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Tesouros de um baú literário na APAE

Coordenadora: Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca Colaboradores: Josué Reis Batista Júnior e Fabiana Soares da Cruz Lima Bolsistas: Luana Gomes da Silva e Samuel Carneiro Moura de Oliveira Voluntários: Denielle Rodrigues dos Reis, Hillary Brunelly Pereira Mendes, Mariana Ribeiro Mende, Marcus Vinícius Félix Souza e João Pedro Rocha da Silva Campus: Arinos

Projeto Oficinas de contação de histórias levam encantamento aos alunos da APAE Tesouros de um baú literário na APAE

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Revista de Extensão do IFNMG A literatura é um importante e indispensável instrumento na arte de educar. Sendo assim, docentes e discentes do IFNMG - Campus Arinos utilizam desse instrumento para promover interação sociocultural entre alunos com necessidades educacionais especiais e o meio em que vivem. Muitas pessoas têm dificuldades no processo comunicativo na vida em sociedade e necessitam de mais atenção de toda a comunidade em seu processo cognitivo.

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) é uma associação na qual, além de pais e amigos dos excepcionais, toda a comunidade se une para prevenir, tratar a deficiência e promover o bem-estar e desenvolvimento da pessoa com necessidades especiais. É um movimento que surgiu no Brasil em 1954, ocorrido após a chegada de Beatrice Bemis ao nosso país (membro do corpo diplomático norte-americano e mãe de uma criança com Síndrome de Down). Em Arinos, Noroeste de Minas, a APAE é mantenedora da Escola Especial Raio de Luz e foi fundada, em 30 de junho de 1993, pelo casal Milton Gontijo Ferreira e Maria Helenice Oliveira Gontijo, pais de duas filhas surdas. A instituição

O projeto “Tesouros de um baú literário na APAE” é estruturado em oficinas de contação de histórias, desenvolvidas na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Arinos e foi idealizado com o intuito de auxiliar a inclusão social dos discentes na sociedade. As atividades desenvolvidas ocorreram de maio a dezembro de 2018. O projeto foi desenvolvido por meio de visitas semanais à Associação, nas quais os discentes do IFNMG promoveram oficinas de contação de histórias, de forma lúdica e com auxílio da expressão corporal, construindo um espaço agradável para o desenvolvimento das narrativas. Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca

Projeto contribui para a ampliação das linguagens, das interações e da leitura de mundo

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iniciou suas atividades em 7 de março de 1994, com o apoio da comunidade e de um grupo de voluntários, que constitui a diretoria fundadora. Atualmente, são atendidos mais de 200 alunos, sendo que 100% destes apresentam alguma deficiência e/ou são neonatos de risco (bebês com deficiência ou atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor), que necessitam receber estimulação constante. Quanto à situação socioeconômica dos alunos, mais de 70% das famílias sobrevivem com renda de um salário mínimo, estando na linha da pobreza, e são participantes de programas de transferência de renda do governo federal. Dos alunos atendidos, cerca de 17% são oriundos da zona rural, necessitando do uso do transporte escolar municipal para acesso à escola; 4% são alunos do município de Uruana de Minas (MG), que disponibiliza transporte público diário; 2% são alunos do município de Chapada Gaúcha (MG), que também disponibiliza transporte; e os demais são residentes na zona urbana de Ari

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nos (MG). A Escola Especial Raio de Luz (APAE/Arinos) possui um veículo Kombi para transportar alunos com menor possibilidade de independência e autonomia para transitar, bem como de discentes dos bairros mais distantes. Atende pessoas com deficiência intelectual e múltipla, entretanto, também são atendidas pessoas com deficiência física, inclusive neonatais de risco para a educação precoce; pessoas com surdez, para aprendizagem da linguagem em Libras e pessoas com Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), para melhoria da interação social, linguagem e aprendizagem.

Desde 2016, docentes e discentes do IFNMG - Campus Arinos atuam na APAE/Arinos, por meio da Extensão, desenvolvendo um projeto de contação de histórias, com o intuito de contribuir, pela literatura, para a ampliação das linguagens, das interações e da leitura de mundo dos discentes dessa instituição, de maneira lúdica, promovendo a interação dos discentes dos cursos técnicos do IFNMG na sociedade, estimulando a aprendizagem e desenvolvendo a imaginação, além de oferecer parceria e prestação de serviço à comunidade de Arinos.

Em 2018, o projeto “Tesouros de um baú literário na APAE” teve mais uma edição bem-sucedida. Os discentes dos cursos técnicos integrados do IFNMG - Campus Arinos desenvolveram o projeto de oficinas de contação de histórias, com orientação de docentes da mesma

Alunos de cursos técnicos do IFNMGCampus Arinos entraram na magia das histórias contadas

instituição. Semanalmente, houve reuniões de planejamento de ações, que foram desenvolvidas por meio de performances e dinâmicas, com atuações em visitas às quartas-feiras (durante o período vespertino). O cenário era previamente preparado com uma caixa de livros (simbolizando um baú de tesouros literários) e adereços, que seriam usados nas oficinas. O contador de histórias, durante sua atuação, estimulava a imaginação dos espectadores, fazendo-lhes perguntas pertinentes à contação. Logo após, convidava alguém da plateia para contar alguma história dos livros contidos no baú literário. Após cada oficina, os discentes do IFNMG anotavam suas observações sobre a experiência vivida, para auxiliar no planejamento da apresentação seguinte. O registro de impressões, descobertas e aspectos que funcionaram ou não foram instrumentos que auxiliaram intensamente no planejamento das oficinas seguintes. Além dos registros e depoimentos dos discentes do IFNMG, foram aplicados questionários aos docentes da APAE/Arinos.

Este projeto de Extensão teve, por conseguinte, o objetivo de auxiliar

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no desenvolvimento da linguagem verbal e não verbal dos discentes da APAE/Arinos, buscando agir como a sequência didática básica sugerida pelo autor (motivação, introdução, leitura e interpretação dos textos). Segundo Arislene Pires Carvalho, professora da instituição atendida, os alunos “estão mais expressivos e as atividades do projeto deixou-os mais desinibidos”. Outra professora acrescentou que “o contato com a leitura ocorreu de forma interessan

te, levando-os a terem mais contato com livros das mais variadas formas e ajudando no desenvolvimento da comunicação.” Os discentes bolsistas e voluntários do projeto mostraram-se engajados nas atuações e sentiram, segundo Hillary Brunelly Pereira Mendes (discente voluntária), “uma sensação de carinho, amor, companheirismo por parte das crianças, pois elas demonstram um afeto especial pelas pessoas que encontram”.

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