Revista de Extensão Contação - Nº 4/2018 - IFNMG

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Contação Revista de Extensão

Nº. 4 - Nov./2018

ISSN 2447-3480

Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos Projetos Sociais Extensão Tecnológica

INSTITUTO FEDERAL Norte de Minas Gerais


Políticas de Extensão


A

Extensão no IFNMG é concebida como uma instância fundamental para o aprimoramento e fortalecimento do processo educativo, cultural e científico e, ainda, como um componente que se articula ao Ensino e à Pesquisa de forma indissociável, buscando, assim, viabilizar uma relação dinâmica e transformadora entre o Instituto e a sociedade. Vale salientar que, nessa articulação, procura-se valorizar e estabelecer a troca de saberes sistematizados, acadêmicos e populares, fundamentada numa postura dialética da relação teoria/prática. A atuação da Extensão e sua dinamicidade em relação à articulação teoria/prática se configuram como espaço destinado ao acolhimento da diversidade de saberes e da sua plena expressão. Assim, a função primordial de todas as ações da Extensão se consolida no esforço de contribuir para a construção das práticas de Ensino, da Pesquisa e dos saberes de toda a comunidade. Pois, dessa forma, o reconhecimento da multiplicidade de saberes contribui, consequentemente, para o desenvolvimento local e regional, por meio de uma dinâmica interação entre a vida acadêmica e o contexto social. O IFNMG, ao assumir essas convicções, expressa, por meio de suas ações de Extensão, o reconhecimento de seu papel como articulador dos saberes do mundo, da vida e da instância acadêmica. Dessa forma, propõese a desconstruir a hegemonia que valida apenas uma forma de saber, possibilitando, assim, a desestabilização de um único conhecimento como detentor da verdade. Tal postura credencia a Extensão como um espaço privilegiado de produção de conhecimento e de compromisso com uma formação integral e cidadã, instaurada numa postura dialógica entre a instituição e a sociedade, consubstanciada no compromisso ético e humano. Revista de Extensão do IFNMG

Confirmando tais concepções, o IFNMG tem como objetivos: I. desenvolver atividades de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos; II. estimular e apoiar processos educativos que levem à geração de trabalho e renda e à emancipação do cidadão na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico local e regional; III. realizar ações voltadas, preferencialmente, para a população em situação de risco, colaborando para a diminuição das desigualdades sociais por meio da indicação de soluções para inclusão social, geração de oportunidades e melhoria das condições de vida; IV. estabelecer ações de formação inicial e continuada de trabalhadores e da população em geral, na perspectiva de melhoria da qualidade de vida; V. colaborar para o firmamento da identidade institucional do IFNMG, desempenhando papel de agente transformador da realidade local e regional; VI. integrar o ensino e a pesquisa com as demandas da sociedade, seus interesses e necessidades, estabelecendo mecanismos que inter-relacionem o saber acadêmico e o saber popular.

Do mesmo modo, constituem-se como diretrizes da extensão no IFNMG: I. contribuir para o desenvolvimento da sociedade, constituindo um vínculo que estabeleça troca de saberes, conhecimentos e experiências para a constante avaliação e vitalização da pesquisa e do ensino; II. promover e fortalecer as relações entre os campi do IFNMG; III. promover ações sociais; IV. estimular a cultura; V. apoiar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no âmbito do IFNMG; VI. ofertar cursos de qualificação profissional (Formação Inicial e Continuada – FIC) para a comunidade externa e interna; VII. promover eventos de extensão para a comunidade externa e interna do IFNMG; VIII. prestar assistência técnica e consultorias para o mundo produtivo; IX. prospectar e divulgar estágio e emprego aos discentes e/ou egressos; X. contribuir com o desenvolvimento dos empreendimentos locais e regionais(rurais e urbanos); XI. sistematizar visitas técnicas e gerenciais de alunos e professores às empresas/instituições; XII. participar, junto com os campi, do processo de definição da política de apoio estudantil, nas áreas educacional, social e da saúde; XIII. estimular o uso dos recursos naturais de forma responsável; XIV. manter e buscar novas parcerias com instituições públicas, organizações não governamentais, entidades do “Sistema S” e empresas privadas para uma atuação conjunta, no sentido de desenvolver ações extensionistas; XV. articular políticas públicas que oportunizem o acesso à educação profissional, estabelecendo mecanismo de inclusão; XVI. captar recursos, tanto na área pública, quanto na área privada.


Prof. José Ricardo Martins da Silva Reitor do IFNMG

N

este final de 2018, às vésperas de completarmos uma década de existência, nada é mais prazeroso que conhecer e compartilhar as experiências vivenciadas por nossos alunos, servidores e comunidade em geral, por meio dos projetos de Extensão desenvolvidos pelos campi e Reitoria deste IFNMG. Mais uma vez, a Revista Contação nos presenteia com relatos de trabalhos, cuidadosamente planejados e executados pela comunidade acadêmica, em prol do desenvolvimento das populações abrangidas pela área de cobertura deste Instituto. Sabemos que o tripé Ensino – Pesquisa – Extensão não pode ser concebido separadamente, pois

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são os alicerces que sustentam toda a construção erguida pela Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. E, nesta inter-relação, a Extensão tem um papel referencial, pois se liga à Pesquisa por meio da geração do conhecimento e ao Ensino com a integração entre teoria e prática ofertada aos acadêmicos da Instituição. A produção do conhecimento, pela atuação em meio à elaboração e execução de atividades que fortaleçam o vínculo da Instituição com a sociedade, bem como a formação para a cidadania são favorecidas pelo trabalho que brota a partir de ações extensionistas. Assim, não somente a comunidade é beneficiada, como também o corpo discente deste IFNMG, que tem

o privilégio de aplicar, em campo, os conteúdos adquiridos em sala de aula, muitas vezes, de forma multi e interdisciplinar. Desejo que esta produção traga a seus leitores o mesmo sentimento de satisfação que nos sobreveio, ao ver que oportunidades não foram negligenciadas, mesmo diante de dificuldades enfrentadas, das quais saíram vitoriosos tanto a comunidade acadêmica quanto o público-alvo dos projetos. A Revista Contação enche de orgulho esta Instituição, ao nos mostrar o quão importante é que o saber e o fazer andem, efetivamente, lado a lado, como instrumentos de transformação social. Que a leitura desta edição seja proveitosa para todos.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Editorial

