Contação Revista de Extensão
Nº. 6 - 2020
Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos Projetos Sociais Revista de Extensão do IFNMG
ISSN 2447-3480
Extensão Tecnológica INSTITUTO FEDERAL Norte de Minas Gerais
1
Políticas de Extensão 2
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
A
Extensão no IFNMG é concebida como uma instância fundamental para o aprimoramento e fortalecimento do processo educativo, cultural e científico e, ainda, como um componente que se articula ao Ensino e à Pesquisa de forma indissociável, buscando, assim, viabilizar uma relação dinâmica e transformadora entre o Instituto e a sociedade. Vale salientar que, nessa articulação, procura-se valorizar e estabelecer a troca de saberes sistematizados, acadêmicos e populares, fundamentada numa postura dialética da relação teoria/prática. A atuação da Extensão e sua dinamicidade em relação à articulação teoria/prática se configuram como espaço destinado ao acolhimento da diversidade de saberes e da sua plena expressão. Assim, a função primordial de todas as ações da Extensão se consolida no esforço de contribuir para a construção das práticas de Ensino, da Pesquisa e dos saberes de toda a comunidade. Pois, dessa forma, o reconhecimento da multiplicidade de saberes contribui, consequentemente, para o desenvolvimento local e regional, por meio de uma dinâmica interação entre a vida acadêmica e o contexto social. O IFNMG, ao assumir essas convicções, expressa, por meio de suas ações de Extensão, o reconhecimento de seu papel como articulador dos saberes do mundo, da vida e da instância acadêmica. Dessa forma, propõese a desconstruir a hegemonia que valida apenas uma forma de saber, possibilitando, assim, a desestabilização de um único conhecimento como detentor da verdade. Tal postura credencia a Extensão como um espaço privilegiado de produção de conhecimento e de compromisso com uma formação integral e cidadã, instaurada numa postura dialógica entre a instituição e a sociedade, consubstanciada no compromisso ético e humano. Revista de Extensão do IFNMG
Confirmando tais concepções, o IFNMG tem como objetivos: I. desenvolver atividades de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, no desenvolvimento e na difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos; II. estimular e apoiar processos educativos que levem à geração de trabalho e renda e à emancipação do cidadão na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico local e regional; III. realizar ações voltadas, preferencialmente, para a população em situação de risco, colaborando para a diminuição das desigualdades sociais por meio da indicação de soluções para inclusão social, geração de oportunidades e melhoria das condições de vida; IV. estabelecer ações de formação inicial e continuada de trabalhadores e da população em geral, na perspectiva de melhoria da qualidade de vida; V. colaborar para o firmamento da identidade institucional do IFNMG, desempenhando papel de agente transformador da realidade local e regional; VI. integrar o Ensino e a Pesquisa com as demandas da sociedade, seus interesses e necessidades, estabelecendo mecanismos que inter-relacionem o saber acadêmico e o saber popular.
Do mesmo modo, constituem-se como diretrizes da Extensão no IFNMG: I. contribuir para o desenvolvimento da sociedade, constituindo um vínculo que estabeleça troca de saberes, conhecimentos e experiências para a constante avaliação e vitalização da Pesquisa e do Ensino; II. promover e fortalecer as relações entre os campi do IFNMG; III. promover ações sociais; IV. estimular a cultura; V. apoiar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no âmbito do IFNMG; VI. ofertar cursos de qualificação profissional (Formação Inicial e Continuada – FIC) para a comunidade externa e interna; VII. promover eventos de Extensão para a comunidade externa e interna do IFNMG; VIII. prestar assistência técnica e consultorias para o mundo produtivo; IX. prospectar e divulgar estágio e emprego aos discentes e/ou egressos; X. contribuir com o desenvolvimento dos empreendimentos locais e regionais(rurais e urbanos); XI. sistematizar visitas técnicas e gerenciais de alunos e professores às empresas/instituições; XII. participar, junto com os campi, do processo de definição da política de apoio estudantil, nas áreas educacional, social e da saúde; XIII. estimular o uso dos recursos naturais de forma responsável; XIV. manter e buscar novas parcerias com instituições públicas, organizações não governamentais, entidades do “Sistema S” e empresas privadas para uma atuação conjunta, no sentido de desenvolver ações extensionistas; XV. articular políticas públicas que oportunizem o acesso à educação profissional, estabelecendo mecanismo de inclusão; XVI. captar recursos, tanto na área pública quanto na área privada.
Joaquina Aparecida Nobre da Silva Reitora do IFNMG
O
s Institutos Federais têm, na essência de sua criação, a missão de um fazer pedagógico inovador, sustentável, empreendedor e inclusivo. Dessa forma, o IFNMG atua em sua área de abrangência com uma metodologia que promove a integração entre as ações de formação dos estudantes e as demandas da sociedade. Sendo assim, o ensino, a pesquisa e a extensão constituem tripé indissociável na prática diária das 11 unidades de ensino que compõem sua totalidade. Seja no Norte, Noroeste ou nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, o diálogo e a atenção às necessidades da comunidade servem como bússola para a atuação dos servidores, nas mais diferentes áreas do conhecimento.
A ação extensionista é, por primazia, a porta de entrada do diálogo entre a sociedade e as instituições de ensino. No entanto, essa comunicação direta também está presente em todas as instâncias do IFNMG, perpassando as ações de ensino, pesquisa e as rotinas diárias em cada campus. A clareza de que atuamos para formar profissionais especializados, com conhecimento técnico e tecnológico substancial, a fim de que possam contribuir diretamente para o desenvolvimento regional, está sempre de mãos dadas com as práticas de pesquisa aplicada e com as ações de extensão que possam, de imediato, impactar, positivamente, nas realidades da área de abrangência do Instituto Federal.
Para uma formação cidadã, a diversidade possui lugar de destaque, especialmente nas ações de extensão, uma vez que estudantes e servidores têm a oportunidade de estabelecer pontes de diálogo, reflexão, troca de conhecimento e de saberes com os mais diferentes públicos que habitam as regiões alcançadas pelo IFNMG. Assim, o Instituto também contribui para uma trajetória de experiências, calcada na criticidade, no protagonismo e na sensibilidade frente à realidade, preparando os estudantes para atuarem na resolução de problemas reais e complexos. Ao reunir narrativas que mostram o potencial transformador da educação por meio dos projetos de extensão, a Revista Contação é também uma maneira de dialogar com a comunidade. Seus relatos evidenciam a vivacidade com o que a instituição vem transformando a comunidade externa, ao mesmo tempo em que oportuniza a aplicação dos conhecimentos de pesquisa e ensino, experienciados dia a dia dos campi. Por meio das ações extensionistas, o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais reafirma seu compromisso com os processos formativos educacionais, além de reforçar sua atuação junto à comunidade, apoiando e promovendo o desenvolvimento regional.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Editorial Rony Enderson de Oliveira Pró-Reitor de Extensão
A
extensão possibilita a formação do profissional cidadão e, cada vez mais, credencia-se, junto à sociedade, como espaço privilegiado de produção de conhecimento significativo, com o intuito de superar as desigualdades sociais existentes, e promover uma prática acadêmica que interligue o IFNMG às suas atividades de ensino e pesquisa, de acordo com as demandas da população. A extensão é imprescindível para a democratização do acesso aos conhecimentos gerados na instituição, assim como para o redimensionamento da sua função social desta, objetivando contribuir na busca de soluções para o enfrentamento dos problemas sociais da população, formulando políticas públicas participativas e emancipadoras. Há que se ressaltar o papel da extensão como prática educativa, não apenas repassando o conhecimento, mas construindo-o, dialogicamente, com a comunidade. Para tanto, é preciso respeitar os saberes tradicionais, bem como os das comunidades atendidas, com vistas a produzir soluções para os problemas que se apresentarem, o que contribui imensamente para a formação cidadã dos estudantes do IFNMG. E é nesse contexto de
Revista de Extensão do IFNMG
diálogo com o conhecimento tradicional – conhecimento do povo, passado de pai para filho, que envolve experiências, crenças, práticas e costumes - interpretado em relação ao conhecimento científico e acadêmico – conhecimento formal, sistematizado e transmitido de forma metódica e ordenada – que a Extensão no IFNMG se preocupa em não silenciar os saberes, mas sim em dialogar e desenvolver suas ações, cujos projetos apresentamos nesta 6ª edição da Revista Contação. A Revista Contação, fruto da interação dialógica entre instituição e comunidade, publicada pelo IFNMG, reúne relatos sobre ações extensionistas realizadas por todos os campi do Instituto, incluindo
projetos artísticos, culturais, esportivos, sociais e de extensão tecnológica. Como resultado de um trabalho coletivo, há que se destacar que os relatos aqui publicados, retratam a diversidade de ações da Extensão no IFNMG e suas formas de contribuir para o desenvolvimento da nossa região, assim como promover o tripé ensino, pesquisa aplicada e extensão. A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura agradece a todos os que contribuem, diariamente, para o desenvolvimento das ações de extensão e convida a todos a navegarem pelos relatos contados nesta Revista. Boa leitura!
Expediente Reitora Joaquina Aparecida Nobre da Silva Pró-Reitor de Extensão Rony Enderson de Oliveira Diretora de Extensão Tecnológica Karine Alencar Fróes Núcleo de Relações Interinstitucionais e Comunitárias Célia Lopes Azevedo Núcleo de relações com o Mundo do Trabalho e Educação Profissional, Técnica e Tecnológica Célia Lopes Azevedo Núcleo de Relações com o Mundo do Trabalho e Educação Profissional, Técnica e Tecnológica Cláudio Marcio Dias Ferreira João Paulo Gonçalves Ferreira Leonardo Estefanini Barreto Coordenação de Cultura, Artes, Desporto e Memória Santina Ap. Ferreira Mendes; Warley Souza Dias Coordenação de Programas, Projetos e Registros Angela Gama Dias de Oliva Ivânia Gonçalves Dias Paulo Henrique Pereira Guimarães Thatiane Lopes Oliveira Núcleo da Educação do Campo Tania Maria Mares Figueiredo Núcleo de Centro de Línguas Thiago Lamonier Souza Gomes
Diretores/Coordenador de Extensão dos Campi
Campus Almenara Marcos Vinícius Montanari Campus Araçuaí Samara Arcanjo e Silva Campus Arinos Josué Reis Batista Júnior Campus Diamantina Hannah Serrat de Souza Santos Campus Avançado Janaúba Marco Aurélio Oliveira Dias Campus Januária Giuliano Viana de Alkimim Campus Montes Claros Mario Sérgio Costa Silveira Campus Pirapora Lívia Clara Tavares Lacerda Campus Avançado Porteirinha Alysson Frederico Gonçalves Santos Campus Salinas Ricardo dos Santos Silva Campus Teófilo Otoni Gerfeson Viana Santos
Sumário 06 Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos 07 09 12 15 19 22 25 28 30 33 35 38
Cinema na cidade: um encontro com a sétima arte Oficinas de Práticas Esportivas e de Lazer:campus Arinos IFNMG Cultura e Arte Tribo Corpo Raiz Oficinas de Práticas Esportivas e de Lazer:campus Almenara Tesouros de um baú literário na APAE Oficinas de práticas esportivas e de lazer no IFNMG - Campus Avançado Porteirinha IFMUNDO - Pedagogia da Simulação para as escolas da microrregião do Baixo Jequitinhonha Quem conta um conto... aumenta um ponto Festival Intercampi de Culturas: encantos dos vales, montes e sertões do IFNMG Literartes Festival Intercampi de Culturas: vale amar minhas raízes
41 Projetos Sociais
42 Convivência com a seca: experiência de comunidades rurais nas regiões do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas Gerais 45 Educação: esperança do futuro 48 Projeto Leão 51 Pragas urbanas: bichos S.A. 54 Castração e Controle populacional de Cães e Gatos no município de Salinas-MG 57 Mudas para preservar e (re)construir: doação e plantio de mudas frutíferas 60 Capacitação da população carcerária atendida pela Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) Salinas - MG para a produção de produtos de panificação 63 Experiência de curricularização da Extensão: Educação Ambiental na Comunidade Adjacente ao IFNMG Campus Teófilo Otoni 66 Informática básica para alunos do ensino fundamental da Escola Estadual Neco Lopes 68 Projeto Institucional de Sustentabilidade Ambiental - Eixo Resíduos Sólidos - IFNMG - Campus Pirapora 71 A arte como agente transformador da realidade para idosos do abrigo Lar João XXIII 74 Flor do Sertão: paisagismo sustentável com espécies ornamentais nativas 77 Fortalecimento da luta dos jovens xakriabá na busca pelo ensino superior: preparando para o ENEM 79 Implantação de hortas agroecológicas em uma escola estadual 81 Marketing digital como instrumento de disseminação da cultura popular no mercado municipal de Januária/MG 84 Remição pela leitura: ampliando horizontes e aplainando caminhos através da leitura e da escrita 87 Agricultura familiar no espaço urbano envolvendo agroecologia através de materiais reutilizáveis 89 Educação Ambiental de Crianças e Adolescentes da Rede Pública de Ensino de Montes Claros – MG 91 Portfólio de Oportunidades: Situações-Problema 93 Produtos artesanais de limpeza: empreendendo no lar 95 Sustentabilidade ambiental: construindo práticas a partir do compromisso socioambiental no IFNMG - Campus Montes Claros 97 Controle do tabagismo na Estratégia Saúde da Família de um bairro em situação de vulnerabilidade 99 Ações de saúde sobre o câncer no ambiente hospitalar 101 Enfermagem de Portas Abertas 103 III Encontro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Rurais, I Fórum da Educação do Campo Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
106 Educação continuada para cuidadores de idosos em instituição de longa permanência no município de Araçuaí – MG 108 Araçuaí em Cores: reciclando e recriando 111 Povos Indígenas do Vale do Jequitinhonha e Mucuri: conhecer para preservar 113 Educação humanitária: a ludicidade na transmissão de conceitos sobre cuidados com animais e promoção da saúde pública
116 Extensão Tecnológica 117 119 122 126 129
Revista de Extensão Nº. 6 - Jul/2021 ISSN 2447-3480
Coordenadora de Produção Editorial Thatiane Lopes Oliveira Equipe de Produção Editorial Andreia Pereira da Silva Flávia Almeida Diniz Thatiane Lopes Oliveira Revisora Luciana Lacerda de Carvalho Programador Visual e Diagramador Marcos Aurélio de Almeida e Maia Título da Revista Bráulio Quirino Siffert Foto de Capa e 4ª Capa Renan Souza de Almeida (Capa) Roger Martins Estrela (4ª Capa) Coordenador de Produção Gráfica Gustavo Henrich E. Vieira Tiragem: 1.000 Circulação: Nacional Periodicidade: Anual Impressão: RB Comunicação Visual
Reitoria do IFNMG
Rua Professor Monteiro Fonseca, 216 Vila Brasília - Montes Claros/MG CEP: 39400-106 Fone: (038) 3218-7300 www.ifnmg.edu.br facebook.com/ifnmgoficial instagram.com/ifnmg_oficial
INSTITUTO FEDERAL Norte de Minas Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Aplicação de Conceitos Físicos de Maneira Interdisciplinar: Robótica Educacional Elaboração de informativos técnicos para piscicultores do Norte de Minas Portfólio de Oportunidades Medicina Veterinária no Quilombo: uma Ação do NEABI na Saúde Única Elaboração de Barra de Cereal com Alto Valor Energético para Atender Atletas da Região de Salinas-MG 132 Intercâmbio de boas práticas agroflorestais no âmbito da agricultura familiar na região do Alto Rio Pardo/MG 135 Produção de hidrogel a partir da pectina do mesocarpo externo do pequi 138 Clube do Empreendedor 140 Curso de programação de aplicativos móveis baseado em aprendizagem orientada a projeto 142 Adote uma árvore - Arborização de áreas residenciais localizadas em Januária, MG 144 Aproveitamento e usos alternativos da Manipueira, em casas de farinha da comunidade de Bonança, município de Ibiracatu/MG 147 Avaliação e fomento do conhecimento popular de plantas medicinais entre comunidade e alunos do IFNMG – Campus Januária 149 Curso de regulagem de implementos agrícolas 151 Identificação e Correção de Patologias nas Edificações 153 IF-EDU: ensino de línguas estrangeiras no youtube 155 Levantamento dos custos de produção das espécies olerícolas comercializadas na feira agroecológica de Januária/MG 158 Produção de mudas nativas do bioma cerrado para recuperação, recomposição e proteção de nascentes e cursos d´água na região de Januária 160 Projeto institucional de sustentabilidade Ambiental - Eixo Resíduos Sólidos 163 Análise da qualidade da água para o consumo humano no Assentamento Jerusalém, no município de Rubim-MG 165 Análise da qualidade da água para consumo em escolas públicas nos municípios de Almenara-MG e Jequitinhonha-MG 167 Trilha Agroecológica 171 Sustentabilidade Ambiental 174 Acompanhamento e capacitação de agricultores familiares nos municípios de Almenara-MG e Jequitinhonha-MG 177 Capacitação de Multiplicadores de Tecnologias Sociais para Saneamento Básico Rural 180 Empresa Júnior VALE JÚNIOR 183 Clube do Empreendedor 185 PC por dentro: curso de montagem e manutenção de computadores 187 Formulações de defensivos naturais: uma alternativa saudável e rentável para os produtores rurais do município de Almenara-MG 189 Identificação do estágio de deterioração de doces de leite artesanais visando à valorização do produto 191 Verificação das Boas Práticas de Fabricação e da qualidade microbiológica do doce de leite produzido em Salinas – MG 193 Ações de extensão em enfermagem 195 Educação em saúde sobre a importância do exame Papanicolau
6
Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Rosana de Jesus dos Santos Voluntários: Maria Clara Gomes e Emerson Luan Ramos Oliveira Colaboradores: Rosimeire Alves Guimarães, Ana Clara Gonçalves Meira, Daiane Silva de Andrade, Alex Sander Luiz Campos, Geraldo Magela Matos, Vanessa Barreto Leite Texto: Rosana de Jesus dos Santos Campus: Salinas Debate sobre o filme Volver
Daiane Silva de Andrade.
Projeto
Cinema na cidade Um encontro com a sétima arte O projeto “Cinema na cidade: Um encontro com a sétima arte” consistiu na exibição de filmes de diversos estilos no Cineteatro João Costa. As exibições foram abertas ao público em geral e seguidas de debate conduzido por um(a) dos(as) docentes envolvidos(as). Os filmes foram previamente escolhidos pelos(as) docentes e divulgados pelos(as) discentes voluntários(as).
Revista de Extensão do IFNMG
Daiane Silva de Andrade.
O
projeto “Cinema na cidade’’ surgiu com o propósito de fomentar o desenvolvimento cultural e a sociabilidade na cidade de Salinas. Foi proposta uma parceria à Prefeitura Municipal de Salinas para utilização do espaço e equipamento do Cineteatro João Costa. O cinema é uma linguagem que surgiu no século XIX e se propagou pelo mundo, influenciando, profundamente, a sociedade, nas formas de sociabilidade, na visão sobre o mundo, sobre a natureza e as relações humanas. Consideramos que, devido à sua complexidade e à atração que exerce sobre as pessoas, pode ser utilizado com as finalidades culturais e educativas. O cineteatro João Costa é um edifício de meados do século XX, equipado com cadeiras de madeiras, cortinas, telão e equipamento para exibição de filmes; funcionou, por muitos anos, como cinema, com
Após a exibição do filme Volver, foram discutidas características do filme e sua relação com o conjunto da obra de Almodóvar.
sessões diversas. Entretanto, ao longo do tempo, foi cedido para sediar outras instituições, e, de certa forma, perdeu sua função enquanto cinema. Atualmente, foi retomada a utilização do prédio como cinema. Procuramos a Secretaria de Esportes (que funciona no prédio do cineteatro) e conversamos sobre a possibilidade de oferecer sessões de cinema, com filmes do formato convencional, a fim de fomentar o gosto pela sétima arte, o conhecimento acerca de estilos cinemato-
gráficos e história do cinema. Sendo acolhida a proposta do projeto, este foi escrito e submetido ao edital de fluxo contínuo do IFNMG, contando com a participação de docentes de várias áreas. Cada docente ficou responsável por escolher filmes relacionados ao seu campo de atuação ou interesses específicos, preparar e exibir o filme na data marcada. Contamos também com a participação de dois discentes voluntários, que ficaram responsáveis pela divulgação das sessões de cinema. Todas 7
Abertura do projeto, com o filme Volver, do diretor espanhol Pedro Almodóvar
as sessões foram seguidas de debate acerca do filme e, para início da discussão, eram destacadas características do(a) diretor(a), elementos fílmicos, relação com cada campo do conhecimento de acordo com a escolha do(a) docente e, em seguida, era aberta para questionamentos dos(as) espectadores(as). A abertura do projeto se deu com a exibição do longa-metragem Volver, do diretor espanhol Pedro Almodóvar. Após a exibição, foram discutidas características do filme e sua relação com o conjunto da obra de Almodóvar, como as cores, trilha sonora, desenvolvimento da trama e o protagonismo feminino. Durante os comentários, algumas expectadoras se posicionaram e relataram ter sofrido assédio sexual dentro de suas casas, relacionando sua experiência à trama. A seguir, elencamos algumas das produções mostradas no Cineteatro João Costa, no decorrer do projeto: foi exibida uma mostra do diretor 8
Daiane Silva de Andrade
Daiane Silva de Andrade
As exibições foram abertas ao público em geral e seguidas de debate conduzido por um(a) dos(as) docentes envolvidos(as)
Tim Burton, com os filmes Sweeney Todd: O barbeiro demoníaco da rua Fleet (2007), A estranha fábrica de chocolates (2005); Edward mãos de tesoura (1990) e Dumbo (2019), sendo que este lotou a sala de cinema, com a presença de muitas crianças; do diretor espanhol Guilhermo del Toro, A forma da água (2017) e O labirinto do fauno (2006), dos quais foram acentuados os aspectos em comum, como a presença do monstruoso e a desconstrução dos sentidos convencionais sobre o monstro; do cinema nacional, foram exibidos O ano em que meus pais saíram de férias, 2006, dirigido por Cao Hamburger; Narradores de Javé, 2004, dirigido por Eliane Caffé. Também foi exibida a animação Coraline e o Mundo Secreto (2009) dirigida por Henry Selick Ilumiado, O fabuloso mundo de Amelie Poulain (2001) Jean-Pierre Jeunet e o clássico O iluminado (1980) de Stanley Kubrick. O público que frequentou as sessões de cinema do projeto foi bem
diversificado, composto por estudantes do IFNMG/Salinas e outras pessoas da cidade de Salinas de faixas etárias diversas. Buscou-se exibir filmes que contemplassem maiores de 14 anos ou que tivessem classificação livre. Consideramos que o projeto foi muito enriquecedor, as sessões eram muito aguardadas pelos(as) estudantes, que sempre perguntavam pelo próximo filme, sugeriam, entusiasmavam-se e passaram a se interessar mais pela experiência de assistir filmes no cinema, bem como de discuti-los com os demais. Apesar de termos cumprido o projeto no prazo especificado no edital, acreditamos que devemos dar prosseguimento à rica experiência do cineclube em Salinas-MG, pois acreditamos que a experiência de assistir filmes em salas de cinema é transformadora, como descreve a personagem Violeta, no filme Café com canela: “no escuro, diante daquela imagem dominada pelo som, que você consegue ficar finalmente diante de si, e escutar tudo aquilo que você nunca teve coragem de falar para si mesma. É nessa hora que você se encontra e se perde, de uma vez por todas, sem máscaras, sem fantasias (...) quando o filme acaba e as luzes se acendem, tudo fica diferente. Aquele que se sentou na poltrona, nunca mais se levanta. E aquele que levanta é novo, é outro.”
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Nas competições esportivas, os(as) estudantes têm sido motivados(as) e incentivados(as) pelo Núcleo de Educação Física, Esporte e Lazer.
Coordenador: Romualdo Ferreira dos Santos Colaboradores: Nádia Bueno Rezende e Nayhara Lopes de Oliveira Bolsistas: Gabriely Cardoso Rodrigues e Vítor Samuel Fernandes Rocha Texto: Romualdo Ferreira dos Santos Campus: Arinos
Projeto
Oficinas de Práticas Esportivas e de Lazer: campus Arinos Oficinas de Práticas Esportivas é um projeto de extensão cujo objetivo é realizar oficinas de práticas esportivas no campus, visando potencializar e incentivar a prática da cultura corporal de movimento, por meio dos esportes, suas linguagens e símbolos subjacentes, ampliando a participação ativa e dinâmica de toda a comunidade escolar do IFNMG Campus Arinos - MG. Com este propósito, pretendeu-se promover a socialização, integração e a compreensão dos elementos das práticas esportivas no âmbito do jogar e competir, experimentando-as e refletindo os aspectos sociais e culturais que permeiam a cultura corporal de movimento.
O
esporte, seja ele de alto rendimento, de formação ou como uma atividade no contexto do lazer, tornou-se patrimônio cultural da sociedade contemporânea. Porém, na escola, as práticas de Esporte e Lazer ainda são muito restritas, resumindo-se em “treinamentos”, com uma pedagogia do esporte equivocada, fragmentada e descontextualizada, com objetivos apenas de preparação para as competições escolares. Neste sentido, o formato dos programas desenvolvidos para os(as) estudantes na escola não é
Revista de Extensão do IFNMG
para todos(as). Esses programas selecionam e são excludentes e as oportunidades de vivências ficam reduzidas a um número bem restrito de discentes. Não são todos(as) os(as) estudantes que possuem vivências com o Esporte e o Lazer, seja por falta de oportunidade ou pelo simples fato da não participação nas aulas de Educação Física. Assim, desde 2010, o IFNMG/Campus Arinos tem proporcionado à comunidade escolar, por meio de práticas esportivas, uma diversidade de saberes que possibilitam a ampliação do reper9
tório da cultura corporal de movimento e a compreensão do esporte, enquanto bem social e cultural. O município e região possuem pouco ou quase nenhum acesso ao lazer. A juventude tinha, como prática esportiva principal, o futebol de campo e, de forma tímida, as demais modalidades. Neste sentido, percebemos a necessidade de oportunizar a prática de outras modalidades, não só para a comunidade escolar do nosso campus, mas para o aluna10
do das demais escolas. O presente projeto “Oficinas de Práticas Esportivas” objetivou a realização de oficinas de práticas esportivas no Campus Arinos, visando incentivar e disseminar a prática da cultura corporal de movimento, por meio dos esportes, suas linguagens e símbolos subjacentes. Além disso, objetivou conhecer as diferentes manifestações da cultura corporal, adotando uma postura despojada de preconcei-
tos ou discriminações por razões sociais, sexuais ou culturais. Os estudantes do IFNMG possuem a oportunidade de participarem de eventos esportivos externos, promovidos pelas Secretarias de Educação, de Esporte e Lazer de Minas Gerais e pelo Programa Minas Olímpica e também de eventos promovidos pelo próprio Instituto Federal. Por isso, o Núcleo de Educação Física, Esporte e Lazer do campus treina e incentiva a participação dos alunos, promovendo projetos de esporte e lazer. O Núcleo considera esses projetos como parte do projeto político pedagógico da escola e como importante elemento da cultura corporal. O Campus Arinos dispõe de dois ginásios poliesportivos, uma quadra coberta, um campo de futebol, uma quadra de areia, uma pista de atletismo e salas que possibilitam o desenvolvimento de várias modalidades no mesmo dia. As oficinas foram desenvolvidas pelo próprio corpo docente de Educação Física da instituição, com o auxílio dos(as) bolsistas do projeto. Os(As) bolsistas tiveram o papel de acompanhar os(as) docentes em todas as ofici-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
O projeto fortaleceu o esporte como elemento da cultura corporal de movimento, mas também contribuiu para a formação de cidadãos(ãs) capazes de superarem os obstáculos em suas vidas, reconhecerem os seus limites e respeitarem a si e ao próximo.
nas, dando-lhes suporte. As práticas aconteceram sempre no horário do almoço e após as atividades escolares, no final da tarde e noite. Cada modalidade tinha uma duração média de uma hora e meia. Algumas modalidades foram divididas por gênero (futsal, futebol de campo, handebol e basquete). O projeto atendeu uma média de 400 discentes do campus, das escolas estaduais, municipais e particulares do município, com idades entre 14 a 18 anos. Todos(as) teriam que demonstrar interesse pelas oficinas, ser assíduos(as) e apresentar bom comportamento em suas instituições. No quadro abaixo, é apresentada a dinâmica das práticas e modalidades:
As oficinas possibilitaram a vivência de práticas esportivas, nas diferentes formas de manifestações, espaços, e modalidades. Os(As) participantes do projeto atuaram como protagonistas, ressignificando as práticas propostas e ampliando o repertório da cultura corporal de Revista de Extensão do IFNMG
movimento, por meio dos jogos recreativos. Conclui-se que o projeto fortaleceu o esporte como elemento da cultura corporal de movimento, mas
também contribuiu para a formação de cidadãos(ãs) capazes de superarem os obstáculos em suas vidas, reconhecerem os seus limites e respeitarem a si e ao próximo. 11
Coordenador: Leandro de Paula Liberato Bolsistas: Clara de Carvalho Fiedler, Sara Vitória de Jesus Silva, Lara Fernandes Pereira e Pietra Luvizotto Figueiredo Colaboradora: Larisse Colen de Oliveira Texto: Lara Fernandes Pereira, Pietra Luvizotto Figueiredo, Leandro de Paula Liberato Campus: Teófilo Otoni
Clara Fiedler
Com apoio da Prefeitura Municipal, semanalmente, os integrantes realizaram oficinas para a comunidade no teatro do CEU das Artes, localizado no bairro Viriato, em Teófilo Otoni
Projeto
IFNMG Cultura e Arte O projeto de extensão IFNMG Cultura e Arte foi inaugurado no ano de 2018, quando deu início a diversas atividades de âmbito artístico e cultural nas dependências do campus e circunvizinhança. Entre as realizações, múltiplos momentos de interação com crianças e adolescentes residentes nas comunidades Jardim das Hortênsias e Jardim das Acácias, situadas em frente ao Campus Teófilo Otoni. Essa aproximação estabeleceu um importante vínculo com aqueles(as) moradores(as) e contribuiu para a efetividade das dinâmicas propostas para cada encontro realizado.
12
Com apoio da Prefeitura Municipal, semanalmente, os integrantes realizaram oficinas para a comunidade no teatro do CEU das Artes, localizado no bairro Viriato, em Teófilo Otoni
Larisse Colen
O
projeto de extensão IFNMG Cultura e Arte objetivou a valorização da arte, cultura e literatura em um contexto socialmente desfavorecido e contou com a realização de várias oficinas, que propiciaram bons momentos de interação entre servidores(as), estudantes do campus e a comunidade. As atividades foram iniciadas no mês de maio e finalizadas em dezembro de 2019. Os(as) idealizadores(as) do projeto compõem o Grupo de Extensão Cultura e Arte (GECA) que, desde o ano de 2018, tem atuado no planejamen-
to e execução de práticas que visam à expansão da arte e cultura em Teófilo Otoni e região. Assim, com o propósito de obter melhor compreensão sobre as possibilidades dessas áreas e para o aperfeiçoamento das práticas em andamento, o GECA realizou uma viagem técnica à cidade de Diamantina-MG, a fim de visitar a turma de teatro do IFNMG/Campus Diamantina, e conhecer projetos artístico-culturais desenvolvidos na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). No IFNMG/Campus Diamantina, foi realizada uma roda de conversa
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Sara Vitória
O artista Elder Kloster ministrou uma Oficina de Criação de Bonecos, um trabalho manual que serviu como inspiração para futuras atividades com a comunidade
Última oficina de 2019
Leandro Liberato
com docentes e discentes, que resultou em boa troca de informações e experiências. Nesse bate-papo, foram mencionadas as dificuldades relacionadas à implementação do curso de Teatro, por motivos de infraestrutura e outros aspectos que tornaram o processo desafiador. Após a conversa, o grupo foi convidado para outro espaço, onde participou de atividades práticas com os(as) discentes do curso. Esse contato tornou o momento muito inspirador e proveitoso. Os(As) integrantes do GECA foram à UFVJM e tiveram contato com estudantes, docentes e técnicos(as) que conduziram a visita e ajudaram na proposição de atividades, a serem realizadas na cidade de Teófilo Otoni. Ainda na universidade, foi possível ouvir o relato de experiência do professor Frederico Silva Santos, coordenador de um importante projeto musical, e conhecer a Rádio Universitária. Diversas outras atividades foram determinantes para o sucesso da viagem técnica, como visitas a exposições e lugares históricos. Após o valioso contato com meios artístico-culturais na cidade de Diamantina, o grupo se sentiu preparado para iniciar as atividades com os(as) moradores(as) dos Conjuntos
Lara Fernandes
O público tornou-se diverso, contando com a participação de crianças e terceira idade, que interagiam nas atividades de teatro, literatura, artes visuais e música.
Habitacionais Jardim das Hortênsias e Jardim das Acácias. No contexto de inauguração das atividades, o GECA
foi convidado para apoiar e participar do 3º FETI - Festival de Teatro Infantil de Teófilo Otoni, fato que 13
Larisse Colen
Encontro com a turma de teatro do IFNMG/Campus Diamantina
Clara Fiedler
Integrantes do GECA com atores da peça “Plim Plão, o Pingo Fujão”
oportunizou a aproximação com a comunidade e artistas da região. O grupo da Casa do Teatro de Conselheiro Lafaiete apresentou o espetáculo “Plim Plão, O Pingo Fujão” e reuniu muitas crianças. Já o artista Elder Kloster ministrou uma Oficina de Criação de Bonecos, um trabalho manual que serviu como inspiração para futuras atividades com a comunidade. No ano de 2019, o grupo em questão estava representado pelas discentes Sara Vitória e Clara Fiedler, responsáveis pela execução de atividades musicais, Pietra Luvizotto e Lara Fernandes, que administravam temáticas cênicas e o professor Leandro Liberato, que orientava na condução das atividades. Assim, 14
com apoio da Prefeitura Municipal, semanalmente, esses(as) integrantes realizaram oficinas para a comunidade no teatro do CEU das Artes, localizado no bairro Viriato, em Teófilo Otoni. O público tornou-se diverso, contando com a participação de crianças e terceira idade, que interagiam nas atividades de teatro, literatura, artes visuais e música. A parte inicial de cada oficina era sempre composta por exercícios de movimentação do corpo, com alongamento e aquecimentos, além de dinâmicas, com vistas ao bem-estar da mente, por meio de reflexões e palavras de motivação. Em uma das atividades propostas, os(as) participantes se inspiraram na oficina de criação de bonecos e criaram peque-
nas histórias que se transformaram em cenários e cenas interpretadas pelos grupos. Durante a trajetória de oficinas, alguns eventos aconteceram no espaço de trabalho do grupo, como a inauguração do espaço Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), pela Prefeitura de Teófilo Otoni. O evento contou com a participação de representantes da Secretaria de Cultura e artistas da região. Ainda nesse dia, Sara Vitória e Clara Fiedler, discentes do IFNMG e participantes do projeto, também puderam apresentar no palco algumas músicas e convidar mais pessoas a participarem das oficinas. O GECA também se fez presente na intervenção artística do Cultural IN-CENA, na apresentação de um espetáculo teatral e, posteriormente, em uma mostra cinematográfica. A participação e o acompanhamento de atividades diversas enriqueceram a experiência e capacitaram o grupo, tornando-o apto a desempenhar atividades práticas com crianças, adolescentes e adultos da comunidade. Tais ações possibilitaram, além da criação e fortalecimento de vínculos, a troca de saberes e conhecimentos diversos.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Juliano Pereira
Coordenadora: Mariana Emiliano Simões Colaboradoras: Melissa Monteiro Guimarães, Caroline de Souza Andrade e Mariana Felício Pereira Texto: Mariana Emiliano Simões, Melissa Monteiro Guimarães e Caroline de Souza Andrade Campus: Diamantina
Apresentação no evento Extração da Arte, em Curralinho.
Projeto
Tribo Corpo Raiz O grupo Tribo Corpo Raiz surgiu como resultado do curso FIC Corpo, Arte e Empoderamento Feminino, ofertado entre novembro de 2016 e julho de 2017, com o objetivo de discutir questões sobre a mulher e o feminino na sociedade. A arte e a dança foram caminhos percorridos para o processo de desenvolvimento proposto e o FAtChance BellyDance® Style foi escolhido como estilo principal por trazer uma filosofia de fortalecimento do feminino, do espírito coletivo e da força interior. A Tribo Corpo Raiz fez sua estreia com o Coletivo de Dança Corpo em Movimento em julho de 2017, abrindo um novo ciclo de estudos e profissionalização. Desde então, tem se destacado como um grupo de dança dedicado ao FAtChance BellyDance® Style em Minas Gerais. Além do reconhecimento e admiração que cresce entre o público, este trabalho tem afetado as vidas de suas participantes, pela força e profundidade das experiências vividas por meio da dança e do coletivo.
Revista de Extensão do IFNMG
Beto Simões
Larisse Colen
O
início do projeto Tribo Corpo Raiz se deu com o desejo de construir um espaço de estudo no estilo de dança do FatChanceBellyDance® (grupo de dança norte-americano que criou o estilo American Tribal Style®, agora denominado FAtChance BellyDance® Style). Em 2016, foi oferecido um curso de Formação Inicial e Continuada, pelo Campus Diamantina, no qual foram discutidas questões do universo feminino, feminismo e sociedade, patriarcado e os desafios das mulheres
15
Mauro Cappozi
Apresentação no Congresso Tribal Sul Americano, São Paulo, SP.
Apresentação na VII Semana da Integração Ensino, Pesquisa e Extensão - UFVJM, Diamantina.
no mundo contemporâneo. Além das discussões teóricas, iniciamos os estudos com os primeiros passos do estilo, oferecendo uma iniciação sobre o FCBD® Style. A partir de 2017, com o fim do curso, o projeto continuou com um formato voltado para a criação de um grupo artístico, disposto a se apresentar em eventos diversos, com uma qualidade estética mais aprimorada. Já em 2018, a continuidade se deu com o investimento em 16
formação, convidando profissionais reconhecidos(as) para dar oficinas na cidade de Diamantina. Enquanto o grupo se dedicava aos estudos, cresceram também as participações em eventos realizados pelo IFNMG, e vivemos um ritmo intenso de viagens e apresentações: Araçuaí, Pirapora, Montes Claros e Bambuí foram algumas cidades que receberam a Tribo em suas andanças. O ano de 2019 foi marcado pelo fortalecimento do grupo e sua apre-
sentação no cenário nacional como uma referência do estilo FCBD® Style em Minas Gerais. Participamos de eventos reconhecidos em Belo Horizonte e São Paulo, e tivemos um grande momento, com a vinda de Rebeca Piñeiro, uma das principais dançarinas do estilo na América Latina, para um festival organizado pela Tribo e seus parceiros - o Vale Dançar. Esse ano também trouxe ao grupo uma necessária reformulação de suas atividades, melhor organização e revisão de objetivos e compromissos, devido ao aumento do trabalho e da exigência de tempo de dedicação. Sem dúvida, o amor à dança e o desejo de mergulhar ainda mais no universo profissional orientam nossas ações e planos futuros. O impacto da existência da Tribo Corpo Raiz em nossas vidas nos faz crescer a cada momento vivido e, sem dúvida, tem sido uma experiência grandiosa de amadurecimento enquanto mulheres, profissionais e artistas. Abaixo trazemos o relato de duas integrantes do grupo, que falam sobre suas trajetórias com a Tribo Corpo Raiz.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Foto de Jazz
O ano de 2019 foi marcado pelo fortalecimento do grupo e sua apresentação no cenário nacional como uma referência do estilo FCBD® Style em Minas Gerais.
Relato de Melissa Monteiro Guimarães “Dançar o fluxo da vida e estar em constante transformação junto àqueles que buscam a arte, o ritmo, a potência do feminino, o outro em nós, a complexa sabedoria de lidar com escolhas e caminhos percorridos. Meu encontro com a Tribo Corpo Raiz me trouxe a possibilidade de experimentar a dança a partir de uma lógica muito mais ampla. A dança do feminino não apenas como arte, como entretenimento, como também uma dança que repousa em alicerces fundados no pensar e na reflexão, talvez, até, fruto de uma “filosofia emergida da dança”, mas que ainda é velada ou ainda pouco praticada no sentido científico de sua expressão. Imediatamente me identifiquei com essa “filosofia” transmitida a partir do que chamamos, no grupo, de vocabulário ou repertório próprio desse estilo de dança. Com o grupo Tribo Corpo Raiz, todo um aprendizado e riqueza na história biográfica e subjetiva de cada uma de nós perpassa os encontros práticos, apresentações, viagens, construção de eventos e colaborações profissionais. O meu enconRevista de Extensão do IFNMG
tro com a professora de dança e artes cênicas do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais e diretora da Tribo Corpo Raiz, Mariana Emiliano Simões e o meu próprio envolvimento ao longo desses quatro anos no grupo abriram-me a possibilidade de me aproximar, profissionalmente, da esfera da dança, a partir de sua relação com a área da saúde e da neurociência, campo temático de minha formação acadêmica e docência na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). A partir dessa cola-
boração com a professora Mariana, aprovamos dois projetos de extensão abertos à comunidade em editais da Pró-Reitoria de Extensão da UFVJM, ambos direcionados à saúde da mulher, a partir da dança. Assim, minha relação e envolvimento com o grupo Tribo Corpo Raiz, já descritos em seu próprio título, trouxeram-me “raízes” capazes de suprir corpo-mente-espírito dentro daquilo que busco na dança e, para além daí, frutificar na esfera de minhas relações pessoais, humanas e profissionais”. 17
Roberto Simões
Oficina de dança com Rebeca Piñeiro, em Diamantina.
Relato de Caroline de Souza Andrade “Minha trajetória no grupo se iniciou em 2016 quando ingressei no curso Corpo, Arte e Empoderamento Feminino, coordenado pela Mariana. Era um momento em que eu buscava me encontrar como artista, como pessoa, como mulher, nessa nova cidade que me acolheu tão bem, uma vez que nasci e morei, por mais de 30 anos, em São Paulo, e era a primeira vez que mudava de cidade e, consequentemente, de um estilo de vida para outro de forma tão radical.Num primeiro momento, o curso chamou a atenção pelo fato de trazer questões que eram de grande interesse para mim. Havia até lido na ementa que aprenderíamos o básico de um estilo de dança – sobre o qual pouco ou quase nada eu tinha ouvido falar. Claro que, como profissional das artes cênicas, sentia uma empolgação por poder me debruçar sobre uma 18
nova linguagem e enriquecer meu repertório; contudo, mal sonhava eu com o fato de aquela experiência ser, dali para frente, um portal para uma grande aventura que aquela nova vida me reservava, permeada por momentos de grande beleza, poesia, descobertas, empoderamento, sólidas parcerias, como também de desafios, medos, questionamentos e impasses, obviamente! Quando reflito sobre tudo que vivi (e venho vivendo), nesses 4 anos, com a Tribo Corpo Raiz e o estilo que dançamos, adentro num universo de memórias que se costuram em meu ser de forma definitiva, por me possibilitarem, entre várias outras coisas, encarar, com maior coragem e potência, a minha necessidade de estar conectada com a arte, de trazer a experiência estética para meu cotidiano, de assumir meu corpo como um suporte de manifestação criativa e expressão de minha poética, pois é isso que me faz caminhar em direção ao sentido que desejo dar para minha existência. Além disso, poder crescer assim em meio a
mulheres tão fortes, talentosas e acolhedoras e poder acompanhar, inclusive, os complexos processos de cada uma e de nós, como coletivo, tornam-se um grande presente que só me move para frente, sempre. Ainda é muito intrigante para mim pensar ter sido a dança, que sempre aconteceu de forma amadora em minha vida, e não o teatro, quem me colocou assim, de frente para minha verdade, a qual, ao mesmo tempo, instalou-me na fronteira de minha luz e minha sombra, fazendo-me sentir a arte de uma forma mais madura e desafiadora. Por outro lado, por que não a dança...ou qualquer outra linguagem? Esperar apenas do teatro esse papel não seria uma visão limitante da qual deveria me despir? Tenho é que agradecer esse mundo infinito de possibilidades e descobertas que a arte me proporciona! Evoé! Ter me aberto a tudo isso foi, sem dúvidas, um verdadeiro salto no vazio, no desconhecido. No entanto, a partir do que acredito, não é esse o papel do artista?”
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Mateus Sena Lopes.
Coordenador: Mateus Sena Lopes Bolsista: João Victor Ribeiro Costa Voluntária: Ketelly Pereira Santana Texto: Mateus Sena Lopes Campus: Almenara
O projeto contribuiu com a formação integral do(a) aluno(a) no IFNMG, tornando o ambiente mais divertido e mais leve.
Projeto
Oficinas de Práticas Esportivas e de Lazer: campus Almenara A concepção da prática de esporte e lazer na escola ainda é muito restrita a “treinamentos”, com uma pedagogia do esporte equivocada, fragmentada e descontextualizada do âmbito escolar, com objetivos apenas de preparação para as competições escolares. É nessa direção que, na proposta deste projeto, fizemos a opção de nomeá-los como Oficinas de práticas esportivas e de lazer, com o intuito de promover a socialização, integração e a compreensão dos elementos das práticas esportivas no âmbito do jogar e competir, experimentando-as e refletindo acerca dos aspectos sociais e culturais que permeiam a cultura corporal de movimento.
Revista de Extensão do IFNMG
“O projeto foi algo de bastante importância na comunidade; proporcionar a pessoas que nunca tiveram contato com os esportes dias de práticas e aprendizados foi gratificante”, relata a bolsista Ketelly Pereira Santana.
Ketelly Pereira Santana
O
projeto intitulado Oficinas de práticas esportivas e de lazer atendeu à população acadêmica do IFNMG/ Campus Almenara e ao público externo de escolas públicas municipais e estaduais. Convém ressaltar que tal projeto é de autoria do professor Ms. Romualdo Ferreira dos Santos, sendo disponibilizado para execução de proponentes interessados(as), no âmbito do IFNMG, em caráter de demanda induzida. O objetivo geral do projeto foi o de promover a socialização, integração e
19
João Victor Ribeiro Costa
Os(As) alunos(as) vivenciaram práticas de recreação e lazer no contraturno das aulas e uma maior integração com a comunidade escolar.
As oficinas oportunizam aos(às) praticantes a compreensão do jogo por meio de situações-problema.
compreensão dos elementos das práticas esportivas no âmbito do jogar e competir, experimentando-as e promovendo uma reflexão sobre aspectos sociais e culturais que permeiam a cultura corporal de movimento. Há que se destacar que a opção por oficinas de práticas esportivas e de lazer vai ao encontro das nossas perspectivas, de incluir o maior número de participantes, e não a ideologias con20
trárias ao treinamento. A importância da pedagogia utilizada para as vivências esportivas nas oficinas foi de oportunizar aos(às) praticantes a compreensão do jogo por meio de situações-problema que estimulam os aspectos cognitivos, o entendimento de suas ações e tomadas de decisões, entre outras situações imprevisíveis e variáveis dentro do jogo, de forma prazerosa e livre.
João Victor Ribeiro Costa
O público tornou-se diverso, contando com a participação de crianças e terceira idade, que interagiam nas atividades de teatro, literatura, artes visuais e música.
As experiências superaram as nossas expectativas. Nossa percepção se justifica em razão de observações e feedbacks ao longo da execução do projeto. Percebemos que, além de contribuir com a formação integral do(a) aluno(a) no IFNMG, tornar o ambiente do campus mais divertido e leve, o projeto possibilitou: práticas de recreação e lazer no contraturno das aulas; preparação para participação em eventos esportivos locais, municipais, regionais, estaduais e nacionais, com êxito; maior integração entre a comunidade escolar; melhoria da aptidão e conscientização da cultura corporal. Assim, conseguimos ampliar o olhar de nossos(as) alunos(as) para além do espaço do campus, bem como dar maior visibilidade ao IFNMG/Campus Almenara junto à comunidade. Atentos aos eventos esportivos realizados in loco, conseguimos envolver os(as) participantes do projeto em diversas oportunidades. Nesses momentos, foi possível aplicar os conhecimentos adquiridos em nossos encontros. Apesar de não termos
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Ketelly Pereira Santana
compromisso com o resultado, ou seja, com a vitória, nossos(as) participantes conseguiram excelentes colocações. Enquanto proponentes, os resultados alcançados nos permitem concluir que o fomento de projetos extensionistas no âmbito do IFNMG/ Campus Almenara, pela Pró-Reitoria de Extensão, eleva a importância da instituição na localidade. Os relatos dos discentes bolsistas corroboram a satisfação em fazer parte de um projeto tão relevante no município de Almenara e seu entorno. Sobre isso, o discente bolsista João Victor Ribeiro Costa argumenta: “No decorrer do projeto, vi que é preciso ter disciplina, empenho e paciência para tentar transmitir aquilo que me foi ensinado, mostrar como é viver em equipe, como é ser um atleta, como é amar o esporte, e agora no final vejo que também aprendi muito com os alunos, é muito gratificante tê -los fazendo parte desse momento e da minha história.” Também, nesse sentido, a discente bolsista Ketelly Pereira Santana afirma: Revista de Extensão do IFNMG
Oficina de handebol.
“O projeto foi algo de bastante importância na comunidade, proporcionar a pessoas que nunca tiveram contato com os esportes dias de práticas e aprendizados foi gratificante. Conseguimos atender toda a comunidade, não apenas a escola, trazendo até novos atletas e descobrindo talentos nessa área. Fica como aprendizado sempre ajudar as pessoas que não têm contato com o esporte por medo ou vergonha para que elas possam entrar com total confiança de que estamos ali para ajudar e para mostrar que sempre há uma nova forma de aprender algo e colocá-las em prática”.
Ketelly Pereira Santana
O projeto promoveu a socialização, integração e compreensão dos elementos das práticas esportivas.
A participação dos(as) discentes bolsistas possibilitou o cumprimento efetivo das ações planejadas para o período de execução do projeto. O trabalho em equipe, associado aos conhecimentos prévios e adquiridos, amplificou os impactos esperados. Por fim, saímos enaltecidos com os resultados alcançados e com a sensação de dever cumprido. Contudo, não temos a pretensão de esgotar aqui a nossa trajetória no universo da Extensão. Acreditamos que uma experiência bem-sucedida merece ser mantida, continuamente aperfeiçoada e, sobretudo, compartilhada. 21
Projeto
Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca
Coordenadora: Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca Bolsistas: Denielle Rodrigues dos Reis e Mariana Ribeiro Mendes Voluntários: Hillary Brunelly Pereira Mendes, Vitório Augusto Ornelas de Lima, Samuel Alves Araújo, Marcus Vinícius Félix Souza, João Pedro Rocha da Silva, Karen Jamilly Barbosa Guedes e Kamily Eustáquio de Araújo Colaboradores: Josué Reis Batista Júnior e Fabiana Soares da Cruz Lima Texto: Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca Campus: Arinos
Durante as oficinas, foram criadas condições para que os(as) alunos(as) se expressassem por meio das histórias narradas. Corpo e voz foram imprescindíveis na narrativa oral, tornando parte dos elementos poéticos do sarau literário.
Tesouros de um baú literário na APAE Desde 2016, estudantes e professores(as) do IFNMG/Campus Arinos promovem oficinas de contação de histórias para crianças e adolescentes atendidos pela APAE de Arinos, incentivando o desenvolvimento da linguagem verbal e corporal de jovens com necessidades educacionais específicas e contribuindo para a inclusão social das pessoas com deficiência. Durante as oficinas, foram criadas condições para que os(as) alunos(as) se expressassem por meio das histórias narradas. Corpo e voz foram imprescindíveis na narrativa oral, tornando parte dos elementos poéticos do sarau literário. O projeto ajudou a transformar a vida de todos(as) os(as) envolvidos(as), promovendo a busca do sentido das situações vividas por meio dos textos literários e por meio de dinâmicas.
O
projeto de extensão “Tesouros de um baú literário na APAE” foi estruturado em oficinas de contação de histórias, dinâmicas e brincadeiras desenvolvidas na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Arinos, com o intuito de contribuir, por meio da literatura, para ampliação da linguagem e interação dos(as) estudantes atendidos(as) pela escola especial com a sociedade arinense. Docentes e discentes do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG/Campus Arinos – atuaram na APAE, buscan-
22
do contribuir com a inclusão social de pessoas com necessidades educacionais especiais, no ano de 2019. A APAE/Arinos tem grande relevância para o Noroeste de Minas Gerais, pois busca promover o desenvolvimento integral das pessoas com deficiência intelectual e múltipla, objetivando a integração social, o exercício da cidadania, bem como a inserção no mundo do trabalho. Nesta instituição, 100% dos(as) alunos(as) apresentam alguma deficiência e necessitam receber estimulação precocemente. A busca por recursos que sejam mais eficazes no desenvol-
vimento da comunicação é, portanto, primordial para a qualidade de vida desses(as) estudantes. Um dos objetivos do IFNMG é desenvolver atividades de extensão de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, com ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos. Assim sendo, o preceito da união entre ensino, pesquisa e extensão é uma proposta de educação que acontece no IFNMG/Campus Arinos - MG.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca
A magia da encenação.
O envolvimento dos extensionistas foi intenso. Karen, extensionista voluntária do projeto, disse que “foi uma experiência incrível, pude me conectar com as crianças de uma maneira maravilhosa”.
Desenvolvimento do projeto
Bolsistas preparando o show.
Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca
E
sta foi a quarta edição do projeto de extensão, coordenado e desenvolvido pela professora de Língua Portuguesa e Literatura, em parceria com docentes e discentes do IFNMG. Semanalmente, a equipe se reunia para pesquisar e discutir as melhores estratégias para encenação nos momentos de contação de histórias e preparar as dinâmicas a serem desenvolvidas nas visitas à APAE. Frequentemente, às quartas-feiras, os(as) estudantes do Curso Técnico em Meio Ambiente, integrado ao Ensino
Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca
Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca
Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca
Não faltaram elogios à competência dos(as) estudantes do IFNMG no cuidado, carinho e atenção com os(as) alunos(as) atendidos(as).
