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Oficinas de produção de Bonsais

Coordenadora: Cinthia Gracielly Rodrigues

Bolsista: Thaís Cardoso de Souza Texto: Cinthia Gracielly Rodrigues e Thaís Cardoso de Souza Campus: Arinos

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Oficinas de produção de bonsais Projeto através de dinâmicas

Oprojeto “Oficinas de produção de bonsais a partir de plantas nativas do bioma Cerrado” foi desenvolvido pela discente Thais Cardoso de Souza, sob a coordenação da professora Cinthia Gracielly Rodrigues, nos anos de 2017 e 2018, na cidade de Arinos, localizada no noroeste do estado de Minas Gerais. Para a produção dos bonsais, foram utilizadas mudas de espécies nativas do Cerrado, doadas pelo Instituto Estadual de Florestas do Município de Arinos/ Buritis. Foram adquiridos dez exemplares, de cerca de 1 ano de vida, das seguintes espécies: Handroanthus albus (ipê-amarelo), Handroanthus impetiginosus (ipê-roxo), Dipteryx alata (baru), Anadenanthera colubrina (angico), Jacaranda cuspidifolia (caroba) e Hymenaea courbaril (jatobá). Um total de 60 plantas foram transferidas, no período do inverno, para bandejas, com dimensões aproximadas de 25,3 x 17,2 x 6,1 cm. Essas bandejas foram forradas no fundo com tela de 6 cm x 9 cm para minimizar a perda de substrato. Colocouse cascalho primeiramente e, logo

As oficinas de produção de bonsai, a partir de plantas nativas do Cerrado, foram realizadas com cerca de 60 alunos do 2º e 3º anos do ensino médio da rede pública estadual, da cidade de Arinos, em Minas Gerais. As oficinas foram realizadas como o objetivo de agregar valor à flora local e ensinar aos alunos como fazer seu próprio bonsai, com espécies de plantas nativas à disposição deles, fornecendo uma alternativa de geração de renda. O projeto foi realizado nos anos de 2017 e 2018. Durante as oficinas, os alunos puderam conhecer melhor as plantas nativas que fazem parte do bioma em que vivem. Além disso, eles conheceram a técnica de bonsai e aprenderam quais as etapas básicas para cultivo de plantas em bandeja. Os bonsais montados durante a demonstração realizada nas oficinas foram doados para alguns alunos participantes. Oficina de produção de bonsai na Escola Professor Benevides Cinthia Rodrigues

após, foi colocado um substrato formado por areia, esterco e cascalho. Foram retirados 50% da raiz de cada planta, com auxílio de tesoura de poda, cuidadosamente, para não danificar a zona de pilosa da raiz.

Cada planta foi centralizada na bandeja e recoberta com mais substrato. Para auxiliar na fixação da planta na bandeja, envolveu-se o caule desta com arame, que foi previamente amarrado à bandeja por meio de seus orifícios. Finalizou-se esta etapa com rega em abundância, logo após o transplante individualizado de cada planta. Após dois meses de recuperação do transplante das plantas, fez-se o processo de aramação, que consiste em envolver arames de cobre em torno dos galhos da planta para dobrar e reposicionar os galhos, fazendo, assim, um molde da planta, de acordo com seu perfil apresentado na natureza. Um mês e meio depois, os arames foram retirados.

Durante todo o período de cuidado com as plantas, foram realizadas podas de manutenção nas partes do topo e exteriores, com o objetivo de manter e refinar a forma da árvore. Além das podas, realizou-se a retirada manual de plantas daninhas das bandejas, pelo menos, mensalmente. O penúltimo processo consistiu na retirada de todas as folhas das plantas durante o verão, a fim de forçar o desenvolvimento de novas folhas, conduzindo a uma redução no tamanho destas e a um aumento da ramificação.

A arte do bonsai foi apresentada, por meio de oficinas, aos alunos do segundo e terceiros anos do ensino médio da Escola Estadual Garibaldina Fernandes Valadares, no ano de 2018, e da Escola Estadual Professor Benevides, no ano de 2019. Ambas estão situadas na zona urbana do município de Arinos. Durante as oficinas, também foi apresentada palestra sobre a importância da conservação do bioma Cerrado. As oficinas foram realizadas com sucesso, tendo, como objetivo, agregar valor à flora local e ensinar aos alunos como fazer seu próprio bonsai, com espécies de plantas nativas, oferecendo, dessa forma, uma alternativa de geração de renda.

Os alunos se mostraram interessados no projeto, o que pode ser verificado por meio dos seguintes relatos: “Achei interessante, pois é uma coisa nova pra gente, coisas que não estamos acostumados. É o Cerrado dentro da nossa casa, e é nosso bioma”, disse Ariel Pereira Alves, 17 anos, aluno do 3º ano do ensino médio da Escola Garibaldina. Clarice Aparecida Gonçalves Nunes, 17 anos, discente do 2º ano do ensino médio da Escola Garibaldina também destacou: “Achei importante falar sobre o bioma que está ao nosso redor”.

Durante as oficinas, algumas mudas que os próprios discentes plantaram nas bandejas foram doadas para alguns alunos participantes. Em contato posterior com esses alunos, verificou-se que alguns permaneciam com seus bonsais vivos em suas residências. Dessa forma, esse trabalho ofereceu, a alunos do ensino médio, a oportunidade de conhecerem a técnica de cultivo denominada bonsai e, além disso, permitiu o reconhecimento e a valorização das espécies nativas do bioma Cerrado, com as quais os jovens convivem no seu dia a dia. Foi possível ampliar a visão dos discentes em relação a alternativas para melhorar a perspectiva para a comunidade, pela produção de bonsais com plantas disponíveis no espaço em que vivem, estabelecendo, também, um vínculo maior entre jovens e a biodiversidade da região, garantindo conhecimento suficiente a ser repassado para demais habitantes interessados na arte do bonsai.

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