Prof.ª Maria Araci Magalhães

Pró-Reitora de Extensão do IFNMG

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IFNMG, por meio das ações de Extensão, articula os saberes do mundo da vida e da academia, propiciando uma interação dialógica forjada no compromisso ético e humano. Além disso, busca superar a dicotomia e a hegemonia do conhecimento acadêmico sobre o popular por meio da dialogicidade entre estes saberes, firmando as bases para o acolhimento da Extensão acadêmica como processo contínuo e negociado. Neste sentido, a Extensão apresenta-se como pilar fundamental para o aprimoramento e fortalecimento do processo educativo, social, cultural e científico. Também posiciona-se como instância adequada para o acolhimento de demandas provenientes da sociedade e para proposição de soluções advindas de uma Rede de Soluções Tecnológicas, composta por servidores, estudantes e parceiros. Nessa perspectiva, temos a satisfação de convidar você, querido(a) leitor(a), a apreciar a quarta edição

Revista de Extensão do IFNMG

da Revista Contação, que acolhe relatos de vivências dos nossos servidores e discentes com as comunidades de entorno. Parafraseando Guimarães Rosa, fomos contando por meio de relatos o fazer da Extensão num unir das palavras o “contar em ação”. Também externamos um convite a você leitor(a) que acredita no engajamento acadêmico e social como propulsor de mudança de modos de vida e de produção: venha participar da Rede de Soluções Tecnológicas das demandas indicadas pelos demandantes. Una as suas expertises aos saberes e fazeres populares e contribua para o cumprimento da nossa missão institucional de forma democrática e coletiva. Este movimento virtuoso é o âmago da existência do IFNMG. O nosso pulsar é poder partilhar saberes, conhecimento e experiências com as comunidades da nossa área de abrangência. Assim, apresentar os frutos dos trabalhos na Contação já é motivo de muito orgulho para nós, pois revela o engajamento simbiótico dos nossos servidores, discentes e comunidades do fazer extensionista no enfrentamento das desigualdades sociais, da falta de acesso e de oportunidades nos mais distantes rincões dos Vales, Montes e Sertões. Assim, vislumbramos a Extensão como a virtude das instituições. Virtude que significa força. Virtude como princípio ético que se aprende e que se reforça com hábitos, com ações e planejamento para fazermos a diferença nos lugares onde estamos presentes.

A Revista Contação é uma viagem na força cultural de um povo que planta alegria, colhe satisfação e semeia o desejo e a esperança da sua virtude. A primeira parte da revista é composta pelos Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos, os quais percorrem as múltiplas inteligências da literatura, da dança, da poesia, da sétima arte, enfim, da musicalização criativa e sensível desta diversidade ética, artística, esportiva e cultural, que compõem o cenário onde se insere o IFNMG, transformando-o no ‘IFMUNDO”. Na segunda parte, a Contação, por meio dos “Projetos Sociais”, agrega um conjunto de ações, técnicas e metodologias transformadoras, desenvolvidas e aplicadas na interação com a população e apropriadas por ela, que representam soluções para inclusão social, geração de oportunidades e melhoria das condições de vida. Na última parte, os projetos de “Extensão Tecnológica” aplicam os conhecimentos elaborados no âmbito do IFNMG de sua comunidade, buscando o desenvolvimento local e regional. Ressaltamos que foi necessário muito comprometimento, trabalho e tempo dedicados na construção e efetivação dos nossos trabalhos de Extensão para estarem aqui hoje relatados em uma revista. Assim, agradecemos a todos os servidores, estudantes e comunidade externa que fazem a Extensão acontecer no IFNMG. A Extensão é o que nós a fazemos ser, uma ponte que une as diferenças no exercício humano na construção das redes de solidariedade e conhecimento, entre a instituição e a comunidade externa. Um farol sinalizado do IFNMG que desejamos: democrático, transparente, público e humano. Citando Guimarães Rosa: “O importante não é a partida ou chegada, e sim, a travessia.” Sabemos de onde estamos vindo. Mas qual a nossa chegada? O nosso percurso dirá! O ponto de chegada se confunde com a travessia. E é na travessia que se constrói o que desejamos. Boa travessia! Boa leitura! 3


Sumário

Expediente Reitor José Ricardo Martins da Silva Pró-Reitora de Extensão Maria Araci Magalhães Diretor de Extensão Tecnológica Kleber Carvalho dos Santos Núcleo de Programas, Projetos e Registros Angela Gama Dias de Oliva Ivânia Gonçalves Dias Coordenação de Relações Interinstitucionais e Comunitárias Rony Enderson de Oliveira Fernando Antônio Thomé Andrade Leonardo Estefanini Barreto Costa Coordenação de Atividades Sociais, Artísticas, Desportivas e Projetos Especiais Santina Aparecida Ferreira Mendes Núcleo de Relações com o Mundo do Trabalho e da Educação Profissional Técnica e Tecnológica Wadingthon Veloso Silva Cláudio Márcio Dias Ferreira Diretores/Coordenadores de Extensão e equipe Campus Almenara Joaquim Neto de Souza Santos Marcos Vinícius Montanari Campus Araçuaí Sejana Artiaga Ros Sueli do Carmo Oliveira Campus Arinos Josué Reis Batista Júnior Campus Diamantina Paulo Giovane Aparecido Lemos Josilene de Fátima Cardoso de Sá Campus Avançado Janaúba Bruna Tatianne Moura de Queiroz Fernando Nunes dos Santos Campus Januária Eduardo Souza Nascimento Raína Pleis Neves Ferreira Warley Anderson Mota dos Santos Campus Montes Claros Mario Sérgio Costa Silveira Fernando Mota Ribeiro Campus Pirapora Alessandro Carneiro Ribeiro Clodoaldo Roberto Alves Campus Avançado Porteirinha Graziela Ferreira da Silva Campus Salinas Romildo Lopes de Oliveira Josefa Noelba de Oliveira Campus Teófilo Otoni Maíra Queiroz Rezende Gerfson Viana Santos

