Revista de Extensão do IFNMG
coordenador do projeto, que a mediação das leituras e a orientação individual usada na revisão das primeiras resenhas ficaram parcialmente prejudicadas. Para o docente, esses dois movimentos (mediação da leitura e orientação da escrita) são fundamentais para que os custodiados tenham êxito no processo de remição de pena. Outro problema observado por ele guarda relação com os estereótipos relativos à leitura, que afastam o leitor do livro, da leitura. Essa relação nem sempre amistosa foi analisada por Ibrahim Lima, participante do projeto. Segundo ele, antes das oficinas, os recuperandos da APAC – Januária “não davam atenção aos livros, achavam que eles não tinham nada a ver com sua realidade de vida”. Ibrahim lembra que alguns internos “só folheavam algumas revistas para ver se alguma coisa lhes chamava a atenção. Mal liam a Bíblia nos atos so-
APAC-Januária
Recuperando da APAC Januária em momento de leitura.
cializadores. Mas a leitura se resumia em decifrar sinais, apenas nisso”. Assim, para Ibrahim, o projeto Remição pela leitura foi importante por ter colaborado para mudar a visão e o comportamento de vários recuperandos: “já os vejo lendo livros do começo ao fim, noto que tem gente interessada na leitura, vejo opiniões prontas sobre vários assuntos, noto a satisfação de alguns recuperandos em fazer seu próprio texto e exibi-lo com orgulho, e já tem alguns cursando faculdade. Creio que tudo isso foi desencadeado pelo projeto”. Recordando sua trajetória como leitor durante o período anterior à APAC, quando esteve no presídio comum, Ibrahim aponta que a leitura tornara-se o meio de conexão consigo e com Deus: “Precisava me reencontrar e ligar-me ao Criador; precisava também sair daquele ambiente tão opressor, sujo, violento e hostil. E consegui isso lendo bons livros e 79
APAC-Januária
Biblioteca da APAC – Januária. Detalhe: banner do projeto Remição pela leitura.
escrevendo textos”. A participação nas oficinas do projeto ajudou-o “a confirmar aquilo que já tinha descoberto de maneira instintiva ou casual: a leitura transcende e liberta”. Sentiuse incentivado a produzir mais textos, ao ponto de escrever um livro. Hoje fora da APAC, Ibrahim prepara a revisão final de sua primeira obra, “A lúcida reflexão de um menino perdido”, a ser publicada em 2021, com textos introdutórios de dois juízes da Comarca de Januária, além do belo prefácio de Gilvã Mendes. A ideia de leitura como prática “libertadora” é também defendida pelo escritor baiano. Para Gilvã, o projeto “compreendeu uma lei básica e simples da vida: não se planta maçã e se colhe jaca. Não se pode tratar seres humanos com brutalidade e querer que eles reajam recitando Camões e Castro Alves”. Ele também acredita que o projeto inverte essa “lógica burra”, pois leva aos recupe80
randos “uma das maiores vetores de liberdade, dignidade e beleza que é a literatura!”. Recordando a sua participação nas oficinas, afirmou: “eu entendi profundamente o poder da ressocialização. Isso transforma vidas para melhor, e vidas transformam o mundo em um lugar melhor!”. Mesmo com os problemas citados, o projeto conseguiu bons resultados. É o que pensa Rosana Alves, estudante do IFNMG, para quem as atividades realizadas despertaram o interesse pela leitura e pela escrita entre os recuperandos: “Conseguimos alcançar os objetivos do projeto de forma satisfatória. Durante o período de realização, tivemos o privilégio de ouvir recuperandos que foram despertados pela leitura e escrita, passando a considerar o ato de ler e escrever como uma atividade prazerosa e de grande importância”, afirmou ela. O despertar para a leitura foi comparado a uma espécie de metamor-
fose, como avalia Lucas Viveiros Dias, participante do projeto. Ele aponta o diálogo com os autores dos livros lidos como algo positivo: “Isso é demais! Toca o coração e a gente se sente importante”. Para Lucas, mesmo que a remição de pena seja um incentivo à participação, “o conhecimento e a esperança” que os livros trazem consigo são a parte mais importante: “por que isso ninguém rouba de mim”, revela. Lucas acredita que o projeto o ajudou a ingressar no IFNMG – Campus Januária: “Com a leitura pude aprender a interpretar e elaborar textos e, mesmo privado de liberdade, poder dar orgulho para minha mãe, conseguindo uma vaga no Instituto pela nota do ENEM”. Tais resultados, segundo a presidente da APAC – Januária, Maria das Graças Viana de Matos, foram importantes institucionalmente. Ela avalia que as práticas de leitura individuais, as rodas de conversa e o exercício
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
da escrita têm fortalecido o método utilizado com sucesso pelas APAC, no Brasil e em outros países. Para ela, o projeto “é a menina dos olhos” da unidade, pois colabora para que os recuperandos tenham “um encontro consigo mesmos, capaz de transformá-los em sujeitos da sua própria história, responsáveis por sua ressocialização e, consequentemente, pela conquista da liberdade”, avaliou. O projeto atraiu os recuperandos não apenas em virtude da remição de pena, como já afirmado. Antes disso, os participantes foram envolvidos pela potência da leitura, como avalia Zildete Lopes de Souza Gonçalves, professora do IFNMG – Campus Januária e colaboradora do projeto. Para a docente, “o grande mérito da Remição pela Leitura é aproximar os recuperandos da leitura literária”. Segundo Zildete, as atividades de leitura sensibilizam não apenas os participantes, mas tamRevista de Extensão do IFNMG
bém a equipe executora: “não tem como não se emocionar ao ouvir relatos de recuperandos que estão tendo sua primeira experiência com a leitura de um livro, não há como ser mais o mesmo depois dessa experiência, nem eles, nem os envolvidos no projeto”. Em outra frente, considerando a lacuna na formação dos atores que direta ou indiretamente atuam no ensino de leitura e escrita, tanto na APAC – Januária quanto em outras instituições penais, a equipe executora organizou, em novembro de 2020, o workshop “Educação e Remição em prisões”, evento online que reuniu mais de 90 interessados de todo o país para discutir com a pesquisadora Eli Narciso da Silva Torres (Focus/Unicamp) os estudos mais recentes sobre educação e remição de pena em contextos de privação de liberdade. Após dois anos de atuação na APAC – Januária e considerando
toda a experiência com a realização do projeto no contexto pandêmico, foi possível compreender que aproximar os reclusos do livro e capacitá-los para a escrita não demandam apenas a disponibilização de textos, canetas, papel, etc. Requerem, isso sim, a realização de um trabalho de mediação que transcende a tecnologia, embora não a refute. Assim, a mediação da leitura contribuiu, segundo o coordenador do projeto, professor Pedro Pimenta, para “formar uma comunidade de leitores que, auxiliada pela tecnologia, pode alargar mais ainda as janelas pelas quais o mundo é visto, mesmo detrás das grades”. Para ele, se tiverem apoio especializado, os recuperandos podem tornar-se, por meio da leitura e da escrita, sujeitos de sua própria reintegração, recompensados com uma dupla liberdade: do corpo e da mente. São essas as lições que o projeto leva para edição 2021 81
Oficina prática com os produtores sobre milho hidropônico e sua importância.
Semeando práticas agroecológicas na comunidade de Brejinho, área rural do município de São João da Ponte – MG
As práticas agroecológicas são formas de produção e manejo, pautados no uso sustentável e respeito aos limites dos recursos naturais. O presente projeto buscou, na Comunidade de Brejinho, área rural do município de São João da Ponte, norte do Estado de Minas Gerais, desenvolver tais práticas, de forma a promover a conscientização dos produtores rurais sobre a responsabilidade socioambiental e o uso adequado dos recursos naturais. Foram desenvolvidas oficinas voltadas para a área da agroecologia, compostagem e controle natural de pragas e doenças em hortaliças e plantas frutíferas, contribuindo, dessa forma, para o fortalecimento econômico, ecológico e social nesta comunidade.
A
ideia de escrever um projeto para a comunidade de Brejinho surgiu a partir do momento em que a colaboradora do projeto Patrícia Oliveira Correia, nascida na cidade de São João da Ponte e criada na comunidade, viu a necessidade de algo que pudesse incentivar os próprios moradores a produzir seus alimentos no quintal de suas casas, de forma orgânica e sustentável. Para Patrícia, o projeto seria ideal na comunidade, já que todos os moradores, por mora-
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rem na zona rural, possuíam espaço em suas casas para implantar hortas e pomares em seus quintais, produzindo frutas e verduras que seriam orgânicos, tendo, como benefício, redução de gastos, hábitos saudáveis e qualidade de vida. A agricultura familiar se apresenta como um fator importantíssimo para o desenvolvimento rural sustentável, pois está vinculada à segurança alimentar, preservação de alimentos tradicionais, com a proteção da agrobiodiversidade, o uso
sustentável dos recursos naturais, além de impulsionar a economia local, a proteção social e o bem-estar comunitário. Dessa forma, a agricultura familiar é vista como uma forma de contribuir para o fortalecimento econômico, ecológico e social, além de ser geradora de postos de trabalho, contribuindo significativamente para a emancipação de parcelas oprimidas, além de favorecer a biodiversidade. Sendo assim, emerge, pois a necessidade da difusão e conscientiza-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Mateus Oliveira
Projeto
Coordenadora: Amanda de Fátima Pedrosa Porto Bolsista: Clarice Oliveira Correia Colaborador: Leandro Corrêa Magalhães Voluntário: Mateus de Oliveira Neto Colaboradora: Patrícia Oliveira Correia Texto: Clarice Oliveira Correia e Amanda de Fátima Pedrosa Porto Campus: Januária
Clarice Oliveira
Oficina teórica com os produtores sobre compostagem. Aqui, fizemos um apanhado geral na explicação sobre o composto orgânico.
ção sobre a importância de práticas de uso e produção, que reconheçam e respeitem os limites do meio ambiente e dos recursos naturais, e que sejam fundamentadas na sustentabilidade, justiça e equidade social. Levando em consideração a necessidade de pautar por novas alternativas sustentáveis, capazes de responder às necessidades humanas de forma harmoniosa com o meio ambiente e os recursos naturais, esse projeto teve como objetivo disseminar o uso de práticas agroecológicas e tecnologias sociais na comunidade de Brejinho, área rural do município de São João da Ponte -MG. Também visou contribuir para o fortalecimento das atividades voltadas para a agricultura familiar e a produção de alimentos mais saudáveis e naturais na comunidade, com base no uso racional dos recursos naturais e do desenvolvimento rural sustentável. Os agricultores familiares que pleitearam esse projeto são moradores da Comunidade de Brejinho, área rural do município de São João da Ponte, norte do Estado de Minas Gerais. Essa comunidade fica a 10 km Revista de Extensão do IFNMG
da sede do município, e é composta por 102 famílias e 320 moradores. A principal fonte de renda dos moradores dessa comunidade são as atividades voltadas para a agricultura familiar, além da aposentadoria e o Programa Bolsa Família. A estimativa do projeto era contar com a colaboração de 30 produtores rurais da comunidade, mas, devido à pandemia da COVID-19, alguns cuidados foram necessários em relação ao distanciamento e, no final, apenas 9 produtores participaram. Esse projeto foi executado de junho a novembro de 2020. Diante dos objetivos propostos, o projeto contou com a orientação de uma técnica em assuntos educacionais, uma bolsista(discente), um voluntário (discente) e uma colaboradora, que atuaram continuamente junto aos produtores familiares da comunidade de Brejinho. A primeira etapa foi realizada por todos os envolvidos no projeto (coordenadora, bolsista, voluntário e colaboradora), a qual se deu no salão comunitário da Comunidade de Brejinho. Constituiu-se em forma de roda, para que
pudesse proporcionar melhor a participação dos envolvidos. Nesse momento, foi feito o planejamento das atividades, conforme diagnóstico e mapeamento antes levantados. Após esse primeiro processo, a coordenadora (orientadora) convocou a equipe executora do projeto (bolsista, voluntário e colaboradora) para uma reunião, no qual foi debatido e analisado o planejamento. Em seguida, foi feita outra reunião, com os produtores, para conclusão do planejamento, agendamento das datas, momento em que foram acordados as obrigações e os deveres da equipe executora do projeto para com os produtores familiares acompanhados, podendo o planejamento sofrer alteração a qualquer momento, se julgado necessário por ambas as partes. Essa primeira etapa foi executada no primeiro mês do projeto. A segunda etapa foi constituída por assessoria, formação prática e teórica dos produtores acompanhados pelo projeto, realizadas, quinzenalmente, pela bolsista e pelo voluntário. Nesse momento, foi executado 83
Clarice Oliveira
Oficina teórica com os produtores sobre compostagem. Aqui, fizemos um apanhado geral na explicação sobre o composto orgânico.
o planejamento por meio de rodas de conversa, oficinas e minicurso, de forma teórica e prática. A parte de formação teórica foi realizada no salão comunitário da comunidade, enquanto a parte prática foi executada no quintal da casa de uma produtora 84
Mateus Oliveira
Oficina prática com os produtores sobre milho hidropônico e sua importância.
rural (participante do projeto), que voluntariamente ofereceu o espaço. Essa etapa teve a duração de cinco meses e foi executada de forma direta pela bolsista e pelo voluntário e, de forma indireta, pela coordenadora e pela colaboradora, que mensalmen-
te ou sempre que necessário, davam suporte à comunidade para observar e contribuir para o desenvolvimento e andamento das atividades, além de reuniões mensais com a bolsista e o voluntário, para o levantamento de feedback e orientações.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Adailton Lucas
Durante o tempo em que a bolsista e o voluntário não estavam em campo, realizavam atividades internas, como pesquisas de práticas agroecológicas e tecnologias sociais, além da confecção ou adaptação de materiais que seriam utilizados na execução das oficinas, rodas de conversa, atividades práticas, entre outras atividades, em conformidade com o objetivo geral e objetivos específicos deste projeto. Para maior eficácia do projeto, as tecnologias sociais e as práticas agroecológicas foram adaptadas, com a contribuição e conforme a realidade dos produtores, a fim de obter melhores resultados. A terceira etapa constituiu-se no encerramento do projeto, na qual foi feita a sua avaliação, por meio das tarefas executadas e do cumprimento do planejamento em conformidade aos objetivos. Foi feita por toda a equipe executora do projeto (coordenadora, bolsista, voluntário e colaboradora) no último mês do projeto. Momento em que foi avaliado também o impacto do projeto na vida dos produtores, a relevância, o grau de satisfação e se realmente houve contribuição para a disseminação das práticas agroecológicas e conscientização sobre o uso sustentável dos recursos naturais, para o fortalecimento da agricultura familiar e desenvolvimento rural sustentável. Todas as etapas do projeto foram realizadas seguindo as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, a fim de evitar a disseminação do coronavírus. Devido à pandemia, muitas coisas tiveram que ser mudadas, as oficinas, por exemplo, foram realizadas com todos os participantes usando máscaras e utilizando álcool em gel nas mãos, além da manutenção do distanciamento social. As reuniões foram realizadas pela plataforma Google Meet, além da troca de mensagens pelo aplicativo WhatsApp. Segundo Pedro Lucas, um dos participantes do projeto, este foi de
Oficina prática com os produtores sobre compostagem. Depois de explicarmos o que era, sua importância, para o que servia... foi hora de colocar a mão na massa.
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Adailton Lucas
Oficina prática com os produtores sobre compostagem. Depois de explicarmos o que era, sua importância, para o que servia... foi hora de colocar a mão na massa.
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grande importância para ele e sua família, pois eles possuíam um pequeno pomar de frutas no quintal de sua casa, que sofria com o ataque de pragas em sua propriedade, principalmente do pulgão nos citrus. Ele relata que aprender a fazer as caldas para combater as pragas foi muito bom e de grande valia e que hoje não sofre mais com o problema. Disse também que todos da comunidade deveriam ter participado do projeto, pois eles também sofrem com problema e iriam ter a solução. Mesmo devido aos contratempos que a pandemia trouxe, foram obtidos bons resultados, logrando o cumprimento das metas. Os resultados também trouxeram boas perspectivas para os produtores. Entre esses resultados, destacam-se: • Capacitação teórica sobre compostagem; • Capacitação prática para preparação da composteira; • Identificação de pragas em culturas de citrus (laranja e limão), goiabeira e hortaliças; • Oficina teórica e prática sobre armadilhas em fruteiras para captura de pragas; • Preparação de caldas naturais para combate às pragas; • Oficina teórica sobre práticas conservacionistas do solo; • Oficina prática e teórica sobre milho hidropônico; • Oficina teórica sobre plantio de hortaliças. Durante a execução do projeto, houve algumas dificuldades, mas, com certeza, a maior delas foi a de conseguir trabalhar em meio à pandemia. O distanciamento social, o aperto de mão com produtor que não pôde acontecer, às vezes, as reclamações quanto ao fato de a máscara atrapalhar o entendimento da fala, e a falta do contato caloroso, tão característico das pessoas da zona rural. Mas o importante foi poder levar o projeto até eles, e, ao final, ouvir de cada um o quão foi prazeroso e proveitoso e isso não tem preço que pague. Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Neila Marcelle Gualberto Leite Bolsista: Anna Júlia Costa Lauton e Filipi Maciel Rodrigues Jardim Texto: Neila Marcelle Gualberto Leite Campus: Montes Claros
Chamada para vídeo da oficina do Triciclo.
Projeto
Filipi Maciel
Programação e robótica para crianças e adolescentes
A
cultura Maker tem sido bastante explorada nos dias atuais, especialmente na educação. Essa cultura traz consigo o protagonismo do aprendiz como foco no processo de aprendizagem, pois proporciona a investigação, valoriza a criatividade, instiga a curiosidade e incentiva a pesquisa e a exploração. A robótica e a programação têm se apresentado como aliadas à cultura “mão na massa”, na qual a criança é constantemente levada a interagir com objetos e instrumentos para desen-
Revista de Extensão do IFNMG
Arquivo do Projeto
O projeto Programação e Robótica para Crianças e Adolescentes acontece no IFNMG-Campus Montes Claros desde 2017. Seu objetivo principal é apresentar programação e robótica para as crianças em estado de vulnerabilidade social no entorno do campus, localizado numa região carente de Montes Claros. No entanto, em 2020, devido à pandemia do coronavírus, este projeto foi realizado de forma não presencial, aberto para a comunidade mediante inscrição. Foram elaboradas, testadas, gravadas e disponibilizadas seis oficinas de robótica, com material reciclado ou de baixo custo para crianças entre 7 e 12 anos. As oficinas foram disponibilizadas para o público num canal do Youtube. Foram feitas 330 inscrições que recebiam dois vídeos semanalmente, durante três semanas. Os vídeos foram disponibilizados para o público não inscrito num segundo momento. Tivemos média de 267 visualizações para cada vídeo, num total de 1607. Apesar das dificuldades enfrentadas para adaptar o projeto ao modelo não presencial, concluímos que tivemos um bom público e envolvimento das crianças, além de descobrir um novo canal para atender a população com este projeto.
Chapéu Mexicano feito por aluno do curso.
volver projetos desafiadores, tornando-se autor, e não sujeito passivo nesse processo. A proposta inicial deste projeto consistia em oferecer curso de robótica e programação de jogos 2D para crianças de 7 a 10 anos, em situação de vulnerabilidade social da comunidade no entorno do IFNMG – Campus Montes Claros. No entanto, devido à pandemia de coronavírus, fez-se necessário readaptar o projeto para que acontecesse de forma não presencial. 87
Anna Júlia Lauton
Roteiro de uma das oficinas que foi disponibilizado na descrição do vídeo.
As oficinas Passamos, então, a pensar, pesquisar e elaborar oficinas de robótica para crianças de 8 a 12 anos que pudessem ser acompanhadas de casa, por meio de um canal no Youtube. Para isto, selecionamos oficinas que utilizam material reciclado ou de baixo custo e que as crianças pudessem executar sozinhas, mesmo que sob a supervisão de um adulto. Dentre várias oficinas testadas, escolhemos seis para serem gravadas e disponibilizadas no canal do Youtube. São elas: helicóptero, chapéu mexicano, avião, triciclo, robô desenhista e lanterna. Os projetos podem ser acessados no canal do projeto robótica no Youtube (<https://www.youtube.com/channel/ UCmlxQ68p9457oZZVfKgbNXw>). Para cada vídeo, foi elaborado um 88
roteiro e a lista do material utilizado, ambos disponíveis na descrição dos vídeos. Gravadas as oficinas, passamos à edição dos vídeos e, ao mesmo tempo, à elaboração do formulário de inscrição e de um questionário socioeconômico, para ser aplicado no ato da inscrição, a fim de conhecer o perfil do público atendido. A divulgação das oficinas foi feita pelas redes sociais, como: perfil do projeto no Instagram (@projetoroboticaifnmg), WhatsApp dos integrantes do projetos, site do IFNMG e pela emissora de televisão InterTV Norte de Minas. As inscrições ficaram abertas por dois dias e tivemos 330 inscrições. Semanalmente, os inscritos recebiam email com o link de acesso para duas oficinas, durante três semanas. Os participantes eram incentivados a postar fotos e vídeos
de seus protótipos nas redes sociais para divulgação e para que pudéssemos acompanhar o envolvimento das crianças. Uma semana após a disponibilização dos vídeos para os inscritos, tornamos os vídeos públicos, o que levou a um aumento grande no número de visualizações. O primeiro vídeo teve cerca de 300 visualizações quando liberado para os inscritos e chegou a 730 quando tornou-se público. Ao todo, tivemos 1607 visualizações, do dia 1º ao dia 23 de fevereiro de 2021. O projeto mais visualizado foi o primeiro, helicóptero, com mais de 700 visualizações e o menos assistido foi o último projeto, lanterna, com menos de 90. Conjecturamos que a diferença seja devido ao tempo em que os vídeos dos projetos foram disponibilizados. Notamos que houve uma queda no número de visualizações ao longo do período.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Monitora do projeto gravando oficina da Lanterna.
Arquivo do Projeto
Arquivo do Projeto
Filipe Maciel
Conclusão
Triciclo feito por aluno.
Avião feito por aluno do curso.
Arquivo do Projeto
Helicóptero feito por aluno do curso.
O Perfil do Público Das crianças inscritas, a maioria estava matriculada em escolas públicas (cerca de 67%), do quinto ou sexto anos do Ensino Fundamental (57%). Interessante destacar que tivemos alunos de várias cidades do Norte de Minas, como Chapada Gaúcha, Januária, Janaúba, Unaí, Jaíba, Pirapora, entre outros, além de alunos de outros estados, como Paraíba, Piauí, Rio Grande do Sul, Bahia, Roraima, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. Cerca de 63% dos inscritos declaram-se negros (8%), pardos(55%) ou indígenas(0,4%). Com relação à renda familiar, 16% ganhavam até um salário mínimo, 30% até dois e 22% até três salários mínimos. Revista de Extensão do IFNMG
Os Resultados Como o projeto teve que ser adaptado para o modelo não presencial, enfrentamos vários desafios e tivemos que mudar o planejamento inicial, o que demandou certo tempo. Infelizmente, não conseguimos um método eficaz para acompanhar melhor o desenvolvimento dos trabalhos. O formulário de avaliação final foi enviado por email para todos os participantes, mas apenas 10% dos inscritos responderam. Mesmo assim, destacamos que as oficinas foram classificadas pelos respondentes como ótimas (73%) ou muito boas (27%) e todos eles gostariam de fazer cursos deste tipo em outras oportunidades. Além do formulário de avaliação, tivemos feedback por postagens no Instagram. Vários alunos compartilharam fotos e vídeos das oficinas, o que mostra o envolvimento com o projeto.
Enfrentamos vários desafios para readaptação do projeto, entre eles, destacam-se a mudança do público-alvo e da metodologia. Mesmo assim, superamos os obstáculos e, ao final, percebemos que foram várias as lições aprendidas, das quais podemos destacar a possibilidade de trabalhar com o modelo não presencial nas próximas edições. Conseguimos alcançar crianças de várias partes de Minas Gerais e do Brasil, muitas delas de classe média baixa, oriundas de escolas públicas e com renda familiar de até dois salários mínimos, conforme observado no questionário socioeconômico. Apresentamos uma oportunidade que despertou nos participantes a criatividade, a pesquisa, a exploração, características importantes para a formação do aluno de hoje e do profissional do futuro próximo. A indústria 4.0 exige pessoas com perfil dinâmico, autônomo, e protagonista. E é isso que nosso curso proporciona. No entanto, lamentamos pelas crianças da comunidade do Village do Lago I, onde está inserido o Campus Montes Claros do IFNMG. Embora nosso projeto atenda apenas cerca de 20 crianças no modelo presencial, sabemos da sua importância para aqueles que participam. Infelizmente, as crianças que atendemos nas outras edições do projeto estavam em situação de vulnerabilidade social e não possuíam computador, tablet ou celular, assim como não possuíam acesso à internet para participar de um curso não presencial. Para as próximas edições, quando pudermos voltar aos encontros presenciais, pretendemos elaborar um projeto que atenda à comunidade em questão e que ofereça cursos não presenciais via Youtube. 89
Palestra relacionada ao desenvolvimento pessoal, com o gestor Thiago Fagundes
Luiz Gomes Junior
Coordenador: Luiz Gomes Junior Bolsistas: Amanda Pereira Sousa e Gessilaine Aparecida Gomes Ramos Texto: Amanda Pereira Sousa e Gessilaine Aparecida Gomes Ramos Campus: Montes Claros
Projeto
Métodos alternativos de combate aos impactos causados pela covid-19 O projeto intitulado como “Métodos Alternativos de Combate aos Impactos Causados pela COVID-19” levou informações sobre o combate ao coronavírus, por meio da execução de palestras, cartilhas, vídeos, artesanatos e informações contextuais quanto ao enfrentamento da pandemia. O público-alvo deste trabalho foram todas as famílias que estavam em casa no período de isolamento social, com acesso à internet e redes sociais. A partir desses meios de comunicação, foram disponibilizados conteúdos online em linguagem simples e dinâmica, de modo que os participantes se informassem, amenizando danos psicológicos causados pelo tempo de reclusão, como também dificuldades financeiras e para a ciência da importância dos produtos de higiene e proteção individual no enfrentamento a esta emergência pública. Ademais, serviu como forma de estimular atividades acadêmicas no âmbito multidisciplinar, durante a suspensão das aulas presenciais pela pandemia, bem como após esse período.
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Luiz Gomes Junior
O
projeto surgiu para o desenvolvimento de atividades multidisciplinares no período de isolamento social, causado pela pandemia da COVID-19, bem como após esse período, tendo uma duração de 6 (seis) meses, no período de 1º/05/2020 a 23/12/2020. O público-alvo foram as famílias que estavam em casa neste tempo de isolamento social e que tinham acesso à internet e redes sociais. O intuito do trabalho foi ajudar as famílias e a comunidade no enfrentamento à COVID-19. Inicialmente, foi realizada uma reunião com o coordenador e as bolsistas do projeto, de forma a estabelecer
Palestra com o tema Motivação, com o doutor em Ciências da Religião Admilson Prates
metas e objetivos a serem alcançados. A divulgação se deu em redes sociais, em parceria com enfermeiros, psicólogos e professores, de modo que fossem passadas informações nos diversos âmbitos, alcançando todos os tipos de público. As inscrições ocorreram no período de 04/05/2020 a 16/05/2020, por meio de um link disponibilizado em diversas plataformas, em que os participantes preencheram um formulário com seus dados, totalizando, em média, 30 inscrições. Após isso, criou-se um grupo em uma rede de conversas instantâneas (WhatsApp), adicionando-se os participantes inscritos, de forma a orientá-los acerca da programação desenvolvida na
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Luiz Gomes Junior
Imagem do artesanato confeccionado no decorrer do evento
Luiz Gomes Junior
Artes para divulgação do evento e palestras em redes sociais .
motivava nessa pandemia e fez-se uma roda de conversa online, para que cada participante falasse um Revista de Extensão do IFNMG
pouco sobre como estavam lidando com o isolamento, já que, para muitos, essa pandemia os desmotivou,
execução do projeto, sendo que, para cada evento, elaboraram-se artes que foram divulgadas em redes sociais. A primeira palestra realizada consistiu no tema “motivação”, na qual o palestrante fez questionamentos aos participantes sobre o que os 91
Luiz Gomes Junior
Imagem do artesanato confeccionado no decorrer do evento
Luiz Gomes Junior
Conteúdo informativo a respeito da pandemia pelo coronavírus.
