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Cursos livres: um itinerário formativo a distância

Coordenador: Lucas Diego Antunes Barbosa Voluntária: Sara Cristina Viana Rocha e Gustavo Gusmão Duarte Silva Colaboradores: Bergston Luan Santos, Geraldo Magela Matos, Rodolfo de Jesus Chaves, Eliane Cristina Gualberto Melo Mineiro, Flávia Emanuelle Alves de Freitas, Soraya Gonçalves Costa, Meirivam Batista de Oliveira, Lidiane Rodrigues Brito, Jean Pereira Coutinho, Anderson Vantuir Nobre Vieira, Michelle F. Terra Ematne, Isis Celena Amaral, Alexandre Santos de Sousa, Thiago Moreira dos Santos, Higor Alexandre Rodrigues Maia, Arthur Faria Porto, Ramon Ramos de Paula, Bruna Castro Porto, Felipe Cimino Duarte, Edilene Alves Barbosa, Leonardo Martins Nascimento, Agnaldo Monteiro Farias, Nilmar Bispo Santana, Nilsa Martins de Araújo, Admilson Eustáquio Prates, Andreia de Paula, Fabiano Rosa de Magalhães, Sejana Artiaga Rosa, telvino Rocha Araújo, Filipe Vieira Santos de Abreu, Sileimar Maria Lelis, Rosana de Jesus dos Santos, Geferson Damasceno Costa, Antônio Eustáquio Filho, Patrícia Emanuelle dos Santos Brito e André Canela Brito Nobre Texto: Bergston Luan Santos e Lucas Diego Antunes Barbosa Campus: Salinas

Curso livre Botânica em Casa I

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Projeto Cursos livres:

um itinerário formativo a distância

No ano de 2020 em virtude do distanciamento social imposta pela propagação da Covid-19, o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais-IFNMG suspendeu as atividades presenciais e frente a essa conjuntura, o projeto intitulado Cursos livres: um itinerário formativo a distância objetivou oferecer possibilidades de manutenção do contato com os estudos e formação aos estudantes e comunidade externa. Para tanto, a partir de docentes voluntários criou-se diversificados cursos livres a distância a fim de suprir a demanda anteriormente citada. É válido ressaltar que um curso livre à distância é um meio de educação não curricular de duração variável, destinada a proporcionar aos estudantes e trabalhadores conhecimentos que lhes permitam formar-se, profissionalizar-se e atualizar-se para o mundo do trabalho. Nesse sentido, os cursos foram ofertados com foco em trajetórias de formação que favorecessem a manutenção, continuidade e atualização dos estudos. Para operacionalização dos cursos, cada docente utilizou a ferramenta tecnológica mais conveniente. Aqui é importante ressaltar que ao encerramento dos cursos foi feita uma reunião com o corpo docente para um momento de escuta e análise do trabalho executado. Portanto, infere-se que os cursos livres proporcionaram tanto aos docentes quanto aos discentes maior aproximação com o uso de tecnologias digitais aplicadas em contexto educativo, considerando também ações de ensino e aprendizagem focadas numa abordagem qualitativa de ambas. Os discentes puderam começar a construir hábitos de estudo, gerenciar o tempo de estudo e a organizarem-se a médio prazo, consolidando possibilidades de aprendizagens qualitativas mesmo que em um contexto de Educação remota.

Bergston Luan Santos

Flyer de divulgação de momento de socialização das experiências com os cursos livres.

No ano de 2020 a situação de emergência forçada pela Covid-19 impôs às instituições educacionais diferentes desafios, que vão desde questões ligadas à aprendizagem até inúmeras dificuldades determinadas pela desigualdade social do país. No contexto, o ensino remoto emergencial apresentou-se como possibilidade e foi assim que nasceu a ideia de cursos livres não letivos. No início, a premissa era desenvolver atividades com intencionalidade pedagógica mediada pelo uso de diferentes tecnologias, mas com recortes específicos sobre as diferentes áreas de conhecimento. A tentativa inicial e objetiva era diminuir os impactos negativos na aprendizagem, mas também manter contato dos estudantes e da comunidade externa junto a instituição.

A partir da legislação, considerando a Lei de Diretrizes e Bases 9.394 de 1996 e o decreto nº 5.154 de 2004. Chegamos ao entendimento que poderíamos construir itinerários formativos como cursos de curta duração, assim propomos os cursos livres como alternativa emergencial. Neste texto compreendemos os cursos livres como uma modalidade de educação não curricular de duração variável, podendo ser ofertada presencialmente ou a distância destinados a proporcionar aos estudantes e trabalhadores conhecimentos que lhe permitam profissionalizar-se, qualificar-se e atualizar-se para o mundo trabalho.

De tal maneira, o objetivo mais relevante dos cursos livres foi criar mecanismos de formação e aproximação entre o IFNMG Campus Salinas – MG da comunidade estudantil e externa no contexto pandêmico, e isso estava coerentemente alinhado à nossa institucionalidade educacional em ensino profissional e tecnológico. Para tanto, propomos uma experiência com o corpo docente no que tange ao uso de ferramentas digitais, plataformas e dispositivos de aprendizagem, e hoje notamos que tal experiência pôde subsidiar propostas para retomada do calendário letivo no campus.

Neste ponto é preciso ressaltar que os cursos foram realizados em sua totalidade a distância, para tanto, os ambientes digitais foram a base de toda elaboração didático-pedagógica. As plataformas usadas puderam ser acessadas em tempos sincrônicos e assincrônicos. Para maior organização dos cursos, definimos que os momentos assincrônicos deveriam estar estabelecidos por um planejamento pré estabelecido para dialogar com a disponibilidade dos estudantes de maneira aberta, respeitando o cronograma de atividades dos cursos. Os momentos sincrônicos eram considerados em suas diferentes situações online, sendo definido que pelo menos uma vez por semana em cada curso deveria oferecer esse momento de contato simultâneo entre docentes e participantes.

Ainda é importante destacar que os cursos livres, naquele momento, eram estruturalmente pensando numa perspetiva próxima, mas não integral da Educação a Distância (EAD). Destacamos que desde 1998 o Decreto no 2.494 (BRASIL, 1998) define a EAD como uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação. Compreendemos também que autores como Niskier, (1999); Nunes, (1993) e Veiga; Moura; Gonçalves, (1998) já haviam discutido sobre o conceito de EAD. E de alguma forma é comum o

entendimento que essa modalidade de ensino não precisa ser pensada como uma ameaça à presencialidade, mas no contexto em que pensamos os cursos livres, a EAD era a alternativa que indicava o horizonte.

Segundo Arruda (2018) quando tenciona-se a EAD como ameaça a presencialidade no modelo educacional a tendência é direcionar todo um entendimento de que a Educação a Distância é desenvolvida de forma marginal, separada das demais iniciativas educacionais das instituições públicas. Ainda, argumenta o autor que:

Não há, por exemplo, nada que corrobore tal entendimento, uma vez que até mesmo a legislação brasileira desconstrói quaisquer perspectivas de distinções entre modalidades, na medida em que os instrumentos para criação, avaliação, credenciamento e autorização de cursos estabelecem parâmetros únicos para ambas as modalidades. (ARRUDA, 2018, p. 831).

Trazer esse debate aqui é necessário, pois no ano de 2020 muito se discutiu sobre EAD no contexto da pandemia e havia uma dificuldade conceitual. Hoje como elemento de memória, sabemos que há semelhanças entre a EAD e o que as instituições buscaram legitimar como Ensino Remoto Emergencial, contudo, no contexto em que se criava os cursos livres, o desafio conceitual ainda era predominante. Atualmente, como argumenta Rocha (2021) Ensino remoto emergencial e Educação a distância não são a mesma coisa, essas tratam de modalidades distintas, com características em comum.1

Considerando esse breve percurso apresentado, destacamos que no primeiro momento contactamos o corpo docente do campus Salinas via e-mail e apresentamos a proposta na busca de docentes voluntários para aderir ao projeto. Tivemos 20 propostas de cursos livres, sendo eles: • Foram ofertados os cursos de

HTML & CSS- primeiras páginas da internet; • Botânica em casa I; • Entomologia aplicada à vigilância da febre amarela; • Excel intermediário; • Excel para iniciantes; • Epidemiologia Matemática • Filosofia e educação emocional; • Formulação de ração para ruminantes; • Funções matemática em diversos contextos; • História do feminismo negro no

Brasil; • Introdução a Matemática Financeira e Estatística; • Introdução ao Lyx; • Introdução ao software Maxima; • Língua Espanhola-noções básicas; • Micotoxinas e micologia de alimentos; • Pensando fora da caixinha: Agroecologia e perspectivas para o fu-

turo; • Produção de embutidos-Conceitos gerais; • Secagem por Spray Dryer; • Tópicos especiais em ciência e tecnologia de alimentos; • Tópicos especiais em Engenharia de Alimentos.

No tocante aos cursos ofertados pelo projeto é perceptível a diversidade temática, isso pode ser explicado pelo diversidade de formação oferecida pelo campus do IFNMGSalinas, que atualmente conta com 121 docentes que atuam em 14 cursos de graduação, pós-graduação e Médio Integrado, sendo eles: Licenciatura em Ciências Biológicas, Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Química, Licenciatura em Física, Licenciatura em Pedagogia,Tecnologia em Produção de Cachaça, Bacharelado em Engenharia Florestal, Bacharelado em Engenharia de Alimentos, Bacharelado em Sistemas de Informação, Bacharelado em Medicina Veterinária, Mestrado Profissional em Reprodução e Nutrição animal, Técnico em Agroindústria, Agropecuária e Informática. Outro fator importante a considerar foi a atitude propositiva do corpo docente, houve uma predisposição significativa em colaborar com o projeto, inclusive por concordarem com a ideia experimental do mesmo.

Após a estruturação da oferta dos cursos livres, iniciamos o processo de

seleção de participantes para os cursos. O período de seleção ocorreu entre os dias 28/07/2020 até 31/08/2020, por meio de formulário eletrônico. A divulgação da proposta ocorreu basicamente por aplicativo de troca de mensagens e comunicação, pela internet e redes sociais. A seleção de candidatos foi por ordem de inscrição e esses podiam optar por participar de mais de um curso. Quanto ao alcance do projeto foram atendidos estudantes do médio integrado, das licenciaturas, bacharelados, tecnólogos, servidores do IFNMG e da comunidade externa.

No que se refere a comunidade externa, evidenciamos que os inscritos estavam distribuídos entre as escolas públicas e privadas da educação básica de Salinas e de cidades circunvizinhas, e ainda, recebemos inscrições de universidades e IF’s de diferentes regiões do país, dentre elas, mencionamos: UFLA, IFMG, UFS, IFCE, Unimontes, UFMG, IFES, IFBA, Universidade do extremo sul catarinense, ETEC-Campinas, Universidade de Vassouras, UFPA, UFSM, UFV, UFVJM, Universidade do estado do Amazonas, Universidade Federal de Campina Grande, UESB, UFPI, IF-Goiano, UFG, Unigran, IFMT, UFRGS.

Antes de iniciarmos as atividades dos cursos livres confeccionamos e disponibilizamos para os docentes cartilhas com orientações pedagógicas para atuação em ambientes virtuais de aprendizagem e para os inscritos as as cartilhas centravam em orientações sobre as possibilidades de organização para os estudos frente ao contexto de ensino a distância emergencial.

Após a realização dos cursos livres, disponibilizamos um formulário para que os participantes pudessem descrever como o curso contribui para sua formação. Destacamos aqui, fragmentos de relatos de alguns participantes:

“Eu gostaria de ter conseguido acompanhar todos os momentos síncronos de todos os cursos os quais me inscrevi, mas tive problemas de queda

Sileimar Maria Lelis

de internet por uma semana e meia, mas o que consegui acompanhar serviu de revisão quantos aos conhecimento matemáticos, sobre o curso de Funções Matemáticas, o curso de Epidemiologia Matemática serviu como um pontapé de curiosidade sobre o assunto que é tão pertinente e me despertou interesse para estudar mais sobre. O de Filosofia e inteligência emocional serviu para me fazer perceber que eu estou conseguindo gerir bem minhas emoções e o quanto isso é aspecto importante, inclusive no mercado de trabalho”. (Participante)

“Foi maravilhoso, aprendi muitas coisas e gostaria que tivesse mais cursos livres. Foi algo que me tirou da tristeza que me encontrava nesse período difícil. Os professores foram maravilhosos, atenciosos e educados. Simplesmente amei. Aprendi temas que vai me ajudar no meu curso de Sistemas, como por exemplo, HTML & CSS (meu predileto)” (Participante)

A partir dos depoimentos notamos como a proposta dos cursos livres inferiu experiência de aprendizagem significativa e não apenas aprendizagem de cunho acadêmico (técnico), mas aprendizagem qualitativa no que se refere ao próprio sujeito da ação de ensino e aprendizagem. A oferta dos cursos possibilitou atingirmos o objetivo inicial, trazer os estudantes e a comunidade para perto da instituição e garantir itinerário formativo qualitativo.

Fizemos também um momento com os docentes que ministraram cursos livres, por meio de um grupo focal, com o intuito de avaliarmos os cursos livres ministrados. No geral, conseguimos apreender pela fala dos docentes que ofertar o curso permitiu não apenas a experiência técnica de lidar com aparelhos e plataformas, mas permitiu pensar questões sobre a própria prática no contexto remoto.

Os cursos livres proporcionaram tanto aos docentes quanto aos discentes maior aproximação com o uso de tecnologias digitais aplicadas em contexto educativo, considerando também ações de ensino e aprendizagem focadas numa abordagem qualitativa de ambas. Os discentes puderam construir hábitos de estudo, gerenciar tempo de estudo, organização e autonomia para a médio prazo consolidar-se aprendizagens qualitativas mesmo que em um contexto de Educação à distância.

Coordenador: Vanessa Paulino da Cruz Vieira Bolsista: Maria Tereza Ribeiro Silva Nogueira Voluntária: Larissa Maria Santana Furtado Texto: Maria Tereza Ribeiro Silva Nogueira Campus: Salinas

Fragmento do vídeo educativo sobre Zoonoses.

Projeto Mini hospital veterinário:

a ludicidade na transmissão de conceitos sobre cuidados com animais e promoção da saúde pública

Com a maior proximidade entre os seres humanos e os animais, o conceito de “saúde única” tem assumido cada vez mais relevância e, quando inserido no dia a dia, pode trazer benefícios a curto e longo prazo. Diante disso e, considerando a importância da educação sanitária e do papel fundamental das crianças como disseminadoras de conhecimento na comunidade, o trabalho de extensão intitulado “Mini hospital veterinário: a ludicidade na transmissão de conceitos sobre cuidados com animais e promoção da saúde pública” teve, como principal objetivo, a promoção e a disseminação de conhecimentos de conceitos, como guarda responsável, bem-estar animal, zoonoses e saúde pública para crianças em idade escolar, usando a ludicidade e a internet como principais ferramentas. O projeto contribuiu, de forma significativa, para a conscientização da comunidade e também proporcionou uma experiência satisfatória para os discentes.

As crianças são seres movidos pela curiosidade e ávidos pelo conhecimento e, sob esta perspectiva, a ludicidade é tida como uma ferramenta interessante e eficaz que pode beneficiar o processo de aprendizagem. Neste sentido, o presente trabalho buscou promover, por meio do desenvolvimento de atividades lúdicas virtuais, a disseminação de conhecimentos específicos acerca dos cuidados com os animais e promoção da saúde, conceitos estes que, se aplicados no dia a dia da comunidade, podem impactar diretamente na saúde da população. Desta forma, o trabalho mostrou-se um instrumento enriquecedor no que diz respeito à intervenção em saúde e na educação, sendo capaz de proporcionar uma interação com a comunidade e oferecer conceitos benéficos, tanto para os executores quanto para os ouvintes/participantes.

O trabalho iniciou-se no segundo semestre do ano de 2020, no mês de setembro, após contatos via telefone e reuniões online, realizados entre a professora coordenadora do trabalho

Fragmento do vídeo educativo sobre Zoonoses.

Fragmento do vídeo educativo sobre a forma de transmissão da zoonose parasitária conhecida como “Bicho Geográfico”.

e diretores das escolas participantes, nos quais os objetivos e a metodologia foram apresentados aos representantes das escolas, sendo considerados por eles de extrema relevância. Para a professora Vanessa Vieira, coordenadora do trabalho, “a busca por soluções de problemas da sociedade deve ser realizada dialogicamente entre a comunidade acadêmica e a comunidade externa, pois, assim, os anseios e necessidades são evidenciados e o trabalho para atendê-los se faz de forma conjunta, dinâmica e realmente efetiva”.

Diante disso, foi possível construir o desenvolvimento da metodologia do trabalho de forma interativa e da melhor maneira possível, dentro dos limites impostos pela pandemia. Concomitantemente a isso, foram realizadas reuniões entre a professora coordenadora e as alunas, bolsista e voluntária, para definir como o trabalho seria realizado em virtude da crise sanitária vigente no momento, o que culminou numa metodologia desenvolvida de forma totalmente remota. Inicialmente, para preparo da equipe executora, foi realizada uma revisão de literatura sobre temáticas envolvendo as principais zoonoses parasitárias, os conceitos de guarda responsável, bem-estar animal e saúde pública e as possíveis formas de abordar ludicamente estes conceitos com o público-alvo, para adequar a metodologia do trabalho e executá-la de forma a atingir os objetivos propostos.

O trabalho foi direcionado a crianças do 5º ano do Ensino Fundamental de escolas públicas do município de Salinas - MG, bem como a seus professores e responsáveis. As atividades foram desenvolvidas na forma de vídeos animados de cunho educativo e paródias musicais, que abordavam assuntos como a importância da guarda responsável, os princípios do bem-estar animal e as doenças zoonóticas, com linguagem simples e divertida, para atrair a atenção das crianças. Vídeos curtos e com desenhos e animações, com uma linguagem acessível, foram disponibilizados, via Whatsapp, aos representantes das escolas, que os repassavam aos estudantes, de modo a facilitar a compreensão, a aprendizagem e a diversão, disseminando, assim, os conhecimentos adquiridos com esse material, na comunidade em que estão inseridos.

Quando colocados em prática, esses conceitos podem contribuir, significativamente, tanto para a saúde e bem-estar dos animais, quanto dos seres humanos, uma vez que ambos estão cada vez mais conectados. O intuito das atividades foi, então, não somente apresentar conceitos importantes, mas fazer com que os ouvintes, especialmente, as crianças, pudessem construir uma mentalidade mais esclarecida sobre o que foi visto e, a partir disso, entender a importância dos cuidados com os animais e o impacto disso na saúde pública.

Ao final do projeto, foram confeccionados panfletos informativos que foram direcionados, não somente aos alunos, mas a toda comunidade, disponibilizados em redes sociais como Facebook, Instagram e Whatsapp, com a intenção de ampliar a divulgação dos conceitos expostos e, dessa forma, atuar como mais um instrumento de impacto na promoção da educação em saúde. Os panfletos continham além de informações importantes sobre as temáticas, ilustrações para atrair o interesse das crianças.

Ao longo dos seis meses de execução, foi possível perceber que o trabalho foi capaz de difundir conhecimentos e consequentemente, contribuir, de forma significativa, para a conscientização da comunidade sobre os princípios básicos de um relacionamento saudável entre animais e humanos e da promoção da saúde.

Para Larissa Santana, discente e voluntária do projeto, “participar deste trabalho foi de suma importância, pois além de ampliar os meus conhecimentos, ajudei a levar um conteúdo de alta relevância para o público infantil e para a comunidade”. A fala evidencia que o projeto proporcionou também uma experiência satisfatória para os discentes que o executaram, pois puderam se conectar, mesmo que remotamente, com a sociedade, ensinando o que aprenderam na academia, possibilitando a troca de conhecimentos e contribuindo na efetivação de mudanças sociais.

Montagem de fotos do vídeo educativo sobre Coleta Seletiva e Reciclagem.

Montagem de fotos do vídeo educativo sobre as 5 Liberdades dos Animais.

Maria Tereza Ribeiro Silva Nogueira

Maria Tereza Ribeiro Silva Nogueira

Coordenadora: Vanessa Paulino da Cruz Vieira Bolsista: Brendany Tawane Silva Santana Voluntária: Brittany Christine Silva Santana Colaborador: João Paulo Soares Texto: Brendany Tawane Silva Santana Campus: Salinas

Projeto Parasitologia: a ludicidade na orientação e prevenção de parasitoses em idosos

A expectativa de vida vem aumentando e o envelhecimento é uma realidade que se tornou um desafio para a saúde pública, pois exige um esforço a mais para se manter a saúde em dia. O presente trabalho objetivou, por meio de vídeos lúdicos educativos e uma cartilha do idoso, orientar a população idosa sobre as principais parasitoses intestinais que podem ser transmitidas aos seres humanos. vindas do solo, dos alimentos e da água contaminada, apresentando as formas de prevenção destas e a importância da higiene. Com o projeto, os idosos puderam ter acesso a informações sobre quais são os principais parasitos intestinais que infectam os seres humanos, as formas de contágio, quais os prejuízos que podem causar e como é possível prevenir a infecção.

Oaumento da expectativa de vida é uma das mudanças demográficas mais importantes ocorridas no Brasil, nos últimos tempos. No entanto, o envelhecimento tornou-se um desafio para a saúde pública, pois vem acompanhado de fragilidades naturais, tornando o idoso suscetível ao desenvolvimento de diversas doenças, incluindo as enteroparasitoses. Nesse contexto, hábitos de higiene são imprescindíveis para prevenir doenças e promover a segurança e a saúde das pessoas. Atitudes simples, como lavar as mãos e os alimentos adequadamente, tomar banho e escovar os

Parasito intestinal da espécie Taenia sp., conhecido como “solitária”, responsável por causar diarreia, dor abdominal, fraqueza e emagrecimento.

Brendany Tawane Silva Santana

dentes, são de extrema importância em qualquer idade e não devem ser esquecidas!

