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Produção de mudas nativas
Coordenador: Idemar Magalhães dos Passos
Bolsista: Vívian de Oliveira Araújo
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Voluntários: José Wilson Ferreira Bispo, Rayan Andrey Dias da Silva, Clarice Oliveira Correia e Valéria Ferreira da Silva Texto: Vívian de Oliveira Araújo Campus: Januária
Produção de mudas nativas Projeto para recuperação de área degradada às margens da nascente do Córrego Olhos D’Água
Asupressão dos ecossistemas brasileiros é resultante das perturbações antrópicas crônicas e da expansão desordenada das atividades agropecuárias, principais causas de degradação em áreas de preservação permanente. O cerrado possui uma extensa área, constituindo o segundo maior bioma brasileiro, sendo muitos estados pertencentes a ele, mesmo que alguns só em transição. No entanto, o desenvolvimento de várias atividades antrópicas, inclusa a utilização dos solos de forma intensa, sem preocupações com a preservação e sustentabilidade em áreas agricultáveis, fizeram com que alterações significativas se estendessem a esse bioma, principalmente, em relação à sua fertilidade e, consequentemente, diminuindo sua capacidade produtiva. Os fatores que levaram à degradação do cerrado atingiram 80% da sua área original.
O número de áreas degradadas espalhadas por todo o Brasil é muito grande, mas essa questão torna-se ainda mais preocupante quando se tratam de áreas que margeiam rios, lagos e córregos. O trabalho teve, como objetivo, produzir mudas nativas e recuperar uma área degradada que margeava a nascente do Córrego Olhos D’Água. Além disso, foram ministradas oficinas à comunidade, para maior esclarecimento e orientação quanto à importância da preservação, tendo uma visão mais ampla de como se deve proceder em relação às áreas degradadas. vidos, a fim de auxiliar na construção da rodovia que liga Januária a Miravânia. Hoje o local encontra-se exposto a ações de intempéries climáticas, formando uma voçoroca, que tende a aumentar, já que constitui solo extremamente exposto.
A nascente de Olhos D’Água passou por uma restauração no ano de 2015, a pedido da comunidade. Desta forma, é interessante que suas margens estejam conservadas, evitando Mudas a serem levadas à comunidade José Wilson Ferreira Bispo
Visto que a degradação afeta a fertilidade do solo, é muito difícil que essa área consiga se recuperar sozinha, o que exige uma intervenção, já que a falta de vegetação pode acarretar extensos processos erosivos.
A Comunidade de Olhos D’Água situa-se no município de Cônego Marinho. Localizada próxima à nascente de Olhos D’Água, encontra-se uma grande área degradada, na qual os horizontes superficiais foram remo
Participantes do projeto
Oficina: Quebra de dormência de sementes
José Wilson Ferreira Bispo
deposição e acúmulo de matéria, decorrente de assoreamento ao longo da nascente.
A recuperação da área torna-se interessante para a comunidade local e às demais regiões onde aquela transpassa, como pelo Brejo do Amparo e IFNMG - Campus Januária.
As práticas de preservação trabalhadas junto com a comunidade e a instituição de ensino são uma forma de conscientizar a sociedade, mostrando a realidade resultante das ações do homem. O objetivo deste trabalho foi promover a recuperação da área degradada às margens da nascente do córrego, com a inserção de mudas nativas, além de promover uma conscientização da população sobre a importância da preservação das nascentes, córregos e rios, estimulando práticas de conservação, por meio de oficinas e palestras, bem como pelo trabalho coletivo com a comunidade.
As atividades desenvolvidas durante a execução do projeto foram: - Coleta de sementes: foi realizada em mata localizada próxima à área degradada; na oportunidade os participantes levaram sementes que não continham no local de coleta. Outras comunidades pertencentes ao município de Januária -MG também foram alvo de coleta; - Produção das mudas: essa etapa foi realizada no IFNMG - Campus Januária; os sacos plásticos de 15x30 cm foram cheios com substrato, que consistia em 2:1 de terra vermelha e esterco bovino curtido, respectivamente, totalizando 454 sacos plásticos cheios. As plantas produzidas foram: Dimorphandra mollis (Favela), Copaifera langsdroffii (Pau d’óleo), Stryphnodendron adstringens (Barbatimão), Annona crassifolia (Araticum), Leucaena leucocephala (Leucena), Clethra scabra (Carne de vaca), Caesalpinia ferrea (Pau ferro), Pterodon emarginatus (Sucupira), Passiflora cincinnata (Maracujá do mato), Tabebuia spp (Ypê), Dipteryx alata (Baru), Butia capitata (Coquinho azedo), Tamarindus indica (Tamarindo) Enterolobium contortisiliquum (Tamboril), Anacardium humile (Cajuí), Jacaranda brasiliana (Jacarandá), Hymenaea stilbocarpa (Jatobá), Myracroduon urundeuva (Aroeira), Magonia pubescens (Tingui); - Oficinas e palestras: as oficinas que trataram sobre produção de mudas, coleta e armazenamento de sementes nativas tiveram uma abordagem mais prática. A de produção de mudas foi realizada na sede da Associação Comunitária, para onde algumas das sementes coletadas foram levadas, realizando, assim, a produção de mudas pelos participantes. As oficinas de manejo e conservação da água e do solo, práticas conservacionistas ao meio ambiente e recuperação de áreas degradadas também foram ministradas na sede da associação, tendo uma abordagem teórica, com uma discussão dos temas propostos e uma roda de conversa.
É claro o interesse da comunidade quanto à preservação do meio ambiente, bem como sua participação no desenvolvimento do projeto. Desta forma, desenvolveu-se bem a coleta e produção de mudas, oficinas e visitas até a área.