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Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos Literartes Cantando o Gorutuba Cine literário Diversidade étnica Tesouros da narrativa Práticas Musicais de Conjunto Construção e manutenção A musicalização Cultura Afro e Cinema IFMundo II Mostra de Dança – Cinema

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Castração e controle Quintal amigo II Encontro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Rurais Ação higieniza: práticas de ensino da saúde ambiental Cursinho Popular Preparatório para o Enem IF Janaúba Digital Pequenos Gigantes Inglês instrumental Amizade sem Idade Árvore delivery Introdução à Programação de Computadores Pré-IFNMG Conjugação de ler – 2017 Conscientização e descarte do lixo eletrônico IF Colabora Inclusão digital das mulheres Plano de Educação Ambiental Village Verde Química aplicada Sensibilização/conscientização Curso de capacitação Implantação de coleta seletiva Ensino de Matemática Sementes crioulas Educação ambiental e conscientização sustentável Inclusão digital Conscientização e recrutamento de voluntários Implantação, cultivo e manejo de canteiros Valorização e reintegração social Hortaliças não convencionais Melhor idade em ação Cidade Nova Digital II Grupo de gestantes mães do Vale Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


100 Educação Ambiental para Crianças 102 Capacitação (PNAE) 104 Produção orgânica

107 Extensão Tecnológica

Revista de Extensão Nº. 4 - Nov./2018 ISSN 2447-3480 Coordenadora de Produção Editorial Angela Gama Dias de Oliva Programação Visual e Diagramação Marcos Aurélio de Almeida e Maia Título da Revista Bráulio Quirino Siffert Foto de Capa João Antônio Motta Neto (Campus Diamantina) Edição de texto Andreia Pereira da Silva Revisão Luciana Lacerda de Carvalho Coordenador de Produção Gráfica Gustavo Henrich E. Vieira Tiragem: 500 Circulação: Nacional Periodicidade: Anual Impressão Tavares & Tavares Reitoria do IFNMG Rua Professor Monteiro Fonseca, 216 Vila Brasília - Montes Claros/MG CEP: 39400-106 Fone: (038) 3201-3080 www.ifnmg.edu.br facebook.com/ifnmgoficial

INSTITUTO FEDERAL Norte de Minas Gerais

Revista de Extensão do IFNMG

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Análise e mapeamento Assistência técnica Avaliação da aceitabilidade da alimentação oferecida aos escolares Treinamento de boas práticas de fabricação Uma proposta de capacitação docente Elaboração e aceitabilidade de pães nutritivos Viveiro itinerante Pescadores de Tilápia do Nilo Física e astronomia A implantação e execução do método 5s Matemática e suas tecnologias ReproSal Capacitação dos produtores de queijo cabacinha Elaboração de banana passa e doces Inventariação de sítios Mapeamento dos Pontos de Entrega Voluntária (PEV) I Mostra de Física e Matemática Capacitação em informática Portifólio de oportunidades IF Fanfarra Web Dev Ensino de programação com o software Scratch Núcleo de Estudos Adequação de um protocolo de avaliação rápida Controle Automático de Irrigação Universalidade da Engenharia Avaliação das condições higiênico-sanitárias da carne bovina Elaboração de pães e biscoitos enriquecidos com polpa de pequi Transferência de tecnologias sociais e técnicas de convivência no semiárido Capacitações em planejamento e orçamento de obras Ações de Extensão Fortalecimento do extrativismo vegetal sustentável ADM em Pauta Pluriatividade e sucessão na agricultura familiar Educação em Saúde Clube da Robótica Levantamento e estudo das demandas Desenvolvimento de um sistema Web A coleção entomológica Composta Arinos Construção de apiário Atender, entender e encantar o visitante


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Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Projeto

Literartes

Coordenadora: Lillian Gonçalves de Melo e Ernani Calazans de Oliveira Colaboradores: Lucas Leal Teixeira, Gracia Lorena da Silva Jorge, Shirlene Aparecida da Rocha, Simone Maria de Oliveira Coelho e Sales, Fabrício Luiz Pereira, Maria Fernanda Silva Barbosa, Aureliane Aparecida de Araújo, Nivaldo de Oliveira Boaventura, Michelly Borges Ladislau Lopes e Bruna das Graças Soares Texto: Lillian Gonçalves de Melo e Nivaldo de Oliveira Boaventura Campus: Araçuaí

Sala temática: a carta de Pero Vaz de Caminha

O Literartes é um projeto de Extensão organizado de modo interdisciplinar, cujo objetivo primordial é a valorização dos diversos tipos de artes, tais como manifestações artísticas, literárias e culturais. O foco do projeto foi demonstrar e compreender que as artes estão presentes nas diversas formas de representar, sentir e compreender o mundo, além de fazer parte da existência humana. Durante a culminância do projeto, que aconteceu em dezembro de 2017, foi possível vivenciar momentos inesquecíveis de contato com as artes. Poesias, danças, pinturas, músicas, literaturas, teatros, salas temáticas, oficinas e sarau poético, tudo corroborou para a vivência de momentos sublimes, que despertaram as sensações humanas a partir dos diversos “olhares” do que é fazer arte.