Bolsistas e voluntários(as) do IFNMG em ação.
Médio e do Curso Técnico em Agropecuária, integrado ao Ensino Médio, promoviam oficinas de leitura, contação de histórias e brincadeiras que ampliassem os canais de comunicação das crianças e adolescentes atendidos(as) pelo projeto. Houve parceria com a equipe pedagógica da APAE, que contribuiu com as ações das oficinas por meio de orientações e sugestões, como a leitura e reflexão de textos que promoviam valores humanos, arte, cultura, liberdade, cooperação e respeito à diversidade. O ato de contação de histórias é algo dinâmico, que busca atenção e interação dos(as) envolvidos(as) no processo. Durante as oficinas, foram 23
Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca
Coordenadora do Projeto e estudantes do IFNMG na Caminhada Inclusiva. Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca
Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca
A performance e a linguagem corporal.
Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca
O projeto ajuda a transformar vidas, promovendo a busca do sentido das situações vividas por meio dos textos literários e por meio de dinâmicas que abordam valores e práticas sociais individuais.
Dinâmica com linguagem verbal e corporal.
criadas condições para que os(as) alunos(as) se expressassem por meio das histórias narradas. Corpo e voz foram imprescindíveis na narrativa oral, tornando parte dos elementos poéticos do sarau literário. Por meio das performances, foram observadas ideologias, identidade e saberes de um povo. O ato de ler em voz alta, envolvendo expressões artísticas, possibilitou que se descobrissem a criatividade e a interação de todos(as) os(as) envolvidos(as) no processo das oficinas. As crianças e adolescentes atendidos(as) pelo projeto ficaram contagiados(as), demonstrando grande entusiasmo para participar das ações propostas pela equipe. O en24
volvimento dos(as) extensionistas foi intenso. Karen, extensionista voluntária do projeto, disse que “foi uma experiência incrível, pude me conectar com as crianças de uma maneira maravilhosa”. Para ela, as sensações de alegria e satisfação ao contribuir com o projeto foram encantadoras. Denielle, em um de seus relatórios, registrou que “a cada visita, as crianças mostravam-se mais carinhosas e amorosas, conversavam e interagiam com euforia e não pareciam aquelas mesmas crianças muito tímidas, que participaram do projeto no ano anterior”. No segundo semestre, os(as) extensionistas e estudantes do Ensino
Médio Integrado participaram da Caminhada Inclusiva, que fez parte das comemorações da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, do ano de 2019. Não faltaram elogios à competência dos(as) estudantes do IFNMG no cuidado, carinho e atenção com os(as) alunos(as) atendidos(as). O encerramento do projeto, no fim do ano, ocorreu com solicitações de que as ações continuassem no ano seguinte, pois o projeto ajuda a transformar vidas, promovendo a busca do sentido das situações vividas por meio dos textos literários e por meio de dinâmicas que abordam valores e práticas sociais de cada um(a).
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Wilney Fernando Silva
Oficinas de Futsal.
Coordenador: Wilney Fernando Silva Bolsista: Laura Hevellin Mendes Santos Voluntária: Sâmyla Benaia Mendes Cantuária Texto: Wilney Fernando Silva Campus: Porteirinha
Projeto
Oficinas de práticas esportivas e de lazer
no IFNMG - Campus Avançado Porteirinha
Os(As) estudantes do IFNMG participam de diversas modalidades coletivas e individuais em competições esportivas municipais e estaduais, promovidas pelas Secretarias de Educação, Esporte e Lazer de Minas Gerais, além das competições promovidas pelo próprio Instituto Federal. Nessas competições esportivas, os(as) estudantes têm sido motivados(as) pelos Departamentos de Ensino e de Extensão do campus, uma vez que os esportes fazem parte do projeto político pedagógico da escola. Assim sendo, este projeto teve como objetivo promover, no IFNMG - Campus Avançado Porteirinha, a socialização, integração e a compreensão dos elementos das práticas esportivas, no âmbito do jogar e competir, experimentando-as e refletindo sobre aspectos sociais e culturais que permeiam a Cultura Corporal de Movimento.
O
Projeto de Extensão “Oficinas de práticas esportivas e de lazer no IFNMG - Campus Avançado Porteirinha”, iniciado em 3 de junho de 2019 e finalizado em 20 de dezembro do mesmo ano, beneficiou 60 participantes, incluindo alunos(as) e comunidade externa, sendo a última constituída de alunos(as) matriculados(as) nas escolas públicas municipais e estaduais. Como diretriz principal, o esporte foi trabalhado sob dois aspectos: Revista de Extensão do IFNMG
primeiro, como elemento da Cultura Corporal de Movimento da Educação Física; segundo, como conteúdo físico-esportivo do lazer. Neste sentido, além de buscar a formação de equipes que representassem o Campus Avançado Porteirinha, o projeto teve, como objetivo, proporcionar momentos de lazer aos(às) alunos(as) e comunidade e democratizar a prática esportiva de forma ampla e inclusiva. Além disso, o projeto contou com os seguintes objetivos específicos: promover a 25
Wilney Fernando Silva
Culminância do projeto, com os Jogos Internos do IFNMG Campus Avançado Porteirinha.
Wilney Fernando Silva
Os Jogos Internos do IFNMG - Campus Avançado Porteirinha contaram com a participação de 150 pessoas, sendo 75 discentes atletas, 60 torcedores(as) e 15 como árbitros(as) e colaboradores(as).
O projeto promoveu a prática das modalidades esportivas Futsal, Voleibol, Xadrez e Tênis de Mesa no campus.
Apresentação do projeto pela estagiária na II Mostra de Extensão, no Campus Salinas.
prática das modalidades esportivas futsal, voleibol, xadrez e tênis de mesa no Campus; difundir a prática esportiva; promover a socialização 26
entre os(as) alunos(as); conhecer, valorizar apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações da Cultura Corporal; reconhecer e valo-
rizar as diferenças de desempenho, linguagem e expressividade decorrentes das diferenças culturais, sexuais e buscar encaminhar os conflitos de forma não-violenta, pelo diálogo. As oficinas foram desenvolvidas pelo professor de Educação Física e coordenador do projeto, Wilney Fernando Silva, que contou com o auxílio dos(as) estagiários(as). As oficinas aconteceram após as atividades escolares do turno vespertino. Divididas por modalidades, cada oficina era realizada duas vezes por semana, com a duração de uma hora. Os(As) alunos(as) participantes do projeto tinham que apresentar interesse nas oficinas, ser assíduos(as) e demonstrar comportamento exemplar na instituição. Para fechar o projeto com chave de ouro, foram organizados os Jogos Internos do IFNMG - Campus Avançado Porteirinha, um evento bastante esperado pelos(as) discentes. Em números, esses Jogos tiveram um alto alcance, com a participação de 150 pessoas por dia, aproximadamente, durante 14 dias. Deste total, 75 estudantes participaram como atletas, 60 como torcedores(as) das equipes inscritas e 15 como árbitros(as) e colaboradores(as). “Os jogos somaram quase 40 horas de atividades realizadas nas modalidades Futsal, Voleibol, Xadrez e Tênis de Mesa”, ressaltou
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Wilney Fernando Silva
O projeto propôs atividades que valorizaram o(a) estudante como produtor(a) de conhecimento, estimulando sua reflexão crítica e a utilização de seu corpo em movimento como ferramenta para interpretar o contexto social.
Wilney Fernando Silva
Medalhistas Futsal dos Jogos Internos do IFNMG - Campus Avançado Porteirinha.
Wilney Fernando Silva
Medalhistas Futsal dos Jogos Internos do IFNMG - Campus Avançado Porteirinha.
Wilney Fernando Silva
Medalhistas Futsal dos Jogos Internos do IFNMG - Campus Avançado Porteirinha.
o professor Wilney. Os Jogos Internos procuraram unir alunos(as), servidores(as) da Instituição e lembrar que a importância de competir vai além de ganhar ou perder. De acordo com o professor Wilney, Revista de Extensão do IFNMG
“o projeto propôs diversas atividades que valorizaram o estudante como produtor de conhecimento, estimulando sua reflexão crítica e a utilização de seu corpo em movimento como ferramenta para inter-
pretar o contexto social”. “As oficinas também possibilitaram vivências de práticas corporais capazes de atender à formação física, tática, estética e criativa do educando”, concluiu o coordenador. 27
Apresentação do projeto IFMundo no IFNMG/Campus Teófilo Otoni.
Alfredo Costa
Coordenador: Alex Lara Martins Bolsista: Wily Leite Silva Voluntáros: Alice Marques, Ezequiel Gonçalves Andrade, Felipe Marques de Matos, Karolaine Pinheiro de Oliveira, Layza Rodrigues Costa, Nathan Gandra Aguiar Mariotto, Nathany Almeida Leal, Nayara Januário Santos e Sara Fernanda Guimarães Pereira Colaboradores: Alfredo Costa, Leonardo Palhares, Regina Mendes de Araújo, Célio Medina Gonçalo e Luana de Almeida Loiola Texto: Alex Lara Martins e Alfredo Costa Campus: Almenara e Teófilo Otoni
Projeto
IFMUNDO Pedagogia da Simulação para as escolas
da microrregião do Baixo Jequitinhonha Este projeto de extensão é um desdobramento do projeto (programa) integrador IFMundo, que busca interligar conteúdos e métodos de ensino entre as disciplinas da base nacional comum e as disciplinas técnicas. Criou-se um ambiente em que os(as) jovens puderam se engajar em atividades que envolveram reflexão e modificação social e política. Nesse sentido, a parceria com a Superintendência Regional de Ensino e a relação com a comunidade foram essenciais para a realização de debates e a formulação de propostas para questões de cidadania local e global.
C
omposta por estudantes dos cursos técnicos integrados ao ensino médio, a comissão de organização do IFMUNDO-Almenara visitou diversas escolas de ensino médio da região do Baixo Jequitinhonha, com o objetivo de capacitar estudantes e professores(as) no modelo pedagógico de simulação de organizações. Após evidenciado o interesse das escolas estaduais em participar do evento, a comissão organizadora firmou uma parceria com a Superintendência Regional de Ensino
28
em Almenara, para que pudéssemos realizar a formação de professores(as) e estudantes da rede estadual. Essa ação foi importante para que todos(as) os(as) participantes pudessem se engajar nas atividades de reflexão, pesquisa e produção de conhecimento sobre as temáticas e sobre o modelo de simulação, de modo a estimular a mentalidade cooperativa e a promoção dos direitos humanos. O IFMUNDO é um modelo de simulação dos comitês da Organização das Nações Unidas – ONU, em que cada
estudante representa e defende os interesses de um país ou organização dentro de um comitê. Cada comitê possui uma temática com questões de relevância global. Existem regras de debate e os(as) diplomatas devem buscar consensos políticos e propor soluções. A simulação do IFMUNDO e a realização da Feira de Embaixadas – este último, um evento de cunho de divulgação cultural – ocorreram nos dias 11 e 12 de junho, no Campus Almenara, com a participação de 450 estudantes de diversas escolas da
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Alex Lara Alex Lara
Participação em simulação de comitê no MINIONU.
Grupo dos Jovens Embaixadores do Vale do Jequitinhonha.
Formação na Escola Estadual Joel Mares, com mediação de Ezequiel Gonçalves Andrade.
Alex Lara
microrregião do Baixo Jequitinhonha. Os temas para debates nos comitês foram os seguintes: diversidade de gêneros no esporte, as negociações pós-guerra dos Seis Dias (conflito árabe-Israelense), revisão da Declaração Universal dos Direitos Humanos para o século XXI, dumping social e ambiental como variáveis da questão energética, a perda da diversidade genética de plantas e animais, desafios para a contenção de uma pandemia, e governabilidade algorítmica, coleta de dados e privacidade na Internet. A primeira visita ocorreu na Escola Estadual Laudelina Dias Lacerda e contou com a participação da secretária-geral do IFMundo 2019, a discente Karolaine Pinheiro de Oliveira, que apresentou o projeto e organizou a prática pedagógica de simulação, com o objetivo de mobilizar os(as) participantes a se prepararem para o evento. Ela destacou a importância deste projeto de ensino para os(as) alunos(as), como forma complementar para a aquisição das competências necessárias do Ensino Médio. Karolaine supervisionou a equipe de imprensa, que confeccionou material digital para as redes sociais com informações para subsidiar as formações nas escolas. A comissão itinerante foi composta por oito estudantes do ensino médio, que formavam duplas ou trios, para preparar as formações pedagógicas. Além da Laudelina Dias Lacerda, as outras quatro escolas estaduais de Almenara também receberam, pelo menos, duas visitas da comissão itinerante. Ainda visitamos duas escolas estaduais de Jequitinhonha, que montaram grandes delegações para os debates do IFMundo. O projeto ainda foi estendido ao Campus Teófilo Otoni, onde se realizou um treinamento específico com os(as) diretores(as) e assistências dos comitês, que tiveram a responsabilidade de mediar os debates de acordo com as regras diplomáticas do evento, dividindo os tópicos com os objetivos de aperfeiçoar as propostas e alcançar consensos .
Para o discente Nathan Gandra, o IFMundo possibilita “conhecer mais sobre os outros países e sobre as diferentes culturas. Com o IFMundo, descobrimos que é importante saber sempre mais”. De acordo, com Sauan Alves de Sousa, da Escola Estadual Laudelina Dias Lacerda, a presença da Comissão de Treinamento permitiu que os(as) alunos(as) das escolas estaduais chegassem ao IFMundo 2019 com mais segurança, o que refletiu na qualidade dos debates: “Esse momento de preparação é a
oportunidade de potencializar a capacidade de debate já existente nos alunos das estaduais, permitindo que o sucesso do IFMundo seja uma construção de toda comunidade escolar almenarense”. Sauan foi um dos destaques do IFMundo, tendo sido convidado ao Grupo de Jovens Embaixadores do Vale do Jequitinhonha, que representou a região no MINIONU, o maior evento de simulação intercolegial da América Latina. que ocorre, anualmente, na cidade de Belo Horizonte. 29
Glaucus Adrian Pinheiro de Souza
Momento de contação: conto “Cachinhos pretinhos e os três ursos”
Alfredo Costa
Coordenadora: Grácia Lorena da Silva Jorge Bolsistas: Marcela Santos da Silva e Sarah Rodrigues do Carmo Voluntária: Liz de Souza Pereira Colaboradora: Lillian Gonçalves de Melo Texto: Grácia Lorena da Silva Jorge Campus: Araçuaí
Projeto
Quem conta um conto... aumenta um ponto “Quem conta um conto... aumenta um ponto” é um projeto de contação de histórias que buscou possibilitar o estímulo da imaginação e a troca de experiências criativas entre os(as) alunos(as) do Ensino Fundamental I da Escola Estadual Isaltina Cajubi Fulgêncio e os(as) alunos(as) do Ensino Médio Técnico/Integrado do IFNMG – Campus Araçuaí. Quer conhecê-lo melhor? Vem que eu te conto...
30
Aluna do 3º ano (Maria Vitória de Souza Oliveira) com a lebre feita com massa de modelar.
Glaucus Adrian Pinheiro de Souza
“
Quem conta um conto... aumenta um ponto” é um projeto de contação de histórias que possibilitou, de modo lúdico, o estímulo da imaginação e a troca de experiências criativas entre alunos(as) do Ensino Fundamental I da Escola Estadual Isaltina Cajubi Fulgêncio e discentes do Ensino Médio Técnico/Integrado do IFNMG – Campus Araçuaí. O projeto foi de extrema relevância para a comunidade escolar, uma vez que, além de as bolsistas selecionarem contos que fomentassem o saber literário e a socialização, ainda propuseram atividades recreativas a partir da exposição das histórias, como o trabalho com massas de mo-
delar. Desse modo, as atividades realizadas proporcionaram momentos de lazer aos(às) alunos(as) do Ensino Fundamental, permitindo a construção do saber por meio de práticas lúdicas e interativas. No primeiro momento, houve a discussão dos objetivos e ações a serem desenvolvidas.No segundo momento, houve a realização de pesquisas para compreensão das obras literárias que seriam adotadas, ressaltando que a escolha dos contos considerou o público que seria atendido, ou seja, crianças do 3°, 4º e 5° ano do Ensino Fundamental I da Escola Estadual Isaltina Cajubi Fulgêncio, Araçuaí/MG.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Glaucus Adrian Pinheiro de Souza
Momento de interação com as crianças participantes do projeto.
Momento de contação: fábula “A lebre e a tartaruga”. Glaucus Adrian Pinheiro de Souza
Os contos foram selecionados da seguinte maneira: - Primeiro conto: “Cachinhos Pretinhos e os três ursos” (adaptação da obra Cachinhos Dourados e os três ursos) Esse conto foi retirado da coleção Histórias Clássicas. Cachinhos Pretinhos é uma personagem descobrindo o mundo a sua volta, avidamente curiosa para compreender as relações, o seu espaço, os objetos, assim como as crianças estão construindo a sua identidade e buscam compreender o seu lugar nas relações. - Segundo conto (fábula): “A lebre e a tartaruga” A fábula foi retirada da coleção Fábulas de Esopo. Foi selecionada por se tratar de uma história que, além de instigar a expectativa das crianças, traz uma lição de que nem sempre o mais rápido chega primeiro e que a arrogância muitas vezes nos faz ignorar as habilidades das outras pessoas. Na terceira atividade, com os contos já escolhidos, houve a montagem de um cenário, mediante a confecção de painel, ensaios periódicos em grupo, seleção de vestimenta e caracterização das personagens dos contos, com a finalidade de despertar a criatividade e imaginação dos(as) discentes no momento da atividade lúdica. A quarta atividade foi a culminância das oficinas na Escola Estadual Isaltina Cajubi Fulgêncio, com a presença dos(as) alunos(as) do 3º, 4º e 5º ano do Ensino Fundamental I, onde ocorreu a apresentação dos contos escolhidos pelas bolsistas. Logo após, houve a realização de uma atividade que envolvia a criatividade e o lazer dos(as) estudantes, que consistia na produção de bonecos e/ou animais feitos com massinhas de modelar, que representassem as personagens favoritas das crianças participantes. Esse foi um momento de muita alegria e descontração e todos(as) participaram da atividade de recreação. Para finalizar, as discentes bolsistas fizeram um portfólio com o relato das atividades realizadas e também
relatos de alunos(as) participantes, em que estes(as) contavam as sensações experimentadas por meio das atividades do projeto de contação de histórias. Seguem alguns relatos (transcritos na íntegra): “No dia 18 de setembro de 2019 aconteceu um projeto chamado “Quem conta um conto... aumenta um ponto”. Nesse dia foram contadas duas histórias, a história da lebre e a tartaruga, e a história da Cachinhos pretinhos, e a história que eu mais gostei foi a da lebre e a tartaruga porque tem uma moral muito legal que fala para não
fazer nada com pressa, respeitar o seu tempo, porque quem vai devagar vai longe e quem for com muita pressa se cansa. Para finalizar, eles deram masinhas para todo mundo que estava lá, e nós modelamos os personagens da história que mais gostamos, foi bastante divertido.” Kamila Rodrigues Souza – 5° ano 1 “No dia 18 de setembro ocorreu um evento de contação de histórias aqui na escola: quem conta um conto... aumenta um ponto. Algumas pessoas do Instituto Federal contaram duas histórias bem legais, “A lebre e a tartaruga” e 31
Glaucus Adrian Pinheiro de Souza
Atividade de recreação: confecção de bonecos com massa de modelar
Glaucus Adrian Pinheiro de Souza
Equipe: Professora colaboradora (Lillian Gonçalves de Melo), diretora da escola parceira (Simone Coelho e Sales), discente voluntária (Liz de Souza Pereira), discente bolsista (Marcela Santos da Silva), professora coordenadora do projeto (Grácia Lorena da Silva Jorge) e discente bolsista (Sarah Rodrigues do Carmo).
“Cachinhos pretinhos e os ursos”. A que eu mais gostei foi a da “lebre e a tartaruga” porque a lebre se antecipou e falou que iria ganhar da tartaruga porque a tartaruga é muito lenta, mas a le32
bre estava errada e era muito convencida. No fim foi a tartaruga que venceu. A moral da fábula é “quem corre cansa, mas devagar se vai longe”. O evento aconteceu para alunos do 5º ano de
tia Sandra e do 5º ano de tia Daniela, todos os alunos ganharam massinha para fazer os personagens e pipoca.” Matheus Miranda – 5º ano 1 Foi possível observar que os(as) alunos(as) da Escola Isaltina Cajubi Fulgêncio participaram com afinco das atividades propostas pela oficina e demonstraram imenso interesse pelas histórias contadas. Como uma das histórias narradas pertencia ao gênero fábula, os(as) discentes, quando questionados(as), explicitaram o que entenderam sobre a moral da história. Pôde-se perceber que alguns(as) alunos(as) demonstraram sensibilidade em relação à situação da tartaruga, torceram pela personagem e entenderam que cada um(a) tem seu tempo. Finalizados os trabalhos, foi criada uma revista com registros das atividades do projeto. A revista ficará na biblioteca da escola parceira para que a comunidade possa apreciar.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Mateus Sena Lopes.
Coordenadora: Lillian Gonçalves de Melo Bolsistas: Rafaele Lopes Alves e Maiara Santos Voluntária: Anielly Alves Rodrigues Colaboradores: Ernani Calazans de Oliveira, Grácia Lorena da Silva Jorge e Neiva Graziele Santana Texto: Lillian Melo Campus: Araçuaí
Promover a articulação entre a cultura e a vida, pela arte, é favorecer o acesso aos bens culturais e estimular a expressão artística.
Projeto
Festival Intercampi de Culturas: encantos dos vales, montes e sertões do IFNMG Neste projeto de extensão, realizamos o Festival Intercampi de Culturas: Encantos dos Vales, Montes e Sertões do IFNMG, visando potencializar, incentivar e disseminar a produção artística e cultural, suas linguagens e símbolos subjacentes, com vistas a ampliar a participação ativa e dinâmica de toda a comunidade escolar do IFNMG/Campus Araçuaí. O evento foi repleto de diversidade, com participação de vários segmentos:música, teatro, dança, pintura e muita poética.
P
romover a articulação entre a cultura e a vida, por meio da arte, é favorecer o acesso aos bens culturais, estimular a expressão artística como fortalecimento da identidade pessoal e nacional, além de incentivar o trabalho coletivo e promover a cultura do cuidado, consigo mesmo, com o(a) outro(a) e com o ambiente. Neste sentido, a proposta de ensino, pesquisa e extensão do IFNMG assume a Arte e a Cultura como objeto de conhecimento que contribui para que os(as) educandos(as), educadores(as) e comunidade externa reconheçam sua identidade pessoal e cultural e assumam a dimensão artística como imprescindível no fazer
Revista de Extensão do IFNMG
O evento foi repleto de diversidade, com participação de vários segmentos:música, teatro, dança, pintura e muita poética.
cotidiano, tendo por meta a formação integral. Para tanto, promovemos vivências artísticas próprias de sua cultura
e da humanidade, visando reconstruir, ampliar suas redes de significado e transformar a realidade local. O III Festival Intercampi de Culturas: 33
O Festival de Culturas promoveu momentos ímpares de exposição da arte, pautada nos Encantos do Vale e Sertões do IFNMG
34
Encantos dos Vales, Montes e Sertões do IFNMG, projeto oriundo da Pró-Reitoria de Extensão, visou potencializar, incentivar e disseminar a produção artística e cultural dos campi do IFNMG, nos segmentos artístico e cultural de Literatura, Artes Visuais, Audiovisual, Dança, Cênicas, Música e ações formativas, buscando promover, valorizar e reconhecer a arte e a cultura como importantes áreas do conhecimento. Baseado na proposta de projeto de demanda induzida, o Campus Araçuaí,devido à potencialidade artística e cultural do Vale do Jequitinhonha, desenvolveu essa prática extensionista. Para isso, foram organizados, orientados e cadastrados grupos ou indivíduos que tivessem interesse em participar do nosso Festival, cujo objetivo era promover a arte, em suas diversas manifestações, focando na temática dos Encantos do Vale e Sertões do IFNMG. Conseguimos parceria com as Escolas Estaduais Padre Willy (cidade de Jenipapo de Minas), Isaltina Fulgêncio (Araçuaí), entre outras, e a participação da bibliotecária Michelly Ladislau, do professor Glaucus Adrian e dos artistas (cantores e compositores) Luciano Tanure e Grace Matos, que foram os jurados do Festival. Após esse período de planejamento, realizamos o Festival no auditório do IFNMG/Campus Araçuaí. O evento foi repleto de diversidade, com a participação de vários segmentos: música, teatro, dança, pintura e muita poética. Os(As) participantes do projeto foram, em sua maioria, estudantes do ensino médio, que se sentiram motivados(as) pelos(as) professores(as) a expor suas produções e expressões. Durante uma manhã, o Festival de Culturas promoveu momentos ímpares de exposição da arte, pautada nos Encantos do Vale e Sertões do IFNMG, constituindo uma prática extensionista de suma importância, pois enfocou a responsabilidade formativa, social e cultural do IFNMG/ Campus Araçuaí. Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Lillian Gonçalves de Melo Bolsistas: Breno Marques Azevedo, Mariluce Pereira de Jesus , Anielly Alves Rodrigues , Igor Silva Aguilar e Iara dos Santos Pereira Colaboradores: Elizabeth Moreira Gomes , Ernani Calazans de Oliveira Gracia Lorena da Silva Jorge, Bruna das Gracas Soares , Lucas Leal Teixeira, Nivaldo de Oliveira Boaventura Filho e Neiva Graziele Santana Texto: Lillian Melo Campus: Araçuaí
Imprensa do Campus Araçuaí
Cordel - O casamento de Lampião e Maria Bonita.
Projeto
Literartes O projeto de extensão Literartes - em sua terceira edição - desenvolveu uma proposta interdisciplinar a partir de projeções artísticas e culturais sobre o Vale do Jequitinhonha. Esse projeto de extensão promoveu diversos estudos, análises, produções e construções, a partir dos objetos artísticos adotados, que possuem em si elementos pertencentes à cultura, identidade e movimentos sociais pertencentes ao Vale do Jequitinhonha. A partir daí, foram desenvolvidos exposições, oficinas, teatros, causos, vídeos, rodas de conversa e produções diversas - cuja realização aconteceu no IFNMG/ Araçuaí, com a participação de diversos segmentos, principalmente, estudantes do ensino médio.
E
m 2019, o projeto de extensão e ensino Literartes, que também abrange os preceitos da pesquisa, atingiu a sua terceira edição. Trata-se de uma prática, cujo objetivo é desenvolver uma proposta interdisciplinar, a partir de projeções artísticas e culturais. No ano de 2019, por exemplo, o foco temático do projeto foi o Vale do Jequitinhonha. Para isso, houve um trabalho com as disciplinas História, Geografia, Literatura, Artes, Inglês, Espanhol, Sociologia, Filosofia e Português. Capa da revista Literartes autora da capa - Lara Esteves
O interesse pelo projeto Literartes foi motivado pela relevância da cultura, arte e literatura na formação de sujeitos, de modo a despertar a sensibilidade, as percepções analíticas, criativas e a compreensão do lugar de pertencimento dos(as) educandos(as), visto que o Vale do Jequitinhonha possui uma cultura popular imensurável. No que se refere aos multiletramentos, esse projeto propiciou, aos(às) educandos(as), o contato com uma diversidade de práticas de letramento. Cabe destacar que concebemos o letramento sob o viés 35
Imprensa do Campus Araçuaí Imprensa do Campus Araçuaí
Estudos no Museu de Araçuaí
Imprensa do Campus Araçuaí
Peça teatral - Causo de Assombração do Vale
Recriações Artísticas
36
dos estudos culturais, compreendendo-o como um processo constituído de práticas sociais e interativas, envolvendo o protagonismo de sujeitos em formação docente. Para o desenvolvimento do projeto, foram realizados diversos estudos e seleção de materiais literários e artísticos que contemplassem a cultura do Vale do Jequitinhonha. Após esses estudos, ocorridos durante e após as aulas dos cursos integrados ao ensino médio do IFNMG - Campus Araçuaí, houve momentos de interação dos(as) alunos(as) com o público externo, tanto por meio de pesquisas, quanto oficinas, produções e exposições artísticas e culturais, que envolvem uma multiplicidade de artes, tais como: música, teatro, literatura, pintura, escultura e fotografia. Resolvemos construir, em 2019, a revista virtual do Literartes, por considerarmos importante divulgar as práticas. O acesso à revista se dá por meio do link https://drive.google.com/ file/d/1rKs8YaJnDRx-_ASnowCJ7fSEjb3ODi1E/view?usp=sharing . Outro fator de destaque do Literartes é o fato de o projeto impulsionar a arte e a cultura por meio das parcerias existentes. No ano de 2019, o projeto firmou parceria com o Museu de Araçuaí e com quatro escolas estaduais da região. Além disso, como as atividades são abertas ao público, houve participação de pessoas de diversas idades.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Imprensa do Campus Araçuaí
Revista de Extensão do IFNMG
Peça teatral recriação- O Auto da Compadecida
Peça teatral Homenagem a Frei Chico e Lira Marques
Imprensa do Campus Araçuaí
Outrossim, cabe ressaltar que as diversas manifestações da arte estão associadas à vida em sociedade, sendo necessário promover reflexões que, além de despertar o senso crítico, criativo e perceptível, aprimoram o conhecimento dos sujeitos envolvidos, contribuindo, sobremaneira, para o desenvolvimento humano. O Literartes é também um projeto que visa à associação entre teoria e prática de forma interdisciplinar, considerando também a inter-relação dessa teoria com a realidade local do Vale do Jequitinhonha, que é o espaço social de pertencimento dos sujeitos envolvidos. Assim, o Literartes contribui para que o IFNMG - Campus Araçuaí exerça a responsabilidade social de promoção e valorização cultural, pois promove conhecimentos que extrapolam a arte elitista e motivam o desenvolvimento das habilidades artísticas dos sujeitos, principalmente, em reflexões sobre os valores culturais e a diversidade existente na região, além de reflexões sobre os movimentos sociais e históricos que perpassam a arte, visto que é uma forma de expressão humana, expondo os sujeitos participantes a práticas múltiplas de letramento.
Imprensa do Campus Araçuaí
Abertura do Literartes Circo
37
Camila Barbosa Costa
Coordenadora: Fabiene Brito Teles Bolsistas: Frederico Marx oliveira costa, Ana Luísa Santos Moreira, Geraldo Otávio Vieira G. Santos e Camila Barbosa Costa Voluntária: Ana Clara Fernandes Ferreira Colaboradores: Professor Laio Marques, Professora Daiane Andrade Silva e Alex Sander Campos Texto: Fabiene Brito Teles Campus: Salinas
Encontro musical.
Projeto
Festival Intercampi de Culturas: Vale amar minhas raízes A
arte faz parte da história da humanidade, pois está intimamente ligada às manifestações da sociedade, construídas ao longo do tempo, incorporadas de significados e sentidos que contextualizam a cultura e identidade de um povo. Falar em arte é sensibilizar-se com a construção realizada na diversidade da raça
38
As ações foram realizadas com o trabalho em equipe, consolidado pelo compromisso e doação de 4 alunos(as) bolsistas, 2 do Ensino Médio e 2 do Superior, muitos(as) alunos(as) dos diversos cursos.
Camila Barbosa Costa
Valorizar a arte, amar as raízes e a terra é viver e reviver a história. O projeto artístico cultural do IFNMG - Campus Salinas é coordenado e desenvolvido pela professora de Educação Física, Fabiene Brito Teles e os(as) alunos(as) bolsistas. O projeto proporcionou diversas oficinas de música, poesia, dança e artes cênicas, vislumbrando descobrir, valorizar e potencializar o que a cultura local possui. Com o propósito de resgate histórico, as atividades se desenvolveram diante de um contexto rico em fatos, costumes, comidas e linguagens. Por meio da ação de preservar o regionalismo e riquezas da terra, de um povo e de disseminar sentimentos, como respeito, solidariedade, alegria, amizade e, sobretudo, o amor, é que a proposta foi desenvolvida e concretizada. Com essa perspectiva, o projeto culmina com a apresentação do Grupo de Teatro Cores da Vida, do Campus Salinas, encenando a peça intitulada: Dois corações norte-mineiros.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Camila Barbosa Costa
Camila Barbosa Costa
Dinâmica de grupo.
Oficina de expressão corporal
As oficinas de dança, poesia, música e as artes cênicas dialogavam entre si, valorizando uma história humana, que se expressa em divercontada por meio da literatura de cordel, focadas no sos campos: sentimento do amor, com muito humor e alegria. dança, pintura, esculCamila Barbosa Costa
apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas (PCN, 1997). As formas de expressão permeiam nossas vidas nas mais variadas relações e proporcionam experiências ao homem, com o olhar na valorização da própria história. Lossio (2007) relata que “o conhecimento da cultura local reforça a valorização bem como o incentivo ao desenvolvimento da região”. Nesse sentido, a memória de um povo é escrita com a expressividade das pessoas, transpassada pela simplicidade, regionalismo, chegando aos recursos apresentados pela tecnologia. Nesse misto de vertentes, a arte é (re)descoberta sob uma ótica de emergir sempre algo novo, sem esquecer os cernes. Valorizar a arte, amar as raízes e a terra é viver e reviver a história. Nessa perspectiva, o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas, no ano de 2019, desenvolveu o projeto artístico cultural, coordenado pela professora de Educação Física, Fabiene Brito Teles. Essa proposta contou com a participação maravilhosa de vários segmentos. As ações foram realizadas com o trabalho em equipe, consolidado pelo compromisso e doação de 4 alunos(as) bolsistas, 2 do Ensino Médio e 2 do Superior, muitos(as) alunos(as) dos diversos cursos técnicos, das licenciaturas e bacharelados, professores(as), colaboradores(as) e pessoas da comunidade. Vale ressaltar que algumas ações referentes aos recursos materiais sofreram modificações, devido aos cortes de verba, executados pelo Governo Federal. Mesmo diante das adversidades, todos os(as) envolvidos(as): alunos(as), ex-alunos(as), docentes e a comunidade participaram, de maneira efetiva e muito significativa, do transcorrer da proposta. Com o propósito primeiro de valorizar a arte por meio da cultura local e estreitar os laços com a po-
tura, desenho, música, arquitetura, literatura, fotografia e teatro. Essas vivências despertam uma percepção e compreensão mais profundas da realidade. Aprender arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve, também, conhecer, 39
Ronaldo Medeiros
As atividades trabalhadas em cada área foram dialogando para que culminasse na apresentação do Grupo de Teatro do IFNMG - Campus Salinas, Cores da Vida, apresentando a peça intitulada: Dois corações norte mineiros.
Ronaldo Medeiros
Apresentação na Semana de Extensão, em Salinas.
pulação, realizamos a divulgação e convidamos a todos e todas a abrilhantar nossos encontros semanais, realizados durante meses. Foram realizadas oficinas de teatro, música e trabalhos com poesia, com o objetivo de estimular, descobrir e reconhecer a capacidade dos(as) envolvidos(as) e da cultura local, deixando emergir o regionalismo de maneira ímpar, trazendo à tona os costumes do povo salinense. Reafirmando esse pensamento, Ribeiro (2013, p. 22) fala que “a arte, 40
na educação, visa, portanto, redimensionar o sistema educativo de maneira a valorizar as formas de ser inatas ao homem.” As oficinas de dança, poesia, música e as artes cênicas dialogavam entre si, valorizando uma história contada por meio da literatura de cordel, focadas no sentimento do amor, com muito humor e alegria, mas também, com uma percepção de criticidade em relação ao preconceito. Em outro momento, as atividades trabalhadas em cada
área foram dialogando para que culminasse na apresentação do Grupo de Teatro do IFNMG - Campus Salinas, Cores da Vida, apresentando a peça intitulada: Dois corações norte mineiros, composta por 20 integrantes. A peça retrata a história de um amor proibido, vivido em uma cidadezinha, conhecida pelo nome de Salinas, norte de Minas. Cidade de povo trabalhador que planta e colhe sem preguiça, levando a vida com fé e muita cantoria! Terra da cachaça boa, mundialmente conhecida, dos doces maravilhosos e do frango caipira! Do requeijão e do famoso arroz com pequi. Assim, o projeto de extensão artístico cultural desenvolvido no IFNMG – Campus Salinas reafirmou que a arte pode e deve ser compreendida como uma área de atuação e transformação de indivíduos, comportamentos e pensamentos, numa perspectiva de crescimento e amadurecimento de percepções acerca de mundo e de pessoa.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Projetos Sociais Revista de Extensão do IFNMG
41
Coordenador: Ronaldo Medeiros dos Santos Bolsista: Nicole Borges e Guimarães Voluntários: Gessica Lamara Pereira Chaves, Myrian Oliveira Costa e Ramon dos Santos Braga Colaboradores: Marcelo Rossi Vicente e Vinícius Orlandi Barbosa Lima Texto: Nicole Borges e Guimarães e Ronaldo Medeiros dos Santos Campus: Salinas
Os resultados alcançados compreenderam uma valiosa troca de conhecimentos entre as comunidades contempladas e o IFNMG - Campus Salinas.
Convivência com a seca: experiência de comunidades rurais nas regiões do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas Gerais
Em cenários de escassez hídrica contínua, a falta de água e suas se incorporam às rotinas do cotidiano, à vida e à cultura das populações. No Brasil, historicamente, a seca e a escassez de água ocorrem, principalmente, na região Nordeste. Nos últimos anos, no entanto, a região Sudeste tem passado pelos mesmos problemas, com desabastecimento em cidades e quebra na produtividade agropecuária. Nesse caso, as áreas mais críticas compreendem as mesorregiões Norte e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, onde as estratégias de convivência com a escassez hídrica, sobretudo, em comunidades rurais, ainda permanecem pouco conhecidas.
A
escassez hídrica ocorre de forma natural, ou em consequência de ações humanas sobre o meio ambiente, podendo ocasionar sérias limitações à vida e à sustentabilidade das sociedades como um todo. No passado, as políticas e ações públicas adotadas para lidar com o problema buscavam combatê-lo. No entanto, como a falta de água se incorpora ao cotidiano, à vida e à cultura de quem convive sob tal restrição, as abordagens atuais propõem medidas e alternativas que permitam às populações uma convivência com a situação, o que representa um desafio, uma vez que a falta de água
42
limita a sobrevivência humana no campo e está associada a problemas sociais, como a fome e o êxodo rural. No Brasil, embora a região Nordeste responda pela maior área e pelo maior número de atingidos pela seca, outras regiões também são frequentemente afetadas, como parte do Centro-Oeste e do Sudeste, notadamente, o estado de Minas Gerais. Neste estado, as regiões Norte e Vale do Jequitinhonha possuem um longo histórico de secas e estiagens, mas as estratégias de convivência, sobretudo em comunidades rurais, ainda permanecem pouco conhecidas. Nesse sentido, o projeto teve por
objetivos: identificar problemas associados à escassez de água; caracterizar, por meio da vivência in situ, as estratégias de convivência com a seca adotadas por comunidades rurais nas mesorregiões Norte e Vale do Jequitinhonha; e refletir, junto à comunidade e aos poderes públicos municipais, acerca de possíveis soluções, incentivos e ações mitigadoras dos efeitos da seca, abrangendo, inicialmente, comunidades rurais do município de Salinas. As ações concluídas compreenderam etapas de campo, abrangendo reuniões iniciais de apresentação do projeto às comunidades assistidas e, posteriormente, visitas,
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Ronaldo Medeiros
Projeto
Ramon Braga
em caráter amostral, às famílias das referidas comunidades, por meio das quais informações relativas ao foco do projeto foram coletadas, via observação, vivência e aplicação de questionário, especificamente elaborado para a coleta e sistematização de informações relativas ao tema em questão. Após o término dos trabalhos de campo, os resultados foram analisados. Os resultados alcançados compreenderam uma valiosa troca de conhecimentos entre as comunidades contempladas e o IFNMG - Campus Salinas, pelos quais foi possível traçar um cenário preliminar acerca de como as comunidades rurais do Vale do Jequitinhonha convivem com a seca, a saber: (a) todas as famílias das comunidades visitadas passam por situações de escassez física ou econômica de água; (b) a falta de água, de mão de obra e o êxodo rural comprometem o desenvolvimento de atividades agrícolas, mesmo que em caráter de subsistência. Revista de Extensão do IFNMG
Ronaldo Medeiros
As ações concluídas compreenderam etapas de campo, abrangendo reuniões iniciais de apresentação do projeto às comunidades assistidas e, posteriormente, visitas.
Incursão a campo, para visita às famílias das comunidades.
Acredita-se que isso poderá ocasionar mudanças futuras na estrutura fundiária da região, como, por exemplo, concentração de terras; (c) as cisternas, ou caixas de coleta e armazenamento de águas da chuva, distribuídas pelo poder público federal, são uma importante fonte de água potável durante quase todo o ano; e (d) as comunidades e suas
associações têm encontrado dificuldades na comunicação e na articulação de soluções junto ao poder público municipal. As possíveis ações mitigadoras deverão passar pela abertura de um canal de comunicação entre as associações e a prefeitura, pela intensificação de ações que promovam o estoque de água das chuvas, pelo 43
Equipe do projeto junto às famílias das comunidades.
investimento em abertura de poços artesianos e em sistemas locais de distribuição da água bombeada dos mesmos, e pela promoção de pequenas atividades agrícolas de 44
Ronaldo Medeiros Ronaldo Medeiros
Foram realizadas visitas às famílias das referidas comunidades, por meio das quais informações relativas ao foco do projeto foram coletadas.
subsistência, que promovam o aumento da oferta de alimentos nas comunidades. Mesmo com o término do prazo do projeto, serão propostas solu-
ções e ações junto às comunidades e ao poder público. Além disso, o projeto será replicado para comunidades rurais de outros municípios do Vale do Jequitinhonha.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Dayse Maria Mota Magalhães
Uma das experiências ocorridas durante o desenvolvimento do projeto foram as oficinas de Ciências, realizadas pela professora de Biologia.
Projeto
Coordenadora: Rosana de Jesus dos Santos Bolsista: Leandra Maria da Silva Pereira Voluntário: Cássio José dos Reis Colaboradores: Rosimeire Alves Guimarães e Anderson Vantuir Nobre Vieira Texto: Rosana de Jesus dos Santos Campus: Salinas
Educação: Esperança do futuro
Por acreditar no poder de transformação da educação, O projeto “Educação: Esperança do futuro” disponibilizou auxílio escolar a crianças e adolescentes a partir da presença de estudantes das licenciaturas do IFNMG (Biologia e Matemática) na instituição Hope of the future, com a contação de estórias e de oficinas de Biologia.
C
onhecemos a instituição Hope of the future em 2016, durante um projeto coordenado por uma colega. A instituição Hope é uma Organização não Governamental (Ong) que atua há décadas na cidade de Salinas-MG, atendendo crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Atualmente funciona a partir de doações e recursos municipais. Em 2019, tomamos conhecimento de que havia uma demanda por auxílio com atividades escolares voltadas a adolescentes atendidos(as) pela instituição. Conforme informação da coordenação da ONG, a maioria dos(as) adolescentes atendidos(as)
Revista de Extensão do IFNMG
tinha déficit escolar devido à questão social, visto que geralmente não tinham acompanhamento familiar e muitos(as) também sofreram exploração pelo trabalho infantil. Inicialmente, o objetivo do projeto era disponibilizar atendimento individual às crianças e adolescentes e, ao mesmo tempo, propiciar aos(às) discentes do IFNMG envolvidos(as), a oportunidade de desenvolverem atividades educativas, concomitantemente ao curso de licenciatura. Diante disso, fomos até a Hope, com o propósito de ouvir e confirmar se o objetivo pensado ia ao encontro das necessidades da instituição. Ouvimos que, por falta de recursos, 45
46
A maioria dos(as) adolescentes apresentava muita dificuldade com as questões matemáticas; outros(as), no entanto, aprendiam rapidamente.
Leandra Maria da Silva Pereira
a Hope não dispõe de muitos(as) profissionais atuando com o público atendido. Desse modo, comprovamos que o que havia sido pensado como objetivo do projeto e a necessidade institucional se alinhavam. Com esse diagnóstico, escrevemos e submetemos o projeto ao Edital 001/2019 da PROEX, conseguimos bolsa para uma das estudantes participantes. Iniciamos a execução do projeto, fazendo a apresentação da equipe às crianças e adolescentes vinculados(as) à HOPE. Os(As) discentes de Matemática e Biologia (IFNMG) atuariam como orientadores(as) das atividades escolares (deveres), e, por sua vez, seriam orientados(as) por docentes do IFNMG participantes do projeto. Além dessas atividades, foi proposta a contação de estórias para as crianças e oficinas de Biologia, a serem realizadas pelas professoras do IFNMG. A estagiária do curso de Matemática solicitava aos(às) adolescentes e crianças que trouxessem seus de-
Dayse Maria Mota Magalhães
As crianças que sabiam ler, liam, e as demais brincavam com os livros, contavam estórias umas para as outras, conversavam com a professora sobre as imagens e estórias.
veres escolares de Matemática para a Hope, sentava-se com eles(as) e os(as) auxiliava nas operações de divisão, subtração e adição, bem como com outros problemas matemáticos. A maioria dos(as) adolescentes
apresentava muita dificuldade com as questões matemáticas; outros(as), no entanto, aprendiam rapidamente e demonstravam interesse em aprender conteúdos mais avançados. Quando não havia tarefas, a estagiária passava algumas operações e os(as) auxiliava a resolver, tudo de acordo com a disposição deles(as) em participar, visto que não é objetivo da Hope atuar como escola formal, mas sim como um espaço em que as crianças e adolescentes possam encontrar atividades lúdicas e criativas no contraturno da escolarização. A estagiária relatou que a sua primeira experiência docente se deu durante a atuação na instituição,já que, até então, não havia atuado com ensino-aprendizagem de Matemática, sentindo-se muito gratificada por participar como mediadora no processo educacional. A contação de estórias ocorria logo após o intervalo para o lanche da manhã. As crianças eram conduzidas para a sala de brinquedos e
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Dayse Maria Mota Magalhães
A contação de estórias ocorria logo após o intervalo para o lanche da manhã. As crianças eram conduzidas para a sala de brinquedos e orientadas a sentarem em cadeiras ou almofadas no chão.
Revista de Extensão do IFNMG
Uma das atividades era a distribuição de livros infantis, para que as crianças os manuseassem.
Rosana de Jesus dos Santos
orientadas a sentarem em cadeiras ou almofadas no chão. Após isso, a professora responsável contava estórias e apresentava as imagens do livro. Na sequência, eram distribuídos diversos livros infantis, para que as crianças os manuseassem. As que sabiam ler, liam, e as demais brincavam com os livros, contavam estórias umas para as outras, conversavam com a professora sobre as imagens e estórias e trocavam os livros entre si, sendo momentos de muita alegria. O encontro para contação de estórias acontecia uma vez por semana, sempre pela manhã. Uma das experiências ocorridas durante o desenvolvimento do projeto foram as oficinas de Ciências, realizadas pela professora de Biologia, destacando-se um experimento com microrganismos. A bióloga colocou duas colheres de chá de fermento biológico em uma garrafa pet. A seguir, adicionou três colheres de açúcar e um copo cheio de água morna. Agitou a garrafa com a mistura e prendeu a ponta de uma bexiga à boca da garrafa. Após certo tempo, o balão se encheu de gás. A
professora explicou às crianças que o fermento biológico é feito de microorganismos; estes, ao se alimentarem do açúcar, liberam o gás carbônico que encheu o balão. Enfatizou que há microorganismos em toda parte. Falou às crianças que muitos desses seres microscópicos são bons, pois equilibram nosso organismo, são usados para fabricar pão, iogurte e outros alimentos; entretanto, há muitos nocivos à saúde, daí a impor-
tância da higiene, de se lavar bem as mãos, cortar as unhas, tomar banho. As crianças demonstraram muito interesse em saber mais durante a oficina. Como um todo, o projeto nos deixou muito recompensados(as). O projeto foi concluído, porém, não esgotamos as demandas percebidas na instituição. Logo, esperamos retornar à Hope para iniciarmos outros projetos. 47
Coordenadora: Elza Cristiny Carneiro Batista Bolsista: Flávio Lucrécio da Silva Borges Colaborador: Francisco Valdevino Bezerra Neto Texto: Elza Cristiny Carneiro Batista Campus: Arinos
Rosana de Jesus dos Santos
No primeiro ano de execução, foram 29 animais atendidos, entre castrações, tratamentos veterinários diversos, resgates e adoções.
Projeto
Projeto Leão Entre maio e dezembro de 2019, o Projeto Leão atuou para facilitar a conscientização da comunidade de Arinos a respeito da guarda responsável de animais, de forma a minimizar os maus tratos e abandono. Por meio da conscientização e envolvimento da comunidade, o projeto buscou promover esterilizações de cães e gatos em situação de abandono e/ou provenientes de famílias de baixa renda na cidade de Arinos, com vistas a contribuir para a diminuição da população de animais de rua, vítimas do abandono. Esse projeto traz esperança. Cada animalzinho tratado e recuperado transmite a mensagem de que nós podemos mudar a realidade. Transformar a visão das novas gerações, de maneira que possibilite a construção de uma nova relação com os animais domésticos, é a nossa maior realização!
48
A parceria com os veterinários Allan Samir Faleiro Rezende Uba e Mariana Guimarães Fonseca foi a grande facilitadora do projeto.
Roger Martins Estrela
O
Projeto Leão foi criado com o intuito de promover ações de conscientização, feiras de adoção e ações de castração de cães e gatos na cidade de Arinos, pensando em diminuir, em médio prazo, a população de animais de rua, vítimas do abandono. O abandono de animais nas ruas de Arinos é uma realidade em evidência. Entre a visão de cães extremamente desnutridos - com aparência repulsiva em virtude de ferimentos, doenças graves ou maus tratos - e grupos que vagam
ou reviram lixeiras, já não é possível apenas desviar o olhar, sobretudo, porque essa realidade estava presente também nas dependências do campus do IFNMG, local que havia se tornado ponto de despejo de animais em situação deplorável. Essa situação gerou tamanho incômodo que, nos últimos anos, os(as) próprios(as) alunos(as) do Ensino Médio se manifestaram favoráveis à criação de um projeto ou ação institucional que melhorasse as condições de vida dos animais abandonados no campus.
Contribuir para que o sofrimento e o abandono de animais na zona urbana de Arinos deixem de existir é a grande meta do Projeto Leão.
Revista de Extensão do IFNMG
Roger Martins Estrela João Gabriel Coura de Marins
Por meio da conscientização e envolvimento da comunidade, o projeto buscou promover esterilizações de cães e gatos em situação de abandono e/ou provenientes de famílias de baixa renda na cidade de Arinos.
O
Projeto Leão se propôs a participar da mudança dessa realidade, partindo do Campus Arinos e se multiplicando para outras áreas da cidade. A parceria com os veterinários Allan Samir Faleiro Rezende Uba e Mariana Guimarães Fonseca foi a grande facilitadora do projeto. Leão foi um cão caramelo de grande porte que viveu no Campus Arinos durante muitos anos. Era muito querido e respeitado por alunos(as) e servidores(as), mas nunca recebeu os cuidados e atenção que todo cão merece de verdade. Pensando nesse animalzinho que nos acompanhou por tantos anos, escolhemos o nome desse projeto de extensão, assumindo o compromisso de lutarmos para que não houvesse outros “Leões” abandonados em nosso campus ou nas ruas.
49
Roger Martins Estrela
I Happy Hour do Projeto Leão, com atendimento e tratamento veterinário gratuito, feira de adoção, arrecadação de fundos, sorteios e show.
E
Desenvolvimento do projeto
m maio de 2019, iniciamos nossa campanha de conscientização por meio de palestras, publicações no Instagram e nos murais e dependências do Campus Arinos. Sempre procuramos enfatizar que o abandono animal gera sofrimento, não apenas aos bichinhos, mas torna-se um problema de saúde pública, em virtude da grande possibilidade de disseminação de zoonoses. Outro aspecto, não menos re-
50
levante que levamos em conta, foi o estímulo à relação positiva que pode nascer da convivência entre os seres humanos e os animais domésticos. Em concomitância às ações de conscientização/educação, foram realizados procedimentos de esterilização de cães e gatos resgatados das ruas, e também daqueles tutelados por pessoas/famílias de baixa renda. O projeto envolveu várias etapas, partindo da criação de perfis
em redes sociais para sua divulgação. Em seguida, foi criado, entre os(as) estudantes do Ensino Médio Integrado, o concurso para desenvolvimento da logomarca do Projeto. No decorrer do ano, aconteceram palestras, duas feiras de adoção, vendas de chocolates e camisetas, participação em eventos, como a Semana do Meio Ambiente e a Feira Nacional do Baru (FENABARU), distribuição de cofrinhos no comércio, além da identificação, esterilização e viabilização da adoção dos animais (cães e gatos) que existiam no campus. Em sua primeira edição, o Projeto Leão buscou “ambientar” a comunidade escolar (partindo das dependências do campus) para os debates e a luta contra o abandono e os maus tratos a animais. Ao final do primeiro ano de execução, o Projeto Leão já havia alcançado um lugar especial entre estudantes, servidores(as) e comunidade em geral. O ano de 2019 foi encerrado com um grande evento na Praça do Coreto: o I Happy Hour do Projeto Leão, com atendimento e tratamento veterinário gratuito (considerando critérios de renda dos(as) tutores(as)), feira de adoção, arrecadação de fundos, sorteios e o show de uma banda, que é também um projeto de extensão do campus: o Projeto DO RE MIF. Foram três turnos de atividades envolvendo a comunidade em local público central. O saldo de seu primeiro ano de execução foi considerado muito positivo pela equipe do projeto e pela comunidade: foram 29 animais atendidos, entre castrações, tratamentos veterinários diversos, resgates e adoções. Para o ano de 2020, a equipe pretende envolver mais servidores(as) e estudantes na causa, além de intensificar a captação de recursos independentes para as castrações de cães e gatos. Contribuir para que o sofrimento e o abandono de animais na zona urbana de Arinos deixem de existir é a grande meta do Projeto Leão!