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tanto no âmbito familiar quanto na vida profissional. A segunda palestra foi sobre “desenvolvimento pessoal”, a palestrante (psicóloga) instruiu e mostrou formas de como manter a sua saúde mental em equilíbrio e qual o momento certo de procurar um profissional para ajudar no enfrentamento ao isolamento, com cabeça, corpo e mente de forma saudável. O terceiro evento realizado consistiu no tema “desenvolvimento profissional”, em que foram abordados os questionamentos sobre a vida profissional e como conseguir uma recolocação profissional ou, até mesmo, conseguir um emprego nesse momento em que as oportunidades diminuíram consideravelmente. Como forma de ajudar na renda familiar, foram feitas cartilhas e vídeos, com o passo a passo para fabricação de artesanato e produtos de limpeza com matéria-prima de baixo custo, incentivando a produção de vários tipos de sabões, desinfetantes e artes. Algumas alternativas de substituição do álcool 70% também foram abordadas, como forma de se obter a desinfecção de superfícies e objetos, visando ao combate à COVID-19 com produtos saneantes à base de álcool. A última palestra consistiu no tema “saúde”, em que a enfermeira expôs como estavam sendo os cuidados nos hospitais em relação aos pacientes que estavam com o vírus ou não, e como era lidar na linha de frente no combate ao coronavírus. O evento se deu por meio de uma roda de conversa, na qual os participantes tiraram dúvidas sobre as formas de prevenção, quando procurar ajuda médica, entre outras. A gestão do tempo foi um fator que influenciou no escopo do projeto de extensão, visto que a logística de horários possíveis para alguns participantes estarem presentes e assistirem às palestras e eventos online foi um dos impasses do projeto. Entretanto, os objetivos e metas foram cumpridos de forma eficaz, na realização das tarefas.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Produção de álcool 70° INPM a partir da diluição do etanol 92.8° INPM e da destilação de bebidas alcoólicas 40%.
REDMI NOTE 8 – AI QUAD CAMERA
Coordenador: Saulo Fernando dos Santos Vidal Bolsistas: Ana Clara Santos Cardoso, Antony Samuel Soares e Maia, Arianny Alzira Gonçalves Pereira e Raphael Mesquita Borborema Voluntários: Carlos Henrique Gonçalves Sant’ana e Norberto dos Santos Araújo Filho Colaboradores: Antônio Geraldo de Oliveira, Daniel Rodrigues Magalhaes, João Carlos Gonçalves, Mario Sergio Costa da Silveira, Otavio Cardoso Filho, Ramon Geraldo Campos Silva e Robson Antônio de Vasconcelos Texto: Raphael Mesquita Borborema Campus: Montes Claros
Projeto
Obtenção de etanol (CH3CH2-OH) 70º INPM através da diluição de etanol 92.8° INPM e destilação de bebidas alcoólicas 40% (v/v)
A pandemia pelo novo coronavírus (COVID-19) causou um aumento considerável na procura por álcool, eficaz na inativação do microrganismo. Com a escassez deste produto no mercado da cidade, docentes e discentes do curso de Engenharia Química e técnicos laboratoriais do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Montes Claros diluíram etanol 92.8° INPM à 70° INPM. Além disso, foi produzido etanol 70° INPM pela destilação de bebidas alcoólicas 40% (v/v) e sabonete líquido. Requisitaram-se cerca de mil litros de hipoclorito de sódio para dissolução e montagem de kits de higienização, para distribuição à comunidade local.
N
osso projeto teve início em março de 2020, com o marco da pandemia pelo novo coronavírus (SARSCoV-2), com o objetivo de ajudar a comunidade local a se prevenir e, de certa forma, colaborar para diminuir a transmissão desse vírus. Nosso trabalho se resumia em produzir etanol 70° INPM por meio da diluição, com água deionizada, de etanol 92.8° INPM, cedido pela Secretaria Municipal de Saúde. Esse foi o intuito principal do projeto, apoia-
Revista de Extensão do IFNMG
Os kits, contendo álcool e sabonete, foram distribuídos para os Hospitais Aroldo Tourinho e Universitário Clemente de Faria, na cidade de Montes Claros e para população vulnerável no entorno do Campus Montes Claros/IFNMG.
do pela Secretaria de Saúde do município. Esperávamos realizar a dissolução de três mil litros de álcool etílico 92.8° INPM, acumulando um total de quatro mil e duzentos litros de etanol 70° INPM. Mas, antes de continuar, fazemos uma pausa para apresentar a equipe e falar um pouco da importância da precisão do álcool 70° INPM. A equipe é composta por professores, técnicos e discentes do Curso de Engenharia Química do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais. 93
Produção de sabonetes, para serem distribuídos aos órgãos de saúde e à população vulnerável.
O trabalho da equipe era dividido em turnos, seguindo todas as medidas sanitárias para prevenção da COVID-19.
Como coordenador do projeto, esteve o professor Saulo Fernando dos Santos Vidal (engenheiro químico); Daniel Rodrigues Magalhães (químico), João Carlos Gonçalves (engenheiro químico), Mário Sérgio Costa da Silveira (coordenador de Extensão), Otávio Cardoso Filho (biólogo) e Ramon Geraldo Campos Silva (engenheiro químico), que ajudaram no desenvolvimento do projeto. Dos técnicos, tivemos, como 94
membros, os senhores Antônio Geraldo de Oliveira (técnico de laboratório) e Robson Antônio de Vasconcelos (técnico de laboratório). Por fim, e não menos importantes, os discentes que, mesmo com algumas dificuldades, estiveram lá: Ana Clara Santos Cardoso, Antony Samuel Soares e Maia, Arianny Alzira Gonçalves Pereira, Carlos Henrique Gonçalves Sant’ana, Norberto dos Santos Araújo Filho e eu, Raphael Mesquita
Borborema, sendo todos do Curso de Engenharia Química. Como dito em entrevista pelo prof. Otávio, “o álcool acima de 90% tem uma volatização mais rápida, ou seja, ele evapora rapidamente”, e isso faz com que o vírus não seja aniquilado na superfície, bem como em porcentagens inferiores a 70%. Inicialmente, o projeto era suportado apenas pelos professores, técnicos, pela Ana, o Norberto e por mim, mas o trabalho foi evoluindo e recebemos a proposta de destilar bebidas alcoólicas apreendidas pela Receita Federal. Surgiu também o interesse de produzirmos sabonete líquido, sendo o Robson responsável pela pesquisa e treinamento. Vimos a necessidade de mais integrantes para nos ajudarem. Foi quando os demais colegas se juntaram a nós nesta missão de solidariedade. O que não faltaram, durante o projeto, foram dificuldades, em decorrência das medidas preventivas contra a COVID, principalmente no trabalho laboratorial, pois, como a metodologia de trabalho era em equipe, foi necessária a divisão em turnos. Além disso, foi necessário redobrar as medidas de higiene e
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Foram produzidos cerca de mil e seiscentos litros de sabonete.
cuidados pessoais e de higienização do ambiente de trabalho, fazendo-nos gastar tempo, além do estimado, na realização das tarefas de sanitização. Apesar dos impasses e do desgaste físico para execução de todas as atividades, contribuir no combate e controle da COVID-19, ao menos no entorno do campus, foi recompensador. O nosso intuito, no que diz respeito ao aspecto social, era ajudar o máximo de pessoas possível, e posso dizer que esse nosso objetivo atingiu proporções maiores que o esperado. Um grande exemplo da visibilidade e importância que o nosso trabalho conquistou foi a parceria com a Receita Federal, que nos permitiu ampliar nossa produção e, assim, atingir um público ainda maior. Com a produção de sabonete, tivemos a ideia de requisitar três mil litros de álcool para envasar e mais mil litros de hipoclorito a 12% (v/v), Revista de Extensão do IFNMG
para diluir e montar kits de higiene para a comunidade carente em torno do nosso campus. Pelas nossas expectativas, seriam montados um total de três mil kits. No entanto, como a pandemia se proliferou e a escassez de álcool nos hospitais foi maior, privilegiamos as entidades de saúde para receber a maior parte destes kits de higiene, tendo em vista os critérios perceptíveis destes ambientes para o momento em que estávamos vivenciando. Não obstante, além do sabonete e álcool, decidimos destinar, aos hospitais Aroldo Tourinho e Universitário Clemente de Faria, hipoclorito de sódio em sua concentração de 12% (v/v) para assepsia do ambiente, visto que, segundo o professor Robson, seria mais útil a estas entidades o produto com maior concentração para a limpeza geral. Foram cerca de mil e seiscentos litros de sabonete produzido, mais
de quatro mil e duzentos litros de álcool, entre esses destilado e diluído em procedimento de semi-batelada, controlando periodicamente a densidade e concentração e, aproximadamente, mil litros de hipoclorito de sódio. Produzir isto e distribuir aos órgãos de saúde e à população vulnerável no entorno do Campus Montes Claros foi de suma importância para fortalecimento das medidas municipais adotadas, bem como no auxílio para diminuir os casos de infecção pela COVID-19 na região onde o campus está inserido. A forma como o projeto foi realizado também garantiu a segurança de todos os envolvidos, tanto servidores do campus, quanto bolsistas, professores e cidadãos, que receberam as doações. Foi imensa a satisfação de poder fazer parte desta equipe, que esteve na linha de frente do combate ao SARS-CoV-2. 95
Coordenador: Anderson Vantuir Nobre Vieira Bolsista: Matheus Estrela Silva Voluntárias: Beatriz Mendes Corrêa e Tais Limas Silva Texto: Anderson Vantuir Nobre Vieira Campus: Salinas Ipê amarelo. Fonte: https:// br.pinterest.com/ pin/574983077417592459/
Projeto
Capacitação dos alunos da Escola Municipal Rural Tiradentes sobre a importância da sobrevivência do cerrado local Objetivando trabalhar a preservação ambiental com alunos do Ensino Fundamental, o projeto “Capacitação dos alunos da Escola Municipal Rural Tiradentes sobre a importância da sobrevivência do cerrado local” permitiu levar o tema para a sala de aula, de forma lúdica e com atividades práticas. Foram realizadas oficinas e palestras, elaboração de cartilhas, pesquisas sobre o tema e apresentações, com o intuito de atingir as crianças positivamente e desenvolver nelas bons hábitos para preservar a natureza, especialmente, o cerrado. Os docentes e discentes avaliaram de forma positiva todo o projeto e concluíram que os objetivos propostos foram cumpridos em sua totalidade. As crianças foram conscientizadas e entenderam a importância de se preservar o cerrado.
O
projeto foi desenvolvido na cidade de Taiobeiras, localizada no Norte de Minas Gerais no Brasil, local em que há uma forte predominância do cerrado cuja preservação é de extrema importância, pois há comunidades, como a de Lagoa Grande, no Alto Rio Pardo, que é rica em árvores frutíferas nativas, entre as quais se destaca o fruto do pequi (Caryocar brasiliensis), responsável pela maior fonte de renda de, pelo menos, 400 famílias no período de safra do fruto e está inserida no cerrado. A comunidade também é a grande responsável pela florística da região. Pela relevância do bioma na
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região, foi escolhida, para aplicação desse projeto de extensão do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – Campus Salinas, a Escola Estadual Chaves Ribeiro. O público-alvo foram 110 alunos do 5° ano do Ensino Fundamental, com faixa etária variando de 10 a 12 anos. Devido à pandemia da COVID-19, não foi possível trabalhar com alunos da escola existente na própria comunidade pretendida e que faz parte do título deste projeto, porque as aulas presenciais foram interrompidas na escola e não estavam ocorrendo nem remotamente. Por isso, foi escolhida a Escola Estadual Chaves Ribeiro, em
Taiobeiras, porque, pelo que foi possível apurar, era a única que adotava o ensino remoto quando se iniciou o projeto, e demonstrou grande interesse em participar, além de fazer parte da região que também utiliza frutos do cerrado como fonte de renda. Foi necessário aplicar as atividades remotamente, levando em consideração o risco de contágio pela COVID-19. Após o contato com a escola e o interesse da mesma pelo projeto, foi realizada uma reunião, para detalhamento da realização do projeto. A reunião e a postura dos discentes foram fundamentais para que a escola, naquele momento difícil e com nova
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Cartilha sobre o dia da árvore.
forma de lecionar, aceitasse a proposta, já que a aula seria muito diferente, por ser virtual. Os professores tinham, como argumento, o fato de as aulas já ficarem com o conteúdo comprometido por serem remotas, dificultando o trabalho do professor, já que a maioria precisava aprender a manejar a tecnologia digital e que o aluno nem sempre é atuante como no curso presencial. Por isso, foi de grande importância adaptar a proposta para se adequar ao que a professora já iria trabalhar em sala. Dessa forma, a professora e a escola decidiram aceitar que o projeto fosse desenvolvido, por perceberem que seria não só uma conscientização, mas também uma forma diferente de ministrar a aula, já que os alunos teriam a prática ao estudarem o conteúdo e um contato com outras pessoas e instituição, o que era uma novidade para eles. Foram realizadas oficinas e palestras para envolver os alunos e tornar a atividade mais interessante. Uma das principais atividades, que conquistou a atenção dos alunos foi a de consRevista de Extensão do IFNMG
Ipê amarelo. Fonte: https:// br.pinterest.com/ pin/574983077417592459/ 97
Cartilha com instruções de como plantar uma árvore. Fonte: Disponível em: https://m.facebook.com/arvoresertecnologico/photos/a.5019918 69943424/1632212133588053/?type=3&source=48&__tn__=EHH-R
Sementes de Angico retiradas para enviar aos alunos.
truir uma cartilha com um tutorial, ensinando como plantar uma árvore. Uma cópia desta cartilha foi enviada a cada aluno, com 3 sementes da espécie Anadenanthera colubrina var cebil, popularmente conhecida como angico vermelho, para que eles realizassem o plantio. Tanto os alunos como a professora ficaram muito satisfeitos com a prática, que aconteceu em setembro, no Dia da Árvore. Originalmente, estava planejada uma 98
Sementes de Angico (foto com maior proximidade), enviadas aos alunos após os devidos cuidados.
trilha ecológica para este dia, mas como não podia haver proximidade e também, mesmo mantendo os protocolos de segurança, seria perigoso, porque se tratava de 110 crianças, decidiu-se não realizar essa atividade e deixá-la para outro momento menos delicado, e que não oferecesse risco à vida de todos os envolvidos. Outras duas atividades também foram desenvolvidas nesse projeto. Uma ocorreu em agosto e consistiu
em abordar o tema sustentabilidade e sua importância no dia a dia, além de destacar a importância da preservação do meio ambiente. Para essa, foi feito o levantamento de imagens e pesquisas sobre o tema, além da construção e apresentação de slides, para que a atividade se tornasse mais acessível e interessante para os alunos do 5º ano. Essa atividade foi bastante trabalhosa, mas foi de grande aprendizado, tanto para os alunos e coordenador do projeto como para os alunos que eram o público-alvo. A outra oficina ocorreu em outubro. A oficina foi voltada ao cerrado, já que este é predominante no município e conteúdo principal do projeto. Essa oficina consistiu na gravação de uma vídeoaula, falando do bioma e sua importância para o município. Foi uma atividade mais lúdica, ao mostrar imagens de árvores que estão presentes no município, com ênfase para o pequizeiro (Caryocar brasiliense), que movimenta a economia da cidade. Foram feitas revisões bibliográficas e pesquisas que trouxeram muito conhecimento e que foram fundamentais para a realização da palestra. Todos os discentes desenvolvedores do projeto e o coordenador se empenharam bastante para a produção da atividade e o aprendizado foi desde conhecimentos técnicos para gravar a aula e produzir o conteúdo digital, até o conhecimento científico para apresentar aos alunos que compunham o público-alvo. Notou-se grande interesse dos alunos também pela ludicidade envolvida na oficina. A avaliação feita foi qualitativa, por meio do feedback dos alunos e da professora, que relataram ter gostado muito do projeto, demonstrando muito interesse durante as aulas e ao fazer as atividades, levando os proponentes a concluírem que os objetivos propostos para o projeto foram cumpridos em sua totalidade e que houve uma conscientização das crianças, que entenderam a importância de se preservar o cerrado e a importância dele para todos, especialmente, para a região onde vivem.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Sileimar Maria Lelis
Coordenador: Lucas Diego Antunes Barbosa Voluntária: Sara Cristina Viana Rocha e Gustavo Gusmão Duarte Silva Colaboradores: Bergston Luan Santos, Geraldo Magela Matos, Rodolfo de Jesus Chaves, Eliane Cristina Gualberto Melo Mineiro, Flávia Emanuelle Alves de Freitas, Soraya Gonçalves Costa, Meirivam Batista de Oliveira, Lidiane Rodrigues Brito, Jean Pereira Coutinho, Anderson Vantuir Nobre Vieira, Michelle F. Terra Ematne, Isis Celena Amaral, Alexandre Santos de Sousa, Thiago Moreira dos Santos, Higor Alexandre Rodrigues Maia, Arthur Faria Porto, Ramon Ramos de Paula, Bruna Castro Porto, Felipe Cimino Duarte, Edilene Alves Barbosa, Leonardo Martins Nascimento, Agnaldo Monteiro Farias, Nilmar Bispo Santana, Nilsa Martins de Araújo, Admilson Eustáquio Prates, Andreia de Paula, Fabiano Rosa de Magalhães, Sejana Artiaga Rosa, telvino Rocha Araújo, Filipe Vieira Santos de Abreu, Sileimar Maria Lelis, Rosana de Jesus dos Santos, Geferson Damasceno Costa, Antônio Eustáquio Filho, Patrícia Emanuelle dos Santos Brito e André Canela Brito Nobre Texto: Bergston Luan Santos e Lucas Diego Antunes Barbosa Campus: Salinas Curso livre Botânica em Casa I
Projeto
Cursos livres: um itinerário formativo a distância No ano de 2020 em virtude do distanciamento social imposta pela propagação da Covid-19, o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais-IFNMG suspendeu as atividades presenciais e frente a essa conjuntura, o projeto intitulado Cursos livres: um itinerário formativo a distância objetivou oferecer possibilidades de manutenção do contato com os estudos e formação aos estudantes e comunidade externa. Para tanto, a partir de docentes voluntários criou-se diversificados cursos livres a distância a fim de suprir a demanda anteriormente citada. É válido ressaltar que um curso livre à distância é um meio de educação não curricular de duração variável, destinada a proporcionar aos estudantes e trabalhadores conhecimentos que lhes permitam formar-se, profissionalizar-se e atualizar-se para o mundo do trabalho. Nesse sentido, os cursos foram ofertados com foco em trajetórias de formação que favorecessem a manutenção, continuidade e atualização dos estudos. Para operacionalização dos cursos, cada docente utilizou a ferramenta tecnológica mais conveniente. Aqui é importante ressaltar que ao encerramento dos cursos foi feita uma reunião com o corpo docente para um momento de escuta e análise do trabalho executado. Portanto, infere-se que os cursos livres proporcionaram tanto aos docentes quanto aos discentes maior aproximação com o uso de tecnologias digitais aplicadas em contexto educativo, considerando também ações de ensino e aprendizagem focadas numa abordagem qualitativa de ambas. Os discentes puderam começar a construir hábitos de estudo, gerenciar o tempo de estudo e a organizarem-se a médio prazo, consolidando possibilidades de aprendizagens qualitativas mesmo que em um contexto de Educação remota. Revista de Extensão do IFNMG
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Bergston Luan Santos
Flyer de divulgação de momento de socialização das experiências com os cursos livres.
N
o ano de 2020 a situação de emergência forçada pela Covid-19 impôs às instituições educacionais diferentes desafios, que vão desde questões ligadas à aprendizagem até inúmeras dificuldades determinadas pela desigualdade social do país. No contexto, o ensino remoto emergencial apresentou-se como possibilidade e foi assim que nasceu a ideia de cursos livres não letivos. No início, a premissa era desenvolver atividades com intencionalidade pedagógica mediada pelo uso de diferentes tecnologias, mas com recortes específicos sobre as diferentes áreas de conhecimento. A tentativa inicial e objetiva era diminuir os impactos negativos na aprendizagem, mas também manter contato dos estudantes e da comunidade externa junto a instituição. A partir da legislação, considerando a Lei de Diretrizes e Bases 9.394 de 1996 e o decreto nº 5.154 de 2004. Chegamos ao entendimento que poderíamos construir itinerários formativos como cursos de curta duração, assim propomos os cursos livres como alternativa emergencial. Neste texto compreendemos os cursos livres como uma modalidade de educação não curricular de duração
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variável, podendo ser ofertada presencialmente ou a distância destinados a proporcionar aos estudantes e trabalhadores conhecimentos que lhe permitam profissionalizar-se, qualificar-se e atualizar-se para o mundo trabalho. De tal maneira, o objetivo mais relevante dos cursos livres foi criar mecanismos de formação e aproximação entre o IFNMG Campus Salinas – MG da comunidade estudantil e externa no contexto pandêmico, e isso estava coerentemente alinhado à nossa institucionalidade educacional em ensino profissional e tecnológico. Para tanto, propomos uma experiência com o corpo docente no que tange ao uso de ferramentas digitais, plataformas e dispositivos de aprendizagem, e hoje notamos que tal experiência pôde subsidiar propostas para retomada do calendário letivo no campus. Neste ponto é preciso ressaltar que os cursos foram realizados em sua totalidade a distância, para tanto, os ambientes digitais foram a base de toda elaboração didático-pedagógica. As plataformas usadas puderam ser acessadas em tempos sincrônicos e assincrônicos. Para maior organização dos cursos, definimos que os mo-
mentos assincrônicos deveriam estar estabelecidos por um planejamento pré estabelecido para dialogar com a disponibilidade dos estudantes de maneira aberta, respeitando o cronograma de atividades dos cursos. Os momentos sincrônicos eram considerados em suas diferentes situações online, sendo definido que pelo menos uma vez por semana em cada curso deveria oferecer esse momento de contato simultâneo entre docentes e participantes. Ainda é importante destacar que os cursos livres, naquele momento, eram estruturalmente pensando numa perspetiva próxima, mas não integral da Educação a Distância (EAD). Destacamos que desde 1998 o Decreto no 2.494 (BRASIL, 1998) define a EAD como uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação. Compreendemos também que autores como Niskier, (1999); Nunes, (1993) e Veiga; Moura; Gonçalves, (1998) já haviam discutido sobre o conceito de EAD. E de alguma forma é comum o
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
entendimento que essa modalidade de ensino não precisa ser pensada como uma ameaça à presencialidade, mas no contexto em que pensamos os cursos livres, a EAD era a alternativa que indicava o horizonte. Segundo Arruda (2018) quando tenciona-se a EAD como ameaça a presencialidade no modelo educacional a tendência é direcionar todo um entendimento de que a Educação a Distância é desenvolvida de forma marginal, separada das demais iniciativas educacionais das instituições públicas. Ainda, argumenta o autor que: Não há, por exemplo, nada que corrobore tal entendimento, uma vez que até mesmo a legislação brasileira desconstrói quaisquer perspectivas de distinções entre modalidades, na medida em que os instrumentos para criação, avaliação, credenciamento e autorização de cursos estabelecem parâmetros únicos para ambas as modalidades. (ARRUDA, 2018, p. 831). Trazer esse debate aqui é necessário, pois no ano de 2020 muito se discutiu sobre EAD no contexto da pandemia e havia uma dificuldade conceitual. Hoje como elemento de memória, sabemos que há semelhanças entre a EAD e o que as instituições buscaram legitimar como Ensino Remoto Emergencial, contudo, no contexto em que se criava os cursos livres, o desafio conceitual ainda era predominante. Atualmente, como arRevista de Extensão do IFNMG
gumenta Rocha (2021) Ensino remoto emergencial e Educação a distância não são a mesma coisa, essas tratam de modalidades distintas, com características em comum.1 Considerando esse breve percurso apresentado, destacamos que no primeiro momento contactamos o corpo docente do campus Salinas via e-mail e apresentamos a proposta na busca de docentes voluntários para aderir ao projeto. Tivemos 20 propostas de cursos livres, sendo eles: • Foram ofertados os cursos de HTML & CSS- primeiras páginas da internet; • Botânica em casa I; • Entomologia aplicada à vigilância da febre amarela; • Excel intermediário; • Excel para iniciantes; • Epidemiologia Matemática • Filosofia e educação emocional; • Formulação de ração para ruminantes; • Funções matemática em diversos contextos; • História do feminismo negro no Brasil; • Introdução a Matemática Financeira e Estatística; • Introdução ao Lyx; • Introdução ao software Maxima; • Língua Espanhola-noções básicas; • Micotoxinas e micologia de alimentos; • Pensando fora da caixinha: Agroecologia e perspectivas para o fu-
Anderson Vantuir Nobre Vieira e Lucas Diego Antunes Barbosa
Curso livre funções Matemáticas em vários contextos.
turo; • Produção de embutidos-Conceitos gerais; • Secagem por Spray Dryer; • Tópicos especiais em ciência e tecnologia de alimentos; • Tópicos especiais em Engenharia de Alimentos. No tocante aos cursos ofertados pelo projeto é perceptível a diversidade temática, isso pode ser explicado pelo diversidade de formação oferecida pelo campus do IFNMGSalinas, que atualmente conta com 121 docentes que atuam em 14 cursos de graduação, pós-graduação e Médio Integrado, sendo eles: Licenciatura em Ciências Biológicas, Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Química, Licenciatura em Física, Licenciatura em Pedagogia,Tecnologia em Produção de Cachaça, Bacharelado em Engenharia Florestal, Bacharelado em Engenharia de Alimentos, Bacharelado em Sistemas de Informação, Bacharelado em Medicina Veterinária, Mestrado Profissional em Reprodução e Nutrição animal, Técnico em Agroindústria, Agropecuária e Informática. Outro fator importante a considerar foi a atitude propositiva do corpo docente, houve uma predisposição significativa em colaborar com o projeto, inclusive por concordarem com a ideia experimental do mesmo. Após a estruturação da oferta dos cursos livres, iniciamos o processo de 101
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Curso livre Botânica em Casa .