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objetivo do projeto Literartes foi realizar uma proposta interdisciplinar, envolvendo diversas disciplinas da área de humanas (história, geografia, literatura, artes, inglês, espanhol e português). Foi promovida a compreensão da arte em diversas manifestações culturais, artísticas e literárias (música, teatro, literatura, pintura, escultura, fotografia). Ocorreram discussões, estudos e análises, no contexto social e escolar das manifestações supracitadas, além da culminância

Revista de Extensão do IFNMG

Servidores organizadores do evento: Ernani Calazans, Simone Sales, Lorena Silva, Lucas Leal, Shirlene Rocha, Lillian Melo e Nivaldo Oliveira 7


Sala temática do livro O Cortiço, de Aluísio Azevedo

do evento em três dias, por meio de exposições teatrais, literárias e musicais, oficinas, salas temáticas e análises das construções culturais, artísticas e literárias. A articulação entre o Ensino, a Extensão e a Pesquisa deu-se a partir de leituras e discussões sobre as diversas mani-

Sala temática do livro Iracema, de José de Alencar

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festações da arte e sua relação com a vida e a sociedade, promovendo reflexões que, além de despertarem o senso crítico, criativo e perceptível, aprimoraram o conhecimento dos sujeitos envolvidos, contribuindo, sobremaneira, para o desenvolvimento humano. O projeto

realizou a associação entre teoria e prática, de forma interdisciplinar, e possibilitou a interação do IFNMG com a comunidade local, promovendo a construção e ampliação do conhecimento sobre diversas manifestações culturais, artísticas e literárias.

Estudantes do 3° ano durante apresentação musical Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Fotos: Luana Aparecida Ramos Santiago

Apresentação do grupo de trabalho músico-teatral no IFNMG - Campus Arinos. As canções das lavadeiras do rio Gorutuba

Projeto

Cantando o Gorutuba

Coordenadora: Hellen Vivian Moreira dos Anjos Colaborador: Fernando Barreto Rodrigues Bolsistas: Luana Aparecida Ramos Santiago, Adeilson Alves Cardoso Júnior e Isanna Ferreira Oliveira Texto: Hellen Vivian Moreira dos Anjos Campus Avançado: Janaúba

O projeto de Extensão “Cantando o Gorutuba” objetivou o entendimento da cultura geral do povo gorutubano, dando especial ênfase às músicas ligadas à tradição dessa gente. Pretendeu-se levantar canções ligadas ao universo das lavadeiras do rio Gorutuba, à dança do pote, ao batuque, às manifestações culturais e religiosas, como danças de chamamento à chuva, numa região assolada pela falta d’água. Além da pesquisa da cultura gorutubana, por meio das canções de seu povo, objetivou-se, também, estender esse conhecimento à comunidade em geral, criando um grupo músico-teatral, contribuindo com o alargamento da cultura local.

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projeto de Extensão “Cantando o Gorutuba” foi coordenado pela professora de Didática e Fundamentos da Educação do Campus Avançado Janaúba, Hellen Vivian. Foi realizado um estudo que envolveu o entendimento da cultura geral do povo gorutubano, dando especial ênfase às músicas ligadas à tradição desta gente. Teve como objetivos pesquisar a cultura gorutubana por meio das canções de seu povo; estender esse conhecimento à comunidade em geral; criar um grupo

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músico-teatral, com o intuito de se apresentar em eventos municipais, em instituições públicas e privadas da cidade; contribuir com o alargamento da cultura local, tornandose uma das referências culturais da cidade de Janaúba; oferecer, aos habitantes de Janaúba e aos seus visitantes, o que há de melhor em termos de música regional. O nome da cidade de Janaúba tem origem indígena e significa planta leitosa, também conhecida como Algodão de Seda. Há registros de que os primeiros habitantes 9


Luana Aparecida Ramos Santiago

Momento de formação prática do grupo de trabalho, com jovens gorutubanos que tocam batuque

foram um povo cafuzo ou caboré, mescla de índios tapuias e quilombolas. Ao fugirem do cativeiro, estabeleceram-se no Vale do Gorutuba. Daí a nomenclatura gorutubanos, como passaram a ser conhecidos. Atualmente, o município de Janaúba apresenta-se como o mais populoso da Serra Geral, com 70.041 habitantes de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Partindo desses pressupostos, que envolvem a importância da cidade de Janaúba para a região e a necessidade de Para o desenvolvimento do projeto, foram necessárias as seguintes etapas: . Seleção do grupo de trabalho: além dos bolsistas, os professores da equipe do projeto selecionaram alunos voluntários que tinham gosto pela cultura gorutubana e que desejavam conhecê-la melhor. Foram consideradas, ainda, algumas habilidades artísticas, que envolviam musicalidade e performance.

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resgatar as canções que marcam o cotidiano dos gorutubanos, o projeto mostrou o quão imperiosa foi a realização de um estudo que envolvesse o entendimento da cultura geral do povo gorutubano, dando especial ênfase às músicas ligadas à tradição dessa gente. Pretendeu-se levantar canções ligadas ao universo das lavadeiras do rio Gorutuba, às manifestações culturais e religiosas como a Dança do Pote e danças de chamamento à chuva, nesta região assolada pela falta d’água.