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Valéria Magro Octaviano Bernis Bolsista: Antônio Victor Veloso Ramos Voluntários: Maria Markolina Alves Durães, Bethânia Silva Gil de Freitas, Eduarda Stéfany Araújo Freitas, Joyce Costa Ribeiro e Maria Paula Machado Silva Colaboradores: Vanessa Paulino da Cruz Vieira e Walter Octaviano Bernis Vieira Campus: Salinas
Projeto
Pragas urbanas: bichos S.A.
Aulas foram preparadas e ministradas para os(as) alunos(as), tudo acompanhado de jogos lúdicos para uma maior fixação do conteúdo e diversão de todos(as).
O projeto de extensão “Bichos S.A.” realizou estudos com os seguintes animais: pombos, sapos, cobras, barbeiros, morcegos, escorpiões, ratos, aranhas, saguis e saruês, tendo em vista que o município de Salinas/MG é palco de acidentes com alguns desses animais, capazes de transmitir doenças. Por isso, a existência do projeto é de extrema relevância. É por meio dele que aspectos voltados à prevenção e segurança contra possíveis acidentes foram abordados e disseminados à população, começando pelas crianças, que são o futuro da comunidade.
E
ste é um relato de extensão com objetivo de descrever as atividades realizadas pelos(as) estudantes de Medicina Veterinária e Ciências Biológicas no decorrer do ano de 2019, sob a orientação da professora Valéria Magro Octaviano Bernis. O tema “pragas urbanas” foi apresentado à Secretaria Municipal de Educação e à Vigilância Sanitária do município de Salinas, locais que cederam cartas de anuência, comprovando a relevância do projeto, pelo segundo ano. O projeto foi desenvolvido mais uma vez junto à Escola Municipal Áurea de Paula, que atende alunos Revista de Extensão do IFNMG
do Ensino Fundamental de Salinas. Inicialmente, foi realizada uma apresentação sobre o tema para a coordenação da escola e para os(as) docentes que estavam interessados(as) no conteúdo. Em seguida, aulas foram preparadas e ministradas para os(as) alunos(as), tudo acompanhado de jogos lúdicos para uma maior fixação do conteúdo e diversão de todos(as). As atividades eram propostas em PowerPoint, com muitas ilustrações dos animais e informações relevantes, abordando, principalmente, as atitudes corretas ao nos depararmos com algum desses 51
As atividades foram aplicadas em salas de aula para alunos(as) do 5° ano do Ensino Fundamental, durante quatro meses.
As atividades eram propostas com muitas ilustrações dos animais e informações relevantes.
“bichos” urbanos. Além das 10 aulas, os(as) discentes elaboraram e desenvolveram rodas de conversa, recortes, pinturas, jogos interativos diversos, sempre tentando inovar com as atividades e deixar as crianças atentas e informadas. As atividades foram aplicadas em salas de aula para alunos(as) do 5° ano do Ensino Fundamental, durante quatro meses, de forma direcionada ao ensino básico, com linguagem simples, entregando conhecimentos acerca 52
de animais peçonhentos e sinantrópicos, aqueles considerados “pragas urbanas”. O intuito é que, desde pequenas, as crianças sejam capazes de construir uma mente esclarecida sobre o meio ambiente que as cerca, além de instigar nelas o interesse em conhecer esses animais, seu ciclo biológico, cadeia alimentar e, principalmente, despertar-lhes a consciência ambiental e ecológica. Os jogos lúdicos estimularam a participação das crianças, não só
quanto à preocupação com a preservação do meio ambiente, como também sobre o extermínio de determinadas espécies, acúmulo de resíduos e lixo entre a população. Foi notória a participação das crianças da Escola Municipal Áurea de Paula que, além de se envolverem ativamente nas atividades, já esperavam ansiosamente pelas próximas aulas. O projeto atendeu quatro turmas, cada uma com, aproximadamente, 35 alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. As crianças também foram convidadas a visitar os laboratórios do IFNMG, onde tiveram contato com os equipamentos, modelos anatômicos e espécies taxidermizadas, tudo isso com o objetivo de despertar a curiosidade e o interesse na progressão dos estudos. Depois da realização de todas as aulas, os(as) discentes apresentaram um teatro para toda a escola, levando risos e mais conhecimento a todos(as). Por fim, um questionário, com perguntas relacionadas aos ani-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
As aulas foram preparadas e ministradas para os(as) alunos(as), tudo acompanhado de jogos lúdicos para uma maior fixação do conteúdo e diversão de todos(as).
mais e como agir ao se deparar com um deles, foi aplicado. O propósito principal foi avaliar a absorção de informações pelos(as) alunos e, após a tabulação de dados, verificou-se que esse havia sido alcançado, visto que a maioria das crianças relatou que não tomaria nenhuma atitude, caso encontrasse um animal e chamaria um adulto. A conclusão foi que as informações dadas aos(às) estudantes tiveram um grande potencial de serem reproduzidas a seus familiares, uma vez que as crianças têm papel fundamental como disseminadoras dos conhecimentos alcançados. O aprendizado foi bilateral, disseminado aos(às) discentes de Medicina Veterinária e da licenciatura em Ciências Biológicas, uma vez que exerceram atividades extraclasse, praticaram a oratória, a didática e a cidadania. Participaram também da atenção à saúde pública, levando conhecimento e atuando como formadores(as) de opinião. E é assim Revista de Extensão do IFNMG
Estudantes de Medicina Veterinária e Ciências Biológicas e participantes do projeto Pragas Urbanas-Bichos SA.
que, futuramente, espera-se a presença de adultos mais atentos ao meio ambiente, respeitando e convivendo com todas as formas de vida. Todos os objetivos do projeto foram alcançados. As crianças com-
preenderam os seus papéis e os dos animais para com o ecossistema, e os(as) discentes expandiram suas formas de atuação como profissionais e seres humanos participativos na comunidade. 53
Coordenador: Walter Octaviano Bernis Filho Bolsista: Rayane Gil Batista Voluntários: Antônio Victor Veloso Ramos, Arthur Ferreira de Carvalho, Bethânia Silva Gil de Freitas e Daniela Fernandes Duarte Colaboradores: Valéria Magro Octaviano Bernis, Paulo José Bastos Queiroz, Danilo Marcelo da Silva Pereira e Fernando Nardi Drummond Texto: Rayane Gil Batista Campus: Salinas
Projeto
Castração e Controle populacional de Cães e Gatos
no município de Salinas-MG
Com o passar dos anos, houve uma melhora da relação entre humanos e animais domésticos (cães e gatos), isso devido ao aumento do vínculo entre eles e a preocupação em mantê-los saudáveis. Em contrapartida, é crescente o número de animais errantes nas cidades, tornando-se um problema de saúde pública. Com o objetivo de reduzir esses problemas e melhorar a qualidade de vida da população e dos animais, foi criado o projeto de Castração e Controle Populacional de Cães e Gatos, no município de Salinas-MG. O projeto beneficia tutores(as) que possuem baixo poder aquisitivo, realizando castrações e orientando-os(as) sobre as vantagens de tal procedimento, refletindo diretamente na sociedade e tornando-a cada vez melhor.
O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), numa pesquisa realizada em 2013, apontou que 44,3% dos domicílios no país possuem, pelo menos, um cão, e 17,7% dos domicílios possuem, pelo menos, um gato. Ainda segundo o IBGE, existem mais cães de estimação do que crianças. Tais índices refletem num outro aspecto também
54
importante, que se refere ao número de animais de estimação (cães e gatos) abandonados e vivendo sob condições precárias nas cidades, tornando-se um problema no âmbito da saúde pública. O Projeto de Castração e Controle Populacional de Cães e Gatos no município de Salinas-MG foi iniciado em 2015 e, desde a sua constituição até o momento, muitos(as) tutores(as)
foram beneficiados(as), melhorando sua qualidade de vida, bem como a do seu animal e da comunidade em geral. O referido projeto tem como objetivo principal realizar a esterilização cirúrgica definitiva em cães e gatos de ambos os sexos, a fim de reduzir a população desses animais, diminuindo o número de abandonos e controlando as zoonoses por meio da conscientização da população.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Arquivo pessoal
Equipe do projeto em aula prática: realizando a cirurgia.
Revista de Extensão do IFNMG
Arquivo pessoal
Parte da equipe do projeto
A castração é realizada a partir de dois procedimentos cirúrgicos distintos: a ovariosalpingohisterectomia (OSH), praticada em fêmeas das espécies canina e felina e a orquiectomia, realizada nos machos de ambas as espécies.
dos pela presença dos hormônios estrógeno e progesterona. Já a orquiectomia consiste na retirada cirúrgica de ambos os testículos, sendo um procedimento realizado em um curto espaço de tempo e de rápida cicatrização.
Arquivo pessoal
Os(As) tutores(as) que demonstravam interesse foram cadastrados no projeto, com posterior agendamento do procedimento cirúrgico do animal. Antes da realização da cirurgia, os(as) tutores(as) receberam orientações sobre o pré e pós-cirúrgico, que incluíam o tempo de jejum e os medicamentos a serem administrados, quando necessário, respectivamente. Além disso, foram feitos exames de rotina (hemograma, exame parasitológico), com o objetivo de avaliar se os animais estavam aptos à realização da cirurgia. Foram beneficiados(as), no ano de 2019, 19 tutores(as) da comunidade interna e externa do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – Campus Salinas, além da parceria com o Canil Municipal de Salinas-MG. Realizou-se a esterilização cirúrgica de 35 animais, no período de maio a novembro do referido ano, sendo 26 da espécie canina (17 fêmeas e 9 machos) e 9 da espécie felina (3 fêmeas e 6 machos). A castração é realizada a partir de dois procedimentos cirúrgicos distintos: a ovariosalpingohisterectomia (OSH), praticada em fêmeas das espécies canina e felina e a orquiectomia, realizada nos machos de ambas as espécies. A OSH é uma técnica cirúrgica pela qual se retiram os ovários, tubas uterinas e útero, com o objetivo de diminuir o uso de injeções contraceptivas, já que estas aumentam as chances de desenvolver doenças reprodutivas, como a piometra (secreção purulenta intrauterina), tumores mamários e/ou de ovário e útero; evitar fugas e crias indesejadas, além de reduzir a incidência de doenças transmissíveis, como o TVT (Tumor Venéreo Transmissível). Com a realização da castração das fêmeas antes do primeiro cio (entre 4 e 6 meses, dependendo da espécie e porte do animal), há um decréscimo na predisposição do desenvolvimento de tumores, já que os receptores destes são estimula-
É importante salientar que, com a conscientização sobre posse responsável aliada a castração, diminui-se o número de animais abandonados, contribuindo diretamente para o controle de zoonoses, como leishmaniose e raiva. Sabe-se ainda 55
Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
Parte da equipe do projeto na Semana de Iniciação Científica (SIC) no IFNMG Campus Pirapora.
Bolsista do projeto e orientador Walter Octaviano Bernis Filho, na Mostra de Extensão no IFNMG - Campus Salinas 56
que a orientação sobre bem-estar animal deve ser estimulada, já que é crescente a preocupação com uma melhor qualidade de vida do(a) tutor(a) e do seu animal de estimação. As cinco liberdades que visam ao bem-estar animal incluem manter os animais livres de: fome e sede; desconforto físico e de dor; injúrias ou doenças; medo e estresse; não poderem manifestar seus padrões comportamentais característicos da espécie. Os resultados alcançados por este projeto foram, além da conscientização da comunidade, o enriquecimento e aprimoramento teórico-prático da equipe envolvida, tornando-os(a) médicos(as) veterinários(as) mais cientes e capacitados(as). O projeto hoje tem novas perspectivas já que antes contava com uma estrutura simples e limitada, e, agora, possui o Hospital Veterinário, recém-construído, possuindo um amplo espaço, além de estar bem equipado, possibilitando um atendimento de melhor qualidade e maior eficiência.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Entre os resultados fáticos produzidos pelo presente projeto, destaca-se o desenvolvimento das habilidades comunitárias de produção de alimentos seguros e saudáveis, em destaque, a produção de geleias doce.
Arquivo do projeto
Coordenador: Ricardo dos Santos Silva Voluntários: Clara Lelis Porto Chaves e Larissa Dias Pinheiro Colaboradores: Geraldo Magela Matos e Edilene Alves Barbosa Texto: Ricardo dos Santos Silva, Geraldo Magela Matos e Edilene Alves Barbosa Campus: Salinas
Projeto
Mudas para preservar e (re)construir: doação e plantio de mudas frutíferas A diversidade sociocultural do Vale do Jequitinhonha motivou inicialmente a realização do projeto de extensão “Cultura alimentar e sustentabilidade na produção de alimentos saudáveis: resgate de práticas culinárias e fomento da segurança alimentar em comunidades quilombolas na mesorregião do Vale do Jequitinhonha”. Porém, a realidade paradoxal da região, marcada também pelos déficits ambientais, levou a uma ampliação do escopo do projeto, pois identificou-se a escassez de cobertura do solo por vegetação arbórea, arbustiva e herbácea. Nesse sentido, foi realizado plantio de mudas, especialmente arbóreas e frutíferas, para mitigar a carência de árvores nativas em geral, principalmente em áreas degradadas e acidentadas, e frutíferas para a formação de pomares com frutas nativas do cerrado e formação de viveiro para propagação vegetativa mediante técnicas de enxertia e estaquia. Ações que possibilitam o aumento da produção de frutos e o seu beneficiamento para comercialização.
A
partir da realização do projeto de extensão “Cultura alimentar e sustentabilidade na produção de alimentos saudáveis: resgate de práticas culinárias e fomento da segurança alimentar em comunidades quilombolas na mesorregião do Vale do Jequitinhonha”, que contou com apoio financeiro do CNPq – Chamada CNPq/MCTIC Nº 016/2016 - SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO ÂMBITO DA UNASUL, foram estabelecidas relações de confiança e reciprocidade com as comunidades Revista de Extensão do IFNMG
quilombolas. À medida que compreendemos melhor a realidade das comunidades, as relações que estabeleceram com o meio ambiente e os déficits que vivenciam, identificamos a escassez de cobertura do solo por vegetação arbórea, arbustiva e herbácea, diante do próprio processo histórico de exploração dos recursos naturais presentes no território de várias comunidades quilombolas, para fins de aproveitamento de madeira e minerais, bem como de utilização da área desnuda para forma-
ção de pastagens. Outro momento que corroborou a constatação do déficit de vegetação nos territórios ocorreu durante a execução dos cursos de extensão voltados para a “Cultura Alimentar e Sustentabilidade na Produção de Alimentos Saudáveis”, conforme relatado no tópico anterior. Durante a execução dessa atividade de extensão, foi perceptível, a partir dos relatos, a falta de árvores frutíferas, árvores para sombreamento, além de árvores com a função de “quebravento”. 57
Folder do Curso “Cultura Alimentar e Sustentabilidade na Produção de Alimentos Saudáveis”, realizado em Araçuaí-MG.
Arquivo do projeto
Acadêmicas ministrando a palestra sobre as Boas Práticas de Manipulação, na cidade Araçuaí-MG.
Cabe salientar, entre os resultados fáticos produzidos pelo presente projeto, o desenvolvimento das habilidades comunitárias de produção de alimentos seguros e saudáveis, em destaque, a produção de geleias doce. O ensino das técnicas de produção desses alimentos, contemplando o início do processo produtivo até o final, com armazenamento adequado em embalagens prontas para a comercialização, ou seja, a possibilidade de beneficiamento e agregação de valor aos produtos, incentivou algumas famílias a vislumbrarem uma fonte de renda. Entretanto, a proposta dos minicursos assentou no aproveitamento de matérias-primas e recursos locais, isto é, 58
utilização de frutos nativos da região em conformidade com as condições edafoclimáticas, assim como com as características hídricas. Os frutos nativos da região do Vale do Jequitinhonha, com predomínio do bioma cerrado, apresentam sabores sui generis, com notáveis teores de açúcares, proteínas, sendo suscetíveis à produção de sucos, licores, sorvetes, geléias e outros. Durante as visitas in loco, foi perceptível a ausência de árvores frutíferas, confirmada pelos(as) moradores(as) das comunidades quilombolas. Na oportunidade, também relataram a ausência de árvores de sombreamento, importantes para o enriquecimento da flora, bem como para
manutenção de locais com temperaturas amenas para produção de hortaliças e conservação de nascentes. Nesse sentido, surgiu a demanda, a partir do projeto em execução, de amenizar a carência de árvores nativas em geral, para plantio em áreas degradadas e acidentadas, quais sejam, frutíferas, para a formação de pomares com frutas nativas do cerrado, e formação de viveiro para propagação vegetativa, mediante técnicas de enxertia e estaquia. Com essas ações, seria possível aumentar a produção de frutos e seu beneficiamento para comercialização. Para angariar diferentes tipos de mudas frutíferas e para outros fins, os membros da equipe do projeto firmaram parcerias com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Salinas/MG, com a coordenação do curso de graduação em Engenharia Florestal do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais - Campus Salinas, bem como com um proprietário de viveiro particular na cidade de Salinas/MG. Todas as mudas foram doadas pelas instituições. Aproximadamente duzentas e cinquenta mudas de diferentes espécies nativas e de outros biomas foram cedidas a saber: mangaba, pequi, baru, cagaita, jenipapo, macaúba, jatobá-do-cerrado, gabiroba, buriti, araticum, maracujá, goiaba, manga, café, ninho, pata de vaca, coqueiro, bacabeira, umbu, uva, atenoia, caju, cajá, romã, jaca, acerola, graviola, pitanga, pitomba, pytaia, pinha, limão, limão doce, tamarindo, laranja campista, laranja flor, pokan, cana, mamão, jabuticaba, ipê de diversas cores, roseiras, citronela, corante, cidreira, oiti, coité, saboneteira, chama passarinho. Também no viveiro do IFNMG/Campus Salinas, foram disponibilizadas troceiras de vetiver, indicado para prevenção de erosões, e para possibilitar um solo mais estável – uma herbácea que se desenvolve em moita, pode atingir cerca de dois metros de altura e
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Arqui do projeto
Moradores(as) da comunidade foram capacitados(as) sobre o plantio e manejo das diversas plantas, com a utilização de fertilizante orgânico preparado na instituição.
Participantes do primeiro curso, Araçuaí-MG
cedido pela Secretaria Municipal de Agricultura da Prefeitura de Araçuaí. No dia 16 de maio de 2020, fomos até a Comunidade Quilombola do Baú para o plantio das mudas. Primeiramente, foram plantadas as mudas frutíferas no lugar onde a terra foi preparada, ou seja, o pomar frutífero. No entorno da sede da comunidade quilombola, foram plantadas mudas ornamentais. Diante da grande quantidade de mudas, foi possível formar dois pomares de mudas frutíferas. As mudas de árvores foram plantadas no entorno dos pomares, com objetivo de formação de sombra e quebra-vento, ou seja, redução da velocidade do vento. Basicamente, as mudas virarão árvores altas, algumas com postura ereta (para cima), crescimento rápido, raízes profundas (sistema radicular pivotante) e folhas perenes. Também
Arqui do projeto
cujas raízes podem penetrar até seis metros de profundidade. Moradores(as) da comunidade foram capacitados(as) sobre o plantio e manejo das diversas plantas, com a utilização de fertilizante orgânico preparado na instituição. As orientações foram a transferência das mudas pequenas para outras embalagens apropriadas; identificação das mudas após plantio para evitar o esquecimento; ferramentas adequadas para o manuseio durante o plantio e manejo; diante da quantidade de mudas, a necessidade de disponibilização de voluntários da comunidade para auxiliar no plantio; esterco; obtenção de substrato para mudas frutíferas (caso possível); aração do terreno para facilitar a perfuração dos buracos; e adubação, buracos de trinta centímetros de profundidade e vinte e cinco centímetros de largura, embebecimento dos buracos um dia antes do plantio para umedecer o solo. O espaçamento entre mudas frutíferas varia de três a quatro metros, recomendado quatro metros; espaçamento entre mudas de árvores para arborização variando entre cinco e seis metros, dependendo do local e exposição ao sol; nas proximidades de brejos e rios, o espaçamento para plantio de árvores pode variar de seis a dez metros. Quanto ao plantio das mudas de uva, era necessária a construção de estaleiro de, no mínimo, dez metros quadrados; para o plantio do maracujá, poderiam ser utilizadas as próprias cercas de arame existentes nos terrenos para poupar espaço. Na ocasião, foram disponibilizadas várias mudas para atender diversos objetivos, como sombreamento/ reflorestamento, ornamentais, medicinais e frutíferas, sendo que essa última com maiores quantidades de mudas. No dia 5 de maio de 2020, a vice-presidente da Comunidade Quilombola do Baú, localizada na zona rural do município Araçuaí/MG, buscou as mudas, utilizando caminhão
foram plantadas mudas de árvores nas proximidades de rios intermitentes e áreas de degradação de solo. Ressalta-se que, em razão das medidas de proteção para o enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus (COVID-19), algumas ações do projeto de extensão foram suspensas. As atividades de plantio que envolveriam todos os(as) moradores(as) da comunidade não foram executadas, a fim de se evitar aglomerações, tendo em vista a manutenção do isolamento e distanciamento social para deter a propagação do vírus. Dessa forma, ocorreu a concentração de serviços, sendo que os(as) participantes que atuaram nessa ação específica se incumbiram de multiplicar as informações em momentos oportunos, bem como de zelar pelas mudas e pela construção de viveiro próprio. 59
Projeto
Capacitação da população carcerária atendida pela Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) Salinas - MG para a produção de produtos de panificação
N
o Brasil, o(a) condenado(a) que adentra ao sistema penitenciário tradicional é marginalizado(a) e submetido(a) a condições precárias que dificultam ou ainda inviabilizam sua recuperação e reintegração social, tornando-o(a), por vezes, mais violento(a) e contribuindo para a rein-
60
Gabriela Silva
A reintegração social de ex-presidiários(as) é um grande desafio para a justiça restaurativa. Além do preconceito social, sua entrada no mercado de trabalho demanda certas especificações, como o mínimo de conhecimento técnico na área em que deseja atuar, ou mesmo experiência no ramo. Portanto, o objetivo deste trabalho foi realizar um curso para a população carcerária da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) da cidade de Salinas - MG, sobre boas práticas de manipulação de alimentos e fabricação de produtos de panificação. O conhecimento teórico foi ministrado na sala de aula Agroindústria II e a parte prática na Padaria do IFNMG - Campus Salinas. O projeto contemplou oito condenados e uma colaboradora, responsável pela fabricação dos alimentos da APAC. Todos os condenados consideraram importante a participação no curso e 89% afirmaram que poderiam utilizar o conhecimento adquirido na conquista de um emprego ou abertura de um empreendimento, após cumprirem suas penas. Quanto à avaliação geral do curso, 62,5% dos condenados avaliaram como “Excelente” e 37,5% como “Bom”.
Os acadêmicos Iuri Procópio Castro Brito, Fernanda Stefhany Alves Santos, Larissa Dias Pinheiro, Ana Luiza Palmeira Amorim e Clara Lelis Porto Chaves, acadêmicos do IFNMG campus Salinas, após a apresentação oral do projeto no Fórum Franco-Brasileiro Ciência e Sociedade no Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí.
Ana Luiza Palmeira Amorim
A acadêmica do curso de Ciências Biológicas, Fernanda Stefhany Alves Santos, explicando sobre os tipos de perigos (físicos, químicos e biológicos) que podem ser veiculados pelos alimentos, caso as Boas Práticas de Manipulação não sejam realizadas durante a produção de alimentos.
Coordenadora: Bruna Castro Porto Voluntária: Ana Luiza Palmeira Amorim, Clara Lelis Porto Chaves, Fernanda Stefhany Alves Santos, Iuri Procópio Castro Brito e Larissa Dias Pinheiro Texto: Bruna Castro Porto Campus: Salinas
Revista de Extensão do IFNMG
Recuperandos aprendendo sobre como posicionar os pães na assadeira.
Bruna Castro Porto
Recuperandos aprendendo a utilizar o equipamento de moldagem do pão francês, após o preparo da massa. Autora da foto:
Bruna Castro Porto
cidência (WEBER, 2017). De acordo com Weber (2017), a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), “surge como alternativa viável na redução da violência que atinge os presos durante o cumprimento de sua pena”, garantindo o princípio da dignidade humana previsto no art. 1° da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988). Em São José dos Campos, no ano de 1972, no presídio de Humaitá, o jornalista e advogado Mário Ottoboni liderou a criação da APAC – Amando o Próximo Amará a Cristo – com a ajuda de um grupo de voluntários cristãos, que objetivava evangelizar e apoiar moralmente os presidiários. Após dois anos, a equipe criou a APAC – Associação de Proteção e Assistência aos Condenados – entidade jurídica sem fins lucrativos, com a finalidade de: contribuir com a justiça na aplicação da pena; auxiliar na recuperação do preso; socorrer as vítimas; propiciar a humanização das prisões, sem desconsiderar o propósito punitivo da pena; e, desenvolver a justiça restaurativa, reintegrando o condenado ao convívio social (FBAC, 2019). Atualmente, são 53 unidades (8 femininas e 45 masculinas) espalhadas em todo território nacional que atendem 3.102 recuperandos(as) cumprindo pena (91% homens e 9% mulheres) (FBAC, 2020). Cada preso(a) na APAC promove um gasto público três vezes menor que o sistema penitenciário tradicional. Além do baixo custo, há os benefícios de poucas fugas, inexistência de violência e rebeliões e baixo índice de reincidência (FBAC, 2019). A média de reincidência de um(a) preso(a) da APAC é de 15%, valor muito inferior à média nacional (80%) e internacional (70%) (FBAC, 2020). Os(As) recuperando(as)s, como são chamados(as) os(as) detentos(as) da APAC, diariamente, trabalham, estudam e se profissionalizam (FBAC, 2019). A profissionalização é extremamente relevante para a reinserção dos(as) condenados(as) à sociedade após o cumprimento de suas penas.
Em 2019, houve um crescimento de 2,65%, o equivalente ao faturamento de 95 bilhões de reais, no segmento de panificação e confeitaria brasileiro quando comparado a 2018. De acordo com o Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC), o setor promove 800 mil empregos diretos e 1,8 milhão de empregos indiretos (ITPC, 2018). A média salarial de um(a) funcionário(a) de uma padaria é de R$ 1.414,00 (ABIP, 2020), com a média de 12 funcionários(as) por empresa (ITPC, 2020). Observados esses dados, a criação de uma capa-
citação em panificação e confeitaria apresenta-se como uma alternativa valorosa de curso profissionalizante para pessoas desempregadas, como serão os(as) ex-presidiários(as) das APAC ao final de suas penas. O projeto objetivou capacitar os recuperandos da APAC - Salinas - MG, para a produção de produtos de panificação, por meio da realização de um curso de 12 horas. Primeiramente, os recuperandos assistiram a uma palestra de 4h de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos, apresentada por acadêmicos(as) do curso de 61
Iuri Procópio Castro Brito
Engenharia de Alimentos e de licenciatura em Ciências Biológicas, pela qual os ouvintes aprenderam sobre os tipos de perigos que um alimento pode veicular para os(as) consumidores(as) e como estes podem ser minimizados ou extintos, a importância do cumprimento das etapas de higienização pessoal, ambiental e operacional, entre outros. No segundo dia, os recuperandos participaram de um curso prático de 4 h de elaboração de pão francês, ministrado pelo padeiro do campus, o senhor Rosivaldo, acompanhado pela coordenadora do projeto, professora Bruna, e pelos(as) acadêmicos(as). No último encontro, os recuperandos tiveram um curso prático de produção de rocambole doce recheado e pão de queijo, de 4 h, sob orientação de Amarildo, funcionário do campus, e monitoria dos(as) acadêmicos(as). Após o curso, os recuperandos responderam um questionário avaliativo, em que todos consideraram importante a participação no curso e 62
Clara Lelis Porto Chaves
O projeto objetivou capacitar os recuperandos da APAC - Salinas - MG, para a produção de produtos de panificação, por meio da realização de um curso de 12 horas.
No último encontro, os recuperandos tiveram um curso prático de produção de rocambole doce recheado e pão de queijo, de 4 h.
89% afirmaram que poderiam utilizar o conhecimento adquirido na conquista de um emprego ou abertura de um empreendimento após cumprirem suas penas. Quanto à avaliação geral em relação ao curso, 62,5% dos condenados avaliaram como “Excelente” e 37,5% como “Bom”. De 21 a 25 de outubro de 2019, os(as) acadêmicos(as) Ana Luiza Amorim, Clara Chaves, Iuri Brito e Larissa Pinheiro, do curso de Engenharia de Alimentos e Fernanda Santos, do curso de licenciatura em Ciências Biológicas, compareceram ao Fórum Franco-Brasileiro Ciência e Sociedade no Instituto Federal (IF) Goiano – Campus Urutaí, para divulgação do projeto “Capacitação da população carcerária atendida pela Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) Salinas – MG, para a produção de produtos de panificação”, com uma apresentação oral e participação no evento. Esse fórum é bianual e reúne estudantes, professores(as) e pesquisadores(as) brasi-
leiros(as) e franceses(as), sendo alternada a sua realização entre a França e o Brasil. O evento visa contribuir para a formação e enriquecimento da cultura científica jovem, desmistificando a ciência e o trabalho do(a) pesquisador(a). Nesta edição, discutiram-se os temas Mudanças Climáticas, Alimentação Saudável e Biodiversidade, por meio de palestras e minicursos. Também foram realizadas visitas técnicas que permitiram aos(às) participantes conhecerem alguns aspectos da agropecuária e biodiversidade da região. De acordo com os(as) estudantes, foi uma experiência impossível de ser descrita em palavras. O evento superou todas as expectativas que tínhamos e colaborou para o nosso desenvolvimento pessoal e acadêmico. Além disso, a participação no fórum permitiu a aproximação entre docentes e discentes do IFNMG dos Campi Salinas, Januária, Montes Claros e Almenara, de outros IF do Brasil e de instituições de ensino da França.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Luara Cristiane Dourado Neves Bolsistas: Daniel Braga Veloso e Gabriel Henrique Viana da Mata Voluntários: Anna Júlia Costa Lauton, Luis Felipe Veloso Braga e Danilo Rafael Rocha Silva Colaborador: Caribe Zampirolli de Souza Texto: Neila Marcelle Gualberto Leite Campus: Teófilo Otoni
Luara Cristiane Dourado Neves
O projeto “Vamos reciclar?” propôs uma roda de conversa sobre a importância da reflexão quanto a nossa responsabilidade na geração e manejo de resíduos e também apresentou uma dinâmica de classificação de resíduos com alunos(as) do 4º ano.
Projeto
Experiência de curricularização da Extensão: Educação Ambiental na Comunidade Adjacente ao IFNMG Campus Teófilo Otoni
Alunos(as) do Curso Técnico em Meio Ambiente integrado ao Ensino Médio executaram diferentes projetos temáticos de Educação Ambiental em diferentes espaços da comunidade escolar e extraescolar, articulando elementos dos universos da escola e da sociedade. Além de fomentar o diálogo de saberes e práticas entre escola-comunidade, a proposta da pedagogia de projetos teve como objetivo aprimorar o processo formativo dos(as) discentes, enriquecendo seu repertório profissional enquanto agentes técnico-científicos(as), e também políticos(as).
Revista de Extensão do IFNMG
Projeto “Natureza, nossa casa”, finalizado com o plantio de uma muda de ipê. Luara Cristiane Dourado Neves
C
omo parte dos requisitos finais para aprovação na disciplina Vigilância em Saúde Ambiental e Epidemiologia, alunos(as) dos 2º ano do Curso Técnico em Meio Ambiente Integrado ao Ensino Médio executaram projetos de Educação Ambiental em diferentes espaços da comunidade escolar e extraescolar. Os grupos assumiram o protagonismo das ações, sendo responsáveis pela proposição, planejamento e execução dos projetos, articulando o currículo escolar às iniciativas de transformação social local. Os proje-
tos foram executados nos seguintes locais: Escola Municipal São Cristóvão (localizada nas adjacências do campus), IFNMG e Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) no Bairro Viriato, entre os meses de novembro e dezembro de 2019. O projeto “Higiene Bucal” teve, como propostas, roda de conversa, contação da história “O jacaré com dor de dente” e confecção de um painel de alimentos cariogênicos junto aos(às) alunos(as) da Educação Infantil da Escola Municipal São Cristóvão. 63
Projeto “Oficina de brinquedos”, confecção de bonecos com material reciclável com as crianças do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) Bairro Viriato .
Luara Cristiane Dourado Neves
Cristina Jardim Rodrigues
Discussão com os alunos sobre os resultados da prática revelador ácido-base, usando repolho roxo
Luara Cristiane Dourado Neves
Projeto “Oficina de brinquedos”, confecção de bonecos com material reciclável com as crianças do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) Bairro Viriato .
64
Os(As) alunos(as) do projeto “Natureza, nossa casa” apresentaram palestra educativa, quiz, varal de desenhos, apresentação musical, finalizando com o plantio de uma muda de ipê. Tal projeto foi executado junto a alunos(as) do 3º ano da Escola Municipal São Cristóvão. O projeto “Lixo amigo” apresentou Teatro com Fantoches e fez uma dinâmica de classificação de resíduos com alunos(as) do 3º ano da Escola Municipal São Cristóvão. Ainda, nessa escola, o projeto “Vamos reciclar?” propôs uma roda de conversa sobre a importância da reflexão quanto a nossa responsabilidade na geração e manejo de resíduos e também apresentou uma dinâmica de classificação de resíduos com alunos(as) do 4º ano. Os(As) alunos(as) responsáveis pelo projeto “Plantando ideias, colhendo resultados” expuseram uma palestra educativa sobre o cultivo de hortaliças em pequenos espaços e, junto a discentes do 5º ano, mon-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Luara Cristiane Dourado Neves Luara Cristiane Dourado Neves
O projeto “Higiene Bucal” teve, como propostas, roda de conversa e contação da história “O jacaré com dor de dente”.
taram um exemplar de suporte para Horta Vertical, com a utilização de material reciclável. No âmbito do IFNMG, foram realizados 3 projetos: 1. Roda de conversa sobre práticas do vegetarianismo e degustação de pratos sem ingredientes de origem animal; 2. Palestra e Jogo de Tabuleiro Humano sobre o tema: Crise Hídrica; 3. Pesquisa sobre o Nível de Conscientização Ambiental, para alunos(as) e servidores(as) do campus. No Centro de Artes e Esportes Revista de Extensão do IFNMG
Unificados (CEU), Bairro Viriato, o grupo conduziu uma Oficina de Confecção de Brinquedos, utilizando material reciclável junto às crianças da comunidade. Segundo a Profª Luara Cristiane Dourado Neves, “além de fomentar o diálogo de saberes e práticas entre escola-comunidade, a proposta da pedagogia de projetos teve como objetivo aprimorar o processo formativo dos discentes, enriquecendo seu repertório profissional enquanto agente técnicocientífico, mas também político”.
O projeto “Lixo amigo” apresentou Teatro com Fantoches e fez uma dinâmica de classificação de resíduos com alunos(as) do 3º ano da Escola Municipal São Cristóvão.
Luara Cristiane Dourado Neves
Projeto “Roda de conversa sobre práticas do vegetarianismo”.
65
Durante as aulas, foram trabalhados temas como história dos computadores, empresas importantes, novas tecnologias e seus impactos e componentes de hardware e software.
Coordenadora: Fernanda Pereira Santana Bolsistas: Wemerson Henrique de Oliveira e Vitor Gabriel Mendonça Barbosa Colaborador: Leandro Corrêa Magalhães Texto: Fernanda Pereira Santana, Vitor Gabriel Mendonça Barbosa e Wemerson Henrique de Oliveira Campus: Avançado Porteirinha
Projeto
Informática básica para alunos do ensino fundamental da Escola Estadual Neco Lopes
A informática desempenha um papel fundamental na sociedade. Computadores e internet se tornam cada vez mais essenciais para a vida moderna. Infelizmente, muitas pessoas ainda não têm instrução ou condições de usar tais recursos. Pensando nisso, este trabalho teve o objetivo de promover o acesso e conhecimento básico de informática e tecnologia para discentes da Escola Estadual Neco Lopes. O projeto contou com a participação de 20 estudantes da rede pública de ensino de Porteirinha, com idade entre 8 a 10 anos, cursando o Ensino Fundamental. O projeto foi bem-sucedido, uma vez que foi capaz de superar as dificuldades educacionais, na área da tecnologia, enfrentados pelos(as) alunos(as) e por ter possibilitado a realização de atividades que desenvolvessem os aspectos intelectuais, criativos e socioeducativos.
A
informática desempenha um papel fundamental na sociedade em que vivemos, computadores estão em todos os lugares e a internet se torna cada vez mais essencial para a vida moderna. Infelizmente, mesmo que o acesso às ferramentas tecnológicas esteja se democratizando, muitas pessoas ainda não têm condições ou conhecimento para usar tais recursos. Pensando nisso, foi proposta a oferta do projeto de Extensão, intitulado “Informática Básica para alunos do Ensino Fundamental da E. E. Neco Lopes”, que teve, como objetivo, promover o acesso e aprendizagem básica de informática e tecnologia a alunos(as) da Escola Estadual Neco Lopes.
66
O projeto proporcionou o desenvolvimento das noções tecnológicas, o estímulo à pesquisa, a responsabilidade com os computadores e os cuidados na navegação na internet.
O projeto foi realizado no período de maio a dezembro do ano de 2019, nas terças e quintas-feiras, no período matutino, e contou com a participação de 20 (vinte) alunos(as) da rede pública de ensino de Portei-
rinha, com idade entre 8 a 10 anos, cursando o Ensino Fundamental. Para a sua execução, foi realizado contato com a direção da Escola Estadual Neco Lopes, que mostrou interesse em participar do projeto.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
O projeto promoveu o acesso e conhecimento básico de informática e tecnologia a alunos(as) da Escola Estadual Neco Lopes.
Após esse contato inicial, a direção da escola indicou vinte alunos(as), dos 3º e 4º anos do Ensino Fundamental, para participarem do projeto. Posteriormente, a equipe do projeto realizou as inscrições dos(as) candidatos(as) no IFNMGCampus Avançado Porteirinha, em dias e horários previamente combinados. Para planejamento das ações, foram realizadas reuniões entre os bolsistas e a coordenadora do projeto para explicação do projeto, metodologias, treinamento e informes gerais. As aulas aconteceram nas dependências do Campus Avançado Porteirinha e foram trabalhados temas como: história dos computadores, empresas importantes, novas tecnologias e seus impactos e componentes de hardware e software. Uma vez que o conhecimento teórico foi assimilado pelos(as) alunos(as), deu-se início às aulas práticas, sobre as funções, usos e possibilidades dos diferentes programas do computador, incluindo uma suite Office e gerenciamento de arquivos no Revista de Extensão do IFNMG
A informática desempenha um papel fundamental na sociedade, computadores e internet se tornam cada vez mais essenciais para a vida moderna.
computador, além de navegação e pesquisa na internet. Buscou-se estimular o contato dos(as) discentes com o computador e a sua utilização nas atividades cotidianas e escolares. O projeto finalizou com excelentes resultados, dentre eles o desenvolvimento das noções tec-
nológicas, o estímulo à pesquisa, a responsabilidade com os computadores e outros equipamentos tecnológicos e os cuidados na navegação na internet. Além disso, possibilitou a realização de atividades que desenvolvessem os aspectos intelectuais, criativos e socioeducativos. 67
Curso de Composteira Doméstica. Oficineiro demonstrando como fazer a composteira.
Coordenadora: Ana Paula Silva Nascentes Nunes Bolsista: Silvana Vanessa Ramos Texto: Ana Paula Silva Nascentes Nunes e Silvana Vanessa Ramos Campus: Pirapora
Projeto
Projeto Institucional de Sustentabilidade Ambiental Eixo Resíduos Sólidos - IFNMG - Campus Pirapora A necessidade de se trabalhar a educação ambiental é contínua e deve sempre ser retomada nas instituições, pois além do esquecimento por parte das pessoas, pode ocorrer um comodismo em torno da destinação correta dos resíduos sólidos. Sendo assim, foi realizado o Projeto de Sustentabilidade Ambiental, campanha baseada nos resultados do questionário aplicado para estudantes e servidores(as) do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG do Campus Pirapora – MG.
C
om o aumento da conscientização ambiental, pela sociedade, tem-se uma busca por métodos construtivos que reduzam desperdícios e incorporem matéria renovável, minimizando a quantidade de materiais responsáveis por grandes impactos ambientais, tanto na fabricação, quanto na utilização e descarte. O projeto de sustentabilidade ambiental teve o objetivo de ampliar os conhecimentos sobre sustentabilidade ambiental das pessoas vinculadas ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Pirapora e arredores.
68
Curso de Composteira Doméstica. Oficineiro demonstrando como realizar a mistura da matéria-prima para inserir na composteira.
Para início do projeto e reconhecimento do público, foi aplicado um questionário, a que as classes docente, discente e técnico-administrativa foram convidadas a responder. Foram obtidas 86 respostas, sendo 72% delas de estudantes dos cursos superiores e 17,4% de servidores(as) técnico-administrativos(as), na faixa etária dos 19 aos 50 anos. Dos resultados, podemos destacar, quanto ao descarte de lixo, que 69,8% dos(as) entrevistados(as) destinam o lixo produzido em sua residência para a coleta urbana e 25,6% separam o lixo para a coleta seletiva. Já em relação ao
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Daniela Faustin Carvalho
lixo produzido no campus, 44,2% procuram por lixeiras pelo campus, 36% guardam o lixo para, posteriormente, destinarem ao recipiente adequado e 16,3% jogam em qualquer lugar. Quando perguntados(as) sobre os termos utilizados no processo de cuidados com o meio ambiente (reciclar, reutilizar e reaproveitar), foi constatado que 90,7% conhecem o significado das palavras e 9,3% não. Aos(Às) que conheciam o conceito, perguntou-se sobre a importância dessas ações: 73% acham muito importante e 7% são indiferentes. Sobre o significado do termo coleta seletiva, 80,2% entendem que é um processo de separação dos materiais do lixo e 60,5% que é uma alternativa para minimizar os impactos ambientais. Ao perguntar se os(as) entrevistados(as) separariam o lixo, caso houvesse a coleta seletiva no seu município, 93% disseram que sim e 7% que não. Ao responderem como é realizada a reutilização de materiais em casa, 53,5% disseram que usam as garrafas pet, 39,5% usam as sacolas plásticas, 10,5% utilizam caixas de leite, 31,4% não utilizam os materiais por não saberem como e 3,5% não os reaproveitam. A partir dos resultados obtidos, foram elaboradas postagens para compartilhamento nas redes sociais. As postagens iniciaram com o lançamento de campanha que dava destaque à importância de se reduzir a produção de resíduos, a partir da escolha de produtos feitos com o menor número de materiais que pudessem ir para o lixo; além disso, a necessidade de separação do material orgânico do inorgânico, reciclável do não reciclável. Dentre as várias postagens realizadas, cabe destacar: uma breve explicação sobre os conceitos de reciclagem, reutilização e redução: reciclar é o processo de transformação dos resíduos sólidos, que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas,
Post de abertura da Campanha de Conscientização.
Post de divulgação do curso de Compostagem Doméstica. 69
Curso de Composteira Doméstica. Oficineiro passando informações teóricas.
Recipientes depois de receberem adesivos informativos de tipos de material.
com o objetivo de transformá-los em insumos ou novos produtos; reaproveitar é uma questão de consciência e criatividade; já reutilizar é uma das formas de se evitar o descarte do que não é lixo; e reduzir quer dizer economizar, de todas as formas possíveis, a fim de minimizar a produção de resíduos e diminuir o consumo e o desperdício. Posteriormente, foi abordado o tema da coleta seletiva, explicando que é um processo de recolhimento de materiais recicláveis, de acordo com sua composição, se70
parados na fonte, cuja aplicação depende da colaboração de toda a comunidade. Foram destacados também sua importância para a comunidade e seus benefícios. Após a coleta seletiva, foi explicado o código de cores para os diferentes tipos de resíduos; foram colocadas novas legendas nas lixeiras para a coleta seletiva contidas no IFNMG – Campus Pirapora, uma vez que não havia mais indicação do tipo de material a ser descartado em cada compartimento. Para a finalização do projeto, foi
realizado um minicurso sobre compostagem doméstica. O curso foi ministrado na Fundação Caio Martins (Fucam) de Buritizeiro-MG, com o apoio da co-coordenadora da Fucam, Maria Alice Corrêa Oliveira de Souza e conduzido por Thiago Abreu de Sá (consultor Lixo Zero, credenciado pelo Instituto Lixo Zero do Brasil - ILBZ e fundador do projeto Fora da Caixa EcoLoja). A divulgação do minicurso foi realizada no Campus Pirapora e na Fundação Caio Martins, sendo aberto para toda a população. No minicurso, foram ensinados os tipos de rejeitos que podem ser descartados em uma composteira doméstica e sua ordem, além dos tipos de composteiras existentes. Os(As) participantes do minicurso tiveram uma participação ativa. Ao final do minicurso, foi realizada uma prática, em que foi feita uma composteira doméstica, e foi demonstrado como realizar a mistura da matéria-prima para a produção de adubo.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Celimar Reijane Alves Damasceno Paiva Bolsista: Karolina Gonçalves Brito Voluntárias: Pollyana Gonçalves Brito e Geane Silva Cruz Colaboradora: Lilian Isabel Ferreira Amorim Texto: Celimar Reijane Alves Damasceno Paiva, Lilian Isabel Ferreira Amorim, Karolina Gonçalves Brito, Pollyana Gonçalves Brito e Geane Silva Cruz Brincando de roda e Campus: Januária resgatando memórias.
Presença de outros voluntários, familiares de membros da equipe .
Projeto
Pollyana Gonçalves Brito
A arte como agente transformador da realidade para idosos do abrigo Lar João XXIII O abrigo LAR JOÃO XXIII é uma associação beneficente e filantrópica, sem fins lucrativos, que atende idosos(as) que não podem ser acolhidos(as) pela família ou entidade pública. O objetivo do trabalho foi promover, por meio da arte, um processo de “reconstrução” emocional e, principalmente, recuperar a autoestima desses(as) idosos(as). Nessa perspectiva, foram realizadas oficinas quinzenais, em grupo e individuais, com 14 participantes, com foco em pintura, desenhos, jogos, danças, teatro e músicas. O projeto promoveu, por meio dos encontros, o convívio entre gerações diferentes, valorização e respeito à classe idosa e humanização do espaço.
Revista de Extensão do IFNMG
Geane Silva Cruz
O
envelhecer faz parte da vida, corresponde a uma fase do curso da vida permeada por mudanças físicas, psicológicas e sociais, que acometem cada pessoa de forma muito peculiar (PESTANA; SANTOS, 2007). A institucionalização torna o(a) idoso(a) isolado(a) da sociedade, o que pode ocasionar a diminuição de sua autoestima, causando a perda da identidade e, por consequência, fazendo com que ele(a) se sinta desvalorizado (SOUZA et al., 2015). Diante disso, surgiu a ideia de pro-
A arte, como forma de expressão e comunicação, também apresenta potencial terapêutico.
mover oficinas de arte, como uma forma de socialização e de expressão em nossa cultura. Atualmente, além dessas funções, a arte apresenta uma função terapêutica (BARBOSA, 2010). O projeto foi realizado no ano de 2019, para atender os(as) idosos(as) do abrigo Lar João XXIII, situado no município de Januária-MG. A equipe colaboradora do projeto teve como meta estimular, nos(as) idosos(as), por meio das atividades artísticas, a reativação da memória e o crescimento interpessoal e afetivo. 71
Ao longo do projeto, foram realizadas oficinas quinzenais com temáticas diferentes. No primeiro encontro, houve uma roda de conversa para conhecer o perfil de cada 72
Geane Silva Cruz
Um fator desafiador para a execução do projeto foi a ausência de mobilidade, além de problemas de memória.
Edney Canuto Paiva
As atividades realizadas em grupo são fundamentais para manter a estabilidade social dos(as) idosos(as), impedindo seu isolamento.
participante, assim como suas capacidades e limitações, para que as atividades pudessem ser desenvolvidas de maneira adequada. Nos demais encontros, houve ofi-
cinas de pintura e confecção de instrumentos musicais, feitos a partir de materiais recicláveis. Também foram repassados jogos de tabuleiro, danças folclóricas e músicas. No encontro de encerramento, foi elaborada uma peça teatral pela equipe do projeto, com o objetivo de retratar a importância e a valorização da classe idosa para a sociedade. O projeto proporcionou, aos(às) idosos(as) da instituição, situações que lhes permitiram conhecer e vivenciar novas possibilidades, favorecendo o desenvolvimento da observação, da percepção e da criatividade, além de levar mais alegria, bem-estar, sociabilidade e lazer a eles(as). As oficinas foram realizadas no refeitório da instituição, o que foi bastante positivo, porque, nesse momento, os(as) idosos(as) podiam sair de seus quartos e se juntarem
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Para a equipe colaboradora, o convívio com a classe idosa aflorou uma nova percepção para a vida social, com mais humanização e respeito.
Quando gerações se encontram e apreendem uma com a outra.
Pollyana Gonçalves Brito
em um espaço comum. Observamos que as relações interpessoais entre eles(as) eram bem superficiais, conversavam pouco entre si e, por isso, promovemos a roda de conversa, para incentivá-los(as) a conversar mais e contar as suas estórias. Ao longo do desenvolvimento das oficinas, percebemos que o desenho era a atividade que mais os(as) atraía, porque, enquanto desenhavam, era possível ver a satisfação na face deles(as). Durante as oficinas, além das atividades previstas, ocupamo-nos em sentar perto do grupo, ouvir as estórias, e construir uma relação de afeto, amizade e de bem-querer. Um fator desafiador para a execução do projeto foi a ausência de mobilidade por parte de alguns(mas) idosos(as), assim como os problemas de memória. Foram necessários mais atenção e cuidado por parte da equipe, principalmente durante a realização das oficinas, que precisaram se adequar à realidade do público-alvo, para que a maioria pudesse participar. Para a equipe colaboradora, o convívio com os(as) idosos(as) aflorou uma nova percepção para a vida social, com mais humanização e respeito.
Karolina Gonçalves Brito
Pollyana Gonçalves Brito
A oficina de desenhos era a preferida dos(as) idosos(as).
73
Orientador, bolsista e voluntários(as) plantando na praça da Igreja Catedral, em Januária/MG
Danilo Pereira Ribeiro
Coordenador: Danilo Pereira Ribeiro Bolsista: Adriana Mendes de Souza Voluntários: Héricles Ferreira Dias, Marcos Ribeiro de Alcântara, Miriã Laís da Silva, Sebastião Rafael Netto , Vinícius Rodrigues dos Santos e José Luiz Magalhães de Souza Filho Texto: Danilo Pereira Ribeiro Campus: Januária
Projeto
Flor do Sertão:
paisagismo sustentável com espécies ornamentais nativas O projeto Flor do Sertão propõe melhorar o ambiente de praças do município de Januária e áreas de jardim do IFNMG, campus Januária, a partir da produção de mudas e plantio de espécies ornamentais nativas, promovendo melhorias na qualidade de vida da população, do ambiente, aprendizagem e educação ambiental para valorização das belezas regionais e despertar o sentimento de pertencimento.
74
Plantio no IFNMG, campus Januária, no lado direito do prédio do ensino médio. Estudantes do terceiro ano do curso técnico em meio ambiente
Danilo Pereira Ribeiro
O
projeto Flor do Sertão, desenvolvido por estudantes do IFNMG, campus Januária, produziu mais de 800 mudas de 14 espécies ornamentais, que se dividem ainda em mais de 25 tipos de cores e formas das folhas, muitas delas nativas e todas adaptadas às condições semiáridas, como as alamandas e as bouganviles. As plantas foram produzidas em caixas de leite para reaproveitar essa embalagem que não é reciclável. O material propagativo foi obtido na cidade de Januária, para que os estudantes pudessem perceber a disponibilidade local de belas plantas e bem adaptadas.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Estudantes do primeiro ano do curso técnico em meio ambiente do IFNMG, auxiliando no plantio de mudas na entrada da instituição. Estudantes do segundo ano do ensino médio técnico em meio ambiente do IFNMG, campus Januária, auxiliando no plantio de mudas de espécies ornamentais.
Danilo Pereira Ribeiro
Os estudantes aprenderam a produzir as mudas e cuidaram delas até atingirem tamanho adequado para plantio que foi realizado no início do período chuvoso, pelos voluntários com a participação dos estudantes do curso Técnico em Meio Ambiente do IFNMG campus Januária. Além do plantio no IFNMG, os voluntários do projeto plantaram as mudas produzidas em três praças da cidade, sendo elas a praça da Igreja Catedral Nossa Senhora das Dores, no centro da cidade, na praça de Esportes do bairro Jadete, importante local de entretenimento na cidade e numa praça ao lado da faculdade particular SEIVA, onde circulam muitas pessoas. E também foi realizado o plantio na Escola Estadual do Boa Vista, bairro próximo ao IFNMG campus Januária.
Danilo Pereira Ribeiro
Danilo Pereira Ribeiro
Bolsista e voluntários(as) apresentando o projeto no evento “IF na praça”, realizado pelo IFNMG/Campus Januária.
75
Danilo Pereira Ribeiro
Danilo Pereira Ribeiro
Danilo Pereira Ribeiro
Danilo Pereira Ribeiro
O projeto promoveu capacitação com os estudantes envolvidos sobre as espécies mais adaptadas para a região e suas vantagens, além de discutir a importância do paisagismo sustentável para a melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento do sentimento pertencimento, considerando que a beleza das plantas nos alegra e por isso deixa os ambientes mais valorizados e agradáveis. Mesmo com poucas chuvas nos meses de plantio, no final do ano 2019, as plantas cultivadas estão se desenvolvendo bem, pois são adaptadas ao clima local.
