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Grupo de Gestantes Mães do Vale em Ambiente Virtual
Coordenador: Daiane Prates Mendonça Bolsista: Thauany Santos Monteiro e Cibely Souto de Oliveira Voluntários: Andressa Ferreira da Silva, Bruno Ferreira Silva, Caique Santos Cardoso e Pamela Moreira dos Santos Colaboradora: Mariana Xavier de Souza Texto: Daiane Prates Mendonça e Mariana Xavier de Souza Campus: Almenara
Discente Thauany falando sobre os cuidados com o recém-nascido.
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Projeto Grupo de Gestantes Mães do Vale em Ambiente Virtual
A vivência refere-se à experiência de discentes do IFNMG, Campus Almenara, durante a participação no projeto de extensão Grupo de Gestantes Mães do Vale, realizado, virtualmente, no ano de 2020, que objetivou oferecer informações educativas confiáveis, promover a troca de experiências e fortalecer as práticas educativas de duas USF do município de Almenara-MG. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. O projeto mostrou-se exitoso, pois proporcionou aos discentes autonomia e empoderamento na condução das atividades extensionistas, bem como se tornou primordial para a assistência à saúde durante o isolamento social, sendo inspirador para realização em outras instituições de saúde. Ademais, provou que investir em educação em saúde é uma estratégia eficaz na promoção e prevenção da saúde.
Em virtude da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) iniciada no ano de 2020, o distanciamento social tornou-se necessário, como uma das medidas de biossegurança para evitar a propagação do vírus. Em virtude disso, o Grupo de Gestantes Mães do Vale ficou impossibilitado de conhecer de perto as dúvidas e anseios de cada gestante. Comprometeram-se também as trocas de experiências e a propagação de informações sobre as alterações e modificações corporais e emocionais no organismo da mulher, bem como as implicações que essas mudanças impactam no ambiente de trabalho e familiar, antes abordados durante as rodas
Discente Cibely falando sobre atividade sexual na gestação.
Daiane Prates Mendonça
de conversas em grupo. Portanto, fez-se necessário buscar alternativas para promover atividades em grupo de forma remota. Logo, no ano de 2020, desenvolveu-se o Grupo de Gestantes Mães do Vale, por meio do aplicativo WhatsApp, com o objetivo de oferecer informações educativas confiáveis, promover a troca de experiências e fortalecer
Enfermeira obstetra Mariana Xavier falando sobre parto humanizado.
Daiane Prates Mendonça
Enfermeira Adalvânia falando sobre o retorno à unidade de saúde após o parto.
as práticas educativas em duas Unidades de Saúde da Família (USF), no município de Almenara-MG.
Nessa perspectiva, o objetivo dessa publicação é descrever, por meio de um relato descritivo e qualitativo, a experiência de quatro discentes, ao desenvolverem ações educativas para mulheres no ciclo gravídico puerperal por meio do WhatsApp. A equipe do projeto foi composta por docente, discentes do Curso Técnico em Enfermagem e do Curso Superior de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Campus Almenara e por uma enfermeira obstetra de um hospital da cidade. Contou também com a participação de colaboradores externos das diversas áreas da saúde. As ações foram realizadas entre os meses de julho e dezembro do ano de 2020, em cinco momentos distintos, sendo eles: capacitação dos discentes; cadastro das gestantes; produção de vídeos; formação do grupo WhatsApp; realização das ações educativas. O grupo de WhatsApp contou com a participação de 79 gestantes, sendo que, ao longo do projeto, algumas se tornaram puérperas. Os temas trabalhados foram apresentados em formato de vídeos educativos de fácil compreensão, produzidos pela equipe multiprofissional. Ao final do projeto, as discentes foram convidadas a expressarem seus sentimentos, objetivando contribuir com a formação acadêmica dos extensionistas, bem como em projetos futuros.
Thauany Santos Monteiro, bolsista do projeto, relatou “dificuldade em entender a ficha cadastral das participantes com clareza, o que poderia tornar-se um problema, mas não ocorreu, devido ao fácil acesso às enfermeiras das USF”. Ademais, complementou, dizendo que “a criação do grupo virtual facilitou a propagação das informações, permitindo a interação entre os integrantes da equipe e o público-alvo; e dificultou, pois nem todas as gestantes conseguiam participar pontualmente, fazendo com que os temas abordados se perdessem no decorrer das conversas”. Já a Cibely Souto de Oliveira, também bolsista, informou a ”falta de intimidade com os meios utilizados para compartilhamento de arquivos, como o
Daiane Prates Mendonça
Educadora física Mariana falando sobre atividade física na gestação.
Google Drive e Classroom, além da timidez por ter que gravar os vídeos”, barreiras que foram superadas ao longo dos meses, com a aquisição de novos conhecimentos, ao realizar buscas por fontes confiáveis e utilizar plataformas na nuvem.
Andressa Ferreira da Silva, voluntária, relatou “insegurança” no início do projeto, e “incerteza quanto ao conhecimento e sabedoria suficientes para transmitir as informações para as gestantes; porém, destacou que a formação recebida com os demais colegas foi um fator facilitador para o processo de aquisição e transmissão de conhecimentos.
Para Pamela Moreira dos Santos, também voluntária, a dificuldade foi conciliar a rotina pessoal com as atividades do projeto, em virtude do nascimento do seu filho, mas relatou que “o projeto pode contribuir significativamente para um maternar saudável, pois mesmo que o SUS ofereça o pré-natal gratuito, muitas vezes, as gestantes não têm acesso à informação direta com o profissional da saúde. Com o projeto, as mulheres poderiam tirar as dúvidas com profissionais, trocar experiências, aprender com
Daiane Prates Mendonça Daiane Prates Mendonça
Técnica em enfermagem Iara falando sobre amamentação.
Discente Cibely falando sobre atividade sexual na gestação.
Enfermeira Adalvânia falando sobre o retorno à unidade de saúde após o parto.
Daiane Prates Mendonça
Daiane Prates Mendonça
Momento de troca de experiência e tira-dúvidas.
cada tema abordado (que, muitas vezes, só conhecemos de ouvir falar), eliminando, assim, o medo do desconhecido que persegue muitas gestantes”.
E, por fim, a bolsista Cibely relatou que “o despertar por assuntos relacionados às gestantes, que não são estudados na academia, trouxe conhecimentos que nunca imaginava adquirir, podendo também compartilhar com quem precisa, além de contribuir para a atuação profissional”. Para as demais discentes, ficou evidente que “as experiências adquiridas foram inúmeras, lidar com o público, conhecer seus anseios e estar presente em um momento único da vida de cada mulher proporcionam um olhar mais consciente e humanizado para com o próximo, como também o crescimento intelectual e a realização pessoal, constantemente presente durante o projeto”, e, sobretudo, destacam o fato de o projeto ter superado as expectativas, já que fora realizado durante o período de isolamento social , deixando marcas para a vida”.
Observou-se que, apesar das dificuldades, as discentes conduziram o projeto da melhor forma possível, sendo percebido por meio das suas falas. Nota-se que as discentes puderam observar que o acompanhamento remoto auxiliou as mulheres a lidarem com a gestação em tempos de pandemia, tendo em vista a facilidade de ter o conhecimento científico nas “mãos”, além de possibilitar trocas de experiências com outras mulheres da mesma fase gestacional e também com puérperas. Por fim, acredita-se que o grupo de gestantes virtual se fez necessário para a continuidade da assistência à saúde da mulher em tempos de pandemia, podendo ser inspirador para outras instituições de saúde, por fortalecer e aproximar as participantes de unidades de saúde e do meio social.