Sileimar Maria Lelis
seleção de participantes para os cursos. O período de seleção ocorreu entre os dias 28/07/2020 até 31/08/2020, por meio de formulário eletrônico. A divulgação da proposta ocorreu basicamente por aplicativo de troca de mensagens e comunicação, pela internet e redes sociais. A seleção de candidatos foi por ordem de inscrição e esses podiam optar por participar de mais de um curso. Quanto ao alcance do projeto foram atendidos estudantes do médio integrado, das licenciaturas, bacharelados, tecnólogos, servidores do IFNMG e da comunidade externa. No que se refere a comunidade externa, evidenciamos que os inscritos estavam distribuídos entre as escolas públicas e privadas da educação básica de Salinas e de cidades circunvizinhas, e ainda, recebemos inscrições de universidades e IF’s de diferentes regiões do país, dentre elas, mencionamos: UFLA, IFMG, UFS, IFCE, Unimontes, UFMG, IFES, IFBA, Universidade do extremo sul catarinense, ETEC-Campinas, Universidade de Vassouras, UFPA, UFSM, UFV, UFVJM, Universidade do estado do Amazonas, Universidade Federal de Campina Grande, UESB, UFPI, IF-Goiano, UFG, Unigran, IFMT, UFRGS. Antes de iniciarmos as atividades dos cursos livres confeccionamos e disponibilizamos para os docentes cartilhas com orientações pedagógicas para atuação em ambientes virtuais de aprendizagem e para os inscritos as as cartilhas centravam em orientações sobre as possibilidades de organização para os estudos frente ao contexto de ensino a distância emergencial. Após a realização dos cursos livres, disponibilizamos um formulário para que os participantes pudessem descrever como o curso contribui para sua formação. Destacamos aqui, fragmentos de relatos de alguns participantes: “Eu gostaria de ter conseguido acompanhar todos os momentos síncronos de todos os cursos os quais me inscrevi, mas tive problemas de queda
de internet por uma semana e meia, mas o que consegui acompanhar serviu de revisão quantos aos conhecimento matemáticos, sobre o curso de Funções Matemáticas, o curso de Epidemiologia Matemática serviu como um pontapé de curiosidade sobre o assunto que é tão pertinente e me despertou interesse para estudar mais sobre. O de Filosofia e inteligência emocional serviu para me fazer perceber que eu estou conseguindo gerir bem minhas emoções e o quanto isso é aspecto importante, inclusive no mercado de trabalho”. (Participante) “Foi maravilhoso, aprendi muitas coisas e gostaria que tivesse mais cursos livres. Foi algo que me tirou da tristeza que me encontrava nesse período difícil. Os professores foram maravilhosos, atenciosos e educados. Simplesmente amei. Aprendi temas que vai me ajudar no meu curso de Sistemas, como por exemplo, HTML & CSS (meu predileto)” (Participante) A partir dos depoimentos notamos como a proposta dos cursos livres inferiu experiência de aprendizagem significativa e não apenas aprendizagem de cunho acadêmico (técnico), mas aprendizagem qualitativa no que se refere ao próprio su-
jeito da ação de ensino e aprendizagem. A oferta dos cursos possibilitou atingirmos o objetivo inicial, trazer os estudantes e a comunidade para perto da instituição e garantir itinerário formativo qualitativo. Fizemos também um momento com os docentes que ministraram cursos livres, por meio de um grupo focal, com o intuito de avaliarmos os cursos livres ministrados. No geral, conseguimos apreender pela fala dos docentes que ofertar o curso permitiu não apenas a experiência técnica de lidar com aparelhos e plataformas, mas permitiu pensar questões sobre a própria prática no contexto remoto. Os cursos livres proporcionaram tanto aos docentes quanto aos discentes maior aproximação com o uso de tecnologias digitais aplicadas em contexto educativo, considerando também ações de ensino e aprendizagem focadas numa abordagem qualitativa de ambas. Os discentes puderam construir hábitos de estudo, gerenciar tempo de estudo, organização e autonomia para a médio prazo consolidar-se aprendizagens qualitativas mesmo que em um contexto de Educação à distância.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Vanessa Paulino da Cruz Vieira Bolsista: Maria Tereza Ribeiro Silva Nogueira Voluntária: Larissa Maria Santana Furtado Texto: Maria Tereza Ribeiro Silva Nogueira Campus: Salinas
Maria Tereza Ribeiro Silva Nogueira
Fragmento do vídeo educativo sobre Zoonoses.
Projeto
Mini hospital veterinário:
a ludicidade na transmissão de conceitos sobre cuidados com animais e promoção da saúde pública
Com a maior proximidade entre os seres humanos e os animais, o conceito de “saúde única” tem assumido cada vez mais relevância e, quando inserido no dia a dia, pode trazer benefícios a curto e longo prazo. Diante disso e, considerando a importância da educação sanitária e do papel fundamental das crianças como disseminadoras de conhecimento na comunidade, o trabalho de extensão intitulado “Mini hospital veterinário: a ludicidade na transmissão de conceitos sobre cuidados com animais e promoção da saúde pública” teve, como principal objetivo, a promoção e a disseminação de conhecimentos de conceitos, como guarda responsável, bem-estar animal, zoonoses e saúde pública para crianças em idade escolar, usando a ludicidade e a internet como principais ferramentas. O projeto contribuiu, de forma significativa, para a conscientização da comunidade e também proporcionou uma experiência satisfatória para os discentes.
A
s crianças são seres movidos pela curiosidade e ávidos pelo conhecimento e, sob esta perspectiva, a ludicidade é tida como uma ferramenta interessante e eficaz que pode beneficiar o processo de aprendizagem. Neste sentido, o presente trabalho buscou promover, por meio do desenvolvimento de atividades lúdicas
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virtuais, a disseminação de conhecimentos específicos acerca dos cuidados com os animais e promoção da saúde, conceitos estes que, se aplicados no dia a dia da comunidade, podem impactar diretamente na saúde da população. Desta forma, o trabalho mostrou-se um instrumento enriquecedor no que diz respeito à intervenção em saúde e na edu-
cação, sendo capaz de proporcionar uma interação com a comunidade e oferecer conceitos benéficos, tanto para os executores quanto para os ouvintes/participantes. O trabalho iniciou-se no segundo semestre do ano de 2020, no mês de setembro, após contatos via telefone e reuniões online, realizados entre a professora coordenadora do trabalho 103
Maria Tereza Ribeiro Silva Nogueira
Fragmento do vídeo educativo sobre Zoonoses.
Maria Tereza Ribeiro Silva Nogueira
Fragmento do vídeo educativo sobre a forma de transmissão da zoonose parasitária conhecida como “Bicho Geográfico”.
e diretores das escolas participantes, nos quais os objetivos e a metodologia foram apresentados aos representantes das escolas, sendo conside104
rados por eles de extrema relevância. Para a professora Vanessa Vieira, coordenadora do trabalho, “a busca por soluções de problemas da sociedade
deve ser realizada dialogicamente entre a comunidade acadêmica e a comunidade externa, pois, assim, os anseios e necessidades são evidenciados e o trabalho para atendê-los se faz de forma conjunta, dinâmica e realmente efetiva”. Diante disso, foi possível construir o desenvolvimento da metodologia do trabalho de forma interativa e da melhor maneira possível, dentro dos limites impostos pela pandemia. Concomitantemente a isso, foram realizadas reuniões entre a professora coordenadora e as alunas, bolsista e voluntária, para definir como o trabalho seria realizado em virtude da crise sanitária vigente no momento, o que culminou numa metodologia desenvolvida de forma totalmente remota. Inicialmente, para preparo da equipe executora, foi realizada uma revisão de literatura sobre temáticas envolvendo as principais zoonoses parasitárias, os conceitos de guarda responsável, bem-estar animal e saúde pública e as possíveis formas de abordar ludicamente estes conceitos com o público-alvo, para adequar a metodologia do trabalho e executá-la de forma a atingir os objetivos propostos. O trabalho foi direcionado a crianças do 5º ano do Ensino Fundamental de escolas públicas do município de Salinas - MG, bem como a seus professores e responsáveis. As atividades foram desenvolvidas na forma de vídeos animados de cunho educativo e paródias musicais, que abordavam assuntos como a importância da guarda responsável, os princípios do bem-estar animal e as doenças zoonóticas, com linguagem simples e divertida, para atrair a atenção das crianças. Vídeos curtos e com desenhos e animações, com uma linguagem acessível, foram disponibilizados, via Whatsapp, aos representantes das escolas, que os repassavam aos estudantes, de modo a facilitar a compreensão, a aprendizagem e a diversão, disseminando, assim, os conhecimentos adquiridos com esse material, na comunidade em que estão inseridos.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Maria Tereza Ribeiro Silva Nogueira
Montagem de fotos do vídeo educativo sobre Coleta Seletiva e Reciclagem.
Montagem de fotos do vídeo educativo sobre as 5 Liberdades dos Animais.
Maria Tereza Ribeiro Silva Nogueira
Quando colocados em prática, esses conceitos podem contribuir, significativamente, tanto para a saúde e bem-estar dos animais, quanto dos seres humanos, uma vez que ambos estão cada vez mais conectados. O intuito das atividades foi, então, não somente apresentar conceitos importantes, mas fazer com que os ouvintes, especialmente, as crianças, pudessem construir uma mentalidade mais esclarecida sobre o que foi visto e, a partir disso, entender a importância dos cuidados com os animais e o impacto disso na saúde pública. Ao final do projeto, foram confeccionados panfletos informativos que foram direcionados, não somente aos alunos, mas a toda comunidade, disponibilizados em redes sociais como Facebook, Instagram e Whatsapp, com a intenção de ampliar a divulgação dos conceitos expostos e, dessa forma, atuar como mais um instrumento de impacto na promoção da educação em saúde. Os panfletos continham além de informações importantes sobre as temáticas, ilustrações para atrair o interesse das crianças. Ao longo dos seis meses de execução, foi possível perceber que o trabalho foi capaz de difundir conhecimentos e consequentemente, contribuir, de forma significativa, para a conscientização da comunidade sobre os princípios básicos de um relacionamento saudável entre animais e humanos e da promoção da saúde. Para Larissa Santana, discente e voluntária do projeto, “participar deste trabalho foi de suma importância, pois além de ampliar os meus conhecimentos, ajudei a levar um conteúdo de alta relevância para o público infantil e para a comunidade”. A fala evidencia que o projeto proporcionou também uma experiência satisfatória para os discentes que o executaram, pois puderam se conectar, mesmo que remotamente, com a sociedade, ensinando o que aprenderam na academia, possibilitando a troca de conhecimentos e contribuindo na efetivação de mudanças sociais.
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Coordenadora: Vanessa Paulino da Cruz Vieira Bolsista: Brendany Tawane Silva Santana Voluntária: Brittany Christine Silva Santana Colaborador: João Paulo Soares Texto: Brendany Tawane Silva Santana Campus: Salinas
Projeto
Parasitologia:
a ludicidade na orientação e prevenção de parasitoses em idosos A expectativa de vida vem aumentando e o envelhecimento é uma realidade que se tornou um desafio para a saúde pública, pois exige um esforço a mais para se manter a saúde em dia. O presente trabalho objetivou, por meio de vídeos lúdicos educativos e uma cartilha do idoso, orientar a população idosa sobre as principais parasitoses intestinais que podem ser transmitidas aos seres humanos. vindas do solo, dos alimentos e da água contaminada, apresentando as formas de prevenção destas e a importância da higiene. Com o projeto, os idosos puderam ter acesso a informações sobre quais são os principais parasitos intestinais que infectam os seres humanos, as formas de contágio, quais os prejuízos que podem causar e como é possível prevenir a infecção.
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Brendany Tawane Silva Santana
O
aumento da expectativa de vida é uma das mudanças demográficas mais importantes ocorridas no Brasil, nos últimos tempos. No entanto, o envelhecimento tornou-se um desafio para a saúde pública, pois vem acompanhado de fragilidades naturais, tornando o idoso suscetível ao desenvolvimento de diversas doenças, incluindo as enteroparasitoses. Nesse contexto, hábitos de higiene são imprescindíveis para prevenir doenças e promover a segurança e a saúde das pessoas. Atitudes simples, como lavar as mãos e os alimentos adequadamente, tomar banho e escovar os
Parasito intestinal da espécie Taenia sp., conhecido como “solitária”, responsável por causar diarreia, dor abdominal, fraqueza e emagrecimento.
dentes, são de extrema importância em qualquer idade e não devem ser esquecidas! Neste sentido, os estudantes do curso de Medicina Veterinária do Instituto Federal do Norte de Minas
Gerais – Campus Salinas, desenvolveram o presente trabalho, com o objetivo de orientar os idosos institucionalizados no Lar Santa Clara, sobre a contaminação e prevenção de parasitoses intestinais que acometem os seres humanos, sob a orientação da professora coordenadora do trabalho e médica veterinária Vanessa Paulino da Cruz Vieira. Tendo como público-alvo os idosos, buscou-se disseminar informações de forma lúdica, sobre as principais parasitoses intestinais que podem ser transmitidas aos seres humanos pelo solo, alimentos e água contaminada, apresentando suas
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Brendany Tawane Silva Santana
Cartilha do idoso compartilhada nas redes sociais. Revista de Extensão do IFNMG
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formas de prevenção, com a intenção de trazer, ao conhecimento dos mesmos, bons hábitos de higiene para manutenção da saúde e prevenção de doenças. Os vídeos foram disponibilizados via Whatsapp aos responsáveis pelo Lar Santa Clara que, por sua vez, realizavam a apresentação aos idosos. “A participação de representantes da comunidade externa se configura a base para alcançar o êxito no desenvolvimento de trabalhos de cunho extensionista, que, por sua vez, completa a formação do acadêmico, ao mesmo tempo que implementa possibilidade de soluções de problemas que afligem a comunidade”, destaca a professora coordenadora do trabalho, a médica veterinária Vanessa Vieira. Para a estudante do curso de Medicina Veterinária Brittany Christine Silva Santana, trabalhos voltados à prevenção de parasitoses são muito importantes pois auxiliam na manutenção da saúde pública. “É 108
Brendany Tawane Silva Santana
Dermatite serpiginosa, lesão oriunda da larva migrans cutânea, mais conhecida como bicho geográfico.
Brendany Tawane Silva Santana
Colaborador João Paulo Soares Alves explicando o conteúdo do vídeo.
importante ressaltar que trabalhos como este são de extrema relevância para comunidade como um todo, pois dissemina-se o conhecimento e conceitos de saúde e sanidade coletiva”, enfatizou a voluntária. Devido ao atual momento de pandemia, para garantir a segurança dos idosos e dos demais participantes do trabalho, a metodologia foi desenvolvida totalmente de forma remota, utilizando plataformas de redes sociais e afins, na elaboração de vídeos e cartilha do idoso, com informações claras e objetivas, acerca dos principais parasitos intestinais que acometem os seres humanos, formas de contágio e prevenção. A voluntária Brittany ressaltou ainda a importância da tecnologia na atualidade e afirma que, frente a um momento crítico de pandemia, o uso dos meios digitais têm sido uma solução muito eficaz em diversas situações. Como critério para a criação dos
vídeos, foi seguido um pensamento didático de apresentação das informações, contendo uma linguagem adequada ao público-alvo, com os nomes comuns dos parasitos e os métodos para manutenção de bons hábitos de higiene, que foram ressaltados em cada vídeo apresentado, visando garantir assimilação e aprendizagem do conteúdo. Para a estudante do curso de Medicina Veterinária Brendany Tawane Silva Santana, bolsista do trabalho, a linguagem e a metodologia utilizada em trabalhos dentro da área da parasitologia devem ser simples para facilitar o entendimento das pessoas que possuem pouco ou nenhum conhecimento acerca do assunto. “É importante considerar que, devido o público-alvo ser de idade avançada, a linguagem utilizada e forma de repassar informações deve ser simples e prática. Características estas que, dentro de uma área tão extensa quanto a parasitologia, tornam-se cruciais para resumir e elaborar um conteúdo lúdico e objetivo, para que as informações sejam de fácil entendimento” afirma a bolsista. Para edição dos vídeos e formulação da cartilha do idoso, buscaramse estudos sobre os parasitos que acometem seres humanos e animais, de maior relevância e incidência, pela revisão de artigos. Foram utilizados aplicativos e programas de edição e mídias, como o Vídeo Edi-
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Brendany Tawane Silva Santana
Sintomas das parasitoses intestinais: A: Sangue nas fezes. B: Icterícia. C: Emagrecimento. D: Dor de barriga.
tor & Video Maker - InShot – Apps on Google Play. A cartilha do idoso foi elaborada com o aplicativo “Canva”, uma plataforma de design gráfico que permite aos usuários criar gráficos de mídia social, apresentações e outros conteúdos visuais que integram milhões de imagens, fontes, modelos e ilustrações. Informações como infecções, prevenção, sintomas e tratamento foram adicionadas à cartilha junto com ilustrações, facilitando o entendimento. Cartilhas são materiais informativos e educativos sobre os mais diversos assuntos; dessa forma, devem-se considerar os seguintes aspectos em Revista de Extensão do IFNMG
sua elaboração: adequação ao público-alvo; linguagem clara e objetiva; visual leve e atraente e fidedignidade das informações, sendo este um recurso instrucional, impresso ou digital, que auxilia os leitores como material de estudo, facilitando e fixando a aprendizagem. A senilidade é uma fase muito delicada, que exige um esforço a mais para manter a saúde em dia e foi pensando nisso que o trabalho levou este conhecimento aos idosos, que tiveram a oportunidade de conhecer quais são os principais parasitos intestinais que infectam os seres humanos, as formas de contágio de cada um de-
les, quais os prejuízos que as parasitoses intestinais podem causar ao organismo e à qualidade de vida e como é possível prevenir a infecção por meio de hábitos saudáveis e simples de higiene, como lavar as mãos. O trabalho teve duração prática de seis meses, desde a formulação do conteúdo, gravação e edição dos vídeos, sendo entregue, a cada etapa, um conteúdo, apresentado de maneira lúdica, de modo que cativasse e assegurasse a atenção dos espectadores, permitindo que os vídeos pudessem ser apresentados aos idosos quantas vezes fossem necessárias, reforçando sempre o aprendizado. 109
Projeto
Letícia Emanuelle Castro de Jesus
Coordenador: Valéria Magro Octaviano Bernis Bolsista: Maria Markolina Alves Durães Voluntários: Bethânia Silva Gil de Freitas, Camila Sousa Bitencourt, Éllen Araújo de Deus, Gabriela Azevedo da Silva, Joyce Costa Ribeiro, Luísa Cordeiro de Oliveira, Maria Paula Machado Silva, Sandy Micaele Aquino Teixeira e Sani Keli Fernandes Moreir Colaborador: Walter Octaviano Bernis Filho Texto: Valéria Magro Octaviano Bernis Campus: Salinas
Projeto Pragas Urbanas 2020. Vídeo aula sobre barbeiros – realizada por Camila Souza Bitencourt- voluntária do projeto, discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.
Pragas Urbanas Bichos SA
O projeto de extensão Pragas Urbanas - Bichos SA envolveu a participação das discentes dos Cursos de Medicina Veterinária e Licenciatura em Ciências Biológicas na divulgação sobre animais sinantrópicos do município. Devido à pandemia de COVID-19, o projeto foi desenvolvido de forma remota na Escola Estadual Elídeo Duque, que atende alunos do Ensino Fundamental. Para a execução do projeto, foram utilizadas videoaulas e a plataforma Google Meet, entre setembro de 2020 e março de 2021, sob a orientação da professora Valéria Magro Octaviano Bernis. Os objetivos do projeto são relacionados à transmissão de informações sobre os animais, nos aspectos ambiental e social, e à interação das alunas do IFNMG/Campus Salinas com a comunidade.
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Projeto Pragas Urbanas 2020Videoaula sobre escorpiões – realizada por Gabriela Azevedo da Silvavoluntária do projeto, discente do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.
Letícia Emanuelle Castro de Jesus
a cidade de Salinas, pertencente ao Norte de Minas Gerais, na região do Alto do Rio Pardo, ocorrem, frequentemente, acidentes com animais peçonhentos. Estes são incluídos como animais sinantrópicos que vivem próximos aos nossos domicílios e podem transmitir doenças ao homem, as chamadas zoonoses. O Projeto de Extensão Pragas Urbanas- Bichos SA permitiu trabalhar, com as crianças do município, a prevenção desses acidentes. Apesar dos tempos de restrição social devido à pandemia de COVID-19, foi possível desenvolver o projeto com 260 alunos, entre 8 e 10 anos, do Ensino Fundamental Escola Estadual
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Letícia Emanuelle Castro de Jesus Maria Markolina Alves Durães
Projeto Pragas Urbanas 2020 – Material lúdico realizado por Letícia Emanuelle Castro de Jesus.
Projeto Pragas Urbanas 2020 - Videoaula sobre morcegos – realizada por Maria Markolina Alves Durães – bolsista do projeto, discente do Curso de Medicina Veterinária Revista de Extensão do IFNMG
Elídeo Duque. Estudantes de Medicina Veterinária e de Licenciatura em Ciências Biológicas, sob a coordenação da professora Valéria Magro Octaviano Bernis, desenvolveram diversas atividades no formato online. Foram elaborados vídeos, com linguagem simples, sobre os animais peçonhentos e sinantrópicos. Os vídeos continham imagens dos animais e informações sobre os seus desenvolvimentos, descrição do ciclo biológico e a importância de cada um deles para o meio ambiente. Os vídeos tinham o objetivo de despertar o conhecimento e a consciência ambiental nas crianças. Os animais estudados foram: cobras, barbeiros, morcegos, escorpiões, ratos, aranhas, pombos, sapos, lagartixa e os gambás (saruês). Aspectos ambientais, como o acúmulo de resíduos e lixo, que gera poluição também foram abordados, uma vez que estão diretamente relacionados ao desenvolvimento de pragas no ambiente. A bolsista do projeto Maria Markolina Alves Durães, discente do Curso de Medicina Veterinária, relatou que “a capacidade de ligar um tema importante com um aspecto social é razão da participação no Projeto Pragas Urbanas. Sabemos que esses tópicos, por vezes, não são abordados em escolas, por isso se torna ainda importante o nosso projeto de extensão.” Um questionário com perguntas relacionadas ao aprendizado adquirido foi aplicado ao final do projeto. O propósito foi avaliar a absorção de informações pelas crianças e a possibilidade de elas replicarem o aprendizado adquirido. A restrição social nos fez reinventar a forma de divulgar estas informações, como relatado pela voluntária do projeto, discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Joyce Costa Ribeiro: “com a pandemia da COVID-19, nós, estudantes e professores, tivemos que nos reinventar todos os dias. E, assim como a forma de ensino, foram necessárias adaptações ao nosso projeto também. Passar conteúdo científico, principalmente nesse momento que 111
Bethânia Silva Gil de Freitas
Projeto Pragas Urbanas 2020 - Videoaula sobre cobras– realizada por Bethânia Silva Gil de Freitas – voluntária do projeto, discente do Curso de Medicina Veterinária.
Sani Keli Fernandes Moreira
Projeto Pragas Urbanas 2020 - Videoaula sobre aranhas– realizada por Sani Keli Fernandes Moreira– voluntária do projeto, discente do Curso de Medicina Veterinária.
estamos vivendo, é uma tarefa muito difícil. Entretanto, com o feedback que nós recebemos dos alunos e professores, acredito que, além de cumprir com o objetivo geral do projeto, contribuímos também para ampliar a divulgação científica na nossa região”. E, em termos de aprendizado, sempre podemos relatar que este foi bilateral. Segundo a coordenadora, o projeto permitiu a interdisciplinaridade, a prática da oratória, didática e cidadania. “As alunas participaram também da atenção à saúde pública, levando conhecimento e atuando como formadoras de opiniões”. E é assim que, futuramente, espera-se a presença de adultos mais conscientes nas questões ambientais, respeitando e convivendo com todas as formas de vida. Projeto Pragas Urbanas 2020 – membros participantes do projeto. 1ª fila da esquerda para direita – Maria Markolina Alves de Freitas (discente de Medicina Veterinária, bolsista do projeto); Luísa Cordeiro de Oliveira (discente do curso de Medicina Veterinária, voluntária do projeto); Maria Paula Machado Silva (discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, voluntária do projeto); 2ª fila da esquerda para direita – Gabriela Azevedo da Silva (discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, voluntária do projeto); Joyce Costa Ribeiro (discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, voluntária do projeto); Sani Keli Fernandes Freitas (discente do curso de Medicina Veterinária, voluntária do projeto); 3ª fila – da esquerda para direita- Bethânia da Silva Gil de Freitas(discente do curso de Medicina Veterinária, voluntária do projeto); Éllen Araújo de Deus (discente do curso de Medicina Veterinária, voluntária do projeto)
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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Projetos de Extensão Tecnológica Revista de Extensão do IFNMG
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Preparo de biofertilizante. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.
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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
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Nelson Licínio Campos de Oliveira
Material publicitário: Escorpiões
Coordenador: Alex Lara Martins Bolsista: Adrielly Ferreira da Silva Colaboradora: Maria Angelina dos Santos Lomasso Texto: Alex Lara Martins Campus: Almenara
Projeto
Assistência em design gráfico
para o programa de educação ambiental e bemestar animal do município de Almenara-MG Vinculada à ética ecológica, a educação ambiental é um importante instrumento de política pública de saúde. Quando relacionada ao bem-estar de animais, a educação ambiental é capaz de introduzir novos conceitos e hábitos para a população, tais como a posse responsável de animais domésticos, a prevenção e o controle da fauna sinantrópica. O objetivo desse projeto de extensão foi assistir, tecnicamente, a Secretaria Municipal de Saúde de Almenara-MG, com a produção de peças publicitárias em meio digital, relacionadas ao plano municipal de educação ambiental e bem-estar animal. Os materiais midiáticos foram postados em redes sociais, de modo a informar e conscientizar a população. O projeto permitiu a conscientização da população e forneceu o conhecimento e as condições para a replicação das ações em educação sobre o controle reprodutivo, manejo sanitário e controle parasitário.
U
m breve passeio pelas ruas de Almenara/MG nos faz perceber um ponto em comum: cães, gatos e outros animais domésticos abandonados à própria sorte, perambulando em busca de comida e proteção. Esse cenário se repete em qualquer cidade de porte médio. No Brasil, há quase tantos animais domésticos quanto habitantes. Contudo, estima-se que 75% da população de cães e gatos do mundo esteja nas ruas. Essa situação acar-
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reta problemas de saúde e de segurança pública, já que os animais de rua podem transmitir zoonoses e provocar acidentes. Além disso, os animais errantes que vivem em situações inadequadas geram problemas de proteção e bem-estar animal, pois podem ser vítimas de maus tratos. Para fazer frente a esse problema, a médica veterinária da prefeitura de Almenara, Dr.ª Angelina Lomasso, convidou-nos a oferecer apoio técnico ao programa muni-
cipal de controle e manejo da população de animais. Logo, estendi o convite a Adrielly Ferreira da Silva, uma estudante do Curso Técnico em Informática, que havia me impressionado positivamente com as suas habilidades em desenho gráfico durante as nossas aulas de Filosofia. Juntos, elaboramos um plano, com as ações e o cronograma de um programa de educação continuada sobre educação ambiental e bem-estar animal. Entre os meses de junho e novembro de 2020, exe-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
cutamos o projeto de extensão e ficamos responsáveis pela confecção da propaganda e dos recursos digitais e midiáticos de fomento à educação ambiental. A expectativa do coordenador do projeto era de que “a divulgação do material produzido em redes sociais ajudasse a informar e conscientizar a população de Almenara sobre a necessidade do equilíbrio ecossistêmico, como um gatilho para a transformação da própria práxis social, no sentido de permitir a transformação da relação entre os sujeitos, as suas práticas e o seu mundo” (Alex Lara Martins, Professor EBTT de Filosofia). As pessoas beneficiadas pelo projeto, portanto, seriam os usuários de redes sociais da região de Almenara, incluindo os seguidores das redes sociais da Secretaria de Saúde do município e os seguidores dos nossos perfis pessoais, que poderiam, de alguma forma, curtir e compartilhar as informações em suas próprias redes. Para Angelina, alguns desafios devem ser superados dentro do projeto: (...) a falta de informação, recursos financeiros e planejamento leva, muitas vezes, ao abandono do animal de estimação. Os poucos recursos municipais impedem a efetivação dos planos de manejo e bem-estar animal. Por fim, apesar do abandono de animais ser crime previsto em lei, a falta de registro impede a identificação e a devida responsabilização do seu guardião legal (Angelina Lomasso, médica veterinária da SMS − Almenara). Parceria, criatividade e a crença na transformação socioambiental foram os nossos motivadores. Inicialmente fizemos uma reunião para definir os temas da campanha publicitária. O primeiro tema trabalhado foi a “Educação em guarda responsável”, que envolveu a sensibilização sobre a adoção e posse responsável, bem como a vacinação e esterilização de cães e gatos. Após a definição do tema, a veterinária Revista de Extensão do IFNMG
Angelina produziu um relatório com as orientações técnicas e as informações relevantes que deveriam constar na campanha. Em seguida,
a bolsista de extensão Adrielly confeccionou leiautes digitais da peça publicitária, que foram avaliados pelo grupo quanto à arte, cores, 117
moldes, tons, e demais aspectos estéticos apropriados para as diferentes mídias e redes sociais. Na fase de produção, a criativi118
dade aflorava. Adrielly pôde utilizar algumas habilidades e competências desenvolvidas durante o Curso Técnico de Informática, para produzir o material sobre a guarda responsável de animais. A ideia do material foi a de que precisamos disponibilizar tempo para cuidar de nossos pets (Imagem 1). De acordo com Adrielly, “durante o projeto de extensão, nós tivemos momentos de discussão sobre o tema proposto. Sempre havia um documento de base em que ficavam as informações mais importantes e também havia muito espaço para conversa. Foi um momento de muito aprendizado” (Adrielly Ferreira da Silva, bolsista do projeto). Os meses de setembro e outubro apresentam, no baixo Vale do Jequi-
tinhonha, o clima seco, com pouca precipitação e baixa umidade relativa do ar, ambiente propício ao aparecimento dos temidos escorpiões. Apesar da aparência, não são animais agressivos. A maior parte dos acidentes poderia ser evitada com medidas simples. Pensando nisso, decidimos produzir uma série de panfletos digitais informativos sobre como prevenir acidentes e evitar a presença dos escorpiões. Essa série foi produzida para a opção stories do Instagram, em que é possível acompanhar um raciocínio ou contar uma história. Utilizamos, também, personagens da cultura geek e memes, já que o nosso público alvo era composto por adolescentes. Anualmente, profissionais da área de saúde do município realizam uma campanha informativa sobre a leishmaniose. Muitas pessoas pensam, erroneamente, que os cães transmitem a doença aos humanos. Isso gera muitos problemas, inclusive o abandono animal. Na verdade, a leishmaniose não é contagiosa. O transmissor da doença é o mosquito palha infectado. Além de conscientizar a população e informá-las dentro de uma ética ambiental, projetos como esse podem incentivar a criação de leis que dão suporte às ações de saúde e bem-estar animal. É possível replicar essa ação para a educação sobre o controle reprodutivo, manejo sanitário e controle parasitário, zoonoses de interesse para a saúde pública, tais como leishmaniose, toxoplasmose e raiva, e o controle da fauna sinantrópica, especialmente de escorpião, aedes aegypti e mosquito palha. Educação ambiental deve ser parte de uma formação humana integral. Nesse sentido, lembramos da frase do filósofo Arthur Schopenhauer, que motivou esse projeto: “A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem”.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Edimilson Alves Barbosa Bolsistas: Willy Miranda Martins, Carolini Soares Lopes e Esther Rocha Veloso Voluntários: Layza Rodrigues Costa e André Luiz Figueiredo Lopes Colaborador: Eveline Mendes da Silva Texto: Edimilson Alves Barbosa Campus: Almenara
Projeto
Divulgação da propagação rápida de mandioca no Assentamento Franco Duarte A falta de uso e de melhoria das tecnologias de propagação da mandioca, aquisição de grande volume do material de propagação e a dificuldade no transporte para as áreas de plantio estão entre os fatores que reduzem a lucratividade no cultivo de mandioca. O sistema de propagação rápida de mandioca tem como objetivo disponibilizar maior quantidade de mudas vigorosas e sadias em um curto espaço de tempo. Entretanto, esse método apresenta custos que podem ser reduzidos com o uso de substratos alternativos, que tenham eficácia igual ou superior a substratos comerciais, tornando o método mais viável. Portanto, o trabalho teve o objetivo de divulgar a multiplicação rápida de mandioca, utilizando-se substratos alternativos para agricultores familiares.