Mudas plantadas na praça da Igreja Catedral, em Januária/MG
76
Danilo Pereira Ribeiro
Danilo Pereira Ribeiro
Plantio de mudas no IFNMG, ao lado do prédio administrativo, por estudantes do segundo ano do ensino médio técnico em meio ambiente.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Elisa Martins Belém Vieira Bolsista: Karolina Gonçalves Brito Voluntária: Camila Rodrigues Rocha Colaborador: Geraldo Magela Matos Texto: Elisa Martins Belém Vieira Campus: Januária
Projeto
Fortalecimento da luta dos jovens xakriabá na busca pelo ensino superior: preparando para o ENEM Este projeto objetivou oferecer um suporte pedagógico a docentes do IFNMG, para trabalho com alunos(as) Xakriabá interessados(as) em prestar o ENEM. Para isso, propuseram-se metodologias participativas para desenvolver as atividades do projeto, tendo em vista os processos próprios de aprendizagem do público. Entre vários resultados positivos, ressaltamos que o projeto proporcionou o aumento do interesse do público pelo ENEM, incentivou outros(as) jovens que cursavam o Ensino Médio e aproximou os conteúdos abordados a suas realidades.
A
expansão da escolarização nas aldeias trouxe, à Terra Indígena Xacriabá (TIX), um novo movimento: a busca pelo Ensino Superior. São jovens indígenas que cursaram ou estavam cursando o Ensino Médio em variadas instituições, públicas e privadas, que enfrentaram grandes desafios e passaram por variados processos de seleção, sendo, na maioria dos casos, a prova do Enem. Como o currículo da escola indígena é pautado pelos interesses locais e os conteúdos das áreas do conhecimento são desenvolvidos em consonância com esses, é compreensível que esse público
Revista de Extensão do IFNMG
tenha dificuldades, ao se deparar com exames como o Enem. Dada a proximidade do IFNMG/ Campus Januária com o município de São João das Missões e com a terra do povo Xacriabá, foi solicitado um suporte pedagógico, por parte dos(as) professores(as) do IFNMG, para a orientação de alunos(as) Xakriabá interessados(as) em prestar o Enem. É preciso ressaltar que há uma dificuldade evidente de deslocamento do povo Xakriabá para outras localidades, incluindo a cidade de Januária, devido à falta de transporte público. Por esse motivo, o Neabi do IFNMG/Campus Januária 77
considerou que a forma mais eficaz de oferecer o requerido suporte pedagógico seria planejar seis oficinas, das diversas áreas do conhecimento relativas ao Ensino Médio, a serem ministradas por docentes de seu quadro permanente. Foram propostas metodologias participativas para desenvolver as atividades do projeto, tendo em vista a complexidade da empreitada: tratava-se de atuação com uma etnia indígena com processos próprios de aprendizagem e que tinha, como aspiração, apropriar-se de ferramentas da sociedade nacional em favor de suas lutas, qual seja, a dinâmica do Enem, para ingresso no ensino superior regular. Foi um projeto interdisciplinar, considerando a complexidade na formulação das questões das provas. Neste sentido, contou com a participação de professores(as) de diferentes disciplinas. Tratou-se também de um projeto intercultural, uma vez que garantiu o diálogo entre os(as) professores(as) do campus e os(as) docentes indígenas no que se refere ao trabalho desenvolvido com o Ensino Médio. Foram promovidas 6 oficinas de estudo, contemplando as áreas do conhecimento requeridas pelo Enem, com o objetivo de colocar os(as) jovens em contato com os diversos tipos de questões objetivas formuladas, explicitando a forma como os conteúdos do Ensino Médio são tratados nas provas. Durante as oficinas, foi possível a obtenção de esclarecimentos sobre as dinâmicas das escolas indígenas, sobre a matriz curricular, além de fatos históricos e aspectos da luta Xacriabá. Também foram trabalhadas as disciplinas: português e redação; geografia, história e sociologia; química e matemática; biologia, espanhol e inglês; física e artes. O projeto também contou com palestras e workshop. Concluímos que o projeto de extensão Fortalecimento da luta dos jovens Xakriabá na busca pelo ensino superior: preparando para o ENEM foi realizado com êxito. 78
Coordenador: Nelson Licínio Campos de Oliveira. Bolsista: Erick Barbosa Vieira Voluntária: Vailton Lessa Lima Texto: Erick Barbosa Vieira e Nelson Licínio Campos de Oliveira Campus: Januária
Erick Barbosa Vieira
Coleta de esterco e preparo para transporte.
Projeto
Implantação de hortas agroecológicas em uma escola estadual
O
projeto de hortas agroecológicas foi uma alternativa idealizada para minimizar as dificuldades alimentares existentes em instituições, como escolas e creches, que atendem pessoas em situação de exclusão social, principalmente aquelas oriundas de comunidades rurais, carentes da disponibilidade de alimentos saudáveis, e promover o trabalho comunitário. A horta introduzida no espaço escolar possibilitou a criação de um ambiente aberto, que permitiu o incremento de várias atividades educacionais, destacando as técnicas de produção ecológica, segurança
Revista de Extensão do IFNMG
Atividade prática 7º ano do ensino fundamental.
Erick Barbosa Vieira
O projeto teve como propósito desenvolver atividades de produção de hortaliças sob o sistema orgânico, com discentes, docentes e funcionários(as) da Escola Estadual de Cônego Marinho, enfocando a importância da produção de alimentos saudáveis e da segurança alimentar. Com a implantação da horta agroecológica, foi possível mostrar e ensinar, à comunidade envolvida, as técnicas agroecológicas de produção de hortaliças, o valor nutritivo e a importância do cultivo no sistema de produção orgânica. alimentar e ambiental. Dentro dessa concepção, foi desenvolvida a integração dos conhecimentos teóricos e práticos, potencializando a aprendizagem e impulsionando o trabalho coletivo. Estudantes, professores(as) e funcionários(as) da instituição foram capacitados(as) para a produção de hortaliças orgânicas, podendo utilizar esses conhecimentos para a produção de hortaliças próprias e comercializar o excedente. Dentro desse contexto de aprendizagem, verificou-se a ampliação da qualidade da merenda escolar, com a utilização de diversas hortaliças herbáceas, tu79
Erick Barbosa Vieira
Plantio de hortaliças
Atividade de orientação de plantio e tratos culturais em hortaliças. Érick Barbosa e alunos do 7° ano do ensino fundamental.
Erick Barbosa Vieira
Erick Barbosa Vieira
Atividade prática 7º ano do ensino fundamental.
Produção de mudas de hortaliças
80
Orientação na construção de canteiros
Erick Barbosa Vieira
Erick Barbosa Vieira
Produção de mudas de hortaliças
berosas e de fruto, como também o repasse da tecnologia da produção a familiares com o propósito de ampliar a segurança alimentar. O projeto foi conduzido, de maneira integrada, entre bolsistas e voluntários(as) do IFNMG Januária (MG) e os(as) alunos(as), professores(as) e funcionários(as) da Escola Estadual de Cônego Marinho (MG), estabelecendo um ambiente agradável, produtivo e uma convivência extremamente harmoniosa. A direção da escola foi de fundamental importância na concepção, implantação e condução deste projeto de extensão, sendo uma agregadora no desenvolvimento de todas as atividades propostas. Na implantação da horta agroecológica foram utilizadas as instalações e os equipamentos já existentes na instituição escolar. Considerando o sistema tecnológico de produção de hortaliças, não foram utilizados fertilizantes solúveis e defensivos agrícolas, sendo que os insumos básicos utilizados foram sementes adquiridas no comércio local ou produzidas na comunidade, esterco de curral curtido, composto orgânico, caldas para controle de pragas e doenças e biofertilizantes líquidos. O trabalho de extensão buscou amplificar a formação sócio - educativa da escola, destacando a formação da consciência da produção sustentável de alimentos e a valorização das questões ambientais. Com a implantação de hortas agroecológicas, são esperadas mudanças no hábito alimentar e na educação ambiental dos(as) alunos(as) atendidos(as) pelo projeto, com a oferta diária de hortaliças frescas e melhoria na qualidade da alimentação, da saúde, do controle do desperdício. Espera-se também que, por meio das atividades desenvolvidas, os(as) participantes possam levar, para suas residências, o conhecimento da tecnologia de implantação de horta agroecológica, com o propósito de melhorar a alimentação de suas famílias, bem como possibilitar a exploração olerícola para geração de renda.
Coordenador: Eduardo Cabral da Cruz Bolsista: Antônio Augusto Albuquerque de Sá Voluntárias: Daniela da Silva Mendes, Paula Pires Meireles e Marianne Lopes de Melo Colaboradores: Felipe Mota, Roberto Comini Frota e Sumerly Bento Camargo Junior Texto: Antônio Augusto Albuquerque de Sá e Eduardo Cabral da Cruz Campus: Januária
O curso deu acesso a conteúdo e ferramentas de Marketing direcionadas para o artesanato.
Projeto
Marketing digital
como instrumento de disseminação da cultura popular no mercado municipal de Januária/MG O projeto buscou utilizar o marketing digital como instrumento de transformação e potencialização da cultura local e regional, por meio da disseminação da cultura popular dos comerciantes de artesanato da cidade de Januária/MG.
O
artesanato é uma atividade que tem várias dimensões, sendo elas: histórica, econômica, social, cultural e ambiental, possuindo um elevado potencial, tanto de ocupação quanto de geração de renda no país, que associado à riqueza e à cultura e gera um forte vínculo, principalmente, com o setor turístico. A disseminação do artesanato local é fundamental para o desenvolvimento da região, tendo como base a valorização da cultura e sua propagação. Em meio a todo esse cenário, ainda há quem dê o devido valor para a cultura de sua região, enxergando nela, além de identidade e representatividade, uma verdadeira base para seus objetivos, uma forma de sobrevivência, algo a ser preservado, mas que também gera negócios, renda e empregos. Um exemplo desse
Revista de Extensão do IFNMG
O treinamento ocorreu em dois finais de semana tendo em vista a disponibilidade dos(as) artesãos(ãs).
contexto está na cidade de Januária, localizada no norte de Minas Gerais, conhecida pela sua cultura que envolve: a cachaça, a culinária, o folclore, as manifestações religiosas e o artesanato. Essa cidade conta com uma gran-
de diversidade de artesanato e tem sua arte disponibilizada em diversos estabelecimentos dentro do município e seus entornos. Entretanto, a diversidade dos produtos não é destacada e sua disseminação local não é feita a contento. Estabelecimentos 81
Simulações, demonstrações de casos, palestras com docentes do IFNMG/Campus Januária e sorteio de uma consultoria.
Integrantes da equipe, Antônio Augusto Albuquerque de Sá, Daniela da Silva Mendes, Marianne Lopes de Melo e Paula Pires Meireles, após a primeira etapa do curso.
como o mercado municipal, casa da memória, casa do artesão e centro do artesanato utilizam, de forma ultrapassada, os recursos para que a divulgação alcance a população local, bem como públicos novos e turistas. Diante disso, enxergamos a oportunidade de implementar um curso que tinha por finalidade capacitar os(as) comerciantes de artesanato para que 82
aprendessem a utilizar ferramentas adequadas e fossem capazes de aumentar a renda de seus respectivos negócios, além de atingirem diversas dimensões, entre as quais: movimentar a economia local e disseminar a cultura dentro da cidade e em outras regiões. Neste sentido, o projeto intitulado “Marketing digital como instrumento
de disseminação da cultura popular no mercado municipal de Januária/ MG”, visou a aproximação dos(as) artesãos(ãs) aos meios digitais, trazendo um conhecimento didático e de fácil assimilação para que pudessem replicá-lo em seus negócios. Contudo, a ruptura de uma cultura ou simples alterações de paradigmas compõem uma parte importante do processo de desenvolvimento, e isso foi vivenciado na etapa inicial do projeto. No levantamento da demanda, em que foi levada a proposta ao público, diversos(as) artesãos(ãs), apegados(as) aos meios tradicionais de comercialização, se opuseram a aprender novos meios de ampliar e melhorar a comercialização do seu trabalho. Mas, aos poucos, a comunidade foi aceitando a nova proposta. Do mesmo modo em que acontece com o processo de compra, no qual o(a) consumidor(a) busca por informações antes de finalizar uma compra, assim foi feito pelos(as) artesãos(ãs), na tentativa de romper e ganhar segurança,
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Integrantes, Antônio Augusto Albuquerque de Sá, Daniela da Silva Mendes, Marianne Lopes de Melo e Paula Pires Meireles, executando consultoria, na última etapa do curso, com a artesã Camila de Souza Jackson de Barros.
o que resultou em um grande número de interessados em participar. Na nova fase, a equipe do projeto precisou compreender e aplicar uma das principais ferramentas de marketing, compreendida como construção da persona. Consiste em uma análise do perfil do público interessado, com detalhamento, na tentativa de ser mais específico ao atingir os objetivos de disseminar o conhecimento, e este possa ser replicado pelo público-alvo em seus negócios, pensando em cada etapa do processo de aprendizagem. Pós desenvolvimento da grade de implementação e conteúdo, recorremos à divulgação do projeto, para que este chegasse ao maior número possível de artesãos(ãs). Logo ganhamos apoio dos meios de comunicação regionais, TV local, canal do Youtube do IFNMG, mídias sociais e a típica panfletagem nos canais de comercialização dos(as) artesãos(ãs), mercado municipal, ateliês, entre outros. Com 30 inscritos, o treinamento Revista de Extensão do IFNMG
ocorreu em dois finais de semana, tendo em vista a disponibilidade dos(as) participantes. Por meio do curso, os(as) artesãos(ãs) tiveram acesso a conteúdo e ferramentas de marketing direcionadas para o artesanato, começando por uma introdução acerca da evolução tecnológica, transformação dos meios de comunicação, do mercado de venda off-line/on-line e do e-commerce como ferramenta de vendas, além da importância e da divulgação correta em mídias sociais. Com uma dinâmica bem aplicada, o público pode interagir, perguntar e opinar em qualquer momento, e, em pouco tempo, grande parte dos(as) participantes já estava interessada e se mostrava ávida por entender como se beneficiaria com o uso tecnologia em seu negócio. No decorrer do curso, artesãos(ãs) relataram que já haviam tentado ou utilizavam algumas ferramentas apresentadas, para divulgar e realizar vendas do seu artesanato, o que se transformou em
uma grande troca de experiência, iniciando, assim, a criação do network, a interação e formação de parcerias entre eles(as). Foi incrível e gratificante vivenciar a aprendizagem mútua, na qual todos(a) aprenderam um pouquinho com o relato do(a) outro(a) sobre sua arte, sobre a história do produto e toda a sua representatividade cultural de suas criações. E, para finalização do treinamento, foram feitas simulações, demonstrações de casos, palestras com os(as) professores(as) do IFNMG/Campus Januária e sorteio de uma consultoria, para um estabelecimento ou artesão(ã), que a equipe ficaria a cargo de prestá-la, como a última etapa do projeto. Nesse sentido, é notável a necessidade de uma ação para que as culturas continuem sendo fomentadas e disseminadas no Brasil, com a utilização da tecnologia,que, neste caso, fez com que os(as) artesãos(ãs) se adaptassem para se sobressair na era digital, conhecida como a evolução da indústria tecnológica 4.0. 83
Coordenador: Pedro Borges Pimenta Júnior Bolsista: Malena Pereira da Silva Voluntárias: Ana Paula Ribeiro Queiróz de Souza, Daniele Vieira Melo, Maria das Graças Viana de Matos, Rosana Alves Pinto e Vanessa Costa de Melo Colaboradores: Zildete Lopes de Souza Goncalves e Wendell Lessa Vilela Xavier Texto: Pedro Borges Pimenta Júnior Campus: Januária
Pedro Pimenta
Oficina de leitura do projeto Remição pela leitura.
Projeto
Remição pela leitura:
ampliando horizontes e aplainando caminhos através da leitura e da escrita
Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça – CNJ incluiu a leitura e a escrita no rol das atividades que permitem a redução de pena de reclusão. Contudo, considerando que a grande maioria da população carcerária do país se compõe de indivíduos com baixa escolaridade e sérias dificuldades em leitura e expressão escrita, é necessário que tais ações recebam o suporte adequado para se efetivarem como política de recuperação e reinserção social do indivíduo preso. Nessa perspectiva, em atenção à demanda verificada na Associação de Proteção e Assistência aos Condenados de Januária (APAC – Januária), professores(as) e estudantes do curso de pós-graduação lato sensu em Ensino de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, ofertado pelo IFNMG – Campus Januária, realizaram, em 2019, o projeto de extensão “Remição pela leitura”, com vistas à realização de oficinas de leitura e de subsídio à escrita com 16 recuperandos dessa instituição, auxiliando-os no desenvolvimento e aprimoramento de habilidades que lhes permitissem ler, com adequada proficiência, as obras previamente selecionadas e escrever resenhas críticas sobre elas.
84
Oficina de leitura do projeto Remição pela leitura.
Pedro Pimenta
A
leitura e a escrita permitem trilhar caminhos improváveis. Essa foi a lição aprendida durante a realização do projeto de extensão “Remição pela leitura”, desenvolvido, na Associação de Proteção e Assistência aos Condenados de Januária, por professores(as) e estudantes do curso de pós-graduação lato sensu em Ensino de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, ofertado pelo IFNMG – Campus Januária. Assim, no perí-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Correção das resenhas produzidas pelos recuperandos da APAC – Januária participantes do projeto Remição pela leitura.
Oficina de leitura do projeto Remição pela leitura.
Pedro Pimenta
odo de maio a dezembro de 2019, foram realizadas oficinas com 16 recuperandos, sempre na perspectiva de levar os participantes a transformarem sua relação com a leitura e a escrita, utilizando-as como meio para acessar a liberdade. Durante a preparação da equipe executora do projeto, uma das preocupações foi entender o papel da escrita e da leitura num ambiente complexo como a prisão, já que as imagens idealizadas sobre leitura correntes na sociedade não se encaixavam naquele contexto. Algumas perguntas surgiram dessa discussão: como inserir o livro no limitado espaço prisional, como torná-lo relevante para aqueles homens? Com essas inquietações, a equipe executora se imbuiu do desafio de mediar a leitura, de modo a transformar os livros em uma espécie de janela para o mundo interior. Entretanto, para que essa ideia se tornasse uma realidade, seria preciso que as oficinas apresentassem o livro como um aliado e não como símbolo das limitações dos recuperandos, o que demandou um processo de triagem de títulos adequados ao ambiente prisional (pois a instituição veta alguns temas, tramas e alguns autores) e ao nível de proficiência deles. Com o cuidado, nesse último caso, que as obras escolhidas não trouxessem enredos infantilizados ou demasiadamente adaptados. Na avaliação da equipe executora, por mais que a participação fosse influenciada pela diminuição de pena (quatro dias descontados a cada resenha aprovada), havia o temor de que os recuperandos não se interessassem, ou que desistissem diante dos primeiros obstáculos. Por esse motivo, as oficinas deveriam promover o encontro entre o livro e o leitor e precisariam partir do básico: a histórias da vida de cada um levariam às narrativas ficcionais, essas conduziriam à reflexão sobre atitudes e valores das personagens e a reflexão motivaria a escrita. Ao
fim desse processo ideal, ocorreria a remição. O caminho a ser trilhado era complexo, como indicou o levantamento feito pela equipe pedagógica da instituição, segundo o qual cerca de 80% dos recuperandos inscritos no projeto tinham livros à disposição nas celas (especialmente a Bíblia); porém, apenas 40% deles gostavam de lê-los. Esse dado se concretizou nas primeiras oficinas: era comum ouvir relatos dos participantes sobre medo de não chegar ao final do livro, de não entender a
história, de não conseguir escrever as resenhas, de não compreender o sentido das palavras, vergonha pelas letras ruins. Contudo, o maior receio deles era que a comissão que avalia os trabalhos não aceitasse os textos produzidos. Em suma, medo de mais uma reprovação, uma nova “condenação”. Após essa fase inicial, as oficinas passaram a contemplar o relato oral das experiências de leitura, sempre associadas às experiências de vida e à realidade da prisão. A partir do momento em que os recuperandos 85
Pedro Pimenta
2º Encontro de capacitação da equipe do projeto de Extensão “Remição pela leitura”.
Apac Januária
Equipe do projeto com o juiz e o promotor da Comarca de Januária, durante evento na APAC.
se sentiram seguros quanto à capacidade de compreender os livros que escolhiam, as oficinas passaram a abordar os detalhes do gênero textual a ser produzido – a resenha crítica. O novo enfoque das oficinas trouxe também receios, dessa vez quanto às questões formais do texto, como ortografia e concordância, o que dizer na introdução, como escrever com impessoalidade, etc. Por esse motivo, antes de submeter os textos à banca, os recuperandos foram convidados a trazer os rascunhos da primeira resenha para que a 86
equipe executora pudesse analisar e orientar a reescrita. Mesmo com dificuldades, as leituras foram feitas e as resenhas, apresentadas. Ao analisar as resenhas produzidas, percebeu-se ter ocorrido um aprimoramento do vocabulário, dos recursos argumentativos e, em alguns casos, da escrita ortográfica. Contribuíram para esse último aspecto as oficinas em que a equipe leu os textos produzidos junto com os autores, sugerindo adequações. Isso colaborou não apenas para a consciência sobre a necessidade de
uma escrita ortográfica, mas também para a melhoria do vocabulário (com a inclusão, nos textos, de marcadores linguísticos próprios do gênero resenha) e para a permanência dos recuperandos ligados ao projeto, pois havia, inicialmente, descrédito da parte deles, quanto à capacidade de escreverem tais textos. É importante destacar aqui a relevância desses pequenos resultados, considerando que a escrita das resenhas não ocorreu em contextos comunicativos próximos aos reais e que a maioria dos recuperandos não conhecia tal gênero. Mesmo assim, foram escritas 26 resenhas, correspondendo a 104 dias de pena remidos. Assim, confrontando as resenhas produzidas com os objetivos propostos, e considerando os relatos orais, pode-se dizer que a leitura de textos literários se tornou mais significativa e menos distante do recuperando. Para verificar esse aspecto, a equipe sempre pedia que os recuperandos contassem suas experiências de leitura, o que era feito com notável interesse, sempre apresentando lições que a obra proporcionava, ou mesmo a emoção que os lances do enredo provocava neles. Houve também relatos de leituras realizadas fora da perspectiva da remição. Para além da redução de pena, o resultado mais óbvio para um projeto desse tipo, a leitura e a escrita fizeram os recuperandos desbravarem caminhos improváveis. A análise dos textos e relatos orais produzidos sugere que os recuperandos se apropriaram do gênero resenha para registrar não apenas a avaliação crítica de uma obra, mas também para expressar sua mundividência, contextualizando a obra lida com a condição de prisioneiro, realizando o exercício catártico proporcionado pela leitura e escrita, que, dentro da metodologia de reintegração desenvolvida pela APAC, é conhecido como “viagem ao mundo interior do prisioneiro”.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Luiz Gomes Junior Bolsistas: Amanda Pereira Sousa e Gessilaine Aparecida Gomes Ramos Texto: Amanda Pereira Sousa e Gessilaine Aparecida Gomes Ramos Campus: Montes Claros
O projeto teve como intuito o desenvolvimento de uma horta vertical orgânica, a partir de materiais reutilizáveis, adubagem orgânica e irrigação, a partir do aproveitamento de água.
Projeto
Agricultura familiar no espaço urbano envolvendo agroecologia através de materiais reutilizáveis
O projeto teve intuito de desenvolver uma horta vertical orgânica no ambiente urbano, a partir de materiais reutilizáveis, aproveitando garrafas PET, adubagem orgânica, com irrigação a partir do aproveitamento de água que seria desperdiçada. O público-alvo foi a comunidade do entorno do IFNMG/Campus Montes Claros. Foram realizadas oficinas de capacitação, com linguagem simples e dinâmicas. Os(As) participantes tiveram a oportunidade de desenvolver técnicas e habilidades para o manejo de uma horta vertical no âmbito familiar.
O
Projeto de Extensão “Agricultura familiar no espaço urbano, envolvendo a agroecologia através de materiais reutilizáveis” teve como objetivo incentivar o cultivo da horta vertical orgânica em residências, com material reutilizável, além de ensinar técnicas de plantio, manejo e irrigação, a partir do aproveitamento de água. O projeto nasceu da criatividade das discentes de Engenharia Química Amanda Pereira Sousa e Gessilaine Aparecida Gomes Ramos, que convidaram o professor Luiz Gomes Júnior para ser coordenador do projeto. Inicialmente, foi feita uma reunião entre o coordenador e as
Revista de Extensão do IFNMG
O projeto também contou com outras parcerias: exemplo da EMATER-MG, que forneceu mudas de alface para a realização da oficina.
bolsistas, com o objetivo de estruturar o projeto e definir as metas e objetivos. Depois de tudo definido, foi realizada uma parceria com o CRAS e o posto de saúde do bairro Village do Lago, a fim de que as famílias residentes em torno do campus fossem beneficiadas com o projeto. Para a divulgação do projeto, confeccionaram-se cartazes que foram colados em pontos estratégicos no posto de saúde, no CRAS e no IFNMG, além de divulgação pelas redes sociais e pelo jornal televisivo MG Inter TV. No dia 08/10/2019, foi realizada uma reunião com a comunidade no CRAS-Village do Lago, a fim de conscientizá-la sobre o projeto. 87
Palestra do coordenador durante a oficina no IFNMG - Campus Montes Claros - MG.
Preparo dos vasos com utilização de pets reutilizados.
Cada participante recebeu as orientações necessárias para a confecção da horta vertical, com materiais reutilizáveis, adubagem orgânica e irrigação, a partir do aproveitamento de água que seria desperdiçada.
Bolsista ensinando a montar o painel .
As inscrições para participação no projeto ocorreram entre os dias 01/10/2019 e 28/10/2019, por meio de ligação telefônica. A comunidade também contribuiu com a coleta de garrafas. Essas garrafas foram lavadas, secas e cortadas para o dia da oficina. As garrafas que não estavam no padrão para utilização foram colocadas em um recipiente, para serem destinadas a outros tipos de reciclagem. O projeto também contou com outras parcerias: EMATER-MG - doação de mudas de alface para a realização da oficina; Núcleo de Assuntos Estudantis e Comunitários (NAEC) - disponibilização de materiais e lanches para os(as) participantes; acadêmicos(as) de Agronomia da UFMG e IFNMG: ajuda com os transportes dos materiais e contato com instituições públicas para firmar parcerias e estudos. 88
Os(As) participantes tiveram a oportunidade de desenvolver técnicas e habilidades para o manejo de uma horta vertical no âmbito familiar.
Desenvolvimento do projeto A oficina Horta Vertical foi realizada na quadra do IFNMG- Campus Montes Claros, sendo este um lugar com capacidade para suportar a quantidade de inscritos(as) de forma confortável, além de ser um local que favorece o manejo de terra e adubo, e, também, o plantio e o preparo de receitas naturais e caseiras para o combate de pragas. Aos(Às) participantes, foram fornecidos materiais de apoio, com pasta, caneta, crachá para identificação, papel e tesoura. Cada participante recebeu as orientações necessárias para a confecção da horta vertical, com materiais reutilizá-
veis,adubagem orgânica e irrigação, a partir do aproveitamento de água que seria desperdiçada. Ao final, todos(as) tiveram a oportunidade de levar a horta para casa e dar continuidade ao cultivo. Na instituição, também foi disponibilizada uma horta vertical, que contou com os cuidados do jardineiro. Segundo a participante Laíz Braga Saraiva “a Oficina Horta Vertical superou suas expectativas, demonstrando satisfação em ter participado do curso e alegria por ter conseguido absorver o conteúdo repassado”. Os(As) participantes também elogiaram o projeto e agradeceram pela oportunidade. Todos os objetivos e metas propostas foram cumpridas, obtendo sucesso na realização do projeto.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Igor T. F. Figueiredo
Foram realizadas oficinas abordando temas como desmatamento, degradação do solo, poluição e desperdício de água, poluição do ar e descarte inadequado de resíduos sólidos.
Coordenador: Thalles de Assis Cardoso Gonçalves Bolsista: Bruna Sthéfany Alves Luiz e Igor TallesFonseca Figueiredo Texto: Igor TallesFonseca Figueiredo Campus: Montes Claros
Projeto
Educação Ambiental de Crianças e Adolescentes da Rede Pública de Ensino de Montes Claros – MG
O projeto teve como objetivo promover a educação ambiental para crianças e adolescentes que estudam em escolas da rede pública de ensino localizadas em bairros do entorno do IFNMG/Campus Montes Claros. Para isso, foram realizadas oficinas estruturadas e dinâmicas, com o intuito de facilitar a compreensão dos diversos temas abordados. Os temas foram: desmatamento, degradação do solo, poluição e desperdício de água, poluição do ar e descarte inadequado de resíduos sólidos. Após a realização do projeto, identificou-se um aumento do conhecimento desses alunos, no que diz respeito à importância da relação entre o ser humano e o meio ambiente. Acredita-se que este projeto contribuiu para a formação de pessoas mais conscientes ambientalmente e capazes de disseminar esse conhecimento.
Revista de Extensão do IFNMG
Por meio desse projeto, espera-se contribuir com a formação de cidadãos(ãs) que busquem constantemente o desenvolvimento sustentável e que disseminem o conhecimento adquirido nas comunidades em que vivem.
Bruna S. A. Luiz
O
projeto de extensão “Educação Ambiental de Crianças e Adolescentes da Rede Pública de Ensino de Montes Claros – MG” surgiu a partir da observação de que os impactos decorrentes das diversas práticas humanas de degradação ambiental estão se tornando cada vez mais visíveis em todas as partes do mundo. Diversos indicadores ambientais, como poluição da água, poluição do ar, desmatamento, entre outros, estão crescendo e refletem o atraso na
89
Bruna S. A. Luiz
Bruna S. A. Luiz
Além das palestras apresentadas, foram realizadas dinâmicas e ações práticas, com o intuito de auxiliar os(as) alunos(as) na compreensão das informações.
Igor T. F. Figueiredo
Realização de dinâmica com discentes do 7° ano do ensino fundamental.
O projeto contribuiu para a formação de cidadãos(ãs) mais conscientes, que buscam promover o desenvolvimento sustentável e disseminar tais informações em diversos ambientes.
busca pelo desenvolvimento sustentável por parte dos seres humanos. Na cidade de Montes Claros-MG, uma das consequências das ações humanas de degradação ambiental mais notável é a escassez de água, devido aos baixos índices pluviométricos, mas agravada pelo desperdício gerado pela população. No ano de 2017, por exemplo, a cidade passou por uma das consideradas mais graves crises hídricas da sua história, que levou à instalação de um sistema de rodízio para o abastecimento de água potável à população. Diante de situações como esta é que surge a necessidade de se desenvolverem ações de Educação 90
Ambiental, e, por esse motivo, o projeto teve como objetivo promover a Educação Ambiental a crianças e adolescentes de escolas públicas de Montes Claros-MG. Para isso, foram realizadas diversas oficinas, que abordaram os principais problemas ambientais da atualidade, como: desmatamento, degradação do solo, poluição e desperdício de água, poluição do ar e descarte inadequado de resíduos sólidos. Além das palestras apresentadas, foram realizadas dinâmicas e ações práticas, com o intuito de auxiliar os(as) alunos(as) na compreensão das informações. Foi possível perceber que os(as)
discentes já conheciam alguns dos principais problemas ambientais, mesmo que de forma superficial. Entretanto, não entendiam como, de fato, diversas ações humanas podem provocar o desequilíbrio na relação entre ser humano e natureza, e, assim, desencadear a degradação do meio ambiente. Após a realização das palestras, foi possível perceber, por meio das atividades, que os(as) alunos(as) adquiriram esse conhecimento e, agora, não somente conhecem as atitudes simples que podem ser aplicadas no dia a dia, apresentadas pelos(as) palestrantes, como também são capazes de pensar em diversas outras atitudes positivas que não haviam sido apresentadas. Acredita-se que o projeto contribuiu para a formação de cidadãos(ãs) mais conscientes, que buscam promover o desenvolvimento sustentável e disseminar tais informações em diversos ambientes. Por meio desse projeto, esperase contribuir com a formação de cidadãos(ãs) que busquem constantemente o desenvolvimento sustentável e que disseminem o conhecimento adquirido nas comunidades em que vivem.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Para a divulgação do projeto foi realizado reunião na ACI e participação na FENICS 2019.
Coordenador: Marcos Aurélio Duarte Carvalho Bolsistas: João Paulo Silva Fernandes e Débora Liliane Oliveira Borges Texto: Marcos Aurélio Duarte Carvalho Campus: Montes Claros
Projeto
Portfólio de Oportunidades: Situações-Problema
Os ecossistemas em que estão inseridos nos diversos campi pertencentes a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT ou Rede) possuem demandas e problemas variados. Prospectar essas situações é uma atividade estratégica, podendo alimentar o banco de situações-problema a serem enfrentados pela Rede. O projeto Portfólio de Oportunidades: Situações-Problema executado no Campus Montes Claros teve como objetivo prospectar situações-problema da sociedade no entorno desse campus, de forma a ser criado um banco de demandas de diversos setores. Essas demandas alimentaram a plataforma digital do Portfólio de Oportunidades e também foram entregues a comunidade acadêmica para que, por meio de projetos de ensino, pesquisa e extensão, possamos colaborar, cada vez mais efetivamente, com o ecossistema no qual estamos inseridos.
O
Campus Montes Claros do IFNMG está inserido num município que possui um distrito industrial com várias indústrias, além disso, nesse campus são oferecidos dos cursos de Engenharia Química, Engenharia Elétrica e Ciência da Computação, além dos cursos técnicos das áreas de informática, química, edificações, eletrotécnica e segurança do trabalho. Portanto, o perfil desse campus está muito vinculado à realidade desse entorno. O coordenador deste projeto tem
Revista de Extensão do IFNMG
Foram levantadas demandas de diversas empresas da região.
91
Bruna S. A. Luiz
Além das empresas e indústrias da cidade de Montes Claros, também foram realizados levantamentos na cidade de Bocaiúva-MG.
Uma das primeiras empresas contatadas foi a Coteminas, que apresentou uma lista com 37 demandas, muitas das quais alinhadas com as competências do campus.
Reunião semanal do projeto: João Paulo, Débora e Marcos.
participado ativamente do ecossistema desta cidade e uma queixa constante é a falta de trabalhos de conclusão de curso, e também de iniciação científica, voltados para atenderem a demandas da região. O projeto Portfólio de Oportunidades surge então como uma iniciativa para levantar as demandas da sociedade que, ao serem atendidas, podem fornecer soluções que ajudem ao desenvolvimento local e nacional. A primeira ação do projeto foi a escolha de bolsistas, foram levados em consideração o histórico de ações na vida acadêmica do bolsista. Foram selecionados dois bolsistas, um do curso de Engenharia Química e outro do curso de Ciência da computação. Ambos já haviam participado de projetos de extensão, integravam as empresas junio92
res e participavam de representação estudantil. Esse envolvimento dos mesmos ajudou no norteamento de muitas ações, como o uso de redes sociais e uma pequena imersão no parque industrial de nossa cidade. Para a execução do projeto foi elaborado um questionário, que foi amplamente divulgado nas redes sociais e enviados via email. Além disso, o questionário foi aplicado em diversos ambientes: Campus IFNMG, Mercado Velho e Mercado Municipal, bairros da cidade, FENICS, associados da ACI, empresas/ indústrias no parque industrial do município de Montes Claros, três indústrias na cidade de Bocaiúva. Uma das primeiras empresas contatadas foi a Coteminas, que apresentou uma lista com 37 demandas, muitas das quais alinhadas com as competências do campus. Essas de-
mandas foram encaminhadas aos coordenadores de curso. O coordenador do curso de Engenharia Elétrica assumiu algumas dessas demandas e encaminhou como atividade de curricularização da extensão para alunos desse curso. Assim como as demandas da Coteminas, outras foram apresentadas e solucionadas por outros cursos. Os resultados de todas as ações foram levados imediatamente para a plataforma digital do portfólio e todas as demandas foram repassadas para pesquisadores de áreas afins. Algumas dessas demandas foram atendidas, outras não foram possíveis, em função da falta de profissional da área. Acreditamos que atendemos aos objetivos do projeto, porém acreditamos que melhorias podem ser feitas na execução do mesmo. Sugerimos a criação de fluxogramas do processo de prospecção, com levantamento da demanda, encaminhamento para solução e retorno à comunidade, empresa ou pessoa que apresentou a demanda. Além disso, é interessante a divulgação dos resultados do portfólio, ao início de cada ano. Esperamos que o portfólio possa propiciar o estímulo à formação de redes de cooperação intercampi, de forma que demandas levantadas num campus possam ser atendidas por pesquisadores de outros campi do próprio IFNMG.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Projeto
Produtos artesanais de limpeza: Empreendendo no lar
Bruna Sthefany Alves Luiz
A produção artesanal de produtos de limpeza é uma oportunidade de capacitação de mulheres de baixa renda e de baixa escolaridade.
Coordenador: Thalles de Assis Cardoso Gonçalves Bolsistas: Marcella Barbosa Lopes e João Victor Fiúza Maia Voluntários: Bruna Sthefany Alves Luiz, Igor Talles Fonseca Figueiredo, Mário Luiz Pereira Souza e Vitor Miller Lima Alves Colaboradores: Robson Antônio Vasconcelos e Antônio Geraldo Oliveira Texto: Thalles de Assis Cardoso Gonçalves Campus: Montes Claros
Com a alta taxa de desemprego no país e, consequentemente, na cidade de Montes Claros, notou-se uma oportunidade de capacitação de mulheres de baixa ou nenhuma renda e de baixa escolaridade, que residem nos arredores do IFNMG/Campus Montes Claros, para que estas tivessem uma alternativa de renda além do emprego formal. Assim, esse projeto de extensão teve como objetivo realizar a capacitação dessas mulheres, por meio de oficinas de reciclagem de materiais, como óleo residual de fritura, garrafas PET e embalagens Tetra Pak, para a fabricação de produtos de limpeza e de empreendedorismo no lar.
C
om o objetivo de melhorar a qualidade de vida de pessoas carentes e de baixa escolaridade que residem na região atendida pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Village I e em outros bairros de Montes Claros, foram desenvolvidas oficinas na área de produção de produtos de limpeza artesanais, como uma alternativa para melhorar sua renda familiar. As oficinas foram ministradas nos
Revista de Extensão do IFNMG
laboratórios de Química Geral do IFNMG/Campus Montes Claros. Nessas oficinas, por meio do ensino didático e prático, foi desenvolvido o conhecimento das participantes acerca da fabricação de produtos de limpeza, buscando incitar-lhes o espírito de empreendedorismo, por meio de noções básicas de como começar o próprio negócio em casa. Além disso, houve incentivo para que elas reciclassem alguns materiais, como o óleo resi93
dual de fritura, garrafas PET e embalagens Tetra Pak, para a fabricação de produtos de limpeza, diminuindo o custo de produção e contribuindo com o meio ambiente. Segundo relatos das participantes, o projeto foi de suma importância para suas vidas. Além de poderem aprender a manusear e fabricar esses produtos, perceberam também seu valor no âmbito familiar. Elas se sentiram empoderadas a partir da participação do projeto, uma vez que este lhes proporcionou, até mesmo, o aumento da autoestima; relataram também sentirem-se privilegiadas por poderem participar do curso em uma instituição federal de ensino, uma vez que uma boa parte só havia cursado o Ensino Fundamental. Durante a realização do projeto, percebeu-se, da parte das participantes, engajamento, determinação e curiosidade em sempre aprender mais. A cada oficina e a cada lição aprendida, elas faziam o que podiam, dentro de seus orçamentos, para reproduzir as práticas em casa, e repassavam o que foi aprendido nas oficinas para os vizinhos e familiares. Por fim, nosso projeto foi muito bem reconhecido tanto pelas participantes quantos pelos(as) demais servidores(as) e professores(as) do IFNMG/Campus Montes Claros. As participantes declararam se sentir gratificadas por participar do projeto em uma “faculdade” e também expressaram uma enorme vontade de voltar a participar, caso o projeto volte a ser ofertado em novas oficinas. Para Bruna Sthefany Alves Luiz, uma das integrantes do projeto, ficou um sentimento de gratidão em participar, já que foi uma grande experiência de vida. Além de ensinar a fabricar os produtos de limpeza, ela pôde aprender um pouco com cada mulher participante, por meio de suas histórias de vida, de força e determinação. 94
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Pedro Henrique de Oliveira Gomes Bolsista: Thalia Rafaella Ribeiro de Oliveira e Guilherme Fonseca Silva Voluntária: Camila Rodrigues Rocha Colaborador: Geraldo Magela Matos Texto: Pedro Henrique de Oliveira Gomes, Thalia Rafaella Ribeiro de Oliveira e Guilherme Fonseca Silva Campus: Montes Claros
Visando à conscientização da comunidade acadêmica, foi realizado o II Dia de Conscientização Ambiental.
Projeto
Sustentabilidade ambiental: construindo práticas a partir do compromisso
socioambiental no IFNMG - Campus Montes Claros
Ao longo do ano de 2019, desenvolveu-se, no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Montes Claros, o projeto intitulado “Sustentabilidade Ambiental: construindo práticas a partir do compromisso socioambiental no IFNMG – Campus Montes Claros”. O projeto surge da necessidade de dar continuidade às atividades e ações iniciadas em 2018. Assim, já com lixeiras e contêineres para captação de resíduos de forma adequada, deu-se continuidade às ações de conscientização da comunidade interna sobre a destinação adequada dos resíduos sólidos produzidos. Além destas, em parceria com o projeto “Agentes Ambientais – um reolhar aos catadores de Materiais Recicláveis”, foram feitas doações dos materiais recicláveis gerados no campus a catadores e catadoras residentes no entorno do IFNMG/Campus Montes Claros.
O
projeto “Sustentabilidade Ambiental: construindo práticas a partir do compromisso socioambiental no IFNMG – Campus Montes Claros” já está na sua segunda fase e, com base nos questionários distribuídos, identificou-se, em alguns setore,s um elevado descarte de copos descartáveis e resíduos orgânicos, de modo que, além das caixas coletoras de papéis confeccionadas na primeira fase do projeto, foram distribuí-
Revista de Extensão do IFNMG
II Dia de Consciência Ambiental do IFNMG Campus Montes Claros.
dos também os coletores de copos descartáveis. Esses coletores foram confeccionados utilizando-se canos de PVC e fitas de vídeo VHS, materiais coletados na I Gincana Ecológica do IFNMG/ Campus Montes Claros, ocorrida em 2018. Foram feitos banners instrutivos e cartazes de identificação de resíduos para coleta seletiva. Esses cartazes foram fixados próximo às lixeiras seletivas e distribuídos nos principais pontos estratégicos do campus. As 95
O projeto representa uma mudança de atitude que se faz cada vez mais necessária, reforçandose a importância da coleta seletiva.
As lixeiras de coleta seletiva distribuídas nas salas de aula foram customizadas pelos alunos dos cursos técnicos integrados.
Bruna S. A. Luiz
A produção excessiva de resíduos sólidos é extremamente prejudicial à natureza. Saber reaproveitar esses materiais é de suma importância para o desenvolvimento sustentável da sociedade.
Reunião do Fórum Municipal Lixo e Cidadania de Montes Claros, realizada no Campus Montes Claros.
lixeiras de coleta seletiva distribuídas nas salas de aula foram customizadas pelos alunos dos cursos técnicos integrados. Além das lixeiras, foram adquiridas ecobags, para armazenamento adequado dos resíduos coletados e, posteriormente, contêineres, instaurando-se o ponto de coleta seletiva no campus. 96
Visando à conscientização da comunidade acadêmica, foi realizado o II Dia de Conscientização Ambiental. Nesse dia, houve ciclo de palestras e oficinas, com público relativamente baixo, porém, já era esperado, dadas algumas circunstâncias, como o fato de ter ocorrido em um sábado letivo. As palestras contaram com um públi-
co de cerca de 50 pessoas, enquanto a oficina e a gincana tiveram cerca de 40 participantes. Com a participação de entidades, grupos de catadores de materiais recicláveis e representantes da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Montes Claros e da Promotoria do Meio Ambiente, realizou-se uma reunião do Fórum Lixo e Cidadania de Montes Claros no campus. Esta ação foi essencial para a aproximação de discussões e ações municipais relativas à coleta seletiva com os catadores e catadoras de materiais recicláveis da região do Village do Lago. A proposta do projeto é de suma importância. Dada a complexidade e abrangência, o ideal seria que este permanecesse em execução também nos próximos anos, com algumas alterações. O projeto representa uma mudança de atitude que se faz cada vez mais necessária, reforçando-se a importância da coleta seletiva, conscientização e gestão dos resíduos, contribuindo para o desenvolvimento de consumidores mais responsáveis quanto aos resíduos gerados. O projeto de extensão realizado pôde ser considerado satisfatório, pois, por meio da sua execução, foi possível aprender mais sobre o descarte correto dos resíduos sólidos, trazendo esse conhecimento para dentro do IFNMG/Campus Montes Claros e comunidade. Além disso, a implantação da coleta seletiva no campus, apesar de ainda necessitar de adequações, foi realizada com êxito. A produção excessiva de resíduos sólidos é extremamente prejudicial à natureza. Logo, saber reaproveitar esses materiais é de suma importância para o desenvolvimento sustentável da sociedade, pois diminui a produção e gera aumento de empregos, favorecendo, até mesmo, a economia local. Ademais, uma sociedade que consegue destinar de maneira correta os seus resíduos ajuda não só a si própria como ao mundo inteiro, ajudando a preservar a natureza.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Rosângela Ferreira Ribeiro Voluntária: Mara Letícia Alves Dias Colaboradoras: Leila Conceição de Paula Miranda, Amanda Pereira Carvalho e Jéssica Castro Canguçu Texto: Rosângela Ferreira Ribeiro Campus: Almenara
Projeto
Controle do tabagismo na Estratégia Saúde da Família de um bairro em situação de vulnerabilidade
O tabagismo é uma das principais causas de morte prevenível e um dos maiores problemas de saúde pública, no mundo.Desta forma, o objetivo deste estudo foi promover a redução do ato de fumar entre os(as) dependentes do tabaco, na Estratégia Saúde da Família. Trata-se de um estudo quantitativo, utilizando, como instrumento de coleta de dados, o teste de Fagestrom, que definiu o grau nicotino-dependência dos(as) usuários(as) do tabaco. A intervenção foi realizada por meio de palestras, atendimento individualizado, tratamento medicamentoso e dinâmicas de grupos.
O
tabagismo é considerado um problema de saúde pública, com grande impacto na qualidade de vida do indivíduo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, em 2008, o tabagismo foi responsável por altas taxas de mortalidade, mais de cinco milhões de mortes ao ano no mundo, sendo também a principal causa de morte prematura. A nicotina provoca dependência, já que gera a necessidade compulsiva de seu uso, e o resultado disso é que o cigarro passa a ser controlador do vício do indivíduo. O uso do tabaco contribui diretamente para o desenvolvimento de diversos agravos à saúde, principalmente, neoplásicos (câncer de pulmão, laringe, boca, bexiga), cardiovasculares (AVC, infarto) e respiratórios
Revista de Extensão do IFNMG
Ao final dos 8 meses do estudo, observou-se a cessação do uso do tabaco entre 80% dos(as) dependentes.
(bronquite, enfisema pulmonar). Como estratégia para a redução da prevalência de fumantes e consequente morbimortalidade relacionada ao tabagismo, o Ministério da Saúde, em parceria com o Institu-
to Nacional do Câncer (INCA), criou o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). O Programa conta com o acompanhamento multidisciplinar da equipe de saúde e uso de medicamentos de apoio. 97
O teste de Fagerström estima o grau de dependência da nicotina dos(as) participantes.
98
Sendo assim, este projeto foi realizado no período de abril a novembro de 2019, por meio de uma parceria entre o IFNMG – Campus Almenara e a Secretaria Municipal de Saúde de Almenara/MG. A equipe de trabalho foi composta por servidores(as) da área de saúde (médica, enfermeiras, técnicos(as) em enfermagem, psicóloga, nutricionista, assistente social, educadora física), alunos(as) do IFNMG e a equipe da ESF – São Judas Tadeu. O trabalho foi realizado na sede da ESF – São Judas Tadeu, com a participação de 30 usuários(as) da unidade, dependentes do tabaco, com faixa etária entre 30 a 60 anos. Inicialmente foi aplicado o teste de Fagerström para estimar o grau de dependência da nicotina dos(as) participantes. Posteriormente, eles(as) participaram de 18 encontros quinzenais, com ações de conscientização sobre os agravos à saúde decorrentes do uso do tabaco, em reuniões, palestras, dinâmicas, atendimento multidisciplinar individualizado, intervenções medicamentosas e avaliação. Ao final dos 8 meses do estudo, observou-se o abandono do uso do tabaco por 80% dos(as) dependentes, demonstrando a importância do tratamento medicamentoso associado às ações de conscientização. O suporte no âmbito biopsicossocial da equipe multidisciplinar mostrou-se eficaz no controle do tabagismo, já que, numa dependência química, torna-se difícil abandonar o tabaco sem apoio de profissionais capacitados(as). “O projeto ainda promoveu o estreitamento das relações entre o IFNMG e a comunidade local,” complementa a médica. Segundo relato da aluna Mara Letícia Alves Dias “ a atuação do estudante técnico em enfermagem em ações de promoção à saúde e prevenção de agravos contribui para melhoria da qualidade de vida dos indivíduos”.
Coordenadora: Isabelle Arruda Barbosa Voluntárias: Alana Prates de Oliveira, Cibely Souto de Oliveira, Eliomar Vieira Santos, Kelly Cristina Pereira Amaral e Victoria Alana Fagundes Dias Colaboradoras: Mariana Mapelli de Paiva, Daiane Prates Mendonça,Leila Conceição de Pádua Miranda, Uendel Gonçalves de Almeida, Amanda Pereira Carvalho, Kamilla Arruda Barbosa, Mariana Xavier de Souza e Regiany Lopes Ferraz Texto: Isabelle Arruda Barbosa Campus: Almenara
Projeto
Ações de saúde sobre o câncer no ambiente hospitalar
Palestra na pediatria do hospital sobre o câncer infantil.
Discentes do Curso Técnico em Enfermagem do Campus Almenara desenvolveram palestras e material educativo, visando ao compartilhamento de informações acerca da prevenção e controle de diferentes tipos de câncer. As ações em saúde aconteceram no Hospital Deraldo Guimarães da cidade de Almenara, em 2019.
A
Revista de Extensão do IFNMG
Prevenção do câncer infantil (Mural)
Acervo pessoal da coordenadora do projeto, 2019.
formação discente requer não apenas conteúdos teóricos e práticos da profissão, mas também o contato com a comunidade. A inserção do(a) estudante em ações extensionistas direcionadas ao amparo da comunidade local extrapola o processo ensino-aprendizagem e contribui para o surgimento de profissionais mais preocupados(as) em transformar o meio a sua volta. Pensando nisso, a professora Isabelle Barbosa, com alunos(as) do Curso Técnico em Enfermagem do IFNMG/Almenara desenvolveram o projeto de extensão “Ações de saúde sobre o câncer no ambiente hospitalar”. O referido projeto objetivou realizar ações de saúde direcionadas à prevenção do câncer e de seus danos à saúde, por meio de palestras, cartazes, orientações e distribuição de materiais impressos. As ações foram mensais e ocorreram nas dependências do Hospital Deraldo Guimarães da cidade de Almenara – MG, entre
agosto e dezembro de 2019. O projeto contou ainda com a participação dos(as) docentes Mariana Mapelli, Daiane Prates, Leila Miranda, Uendel Almeida e Amanda Pereira, bem como das enfermeiras Kamilla Barbosa, Mariana Xavier e Regiany Lopes. As ações de saúde foram direcionadas a pacientes e acompanhantes, bem como a profissionais do hospital. A escolha dos tipos de câncer abordados no projeto se deu com
base no calendário do Ministério da Saúde, a saber: câncer infantil, câncer de mama, câncer de próstata, câncer de intestino e câncer de pele. Ao público-alvo foi possibilitado o acesso a informações relevantes sobre o surgimento dos primeiros sinais e sintomas de alguns tipos de câncer, e tirar dúvidas quanto ao diagnóstico e tratamento dessas doenças, interagindo com os(as) palestrantes durante a ação em saúde. 99
Acervo pessoal da coordenadora do projeto, 2019.
Acervo pessoal da coordenadora do projeto, 2019.
Entrega de material educativo sobre prevenção do câncer de próstata (panfletos).
a utilização de imagens ilustrativas, almejando facilitar a apropriação das informações pelo público-alvo. As ações de saúde alcançaram mais de 500 pessoas, um número expressivo, dada a rotatividade de internações no Hospital Deraldo Guimarães. Foram beneficiados(as) cidadãos(ãs) de Almenara e região, uma vez que essa instituição é referência para cidades e comunidades vizinhas. Acredita-se que o projeto tenha cumprido seu papel de esclarecer a população acerca da prevenção e controle do câncer, já que, em diversos momentos, a equipe se deparou com pessoas que conheciam alguém com algum sinal ou sintoma da doença, o que aumentou o inte100
Prevenção do câncer de próstata, em frente ao Hospital Deraldo Guimarães.