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. Pesquisa sobre a cultura gorutubana: o grupo pesquisou a cultura gorutubana, por intermédio de visitas às comunidades tradicionais. Essas visitas visaram fazer um levantamento das músicas cantadas por este povo, em situações diversas do cotidiano. Houve, ainda, participações em eventos municipais de dança dos gorutubanos e vários encontros com a Diretoria de Cultura do mu-

Além da pesquisa da cultura gorutubana, por meio das canções de seu povo, pretendeu-se estender esse conhecimento à comunidade em geral, com a criação de um grupo músico-teatral, para se apresentar em eventos municipais, em instituições públicas e privadas da cidade. O que, principalmente, objetivou-se, com o projeto, foi contribuir para o alargamento da cultura local, tornando-a uma das referências na cidade, oferecendo, aos seus habitantes e aos visitantes, o que temos de melhor em termos de música. nicípio de Janaúba, para formação e parcerias. . Encontros periódicos, para construção da concepção das apresentações. . Apresentação no evento de Extensão do IFNMG - Campus Arinos. . Avaliação das etapas cumpridas e disponibilidade do grupo para futuras apresentações artísticas na comunidade.

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenadora: Dinamor Chicarelli do Nascimento Bolsistas: Amanda Pereira Daniel e Joyce Marianne de Souza Silva Voluntários: Adrian Marcelo Mendes Dias, Lara Mariana Gomes Pereira e Joana Dar’c Moreira do Nascimento Texto: Dinamor Chicarelli do Nascimento Campus: Janaúba

Momento de imersão e criação dos cenários

Projeto

literatura é uma forma clássica de representação artística que ganha novos formatos e resgata outros ao longo de sua história. Nesse movimento de renovar-se e reinventar-se, os estudos literários, muitas vezes, voltam sua atenção para a relação que a literatura pode estabelecer com outras artes, como no caso do cinema, do teatro e da música, manifestações essas que protagonizaram as atividades do projeto. Nesse sentido, o estudo de adaptações cinematográficas de obras literárias constituiu uma forma de desenvolver o olhar estético e o espírito crítico de leitores em formação, especialmente os adolescentes, além de estimular o interesse pela leitura literária. Por meio de reuniões

Revista de Extensão do IFNMG

Foto do evento, com alunos participantes e colaboradores

Ludmila Silva

Cine literário A intensas de debates, releituras e visitações de diversos portadores textuais que engendraram as obras do Programa de Avaliação Seriada para Acesso ao Ensino Superior (Paes), o tema infância passou por diversas releituras, em especial, um diálogo

entre Carlos Drummond de Andrade e Cora Coralina. Como produto de tais momentos, foi realizada uma apresentação musical, com teatro e poesia, passando por um processo de revisitação dos cenários tradicionais e típicos de Minas e Goiás. 11


Alunas dos primeiros anos dos cursos de Química e Informática

Ludmila Silva

Projeto

Diversidade étnica: remexendo as raízes, resgatando as memórias... N

o IFNMG - Campus Montes Claros, o projeto “Diversidade étnica: remexendo as raízes, resgatando as memórias...” teve início no ano de 2013, sendo replicado nos anos de 2014, 2015 e 2017. Durante o ano letivo de 2017, o projeto, que contou com duas bolsistas de nível médio, Ana Clara Santos Cardoso e Wênia Emanuely Oliveira Durães, foi desenvolvido com os alunos dos cursos técnicos de Química e Informática integrados ao ensino médio, tendo o Assentamento Estrela do Norte como comunidade parceira. Com o intuito multidisciplinar, o projeto buscou abranger a maior parte das disciplinas do currículo escolar. Para tanto, foi enviado aos docentes

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Professora do IFNMG Campus Diamantina, Mariana Emiliano em apresentação cultural

Maria Fernanda Gonçalves Dias

No IFNMG-Campus Montes Claros, o projeto “Diversidade étnica: remexendo as raízes, resgatando as memórias...” teve início no ano de 2013, sendo replicado nos anos de 2014, 2015 e 2017. Durante o ano letivo de 2017, o projeto foi desenvolvido com os alunos dos cursos técnicos de Química e Informática integrados ao ensino médio, tendo o Assentamento Estrela do Norte como comunidade parceira. Com o intuito multidisciplinar, o projeto buscou abranger a maior parte das disciplinas do currículo escolar. um resumo explicativo do projeto, no qual constavam possíveis temas a serem trabalhados em sala de aula, que perpassavam por temáticas como racismo, etnicidade, demarcação territorial, etnocentrismo, resistência cultural, política, exclusão social e violência, bem como um convite para participarem, na condição de professores colaboradores. Para fins de pesquisa, as bolsistas aplicaram questionários aos docentes, visando ao conhecimento sobre o desenvolvimento dos temas apresentados e sua dinâmica em sala de aula. A primeira etapa da mostra aconteceu no dia 11 de novembro. O tema escolhido foi “Extremos do agora”, a partir do qual buscamos trabalhar o respeito, como fundamento para Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Victória Caroline Santos Marques

Coordenadora: Valesca Rodrigues de Souza Colaboradores: Maria Aparecida Colares Mendes, Juliana Mendes Campos Quintino, Gilda Maria Rodrigues Fonseca e Bárbara Caroline de Oliveira Bolsistas: Ana Clara Santos Cardoso e Wênia Emanuely Oliveira Durães Texto: Valesca Rodrigues de Souza Campus: Montes Claros


Ana Clara Santos Cardoso

Turma do 2° ano de Informática, com a coordenadora do projeto

IV Mostra da Cultura Afro-brasileira e Indígena do IFNMG - Campus Montes Claros

Revista de Extensão do IFNMG

res, além de apresentações culturais fantásticas feitas por nossos alunos. As turmas dos primeiros anos pesquisaram sobre representações do negro, do índio e da mulher nas histórias em quadrinhos, resultando na apresentação de entrevista e na seguinte composição musical: “Eu quero liberdade / Eu quero igualdade / Eu quero ver, valorização da mulher / Não quero o público machista / Fazendo apenas o que quer / De homem para homem as histórias foram criadas / E os direitos femininos que já não valiam nada / Um padrão sexista num mundo monocromático / Na Marvel, representada como a mulher elástico / Nos X-Men, Wolverine, Ciclope e Xavier / E, no início, apenas a Jean Grey como uma mulher / Olhos cegados, pregados no que não podem ver / Agora só falta a DC fazer a mulher DC / Eu quero liberdade / Eu