A
falta de uso e de melhoria das tecnologias de propagação da mandioca estão entre os responsáveis pela baixa produtividade da cultura; outro impasse é a qualidade do material colhido. Além disso, o fato de ser tipicamente produzida pela agricultura familiar, sem grandes incentivos a pesquisas, reduz a disponibilidade de informações sobre a cultura. Sendo assim, trabalhos desenvolvidos por instituições de ensino, pesquisa e/ou extensão são de extrema importância para a melhoria da produção desta cultura. Outro aspecto que dificulta a propagação da cultura da mandioca
Revista de Extensão do IFNMG
em larga escala, é a dificuldade de adquirir grande volume do material de propagação, além do transporte para áreas longe daquela onde foi coletado. O sistema de propagação rápida de mandioca tem como objetivo disponibilizar maior quantidade de mudas vigorosas e sadias em um curto espaço de tempo. No entanto, esse método de propagação apresenta custos, que podem ser reduzidos com o uso de substratos alternativos que tenham eficácia igual ou superior a substratos comerciais, tornando o método mais viável para a propagação de mandioca. Essas possibilidades precisam chegar ao conhecimento
dos produtores, para que eles possam executá-las em suas propriedades, melhorando as suas condições produtivas e de vida. A atividade foi conduzida na Fazenda Boa Vista, localizada no município de Jequitinhonha, Minas Gerais, em câmaras de propagação e enraizamento, construídas utilizando-se os modelos propostos por Fakuda & Carvalho, (2006). Utilizaram-se os seguintes substratos: areia + esterco bovino + solo de barranco, na proporção 1:1:1; esterco bovino + bagaço de cana + solo de barranco, na proporção 1:1:1; esterco bovino + fibra de coco + solo de barranco, na proporção 1:1:1; ester119
co bovino + serragem + solo de barranco, na proporção 1:1:1. A variedade de mandioca escolhida para a implantação da atividade demonstrativa foi a rosa branca, sendo esta crioula e com a característica de precocidade de produção, podendo ser colhida com até sete meses após o plantio, motivos pelo qual essa variedade tornou-se importante e muito difundida entre os agricultores da região do baixo Jequitinhonha. A implantação da atividade demonstrativa foi realizada no mês de julho de 2020, utilizando manivas com diâmetros semelhantes, retiradas do terço médio de plantas com cerca de 12 meses de plantio. O corte das manivas foi realizado com serra manual, deixando cada tolete com, aproximadamente, 4 cm de comprimento e duas gemas. A câmara de propagação foi dividida em 20 parcelas, preenchidas com os cinco substratos. O plantio das manivas foi realizado em sulcos abertos manualmente, com dimensões de 0,2m x 0,05m x 0,04m, sendo 120
o espaçamento entre sulco de 0,1 m. Em cada sulco, foram acondicionadas 4 manivas, sem espaçamento entre elas, deixando-as unidas pelas extremidades, cobertas parcialmente com substrato, tendo o cuidado de deixar o maior número de gemas voltadas para cima, a fim de facilitar a emergência das brotações.
Aos sete, dez, treze, dezesseis e vinte dias após o plantio (DAP), realizaramse as avaliações e anotações quanto ao número de brotações emergidas (NBE) por maniva, o tamanho e diâmetro de cada broto, sendo essa medição realizada a um centímetro do solo. Passados 20 DAP, quando os brotos atingiram, em média, 0,1 m, foram cortados a 0,01 m da gema, para facilitar a emergência de novas brotações para os posteriores cortes, que foram realizados mais duas vezes, aproximadamente, no intervalo de 10 a 15 dias. Após cada corte, o material foi transferido para a câmara de enraizamento. Na câmara de enraizamento os brotos foram acondicionados em potes de plástico transparente, com capacidade de 500 ml, preenchidos com água de córrego submetida ao processo de fervura, a fim de minimizar possíveis patógenos. Os recipientes foram identificados por número de corte, número de brotos retirados da parcela, tratamento e repetição de retirada do material.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Após uma semana dos brotos na câmara de enraizamento, iniciaram as avaliações semanais, quanto ao desenvolvimento das raízes e eventuais perdas; na quarta semana, foi realizada avaliação dos brotos que possuíam capacidade para o transplantio. Os brotos que apresentavam um nível adequado de enraizamento eram transplantados, individualmente, para sacos de polietileno, com dimensões de 10 cm de largura e 20 cm de comprimento, preenchidos com o mesmo substrato utilizado para a germinação do broto na câmera de propagação. Cada saco era identificado com um número de identificação próprio e com o número do recipiente que estava no enraizamento. Após o transplantio, os saquinhos foram colocados em canteiro coberto com sombrite de 50% de cobertura, dotado de sistema de irrigação por microaspersão, que foi acionado duas vezes ao dia; as mudas permaneceram nessa estrutura por duas semanas. Posteriormente, a cobertura de sombrite foi retirada, deixando as mudas, por uma semana, totalmente expostas às condições ambientais, Nessas três semanas, foram feitas avaliações quanto à taxa de sobrevivência e desenvolvimento das mudas. As mudas provenientes do primeiro corte de brotos foram transplantadas no campo, seguindo a mesma disposição utilizada na câmara de propagação; aos sete, quinze e trinta DAP, as plantas foram avaliadas quanto ao pegamento e desenvolvimento, por meio de contagem de plantas vivas, número de folhas, tamanho de planta e medição do diâmetro do caule a 0,1 m do solo. Ao final do projeto, seria realizado um dia de campo com agricultores familiares para apresentação dos resultados. Entretanto, devido às recomendações de distanciamento social, pela pandemia de Covid-19, esta etapa foi postergada. Após o período de distanciamento, o dia de campo será realizado, discutindo com os produRevista de Extensão do IFNMG
tores as vantagens da propagação rápida de mandioca, mostrando a viabilidade econômica, tornando o uso do sistema de propagação rápida de mandioca mais atrativo, quando
comparado com outros sistemas de propagação, reduzindo o custo de produção para os pequenos produtores que já trabalham com margens muito baixas. 121
Coordenadora: Ricardo Jardim Neiva Voluntários: Nauberth Nilo Alves Borges e Alex Soares Nogueira Rodrigues Colaboradores: Écila Campos Mota, Valéria Gonzaga Botelho de Oliveira, Isabela Rodrigues Diamantino Pereira, Francisca Souza Santos Dias, Juliana de Almeida Pereira e Santos, Clara Cynthia de Melo e Lima, João Francisco Sarno Carvalho, João Luiz Jacintho e Marllon da Consolação Soares Texto: Ricardo Jardim Neiva Campus: Araçuaí
Marllon da Consolação Soares
Logomarca Projeto Assunto Saúde
Projeto
Assunto Saúde IFNMG Redes sociais contra a desinformação na saúde O projeto Assunto Saúde levou informação científica de qualidade a toda a comunidade do IFNMG, por meio de atuação entre docentes e alunos dos Cursos Técnico em Enfermagem e Superior de Tecnologia em Gestão em Saúde. Foram criadas redes sociais de ampla abrangência para a comunidade na área atendida pelo IFNMG (página no Facebook, Instagram e Youtube). No decorrer de 2020 e 2021, foram realizadas lives, seminários, vídeos informativos de temas científicos relacionados à saúde e divulgação de dados estatístico-epidemiológicos da pandemia COVID-19. O projeto continua a ser executado, com grande número de acessos e seguidores nas redes sociais.
A
pandemia do novo coronavírus, surgida no início de 2020, aumentou um problema clássico da implantação de práticas de saúde coletiva: a desinformação. Por se tratar de uma doença desconhecida, sem tratamento definido e que assustou o mundo, a COVID-19 foi objeto de desconhecimento e conflitos entre ciência, geopolítica, religiosidade, entre inúmeras
122
outras áreas do conhecimento. A partir do dia 17 de março de 2020, o Campus Araçuaí encerrou as atividades presenciais por tempo indeterminado, em decorrência do avanço da pandemia. Como estratégia de ação, a Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFNMG juntou-se à Pró-Reitoria de Extensão, para publicar um edital conjunto de fomento a ações relacio-
nadas à COVID. O projeto Assunto Saúde foi redigido pelo Núcleo Docente da Enfermagem do Campus Araçuaí, com o objetivo de fomentar comunicação rápida, verídica e estritamente científica para a população. No projeto, previu-se a compra de itens de filmagem, gravação e edição de conteúdo, que ficariam como bens patrimoniais do campus após o fim da pande-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Ricardo Jardim Neiva Ricardo Jardim Neiva
Informativo Assunto Saúde – Facebook
I Semana da Gestão em Saúde.
Ricardo Jardim Neiva
Equipe Assunto Saúde
Vídeo Informativo, produzido pelos acadêmicos do Curso de Tecnologia em Gestão em Saúde.
mia. Mais do que isso: o projeto foi utilizado como fomento da Unidade Curricular de Extensão I do Curso de Tecnologia em Gestão em Saúde, que Revista de Extensão do IFNMG
teve seu primeiro ingresso no campus em 2020. O projeto previa, inicialmente, a criação de uma página que funcio-
Análise Bioestatística de média móvel dos casos de COVID-19 em Araçuaí.
nasse como um repositório de conteúdo científico. No entanto, durante a implantação, ficou evidente que era necessário acessar a população com linguagem compreensível, utilizando plataformas das redes sociais. Assim, foram criadas páginas no Facebook, Instagram e Youtube. Para a geração de conteúdo, o projeto contou com o empenho dos professores do Núcleo de Saúde do Campus Araçuaí, e dos alunos dos cursos Técnico em Enfermagem e Tecnólogo em Gestão em Saúde. Foram definidos grupos de trabalho, que se responsabilizaram por gerar 123
Ricardo Jardim Neiva
Ricardo Jardim Neiva
Série de lives organizadas pelos acadêmicos do Curso de Gestão em Saúde. Disciplina UCE I.
postagens (sempre revisadas por um professor-orientador), vídeos informativos de curta duração para o canal do Youtube e lives com temas relacionados à saúde. As lives organizadas pelos alunos nas plataformas do canal abordaram temas sensíveis à saúde, como: ferramentas de gestão na área da saúde; atendimento em saúde de média complexidade; gestão da pandemia da COVID-19, entre outros temas. Os convidados foram escolhidos pelas equipes de alunos e colaboradores, havendo uma expressiva repercussão em toda a área de abrangência do Campus Araçuaí. Há que se registrar que, durante as lives, o número de acessos chegou a 9000 pessoas, carimbando a iniciativa como um sucesso de alcance de público. Na implantação do projeto, houve a adesão de colaboradores que atuaram em outras frentes, que eram importantíssimas no desenrolar da pandemia: o canal Assunto Saúde começou a publicar, periodicamente, a análise da média móvel dos casos de COVID na cidade de Araçuaí, sede do campus. Os gráficos com os alertas foram produzidos pelo Prof. João Luiz Jacintho, que veio integrar a equipe. No segundo semestre, sob a curadoria do Prof. João Francisco Sarno, as redes do Assunto Saúde foram sede da “I Semana da Gestão em Saúde”, evento online, que promoveu importantes debates em toda a rede de saúde da região. Em 2021, o projeto continua, com o ingresso de novas turmas do Curso de Gestão em Saúde. A estratégia foi apresentada para colaboradores da rede do Conselho Nacional dos Institutos Federais no SENCE- Seminário Nacional de Curricularização da Extensão, além da expansão da rede de colaboradores e sedimentação do processo de inserção da atividade extensionista no IFNMG. A missão dos canais Assunto Saúde segue clara, como de início: oferecer informação de saúde com base científica sólida e, portanto, confiável.
I Semana da Gestão em Saúde: Programação. 124
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Volumetria dos Resíduos Sólidos do IFNMG/Arinos.
Projeto
Sustentabilidade Ambiental Campus Arinos
Jussara Gomes da Cruz
Ricardo Everton de Jesus Reis
Coordenadora: Reginaldo Proque Texto: Reginaldo Proque Campus: Arinos
O projeto “Sustentabilidade Ambiental– Campus Arinos” objetivou o aperfeiçoamento da gestão dos resíduos sólidos no campus e na cidade de Arinos-MG. Beneficiou diretamente as 1200 pessoas integrantes da “comunidade do IFNMG/Arinos” e as 10 mil pessoas que compõem a população urbana da cidade. A partir do projeto, foi possível conhecer a composição, volume e peso dos Resíduos Sólidos Urbanos - RSU, gerados e coletados nas lixeiras distribuídas no campus. Outra iniciativa foi a adoção de ecopontos, ou seja, pontos de entrega voluntária para resíduos específicos no campus, como a coleta seletiva de papel nas salas de servidores técnico-administrativos, possibilitando a segregação, na fonte geradora, de papéis de boa qualidade e limpos, com potencial para reuso e reciclagem. Foi realizada também a expansão e a manutenção dos ecopontos de pilhas e baterias pós-consumo, instalados em diferentes dependências do campus. Por fim, foi realizada a instalação de ecoponto para lâmpadas geradas nas dependências do campus. O projeto permitiu aperfeiçoar a gestão dos resíduos sólidos no IFNMG/Arinos, ao implementar e manter pontos de entrega voluntária para diferentes resíduos e a manutenção da unidade de compostagem e vermicompostagem. Essas ações puderam ser replicadas com duas unidades de compostagem urbana e com a implantação da rede de coleta de pilhas e baterias. A sociedade ganha em qualidade ambiental.
O
ser humano, no desenvolvimento de suas atividades de produção e consumo, descarta grande quantidade de resíduos, seja no âmbito urbano, industrial ou agríco-
Revista de Extensão do IFNMG
la. Assim a necessidade da sustentabilidade ambiental tem ganhado destaque, devido ao avanço da utilização excessiva dos recursos naturais pelas atividades antrópicas. Os resíduos sólidos configuram-se em
um dos principais temas ambientais da atualidade. Responder à demanda por novas abordagens na gestão ambiental desses materiais passa por repensar as formas de geração, acondicionamento, coleta, trans125
Reginaldo Proque
Gustavo Martins Lopes
Ecoponto de Lâmpadas do IFNMG/Arinos.
Reginaldo Proque
Ecoponto de Lâmpadas do IFNMG/Arinos.
Volumetria dos Resíduos Sólidos – Plástico.
porte, aproveitamento, tratamento e disposição final ambientalmente adequada. As instituições de ensino como as Universidades Públicas e Institutos Federais, centros de produção de conhecimento, vêm sendo convocadas, via legislação, a adotarem diretrizes mais sustentáveis nos seus campi, no âmbito da gestão dos resíduos sólidos, saneamento, uso de tecnologias alternativas, energias renováveis, dentre outras. O projeto teve o objetivo de aperfeiçoar a gestão dos resíduos sólidos no campus e na cidade de Arinos-MG. Beneficiou diretamente as 1200 pessoas integrantes da “comunidade do IFNMG/Arinos” e as 10 mil pessoas que compõem a popu126
lação urbana da cidade, visando a melhorias sanitárias e ambientais e ao desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão, relacionadas aos resíduos sólidos e à educação ambiental da comunidade do IFNMG/Arinos e seu entorno. Foi possível conhecer a composição, volume e peso dos Resíduos Sólidos Urbanos - RSU, gerados e coletados nas lixeiras distribuídas pelo campus. Foi realizado um inventário para analisar quais os diferentes tipos de RSU gerados, sua composição gravimétrica e volumétrica, ou seja, a proporção, em peso e volume, de cada tipo de RSU, identificar os resíduos passíveis de logística reversa, bem como levantar os setores onde se localizam as fontes de gera-
ção de resíduos sólidos do campus, sendo identificadas 18 fontes de geração de RSU. A partir da Gravimetria, verificou – se a geração média de 323,26 quilogramas de RSU/Semana no campus e a Volumetria indicou que os 323,26 quilogramas de RSU correspondem a 3,076 metros cúbicos (Tabela 1), sendo encaminhados, semanalmente, sem separação, à Unidade de Triagem e Compostagem de Arinos – MG. Os resíduos recicláveis (Tabela 1) representam 48% do peso e 85% do volume, sendo o plástico e o papel/ papelão responsáveis por 77% do volume gerado. Assim o dimensionamento proporcional de lixeiras para a coleta seletiva, considerando
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Reginaldo Proque
Confecção de leiras de resíduos na “Unidade Descentralizada de Compostagem“, desenvolvido em parceria com a Agência Vale do Urucuia e a Prefeitura Municipal de Arinos-MG.
o volume de cada resíduo, é a alternativa mais apropriada para a boa gestão dos RSU no campus. Ainda no campus, foi feita a manutenção de diferentes ecopontos já instalados,como para pilhas e baterias. Foram coletados 2 Kg deste resíduo; 40 litros de óleo comestível usado, papel/papelão nas salas de servidores e 205 lâmpadas. Outra iniciativa do projeto foi o Gerenciamento da Unidade de Compostagem e Vermicompostagem de Resíduos Orgânicos - NEPEX – Agroecologia. Os resíduos orgânicos, de diferentes origens no campus, são tratados por meio do processo de compostagem aeróbica e da vermicompostagem (com minhocas californianas). Foram instalados cinco pontos de armazenamento/acondicionamento de folhas e podas de grama e plantas espontâneas, provenientes da arborização, jardinagem e áreas esportivas do campus e produzidos 10 metros cúbicos de composto orgânico, que foram ofertados às diferentes atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFNMG/Arinos. Revista de Extensão do IFNMG
“Mais do que o fortalecimento da imagem do IFNMG como uma organização sustentável, é de suma importância a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental dentro de cada campus. Nesse sentido, percebe-se a importância de propor, às instituições de ensino, que são os locais responsáveis pela formação de profissionais que poderão disseminar o conhecimento, estratégias de ação para coleta seletiva de resíduos sólidos. O projeto é muito importante para o campus e é uma das práticas sustentáveis aplicadas como forma de preservação do meio ambiente, além de propiciar
benefícios econômicos e, principalmente, sociais. Podemos citar como benefícios a redução de custos com a disposição final do lixo e melhoria das condições ambientais e de saúde pública da região.” Elias Rodrigues de Oliveira Filho – diretor-geral do IFNMG/Arinos Outra iniciativa foi a manutenção da “Unidade Descentralizada de Compostagem – Urbana”, em parceria com a Agência de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Vale do Urucuia (ADSVRU) e a Prefeitura Municipal de Arinos – MG, na qual folhas da arborização urbana 127
Reginaldo Proque
Pequena Unidade de Compostagem - Núcleo de Regularização Ambiental/ IEF Arinos MG.
passaram pelo processo de compostagem aeróbica. Cinquenta metros cúbicos destes resíduos foram transformadas em 2 leiras de 4 metros de largura, por 1,2 metro de altura e 14 metros de comprimento e que foram revolvidas mecanicamente, a cada 2 meses e resultaram em 10 metros cúbicos de composto orgânico, sem a adição de esterco ou irrigação. “Trata-se de projeto de grande relevância socioambiental e pedagógico e torcemos para que o mesmo tenha 128
Reginaldo Proque
Revolvimento mecânico de leiras de resíduos na “Unidade Descentralizada de Compostagem “, desenvolvida em parceria com a Agência Vale do Urucuia e a Prefeitura Municipal de Arinos.
continuidade.” José Idelbrando Ferreira de Souza - ADSVRU. Na área urbana do município de Arinos-MG, duas experiências com compostagem foram desenvolvidas: a manutenção de uma “Pequena Unidade de compostagem e vermicompostagem urbana”, em parceria com o Núcleo de Apoio Regional (URFBio Noroeste de Minas Gerais), no qual folhas, pequenos galhos e frutos de manga foram compostados em uma antiga pis-
cina desativada, gerando 3 metros cúbicos de composto orgânico. Ainda na área urbana do município de Arinos-MG, ocorreu a “Implementação da rede de Ecopontos de Coleta de Pilhas e Baterias pós-consumo” (50 pontos de coleta), em parceria com a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Agropecuária e Meio Ambiente. Foi replicada a experiência inicial do Projeto Sustentabilidade 2018 – 2019, que instalou coletores no campus, por meio da construção dos coletores e distribuição na cidade em repartições públicas, escolas e no comércio. “As pilhas baterias usadas sempre foram um desafio para o município de Arinos, uma vez que a população as descartavam de forma incorreta, junto a parte no lixo comum que ia para Unidade de Triagem e Compostagem e outra parte era jogada em lotes vagos e outros locais inapropriados. O descarte incorreto deste material causa greve danos ao meio ambiente. O projeto de coleta de pilhas baterias foi uma iniciativa muito importante para o município, pois possibilita que a população dê o destino cor-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Reginaldo Proque
reto às mesmas através da entrega nos ecopontos, evitando seu descarte inadequado e mesmo misturado ao lixo domiciliar.” FABIANE RODRIGUES DOS REIS, Secretaria de Agropecuária e Meio Ambiente – Arinos MG “A rede de pontos de coleta de pilhas e baterias preenche uma lacuna, que era a falta da coleta adequada para esse resíduo em Arinos. Desenvolvemos modelos de coletores de baixo custo, de fácil replicação e têm sido bem recebidos em repartições públicas, escolas e no comércio.” Reginaldo Proque – coordenador do Projeto sustentabilidade O projeto permitiu aperfeiçoar a gestão dos resíduos sólidos no IFNMG/Arinos, ao implementar e manter pontos de entrega voluntária para diferentes resíduos e a manutenção da unidade de compostagem e vermicompostagem. Essas ações puderam ser replicadas com duas unidades de compostagem urbana Revista de Extensão do IFNMG
Coletores de Pilhas e Baterias sendo entregues na prefeitura municipal de Arinos para integrarem a “Rede de Coleta de Pilhas e Baterias pósconsumo de Arinos”.
e com a implantação da rede de coleta de pilhas e baterias. A sociedade ganha em qualidade ambiental pois, em vez de folhas sendo queimadas e poluindo o ar, temos o composto orgânico. Bem como as pilhas e baterias, que são resíduos perigosos por
Comunicação prefeitura
Coletores de Pilhas e Baterias sendo entregues nos locais onde serão os Ecopontos da “Rede de Coleta de Pilhas e Baterias pósconsumo de Arinos.
conta de seus metais pesados, que passam a ser recolhidos e encaminhados para a destinação final adequada no Ecoponto Regional Instalado em Unaí - MG. Um verdadeiro laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão no IFNMG em resíduos sólidos. 129
Equipe Projeto Dica IF/Arinos
Coordenador: Fábio Simão da Cunha Bolsista: Elisângela Antônia Gomes eJennifer Barbosa de Oliveira Voluntários: Elisângela Antônia Gomes, Fábio Júnior Pereira Mendes e Bianca Santana Gabriel Colaboradores: Priscila Borges de Castro e Graciela Maria Miranda Borges Texto: Fábio Simão da Cunha Campus: Arinos
Projeto
Dica IF O Projeto de Extensão Dica IF objetivou a interação entre comunidade acadêmica e local em torno das temáticas do empreendedorismo, inovação e gestão de empresas, por meio das redes sociais. A busca por promover a produção de conhecimento e informação do IFNMG/Campus Arinos e a interação com a comunidade é premissa básica do trabalho, além de contribuir com o desenvolvimento local e regional, e, no contexto de pandemia e incertezas na sociedade, servir de fonte de informação e auxílio para lidar com as mudanças no mundo do trabalho e gestão empresarial. Nesse sentido, o Projeto Dica IF pretendeu utilizar-se de mídias sociais para a promoção de notícias, atividades desenvolvidas, esclarecimento das dúvidas dos usuários e realização de lives, permitindo que o Campus Arinos possa estar em constante contato com a comunidade, mesmo com o distanciamento social. 130
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Equipe Projeto Dica IF/Arinos
O perfil do Instagram
Revista de Extensão do IFNMG
Equipe Projeto Dica IF/Arinos
O
Posts da série “Dica de livros e filmes”.
Equipe Projeto Dica IF/Arinos
Dica IF foi proposto, visando auxiliar a comunidade escolar e local no que diz respeito à gestão empresarial, educação financeira, e áreas afins, a partir de conteúdos informativos relacionados a esses temas nas mídias sociais. O projeto foi idealizado pelos docentes Fábio Cunha e Graciela Borges, do Núcleo em Administração do Campus Arinos, com contribuição do Setor de Comunicação Social do campus, a partir de uma demanda expressa pela sociedade de aumentar a aproximação do campus com a comunidade local. Com o projeto, buscou-se romper as fronteiras espaciais que limitam o acesso a conteúdo e informação produzidos no campus pela comunidade local, além de contribuir para o enfrentamento e adaptação às mudanças impostas pela pandemia da COVID-19. O início das atividades ocorreu no dia 1ª/06/2020 e o encerramento em 30/11/2020. As principais atividades relacionaram-se à produção de conteúdo e à busca por interação com os seguidores em uma rede social. O Instagram foi a mídia utilizada para contato, escolhida, sobretudo, pelo alcance e para viabilizar a promoção de conteúdo gerencial, temáticas que poderiam auxiliar os empresários re-
Registro de reunião da equipe do projeto.
gionais a lidar com a situação causada pela pandemia da COVID-19. Os softwares escolhidos para edição do material e criação das artes foram: - edição de texto: Google Docs;
- edição de imagens: Canva - compartilhamento e gestão das atividades: Trello. Em relação aos procedimentos para edição e postagem de material, acordaram-se, entre os membros da 131
Equipe Projeto Dica IF/Arinos Equipe Projeto Dica IF/Arinos
Posts da série “Ferramentas Administrativas”.