As atividades realizadas visaram alertar a população para sinais do próprio corpo, garantindo maior acesso à informação e a práticas preventivas, tornando-a mais consciente acerca da importância dos exames de rastreamento. Deste modo, acredita-se que essas pessoas estarão melhor preparadas para agir sobre fatores modificáveis, que elevem o risco de desenvolver certos tipos de câncer. As palestras e os materiais impressos foram elaborados pelos(as) próprios(as) alunos(as), sob supervisão da coordenadora do projeto e dos(as) demais profissionais participantes. Houve preocupação com a utilização de linguagem simples, sem jargões típicos da profissão, com
resse do(as) ouvintes em questionar acerca dos exames de rastreio, se seriam gratuitos, qual caminho percorrer para ter acesso a eles e ao acompanhamento médico. Esta ação torna-se importante, uma vez que o reconhecimento desses sinais pode contribuir para identificação precoce da doença, o que impacta positivamente sobre o tratamento, podendo aumentar as chances de cura em alguns casos. Por outro lado, este trabalho possibilitou que os(as) estudantes do Curso Técnico em Enfermagem do IFNMG/Almenara se beneficiassem das capacitações relacionadas ao projeto, ao mesmo tempo em que prestavam serviços à comunidade, com a disseminação de informações sobre o câncer. Foi uma oportunidade de integração com a comunidade e uma primeira experiência para os(as) alunos(as) na gestão de atividades de promoção em saúde, que estarão presentes na sua futura atividade profissional. Houve troca de saberes de modo horizontal e simultâneo, rompendo com tradições hegemônicas, nas quais o(a) profissional da saúde abarca todo o conhecimento. O projeto prezou para que o conhecimento fosse construído ativa e coletivamente.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Juliana de Almeida Pereira e Santos Bolsistas: Uelton Rodrigues Pereira e Sany Evelyn Monteiro Voluntária: Sabrina Montenegro Soares Texto: Juliana de Almeida Pereira e Santos Campus: Araçuaí Ação de imunização contra o Sarampo Data 10/12/2019.
Bolsista do projeto
Projeto
Enfermagem de Portas Abertas O projeto de extensão “Enfermagem de Portas Abertas” nasceu de uma parceria já consolidada, embora informal, entre o Curso Técnico em Enfermagem do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG, Campus Araçuaí, e diversos setores da sociedade, em âmbito loco-regional, para realização de ações de prevenção de doenças e promoção de saúde, na perspectiva da interdisciplinaridade e da intersetorialidade.
Revista de Extensão do IFNMG
Bolsista do projeto
O
projeto de extensão “Enfermagem de Portas Abertas” nasceu de uma parceria já consolidada, embora informal, entre o Curso Técnico em Enfermagem do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG/Campus Araçuaí e diversos setores da sociedade, em âmbito loco-regional, para realização de ações de prevenção de doenças e promoção de saúde, na perspectiva da interdisciplinaridade e da intersetorialidade, por meio das ferramentas da educação popular em saúde e da realização de procedimentos de enfermagem. A intenção foi que a metodologia que norteia a execução deste projeto fosse construída durante o percurso,
Ação de Promoção à Saúde no Mercado Municipal de Araçuaí - 26/06/2019.
baseada na pesquisa-ação. Uma estratégia metodológica que se associa a uma forma de ação coletiva, para a resolução de problemas ou a consecução de objetivos de transformação. Para tanto, optamos por utilizar a Metodologia Comunicativa Crítica. Assim, na consecução do objetivo de realizar ações de prevenção e promoção de saúde, com a atuação de educandos(as) e educadores(as) do curso Técnico em Enfermagem do Campus Araçuaí, o projeto foi dividido em 5 etapas: (1) Articulação com usuários(as) e trabalhadores(as) de saúde de Araçuaí e região, com entidades locais e regionais e demais espaços potencialmente agregadores, consoante objetivos do projeto; 101
Bolsista do projeto
Oficina de beleza no CAPS Data: 07/11/2019.
Bolsista do projeto
(2) Diálogo e interação com a comunidade, notadamente no espaço-tempo do estágio curricular supervisionado do Curso Técnico em Enfermagem, para conhecer a realidade social; (3) Levantamento de necessidades reais da comunidade acerca de promoção de saúde e prevenção de doenças, bem como de possibilidades de integração em fatos e em eventos naturais e orgânicos; (4) Capacitação dos(as) educandos(as) do Curso Técnico em Enfermagem para compreensão e aplicação dos princípios da Educação Popular em Saúde; (5) Proposição e participação em ações de promoção de saúde e prevenção de doenças, como forma de disseminar a Educação Popular em Saúde, contribuindo na capacitação da comunidade para atuar no seu processo saúde-doença.
Ações de Conscientização “Novembro Azul” Período: novembro/2019.
O projeto “Enfermagem de Portas Abertas” pôde realizar diversas ações, distribuídas ao longo dos oito meses de sua vigência. Entre elas, é possível citar: (1) Ações de conscientização acerca do “Outubro Rosa” e do “Novembro Azul”, realizadas nos meses de referência. O “Outubro Rosa” é um movimento internacional de conscientização para alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e, mais recentemente, sobre o câncer de colo do útero. Já o “Novembro Azul”, também um movimento mundial, reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, segundo tipo de câncer mais comum entre homens. (2) Atividade de Educação em Saúde acerca das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, na Escola Estadual Isaltina Cajubi Fulgêncio. O mosquito Aedes aegypti é o vetor de diversas doenças, como 102
Bolsista do projeto
Resultados
Atividade de prevenção às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti na Escola Estadual Isaltina Cajubi Fulgêncio - Data 23/11/2019
dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana. (3) Participação em campanha de imunização contra o sarampo e realização de ação no IFNMG. (4) Oficina de beleza no CAPS e atividade de recuperação de memória musical em moradores(as) da Casa Lar. As intervenções propostas pelo projeto de extensão nos serviços de saúde mental do município intentaram o acolhimento a pacientes com problemas mentais e suas famílias, e a interação escola-serviço-comunidade, possibilitando a reflexão crítica, o exercício da empatia e a prática humanizada por parte
dos(as) educandos(as). A participação dos(as) educandos(as), bolsistas e voluntários(as) no projeto foi profícua e agregadora, possibilitando a construção de saberes, troca de experiências e integração dialógica dentro do grupo e fora dele. Infelizmente, a sobrecarga de atividades justapostas, tanto de educadores(as) quanto de educandos(as), impede a plena realização dos objetivos almejados. Contudo, as metas não alcançadas e o desempenho e dedicação, por vezes, abaixo do necessário, abrem perspectivas e motivação para novas incursões, aprofundamentos e construções futuras.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Fabiano Rosa de Magalhães Bolsistas: Mariana Rodrigues Santos e Brena Almeida Silva Colaboradores: Aneuzimira Caldeira Souza, Adriene Matos Dos Santos, Elaine Ferrari de Brito, Carlos Augusto Pereira da Silva, Fabiano Rosa de Magalhães, Juvenal Martins Gomes e Kaíque Mesquita Cardoso Texto: Juliana de Almeida Pereira e Santos Campus: Araçuaí
Roda - Mística de encerramento.
III Encontro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Rurais, I Fórum da Educação do Campo
Raylson Magalhães
Projeto
O evento foi marcado, desde a fase de preparação, pelo critério da construção coletiva. Diversas entidades sindicais e movimentos sociais que atuam junto aos sujeitos do campo contribuíram, significativamente, para a realização do evento, desde sua concepção até às discussões produzidas durante o evento. O evento, com conotação internacional, foi marcado pelo diálogo entre os saberes, discussões entre grupos e apresentação de propostas. Com mais esta ação, o NEPRU e NEA consolidam-se como importantes espaços de debate das questões associadas aos sujeitos do campo, representando um valioso instrumento de articulação entre diversas entidades sindicais, movimentos sociais/populares que constroem o protagonismo social dos(as) camponeses(as) do Vale do Jequitinhonha.
Revista de Extensão do IFNMG
Participantes do III Encontro
Raylson Magalhães
O
projeto de Extensão “III ENCONTRO DO NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS RURAIS; I FÓRUM DA EDUCAÇÃO DO CAMPO” surgiu como consequência de uma série de atividades organizadas pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Rurais do IFNMG – Campus Araçuaí. O Núcleo (NEPRU) surgiu em 2016, congregando uma equipe de pesquisadores(as) que buscava compreender as questões associadas ao universo do campo, atentando-se mais especificamente, ao Vale do Jequitinhonha. Nesta perspectiva, o Núcleo já realizou três en-
103
Alessandra Noronha
Grupos de Trabalho 18/09/2019.
contros, cada qual buscando levantar pontos de reflexão a partir da própria ação. No ano de 2017, por ocasião do II Encontro do NEPRU, foi discutida a necessidade de se realizar um fórum, para discussão sobre a Educação do Campo. Essa foi uma das justificativas para a organização do III ENCONTRO DO NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS RURAIS e I FÓRUM DE EDUCAÇÃO DO CAMPO - IFNMG CAMPUS ARAÇUAÍ, que foi dividido em 3 momentos: 104
Fabiano Magalhães
Mesa de abertura - Jonathan Warren - (Universidade Washington), Owen Oliver - (Universidade Washington), Paulette Thompson - (Universidade Washington, Cleonice Maria da Silva. Questões étnico-raciais no contexto Brasil-Estados Unidos – Aneuzimira (Neca) e os tradutores: Adonaie e Matheus.
1ª FASE: REUNIÕES DE PLANEJAMENTO E ESTUDOS O momento de planejamento do encontro se deu em 8 reuniões, com a participação de entidades ligadas às questões a serem discutidas no Encontro, como: Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Araçuaí, Cáritas Diocesana de Araçuaí, Pastoral da Criança, Mandato Deputada Leninha e Deputado Dr. Jean Freire, CPCD, Associar, Movimento dos Atingidos por Barragens
- Araçuaí, Escola Família Agroecológica de Araçuaí. Ainda durante as reuniões iniciais, foram constituídas algumas comissões fundamentais para a condução dos trabalhos, até a realização do evento. As comissões foram as seguintes: Comissões de Mobilização, Alimentação, Finanças, Credenciamento e Divulgação. Outras reuniões ocorreram entre agosto e setembro. Tendo as comissões sido constituídas, as entidades passaram a pautar a programação do evento. Uma das novidades do encontro foi a constituição de 5 Grupos de Trabalho. Cada grupo de trabalho foi coordenado por uma entidade, ficando assim definido: GT 1: Congregando IFNMG – EFAS – UFVJM – UNIMONTES – REJUDES – Rede Mineira – Coordenação: IFNMG; GT 2: Congregando EMATER – Mandato Dr. Jean – STTR e Associações (Coordenação: STTR/FETAEMG); GT 3: congregando CPCD e Cáritas, com coordenação de Cáritas; GT 4: MAB, Mandato Leninha (Coordenação: MAB); GT 5: Cantinho da Saúde e grupo do Lagoão (Coordenação: STTR/FETAEMG).
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Feira de trocas de mudas e sementes (medicinais, Panc e outras).
não foram comercializados nas feiras; - Discussão de políticas públicas existentes e ocupação de espaços de decisões políticas; - Destinação de um percentual dos impostos da taxa de esgoto para a construção de tecnologias sociais; - Participação da comunidade local e movimento sociais nos espaços escolares; - Diminuição do trabalho infantil e do trabalho escravo; - Incentivo a jovens para preservar os recursos naturais e as culturas; - Valorização do meio rural, com incentivo de permanência dos jovens, reconhecendo as oportunidades disponíveis para a geração de renda; - Diminuição dos processos burocráticos, na aquisição de direitos dos(as) agricultores(as).
Alann Guttyerre
2ª FASE: CULMINÂNCIA DO III ENCONTRO DO NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS RURAIS E I FÓRUM DE EDUCAÇÃO DO CAMPO E AGROECOLOGIA A segunda etapa do projeto foi constituída pela realização do Encontro propriamente dito. O Encontro agregou três propostas ao todo, integradas numa concepção de discutir questões associadas ao mundo rural, no contexto do Vale do Jequitinhonha. Também foi discutido sobre Educação do Campo e, ainda, a discussão transversal de práticas ligadas à agroecologia, a partir da realização da Feira de plantas medicinais, Panc e sementes crioulas. Os grupos elaboraram um conjunto de propostas que foram posteriormente sistematizadas. As propostas são as seguintes: - Intercâmbio das escolas do campo (EFA e escolas públicas); - Divulgação dos trabalhos realizados; - Formação profissional na perspectiva da educação do campo; - Fortalecimento de políticas públicas e articulação para melhoria da Educação do Campo no Vale do Jequitinhonha e Mucuri; - Criação de um conselho gestor na instância regional dos Vales Jequitinhonha/Mucuri ou do semiárido mineiro, responsável pelos encaminhamentos de ações propostas; - Realização permanente do Fórum de Educação do Campo no Vale; - Integração de entidades, família e o local de implantação da escola; - Integração das presentes propostas ao EJA; - Informação ao público consumidor e produtor sobre o uso de agrotóxicos em alimentos, utilizando a feira livre como espaço; - Fortalecimento do vínculo de EFA, sindicatos e demais instituições; - Criação de associações de apoio a produtores(as) de alim e ntos orgânicos/agroecológicos; - Desenvolvimento de projetos de pesquisa sobre doenças advindas do uso de agrotóxico; - Busca por estratégias para a destinação de produtos excedentes que
3ª FASE: AVALIAÇÃO DO EVENTO E COMPILAÇÃO E DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS A última fase do projeto foi a avaliação. Duas reuniões foram conduzidas nesse sentido. Apontou-se a dimensão coletiva da construção do Encontro. Houve a integração com entidades, possibilitando o fluxo de muitas pessoas que compareceram aos dois dias ao evento. Destaca-se ainda que a realização da Feira dentro do evento foi bastante rica e houve realmente trocas entre os (as) agricultores(as). Os parceiros destacaram ainda o papel do IFNMG, pelo NEPRU e NEA que vêm estreitando laços com os sujeitos do campo, além das parcerias com movimentos sociais, sindicatos e outras entidades que lidam com as questões do campo. 105
Francisca Souza Santos Dias
Coordenadora: Francisca Souza Santos Dias Bolsista: Eurides Santos Silva e Ana Luiza Silva Mendes Voluntária: Paloma Rocha Silva Colaboradores: Clara Cynthia Melo e Lima e Juliana de Almeida Pereira e Santos Texto: Francisca Souza Santos Dias Campus: Araçuaí
Os(As) estudantes bolsistas avaliaram os procedimentos executados pelos(as) cuidadores(as) e os relacionaram com as evidências científicas atuais.
Projeto
Educação continuada para cuidadores de idosos em instituição de longa permanência no município de Araçuaí – MG
Este projeto de extensão teve por objetivo promover atividades de educação continuada para a equipe de cuidadores(as) de idosos(as) de uma instituição de longa permanência, localizada no município de Araçuaí – MG. O projeto possibilitou a ampliação da reflexão dos(as) profissionais e dos(as) discentes envolvidos(as) acerca da qualidade da assistência, possibilitando articular teoria/prática e o desenvolvimento da consciência crítica sobre o processo de trabalho.
106
O interesse em desenvolver o projeto surgiu durante a realização do estágio curricular obrigatório supervisionado do Curso Técnico em Enfermagem.
Francisca Souza Santos Dias
O
s problemas associados ao envelhecimento, apresentados pela população brasileira, trazem implicações importantes para suas próprias vidas, de suas famílias e das comunidades em que vivem. Nesse contexto, surgiram as Instituições de Longa Permanência para Idosos, mantidas pelo governo, por associações religiosas e beneficentes, ou pelos(as) idosos(as) e familiares, como alternativa para atender às necessidades da sociedade moderna. O(A) cuidador(a) de idoso(a) atua como elo entre a pessoa cuidada, a família e serviço de saúde, evidenciando a
importância da capacitação continuada de recursos humanos para o desenvolvimento das competências necessárias ao cuidado à saúde do(a) idoso(a), considerando suas peculiaridades e sua complexidade. O projeto de extensão “Educação continuada para cuidadores de idosos em instituição de longa permanência no município de Araçuaí – MG” foi realizado em uma instituição de caráter filantrópico, sem fins lucrativos, localizada no município de Araçuaí – MG. Na referida instituição residem trinta e seis pessoas de ambos os sexos. O projeto de extensão em tela ocorreu entre os meses de
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Selma Miranda
Encontro para finalização do projeto.
Francisca Souza Santos Dias
maio e outubro de 2019, desenvolvido por professores(as) e alunos(as) do Curso Técnico em Enfermagem do IFNMG, Campus Araçuaí. O interesse em desenvolver o projeto surgiu durante a realização do estágio curricular obrigatório supervisionado do Curso Técnico em Enfermagem e contemplou a execução de atividades de educação continuada com a equipe de cuidadores(as) da Instituição de Longa Permanência, com a finalidade de proporcionar uma melhor assistência, maior segurança para os(as) residentes da instituição, diminuindo erros associados à prática e capacidade profissional. Na primeira semana de execução do projeto, foi disponibilizada uma caixa lacrada para que os(as) cuidadores(as) pudessem colocar os temas de interesse para capacitação. Assim, foram selecionados quatro temas de relevância para o desenvolvimento das atividades de educação continuada. Os temas selecionados foram: prevenção de quedas; engasgo; curativo e administração de medicamentos por via oral. Nas semanas seguintes, a equipe do projeto avaliou como os procedimentos eram executados na rotina e os relacionou com as evidências científicas atuais, encontrando pontos-chave que precisavam ser discutidos com os(as) profissionais. Durante os meses de julho e outubro, foram realizadas as oficinas para atualização dos conhecimentos em relação aos procedimentos, com articulação da teoria e prática, abrangendo dez profissionais de ambos os sexos. Para uma melhor compreensão por parte do público-alvo do projeto, foram utilizados cartazes, apresentações em datashow com exposição de vídeos, além de realização de atividades com simulações de situações específicas. A duração de cada oficina foi de duas horas, sendo que esse tempo foi dividido entre explanação teórica e científica das temáticas selecionadas e atividades práticas, envolvendo a equipe do projeto e os(as) profissionais
O projeto permitiu a integração entre teoria e prática em um diálogo com a comunidade, possibilitando uma troca de saberes e a construção de novos conhecimentos.
participantes. O incentivo da instituição foi um aspecto facilitador para a realização da capacitação, ao convocar todos(as) os(as) profissionais para as atividades e autorizar a participação dos(as) cuidadores(as) durante o expediente de trabalho. Além disso, pode-se destacar o interesse e participação ativa dos(as) profissionais nas oficinas, com discussão de experiências e solução de dúvidas. Portanto, além do cunho social, ao considerar a demanda da instituição
pela educação continuada dos(as) profissionais, esse projeto de extensão buscou fortalecer a tríade ensino, pesquisa e extensão no Curso Técnico em Enfermagem, tendo em vista que o envolvimento dos(as) discentes nas atividades educativas, para elaboração e explanação dos conteúdos selecionados, permitiu a integração entre teoria e prática, em um diálogo com a comunidade, possibilitando uma troca de saberes e a construção de novos conhecimentos. 107
Darlian Carvalho
Coordenador: Harley Alves Lima Bolsista: Aiala Alves Dias e Darlian Derval de Carvalho Rodrigues Colaborador: José Fernando Vieira de Faria Texto: Harley Alves Lima Campus: Araçuaí
Produzindo Arte
Projeto
Araçuaí em Cores: reciclando e recriando O projeto Araçuaí em Cores: reciclando e recriando objetivou desenvolver a consciência ambiental e a sensibilidade artística dos(as) participantes, advindos(as) de grupos comunitários e escolas públicas da microrregião de Araçuaí-MG, por meio de oficinas de reciclagem de papel e fabricação de tintas de terra, a partir de papéis descartados e pigmentos derivados das tonalidades de solos do Vale do Jequitinhonha. O projeto valorizou o protagonismo dos(as) participantes, fomentando a exposição das artes e pinturas produzidas e oportunizou o aprendizado de tecnologias sociais sustentáveis, a vivência criativa do fazer artístico, bem como o despertar crítico da consciência socioambiental.
108
Produzindo Arte
Darlian Carvalho
I
mpõe-se, como fundamental, contar um pouco da trajetória histórica do projeto intitulado Araçuaí em Cores: reciclando e recriando. Remonta ao ano de 2013 a realização da primeira oficina de fabricação de tintas de terra, pactuada junto à Coordenadoria de Extensão, por ocasião da realização da II Mostra de Tecnologias Sociais do Campus Araçuaí. Tal experiência se constituiu na nossa ação inaugural, fruto da parceria entre o Núcleo de Produção do campus e o Departamento de Solos
da Universidade Federal de Viçosa – UFV, que, na época, coordenava um projeto pioneiro, chamado Cores da Terra. A iniciativa continuou crescendo, culminando com a realização de oficinas sobre a temática em diversos eventos institucionais. Tempos depois, a proposta passou a agregar também a capacitação em reciclagem de papel. Convertendo-se em projeto de extensão, a proposta de trabalho foi aprovada no Edital PROEX/IFNMG de 2018. A recepção
do projeto pela comunidade local e o êxito obtido no desenvolvimento das ações levaram à submissão da proposta ao Edital PROEX/IFNMG de 2019. Mais uma vez, o projeto Araçuaí em Cores: reciclando e recriando foi contemplado, consolidando-se entre as ações extensionistas do Campus Araçuaí. Executado no ano de 2019, o projeto intitulado Araçuaí em Cores: reciclando e recriando teve, como objetivo central, desenvolver a consciência ambiental e a sensibilidade artística dos(as) participantes, por meio da realização de oficinas de reciclagem de papel e fabricação de tintas de terra. A partir de um processo de escuta sensível, desenvolvido junto às comunidades urbanas e rurais da microrregião de Araçuaí-MG, iniciou-se o diálogo com as entidades demandantes. Isso resultou na viabilização de parcerias com alguns grupos comunitários e escolas públicas interessadas em participar do projeto. Revista de Extensão do IFNMG
Darlian Carvalho
Nas oficinas experimentais de reciclagem de papel e fabricação de tintas de terra, foram aproveitados papéis descartados e pigmentos derivados das tonalidades de solos do Vale do Jequitinhonha.
Produzindo Arte
Propunha-se, nos termos acordados, a materialização de ações socioeducativas ofertadas, por meio de oficinas temáticas que possibilitariam processos de formação em educação artística e ambiental.
Para a consecução do projeto, vale registrar a anuência da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Araçuaí-MG. Tratou-se de uma proposta pedagógica de desenvolvimento social e educacional, 109
Darlian Carvalho
O projeto objetivou desenvolver a consciência ambiental e a sensibilidade artística dos(as) participantes.
Nas oficinas, o papel era reciclado e colocado à disposição para ser criativamente recriado.
que envolveu a difusão de tecnologias sociais e o estímulo à produção artística. No percurso metodológico adotado, os(as) participantes foram acolhidos(as) no interior do IFNMGCampus Araçuaí e participaram do ato de lançamento do projeto e da construção articulada da proposta de trabalho. Essa estratégia de mobilização mostrou-se eficaz para estreitar os laços e fortalecer vínculos entre a equipe executora e a comunidade beneficiada. O passo seguinte se direcionou para a capacitação dos(as) bolsistas, a fim de prepará-los(as) para atuarem na demonstração didática dos procedimentos relacionados à reciclagem de papel e à fabricação de tintas de terra, bem como na socialização de técnicas básicas de pintura. Em dois encontros realizados com essa fina110
Encerramento das Oficinas
lidade, os(as) bolsistas mostraram-se aptos(as) a aplicar os conhecimentos adquiridos. A ação seguinte envolveu o desenvolvimento de 03 oficinas experimentais de reciclagem de papel e fabricação de tintas de terra, aproveitando-se de papéis descartados e pigmentos derivados das tonalidades de solos do Vale do Jequitinhonha. Participaram do projeto 50 alunos(as) do 8º e 9º anos do ensino fundamental da Escola Municipal Maria Cecília dos Santos, distrito de Barra do Salinas, Coronel Murta-MG. Além disso, foram beneficiados(as) 15 agricultores(as) familiares, estudantes do Curso de Formação Inicial e Continuada – FIC – Agente de Saneamento Básico Rural. Nesse contexto de aprendizagem, os sujeitos participantes puderam experienciar,
de corpo e arte, saberes e fazeres relacionados à reciclagem de papel e à fabricação de tintas de terra (tecnologias sociais). Nas oficinas, o papel era reciclado e colocado à disposição para ser criativamente recriado pelos(as) oficineiros(as) e transformado em arte pela pintura com tintas de terra por eles(as) fabricadas. A culminância do projeto valorizou o protagonismo dos(as) participantes, fomentando a exposição das artes e pinturas produzidas em eventos escolares e culturais existentes na própria comunidade de origem. O desenvolvimento do projeto oportunizou aos(às) participantes o aprendizado de tecnologias sociais sustentáveis, a vivência criativa do fazer artístico, bem como o despertar crítico da consciência socioambiental.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Lillian Gonçalves de Melo Bolsistas: Mariana Rodrigues Santos e Brena Almeida Silva Colaboradores: Aneuzimira Caldeira Souza, Adriene Matos Dos Santos, Elaine Ferrari de Brito, Carlos Augusto Pereira da Silva, Fabiano Rosa de Magalhães, Juvenal Martins Gomes e Kaíque Mesquita Cardoso Texto: Juliana de Almeida Pereira e Santos Campus: Araçuaí
Crescêncio
Conversa com o Povo Indígena.
Projeto
Povos Indígenas do Vale do Jequitinhonha e Mucuri: conhecer para preservar
Neste projeto de extensão, foram promovidos momentos de debates, estudos e conhecimentos, orais e escritos, sobre o passado e o presente dos povos indígenas no Vale do Jequitinhonha e Mucuri, objetivando sua promoção cultural e social, de modo a fomentar a importância desses povos para a constituição identitária da região. Esses momentos incitaram mudanças que visavam ao respeito, à valorização e ao reconhecimento dos povos originários.
O
Vale possui várias riquezas. Além das minas de ouro e demais atividades de mineração, trata-se de uma região cujos primeiros habitantes foram povos indígenas. Porém, com as expedições em busca de ouro e minérios, essas populações nativas foram dizimadas. O Vale do Jequitinhonha somente despertou o interesse de exploradores a partir da decadência da mineração, no final do século XVIII. A partir daí, sociedades indígenas que residiam na região sofreram o processo de colonização, com a legião de mineradores e faiscadores que chegaram ao baixo Jequitinhonha, à procura de pedras preciosas e ouro, e outros que buscavam a conquista de novas terras para agricultura. Esse processo não aconteceu de forma pacífica, foi de modo cruel e desumano, uma verdadeira guerra, genocídio e etnocídio ao povo indígena. O príncipe regente D. João VI, insRevista de Extensão do IFNMG
Exposição da pesquisadora indigenista Geralda Soares sobre os povos indígenas.
tigado pelos seus ministros, declarou guerra aos povos indígenas que habitavam a região do Vale. A atitude real foi tão extrema, que D. João mandou “aniquilar e destribalizar os Botocudos, que povoavam o Sertão do Leste a Mata do Jequitinhonha”. A guerra declarada pela corte foi concebida como “ofensiva e justa”. Os índios foram condenados por não aceitarem a condição de serem vassalos úteis à Coroa. Percebemos, nesse contexto, a imposição de uma identidade e o apagamento de outra. Os índios, que eram contrários a essa posição humilhante, foram mortos ou fugiram para outras regiões. Dessa maneira, o Vale do Jequitinhonha foi explorado e ocupado a partir de 1811, com o estabelecimento da “Sétima Divisão Militar”, sob o comando do alferes Julião Fernandes e pelo aldeamento de Lorena dos Tocoyó - que levou alguns índios Maxakali que foram aldeados e “civilizados”. Com base nesse contexto histó111
Ernani Calazans
Site do projeto.
Júlio Cézar
Ernani Calazans
Pintura - Mulheres Indígenas - autoriaprof. Ernani Calazans.
Estudos com o Povo Indígena da Aldeia Cinta Vermelha Jundiba.
rico, o projeto de extensão “Povos Indígenas: conhecer para preservar” objetivou proporcionar conhecimentos e reflexões sobre a história, a cultura, a identidade e a realidade dos povos indígenas no Vale do Jequitinhonha e Mucuri. Para isso, foram realizados momentos de estudos, discussões e promoção de conhecimentos que visassem conhecer essa história sob o viés dos saberes indígenas, com o propósito de causar rupturas com a história romantizada que ainda prevalece em vários contextos institucionais, contadas pelo viés do homem colonizador. Outro fator de destaque é que este projeto de extensão estabeleceu parceria com o projeto de pesquisa do acervo e site indígena (em desenvolvimento no Campus Araçuaí) e contribuiu para a organiza112
Visita a aldeia Casa de Saúde.
ção, catalogação e conhecimentos de gêneros discursivos diversos. Em parceria com a pesquisadora indigenista Geralda Soares, o CEDEFES e os fotógrafos Hilton Viotti e Nívea Dias, esse acervo virtual já possui mais de mil materiais digitalizados e parte dele está disponível no site: https://sites.google.com/ifnmg.edu.br/ povosindigenasdovale/in%C3%ADcio?authuser=1 Cabe citar também que, devido à parceria deste projeto com a aldeia Cinta Vermelha Jundiba, do povo Pankararu Pataxó, foi possível estabelecer diálogos com esse povo indígena, o que motivou também uma visita técnica, pela qual conseguimos compreender melhor a história, cultura e os desafios vivenciados pelos povos indígenas nesse contexto hodierno. Além dessas ações, houve também
a promoção de uma sala sensorial no Campus Araçuaí, construída a partir do estudo do livro “ Os Boruns de Watu”, de Geralda Soares, com o intuito de despertar reflexões sobre a guerra “justa” da Coroa aos povos indígenas que habitavam a região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri. Ao final do projeto de extensão, identificamos que projetos voltados para a questão indígena são imprescindíveis, visto que ocasionam conhecimentos da verdadeira história desses povos. Além disso, incitam reflexões da importância desse povo originário - visto que foram os primeiros a habitar a nossa nação, e nos ensinam saberes, crenças, cultura e respeito à natureza, por meio de valores calcados em ensinamentos respeitados e preservados durante anos por seus ancestrais.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Vanessa Paulino da Cruz Vieira Bolsistas: Éllen Araújo de Deus e Ariel Schumaker de Oliveira Texto: Éllen Araújo de Deus Campus: Salinas
Éllen Araújo
Alunos(as) da Escola Estadual Professor José Miranda, do município de Salinas, MG, respondendo o questionário.
Projeto
Educação humanitária: a ludicidade na transmissão de conceitos sobre cuidados com animais e promoção da saúde pública
Trata-se de um relato da experiência vivida durante a realização do projeto de extensão, cujo objetivo é transmitir, de forma lúdica, os conhecimentos de guarda responsável, cuidados com os animais e zoonoses ao público infanto-juvenil da rede escolar pública do município de Salinas, Minas Gerais. O projeto proporcionou uma experiência gratificante e de grande relevância na formação acadêmico-profissional dos discentes participantes, mostrando sua importância na sociedade como promovedores de conhecimentos, colocando em prática as informações passadas em aula e promovendo o exercício da cidadania plena.
Revista de Extensão do IFNMG
Professores(as) da Escola Estadual Osvaldo Prediliano Santana, preenchendo o questionário sobre zoonoses, guarda responsável e bemestar animal, Salinas, M.G.
Ariel Schumaker
O
desenvolvimento do presente projeto de extensão se mostrou uma ferramenta enriquecedora para intervenção na educação e na saúde, utilizando o lúdico no processo de ensino-aprendizagem de crianças para abordar conceitos sobre zoonoses, bem-estar animal e guarda responsável, oferecendo informações que podem ser passadas à comunidade, reduzindo assim o índice de maus tratos e de animais errantes. Além disso, proporcionou à equipe executora, a amplificação
113
Fernando Gomes João Paulo Soares Alves
Na dinâmica do bicho geográfico, a equipe executora montou uma maquete de uma cidade, onde havia representado um tutor levando seu cão para passear pelas ruas.
Estudos com o
Povo Indígenacardíaca, A dinâmica da ausculta daauscultaram Aldeia Cintao coração as crianças de um cãoVermelha de pelúcia, que possuía Jundiba. um gravador com batimentos cardíacos em seu interior, utilizando o estetoscópio.
de conteúdos curriculares trabalhados em sala de aula, durante a graduação do curso de Medicina Veterinária, fundamentando os conhecimentos teóricos com a prática, e, por meio do exercício da cidadania, revelou aos discentes a importância da atividade extensionista e do seu papel como agente promotor de conhecimentos. O projeto foi executado na cidade de Salinas/MG, e iniciou-se em maio de 2019. Inicialmente, foi realizado uma revisão bibliográfica sobre bem-estar animal, guarda responsável, educação em saúde e a utilização de atividades lúdicas para a prevenção de zoonoses, culminando na preparação da equipe executora para o desenvolvimento do projeto. Posteriormente, foi estabelecido um contato com as escolas 114
Na atividade dos filhotes abandonados, a dinâmica envolvia conceitos de bem-estar animal e guarda responsável, na qual as crianças recolhiam esses animais e cuidavam deles.
do ensino fundamental da rede pública da região. Os coordenadores pedagógicos das escolas foram informados sobre o intuito e a execução do projeto e, no total, 3 escolas aderiram a proposta. Assim, realizou-se a elaboração e a confecção das atividades lúdicas para alunos do 5° ano do ensino fundamental, além da confecção de questionários aos alunos, professores e responsáveis, que pudessem verificar o conhecimento prévio de cada grupo. Foram ministradas palestras sobre a temática do projeto aos professores e responsáveis, além de confecção e distribuição de folders informativos para as escolas envolvidas sobre guarda responsável, bem-estar animal e zoonoses. As atividades lúdicas e as palestras desenvolvidas envolvendo as-
pectos relacionados ao bem-estar animal, guarda responsável e zoonoses, alcançaram 74 crianças do 5° ano do ensino fundamental, 10 professores e 16 pais de alunos. Foram desenvolvidas cinco atividades lúdicas distintas: zoonose bacteriana com leptospirose; guarda responsável e bem-estar animal com filhotes abandonados, zoonose parasitária com bicho geográfico, meio ambiente com a tartaruga que comeu lixo e atividade profissional do clínico veterinário com ausculta cardíaca em cão. Também foram apresentadas peças teatrais, com linguagem adaptada para as crianças, de forma a promover conhecimento, além de se introduzir alguns termos técnicos necessários para o processo de ensino do público alvo e dos parti-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Éllen Araújo
Revista de Extensão do IFNMG
A atividade sobre a tartaruga que comeu lixo ressaltou princípios sobre conscientização ambiental. Alunos(as) da Escola Estadual Osvaldo Prediliano Santana do município de Salinas, M.G., coletando amostras para exames em um cão de pelúcia na atividade lúdica sobre Leptospirose.
sala de aula com os alunos O projeto proporcionou aos alunos uma experiência gratificante, visto que permitiu com que eles se sentissem úteis para a sociedade na qual fazem parte, buscando transformar e prover mudanças significativas na construção de uma saúde
Jessica Larissa Alves Dias
cipantes do projeto. Aplicou-se um questionário aos alunos contendo perguntas curtas e objetivas sobre o tema trabalhado afim de avaliar o conhecimento prévio e o aprendizado adquirido após o desenvolvimento das atividades. A segunda etapa do projeto fundamentava-se na elaboração e apresentação de palestras destinadas aos professores e responsáveis dos alunos participantes sobre a temática do projeto. Para isso, foi aplicado um questionário abordando a caracterização dos animais que mantinham sob tutela, além de conceitos sobre zoonoses, guarda responsável e bem-estar animal antes e após as palestras, a fim de avaliar o nível de conhecimento adquirido. O objetivo dessas palestras foi levar o conhecimento adquirido pelos responsáveis até a comunidade em que estão inseridos, além de capacitar os educadores, permitindo que esses temas sejam trabalhados em
Éllen Araújo
Alunos(as) participando da atividade “Filhotes Abandonados”, fazendo a vermifugação dos filhotes de pelúcia.
única que envolve a saúde ambiental, saúde humana e saúde animal. O aprendizado experimentado também teve seu impacto para os estudantes de Medicina Veterinária integrantes do projeto, que tiveram um completo envolvimento e foram os agentes ativos desse relato. 115
Extensão Tecnológica 116
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Maria da Penha de Laia Bolsistas: Jéferson Fonseca e Patrícia Afonso Barbosa Voluntários: Wellison Gonçalves Oliveira, Danille Souza Boni, Ageu da Silva Meireles, Ângella Teixeira Costa, Eduardo Lopes dos Santos, Paumer Rogério Pereira Barbosa e Samuel Martins Peres Texto: Maria da Penha de Laia Campus: Salinas
Visando trocar experiências com outras equipes que desenvolvem trabalhos com robótica, foi realizada uma visita ao CEFET de Belo Horizonte “TRINCABOTS”.
Arquivo do Projeto
Projeto
Aplicação de Conceitos Físicos de Maneira Interdisciplinar:
Robótica Educacional Frequentemente, a robótica vem sendo citada como ferramenta educacional por facilitar a articulação social interna e externa à escola. Com a utilização de recursos tecnológicos e de conhecimento científico, cogita-se encontrar soluções para vários problemas atuais, que, muitas vezes, impossibilitam a atuação humana. Essas necessidades fomentam pesquisas em várias áreas da sociedade, acelerando, a passos largos, a evolução da ciência e proporcionando avanços tecnológicos que regem o mundo contemporâneo. Pelo exposto, acredita-se que esse projeto aproximou os(as) alunos(as) da tecnologia e proporcionou a busca de conhecimento por meio de pesquisa, tentativa, erro e acerto, como também, possibilitou, aos(às) discentes de licenciatura em Física, testar um recurso didático alternativo, como a construção e utilização dos robôs para ensinar conceitos de física.
N
Revista de Extensão do IFNMG
Em ambientes de robótica, os(as) alunos(as) constroem sistemas compostos por modelos e programas, criando um espaço propício ao desenvolvimento de habilidades cognitivas em diversas áreas do conhecimento Arquivo do Projeto
o ensino de modo geral, os conteúdos são estudados desvinculados de suas aplicações, o que pode ser a causa de muitos(as) alunos(as) demonstrarem desinteresse pelas disciplinas. Benitti (2009) menciona que uma forma de viabilizar o conhecimento científico-tecnológico pode ser por meio da robótica educativa. Essa pode ser uma ferramenta valiosa para aplicar alguns conceitos físicos estudados, aumentando a criatividade, desenvolvimento tecnológico, aprendizagem e despertando um maior interesse pela apli-
cabilidade da ciência. A robótica educacional favorece o conhecimento como ação do sujeito com a realidade, facilita o aprender de maneira significativa, sem a necessidade de repetir verdades acabadas, mas, mesmo assim, ainda é pouco explorada. Em ambientes de robótica, os(as) alunos(as) constroem sistemas compostos por modelos e programas, criando um espaço propício ao desenvolvimento de habilidades cognitivas em diversas áreas do conhecimento. Inicialmente, dividiram-se os(as) integrantes do projeto em peque117
Arquivo do Projeto
Alunos integrantes do projeto
Aeroíno
Carrinho com sensor de obstáculo
Aeroíno
Robô seguidor de linha
nos grupos, a fim de que cada um construísse seu protótipo, sendo os escolhidos: garra mecânica, robô seguidor de linha, aranha, aeroíno e carrinho com sensor de obstáculos. Os aparatos foram construídos no IFNMG-Campus Salinas, envolvendo 10 integrantes, entre eles(as), discentes do Ensino Médio e do curso de licenciatura em Física. Os(As) licenciandos(as) utilizaram robôs como recurso didático para ensinar física, de forma mais dinâmica, em escolas estaduais, no Instituto Federal e em eventos na praça, em Salinas- MG. Com esse projeto, foi possível perceber que os(as) discentes demonstraram grande interesse em buscar conhecimento por meio de pesquisa, investigação e trocas de experiências para executar o planejamento. Construíram multi-instrumentos tecnológicos e os utilizaram em sala de aula, para ensinar física de maneira interativa. Observou-se 118
que esse método de ensino, utilizando robôs, tem grande potencial em associar teoria e prática, contribuindo para um ensino-aprendizagem mais efetivo e menos estático. Os resultados obtidos foram muito satisfatórios e animadores para o grupo. Apesar de não ter tido recursos financeiros para o custeio dos trabalhos, já temos resultados muito profícuos e algumas aplicações já foram realizadas com sucesso. Como exemplos fáticos de demonstração dos resultados alcançados deste projeto, podem ser citados os quatro eventos educativos envolvendo os aparatos, a saber: duas aulas na Escola Estadual Levindo LambertSalinas-MG e duas mostras (uma na praça do município de Salinas e outra no campus), nas quais os(as) alunos(as) apresentaram o aparato e explicaram a física por detrás dos robôs. Pelo exposto, acredita-se que o
trabalho com a robótica aproximou os(as) alunos(as) da tecnologia e proporcionou a busca de conhecimento por meio de pesquisa, tentativa, erro e acerto. Também possibilitou, aos(às) discentes de licenciatura em Física, testar um recurso didático alternativo, como a construção e utilização dos robôs para ensinar conceitos de física. Os aparatos construídos, em sua maioria, foram desenvolvidos com materiais de baixo custo e sucata de aparelhos eletrônicos, mostrando ser possível a execução desse tipo de trabalho em escolas públicas, que, muitas vezes, não possuem recursos financeiros para custear os projetos. Visando trocar experiências com outras equipes que desenvolvem trabalhos com robótica, fizemos uma visita ao CEFET de Belo Horizonte “TRINCABOTS”, e ao Instituto Federal de Minas Gerais/Campus Ouro Preto “FIRE”.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Júlio César Oliveira Dias Bolsistas: Natan Dias de Oliveira e Anne Karoline Mendes da Silva Colaborador: Luciano Xavier dos Santos Texto: Natan Dias de Oliveira Campus: Salinas
Foi realizado durante o projeto análise química da água, com teste colorimétrico.
Projeto
Anne Karoline Mendes da Silva
Elaboração de informativos técnicos para piscicultores do Norte de Minas O relato envolve as atividades desenvolvidas dentro do projeto de extensão intitulado “Elaboração de informativos técnicos para piscicultores do Norte de Minas”. Foi uma atividade de grande relevância, visto que o conhecimento técnico da piscicultura acaba por se concentrar nos grandes produtores, não chegando às classes produtoras de menor produtividade. Nesse contexto, a produção de cartilhas ilustrativas foi uma boa iniciativa para fornecer o conhecimento técnico-científico a piscicultores(as) e técnicos(as) da área, sanando dúvidas relacionadas aos sistemas de criação de peixes, às principais espécies de importância econômica, nutrição, qualidade da água e sanidade na piscicultura.
A
região de Salinas tem um grande potencial para a piscicultura, devido a presença de inúmeras barragens em seu entorno. Ademais, também podem ser encontrados(as) piscicultores(as) com produção em tanques escavados ou piscina de lonas e tanques-rede. Dessa forma, a realização do projeto de extensão “Elaboração de informativos técnicos para piscicultores do Norte de Minas”, pelos discentes Natan Dias de Oliveira e Anne Karoline Mendes da Silva, do curso de Medicina Vete-
Revista de Extensão do IFNMG
rinária do IFNMG//Campus Salinas, com a coordenação do professor Júlio César Oliveira Dias, propiciou a difusão de conhecimento para técnicos(as), pequenos(as), médios(as) e grandes produtores(as), contribuindo para o desenvolvimento da produção piscícola na região de Salinas (Regional Salinas). Mesmo possuindo um potencial macro em relação ao país e micro, por parte da região do Norte de Minas, especificamente, da região de Salinas-MG, o conhecimento técnico da piscicultura acaba por se con-
centrar nos grandes produtores, não chegando às classes produtoras menores. Há uma enorme carência de profissionais especializados(as) para disseminar todo o conhecimento que o país adquiriu com pesquisa e tecnologia. Muitas vezes, tais informações não conseguem chegar ao(à) produtor(a), por meio de profissionais da área, pela longa distância das propriedades e falta de técnicos(as) com experiência adequada, por exemplo. Diante disso, foram desenvolvidas as cartilhas, que possuem o in119
Anne Karoline Mendes da Silva
Foram desenvolvidas cartilhas, que possuem o intuito de difundir o conhecimento técnico-científico em piscicultura de forma simples e concisa.
tuito de difundir o conhecimento técnico-científico em piscicultura de forma simples e concisa; melhorar o nível técnico e fomentar a prática da piscicultura na região; aumentar a diversificação de tecnologias utilizadas na piscicultura e a qualidade dos produtos piscícolas; estimular a prática extensionista nos(as) discentes; produzir uma ferramenta de auxílio ao trabalho dos(as) técnicos(as) de campo. A primeira etapa de execução do projeto foi fazer um levantamento prévio, com a ajuda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo de Minas Gerais - EMATER-MG (Regional Salinas), sobre a presença de pisciculturas e técnicos(as) de campo na região e suas principais demandas por assistência técnica na piscicultura. Foram também analisados as principais ações, entraves e resultados positivos do 120
Nas cartilhas, foi utilizada uma linguagem simples, com frases concisas e objetivas, contendo tabelas, gráficos, desenhos esquemáticos e fotos.
projeto de extensão realizado em 2018, por meio do qual foram realizados atendimentos técnicos (in loco) em quatro pisciculturas da cidade de Salinas. Com base nesses resultados, a segunda etapa foi determinar os conteúdos/temas a serem trabalhados e elaborar a cartilha digital e física. Os temas selecionados foram: qualidade da água; manejo nutricional; implantação da produção em tanque-rede e tanque escavado; as principais espécies de peixes utilizadas na criação comercial. Os três primeiros temas foram apresentados em forma de cartilhas, individualmente, e o último tema foi produzido em forma de folder, com uma apresentação mais resumida e direta das informações, contendo imagens/exemplos das principais espécies de peixes comerciais adaptadas e viáveis para a região.
Nas cartilhas, foi utilizada uma linguagem simples, com frases concisas e objetivas, contendo tabelas, gráficos, desenhos esquemáticos e fotos, para que o conhecimento fosse de fácil aquisição. As fotos foram produzidas em propriedades da região de Salinas, cedidas por outras fontes e de própria autoria. Com a execução e finalização do projeto, pontua-se que houve um bom aumento do conhecimento para os(as) produtores(as) sobre a piscicultura e os seus sistemas de produção para o Norte de Minas Gerais. A forma como o conteúdo foi transmitido promoveu uma boa capacitação e melhora do nível de profissionalismo, possibilitando ao(à) piscicultor(a) se manter no mercado de forma sólida e lucrativa, por meio da utilização da cartilha como forma de assistência técnica, à disposição em tempo integral.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Anne Karoline Mendes da Silva
O último tema foi produzido em forma de folder, com uma apresentação mais resumida e direta das informações, contendo imagens/exemplos das principais espécies de peixes comerciais adaptadas e viáveis para a região.
Revista de Extensão do IFNMG
Natan Dias de Oliveira
E
m relação ao conhecimento adquirido pelos(as) discentes, houve uma grande evolução relacionada à percepção da realidade, permitindo a aquisição de conhecimentos teóricos e práticos, de forma interdisciplinar, nas áreas de piscicultura, nutrição e produção animal, administração e extensão rural, abrindo-se também oportunidade para explorar uma nova forma de oferecer assistência técnica. Por outro lado, podemos pontuar que ainda há necessidade de elaboração de mais cartilhas adaptadas à região, abordando diversos outros temas, devido à carência de assistência técnica especializada na área. Conclui-se que a elaboração de informativos técnicos para piscicultores(as) do Norte de Minas tornou-se um ótimo veículo de difusão, devido à facilidade em fornecer o conhecimento técnico-científico necessário a piscicultores(as), técnicos(as) da área e a quem queira ingressar e se manter na atividade.
Análise física da água, com disco de Secchi, especialmente construído para estimar a transparência e o nível de turbidez de corpos de água.
121
Coordenadora: Ana Cláudia Gonçalves de Sá Jardim Bolsistas: Aline Ferreira Colen, Marcos Oliveira Medeiros, Mônica Pereira da Silva e Raiara Rodrigues dos Santos Colaboradores: Gustavo Henrique Silva de Souza, Yuri Bento Marques, Maria Terezinha Pereira Pestana e Chams Maria Kumaira Texto: Ana Cláudia Gonçalves de Sá Jardim, Maria Terezinha Pereira Pestana e Chams Maria Kumaira Campus: Teófilo Otoni
Caso de sucesso MEI – Depoimento de Alessandro C. Santos, microempreendedor individual que atua no comércio de quitutes e guloseimas.
Projeto
Portfólio de Oportunidades O Projeto Portfólio de Oportunidades objetivou acolher as situações-problema de variados segmentos da comunidade abrangida pelo Campus Teófilo Otoni, assim como propor soluções tecnológicas advindas das áreas de extensão, pesquisa e ensino, por meio de programas, projetos ou atividades. Para atingir seu objetivo, foi preciso conhecer a fundo os problemas e dificuldades existentes na região, identificar os pontos fortes e fracos, e as necessidades e recursos disponíveis, além de revelar informações que eram desconhecidas, mostrando possibilidades de parcerias e colaborações, a fim de viabilizar a aplicação de medidas mais assertivas para as problemáticas identificadas e para o cumprimento da missão institucional. Para esse relato, escolhemos o segmento de Microempreendedores Individuais (MEI), que atuam no município nos mais diversos segmentos e respondem por uma parcela substancial das atividades que movimentam economicamente a região.
O
Projeto Portfólio de Oportunidades, que teve como objetivo acolher as situações-problema informadas pela comunidade, assim como propor soluções tecnológicas advindas das áreas de extensão, pesquisa e ensino, por meio de programas, projetos ou atividades. Diversos levantamentos, tendo como alvo vários segmentos da sociedade, foram realizados e permitiram um melhor entendimento da dinâmica local, além de fornecer subsídios para a tomada de decisões e efetivação da missão institucional, cuja essência
122
se volta para o desenvolvimento local e regional, por meio da aplicação do conhecimento. Dentre os públicos-alvo estudados, fizeram parte os Microempreendedores Individuais (MEI) que atuam no município nos mais diversos segmentos econômicos. O MEI é um pequeno empreendedor que trabalha por conta própria, podendo atuar em uma das mais de 400 modalidades de serviços, comércio ou indústria, que compõem uma listagem do governo federal, disponibilizada no site: www.portaldoempreendedor.gov.br.
Segundo informações fornecidas pela unidade do Sebrae/MG, em Teófilo Otoni, foram registradas, até setembro de 2019, 6.354 empresas optantes no Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais de Tributos do Simples Nacional (SIMEI), demonstrando um universo significativo e impactante para a economia local. O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/MG, Sr. Roberto Simões, afirma que, na última década, ocorreu um crescimento substancial do número de pessoas que formalizaram suas ativida-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Discentes e docentes do Campus Teófilo Otoni do IFNMG e representantes das instituições parceiras que participaram do evento.
des, resultado da Lei Complementar nº 128, que criou, em 2008, a figura jurídica do MEI e tirou da informalidade uma gama de trabalhadores(as) que, até então, desempenhavam suas atividades sem nenhum amparo legal ou segurança jurídica. É uma oportunidade para o(a) trabalhador(a) legalizar o seu negócio de forma simples, rápida e gratuita, e, com isso, usufruir dos benefícios de ter um Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), poder emitir notas fiscais e ter os direitos trabalhistas assegurados, como auxílio maternidade, auxílio doença e aposentadoria. Ser microempreendedor individual é uma atividade intensa, repleta de desafios que exigem preparação para enfrentá-los; por isso, o melhor caminho é aprender a aprender sempre. São inúmeros os sentimentos (medo, insegurança, angústia...), dúvidas e questionamentos, que deixam o(a) empreendedor(a) bastante apreensivo(a) ao longo do caminho, e nem sempre é tão fácil encontrar as respostas: qual a decisão certa? Será que vai dar cerRevista de Extensão do IFNMG
Professoras do IFNMG Campus Teófilo Otoni, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, representantes do SEBRAE e da CDL/TO.
to? Qual a melhor opção (tipo certo) de empresa? Será que preciso entrar em sociedade com alguém? Um levantamento do Sebrae mostrou que, entre os principais desafios enfrentados pelos(as) microempreendedores(as) individuais, encontram-se: conquista de clientes, gestão do negócio, vendas, compras, gestão financeira e precificação. Lidar com todos esses aspectos relacionados aos negócios realmente não é uma tarefa simples, e, para deixar a situação ainda mais complicada, as pesquisas apontam que grande parte dos(as) MEI não possui
experiência gerencial e adota métodos empíricos e rudimentares, com,o por exemplo, controlar suas finanças apenas com caderno e lápis. Diante de tantos desafios, dúvidas e dificuldades, examinar como os(as) microempreendedores(as) individuais estão atuando e se desenvolvendo na região de Teófilo Otoni se tornou uma questão salutar para o campus, que pode utilizar de toda a sua expertise para colaborar no melhoramento das práticas de gestão e na continuidade desses negócios. Assim, implantamos ações que visavam conhecer, a fundo, as deman123
Fala MEI
O 1º Encontro Fala MEI - Roda de conversa com a participação de diversas instituições como: CDL/TO, SEBRAE, Caixa Econômica, Sindicato dos Contabilistas, Prefeitura Municipal e IFNMG.