Oficina de vivência corporal, com o professor da Unimontes Leonardo Silva Alves

quero igualdade / Quero ver tratamento igualitário, nessa sociedade [...]” (alunos do 1° ano do curso de Informática). Já as turmas dos segundos anos pesquisaram sobre autores negros, escravidão e cultura africana, resultando em declamações e apresentações teatrais. Destacamos um trecho do conto “A vida na senzala”, escrito pela aluna Emilie Luzia Andrade de Morais, do 2° ano de Química, e teatralizado durante o evento: “[...] Entretanto, em dias importantes, retomávamos nossa crença e a esperança se renovava. Dançávamos e até fazíamos da dança a luta, a defesa e a coragem de buscar um mundo onde a manda de preto pudesse pretear em paz, onde nossas mulheres fossem nossas apenas, onde nossos filhos crescessem com um sorriso no rosto e não apenas lágrimas nos olhos. [...]”. Maria Fernanda Gonçalves Dias

uma vivência cidadã em sociedade. Para isso, foi realizada uma mesa -redonda, com o título “Embates e debates: as diferenças no espaço democrático”, composta pelas professoras Maria Aparecida Colares Mendes, Mônica Maria Teixeira Amorim e pelo professor Heiberle Hirsgberg Horácio, e um cine debate, com o tema “Odiados pela nação: tecnologia, responsabilização e ética em Black Mirror”, mediado pelo professor Alessandro Almeida. Visando possibilitar a vivência das culturas afro e indígena, foi realizada uma apresentação cultural e ofertadas as seguintes oficinas: dança, a partir de matrizes afro-brasileiras (professora Mariana Emiliano Simões), capoeira (professor Antonino Soares Miranda), contação de histórias: quem conta um ponto aumenta um ponto ou perde um ponto (professora Maria Aparecida Colares Mendes) e vivência corporal – cor, corpo e movimento (professor Leonardo Silva Alves). O evento aconteceu num sábado letivo e contou com a participação de mais de 140 pessoas, entre discentes, docentes e gestores. A segunda etapa da mostra aconteceu no dia 20 de fevereiro de 2018, com o apoio das professoras colaboradoras e da assistente social Alana, vivenciamos uma contação de histórias feita pela professora Cida Cola-

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Turma do 2° ano de Química com a coordenadora do projeto

Avaliação do projeto

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sincrasias das etnias abordadas. O entusiasmo dos alunos demonstrou a inquietude gerada pelo preconceito sofrido por eles, externando o desejo de liberdade presente em cada um” (Sabrina Medeiros Rodrigues – 1° Química). “Eu me senti representada, incluída e feliz” (Maria Eduarda – 1° Química). “É conhecendo que se aprende e não se aliena às opiniões impostas. Por isso, é importante expor-nos ao passado, aprendendo com os acertos e também com os erros, e, assim, zelar pelo futuro de uma sociedade mais justa e humana” (Maria Clara Moreira e Leite – 2° Química). “Por ter descendência indígena, particularmente, tive uma visão especial do evento, e creio que projetos, como o que ocorreu, devem ganhar

cada dia mais espaço, principalmente, entre crianças e jovens” (Geovano Gonçalves Rodrigues – 2° Química). “Atualmente, várias problemáticas assolam as populações afrodescendentes e indígenas. Dessa forma, a escola, como instituição de formação cidadã, deve fomentar projetos como esse, que foi excelente, com altos níveis estéticos e bem organizado” (Danilo Duarte Costa – 2° Informática). Espera-se que as atividades desenvolvidas no âmbito deste projeto sejam meios de reflexão, e sua justificativa se faça a partir do empoderamento e da valorização do ser humano, possibilitando que os participantes se reconheçam como sujeitos capazes de ultrapassar as fronteiras do preconceito, do racismo e da violência, para a prática do respeito.

A coordenadora do projeto, professora Valesca, com os seguintes professores: Mônica, Heiberle, Juliana, Cida e Leonardo 14

Coordenadora do projeto, professora Valesca, com equipe colaboradora: Cida, Juliana, Contação Gilda, Alana-e Bárbara Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Victória Caroline Santos Marques

Maria Fernanda Gonçalves Dias

ara finalizar, foi solicitado aos alunos que se expressassem em relação ao projeto. Recortamos aqui alguns depoimentos: “Ao final estávamos todos emocionados com as apresentações dos trabalhos” (Igor Matheus Alves Silva – 1° Química). “Resgatar as memórias foi uma maneira de conhecer, e é por meio do conhecimento que se combatem a ignorância e o preconceito que muitos sofreram” (Gabriela Cecília – 1° Química). “Gostaria que houvesse uma ampliação do projeto para que mais pessoas pudessem desfrutar das apresentações para, assim, respeitarem mais as diferenças” (Guilherme F. Gonçalves – 1° Química). “O projeto nos proporcionou um conhecimento mais amplo das idios-


Alunos bolsistas do IFNMG na Mostra de Extensão durante a Semana Integrada de Eventos: “Quando o coração transborda, a língua fala!” (Dom Quixote – Cervantes)

Projeto

Tesouros da narrativa: uma linguagem verbal e corporal

Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca

Coordenadora: Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca Colaboradora: Fabiana Soares da Cruz Lima Bolsistas: Tatyelle Gomes do Vale e Luana Gomes da Silva Voluntários: Elisa Maria dos Santos Alves e Gustavo Lucas Ribeiro Batista Campus: Arinos

Além de transmitir valores, estimular a aprendizagem e desenvolver a imaginação, os alunos bolsistas e voluntários do IFNMG - Campus Arinos utilizaram a Literatura como motivação para desenvolver a linguagem e facilitar a inclusão social dos discentes da APAE, em Arinos.

