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Obtenção de etanol (CH3CH2-OH) 70° INPM: através da diluição de etanol 92.8° INPM e destilação de bebidas alcoólicas 40% (v/v)

Coordenador: Saulo Fernando dos Santos Vidal Bolsistas: Ana Clara Santos Cardoso, Antony Samuel Soares e Maia, Arianny Alzira Gonçalves Pereira e Raphael Mesquita Borborema Voluntários: Carlos Henrique Gonçalves Sant’ana e Norberto dos Santos Araújo Filho Colaboradores: Antônio Geraldo de Oliveira, Daniel Rodrigues Magalhaes, João Carlos Gonçalves, Mario Sergio Costa da Silveira, Otavio Cardoso Filho, Ramon Geraldo Campos Silva e Robson Antônio de Vasconcelos Texto: Raphael Mesquita Borborema Campus: Montes Claros

Produção de álcool 70° INPM a partir da diluição do etanol 92.8° INPM e da destilação de bebidas alcoólicas 40%.

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Projeto Obtenção de etanol (CH3CH2-OH) 70º INPM

através da diluição de etanol 92.8° INPM e destilação de bebidas alcoólicas 40% (v/v)

A pandemia pelo novo coronavírus (COVID-19) causou um aumento considerável na procura por álcool, eficaz na inativação do microrganismo. Com a escassez deste produto no mercado da cidade, docentes e discentes do curso de Engenharia Química e técnicos laboratoriais do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Montes Claros diluíram etanol 92.8° INPM à 70° INPM. Além disso, foi produzido etanol 70° INPM pela destilação de bebidas alcoólicas 40% (v/v) e sabonete líquido. Requisitaram-se cerca de mil litros de hipoclorito de sódio para dissolução e montagem de kits de higienização, para distribuição à comunidade local.

Nosso projeto teve início em março de 2020, com o marco da pandemia pelo novo coronavírus (SARSCoV-2), com o objetivo de ajudar a comunidade local a se prevenir e, de certa forma, colaborar para diminuir a transmissão desse vírus. Nosso trabalho se resumia em produzir etanol 70° INPM por meio da diluição, com água deionizada, de etanol 92.8° INPM, cedido pela Secretaria Municipal de Saúde. Esse foi o intuito principal do projeto, apoia-

Os kits, contendo álcool e sabonete, foram distribuídos para os Hospitais Aroldo Tourinho e Universitário Clemente de Faria, na cidade de Montes Claros e para população vulnerável no entorno do Campus Montes Claros/IFNMG.

do pela Secretaria de Saúde do município. Esperávamos realizar a dissolução de três mil litros de álcool etílico 92.8° INPM, acumulando um total de quatro mil e duzentos litros de etanol 70° INPM. Mas, antes de continuar, fazemos uma pausa para apresentar a equipe e falar um pouco da importância da precisão do álcool 70° INPM. A equipe é composta por professores, técnicos e discentes do Curso de Engenharia Química do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais.

Produção de sabonetes, para serem distribuídos aos órgãos de saúde e à população vulnerável.