Posts com temas gerais em gestão.
equipe: mínimo de 3 postagens semanais; postagens às 17:00; reuniões semanais às segundas-feiras às 14:00. Em algumas semanas, a equipe produziu conteúdo para 5 postagens. Foram realizadas 104 publicações na rede social, superando a estimativa de 70 postagens no início do projeto. Na data de elaboração deste relatório, somavam-se 200 seguidores do perfil na rede social, sendo estes caracterizados por alunos do Instituto Federal Campus Arinos, empresários dos mais diversos setores e comunidade local. 132
Destacam-se aqui a abrangência e alcance do projeto, pois registram-se seguidores de cidades como Unaí, Urucuia, Chapada Gaúcha, Brasília e de outras regiões de Minas Gerais, como Ponte Nova e Viçosa, na Zona da Mata mineira. A interação com os seguidores se deu por meio das curtidas nos posts, compartilhamentos e conversas no direct. Entre os temas abordados, citam-se: gestão de projetos; gestão de processos; ferramentas administrativas; notícias atuais sobre o mercado.
Semanalmente, a equipe se reuniu para definição da pauta de postagens e alinhamento estratégico. Destas reuniões, muito aprendizado emergiu para a equipe, podendo-se listar o melhor conhecimento do funcionamento das redes sociais, como produzir artes gráficas, e como adequar a linguagem acadêmica e técnica à linguagem local. Ademais, entende-se que foram disseminadas a proposta e a necessidade de constante interação entre a produção técnica do Campus Arinos e a comunidade regional.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Natália Durães
Coordenadora: Ana Lúcia Ferreira Oliveira de Freitas Bolsista: Natália Durães Versiane Teixeira e Camila Juciara Batista da Silva Voluntária: Naiure Lopes Guimarães Texto: Ana Lúcia Ferreira Oliveira de Freitas Campus: Arinos
Projeto
Oficina Programa 8S Qualidade no Trabalho Profa.Ana Lúcia Freitas .
Qualidade no e desenvolvimento atendimento do Programa 8S O projeto buscou qualificar os empresários e seus colaboradores por meio da aplicação do programa 8S de qualidade. Foram realizadas reuniões de capacitação, treinamentos e entrevistas com todos os participantes, realização do dia “D” nos setores da empresa, elaboração de um checklist, auditoria interna e, por fim, reunião para divulgação dos resultados da auditoria. O feedback dos participantes foi no sentido de incluir, em suas prioridades, a qualidade no trabalho e na prestação de serviços. A perspectiva da equipe do projeto é que o programa 8S não seja apenas implantado, mas que suas diretrizes sejam enraizadas na cultura organizacional e que os participantes apliquem os conhecimentos adquiridos na vida profissional e pessoal.
Revista de Extensão do IFNMG
Trabalhando in loco Profa. Ana Lúcia Freitas, as bolsistas Natália Durães e Camila Juciara.
Natália Durães
P
ara o relato das experiências do projeto de extensão Qualidade no atendimento e desenvolvimento do Programa 8S, vou iniciar com a fala do Carlos Azevedo, empresário e proprietário do Supermercado JC, onde foi desenvolvido o projeto: “Eu agradeço muito a toda equipe que trabalhou nesse projeto que, para nós, foi muito importante, apesar dos 30 anos de comércio de estar atrás de um balcão, desde pequeno, a gente vai buscando sempre maneiras de ter
um resultado positivo, mas o tempo vai passando e algumas coisas vão se perdendo e esse projeto fez com que, principalmente, eu acordasse, sabe? Dá um novo salto”. E assim continuou, pontuando o que, na sua concepção, foi mais importante para a sua empresa: elaboração das listas de compra, a preocupação de toda a equipe com o controle da qualidade… Para ele, é visível a diferença do trabalho depois da implantação do projeto com os critérios de controle e avaliação “do que está 133
Camila Juciara
Dinâmica Teia de Aranha Oficina Trabalho em Equipe.
indo bem, se está indo mal em qual ponto. Coisas que nunca tínhamos antenado, apesar de tantos anos de comércio (...) E outra coisa importante foi a moçada nossa entender a diferença entre atender bem e tratar bem, onde atender bem está na preocupação desde a abordagem inicial do cliente até ele encontrar o que deseja na loja, com limpeza adequada, não ficar muito tempo em fila, enfim, mudou nosso jeito de avaliar o que realmente importa no atendimento e estamos prontos para outros projetos”. No comércio do setor de alimentação, quem se destaca é quem trabalha com qualidade dos produtos e excelência no atendimento. Nesse sentido, o projeto em questão tinha 134
como objetivo capacitar os gestores e demais colaboradores para o desenvolvimento do Programa de Qualidade 8S e a prática das atividades realizadas nos variados setores de uma empresa de varejo de mercado e supermercado, promovendo assim, o desenvolvimento profissional dos mesmos. O programa 8S (8 Sensos) é uma adaptação para a realidade brasileira do programa japonês 5S que, no Brasil, foi considerado falho na questão da implantação, em função da cultura empresarial nacional. Nessa adaptação brasileira, tem-se a adição de mais 3 sensos, complementando os cinco sensos japoneses. Esta ferramenta tem o objetivo de proporcionar um am-
biente de trabalho para alavancar a produtividade da organização. É composto por 8 ações, ou sensos, que começam pela letra S, quando pronunciadas em japonês, que são: 1 Determinação e União (Shikari Yaro); 2 Educação, Qualificação e Treinamento (Shido); 3 Utilização (Seiri); 4 Ordenação ou Organização (Seiton); 5 Limpeza (Seiso); 6 Saúde e Bem-estar (Seiketsu); 7 Autodisciplina (Shitsuke) e 8 Economia e Combate aos Desperdícios (Setsuyaku)( ABRANTES, 2012). Na região, observou-se um déficit na qualidade dos serviços prestados; nesse sentido, o projeto de extensão visava minimizar esses efeitos por meio de capacitação com ação pedagógica, de caráter teórico e prático presencial, em uma empresa de supermercado. Esse segmento é considerado uma atividade essencial e não parou suas atividades durante o período de pandemia. Chegou-se à conclusão de que o projeto poderia ser executado com algumas alterações, tomando todos os devidos cuidados e atendendo a todos os protocolos de saúde para o COVID-19. Foram executadas oficinas de capacitação com os temas: Programa 8S de Qualidade Total; Qualidade e Segurança no Trabalho; Atendimento ao Público e Trabalho em Equipe. Paralelamente, foram realizadas entrevistas com todos os colaboradores, no intuito de conhecer a sua rotina de trabalho, seus anseios e suas sugestões de melhoria. Em seguida, foi realizado o “Dia D” na empresa, com orientações aos colaboradores, mudanças pontuais e um levantamento das necessidades de cada setor. Baseado nos relatórios das entrevistas, foi desenvolvido um checklist para auditoria, com questões específicas do setor que seria observado, relacionado ao desenvolvimento do trabalho e questões relativas ao próprio colaborador, como pontualidade, relacionamento interpessoal, uso do uniforme e EPI e comprometimento com o tra-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Natália Durães
Oficina Atendimento ao Público - Prof. Roberto Freitas.
Encontro de Encerramento do Projeto. Camila Juciara
balho. A auditoria foi realizada entre a equipe do projeto e uma equipe formada por colaboradores da empresa, para a continuidade do programa, após o término do projeto. Após a análise dos resultados pontuados pelos auditores, foi realizada uma reunião com todos os envolvidos para o feedback do projeto. O IFNMG tem a missão de promover educação por meio da junção indissociável entre ensino, pesquisa e extensão, interagindo pessoas, conhecimentos e tecnologias. Nesta filosofia, a extensão proporcionou, tanto para as acadêmicas quanto para os docentes, o desenvolvimento da capacidade de transferir conhecimentos adquiridos em sala de aula e de suas experiências para o ambiente de trabalho; a oportunidade de aumentar a habilidade para elaborar e implementar, de forma prática, projetos em organizações e proporcionar muito aprendizado e lições que poderão ser aplicados na vida profissional e pessoal. Para a coordenadora do projeto Ana Lúcia Freitas, poder colocar, na prática, um Programa 8S e ter a concepção do quanto a organização, higiene, segurança e demais aplicações têm impacto dentro da empresa, principalmente, pela forma como ela é vista pelos seus clientes e colaboradores, é a oportunidade para sair da zona de conforto. Apesar das limitações impostas devido à pandemia, foi possível desenvolver o projeto no Supermercado JC , sendo de grande valia e aprendizado. Segundo o relato dos gestores e colaboradores, eles conseguiram ver, na prática, que podem melhorar seus métodos, a forma como trabalham, ter uma maior preocupação com o bem-estar e o ambiente de trabalho mais limpo, transparente até na forma de se comunicarem e trabalharem com segurança e menos desperdícios. As nossas alunas foram bem recebidas pelos participantes da empresa, que demonstraram interesse e colaboraram nas atividades
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propostas. Além de fazerem novas amizades, o trabalho proporcionou conhecerem novas formas de se inspirar, colocando em prática o que é aprendido em sala de aula. É o que pode ser observado na fala da Natália Durães, aluna bolsista do projeto: “Quando recebi o convite para participar do projeto, imaginei que seria um ótimo aprendizado, mas foi além das expectativas. Ver na prática como tudo funciona, organização, relacionamentos, adaptações, permite uma melhor assimilação da teoria ensinada em aula. Todos os envolvidos no projeto estavam empenhados, disponíveis e prestativos, para seu desenvolvimento. Com certeza, participaria novamente.” Por fim, os gestores e colaboradores do supermercado já tinham pré-conceitos acerca dos assuntos discutidos. Contudo, a partir do projeto, houve um alinhamento de ideias, processos e procedimentos, que pode culminar em oportunidades de melhorias, pelos quais todos os envolvidos ganharão: os gestores poderão auferir melhores resultados institucionais, os colaboradores desenvolverão experiências para melhor lidar com os clientes e o trabalho em si, e nós, enquanto promovedores do projeto, mais conhecimentos.
Ana Lúcia Freitas
Intervenção Gôndolas Dia D Bolsistas Camila Juciara e Natália Durães.
Ana Lúcia Freitas
Natália Durães
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Auditoria Setor Depósito - Bolsista Natália Durães.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Natália Durãe
Auditoria Setor Depósito colaboradores Lucas Natan e Jéssica.
Auditoria Setor de Frios - Profa. Ana Lúcia Freitas.
Preparação das cascas para o processo de secagem em estufa
Coordenadora: Patrícia Conceição Medeiros Bolsista: Bruno Mendes Ferreira Voluntários: Ana Paula Carneiro Lopes, Diana da Mota Guedes e Maylda Gonçalves Barbosa Colaboradores: Antonio Fabio Silva Santos Texto: Patrícia Conceição Medeiros/ Campus: Januária Produtos da Sustentabilidade - Pufes com aproveitamento de resíduos.
Projeto
Ações de Sustentabilidade Ambiental no IFNMG - Campus Januária: Um olhar social,
econômico e ambiental para os Resíduos Sólidos
O presente projeto vem sendo desenvolvido desde o ano de 2018 e objetiva ampliar as ações que promovam práticas de sustentabilidade ambiental no âmbito de atuação do IFNMG - Campus Januária, visando a melhorias sanitárias e ambientais, voltadas para a temática dos resíduos sólidos. Entre as ações desenvolvidas pelo projeto, podem ser citadas: campanhas de conscientização/sensibilização sobre sustentabilidade ambiental e resíduos sólidos; oficinas de compostagem; oficinas de produção de sabão, com aproveitamento de óleo de cozinha; oficinas de produção de puffs com materiais recicláveis. Espera-se, com essas ações, integrar o ensino, pesquisa, extensão e envolver os discentes para serem multiplicadores de práticas de educação e sensibilização ambiental no entorno do Campus Januária e adjacências.
A
preocupação com o meio ambiente não é recente, mas foi nos últimos anos que essa temática ganhou notoriedade e ubiquidade, envolvendo tudo e todos, o que tornou imperativo difundir ações de sensibilização ambiental, dentro e fora dos espaços escolares, por meio de ações e projetos. Neste contexto, o Projeto de Sustentabilidade Ambiental do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais teve início em 2018, com a colaboração da Comissão Institucional de Meio Ambiente e da Pró-Reitoria de ExtenRevista de Extensão do IFNMG
são e já foi desenvolvido em todos os campi da instituição. O projeto tem, como intuito, ampliar as ações que promovam práticas de sustentabilidade na área de abrangência do IFNMG e, como base, a indissociabilidade da pesquisa e extensão. Como uma das suas ações, em 2020, ocorreu o “I Encontro de Sustentabilidade Ambiental do IFNMG”, que teve, como ênfase: resíduos sólidos, compostagem, reciclagem, catadores de materiais recicláveis, resíduos eletrônicos, substratos alternativos, florestas urbanas e áreas verdes, sendo realizado de 23 a
26 de novembro. O evento foi realizado no formato totalmente online e foi organizado por sete campi do IFNMG (Almenara, Arinos, Janaúba, Januária, Montes Claros, Salinas e Teófilo Otoni) e pela Pró-Reitoria de Extensão do IFNMG. Foram contabilizados 815 participantes inscritos e mais de 1,4 mil visualizações no canal oficial do Youtube do IFNMG, em um único dia de evento (sendo a abertura e as palestras iniciais). No Campus Januária, as ações de Sensibilização/Conscientização Ambiental ocorreram ao longo de todo 137
Oficinas de Produção de Puffs, com aproveitamento de resíduos.
Iara Figueiredo Silva
Campanhas de Sensibilização/ Conscientização sobre os resíduos sólidos, difundidas nas redes sociais.
138
o projeto, que foi desenvolvido de junho a novembro de 2020. Foram elaborados conteúdos digitais (vídeos, cartilhas, dentre outros) com informações sobre a coleta seletiva, resíduos eletrônicos, compostagem, não geração, redução e reaproveitamento dos resíduos sólidos. Devido à pandemia, também foi elaborado conteúdo digital (vídeos, cartilhas e outros) com informações e orientações sobre o manejo e descarte de resíduos de atenção à saúde nos domicílios de pacientes suspeitos ou diagnosticados com a COVID-19. Para difundir o conhecimento, ampliar a participação e manter um diálogo aberto com a comunidade em geral sobre a preservação do meio ambiente, foi criado um perfil em uma rede social <https://www.instagram.com/ if_sustentavel09/?hl=pt-br>, que teve um alcance de 471 pessoas.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Entre os avanços apresentados pelo Projeto de Sustentabilidade Ambiental – Eixo Resíduos Sólidos no ano de 2020, podem ser citados resultados expressivos, como: aumento da cooperação entre os campi; capacitação de multiplicadores e parceiros para o processo de educação, sensibilização e conscientização da população; integração do ensino, pesquisa e extensão como forma de estimular e sensibilizar estudantes para atuação nas comunidades; levantamento de informações sobre a percepção ambiental dos alunos e servidores, entre outros. À medida que as ações propostas eram trabalhadas no âmbito institucional, mais alunos e servidores eram envolvidos, possibilitando a formação de multiplicadores sobre a importância de repensar os hábitos de consumo e dos recursos do meio ambiente, especialmente da redução, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos. Para disseminação dos resultados e divulgação das atividades do projeto, foram realizadas palestras e apresentações de trabalhos em eventos locais, regionais e internacionais. O trabalho intitulado “Educação Ambiental e Extensão: oficinas de sensibilização com ênfase nos resíduos sólidos” foi apresentado no Fórum Internacional de Meio Ambiente e também publicado como capítulo de livro. Diante do exposto, reforça-se que a Educação Ambiental é um relevante instrumento que proporciona reflexões, sensibilização e conscientização acerca da sustentabilidade ambiental. Ressalta-se a importância da continuidade e ampliação do projeto, dada a complexidade e abrangência da temática, para que promova a mudança de paradigmas, necessária para a conservação do meio ambiente. E, por fim, conclui-se que a extensão é de suma relevância para as instituições de ensino superior, por permitir maior aproximação com a comunidade externa; para o acadêmico, que aprende muito mais, repassando o conhecimento, e também para a sociedade, que tem os seus anseios compreendidos. Revista de Extensão do IFNMG
Oficinas de Produção de Sabão, com óleo de cozinha usado.
I Encontro de Sustentabilidade Ambiental - evento realizado de forma intercampi no formato online.
Certificado de apresentação de trabalho e publicação de capítulo de livro no Fórum Internacional do Meio Ambiente.
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ARAÚJO, V.O.
Coordenador: Aroldo Gomes Filho Bolsistas: Valéria Ferreira da Silva Voluntários: Carolina Vitória Alves Damasceno Paiva, Ana Luíza Medrado Monteiro, Adailton Júnior Nunes de Jesus, Pedro Ivo Prudêncio Castro e Wesley Ginno Borges Texto: Paulo Marinho de Oliveira Campus: Januária Realização de capacitação sobre produção de amendoim na comunidade de Grotinha, Januária-MG, dia 30/08/2020.
Projeto
II Dia de Campo da Cultura do Amendoim
O projeto teve como finalidade a realização do II Dia de campo da cultura do amendoim, contendo conhecimento técnico e resultado de pesquisas voltadas para a região norte de Minas Gerais, realizado por alunos das Ciências Agrárias do IFNMG- Campus Januária. O evento foi realizado de forma remota, seguindo as orientações de distanciamento social da OMS, devido à pandemia causada pela COVID-19. A gravação foi disponibilizada na plataforma do Youtube, na página do IFNMG - Campus Januária (Link:https://youtu.be/o0sXf-OTuGU ). Além da realização do evento, foram ministradas palestras em comunidades rurais, com o intuito de difundir o conhecimento sobre a cultura do amendoim, e distribuídas algumas sementes das variedades de porte rasteiro (IAC 886) e de porte ereto (IAC TATU ST), para que os produtores pudessem propagá-las. Também foram entregues cartilhas educativas, contendo um resumo sobre os assuntos abordados na palestra, sendo um material de consulta para aqueles produtores que desejem trabalhar com esta cultura.
O
amendoim é uma cultura de boa adaptação e com grande potencial para a região, principalmente para a agricultura familiar. Porém, muitos produtores obtêm pouca informação sobre a cultura, o que inviabiliza o cultivo na propriedade. Diante disso, o prof. Aroldo Gomes Filho, coordenador do projeto, destaca a
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importância de realizar capacitações e eventos como o “II Dia de Campo da Cultura do Amendoim”, para que produtores e alunos tenham acesso a informações técnicas e aos resultados obtidos com pesquisas realizadas no IFNMG-Campus Januária. A gravação do II Dia de Campo da Cultura do Amendoim foi disponibilizada no dia 22/12/2020 na plata-
forma do Youtube, na página oficial do IFNMG – Campus Januária (Link: https://youtu.be/o0sXf-OTuGU). O vídeo foi gravado em área experimental do IFNMG – Campus Januária, onde foi implantada a cultura para demonstração. O dia de campo foi realizado com o intuito de transmitir informações técnicas e orientações sobre a cultura, desde o plantio até
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
SILVA, G.F.
a colheita do amendoim, e também falar sobre resultados de pesquisas adaptadas à região, obtidos em experimentos realizados no IFNMGCampus Januária por ex-alunos do Curso Bacharelado em Agronomia. O projeto foi desenvolvido pelos alunos Valéria Ferreira da Silva (bolsista), Carolina Vitória Alves Damasceno Paiva, Ana Luíza Medrado Monteiro, Adailton Júnior Nunes de Jesus, Pedro Ivo Prudêncio Castro, Wesley Ginno Borges (voluntários), sob a coordenação do professor Aroldo Gomes Filho, sendo executado em área experimental do IFNMG-Campus Januária. O projeto teve início em junho/2020, com o preparo do solo, por meio de aração e gradagem, além da instalação da irrigação na área. O material genético utilizado foi das variedades IAC 503, de porte rasteiro e ciclo tardio e IAC TATU ST, de porte ereto e ciclo precoce, ambas obtidas no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e multiplicadas em experimentos no IFNMG- Campus Januária. A cada 15 dias, foram instaladas novas parcelas no campo durante 4 meses, a fim de demonstrar, ao final do ciclo, todos os estádios fenológicos Revista de Extensão do IFNMG
Realização de capacitação sobre produção de amendoim na comunidade de Olhos D’Água, Luislândia-MG, dia 11/10/2020.
da planta. As estações experimentais apresentavam as duas variedades em três espaçamentos diferentes, sendo eles 0,50 m, 0,70 m e 0,90 m, No dia de cada plantio, era feita a abertura de sulcos manualmente e a adubação de plantio, utilizando 80 kg ha-1 de P2O5 e 60 Kg ha-1 de K2O via solo. Durante o ciclo da cultura, foram realizadas capinas, quinzenalmente, e também práticas como desbaste e
SILVA, G.D.
Realização de capacitação sobre produção de amendoim na comunidade de Saco da Luíza, LuislândiaMG, dia 28/09/2020.
amontoa nas plantas. O evento foi realizado de forma remota, devido à pandemia causada pela COVID-19. Diante das orientações impostas pela OMS, o evento foi gravado e transmitido pelo Youtube. Além do evento em si, foram realizadas três capacitações durante o projeto: a primeira capacitação foi realizada na comunidade de Grotinha, localizada no município de Ja141
nuária- MG; as demais foram realizadas no município de Luislândia- MG, nas comunidades de Saco da Luiza e Olhos D’Água. As capacitações contaram com um público de cerca de 30 pessoas (agricultores), respeitando-se o distanciamento social e uso de máscaras. A apresentação foi feita com ajuda de data show e material impresso, pelos quais foram abordadas as principais técnicas de produção do amendoim. Também foram distribuídas sementes aos produtores para propagação da cultura nas propriedades. Para o prof. Aroldo Gomes Filho, o dia de campo e as capacitações realizadas em comunidades rurais durante a execução do projeto proporcionaram a divulgação de um pacote tecnológico, para que os produtores pudessem implementar a cultura do amendoim. “Os resultados são frutos de pesquisas realizadas com a cultura ao longo de cinco anos, estudos estes na área de plantio, adubação e irrigação, voltados para as características edafoclimáticas do Norte de Minas Gerais, ou seja, técnicas adaptadas às condições locais” enfatizou o coordenador. 142
BORGES, W.G.
Gravação do II Dia de campo da cultura do Amendoim, em área experimental do IFNMG-Campus Januária. Dia 31/10/2020.
Para a aluna Valéria Ferreira da Silva, bolsista do projeto, as capacitações realizadas em comunidades rurais durante o projeto proporcionaram impacto positivo para os produtores. “Os produtores obtiveram acesso a informações relativamente simples, mas que, para eles, era algo totalmente novo, como a importância da análise de solo, além de conhecer um pouco do trabalho desenvolvido pelos alunos do IFNMG”, enfatizou a bolsista. A execução do projeto promoveu um fortalecimento do elo entre a comunidade acadêmica e o meio rural, mostrando aos produtores rurais a importância econômica e social da cultura do amendoim, transmitindo conhecimento, a fim de tornar a produção de amendoim cada vez mais eficaz e precisa na nossa região. Segundo a aluna Ana Luíza Medrado, o projeto de extensão sobre o dia de campo foi de essencial importância para a formação técnica e, por consequência, promoveu um enriquecimento muito grande quanto aos conhecimentos relacionados ao cultivo, manejo e desenvolvimento da cultura do amendoim. “Este tipo
de capacitação fortalece o vínculo entre a instituição de ensino, pesquisa e extensão que é o IFNMG e as comunidades da região; dias de campo como este poderiam ser mais frequentes em nossa região norte de Minas, difundindo conhecimento sobre o amendoim, que pode ser tornar uma alternativa para produção na região do semiárido nortemineiro”, declarou a aluna. O desenvolvimento do projeto estreitou os laços entre os agricultores das comunidades locais atendidas e o IFNMG - Campus Januária, pois eles passaram a conhecer as técnicas de plantio da cultura do amendoim, cultura que era uma novidade para muitos, bem como receberam sementes de duas cultivares de amendoim, para plantio em suas propriedades. Diante desse contexto, o objetivo do projeto foi alcançado, mensurado pela satisfação dos agricultores locais. Vale salientar que as pesquisas com a cultura do amendoim continuam e, em um futuro próximo, teremos novidades (cultivares e manejos) para apresentar aos agricultores da região norte de Minas Gerais.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Nelson Licínio Campos de Oliveira Bolsistas: David de Araújo Moreira Júnior e Hudson Ramon Prates de Souza Texto: David de Araújo Moreira Júnior e Hudson Ramon Prates de Souza Campus: Januária Nelson Licínio Campos de Oliveira
Colheita de tomate cereja / produção orgânica. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.
Projeto
Implantação de unidade de produção de hortaliças em sistema orgânico na Comunidade de Moradeiras: “Capacitando agricultores e potencializando agricultura sustentável”
A produção orgânica de hortaliças é uma atividade em pleno crescimento no mundo, devido aos anseios da sociedade em proteger a saúde dos produtores e consumidores, obtendo alimentos com maior valor biológico, e, dessa maneira, ampliar a segurança alimentar. Nessa perspectiva, o presente trabalho teve como objetivo implantar uma unidade demonstrativa de produção de hortaliças em sistema orgânico, para capacitar agricultores e potencializar a agricultura sustentável na comunidade de Moradeiras/Januária-MG, localizada na margem esquerda do Rio São Francisco e muito próxima do centro urbano da cidade. O projeto de extensão possibilitou aos agricultores uma ampla visão da produção orgânica de hortaliças, compreendendo desde as tecnologias de produção até os procedimentos de certificação e comercialização dos produtos.
A
maioria das propriedades da comunidade de Moradeiras faz limite com o Rio São Francisco. Por este motivo, foi de suma importância a conscientização ambiental dos agricultores e a adoção de sistemas de produção com práticas agrícolas mais sustentáveis. A implantação do projeto teve como objetivo capacitar agricultores a produzir hortaliças em sistema orgânico. Mensalmente, Revista de Extensão do IFNMG
foram realizados dias de campo no sítio Barranqueiro, que contaram com a participação de professores, alunos e agricultores da comunidade. Devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19), as atividades foram ministradas ao ar livre, na área da unidade de produção, com a utilização de máscaras e manutenção do distanciamento, para a segurança dos envolvidos. Todos os temas propostos foram ministrados de for-
ma teórica e prática, para garantir que os agricultores ampliassem seus conhecimentos agrícolas. Na oportunidade, os agricultores locais foram informados quanto aos perigos do uso indevido e indiscriminado de agrotóxicos, no que se refere às questões de saúde, segurança alimentar e meio ambiente. Com o intuito de esclarecer o objetivo do presente trabalho, ini143
Nelson Licínio Campos de Oliveira Nelson Licínio Campos de Oliveira
Preparo de biofertilizante. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.
Colheita de tomate cereja / produção orgânica. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.
cialmente, foram apresentadas à comunidade as etapas do projeto e as diversas tecnologias da produção orgânica a serem desenvolvidas na unidade de produção. Iniciamos 144
com os procedimentos de coleta de amostra de solo para análise laboratorial (química e física) e, posteriormente, a interpretação dos resultados.