Revista de Extensão do IFNMG

As crianças têm liberdade para escolher o livro e o acessório no “baú dos tesouros” e contar a história à sua maneira

Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca

O

projeto de Extensão “Tesouros da narrativa: uma linguagem verbal e corporal” continuou contribuindo, em 2017, com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Arinos (APAE). Idealizado e desenvolvido no ano anterior, o projeto contou, em 2017, com novos bolsistas e voluntários, que colaboraram e inovaram em suas ações. Os discentes do IFNMG envolveram-se nas oficinas de contação de histórias, com o intuito não só de desenvolver e ampliar as linguagens dos alunos com dificuldade de comunicação, como também de auxiliar na inserção dos discentes da APAE na sociedade local. A professora coordenadora do projeto organizou um grupo de estudos com os discentes bolsistas e voluntários e orientou os trabalhos, que foram desenvolvidos na APAE, por meio de teatros, dinâmicas e performances. Dessa maneira, pro-

moveram a contação de histórias de forma lúdica, com auxílio da expressão corporal, construindo espaço e cenário agradáveis para desenvolvimento das narrativas. Contos e fábulas foram narrados e/ou encenados, com o objetivo de transmitir valores humanos, e os temas foram escolhidos pelas professoras, conforme o trabalho planejado para cada semana de estudos regulares. Segundo Cristiane Pimentel Vieira, professora de uma das turmas atendidas, o projeto tem auxiliado no desenvolvimento pedagógico dos alunos “de maneira significativa e positiva, pois, a partir das histórias contadas, os alunos desenvolveram mais a atenção, a linguagem oral e visual, o interesse e o gosto em ouvir mais histórias”. A servidora da APAE acrescentou ainda que, “após as histórias, os alunos chegam à sala de aula bem entusiasmados, recontando algo, expressando suas emoções”, ou seja, aos poucos, os discentes fo15


ram perdendo a timidez para falar ou levantar de suas cadeiras e mostrar seus passos, algumas vezes vagarosos, mas corajosos. Aos poucos, foram aceitando os convites para não

só serem apreciadores de histórias e peças, mas também de serem autores e atores delas. A alegria dos discentes da APAE é visível em todas as apresentações. Em uma das visitas,

uma aluna da turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA) pediu para ser fotografada com a equipe do projeto e disse, voltando-se para o fotógrafo, com um sorriso: “Eu sou fã deles!”

Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca

Chegada dos alunos da APAE ao IFNMG, na Semana Integrada de Eventos

A magia da solidariedade

N

esta versão do projeto, foi previsto um público-alvo de 50 alunos. Contudo, a instituição beneficiada sugeriu um espaço maior e proporcionou que, aproximadamente, 80 alunos do turno vespertino participassem dos eventos de contação de histórias. Além de acolher os envolvidos no projeto, a APAE deu suporte e sugestões pedagógicas para que o projeto se desenvolvesse. Os discentes do IFNMG ficaram envolvidos e comovidos, mostrando responsabilidade e compromisso com a

sociedade. Além disso, servidores do IFNMG - Campus Arinos mostraramse prestativos, auxiliando na doação de fantasias e obras literárias. A notícia da publicação do relato do projeto, desenvolvido no ano anterior, na Revista Contação, motivou todos os envolvidos a trabalharem com mais satisfação. Isso pôde ser notado na Semana Integrada de Eventos (SIE), evento institucional do IFNMG, pois, na ocasião, toda a equipe trabalhou com afinco na Mostra de Extensão e recebeu os servidores e discentes da APAE no

Campus, com muito orgulho e carinho. Os resultados alcançados foram relevantes. Houve interação e momentos descontraídos de leitura coletiva e espontânea; os alunos fizeram contos e recontos, cada um à sua maneira; até mesmo os servidores da instituição participaram das oficinas, narrando histórias e fazendo performances. O projeto “superou as expectativas e contribuiu muito com o desenvolvimento dos alunos”, observou a professora regente de turma, Lenita Lopes de Araújo.

Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca

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Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca

Prof. Josué Reis Batista Júnior, coordenador de Extensão do Campus Arinos, com alunos e professora coordenadora do projeto

Uma aluna da turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA) pediu para ser fotografada com a equipe do projeto e disse, voltando-se para o fotógrafo: “Eu sou fã deles!” Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: Ivan Carlos Schwan Bolsistas: José Mendes dos Santos Júnior e Thiago Santos Lima Voluntários: Gabriel Oliveira e Cynara Oliveira Colaboradores: Vitor Hugo Henriques Almeida e Daniel Meira de Oliveira Texto: Ivan Carlos Schwan Campus: Januária

Projeto

Práticas Musicais de Conjunto O projeto “Práticas musicais de conjunto” contou com o envolvimento de estudantes do IFNMG – Campus Januária e da comunidade externa. Ao longo do ano de 2017, foram realizadas as seguintes ações: apresentações em eventos, ensaios didáticos abertos ao público e aulas de música de várias modalidades de instrumentos musicais. Nessa perspectiva, o projeto contribuiu para o crescimento da demanda de pessoas que buscam participar das práticas musicais de conjunto.

