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Produção de mudas nativas do bioma cerrado para recuperação, recomposição e proteção de nascentes e cursos d´água na região de Januária
Na Feira Agroecológica de Januária são comercializados artesanatos, frutas, verduras, bebidas e outros produtos alimentícios, tudo produzido no próprio município.
Antonio Lopes Monteiro de Rezende
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midores(as), produtos de qualidade, cultivados nas diversas comunidades da região, com venda direta ao consumidor final, tornando a feira livre uma opção diferenciada para o escoamento da produção da agricultura familiar.
O projeto foi destinado a um grupo de produtores(as) rurais do município de Januária, que, em sua maioria, vive, exclusivamente, da produção rural e tem a oportunidade de comercializar suas olerícolas (hortaliças e legumes) na feira agroecológica da cidade. Sendo assim, foi objetivo do projeto capacitar produtores(as) para o controle dos custos de produção, com a geração de dados e informações que os(as) ajudassem a fazer o levantamento desses gastos.
A intenção foi partir de temas básicos como: o nível de conhecimento dos(as) produtores(as) a respeito do custo de produção de seus produtos, a margem de lucro que acreditam ter, o tempo de trabalho demandado no processo de produção, a precificação dos produtos e a rentabilidade obtida ou esperada. Foi feito levantamento em campo das espécies produzidas, serviços diretos, materiais de uso, insumos, transporte, serviços indiretos e despesas. Ainda, fez parte do levantamento o custo com depreciação e manutenção dos equipamentos/construções utilizadas no sistema de produção.
Com esses dados, desejava-se obter os gastos diretos e indiretos das produções. Entretanto, a equipe executora encontrou um cenário complexo, no que cabe ao levantamento dos custos de produção. Não havia nenhum tipo de controle, de registro. Os(As) produtores(as) não realizavam anotações dos seus gastos, não tinham controle do quantitativo de produção, não tinham registros do quanto era transportado à feira semanalmente e nem sabiam, ao certo, qual seria a somatória final dos valores obtidos com
Caderno de controle de um(a) dos(as) feirantes.
Luivânia Thamires Leite Holanda
a venda de olerícolas ao término de cada edição. Além disso, os valores obtidos nas vendas dos produtos se juntavam às finanças domésticas, fato que contrapõe o pilar contábil da “entidade”.
Mesmo assim, os(as) produtores(as) se mostraram receptivos(as) ao projeto e percebeu-se uma outra demanda durante a fase de levantamento de informações: o controle dos gastos e finanças. Diante de tal cenário e em comum acordo com o professor orientador e a coordenação da EMATER, optamos por seguir o projeto, mas com enfoque sobre essa nova demanda, até porque a proposta anterior “caiu por terra” diante do cenário encontrado. Realizou-se então a adequação da proposta extensionista, com o objetivo de ensinar o público-alvo a fazer o controle dos custos de produção, para gerar dados e informações, que propiciarão, no futuro, a realização de levantamento de custos de produção (que seria a proposta inicial deste projeto).
Foi realizada a confecção de uma planilha impressa, com espaços específicos para anotações dos produtos e seus respectivos preços (além das despesas dos(as) feirantes), a fim de promover o conhecimento inicial de gestão. Esta planilha foi entregue aos(às) produtores(as)/ comerciantes em nossos encontros semanais nas edições da Feira, onde ajudávamos quanto ao seu preenchimento, indicando a importância de cada item no controle e separando-os em custos diretos, indiretos e despesas.
Um fato interessante a ser relatado é quanto ao despertar perceptivo em alguns(mas) produtores(as), que começaram, a partir do controle promovido pelas anotações, a identificar quais produtos apresentavam maior rentabilidade e aceitação comercial, além de se promover a separação das finanças do negócio dos gastos domésticos. Começaram, inclusive, a analisar, de forma mais gerencial, os gastos as-
As olerícolas comercializadas são cultivadas nas diversas comunidades da região com venda direta ao consumidor final.
Caderno de controle de um(a) dos(as) feirantes.
sociados à comercialização, como o uso da sacola plástica. Essa preocupação se pulverizou entre os(as) comerciantes durante as edições da feira, os quais passaram a disseminar, junto à clientela, a ideia de trazerem de casa suas próprias sacolas, diminuindo o gasto e o impacto sobre o meio ambiente.
Os resultados obtidos após a readequação do projeto foram: a compreensão da importância do controle de gastos de produção e comercialização e implantação da planilha como instrumento de trabalho incorporada no dia a dia. Ao término do projeto de extensão, percebeu-se que o público-alvo já havia incorporado o termo “custo”, tornando-o parte do “vocabulário produtivo”, demonstrando, assim, que a execução da nova metodologia adotada pela equipe do projeto surtiu efeito positivo e produzirá dados para a realização da proposta inicial no futuro.