Logo após a avaliação dos resultados da análise, iniciou-se o preparo dos canteiros para adubação de plantio e complementar. Quanto à produção de adubos, foram trabalhadas, com os agricultores, a produção de adubos orgânicos, por meio da técnicas de compostagem e a produção de biofertilizantes líquidos em ambientes aeróbicos e anaeróbicos. Em seguida, foram realizadas as práticas agronômicas para produção de mudas de olerícolas em sistema orgânico, a produção de caldas e extratos para controle de pragas e doenças, as técnicas de controle de plantas espontâneas nos diversos ambientes de cultivo, rotação e consorciação de culturas, adubação verde, certificação e comercialização das hortaliças orgânicas. No decorrer de todas essas atividades, foram apresentadas cartilhas agroecológicas e realizados debates para fixação do conhecimento ministrado.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Dentro desse contexto tecnológico de produção orgânica, verificamos que não existia a necessidade de realizar a correção do solo e prosseguimos com o levantamento de canteiros, aplicamos o adubo orgânico (esterco de curral), na dosagem de 3 kg/m² no ato do plantio e 2 kg/ m² em adubação complementar, para o cultivo das hortaliças alface, rúcula, coentro, salsa e tomate. Neste mesmo período, foram demonstrados o preparo do biofertilizante supermagro, que consiste em uma mistura mineral e proteica, rica em nutrientes e indispensável para a nutrição e proteção das plantas contra pragas e doenças, bem como a utilização da solução de urina de vaca como um biofertilizante de fácil preparo, com propriedades nutricionais, fitohormonais, de repelência e de proteção às plantas dos ataques de pragas e doenças. Complementando as informações, foram Revista de Extensão do IFNMG
Preparo de composto orgânico. Sítio Barranqueiro / comunidade Moradeiras / Januária – MG, 2020.
apresentados os cuidados para a utilização e as respectivas doses dos biofertilizantes para as diversas culturas olerícolas. Destacamos que, interligada à
Nelson Licínio Campos de Oliveira
Nelson Licínio Campos de Oliveira
Aplicação de cobertura morta em canteiros de alface. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.
unidade de produção, existe uma mata preservada, onde realizamos as atividades práticas de captura de microrganismos eficientes, com o propósito de cultivo e posterior 145
Nelson Licínio Campos de Oliveira
Manejo de ervas espontânea e aplicação de biofertilizante na cultura do milho verde. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.
Nelson Licínio Campos de Oliveira
Visita ao sítio Barranqueiro comunidade de Moradeiras /Januária - MG, 2020.
aplicação sobre as plantas, no solo e sobre o composto orgânico, com o objetivo de aumentar a vida microbiana, agindo em antagonismo aos microrganismos fitopatogênicos e 146
potencializar a produção das plantas. Durante o crescimento e desenvolvimento das hortaliças, realizamos o manejo de plantas espontâ-
neas. Para evitar a competição por nutrientes, água e luz, estas ervas são retiradas do interior dos canteiros, sendo preservadas nas entrelinhas dos mesmos. Estas plantas desempenham um papel fundamental no agroecossistema, que é servir de abrigo para inimigos naturais e evitar que as pragas ataquem apenas a cultura de interesse comercial. A adubação verde é uma das práticas fundamentais para o sucesso da agricultura orgânica. Foram realizadas várias atividades de plantio das leguminosas crotalária spectabilis, mucuna-preta e feijão de porco em condições de rotação de culturas, enfocando os benefícios nutricionais e para o controle de pragas e doenças. O IFNMG Januária – (MG) forneceu, aos membros da comunidade, sementes de diferentes espécies de leguminosas, para incentivar a utilização dessas práticas nos futuros cultivos das propriedades.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Transplantio de alface. Sítio Barranqueiro - Moradeiras / Januária- MG, 2020.
Nelson Licínio Campos de Oliveira
Transplantio de alface. Sítio Barranqueiro - Moradeiras / Januária- MG, 2020.
Nelson Licínio Campos de Oliveira
No decorrer da implementação do projeto, chamaram a atenção as considerações dos membros da comunidade sobre a prática tradicional da realização da queimada de folhas secas e restos de podas para limpar as áreas próximas às residências e nas áreas de cultivos. Diante desse fato, fomos sensibilizados e oferecemos aos participantes o ensino da técnica da compostagem. Dessa maneira, foi possível orientar o destino dos restos vegetais e de esterco animal para a produção do “composto orgânico”, material estável e de ótima qualidade para adubação de hortaliças, capaz de contribuir, significativamente, para o aumento da vida microbiológica e ciclagem de nutrientes no solo. Ao final do projeto, mostramos aos agricultores os tipos de certificação ofertados no Brasil, quais são os órgãos e organismos competentes para realizar estes procedimentos de certificação, de acordo com a legislação vigente, como a Lei 10.831/03 e a Portaria nº 52, de 15/03/2021. Um dos fatores que contribuiu para o sucesso do projeto foi a atenção dos produtores em aceitar as propostas que lhes foram oferecidas, além de possibilitar para nós, acadêmicos, a experiência oferecida pela prática da extensão rural. A implantação da unidade demonstrativa de produção de hortaliças orgânicas levou, à comunidade, uma opção de produção sustentável, capaz de diminuir os riscos de contaminação por defensivos agrícolas, além de melhorar a rentabilidade dos agricultores, devido à valorização desses produtos hortícolas, quando comercializados após o processo de certificação. Diante do exposto, enfocamos que a implantação da unidade demonstrativa e a participação exitosa da comunidade local, em promover uma agricultura de baixo impacto ambiental, refletem a preocupação da população barranqueira em proteger o nosso maior patrimônio que é o nosso rio São Francisco.
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Cultivo orgânico de hortaliças folhosas. Fazenda Seriema / Japonvar – MG, 2020.
Projeto
Implantação de unidade de produção de hortaliças em sistema orgânico
no Município de Japonvar (MG): “Potencializando sustentabilidade dos agrossistemas, autonomia de produção, segurança alimentar e geração de renda ao produtor rural”
A produção orgânica de olerícolas é uma atividade em pleno crescimento no mundo, devido aos anseios da sociedade em proteger a saúde dos produtores e consumidores, em preservar o meio ambiente e obter de alimentos com maior valor biológico, e, dessa maneira, promover e ampliar a segurança alimentar. Nessa perspectiva, o presente trabalho teve como o objetivo implantar uma unidade tecnológica de produção de hortaliças, em sistema orgânico, na comunidade de Seriema, no município de Japonvar (MG), para capacitar agricultores, servindo também como modelo para outros produtores rurais interessados no cultivo orgânico. O projeto de extensão possibilitou aos agricultores uma ampla visão da produção orgânica de hortaliças, compreendendo desde as tecnologias de produção agroecológicas até os procedimentos de certificação e comercialização dos produtos.
O
s alimentos são de extrema importância para suprir as necessidades nutricionais do nosso organismo, sendo as hortaliças reguladores fundamentais para fazer o organismo funcionar de forma adequada, uma vez que são compostas de grande quantidade de água, vitaminas e sais minerais. A prática da agricultura orgânica possibilita a promoção da saúde dos
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solos, do ecossistema e das pessoas. A demanda por produtos mais saudáveis e sem contaminantes cresceu no Brasil e no mundo, potencializando a participação da agricultura familiar na produção de produtos orgânicos. Diante desse contexto, a implantação da unidade tecnológica de produção de hortaliças em sistema orgânico na propriedade do Sr. Ernesto proporcionou uma extraordinária troca de experiências das práticas de pro-
dução agrícola entre os professores, alunos, técnicos extensionistas da EMATER-Japonvar e olericultores da comunidade. Com o intuito de alcançar o objetivo do projeto de extensão, foram apresentados à comunidade os conteúdos técnicos a serem realizados como: coleta de solo e interpretação dos resultados; preparo de canteiros; adubações orgânicas de plantio e complementar; compostagem; fa-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Nelson Licínio Campos de Oliveira
Coordenador: Nelson Licínio Campos de Oliveira Bolsistas: Aldo Luiz Fernandes Dutra e Tamira Gonçalves de Queiroz Colaboradores: Alberto Luiz Ferreira Berto, Ednaldo Liberato de Oliveira, Rodrigo Amato Moreira, José Odair Pereira dos Santos e Fernando Cardoso de Oliveira Texto: Aldo Luiz Fernandes Dutra e Tamira Gonçalves de Queiroz Campus: Januária
bricação de biofertilizantes, caldas e extratos; produção de mudas olerícolas; manejo de plantas espontâneas; captura e utilização de microrganismos eficientes; manejo de pragas e doenças; adubação verde; rotação e consorciação de culturas olerícolas, certificação e comercialização de hortaliças orgânicas. Inicialmente, foi realizada uma visita à propriedade do Sr. Ernesto, localizada na comunidade de Seriema, município de Japonvar (MG). Nessa visita, conhecemos a área de produção e apresentamos o projeto de extensão à comunidade local. A primeira atividade técnica realizada foi a coleta de amostra de solos na área do local da implantação de unidade tecnológica de produção de hortaliças em sistema orgânico. Em seguida, as amostras foram identificadas e enviadas para o laboratório de análise de solo, água e tecido vegetal do IFNMG-Campus Januária (MG). De posse dos resultados da análise, foram mosRevista de Extensão do IFNMG
Nelson Licínio Campos de Oliveira Nelson Licínio Campos de Oliveira
Produção de substrato e semeio de hortaliças. Fazenda Seriema / Japonvar – MG, 2020.
Visita a comunidade “Fazenda Seriema” Japonvar (MG), 2020.
tradas, aos agricultores, as características do solo, analisando textura, pH e elementos do solo essenciais para o crescimento das plantas. Foi recomendado o uso do calcário dolomítico, realizando aplicações de 50g/m² para elevação do pH do
solo. Uma solução acessível ao olericultor foi realizar a adubação de plantio, utilizando o esterco de curral na proporção de 3,0 kg/m² e adubação complementar, quinze dias após o transplantio, utilizando 0,2 kg de esterco/m² mais 400 ml de caldo de 149
Nelson Licínio Campos de Oliveira Nelson Licínio Campos de Oliveira
Manejo de ervas espontâneas em produção de olerícolas. Fazenda Seriema / Japonvar – MG, 2020.
Equipe de trabalho / Projeto de extensão. Fazenda Seriema / Japonvar – MG, 2020.
esterco/m². Esta recomendação foi realizada para as culturas olerícolas que estavam em fase de implantação. Em seguida, realizamos visitas mensais à unidade tecnológica, nas quais eram levados alguns temas para discussões teóricas, com o auxílio de boletins informativos e realização de atividades práticas para fixação do conhecimento técnico. Desta maneira os agricultores realizaram as atividades propostas e fixaram os co150
nhecimentos. Como a unidade tecnológica foi implantada na propriedade do agricultor que já possuía o setor de olericultura em funcionamento, uma vez que este recebe apoio da Emater e participa de Programa Nacional de Merenda Escolar (PNAE), optamos em trabalhar com temas relacionados com a sua produção e incentivar o cultivo de outras espécies olerícolas, a fim de diversificar a sua área de cultivo.
A adubação verde foi apresentada à comunidade como prática tecnológica básica para o desenvolvimento da agricultura orgânica. Essa prática agronômica, que consiste no plantio de espécies vegetais em rotação ou em consórcio com culturas de interesse econômico, foi aplicada em vários talhões da unidade tecnológica. O manejo utilizado consistiu na realização da roçada das plantas, sendo algumas incorporadas e outras mantidas sobre o solo. As sementes utilizadas para semeio foram das leguminosas crotalária spectabilis, mucuna-preta e feijão de porco, oriundas do campo de produção do IFNMG- Campus Januária (MG). No intuito de obter autonomia na aquisição de sementes de leguminosas, foram realizados vários plantios para produção de sementes. Na área em estudo, o agricultor realizava o manejo das ervas espontâneas por meio de capinas, deixando assim o solo descoberto, demonstrando a importância do manejo por meio de
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Nelson Licínio Campos de Oliveira
Preparo de calda de Bougainville. Fazenda Seriema / Japonvar – MG, 2020.
roçadas, para se preservar a umidade, levando em consideração os aspectos físicos e microbiológicos do solo. Outra abordagem foi sobre o manejo de ervas espontâneas, que nascem sobre os canteiros, competindo por água, nutrientes e luz, ficando determinado que essas plantas deveriam ser retiradas. A presença das plantas espontâneas deve ser mantida nos carreadores, entre os canteiros, servindo de abrigo para inimigos naturais. A prática da compostagem fundamental na produção orgânica é um processo biológico, consistindo em um processo natural, no qual os microrganismos (fungos e bactérias) são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, transformando -a em húmus, um material muito rico em nutrientes e um condicionador de solo. Essa prática tornou-se constante para realização das adubações das hortaliças na unidade tecnológica de produção. Revista de Extensão do IFNMG
A produção das mudas das hortaliças foi realizada dentro do planejamento da demanda da comercialização dos produtos, utilizando todo o conhecimento específico para produção de mudas no sistema orgânico, aproveitando as condições locais da propriedade. A fabricação de biofertilizantes, caldas e extratos, utilização de microrganismos eficientes e o manejo de pragas e doenças foram atividades constantes em todo o processo produtivo das hortaliças. Ao final do trabalho, foi realizado um grande debate sobre a importância da certificação dos produtos olerícolas, levando-se em consideração os grandes desafios para a realização de uma produção de hortaliças conduzidas no sistema orgânico. Dentro desse contexto, o produto hortícola é mais valorizado, possuindo um maior valor agregado, permitido pela legislação da produção orgânica vigente. O perfil dos agricultores que par-
ticiparam do projeto se encaixa no formato de uma organização de controle social (OCS) na qual os participantes fazem a fiscalização e o trabalho em conjunto, a fim de que todos do grupo possam ter seus produtos para a comercialização em feiras e vendas diretas. Constatou-se que, durante a realização de todo o projeto, os agricultores mostraram interesse em prosseguir com as atividades, buscando levar os conhecimentos trabalhados para o dia a dia de suas propriedades. Houve uma grande preocupação com a saúde dos trabalhadores envolvidos nas atividades agrícolas, bem como na produção de alimentos mais saudáveis para os consumidores. Ressaltamos o apoio da Emater – MG, por meio do escritório Japonvar (MG), que foi fundamental para o desempenho exitoso de todo o trabalho desenvolvido. 151
Coordenador: Fernanda de Lima Menezes Bolsista: Vanessa Rosa de Souza Colaborador: Layane Isabelli da Silva Texto: Vanessa Rosa de Souza Campus: Montes Claros
Aparecimento da ferrugem em grade de proteção em residência. Foto enviada por participante do questionário online.
Projeto
Estudo dos principais casos de corrosão presentes no cotidiano A corrosão trata-se da deterioração de um material, seja metal, cerâmico ou polímero, por meio de reações químicas ou eletroquímicas, aliadas ou não a esforços mecânicos. A corrosão está presente no dia a dia de toda a comunidade e os danos causados podem ser evitados por meio da disseminação do conhecimento sobre o assunto. Sendo assim, o presente projeto buscou identificar, por meio de questionário disponibilizado online, os principais casos de corrosão presentes no cotidiano das pessoas e quais as formas para se evitar ou controlar tais danos. Os resultados obtidos foram utilizados para a confecção de um vídeo disponibilizado no canal do YouTube do IFNMG, além de servir de base para a confecção de um roteiro de práticas sobre corrosão.
A
corrosão é muito estudada devido aos grandes prejuízos financeiros que esse processo gera nas indústrias. Porém, ainda que em escala menor, a corrosão acontece nos mais diversos ambientes em nossa casa: cozinha, banheiro, entre outros, gerando prejuízos financeiros, pois, muitas vezes, é necessário trocar uma peça inteira devido aos danos causados. A corrosão também impacta na estética das residências e, até mesmo, nos centros urbanos, como pontes e esculturas. Dessa forma, o projeto intitulado “Estudo
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dos principais casos de corrosão presentes no cotidiano” foi desenvolvido em quatro etapas: estudo de material de referência, pesquisa do nível de conhecimento em corrosão da comunidade externa, realização das práticas laboratoriais e elaboração de um vídeo explicativo com os resultados obtidos. A primeira etapa foi a distribuição de um questionário ‘online’, para entender o que a comunidade externa sabia sobre o processo corrosivo, prevenção e tratamento. O questionário aplicado compreendeu três partes essenciais: questionário
sociocultural, avaliação do nível de conhecimentos em corrosão e, por fim, a identificação dos pontos de corrosão nas residências. O questionário obteve um total de 240 respostas durante o período em que ficou aberto. Pela análise dos dados obtidos, o perfil médio traçado dos entrevistados foi a maioria do gênero feminino, residente no sudeste do Brasil e com idade entre 25 e 35 anos, com acesso a tecnologias e rede de ‘internet’. Por meio do questionário, notou-se que as pessoas possuem um conhecimento básico sobre a corrosão.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Prática sobre os meios de corrosão. Placa de zinco após sete dias em repouso em solução ácida e básica. Foi repetida para o ferro, alumínio e cobre. Foto tirada pela bolsista deste projeto, Vanessa Souza.
Ao analisar as respostas sobre os casos de corrosão nas residências, observou-se que eles ocorriam principalmente em portas, portões, dobradiças, janelas, móveis e outros materiais que são produzidos com aço. Sabe-se que parte das estruturas metálicas nas residências são constituídas de aço, uma liga constituída basicamente por ferro e carbono. A corrosão nesse tipo de material ocorre geralmente devido à água, umidade e ao oxigênio presente no ar. Além disso, a urina de animais domésticos também pode ocasionar um aceleramento da corrosão, uma vez que a urina do animal possui baixo pH. Além disso, muitos casos de corrosão relatados ocorriam devido à presença de frestas e comprometimento dos revestimentos por meio de riscos. Outro caso comum, é a corrosão química, que possui relação com materiais sujeitos às altas temperaturas, como materiais metálicos dentro dos fornos de cozinha. Para controlar a corrosão dos casos citados, sugeriu-se promover a proteção dos materiais expostos, com pintura ou isolamento adequado. Alguns produtos já utilizados pelos entrevistados foram relatados, assim como, receitas caseiras: solução de vinagre, aplicar batata e passar refrigerante, entre outras. Porém, a eficiência desses métodos não foi encontrada em nenhuma bibliografia, sendo necessários mais estudos para comprovar e explicar a eficiência dessas receitas caseiras. Para Maria do Carmo, residente de Campinas, São Paulo, e uma das entrevistadas pelo questionário digital, a experiência de assistir ao vídeo final foi esclarecedora, já que, muitas vezes, ela utilizava receitas caseiras Revista de Extensão do IFNMG
Estufamento de tinta, aparecimento de ferrugem e perda de massa são problemas ocasionados devido ao processo corrosivo. Foto enviada por participante do questionário online.
Perda de massa causada pela corrosão no portão. Foto enviada por participante do questionário online.
para limpar superfícies que apresentavam a corrosão, sem saber que aquilo iria agravar a situação. “Foi muito gratificante participar e que continuem com este projeto”, mensagem que o entrevistado Anderson Assis deixou em nosso questionário. Segundo a professora Fernanda de Lima Menezes, idealizadora e coordenadora desse projeto, “o projeto cumpriu seu principal objetivo, de levar informação ao ensinar para as pessoas que pequenos cuidados com certos materiais aumentam,
de forma significativa a vida útil dos mesmos, além de poder explicar que a corrosão é um processo natural inevitável e, por isso, a grande importância dos revestimentos”. As práticas experimentais permitiram demonstrar os principais casos de corrosão que ocorrem no cotidiano e gerar conhecimento prático sobre o assunto. Para a acadêmica de Engenharia Química, Vanessa Rosa, bolsista do projeto, “a parte prática foi muito importante, uma vez que ajudou a conectar a teoria com os 153
Mayara Rodrigues
Pregos após 7 dias em repouso na solução salina. Foto tirada pela bolsista deste projeto, Vanessa Souza.
Prática sobre proteção catódica. Pregos antes da submersão em solução de NaCl de mesma concentração. Foto tirada pela bolsista deste projeto, Vanessa Souza.
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casos reais de corrosão”. Sendo assim, foi confeccionado um roteiro, contendo sete práticas, exemplificando os principais fenômenos de corrosão identificados no cotidiano. Esse roteiro pode ser utilizado com efeito educativo em palestras ou sala de aula. Devido ao momento de pandemia que estamos vivendo, não foi possível convidar a comunidade para presenciar a rotina dos laboratórios, porém, ficou um desejo de realizar esta etapa do projeto assim que possível. O vídeo produzido foi disponibilizado no canal oficial do IFNMG Campus Montes Claros e pode ser acessado por qualquer pessoa. A disponibilização desse vídeo além de instrumento educativo, pode servir de inspiração para que outros projetos de pesquisas nesse campo sejam executados, visando à melhora da qualidade de vida de toda a população. Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Anderson Ricardo dos Anjos Bolsista: Ana Flávia Santos Magalhães Texto: Anderson Ricardo dos Anjos e Ana Flávia Santos Magalhãe Campus: Pirapora
Weverson Rodrigues
Projeto realizado por aluno do curso (etapa 4).
Projeto
Curso na modalidade EAD deparaensino de profissionais projetistas do setor REVIT da construção civil de Pirapora e região O uso da Modelagem da Informação da Construção (BIM) na elaboração de projetos e gerenciamento de obras públicas passou a ser obrigatório no Brasil em 2021. O Decreto nº 9.983 dispõe sobre a Estratégia Nacional de Disseminação BIM e prevê a sua introdução nas grades curriculares dos cursos da área de construção civil no País. No Brasil, cerca de 46% dos erros construtivos ocorrem na fase de elaboração de projetos. O maior uso da metodologia BIM trará menor possibilidade de erros nas etapas de planejamento, projeto e construção, a possibilidade de gerenciamento pós-construção e contribuirá para a modernização tecnológica do setor da construção civil do Brasil. Com base neste cenário, a proposta deste projeto foi a de qualificar projetistas e estudantes da região de Pirapora para o uso de um software de projetos arquitetônicos e estrutural que trabalha com a metodologia BIM. Revista de Extensão do IFNMG
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Anderson Anjos
Interface da Plataforma de ensino via Google Classroom.
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Aula inaugural do curso, realizada em 27/07/2021 e transmitida pelo Google Meet.
da nossa região e a um mercado de construção civil pouco expressivo. Com base neste cenário, a proposta deste projeto de extensão foi a de qualificar projetistas (estudantes de cursos da área da construção civil, técnicos em edificações, engenheiros e arquitetos) da região de Pirapora para o uso de um software de projetos que trabalha com a metodologia BIM. Os bons cursos que ensinam a trabalhar com softwares BIM geralmente são onerosos e muitos estudantes e profissionais não possuem condições financeiras para arcar com tal encargo. Para a execução do projeto de ex-
Anderson Anjos
O
uso da metodologia BIM vem ganhando, a cada dia, mais espaço no mercado da construção civil brasileira, devido à alta concorrência por projetos, serviços e obras neste setor, à criação de legislação federal que torna obrigatória seu uso em projetos e obras públicas e ao aumento na produtividade e assertividade na prestação de serviços e execução de obras. Contudo, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas - FGV, realizada em setembro de 2018, identificou que apenas 7,5% das empresas da construção civil utilizavam a metodologia BIM em seus projetos e obras. No Norte de Minas, e, especialmente, na região de Pirapora, embora não tenhamos dados estatísticos sobre o uso da metodologia BIM para a elaboração e execução de projetos, podemos afirmar, com base em relatórios de estágios que acompanhamos de nossos estudantes do IFNMG nos escritórios e construtoras de arquitetura e engenharia, que a utilização desta metodologia por aqui é bem menor do que no restante do país. Isto se deve, principalmente, ao atraso econômico e social
tensão, que se deu entre 1º/06/2020 e 30/11/2020, foi elaborado um edital de concorrência para as vagas. O curso ofereceu, inicialmente, 50 vagas. Posteriormente, o curso foi divulgado no portal do IFNMG e mídias sociais. Durante o processo de seleção, foram recebidas 57 inscrições, sendo que todas foram deferidas, aumentando, dessa forma, a quantidade de vagas ofertadas. Antes do início do curso, foi realizado todo o planejamento das aulas e elaboração do material pedagógico. As aulas foram ministradas em um ambiente virtual de aprendizagem (Google Classroom). O curso
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Carolina Batista
Revista de Extensão do IFNMG
Projeto realizado por aluno do curso (etapa 4).
José Nathan Souto
dispôs de aulas teóricas gravadas pelo professor-orientador, sobre a importância da metodologia BIM e de aulas práticas, também gravadas pelo professor, cujo objetivo foi o de modelar uma edificação residencial, observando-se todas as suas etapas projetuais. Para que os discentes pudessem realizar as atividades do curso, estes deveriam possuir ou ter acesso ao software REVIT 2020, computador compatível de 64 bits e internet. Foram realizados plantões virtuais para serem sanadas dúvidas, em horários que foram previamente marcados, por meio da utilização da Plataforma Google Meet e suporte via e-mail. Os plantões e o suporte aos alunos foram realizados pela monitora , com suporte do professor-orientador. Receberam o certificado,, ao final do curso, os discentes que tiveram nota final igual ou superior a 70% da soma de todas as atividades avaliativas. Dos inscritos inicialmente, 16 alunos finalizaram o curso e receberam os seus certificados. Ao final do cur-
Anderson Anjos
Projeto modelo desenvolvido pelo professor para as aulas práticas.
Projeto realizado por aluna do curso (etapa 3).
so, foi solicitado que os concluintes respondessem uma pesquisa de satisfação e, de forma geral, os alunos ficaram muito satisfeitos com o conteúdo oferecido, com a plataforma EAD e com a didática proposta. Entre os resultados alcançados, conforme feedback que recebemos
dos concluintes, foi possível perceber que os alunos conseguiram realizar o projeto em BIM com maior produtividade de tempo em comparação às técnicas de desenho em Autocad, que todos realizavam anteriormente. Com o projeto em BIM, os alunos também puderam avançar na 157
José Nathan Souto
Projeto realizado por aluno do curso (etapa 4).
elaboração de um modelo tridimensional da edificação, o que facilitou o processo ensino-aprendizagem e a melhor visualização do edifício, inclusive, na antecipação de possíveis erros projetuais. Com o modelo em BIM. foi possível também realizar estudos relativos à escolha de materiais construtivos e apresentação de renderização de imagens em perspectiva, sendo possível visualizar o modelo tridimensional como imagem foto realista. A geração de um modelo em realidade virtual também contribuiu para uma melhor visualização do modelo e imersão dentro do projeto. Foi possí158
vel também que os alunos compreendessem as inúmeras ferramentas disponibilizadas no software BIM, tais como a interoperabilidade com outros softwares BIM e a possibilidade de se realizar a compatibilização dos projetos arquitetônico e estrutural com os demais projetos complementares. Entre as características facilitadoras para a realização do projeto, destacamos que, por ter sido realizado totalmente na modalidade de educação a distância (EAD), foi possível ter um maior alcance de público-alvo, mesmo em uma situação grave de pandemia da COVID-19. Muitos
projetos que concorreram no mesmo edital de extensão foram cancelados devido à situação pandêmica e este foi realizado sem nenhum tipo de interrupção ou impedimento. Entre as características dificultadoras, podemos citar que alguns alunos tiveram dificuldade em instalar o software REVIT por motivos diversos, principalmente, no que tange aos requisitos mínimos de hardware e, desta forma, ficaram impossibilitados de realizar o curso, assim como outros que não conseguiram conciliar o projeto com as atividades profissionais ou acadêmicas. Em nossa avaliação final do projeto, destacamos, primeiramente, que este cumpriu o seu objetivo de levar a qualificação profissional do uso de um software BIM a profissionais e estudantes. Para a realização do curso, foi criado um grupo em uma rede social (Whatsapp) e, mesmo depois do curso concluído, continuamos a receber feedback dos nossos ex-alunos e, até mesmo, auxiliamos em dúvidas pontuais sobre o uso do software REVIT. Foi possível observar que muitos profissionais migraram do Autocad para o REVIT, e agora estão realizando os seus projetos em BIM. O mesmo ocorre com os nossos alunos de engenharia e edificações. Estes estão usando os recursos BIM em diversas disciplinas, mesmo naquelas em que o professor não exige o uso desta metodologia. No geral, pode-se perceber que, com o uso da metodologia BIM, houve uma maior compreensão do projeto por parte dos alunos, facilidade para revisão e também na precisão dos projetos apresentados. Um maior controle na fase de projeto acarretará em menores possibilidades de erros e redução dos custos, quando da execução das obras civis. Como o curso se baseou apenas na utilização de um software BIM, o REVIT, em áreas específicas (arquitetônico e modelagem estrutural), vislumbramos novas perspectivas futuras para a oferta de novos cursos que contemplem outros softwares BIM e áreas de aplicação diversas.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Joyce Meire da Silva França Bolsistas: Brenda Caroline Santos Mendes e Izaque Dione Nunes Texto: Joyce Meire da Silva França Campus: Porteirinha
Projeto
Arquivo Pessoal (2021)
Testes da plataforma APROQUEIJO, executando no celular e no computador.
