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Ensino de Matemática
Coordenador: Saulo Fernando dos Santos Vidal Bolsistas: Luiz Fernando Gonçalves Pereira e Luiz Rander da Silva Almeida Texto: Luiz Fernando Gonçalves Pereira e Luiz Rander da Silva Almeida Campus: Montes Claros
Ensino de Matemática Projeto para alunos de escola municipal de Montes Claros: uma abordagem prática
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Muitos são os fatores que influenciam na aprendizagem de Matemática. Dentre eles, destaca-se o meio social e econômico em que o aluno está inserido. Em muitas situações, o professor utiliza uma linguagem formal para apresentar o conteúdo, que difere dos termos vivenciados no cotidiano pelo aluno. Uma alternativa para o ensino de Matemática é trabalhar com problemas que apresentem uma linguagem informal, que facilite a compreensão e o aprendizado do conteúdo. Os problemas devem ser capazes de instigar o aluno a resolvê-lo. Devem ser interessantes e criativos, de modo que o
O projeto, desenvolvido a partir da observação da realidade dos alunos do 6º e 7º anos do ensino fundamental de uma escola municipal de Montes Claros, buscou identificar as dificuldades de aprendizagem de Matemática. Foram realizadas reuniões com os professores e aplicada avaliação diagnóstica. Com os resultados obtidos, selecionaram-se as melhores atividades pedagógicas que pudessem sanar as dificuldades. Essas atividades foram desenvolvidas em aulas de reforço, com acompanhamento individual, jogos e gincanas que abordaram conceitos da Matemática aplicada ao cotidiano. característica foi importante para a escolha da escola participante do projeto, além do apoio da direção e dos professores da escola, que viabilizaram o desenvolvimento do mesmo. A partir de diálogos com os docentes, foi possível conhecer as maiores dificuldades dos alunos e desenvolver o projeto baseando-se nos conteúdos ministrados em sala de aula.
No decorrer do projeto, muitos alunos, quando questionados sobre a rotina de estudos em casa, relataram diversas dificuldades, dentre elas, cuidados com irmãos mais novos e outros afazeres domésticos. Essas situações trazem uma série de complicações, que fazem com que esses aluno sinta-se sempre motivado.
O projeto em foco inclui a realização de aulas de reforço para que o aluno revise os conceitos vistos em sala de aula, proporcionando um maior aprendizado. A articulação de aulas de reforço para estudantes de escolas públicas, especificamente no ensino de ciências exatas, pode proporcionar maior rendimento na elucidação e no aprendizado desses alunos.
O projeto foi desenvolvido na Escola Municipal João Valle Maurício, localizada na periferia de Montes Claros, com alunos do 6º e 7º anos do ensino fundamental, na sua maioria, oriundos de famílias carentes. Essa
Aplicação da avaliação diagnóstica para alunos do 7° ano
Luiz Fernando Gonçalves Pereira
Aplicação da avaliação diagnóstica para alunos do 6° ano
alunos tenham a necessidade de trocar os estudos pelo trabalho. Tudo isso tem origem na vulnerabilidade socioeconômica das famílias, em que os filhos começam a trabalhar desde de cedo para ajudar na renda familiar, fazendo com que os mesmos tenham que dividir seu tempo entre escola e trabalho. Como consequência, as crianças e os adolescentes atribuem mais valor a esta última atividade e acabam optando por deixar a escola, pois ela não lhes desperta interesse.
Uma teoria interessante sobre o aprendizado foi desenvolvida por David Paul Ausubel, em meados da década de 60 do século passado, chamada de teoria da aprendizagem significativa. José Uibson Pereira Moraes e Romualdo S. Silva Júnior, em seu trabalho “Experimentos didáticos no Ensino de Física com foco na Aprendizagem Significativa”, definiram tal aprendizagem como uma metodologia em que uma informação se associa a um aspecto relevante do aprendizado de forma não literal e não arbitrária. Ou seja, a aprendizagem significativa ocorre quando o aluno consegue atribuir significados ao que está sendo aprendido.
A partir da observação da realidade dos alunos do ensino fundamental da Escola Municipal João Valle Maurício, pôde-se identificar suas dificuldades de aprendizagem em Matemática. Avaliações diagnósticas foram utilizadas como parâmetros de análise e seleção dos alunos participantes do projeto. Com os resultados obtidos, selecionaram-se as melhores atividades pedagógicas que pudessem sanar tais dificuldades. Essas atividades foram desenvolvidas em aulas de reforço, com acompanhamento individual, jogos e gincanas que abordaram conceitos da Matemática aplicada ao cotidiano.
Em diversas escolas públicas da região de Montes Claros, as aulas de Ciências são estritamente expositivas. Consequentemente, os alunos não conhecem a interessante realidade da Matemática. Por esse motivo, as aulas de reforço foram desenvolvidas de modo a transmitir para o aluno os problemas de Matemática contextualizados ao seu meio social e cultural.
Os alunos foram divididos em dois grupos, a partir dos resultados obtidos na avaliação diagnóstica. As aulas de reforço de Matemática foram ministradas por dois tutores (acadêmicos do IFNMG) na própria escola. Cada aula de reforço teve duração de uma hora, sendo realizada uma vez por semana no próprio turno de aula.
Com base na avaliação diagnóstica, percebeu-se que os alunos da Escola João Valle Maurício apresentam uma deficiência na aprendizagem em Matemática, indicando a necessidade de um acompanhamento diferenciado nessa disciplina, focando nos temas de maior dificuldade dos alunos, como as operações básicas de Matemática.
A utilização de meios lúdicos na prática educacional permitiu que os alunos desvendassem os conceitos abstratos, estimulando a participação ativa dos estudantes, despertando sua curiosidade e interesse, o que, no geral, melhorou o desempenho no aprendizado da Matemática. Conseguiu-se, com o desenvolvimento do projeto, fazer com que a aprendizagem dos alunos fosse significativa, ou seja, os estudantes participantes conseguiram atribuir significado ao que estava sendo aprendido.
Essa metodologia mostrou ser uma excelente estratégia de ensino, desde que o meio didático utilizado estivesse sempre próximo da realidade e do cotidiano do aluno. Um exemplo disso que funcionou muito bem foi adequar a linguagem utilizada em sala de aula ao contexto do aluno. Tal prática se mostrou bastante efetiva na inserção de novos pensamentos e conceitos.
Com a execução desse projeto, nós, alunos extensionistas, aprendemos com as dificuldades e desafios do ensino com poucos recursos.