Representantes das instituições parceiras que apoiaram o evento Fala MEI.
das e os problemas enfrentados por esses(as) microempreendedores(as), identificar os pontos fortes e fracos, as necessidades, potencialidades e recursos disponíveis, além de revelar informações que eram, até então, desconhecidas, mostrando, também, possibilidades de parcerias e colaborações. O trabalho de identificação foi sistemático e englobou diversos stakeholders, envolvendo as partes interessadas e os(as) beneficiários(as) do projeto, dentre eles(as) pessoas e organizações que podem ser afetadas de forma direta ou indireta, positiva ou negativamente. Foram utilizados métodos variados, em conjunto ou adaptados, de acordo com os recursos e as preferências dos(as) envolvidos(as). Destacamos, entre eles: reuniões, grupos focais, pesquisas e 124
entrevistas. Das 6.354 empresas cadastradas no SIMEI, até 30/09/2019, em Teófilo Otoni, foram selecionadas 38 (trinta e oito), cujos(as) MEI participaram de eventos promovidos pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Teófilo Otoni (CDL/TO) em parceria com o SEBRAE, Prefeitura, Sindicato dos Contabilistas, Superintendência da Fazenda, instituições bancárias, etc., com o envolvimento direto de servidores(as) e alunos(as) do Campus Teófilo Otoni do IFNMG. Esses eventos tinham como objetivo dar voz aos(às) MEI em relação a seus anseios, dúvidas e questionamentos em diferentes aspectos, desde questões burocráticas até a entraves tributários e legislativos, demandas e deficiências na gestão de seus empreendimentos.
evento denominado FALA MEI foi dividido em dois momentos diferentes para compreender e melhor detectar as dificuldades e gargalos enfrentados pelos(as) MEI, e também garantir maior efetividade das sugestões e intervenções que poderiam ser articuladas junto ao IFNMG, em suas áreas de atuação. No primeiro momento, os(as) MEI foram submetidos(as) a uma dinâmica, em que tiveram acesso direto a representantes das diferentes instituições parceiras, para que pudessem expor suas dúvidas e angústias, e ouvir, de cada um(a) deles(as), de que produtos e serviços eles(as) dispunham e sobre possíveis colaborações com seus anseios. Num segundo momento foi apresentado aos(às) MEI os resultados dos levantamentos, que possibilitaram um diagnóstico mais preciso e maior compreensão da problemática enfrentada por eles(as), para daí buscar soluções efetivas para suas dificuldades, reforçando a ideia de que, mesmo antes de abrir a empresa, é necessário se preparar bem para gerenciá-la. Concluímos que a maioria dos(as) 38 MEI entrevistados(as) mostrou-se com nível de escolaridade deficitário. Apenas uma pequena parcela iniciou o ensino superior sem, contudo, tê-lo completado. É necessário que esses(as) MEI busquem informações, capacitem-se, participem de feiras e eventos, a fim de se manterem atualizados(as). O trabalho de desenvolvimento e crescimento de um negócio é contínuo e exige esforço e dedicação. E, para sua expansão, são necessárias decisões ousadas, que requerem solidez, aquisição de habilidades em diferentes áreas e disposição para aprender novas competências. Dentro dessa perspectiva, notamos que a maioria das 38 (trinta e oito) empresas é bastante jovem e
que apenas uma minoria já está no mercado há mais de 10 anos. Como já vimos no parágrafo anterior, grande parte dos(as) MEI não possui um nível de escolaridade adequado, trazendo prejuízos à solução de possíveis dificuldades encontradas, que, muitas vezes, são de rápida solução quando se tem conhecimento dos recursos que se encontram disponíveis, muitas vezes, gratuitos. É sabido que a falta do conhecimento desses recursos está diretamente ligada ao nível intelectual em quase 100% dos casos, e isso compromete, diretamente, as tomadas de decisões e a adoção de algumas estratégias. Atualmente há uma gama de serviços que o(a) MEI pode e deve desfrutar, tanto para iniciar sua empresa quanto para solucionar eventuais dificuldades inerentes ao tipo de empresa que venha a formalizar.
D
iante de tantas dificuldades e desafios que a classe nos apresentou nas entrevistas e na aplicação de questionários, acreditamos que uma parceria com as diferentes áreas de expertise do IFNMG, Campus Teófilo Otoni possa beneficiá-la, para que avance, de forma bem sucedida, em sua autonomia empreendedora. O Campus Teófilo Otoni oferece cursos nas áreas de gestão e informática, que podem auxiliar o(a) MEI a obter um conhecimento mais amplo do mercado, assim como se capacitar digitalmente para fazer uso de uma série de recursos tecnológicos que já estão à sua disposição. As oportunidades oferecidas pelo campus vão desde cursos presenciais regulares a cursos FIC (Formação Inicial Continuada), com carga horária diferenciada e certificações. Os cursos regulares têm duração mais longa e uma programação sequencial, de acordo com a profundidade dos temas abordados. Já os cursos FIC apresentam um formato Revista de Extensão do IFNMG
Roda de conversas com representantes das instituições parceiras, microempreendedores(as) individuais, alunos(as) e professores(as) do Campus Teófilo Otoni do IFNMG.
Proposta de parceria diferente, com duração mais curta e conteúdo mais sintetizado. Ambos emitem certificados, de acordo com as condições estabelecidas no portfólio do curso. Podemos também acrescentar as palestras, oficinas, minicursos e workshops ministrados na CDL-TO em parceria com o IFNMG e outras instituições, direcionados aos(às) MEI, nos quais novas experiências, informações e soluções são apresentadas por meio de Startups e da Empresa Júnior, em fase de implementação no campus, oferecendo novos modelos de negócios e novas formas de gestão. Sem um planejamento detalhado de gestão, nenhuma ideia criativa se sustenta no mercado. Da mesma forma, os(as) MEI terão oportunidade de participar de eventos, oficinas, workshops, capacitações, dinâmicas e treinamentos que poderão ser viabilizados por meio das parcerias do IFNMG com diferentes instituições, como SEBRAE, Prefeitura, Caixa Econômica
Federal e Superintendência Regional da Fazenda. Há ainda a possibilidade da confecção de cartilhas informativas pelas diferentes equipes técnicas dos cursos do Campus Teófilo Otoni, sobre tecnologias, gestão, legislação e tantos outros aspectos de importância para a entrada de pessoas no mercado formal, oportunizando, assim, melhores condições de desenvolvimento de negócios. Se lembrarmos que a missão do IFNMG é a de formar cidadãos por meio da educação profissional, científica e tecnológica por essas ações, contribuiremos para o desenvolvimento socioeconômico da comunidade local e da sociedade como um todo. Ao oferecermos tais oportunidades aos(às) MEI, poderemos gerar eficiência acadêmica, difundindo e aplicando conhecimento e inovação no ensino, pesquisa e extensão, fundamentados na gestão participativa e na inclusão social. 125
Ricardo Everton de Jesus Reis
Coordenadora: Thaís Larissa Lourenço Castanheira Bolsistas: Frederico Rodrigues de Oliveira e Anderson Santiago Loiola Voluntários: Ana Clara André Pardim e Ricardo Everton de Jesus Reis Colaboradores: Eduardo Garrido, Luis Carlos Rocha e Graciene Mendes de Oliveira Durães Texto: Anderson Santiago Loiola, Ana Clara André Pardim, Frederico Rodrigues de Oliveira, Ricardo Everton de Jesus Reis, Eduardo Garrido e Thaís Larissa Lourenço Castanheira Campus: Salinas
Alunos(as) bolsistas e voluntários(as) percorrendo a comunidade de Nova Matrona, para entrevistas.
Projeto
Medicina Veterinária no Quilombo: Uma Ação do NEABI na Saúde Única O projeto apelidado de MedVet no Quilombo foi inspirado no desafio de se confrontar a ciência acadêmica com os conhecimentos e saberes populares, no intuito de se obter ganho recíproco para discentes e comunidades. Ao proporcionar aos(às) alunos(as) envolvidos(as) o reconhecimento do valor dos saberes tradicionais e o respeito às memórias da comunidade, trabalhamos as habilidades humanísticas durante a graduação, além das habilidades técnicas .E, ao proporcionar à comunidade participante um resgate à sua memória de cura e saúde nos tempos ascendentes, de tias e avós que usavam plantas medicinais do quintal, que sabiam receitas e prescrições, repassadas oralmente, permite-se uma reflexão sobre como o tempo conduziu a consciência de suas raízes ancestrais, de forma individual e comunitária. O quanto a comunidade científica e a população pesquisada valorizam e reconhecem, no outro e em si, os saberes populares? O quanto a medicina veterinária é capaz de sair dos muros acadêmicos e se enriquecer com outra forma de olhar a saúde?
Q
uando pensamos em saúde, uma das imagens mais populares foi, por muito tempo, representada pela figura de um “doutor”, vestido de branco com um estetoscópio em um consultório e atendendo a um paciente. Contudo, saúde é muito mais que um(a) único(a) profissional e uma única espécie a ser cuidada. A definição de saúde, hoje, não é mais
126
antropocêntrica, tendo a saúde humana como ideia central. O conceito atual de saúde é dado pelo termo saúde única, devido à indissociabilidade entre saúde humana, animal e ambiental. Portanto, falar de saúde é falar de forma multiprofissional. Ao olharmos o todo, conseguimos entender melhor as relações de transmissão, controle e prevenção de doenças. Neste aspecto, a medi-
cina veterinária tem o seu destaque, pois é um curso híbrido quanto a sua área de atuação. Ela é, classicamente, inserida na área de Ciências Agrárias, mas faz parte também da área de Ciências da Saúde, sendo o(a) médico(a) veterinário(a) reconhecido(a) como profissional da saúde, conforme Resolução nº 287/98 do Conselho Nacional de Saúde. A medicina veterinária trabalha a interface dos
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Eduardo Garrido
A equipe realizou uma reunião com representantes do Conselho Comunitário Matronense, e, nesta ocasião, foi exposto o objetivo do projeto.
três pilares da saúde, direta ou indiretamente. Assim, o(a) médico(a) veterinário(a) é indispensável como um dos profissionais ligados à saúde da família, uma vez que, em visitas domiciliares, é capaz de diagnosticar riscos e promover a educação em saúde, atuando na saúde pública local, o que abre espaço para o reconhecimento da profissão, além do estereótipo restrito ao centro de controle de zoonoses do município. Contextualizando, o(a) médico(a) veterinário(a) tem o desafio de transpassar o conteúdo de cursos ligados à saúde e relacionar suas competências técnicas e tecnológicas, que foram intensamente trabalhadas na graduação, com o conhecimento humanístico e social. No caso específico deste projeto, o desafio foi inserir a medicina veterinária em comunidades tradicionais, permitindo o aprendizado de um outro conhecimento, aquele que não está dentro dos muros acadêmicos, mas está infiltrado nas memórias sociais: os conhecimentos e saberes tradicionais. Saberes que, muitas vezes, são desacreditados pela comunidade científica. Foi nesse ambiente desafiador que o grupo, em parceria com o NúRevista de Extensão do IFNMG
cleo de Estudos, Pesquisa e Extensão Afro-Brasileira e Indígenas (NEABI) do Campus Salinas, ultrapassou os muros da academia e foi inserido em Nova Matrona, distrito de Salinas, tendo, como apoio, o Conselho Comunitário Matronense, que vem trabalhando para o reconhecimento da comunidade como quilombola. Dessa maneira, poder resgatar as memórias quanto à cura na comunidade foi um processo que contribuiu não só para o desenvolvimento das capacidades humanísticas e sociais da equipe, mas também para o olhar de seus(suas) moradores(as) para o passado, ao tempo em que se usava a natureza no dia a dia, quando os rituais, rezas, benzimentos, ervas e plantas medicinais e, até mesmo, os animais eram usados por um ancião/ anciã desta comunidade. Tempos nos quais a confiança e os cuidados eram dispensados de forma igualitária na comunidade, repassando-se a cura por meio da oralidade. A equipe realizou uma reunião com representantes do Conselho Comunitário Matronense, e, nesta ocasião, foi exposto o objetivo do projeto, de registrar/resgatar os saberes tradicionais de cura para as doenças, tanto em humanos como
em animais da comunidade. A presidente do Conselho acompanhou o grupo nas visitas domiciliares iniciais e, posteriormente, essas visitas foram direcionadas pelo método Snowball, em que um(a) entrevistado(a) indica o(a) próximo(a), baseando-se na relevância do conhecimento que a pessoa seguinte possa proporcionar. Todas as entrevistas foram conduzidas na forma de entrevistas semiestruturadas e os áudios foram gravados. As pessoas entrevistadas assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e suas identidades foram mantidas em sigilo. Foi perceptível a perda da tradição e transmissão oral da cura por técnicas tradicionais, sendo a procura maior pelo posto de saúde que por benzedeiras, curandeiras, e, até mesmo, por conhecimentos sobre chás e outras formas de utilização de plantas ou produtos animais. Contudo, após um dos entrevistados mencionar que, embora fosse ao posto de saúde, a família utilizava também ervas e plantas na preparação de chás e, segundo suas palavras, “tratar para curar não, mas que alivia, né?”, percebemos que o fato de o quintal sempre ter uma planta, ou haver alguma memória de cura/alí127
Frederico Rodrigues de Oliveira
Aluna voluntária visitando o canteiro de plantas medicinais e ervas da Escola Estadual Manoel Pedro Silva.
vio para uma afecção, num primeiro momento, não estavam sendo assimilados pelos(as) entrevistados(as) como um conhecimento tradicional para cura. Outro entrevistado relatou que uma enfermeira indicou o uso de capim/erva cidreira (Cymbopogon citratus/Melissa officinalis) com canela, mas não especificou o seu fim, apenas que era “bom demais”. Outro entrevistado também citou a mesma planta, indicando-a para problemas de dor de estômago resultante de ansiedade. Esse mesmo entrevistado explicou que, como o “remédio é natural, ele é lento, né? Cê tem que usar bastante tempo para ver algum resultado”. Notamos aqui que há o entendimento que fitoterápicos levam mais tempo para trazerem seus benefícios ao usuário, necessitando de uma “prescrição” frequente. Outras plantas foram mencionadas, como chá de quebra-pedra (Phyllantus niruri) para cálculos renais, ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata) e jenipapo (Jenipa americana) em casos de anemia, mastruz (Dysphania ambrosioides) em casos de verminoses, tansagem (Plantago major) em infecções de garganta e barbatimão (Stryphnodendron adstrigens) como cicatrizante. Ao realizar a consulta a periódicos científicos, ob128
servou-se que algumas das plantas citadas nas entrevistas têm propriedades terapêuticas condizentes com as indicações, como a tansagem como antiinflamatório, erva cidreira em inflamação gastrointestinal, barbatimão com potencial cicatrizante e mastruz em verminoses, com efeitos observados tanto em humanos quanto em animais. Fomos convidados(as) a conhecer a Escola Estadual Manoel Pedro Silva, escola reconhecida como escola quilombola e que possui um canteiro de plantas e ervas medicinais. Realizamos também algumas entrevistas com os(as) funcionários(as) da escola e, como mencionado por uma das entrevistadas, “E é chá, né, vários chás, chá de boldo e tantas e tantas outras coisas assim que a gente usava até hoje”. A maioria dos(as) entrevistados(as) eram adultos(as) ou idosos(as) e a “memória de vivência”, entre o público adulto, estava no fato de seus pais, tias ou avós lhes “prescrever” alguma planta. Já a “memória de vivência” entre o público idoso é a de ser o detentor do conhecimento dos preparos e indicações para cada planta. Uma das entrevistadas, de 39 anos, fez o seguinte relato: “[...] minha mãe mesmo se olhasse pra gente e “visse” que tava com uma cor diferente já sabia que era verme,
já fazia uma mastruz né, colocava no sereno, deixava de um dia pro outro, no outro dia dava, assim né, verme né, uma coisa mais simples. Já tratava em casa mesmo!”. Os (As) discentes envolvidos(as) no projeto perceberam que esse conhecimento foi dissipado na geração de seus pais e na geração deles(as), tendo sido uma experiência social/acadêmica rica e confrontante. Logo após uma das nossas visitas, fomos informados(as) pelo Conselho Comunitário Matronense que a comunidade havia sido certificada pela Fundação Cultural Palmares, sendo agora Autodefinida como Remanescente de Quilombo, por meio da Portaria nº 170, de 30 de outubro de 2019, o que nos deixou, enquanto equipe, realizados(as) em fomentar um processo de resgate de memória, importante para que continuem a se reconhecerem e resgatarem suas origens, conhecimento e cultura afro-brasileira, para que sigam novos passos para o reconhecimento consolidado enquanto comunidade quilombola. Esperamos retornar à Comunidade de Nova Matrona, fortalecendo o projeto para novas edições e novos locais, prosseguindo nesse aprendizado mútuo, resgatando as memórias de cura e o conhecimento popular.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Rosimeire Alves Guimarães Bolsista: Artur Afonso Guimarães Martins Voluntários: Ruth Pereira Barreto, Paulo Felipe Santos Fonseca e José Aparecido Martins da Silva Colaboradores: Susi Cristina dos Santos G. Martins, Álvaro Diego Soares Mota, Fábio Antunes Arruda e Eva Rodrigues de Souza Texto: Élcio José do Nascimento Campus: Salinas
Projeto
Elaboração de Barra de Cereal com Alto Valor Energético para Atender Atletas da Região de Salinas-MG O ciclismo vem evoluindo e crescendo, contendo atualmente diversos tipos de provas. Com esta evolução, aprimoraram-se conceitos de melhor preparação e melhores treinamentos, tornando os atletas mais preparados para a prática. As barras de cerais surgem no mercado com o intuito de satisfazer estas tendências, já que a associação entre barra de cereal e alimento saudável já é uma tendência documentada no setor de alimentos e beneficia o mercado desses produtos. O presente trabalho teve como objetivo de elaborar barras de cereais com alto valor energético para os atletas com o intuito de aumentar o seu desempenho. O intuito deste trabalho consiste na elaboração de uma barra de cereal com alto valor energético, buscando assim uma formulação que venha atender as necessidades de ciclistas da região de Salinas/MG.
E
laboração de um processo de compras, para adquirir produtos para a execução do projeto.
Para a obtenção das barras de cereal, foi realizado um delineamento experimental para determinar a formulação da barra. Após a sequência de testes obteve-se a formulação final da barra de cereais, apresentadas na Tabela ao lado.
Revista de Extensão do IFNMG
Fonte: Próprio Autor, 2019.
129
E
m seguida foi realizado a obtenção do xarope e concentrado em tacho aberto sob aquecimento brando, posteriormente foi adicionado os ingredientes secos formando uma massa homogênea. Transferiu-se a massa para uma forma metálica no qual foram moldadas, cortadas e embaladas em embalagens de polipropileno armazenadas a temperatura ambiente até o momento do uso.
Análise físico-química (09 a 10/2019)
Análises microbiológicas (07 a 08/2019)
Análise sensorial (11 a 12/2019)
Foram avaliadas três formulações de barra de cereal. As formulações (F) diferiram entre si apenas nos teores de banana passas, flocos de arroz, gergelim, linhaça e chia.
Submissão ao Comitê de ética em pesquisa Para avaliação da qualidade microbiológica das barras de cereais foram realizadas as análises de coliformes totais a 35ºC e bolores e leveduras conforme descrito pela (BRASIL, 2003). A análise microbiológica será realizada com o objetivo de validar a inocuidade do produto e para a realização da análise sensorial.
Teste de Ordenação da Preferência O teste consistiu em apresentar individualmente a amostra do produto aos consumidores potenciais. Foi empregado o teste de ordenação da preferência em que os consumidores ordenaram as amostras, servidas simultaneamente, em ordem decrescente de sua preferência segundo procedimento descrito na NBR 13170 (ABNT, 1994). O teste de intenção de compra demonstrará o interesse do provador em consumir, adquirir ou com130
As determinações físico-químicas realizadas foram umidade, extração de lipídios, determinação de proteínas, determinação de cinzas, determinação de fibras e carboidratos. Todas foram realizadas em triplicata, exceto proteína que foi em duplicata.
prar o produto. Esta escala possui 5 pontos variando “certamente compraria” a “certamente não compraria”, e ponto intermediário “talvez comprasse/talvez não comprasse”, indicando a possível atitude do consumidor acerca do produto (MEILGAARD et al. 1991). Participou-se do teste 60 julgadores com idade mínima de 14 anos, não treinados, escolhidos por serem potenciais consumidores de barras de cereais, compostos por alunos dos cursos técnicos, graduação, docentes e funcionários do IFNMG.
Antes de ser realizada a análise sensorial, o projeto de pesquisa foi submetido para avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Já que a pesquisa envolve seres humanos na experimentação cientifica. Para execução do projeto, este necessita ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, de acordo a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012.
Análises estatísticas (12/2019) Os resultados foram avaliados por meio de análise estatística descritiva dos dados e submetidos análise variância (ANOVA) e testes de média a p≥0,05 pelo teste 20 de Tukey para a comparação das médias das amostras, utilizado como ferramenta o software Excel da Microsoft (MEILGAARD, 1988).
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Resultados Na análise microbiológica, não houve contaminação de coliformes, bolores e leveduras, mostrando que os produtos foram produzidos em condições higiênicas. Esses re-
sultados evidenciam que todas as amostras estão de acordo com os padrões microbiológicos estabelecidos pela RDC nº12, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (BRASIL, 2001),
Para análise físico-química, das três formulações da barra de cereal foram obtidos a partir dos valores médios de três repetições e estão apresentados na tabela abaixo.
confirmando que os procedimentos de higienização realizados para a elaboração das barras de cereais, assim como sua manipulação adequada garantiram a segurança microbiológica do produto.
Para intenção de compra, os resultados obtidos estão no gráfico abaixo.
Fonte: Próprio Autor, 2019.
Para análise sensorial, os resultados estão expressos abaixo de acordo os atributos: cor, aroma, sabor e textura. No gráfico abaixo estão apresentados resultados obtidos para os atributos sensoriais para as barras de cereais.
Identificação dos provadores Os provadores foram identificados quanto a idade e quanto ao sexo.
O gráfico radar foi utilizado para uma melhor visualização da avaliação sensorial das barras de cereais, salientando suas similaridades e diferenças quanto à aceitação. Com isso, observa-se que não houve diferença entre os perfis sensoriais das amostras de barra de cereal das formulações 2 e 3, para todos os atributos avaliados. Já em relação a formulação 1 para as formulações 2 e 3, nota-se, que teve diferença significativa para os atributos de sabor, textura, aroma e impressão global. Em relação ao atributo cor não houve diferença significativa entre as três formulações. Revista de Extensão do IFNMG
131
Maria Durães
Coordenador: Vinícius Orlandi Barbosa Lima Bolsistas: Jeferson Medeiros Ramos Lima e Alain de Pinho Oliveira Voluntária: Maria Durães Colaboradores: Rogério Alves de Amorim e Orlando dos Santos Texto: Alain Pinho de Oliveira, Jeferson Medeiros Ramos Lima e Vinícius Orlandi Barbosa Lima Campus: Salinas A oficina de Fortalecimento da Produção Local Comunitária visou ao desenvolvimento socioambiental, por meio de estratégias de comércio dos produtos oriundos dos quintais agroflorestais.
Projeto
Intercâmbio de boas práticas agroflorestais no âmbito da agricultura familiar na região do Alto Rio Pardo/MG
O intercâmbio de troca de experiências é um mecanismo eficiente para capacitar grupos de pessoas que se relacionam com a temática proposta. A existência de diversas comunidades tradicionais na região do Alto Rio Pardo/MG motiva a manutenção e resgate dos conhecimentos da agricultura familiar da região. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi realizar o intercâmbio de conhecimentos sobre boas práticas agroflorestais, com ênfase na agricultura familiar e promover a capacitação de uma comunidade rural do município de Novorizonte/MG.
132
Encontro para diagnóstico e levantamento de demandas.
Alain Pinho
A
renda obtida pelo produtor rural vem da sua produção do plantio de culturas, hortaliças e criação de gado. Muitas vezes, essa produção se caracteriza pela subsistência, havendo, assim, uma demanda pelo rearranjo produtivo em pequena escala, visando ao aumento de produção nas propriedades rurais, sobretudo, na agricultura familiar. Apesar de um extenso conhecimento tradicional que esses povos possuem, a industrialização e o paradigma predatório dos recursos naturais restringiram o meio de con-
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Maria Durães
A oficina de fortalecimento da produção local comunitária visou ao desenvolvimento socioambiental, por meio de estratégias de comércio dos produtos oriundos dos quintais agroflorestais.
Revista de Extensão do IFNMG
Na palestra sobre manejo florestal sustentável, foram apresentados métodos para uso e ocupação do solo com base na diversificação da produção.
Jeferson Medeiros
vivência dessas comunidades. Desta forma, existe a necessidade de alinhar seus saberes tradicionais com técnicas de manejo e uso racional dos recursos naturais, para geração de renda e aumento na produtividade, principalmente, com a conservação da biodiversidade. Com objetivo de disseminar as boas práticas e técnicas de manejo do ambiente rural, com resgate de saberes da agricultura tradicional, foi realizado um intercâmbio de conhecimentos em uma comunidade tradicional do Alto Rio Pardo/MG. Esse trabalho ressaltou a importância em estender a ciência ambiental produzida no IFNMG/Campus Salinas para comunidades geraizeiras e da agricultura rural. O foco principal foi capacitar essas pessoas, no âmbito das suas carências tecnológicas, sua acessibilidade ao mercado e às práticas racionais de uso dos recursos florestais, hídricos, solo, manejo de espécies e de quintais agroflorestais. Em agosto de 2019, ocorreu a primeira visita à comunidade Cabeceiras do Macaúbas, em Novorizonte/ MG, como parte das atividades do projeto de extensão “Intercâmbio de boas práticas agroflorestais no âmbito da agricultura familiar na
região do Alto Rio Pardo/MG”. O objetivo dessa visita foi inicialmente conhecer a comunidade, sua dinâmica e as principais atividades que são desenvolvidas pelos(as) geraizeiros(as) e, sobretudo, as principais demandas da comunidade. Após as apresentações dos(as) participantes, foi feito um relato histórico da região pelos(as) geraizeiros(as) da comunidade. De acordo os(as) moradores(as), hoje a comunidade enfrenta e convive com diversas dificuldades relacionadas à disponibilidade e qualidade de recursos naturais. Relataram a ocorrência de seca de nascentes, perda
da biodiversidade, desmatamento, incêndios e redução das áreas de coleta de frutos do cerrado devido à antropização. Os(As) moradores(as) mais antigos(as) dizem que a degradação se intensificou devido à implantação de monocultivos de eucalipto, iniciada na década de 70. Declaram que o preparo da terra e os plantios foram feitos sem uso de práticas conservacionistas, causando impactos em áreas de preservação permanente, como a erosão, assoreamento dos cursos d’água e redução da vazão em nascentes. A principal fonte de renda da comunidade é proveniente da pro133
Maria Durães
Maria Durães
Por meio da oficina Leitura da Paisagem, foram observados os recursos naturais e sistemas produtivos locais, sendo abordados conceitos sobre o bioma do cerrado, restauração ambiental, recursos hídricos e manejo de espécies nativas.
Integrantes do intercâmbio de conhecimentos na comunidade tradicional do Alto Rio Pardo/MG.
dução orgânica de alimentos nos quintais agroflorestais e criação de animais. São criados galinhas caipira, porcos, gado e feito o plantio de culturas e hortaliças para alimentação familiar e comercialização. No entanto, essa produção vem sendo afetada, devido à falta de mercado para os produtos. Os(As) geraizeiros(as) produzem bastante alimento e têm dificuldade para comercializá-los, principalmente, pelo gargalo da falta de transporte para escoamento da produção. A partir dos levantamentos dos pontos positivos e negativos da produção agroflorestal, foram feitos os encaminhamentos para os próximos encontros do intercâmbio. Foi definida uma série de atividades temáticas, de acordo com os objetivos do projeto e demandas apresentadas pela comunidade. 134
Nos encontros seguintes, foram realizadas as atividades de integração e capacitação: oficina de leitura de paisagem; oficina de práticas de produção florestal e agrícola sustentáveis; oficina de ações para fortalecimento da produção local; boas práticas sobre produção de sementes, mudas e resgate de plântulas; palestra sobre criação de galinhas caipira; palestra sobre o manejo florestal sustentável na propriedade rural e sistematização dos conhecimentos. Por meio da leitura da paisagem, foram observados os recursos naturais e sistemas produtivos locais, sendo abordados conceitos sobre o bioma do cerrado, restauração ambiental, recursos hídricos e manejo de espécies nativas. Na abordagem sobre produção de mudas e sementes, foram apresentadas as técnicas
de produção e discutidas as possibilidades de comércio de sementes e mudas, como forma alternativa de renda. Diante disso, foram apresentados aos(às) participantes os passos para a formação de um grupo de coletores(as) de sementes na região, tanto para comércio como para restauração de áreas degradadas e nascentes. A oficina de fortalecimento da produção local comunitária visou ao desenvolvimento socioambiental, por meio de estratégias de comércio dos produtos oriundos dos quintais agroflorestais. Foi realizada uma oficina com troca de ideias sobre os entraves e potencialidades do comércio da produção local. Foram discutidas técnicas de valorização dos produtos locais,além de melhores medidas de logística e de escoamento da produção. Com base nessa premissa, também foram criadas e sugeridas logomarcas e formas de divulgação da produção agroflorestal. Na palestra sobre manejo florestal sustentável, foram apresentados métodos para uso e ocupação do solo com base na diversificação da produção, técnicas de exploração racional dos recursos florestais, implantação de sistemas agroflorestais e definições do código florestal.A palestra sobre criação de galinhas caipira foi ministrada pela acadêmica Maria Durães, do curso de Medicina Veterinária. Foram abordados os critérios técnicos para criação de galinhas, ambiência, manejo do galinheiro, alimentação, prevenção e tratamento das principais doenças. O projeto teve como colaborador o representante do Movimento Geraizeiro, Orlando dos Santos, que fez a articulação para realização dos encontros com a comunidade. A equipe do Campus Salinas foi composta pelos acadêmicos Jeferson Medeiros e Alain Pinho, do curso de Engenharia Florestal, o técnico administrativo Rogério Amorim e o professor Vinícius Orlandi, do curso de Engenharia Florestal.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Isis Celena Amaral Bolsista: Iara Figueiredo Silva Voluntários: Raick Alves Ribeiro e Winy Ester Pereira Martins Colaboradores: Alessandro de Paula Silva, Edilene Alves Barbosa, Tiago Hebert e Ribeiro Souza Texto: Iara Figueiredo Silva Campus: Januária Iara Figueiredo Silva
Preparação das cascas para o processo de secagem em estufa
Projeto
Produção de hidrogel a partir da pectina do mesocarpo externo do pequi
O pequi é uma fruta do cerrado de grande ocorrência e importância econômica na região Norte de Minas Gerais, porém seu consumo ainda é limitado no Brasil, uma vez que é um fruto altamente perecível e seu uso restrito à cozinha regional. Além disso, a casca do pequi, composta pelo epicarpo e mesocarpo externo, que corresponde, aproximadamente, a 80% do peso total do fruto, normalmente é descartada. Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de novas formas de utilização do fruto, a fim de explorar seu potencial e agregar valor em diversas aplicações. Assim, objetivou-se o reaproveitamento do mesocarpo externo do pequi para a elaboração de hidrogel a base de pectina, bem como a incorporação do hidrogel ao solo, com intuito de aumentar a capacidade de armazenamento de água e reduzir a lâmina de irrigação. Para extração da pectina e elaboração do hidrogel, foram utilizadas cascas de pequi doadas pelos comerciantes do município de Salinas/MG. Os frutos foram lavados e selecionados. Na sequência, as cascas foram separadas, cortadas, desidratadas em estufa, moídas e armazenadas em sacos de polietileno, para posterior extração da pectina e produção do hidrogel. Foram realizadas análises de caracterização da pectina e do hidrogel, além da avaliação do hidrogel no solo. Para execução do projeto, cujo período de vigência foi de seis meses, materiais e reagentes que não tinham nos laboratórios foram adquiridos por meio de recursos próprios. Além de melhorar a conservação dos recursos hídricos que, há tempos, vêm sendo um problema em nível mundial, o projeto promoveu a interação entre instituição e comerciantes de pequi e a conscientização em relação aos danos causados pela casca do fruto no meio urbano.
D
Revista de Extensão do IFNMG
Divulgação do projeto no Seminário Integrador do curso de Engenharia de Alimentos
Iara Figueiredo Silva
iante da necessidade de otimizar a produção de forma sustentável, pesquisadores(as) têm visto o aproveitamento dos subprodutos da agroindústria de alimentos como uma alternativa promissora, pois, além de diminuir os custos da produção, reduz também o impacto ambiental gerado por esses resíduos. Os resíduos agroindustriais ainda são poucos explorados, com destaque para o mesocarpo de pequi, que apresenta características favoráveis para diversas aplicações. Diante disso, o projeto teve como objetivo a elaboração de hidrogel a partir do mesocarpo externo do pequi, visan-
135
Iara Figueiredo Silva
Iara Figueiredo Silva
Iara Figueiredo Silva
A extração da pectina da casca de pequi teve como objetivo a obtenção do polissacarídeo desejado para a elaboração do hidrogel.
A elaboração do hidrogel e sua incorporação ao substrato teve como objetivo avaliar a capacidade de retenção de água.
do aumentar a capacidade de armazenamento de água no solo e reduzir a lâmina de irrigação. Além disso, com o intuito de reduzir o aumento da massa dos lixões do município, o projeto ressalta a importância do descarte e tratamento adequado dos resíduos gerados pela casca do pequi. Para isso, o IFNMG - Campus Salinas contou com o apoio da Emater – MG. O reaproveitamento das cascas de pequi para geração de um novo produto tem como intuito a redução do impacto ambiental, bem como a agregação de valor ao resíduo, além de promover a melhoria na capacidade hídrica do solo. Sendo assim, 136
A extração da pectina foi realizada por meio do banhomaria, à temperatura constante de 84 °C, por 1h20min e armazenada na geladeira por 2h, a partir do instante em que o líquido alcançou 4 °C
por meio da elaboração e aplicação do hidrogel à base de pectina da casca do pequi, vislumbrou-se uma alternativa para o reaproveitamento dos resíduos e otimização do uso da água na irrigação de plantações. O projeto foi desenvolvido pela professora Dra. Isis Celena Amaral, com os discentes Iara Figueiredo Silva, Raick Alves Ribeiro e Winy Ester Pereira Martins, do curso de Engenharia de Alimentos do IFNMG - Campus Salinas. O projeto visou à elaboração de hidrogel a partir do aproveitamento das cascas de pequi, aumentando a capacidade de retenção de água no solo e reduzindo a massa dos lixões.
PARCERIA Por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG), foi realizado o contato com os comerciantes de pequi do município de Salinas – MG. Contamos com a participação de 8 comerciantes, interessados em colaborar com o desenvolvimento do projeto. Os comerciantes foram os responsáveis por disponibilizar os resíduos (cascas), provenientes da venda exclusiva do fruto para o projeto.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
ELABORAÇÃO DO HIDROGEL Com o pó obtido da secagem da pectina, efetuou-se a elaboração do hidrogel, com a hidratação até a formação do gel desejado. Análises de pH, poder umectante e viscosimetria foram realizadas, com o intuito de caracterizar o hidrogel a base de casca de pequi. Concentrações diferentes (baseadas em produto sintético) de hidrogel foram incorporadas ao solo, a fim de avaliar, por meio do pH e da condutividade elétrica, o comportamento do solo com hidrogel, frente à capacidade de retenção de água. De forma a comparar a eficiência do Revista de Extensão do IFNMG
As cascas doadas pelos comerciantes foram selecionadas, higienizadas, cortadas, dispostas em bandejas e secas em estufa ventilada a 60 °C
Iara Figueiredo Silva
O preparo e corte das cascas de pequi, para garantir uma secagem satisfatória.
Iara Figueiredo Silva
As cascas doadas pelos comerciantes foram selecionadas, higienizadas, cortadas, dispostas em bandejas e secas em estufa ventilada a 60 °C. Após atingir peso constante, foram moídas para redução da granulometria, a fim de facilitar a extração do polissacarídeo desejado. A extração da pectina foi realizada por meio do banho-maria, à temperatura constante de 84 °C, por 1h20min e armazenada na geladeira por 2h, a partir do instante em que o líquido alcançou 4 °C. Realizouse a passagem do concentrado em um filtro, observando o rendimento para o cálculo da quantidade de álcool a ser adicionada. Após a adição do álcool, na proporção de 2 para 1, obtivemos a pectina, havendo a necessidade de descanso durante 1 hora, para sua extração completa. Por fim, as amostras de pectina foram colocadas em placas de Petri revestidas de papel alumínio e levadas ao processo de secagem até o peso constante. Análises de umidade e de rendimento foram realizadas com a pectina obtida.
Iara Figueiredo Silva
HIGIENIZAÇÃO, SECAGEM E EXTRAÇÃO DA PECTINA
A extração da pectina da casca de pequi teve como objetivo a obtenção do polissacarídeo desejado para a elaboração do hidrogel.
hidrogel obtido da pectina extraída do pequi, foi utilizado o hidrogel comercial, ambos nas mesmas concentrações e avaliados no solo. Os dados relativos ao crescimento e matéria seca da espécie florestal foram submetidos à análise de variância e de regressão, obedecendo, para tanto, os preceitos de normalidade e homocedasticidade. A produção do hidrogel a base de pectina proveniente do mesocarpo externo do pequi permitiu o desenvolvimento de um produto que armazenou as propriedades favoráveis do polissacarídeo, bem como apresentou boas propriedades mecânicas, de estabilidade e de sensibilidade a estímulos exteriores,
como à temperatura e ao pH, quando comparado ao hidrogel comercial. A absorção de água por hidrogel à base de pectina da casca do pequi ocorreu num intervalo de pressão adequado à absorção de água pela planta. Além disso, suas principais características foram a não toxicidade, biodegradabilidade, disponibilidade e eficiência da aplicação no solo. Desta forma, a pectina proveniente do pequi apresentou grande potencial para ser aplicada em fins industriais, como na produção de hidrogel, gerando bons resultados e viabilizando o surgimento de novas tecnologias. A partir desse estudo, concluímos que a preservação dos recursos hídricos vem se tornando 137
Sávio Lincon Soares da Silva
Sensibilizar e promover a cultura do empreendimento e da inovação foi o objetivo da palestra proferida pelo prof. Juan Roa, diretor do Centro de Inovação Tecnológica da UFVJM – CITec/UFVJM.
Coordenador: Paulo Marinho de Oliveira Bolsistas: Edmilton Barbosa Souza Filho, Sara de Jesus Rocha e Antônio dos Reis Lima Júnior Texto: Paulo Marinho de Oliveira Campus: Diamantina
Projeto
Clube do Empreendedor
P
ara proporcionar maior participação dos(as) alunos(as) no projeto, foi feito um trabalho de sensibilização e capacitação sobre empreendedorismo e inovação, focando na elaboração do CANVAS e em sua apresentação rápida, o Pitch. Para isso, houve palestras, utilizando-se o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para difundir conceitos e conhecimentos.
138
Capacitação (CANVAS e Pitch) no Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Sávio Lincon Soares da Silva
Estimular o empreendimento e a inovação é um dos grandes desafios postos para os Institutos Federais; romper com a cultura do “empreguismo” reinante em nossa região e no país é a chave para buscar o desenvolvimento socioeconômico das mesorregiões atendidas pelo IFNMG. Visando estimular o espírito empreendedor daqueles(as) que sentem a necessidade de criar novos produtos e serviços, para atender às demandas da sociedade, ou inovar, melhorando o que já existe, foi desenvolvido este projeto, entre os meses de abril e novembro de 2019: o Projeto Clube do Empreendedor, no Campus Diamantina.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Empreender é preciso, viver...
Sensibilizar e promover a cultura do empreendimento e da inovação foi o objetivo da palestra proferida pelo prof. Juan Roa, diretor do Centro de Inovação Tecnológica da UFVJM – CITec/UFVJM. A palestra teve foco na inovação tecnológica, no empreendimento e nas megatendências atuais. Para ensinar os(as) discentes a construir modelos de negócio, utilizando a ferramenta CANVAS e apresentar essas ideias de forma rápida, no modelo Pitch, foi feito um trabalho de capacitação presencial, por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).
A melhor ideia... A etapa local do Projeto Clube do Empreendedor teve o propósito de selecionar ideias de negócio inovadoras e estimular os(as) alunos(as) a produzirem soluções para os problemas da sociedade. O primeiro passo, para isso, foi realizar a divulgação do projeto, por meio de folhetos fixados nos murais do campus e de postagens nas redes sociais, além do vídeo promocional. Revista de Extensão do IFNMG
Sávio Lincon Soares da Silva
Dupla vencedora da etapa local, Gabriel Antonaci Silva e Victor Almeida de Amorim.
Após o período de inscrições, foi ministrado um treinamento para os(as) participantes e demais interessados(as), com o intuito de explorar o Modelo Canvas e Pitch, preparando-os(as) para a disputa da etapa local, que aconteceu no dia 27 de novembro de 2019. A ideia vencedora foi a criação de um aplicativo intitulado Rango’s, para unir consumidores(as) e entregadores(as) a bares e restaurantes, gerenciando o processo de compra
Sávio Lincon Soares da Silva
Para ensinar os(as) discentes a construir modelos de negócio, utilizando a ferramenta CANVAS e apresentar essas ideias de forma rápida, no modelo Pitch, foi feito um trabalho de capacitação presencial.
e entrega de produtos. A dupla vencedora foi Gabriel Antonaci Silva, do 20 ano do Curso Técnico em Meio Ambiente e Victor Almeida de Amorim, do 2º ano do Curso de Informática, que levou, como prêmio, um kit personalizado do IFNMG, contendo: agasalho, pasta, blocos, canetas, etc. Apesar de o projeto ter atendido, em parte, os propósitos preestabelecidos, também evidenciou as dificuldades de se mudar a cultura do “ser empregado”, enraizada em nossa sociedade. 139
Coordenadora: Joyce Meire da Silva França Bolsistas: Leandro Pereira de Sousa e Wesley Bruno Barbosa Silva Voluntário: Wesley Leandro Santos Texto: Joyce Meire da Silva França Campus: Porteirinha
O curso, com duração de 9 semanas, permitiu que os(as) alunos(as) adquirissem conhecimento no desenvolvimento de aplicativos.
Projeto
Curso de programação de aplicativos móveis
baseado em aprendizagem orientada a projeto
O projeto teve como objetivo oferecer um curso de treinamento imersivo de tecnologias, direcionado ao desenvolvimento de aplicativos móveis, de forma totalmente prática, realizando pequenos projetos de modo que os(as) alunos(as) conseguissem aplicar esses conhecimentos no desenvolvimento de aplicativos reais.
A
s novas tecnologias que constituem os smartphones permitiu que o mercado de aplicativos móveis crescesse na mesma proporção que a sua evolução. Recursos que antes se restringiam a apenas ligações e envios de mensagens, abriram espaço para funcionalidades que vão desde entretenimentos à realização de tarefas no dia a dia. Nesse contexto, este projeto teve como objetivo oferecer um curso de treinamento imersivo de tecnologias,
140
Vinte e seis discentes participaram do projeto. Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Aplicativos criados: hello world, relógio, cronômetro, cardápio de restaurantes, calculadora IMC, calculadora convencional, entre outros.
direcionado ao desenvolvimento de aplicativos móveis, de forma totalmente prática, realizando pequenos projetos, os quais serviriam de aprendizado para que, assim, pudessem ser construídos, posteriormente, aplicativos reais. Para a realização do curso, foi definida a utilização do React Native, biblioteca JavaScript, que permite desenvolver aplicativos para plataformas Android e iOS, utilizando apenas uma única linguagem de programação. Vinte e seis alunos(as) foram selecionados(as) para participar do curso, pois estes(as) possuíam conhecimento em HTML, CSS e JavaScript, que são requisitos para o desenvolvimento de aplicativos usando React Native. A metodologia utilizada neste projeto foi a Taxonomia de Bloom. O primeiro passo foi a preparação de todo conteúdo que seria estudado e seu recolhimento, para utilizar na montagem do curso, além da definição da linguagem de programação a ser utilizada. A segunda etapa consistiu no planejamento das aulas, com a divulgação do curso, inscrições, cronogramas, conteúdos, desafios e projetos makers. Ao serem concluídas todas as etapas da estruturação do projeto, foi formada uma turma, com Revista de Extensão do IFNMG
Os(As) alunos(as) trabalharam com desafios relacionados às atividades explicadas em sala de aula.
26 discentes, todos da área tecnológica. A partir dessa etapa, foram iniciadas as aulas de programação mobile, baseada em aprendizagem orientada a projetos, abordando conteúdos desde programação básica até a mais complexa. Semanalmente, um projeto (maker) era entregue. Esse projeto era resultante de desafios propostos, representando pequenos projetos inspirados em aplicativos reais, com aplicação prática dos conteúdos aprendidos. Para isso, os(as) alunos(as) possuíam o auxílio dos bolsistas e voluntários. Na última etapa, cada aluno(a) era responsável por apresentar um projeto final, de livre escolha, que abordava todo o conteúdo aprendido.
Resultados do projeto O curso proporcionou a criação de vários aplicativos que envolviam muita lógica e criatividade: hello world, relógio, cronômetro, cardápio de restaurantes, calculadora IMC, calculadora convencional, etc. No decorrer do projeto, os(as) alunos(as) tiveram a oportunidade de trabalhar desafios relacionados às atividades explicadas em sala de aula. Com isso, o(a) discente teve a oportunidade de explorar todos os temas abordados, o que favoreceu o processo ensino-aprendizagem. Os bolsistas e voluntários do projeto também vivenciaram, de forma intensa, o projeto, buscando conhecimento, materiais e cursos, para desenvolverem o conhecimento a ser repassado adiante.
141
Coordenadora: Tattiane Gomes Costa Bolsista: Paulo Victor Francisco de Jesus Colaboradores: Prefeitura Municipal de Januária-MG Texto: Paulo Victor Francisco de Jesus Campus: Januária
Entre os benefícios do projeto estão a melhoria da qualidade do ar urbano e a redução da amplitude térmica.
Projeto
Adote uma árvore Arborização de áreas residenciais localizadas em Januária, MG
Este projeto teve como objetivo atender as demandas de arborização urbana no município de Januária, cidade localizada no semiárido no Norte de Minas Gerais que, entre as várias características geográficas, estão o baixo índice pluviométrico, a alta radiação solar e altas temperaturas, o que provoca um desconforto térmico na população. Fazer o plantio de árvores frutíferas e ornamentais em pontos estratégicos da cidade resulta, entre outros benefícios, na redução da amplitude térmica, na melhoria da qualidade do ar urbana e na promoção de abrigo e alimento aos animais. Esse trabalho reforçou a importância da conscientização da população em relação à arborização urbana e seus benefícios.
E
ste projeto teve como objetivo conscientizar a população sobre a importância da arborização urbana, a partir da implantação de áreas verdes, aumentando a densidade arbórea na cidade de Januária-MG. A arborização urbana é importante para obtenção de níveis satisfatórios de qualidade de vida, pois, além da função estética e paisagística, ela
142
O IFNMG/Campus Januária possui setores para a produção de mudas e profissionais capacitados(as) para a orientação técnica sobre o processo.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
proporciona diversos benefícios à população. Entre eles, destacam-se: purificação do ar, pela fixação de poeiras, gases tóxicos e pela reciclagem de gases, por meio dos mecanismos fotossintéticos; melhoria do microclima da cidade; influência no balanço hídrico. No município de Januária-MG, é notória a precariedade das árvores e a necessidade de implantação de mais áreas verdes para amenizar as altas temperaturas que atingem a cidade na primavera e no verão. O IFNMG, como uma instituição que tem como tripé o ensino, pesquisa e a extensão, tem, como um dos seus objetivos, dar retorno à sociedade em termos de conhecimento convertido em tecnologia. Como o IFNMG/Campus Januária possui setores para a produção de mudas e profissionais capacitados(as) para a orientação técnica, foi possível beneficiar a população de Januária no processo de melhoria da arborização urbana. Este projeto de arborização foi iniciado no ano de 2013, quando 200 mudas de Nim foram plantadas e estão em pleno desenvolvimento no bairro residencial São Francisco. Devido à boa aceitação da comunidade e à solicitação e parceria do órgão ambiental e da Prefeitura Municipal de Januária, deu-se continuidade ao projeto de arborização. Dessa forma, foram implantadas, no ano de 2019, 200 mudas de ipê, tamarindo e paineiras, em diversos bairros e também na entrada da cidade. O processo de implantação foi realizado com a população e também com a colaboração da Prefeitura de Januária-MG. Entre os benefícios desse projeto estão a melhoria da qualidade do ar urbano, um ambiente físico mais agradável e saudável e a redução da amplitude térmica, propiciando sombra para pedestres e veículos. A arborização também qualificará financeira e paisagística os imóveis e promoverá abrigo e alimento aos animais. Esse trabalho reforçou a importância da conscientização da população em relação à arborização urbana e seus benefícios. Revista de Extensão do IFNMG
A arborização urbana é importante para obtenção de níveis satisfatórios de qualidade de vida.
Foram implantadas 200 mudas de ipê, tamarindo e paineiras, com a colaboração da população e da Prefeitura de Januária-MG.
143
Coordenador: Joel Santana do Nascimento Bolsista: Mayara Rodrigues da Silva Texto: Mayara Rodrigues da Silva e Joel Santana do Nascimento Campus: Januária
Do processo de obtenção de farinha e fécula, obtém-se a manipueira.
Mayara Rodrigues
Projeto
Aproveitamento e usos alternativos da Manipueira, em casas de farinha da comunidade de Bonança, município de Ibiracatu/MG
A manipueira, resultante da prensagem das raízes da mandioca, possui alto poder poluente quando descartada de forma indiscriminada. Assim, este projeto teve o objetivo de incentivar a adoção de práticas de aproveitamento desse resíduo, na comunidade de Bonança. O projeto contribuiu para a conservação do meio ambiente, para o fortalecimento da agricultura familiar e para a melhoria das condições de trabalho dos(as) produtores(as) rurais.
144
Palestra sobre usos alternativos da manipueira
Mayara Rodrigues
A
agricultura é a principal atividade econômica da comunidade de Bonança. Porém, nos últimos anos, essa atividade foi prejudicada por conta dos baixos índices pluviométricos que assolam a região, diminuindo, consideravelmente, a produção e acarretando prejuízos econômicos e sociais à região. Por ser uma planta tolerante às condições de seca e baixa fertilidade do solo, a mandioca é uma das principais culturas cultivadas
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Mayara Rodrigues
Revista de Extensão do IFNMG
Produtoras rurais raspando mandioca
Mayara Rodrigues
na comunidade, sendo usada para alimentação humana. Do processo de obtenção de farinha e fécula se obtém a manipueira, principal e mais poluente resíduo obtido da industrialização da mandioca. A manipueira é um líquido leitoso de coloração amarelada, resultante da prensagem da massa ralada das raízes da mandioca. O poder poluente desse líquido se deve ao alto índice de ácido cianídrico presente na planta, o que causa, quando descartada de forma indiscriminada no solo e corpos d’água, a redução da disponibilidade de oxigênio, alteração do equilíbrio entre nutrientes, diminuição do pH do solo, entre outros problemas. Apesar disso, a manipueira apresenta diversos nutrientes em sua composição química, por isso, quando adequadamente utilizada, tornase uma alternativa viável para uso na agricultura. Entre os mais diversos usos, podem-se citar seu emprego como fertilizante natural, defensivo no controle de pragas e doenças e como herbicidas. Nesse contexto, o principal objetivo do projeto foi incentivar a adoção de práticas de aproveitamento
Mayara Rodrigues
Aplicação da manipueira em hortaliças.
de resíduos agroecológicos, a fim de evitar o descarte da manipueira em locais inapropriados, contribuindo para a conscientização quanto ao perigo do descarte incorreto, conservação do meio ambiente e fortalecimento da agricultura familiar da comunidade. No decorrer do projeto, foram realizadas visitas às casas
A mandioca é uma das principais culturas cultivadas na comunidade, por ser uma planta tolerante às condições de seca e baixa fertilidade do solo.
de farinha, promoção de palestras e oficinas, onde os(as) participantes foram instruídos(as) sobre o trata145
Prensagem da mandioca ralada com descarte da manipueira.
Mayara Rodrigues
146
Processo tradicional de produção da fécula ou tapioca - extração e decantação
Mayara Rodrigues
Mayara Rodrigues
“O desenvolvimento do projeto promoveu reflexões e ações conjuntas da comunidade, conscientizando e apontando estratégias de manejo para o uso ecologicamente correto da manipueira”, relata Mayara Rodrigues.
mento e procedimentos corretos para utilização do resíduo como fertilizante natural e inseticida. A produtora Gervazia Antunes relata que desconhecia os potenciais prejuízos ao solo e água devido ao descarte inadequado da manipueira. “Sempre joguei a manipueira no solo. Não sabia que podia causar problema para o solo e para a água. Para os animais e para gente, já sabia, morre muito pintinho porque bebe essa água. Agora sei que tem que deixar numa vasilha aberta para sair o ácido, misturar na água e colocar nas plantas para adubar e matar os insetos que comem elas”, conta dona Gervazia. “As ações propostas para o desenvolvimento do projeto promoveram reflexões e ações conjuntas da comunidade, conscientizando e apontando estratégias de manejo para o uso ecologicamente correto da manipueira. Espera-se que a população passe a compreender os malefícios do descarte inadequado desse subproduto no meio ambiente, bem como utilizar as alternativas de aplicação do material de forma sustentável”, declara a bolsista Mayara Rodrigues.
Coordenadora: Clináscia Rodrigues Rocha Araujo Bolsista: Danley Freitas Gonçalves Voluntário: Roberth Moura de Souza Colaborador: Joel Santana do Nascimento Texto: Danley Freitas Gonçalves, Clináscia Rodrigues Rocha Araujo e Joel Santana do Nascimento Campus: Januária
Projeto
Avaliação e fomento do conhecimento popular de plantas medicinais entre comunidade e alunos do IFNMG – Campus Januária
Joel Santana do Nascimento
As plantas medicinais já mostraram-se eficazes em diversos tratamentos, que vão desde atividades anti-inflamatórias e analgésicas à atividade antitumoral.
A
utilização de plantas com fins medicinais, para tratamento, cura ou prevenção de doenças, é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade, mostrando-se eficaz em diversos tratamentos, que vão desde atividades anti-inflamatórias e analgésicas à antitumorais. Porém, a continuidade dessa iniciativa pode estar ameaçada pelo deslocamento das pessoas de seus ambientes naturais para regiões urbanas, o que leva à perda do caráter utilitário do conhecimento popular acumulado por várias gerações. O Brasil tem incentivado a fitoterapia (uso de plantas com finalidade terapêutica) como prática oficial da medicina, por meio da inclusão de plantas ou preparações no Sistema Único de Saúde (SUS), para cuidados básicos da população carente. Neste projeto, procurou-se entender o conhecimento e as dificuldaRevista de Extensão do IFNMG
Roberth Moura de Souza
Este projeto foi desenvolvido com o levantamento do grau de familiaridade da população januarense quanto ao cultivo e utilização de plantas medicinais, buscando, de forma prática e direta, socializar o conhecimento científico para a comunidade e estudantes da região, a fim de fomentar a cultura e uso de plantas medicinais.