Desenvolvimento de plataforma mobile para exposição de produtos para produtores de derivados do leite
O município de Porteirinha, localizado na região da Serra Geral de Minas Gerais, possui tradição na produção de queijos e produtos derivados do leite, que é apoiada pela APROQUEIJO (Associação dos Produtores de Queijo Artesanal da Serra Geral). A parceria da APROQUEIJO com IFNMG possibilitou o desenvolvimento de uma plataforma para auxiliar os produtores regionais do Norte de Minas Gerais, que produzem e comercializam produtos derivados do leite, na sua maioria, queijos. A plataforma pode ser acessada de forma simples e rápida, por meio de computadores ou celulares, facilitando o contato entre os produtores e clientes, que podem acessar os produtos disponíveis em estoque ou realizar encomendas, caso o produto não esteja disponível de imediato. Este projeto foi realizado no período de pandemia, por isso, algumas etapas serão finalizadas em breve, para possibilitar ampla divulgação da plataforma para comunidade.
A
Associação dos Produtores de Queijo Artesanal da Serra Geral (APROQUEIJO) possui queijarias da Serra Geral associadas, e busca difundir e expandir o comércio local de queijos artesanais. Para exemplificar a importância das queijarias na região, destacamos que a primeira queijaria da Serra Geral a receber o selo Arte do IMA (Instituto Mineiro Revista de Extensão do IFNMG
de Agropecuária), Queijaria Rubi, é associada da APROQUEIJO. Este selo pode ser visto como um enorme reconhecimento e incentivo às queijarias locais, que buscam fomentar o comércio de queijos artesanais. Na região da Serra Geral, localizada no Norte de Minas Gerais, o comércio de queijos funciona, majoritariamente, de maneira informal, no “boca a boca”.
Visando proporcionar uma maior visibilidade para estes produtores de queijos, fez-se necessário o desenvolvimento de uma plataforma online de exposição de queijos para a associação de produtores de queijos APROQUEIJO. A plataforma online, criada por discentes do Curso Sistemas de Informação do Campus Avançado Porteirinha, permite que o consumidor encon159
Arquivo Pessoal (2021)
Página contendo detalhamento do produto, com ícone para Whatsapp. Fonte:
tre os produtos disponíveis e entre em contato com o produtor, para adquirir os produtos produzidos pelas queijarias locais. Para a realização deste projeto, devido à situação de pandemia, todas as reuniões foram realizadas por videoconferência. A equipe do projeto foi composta pela professora Joyce França e por dois discentes, Brenda e Izaque, do Curso de Sistemas de Informação ofertado pelo campus. Além desta equipe, o projeto contou com parceiros importantes, sendo uma representante da APROQUEIJO, Eduarda Barbosa Santos e três especialistas em desenvol160
vimento Web, Márcio França, Leandro Pereira e Wesley Bruno Barbosa. Estes parceiros foram importantes para a etapa inicial de planejamento, que contou com a especificação dos requisitos, com detalhamento das funcionalidades da plataforma, as principais telas que iriam satisfazer a necessidade do usuário. Buscou-se ainda conhecer mais a realidade dos produtores, quanto à disponibilidade de aparelhos eletrônicos e sua utilização, para que, assim, pudesse ser feita uma plataforma com mais usabilidade. A etapa de desenvolvimento do website foi realizada usando diver-
Arquivo Pessoal (2021)
Página contendo história da APROQUEIJO.
sas ferramentas e tecnologias escolhidas segundo as orientações dos especialistas e pesquisas bibliográficas, priorizando o que tem sido mais utilizado no mercado atualmente. Nesse sentido, três especialistas na área de desenvolvimento foram consultados para a indicação de tecnologias e ferramentas usadas atualmente. Dessa forma, a codificação da plataforma sobre queijos da Serra Geral foi realizada no ambiente de desenvolvimento integrado Visual Studio Code. Para a hospedagem e banco de dados, foi utilizado o Firebase, além da utilização do GitHub, como repositório para acesso às versões anteriores. A linguagem de programação utilizada foi JavaScript, usando React como biblioteca, para criar interface com o usuário e Node.js como ambiente de execução junto ao servidor. Com relação à avaliação do uso das tecnologias e ferramentas baseadas nas orientações de especialistas e pesquisas bibliográficas, é possível perceber que as recomendações foram valiosas, pois a equipe foi direcionada a focar no estudo destas tecnologias sem precisar desperdiçar tempo testando outras. Outro fator importante para
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Brenda e Izaque Discentes bolsistas desenvolvendo a plataforma e realizando testes da plataforma. .
Arquivo Pessoal (2021)
o êxito desse projeto foi o fato de que, como as tecnologias são amplamente usadas, há diversos materiais de estudo encontrados na Internet, além do suporte oferecido pelos especialistas, quando a equipe enfrentava erros no sistema. Para a validação do software, foram realizados encontros online com a representante da Associação. A partir dessas reuniões, foi possível identificar as funcionalidades da plataforma e avaliar se o desenvolvimento supre as necessidades dos produtores, além de sugestões de melhorias para sua implementação. A plataforma apresentou resultados positivos. Posteriormente, novas reuniões deverão ser marcadas para finalizar alguns ajustes e realizar ampla divulgação da plataforma para a comunidade. Para a professora Joyce França, coordenadora do projeto, a execução do projeto proporcionou uma experiência muito valiosa aos discentes envolvidos, pois, com o desenvolvimento do software, foi possível praticar os conhecimentos aprendidos no curso e ainda contribuir para uma demanda regional. Podemos concluir que o projeto atingiu os resultados esperados e que essa é uma ferramenta que poderá agregar diversos produtores da região da Serra Geral.
Arquivo Pessoal (2021)
Arquivo Pessoal (2021)
O público-alvo foram estudantes e empregados(as) da área e Izaque deBrenda construção civil,- além da Discentes bolsistas e comunidade em geral. Joyce – coordenadora do projeto.
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Coordenador: Bráulio Quirino Siffert Bolsista: Tainá Nogueira Nobre, Jhonata Soares David Batista, Mikael Sousa Rocha e Giovana Martins Rabelo Colaboradores: Andreia Pereira da Silva, Juliana Silveira Paiva e Gustavo Henrich Evangelista Vieira Texto: Bráulio Quirino Siffert Campus: Reitoria
Mikael Sousa Rocha
Imagem de capa de um dos episódios.
Projeto
Podcast Norteando: protagonismo estudantil a serviço da informação e em combate à pandemia
Sob orientação da Comunicação do IFNMG, estudantes de diferentes campi do Instituto levaram ao ar oito episódios do podcast Norteando, que foram publicados nos canais oficiais do IFNMG e nos principais tocadores de podcast. Os episódios trataram de temas relacionados às angústias e desafios vivenciados pelos estudantes diante da pandemia da COVID-19 e contaram com a participação de profissionais da região, internos e externos ao IFNMG. O projeto, assim, aliou protagonismo estudantil, visto que a maior parte da produção ficou a cargo dos estudantes, extensão, levando informação de relevância para a comunidade externa e comunicação, fazendo uso de uma ferramenta comunicativa de alcance crescente. 162
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Mikael Sousa Rocha
Logomarca do podcast Norteando.
P
ublicados nos canais oficiais do IFNMG e nos principais tocadores de áudio entre junho e outubro de 2020, os episódios da primeira temporada do podcast Norteando levaram informações e debates sobre temas relacionados, direta ou indiretamente, às consequências impostas pela pandemia da COVID- 19 a toda a comunidade e, de forma especial, aos estudantes. Foram oito episódios produzidos, conduzidos e editados pelos quatro bolsistas do projeto de extensão “Podcast como ferramenta de diálogo, reflexão, formação e informação”, com orientação e acompanhamento de quatro servidores da então Coordenação de Comunicação do IFNMG (hoje Departamento de Comunicação).
Revista de Extensão do IFNMG
O coordenador do projeto e relações públicas do IFNMG, Bráulio Siffert, destaca que “ao possibilitar aos estudantes serem os principais responsáveis por um programa comunicativo de relevância pública para além do IFNMG, o projeto aliou protagonismo estudantil, extensão e comunicação, três campos de conhecimento e de atuação de significativo impacto na formação estudantil e no posicionamento do Instituto enquanto instituição pública, cuja responsabilidade vai além do restrito espaço da sala de aula”. Embora já contasse com um escopo geral desenhado para submissão do projeto, o podcast foi efetivamente concebido de forma coletiva e horizontalizada, entre os servidores coordenadores e os quatro bolsistas
selecionados. As reuniões foram realizadas de forma virtual, em virtude do distanciamento social imposto e também por se tratarem de estudantes de diferentes cidades (Diamantina, Januária, Salinas e Montes Claros). O nome do podcast - “Norteando”, para dialogar com o “Norte” do nome do Instituto e com a ideia de “nortear”, de “orientar” - foi uma das primeiras decisões tomadas a partir de votação junto aos demais nomes propostos. A logomarca foi criada por um dos bolsistas. O formato dos episódios, com dois bolsistas conversando com dois ou três especialistas, o tempo previsto para cada programa (30 a 50 minutos), as pautas a serem debatidas, as trilhas para compor a edição e as formas de divulgação também foram decisões tomadas coletivamente. 163
Giovana Martins Rabelo
Equipe da primeira temporada. Autora:
Foram também criadas as páginas/perfis do Norteando nos principais tocadores de áudio (Google Podcast, Spotify, Castbox e Apple Podcast) e no Instagram, além de uma playlist no canal oficial do IFNMG no Youtube. Todos os podcasts continuam disponíveis em todas essas plataformas. Antes de cada episódio, a equipe se reunia para conversar e decidir sobre a temática a ser debatida. Posteriormente, decididos os nomes dos convidados, os próprios bolsistas da produção entravam em contato com eles. A maior parte dos convidados foi composta de servidores do próprio IFNMG, mas também houve a presença de professores de outras universidades, estudantes e pesquisadores. 164
Cabia então aos responsáveis pela produção pesquisar sobre a temática e sobre os convidados e propor perguntas e abordagens aos entrevistadores. Marcadas as datas e horários e articuladas as questões tecnológicas, os bolsistas e os convidados se reuniam a distância, na plataforma gratuita Discord, para a conversa, que, normalmente, durava cerca de uma hora e tinha que receber alguns cortes, para reduzir o tempo e limpar passagens com conteúdo desnecessário ou baixa qualidade de áudio. Com a periodicidade de 15 dias, foram ao ar oito episódios, de junho a outubro de 2020 (prazo da duração das bolsas), cumprindo, justamente, a quantidade estabelecida desde o início da concepção do projeto. Os
episódios divulgados foram: 1) Fake news e a importância da ciência, com Eduardo Garrido, professor de Veterinária do IFNMG, e Bráulio Siffert, coordenador de Comunicação do IFNMG; 2) Volta às aulas: expectativas e perspectivas, com Vinícius Marques, estudante do IFNMG, e Wallas Jardim, diretor de ensino do IFNMG; 3) Saúde física e mental na quarentena, com João Pedro Viana, nutricionista, e Amanda Chaves, psicóloga do IFNMG; 4) Festas de Agosto: devoção além do distanciamento, com Zanza Júnio, mestre catopê; Denilson Barbosa, historiador e professor e Raquel Chaves, catopê; 5) Quarentena: tempo ocioso ou produtivo?, com Danielle Reis e Nícolas André, estudantes do IFNMG; 6) Tempo para pensar e investir na carreira profissio-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Mikael Sousa Rocha
Divulgação de um dos episódios.
Frase de um dos episódios, divulgada no Instagram do podcast.
Giovana Martins Rabelo
nal, com Rafael Gonçalves, diretor de Gestão de Pessoas do IFNMG, e Maria Fernanda, professora e jornalista; 7) Desafios da Inclusão na Educação, com Aline Ferreira, servidora do IFNMG responsável pelo Núcleo de Ações Afirmativas, e Shirley Oliveira, assistente social do IFNMG; 8) O império digital: dos impactos à necessidade de equilíbrio, com Fábio Coutinho, professor do IFNMG, e Juliana Nobre, educadora física. Somando todas as plataformas, os episódios somavam (em maio de 2021) cerca de 220 acessos cada. E, como seguem disponíveis para acesso, continuam servindo como disseminadores de boas informações e da marca do IFNMG. Para além do resultado prático, que foram os episódios divulgados, o projeto também conseguiu contribuir para a formação dos estudantes envolvidos, proporcionando-lhes um envolvimento efetivo com um trabalho profissional e institucional. Nas avaliações realizadas ao final do projeto, um dos bolsistas destacou: “Aprendi a me articular melhor, como fazer pautas, como fazer contato com pessoas desconhecidas. Aprendi um pouco sobre como funcionam as mídias e as publicações de informações.Trabalho em equipe também foi muito importante, e os temas dos episódios também foram fonte de aprendizado”. Outro bolsista ressaltou: “Apresentando o programa, busquei me atentar a deixar claras as minhas falas, eliminando possíveis oportunidades para interpretações ambíguas”. Embora tenha durado apenas durante a vigência das bolsas, o podcast Norteando, com nome e escopo estabelecidos, pode ser reativado em outro momento, com os mesmos ou outros bolsistas e coordenadores. Além disso, serviu de experiência para os próprios coordenadores da Comunicação, para pensar outras atuações comunicativas com o trabalho articulado com estudantes do próprio IFNMG.
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Coordenador: Arthur Faria Porto Bolsista: Danielle Souza Boni Voluntários: Bethânia Kelly Silva Nascimento, Maria Luiza Valuar Cordeiro, Nicolle Cardoso de Souza e Vitória Reis Texto: Danielle Souza Boni Campus: Salinas
Projeto
Programa para Engajamento de Meninas da Computação
O Programa Para Engajamento de Meninas da Computação tem como objetivo influenciar o engajamento de meninas na área da informática, computação e programação, de forma a aumentar a presença feminina na área tecnológica. O projeto contou com a inscrição em um concurso internacional de programação feminino, intitulado Technovation Challenge, que propõe a inclusão de jovens programadoras em um universo predominantemente masculino, em prol de desenvolver aplicações para combater problemas sociais. Foi desenvolvido um aplicativo para dispositivos móveis denominado “Hope Garden”, contando com um Plano de Negócios e um vídeo Pitch de apresentação. O trabalho foi realizado virtualmente, com uma equipe de alunas do IFNMG (auto intituladas PrintIFgirls) com o objetivo de ajudar jovens com transtornos de ansiedade. Além da participação no concurso com a equipe, foi criado um site para a divulgação da equipe e do aplicativo, utilizando os conhecimentos adquiridos em sala.
O
Projeto de extensão denominado Programa para Engajamento de Meninas da Computação tem, como intuito, incluir e incentivar jovens programadoras na área da informática. Por meio dele, foi feita a inscrição
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de uma equipe no concurso Technovation Challenge, cujos objetivos se assemelham aos do projeto. A proposta do concurso é criar um aplicativo do zero para solucionar um problema social, e as diversas atividades incluídas na criação do aplicativo in-
cluem, além da idealização do aplicativo, seu protótipo, desenvolvimento da programação e design. Foi criada uma empresa com um plano de negócios, responsável, hipoteticamente, por administrar o marketing e lançar o aplicativo no mercado virtual.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
A princípio, foi preciso definir qual o objetivo da empresa, seu posicionamento diante do problema social que seria combatido, as estratégias para tornar o aplicativo atrativo e todos os detalhes a respeito da forma como o aplicativo iria interagir com o usuário. O problema social escolhido foi a ansiedade, mais especificamente, seus efeitos nos jovens estudantes brasileiros. A empresa PrintIFgirls, por meio da criação do aplicativo Hope Garden, busca amenizar a ansiedade na sociedade. Todo o marketing da empresa foi desenvolvido na etapa inicial, com base em conhecimentos de administração. Além disso, antes de iniciar a construção do aplicativo, foram feitas simulações das telas e o rascunho de como o aplicativo iria funcionar. O aplicativo denominado Hope Garden, desenvolvido pela equipe PrintIFgirls, utilizando a ferramenta online de criação de aplicativos Thunkable, tem, como objetivo principal, fornecer atividades relaxantes que contribuam para o equilíbrio da saúde mental do usuário. Seu design é todo feito em pixels e, entre as funções contidas nele, podem-se citar telas que levam a links de playlists de músicas e vídeos para aliviar o estresse, uma tela que apresenta frases motivacionais e atividades que são selecionadas, aleatoriamente, pelo algoritmo do aplicativo, uma parte em que o usuário pode desenhar e outra na qual pode fazer pequenas anotações, que ficam salvas no banco de dados do aplicativo por um período de tempo limitado, e, por fim, a tela principal, em que o usuário pode construir um jardim virtual, cujas flores representam sentimentos. A parte mais complexa de ser feita foi a tela de login, em que o usuário se cadastra com e-mail e senha, e estas informações vão para um banco de dados virtual do próprio Thunkable, e possibilitam o login em qualquer dispositivo que tenha o aplicativo instalado. Revista de Extensão do IFNMG
O plano de negócios, uma das exigências do concurso, fez necessária a criação de uma empresa-fantasia, intitulada PrintIFgirls, o nome da equipe. Um questionário com a participação voluntária de, aproximadamente, 200 jovens, com idades entre 15 e 18 anos, foi aplicado para obter uma noção do público-alvo do aplicativo, e seus principais resultados mencionados no plano de negócios. No plano de negócios, foram expostos, de forma detalhada, o
resumo executivo da empresa, sua descrição, a descrição do produto criado por ela (o aplicativo para dispositivos móveis Hope Garden), a análise de mercado e da concorrência, o plano financeiro da empresa e projeções para ações futuras. A última etapa do projeto, essa pessoal e sem relação direta com o concurso em si, foi a criação de um site para a divulgação da equipe e do aplicativo. Após o término do concurso, tornou-se necessário encontrar um meio de mostrar ao 167
mundo o trabalho feito, e isso pôde ser concretizado com o desenvolvimento do site. A linguagem de marcação HTML (Hyper Text Markup Language) foi utilizada para desenvolver a formatação das páginas do site, e a folha de estilo CSS (Cascading Style Sheets) para desenvolver o estilo do site. O trabalho em equipe possibilitado pela criação do PrintIFgirls, bem como a confecção do plano de negócios, simulando a participação em uma empresa real, estimulou o trabalho em equipe e o pensamento empresarial, além de exigir conhecimento sobre administração e noções a respeito de organização de projetos. Conseguir confeccionar um site do zero, apenas com os conhecimentos preexistentes e adquiridos com pesquisas, foi uma realização pessoal que mostrou ser possível às mulheres transformar simples linhas de código em um resultado visível. A participação no Technovation Challenge não trouxe a vitória no concurso, porém resultou em uma bagagem profissional que é tão ou mais importante que vencer. Com o projeto inteiro em si, pôde-se perceber a importância da presença feminina na área de informática no mundo atual. Algo realmente significativo que pode ajudar a sociedade no futuro e fazer a diferença, ao demonstrar a capacidade de criação tecnológica das mulheres, reforçando que, independentemente de gênero, todos são capazes de fazer algo pelo mundo.
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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Ordenha mecânica espinha de peixe na Fazenda Rancho Vitrine.
Nágila Alves Nascimento
Coordenadora: Susi Cristina dos Santos Guimarães Martins Bolsista: Nágila Alves Nascimento Voluntários: Jully Cristhyne Pereira, Maryane Oliveira Prates e Thalis Henrique Pacheco Oliveira Colaboradores: Jânio Ferreira dos Santos e Francisco José Calixto Júnior Texto: Susi Cristina dos Santos Guimarães Martins Campus: Salinas
Projeto
Avaliação dos índices reprodutivos e produtivos de rebanhos leiteiros de propriedades rurais do município de Salinas, Minas Gerais Este projeto buscou avaliar a eficiência reprodutiva e produtiva dos rebanhos leiteiros em propriedades rurais do município de Salinas, Norte de Minas Gerais, no período compreendido entre os meses de julho e dezembro de 2020, com a aplicação de questionários. A reflexão dos resultados instigou a equipe a implementar estratégias de manejo, com o intuito de incrementar a eficiência produtiva e reprodutiva, reduzindo os custos e aumentando a rentabilidade da produção de leite. Ainda, a discussão dos dados, o contato com os proprietários e a visita às propriedades propiciaram o desenvolvimento de habilidades que visam à troca e à difusão dos conhecimentos científicos e autóctones, com foco na extensão rural, por meio da integração entre a comunidade acadêmica e os produtores rurais.
N
o ano de 2020, foi concebido, pelo IFNMG – Campus Salinas, o projeto de extensão intitulado Avaliação dos Índices Reprodutivos e Produtivos de Rebanhos Leiteiros de Propriedades Rurais do Município de Salinas, Minas Gerais, conduzido pela coordenadora do Setor de Zootecnia III do IFNMG Salinas e doutora em Zootecnia, Susi Cristina dos Santos Guimarães Martins, com os discentes do curso de graduaRevista de Extensão do IFNMG
ção em Medicina Veterinária Nágila Alves Nascimento, Jully Cristhyne Pereira, Maryane Oliveira Prates e Thalis Henrique Pacheco. Contou ainda com a participação do médico veterinário Jânio Ferreira dos Santos e com a colaboração do também médico veterinário Francisco José Calixto Júnior. Nesse projeto, objetivou-se avaliar a eficiência reprodutiva e a produção de rebanhos leiteiros do município. Assim, a equipe buscou
realizar coleta de dados zootécnicos, por meio da visita técnica a 5 propriedades rurais, no período de julho a dezembro de 2020, no qual o acompanhamento e avaliação de alguns desses índices se deram por aplicação de questionários, respondidos pelos produtores. O trabalho teve, como público atingido, 23 (vinte e três) pessoas envolvidas diretamente, sendo, 16 (dezesseis) produtores de leite e 08 (oito) funcionários das proprie169
Nágila Alves Nascimento
Bezerreiro Sistema Argentino na Fazenda Aroeira Arrancada.
Nágila Alves Nascimento
Imagem de ultrassom de um feto bovino da Fazenda Pedra do Peixe.
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dades, além da equipe do projeto, composta por 04 (quatro) discentes do curso de Medicina Veterinária, 02 (dois) técnicos médicos veterinários e 01 (uma) zootecnista. A Dra. Susi afirma que “a rentabilidade da bovinocultura leiteira está intimamente relacionada à reprodução animal”. Diante disso, iniciamos o diagnóstico situacional das propriedades rurais, especializadas em produção leiteira, coletando dados relacionados à produção, reprodução e rentabilidade. Doravante, passamos a discutir alternativas para melhorias nas propriedades. O primeiro índice avaliado foi o intervalo entre partos (IEP). Ele é definido pelo período entre um parto e outro. Um IEP adequado compreende um período de 12 a 14 meses. Nas fazendas avaliadas, 50% das propriedades apresentaram um intervalo dentro do que é considerado normal. Nágila considera este índice de grande importância pois é um dos principais índices zootécnicos. “Ele é capaz de demonstrar como está a situação reprodutiva da propriedade e a eficiência das matrizes na reprodução. Quanto menor este intervalo, maior produtividade leiteira e melhor eficiência reprodutiva do rebanho”. Ainda, a Dra. Susi enfatiza que “um parto de um bezerro por vaca/ano garante homogeneidade da produção e viabilidade econômica na produção de leite”. Outro dado avaliado, foi a taxa de concepção. Ela é definida pelo número de vacas que ficaram gestantes em relação ao número de vacas inseminadas. As fazendas assistidas tiveram um resultado de 50% na taxa concepção. Para Maryane, este resultado “é adequado, mas pode ser melhorado por meio de um programa sanitário correto e completo”. Ou seja, verificamos que ainda existe uma deficiência de manejo sanitário adequado, pois não são todas as propriedades que fazem a prevenção contra doenças reprodutivas. Já a taxa de prenhez é definida pelo percentual de vacas que estão
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Revista de Extensão do IFNMG
Diagnóstico de gestação na Fazenda Varginha do IFNMG Salinas.
Nágila Alves Nascimento
se tornando gestantes em relação ao total de vacas aptas no rebanho. Para o Dr. Jânio, “a taxa de prenhez” é a ferramenta mais eficiente para melhorar o desempenho reprodutivo do rebanho. Quanto maior este índice, maior é a eficiência reprodutiva na fazenda”. Porém, as propriedades apresentaram uma média de 25% de prenhez. Esse resultado, embora considerado satisfatório, pode ser melhorado com incremento de tecnologias, como protocolos de reprodução animal e diagnóstico precoce de gestação. Dr. Francisco José ainda acrescenta que “quando esse parâmetro está bom, há um aumento no número de nascimentos por ano, redução do número de vacas para reposição e aumento do progresso genético”. O Período de Espera Voluntário (PEV), que vai do parto até a liberação da vaca para ser novamente inseminada, foi mais um dado avaliado nas propriedades e demonstrou um resultado médio de 45 dias. Ou seja, um resultado dentro do limite adequado, que é em torno de 60 dias. Para Thalis, “um bom desempenho reprodutivo traz muitos benefícios ao produtor, pois, além de um aumento na produção com bons índices reprodutivos, tem-se uma maior vida útil dos animais e nascimento de bezerros, gerando renda”. A Dra. Susi Cristina arremata que “a atividade leiteira é de suma importância social e econômica na região do Norte de Minas Gerais, pois, além de gerar empregos, é fonte de renda de muitas famílias”. Diante disso, a produção leiteira das propriedades foi maior que 12 litros/vaca/dia. Jully reforça que as propriedades participantes do projeto têm demonstrado uma boa média de produção. No entanto, os custos de produção são altos e estão atrelados aos preços dos insumos e à sazonalidade de chuvas na região. Nágila sugere que uma alternativa viável para incrementar a renda seria o processamento do leite na propriedade. “Isso agregaria valor ao produto e maximizaria
a rentabilidade da produção, tendo em vista que os produtores que processam parte do leite conseguiriam ter uma lucratividade maior, fechando as contas no final do mês”. Os resultados dos índices zootécnicos obtidos foram apresentados aos produtores envolvidos. Com
base nestes e nos problemas relatados pelos proprietários, a equipe do projeto confeccionou uma cartilha contendo recomendações sobre manejos reprodutivos, nutricionais e sanitários, com a finalidade de melhorar a eficiência reprodutiva e produtiva do rebanho leiteiro na região. 171
Nágila Alves Nascimento
Alimentação de vacas em lactação na Fazenda Varginha do IFNMG Salinas.
Algumas das sugestões para melhorar o desempenho reprodutivo das propriedades foram: melhorar a observação de cio, com intuito de aproveitar o cio de retorno e re-inseminar o animal; protocolos de ressincronização e diagnóstico precoce de prenhez, melhorando o interva172
lo entre inseminações. Segundo o discente Thalis Henrique, “quando o intervalo entre inseminações é grande, ocorre uma redução na eficiência reprodutiva e, para reduzir este período, as vacas devem ser re -inseminadas o mais rápido possível, sendo essas alternativas viáveis ao
produtor”. Maryane complementa: “A redução nos intervalos entre inseminações leva a uma melhora na eficiência do rebanho, visto que aumenta a taxa de prenhez, serviço e de concepção, resultando em uma redução do IEP, pois reduzirá o tempo em que as vacas ficam vazias”. De acordo com Jully, toda vez que há melhora na observação de cio na fazenda, tem-se um grande benefício, “Uma vaca de leite não custa menos que R$ 20 (vinte) reais por dia, ou seja, toda vez que eu consigo aproveitar o cio de retorno, será uma vaca re-inseminada com 20 (vinte) dias de média mais cedo ”. Nágila ainda acrescenta: “Quando se emprega esta alternativa na propriedade, além de economizar com protocolo de reprodução, ganha-se 20 (vinte) dias na vida reprodutiva de cada animal, resultando em uma economia de mais de R$ 400 (quatrocentos) reais em cada vaca”. O Sr.José Marcílio, proprietário da Fazenda Pedra do Peixe, relata que o projeto realizado em sua propriedade trouxe resultados excelentes de uma forma geral, desde o manejo nutricional até o reprodutivo. Ressalta que “foi possível adotar novas técnicas com as orientações e isso refletiu no retorno econômico”. Sr. Pedro, produtor de leite e proprietário do Rancho Pedacinho do Céu, também reforça a importância do trabalho realizado e diz “que foi de grande valia, pois, com as sugestões de comida e de saúde, consigo aumentar a prenhez”. Agora, o produtor busca evoluir para resultados melhores, com o processamento de parte do leite para melhorar a rentabilidade. Por fim, a equipe ressalta que os produtores rurais precisam de constante apoio tecnológico e científico, para converterem o meio em que vivem, elevando a qualidade de vida. Trabalhos extensionistas são ferramentas úteis na difusão do conhecimento, na troca de experiências vivenciadas e agentes transformadores em todas as esferas sociais.