Como coordenador do projeto, esteve o professor Saulo Fernando dos Santos Vidal (engenheiro químico); Daniel Rodrigues Magalhães (químico), João Carlos Gonçalves (engenheiro químico), Mário Sérgio Costa da Silveira (coordenador de Extensão), Otávio Cardoso Filho (biólogo) e Ramon Geraldo Campos Silva (engenheiro químico), que ajudaram no desenvolvimento do projeto. Dos técnicos, tivemos, como membros, os senhores Antônio Geraldo de Oliveira (técnico de laboratório) e Robson Antônio de Vasconcelos (técnico de laboratório). Por fim, e não menos importantes, os discentes que, mesmo com algumas dificuldades, estiveram lá: Ana Clara Santos Cardoso, Antony Samuel Soares e Maia, Arianny Alzira Gonçalves Pereira, Carlos Henrique Gonçalves Sant’ana, Norberto dos Santos Araújo Filho e eu, Raphael Mesquita Borborema, sendo todos do Curso de Engenharia Química. Como dito em entrevista pelo prof. Otávio, “o álcool acima de 90% tem uma volatização mais rápida, ou seja, ele evapora rapidamente”, e isso faz com que o vírus não seja aniquilado na superfície, bem como em porcentagens inferiores a 70%. Inicialmente, o projeto era suportado apenas pelos professores, técnicos, pela Ana, o Norberto e por mim, mas o trabalho foi evoluindo e recebemos a proposta de destilar bebidas alcoólicas apreendidas pela Receita Federal. Surgiu também o interesse de produzirmos sabonete líquido, sendo o Robson responsável pela pesquisa e treinamento. Vimos a necessidade de mais integrantes para nos ajudarem. Foi quando os demais colegas se juntaram a nós nesta missão de solidariedade. O que não faltaram, durante o projeto, foram dificuldades, em decorrência das medidas preventivas contra a COVID, principalmente no trabalho laboratorial, pois, como a metodologia de trabalho era em equipe, foi necessária a divisão em turnos. Além disso, foi necessário redobrar as medidas de higiene e

O trabalho da equipe era dividido em turnos, seguindo todas as medidas sanitárias para prevenção da COVID-19.

Foram produzidos cerca de mil e seiscentos litros de sabonete.

cuidados pessoais e de higienização do ambiente de trabalho, fazendo-nos gastar tempo, além do estimado, na realização das tarefas de sanitização. Apesar dos impasses e do desgaste físico para execução de todas as atividades, contribuir no combate e controle da COVID-19, ao menos no entorno do campus, foi recompensador. O nosso intuito, no que diz respeito ao aspecto social, era ajudar o máximo de pessoas possível, e posso dizer que esse nosso objetivo atingiu proporções maiores que o esperado. Um grande exemplo da visibilidade e importância que o nosso trabalho conquistou foi a parceria com a Receita Federal, que nos permitiu ampliar nossa produção e, assim, atingir um público ainda maior.

Com a produção de sabonete, tivemos a ideia de requisitar três mil litros de álcool para envasar e mais mil litros de hipoclorito a 12% (v/v), para diluir e montar kits de higiene para a comunidade carente em torno do nosso campus. Pelas nossas expectativas, seriam montados um total de três mil kits. No entanto, como a pandemia se proliferou e a escassez de álcool nos hospitais foi maior, privilegiamos as entidades de saúde para receber a maior parte destes kits de higiene, tendo em vista os critérios perceptíveis destes ambientes para o momento em que estávamos vivenciando. Não obstante, além do sabonete e álcool, decidimos destinar, aos hospitais Aroldo Tourinho e Universitário Clemente de Faria, hipoclorito de sódio em sua concentração de 12% (v/v) para assepsia do ambiente, visto que, segundo o professor Robson, seria mais útil a estas entidades o produto com maior concentração para a limpeza geral.

Foram cerca de mil e seiscentos litros de sabonete produzido, mais de quatro mil e duzentos litros de álcool, entre esses destilado e diluído em procedimento de semi-batelada, controlando periodicamente a densidade e concentração e, aproximadamente, mil litros de hipoclorito de sódio. Produzir isto e distribuir aos órgãos de saúde e à população vulnerável no entorno do Campus Montes Claros foi de suma importância para fortalecimento das medidas municipais adotadas, bem como no auxílio para diminuir os casos de infecção pela COVID-19 na região onde o campus está inserido. A forma como o projeto foi realizado também garantiu a segurança de todos os envolvidos, tanto servidores do campus, quanto bolsistas, professores e cidadãos, que receberam as doações. Foi imensa a satisfação de poder fazer parte desta equipe, que esteve na linha de frente do combate ao SARS-CoV-2.

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