Bolsistas e estudantes da APAE produziram e transplantaram as mudas de plantas medicinais.
des na utilização de plantas medicinais em Januária e região. A primeira ação foi efetuar uma pesquisa, com a aplicação de um questionário simples e anônimo. Os(As) moradores(as) da zona urba-
na mostraram ter menos familiaridade com plantas medicinais, quando comparados(as) aos(às) da zona rural. Outro dado que chamou a atenção foi que 100% dos(as) entrevistados(as), que disseram não terem sido 147
Joel Santana do Nascimento
Mudas das principais plantas medicinais conhecidas na região foram produzidas e distribuídas, entre a comunidade acadêmica e comunidade externa.
tratados(as) com plantas medicinais, são da zona urbana. Dos(as) 113 entrevistados(as), apenas 4 destes(as) indicaram que tiveram conhecimento das plantas medicinais a partir de um(a) profissional da saúde. Em sua maioria, este conhecimento veio sendo “passado de geração em geração”. Como segunda ação, o voluntário e o bolsista buscaram acrescentar material genético ao horto de plantas medicinais do IFNMG – Campus Januária. Após estudos e reuniões, foram produzidas, aproximadamente, 200 148
A utilização de plantas com fins medicinais, para tratamento, cura ou prevenção de doenças, é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade.
Danley Freitas Gonçalves
Danley Freitas Gonçalves
Os(As) professores(as) e estudantes da APAE conheceram as instalações do IFNMG e o dia a dia de um horto medicinal.
mudas das principais plantas medicinais conhecidas na região. Essas mudas, posteriormente, foram doadas à comunidade externa e à comunidade acadêmica, como forma de propagar o material genético. Uma das principais dificuldades encontradas na produção de mudas foi a ausência de informações de fontes confiáveis e as dificuldades na identificação da planta pelo nome científico, já que são variados os nomes populares relatados. Outra dificuldade foi o clima, que tornou difícil
a propagação das plantas, necessitando da produção de uma grande quantidade de mudas para obtenção de algumas plantas. Após a produção das mudas, o voluntário e o bolsista acompanharam diariamente o desenvolvimento das plantas medicinais, irrigando, controlando plantas daninhas e monitorando pragas. Também foi realizada parceria com a APAE de Januária. Os(As) docentes e estudantes da instituição conheceram as instalações do IFNMG e o dia a dia de um horto medicinal. Em segundo momento, o voluntário e o bolsista, com os(as) estudantes da APAE, produziram e transplantaram as mudas de plantas medicinais. Por fim, foi realizada uma palestra sobre os “Aspectos agronômicos para o cultivo de plantas medicinais”, dentro do Instituto Federal, com o intuito de conversar com a comunidade acadêmica sobre as peculiaridades e dificuldades de se cultivar e comercializar plantas medicinais. Desta forma, acredita-se ter chegado ao objetivo proposto, abrindo o caminho para que novos projetos sejam produzidos e executados, de acordo com as necessidades da região.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Gracielly Ribeiro de Alcântara Bolsistas: Renan Souza de Almeida e Tainá Rocha da Silva anley Freitas Gonçalves Voluntária: Camila Rodrigues Rocha Colaboradores: Wagner da Cunha Siqueira (Engenheiro Agrícola) e Geraldo Magela Matos Texto: Renan Souza de Almeida Campus: Januária
Renan Souza de almeida
O curso proporcionou importantes debates em relação ao futuro do agro na região.
Projeto
Curso de regulagem de implementos agrícolas A agricultura é uma das principais responsáveis pela economia da cidade de Januária. Assim, faz-se necessária a capacitação de profissionais da área, a fim de desenvolverem as suas atribuições com eficiência. O CURSO DE REGULAGEM DE IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS foi ofertado a 20 discentes, com idade mínima de 18 anos e conhecimento básico sobre máquinas e implementos agrícolas. O curso, de 12 horas, teve aulas teóricas e práticas e proporcionou a capacitação e debates sobre as novas tendências das máquinas agrícolas e das máquinas já disponíveis no mercado.
J
Revista de Extensão do IFNMG
Profissionais capacitados(as) para operar maquinários com eficiência, contribuem para a redução de custos com manutenção, além de proporcionarem aumento do índice de colheita.
Renan Souza de Almeida
anuária é uma das principais cidades do estado de Minas Gerais, sua economia concentra-se na agricultura, pecuária e serviços gerais. Assim, um maquinário de ponta, com altos rendimentos em campo e com alta produtividade e eficiência, são cruciais para uma boa safra. Atrelado a isso, profissionais capacitados(as) para operar esses maquinários com eficiência contribuem para a redução de custos com manutenção e do desperdício de produtos, além de proporcionarem aumento do índice de colheita, segurança na
149
A capacitação em regulagem é necessária, uma vez que a região necessita de profissionais aptos(as) a desenvolverem suas atribuições de forma eficiente .
Renan Souza de Almeida
Um maquinário de ponta, com altos rendimentos em campo e com alta produtividade e eficiência, é crucial para uma boa safra.
operação e maior durabilidade das máquinas. Assim, a capacitação em regulagem faz- se necessária, uma vez que a região necessita de profissionais para desenvolverem tais atribuições e há pouca oferta de cursos neste segmento. 150
O CURSO DE REGULAGEM DE IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS foi ofertado a 20 alunos(as), com idade mínima de 18 anos e conhecimentos básicos sobre máquinas e implementos agrícolas. A seleção foi divulgada por meio de redes sociais do Gemap (Grupo de Estudos em
Mecanização Agrícola e Agricultura de Precisão) e cartazes pela cidade de Januária. A inscrição foi gratuita e realizada no IFNMG – Campus Januária, no Laboratório de Mecanização Agrícola. O curso, de 12 horas, contou com aulas teóricas no período noturno e aulas práticas (trator acoplado com implemento) no período diurno, no IFNMG – Campus Januária. Ao término do curso, os(as) participantes que obtiveram 75% de presença receberam o certificado de conclusão. O curso proporcionou uma boa experiência boa para os(as) envolvidos(as), uma vez que os encontros foram descontraídos e interativos, proporcionando debates em relação ao futuro do agro na região e, mesmo trabalhando com implementos mais antigos, foram informadas as novas tendências de máquinas agrícolas e demais equipamentos já disponíveis no mercado. Com a experiência trazida pelo curso, espera-se que outras capacitações na área de máquinas, mecanização e implementos agrícolas sejam disponibilizadas ao público interessado.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Renan Souza de Almeida
Renan Souza de Almeida
O curso de 12 horas teve aulas teóricas no período noturno e aulas práticas no período diurno, no IFNMG – Campus Januária.
Coordenador: Matheus Silveira Borges Bolsista: Bruno Lima Lacerda Texto: Matheus Silveira Borges Campus: Januária
Bruno Lima Lacerda
O público-alvo foram estudantes e empregados(as) da área de construção civil, além da comunidade em geral.
Projeto
Identificação e Correção de Patologias nas Edificações Toda edificação está sujeita a carregamentos estruturais, ações naturais como a chuva, e aos efeitos de sua utilização por parte dos(as) usuários(as). Nesse sentido, é esperada a ocorrência de patologias nas edificações, que podem ser desde um descolamento de um revestimento até uma rachadura na alvenaria. Assim, é de grande importância a identificação e a correção destas patologias, permitindo que a vida útil projetada para a edificação seja mantida. Esse projeto de extensão teve como objetivo capacitar o público-alvo em relação aos processos de identificação e correção de patologias nas edificações.
Revista de Extensão do IFNMG
Bruno Lima Lacerda
O
projeto de extensão: Identificação e Correção de Patologias nas Edificações foi planejado de maneira que pudesse ampliar os conhecimentos da comunidade e capacitar os(as) trabalhadores(as) e profissionais do ramo da construção civil em relação à identificação e correção de patologias nas edificações. Para isso, estudou-se a melhor forma de atingir o objetivo, optando por um conjunto de palestras e minicursos, de forma que tal intervenção fosse efetiva na comunidade. Para a realização das ações de extensão deste projeto, no primeiro mês, foi feito um estudo da biblio-
Palestras/minicursos com o público, de acordo com o tema que foi proposto na elaboração do cronograma.
grafia importante para o tema, além de uma forte divulgação, indo nas construtoras, obras e nas organizações de classe, informando sobre as ações desse projeto e o quão é importante que o(a) trabalhador(a) da construção civil saiba desse assunto. A partir do segundo mês, foram realizadas palestras/minicursos com o público. A divulgação ocorreu em vários momentos, no decorrer do projeto, sendo maior às vésperas dos eventos, de forma diversificada, partindo de mensagens via redes sociais até a entrega de folders para o público-alvo, compostos de estudantes da área de construção civil, serventes, pedreiros, mestres 151
Bruno Lima Lacerda
Aluno bolsista e público presente em uma das apresentações.
Coordenador do projeto, bolsista e público participante de palestra do projeto.
de obras, técnicos(as) em edificações, engenheiros(as) civis, empresários(as) da construção civil e comunidade em geral, do município de Januária e regiões circunvizinhas, que tivessem interesse em conhecer ou ampliar seus conhecimentos sobre patologia da construção. Porém a maioria das pessoas que 152
Bruno Lima Lacerda
Bruno Lima Lacerda
Apresentação realizada pelo coordenador e pelo aluno bolsista.
participaram dos eventos do projeto de extensão foram alunos(as) dos cursos de Engenharia Civil e Técnico em Edificações, mostrando as barreiras existentes entre a sociedade e os projetos desenvolvidos pelo IF. A rotatividade de pessoas participantes das atividades também foi algo impactante, demonstrando que a
divulgação, principalmente para a população externa ao campus, não conseguia atingir as mesmas pessoas, mas sim, novas pessoas. Outro aspecto marcante foi a cultura de resistência dos(as) profissionais da construção civil a respeito de novos conhecimentos. Inicialmente, o conjunto de ações do projeto de extensão foi planejado com cinco palestras e dois minicursos, porém, com o andamento do projeto, notou-se que seria de melhor, para o projeto, que os dois minicursos fossem unidos com uma palestra, e esse novo minicurso, sendo mais abrangente, fosse realizado num único dia. Também foi notório que seria necessário segmentar duas palestras que abordavam os maiores e mais importantes temas, cada uma delas em duas partes, para conseguir destrinchar o conteúdo de melhor forma. Assim as atividades foram as seguintes: 1° palestra – Introdução à patologia em edificações; 2° palestra - Principais patologias e suas causas; 3ª palestra - Principais patologias e suas causa parte 2; 4° palestra - Estudo de casos de patologias recorrentes em edificações; 5° palestra - Estudo de casos de patologias recorrentes em edificações parte 2; minicurso – Mapeamento e classificação do estado de patologias no IFNMG – Campus Januária. Espera-se que as ações de extensão desenvolvidas neste projeto tenham contribuído para a formação de conhecimento dos(as) estudantes e trabalhadores(as) da construção civil, melhorando a qualidade da mão-de-obra da cidade de Januária e região, possibilitando evitar e corrigir futuros problemas estruturais e estéticos. É almejado também que, nas novas construções, após o término do projeto de identificação de patologias em edifício, ocorra um menor índice de patologias e os processos de planejamento, projeto e execução sejam melhorados, minimizando-se os custos com retrabalhos e reformas nas edificações.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Welington dos Santos Silva Bolsista: Bruno Lima Lacerda Texto: Matheus Silveira Borges Campus: Januária
Os vídeos gravados estão postados no canal no Youtube, de forma pública para que a comunidade acadêmica possa acessá-los.
Projeto
Welington Silva
IF-EDU: ensino de línguas estrangeiras no youtube
A
tualmente, grande parte da população, principalmente jovens, fazem uso de tecnologias por meio do uso de aparelhos celulares. Diversos lugares públicos possuem acesso à internet gratuito e, no ambiente escolar, não é diferente. Por esse motivo, surgiu a ideia da criação de videoaulas de ensino de línguas estrangeiras, como um material que os(as) professores(as) pudessem usar, em sala de aula ou fora dela, como complemento didático. O Youtube é uma plataforma global de vídeos, na qual qualquer pessoa pode postar vídeos, necessitando apenas criar uma conta com um e-mail gratuito. Na plataforma, os(as) espectadores(as) podem assistir aos vídeos, sem precisar ter uma conta cadastrada e podem interagir com o professor, para tirar dúvidas, mas, para isso, é necessário criar uma Revista de Extensão do IFNMG
Professora Narah Vívian e a aluna Eduarda Castro.
conta, também gratuita. Os vídeos podem ser baixados pelo aplicativo oficial do Youtube, o Youtube Go, e o(a) aluno(a) pode vê-los quando não tiver conexão com a internet. Atualmente, a maioria dos aparelhos celulares são fabricados com o aplicativo do Youtube por padrão. Esses aparelhos celulares, em modelos mais simples, são capazes de gravar vídeos com uma qualidade aceitável.
Welington Silva
O objetivo do projeto foi a produção de videoaulas para o aprendizado de línguas estrangeiras (inglês e espanhol) de ensino médio e publicação no site de vídeos Youtube para a comunidade escolar. Essas poderão ser usadas pelos(as) professores(as), em sala de aula, para cumprimento da matriz curricular e para os(as) alunos(as) estudarem para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Entende-se que as videoaulas contribuem no processo de ensino-aprendizagem por serem uma fonte a mais de informação, a que o(a) discente pode assistir quando e onde quiser.
Existem também diversos aplicativos gratuitos para que os(as) docentes possam editá-los no próprio aparelho ou, se preferirem, usar um computador. Para realização desse projeto, foram utilizados computadores com programas gratuitos. Os(As) participantes do projeto tinham pouco conhecimento em edições, mas, com a prática, foi possível desenvolver o 153
Welington Silva Welington Silva
Inicialmente pouco à vontade frente às câmeras, os(as) professores(as) conseguiram desenvolver bons vídeos com conteúdo didático, conforme os objetivos do projeto.
Welington Silva
Professora Narah Vívian.
O Youtube é uma plataforma global de vídeos, em que qualquer pessoa pode postar vídeos, necessitando apenas criar uma conta com um e-mail gratuito e enviar as videoaulas.
trabalho. Os(As) professores(as) relataram que, inicialmente, sentiam-se pouco à vontade frente às câmeras, mas que, no decorrer dos trabalhos, foram desenvolvidos bons vídeos com conteúdo didático, conforme os objetivos do projeto. Durante as gravações, os(as) professores(as) e a 154
aluna bolsista elaboraram um roteiro, preocupando-se com a captura de áudio, iluminação e edição do material. Houve alguns contratempos durante a execução do projeto como indisponibilidade de material e local, e, inclusive, alguns vídeos não
puderam ser concluídos por alguns problemas técnicos no momento da gravação, mas foi acordado, entre os(as) professores(as) e a bolsista que o projeto será renovado, de forma voluntária, para que esse material incompleto seja regravado e postado no canal. Foi uma experiência extremamente gratificante para todos(as) os(as) envolvidos(as) no projeto, pois trata-se de uma nova forma de ensinar, usando a internet e saindo do tradicional das aulas presenciais. Com a videoaula, o(a) professor(a) precisa ter a preocupação de não deixar dúvidas, pois não há o contato direto com o(a) discente. É um grande desafio para o(a) docente gravar videoaulas, pois, na sala de aula presencial, o(a) discente pode tirar dúvidas em tempo real e novas situações ou exemplos podem ser implementados pelo(a) professor(a), o que não acontece em uma videoaula, pois está tudo off-line. Acredita-se que essas videoaulas poderão contribuir no processo de aprendizado de diversos(as) alunos(as), pois o conteúdo ministrado geralmente não muda e resta, ao(à) estudante que assistir a elas, fazer uma reflexão sobre o que foi visto e adaptar à sua realidade. Da mesma forma, o(a) professor(a) que for usar o vídeo com discentes em sala de aula deverá ter a competência de se adaptar ao ritmo e atividades que são propostas. Para os(as) docentes que participaram do projeto, foi uma experiência muito interessante e todos(as) estão empolgados(as) em continuar com o projeto. O coordenador do projeto acredita que manter conteúdo didático a distância é uma metodologia de ensino que vem para agregar o que é ministrado no modelo tradicional em curso presencial, com o(a) docente sempre tendo o cuidado em não ser apenas um(a) “passador(a)” de vídeos sem nenhum propósito, adaptando e orientando seus(suas) alunos(as) no processo de ensino -aprendizagem.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Luivânia Thamires Leite Holanda
Produtores Cláudia e seu esposo Japão - Feira Agroecológica Januária.
Coordenador: Eduardo Cabral da Cruz Bolsista: Luivânia Thamires Leite Holanda Voluntário: Antonio Lopes Monteiro de Rezende Colaboradores: Professor Sumerly Bento Camargo Junior, Wânia Antunes Peixoto Saraiva, João José Damião Vieira e Weder Pereira Fernandes Texto: Luivânia Thamires Leite Holanda, Antonio Lopes Monteiro de Rezende e Eduardo Cabral da Cruz Campus: Januária
Projeto
Levantamento dos custos de produção das espécies olerícolas comercializadas na feira agroecológica de Januária/MG Este projeto objetivou capacitar produtores(as) sobre o controle dos custos de produção, indicando a importância de se separarem custos diretos, indiretos e despesas. Ao passo que os controles foram realizados, foi possível sugerir alterações nos formulários, que tomaram formas individuais de acordo com as características de cada produtor(a)/produto. Foram observados resultados positivos para os(as) produtores(as), com relatos de melhores retornos e viabilidade produtiva e compreensão da importância do controle de gastos de produção e comercialização.
Revista de Extensão do IFNMG
A feira proporciona maior contato das pessoas da cidade com as do campo, possibilitando que dúvidas a respeito de técnicas de produção de diversas plantas e criação de animais sejam sanadas.
Luivânia Thamires Leite Holanda
D
esde o ano de 2018, a cidade de Januária no Norte de Minas Gerais conta, semanalmente, às terças-feiras, com a Feira Agroecológica. Nessa feira, são comercializados artesanatos, frutas, verduras, bebidas e outros produtos alimentícios, tudo produzido no próprio município, fomentando, assim, o seu desenvolvimento. Além disso, a Feira promove diversão e cultura, com música ao vivo, apresentações de alunos(as) de escolas da região e festejos tradicionais do Norte de Minas. As olerícolas comercializadas são, sem dúvida, parte fundamental da feira, trazendo, para os(as) consu-
155
midores(as), produtos de qualidade, cultivados nas diversas comunidades da região, com venda direta ao consumidor final, tornando a feira livre uma opção diferenciada para o escoamento da produção da agricultura familiar. O projeto foi destinado a um grupo de produtores(as) rurais do município de Januária, que, em sua maioria, vive, exclusivamente, da produção rural e tem a oportunidade de comercializar suas olerícolas (hortaliças e legumes) na feira agroecológica da cidade. Sendo assim, foi objetivo do projeto capacitar produtores(as) para o controle dos custos de produção, com a geração de dados e informações que os(as) ajudassem a fazer o levantamento desses gastos. A intenção foi partir de temas básicos como: o nível de conhecimento dos(as) produtores(as) a respeito do 156
Luivânia Thamires Leite Holanda
Caderno de controle de um(a) dos(as) feirantes.
custo de produção de seus produtos, a margem de lucro que acreditam ter, o tempo de trabalho demandado no processo de produção, a precificação dos produtos e a ren-
Antonio Lopes Monteiro de Rezende
Na Feira Agroecológica de Januária são comercializados artesanatos, frutas, verduras, bebidas e outros produtos alimentícios, tudo produzido no próprio município.
tabilidade obtida ou esperada. Foi feito levantamento em campo das espécies produzidas, serviços diretos, materiais de uso, insumos, transporte, serviços indiretos e despesas. Ainda, fez parte do levantamento o custo com depreciação e manutenção dos equipamentos/construções utilizadas no sistema de produção. Com esses dados, desejava-se obter os gastos diretos e indiretos das produções. Entretanto, a equipe executora encontrou um cenário complexo, no que cabe ao levantamento dos custos de produção. Não havia nenhum tipo de controle, de registro. Os(As) produtores(as) não realizavam anotações dos seus gastos, não tinham controle do quantitativo de produção, não tinham registros do quanto era transportado à feira semanalmente e nem sabiam, ao certo, qual seria a somatória final dos valores obtidos com
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Luivânia Thamires Leite Holanda
As olerícolas comercializadas são cultivadas nas diversas comunidades da região com venda direta ao consumidor final.
Antonio Lopes Monteiro de Rezende
a venda de olerícolas ao término de cada edição. Além disso, os valores obtidos nas vendas dos produtos se juntavam às finanças domésticas, fato que contrapõe o pilar contábil da “entidade”. Mesmo assim, os(as) produtores(as) se mostraram receptivos(as) ao projeto e percebeu-se uma outra demanda durante a fase de levantamento de informações: o controle dos gastos e finanças. Diante de tal cenário e em comum acordo com o professor orientador e a coordenação da EMATER, optamos por seguir o projeto, mas com enfoque sobre essa nova demanda, até porque a proposta anterior “caiu por terra” diante do cenário encontrado. Realizou-se então a adequação da proposta extensionista, com o objetivo de ensinar o público-alvo a fazer o controle dos custos de produção, para gerar dados e informações, que propiciarão, no futuro, a realização de levantamento de custos de produção (que seria a proposta inicial deste projeto). Foi realizada a confecção de uma planilha impressa, com espaços específicos para anotações dos produtos e seus respectivos preços (além das despesas dos(as) feirantes), a fim de promover o conhecimento inicial de gestão. Esta planilha foi entregue aos(às) produtores(as)/ comerciantes em nossos encontros semanais nas edições da Feira, onde ajudávamos quanto ao seu preenchimento, indicando a importância de cada item no controle e separando-os em custos diretos, indiretos e despesas. Um fato interessante a ser relatado é quanto ao despertar perceptivo em alguns(mas) produtores(as), que começaram, a partir do controle promovido pelas anotações, a identificar quais produtos apresentavam maior rentabilidade e aceitação comercial, além de se promover a separação das finanças do negócio dos gastos domésticos. Começaram, inclusive, a analisar, de forma mais gerencial, os gastos as-
Caderno de controle de um(a) dos(as) feirantes.
sociados à comercialização, como o uso da sacola plástica. Essa preocupação se pulverizou entre os(as) comerciantes durante as edições da feira, os quais passaram a disseminar, junto à clientela, a ideia de trazerem de casa suas próprias sacolas, diminuindo o gasto e o impacto sobre o meio ambiente. Os resultados obtidos após a readequação do projeto foram: a compreensão da importância do controle de gastos de produção e
comercialização e implantação da planilha como instrumento de trabalho incorporada no dia a dia. Ao término do projeto de extensão, percebeu-se que o público-alvo já havia incorporado o termo “custo”, tornando-o parte do “vocabulário produtivo”, demonstrando, assim, que a execução da nova metodologia adotada pela equipe do projeto surtiu efeito positivo e produzirá dados para a realização da proposta inicial no futuro. 157
Luiz Carlos Barbosa de Almeida
Durante a realização do projeto, foram produzidas diversas mudas nativas de mata ciliar e frutíferas do bioma cerrado.
Coordenadora: Gracielly Ribeiro de Alcântara Bolsista: Luiz Carlos Barbosa de Almeida Voluntária: Anna Karoliny Neves Lisboa Colaboradora: Tattiane Gomes Costa Texto: Luiz Carlos Barbosa de Almeida Campus: Januária
Projeto
Produção de mudas nativas do bioma cerrado para recuperação, recomposição e proteção de
nascentes e cursos d´água na região de Januária A produção de mudas nativas com intuito de recuperar áreas degradadas é de suma importância para a recuperação e preservação do cerrado. Este projeto teve como público-alvo comunidades de Januária e teve como objetivo a produção de mudas nativas de mata ciliar e frutíferas do bioma cerrado e conscientização da comunidade. A troca de saberes também foi essencial para melhor relação e desenvolvimento do projeto entre produtores(as) e estudantes.
158
Mudas em desenvolvimento.
Luiz Carlos Barbosa de Almeida
O
cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, tem enorme contribuição e importância para a biodiversidade no Brasil em diversos aspectos, como distribuição hídrica, diversidade vegetal e animal, além dos aspectos sociais, econômicos e culturais.A exploração crescente e constante dos seus recursos tem sido de grande preocupação, por
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Acompanhamento e cuidados.
Revista de Extensão do IFNMG
Luiz Carlos Barbosa de Almeida
causa da constante degradação de sua vegetação. Outro recurso diretamente afetado é a água, devido à diminuição da vazão das nascentes e riachos, ou, até mesmo, secando por completo. Sendo assim, a produção de espécies nativas, realizada em viveiro, tem o intuito de recuperar áreas degradadas com a disponibilização de mudas, em quantidade e qualidade, para uma maior eficiência na execução de trabalhos sociais e ambientais. O projeto teve como público-alvo comunidades de Januária e regiões próximas.Durante a realização do projeto, foram produzidas diversas mudas nativas de mata ciliar e frutíferas do bioma cerrado, doação das mesmas para moradores(as) da comunidade, mobilização e conscientização para proteger e recuperar os recursos hídricos e florestais continuamente. O plantio de mudas promove a prevenção da degradação do solo, contribuindo para a conservação hídrica e fértil do solo. Os(As) moradores(as) demonstraram interesse pelo projeto, especialmente pelo tema e, principalmente, por algumas espécies, como as frutíferas, que provocam fonte de renda e alimento.
Jackson Weslei
Washington Lourram
O bolsista Luiz Carlos Barbosa, em contato direto com os(as) moradores(as) e produtores(as).
Preparos iniciais para a produção de mudas.
O bolsista Luiz Carlos Barbosa relata que obteve grande aprendizado pelo contato direto com os(as) moradores(as) e produtores(as), pelo conhecimento adquirido e contato direto com o manejo. A troca de saberes também foi essencial para melhor relação e desenvolvimento do projeto entre produtores(as) e estudantes. Na maioria das vezes, o foco principal foi a parte econômica do
extrativismo, o que, em se tratando de preservação, pode provocar a degradação do bioma. Essa informação, geralmente esquecida e, por vezes, ignorada, foi essencial para a conscientização da população. Foi necessária a realização de um acompanhamento junto aos(às) produtores(as), visando à importância da extensão universitária para o melhoramento e desenvolvimento do projeto. 159
Coordenador: Antonio Fabio Silva Santos Bolsistas: Diana da Mota Guedes e Bruno Mendes Ferreira Voluntária: Ana Paula Carneiro Lopes , Érica Aparecida Ramos da Mota, Larissa Alves Pereira, Maylda Gonçalves Barbosa e Paulo Victor Francisco de Jesus Colaboradores: Patrícia Conceição Medeiros e Danilo Pereira Ribeiro Texto: Diana da Mota Guedes Campus: Januária Gravimetria da geração de resíduos sólidos no Pavilhão de Ensino Superior do IFNMG Campus Januária.
Projeto
Projeto institucional de sustentabilidade Ambiental Eixo Resíduos Sólidos
Por meio de projetos ambientais, é possível conscientizar pessoas, com pequenas ações aliadas a simples atitudes de valorização e respeito ao meio ambiente, capazes de fazer grande diferença na localidade em que estamos inseridos(as). Nesse projeto, foi possível propiciar, à comunidade local e acadêmica, reflexões a respeito do meio ambiente, com ênfase nos resíduos sólidos, com a realização de diversas atividades no decorrer do projeto, como oficinas de arte com material reciclável, oficinas de sabão e palestras. Fomos estimulados(as) a desenvolver novas ideias e formas de pensamento. Foi um trabalho de grande importância, não só para a comunidade local e acadêmica, mas, principalmente, para a equipe que o desenvolveu.
O
s resultados alcançados com projetos ambientais são de grande importância para sociedade, pois, em se tratando do meio ambiente, pequenas ações locais de conscientização, aliadas a simples atitudes de valorização e respeito, são capazes de fazer grande diferença na localidade em que estamos inseridos(a) e também no mundo. Neste projeto, conseguimos propiciar, à comunidade local e acadêmica, reflexões a respeito do meio ambiente, com ênfase nos resíduos sólidos,
160
Roda de conversa, após o Minicurso Composteira Caseira, ministrado pela engenheira agrícola e ambiental Paloma Almeida, durante a Expo-Januária 2019. Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Ações de conscientização sobre a geração consciente de resíduos sólidos, junto a estudantes do Campus Januária do IFNMG.
Antes do Trash Challenge, em ponto de descarte irregular de resíduos sólidos no bairro de Januária-MG.
com a realização de diversas atividades que foram desenvolvidas no decorrer do projeto. Na Semana do Meio Ambiente, desenvolvemos várias atividades voltadas a essa temática: oficinas de puffs com garrafas PET e oficinas de luminárias feitas com caixas de ovos, ministradas pela equipe de Resíduos Sólidos, aos(às) alunos(as) da turma do Curso Técnico em Meio Ambiente; oficinas de sabão caseiro, com auxílio do professor Danilo Pereira Ribeiro. Foram realizadas também palestras: a primeira intitulada “Arboriza Januária”, ministrada pela secretária de agricultura e meio ambiente Débora Takaki; a segunda intitulada “Lixo nosso de cada dia”, ministrada pelo estudante de Agronomia Paulinho Reciclar. Com objetivo de entreter os(as) alunos(as) e despertar o interesse pelos assuntos ambientais, foi produzido um vídeo, com entrevistas feita com os(as) alunos(as), relacionado a questões ambientais, mensagens deixadas peRevista de Extensão do IFNMG
Oficina de Puff, realizada durante a Semana de Meio Ambiente 2019, no Campus Januária do IFNMG.
los(as) professores(as) da área, e também um pequeno “teste” da consciência ambiental, feito com alguns(as) estudantes. O objetivo da elaboração do vídeo foi provocar nas pessoas uma breve reflexão sobre simples e importantes questões ambientais, que, muitas vezes, são deixadas de lado, porém, se colocadas em prática, podem fazer grande diferença na sociedade. Foi uma oportunidade gratificante poder participar e contribuir na organização desta importante data de conscientização. A capacitação de multiplicadores foi buscada por intermédio da realização de oficinas de arte com resíduos, de compostagem doméstica e de sabão caseiro, que foram realizadas com estudantes e com a comunidade local. O evento que se destacou pela quantidade de público foi o “IF na Praça”, que ocorreu no dia 11 de junho, e envolveu alunos(as) de vários cursos e a comunidade local. Nesse evento, a equipe expôs os materiais criados
com resíduos coletados, sendo eles puffs e luminárias. Nesse evento, foram ministradas oficinas de sabão caseiro, que despertaram o interesse das pessoas, atingindo um grande número de participantes. Para a exposição agropecuária, Expo-Januária, convidamos a engenheira agrícola e ambiental Paloma Almeida para ministrar um minicurso, ensinando como podemos reaproveitar compostos orgânicos utilizando uma composteira prática, economicamente viável, feita a partir de material reciclável. Foi um minicurso muito proveitoso, que obteve um bom número de participantes. Nesse mesmo evento, o acadêmico de Agronomia do IFNMG/Campus Januária, Paulo de Jesus, ministrou uma oficina de consumo consciente, redução na geração de resíduos e reaproveitamento de resíduos recicláveis para o público infantil, com crianças de 7 a 12 anos. Essas atividades foram destaque do IFNMG na Expo-Januária 2019. 161
Luminárias decorativas construídas com material reaproveitado, expostas durante o IF na Praça, evento realizado na Praça Tiradentes, em Januária-MG.
Oficina de Puff com materiais reutilizados, realizada durante a II Mostra de Extensão no IFNMG Campus Salinas.
Foi realizado o “Desafio do Lixo” (“Trash Challenge”), que consiste na limpeza de um local que foi utilizado como depósito de lixo de forma irregular.
Com finalidade de aumentar a cooperação e intercâmbio entre os campi do IFNMG, quatro estudantes da equipe de Resíduos Sólidos tiveram a oportunidade de participar da II Mostra de Extensão no IFNMG/Campus Salinas. Nessa ocasião, foi desenvolvida a oficina de sabão caseiro, que foi muito proveitosa para os(as) participantes. Foi realizada também a oficina de puffs feitos a partir de garrafas PET. Ao final da oficina, dois puffs foram sorteados entre os(as) alunos(as) mais engajados(as). Para a análise quantitativa dos resíduos sólidos gerados no campus, realizamos a gravimetria do resíduo produzido no prédio do ensino superior e na lanchonete do IFNMG/Campus Januária. A equipe se organizou para que fossem coletados dados suficientes e obtivemos assim os resultados esperados. Com a participação especial dos intercambistas franceses Leila e Paul e da alemã Hannah, foi realizado o “De162
safio do Lixo” (“Trash Challenge”), que consistiu na limpeza de um local que foi utilizado como depósito de lixo de forma irregular. A equipe se organizou, e, utilizando os devidos equipamentos de segurança, foi até o local e realizou a limpeza. O principal objetivo dessa ação foi o de conscientizar a população local sobre os problemas causados pelo descarte inadequado dos resíduos sólidos. São eles a contaminação do solo e da água, e da própria população, pois o lixo descartado de forma incorreta pode se tornar vetor de transmissão para várias doenças. A cobertura dessa ação foi feita pela emissora de televisão da cidade e está disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=J0DJpTqWP5o. Ao se aproximar o final do ano (período natalino), a equipe confeccionou uma árvore de natal, construída com garrafas PET, para a exposição no prédio do ensino superior do campus. Com o auxílio dos(as) estudantes, conseguimos arrecadar garrafas em um
curto período de tempo e concluir a montagem da árvore. Nessa árvore, deixamos espaço para a comunidade acadêmica deixar seus votos de natal e ano novo. Essa foi a forma que encontramos para fazer com que os(as) alunos(as) notassem a árvore e, dessa forma, sensibilizassem-se pelas questões ambientais, causando, à comunidade acadêmica, uma reflexão sobre a temática da reutilização dos resíduos sólidos. Com o árduo trabalho, os resultados alcançados foram satisfatórios. Fomos estimulados(as) a desenvolver novas ideias e novas formas de pensamento. Tivemos também grande apoio dos(as) estudantes, da comunidade, dos(as) professores(as) e demais servidores(as), por meio de doações de material reciclável, da participação nas atividades desenvolvidas e apoio na realização das diversas atividades. O trabalho foi de grande importância não só para a comunidade local e acadêmica, mas principalmente, para a equipe que o desenvolveu.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Projeto
Davi Ramalho
Coordenadora: Roberta Pereira Matos Bolsistas: Hiago dos Santos Teixeira e Davi Ramalho Souza Colaborador: Ednilton Moreira Gama Texto: Davi Ramalho Souza Campus: Almenara
A visita ao assentamento foi receptiva e proveitosa, os(as) moradores(as) se mostraram preocupados(as) com a qualidade da água consumida pela comunidade .
Análise da qualidade da água para o consumo humano no Assentamento Jerusalém, no município de Rubim-MG Este projeto teve como objetivo analisar a qualidade da água para o consumo humano no Assentamento Jerusalém, município de Rubim-MG. Para isso, foi realizada análise de amostras de água coletadas no assentamento, no laboratório de química do IFNMG- Campus Almenara, segundo os padrões de qualidade estabelecidos pela Portaria de Consolidação nº 05/2017 do Ministério da Saúde.
Revista de Extensão do IFNMG
Hiago Teixeira
N
o Assentamento Jerusalém,município de Rubim – MG, que fica a 43 km de Almenara - MG, a maior parte da água para o abastecimento humano e sistema produtivo está armazenada em cisternas, que podem estar contaminadas, devido à falta de cuidados e manutenção adequada. O tratamento dessas águas é negligenciado, porque os(as) moradores(as) acreditam que ela está em boas condições por apresentar um aspecto límpido. Esse problema foi relatado por alunos(as) do curso de Engenharia Agronômica do Campus Almenara, que possuem convivência com moradores(as) da comunidade. Diante disso, surgiu o projeto que teve como objetivo conscientizar os(as) moradores(as) do Assentamen-
Moradores(as) relatando que já haviam sido contaminados(as) com alguma doença de veiculação hídrica.
to Jerusalém sobre a importância do uso de uma água de qualidade, por meio das análises físico-químicas e microbiológicas de amostras retiradas na comunidade. O projeto foi desenvolvido no período de junho a dezembro de 2019 e as análises físico- químicas e microbiológicas realizadas, utilizando-se um Kit Técnico de Potabilidade (Alfakit), que foi adquirido com o recurso da coordenadora do projeto. Inicialmente, foi realizada uma visita, pelos bolsistas do projeto, ao assentamento, momento em que houve aplicação de questionário, visando coletar informações sobre as fontes de água presentes no local, o uso da água, bem como, identificar o conhecimento dos(as) moradores(as) a respeito das doenças que podem ser 163
Davi Ramalho
Hiago Teixeira
No Assentamento Jerusalém, a principal fonte de água são as cisternas, que podem estar contaminadas, devido à falta de cuidados e manutenção adequada.
O tratamento dessas águas é negligenciado porque a comunidade acredita que ela está em boas condições por apresentar um aspecto límpido.
164
Davi Ramalho
A água com características fora dos padrões de potabilidade pode servir de veículo para vários agentes biológicos e químicos, podendo oferecer riscos à saúde.
transmitidas pela água. A visita ao assentamento foi receptiva e proveitosa, os(as) moradores(as) se mostraram preocupados(as0 com a qualidade da água consumida pela comunidade, alguns(as0 relataram que já haviam sido contaminados(as) com alguma doença de veiculação hídrica e, além disso, contaram a dificuldade que possuíam, de ter acesso à água tratada de qualidade. Com os resultados dos questionários em mãos, foram realizadas as coletas de amostra de água, sendo um total de 12 amostras: 3 amostras de poços, 3 amostras de água de chuva armazenadas em cisternas tratadas com hipoclorito de sódio, 3 amostras de água de chuva armazenadas em cisternas sem adição de hipoclorito de sódio e 3 amostras de água advindas do caminhão-pipa que abastece a cidade do Rubim. Em virtude da ação extensionista desenvolvida na comunidade, os(as) moradores(as) ficaram mais atentos(as) aos usos da água e na expectativa pelos resultados das análises. Os parâmetros físico-químicos analisados foram alcalinidade, amônia, cloro, cloretos, cor, dureza total,
ferro, turbidez, oxigênio consumido, pH; os parâmetros microbiológicos foram coliformes totais e coliformes fecais. O processo de análise foi realizado no laboratório de química do IFNMG- Campus Almenara e o AlfaKit contribuiu bastante para a redução do tempo de realização das análises. Os resultados obtidos foram comparados aos padrões de qualidade estabelecidos pela Portaria de Consolidação nº 05/2017, do Ministério da Saúde e, de forma geral, estavam dentro dos valores exigidos pela legislação. Porém, os resultados dos parâmetros microbiológicos demonstraram que a água estava imprópria para o consumo humano, exceto a advinda do caminhão-pipa, o que é preocupante, tendo em vista o risco que as bactérias do grupo coliformes podem causar à saúde humana. Até o momento, não foi possível o retorno à comunidade para apresentar os dados obtidos das análises, para que possam ter mais esclarecimento sobre a qualidade da água que utilizam e sobre os riscos que uma água de má qualidade pode trazer à saúde humana.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Roberta Pereira Matos Bolsistas: Fábio Ferreira Alves do Valle e Sérgio Henrique Navarro dos Santos Colaborador: Ednilton Moreira Gama Texto: Fábio Ferreira Alves do Valle Campus: Almenara
Sérgio Henrique Navarro dos Santos
As coletas das amostras de água do bebedouro foram efetuadas conforme o guia nacional de coleta e preservação de amostras.
Projeto
Análise da qualidade da água para consumo em escolas públicas nos municípios de Almenara-MG e Jequitinhonha-MG Um dos recursos naturais essenciais mais abundantes do planeta Terra é a água, que garante a sobrevivência de diversos seres vivos, sendo a substância química mais abundante do planeta. Porém pode apresentar características fora dos padrões de potabilidade, servindo de veículo para vários agentes biológicos e químicos que oferecem risco à saúde humana. Este projeto teve o objetivo de analisar a qualidade da água para consumo em escolas públicas, nos municípios de Almenara e Jequitinhonha-MG. Os resultados obtidos foram comparados com os padrões de qualidade estabelecidos pela Portaria de Consolidação nº 05/2017, do Ministério da Saúde.
Revista de Extensão do IFNMG
Sérgio Henrique Navarro dos Santos
A
água para consumo humano é a água potável, destinada à ingestão, preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, independentemente da sua origem. Água potável é água que atende ao padrão de potabilidade e que não oferece riscos à saúde. A análise da qualidade da água para o consumo humano é de extrema importância,
Os pontos de coleta foram bebedouros, torneira de cozinha e torneira do reservatório(caixa d’água).
uma vez que é um recurso natural essencial à vida, mas, se apresentar características fora dos padrões de potabilidade, pode servir de veículo para vários agentes biológicos e químicos, podendo oferecer riscos à saúde. As análises físico-químicas consistem de parâmetros que visam ao controle e vigilância da qualidade da água para o consumo humano e seu padrão de potabilidade. 165
Desenvolvimento do projeto O projeto foi desenvolvido nas escolas públicas de Almenara-MG e Jequitinhonha-MG, no período de junho a dezembro de 2019. Teve início com uma revisão de literatura, sobre o uso e a qualidade da água em escolas públicas. Posteriormente, foi realizado um estudo das áreas escolares, com observações visuais, registradas por fotografias e anotações, que visam avaliar as condições de fornecimento e instalações de água. Depois, foram definidos os pontos de coleta das amostras de água, com base nas observações visuais. Foram 3 pontos de coleta, por escola, sendo um total de 15 coletas. Os pontos foram bebedouros, torneira de cozinha e torneira do reservatório(caixa d’água). As visitas às escolas foram bem tranquilas, sempre muito bem recebidos pelos(as) funcionários(as) e alunos(as), que ficaram curiosos(as) quanto aos resultados, por ser um local de ensino e desejarem ter as melhores condições de saneamento básico. Como discente da Engenharia Agronômica, fiquei entusiasmado por poder relembrar meu período na educação básica. As coletas das amostras foram efetuadas conforme o guia nacional 166
Sérgio Henrique Navarro dos Santos
de coleta e preservação de amostras (CETESB, 2011). As análises físico-químicas e microbiológicas foram realizadas utilizando-se o Kit técnico de potabilidade (Alfakit), desenvolvido para controle de qualidade da água para consumo humano, sempre em duplicatas. Foram realizadas as seguintes análises: pH, cor, turbidez, alcalinidade, dureza total, cloretos, cloro residual livre, ferro, amônia, oxigênio consumido e coliformes totais. Os extensionistas foram capacitados para realizar as análises de acordo com o manual de instruções do kit. O processo de análise foi realizado no laboratório de química do IFNMG- Campus Almenara, e o AlfaKit contribuiu bastante para redução do tempo de realização das análises, mostrando ser de fácil manuseio. A realização das análises foi uma excelente experiência. Os resultados foram comparados com os padrões de qualidade estabelecidos pela Portaria de Consolidação nº 5/2017, do Ministério da Saúde. A partir dos resultados encontrados, pode-se observar que a maioria dos parâmetros estão aceitáveis e apenas o oxigênio consumido apresenta valor acima do recomendado, provavelmente, pela presença de microorganismos nos locais de armazenamento de água nas escolas, que não tenham tido a higienização correta.
Sérgio Henrique Navarro dos Santos
Nas escolas de Almenara-MG, o fornecimento de água é proveniente da captação do Rio Jequitinhonha pela empresa Copasa. No entanto, é descrito que, no que se refere às condições dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário na sede municipal de Almenara, as unidades encontram-se em condições precárias de manutenção. Já nas escolas de Jequitinhonha-MG, o fornecimento de água é proveniente da captação do Córrego do Labirinto, também pela Copasa.
As análises físico-químicas e microbiológicas foram realizadas utilizandose o Kit técnico de potabilidade (Alfakit).
Os resultados foram comparados com os padrões de qualidade estabelecidos pela Portaria de Consolidação MS nº 5/2017.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Implantação do Sistema Agroflorestal – SAF.
Coordenadora: Adriene Matos dos Santos Bolsistas: Brenda Maria Silva Santos e Raiana da Silva Soares Voluntários: Alex Oliveira Lima, Alex Vieira Primo, Camila Vieira Santos, Cleidivânia Ferreira Batista , Daniele Macedo Campus , Diane Gomes Campos, Hérica da Silva Oliveira , Joyce Pereira da Silva , Milene Dias da Silva, Ramon Santana Vieira e Sâmila Vieira Gusmão Colaboradores: Aneuzimira Caldeira Souza , Charles Augusto Santos Morais, Elaine Ferrari de Brito, Ernani Calazans de Oliveira, Fabiano Rosa de Magalhães , Juvenal Martins Gomes, Kaíque Mesquita Cardoso, Lécio Alves Nascimento, Natalino Martins Gomes e Samara Arcanjo e Silva Texto: Adriene Matos dos Santos Campus: Araçuaí
Projeto
Adriene Matos dos Santos
Trilha Agroecológica O Projeto Trilha Agroecológica teve como objetivo levar educação ambiental a alunos(as) de escolas públicas da região de abrangência do IFNMG/Campus Araçuaí e promover a valorização da agricultura familiar e dos produtos locais, por meio da Agroecologia. Os(As) alunos(as) participaram de oficinas de capacitação, realizaram a implantação da Trilha Agroecológica do IFNMG/Campus Araçuaí e realizaram o acompanhamento fenológico das espécies arbóreas presentes na trilha. Como resultado, mais de 350 visitantes das sete escolas estaduais parceiras e do campus visitaram a Trilha Agroecológica, acompanhados(as) pelos(as) alunos(as) bolsistas e voluntários(as), momento oportuno para observarem a natureza e entenderem a importância de cada um(a) no respeito ao meio ambiente, respeito ao(à) outro(a) e valorização da região.
O
Projeto Trilha Agroecológica foi idealizado para trabalhar a educação ambiental de forma prazerosa e propiciar a vivência das práticas agroecológicas, que tratam desde o trabalhar a terra, o cuidar do meio ambiente, até o cuidar das pessoas, valorizando a agricultura familiar, tão importante nesta região. O público do projeto foram alunos(as) do ensino fundamental e médio de escolas da área de abran-
Revista de Extensão do IFNMG
gência do IFNMG/Campus Araçuaí, os(as) quais foram incentivados(as) a levar as novidades para suas famílias e amigos(as), iniciando uma corrente de conscientização ambiental. Para alcançar este público, foi fundamental a parceria com as escolas participantes, algumas firmadas antes do início das atividades, sendo essas as Escolas Estaduais Dom José de Haas e Leopoldo Pereira. As outras entraram no decorrer da execução do projeto: Escolas Estaduais de
Itinga, Fazenda Diamantino, Bom Jesus da Aguada Nova, Manoel da Silva Gusmão e do Povoado do Taquaral. Diretores(as) e professores(as) se esforçaram para organizar toda a logística, desde a autorização dos(as) pais/mães/responsáveis, transporte e alimentação, o que foi de fundamental importância para o sucesso do projeto. A equipe multidisciplinar, composta por docentes e servidores(as) técnico-administrativos(as), favoreceu 167
Adriene Matos dos Santos
Levantamento florístico na Trilha Agroecológica.
Adriene Matos dos Santos
Implantação e condução do Horto de Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC.
uma visão holística sobre as ações e contribuiu grandemente com a formação dos(as) alunos(as) voluntários(as) e bolsistas. Na capacitação dos(as) alunos(as), foram ofertados 168
10 oficinas/minicursos, sendo esses: Compostagem e vermicompostagem; Implantação de Sistema Agroflorestal - SAF; Alimentação alternativa - Utilização de Plantas Alimentícias
não Convencionais - PANC; Usos das plantas medicinais; Produção de mel de abelhas jataí; Uso de GPS na confecção de mapas; Produção agroecológica de alimentos e valorização dos produtos locais e da agricultura familiar; Levantamento florístico e identificação botânica; Formulação e aplicação de questionário e tabulação de dados etnobotânicos;, Produção de mudas de plantas medicinais e PANC. Todas essas oficinas foram ministradas pelos(as) servidores(as) e alunos(as) bolsistas membros(as) do projeto. Concomitantemente à capacitação dos(as) estudantes, iniciou-se a implantação da Trilha Agroecológica do IFNMG/Campus Araçuaí, que conta hoje com os seguintes atrativos: Horto de Plantas Medicinais, Sistema Agroflorestal - SAF, Lago de Múltiplo Uso, Meliponário, Setor de Compostagem, Setor de Vermicompostagem, Produção Agroecológica
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Integrada e Sustentável – PAIS e Horto de Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC. A Trilha tem hoje 41 espécies arbóreas, 32 espécies de PANC e 61 espécies de plantas medicinais, todas identificadas no levantamento florístico realizado no início do projeto. Outro trabalho importante realizado foi o acompanhamento fenológico das espécies arbóreas presentes na trilha, para verificar a disponibilidade de florada para as abelhas, que é fonte de renda importante para os(as) pequenos(as) produtores(as) na região e carece de dados para melhorar a produção. No intuito de ampliar o número de espécies de plantas medicinais e PANC na Trilha Agroecológica, realizou-se, no dia 18 de setembro de 2019, a I Feira de Troca de Mudas e Sementes de Plantas Medicinais e PANC, da qual participaram agricultores(as) familiares, mobilizadores(as) sociais Revista de Extensão do IFNMG
Adriene Matos dos Santos
Adriene Matos dos Santos
Mapeamento da Trilha Agroecológica.
e estudantes de Escolas Família Agrícola - EFA, da região de abrangência do Campus Araçuaí, e estudantes e servidores(as) do campus, aproximadamente, 220 pessoas de público ex-
terno e 450 participantes do IFNMG. A participação dos(as) agricultores(as) familiares guardiões(ãs) de sementes, conhecedores(as) das plantas medicinais e das PANC, abrilhantou o evento 169
Adriene Matos dos Santos
e possibilitou mostrar a importância desses(as) agricultores(as) na produção dos alimentos saudáveis, na garantia da soberania alimentar da região, visto que são os(as) responsáveis pela produção dos alimentos consumidos regionalmente, como, por exemplo, as favas, o doce de mandacaru e o andu. 170
Adriene Matos dos Santos
Curso sobre criação e manejo de abelhas jataí, ministrado pela bolsista, discente do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Brenda Maria Silva Santos.
Ainda nessa feira, foram recebidos 40 pacotes de sementes de 36 espécies diferentes, e 31 mudas de 16 espécies, entre elas, 14 novas espécies que enriqueceram os hortos de plantas medicinais e PANC do Campus Araçuaí. Foram doadas 600 mudas de PANC e plantas medicinais produzidas em caixinhas de leite e
copos descartáveis, utilizando o composto orgânico produzido a partir dos resíduos orgânicos gerados nas cantinas do campus, e 400 pacotes com sementes crioulas de espécies variadas, semeando o interesse pela agroecologia e produção sustentável. As visitas à Trilha Agroecológica foram acompanhadas pelos(as) alunos(as) bolsistas e voluntários(as), que receberam mais de 350 visitantes das sete escolas estaduais parceiras e do IFNMG Campus Araçuaí, um momento muito agradável do qual os(as) discentes aproveitaram para observar a natureza, focar no que estava sendo tratado em cada temática abordada nas oficinas e minicursos, e entender a importância de ser responsável pelo meio ambiente, com respeito ao(à) outro(a),, e com a valorização do que é próprio da região e de sua cultura.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Adriene Matos dos Santos Bolsistas: Alex Oliveira Lima e Alex Vieira Primo Voluntárias: Brenda Maria Silva Santos e Marilete Pereira Santos Colaboradores: Aneuzimira Caldeira Souza, Charles Augusto Santos Morais, Juvenal Martins Gomes, Kaíque Mesquita Cardoso e Natalino Martins Gomes Texto: Adriene Matos dos Santos Campus: Araçuaí
Adriene Matos dos Santos
Oficina de compostagem doméstica e doação de mudas e composto orgânico para alunos(as) da E. E. de Itinga.
Projeto
Sustentabilidade Ambiental O Projeto Sustentabilidade Ambiental foi desenvolvido de maio a dezembro de 2019 e teve como objetivo promover a educação e conscientização ambiental de alunos(as) de escolas públicas da área de abrangência do IFNMG/Campus Araçuaí, por meio de atividades práticas, com a temática dos resíduos sólidos “lixo”. Foram realizadas várias ações: capacitação dos(as) participantes, implantação da Coleta Seletiva Solidária no Campus Araçuaí, aquisição de containers para a coleta seletiva no campus, produção do composto orgânico a partir de resíduos orgânicos, entre outros. Diante de tantas novidades, os(as) alunos(as) levam para suas casas novas histórias e o conhecimento, que é replicado para familiares e amigos(as), conscientizando-os(as) do seu papel no cuidado com o meio ambiente.