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Rosiane Suelen Santos
Uso de utensílios e produtos para higienização na ordenha manual: água clorada e pano de prato .
Coordenador: Júlio Cesar Oliveira Dias Bolsista: Rosiane Suelen Santos Voluntárias: Bruna Karoline Oliveira Ferreira, Anna Lívia Tolentino e Silva e Vitoria Cristinne Alves Peres Colaboradores: Thiago Moreira dos Santos, Susi Cristina dos Santos Guimarães Martins e José Aparecido de Oliveira Texto: Rosiane Suelen Santos Campus: Salinas
Projeto
Diagnóstico das Boas Práticas Agropecuárias de produtores de queijo cozido e requeijão moreno para registro e certificação no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Salinas/MG
O norte de Minas apresenta uma grande quantidade de pequenos e médios produtores de queijo e/ou requeijão, sendo a atividade de grande influência na renda familiar desses pecuaristas. Embora os produtos apresentem relevância econômica, social e cultural, são processados com matéria-prima e práticas higiênicas inadequadas. Assim, o objetivo do projeto foi diagnosticar as Boas Práticas Agropecuárias (BPA) de produtores de queijo cozido e requeijão moreno para registro e certificação no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Salinas/MG. Os resultados demonstraram diferenças entre as propriedades, que variam desde as características de manejo e infraestrutura até as condições higiênico-sanitárias da obtenção do leite.
A
pecuária de leite é uma das atividades mais desenvolvidas em todo o mundo. Entretanto, verifica-se grandes disparidades entre as várias regiões, e o Brasil não foge à regra mundial. O país se depara com regiões altamente tecnificadas e produtivas, contrastando com outras de baixo incremento tecnológico e de subsistência. O Norte de Minas, embora não seja uma bacia leiteira, apresenta uma grande quanti-
Revista de Extensão do IFNMG
dade de pequenos e médios produtores de queijo e/ou requeijão, sendo a atividade de grande influência na renda familiar desses pecuaristas. Embora os produtos apresentem relevância econômica, social e cultural, eles são processados com matéria-prima e práticas higiênicas inadequadas. O diagnóstico das Boas Práticas Agropecuárias (BPA) aplicadas pelos produtores de queijo cozido e/ou requeijão moreno para registro e certifi-
cação no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Salinas- MG demonstrou diferenças entre as propriedades, que variam desde as características de manejo e infraestrutura, até as condições higiênico-sanitárias na obtenção do leite. O colaborador do projeto, Prof. Dr. Thiago Moreira dos Santos, reforçou aos produtores que, para fins de certificação de origem e qualidade dos produtos (queijo cozido e requeijão), há instruções normativas que re173
Rosiane Suelen Santos
Local de armazenamento dos medicamentos (propriedade com ordenha manual).
Rosiane Suelen Santos
Ordenha manual com prática de higiene e segurança do trabalho inadequada.
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gulamentam a produção, transporte e processamento do leite. Foram entrevistados cinco produtores, com faixa etária entre 40 e 77 anos. Segundo o produtor Geraldo (77 anos), a atividade leiteira o acompanha desde a infância, da qual recorda a época de “menino”, colaborando com seu avô e seu pai na “tirada” de leite no curral. E hoje, como produtor, reforça a importância do conhecimento na melhoria da atividade: “Minha filha, esse projeto ‘seus’ é muito importante para nós da região. O Instituto Federal trouxe muita melhoria ‘pra’ nós, já participei de outros trabalhos com vocês e minha propriedade está sempre de portas abertas.” A sua esposa, a Sra. Emília, complementou: “Nossa, hoje eu vejo o quanto é importante ter assistência na propriedade. Fazemos as coisas, muitas vezes, de forma errada, e o leite temos que ter toda higiene”. Durante as entrevistas e visitas in loco às propriedades leiteiras, pôdese observar que, dentro do mesmo tipo de sistema de ordenha, ocorrem diferenças em relação ao manejo adoAprende-se ensinando nos Vales e Gerais
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Coleta e amostra de leite para análise de Contagem Bacteriana Total (CBT).
Produto ácido utilizado na limpeza da ordenhadeira.
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Visita in loco da acadêmica bolsista a um dos produtores
Rosiane Suelen Santos
tado com os animais (linha de ordenha), higienização da ordenha e do ordenhador, procedimentos sanitários, produtos e utensílios utilizados, assim como o conhecimento e aplicação do teste da caneca e realização do CMT (California Mastit Test), para diagnóstico da mastite. Acrescenta-se a esse cenário do conhecimento a falta de assistência técnica especializada aos produtores rurais na região do norte de Minas Gerais, que, muitas vezes, por falta de uma correta orientação, não realizam o tratamento e a prevenção da mastite adequadamente. O sistema de produção de todas as propriedades leiteiras consiste no “a pasto”, tendo o fornecimento de concentrado e sal mineral diariamente, em local adequado, com cobertura. Observou-se uma boa interação homem-animal nas propriedades, refletindo as cinco liberdades: garantir que os animais sejam livres de sede, fome e desnutrição; que os animais sejam livres de desconforto; que os animais estejam livres de dor, lesões e doenças; que os animais sejam livres de medo e garantir a expressão dos padrões normais de comportamento animal. No momento da ordenha, verificou-se que as propriedades leiteiras adotam algumas práticas inadequadas à obtenção higiênica do leite, como: uso de pano para secagem dos tetos após lavagem deles; sistema de refrigeração insuficiente às normas vigentes, limpeza dos latões de leite (de plástico) somente com detergente e uso de água não tratada para higienização da sala de ordenha e equipamentos/utensílios utilizados. No quesito sanitário, as propriedades leiteiras vacinam os animais conforme determinado pelos órgãos sanitários, sendo as principais vacinas apresentadas: aftosa, brucelose, raiva, clostridiose, leptospirose e botulismo. Entretanto, nenhuma propriedade realiza os testes para brucelose e tuberculose, conforme preconiza a legislação vigente, tendo em vista seu potencial zoonótico pela veiculação por meio do leite cru, como no queijo cozido. Práticas como a ausência
de medidas profiláticas,como o CMT (California Mastit Test), o teste da caneca e a linha de ordenha foram encontradas em 75% das propriedades. Ao questionar sobre a enfermidade “mastite”, foi observado o conhecimento dos produtores, conceituando-a como: “inflamação/infecção da glândula mamária”, “grumos no leite”
e “um trem que faz mal para a vaca, que passa para os humanos e transmite por falta de higiene”. O coordenador do projeto, Prof. Dr. Júlio César Oliveira Dias, destacou que, nesse ponto, pode-se observar que os produtores têm o conhecimento de que a mastite causa um processo infeccioso e inflamatório na glândula mamária e 175
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Ordenha manual com a presença do bezerro ao pé.
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Local de armazenamento dos medicamentos (propriedade com ordenha manual).
ela pode ser diagnosticada, indiretamente, ao observar o leite retirado na ordenha. Além disso, ele destacou que os produtores possuem consciência de que a doença determina um quadro de ausência de bem-estar nas vacas, e que um manejo sanitário eficiente diminui a transmissão dos agentes infecciosos. O leite cru é armazenado em latões de plástico, sob temperatura ambiente e transportado em veículo aberto, sendo processado em um intervalo de 3 a 6 horas. Essa prática é considerada uma “Não Conformidade” pela legislação brasileira, pois, além da falta de proteção contra intempéries no transporte, a entrega do leite, à temperatura ambiente, deve ocorrer em até duas horas após o final de cada ordenha, ou resfriado a 4°C, em até 3 horas. “Esse resultado nos preocupa, pois, certamente, influencia na contagem bacteriana e na qualidade do produto, além de ser um quesito restritivo para aqueles produtores que queiram adquirir o Selo Arte, imporAprende-se ensinando nos Vales e Gerais
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tantíssimo para permitir a comercialização dos produtos em todo território nacional”, explica o professor Thiago Moreira dos Santos. Nas análises laboratoriais, a Contagem Padrão em Placas (CPP) do leite usado na fabricação do queijo cozido variou de 6,2x105 a 2,7x106 UFC/mL, fora do padrão máximo de 3,0x105 UFC/mL, de acordo com a Instrução Normativa 76/2018, do Ministério da Agricultura. Estes valores corroboram as falhas encontradas no diagnóstico das BPA como falta de higiene do ordenhador, falta de controle da qualidade da água, refrigeração inadequada do leite, falhas na obtenção higiênica do leite e instalações inadequadas. Já os parâmetros físico-químicos avaliados (Acidez titulável, Crioscopia, Densidade, Gordura, Extrato Seco Total e Desengordurado, Temperatura) atenderam os valores, conforme determinado na IN 76, art. 8. Contudo, as BPA assumem importância na produção leiteira por serem
Rosiane Suelen Santos
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Análise laboratorial microbiológica (CBT).
Contagem Bacteriana Total (CBT) . Análises dos parâmetros físicoquímicos do leite.
um conjunto de ações que, após realizadas, acarretam ganhos de produção, produtividade, qualidade, segurança do alimento e sustentabilidade para as fazendas e para toda a cadeia leiteira. Durante as visitas técnicas, os produtores foram informados sobre todas as irregularidades encontradas e sobre como proceder para realizar os
ajustes e correções necessárias, porém em função das restrições decorrentes da pandemia, ainda não foi possível realizar o momento formativo (dia de campo ou palestra). Esse encontro será agendado em data oportuna e serão salientadas as orientações já fornecidas, além de uma sensibilização e capacitação específica sobre as boas práticas. 177
Coordenador: Júlio César Oliveira Dias Bolsistas: Natan Dias de Oliveira e Anne Karoline Mendes da Silva Colaborador: Luciano Xavier dos Santos Texto: Natan Dias de Oliveira Campus: Salinas
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Adubação da água de um tanque escavado.
Projeto
Elaboração de Informativos Técnicos para Piscicultores do Norte de Minas A piscicultura vem demonstrando, nos últimos anos, seu crescimento e importância para o agronegócio brasileiro, destacando-se como uma atividade muito eficiente na produção de proteína de origem animal de excelente qualidade. O Norte de Minas possui condições climáticas favoráveis para a produção de diversos peixes tropicais o ano inteiro, evitando a monocultura. O objetivo deste trabalho foi desenvolver cartilhas para capacitar técnicos e trabalhadores, para que alcancem cada vez mais níveis de conhecimento para aumentar a produtividade e rendimento na sua criação. Inicialmente foi realizado um levantamento sobre as principais demandas dos piscicultores e técnicos de campo. No segundo momento, foram determinados os conteúdos a serem trabalhados e elaboradas as cartilhas, com linguagem simples e objetiva. Essa produção de cartilhas ilustradas forneceu o conhecimento técnico-científico aos piscicultores e técnicos da área, sanando, assim, dúvidas relacionadas aos sistemas de produção de peixes.
A
região de Salinas tem um grande potencial para a piscicultura devido à presença de inúmeras barragens em seu entorno, e ao trabalho de diversos piscicultores, com produção em tanques escavados ou piscinas de lona e tanques-redes. Dessa forma, a realização do projeto de extensão “Elaboração de Informativos
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Técnicos para Piscicultores do Norte de Minas”, pelos discentes do Curso de Medicina Veterinária do IFNMG - Campus Salinas, Natan Dias de Oliveira e Anne Karoline Mendes da Silva, sob a coordenação do professor Júlio César Oliveira Dias, propiciou uma maior difusão de conhecimento a técnicos e a pequenos, médios e grandes produtores, promovendo
um maior desenvolvimento da produção piscícola na Região de Salinas. Mesmo possuindo todo um potencial macro, por parte do país e micro, por parte da região do Norte de Minas, especificamente, da região de Salinas-MG, o conhecimento técnico da piscicultura acaba por se concentrar nos grandes produtores, não chegando às classes de menor
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
produtividade. Há uma enorme carência de profissionais especializados para disseminar todo o conhecimento que o país adquiriu com pesquisa e tecnologia. Muitas vezes, tais informações não conseguem chegar ao produtor por profissionais da área por vários motivos, como a longa distância das propriedades e a falta de técnicos com experiência adequada. Diante disso, foram desenvolvidas as cartilhas com o intuito de difundir o conhecimento técnico-científico em piscicultura de forma simples e concisa; melhorar o nível técnico e fomentar a prática da piscicultura na região; aumentar a diversificação de tecnologias utilizadas na piscicultura e a qualidade dos produtos piscícolas; estimular a prática extensionista nos discentes; e produzir uma ferramenta de auxílio ao trabalho dos técnicos de campo. A primeira etapa de execução do projeto foi realizar levantamento Revista de Extensão do IFNMG
prévio, com a ajuda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo de Minas Gerais - EMATER-MG (Regional Salinas), sobre a presença de piscicultores e técnicos de campo na região e suas principais demandas por assistência técnica na piscicultura. Analisaram-se também
Luciano Xavier dos Santos
Analisando a turbidez da água com um disco de Secchi.
as principais ações, entraves e resultados positivos do projeto de extensão realizado em 2018, pelos alunos Natan Dias e Jonas Lopes, pelo qual foram realizados atendimentos técnicos (in loco) em quatro pisciculturas da cidade de Salinas. Com base nesses resultados, a se179
Tanque de piscicultura escavado vazio.
gunda etapa foi determinar os conteúdos/temas a serem trabalhados e elaborar a cartilha digital e física. Os temas selecionados foram: qualidade da água; manejo nutricional; implantação da produção em tanque rede e tanque escavado; e as principais espécies de peixes utilizadas na criação comercial. Os três primeiros temas foram apresentados em forma de cartilhas, individualmente, e o último tema foi produzido em forma de folder, com uma apresentação mais resumida e direta das informa180
Luciano Xavier dos Santos
Luciano Xavier dos Santos
Tanques de pisciculturas escavados do IFNMG Campus Salinas.
ções, contendo imagens/exemplos das principais espécies de peixes comerciais adaptadas e viáveis à região norte de Minas Gerais. Nas cartilhas foi utilizada uma linguagem simples, com frases concisas e objetivas, além de tabelas, gráficos, desenhos esquemáticos e fotos, para que o conhecimento fosse de fácil aquisição. As fotos foram produzidas em propriedades da região de Salinas, cedidas por outras fontes e de própria autoria. Após a finalização da elaboração das carti-
lhas, essas foram distribuídas para produtores da região. A forma como o conteúdo foi transmitido pela cartilha promoveu boa capacitação e melhora do nível de profissionalismo, por meio da sua utilização como forma de assistência técnica, à disposição em tempo integral, possibilitando ao piscicultor se manter no mercado de forma sólida e lucrativa. Em relação ao conhecimento adquirido pelos discentes, houve grande colaboração com a percepção da realidade, permitindo aquisição de conhecimentos teóricos e práticos, de forma interdisciplinar, nas áreas de piscicultura, sanidade, nutrição e produção animal, administração e extensão rural, existindo também maior oportunidade de explorar uma nova forma de oferecer assistência técnica. Por outro lado, porém, podemos pontuar que ainda há necessidade de elaboração de mais cartilhas adaptadas à região, abordando diversos outros temas, isso devido à carência de assistência técnica especializada na área. Para a estudante Anne Karoline, bolsista do projeto, a execução das
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Luciano Xavier dos Santos
Tanque de piscicultura escavado vazio revestido com lona de geomembrana.
cartilhas proporcionou conhecimento tanto para os discentes quanto para os produtores. “Por conta da criação das cartilhas, pudemos perceber mais sobre a realidade da piscicultura na região e como os produtores atuam. Dessa forma, sanamos alguns problemas e visualizamos dificuldades que podem ser abordadas em futuras atividades extensionistas na piscicultura”, enfatizou a bolsista. Com a produção dos materiais, destaca-se que haverá um aumento do conhecimento sobre a piscicultura e seus sistemas de produção para o Norte de Minas Gerais. O conhecimento técnico-científico, apresentado de forma simples, promoveu Revista de Extensão do IFNMG
Capas das cartilhas desenvolvidas no projeto.
a capacitação e melhoria do nível de profissionalismo. Além disso, as cartilhas são ferramentas de auxílio ao trabalho dos técnicos de campo e uma forma de estímulo à práti-
Júlio César Oliveira Dias
Júlio César Oliveira Dias
Folder desenvolvido no projeto.
ca da piscicultura na região, assim como podem auxiliar no aumento da diversificação de tecnologias utilizadas e na qualidade dos produtos piscícolas. 181
Alunos integrantes do projeto - registro de um dia de trabalho antes da pandemia.
Projeto
Ensino de física - "Robótica Educacional"
Coordenadora: Maria da Penha de laia Bolsista: Wellison Gonçalves Oliveira Voluntários: Patrícia Barbosa Sousa e Eduardo Lopes dos Santos e Paumer Colaborador: Thiago Texto: aria da Penha de laia Campus: Salinas
A Robótica vem sendo utilizada para melhorar o ensino/aprendizagem, demonstrando grande potencial para contribuir com o ensino de Física, aplicado ao contexto de evolução tecnológica. A utilização da robótica nas escolas pode ser uma estratégia instigante para os alunos, levando-os a se interessarem pela disciplina de Física, vista, por muitos, como distante das aplicações cotidianas. O presente trabalho teve como foco a construção e utilização de robôs no ensino de Física, em escolas públicas deste município. Devido ao estado de pandemia causada pela COVID-19, a aplicação foi feita por meio de gravação de videoaulas e disponibilização dos materiais para as escolas parceiras de Ensino Médio, no município de Salinas- MG. Os aparatos foram elaborados por quatro alunos da licenciatura do IFNMG- Campus Salinas, sendo: três do curso de Física e um do curso de Matemática. Utilizando uma pesquisa feita com recurso Google Formulário e também depoimento dos alunos integrantes do projeto, constata-se que os alunos demonstraram mais interesse em aprender Física, ao utilizar, como recurso didático, os robôs. A estratégia instigou os discentes em relação à aplicabilidade da Física no seu cotidiano.
A
tecnologia surge para suprir as necessidades da população e evolui, constantemente, no decorrer dos anos. Nesse contexto, temos que fazer mudanças nas práticas pedagógicas, para atender os estudantes e as necessidades da comu-
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nidade, que questionam a educação tradicional. Visando contribuir com ensino/ aprendizagem, uma opção dentro do contexto de aprendizagem de Física é a utilização de dispositivos tecnológicos. Assim, a presença destes artefatos no cotidiano dos
alunos e o entendimento de sua aplicabilidade apresentariam aspectos favoráveis para a compreensão do conhecimento científico. O projeto Ensino de Física - “Robótica Educacional” se baseou em idealizar e construir robôs, visando à utilização destes no ensino de Físi-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
ca. Os artefatos tecnológicos foram construídos por quatro alunos dos cursos de licenciatura do IFNMGSalinas, no ano de 2020. A aplicação se deu por meio de videoaulas, em escolas públicas de Salinas/MG. Os encontros para construção dos robôs também foram virtuais. Em suma, o projeto robótica foi um desafio aos futuros professores, que tiveram que buscar conhecimentos que os possibilitasse idealizar, construir os robôs e montar uma sequência de ensino de conceitos físicos, utilizando os robôs como recurso didático.O objetivo da aplicação foi ajudar os alunos a
organizarem os conceitos estudados, comprovarem e visualizarem a aplicabilidade da Física em aparatos tecnológicos. Nesse contexto, os alunos teriam oportunidades de aprender a construir esquemas, medir grandezas físicas, utilizar instrumentos e analisar resultados encontrados. O desenvolvimento deste trabalho resultou na construção de robôs, gravação de videoaulas e disponibilização do material para escolas públicas do município de Salinas-MG. Em todas as etapas, mesmo que remotamente, as atividades proporcionaram um ambiente instigante,
no qual os alunos idealizaram, construíram robôs, gravaram videoaulas e divulgaram nas escolas. Ficou evidente a aceitação desta metodologia para os integrantes do projeto, que demonstraram muito interesse em continuar com o esse trabalho em 2021 e envolver os alunos de escolas públicas deste município, também na construção dos robôs. Acredita-se que, ao envolver os alunos dos Ensinos Médio e Fundamental na construção dos robôs, o processo ensino-aprendizagem ficou mais dinâmico e permitiu a interação social e a troca de ideias.
Os robôs construídos são: Carrinho de Controle Remoto – Gamma.
O aluno Wellison, do curso de Matemática, construiu um aparato sustentável, movido por motores de uma impressora antiga, e sua estrutura foi elaborada com palitos de picolé.Os materiais foram escolhidos, visando demonstrar possibilidades de construir robôs com sucata. Foi utilizado para explicar eletrodinâmica e cinemática.
Braço robótico
O braço robótico foi construído pela aluna do curso de licenciatura em Física, Patrícia. O robô pega objetos de um local e transporta para outro pré-determinado; a programação foi feita utilizando a placa de arduino. Os materiais foram: MDF, servos motores e potenciômetros e placa de arduino. Foi utilizado para explicar alavancas, torque.
Revista de Extensão do IFNMG
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Seguidor de linha – Construído em 2019, utilizado para explicar ondas eletromagnéticas.
Robô Explorador X
O robô explorador X foi construído pelo aluno do curso de licenciatura em Física, Eduardo. Os materiais utilizados foram: microcâmera wifi (que tem capacidade de transmitir imagens em tempo real para computadores ou smartphones); motores DC 3V, que são conectados a uma placa motor driver e uma placa de arduino. Ele consegue adentrar em locais pequenos e de difícil acesso para o ser humano, gerando imagens, usando seus sensores, anda de forma autônoma e se desvia de obstáculos. Foi utilizado para explicar ondas mecânicas e eletromagnéticas.
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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Cláudio Márcio Dias Ferreira Colaboradores: Alana Mendes Silva, Warley Sousa Dias, Bruno Rafael Gomes de Carvalho, Sebastião Rodrigues de Aguiar Filho e Mário Sérgio Silveira da Costa Texto: Cláudio Márcio Dias Ferreira Campus: Reitoria
O projeto estabelece ações integradas e alinha ações de capacitação e de convivência social.
Projeto
Alvorada O Projeto Alvorada visa a reinserção social e produtiva dos egressos do sistema prisional, por meio da oferta do curso Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão. O projeto, que é único em execução no país, possui o diferencial fundamental de levar em consideração a pessoa egressa em sua integralidade, dispondo de uma rede de apoio psicossocial, além de uma bolsa de permanência. O trabalho é um fator de redução de vulnerabilidades sociais, proporcionando as pessoas egressas do sistema prisional novas possibilidades de reconhecimento, socialização e autoconstrução.
A
Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, há mais de 100 anos, atua na qualificação de jovens e adultos para o mercado de trabalho e o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) vem se destacando como uma instituição de referência nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; regiões Noroeste e Norte de Minas Gerais, no tocante à oferta de educação profissional e tecnológica. Nesse contexto e na busca de intensificar a Educação Profissional
Revista de Extensão do IFNMG
como compromisso social, o Projeto Alvorada visa a reinserção social e produtiva dos egressos do sistema prisional, por meio do qualificação profissional e educação cidadã emancipadora. O curso Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão, com duração de 500 horas, além de 3 meses de estágio ou autogestão, oferece oportunidades para o desenvolvimento profissional e educacional deste grupo social . Este projeto é o resultado de uma ação conjunta entre o Departamento Penitenciário Nacional
(Depen); a Reitoria do IFNMG, através da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC) e o Campus Montes Claros; e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública por meio do Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PRESP). Ao longo do processo de implantação do curso, foram distribuídas as responsabilidades para cada Instituição participante nas diversas fases do projeto, cabendo ao IFNMG planejar, coordenar, executar e acompanhar todas as etapas do projeto. 185
O projeto dispõe de uma rede de apoio psicossocial que conta com assistente social e psicólogo.
Proposta do Projeto Atualmente, a população carcerária brasileira é de aproximadamente 726 mil presos, configurando a terceira maior população prisional do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Ao final do cumprimento da pena, que marca o retorno do sujeito para o convívio social, os desafios são intensificados, a começar pela falta de acesso aos direitos básicos e aos serviços e políticas públicas de saúde. Tais fatores de risco atuam como ingredientes catalisadores para a reincidência criminal. A assistência na ressocialização de pessoas egressas do sistema prisional é garantida pela Lei de Execução Penal no seu primeiro artigo, no entanto, tanto na esfera profissional, quanto na educacional, ela é ofertada de forma incipiente. Fatores como discriminação praticado pelos possíveis contratantes e/ou barreiras pessoais das próprias pessoas egressas (habilidades e potencialidades laborais fracas ou pouco desenvolvidas, educação limitada, falta de experiência) são grandes obstáculos para essa ressocialização. 186
Assim, acredita-se que o presente projeto que, atualmente é único em execução no país dentre os 14 projetos aprovados pelo Depen em 6 estados brasileiros, possui o diferencial fundamental de não somente estabelecer ações isoladas de capacitação e/ou oferta de vagas, mas de unir as duas frentes de atuação, além de levar em consideração a pessoa egressa em sua integralidade. O projeto estabelece ações integradas com o objetivo de empoderar as pessoas egressas enquanto cidadãos de direitos básicos e, a partir desse princípio de cidadania, implementa um processo metodológico sistêmico, alinhando ações de capacitação, laboral e de convivência social, com atividade laborais. Para isso, o projeto em execução pelo IFNMG iniciado em 02/08/2021, dispõe de uma de rede de apoio psicossocial - assistente social e psicólogo - de modo a proporcionar maior autonomia e responsabilidade em relação aos rumos da sua própria vida, sem olvidar do necessário comprometimento que todos os alunos devem destinar a conclusão do curso.
A assistência na ressocialização de pessoas egressas do sistema prisional.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Aula inaugural com a participação do Depen e Sejusp, Defensora Pública de execuções penais de Montes Claros.
O Projeto Alvorada possui o diferencial fundamental de não somente estabelecer ações isoladas de capacitação, mas de levar em consideração a pessoa egressa em sua integralidade.
O curso e a bolsa de permanência aos alunos Os alunos, selecionados pelo PRESP, a partir de diretrizes padronizadas pelo Depen, possuem aulas diárias. As disciplinas são divididas em técnicas (Eletricidade Básica, Projetos e Instalações Prediais, Execução de Projetos Elétricos), de empreendedorismo (Empreendedorismo e Inovação), disciplinas básicas (Informática, Matemática e Língua Portuguesa), e por disciplinas de apoio psicossociais (Projeto de vida, Tópicos em saúde e Desporto), além Revista de Extensão do IFNMG
O Pró-Reitor de Extensão e Cultura Rony Enderson substancia a importância das parcerias na oferta de oportunidades para o desenvolvimento profissional e educacional.
do apoio sociopedagógico das tutoras individualizados. Para o estágio, há um supervisor que fornece suporte administrativo a sua realização, além da prospecção de oportunidades de estágio junto com gestor do Projeto. Como incentivo e ajuda, todos os participantes recebem, durante os oito meses de aulas, uma bolsa mensal no valor de R$ 787,50 que está vinculado a frequência regular ao curso. Além do recurso, há uma ajuda de custo no valor R$ 616,00 para a compra de um kit de ferramenta para eletricista, uma contribuição para o desenvolvimento da qualificação e do trabalho.
Conclusão O presente projeto considera o trabalho como um fator de redução de vulnerabilidades sociais, proporcionando as pessoas egressas do sistema prisional novas possibilidades de reconhecimento, socialização e autoconstrução, na medida em que viabiliza condições para que os sujeitos sejam inseridos na estrutura produtiva.
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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Nágila Alves Nascimento
Ordenha mecânica espinha de peixe na Fazenda Rancho Vitrine.
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Serra da Retirada, Arinos
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Por meio da conscientização e envolvimento da comunidade, o projeto buscou promover esterilizações de cães e gatos em situação de abandono e/ou provenientes de famílias de baixa renda na cidade de Arinos.
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www.ifnmg.edu.br facebook.com/ifnmgoficial instagram.com/ifnmg_oficial
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