Neste sentido, os estudantes do curso de Medicina Veterinária do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas, desenvolveram o presente trabalho, com o objetivo de orientar os idosos institucionalizados no Lar Santa Clara, sobre a contaminação e prevenção de parasitoses intestinais que acometem os seres humanos, sob a orientação da professora coordenadora do trabalho e médica veterinária Vanessa Paulino da Cruz Vieira.

Tendo como público-alvo os idosos, buscou-se disseminar informações de forma lúdica, sobre as principais parasitoses intestinais que podem ser transmitidas aos seres humanos pelo solo, alimentos e água contaminada, apresentando suas

Brendany Tawane Silva Santana

Dermatite serpiginosa, lesão oriunda da larva migrans cutânea, mais conhecida como bicho geográfico.

formas de prevenção, com a intenção de trazer, ao conhecimento dos mesmos, bons hábitos de higiene para manutenção da saúde e prevenção de doenças. Os vídeos foram disponibilizados via Whatsapp aos responsáveis pelo Lar Santa Clara que, por sua vez, realizavam a apresentação aos idosos. “A participação de representantes da comunidade externa se configura a base para alcançar o êxito no desenvolvimento de trabalhos de cunho extensionista, que, por sua vez, completa a formação do acadêmico, ao mesmo tempo que implementa possibilidade de soluções de problemas que afligem a comunidade”, destaca a professora coordenadora do trabalho, a médica veterinária Vanessa Vieira. Para a estudante do curso de Medicina Veterinária Brittany Christine Silva Santana, trabalhos voltados à prevenção de parasitoses são muito importantes pois auxiliam na manutenção da saúde pública. “É importante ressaltar que trabalhos como este são de extrema relevância para comunidade como um todo, pois dissemina-se o conhecimento e conceitos de saúde e sanidade coletiva”, enfatizou a voluntária.

Devido ao atual momento de pandemia, para garantir a segurança dos idosos e dos demais participantes do trabalho, a metodologia foi desenvolvida totalmente de forma remota, utilizando plataformas de redes sociais e afins, na elaboração de vídeos e cartilha do idoso, com informações claras e objetivas, acerca dos principais parasitos intestinais que acometem os seres humanos, formas de contágio e prevenção. A voluntária Brittany ressaltou ainda a importância da tecnologia na atualidade e afirma que, frente a um momento crítico de pandemia, o uso dos meios digitais têm sido uma solução muito eficaz em diversas situações.

Como critério para a criação dos vídeos, foi seguido um pensamento didático de apresentação das informações, contendo uma linguagem adequada ao público-alvo, com os nomes comuns dos parasitos e os métodos para manutenção de bons hábitos de higiene, que foram ressaltados em cada vídeo apresentado, visando garantir assimilação e aprendizagem do conteúdo. Para a estudante do curso de Medicina Veterinária Brendany Tawane Silva Santana, bolsista do trabalho, a linguagem e a metodologia utilizada em trabalhos dentro da área da parasitologia devem ser simples para facilitar o entendimento das pessoas que possuem pouco ou nenhum conhecimento acerca do assunto. “É importante considerar que, devido o público-alvo ser de idade avançada, a linguagem utilizada e forma de repassar informações deve ser simples e prática. Características estas que, dentro de uma área tão extensa quanto a parasitologia, tornam-se cruciais para resumir e elaborar um conteúdo lúdico e objetivo, para que as informações sejam de fácil entendimento” afirma a bolsista.

Para edição dos vídeos e formulação da cartilha do idoso, buscaramse estudos sobre os parasitos que acometem seres humanos e animais, de maior relevância e incidência, pela revisão de artigos. Foram utilizados aplicativos e programas de edição e mídias, como o Vídeo Edi-

Brendany Tawane Silva Santana

Sintomas das parasitoses intestinais: A: Sangue nas fezes. B: Icterícia. C: Emagrecimento. D: Dor de barriga.

tor & Video Maker - InShot – Apps on Google Play.

A cartilha do idoso foi elaborada com o aplicativo “Canva”, uma plataforma de design gráfico que permite aos usuários criar gráficos de mídia social, apresentações e outros conteúdos visuais que integram milhões de imagens, fontes, modelos e ilustrações. Informações como infecções, prevenção, sintomas e tratamento foram adicionadas à cartilha junto com ilustrações, facilitando o entendimento. Cartilhas são materiais informativos e educativos sobre os mais diversos assuntos; dessa forma, devem-se considerar os seguintes aspectos em sua elaboração: adequação ao público-alvo; linguagem clara e objetiva; visual leve e atraente e fidedignidade das informações, sendo este um recurso instrucional, impresso ou digital, que auxilia os leitores como material de estudo, facilitando e fixando a aprendizagem.

A senilidade é uma fase muito delicada, que exige um esforço a mais para manter a saúde em dia e foi pensando nisso que o trabalho levou este conhecimento aos idosos, que tiveram a oportunidade de conhecer quais são os principais parasitos intestinais que infectam os seres humanos, as formas de contágio de cada um deles, quais os prejuízos que as parasitoses intestinais podem causar ao organismo e à qualidade de vida e como é possível prevenir a infecção por meio de hábitos saudáveis e simples de higiene, como lavar as mãos.

O trabalho teve duração prática de seis meses, desde a formulação do conteúdo, gravação e edição dos vídeos, sendo entregue, a cada etapa, um conteúdo, apresentado de maneira lúdica, de modo que cativasse e assegurasse a atenção dos espectadores, permitindo que os vídeos pudessem ser apresentados aos idosos quantas vezes fossem necessárias, reforçando sempre o aprendizado.

Coordenador: Valéria Magro Octaviano Bernis Bolsista: Maria Markolina Alves Durães Voluntários: Bethânia Silva Gil de Freitas, Camila Sousa Bitencourt, Éllen Araújo de Deus, Gabriela Azevedo da Silva, Joyce Costa Ribeiro, Luísa Cordeiro de Oliveira, Maria Paula Machado Silva, Sandy Micaele Aquino Teixeira e Sani Keli Fernandes Moreir Colaborador: Walter Octaviano Bernis Filho Texto: Valéria Magro Octaviano Bernis Campus: Salinas

Projeto

Projeto Pragas Urbanas 2020. Vídeo aula sobre barbeiros – realizada por Camila Souza Bitencourt- voluntária do projeto, discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.

Pragas Urbanas - Bichos SA

O projeto de extensão Pragas Urbanas - Bichos SA envolveu a participação das discentes dos Cursos de Medicina Veterinária e Licenciatura em Ciências Biológicas na divulgação sobre animais sinantrópicos do município. Devido à pandemia de COVID-19, o projeto foi desenvolvido de forma remota na Escola Estadual Elídeo Duque, que atende alunos do Ensino Fundamental. Para a execução do projeto, foram utilizadas videoaulas e a plataforma Google Meet, entre setembro de 2020 e março de 2021, sob a orientação da professora Valéria Magro Octaviano Bernis. Os objetivos do projeto são relacionados à transmissão de informações sobre os animais, nos aspectos ambiental e social, e à interação das alunas do IFNMG/Campus Salinas com a comunidade.

Na cidade de Salinas, pertencente ao Norte de Minas Gerais, na região do Alto do Rio Pardo, ocorrem, frequentemente, acidentes com animais peçonhentos. Estes são incluídos como animais sinantrópicos que vivem próximos aos nossos domicílios e podem transmitir doenças ao homem, as chamadas zoonoses. O Projeto de Extensão Pragas Urbanas- Bichos SA permitiu trabalhar, com as crianças do município, a prevenção desses acidentes.

Apesar dos tempos de restrição social devido à pandemia de COVID-19, foi possível desenvolver o projeto com 260 alunos, entre 8 e 10 anos, do Ensino Fundamental Escola Estadual

Projeto Pragas Urbanas 2020- Videoaula sobre escorpiões – realizada por Gabriela Azevedo da Silva- voluntária do projeto, discente do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.

Letícia Emanuelle Castro de Jesus

Projeto Pragas Urbanas 2020 – Material lúdico realizado por Letícia Emanuelle Castro de Jesus.

Elídeo Duque. Estudantes de Medicina Veterinária e de Licenciatura em Ciências Biológicas, sob a coordenação da professora Valéria Magro Octaviano Bernis, desenvolveram diversas atividades no formato online.

Foram elaborados vídeos, com linguagem simples, sobre os animais peçonhentos e sinantrópicos. Os vídeos continham imagens dos animais e informações sobre os seus desenvolvimentos, descrição do ciclo biológico e a importância de cada um deles para o meio ambiente. Os vídeos tinham o objetivo de despertar o conhecimento e a consciência ambiental nas crianças.

Os animais estudados foram: cobras, barbeiros, morcegos, escorpiões, ratos, aranhas, pombos, sapos, lagartixa e os gambás (saruês). Aspectos ambientais, como o acúmulo de resíduos e lixo, que gera poluição também foram abordados, uma vez que estão diretamente relacionados ao desenvolvimento de pragas no ambiente. A bolsista do projeto Maria Markolina Alves Durães, discente do Curso de Medicina Veterinária, relatou que “a capacidade de ligar um tema importante com um aspecto social é razão da participação no Projeto Pragas Urbanas. Sabemos que esses tópicos, por vezes, não são abordados em escolas, por isso se torna ainda importante o nosso projeto de extensão.”

Um questionário com perguntas relacionadas ao aprendizado adquirido foi aplicado ao final do projeto. O propósito foi avaliar a absorção de informações pelas crianças e a possibilidade de elas replicarem o aprendizado adquirido. A restrição social nos fez reinventar a forma de divulgar estas informações, como relatado pela voluntária do projeto, discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Joyce Costa Ribeiro: “com a pandemia da COVID-19, nós, estudantes e professores, tivemos que nos reinventar todos os dias. E, assim como a forma de ensino, foram necessárias adaptações ao nosso projeto também. Passar conteúdo científico, principalmente nesse momento que

Projeto Pragas Urbanas 2020 - Videoaula sobre cobras– realizada por Bethânia Silva Gil de Freitas – voluntária do projeto, discente do Curso de Medicina Veterinária.

Bethânia Silva Gil de Freitas

Projeto Pragas Urbanas 2020 - Videoaula sobre aranhas– realizada por Sani Keli Fernandes Moreira– voluntária do projeto, discente do Curso de Medicina Veterinária.

Sani Keli Fernandes Moreira estamos vivendo, é uma tarefa muito difícil. Entretanto, com o feedback que nós recebemos dos alunos e professores, acredito que, além de cumprir com o objetivo geral do projeto, contribuímos também para ampliar a divulgação científica na nossa região”.

E, em termos de aprendizado, sempre podemos relatar que este foi bilateral. Segundo a coordenadora, o projeto permitiu a interdisciplinaridade, a prática da oratória, didática e cidadania. “As alunas participaram também da atenção à saúde pública, levando conhecimento e atuando como formadoras de opiniões”. E é assim que, futuramente, espera-se a presença de adultos mais conscientes nas questões ambientais, respeitando e convivendo com todas as formas de vida.

Projeto Pragas Urbanas 2020 – membros participantes do projeto. 1ª fila da esquerda para direita – Maria Markolina Alves de Freitas (discente de Medicina Veterinária, bolsista do projeto); Luísa Cordeiro de Oliveira (discente do curso de Medicina Veterinária, voluntária do projeto); Maria Paula Machado Silva (discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, voluntária do projeto); 2ª fila da esquerda para direita – Gabriela Azevedo da Silva (discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, voluntária do projeto); Joyce Costa Ribeiro (discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, voluntária do projeto); Sani Keli Fernandes Freitas (discente do curso de Medicina Veterinária, voluntária do projeto); 3ª fila – da esquerda para direita- Bethânia da Silva Gil de Freitas(discente do curso de Medicina Veterinária, voluntária do projeto); Éllen Araújo de Deus (discente do curso de Medicina Veterinária, voluntária do projeto)

Projetos de Extensão Tecnológica

Revista de Extensão do IFNMG 113

Preparo de biofertilizante. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.

Coordenador: Alex Lara Martins Bolsista: Adrielly Ferreira da Silva Colaboradora: Maria Angelina dos Santos Lomasso Texto: Alex Lara Martins Campus: Almenara

Projeto Assistência em design gráfico para o programa de educação ambiental e bemestar animal do município de Almenara-MG

Vinculada à ética ecológica, a educação ambiental é um importante instrumento de política pública de saúde. Quando relacionada ao bem-estar de animais, a educação ambiental é capaz de introduzir novos conceitos e hábitos para a população, tais como a posse responsável de animais domésticos, a prevenção e o controle da fauna sinantrópica. O objetivo desse projeto de extensão foi assistir, tecnicamente, a Secretaria Municipal de Saúde de Almenara-MG, com a produção de peças publicitárias em meio digital, relacionadas ao plano municipal de educação ambiental e bem-estar animal. Os materiais midiáticos foram postados em redes sociais, de modo a informar e conscientizar a população. O projeto permitiu a conscientização da população e forneceu o conhecimento e as condições para a replicação das ações em educação sobre o controle reprodutivo, manejo sanitário e controle parasitário.

Um breve passeio pelas ruas de Almenara/MG nos faz perceber um ponto em comum: cães, gatos e outros animais domésticos abandonados à própria sorte, perambulando em busca de comida e proteção. Esse cenário se repete em qualquer cidade de porte médio. No Brasil, há quase tantos animais domésticos quanto habitantes. Contudo, estima-se que 75% da população de cães e gatos do mundo esteja nas ruas. Essa situação acarreta problemas de saúde e de segurança pública, já que os animais de rua podem transmitir zoonoses e provocar acidentes. Além disso, os animais errantes que vivem em situações inadequadas geram problemas de proteção e bem-estar animal, pois podem ser vítimas de maus tratos.

Para fazer frente a esse problema, a médica veterinária da prefeitura de Almenara, Dr.ª Angelina Lomasso, convidou-nos a oferecer apoio técnico ao programa municipal de controle e manejo da população de animais. Logo, estendi o convite a Adrielly Ferreira da Silva, uma estudante do Curso Técnico em Informática, que havia me impressionado positivamente com as suas habilidades em desenho gráfico durante as nossas aulas de Filosofia. Juntos, elaboramos um plano, com as ações e o cronograma de um programa de educação continuada sobre educação ambiental e bem-estar animal. Entre os meses de junho e novembro de 2020, exe-

cutamos o projeto de extensão e ficamos responsáveis pela confecção da propaganda e dos recursos digitais e midiáticos de fomento à educação ambiental. A expectativa do coordenador do projeto era de que “a divulgação do material produzido em redes sociais ajudasse a informar e conscientizar a população de Almenara sobre a necessidade do equilíbrio ecossistêmico, como um gatilho para a transformação da própria práxis social, no sentido de permitir a transformação da relação entre os sujeitos, as suas práticas e o seu mundo” (Alex Lara Martins, Professor EBTT de Filosofia).

As pessoas beneficiadas pelo projeto, portanto, seriam os usuários de redes sociais da região de Almenara, incluindo os seguidores das redes sociais da Secretaria de Saúde do município e os seguidores dos nossos perfis pessoais, que poderiam, de alguma forma, curtir e compartilhar as informações em suas próprias redes.

Para Angelina, alguns desafios devem ser superados dentro do projeto: (...) a falta de informação, recursos financeiros e planejamento leva, muitas vezes, ao abandono do animal de estimação. Os poucos recursos municipais impedem a efetivação dos planos de manejo e bem-estar animal. Por fim, apesar do abandono de animais ser crime previsto em lei, a falta de registro impede a identificação e a devida responsabilização do seu guardião legal (Angelina Lomasso, médica veterinária da SMS − Almenara).

Parceria, criatividade e a crença na transformação socioambiental foram os nossos motivadores. Inicialmente fizemos uma reunião para definir os temas da campanha publicitária. O primeiro tema trabalhado foi a “Educação em guarda responsável”, que envolveu a sensibilização sobre a adoção e posse responsável, bem como a vacinação e esterilização de cães e gatos. Após a definição do tema, a veterinária Angelina produziu um relatório com as orientações técnicas e as informações relevantes que deveriam constar na campanha. Em seguida, a bolsista de extensão Adrielly confeccionou leiautes digitais da peça publicitária, que foram avaliados pelo grupo quanto à arte, cores,

moldes, tons, e demais aspectos estéticos apropriados para as diferentes mídias e redes sociais. Na fase de produção, a criatividade aflorava. Adrielly pôde utilizar algumas habilidades e competências desenvolvidas durante o Curso Técnico de Informática, para produzir o material sobre a guarda responsável de animais. A ideia do material foi a de que precisamos disponibilizar tempo para cuidar de nossos pets (Imagem 1). De acordo com Adrielly, “durante o projeto de extensão, nós tivemos momentos de discussão sobre o tema proposto. Sempre havia um documento de base em que ficavam as informações mais importantes e também havia muito espaço para conversa. Foi um momento de muito aprendizado” (Adrielly Ferreira da Silva, bolsista do projeto).

Os meses de setembro e outubro apresentam, no baixo Vale do Jequitinhonha, o clima seco, com pouca precipitação e baixa umidade relativa do ar, ambiente propício ao aparecimento dos temidos escorpiões. Apesar da aparência, não são animais agressivos. A maior parte dos acidentes poderia ser evitada com medidas simples. Pensando nisso, decidimos produzir uma série de panfletos digitais informativos sobre como prevenir acidentes e evitar a presença dos escorpiões. Essa série foi produzida para a opção stories do Instagram, em que é possível acompanhar um raciocínio ou contar uma história. Utilizamos, também, personagens da cultura geek e memes, já que o nosso público alvo era composto por adolescentes.

Anualmente, profissionais da área de saúde do município realizam uma campanha informativa sobre a leishmaniose. Muitas pessoas pensam, erroneamente, que os cães transmitem a doença aos humanos. Isso gera muitos problemas, inclusive o abandono animal. Na verdade, a leishmaniose não é contagiosa. O transmissor da doença é o mosquito palha infectado.

Além de conscientizar a população e informá-las dentro de uma ética ambiental, projetos como esse podem incentivar a criação de leis que dão suporte às ações de saúde e bem-estar animal. É possível replicar essa ação para a educação sobre o controle reprodutivo, manejo sanitário e controle parasitário, zoonoses de interesse para a saúde pública, tais como leishmaniose, toxoplasmose e raiva, e o controle da fauna sinantrópica, especialmente de escorpião, aedes aegypti e mosquito palha.

Educação ambiental deve ser parte de uma formação humana integral. Nesse sentido, lembramos da frase do filósofo Arthur Schopenhauer, que motivou esse projeto: “A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem”.

Coordenador: Edimilson Alves Barbosa Bolsistas: Willy Miranda Martins, Carolini Soares Lopes e Esther Rocha Veloso Voluntários: Layza Rodrigues Costa e André Luiz Figueiredo Lopes Colaborador: Eveline Mendes da Silva Texto: Edimilson Alves Barbosa Campus: Almenara

Projeto Divulgação da propagação rápida de mandioca

no Assentamento Franco Duarte

A falta de uso e de melhoria das tecnologias de propagação da mandioca, aquisição de grande volume do material de propagação e a dificuldade no transporte para as áreas de plantio estão entre os fatores que reduzem a lucratividade no cultivo de mandioca. O sistema de propagação rápida de mandioca tem como objetivo disponibilizar maior quantidade de mudas vigorosas e sadias em um curto espaço de tempo. Entretanto, esse método apresenta custos que podem ser reduzidos com o uso de substratos alternativos, que tenham eficácia igual ou superior a substratos comerciais, tornando o método mais viável. Portanto, o trabalho teve o objetivo de divulgar a multiplicação rápida de mandioca, utilizando-se substratos alternativos para agricultores familiares.

Afalta de uso e de melhoria das tecnologias de propagação da mandioca estão entre os responsáveis pela baixa produtividade da cultura; outro impasse é a qualidade do material colhido. Além disso, o fato de ser tipicamente produzida pela agricultura familiar, sem grandes incentivos a pesquisas, reduz a disponibilidade de informações sobre a cultura. Sendo assim, trabalhos desenvolvidos por instituições de ensino, pesquisa e/ou extensão são de extrema importância para a melhoria da produção desta cultura.

Outro aspecto que dificulta a propagação da cultura da mandioca em larga escala, é a dificuldade de adquirir grande volume do material de propagação, além do transporte para áreas longe daquela onde foi coletado. O sistema de propagação rápida de mandioca tem como objetivo disponibilizar maior quantidade de mudas vigorosas e sadias em um curto espaço de tempo. No entanto, esse método de propagação apresenta custos, que podem ser reduzidos com o uso de substratos alternativos que tenham eficácia igual ou superior a substratos comerciais, tornando o método mais viável para a propagação de mandioca. Essas possibilidades precisam chegar ao conhecimento dos produtores, para que eles possam executá-las em suas propriedades, melhorando as suas condições produtivas e de vida.

A atividade foi conduzida na Fazenda Boa Vista, localizada no município de Jequitinhonha, Minas Gerais, em câmaras de propagação e enraizamento, construídas utilizando-se os modelos propostos por Fakuda & Carvalho, (2006). Utilizaram-se os seguintes substratos: areia + esterco bovino + solo de barranco, na proporção 1:1:1; esterco bovino + bagaço de cana + solo de barranco, na proporção 1:1:1; esterco bovino + fibra de coco + solo de barranco, na proporção 1:1:1; ester-

co bovino + serragem + solo de barranco, na proporção 1:1:1.

A variedade de mandioca escolhida para a implantação da atividade demonstrativa foi a rosa branca, sendo esta crioula e com a característica de precocidade de produção, podendo ser colhida com até sete meses após o plantio, motivos pelo qual essa variedade tornou-se importante e muito difundida entre os agricultores da região do baixo Jequitinhonha. A implantação da atividade demonstrativa foi realizada no mês de julho de 2020, utilizando manivas com diâmetros semelhantes, retiradas do terço médio de plantas com cerca de 12 meses de plantio. O corte das manivas foi realizado com serra manual, deixando cada tolete com, aproximadamente, 4 cm de comprimento e duas gemas.

A câmara de propagação foi dividida em 20 parcelas, preenchidas com os cinco substratos. O plantio das manivas foi realizado em sulcos abertos manualmente, com dimensões de 0,2m x 0,05m x 0,04m, sendo o espaçamento entre sulco de 0,1 m. Em cada sulco, foram acondicionadas 4 manivas, sem espaçamento entre elas, deixando-as unidas pelas extremidades, cobertas parcialmente com substrato, tendo o cuidado de deixar o maior número de gemas voltadas para cima, a fim de facilitar a emergência das brotações.

Aos sete, dez, treze, dezesseis e vinte dias após o plantio (DAP), realizaramse as avaliações e anotações quanto ao número de brotações emergidas (NBE) por maniva, o tamanho e diâmetro de cada broto, sendo essa medição realizada a um centímetro do solo. Passados 20 DAP, quando os brotos atingiram, em média, 0,1 m, foram cortados a 0,01 m da gema, para facilitar a emergência de novas brotações para os posteriores cortes, que foram realizados mais duas vezes, aproximadamente, no intervalo de 10 a 15 dias. Após cada corte, o material foi transferido para a câmara de enraizamento.

Na câmara de enraizamento os brotos foram acondicionados em potes de plástico transparente, com capacidade de 500 ml, preenchidos com água de córrego submetida ao processo de fervura, a fim de minimizar possíveis patógenos. Os recipientes foram identificados por número de corte, número de brotos retirados da parcela, tratamento e repetição de retirada do material.

Após uma semana dos brotos na câmara de enraizamento, iniciaram as avaliações semanais, quanto ao desenvolvimento das raízes e eventuais perdas; na quarta semana, foi realizada avaliação dos brotos que possuíam capacidade para o transplantio. Os brotos que apresentavam um nível adequado de enraizamento eram transplantados, individualmente, para sacos de polietileno, com dimensões de 10 cm de largura e 20 cm de comprimento, preenchidos com o mesmo substrato utilizado para a germinação do broto na câmera de propagação. Cada saco era identificado com um número de identificação próprio e com o número do recipiente que estava no enraizamento.

Após o transplantio, os saquinhos foram colocados em canteiro coberto com sombrite de 50% de cobertura, dotado de sistema de irrigação por microaspersão, que foi acionado duas vezes ao dia; as mudas permaneceram nessa estrutura por duas semanas. Posteriormente, a cobertura de sombrite foi retirada, deixando as mudas, por uma semana, totalmente expostas às condições ambientais, Nessas três semanas, foram feitas avaliações quanto à taxa de sobrevivência e desenvolvimento das mudas.

As mudas provenientes do primeiro corte de brotos foram transplantadas no campo, seguindo a mesma disposição utilizada na câmara de propagação; aos sete, quinze e trinta DAP, as plantas foram avaliadas quanto ao pegamento e desenvolvimento, por meio de contagem de plantas vivas, número de folhas, tamanho de planta e medição do diâmetro do caule a 0,1 m do solo.

Ao final do projeto, seria realizado um dia de campo com agricultores familiares para apresentação dos resultados. Entretanto, devido às recomendações de distanciamento social, pela pandemia de Covid-19, esta etapa foi postergada. Após o período de distanciamento, o dia de campo será realizado, discutindo com os produtores as vantagens da propagação rápida de mandioca, mostrando a viabilidade econômica, tornando o uso do sistema de propagação rápida de mandioca mais atrativo, quando comparado com outros sistemas de propagação, reduzindo o custo de produção para os pequenos produtores que já trabalham com margens muito baixas.

Coordenadora: Ricardo Jardim Neiva Voluntários: Nauberth Nilo Alves Borges e Alex Soares Nogueira Rodrigues Colaboradores: Écila Campos Mota, Valéria Gonzaga Botelho de Oliveira, Isabela Rodrigues Diamantino Pereira, Francisca Souza Santos Dias, Juliana de Almeida Pereira e Santos, Clara Cynthia de Melo e Lima, João Francisco Sarno Carvalho, João Luiz Jacintho e Marllon da Consolação Soares Texto: Ricardo Jardim Neiva Campus: Araçuaí

Projeto Assunto Saúde IFNMG

Redes sociais contra a desinformação na saúde

O projeto Assunto Saúde levou informação científica de qualidade a toda a comunidade do IFNMG, por meio de atuação entre docentes e alunos dos Cursos Técnico em Enfermagem e Superior de Tecnologia em Gestão em Saúde. Foram criadas redes sociais de ampla abrangência para a comunidade na área atendida pelo IFNMG (página no Facebook, Instagram e Youtube). No decorrer de 2020 e 2021, foram realizadas lives, seminários, vídeos informativos de temas científicos relacionados à saúde e divulgação de dados estatístico-epidemiológicos da pandemia COVID-19. O projeto continua a ser executado, com grande número de acessos e seguidores nas redes sociais.

Apandemia do novo coronavírus, surgida no início de 2020, aumentou um problema clássico da implantação de práticas de saúde coletiva: a desinformação. Por se tratar de uma doença desconhecida, sem tratamento definido e que assustou o mundo, a COVID-19 foi objeto de desconhecimento e conflitos entre ciência, geopolítica, religiosidade, entre inúmeras nadas à COVID.

O projeto Assunto Saúde foi redigido pelo Núcleo Docente da Enfermagem do Campus Araçuaí, com o objetivo de fomentar comunicação rápida, verídica e estritamente científica para a população. No projeto, previu-se a compra de itens de filmagem, gravação e edição de conteúdo, que ficariam como bens patrimoniais do campus após o fim da pande-

outras áreas do conhecimento.

A partir do dia 17 de março de 2020, o Campus Araçuaí encerrou as atividades presenciais por tempo indeterminado, em decorrência do avanço da pandemia. Como estratégia de ação, a Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFNMG juntou-se à Pró-Reitoria de Extensão, para publicar um edital conjunto de fomento a ações relacio-

I Semana da Gestão em Saúde.

Vídeo Informativo, produzido pelos acadêmicos do Curso de Tecnologia em Gestão em Saúde.

Ricardo Jardim Neiva

Ricardo Jardim Neiva

mia. Mais do que isso: o projeto foi utilizado como fomento da Unidade Curricular de Extensão I do Curso de Tecnologia em Gestão em Saúde, que teve seu primeiro ingresso no campus em 2020.

O projeto previa, inicialmente, a criação de uma página que funcionasse como um repositório de conteúdo científico. No entanto, durante a implantação, ficou evidente que era necessário acessar a população com linguagem compreensível, utilizando plataformas das redes sociais. Assim, foram criadas páginas no Facebook, Instagram e Youtube.

Para a geração de conteúdo, o projeto contou com o empenho dos professores do Núcleo de Saúde do Campus Araçuaí, e dos alunos dos cursos Técnico em Enfermagem e Tecnólogo em Gestão em Saúde. Foram definidos grupos de trabalho, que se responsabilizaram por gerar

Informativo Assunto Saúde – Facebook

Análise Bioestatística de média móvel dos casos de COVID-19 em Araçuaí.

Série de lives organizadas pelos acadêmicos do Curso de Gestão em Saúde. Disciplina UCE I.

postagens (sempre revisadas por um professor-orientador), vídeos informativos de curta duração para o canal do Youtube e lives com temas relacionados à saúde.

As lives organizadas pelos alunos nas plataformas do canal abordaram temas sensíveis à saúde, como: ferramentas de gestão na área da saúde; atendimento em saúde de média complexidade; gestão da pandemia da COVID-19, entre outros temas. Os convidados foram escolhidos pelas equipes de alunos e colaboradores, havendo uma expressiva repercussão em toda a área de abrangência do Campus Araçuaí. Há que se registrar que, durante as lives, o número de acessos chegou a 9000 pessoas, carimbando a iniciativa como um sucesso de alcance de público.

Na implantação do projeto, houve a adesão de colaboradores que atuaram em outras frentes, que eram importantíssimas no desenrolar da pandemia: o canal Assunto Saúde começou a publicar, periodicamente, a análise da média móvel dos casos de COVID na cidade de Araçuaí, sede do campus. Os gráficos com os alertas foram produzidos pelo Prof. João Luiz Jacintho, que veio integrar a equipe. No segundo semestre, sob a curadoria do Prof. João Francisco Sarno, as redes do Assunto Saúde foram sede da “I Semana da Gestão em Saúde”, evento online, que promoveu importantes debates em toda a rede de saúde da região.

Em 2021, o projeto continua, com o ingresso de novas turmas do Curso de Gestão em Saúde. A estratégia foi apresentada para colaboradores da rede do Conselho Nacional dos Institutos Federais no SENCE- Seminário Nacional de Curricularização da Extensão, além da expansão da rede de colaboradores e sedimentação do processo de inserção da atividade extensionista no IFNMG.

A missão dos canais Assunto Saúde segue clara, como de início: oferecer informação de saúde com base científica sólida e, portanto, confiável.

Ricardo Everton de Jesus Reis

Volumetria dos Resíduos Sólidos do IFNMG/Arinos.

Coordenadora: Reginaldo Proque Texto: Reginaldo Proque Campus: Arinos

Projeto Sustentabilidade Ambiental Campus Arinos

O projeto “Sustentabilidade Ambiental– Campus Arinos” objetivou o aperfeiçoamento da gestão dos resíduos sólidos no campus e na cidade de Arinos-MG. Beneficiou diretamente as 1200 pessoas integrantes da “comunidade do IFNMG/Arinos” e as 10 mil pessoas que compõem a população urbana da cidade. A partir do projeto, foi possível conhecer a composição, volume e peso dos Resíduos Sólidos Urbanos - RSU, gerados e coletados nas lixeiras distribuídas no campus. Outra iniciativa foi a adoção de ecopontos, ou seja, pontos de entrega voluntária para resíduos específicos no campus, como a coleta seletiva de papel nas salas de servidores técnico-administrativos, possibilitando a segregação, na fonte geradora, de papéis de boa qualidade e limpos, com potencial para reuso e reciclagem. Foi realizada também a expansão e a manutenção dos ecopontos de pilhas e baterias pós-consumo, instalados em diferentes dependências do campus. Por fim, foi realizada a instalação de ecoponto para lâmpadas geradas nas dependências do campus. O projeto permitiu aperfeiçoar a gestão dos resíduos sólidos no IFNMG/Arinos, ao implementar e manter pontos de entrega voluntária para diferentes resíduos e a manutenção da unidade de compostagem e vermicompostagem. Essas ações puderam ser replicadas com duas unidades de compostagem urbana e com a implantação da rede de coleta de pilhas e baterias. A sociedade ganha em qualidade ambiental.

Oser humano, no desenvolvimento de suas atividades de produção e consumo, descarta grande quantidade de resíduos, seja no âmbito urbano, industrial ou agrícola. Assim a necessidade da sustentabilidade ambiental tem ganhado destaque, devido ao avanço da utilização excessiva dos recursos naturais pelas atividades antrópicas. Os resíduos sólidos configuram-se em um dos principais temas ambientais da atualidade. Responder à demanda por novas abordagens na gestão ambiental desses materiais passa por repensar as formas de geração, acondicionamento, coleta, trans-

Ecoponto de Lâmpadas do IFNMG/Arinos.

Reginaldo Proque

Gustavo Martins Lopes

Volumetria dos Resíduos Sólidos – Plástico. Ecoponto de Lâmpadas do IFNMG/Arinos.

Reginaldo Proque

porte, aproveitamento, tratamento e disposição final ambientalmente adequada.

As instituições de ensino como as Universidades Públicas e Institutos Federais, centros de produção de conhecimento, vêm sendo convocadas, via legislação, a adotarem diretrizes mais sustentáveis nos seus campi, no âmbito da gestão dos resíduos sólidos, saneamento, uso de tecnologias alternativas, energias renováveis, dentre outras.

O projeto teve o objetivo de aperfeiçoar a gestão dos resíduos sólidos no campus e na cidade de Arinos-MG. Beneficiou diretamente as 1200 pessoas integrantes da “comunidade do IFNMG/Arinos” e as 10 mil pessoas que compõem a população urbana da cidade, visando a melhorias sanitárias e ambientais e ao desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão, relacionadas aos resíduos sólidos e à educação ambiental da comunidade do IFNMG/Arinos e seu entorno. Foi possível conhecer a composição, volume e peso dos Resíduos Sólidos Urbanos - RSU, gerados e coletados nas lixeiras distribuídas pelo campus. Foi realizado um inventário para analisar quais os diferentes tipos de RSU gerados, sua composição gravimétrica e volumétrica, ou seja, a proporção, em peso e volume, de cada tipo de RSU, identificar os resíduos passíveis de logística reversa, bem como levantar os setores onde se localizam as fontes de geração de resíduos sólidos do campus, sendo identificadas 18 fontes de geração de RSU.

A partir da Gravimetria, verificou – se a geração média de 323,26 quilogramas de RSU/Semana no campus e a Volumetria indicou que os 323,26 quilogramas de RSU correspondem a 3,076 metros cúbicos (Tabela 1), sendo encaminhados, semanalmente, sem separação, à Unidade de Triagem e Compostagem de Arinos – MG.

Os resíduos recicláveis (Tabela 1) representam 48% do peso e 85% do volume, sendo o plástico e o papel/ papelão responsáveis por 77% do volume gerado. Assim o dimensionamento proporcional de lixeiras para a coleta seletiva, considerando

Confecção de leiras de resíduos na “Unidade Descentralizada de Compostagem“, desenvolvido em parceria com a Agência Vale do Urucuia e a Prefeitura Municipal de Arinos-MG.

Reginaldo Proque

o volume de cada resíduo, é a alternativa mais apropriada para a boa gestão dos RSU no campus.

Ainda no campus, foi feita a manutenção de diferentes ecopontos já instalados,como para pilhas e baterias. Foram coletados 2 Kg deste resíduo; 40 litros de óleo comestível usado, papel/papelão nas salas de servidores e 205 lâmpadas.

Outra iniciativa do projeto foi o Gerenciamento da Unidade de Compostagem e Vermicompostagem de Resíduos Orgânicos - NEPEX – Agroecologia. Os resíduos orgânicos, de diferentes origens no campus, são tratados por meio do processo de compostagem aeróbica e da vermicompostagem (com minhocas californianas). Foram instalados cinco pontos de armazenamento/acondicionamento de folhas e podas de grama e plantas espontâneas, provenientes da arborização, jardinagem e áreas esportivas do campus e produzidos 10 metros cúbicos de composto orgânico, que foram ofertados às diferentes atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFNMG/Arinos.

“Mais do que o fortalecimento da imagem do IFNMG como uma organização sustentável, é de suma importância a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental dentro de cada campus. Nesse sentido, percebe-se a importância de propor, às instituições de ensino, que são os locais responsáveis pela formação de profissionais que poderão disseminar o conhecimento, estratégias de ação para coleta seletiva de resíduos sólidos. O projeto é muito importante para o campus e é uma das práticas sustentáveis aplicadas como forma de preservação do meio ambiente, além de propiciar benefícios econômicos e, principalmente, sociais. Podemos citar como benefícios a redução de custos com a disposição final do lixo e melhoria das condições ambientais e de saúde pública da região.”

Elias Rodrigues de Oliveira Filho – diretor-geral do IFNMG/Arinos

Outra iniciativa foi a manutenção da “Unidade Descentralizada de Compostagem – Urbana”, em parceria com a Agência de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Vale do Urucuia (ADSVRU) e a Prefeitura Municipal de Arinos – MG, na qual folhas da arborização urbana

Reginaldo Proque

Revolvimento mecânico de leiras de resíduos na “Unidade Descentralizada de Compostagem “, desenvolvida em parceria com a Agência Vale do Urucuia e a Prefeitura Municipal de Arinos.

Pequena Unidade de Compostagem - Núcleo de Regularização Ambiental/ IEF - Arinos MG.

passaram pelo processo de compostagem aeróbica. Cinquenta metros cúbicos destes resíduos foram transformadas em 2 leiras de 4 metros de largura, por 1,2 metro de altura e 14 metros de comprimento e que foram revolvidas mecanicamente, a cada 2 meses e resultaram em 10 metros cúbicos de composto orgânico, sem a adição de esterco ou irrigação.

“Trata-se de projeto de grande relevância socioambiental e pedagógico e torcemos para que o mesmo tenha

Reginaldo Proque

continuidade.” José Idelbrando Ferreira de Souza - ADSVRU.

Na área urbana do município de Arinos-MG, duas experiências com compostagem foram desenvolvidas: a manutenção de uma “Pequena Unidade de compostagem e vermicompostagem urbana”, em parceria com o Núcleo de Apoio Regional (URFBio Noroeste de Minas Gerais), no qual folhas, pequenos galhos e frutos de manga foram compostados em uma antiga piscina desativada, gerando 3 metros cúbicos de composto orgânico.

Ainda na área urbana do município de Arinos-MG, ocorreu a “Implementação da rede de Ecopontos de Coleta de Pilhas e Baterias pós-consumo” (50 pontos de coleta), em parceria com a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Agropecuária e Meio Ambiente. Foi replicada a experiência inicial do Projeto Sustentabilidade 2018 – 2019, que instalou coletores no campus, por meio da construção dos coletores e distribuição na cidade em repartições públicas, escolas e no comércio.

“As pilhas baterias usadas sempre foram um desafio para o município de Arinos, uma vez que a população as descartavam de forma incorreta, junto a parte no lixo comum que ia para Unidade de Triagem e Compostagem e outra parte era jogada em lotes vagos e outros locais inapropriados. O descarte incorreto deste material causa greve danos ao meio ambiente. O projeto de coleta de pilhas baterias foi uma iniciativa muito importante para o município, pois possibilita que a população dê o destino cor-

Coletores de Pilhas e Baterias sendo entregues nos locais onde serão os Ecopontos da “Rede de Coleta de Pilhas e Baterias pósconsumo de Arinos.

reto às mesmas através da entrega nos ecopontos, evitando seu descarte inadequado e mesmo misturado ao lixo domiciliar.” FABIANE RODRIGUES DOS REIS, Secretaria de Agropecuária e Meio Ambiente – Arinos MG

“A rede de pontos de coleta de pilhas e baterias preenche uma lacuna, que era a falta da coleta adequada para esse resíduo em Arinos. Desenvolvemos modelos de coletores de baixo custo, de fácil replicação e têm sido bem recebidos em repartições públicas, escolas e no comércio.”

Reginaldo Proque – coordenador do Projeto sustentabilidade

O projeto permitiu aperfeiçoar a gestão dos resíduos sólidos no IFNMG/Arinos, ao implementar e manter pontos de entrega voluntária para diferentes resíduos e a manutenção da unidade de compostagem e vermicompostagem. Essas ações puderam ser replicadas com duas unidades de compostagem urbana

Coletores de Pilhas e Baterias sendo entregues na prefeitura municipal de Arinos para integrarem a “Rede de Coleta de Pilhas e Baterias pósconsumo de Arinos”.

e com a implantação da rede de coleta de pilhas e baterias. A sociedade ganha em qualidade ambiental pois, em vez de folhas sendo queimadas e poluindo o ar, temos o composto orgânico. Bem como as pilhas e baterias, que são resíduos perigosos por conta de seus metais pesados, que passam a ser recolhidos e encaminhados para a destinação final adequada no Ecoponto Regional Instalado em Unaí - MG. Um verdadeiro laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão no IFNMG em resíduos sólidos.

Coordenador: Fábio Simão da Cunha Bolsista: Elisângela Antônia Gomes eJennifer Barbosa de Oliveira Voluntários: Elisângela Antônia Gomes, Fábio Júnior Pereira Mendes e Bianca Santana Gabriel Colaboradores: Priscila Borges de Castro e Graciela Maria Miranda Borges Texto: Fábio Simão da Cunha Campus: Arinos

Projeto Dica IF

O Projeto de Extensão Dica IF objetivou a interação entre comunidade acadêmica e local em torno das temáticas do empreendedorismo, inovação e gestão de empresas, por meio das redes sociais. A busca por promover a produção de conhecimento e informação do IFNMG/Campus Arinos e a interação com a comunidade é premissa básica do trabalho, além de contribuir com o desenvolvimento local e regional, e, no contexto de pandemia e incertezas na sociedade, servir de fonte de informação e auxílio para lidar com as mudanças no mundo do trabalho e gestão empresarial. Nesse sentido, o Projeto Dica IF pretendeu utilizar-se de mídias sociais para a promoção de notícias, atividades desenvolvidas, esclarecimento das dúvidas dos usuários e realização de lives, permitindo que o Campus Arinos possa estar em constante contato com a comunidade, mesmo com o distanciamento social.

O perfil do Instagram

ODica IF foi proposto, visando auxiliar a comunidade escolar e local no que diz respeito à gestão empresarial, educação financeira, e áreas afins, a partir de conteúdos informativos relacionados a esses temas nas mídias sociais. O projeto foi idealizado pelos docentes Fábio Cunha e Graciela Borges, do Núcleo em Administração do Campus Arinos, com contribuição do Setor de Comunicação Social do campus, a partir de uma demanda expressa pela sociedade de aumentar a aproximação do campus com a comunidade local. Com o projeto, buscou-se romper as fronteiras espaciais que limitam o acesso a conteúdo e informação produzidos no campus pela comunidade local, além de contribuir para o enfrentamento e adaptação às mudanças impostas pela pandemia da COVID-19.

O início das atividades ocorreu no dia 1ª/06/2020 e o encerramento em 30/11/2020. As principais atividades relacionaram-se à produção de conteúdo e à busca por interação com os seguidores em uma rede social. O Instagram foi a mídia utilizada para contato, escolhida, sobretudo, pelo alcance e para viabilizar a promoção de conteúdo gerencial, temáticas que poderiam auxiliar os empresários regionais a lidar com a situação causada pela pandemia da COVID-19.

Os softwares escolhidos para edição do material e criação das artes foram: - edição de texto: Google Docs;

Posts da série “Dica de livros e filmes”.

Registro de reunião da equipe do projeto.

- edição de imagens: Canva - compartilhamento e gestão das atividades: Trello. Em relação aos procedimentos para edição e postagem de material, acordaram-se, entre os membros da

Posts da série “Ferramentas Administrativas”.

Posts com temas gerais em gestão.

equipe: mínimo de 3 postagens semanais; postagens às 17:00; reuniões semanais às segundas-feiras às 14:00. Em algumas semanas, a equipe produziu conteúdo para 5 postagens.

Foram realizadas 104 publicações na rede social, superando a estimativa de 70 postagens no início do projeto. Na data de elaboração deste relatório, somavam-se 200 seguidores do perfil na rede social, sendo estes caracterizados por alunos do Instituto Federal Campus Arinos, empresários dos mais diversos setores e comunidade local. Destacam-se aqui a abrangência e alcance do projeto, pois registram-se seguidores de cidades como Unaí, Urucuia, Chapada Gaúcha, Brasília e de outras regiões de Minas Gerais, como Ponte Nova e Viçosa, na Zona da Mata mineira. A interação com os seguidores se deu por meio das curtidas nos posts, compartilhamentos e conversas no direct. Entre os temas abordados, citam-se: gestão de projetos; gestão de processos; ferramentas administrativas; notícias atuais sobre o mercado.

Semanalmente, a equipe se reuniu para definição da pauta de postagens e alinhamento estratégico. Destas reuniões, muito aprendizado emergiu para a equipe, podendo-se listar o melhor conhecimento do funcionamento das redes sociais, como produzir artes gráficas, e como adequar a linguagem acadêmica e técnica à linguagem local. Ademais, entende-se que foram disseminadas a proposta e a necessidade de constante interação entre a produção técnica do Campus Arinos e a comunidade regional.

Coordenadora: Ana Lúcia Ferreira Oliveira de Freitas Bolsista: Natália Durães Versiane Teixeira e Camila Juciara Batista da Silva Voluntária: Naiure Lopes Guimarães Texto: Ana Lúcia Ferreira Oliveira de Freitas Campus: Arinos

Projeto

Oficina Programa 8S Qualidade no Trabalho - Profa.Ana Lúcia Freitas .

Qualidade no atendimento e desenvolvimento do Programa 8S

O projeto buscou qualificar os empresários e seus colaboradores por meio da aplicação do programa 8S de qualidade. Foram realizadas reuniões de capacitação, treinamentos e entrevistas com todos os participantes, realização do dia “D” nos setores da empresa, elaboração de um checklist, auditoria interna e, por fim, reunião para divulgação dos resultados da auditoria. O feedback dos participantes foi no sentido de incluir, em suas prioridades, a qualidade no trabalho e na prestação de serviços. A perspectiva da equipe do projeto é que o programa 8S não seja apenas implantado, mas que suas diretrizes sejam enraizadas na cultura organizacional e que os participantes apliquem os conhecimentos adquiridos na vida profissional e pessoal.

Para o relato das experiências do projeto de extensão Qualidade no atendimento e desenvolvimento do Programa 8S, vou iniciar com a fala do Carlos Azevedo, empresário e proprietário do Supermercado JC, onde foi desenvolvido o projeto: “Eu agradeço muito a toda equipe que trabalhou nesse projeto que, para nós, foi muito importante, apesar dos 30 anos de comércio de estar atrás de um balcão, desde pequeno, a gente vai buscando sempre maneiras de ter

Trabalhando in loco - Profa. Ana Lúcia Freitas, as bolsistas Natália Durães e Camila Juciara.

Natália Durães um resultado positivo, mas o tempo vai passando e algumas coisas vão se perdendo e esse projeto fez com que, principalmente, eu acordasse, sabe? Dá um novo salto”. E assim continuou, pontuando o que, na sua concepção, foi mais importante para a sua empresa: elaboração das listas de compra, a preocupação de toda a equipe com o controle da qualidade… Para ele, é visível a diferença do trabalho depois da implantação do projeto com os critérios de controle e avaliação “do que está

Dinâmica Teia de Aranha Oficina Trabalho em Equipe.

Camila Juciara

indo bem, se está indo mal em qual ponto. Coisas que nunca tínhamos antenado, apesar de tantos anos de comércio (...) E outra coisa importante foi a moçada nossa entender a diferença entre atender bem e tratar bem, onde atender bem está na preocupação desde a abordagem inicial do cliente até ele encontrar o que deseja na loja, com limpeza adequada, não ficar muito tempo em fila, enfim, mudou nosso jeito de avaliar o que realmente importa no atendimento e estamos prontos para outros projetos”.

No comércio do setor de alimentação, quem se destaca é quem trabalha com qualidade dos produtos e excelência no atendimento. Nesse sentido, o projeto em questão tinha como objetivo capacitar os gestores e demais colaboradores para o desenvolvimento do Programa de Qualidade 8S e a prática das atividades realizadas nos variados setores de uma empresa de varejo de mercado e supermercado, promovendo assim, o desenvolvimento profissional dos mesmos.

O programa 8S (8 Sensos) é uma adaptação para a realidade brasileira do programa japonês 5S que, no Brasil, foi considerado falho na questão da implantação, em função da cultura empresarial nacional. Nessa adaptação brasileira, tem-se a adição de mais 3 sensos, complementando os cinco sensos japoneses. Esta ferramenta tem o objetivo de proporcionar um ambiente de trabalho para alavancar a produtividade da organização. É composto por 8 ações, ou sensos, que começam pela letra S, quando pronunciadas em japonês, que são: 1 Determinação e União (Shikari Yaro); 2 Educação, Qualificação e Treinamento (Shido); 3 Utilização (Seiri); 4 Ordenação ou Organização (Seiton); 5 Limpeza (Seiso); 6 Saúde e Bem-estar (Seiketsu); 7 Autodisciplina (Shitsuke) e 8 Economia e Combate aos Desperdícios (Setsuyaku)( ABRANTES, 2012).

Na região, observou-se um déficit na qualidade dos serviços prestados; nesse sentido, o projeto de extensão visava minimizar esses efeitos por meio de capacitação com ação pedagógica, de caráter teórico e prático presencial, em uma empresa de supermercado. Esse segmento é considerado uma atividade essencial e não parou suas atividades durante o período de pandemia. Chegou-se à conclusão de que o projeto poderia ser executado com algumas alterações, tomando todos os devidos cuidados e atendendo a todos os protocolos de saúde para o COVID-19.

Foram executadas oficinas de capacitação com os temas: Programa 8S de Qualidade Total; Qualidade e Segurança no Trabalho; Atendimento ao Público e Trabalho em Equipe. Paralelamente, foram realizadas entrevistas com todos os colaboradores, no intuito de conhecer a sua rotina de trabalho, seus anseios e suas sugestões de melhoria. Em seguida, foi realizado o “Dia D” na empresa, com orientações aos colaboradores, mudanças pontuais e um levantamento das necessidades de cada setor. Baseado nos relatórios das entrevistas, foi desenvolvido um checklist para auditoria, com questões específicas do setor que seria observado, relacionado ao desenvolvimento do trabalho e questões relativas ao próprio colaborador, como pontualidade, relacionamento interpessoal, uso do uniforme e EPI e comprometimento com o tra-

balho. A auditoria foi realizada entre a equipe do projeto e uma equipe formada por colaboradores da empresa, para a continuidade do programa, após o término do projeto. Após a análise dos resultados pontuados pelos auditores, foi realizada uma reunião com todos os envolvidos para o feedback do projeto.

O IFNMG tem a missão de promover educação por meio da junção indissociável entre ensino, pesquisa e extensão, interagindo pessoas, conhecimentos e tecnologias. Nesta filosofia, a extensão proporcionou, tanto para as acadêmicas quanto para os docentes, o desenvolvimento da capacidade de transferir conhecimentos adquiridos em sala de aula e de suas experiências para o ambiente de trabalho; a oportunidade de aumentar a habilidade para elaborar e implementar, de forma prática, projetos em organizações e proporcionar muito aprendizado e lições que poderão ser aplicados na vida profissional e pessoal.

Para a coordenadora do projeto Ana Lúcia Freitas, poder colocar, na prática, um Programa 8S e ter a concepção do quanto a organização, higiene, segurança e demais aplicações têm impacto dentro da empresa, principalmente, pela forma como ela é vista pelos seus clientes e colaboradores, é a oportunidade para sair da zona de conforto. Apesar das limitações impostas devido à pandemia, foi possível desenvolver o projeto no Supermercado JC , sendo de grande valia e aprendizado. Segundo o relato dos gestores e colaboradores, eles conseguiram ver, na prática, que podem melhorar seus métodos, a forma como trabalham, ter uma maior preocupação com o bem-estar e o ambiente de trabalho mais limpo, transparente até na forma de se comunicarem e trabalharem com segurança e menos desperdícios.

As nossas alunas foram bem recebidas pelos participantes da empresa, que demonstraram interesse e colaboraram nas atividades

Oficina Atendimento ao Público - Prof. Roberto Freitas.

Encontro de Encerramento do Projeto.

Natália Durães

Camila Juciara

Intervenção Gôndolas Dia D - Bolsistas Camila Juciara e Natália Durães.

Auditoria Setor de Frios - Profa. Ana Lúcia Freitas.

Ana Lúcia Freitas propostas. Além de fazerem novas amizades, o trabalho proporcionou conhecerem novas formas de se inspirar, colocando em prática o que é aprendido em sala de aula. É o que pode ser observado na fala da Natália Durães, aluna bolsista do projeto: “Quando recebi o convite para participar do projeto, imaginei que seria um ótimo aprendizado, mas foi além das expectativas. Ver na prática como tudo funciona, organização, relacionamentos, adaptações, permite uma melhor assimilação da teoria ensinada em aula. Todos os envolvidos no projeto estavam empenhados, disponíveis e prestativos, para seu desenvolvimento. Com certeza, participaria novamente.”

Por fim, os gestores e colaboradores do supermercado já tinham pré-conceitos acerca dos assuntos discutidos. Contudo, a partir do projeto, houve um alinhamento de ideias, processos e procedimentos, que pode culminar em oportunidades de melhorias, pelos quais todos os envolvidos ganharão: os gestores poderão auferir melhores resultados institucionais, os colaboradores desenvolverão experiências para melhor lidar com os clientes e o trabalho em si, e nós, enquanto promovedores do projeto, mais conhecimentos.

Auditoria Setor Depósito - colaboradores Lucas Natan e Jéssica.

Auditoria Setor Depósito - Bolsista Natália Durães.

Produtos da Sustentabilidade - Pufes com aproveitamento de resíduos.

Coordenadora: Patrícia Conceição Medeiros Bolsista: Bruno Mendes Ferreira Voluntários: Ana Paula Carneiro Lopes, Diana da Mota Guedes e Maylda Gonçalves Barbosa Colaboradores: Antonio Fabio Silva Santos Texto: Patrícia Conceição Medeiros/ Campus: Januária

Projeto Ações de Sustentabilidade Ambiental

no IFNMG - Campus Januária: Um olhar social, econômico e ambiental para os Resíduos Sólidos

O presente projeto vem sendo desenvolvido desde o ano de 2018 e objetiva ampliar as ações que promovam práticas de sustentabilidade ambiental no âmbito de atuação do IFNMG - Campus Januária, visando a melhorias sanitárias e ambientais, voltadas para a temática dos resíduos sólidos. Entre as ações desenvolvidas pelo projeto, podem ser citadas: campanhas de conscientização/sensibilização sobre sustentabilidade ambiental e resíduos sólidos; oficinas de compostagem; oficinas de produção de sabão, com aproveitamento de óleo de cozinha; oficinas de produção de puffs com materiais recicláveis. Espera-se, com essas ações, integrar o ensino, pesquisa, extensão e envolver os discentes para serem multiplicadores de práticas de educação e sensibilização ambiental no entorno do Campus Januária e adjacências.

Apreocupação com o meio ambiente não é recente, mas foi nos últimos anos que essa temática ganhou notoriedade e ubiquidade, envolvendo tudo e todos, o que tornou imperativo difundir ações de sensibilização ambiental, dentro e fora dos espaços escolares, por meio de ações e projetos.

Neste contexto, o Projeto de Sustentabilidade Ambiental do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais teve início em 2018, com a colaboração da Comissão Institucional de Meio Ambiente e da Pró-Reitoria de Extensão e já foi desenvolvido em todos os campi da instituição. O projeto tem, como intuito, ampliar as ações que promovam práticas de sustentabilidade na área de abrangência do IFNMG e, como base, a indissociabilidade da pesquisa e extensão. Como uma das suas ações, em 2020, ocorreu o “I Encontro de Sustentabilidade Ambiental do IFNMG”, que teve, como ênfase: resíduos sólidos, compostagem, reciclagem, catadores de materiais recicláveis, resíduos eletrônicos, substratos alternativos, florestas urbanas e áreas verdes, sendo realizado de 23 a 26 de novembro. O evento foi realizado no formato totalmente online e foi organizado por sete campi do IFNMG (Almenara, Arinos, Janaúba, Januária, Montes Claros, Salinas e Teófilo Otoni) e pela Pró-Reitoria de Extensão do IFNMG. Foram contabilizados 815 participantes inscritos e mais de 1,4 mil visualizações no canal oficial do Youtube do IFNMG, em um único dia de evento (sendo a abertura e as palestras iniciais).

No Campus Januária, as ações de Sensibilização/Conscientização Ambiental ocorreram ao longo de todo

Oficinas de Produção de Puffs, com aproveitamento de resíduos.

Campanhas de Sensibilização/ Conscientização sobre os resíduos sólidos, difundidas nas redes sociais.

Iara Figueiredo Silva o projeto, que foi desenvolvido de junho a novembro de 2020. Foram elaborados conteúdos digitais (vídeos, cartilhas, dentre outros) com informações sobre a coleta seletiva, resíduos eletrônicos, compostagem, não geração, redução e reaproveitamento dos resíduos sólidos. Devido à pandemia, também foi elaborado conteúdo digital (vídeos, cartilhas e outros) com informações e orientações sobre o manejo e descarte de resíduos de atenção à saúde nos domicílios de pacientes suspeitos ou diagnosticados com a COVID-19. Para difundir o conhecimento, ampliar a participação e manter um diálogo aberto com a comunidade em geral sobre a preservação do meio ambiente, foi criado um perfil em uma rede social <https://www.instagram.com/ if_sustentavel09/?hl=pt-br>, que teve um alcance de 471 pessoas.

Entre os avanços apresentados pelo Projeto de Sustentabilidade Ambiental – Eixo Resíduos Sólidos no ano de 2020, podem ser citados resultados expressivos, como: aumento da cooperação entre os campi; capacitação de multiplicadores e parceiros para o processo de educação, sensibilização e conscientização da população; integração do ensino, pesquisa e extensão como forma de estimular e sensibilizar estudantes para atuação nas comunidades; levantamento de informações sobre a percepção ambiental dos alunos e servidores, entre outros. À medida que as ações propostas eram trabalhadas no âmbito institucional, mais alunos e servidores eram envolvidos, possibilitando a formação de multiplicadores sobre a importância de repensar os hábitos de consumo e dos recursos do meio ambiente, especialmente da redução, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos.

Para disseminação dos resultados e divulgação das atividades do projeto, foram realizadas palestras e apresentações de trabalhos em eventos locais, regionais e internacionais. O trabalho intitulado “Educação Ambiental e Extensão: oficinas de sensibilização com ênfase nos resíduos sólidos” foi apresentado no Fórum Internacional de Meio Ambiente e também publicado como capítulo de livro.

Diante do exposto, reforça-se que a Educação Ambiental é um relevante instrumento que proporciona reflexões, sensibilização e conscientização acerca da sustentabilidade ambiental. Ressalta-se a importância da continuidade e ampliação do projeto, dada a complexidade e abrangência da temática, para que promova a mudança de paradigmas, necessária para a conservação do meio ambiente. E, por fim, conclui-se que a extensão é de suma relevância para as instituições de ensino superior, por permitir maior aproximação com a comunidade externa; para o acadêmico, que aprende muito mais, repassando o conhecimento, e também para a sociedade, que tem os seus anseios compreendidos.

I Encontro de Sustentabilidade Ambiental - evento realizado de forma intercampi no formato online.

Coordenador: Aroldo Gomes Filho Bolsistas: Valéria Ferreira da Silva Voluntários: Carolina Vitória Alves Damasceno Paiva, Ana Luíza Medrado Monteiro, Adailton Júnior Nunes de Jesus, Pedro Ivo Prudêncio Castro e Wesley Ginno Borges Texto: Paulo Marinho de Oliveira Campus: Januária

Realização de capacitação sobre produção de amendoim na comunidade de Grotinha, Januária-MG, dia 30/08/2020.

Projeto II Dia de Campo da Cultura do Amendoim

O projeto teve como finalidade a realização do II Dia de campo da cultura do amendoim, contendo conhecimento técnico e resultado de pesquisas voltadas para a região norte de Minas Gerais, realizado por alunos das Ciências Agrárias do IFNMG- Campus Januária. O evento foi realizado de forma remota, seguindo as orientações de distanciamento social da OMS, devido à pandemia causada pela COVID-19. A gravação foi disponibilizada na plataforma do Youtube, na página do IFNMG - Campus Januária (Link:https://youtu.be/o0sXf-OTuGU ). Além da realização do evento, foram ministradas palestras em comunidades rurais, com o intuito de difundir o conhecimento sobre a cultura do amendoim, e distribuídas algumas sementes das variedades de porte rasteiro (IAC 886) e de porte ereto (IAC TATU ST), para que os produtores pudessem propagá-las. Também foram entregues cartilhas educativas, contendo um resumo sobre os assuntos abordados na palestra, sendo um material de consulta para aqueles produtores que desejem trabalhar com esta cultura.

Oamendoim é uma cultura de boa adaptação e com grande potencial para a região, principalmente para a agricultura familiar. Porém, muitos produtores obtêm pouca informação sobre a cultura, o que inviabiliza o cultivo na propriedade. Diante disso, o prof. Aroldo Gomes Filho, coordenador do projeto, destaca a importância de realizar capacitações e eventos como o “II Dia de Campo da Cultura do Amendoim”, para que produtores e alunos tenham acesso a informações técnicas e aos resultados obtidos com pesquisas realizadas no IFNMG-Campus Januária.

A gravação do II Dia de Campo da Cultura do Amendoim foi disponibilizada no dia 22/12/2020 na plataforma do Youtube, na página oficial do IFNMG – Campus Januária (Link: https://youtu.be/o0sXf-OTuGU). O vídeo foi gravado em área experimental do IFNMG – Campus Januária, onde foi implantada a cultura para demonstração. O dia de campo foi realizado com o intuito de transmitir informações técnicas e orientações sobre a cultura, desde o plantio até

Realização de capacitação sobre produção de amendoim na comunidade de Saco da Luíza, LuislândiaMG, dia 28/09/2020.

a colheita do amendoim, e também falar sobre resultados de pesquisas adaptadas à região, obtidos em experimentos realizados no IFNMG- Campus Januária por ex-alunos do Curso Bacharelado em Agronomia.

O projeto foi desenvolvido pelos alunos Valéria Ferreira da Silva (bolsista), Carolina Vitória Alves Damasceno Paiva, Ana Luíza Medrado Monteiro, Adailton Júnior Nunes de Jesus, Pedro Ivo Prudêncio Castro, Wesley Ginno Borges (voluntários), sob a coordenação do professor Aroldo Gomes Filho, sendo executado em área experimental do IFNMG-Campus Januária. O projeto teve início em junho/2020, com o preparo do solo, por meio de aração e gradagem, além da instalação da irrigação na área. O material genético utilizado foi das variedades IAC 503, de porte rasteiro e ciclo tardio e IAC TATU ST, de porte ereto e ciclo precoce, ambas obtidas no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e multiplicadas em experimentos no IFNMG- Campus Januária. A cada 15 dias, foram instaladas novas parcelas no campo durante 4 meses, a fim de demonstrar, ao final do ciclo, todos os estádios fenológicos

Realização de capacitação sobre produção de amendoim na comunidade de Olhos D’Água, Luislândia-MG, dia 11/10/2020.

da planta. As estações experimentais apresentavam as duas variedades em três espaçamentos diferentes, sendo eles 0,50 m, 0,70 m e 0,90 m, No dia de cada plantio, era feita a abertura de sulcos manualmente e a adubação de plantio, utilizando 80 kg ha-1 de P2O5 e 60 Kg ha-1 de K2O via solo. Durante o ciclo da cultura, foram realizadas capinas, quinzenalmente, e também práticas como desbaste e amontoa nas plantas.

O evento foi realizado de forma remota, devido à pandemia causada pela COVID-19. Diante das orientações impostas pela OMS, o evento foi gravado e transmitido pelo Youtube. Além do evento em si, foram realizadas três capacitações durante o projeto: a primeira capacitação foi realizada na comunidade de Grotinha, localizada no município de Ja-

Gravação do II Dia de campo da cultura do Amendoim, em área experimental do IFNMG-Campus Januária. Dia 31/10/2020.

BORGES, W.G.

nuária- MG; as demais foram realizadas no município de Luislândia- MG, nas comunidades de Saco da Luiza e Olhos D’Água. As capacitações contaram com um público de cerca de 30 pessoas (agricultores), respeitando-se o distanciamento social e uso de máscaras. A apresentação foi feita com ajuda de data show e material impresso, pelos quais foram abordadas as principais técnicas de produção do amendoim. Também foram distribuídas sementes aos produtores para propagação da cultura nas propriedades.

Para o prof. Aroldo Gomes Filho, o dia de campo e as capacitações realizadas em comunidades rurais durante a execução do projeto proporcionaram a divulgação de um pacote tecnológico, para que os produtores pudessem implementar a cultura do amendoim. “Os resultados são frutos de pesquisas realizadas com a cultura ao longo de cinco anos, estudos estes na área de plantio, adubação e irrigação, voltados para as características edafoclimáticas do Norte de Minas Gerais, ou seja, técnicas adaptadas às condições locais” enfatizou o coordenador. de capacitação fortalece o vínculo entre a instituição de ensino, pesquisa e extensão que é o IFNMG e as comunidades da região; dias de campo como este poderiam ser mais frequentes em nossa região norte de Minas, difundindo conhecimento sobre o amendoim, que pode ser tornar uma alternativa para produção na região do semiárido nortemineiro”, declarou a aluna.

O desenvolvimento do projeto estreitou os laços entre os agricultores das comunidades locais atendidas e o IFNMG - Campus Januária, pois eles passaram a conhecer as técnicas de plantio da cultura do amendoim, cultura que era uma novidade para muitos, bem como receberam sementes de duas cultivares de amendoim, para plantio em suas propriedades. Diante desse contexto, o objetivo do projeto foi alcançado, mensurado pela satisfação dos agricultores locais. Vale salientar que as pesquisas com a cultura do amendoim continuam e, em um futuro próximo, teremos novidades (cultivares e manejos) para apresentar aos agricultores da região norte de Minas Gerais.

Para a aluna Valéria Ferreira da Silva, bolsista do projeto, as capacitações realizadas em comunidades rurais durante o projeto proporcionaram impacto positivo para os produtores. “Os produtores obtiveram acesso a informações relativamente simples, mas que, para eles, era algo totalmente novo, como a importância da análise de solo, além de conhecer um pouco do trabalho desenvolvido pelos alunos do IFNMG”, enfatizou a bolsista.

A execução do projeto promoveu um fortalecimento do elo entre a comunidade acadêmica e o meio rural, mostrando aos produtores rurais a importância econômica e social da cultura do amendoim, transmitindo conhecimento, a fim de tornar a produção de amendoim cada vez mais eficaz e precisa na nossa região.

Segundo a aluna Ana Luíza Medrado, o projeto de extensão sobre o dia de campo foi de essencial importância para a formação técnica e, por consequência, promoveu um enriquecimento muito grande quanto aos conhecimentos relacionados ao cultivo, manejo e desenvolvimento da cultura do amendoim. “Este tipo

Coordenador: Nelson Licínio Campos de Oliveira Bolsistas: David de Araújo Moreira Júnior e Hudson Ramon Prates de Souza Texto: David de Araújo Moreira Júnior e Hudson Ramon Prates de Souza Campus: Januária

Colheita de tomate cereja / produção orgânica. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.

Projeto Implantação de unidade de produção de hortaliças em sistema orgânico

na Comunidade de Moradeiras: “Capacitando agricultores e potencializando agricultura sustentável”

A produção orgânica de hortaliças é uma atividade em pleno crescimento no mundo, devido aos anseios da sociedade em proteger a saúde dos produtores e consumidores, obtendo alimentos com maior valor biológico, e, dessa maneira, ampliar a segurança alimentar. Nessa perspectiva, o presente trabalho teve como objetivo implantar uma unidade demonstrativa de produção de hortaliças em sistema orgânico, para capacitar agricultores e potencializar a agricultura sustentável na comunidade de Moradeiras/Januária-MG, localizada na margem esquerda do Rio São Francisco e muito próxima do centro urbano da cidade. O projeto de extensão possibilitou aos agricultores uma ampla visão da produção orgânica de hortaliças, compreendendo desde as tecnologias de produção até os procedimentos de certificação e comercialização dos produtos.

Amaioria das propriedades da comunidade de Moradeiras faz limite com o Rio São Francisco. Por este motivo, foi de suma importância a conscientização ambiental dos agricultores e a adoção de sistemas de produção com práticas agrícolas mais sustentáveis. A implantação do projeto teve como objetivo capacitar agricultores a produzir hortaliças em sistema orgânico. Mensalmente, foram realizados dias de campo no sítio Barranqueiro, que contaram com a participação de professores, alunos e agricultores da comunidade. Devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19), as atividades foram ministradas ao ar livre, na área da unidade de produção, com a utilização de máscaras e manutenção do distanciamento, para a segurança dos envolvidos. Todos os temas propostos foram ministrados de forma teórica e prática, para garantir que os agricultores ampliassem seus conhecimentos agrícolas.

Na oportunidade, os agricultores locais foram informados quanto aos perigos do uso indevido e indiscriminado de agrotóxicos, no que se refere às questões de saúde, segurança alimentar e meio ambiente.

Com o intuito de esclarecer o objetivo do presente trabalho, ini-

Preparo de biofertilizante. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.

Nelson Licínio Campos de Oliveira

Nelson Licínio Campos de Oliveira

Colheita de tomate cereja / produção orgânica. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.

cialmente, foram apresentadas à comunidade as etapas do projeto e as diversas tecnologias da produção orgânica a serem desenvolvidas na unidade de produção. Iniciamos com os procedimentos de coleta de amostra de solo para análise laboratorial (química e física) e, posteriormente, a interpretação dos resultados.

Logo após a avaliação dos resultados da análise, iniciou-se o preparo dos canteiros para adubação de plantio e complementar. Quanto à produção de adubos, foram trabalhadas, com os agricultores, a produção de adubos orgânicos, por meio da técnicas de compostagem e a produção de biofertilizantes líquidos em ambientes aeróbicos e anaeróbicos. Em seguida, foram realizadas as práticas agronômicas para produção de mudas de olerícolas em sistema orgânico, a produção de caldas e extratos para controle de pragas e doenças, as técnicas de controle de plantas espontâneas nos diversos ambientes de cultivo, rotação e consorciação de culturas, adubação verde, certificação e comercialização das hortaliças orgânicas. No decorrer de todas essas atividades, foram apresentadas cartilhas agroecológicas e realizados debates para fixação do conhecimento ministrado.

Aplicação de cobertura morta em canteiros de alface. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.

Nelson Licínio Campos de Oliveira

Dentro desse contexto tecnológico de produção orgânica, verificamos que não existia a necessidade de realizar a correção do solo e prosseguimos com o levantamento de canteiros, aplicamos o adubo orgânico (esterco de curral), na dosagem de 3 kg/m² no ato do plantio e 2 kg/ m² em adubação complementar, para o cultivo das hortaliças alface, rúcula, coentro, salsa e tomate. Neste mesmo período, foram demonstrados o preparo do biofertilizante supermagro, que consiste em uma mistura mineral e proteica, rica em nutrientes e indispensável para a nutrição e proteção das plantas contra pragas e doenças, bem como a utilização da solução de urina de vaca como um biofertilizante de fácil preparo, com propriedades nutricionais, fitohormonais, de repelência e de proteção às plantas dos ataques de pragas e doenças. Complementando as informações, foram apresentados os cuidados para a utilização e as respectivas doses dos biofertilizantes para as diversas culturas olerícolas.

Destacamos que, interligada à unidade de produção, existe uma mata preservada, onde realizamos as atividades práticas de captura de microrganismos eficientes, com o propósito de cultivo e posterior

Preparo de composto orgânico. Sítio Barranqueiro / comunidade Moradeiras / Januária – MG, 2020.

Manejo de ervas espontânea e aplicação de biofertilizante na cultura do milho verde. Sítio Barranqueiro – Moradeiras / Januária - MG, 2020.

Nelson Licínio Campos de Oliveira

Visita ao sítio Barranqueiro comunidade de Moradeiras /Januária - MG, 2020.

aplicação sobre as plantas, no solo e sobre o composto orgânico, com o objetivo de aumentar a vida microbiana, agindo em antagonismo aos microrganismos fitopatogênicos e potencializar a produção das plantas.

Durante o crescimento e desenvolvimento das hortaliças, realizamos o manejo de plantas espontâ-

Nelson Licínio Campos de Oliveira neas. Para evitar a competição por nutrientes, água e luz, estas ervas são retiradas do interior dos canteiros, sendo preservadas nas entrelinhas dos mesmos. Estas plantas desempenham um papel fundamental no agroecossistema, que é servir de abrigo para inimigos naturais e evitar que as pragas ataquem apenas a cultura de interesse comercial.

A adubação verde é uma das práticas fundamentais para o sucesso da agricultura orgânica. Foram realizadas várias atividades de plantio das leguminosas crotalária spectabilis, mucuna-preta e feijão de porco em condições de rotação de culturas, enfocando os benefícios nutricionais e para o controle de pragas e doenças. O IFNMG Januária – (MG) forneceu, aos membros da comunidade, sementes de diferentes espécies de leguminosas, para incentivar a utilização dessas práticas nos futuros cultivos das propriedades.

No decorrer da implementação do projeto, chamaram a atenção as considerações dos membros da comunidade sobre a prática tradicional da realização da queimada de folhas secas e restos de podas para limpar as áreas próximas às residências e nas áreas de cultivos. Diante desse fato, fomos sensibilizados e oferecemos aos participantes o ensino da técnica da compostagem. Dessa maneira, foi possível orientar o destino dos restos vegetais e de esterco animal para a produção do “composto orgânico”, material estável e de ótima qualidade para adubação de hortaliças, capaz de contribuir, significativamente, para o aumento da vida microbiológica e ciclagem de nutrientes no solo.

Ao final do projeto, mostramos aos agricultores os tipos de certificação ofertados no Brasil, quais são os órgãos e organismos competentes para realizar estes procedimentos de certificação, de acordo com a legislação vigente, como a Lei 10.831/03 e a Portaria nº 52, de 15/03/2021. Um dos fatores que contribuiu para o sucesso do projeto foi a atenção dos produtores em aceitar as propostas que lhes foram oferecidas, além de possibilitar para nós, acadêmicos, a experiência oferecida pela prática da extensão rural.

A implantação da unidade demonstrativa de produção de hortaliças orgânicas levou, à comunidade, uma opção de produção sustentável, capaz de diminuir os riscos de contaminação por defensivos agrícolas, além de melhorar a rentabilidade dos agricultores, devido à valorização desses produtos hortícolas, quando comercializados após o processo de certificação.

Diante do exposto, enfocamos que a implantação da unidade demonstrativa e a participação exitosa da comunidade local, em promover uma agricultura de baixo impacto ambiental, refletem a preocupação da população barranqueira em proteger o nosso maior patrimônio que é o nosso rio São Francisco.

Transplantio de alface. Sítio Barranqueiro - Moradeiras / Januária- MG, 2020.

Nelson Licínio Campos de Oliveira

Nelson Licínio Campos de Oliveira

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Coordenador: Nelson Licínio Campos de Oliveira Bolsistas: Aldo Luiz Fernandes Dutra e Tamira Gonçalves de Queiroz Colaboradores: Alberto Luiz Ferreira Berto, Ednaldo Liberato de Oliveira, Rodrigo Amato Moreira, José Odair Pereira dos Santos e Fernando Cardoso de Oliveira Texto: Aldo Luiz Fernandes Dutra e Tamira Gonçalves de Queiroz Campus: Januária

Cultivo orgânico de hortaliças folhosas. Fazenda Seriema / Japonvar – MG, 2020.

Projeto Implantação de unidade de produção de hortaliças em sistema orgânico no Município de Japonvar (MG): “Potencializando sustentabilidade dos agrossistemas, autonomia de produção, segurança alimentar e geração de renda ao produtor rural”

A produção orgânica de olerícolas é uma atividade em pleno crescimento no mundo, devido aos anseios da sociedade em proteger a saúde dos produtores e consumidores, em preservar o meio ambiente e obter de alimentos com maior valor biológico, e, dessa maneira, promover e ampliar a segurança alimentar. Nessa perspectiva, o presente trabalho teve como o objetivo implantar uma unidade tecnológica de produção de hortaliças, em sistema orgânico, na comunidade de Seriema, no município de Japonvar (MG), para capacitar agricultores, servindo também como modelo para outros produtores rurais interessados no cultivo orgânico. O projeto de extensão possibilitou aos agricultores uma ampla visão da produção orgânica de hortaliças, compreendendo desde as tecnologias de produção agroecológicas até os procedimentos de certificação e comercialização dos produtos.

Os alimentos são de extrema importância para suprir as necessidades nutricionais do nosso organismo, sendo as hortaliças reguladores fundamentais para fazer o organismo funcionar de forma adequada, uma vez que são compostas de grande quantidade de água, vitaminas e sais minerais.

A prática da agricultura orgânica possibilita a promoção da saúde dos solos, do ecossistema e das pessoas. A demanda por produtos mais saudáveis e sem contaminantes cresceu no Brasil e no mundo, potencializando a participação da agricultura familiar na produção de produtos orgânicos. Diante desse contexto, a implantação da unidade tecnológica de produção de hortaliças em sistema orgânico na propriedade do Sr. Ernesto proporcionou uma extraordinária troca de experiências das práticas de produção agrícola entre os professores, alunos, técnicos extensionistas da EMATER-Japonvar e olericultores da comunidade.

Com o intuito de alcançar o objetivo do projeto de extensão, foram apresentados à comunidade os conteúdos técnicos a serem realizados como: coleta de solo e interpretação dos resultados; preparo de canteiros; adubações orgânicas de plantio e complementar; compostagem; fa-

Produção de substrato e semeio de hortaliças. Fazenda Seriema / Japonvar – MG, 2020.

Nelson Licínio Campos de Oliveira

bricação de biofertilizantes, caldas e extratos; produção de mudas olerícolas; manejo de plantas espontâneas; captura e utilização de microrganismos eficientes; manejo de pragas e doenças; adubação verde; rotação e consorciação de culturas olerícolas, certificação e comercialização de hortaliças orgânicas.

Inicialmente, foi realizada uma visita à propriedade do Sr. Ernesto, localizada na comunidade de Seriema, município de Japonvar (MG). Nessa visita, conhecemos a área de produção e apresentamos o projeto de extensão à comunidade local. A primeira atividade técnica realizada foi a coleta de amostra de solos na área do local da implantação de unidade tecnológica de produção de hortaliças em sistema orgânico. Em seguida, as amostras foram identificadas e enviadas para o laboratório de análise de solo, água e tecido vegetal do IFNMG-Campus Januária (MG). De posse dos resultados da análise, foram mostradas, aos agricultores, as características do solo, analisando textura, pH e elementos do solo essenciais para o crescimento das plantas.

Foi recomendado o uso do calcário dolomítico, realizando aplicações de 50g/m² para elevação do pH do solo. Uma solução acessível ao olericultor foi realizar a adubação de plantio, utilizando o esterco de curral na proporção de 3,0 kg/m² e adubação complementar, quinze dias após o transplantio, utilizando 0,2 kg de esterco/m² mais 400 ml de caldo de

Visita a comunidade “Fazenda Seriema” Japonvar (MG), 2020.

Nelson Licínio Campos de Oliveira

Manejo de ervas espontâneas em produção de olerícolas. Fazenda Seriema / Japonvar – MG, 2020.

Equipe de trabalho / Projeto de extensão. Fazenda Seriema / Japonvar – MG, 2020.

esterco/m². Esta recomendação foi realizada para as culturas olerícolas que estavam em fase de implantação.

Em seguida, realizamos visitas mensais à unidade tecnológica, nas quais eram levados alguns temas para discussões teóricas, com o auxílio de boletins informativos e realização de atividades práticas para fixação do conhecimento técnico. Desta maneira os agricultores realizaram as atividades propostas e fixaram os conhecimentos. Como a unidade tecnológica foi implantada na propriedade do agricultor que já possuía o setor de olericultura em funcionamento, uma vez que este recebe apoio da Emater e participa de Programa Nacional de Merenda Escolar (PNAE), optamos em trabalhar com temas relacionados com a sua produção e incentivar o cultivo de outras espécies olerícolas, a fim de diversificar a sua área de cultivo.

A adubação verde foi apresentada à comunidade como prática tecnológica básica para o desenvolvimento da agricultura orgânica. Essa prática agronômica, que consiste no plantio de espécies vegetais em rotação ou em consórcio com culturas de interesse econômico, foi aplicada em vários talhões da unidade tecnológica. O manejo utilizado consistiu na realização da roçada das plantas, sendo algumas incorporadas e outras mantidas sobre o solo. As sementes utilizadas para semeio foram das leguminosas crotalária spectabilis, mucuna-preta e feijão de porco, oriundas do campo de produção do IFNMG- Campus Januária (MG). No intuito de obter autonomia na aquisição de sementes de leguminosas, foram realizados vários plantios para produção de sementes.

Na área em estudo, o agricultor realizava o manejo das ervas espontâneas por meio de capinas, deixando assim o solo descoberto, demonstrando a importância do manejo por meio de

Nelson Licínio Campos de Oliveira

Preparo de calda de Bougainville. Fazenda Seriema / Japonvar – MG, 2020.

roçadas, para se preservar a umidade, levando em consideração os aspectos físicos e microbiológicos do solo. Outra abordagem foi sobre o manejo de ervas espontâneas, que nascem sobre os canteiros, competindo por água, nutrientes e luz, ficando determinado que essas plantas deveriam ser retiradas. A presença das plantas espontâneas deve ser mantida nos carreadores, entre os canteiros, servindo de abrigo para inimigos naturais.

A prática da compostagem fundamental na produção orgânica é um processo biológico, consistindo em um processo natural, no qual os microrganismos (fungos e bactérias) são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, transformando -a em húmus, um material muito rico em nutrientes e um condicionador de solo. Essa prática tornou-se constante para realização das adubações das hortaliças na unidade tecnológica de produção.

A produção das mudas das hortaliças foi realizada dentro do planejamento da demanda da comercialização dos produtos, utilizando todo o conhecimento específico para produção de mudas no sistema orgânico, aproveitando as condições locais da propriedade. A fabricação de biofertilizantes, caldas e extratos, utilização de microrganismos eficientes e o manejo de pragas e doenças foram atividades constantes em todo o processo produtivo das hortaliças.

Ao final do trabalho, foi realizado um grande debate sobre a importância da certificação dos produtos olerícolas, levando-se em consideração os grandes desafios para a realização de uma produção de hortaliças conduzidas no sistema orgânico. Dentro desse contexto, o produto hortícola é mais valorizado, possuindo um maior valor agregado, permitido pela legislação da produção orgânica vigente.

O perfil dos agricultores que participaram do projeto se encaixa no formato de uma organização de controle social (OCS) na qual os participantes fazem a fiscalização e o trabalho em conjunto, a fim de que todos do grupo possam ter seus produtos para a comercialização em feiras e vendas diretas.

Constatou-se que, durante a realização de todo o projeto, os agricultores mostraram interesse em prosseguir com as atividades, buscando levar os conhecimentos trabalhados para o dia a dia de suas propriedades. Houve uma grande preocupação com a saúde dos trabalhadores envolvidos nas atividades agrícolas, bem como na produção de alimentos mais saudáveis para os consumidores.

Ressaltamos o apoio da Emater – MG, por meio do escritório Japonvar (MG), que foi fundamental para o desempenho exitoso de todo o trabalho desenvolvido.

Aparecimento da ferrugem em grade de proteção em residência. Foto enviada por participante do questionário online.

Coordenador: Fernanda de Lima Menezes Bolsista: Vanessa Rosa de Souza Colaborador: Layane Isabelli da Silva Texto: Vanessa Rosa de Souza Campus: Montes Claros

Projeto Estudo dos principais casos de corrosão presentes no cotidiano

A corrosão trata-se da deterioração de um material, seja metal, cerâmico ou polímero, por meio de reações químicas ou eletroquímicas, aliadas ou não a esforços mecânicos. A corrosão está presente no dia a dia de toda a comunidade e os danos causados podem ser evitados por meio da disseminação do conhecimento sobre o assunto. Sendo assim, o presente projeto buscou identificar, por meio de questionário disponibilizado online, os principais casos de corrosão presentes no cotidiano das pessoas e quais as formas para se evitar ou controlar tais danos. Os resultados obtidos foram utilizados para a confecção de um vídeo disponibilizado no canal do YouTube do IFNMG, além de servir de base para a confecção de um roteiro de práticas sobre corrosão.

Acorrosão é muito estudada devido aos grandes prejuízos financeiros que esse processo gera nas indústrias. Porém, ainda que em escala menor, a corrosão acontece nos mais diversos ambientes em nossa casa: cozinha, banheiro, entre outros, gerando prejuízos financeiros, pois, muitas vezes, é necessário trocar uma peça inteira devido aos danos causados. A corrosão também impacta na estética das residências e, até mesmo, nos centros urbanos, como pontes e esculturas. Dessa forma, o projeto intitulado “Estudo dos principais casos de corrosão presentes no cotidiano” foi desenvolvido em quatro etapas: estudo de material de referência, pesquisa do nível de conhecimento em corrosão da comunidade externa, realização das práticas laboratoriais e elaboração de um vídeo explicativo com os resultados obtidos.

A primeira etapa foi a distribuição de um questionário ‘online’, para entender o que a comunidade externa sabia sobre o processo corrosivo, prevenção e tratamento. O questionário aplicado compreendeu três partes essenciais: questionário sociocultural, avaliação do nível de conhecimentos em corrosão e, por fim, a identificação dos pontos de corrosão nas residências. O questionário obteve um total de 240 respostas durante o período em que ficou aberto. Pela análise dos dados obtidos, o perfil médio traçado dos entrevistados foi a maioria do gênero feminino, residente no sudeste do Brasil e com idade entre 25 e 35 anos, com acesso a tecnologias e rede de ‘internet’. Por meio do questionário, notou-se que as pessoas possuem um conhecimento básico sobre a corrosão.

Prática sobre os meios de corrosão. Placa de zinco após sete dias em repouso em solução ácida e básica. Foi repetida para o ferro, alumínio e cobre. Foto tirada pela bolsista deste projeto, Vanessa Souza.

Ao analisar as respostas sobre os casos de corrosão nas residências, observou-se que eles ocorriam principalmente em portas, portões, dobradiças, janelas, móveis e outros materiais que são produzidos com aço. Sabe-se que parte das estruturas metálicas nas residências são constituídas de aço, uma liga constituída basicamente por ferro e carbono. A corrosão nesse tipo de material ocorre geralmente devido à água, umidade e ao oxigênio presente no ar. Além disso, a urina de animais domésticos também pode ocasionar um aceleramento da corrosão, uma vez que a urina do animal possui baixo pH. Além disso, muitos casos de corrosão relatados ocorriam devido à presença de frestas e comprometimento dos revestimentos por meio de riscos. Outro caso comum, é a corrosão química, que possui relação com materiais sujeitos às altas temperaturas, como materiais metálicos dentro dos fornos de cozinha. Para controlar a corrosão dos casos citados, sugeriu-se promover a proteção dos materiais expostos, com pintura ou isolamento adequado. Alguns produtos já utilizados pelos entrevistados foram relatados, assim como, receitas caseiras: solução de vinagre, aplicar batata e passar refrigerante, entre outras. Porém, a eficiência desses métodos não foi encontrada em nenhuma bibliografia, sendo necessários mais estudos para comprovar e explicar a eficiência dessas receitas caseiras.

Para Maria do Carmo, residente de Campinas, São Paulo, e uma das entrevistadas pelo questionário digital, a experiência de assistir ao vídeo final foi esclarecedora, já que, muitas vezes, ela utilizava receitas caseiras

Estufamento de tinta, aparecimento de ferrugem e perda de massa são problemas ocasionados devido ao processo corrosivo. Foto enviada por participante do questionário online.

Perda de massa causada pela corrosão no portão. Foto enviada por participante do questionário online.

para limpar superfícies que apresentavam a corrosão, sem saber que aquilo iria agravar a situação. “Foi muito gratificante participar e que continuem com este projeto”, mensagem que o entrevistado Anderson Assis deixou em nosso questionário. Segundo a professora Fernanda de Lima Menezes, idealizadora e coordenadora desse projeto, “o projeto cumpriu seu principal objetivo, de levar informação ao ensinar para as pessoas que pequenos cuidados com certos materiais aumentam, de forma significativa a vida útil dos mesmos, além de poder explicar que a corrosão é um processo natural inevitável e, por isso, a grande importância dos revestimentos”.

As práticas experimentais permitiram demonstrar os principais casos de corrosão que ocorrem no cotidiano e gerar conhecimento prático sobre o assunto. Para a acadêmica de Engenharia Química, Vanessa Rosa, bolsista do projeto, “a parte prática foi muito importante, uma vez que ajudou a conectar a teoria com os

Pregos após 7 dias em repouso na solução salina. Foto tirada pela bolsista deste projeto, Vanessa Souza.

Prática sobre proteção catódica. Pregos antes da submersão em solução de NaCl de mesma concentração. Foto tirada pela bolsista deste projeto, Vanessa Souza.

Mayara Rodrigues

casos reais de corrosão”. Sendo assim, foi confeccionado um roteiro, contendo sete práticas, exemplificando os principais fenômenos de corrosão identificados no cotidiano. Esse roteiro pode ser utilizado com efeito educativo em palestras ou sala de aula. Devido ao momento de pandemia que estamos vivendo, não foi possível convidar a comunidade para presenciar a rotina dos laboratórios, porém, ficou um desejo de realizar esta etapa do projeto assim que possível.

O vídeo produzido foi disponibilizado no canal oficial do IFNMG Campus Montes Claros e pode ser acessado por qualquer pessoa. A disponibilização desse vídeo além de instrumento educativo, pode servir de inspiração para que outros projetos de pesquisas nesse campo sejam executados, visando à melhora da qualidade de vida de toda a população.

Coordenador: Anderson Ricardo dos Anjos Bolsista: Ana Flávia Santos Magalhães Texto: Anderson Ricardo dos Anjos e Ana Flávia Santos Magalhãe Campus: Pirapora

Projeto Curso na modalidade EAD de ensino de REVIT para profissionais projetistas do setor da construção civil de Pirapora e região

O uso da Modelagem da Informação da Construção (BIM) na elaboração de projetos e gerenciamento de obras públicas passou a ser obrigatório no Brasil em 2021. O Decreto nº 9.983 dispõe sobre a Estratégia Nacional de Disseminação BIM e prevê a sua introdução nas grades curriculares dos cursos da área de construção civil no País. No Brasil, cerca de 46% dos erros construtivos ocorrem na fase de elaboração de projetos. O maior uso da metodologia BIM trará menor possibilidade de erros nas etapas de planejamento, projeto e construção, a possibilidade de gerenciamento pós-construção e contribuirá para a modernização tecnológica do setor da construção civil do Brasil. Com base neste cenário, a proposta deste projeto foi a de qualificar projetistas e estudantes da região de Pirapora para o uso de um software de projetos arquitetônicos e estrutural que trabalha com a metodologia BIM.

Interface da Plataforma de ensino via Google Classroom.

Anderson Anjos

Ouso da metodologia BIM vem ganhando, a cada dia, mais espaço no mercado da construção civil brasileira, devido à alta concorrência por projetos, serviços e obras neste setor, à criação de legislação federal que torna obrigatória seu uso em projetos e obras públicas e ao aumento na produtividade e assertividade na prestação de serviços e execução de obras. Contudo, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas - FGV, realizada em setembro de 2018, identificou que apenas 7,5% das empresas da construção civil utilizavam a metodologia BIM em seus projetos e obras. No Norte de Minas, e, especialmente, na região de Pirapora, embora não tenhamos dados estatísticos sobre o uso da metodologia BIM para a elaboração e execução de projetos, podemos afirmar, com base em relatórios de estágios que acompanhamos de nossos estudantes do IFNMG nos escritórios e construtoras de arquitetura e engenharia, que a utilização desta metodologia por aqui é bem menor do que no restante do país. Isto se deve, principalmente, ao atraso econômico e social da nossa região e a um mercado de construção civil pouco expressivo.

Com base neste cenário, a proposta deste projeto de extensão foi a de qualificar projetistas (estudantes de cursos da área da construção civil, técnicos em edificações, engenheiros e arquitetos) da região de Pirapora para o uso de um software de projetos que trabalha com a metodologia BIM. Os bons cursos que ensinam a trabalhar com softwares BIM geralmente são onerosos e muitos estudantes e profissionais não possuem condições financeiras para arcar com tal encargo.

Para a execução do projeto de extensão, que se deu entre 1º/06/2020 e 30/11/2020, foi elaborado um edital de concorrência para as vagas. O curso ofereceu, inicialmente, 50 vagas. Posteriormente, o curso foi divulgado no portal do IFNMG e mídias sociais. Durante o processo de seleção, foram recebidas 57 inscrições, sendo que todas foram deferidas, aumentando, dessa forma, a quantidade de vagas ofertadas.

Antes do início do curso, foi realizado todo o planejamento das aulas e elaboração do material pedagógico. As aulas foram ministradas em um ambiente virtual de aprendizagem (Google Classroom). O curso

Aula inaugural do curso, realizada em 27/07/2021 e transmitida pelo Google Meet.

Anderson Anjos

Projeto realizado por aluna do curso (etapa 3).

Carolina Batista

Projeto modelo desenvolvido pelo professor para as aulas práticas.

dispôs de aulas teóricas gravadas pelo professor-orientador, sobre a importância da metodologia BIM e de aulas práticas, também gravadas pelo professor, cujo objetivo foi o de modelar uma edificação residencial, observando-se todas as suas etapas projetuais.

Para que os discentes pudessem realizar as atividades do curso, estes deveriam possuir ou ter acesso ao software REVIT 2020, computador compatível de 64 bits e internet. Foram realizados plantões virtuais para serem sanadas dúvidas, em horários que foram previamente marcados, por meio da utilização da Plataforma Google Meet e suporte via e-mail. Os plantões e o suporte aos alunos foram realizados pela monitora , com suporte do professor-orientador.

Receberam o certificado,, ao final do curso, os discentes que tiveram nota final igual ou superior a 70% da soma de todas as atividades avaliativas. Dos inscritos inicialmente, 16 alunos finalizaram o curso e receberam os seus certificados. Ao final do curso, foi solicitado que os concluintes respondessem uma pesquisa de satisfação e, de forma geral, os alunos ficaram muito satisfeitos com o conteúdo oferecido, com a plataforma EAD e com a didática proposta.

Entre os resultados alcançados, conforme feedback que recebemos dos concluintes, foi possível perceber que os alunos conseguiram realizar o projeto em BIM com maior produtividade de tempo em comparação às técnicas de desenho em Autocad, que todos realizavam anteriormente. Com o projeto em BIM, os alunos também puderam avançar na

Projeto realizado por aluno do curso (etapa 4).

elaboração de um modelo tridimensional da edificação, o que facilitou o processo ensino-aprendizagem e a melhor visualização do edifício, inclusive, na antecipação de possíveis erros projetuais.

Com o modelo em BIM. foi possível também realizar estudos relativos à escolha de materiais construtivos e apresentação de renderização de imagens em perspectiva, sendo possível visualizar o modelo tridimensional como imagem foto realista. A geração de um modelo em realidade virtual também contribuiu para uma melhor visualização do modelo e imersão dentro do projeto. Foi possível também que os alunos compreendessem as inúmeras ferramentas disponibilizadas no software BIM, tais como a interoperabilidade com outros softwares BIM e a possibilidade de se realizar a compatibilização dos projetos arquitetônico e estrutural com os demais projetos complementares.

Entre as características facilitadoras para a realização do projeto, destacamos que, por ter sido realizado totalmente na modalidade de educação a distância (EAD), foi possível ter um maior alcance de público-alvo, mesmo em uma situação grave de pandemia da COVID-19. Muitos projetos que concorreram no mesmo edital de extensão foram cancelados devido à situação pandêmica e este foi realizado sem nenhum tipo de interrupção ou impedimento.

Entre as características dificultadoras, podemos citar que alguns alunos tiveram dificuldade em instalar o software REVIT por motivos diversos, principalmente, no que tange aos requisitos mínimos de hardware e, desta forma, ficaram impossibilitados de realizar o curso, assim como outros que não conseguiram conciliar o projeto com as atividades profissionais ou acadêmicas.

Em nossa avaliação final do projeto, destacamos, primeiramente, que este cumpriu o seu objetivo de levar a qualificação profissional do uso de um software BIM a profissionais e estudantes. Para a realização do curso, foi criado um grupo em uma rede social (Whatsapp) e, mesmo depois do curso concluído, continuamos a receber feedback dos nossos ex-alunos e, até mesmo, auxiliamos em dúvidas pontuais sobre o uso do software REVIT. Foi possível observar que muitos profissionais migraram do Autocad para o REVIT, e agora estão realizando os seus projetos em BIM. O mesmo ocorre com os nossos alunos de engenharia e edificações. Estes estão usando os recursos BIM em diversas disciplinas, mesmo naquelas em que o professor não exige o uso desta metodologia. No geral, pode-se perceber que, com o uso da metodologia BIM, houve uma maior compreensão do projeto por parte dos alunos, facilidade para revisão e também na precisão dos projetos apresentados. Um maior controle na fase de projeto acarretará em menores possibilidades de erros e redução dos custos, quando da execução das obras civis. Como o curso se baseou apenas na utilização de um software BIM, o REVIT, em áreas específicas (arquitetônico e modelagem estrutural), vislumbramos novas perspectivas futuras para a oferta de novos cursos que contemplem outros softwares BIM e áreas de aplicação diversas.

José Nathan Souto

Coordenadora: Joyce Meire da Silva França Bolsistas: Brenda Caroline Santos Mendes e Izaque Dione Nunes Texto: Joyce Meire da Silva França Campus: Porteirinha

Projeto

Testes da plataforma APROQUEIJO, executando no celular e no computador.

Desenvolvimento de plataforma mobile para exposição de produtos para produtores de derivados do leite

O município de Porteirinha, localizado na região da Serra Geral de Minas Gerais, possui tradição na produção de queijos e produtos derivados do leite, que é apoiada pela APROQUEIJO (Associação dos Produtores de Queijo Artesanal da Serra Geral). A parceria da APROQUEIJO com IFNMG possibilitou o desenvolvimento de uma plataforma para auxiliar os produtores regionais do Norte de Minas Gerais, que produzem e comercializam produtos derivados do leite, na sua maioria, queijos. A plataforma pode ser acessada de forma simples e rápida, por meio de computadores ou celulares, facilitando o contato entre os produtores e clientes, que podem acessar os produtos disponíveis em estoque ou realizar encomendas, caso o produto não esteja disponível de imediato. Este projeto foi realizado no período de pandemia, por isso, algumas etapas serão finalizadas em breve, para possibilitar ampla divulgação da plataforma para comunidade.

AAssociação dos Produtores de Queijo Artesanal da Serra Geral (APROQUEIJO) possui queijarias da Serra Geral associadas, e busca difundir e expandir o comércio local de queijos artesanais. Para exemplificar a importância das queijarias na região, destacamos que a primeira queijaria da Serra Geral a receber o selo Arte do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), Queijaria Rubi, é associada da APROQUEIJO. Este selo pode ser visto como um enorme reconhecimento e incentivo às queijarias locais, que buscam fomentar o comércio de queijos artesanais. Na região da Serra Geral, localizada no Norte de Minas Gerais, o comércio de queijos funciona, majoritariamente, de maneira informal, no “boca a boca”.

Visando proporcionar uma maior visibilidade para estes produtores de queijos, fez-se necessário o desenvolvimento de uma plataforma online de exposição de queijos para a associação de produtores de queijos APROQUEIJO. A plataforma online, criada por discentes do Curso Sistemas de Informação do Campus Avançado Porteirinha, permite que o consumidor encon-

Página contendo história da APROQUEIJO.

Arquivo Pessoal (2021)

tre os produtos disponíveis e entre em contato com o produtor, para adquirir os produtos produzidos pelas queijarias locais.

Para a realização deste projeto, devido à situação de pandemia, todas as reuniões foram realizadas por videoconferência. A equipe do projeto foi composta pela professora Joyce França e por dois discentes, Brenda e Izaque, do Curso de Sistemas de Informação ofertado pelo campus. Além desta equipe, o projeto contou com parceiros importantes, sendo uma representante da APROQUEIJO, Eduarda Barbosa Santos e três especialistas em desenvol-

Página contendo detalhamento do produto, com ícone para Whatsapp. Fonte:

Arquivo Pessoal (2021)

vimento Web, Márcio França, Leandro Pereira e Wesley Bruno Barbosa. Estes parceiros foram importantes para a etapa inicial de planejamento, que contou com a especificação dos requisitos, com detalhamento das funcionalidades da plataforma, as principais telas que iriam satisfazer a necessidade do usuário. Buscou-se ainda conhecer mais a realidade dos produtores, quanto à disponibilidade de aparelhos eletrônicos e sua utilização, para que, assim, pudesse ser feita uma plataforma com mais usabilidade.

A etapa de desenvolvimento do website foi realizada usando diversas ferramentas e tecnologias escolhidas segundo as orientações dos especialistas e pesquisas bibliográficas, priorizando o que tem sido mais utilizado no mercado atualmente. Nesse sentido, três especialistas na área de desenvolvimento foram consultados para a indicação de tecnologias e ferramentas usadas atualmente. Dessa forma, a codificação da plataforma sobre queijos da Serra Geral foi realizada no ambiente de desenvolvimento integrado Visual Studio Code. Para a hospedagem e banco de dados, foi utilizado o Firebase, além da utilização do GitHub, como repositório para acesso às versões anteriores. A linguagem de programação utilizada foi JavaScript, usando React como biblioteca, para criar interface com o usuário e Node.js como ambiente de execução junto ao servidor.

Com relação à avaliação do uso das tecnologias e ferramentas baseadas nas orientações de especialistas e pesquisas bibliográficas, é possível perceber que as recomendações foram valiosas, pois a equipe foi direcionada a focar no estudo destas tecnologias sem precisar desperdiçar tempo testando outras. Outro fator importante para

O público-alvo foram estudantes e empregados(as) da área de construção civil, além da Brenda e Izaque - comunidade em geral. Discentes bolsistas e Joyce – coordenadora do projeto.

o êxito desse projeto foi o fato de que, como as tecnologias são amplamente usadas, há diversos materiais de estudo encontrados na Internet, além do suporte oferecido pelos especialistas, quando a equipe enfrentava erros no sistema.

Para a validação do software, foram realizados encontros online com a representante da Associação. A partir dessas reuniões, foi possível identificar as funcionalidades da plataforma e avaliar se o desenvolvimento supre as necessidades dos produtores, além de sugestões de melhorias para sua implementação. A plataforma apresentou resultados positivos. Posteriormente, novas reuniões deverão ser marcadas para finalizar alguns ajustes e realizar ampla divulgação da plataforma para a comunidade.

Para a professora Joyce França, coordenadora do projeto, a execução do projeto proporcionou uma experiência muito valiosa aos discentes envolvidos, pois, com o desenvolvimento do software, foi possível praticar os conhecimentos aprendidos no curso e ainda contribuir para uma demanda regional. Podemos concluir que o projeto atingiu os resultados esperados e que essa é uma ferramenta que poderá agregar diversos produtores da região da Serra Geral.

Brenda e Izaque - Discentes bolsistas desenvolvendo a plataforma e realizando testes da plataforma. .

Arquivo Pessoal (2021)

Imagem de capa de um dos episódios.

Coordenador: Bráulio Quirino Siffert Bolsista: Tainá Nogueira Nobre, Jhonata Soares David Batista, Mikael Sousa Rocha e Giovana Martins Rabelo Colaboradores: Andreia Pereira da Silva, Juliana Silveira Paiva e Gustavo Henrich Evangelista Vieira Texto: Bráulio Quirino Siffert Campus: Reitoria

Projeto Podcast Norteando:

protagonismo estudantil a serviço da informação e em combate à pandemia

Sob orientação da Comunicação do IFNMG, estudantes de diferentes campi do Instituto levaram ao ar oito episódios do podcast Norteando, que foram publicados nos canais oficiais do IFNMG e nos principais tocadores de podcast. Os episódios trataram de temas relacionados às angústias e desafios vivenciados pelos estudantes diante da pandemia da COVID-19 e contaram com a participação de profissionais da região, internos e externos ao IFNMG. O projeto, assim, aliou protagonismo estudantil, visto que a maior parte da produção ficou a cargo dos estudantes, extensão, levando informação de relevância para a comunidade externa e comunicação, fazendo uso de uma ferramenta comunicativa de alcance crescente.

Logomarca do podcast Norteando.

Publicados nos canais oficiais do IFNMG e nos principais tocadores de áudio entre junho e outubro de 2020, os episódios da primeira temporada do podcast Norteando levaram informações e debates sobre temas relacionados, direta ou indiretamente, às consequências impostas pela pandemia da COVID- 19 a toda a comunidade e, de forma especial, aos estudantes. Foram oito episódios produzidos, conduzidos e editados pelos quatro bolsistas do projeto de extensão “Podcast como ferramenta de diálogo, reflexão, formação e informação”, com orientação e acompanhamento de quatro servidores da então Coordenação de Comunicação do IFNMG (hoje Departamento de Comunicação).

O coordenador do projeto e relações públicas do IFNMG, Bráulio Siffert, destaca que “ao possibilitar aos estudantes serem os principais responsáveis por um programa comunicativo de relevância pública para além do IFNMG, o projeto aliou protagonismo estudantil, extensão e comunicação, três campos de conhecimento e de atuação de significativo impacto na formação estudantil e no posicionamento do Instituto enquanto instituição pública, cuja responsabilidade vai além do restrito espaço da sala de aula”.

Embora já contasse com um escopo geral desenhado para submissão do projeto, o podcast foi efetivamente concebido de forma coletiva e horizontalizada, entre os servidores coordenadores e os quatro bolsistas selecionados. As reuniões foram realizadas de forma virtual, em virtude do distanciamento social imposto e também por se tratarem de estudantes de diferentes cidades (Diamantina, Januária, Salinas e Montes Claros).

O nome do podcast - “Norteando”, para dialogar com o “Norte” do nome do Instituto e com a ideia de “nortear”, de “orientar” - foi uma das primeiras decisões tomadas a partir de votação junto aos demais nomes propostos. A logomarca foi criada por um dos bolsistas. O formato dos episódios, com dois bolsistas conversando com dois ou três especialistas, o tempo previsto para cada programa (30 a 50 minutos), as pautas a serem debatidas, as trilhas para compor a edição e as formas de divulgação também foram decisões tomadas coletivamente.

Equipe da primeira temporada. Autora:

Giovana Martins Rabelo

Foram também criadas as páginas/perfis do Norteando nos principais tocadores de áudio (Google Podcast, Spotify, Castbox e Apple Podcast) e no Instagram, além de uma playlist no canal oficial do IFNMG no Youtube. Todos os podcasts continuam disponíveis em todas essas plataformas.

Antes de cada episódio, a equipe se reunia para conversar e decidir sobre a temática a ser debatida. Posteriormente, decididos os nomes dos convidados, os próprios bolsistas da produção entravam em contato com eles. A maior parte dos convidados foi composta de servidores do próprio IFNMG, mas também houve a presença de professores de outras universidades, estudantes e pesquisadores.

Cabia então aos responsáveis pela produção pesquisar sobre a temática e sobre os convidados e propor perguntas e abordagens aos entrevistadores. Marcadas as datas e horários e articuladas as questões tecnológicas, os bolsistas e os convidados se reuniam a distância, na plataforma gratuita Discord, para a conversa, que, normalmente, durava cerca de uma hora e tinha que receber alguns cortes, para reduzir o tempo e limpar passagens com conteúdo desnecessário ou baixa qualidade de áudio.

Com a periodicidade de 15 dias, foram ao ar oito episódios, de junho a outubro de 2020 (prazo da duração das bolsas), cumprindo, justamente, a quantidade estabelecida desde o início da concepção do projeto. Os episódios divulgados foram: 1) Fake news e a importância da ciência, com Eduardo Garrido, professor de Veterinária do IFNMG, e Bráulio Siffert, coordenador de Comunicação do IFNMG; 2) Volta às aulas: expectativas e perspectivas, com Vinícius Marques, estudante do IFNMG, e Wallas Jardim, diretor de ensino do IFNMG; 3) Saúde física e mental na quarentena, com João Pedro Viana, nutricionista, e Amanda Chaves, psicóloga do IFNMG; 4) Festas de Agosto: devoção além do distanciamento, com Zanza Júnio, mestre catopê; Denilson Barbosa, historiador e professor e Raquel Chaves, catopê; 5) Quarentena: tempo ocioso ou produtivo?, com Danielle Reis e Nícolas André, estudantes do IFNMG; 6) Tempo para pensar e investir na carreira profissio-

nal, com Rafael Gonçalves, diretor de Gestão de Pessoas do IFNMG, e Maria Fernanda, professora e jornalista; 7) Desafios da Inclusão na Educação, com Aline Ferreira, servidora do IFNMG responsável pelo Núcleo de Ações Afirmativas, e Shirley Oliveira, assistente social do IFNMG; 8) O império digital: dos impactos à necessidade de equilíbrio, com Fábio Coutinho, professor do IFNMG, e Juliana Nobre, educadora física.

Somando todas as plataformas, os episódios somavam (em maio de 2021) cerca de 220 acessos cada. E, como seguem disponíveis para acesso, continuam servindo como disseminadores de boas informações e da marca do IFNMG.

Para além do resultado prático, que foram os episódios divulgados, o projeto também conseguiu contribuir para a formação dos estudantes envolvidos, proporcionando-lhes um envolvimento efetivo com um trabalho profissional e institucional. Nas avaliações realizadas ao final do projeto, um dos bolsistas destacou: “Aprendi a me articular melhor, como fazer pautas, como fazer contato com pessoas desconhecidas. Aprendi um pouco sobre como funcionam as mídias e as publicações de informações.Trabalho em equipe também foi muito importante, e os temas dos episódios também foram fonte de aprendizado”. Outro bolsista ressaltou: “Apresentando o programa, busquei me atentar a deixar claras as minhas falas, eliminando possíveis oportunidades para interpretações ambíguas”.

Embora tenha durado apenas durante a vigência das bolsas, o podcast Norteando, com nome e escopo estabelecidos, pode ser reativado em outro momento, com os mesmos ou outros bolsistas e coordenadores. Além disso, serviu de experiência para os próprios coordenadores da Comunicação, para pensar outras atuações comunicativas com o trabalho articulado com estudantes do próprio IFNMG.

Divulgação de um dos episódios.

Frase de um dos episódios, divulgada no Instagram do podcast.

Coordenador: Arthur Faria Porto Bolsista: Danielle Souza Boni Voluntários: Bethânia Kelly Silva Nascimento, Maria Luiza Valuar Cordeiro, Nicolle Cardoso de Souza e Vitória Reis Texto: Danielle Souza Boni Campus: Salinas

Projeto Programa para Engajamento de Meninas da Computação

O Programa Para Engajamento de Meninas da Computação tem como objetivo influenciar o engajamento de meninas na área da informática, computação e programação, de forma a aumentar a presença feminina na área tecnológica. O projeto contou com a inscrição em um concurso internacional de programação feminino, intitulado Technovation Challenge, que propõe a inclusão de jovens programadoras em um universo predominantemente masculino, em prol de desenvolver aplicações para combater problemas sociais. Foi desenvolvido um aplicativo para dispositivos móveis denominado “Hope Garden”, contando com um Plano de Negócios e um vídeo Pitch de apresentação. O trabalho foi realizado virtualmente, com uma equipe de alunas do IFNMG (auto intituladas PrintIFgirls) com o objetivo de ajudar jovens com transtornos de ansiedade. Além da participação no concurso com a equipe, foi criado um site para a divulgação da equipe e do aplicativo, utilizando os conhecimentos adquiridos em sala.

OProjeto de extensão denominado Programa para Engajamento de Meninas da Computação tem, como intuito, incluir e incentivar jovens programadoras na área da informática. Por meio dele, foi feita a inscrição de uma equipe no concurso Technovation Challenge, cujos objetivos se assemelham aos do projeto. A proposta do concurso é criar um aplicativo do zero para solucionar um problema social, e as diversas atividades incluídas na criação do aplicativo incluem, além da idealização do aplicativo, seu protótipo, desenvolvimento da programação e design. Foi criada uma empresa com um plano de negócios, responsável, hipoteticamente, por administrar o marketing e lançar o aplicativo no mercado virtual.

A princípio, foi preciso definir qual o objetivo da empresa, seu posicionamento diante do problema social que seria combatido, as estratégias para tornar o aplicativo atrativo e todos os detalhes a respeito da forma como o aplicativo iria interagir com o usuário. O problema social escolhido foi a ansiedade, mais especificamente, seus efeitos nos jovens estudantes brasileiros. A empresa PrintIFgirls, por meio da criação do aplicativo Hope Garden, busca amenizar a ansiedade na sociedade. Todo o marketing da empresa foi desenvolvido na etapa inicial, com base em conhecimentos de administração. Além disso, antes de iniciar a construção do aplicativo, foram feitas simulações das telas e o rascunho de como o aplicativo iria funcionar.

O aplicativo denominado Hope Garden, desenvolvido pela equipe PrintIFgirls, utilizando a ferramenta online de criação de aplicativos Thunkable, tem, como objetivo principal, fornecer atividades relaxantes que contribuam para o equilíbrio da saúde mental do usuário. Seu design é todo feito em pixels e, entre as funções contidas nele, podem-se citar telas que levam a links de playlists de músicas e vídeos para aliviar o estresse, uma tela que apresenta frases motivacionais e atividades que são selecionadas, aleatoriamente, pelo algoritmo do aplicativo, uma parte em que o usuário pode desenhar e outra na qual pode fazer pequenas anotações, que ficam salvas no banco de dados do aplicativo por um período de tempo limitado, e, por fim, a tela principal, em que o usuário pode construir um jardim virtual, cujas flores representam sentimentos.

A parte mais complexa de ser feita foi a tela de login, em que o usuário se cadastra com e-mail e senha, e estas informações vão para um banco de dados virtual do próprio Thunkable, e possibilitam o login em qualquer dispositivo que tenha o aplicativo instalado.

O plano de negócios, uma das exigências do concurso, fez necessária a criação de uma empresa-fantasia, intitulada PrintIFgirls, o nome da equipe.

Um questionário com a participação voluntária de, aproximadamente, 200 jovens, com idades entre 15 e 18 anos, foi aplicado para obter uma noção do público-alvo do aplicativo, e seus principais resultados mencionados no plano de negócios.

No plano de negócios, foram expostos, de forma detalhada, o resumo executivo da empresa, sua descrição, a descrição do produto criado por ela (o aplicativo para dispositivos móveis Hope Garden), a análise de mercado e da concorrência, o plano financeiro da empresa e projeções para ações futuras.

A última etapa do projeto, essa pessoal e sem relação direta com o concurso em si, foi a criação de um site para a divulgação da equipe e do aplicativo. Após o término do concurso, tornou-se necessário encontrar um meio de mostrar ao

mundo o trabalho feito, e isso pôde ser concretizado com o desenvolvimento do site. A linguagem de marcação HTML (Hyper Text Markup Language) foi utilizada para desenvolver a formatação das páginas do site, e a folha de estilo CSS (Cascading Style Sheets) para desenvolver o estilo do site.

O trabalho em equipe possibilitado pela criação do PrintIFgirls, bem como a confecção do plano de negócios, simulando a participação em uma empresa real, estimulou o trabalho em equipe e o pensamento empresarial, além de exigir conhecimento sobre administração e noções a respeito de organização de projetos. Conseguir confeccionar um site do zero, apenas com os conhecimentos preexistentes e adquiridos com pesquisas, foi uma realização pessoal que mostrou ser possível às mulheres transformar simples linhas de código em um resultado visível.

A participação no Technovation Challenge não trouxe a vitória no concurso, porém resultou em uma bagagem profissional que é tão ou mais importante que vencer. Com o projeto inteiro em si, pôde-se perceber a importância da presença feminina na área de informática no mundo atual. Algo realmente significativo que pode ajudar a sociedade no futuro e fazer a diferença, ao demonstrar a capacidade de criação tecnológica das mulheres, reforçando que, independentemente de gênero, todos são capazes de fazer algo pelo mundo.

Coordenadora: Susi Cristina dos Santos Guimarães Martins Bolsista: Nágila Alves Nascimento Voluntários: Jully Cristhyne Pereira, Maryane Oliveira Prates e Thalis Henrique Pacheco Oliveira Colaboradores: Jânio Ferreira dos Santos e Francisco José Calixto Júnior Texto: Susi Cristina dos Santos Guimarães Martins Campus: Salinas

Ordenha mecânica espinha de peixe na Fazenda Rancho Vitrine.

Projeto Avaliação dos índices reprodutivos e produtivos de rebanhos leiteiros

de propriedades rurais do município de Salinas, Minas Gerais

Este projeto buscou avaliar a eficiência reprodutiva e produtiva dos rebanhos leiteiros em propriedades rurais do município de Salinas, Norte de Minas Gerais, no período compreendido entre os meses de julho e dezembro de 2020, com a aplicação de questionários. A reflexão dos resultados instigou a equipe a implementar estratégias de manejo, com o intuito de incrementar a eficiência produtiva e reprodutiva, reduzindo os custos e aumentando a rentabilidade da produção de leite. Ainda, a discussão dos dados, o contato com os proprietários e a visita às propriedades propiciaram o desenvolvimento de habilidades que visam à troca e à difusão dos conhecimentos científicos e autóctones, com foco na extensão rural, por meio da integração entre a comunidade acadêmica e os produtores rurais.

No ano de 2020, foi concebido, pelo IFNMG – Campus Salinas, o projeto de extensão intitulado Avaliação dos Índices Reprodutivos e Produtivos de Rebanhos Leiteiros de Propriedades Rurais do Município de Salinas, Minas Gerais, conduzido pela coordenadora do Setor de Zootecnia III do IFNMG Salinas e doutora em Zootecnia, Susi Cristina dos Santos Guimarães Martins, com os discentes do curso de graduação em Medicina Veterinária Nágila Alves Nascimento, Jully Cristhyne Pereira, Maryane Oliveira Prates e Thalis Henrique Pacheco. Contou ainda com a participação do médico veterinário Jânio Ferreira dos Santos e com a colaboração do também médico veterinário Francisco José Calixto Júnior. Nesse projeto, objetivou-se avaliar a eficiência reprodutiva e a produção de rebanhos leiteiros do município. Assim, a equipe buscou realizar coleta de dados zootécnicos, por meio da visita técnica a 5 propriedades rurais, no período de julho a dezembro de 2020, no qual o acompanhamento e avaliação de alguns desses índices se deram por aplicação de questionários, respondidos pelos produtores.

O trabalho teve, como público atingido, 23 (vinte e três) pessoas envolvidas diretamente, sendo, 16 (dezesseis) produtores de leite e 08 (oito) funcionários das proprie-

Bezerreiro Sistema Argentino na Fazenda Aroeira Arrancada.

Imagem de ultrassom de um feto bovino da Fazenda Pedra do Peixe.

Nágila Alves Nascimento Nágila Alves Nascimento dades, além da equipe do projeto, composta por 04 (quatro) discentes do curso de Medicina Veterinária, 02 (dois) técnicos médicos veterinários e 01 (uma) zootecnista.

A Dra. Susi afirma que “a rentabilidade da bovinocultura leiteira está intimamente relacionada à reprodução animal”. Diante disso, iniciamos o diagnóstico situacional das propriedades rurais, especializadas em produção leiteira, coletando dados relacionados à produção, reprodução e rentabilidade. Doravante, passamos a discutir alternativas para melhorias nas propriedades.

O primeiro índice avaliado foi o intervalo entre partos (IEP). Ele é definido pelo período entre um parto e outro. Um IEP adequado compreende um período de 12 a 14 meses. Nas fazendas avaliadas, 50% das propriedades apresentaram um intervalo dentro do que é considerado normal. Nágila considera este índice de grande importância pois é um dos principais índices zootécnicos. “Ele é capaz de demonstrar como está a situação reprodutiva da propriedade e a eficiência das matrizes na reprodução. Quanto menor este intervalo, maior produtividade leiteira e melhor eficiência reprodutiva do rebanho”. Ainda, a Dra. Susi enfatiza que “um parto de um bezerro por vaca/ano garante homogeneidade da produção e viabilidade econômica na produção de leite”.

Outro dado avaliado, foi a taxa de concepção. Ela é definida pelo número de vacas que ficaram gestantes em relação ao número de vacas inseminadas. As fazendas assistidas tiveram um resultado de 50% na taxa concepção. Para Maryane, este resultado “é adequado, mas pode ser melhorado por meio de um programa sanitário correto e completo”. Ou seja, verificamos que ainda existe uma deficiência de manejo sanitário adequado, pois não são todas as propriedades que fazem a prevenção contra doenças reprodutivas.

Já a taxa de prenhez é definida pelo percentual de vacas que estão

se tornando gestantes em relação ao total de vacas aptas no rebanho. Para o Dr. Jânio, “a taxa de prenhez” é a ferramenta mais eficiente para melhorar o desempenho reprodutivo do rebanho. Quanto maior este índice, maior é a eficiência reprodutiva na fazenda”. Porém, as propriedades apresentaram uma média de 25% de prenhez. Esse resultado, embora considerado satisfatório, pode ser melhorado com incremento de tecnologias, como protocolos de reprodução animal e diagnóstico precoce de gestação. Dr. Francisco José ainda acrescenta que “quando esse parâmetro está bom, há um aumento no número de nascimentos por ano, redução do número de vacas para reposição e aumento do progresso genético”.

O Período de Espera Voluntário (PEV), que vai do parto até a liberação da vaca para ser novamente inseminada, foi mais um dado avaliado nas propriedades e demonstrou um resultado médio de 45 dias. Ou seja, um resultado dentro do limite adequado, que é em torno de 60 dias. Para Thalis, “um bom desempenho reprodutivo traz muitos benefícios ao produtor, pois, além de um aumento na produção com bons índices reprodutivos, tem-se uma maior vida útil dos animais e nascimento de bezerros, gerando renda”. A Dra. Susi Cristina arremata que “a atividade leiteira é de suma importância social e econômica na região do Norte de Minas Gerais, pois, além de gerar empregos, é fonte de renda de muitas famílias”. Diante disso, a produção leiteira das propriedades foi maior que 12 litros/vaca/dia. Jully reforça que as propriedades participantes do projeto têm demonstrado uma boa média de produção. No entanto, os custos de produção são altos e estão atrelados aos preços dos insumos e à sazonalidade de chuvas na região. Nágila sugere que uma alternativa viável para incrementar a renda seria o processamento do leite na propriedade. “Isso agregaria valor ao produto e maximizaria

Diagnóstico de gestação na Fazenda Varginha do IFNMG Salinas.

a rentabilidade da produção, tendo em vista que os produtores que processam parte do leite conseguiriam ter uma lucratividade maior, fechando as contas no final do mês”.

Os resultados dos índices zootécnicos obtidos foram apresentados aos produtores envolvidos. Com

Nágila Alves Nascimento

base nestes e nos problemas relatados pelos proprietários, a equipe do projeto confeccionou uma cartilha contendo recomendações sobre manejos reprodutivos, nutricionais e sanitários, com a finalidade de melhorar a eficiência reprodutiva e produtiva do rebanho leiteiro na região.

Alimentação de vacas em lactação na Fazenda Varginha do IFNMG Salinas.

Algumas das sugestões para melhorar o desempenho reprodutivo das propriedades foram: melhorar a observação de cio, com intuito de aproveitar o cio de retorno e re-inseminar o animal; protocolos de ressincronização e diagnóstico precoce de prenhez, melhorando o intervalo entre inseminações. Segundo o discente Thalis Henrique, “quando o intervalo entre inseminações é grande, ocorre uma redução na eficiência reprodutiva e, para reduzir este período, as vacas devem ser re -inseminadas o mais rápido possível, sendo essas alternativas viáveis ao produtor”. Maryane complementa: “A redução nos intervalos entre inseminações leva a uma melhora na eficiência do rebanho, visto que aumenta a taxa de prenhez, serviço e de concepção, resultando em uma redução do IEP, pois reduzirá o tempo em que as vacas ficam vazias”.

De acordo com Jully, toda vez que há melhora na observação de cio na fazenda, tem-se um grande benefício, “Uma vaca de leite não custa menos que R$ 20 (vinte) reais por dia, ou seja, toda vez que eu consigo aproveitar o cio de retorno, será uma vaca re-inseminada com 20 (vinte) dias de média mais cedo ”. Nágila ainda acrescenta: “Quando se emprega esta alternativa na propriedade, além de economizar com protocolo de reprodução, ganha-se 20 (vinte) dias na vida reprodutiva de cada animal, resultando em uma economia de mais de R$ 400 (quatrocentos) reais em cada vaca”.

O Sr.José Marcílio, proprietário da Fazenda Pedra do Peixe, relata que o projeto realizado em sua propriedade trouxe resultados excelentes de uma forma geral, desde o manejo nutricional até o reprodutivo. Ressalta que “foi possível adotar novas técnicas com as orientações e isso refletiu no retorno econômico”. Sr. Pedro, produtor de leite e proprietário do Rancho Pedacinho do Céu, também reforça a importância do trabalho realizado e diz “que foi de grande valia, pois, com as sugestões de comida e de saúde, consigo aumentar a prenhez”. Agora, o produtor busca evoluir para resultados melhores, com o processamento de parte do leite para melhorar a rentabilidade.

Por fim, a equipe ressalta que os produtores rurais precisam de constante apoio tecnológico e científico, para converterem o meio em que vivem, elevando a qualidade de vida. Trabalhos extensionistas são ferramentas úteis na difusão do conhecimento, na troca de experiências vivenciadas e agentes transformadores em todas as esferas sociais.

Nágila Alves Nascimento

Coordenador: Júlio Cesar Oliveira Dias Bolsista: Rosiane Suelen Santos Voluntárias: Bruna Karoline Oliveira Ferreira, Anna Lívia Tolentino e Silva e Vitoria Cristinne Alves Peres Colaboradores: Thiago Moreira dos Santos, Susi Cristina dos Santos Guimarães Martins e José Aparecido de Oliveira Texto: Rosiane Suelen Santos Campus: Salinas

Projeto Diagnóstico das Boas Práticas Agropecuárias de produtores de queijo cozido e requeijão moreno para registro e certificação no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Salinas/MG

O norte de Minas apresenta uma grande quantidade de pequenos e médios produtores de queijo e/ou requeijão, sendo a atividade de grande influência na renda familiar desses pecuaristas. Embora os produtos apresentem relevância econômica, social e cultural, são processados com matéria-prima e práticas higiênicas inadequadas. Assim, o objetivo do projeto foi diagnosticar as Boas Práticas Agropecuárias (BPA) de produtores de queijo cozido e requeijão moreno para registro e certificação no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Salinas/MG. Os resultados demonstraram diferenças entre as propriedades, que variam desde as características de manejo e infraestrutura até as condições higiênico-sanitárias da obtenção do leite.

Apecuária de leite é uma das atividades mais desenvolvidas em todo o mundo. Entretanto, verifica-se grandes disparidades entre as várias regiões, e o Brasil não foge à regra mundial. O país se depara com regiões altamente tecnificadas e produtivas, contrastando com outras de baixo incremento tecnológico e de subsistência. O Norte de Minas, embora não seja uma bacia leiteira, apresenta uma grande quantidade de pequenos e médios produtores de queijo e/ou requeijão, sendo a atividade de grande influência na renda familiar desses pecuaristas. Embora os produtos apresentem relevância econômica, social e cultural, eles são processados com matéria-prima e práticas higiênicas inadequadas.

O diagnóstico das Boas Práticas Agropecuárias (BPA) aplicadas pelos produtores de queijo cozido e/ou requeijão moreno para registro e certificação no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Salinas- MG demonstrou diferenças entre as propriedades, que variam desde as características de manejo e infraestrutura, até as condições higiênico-sanitárias na obtenção do leite. O colaborador do projeto, Prof. Dr. Thiago Moreira dos Santos, reforçou aos produtores que, para fins de certificação de origem e qualidade dos produtos (queijo cozido e requeijão), há instruções normativas que re-

Local de armazenamento dos medicamentos (propriedade com ordenha manual).

Ordenha manual com prática de higiene e segurança do trabalho inadequada.

Rosiane Suelen Santos

Rosiane Suelen Santos gulamentam a produção, transporte e processamento do leite.

Foram entrevistados cinco produtores, com faixa etária entre 40 e 77 anos. Segundo o produtor Geraldo (77 anos), a atividade leiteira o acompanha desde a infância, da qual recorda a época de “menino”, colaborando com seu avô e seu pai na “tirada” de leite no curral. E hoje, como produtor, reforça a importância do conhecimento na melhoria da atividade: “Minha filha, esse projeto ‘seus’ é muito importante para nós da região. O Instituto Federal trouxe muita melhoria ‘pra’ nós, já participei de outros trabalhos com vocês e minha propriedade está sempre de portas abertas.” A sua esposa, a Sra. Emília, complementou: “Nossa, hoje eu vejo o quanto é importante ter assistência na propriedade. Fazemos as coisas, muitas vezes, de forma errada, e o leite temos que ter toda higiene”.

Durante as entrevistas e visitas in loco às propriedades leiteiras, pôdese observar que, dentro do mesmo tipo de sistema de ordenha, ocorrem diferenças em relação ao manejo ado-

tado com os animais (linha de ordenha), higienização da ordenha e do ordenhador, procedimentos sanitários, produtos e utensílios utilizados, assim como o conhecimento e aplicação do teste da caneca e realização do CMT (California Mastit Test), para diagnóstico da mastite. Acrescenta-se a esse cenário do conhecimento a falta de assistência técnica especializada aos produtores rurais na região do norte de Minas Gerais, que, muitas vezes, por falta de uma correta orientação, não realizam o tratamento e a prevenção da mastite adequadamente.

O sistema de produção de todas as propriedades leiteiras consiste no “a pasto”, tendo o fornecimento de concentrado e sal mineral diariamente, em local adequado, com cobertura. Observou-se uma boa interação homem-animal nas propriedades, refletindo as cinco liberdades: garantir que os animais sejam livres de sede, fome e desnutrição; que os animais sejam livres de desconforto; que os animais estejam livres de dor, lesões e doenças; que os animais sejam livres de medo e garantir a expressão dos padrões normais de comportamento animal.

No momento da ordenha, verificou-se que as propriedades leiteiras adotam algumas práticas inadequadas à obtenção higiênica do leite, como: uso de pano para secagem dos tetos após lavagem deles; sistema de refrigeração insuficiente às normas vigentes, limpeza dos latões de leite (de plástico) somente com detergente e uso de água não tratada para higienização da sala de ordenha e equipamentos/utensílios utilizados.

No quesito sanitário, as propriedades leiteiras vacinam os animais conforme determinado pelos órgãos sanitários, sendo as principais vacinas apresentadas: aftosa, brucelose, raiva, clostridiose, leptospirose e botulismo. Entretanto, nenhuma propriedade realiza os testes para brucelose e tuberculose, conforme preconiza a legislação vigente, tendo em vista seu potencial zoonótico pela veiculação por meio do leite cru, como no queijo cozido. Práticas como a ausência de medidas profiláticas,como o CMT (California Mastit Test), o teste da caneca e a linha de ordenha foram encontradas em 75% das propriedades. Ao questionar sobre a enfermidade “mastite”, foi observado o conhecimento dos produtores, conceituando-a como: “inflamação/infecção da glândula mamária”, “grumos no leite” e “um trem que faz mal para a vaca, que passa para os humanos e transmite por falta de higiene”. O coordenador do projeto, Prof. Dr. Júlio César Oliveira Dias, destacou que, nesse ponto, pode-se observar que os produtores têm o conhecimento de que a mastite causa um processo infeccioso e inflamatório na glândula mamária e

Visita in loco da acadêmica bolsista a um dos produtores

Coleta e amostra de leite para análise de Contagem Bacteriana Total (CBT). Produto ácido utilizado na limpeza da ordenhadeira.

Rosiane Suelen Santos

Local de armazenamento dos medicamentos (propriedade com ordenha manual).

Rosiane Suelen Santos

Ordenha manual com a presença do bezerro ao pé.

Rosiane Suelen Santos ela pode ser diagnosticada, indiretamente, ao observar o leite retirado na ordenha. Além disso, ele destacou que os produtores possuem consciência de que a doença determina um quadro de ausência de bem-estar nas vacas, e que um manejo sanitário eficiente diminui a transmissão dos agentes infecciosos.

O leite cru é armazenado em latões de plástico, sob temperatura ambiente e transportado em veículo aberto, sendo processado em um intervalo de 3 a 6 horas. Essa prática é considerada uma “Não Conformidade” pela legislação brasileira, pois, além da falta de proteção contra intempéries no transporte, a entrega do leite, à temperatura ambiente, deve ocorrer em até duas horas após o final de cada ordenha, ou resfriado a 4°C, em até 3 horas. “Esse resultado nos preocupa, pois, certamente, influencia na contagem bacteriana e na qualidade do produto, além de ser um quesito restritivo para aqueles produtores que queiram adquirir o Selo Arte, impor-

Análise laboratorial microbiológica (CBT).

Rosiane Suelen Santos

tantíssimo para permitir a comercialização dos produtos em todo território nacional”, explica o professor Thiago Moreira dos Santos.

Nas análises laboratoriais, a Contagem Padrão em Placas (CPP) do leite usado na fabricação do queijo cozido variou de 6,2x105 a 2,7x106 UFC/mL, fora do padrão máximo de 3,0x105 UFC/mL, de acordo com a Instrução Normativa 76/2018, do Ministério da Agricultura. Estes valores corroboram as falhas encontradas no diagnóstico das BPA como falta de higiene do ordenhador, falta de controle da qualidade da água, refrigeração inadequada do leite, falhas na obtenção higiênica do leite e instalações inadequadas. Já os parâmetros físico-químicos avaliados (Acidez titulável, Crioscopia, Densidade, Gordura, Extrato Seco Total e Desengordurado, Temperatura) atenderam os valores, conforme determinado na IN 76, art. 8.

Contudo, as BPA assumem importância na produção leiteira por serem um conjunto de ações que, após realizadas, acarretam ganhos de produção, produtividade, qualidade, segurança do alimento e sustentabilidade para as fazendas e para toda a cadeia leiteira.

Durante as visitas técnicas, os produtores foram informados sobre todas as irregularidades encontradas e sobre como proceder para realizar os ajustes e correções necessárias, porém em função das restrições decorrentes da pandemia, ainda não foi possível realizar o momento formativo (dia de campo ou palestra). Esse encontro será agendado em data oportuna e serão salientadas as orientações já fornecidas, além de uma sensibilização e capacitação específica sobre as boas práticas.

Rosiane Suelen Santos

Contagem Bacteriana Total (CBT) .

Análises dos parâmetros físicoquímicos do leite.

Coordenador: Júlio César Oliveira Dias Bolsistas: Natan Dias de Oliveira e Anne Karoline Mendes da Silva Colaborador: Luciano Xavier dos Santos Texto: Natan Dias de Oliveira Campus: Salinas

Adubação da água de um tanque escavado.

Projeto Elaboração de Informativos Técnicos

para Piscicultores do Norte de Minas

A piscicultura vem demonstrando, nos últimos anos, seu crescimento e importância para o agronegócio brasileiro, destacando-se como uma atividade muito eficiente na produção de proteína de origem animal de excelente qualidade. O Norte de Minas possui condições climáticas favoráveis para a produção de diversos peixes tropicais o ano inteiro, evitando a monocultura. O objetivo deste trabalho foi desenvolver cartilhas para capacitar técnicos e trabalhadores, para que alcancem cada vez mais níveis de conhecimento para aumentar a produtividade e rendimento na sua criação. Inicialmente foi realizado um levantamento sobre as principais demandas dos piscicultores e técnicos de campo. No segundo momento, foram determinados os conteúdos a serem trabalhados e elaboradas as cartilhas, com linguagem simples e objetiva. Essa produção de cartilhas ilustradas forneceu o conhecimento técnico-científico aos piscicultores e técnicos da área, sanando, assim, dúvidas relacionadas aos sistemas de produção de peixes.

Aregião de Salinas tem um grande potencial para a piscicultura devido à presença de inúmeras barragens em seu entorno, e ao trabalho de diversos piscicultores, com produção em tanques escavados ou piscinas de lona e tanques-redes. Dessa forma, a realização do projeto de extensão “Elaboração de Informativos Técnicos para Piscicultores do Norte de Minas”, pelos discentes do Curso de Medicina Veterinária do IFNMG - Campus Salinas, Natan Dias de Oliveira e Anne Karoline Mendes da Silva, sob a coordenação do professor Júlio César Oliveira Dias, propiciou uma maior difusão de conhecimento a técnicos e a pequenos, médios e grandes produtores, promovendo um maior desenvolvimento da produção piscícola na Região de Salinas. Mesmo possuindo todo um potencial macro, por parte do país e micro, por parte da região do Norte de Minas, especificamente, da região de Salinas-MG, o conhecimento técnico da piscicultura acaba por se concentrar nos grandes produtores, não chegando às classes de menor

Analisando a turbidez da água com um disco de Secchi.

Luciano Xavier dos Santos

produtividade. Há uma enorme carência de profissionais especializados para disseminar todo o conhecimento que o país adquiriu com pesquisa e tecnologia. Muitas vezes, tais informações não conseguem chegar ao produtor por profissionais da área por vários motivos, como a longa distância das propriedades e a falta de técnicos com experiência adequada.

Diante disso, foram desenvolvidas as cartilhas com o intuito de difundir o conhecimento técnico-científico em piscicultura de forma simples e concisa; melhorar o nível técnico e fomentar a prática da piscicultura na região; aumentar a diversificação de tecnologias utilizadas na piscicultura e a qualidade dos produtos piscícolas; estimular a prática extensionista nos discentes; e produzir uma ferramenta de auxílio ao trabalho dos técnicos de campo.

A primeira etapa de execução do projeto foi realizar levantamento prévio, com a ajuda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo de Minas Gerais - EMATER-MG (Regional Salinas), sobre a presença de piscicultores e técnicos de campo na região e suas principais demandas por assistência técnica na piscicultura. Analisaram-se também as principais ações, entraves e resultados positivos do projeto de extensão realizado em 2018, pelos alunos Natan Dias e Jonas Lopes, pelo qual foram realizados atendimentos técnicos (in loco) em quatro pisciculturas da cidade de Salinas.

Com base nesses resultados, a se-

Tanques de pisciculturas escavados do IFNMG - Campus Salinas.

Luciano Xavier dos Santos

Tanque de piscicultura escavado vazio.

gunda etapa foi determinar os conteúdos/temas a serem trabalhados e elaborar a cartilha digital e física. Os temas selecionados foram: qualidade da água; manejo nutricional; implantação da produção em tanque rede e tanque escavado; e as principais espécies de peixes utilizadas na criação comercial. Os três primeiros temas foram apresentados em forma de cartilhas, individualmente, e o último tema foi produzido em forma de folder, com uma apresentação mais resumida e direta das informações, contendo imagens/exemplos das principais espécies de peixes comerciais adaptadas e viáveis à região norte de Minas Gerais.

Nas cartilhas foi utilizada uma linguagem simples, com frases concisas e objetivas, além de tabelas, gráficos, desenhos esquemáticos e fotos, para que o conhecimento fosse de fácil aquisição. As fotos foram produzidas em propriedades da região de Salinas, cedidas por outras fontes e de própria autoria. Após a finalização da elaboração das carti-

Luciano Xavier dos Santos lhas, essas foram distribuídas para produtores da região.

A forma como o conteúdo foi transmitido pela cartilha promoveu boa capacitação e melhora do nível de profissionalismo, por meio da sua utilização como forma de assistência técnica, à disposição em tempo integral, possibilitando ao piscicultor se manter no mercado de forma sólida e lucrativa.

Em relação ao conhecimento adquirido pelos discentes, houve grande colaboração com a percepção da realidade, permitindo aquisição de conhecimentos teóricos e práticos, de forma interdisciplinar, nas áreas de piscicultura, sanidade, nutrição e produção animal, administração e extensão rural, existindo também maior oportunidade de explorar uma nova forma de oferecer assistência técnica. Por outro lado, porém, podemos pontuar que ainda há necessidade de elaboração de mais cartilhas adaptadas à região, abordando diversos outros temas, isso devido à carência de assistência técnica especializada na área.

Para a estudante Anne Karoline, bolsista do projeto, a execução das

Tanque de piscicultura escavado vazio revestido com lona de geomembrana.

Folder desenvolvido no projeto.

cartilhas proporcionou conhecimento tanto para os discentes quanto para os produtores. “Por conta da criação das cartilhas, pudemos perceber mais sobre a realidade da piscicultura na região e como os produtores atuam. Dessa forma, sanamos alguns problemas e visualizamos dificuldades que podem ser abordadas em futuras atividades extensionistas na piscicultura”, enfatizou a bolsista.

Com a produção dos materiais, destaca-se que haverá um aumento do conhecimento sobre a piscicultura e seus sistemas de produção para o Norte de Minas Gerais. O conhecimento técnico-científico, apresentado de forma simples, promoveu a capacitação e melhoria do nível de profissionalismo. Além disso, as cartilhas são ferramentas de auxílio ao trabalho dos técnicos de campo e uma forma de estímulo à prática da piscicultura na região, assim como podem auxiliar no aumento da diversificação de tecnologias utilizadas e na qualidade dos produtos piscícolas.

Capas das cartilhas desenvolvidas no projeto.

Projeto Ensino de física - "Robótica Educacional"

Coordenadora: Maria da Penha de laia Bolsista: Wellison Gonçalves Oliveira Voluntários: Patrícia Barbosa Sousa e Eduardo Lopes dos Santos e Paumer Colaborador: Thiago Texto: aria da Penha de laia Campus: Salinas

A Robótica vem sendo utilizada para melhorar o ensino/aprendizagem, demonstrando grande potencial para contribuir com o ensino de Física, aplicado ao contexto de evolução tecnológica. A utilização da robótica nas escolas pode ser uma estratégia instigante para os alunos, levando-os a se interessarem pela disciplina de Física, vista, por muitos, como distante das aplicações cotidianas. O presente trabalho teve como foco a construção e utilização de robôs no ensino de Física, em escolas públicas deste município. Devido ao estado de pandemia causada pela COVID-19, a aplicação foi feita por meio de gravação de videoaulas e disponibilização dos materiais para as escolas parceiras de Ensino Médio, no município de Salinas- MG. Os aparatos foram elaborados por quatro alunos da licenciatura do IFNMG- Campus Salinas, sendo: três do curso de Física e um do curso de Matemática. Utilizando uma pesquisa feita com recurso Google Formulário e também depoimento dos alunos integrantes do projeto, constata-se que os alunos demonstraram mais interesse em aprender Física, ao utilizar, como recurso didático, os robôs. A estratégia instigou os discentes em relação à aplicabilidade da Física no seu cotidiano.

Atecnologia surge para suprir as necessidades da população e evolui, constantemente, no decorrer dos anos. Nesse contexto, temos que fazer mudanças nas práticas pedagógicas, para atender os estudantes e as necessidades da comunidade, que questionam a educação tradicional.

Visando contribuir com ensino/ aprendizagem, uma opção dentro do contexto de aprendizagem de Física é a utilização de dispositivos tecnológicos. Assim, a presença destes artefatos no cotidiano dos alunos e o entendimento de sua aplicabilidade apresentariam aspectos favoráveis para a compreensão do conhecimento científico.

O projeto Ensino de Física - “Robótica Educacional” se baseou em idealizar e construir robôs, visando à utilização destes no ensino de Físi-

ca. Os artefatos tecnológicos foram construídos por quatro alunos dos cursos de licenciatura do IFNMGSalinas, no ano de 2020. A aplicação se deu por meio de videoaulas, em escolas públicas de Salinas/MG. Os encontros para construção dos robôs também foram virtuais.

Em suma, o projeto robótica foi um desafio aos futuros professores, que tiveram que buscar conhecimentos que os possibilitasse idealizar, construir os robôs e montar uma sequência de ensino de conceitos físicos, utilizando os robôs como recurso didático.O objetivo da aplicação foi ajudar os alunos a organizarem os conceitos estudados, comprovarem e visualizarem a aplicabilidade da Física em aparatos tecnológicos. Nesse contexto, os alunos teriam oportunidades de aprender a construir esquemas, medir grandezas físicas, utilizar instrumentos e analisar resultados encontrados.

O desenvolvimento deste trabalho resultou na construção de robôs, gravação de videoaulas e disponibilização do material para escolas públicas do município de Salinas-MG. Em todas as etapas, mesmo que remotamente, as atividades proporcionaram um ambiente instigante, no qual os alunos idealizaram, construíram robôs, gravaram videoaulas e divulgaram nas escolas.

Ficou evidente a aceitação desta metodologia para os integrantes do projeto, que demonstraram muito interesse em continuar com o esse trabalho em 2021 e envolver os alunos de escolas públicas deste município, também na construção dos robôs. Acredita-se que, ao envolver os alunos dos Ensinos Médio e Fundamental na construção dos robôs, o processo ensino-aprendizagem ficou mais dinâmico e permitiu a interação social e a troca de ideias.

Os robôs construídos são:

Carrinho de Controle Remoto – Gamma.

O aluno Wellison, do curso de Matemática, construiu um aparato sustentável, movido por motores de uma impressora antiga, e sua estrutura foi elaborada com palitos de picolé.Os materiais foram escolhidos, visando demonstrar possibilidades de construir robôs com sucata. Foi utilizado para explicar eletrodinâmica e cinemática.

Braço robótico

O braço robótico foi construído pela aluna do curso de licenciatura em Física, Patrícia. O robô pega objetos de um local e transporta para outro pré-determinado; a programação foi feita utilizando a placa de arduino. Os materiais foram: MDF, servos motores e potenciômetros e placa de arduino. Foi utilizado para explicar alavancas, torque.

Seguidor de linha – Construído em 2019, utilizado para explicar ondas eletromagnéticas.

Robô Explorador X

O robô explorador X foi construído pelo aluno do curso de licenciatura em Física, Eduardo. Os materiais utilizados foram: microcâmera wifi (que tem capacidade de transmitir imagens em tempo real para computadores ou smartphones); motores DC 3V, que são conectados a uma placa motor driver e uma placa de arduino. Ele consegue adentrar em locais pequenos e de difícil acesso para o ser humano, gerando imagens, usando seus sensores, anda de forma autônoma e se desvia de obstáculos. Foi utilizado para explicar ondas mecânicas e eletromagnéticas.

Coordenador: Cláudio Márcio Dias Ferreira Colaboradores: Alana Mendes Silva, Warley Sousa Dias, Bruno Rafael Gomes de Carvalho, Sebastião Rodrigues de Aguiar Filho e Mário Sérgio Silveira da Costa Texto: Cláudio Márcio Dias Ferreira Campus: Reitoria

O projeto estabelece ações integradas e alinha ações de capacitação e de convivência social.

Projeto Alvorada

O Projeto Alvorada visa a reinserção social e produtiva dos egressos do sistema prisional, por meio da oferta do curso Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão. O projeto, que é único em execução no país, possui o diferencial fundamental de levar em consideração a pessoa egressa em sua integralidade, dispondo de uma rede de apoio psicossocial, além de uma bolsa de permanência. O trabalho é um fator de redução de vulnerabilidades sociais, proporcionando as pessoas egressas do sistema prisional novas possibilidades de reconhecimento, socialização e autoconstrução.

ARede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, há mais de 100 anos, atua na qualificação de jovens e adultos para o mercado de trabalho e o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) vem se destacando como uma instituição de referência nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; regiões Noroeste e Norte de Minas Gerais, no tocante à oferta de educação profissional e tecnológica.

Nesse contexto e na busca de intensificar a Educação Profissional como compromisso social, o Projeto Alvorada visa a reinserção social e produtiva dos egressos do sistema prisional, por meio do qualificação profissional e educação cidadã emancipadora. O curso Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão, com duração de 500 horas, além de 3 meses de estágio ou autogestão, oferece oportunidades para o desenvolvimento profissional e educacional deste grupo social .

Este projeto é o resultado de uma ação conjunta entre o Departamento Penitenciário Nacional (Depen); a Reitoria do IFNMG, através da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC) e o Campus Montes Claros; e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública por meio do Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PRESP). Ao longo do processo de implantação do curso, foram distribuídas as responsabilidades para cada Instituição participante nas diversas fases do projeto, cabendo ao IFNMG planejar, coordenar, executar e acompanhar todas as etapas do projeto.

O projeto dispõe de uma rede de apoio psicossocial que conta com assistente social e psicólogo.

Proposta do Projeto

Atualmente, a população carcerária brasileira é de aproximadamente 726 mil presos, configurando a terceira maior população prisional do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Ao final do cumprimento da pena, que marca o retorno do sujeito para o convívio social, os desafios são intensificados, a começar pela falta de acesso aos direitos básicos e aos serviços e políticas públicas de saúde. Tais fatores de risco atuam como ingredientes catalisadores para a reincidência criminal.

A assistência na ressocialização de pessoas egressas do sistema prisional é garantida pela Lei de Execução Penal no seu primeiro artigo, no entanto, tanto na esfera profissional, quanto na educacional, ela é ofertada de forma incipiente. Fatores como discriminação praticado pelos possíveis contratantes e/ou barreiras pessoais das próprias pessoas egressas (habilidades e potencialidades laborais fracas ou pouco desenvolvidas, educação limitada, falta de experiência) são grandes obstáculos para essa ressocialização.

Assim, acredita-se que o presente projeto que, atualmente é único em execução no país dentre os 14 projetos aprovados pelo Depen em 6 estados brasileiros, possui o diferencial fundamental de não somente estabelecer ações isoladas de capacitação e/ou oferta de vagas, mas de unir as duas frentes de atuação, além de levar em consideração a pessoa egressa em sua integralidade. O projeto estabelece ações integradas com o objetivo de empoderar as pessoas egressas enquanto cidadãos de direitos básicos e, a partir desse princípio de cidadania, implementa um processo metodológico sistêmico, alinhando ações de capacitação, laboral e de convivência social, com atividade laborais.

Para isso, o projeto em execução pelo IFNMG iniciado em 02/08/2021, dispõe de uma de rede de apoio psicossocial - assistente social e psicólogo - de modo a proporcionar maior autonomia e responsabilidade em relação aos rumos da sua própria vida, sem olvidar do necessário comprometimento que todos os alunos devem destinar a conclusão do curso.

A assistência na ressocialização de pessoas egressas do sistema prisional.

Aula inaugural com a participação do Depen e Sejusp, Defensora Pública de execuções penais de Montes Claros.

O Projeto Alvorada possui o diferencial fundamental de não somente estabelecer ações isoladas de capacitação, mas de levar em consideração a pessoa egressa em sua integralidade. O Pró-Reitor de Extensão e Cultura Rony Enderson substancia a importância das parcerias na oferta de oportunidades para o desenvolvimento profissional e educacional.

O curso e a bolsa de permanência aos alunos

Os alunos, selecionados pelo PRESP, a partir de diretrizes padronizadas pelo Depen, possuem aulas diárias. As disciplinas são divididas em técnicas (Eletricidade Básica, Projetos e Instalações Prediais, Execução de Projetos Elétricos), de empreendedorismo (Empreendedorismo e Inovação), disciplinas básicas (Informática, Matemática e Língua Portuguesa), e por disciplinas de apoio psicossociais (Projeto de vida, Tópicos em saúde e Desporto), além do apoio sociopedagógico das tutoras individualizados. Para o estágio, há um supervisor que fornece suporte administrativo a sua realização, além da prospecção de oportunidades de estágio junto com gestor do Projeto.

Como incentivo e ajuda, todos os participantes recebem, durante os oito meses de aulas, uma bolsa mensal no valor de R$ 787,50 que está vinculado a frequência regular ao curso. Além do recurso, há uma ajuda de custo no valor R$ 616,00 para a compra de um kit de ferramenta para eletricista, uma contribuição para o desenvolvimento da qualificação e do trabalho.

Conclusão

O presente projeto considera o trabalho como um fator de redução de vulnerabilidades sociais, proporcionando as pessoas egressas do sistema prisional novas possibilidades de reconhecimento, socialização e autoconstrução, na medida em que viabiliza condições para que os sujeitos sejam inseridos na estrutura produtiva.

Ordenha mecânica espinha de peixe na Fazenda Rancho Vitrine.

Por meio da conscientização e envolvimento da comunidade, o projeto buscou promover esterilizações de cães e gatos em situação de abandono e/ou provenientes de famílias de baixa renda na cidade de Arinos.

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