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Avaliação do desempenho de espécies forrageiras
Coordenador: Élcio José do Nascimento
Bolsista: Artur Afonso Guimarães Martins
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Voluntários: Ruth Pereira Barreto, Paulo Felipe
Santos Fonseca e José Aparecido Martins da Silva Colaboradores: Susi Cristina dos Santos G. Martins,
Álvaro Diego Soares Mota, Fábio Antunes Arruda e Eva Rodrigues de Souza Texto: Élcio José do Nascimento Campus: Salinas
Aprodução de alimento animal a baixo custo assume uma importância real no contexto brasileiro, especialmente quando se trata da pecuária de corte e de leite nas condições ambientais do norte de Minas Gerais. Assim sendo, a formação de pastagens é um fator fundamental para o desenvolvimento desta atividade, tornando o alimento mais barato e disponível para os animais, fazendo baratear, por consequência, a produção de alimentos de origem animal para nós, humanos.
Além de ser um alimento de baixo custo e bem aproveitado pelos O projeto intitulado “Avaliação do desempenho de espécies forrageiras cultivadas solteiras e/ou em consórcio quanto ao potencial de produção de biomassa nas condições edafoclimáticas do Norte de Minas Gerais” teve por objetivo investigar espécies vegetais, cultivadas solteiras ou em consórcio, que pudessem servir de fonte de alimento animal, e, ao mesmo tempo, também contribuir para a recuperação física e química do solo, nas condições do norte de Minas Gerais. doim forrageiro) cultivadas solteiras e/ou na forma de consórcio, quanto ao potencial de produção de biomassa (alimento animal) sob as condições edafoclimáticas de Salinas, no norte de Minas Gerais.
O experimento foi conduzido na Unidade Educativa de Produção Agricultura II, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais - Campus Salinas, e instalado no campo sob um delineamento em blocos casualizados, contendo seis tratamentos e quatro repetições (blocos), num total de 24 parcelas, em que cada uma (com aproximadamente 4 m x 6 m) ruminantes, o uso de forragens sob pastejo apresenta baixo impacto ambiental, tornando-se assim uma alternativa ecologicamente correta. A escolha de uma boa forrageira para a formação de pastagens é o passo inicial para o sucesso da atividade de produção animal (bovinos, ovinos, caprinos, etc.), o que se exprime por meio do aumento da capacidade de suporte da pastagem, aumento da produtividade e da melhoria do desempenho animal.
Assim sendo, objetivou-se, com este estudo, avaliar o desempenho de espécies forrageiras (guandu forrageiro, capim urochloa e amen-
Parcelas com as forrageiras estudadas
constituiu um tratamento, ou seja, uma forrageira solteira ou uma associação entre elas, a saber: Urochloa mosambicensis (Hanck). Dandy, com o nome popular de capim corrente; guandu forrageiro anão (Cajanus cajan L. Mill sp.), cultivar IAPAR 43 e amendoim forrageiro (Arachs pintoi). Os tratamentos foram assim definidos: capim urochloa solteiro; guandu forrageiro solteiro; amendoim forrageiro solteiro; urochloa consorciada com guandu forrageiro e urochloa consorciado com amendoim forrageiro.
O plantio, realizado no mês de maio, foi feito de acordo com as especificações técnicas para cada uma das espécies envolvidas, deixandose espaço de 1 m entre as linhas do guandu forrageiro e de 0,5 m entre as linhas do capim urochloa e entre as linhas do amendoim forrageiro. A urochloa, quando consorciada com o guandu, foi plantada nas entrelinhas da referida cultura, ao passo que, quando em consórcio com o amendoim forrageiro, linhas de uma planta e de outra se alternaram a cada 0,5 m. Tendo sido instalada no início do período da estiagem, a área do experimento recebeu a aplicação regular de água, por meio de um sistema convencional de irrigação.
O corte (colheita) das forrageiras foi feito no mês de agosto, oportunidade em que foram retiradas, em cada parcela, em uma área retangular de 1 m², amostras do material, e depois pesadas para avaliação de matéria verde e matéria pré-seca. Em seguida, o material colhido foi colocado em estufa de circulação forçada, a 65°C/72 horas, após o que foram feitas as determinações dos parâmetros supramencionados.
Os dados de produção inicialmente obtidos em 1 m² por parcela foram convertidos em t/ha e submetidos à análise de variância, e seguiu-se à aplicação de um teste de média (Tukey ao nível de 5 %), quando F foi significativo. O resumo da análise de variância para a produção de massa verde e de matéria pré-seca das forrageiras (em t/ha) encontra-se na Tabela 1, abaixo:
Tabela 1 - Resumo da análise de variância dos dados relativos à produção de massa verde e matéria pré-seca das forrageiras cultivadas solteiras e / ou em consórcio.
Tratamentos MV (t/ha) MPS (t/ha)
Urochloa solteiro
Guandu forrageiro solteiro
Urochloa + Guandu forrageiro 55,42 ab
38,23 b
75,57 ab 13,72 a
13,90 a
21,04 a
Urochloa + Amendoim forrageiro 92,08 a 21,65 a
CV (%) 26,98 30,6
Os resultados relativos à produção de amendoim forrageiro solteiro não constam da mesma tabela, devido ao fato de as plantas não terem se desenvolvido o suficiente para possibilitar a coleta, do que se pode inferir o seu baixo potencial forrageiro. No entanto, os resultados mostram ter havido interação entre o urochloa e o amendoim forrageiro, pois, quando consorciados, a produção de massa verde se mostrou superior aos demais tratamentos (p< 0,05). Já a produção do capim urochloa consorciado com o guandu forrageiro foi similar ao urochloa solteiro, sendo, entretanto, superior ao guandu forrageiro solteiro (p< 0,05). Porém, quando se trata da produção de matéria pré-seca, ou seja, quando se retirou a água das forrageiras, não houve diferença significativa entre a produção dessas solteiras ou consorciadas (Tabela 1). Amendoim Forrageiro Capim Urocloa
A produção de matéria pré-seca de urochloa solteira mostrou-se superior aos dados encontrados em literatura, em que foram avaliadas diferentes doses de adubo orgânico à base de esterco suíno na produção de fitomassa (kg / mat seca / ha / dia) de urochloa, e encontraram, no primeiro ciclo, uma produção média de 34,98 kg / MS / ha / dia, acumulando, em 90 dias, uma produção de 4,18 t / ha de matéria seca.
O consórcio das forrageiras estudadas nas condições experimentais é viável na região do norte de Minas Gerais, assim como o cultivo do capim urochloa solteiro.
O grande volume de material vegetal obtido sob os tratamentos com urochloa (solteiro) e com urochloa consorciado com amendoim forrageiro, em que pese a inconclusividade, por ora, dos dados obtidos, sugere que são promissores tais tra
Guandu Anão Forrageiro
tamentos, e que, portanto, estas e outras alternativas devam continuar a ser investigadas.
Os resultados obtidos foram, inicialmente, expostos à comunidade regional na Mostra de Extensão, promovida pela Coordenação de Extensão do IFNMG - Campus Salinas, em novembro de 2018, oportunidade em que produtores rurais da região foram recebidos, para que, a eles, fosse dado conhecimento sobre alternativas que estão sendo buscadas para o convívio com as restrições ambientais (principalmente quanto à pequena disponibilidade de água e elevadas temperaturas), que são próprias desta região do estado de Minas Gerais. Os resultados deste estudo também foram apresentados na SIC/2019 (Semana de Iniciação Científica), realizado no Campus Pirapora.