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Implantação de Unidade Demonstrativa Sustentável
Coordenadora: Susi Cristina dos Santos Guimarães Martins
Bolsista: Liliane Duarte da Silva Voluntária: Ana Clara André Pardim Colaboradores: Álvaro Diego Soares Mota e Oscar William Barbosa Fernandes
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Texto: Liliane Duarte da Silva Campus: Salinas
Implantação de Unidade Demonstrativa Sustentável Projeto com Forrageiras Alternativas Adaptadas ao Clima Semiárido, no IFNMG - Campus Salinas
O projeto “Implantação de Unidade Demonstrativa com Forragens Alternativas Adaptadas ao Semiárido” teve o objetivo de avaliar a produtividade de culturas anuais de verão, como o Milheto BRS 1501, o Milho Gorutuba, o Sorgo Ponta Negra e o Feijão Guandu Taipeiro. O intuito do projeto foi buscar forragens resistentes ao clima semiárido e ao estresse hídrico, para serem utilizadas na alimentação do rebanho bovino no período da seca. O Norte de Minas Gerais é marcado pela seca, durante o período de estiagem, ao longo do ano. Nesse período crítico, os rebanhos bovinos sofrem com a escassez de alimento, havendo deficiências nutricionais e, consequentemente, perda de peso dos animais. Além da seca prolongada, a região é caracterizada pela presença de solos de média e baixa fertilidade natural, um fator adicional que se torna limitante para o crescimento e desenvolvimento de gramíneas, que não são adaptadas ao estresse hídrico.
Nesse contexto, há necessidade de busca por forragens alternativas que apresentem resistência e adaptação a essas condições. Diante das exigências de adaptação, objetivou-se avaliar a produtividade de espécies como o Sorgo Ponta Negra, o Milheto BRS 1501, o Milho Gorutuba e o Feijão Guandu Taipeiro, como alternativas para minimizar os impactos da seca e garantir a oferta de alimento volumoso nesse período.
A variedade BRS 1501, as cultivares BRS Ponta Negra e BRS Gorutuba são culturas anuais de verão que se destacam pela produtividade de matéria verde e matéria seca e, também, são utilizadas na produção de silagem. Ademais, o milheto é utilizado em sistemas de plantio direto, na produção de grãos e apresenta boa recuperação na rebrota. O Sorgo possui ciclo precoce e resistência ao acamamento, enquanto o Milho possui ciclo superprecoce. Em contrapartida, o Feijão Guandu Taipeiro é uma leguminosa, sendo utilizado como forragem verde, feno, em pastagens consorciadas e como componente na produção de silagem.
O projeto foi desenvolvido no setor da Agricultura II, do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Salinas, no qual foi utilizada uma área de 35 x 12 metros, dividida em parcelas. No plantio, que ocorreu no período de inverno, foi realizada a adubação de plantio com nitrogênio,
Trator realizando o palntio direto do Milheto
Liliane Duarte da Silva
Preparo da área para o plantio das culturas
fósforo e potássio (NPK), seguida do preparo do solo, por meio de escarificação e abertura dos sulcos. Foi montado o sistema de irrigação convencional por aspersão, foram realizadas a determinação do stand de plantas e sementes e a determinação do espaçamento de cada cultura. Quarenta dias após a germinação das plantas, procedeu-se a uma adubação de cobertura nitrogenada.
Aos 82 dias, foi feito o primeiro corte do Milheto; aos 77 dias, o do Milho; o Sorgo, aos 107 dias e, aos 139 dias, do Feijão Guandu. O corte das forragens foi feito em cinco amostras representativas de dois metros lineares, as quais foram pesadas para a determinação de Matéria Verde (MV), dada em toneladas por hectare, que foi calculada pelo produto da produção por metro linear e o total de metros lineares.
Para a avaliação da produção de matéria pré-seca, duas amostras de cada forragem verde foram colocadas em estufa de ventilação forçada a 65°C, durante 72 horas. Na sequência, essas amostras foram moídas em moinho tipo Willey a 1 mm, sendo determinada a matéria seca (MS) a 105°C, durante 16 horas. A produção foi estimada pelo produto da produção de massa verde e o teor de matéria seca, e convertida em toneladas por hectare.
O milheto produziu 53,25 ton/ha de MV e 12,36 ton/ha de MS; o milho produziu 32,83 ton/ha de MV e 9,32 ton/ha de MS. O sorgo, 39,86 ton/ha de MV e 11 ton/ha de MS e, finalmente, o feijão guandu, que obteve 6,42 ton/ha de MV e 2,78 ton/ha de MS. Na análise dos resultados, os dados foram comparados às recomendações da literatura e todas as culturas apresentaram valores satisfatórios, considerando que o plantio foi realizado durante o inverno e o ideal seria após as primeiras chuvas do verão.
Culturas em desenvolvimento
Os resultados foram expostos à comunidade regional, por meio de um minicurso intitulado “Cultivo e Formas de Utilização de Forrageiras Adaptadas ao Clima Semiárido” que ocorreu na I Mostra de Extensão do IFNMG - Campus Salinas. A programação do minicurso contou com uma palestra e com a realização de uma prática de campo, pela qual os produtores e alunos presentes conheceram a área da unidade demonstrativa em que foram cultivadas as forragens e assistiram ao plantio direto do Milho Gorutuba. O momento promoveu a integração de alunos da Instituição, produtores das regiões circunvizinhas e técnicos da Empresa de Assistência e Extensão Rural (EMATER), todos unidos pelo interesse em buscar conhecimento sobre as alternativas para driblar a estacionalidade na produção de forragens, que afeta os animais durante a seca.