A
destinação dos resíduos sólidos “lixo” tem sido um problema em muitas cidades. Para mudar essa realidade, a educação ambiental é de fundamental importância para conscientização das pessoas, principalmente das mais jovens, pois pode promover uma mudança de comportamento e hábitos mais facilmente, colaborando para a resolução dos problemas socioambientais a médio/longo prazo. Assim, o Projeto Sustentabilidade Ambiental visa alcançar este público, trabalhanRevista de Extensão do IFNMG
do com alunos(as) dos ensinos médio e fundamental de escolas públicas da área de abrangência do IFNMG/Campus Araçuaí e com discentes, servidores(as) e terceirizados(as) do campus. As primeiras ações do projeto foram no sentido de capacitar a equipe para melhor realizar as atividades propostas. Abordaram-se as seguintes temáticas: Produção de mudas e condução de viveiro, Compostagem e vermicompostagem doméstica, Produção de sabão ecológico, Coleta seletiva e reciclagem, Elaboração e
ministração de oficinas. Outra importante ação foi a implantação da Coleta Seletiva Solidária no Campus Araçuaí, a qual ocorre semanalmente desde junho de 2019. Todo o material coletado é recolhido pelo caminhão da Prefeitura e encaminhado ao Galpão da Associação de Catadores e Catadoras de Araçuaí. Com esta destinação dos resíduos sólidos recicláveis, o campus promove, além da destinação correta dos resíduos, a melhoria da renda das famílias envolvidas na coleta seletiva e 171
Adriene Matos dos Santos
Oficina de compostagem doméstica para alunos(as) da E. E. Dom José de Haas.
a conscientização ambiental dos(as) alunos(as) e servidores(as) do campus. Com vistas a expandir a coleta seletiva solidária, o Campus Araçuaí, atendendo à demanda do Projeto Sustentabilidade Ambiental, adquiriu, no final do ano de 2019, três contêineres para a coleta seletiva. Assim, a partir de 2020, o campus pôde contar com um PEV – Ponto de Entrega Voluntária, que atende alunos(as) e servidores(as) que quiserem destinar os resíduos sólidos recicláveis gerados em suas residências para a Associação de Catadores e Catadoras 172
Adriene Matos dos Santos
Oficina de compostagem doméstica - E. E. de Itinga.
de Materiais Recicláveis de Araçuaí, reduzindo o impacto socioambiental e promovendo a conscientização das centenas de pessoas envolvidas nesta prática diária de responsabilidade ambiental. Os resíduos orgânicos gerados nas cantinas do campus também têm uma destinação adequada. São utilizados na produção do composto orgânico que é destinado à horta agroecológica e à produção de mudas. Nesse ano, foram produzidas 500 mudas de plantas medicinais, condimentares e arbóreas e 400 pacotes
(300 g cada) de composto orgânico, dentro do Projeto Sustentabilidade Ambiental. Essas mudas e o composto orgânico foram doados para os(as) participantes das oficinas de compostagem doméstica e para escolas participantes. As atividades práticas ofertadas no projeto, no formato de oficinas, têm agradado aos(às) participantes, principalmente, por proporcionarem uma nova experiência em ambientes bem diferentes ao vivenciado em suas escolas. A oficina de arte com resíduo consistiu em produzir lixeiras de pneus, caixotes de madeira e tambores de plástico de 50 ml a 100 l, todos originados de materiais reutilizados. Foram abordados temas relacionados à reciclagem, coleta seletiva solidária e a responsabilidade socioambiental de cada cidadão(ã). Participaram 100 alunos(as) dos cursos técnicos em Meio Ambiente e Agroecologia do Campus Araçuaí. Após a confecção das lixeiras, os(as) alunos(as) as colocaram nos corredores e em alguns setores, como na Horta Agroecológica do campus, chamando a atenção sobre a temática da coleta seletiva, incentivando discentes, servidores(as) e visitantes a
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
Oficina de sabão ecológico para alunos(as) da E. E. de Itinga.
Oficina de compostagem doméstica para alunos(as) da E. E. do Povoado de Taquaral.
Adriene Matos dos Santos Adriene Matos dos Santos
Oficina de sabão ecológico para alunos(as) da E. E. Fazenda Diamantino.
Raiana Silva Soares
realizarem a coleta seletiva nesse ambiente. Os(As) alunos(as) das Escolas Estaduais de Itinga, Fazenda Diamantino, Dom José de Haas e Manoel da Silva Gusmão tiveram a oportunidade de participar da oficina de produção de sabão ecológico no Laboratório de Química do Campus Araçuaí. Foram 128 alunos(as) participantes em seis oficinas, nas quais puderam trabalhar a temática da poluição das águas e do solo pelo descarte incorreto do óleo de cozinha e aprender a reutilizar este material na produção de sabão. Outra temática abordada foi a compostagem doméstica. Nessas oficinas, 142 discentes dos ensinos fundamental e médio das Escolas Estaduais do Povoado de Taquaral, de Itinga, Dom José de Haas e Fazenda Diamantino puderam aprender como confeccionar a composteira doméstica, produzir o composto orgânico e utilizá-lo. Essas oficinas foram ministradas na horta agroecológica do setor de compostagem e vermicompostagem, local agradável e em meio à natureza. Ao final da atividade os(as) participantes ganharam um pacote de composto orgânico e uma muda de planta medicinal, ou condimentar ou de espécies arbóreas, produzidas com o composto orgânico e reutilizando caixinhas de leite como recipiente. O intuito foi estimular os(as) participantes a fazerem o composto em casa, evitando que os resíduos orgânicos sejam descartados de forma incorreta. Diante de tantas novidades, os(as) alunos(as) levam para suas casas novas histórias e o conhecimento e os replicam para familiares e amigos(as), além de tomarem consciência do seu papel no cuidado com o meio ambiente. Para alcançar este resultado tão expressivo, foi de fundamental importância a dedicação de cada um dos(as) membros(as) da equipe e, principalmente, de docentes e diretores(as) das escolas participantes, que se desdobraram em oferecer novas oportunidades a seus(suas) alunos(as).
173
Coordenadora: Adriene Matos dos Santos Bolsistas: Joyce Pereira da Silva e Raquel Sousa Oliveira Voluntária: Jeanne Vieira Soares Colaboradores: Elaine Ferrari, Eliane Macedo Sobrinho, Irã Pinheiro Neiva, José Fernando Vieira de Faria, Juvenal Martins Gomes e Natalino Martins Gomes Texto: Adriene Matos dos Santos e Juvenal Martins Gomes Campus: Araçuaí
Projeto
Acompanhamento e capacitação de agricultores familiares nos municípios de Almenara-MG e Jequitinhonha-MG O projeto PAIS teve o objetivo de promover a melhoria na qualidade de vida dos(as) pequenos(as) produtores(as) do Médio Jequitinhonha, estimulando o manejo sustentável para minimizar o impacto ambiental. Para isso, foram realizados a capacitação e o acompanhamento das unidades PAIS, quanto às temáticas agroecologia e produção sustentável.
174
Agricultor atravessando o rio Araçuaí para trabalhar na sua unidade PAIS, na comunidade rural Pega, em Virgem da Lapa-MG.
Adriene Matos dos Santos
N
o ano de 2016, 40 famílias de agricultores(as) dos municípios de Coronel Murta, Francisco Badaró e Virgem da Lapa foram contempladas com uma unidade de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável – PAIS, conseguida por meio da aprovação do projeto Tecnologia Social PAIS e Placas Solares de Aquecimento de Água, assim como pela Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social – AEDAS, financiada pela Fundação Banco do Brasil. O Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB ficou responsável pela implantação das unidades PAIS e pela organização da capacitação dos(as) agricultores(as) familiares sobre as técnicas agroecológicas de produção. Isso
possibilitou a garantia do atendimento ao propósito do projeto, que é promover a melhoria na qualidade de vida dos(as) pequenos(as) produtores(as), a soberania alimentar, o resgate e a valorização das formas tradicionais de produção, estimulando o manejo sustentável, de forma a minimizar o impacto ambiental. Nesse contexto, o IFNMG-Campus Araçuaí foi procurado pelo MAB para promover a capacitação e o acompanhamento das unidades PAIS, por dois anos, prazo previsto para a implantação do projeto, quando foi firmada a parceria entre a AEDAS/MAB e o IFNMG-Campus Araçuaí. Isso ocorreu por meio de uma equipe formada por técnicos(as) e professores(as) que propuseram o projeto
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Farley Souza
Visita à comunidade rural São José, em Coronel Murta-MG.
Revista de Extensão do IFNMG
Oficina compostagem orgânica realizada para agricultores(as) familiares dos municípios de Coronel Murta e Francisco Badaró.
Oficina de caldas naturais realizada para os(as) agricultores(as) do município de Virgem da Lapa –MG.
troca de experiências foi levar os(as) agricultores(as) para participarem do 48º Encontro de Homeopatia e Agricultura Familiar Saudável, promovido pelo IFNMG-Campus Araçuaí, UFV e Pastoral da Criança de Araçuaí, com o apoio do MAB. Tal evento propiciou a participação dos(as) agricultores(as) em diversas atividades, como: pales-
Adriene Matos dos Santos
Adriene Matos dos Santos
Agricultores(as) das comunidades rurais de Virgem da Lapa no I dia de campo, realizado no IFNMG-Campus Araçuaí.
Joyce Pereira da Silva
de extensão, intitulado Acompanhamento e capacitação de agricultores familiares em sistemas PAIS no Médio Jequitinhonha. Assim, as atividades de capacitação foram iniciadas em novembro de 2016, com o levantamento socioeconômico, produtivo, e das demandas por capacitação dos(as) agricultores(as) familiares envolvidos no projeto. Com isso, os(as) produtores(as) foram divididos(as) em dois grupos: um grupo com participantes das comunidades rurais de Limoeiro, Pega, São Domingos, Bela Vista, Barra do Vacaria e Marimbondo do município de Virgem da Lapa; e o outro das comunidades Alagadiço, Laje e São José do município de Coronel Murta, e Manguara e São João da Ponte de Francisco Badaró. Isso facilitou a logística e também as trocas de experiências e aprendizados na realização das atividades práticas. Para tratar das temáticas agroecologia e produção sustentável no sistema PAIS, foram realizados quatro dias de campo para cada grupo, a saber: dois foram realizados no IFNMG-Campus Araçuaí e os outros dois, nas comunidades rurais de Pega e Manguara, em unidades PAIS dos(as) próprios(as) agricultores(as). Durante esses dias, os(as) participantes puderam conhecer e experimentar diversas tecnologias sociais para a condução do sistema PAIS, como: a produção dos adubos orgânicos biofertilizantes e composto orgânico; utilização de mulching (cobertura dos canteiros com palha seca ou lona dupla face); produção e armazenamento de sementes crioulas; preparo e utilização de EM (microrganismos eficientes); produção de mudas em bandejas e construção e utilização de “pé de galinha”, para marcação de curvas de nível. Além disso, buscou-se a formação na gestão produtiva no sistema PAIS, que envolveu o planejamento da produção, o processamento e higienização, os mercados e a comercialização dos produtos agroecológicos. Outra ação importante para a
tras, oficinas - Homeopatia utilizada no tratamento de animais infestados por carrapatos; Sementes crioulas: resgate, multiplicação e armazenamento; Microrganismos eficientes: da mata para a agricultura e Sustentabilidade na propriedade rural. Os(As) produtores(as) também participaram da I Feira de Troca de Mudas 175
Adriene Matos dos Santos
Unidade PAIS na comunidade rural São João da Ponte, em Francisco Badaró-MG.
Adriene Matos dos Santos
Pausa para um café com biscoito na visita à comunidade rural São João da Ponte, em Francisco Badaró-MG.
Adriene Matos dos Santos
Unidade PAIS na comunidade rural Manguara, em Francisco Badaró-MG.
176
e Sementes Caboclas, na qual realizaram as trocas e levaram uma grande variedade de mudas e sementes para suas propriedades, enriquecendo o acervo genético de espécies de uso tradicional. O acompanhamento das unidades PAIS se deu por meio de visitas in loco , nas quais eram realizadas entrevistas com os agricultores e agricultoras e feitas intervenções ou assistência técnica necessárias. Essas visitas foram riquíssimas para o aprendizado da equipe e para o levantamento de dados sobre a produção, comercialização e renda gerados nesse sistema. Observouse que a implantação do sistema possibilitou melhoria na qualidade de vida das famílias de agricultores e agricultoras, levando-se em consideração o aumento na renda familiar, a diversificação na alimentação e a convivência em comunidade. A valorização e empoderamento da mulher foi um fato muito elogiado, principalmente, pelas agricultoras, que, em muitos casos, deixaram de realizar somente o trabalho doméstico e voltaram a trabalhar na horta, participar de reuniões e atividades de capacitação e a comercializar o excedente na feira livre ou na própria comunidade, o que lhes dá certa autonomia financeira e um convívio social mais ativo. O envolvimento do IFNMG-Campus Araçuaí, por meio da equipe do projeto, proporcionou o atendimento dessa importante demanda da região do Médio Jequitinhonha, além da busca constante em contribuir com o desenvolvimento produtivo, cultural e humano da região de atuação. A agricultura familiar dentro dos diferentes arranjos produtivos regionais requer cada vez mais atenção e prioridade no atendimento de suas demandas. Logo, convém ressaltar que a participação, em parceria com as diferentes instituições envolvidas no projeto, fortalece e multiplica o alcance das ações do Instituto, possibilitando o cumprimento do seu papel como extensionista.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: José Fernando Vieira de Faria Bolsista: Fabrício Marcelo Almeida Colaboradores: Ricardo Jardim Neiva, Irã Pinheiro Neiva, Amanda Barbosa Veiga dos Santos, Marcela Almeida Matos e Rosana Luiz de Sá Texto: José Fernando Vieira de Faria Campus: Araçuaí
O aumento do nível de qualificação do recurso humano nas comunidades beneficiárias foi alcançado, graças à introdução de novas tecnologias sociais.
Projeto
/ Fabrício Almeida
Capacitação de Multiplicadores de Tecnologias Sociais para Saneamento Básico Rural
O projeto Capacitação de Multiplicadores de Tecnologias Sociais para Saneamento Básico Rural surgiu considerando a microrregião de Araçuaí como espaço diferencial dos processos naturais e socioeconômicos. O trabalho teve por fim a capacitação de estudantes e lideranças comunitárias em difusão e reaplicação de tecnologias sociais, voltadas para solução dessa grande problemática ambiental, que é a falta de saneamento básico em zona rural.
Revista de Extensão do IFNMG
Marcela Matos
E
sta proposta foi desenvolvida no âmbito do Programa de Difusão e Reaplicação de Tecnologias Sociais, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, mais especificamente com o CRAS Maria Natividade e apoio das Coordenadorias de Ensino e Extensão do IFNMG – Campus Araçuaí. . O projeto Capacitação de Multiplicadores de Tecnologias Sociais para Saneamento Básico Rural surgiu considerando a microrregião de Araçuaí como a espacialidade diferencial dos processos naturais e socioeconômicos. O trabalho teve por fim a capacitação de estudantes e lideranças comunitárias, em difusão e reaplicação de tecnologias sociais, voltadas para solução dessa grande
Oficina tratamento de esgoto domiciliar.
problemática ambiental, que é a falta de saneamento básico em área rural. Algumas tecnologias sociais abordadas já são amplamente uti-
lizadas em outras regiões do país e foram readequadas à semiaridez do Médio Jequitinhonha; outras, foram desenvolvidas no âmbito do corpo técnico do IFNMG/Campus Araçuaí, 177
Fabrício Almeida
Amanda Santos
O projeto conseguiu criar um elo entre conhecimento popular e científico, levando à compreensão de que não se pode estudar as questões do meio ambiente de forma isolada.
Foram identificadas pessoas de forte relação com suas comunidades e que, ao mesmo tempo, tivessem vontade e disponibilidade de tempo para participar de todos os encontros.
resultantes dos esforços direcionados para solucionar essa grande mazela, que é a falta de saneamento básico para comunidades rurais. A implantação da proposta se baseou no levantamento de fontes secundárias de dados estatísticos, além de informações de base social, histórica e econômica, consideradas 178
em estudo, pesquisas, artigos e entrevistas, orientados para a região e, principalmente, por se tratar de demanda espontânea amplamente mencionada nos estudos preliminares do projeto Portfólio de Oportunidades do IFNMG. Dentro deste contexto, objetivou-se, com este projeto de desen-
volvimento, a implantação de uma proposta com soluções de enfrentamento à falta de saneamento básico rural encontrada na região, fornecendo soluções técnicas e tecnológicas de baixo custo, considerando aspectos socioeconômicos, culturais e ecológicos, além de despertar a percepção da população local para um manejo mais sustentável do ambiente em que vivem. A seleção dos(as) beneficiários ocorreu entre as 24 comunidades rurais atendidas pelo CRAS, localizadas no entorno de Araçuaí. A equipe do CRAS buscou identificar pessoas de forte relação com suas comunidades e que, ao mesmo tempo, apresentassem vontade e disponibilidade de tempo para participar de todos os encontros, de modo que concretizassem o aprendizado, passando a ter todas as condições para replicá-lo. Assim, foi capacitado um grupo de “formadores(as) de opinião” quanto a saneamento básico em zona rural, de modo que se tornaram multiplicadores(as), podendo capacitar outras pessoas em suas comunidades.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Os conhecimentos obtidos por um grupo de formadores(as) de opinião permite a difusão e reaplicação de tecnologias sociais para saneamento básico rural em suas comunidades, inclusive capacitando outras pessoas. As informações levantadas neste estudo permitiram alimentar o banco de dados do projeto Portfólio de Oportunidades do IFNMG, abrindo possibilidades de futuras interferências e apresentação de soluções para saneamento básico rural, por meio da implantação de tecnologias sociais. Os resultados deste trabalho poderão ser utilizados pelo CRAS, em futuros projetos de desenvolvimento e pelo IFNMG – Campus Araçuaí, como forma de pesquisa, didática e propagação da informação pelo fazer extensionista. O projeto permitiu uma visualização da realidade local e sua dinâmica, bem como possibilitou a plena participação popular. A relação das instituições parceiras com a comunidade foi fortalecida por intermédio dessa aproximação dos Revista de Extensão do IFNMG
Irã Pinheiro
O projeto proporcionou a capacitação de estudantes e lideranças comunitárias, com aplicação de tecnologias sociais voltadas para solução da problemática ambiental local.
Encerramento do projeto.
sujeitos sociais. O aumento do nível de qualificação do recurso humano nas comunidades beneficiárias foi alcançado, graças à introdução de novas tecnologias sociais. Desse modo, o projeto conseguiu criar um elo entre conhecimento popular e científico, levando aos(às) participantes a compreensão de que
não se pode estudar questões do meio ambiente de forma isolada, devendo levar em consideração os fatores econômicos, sociais e ambientais de forma indissociável. Assim, o desenvolvimento sustentável está baseado no equilíbrio entre o meio ambiente, a sociedade e a economia. 179
Coordenador: Luiz Célio Souza Rocha Voluntários: Bruna Laiz Nogueira Brito, Bruno Ferreira da Silva, Carla Teixeira Cruz , Isadora Dias da Silva, Jairo Lucas Souza Barros, José Lucas Xavier dos Santos, Maria Eduarda Alves Santos e Matheus Gobira Lacerda Colaboradores: Marcos Vinícius Montanari e Paulo Eduardo Ferreira dos Santos Texto: Luiz Célio Souza Rocha, Marcos Vinícius Montanari e Paulo Eduardo Ferreira dos Santos Campus: Almenara
Projeto
Empresa Júnior VALE JÚNIOR O
território do Baixo Jequitinhonha (MG) compreende 16 municípios, totalizando uma população de 189.315 habitantes. Por possuir um centro financeiro e comercial mais dinâmico, Almenara foi alçada ao posto de cidade polo da região. Apesar de apresentar riquezas naturais, históricas e culturais, a região possui sérios problemas de ordem social e econômica e, mesmo depois de melhorias significativas dos principais indicadores econômicos e sociais nos últimos anos, esta ainda se apresenta como uma região carente. Neste contexto, a educação
180
Adriene Matos dos Santos
O território do Baixo Jequitinhonha, localizado no nordeste do estado de Minas Gerais, compreende 16 municípios e possui o município de Almenara como cidade polo. Apesar de apresentar riquezas naturais, históricas e culturais, a região possui sérios problemas de ordem social e econômica. Assim, a abertura de uma empresa júnior no IFNMG - Campus Almenara atende, ao mesmo tempo, aos interesses da região, por maior desenvolvimento técnico e tecnológico e aos da instituição de ensino, por ser uma ferramenta que promove a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
Curso de Marketing na Comunidade Pedra Grande Almenara/MG
passa a ter papel fundamental para a melhoria da condição socioeconômica da região e, por consequência, da qualidade de vida das pessoas. Assim, surge o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), com a missão de oferecer educação pública de excelência, por meio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. A instituição promove a interação entre as pessoas, o conhecimento e a tecnologia, visando proporcionar a ampliação do desenvolvimento técnico e tecnológico da região, como pode ser comprovado pela oferta de diversos cursos de graduação, como EngeContação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Farley Souza
Participação na Festa da Mandioca 2019 Almenara-MG.
Luiz Rocha
nharia Agronômica, Tecnologia em Processos Gerenciais e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Devido à carência de empresas especializadas na região, há uma grande demanda por trabalhos técnicos nas diversas áreas de atuação do IFNMG, como Administração, Agronomia e Tecnologia da Informação. Além dessa demanda por serviços técnicos especializados, é importante destacar que ainda não havia, no IFNMG - Campus Almenara, uma empresa júnior voltada à demanda de alunos(as) dos cursos de graduação. Assim, a abertura de uma empresa júnior no IFNMG - Campus Almenara atende, ao mesmo tempo, aos interesses da região, por maior desenvolvimento técnico e tecnológico, aos interesses da instituição de ensino, por ser uma ferramenta que promove a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e aos Revista de Extensão do IFNMG
Reunião na sede da Vale Júnior.
interesses dos(as) discentes dos cursos superiores de Engenharia Agronômica, Tecnologia em Processos Gerenciais e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, por
Luiz Rocha
Palestra: Contabilidade aplicada às Empresas Juniores.
oferecer alternativas de aplicação prática dos conhecimentos adquiridos em sala de aula. A abertura formal da Vale Júnior, que se configura como o principal 181
Luiz Rocha
Recepção dos Trainees.
Autores (2020).
A logomarca da Vale Júnior, criada pelos(a) discentes.
resultado do projeto, aconteceu no dia 1º de novembro de 2018, com a finalização do processo de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), sob o número 31.949.686/0001-95. A Vale Júnior é uma pessoa jurídica de direito privado, constituída sob a forma de associação, sem fins lucrativos, regida por um Estatuto Social e pelas disposições normativas aplicáveis. A organização e funcionamento da Vale Júnior são estabelecidos em seu Regimento Interno, elaborado pela Diretoria Executiva e aprovado pela Assembleia Geral, observado o disposto no Estatuto Social. Seu prazo de duração é indeterminado. A Vale Júnior adota, como princípios, o empreendedorismo social, a impessoalidade, a responsabilidade, a ponderação, a razoabilidade, a 182
transparência financeira, a ética profissional, a cooperação e a eficiência e a difusão e a instrumentalização do conhecimento. A Vale Júnior apresenta, como visão, “ser uma empresa reconhecida no mercado, institucionalmente legítima, com capacidade de gestão estratégica e com sustentabilidade de seus ativos” e seu público-alvo é composto por produtores(as) rurais, cooperativas, associações e empresas demandantes de consultoria dentro da área de atuação da Vale Junior, situados na microrregião de Almenara, além dos(as) próprios(as) alunos(as) do IFNMG - Campus Almenara e da sociedade almenarense em geral. As principais ações da Vale Júnior englobam a seleção de trainees para comporem os diversos setores
da empresa, a emissão de cartões de identificação estudantil para os(as) estudantes devidamente matriculados(as) no IFNMG - Campus Almenara, o serviço de reprografia para o atendimento à comunidade interna e a prestação de cursos e consultorias destinadas à comunidade externa. Desta forma, a Vale Júnior ultrapassa todos os limites convencionais de atividades de extensão universitária, pois, antes de ser apenas um projeto, é um espaço para projetos. Por meio desses, a Vale Júnior gera impactos positivos na sociedade, tanto do ponto de vista da comunidade externa, que pode vir a se beneficiar de um maior desenvolvimento técnico e tecnológico da região, quanto do ponto de vista da comunidade interna, que pode se beneficiar da própria vivência proporcionada aos(às) estudantes pela participação nos projetos. Importante mencionar que a gestão de uma empresa júnior engloba todos os desafios inerentes a uma empresa real, como a questão do engajamento dos(as) participantes, sua comunicação interna, além de aspectos externos ligados à própria região onde a organização está inserida.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: João Francisco Sarno Carvalho Bolsistas: Gil Giórgio Gabriel Martins Silva e Jordana Alves Vieira Voluntário: Sheldon William Silva Texto: João Francisco Sarno Carvalho Campus: Araçuaí
Projeto
Clube do Empreendedor
João Francisco Sarno Carvalho
O projeto buscou fomentar o espírito empreendedor dos(as) discentes dos cursos técnicos e de graduação do IFNMG Campus Araçuaí.
Este projeto buscou fomentar o espírito empreendedor em discentes dos cursos técnicos e de graduação do IFNMG/Campus Araçuaí. A experiência foi positiva e contou com a participação de alunos(as) de diferentes cursos técnicos e do bacharelado em Administração.
Revista de Extensão do IFNMG
183
184
João Francisco Sarno Carvalho
João Francisco Sarno Carvalho
A
edição do Clube do Empreendedor 2019 - Etapa Local Araçuaí teve, como finalidade, selecionar boas ideias de negócio, surgidas mediante livres propostas da comunidade acadêmica. O projeto teve início em abril deste mesmo ano e contou com a participação de diversos(as) estudantes do IFNMG. Visando proporcionar maior integração dos(as) alunos(as) ao projeto, os(as) estudantes foram estimulados(as) a participar de desafios relâmpagos antes da etapa oficial de seleção. O projeto também contou com perfis na rede social Instagram e com apoio de divulgação no site institucional do IFNMG/Campus Araçuaí. Também houve a criação de um vídeo, com objetivo de apresentar o programa para a comunidade acadêmica e estimular os(as) alunos(as) a participarem do projeto. A Etapa Local teve o propósito de selecionar ideias de negócio inovadoras e estimular os(as) discentes a produzirem soluções para os problemas da sociedade. O primeiro passo para isso foi realizar a divulgação do projeto, por meio de folhetos fixados nos murais do campus e postagens nas redes sociais. Após o período de inscrições, foi ministrado um treinamento para os(as) participantes e demais interessados(as), com o intuito de explorar o Modelo Canvas e Pitch, preparando-os(as) para a disputa da etapa local, que aconteceu no dia 20 de novembro de 2019. A ideia vencedora foi a criação de um portal para comercialização de produtos regionais dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, apresentada pelos discentes do bacharelado em Administração, Alison e Érika. A realização do Clube do Empreendedor 2019 sistematiza, institucionaliza e alerta a comunidade acadêmica sobre a importância e relevância do empreendedorismo para o desenvolvimento pleno dos(as) estudantes do IFNMG, contribuindo para o desenvolvimento regional.
Os(As) alunos(as) participaram de desafios relâmpagos antes da etapa oficial de seleção, a fim de proporcionar maior integração entre eles(as).
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: Jean Henrique de Sousa Câmara Bolsistas: Bernardo Teixeira de Miranda e Ryan Marques de Castro Voluntários: Diego Rodrigues Pinheiro e Zacqueu Andrade de Souza Texto: Jean Henrique de Sousa Câmara Campus: Araçuaí
Divulgação do projeto na Escola Estadual Industrial São José em Araçuaí.
Projeto
Jean Henrique de Sousa Câmara
PC por dentro:
curso de montagem e manutenção de computadores Este projeto visou oferecer um curso sobre montagem e manutenção de computadores para os(as) alunos(as) do ensino médio das escolas públicas de Araçuaí, abordando manutenções preventivas e corretivas nesses aparelhos, o que evitará que eles(as) gastem tempo e dinheiro com consertos de terceiros, além de lhes abrir uma porta para o mercado de trabalho.
O
projeto iniciou devido ao interesse dos alunos bolsistas em difundir o conhecimento de Montagem e Manutenção de Computadores, adquirido no curso técnico integrado, a estudantes de escolas públicas de Araçuaí-MG. Atrelado a isso está o fato de que hoje a maioria da população possui um computador, seja ele um desktop ou notebook. Computadores estão sujeitos a apresentar defeitos, e nem todas as pessoas sabem realizar o conserto, o que as obriga a gastar dinheiro e tempo levando o equipamento a uma assistência técnica. Desta forma, é interessante que um indivíduo conheça a parte interna de um computador e saiba realizar algumas manutenções. A maioria dos(as) adolescentes não têm acesso a este assunto na escola, Revista de Extensão do IFNMG
por ser um conteúdo técnico e não têm condições financeiras de comprar um curso sobre este tema. Assim, percebeu-se que havia uma necessidade de oferecer um curso gratuito sobre montagem e manutenção de computadores para essas pessoas, a fim de oportunizá-los(as) a competir por um bom emprego futuramente e permitir que possam resolver ou, até mesmo, evitar alguns problemas em seus computadores pessoais. Outro ponto que vale destacar é a produção de lixo eletrônico e, em uma cidade como Araçuaí, pode ser que não haja algum ponto específico para coleta desse material. Sendo assim, a primeira etapa deste projeto foi recolher peças de computadores que não tinham mais utilidade, em estabelecimentos que trabalham com montagem e manutenção de
computadores, para que fossem utilizadas pelos(as) alunos(as) do projeto. No primeiro mês, foi realizada uma divulgação presencial para os(as) alunos(as) do ensino médio das principais escolas públicas de Araçuaí-MG que oferecem este nível de ensino. Foram disponibilizadas 20 (vinte) vagas. Cada escola ficou responsável por indicar um certo número de alunos(as), de acordo com seus próprios critérios. No segundo mês, foram elaborados o planejamento do conteúdo que seria abordado e o material que seria utilizado. Além disso, foram visitadas três lojas que trabalham com manutenção de computadores em Araçuaí-MG, a fim de coletar peças que estavam com defeito ou que não eram mais úteis para essas lojas. Feito isto, foi iniciado o curso em um dos laboratórios de informática 185
Jean Henrique de Sousa Câmara
Divulgação do projeto na Escola Estadual Industrial São José em Araçuaí.
Jean Henrique de Sousa Câmara
Alunos bolsistas ministrando
do IFNMG/Campus Araçuaí. O curso teve duração total de 60 (sessenta) horas, dividido em 24 (vinte e quatro) encontros, com duração de 2h30min cada. Os encontros iniciaram com a explicação teórica dos conceitos sobre montagem e manutenção de computadores. Em seguida, era realizada uma demonstração prática dos conceitos explicados. Cada aluno(a) teve que executar a prática para fixar os conceitos aprendidos. No último mês, foram aplicados questionários para obter um feedback por parte dos(as) alunos(as) que frequentaram o curso. De acordo com a análise das respostas aos questionários, perce186
beu-se que muitos(as) estudantes aprenderam algo novo e ficaram satisfeitos(as) com o projeto. Percebeu-se uma grande evasão de participantes com o passar do tempo. Acredita-se que esse fato se deu por causa da grande quantidade de encontros e a sua longa duração. Diante disso, para futuros projetos similares a este, recomenda-se a revisão desses pontos. Outro fator que pode ter contribuído para essa evasão foi o fato de o curso ter sido oferecido nas dependências do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Araçuaí, que fica um pouco distante da cidade, e o projeto não ter oferecido transporte e nem alimentação
para os(as) participantes. Esse aspecto é relevante, visto que a maior parte dos(as) alunos(as) do projeto eram pessoas de baixa renda. Além disso, o projeto foi muito benéfico para os alunos bolsistas que ministraram o curso. Eles adquiriram um conhecimento mais sólido, visto que tiveram que estudar profundamente o conteúdo para planejar as aulas e atividades, ministrar as aulas e tirar dúvidas dos(as) participantes. Com isso, eles puderam entender um pouco sobre a rotina docente e aprimorar suas habilidades de falar em público. Em síntese, o projeto alcançou seu objetivo, ao conseguir capacitar os(as) estudantes do ensino médio das escolas públicas de Araçuaí a realizarem manutenções preventivas e corretivas em computadores, como fazer limpezas rotineiras ou trabalhar com manutenção em computadores de terceiros. Além disso, com os conhecimentos adquiridos neste projeto, os(as) participantes agora são capazes de montar um computador, a partir de aquisição de peças estão aptos a escolher a melhor configuração de computador para determinado fim.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenador: José Maria Gomes Neves Bolsistas: Ana Luiza Nonato Santos e Iraiane Oliveira Rodrigues Voluntários: Poliana Soares Xavier e Arine Barbosa Ferreira da Silva Texto: Ana Luiza Nonato Santos e Iraiane Oliveira Rodrigues Campus: Almenara
Participação de agricultores(as) rurais da Comunidade Bandeirinha Almenara- MG.
Formulações de defensivos naturais:
Rodrigues & Santos
Projeto
uma alternativa saudável e rentável para os produtores rurais do município de Almenara-MG
O uso de agrotóxicos pode ser danoso tanto para o ser humano como para o meio ambiente, e faltam informações acerca da utilização de produtos alternativos. Uma das alternativas viáveis pode ser o uso de caldas naturais. Dessa forma, este projeto objetivou capacitar agricultores(as) rurais na produção de defensivos naturais, como uma alternativa saudável e rentável.
Revista de Extensão do IFNMG
Sintomas de fumagina e ataque de pulgões em folhas de citrus.
RODRIGUES & SANTOS, 2019
O
Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. O uso de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos vem sendo identificado, por técnicos(as) extensionistas e pesquisadores(as) da área das Ciências Agrárias, como um dos principais problemas enfrentados pelos(as) agricultores(as) da região do Vale do Jequitinhonha-MG, que implicam em altos custos, tanto para o meio ambiente, quanto para o bolso do(a) agricultor(a). Sendo assim, nasceu o projeto “Formulações de defensivos naturais: uma alternativa saudável e rentável para os produtores rurais do município de Almenara-MG”.Durante o período de realização do projeto, foram executadas atividades, como minicursos, visitas às
comunidades rurais, entrevistas, aplicação de questionários e participação em eventos agrários. No primeiro momento, foram realizados levantamentos sobre a existência de pragas que incidem sobre os cultivos em algumas comunidades rurais. Para o levantamento de informações sobre a incidência de pragas nos cultivos, foi realizada a visita em diferentes comunidades no município de Almenara-MG. Foram identificadas inúmeras pragas que provocam sérios danos a olerícolas, como tomate, alface, couve, pimentão, pimenta e a frutíferas, como citrus, maracujá, acerola e graviola. Com base no levantamento das pragas, foi possível elaborar e realizar minicursos de acordo com a demanda. O primeiro minicurso em campo 187
Minicurso Caldas naturais para o controle de pragas em frutíferas, na Semana de Ciências Agrárias.
Rodrigues & Santos
Rodrigues & Santos
Participação de agricultores(as) rurais da Comunidade Bandeirinha - Almenara- MG.
Exposição de caldas naturais na 18ª da mandioca em Almenara/MG.
foi realizado na comunidade rural Bandeirinha em Almenara-MG com a temática Preparo de caldas naturais para o controle da fumagina, onde foi realizado o preparo das caldas naturais, calda bordalesa e calda de eucalipto para o controle de cocho188
nilhas e pulgões. Durante o minicurso, foram abordados assuntos sobre o uso correto de EPI – Equipamento de Proteção Individual – e sobre a adequada aplicação das caldas para o controle das pragas. Além disso, o minicurso permitiu grande interação
entre a equipe do projeto e os(as) participantes, esclarecendo algumas dúvidas ao longo do minicurso. O segundo minicurso em campo foi realizado no assentamento Dom Luciano em Salto Divisa, com a temática Preparo e utilização de caldas naturais, onde foram elaboradas as caldas bordalesa, calda de pimenta e alho, calda de fumo e calda de semente de neem. Além dos minicursos em campo, houve a participação em dois eventos, sendo o primeiro evento na 18°Festa da Mandioca em Almenara-MG, com a exposição das caldas naturais, que proporcionou maior interação entre os(as) agricultores(as) familiares e a temática do ensino sobre o preparo e utilização de caldas naturais. Por fim, o último evento foi a realização do minicurso Caldas naturais para o controle de pragas em frutíferas, na Semana de Ciências Agrárias no IFNMG/Campus Almenara, que contou com a presença de agricultores(as) e alunos(as), onde também foi realizado o preparo da calda bordalesa, calda de fumo, calda de pimenta e alho e calda de eucalipto. Esse projeto propiciou uma grande oportunidade para os(as) produtores(as) conhecerem e aprenderem uma forma de preservação do meio ambiente, além de fornecer trocas de experiências entre eles e os alunos(as).
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Rodrigues & Santos
Rodrigues & Santos
Entrevista com agricultores(as) familiares no mercado municipal de Almenara/MG.
Andressa Alves Nascimento
Coordenadora: Roberta Magalhães Dias Cardozo Bolsista: Andressa Alves Nascimento Voluntárias: Karina Almeida de Souza e Tainara Teixeira Chaves Colaborador: Felipe Cimino Duarte Texto: Roberta Magalhães Dias Cardozo Campus: Salinas
Doces de leite comercializado no mercado municipal de Salinas-MG.
Projeto
Identificação do estágio de deterioração de doces de leite artesanais visando à valorização do produto O início do projeto deu-se com uma pesquisa realizada no mercado da cidade de Salinas - MG. Nessa pesquisa foram identificados quais produtos eram comercializados e a quantidade de cada um deles. Após esse levantamento, os produtores de doce de leite em barra foram convidados a participarem da pesquisa, a fim de melhorarem a qualidade dos alimentos elaborados. Grande parte dos produtores mostraram-se receosos em participar do Revista de Extensão do IFNMG
Análises físicoquímicas.
Andressa Alves Nascimento
Para identificação do estágio de deterioração de doces de leite artesanais comercializados na região de Salinas-MG, foram coletadas as amostras dos doces de leite artesanais em barra junto aos produtores. Em seguida, estas amostras foram levadas ao laboratório do IFNMG- campus Salinas no qual foram realizadas análises físico-químicas dos produtos. Após a obtenção dos resultados destas análises, foram confeccionadas cartilhas contendo informações acerca do tempo de vida útil e alguns fatores interferentes, capazes de agregar valor ao produto artesanal. trabalho e da capacitação. Nessas condições, o trabalho foi adaptado para dar enfoque na influência das condições de comercialização do doce e na qualidade do produto final, e, ainda, para avaliar o tempo de deterioração dos doces a partir dos resultados das análises físico-químicas. A metodologia consistiu na coleta das amostras no Mercado Municipal e transporte das mesmas ao laboratório de Análise de Alimentos 189
Tainara Teixeira Chaves
Realização da preparação das amostras 1.
Karina Almeida de Souza
Placas com microrganismos.
do IFNMG – Campus Salinas em caixas térmicas contendo gelo a fim de manter as propriedades originais. Cada produto foi codificado de acordo com o comerciante/produtor e a data de fabricação. Após a chegada ao laboratório, cada amostra foi dividida em quatro partes de proporções próximas e acondicionada em recipientes apropriados, e, novamente, codificadas de acordo com 190
o comerciante/produtor e a data de fabricação, e, posteriormente foram submetidas à refrigeração. Retirouse alíquotas de todas as partes de cada amostra periodicamente para a realização das análises laboratoriais, sendo a primeira no dia em que as amostras foram coletadas. As análises determinadas em cada intervalo de tempo foram a acidez titulável, cinzas, teor de gordura, porcenta-
gem de proteínas e umidade. Durante a realização da pesquisa laboratorial, também avaliou-se, visualmente, as características dos doces a fim de detectar a deterioração aparente do produto. Após cada semana, a equipe de extensionistas se reuniu para a discussão e acompanhamento das atividades desenvolvidas. Em cada encontro, discutiu-se os resultados obtidos e as possíveis adaptações que poderiam ser empregadas no mesmo. Depois do término das análises físico-químicas dos doces, montou-se um documento com todos os dados obtidos, a fim de realizar um comparativo e verificar as mudanças nas propriedades físicas e químicas do alimento no decorrer da investigação. Com os resultados realizou-se, ainda, a medidas de dispersão e padronização dos dados e a aplicação de técnicas estatísticas multivariadas, a saber, Análise de Componentes Principais (ACP) e Análise Discriminante (AD). Após a obtenção de todos os dados do trabalho foi possível observar que os doces refrigerados obtiveram maior tempo de validade que a amostra controle que foi mantida na temperatura ambiente, também pode-se inferir que os doces que foram obtidos de diferentes comerciantes/ produtores, possuíam prazos de validade diferentes, mesmo quando alguns deles empregavam os mesmos processos e procedimentos durante a fabricação. A partir desses resultados, buscouse dados bibliográficos, a fim de explicar os resultados obtidos nas análises, e, ainda, relacionar as condições de produção e comercialização com o prazo de vida útil e a qualidade do produto final. O grupo também montou cartilhas contendo informações sobre práticas, procedimentos e ações que poderiam ser aplicadas durante e após a produção, com o intuito de melhorar a qualidade do alimento e proporcionar maior vida de prateleira, o que agregará valor aos doces de leite em barra artesanais produzidos e comercializados nos mercados de Salinas e região.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Roberta Magalhães Dias Cardozo Bolsista: Tainara Teixeira Chaves Voluntárias: Andressa Alves Nascimento e Karina Almeida de Souza Colaborador: Felipe Cimino Duarte Texto: Roberta Magalhães Dias Cardozo Campus: Salinas
Andressa Alves Nascimento
Doces armazenados e comercializados no Mercado Municipal de Salinas-MG.
Projeto
Verificação das Boas Práticas de Fabricação
e da qualidade microbiológica do doce de leite produzido em Salinas – MG
As atividades deste projeto iniciaram-se com as visitas ao Mercado Municipal de Salinas-MG, que tiveram como objetivo principal, averiguar a comercialização do doce de leite do município. Os produtores foram abordados para que fossem coletadas informações sobre o produto e a fabricação do mesmo. Na sequência, foram feitas as coletas das amostras e as análises laboratoriais. Observou-se, a partir dos dados, que os doces tinham uma carga microbiana significativamente elevada. Pode-se supor, ainda, que os doces foram processados de maneira inadequada. Por fim, os resultados obtidos foram apresentados aos produtores, para que os mesmos reconhecessem a importância das Boas Práticas de Fabricação. Revista de Extensão do IFNMG
191
Para realizarmos a verificação das boas práticas de fabricação e da qualidade microbiológica do doce de leite produzido em Salinas – MG, foram realizadas visitas ao Mercado Municipal de Salinas para divulgação do trabalho com intuito de convidar os produtores para a participa192
ção voluntária. Após a assinatura do Termo de Compromisso Livre e Esclarecido (TCLE), os participantes responderam um questionário para avaliação do conhecimento da população sobre as Boas Práticas de Fabricação. Tais questionários foram aplicados
por meio de amostragem com a concordância dos fabricantes. O tamanho da amostra foi extraído pela formula: n= N.n0/N+n0, no qual: n=1/e02, e 0 é o erro amostral considerado na amostragem, neste caso 5%, N é o número de elementos da população e n é o tamanho da amostra. A partir das etapas do processo produtivo, foram elaborados, ainda, um checklist, a fim de facilitar a identificação de pontos críticos de controle e facilitar as medidas reparativas. Na sequência, foram realizadas as análises microbiológicas do doce de leite no laboratório de microbiologia do Instituto Federal do Norte de Minas – campus Salinas. Foram executadas as seguintes análises: contagem de coliformes totais e termotolerantes, contagem de bolores e leveduras e aeróbios mesofilos de acordo com a metodologia da Instrução Normativa nº 62. Os dados obtidos foram tratados pela análise de correspondência, técnica conhecida por sua análise estatística de dados multivariados, com o objetivo de estudar as associações existentes entre as variáveis do estudo. Após realização das análises, os dados foram avaliados e comparados à literatura. Notou-se que os resultados das análises microbiológicas apresentaram um valor expressivo, tendo em vista que esse produto durante o seu processamento é submetido a um tratamento térmico. Estes resultados foram apresentados aos produtores, para que os mesmos reconhecessem a importância das Boas Práticas de Fabricação e das etapas de produção e armazenamento. Por fim, concluiu-se que o trabalho tem um grande potencial, já que o mesmo pode ser aplicado não só na área de doces, mas em outros produtos fabricados artesanalmente como, por exemplo, requeijão e queijo que são comercializados no Mercado Municipal de Salinas.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Coordenadora: Daniela Souza Santos de Sá Voluntários: Eliane da Conceição Coutinho, Elaine Aparecida Alves de Souza, Sarah Procopio Ferreira, Edvania Cardoso Borges, Tayna Ramos Duraes, Larissa Mendes Coutinho, Sarah Aninger Pereira Ramos, Rayane Lisboa dos Santos, Fernado dos Santos Gomes, Elen Aparecida Nunes Barbosa, Elias Santos Neres, Micaela Ferreira Lopes Vieira, Helcio carvalho de Souza, Rayane Lisboa dos Santos, Mariluce Moreira Costa, Cléria Oliveira Santos, Felipe Santiago Pereira Nascimento, Marieli Vieira de Souza, Matos Além Ribeiro de Souza, Kelly Cristine Mendes Carneiro, Rafael Santos da Silva, Daniele Ferreira de Souza, Alisson Silva Lima, Darline Souza de Almeida, Juliano Rodrigues da Silva Mota e Andrea Lima dos Santos Colaboradores: Ariane Gonçalves de Oliveira Coutinho, Roberta Barroso, Juliana Teixeira Antunes, Patricia de Souza, Fernandes de Queiroz, Haline Falcão de Ornelas, Fabíola Lima Escobar, Thatiane Lopes Oliveira, Karla Jaciara Vieira Damaceno Abreu, Karine Alencar Froes e Liliam Alkimim Matos Texto: Daniela Souza Santos de Sá Campus: Januaria
Ações de extensão em enfermagem
Andressa Alves Nascimento
Projeto
A educação em saúde possibilita a troca entre conhecimento técnico e popular, permitindo o desenvolvimento de ações de prevenção e controle de doenças.
O projeto AÇÕES DE EXTENSÃO EM ENFERMAGEM do campus Januária foi elaborado como proposta de contribuir com o aprimoramento do ensino, contextualizando-o com a prática e aproximando o aluno ao seu campo de trabalho. Tem como objetivo promover ações de extensão no campo da prevenção de agravos e promoção da saúde junto à comunidade e Instituições de saúde através de palestras interativas sobre assuntos da área da saúde, distribuição de material informativo, exposição de manequins e baners, aferição de pressão arterial, glicemia capilar, realização de vacinação em campanhas, participação em visitas técnicas e eventos como: palestras, jornadas científicas, seminários e congressos.
E
ducar para a saúde implica dar prioridade e intervenções preventivas e promocionais, em espaços coletivos, como por exemplo: os grupos educativos ou em espaços individuais como as consultas. Sendo assim a educação em saúde pode ser uma ferramenta de atuação para possibilitar a troca entre conhecimento técnico e popular, permitindo o desenvolvimento de ações de prevenção e controle de doenças que possam vir a se instalar. Nessa perspectiva, o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus JaRevista de Extensão do IFNMG
nuária, no ano de 2019, desenvolveu o projeto de extensão, coordenado pela professora do curso Técnico em Enfermagem, Daniela Souza Santos de Sá. Essa proposta contou com a participação da Secretaria Municipal de Saúde de Januária. As ações foram realizadas através do trabalho em equipe, consolidado pelo compromisso do corpo docente e discente do curso Técnico em Enfermagem com o objetivo de contribuir com o aprimoramento do ensino, contextualizando-o com a prática e aproximando o aluno ao seu campo de trabalho.
Com o propósito de sensibilizar os envolvidos, foi realizada uma reunião para apresentação do projeto para todos os colaboradores (docentes e discentes), juntamente com o gestor do Município, para esclarecer a execução das ações desenvolvidas no decorrer do projeto. Para cada ação de extensão foi formada uma equipe constituída de professores e alunos. A cada mês, uma equipe abordou um tema sobre saúde, que foi desenvolvido junto à comunidade e em Instituições de saúde. Durante as ações de extensão coube aos alunos do projeto, 193
O projeto permitiu a associação da teoria e da prática, ampliou a consciência crítica dos alunos e favoreceu a aproximação do ensino com o contexto sociocultural.
Em todas as ações desenvolvidas na comunidade e nas instituições de saúde, houve grande participação do público e interação com a equipe.
Durante as ações de extensão coube aos alunos do projeto, desenvolver as atividades técnicas e educativas, tais como: palestras, blitz educativas, aferição de pressão arterial, entre outros.
desenvolver as atividades técnicas e educativas, tais como: palestras, blitz educativas, reuniões, educação em saúde, aferição de pressão arterial, gli194
cemia capilar, realização de vacinação em campanhas e realização de testes rápidos, participações em visitas técnicas, palestras, jornadas científicas,
seminários e congressos sob supervisão do professor colaborador da ação. Em todas as ações desenvolvidas na comunidade e nas instituições de saúde, houve grande participação do público e interação com a equipe, no qual os alunos puderam contribuir para a promoção e prevenção da saúde da população. Todo este sucesso se deve a parceria com a Equipe de Saúde da Família, pois os Agentes Comunitários de Saúde foram responsáveis pelo recrutamento da comunidade em todos os eventos oferecidos. No desenvolvimento das ações de extensão, foi possível aos alunos uma associação da teoria e da pratica, ampliar a consciência crítica dos alunos, trabalhar práticas humanizadas com intervenções de promoção e prevenção à saúde o que favoreceu a aproximação do ensino com o contexto sociocultural. Assim, o projeto de extensão desenvolvido no IFNMG - Campus Januária contribuiu para a melhoria da saúde da comunidade em geral e para o aprendizado dos alunos do Curso Técnico em Enfermagem. A prática das atividades de extensão desenvolvidas neste projeto, proporcionou ao público alvo, um momento de promoção e prevenção a saúde, além de proporcionar aos discentes, oportunidades de desenvolver na prática o que se aprende na teoria, possibilitando uma qualidade no ensino-aprendizagem.
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Nos encontros, as mulheres reconheciam a importância do exame na prevenção do câncer do colo do útero .
Coordenadora: Daniela Souza Santos de Sá Voluntários: Lucicleide Lima de Alkimim, Paula Aparecida Cardoso, Roseana Silva Cavalcante e Stefane Pereira Souza Colaboradoras: Professora Fabíola Lima Escobar e Professora Liliam Alkimim Matos Texto: Daniela Souza Santos de Sá Campus: Januária
Projeto
Educação em saúde
sobre a importância do exame Papanicolau
O câncer do colo de útero é o terceiro tumor mais comum na população feminina, ficando atrás apenas do câncer de mama e do colorretal. No Brasil é a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres. O diagnóstico tardio pode provocar danos à mulher tanto físicos como emocionais e psicossociais o que refletirá em sua vida e de seus entes mais próximos. Nessa perspectiva, este projeto objetivou a realização de educação em saúde sobre a importância do exame Papanicolau para mulheres na idade entre 25 a 64 anos, com o propósito de ampliar o conhecimento destas mulheres sobre a doença de câncer de colo de útero e de seus direitos de oferta gratuita do exame preventivo de Papanicolau.
O
câncer do colo de útero é o terceiro tumor mais comum na população feminina, ficando atrás apenas do câncer de mama e do colorretal. No Brasil é a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres. O diagnóstico tardio pode provocar danos à mulher tanto físicos como emocionais e psicossociais o que refletirá em sua vida e de seus entes mais próximos. A busca por um atendimento de saúde e conseqüentemente a procura por um cuidado em saúde demonstra que as mulheres de baixa renda e ensino estão muitas vezes a mercê destes serviços. Os principais fatores são a ausência de conscientização sobre o câncer, principalmente sobre os seus sinais, sintomas e riscos. Estas deficiências de informação podem ser relacionadas com a baixa escolaridade de muitas mulheres mas também, a abordagem no atendimento que não prioriza a educação em saúde, gerando muiRevista de Extensão do IFNMG
O câncer do colo de útero é o terceiro tumor mais comum na população feminina, mas tem grande chance de cura quando tratado precocemente.
tas vezes o desconhecimento sobre a patologia. A relação custo-benefício gerados pelas intervenções de prevenção e controle do câncer de colo uterino em relação ao tratamento são nitidamente evidentes, pois a doença quando detectada precocemente tem alto índice de cura. Entretanto, o controle da neoplasia não tem sido efetivo seja por falta de participação das mulheres ou por ineficiência dos programas.
Nessa perspectiva, o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Januária, no ano de 2019, desenvolveu o projeto de extensão, coordenado pela professora do curso Técnico em Enfermagem, Daniela Souza Santos de Sá. Essa proposta contou com a participação da Secretaria Municipal de Saúde de Januária. As ações foram realizadas com o trabalho em equipe, consolidado pelo compromisso de 4 alunas e de 2 professoras do curso Técnico em 195
O exame Papanicolau, indicado para mulheres entre 25 a 64 anos, é gratuito e pode salvar vidas.
As palestras objetivaram a sensibilização das mulheres para a realização do exame Papanicolau.
Enfermagem Fabíola Lima Escobar e Liliam Alkimim Matos. Com o propósito primeiro de sensibilizar os envolvidos foi necessário um contato prévio com os coordenadores das unidades básicas de saúde (UBS) onde funcionavam as ESF para verificar espaço físico para a ação, bem como o convite as mulheres 196
que participariam do evento. Vale salientar que a parceria com a Equipe de Saúde da Família foi primordial para o sucesso do projeto, pois os Agentes Comunitários de Saúde foram responsáveis pelo recrutamento dessas mulheres, os técnicos em enfermagem pelo agendamento dos exames e auxílio na realização
do procedimento, os enfermeiros de cada equipe pela execução do exame de Papanicolau e os médicos pela entrega e encaminhamento de resultados com alterações. As palestras ocorreram duas vezes por mês com as mulheres inscritas no território de abrangência das ESF do Bairro São Vicente. Foram divididas por microáreas, em um número de 30 participantes. Foram ministradas pelos discentes que participaram da capacitação com o suporte das professoras integrantes do projeto. Assim, o projeto de extensão desenvolvido no IFNMG - campus Januária foi produtivo, pois informou as mulheres sobre a importância do exame na prevenção do câncer do colo do útero, permitindo que os envolvidos no projeto trabalhassem sobre o tema e propusessem o empoderamento destas mulheres .
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais
Revista de Extensão do IFNMG
197
Por meio da conscientização e envolvimento da comunidade, o projeto buscou promover esterilizações de cães e gatos em situação de abandono e/ou provenientes de famílias de baixa renda na cidade de Arinos.
198
www.ifnmg.edu.br facebook.com/ifnmgoficial instagram.com/ifnmg_oficial
Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais