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Medicina Veterinária no Quilombo: uma Ação do NEABI na Saúde Única

1º Encontro Fala MEI - Roda de conversa com a participação de diversas instituições como: CDL/TO, SEBRAE, Caixa Econômica, Sindicato dos Contabilistas, Prefeitura Municipal e IFNMG.

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Representantes das instituições parceiras que apoiaram o evento Fala MEI.

das e os problemas enfrentados por esses(as) microempreendedores(as), identificar os pontos fortes e fracos, as necessidades, potencialidades e recursos disponíveis, além de revelar informações que eram, até então, desconhecidas, mostrando, também, possibilidades de parcerias e colaborações.

O trabalho de identificação foi sistemático e englobou diversos stakeholders, envolvendo as partes interessadas e os(as) beneficiários(as) do projeto, dentre eles(as) pessoas e organizações que podem ser afetadas de forma direta ou indireta, positiva ou negativamente. Foram utilizados métodos variados, em conjunto ou adaptados, de acordo com os recursos e as preferências dos(as) envolvidos(as). Destacamos, entre eles: reuniões, grupos focais, pesquisas e entrevistas.

Das 6.354 empresas cadastradas no SIMEI, até 30/09/2019, em Teófilo Otoni, foram selecionadas 38 (trinta e oito), cujos(as) MEI participaram de eventos promovidos pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Teófilo Otoni (CDL/TO) em parceria com o SEBRAE, Prefeitura, Sindicato dos Contabilistas, Superintendência da Fazenda, instituições bancárias, etc., com o envolvimento direto de servidores(as) e alunos(as) do Campus Teófilo Otoni do IFNMG. Esses eventos tinham como objetivo dar voz aos(às) MEI em relação a seus anseios, dúvidas e questionamentos em diferentes aspectos, desde questões burocráticas até a entraves tributários e legislativos, demandas e deficiências na gestão de seus empreendimentos. Oevento denominado FALA MEI foi dividido em dois momentos diferentes para compreender e melhor detectar as dificuldades e gargalos enfrentados pelos(as) MEI, e também garantir maior efetividade das sugestões e intervenções que poderiam ser articuladas junto ao IFNMG, em suas áreas de atuação.

No primeiro momento, os(as) MEI foram submetidos(as) a uma dinâmica, em que tiveram acesso direto a representantes das diferentes instituições parceiras, para que pudessem expor suas dúvidas e angústias, e ouvir, de cada um(a) deles(as), de que produtos e serviços eles(as) dispunham e sobre possíveis colaborações com seus anseios.

Num segundo momento foi apresentado aos(às) MEI os resultados dos levantamentos, que possibilitaram um diagnóstico mais preciso e maior compreensão da problemática enfrentada por eles(as), para daí buscar soluções efetivas para suas dificuldades, reforçando a ideia de que, mesmo antes de abrir a empresa, é necessário se preparar bem para gerenciá-la.

Concluímos que a maioria dos(as) 38 MEI entrevistados(as) mostrou-se com nível de escolaridade deficitário. Apenas uma pequena parcela iniciou o ensino superior sem, contudo, tê-lo completado. É necessário que esses(as) MEI busquem informações, capacitem-se, participem de feiras e eventos, a fim de se manterem atualizados(as). O trabalho de desenvolvimento e crescimento de um negócio é contínuo e exige esforço e dedicação. E, para sua expansão, são necessárias decisões ousadas, que requerem solidez, aquisição de habilidades em diferentes áreas e disposição para aprender novas competências.

Dentro dessa perspectiva, notamos que a maioria das 38 (trinta e oito) empresas é bastante jovem e

que apenas uma minoria já está no mercado há mais de 10 anos. Como já vimos no parágrafo anterior, grande parte dos(as) MEI não possui um nível de escolaridade adequado, trazendo prejuízos à solução de possíveis dificuldades encontradas, que, muitas vezes, são de rápida solução quando se tem conhecimento dos recursos que se encontram disponíveis, muitas vezes, gratuitos.

É sabido que a falta do conhecimento desses recursos está diretamente ligada ao nível intelectual em quase 100% dos casos, e isso compromete, diretamente, as tomadas de decisões e a adoção de algumas estratégias. Atualmente há uma gama de serviços que o(a) MEI pode e deve desfrutar, tanto para iniciar sua empresa quanto para solucionar eventuais dificuldades inerentes ao tipo de empresa que venha a formalizar.

Roda de conversas com representantes das instituições parceiras, microempreendedores(as) individuais, alunos(as) e professores(as) do Campus Teófilo Otoni do IFNMG.

Proposta de parceria

Diante de tantas dificuldades e desafios que a classe nos apresentou nas entrevistas e na aplicação de questionários, acreditamos que uma parceria com as diferentes áreas de expertise do IFNMG, Campus Teófilo Otoni possa beneficiá-la, para que avance, de forma bem sucedida, em sua autonomia empreendedora.

O Campus Teófilo Otoni oferece cursos nas áreas de gestão e informática, que podem auxiliar o(a) MEI a obter um conhecimento mais amplo do mercado, assim como se capacitar digitalmente para fazer uso de uma série de recursos tecnológicos que já estão à sua disposição.

As oportunidades oferecidas pelo campus vão desde cursos presenciais regulares a cursos FIC (Formação Inicial Continuada), com carga horária diferenciada e certificações. Os cursos regulares têm duração mais longa e uma programação sequencial, de acordo com a profundidade dos temas abordados. Já os cursos FIC apresentam um formato diferente, com duração mais curta e conteúdo mais sintetizado. Ambos emitem certificados, de acordo com as condições estabelecidas no portfólio do curso.

Podemos também acrescentar as palestras, oficinas, minicursos e workshops ministrados na CDL-TO em parceria com o IFNMG e outras instituições, direcionados aos(às) MEI, nos quais novas experiências, informações e soluções são apresentadas por meio de Startups e da Empresa Júnior, em fase de implementação no campus, oferecendo novos modelos de negócios e novas formas de gestão. Sem um planejamento detalhado de gestão, nenhuma ideia criativa se sustenta no mercado.

Da mesma forma, os(as) MEI terão oportunidade de participar de eventos, oficinas, workshops, capacitações, dinâmicas e treinamentos que poderão ser viabilizados por meio das parcerias do IFNMG com diferentes instituições, como SEBRAE, Prefeitura, Caixa Econômica Federal e Superintendência Regional da Fazenda.

Há ainda a possibilidade da confecção de cartilhas informativas pelas diferentes equipes técnicas dos cursos do Campus Teófilo Otoni, sobre tecnologias, gestão, legislação e tantos outros aspectos de importância para a entrada de pessoas no mercado formal, oportunizando, assim, melhores condições de desenvolvimento de negócios.

Se lembrarmos que a missão do IFNMG é a de formar cidadãos por meio da educação profissional, científica e tecnológica por essas ações, contribuiremos para o desenvolvimento socioeconômico da comunidade local e da sociedade como um todo.

Ao oferecermos tais oportunidades aos(às) MEI, poderemos gerar eficiência acadêmica, difundindo e aplicando conhecimento e inovação no ensino, pesquisa e extensão, fundamentados na gestão participativa e na inclusão social.

Coordenadora: Thaís Larissa Lourenço Castanheira Bolsistas: Frederico Rodrigues de Oliveira e Anderson Santiago Loiola Voluntários: Ana Clara André Pardim e Ricardo Everton de Jesus Reis Colaboradores: Eduardo Garrido, Luis Carlos Rocha e Graciene Mendes de Oliveira Durães Texto: Anderson Santiago Loiola, Ana Clara André Pardim, Frederico Rodrigues de Oliveira, Ricardo Everton de Jesus Reis, Eduardo Garrido e Thaís Larissa Lourenço Castanheira Campus: Salinas

Projeto

Alunos(as) bolsistas e voluntários(as) percorrendo a comunidade de Nova Matrona, para entrevistas.

Medicina Veterinária no Quilombo:

Uma Ação do NEABI na Saúde Única

O projeto apelidado de MedVet no Quilombo foi inspirado no desafio de se confrontar a ciência acadêmica com os conhecimentos e saberes populares, no intuito de se obter ganho recíproco para discentes e comunidades. Ao proporcionar aos(às) alunos(as) envolvidos(as) o reconhecimento do valor dos saberes tradicionais e o respeito às memórias da comunidade, trabalhamos as habilidades humanísticas durante a graduação, além das habilidades técnicas .E, ao proporcionar à comunidade participante um resgate à sua memória de cura e saúde nos tempos ascendentes, de tias e avós que usavam plantas medicinais do quintal, que sabiam receitas e prescrições, repassadas oralmente, permite-se uma reflexão sobre como o tempo conduziu a consciência de suas raízes ancestrais, de forma individual e comunitária. O quanto a comunidade científica e a população pesquisada valorizam e reconhecem, no outro e em si, os saberes populares? O quanto a medicina veterinária é capaz de sair dos muros acadêmicos e se enriquecer com outra forma de olhar a saúde?

Quando pensamos em saúde, uma das imagens mais populares foi, por muito tempo, representada pela figura de um “doutor”, vestido de branco com um estetoscópio em um consultório e atendendo a um paciente. Contudo, saúde é muito mais que um(a) único(a) profissional e uma única espécie a ser cuidada. A definição de saúde, hoje, não é mais cina veterinária tem o seu destaque, pois é um curso híbrido quanto a sua área de atuação. Ela é, classicamente, inserida na área de Ciências Agrárias, mas faz parte também da área de Ciências da Saúde, sendo o(a) médico(a) veterinário(a) reconhecido(a) como profissional da saúde, conforme Resolução nº 287/98 do Conselho Nacional de Saúde. A medicina veterinária trabalha a interface dos

antropocêntrica, tendo a saúde humana como ideia central. O conceito atual de saúde é dado pelo termo saúde única, devido à indissociabilidade entre saúde humana, animal e ambiental. Portanto, falar de saúde é falar de forma multiprofissional.

Ao olharmos o todo, conseguimos entender melhor as relações de transmissão, controle e prevenção de doenças. Neste aspecto, a medi-

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