O

projeto “Práticas Musicais de Conjunto” atendeu estudantes do IFNMG – Campus Januária e a comunidade externa. Ao longo do ano de 2017, foram realizadas diversas ações, como apresentações em eventos, ensaios didáticos abertos ao público e aulas de música em várias modalidades de instrumentos musicais, que contribuíram para o crescimento da demanda de pessoas que buscam participar das práticas musicais de conjunto. A música faz parte do cotidiano das pessoas, entrelaçando-se com diversas ações, por meio de suas formas de expressão. No Campus Januária, muitos estudantes vêm se envolvendo com a música diariamen-

Revista de Extensão do IFNMG

te, o que fez surgir a necessidade de proporcionar um espaço próprio, que possibilite maiores condições de estudo e desenvolvimento nessa área artística. Assim, ainda no ano de 2016 e em função do projeto “Práticas musicais de conjunto”, surgiu o Núcleo de Arte e Cultura, ao qual está vinculado o Estúdio Musical, um espaço pedagogicamente adaptado para desenvolver conhecimentos musicais e artísticos. O espaço conta com uma ampla estrutura de instrumentos musicais, isolamento e tratamento acústico, orientação técnica e artística. A proposta do projeto buscou ampliar e fortalecer o espaço da música no Campus e no município de Januária, em consonância com os objetivos do IFNMG. Assim, a escola, 17


entendida como espaço formal de educação, pensado com a finalidade da formação e como lugar de construção e desenvolvimento dos saberes fundamentais para a vida dos indivíduos, tem como um dos principais objetivos democratizar o acesso aos conhecimentos básicos necessários para a vida em sociedade. Nesse sentido, a música e a educação musical são dimensões que também devem estar presentes no processo de formação dos sujeitos e no processo de constituição das culturas. Como objetivo geral, buscamos desenvolver propostas de educação musical, possibilitando a apropriação e o entendimento da linguagem da música por meio de vivências musicais, do desenvolvimento de habilidades de percepção, apreciação, interpretação e criação musical. Entre os objetivos específicos, procuramos proporcionar o contato e desenvolvimento dos estudantes e da comunidade externa com a produção musical, enquanto bem cultural; garantir um espaço-tempo para apropriação das inúmeras dimensões da música, pela sua natureza e contribuição, não só para o desenvolvimento cognitivo, mas para ampliação de possibilidades e 18

de estabelecimento de novas relações com o conhecimento e entre os sujeitos; inserir o estudante de música nos universos da leitura, escrita, composição, execução, técnica, apreciação e literatura musical. O projeto Práticas Musicais de Conjunto consiste na organização de diferentes ações relacionadas à aprendizagem musical, voltadas à comunidade externa e aos estudantes de todos os níveis de ensino do Ins-

tituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais, Campus Januária. Tais ações têm um papel relevante na formação cultural dos sujeitos, despertando o interesse pela área musical e artística, contribuindo para a elaboração de ideias, informações, conceitos, habilidades e competências, aspectos socioafetivos e para o desenvolvimento de diferentes aprendizagens. Abarcou a criação de diferentes configurações de conjuntos e grupos musicais por intermédio do contato com instrumentos musicais e canto, buscando desenvolver as mais variadas formações de conjuntos musicais pelo repertório coletivo, de acordo com os interesses de cada grupo. As práticas musicais de conjunto abrangem a possibilidade de aprofundamento técnico e teórico, na medida em que buscam contribuir para a formação geral, visto que esta experiência pressupõe o trabalho em equipe, que norteia noções de responsabilidade e cooperação, considerando o papel que o sujeito exerce no grupo como um todo. Como elementos trabalhados com os integrantes de cada um dos grupos, destacamos: técnica instrumental e vocal; pulsação, subdivisão

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


e ritmo; intervalos, escalas e campo harmônico, dinâmica e interpretação; improvisação e criatividade; introdução a diferentes formas de leitura musical; estudo coletivo de peças e obras musicais; criação de arranjos coletivos. Também ocorreram monitorias destinadas aos naipes específicos, atendendo, em dias diferentes, o naipe de Cordas, o de Percussão, o de Grupo Vocal e o das Teclas, visando a um trabalho individualizado das técnicas relativas a cada instrumento musical ou voz. Para a realização desta proposta, foi utilizado o espaço físico do Estúdio Musical, que é equipado com isolamento e tratamento acústico, recursos pedagógicos e musicais, instrumentos musicais e aparelhagem de som e áudio, que já existem no patrimônio do IFNMG – Campus Januária. Salientamos que este trabalho não se destina à formação de músicos profissionais, embora possa contribuir para despertar tais aptidões, com ferramentas e recursos didáticos. Ela se destina à formação integral de todos os sujeitos envolvidos. Assim, é considerada pelo próprio valor cultural presente no seu acervo étnico, popular, folclórico e clássico e pela grande Revista de Extensão do IFNMG

capacidade de mobilizar o potencial do estudante, desenvolvendo a percepção, atenção, concentração, autocontrole e habilidades psicomotoras, emocionais e afetivas. As práticas musicais de conjunto são aqui consideradas efetivas na formação da cidadania, em que os membros do grupo trabalham valores como a disciplina, a participação, o respeito e a valorização do outro como parceiro, a responsabilidade, a solidariedade e a cooperação em prol do bem comum. Neste viés, o ensino de música não é avaliado, prioritariamente, pelo produto final, mas, sim, pelo processo, em que a

participação, interesse e vivência são priorizados, sendo partes integrantes de todo o processo educativo. Portanto, entende-se que, com o desenvolvimento do projeto, as construções socioculturais dos estudantes ampliam-se, permitindo novas compreensões e atuações no mundo. A educação musical possibilita ampliar o horizonte dos sujeitos, para que possam descobrir e desenvolver suas preferências, de forma crítica e objetiva, oferecendo ferramentas que possibilitem o desenvolvimento de ouvintes sensíveis, intérpretes conscientes e produtores de sua música.

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A proposta do projeto vem desenvolvendo o lado social e sustentável, por meio do reaproveitamento de materiais e da exclusividade no processo criativo de construção dos instrumentos, que exige habilidade manual, delicadeza e precisão

Projeto

Construção e manutenção de instrumentos musicais /Oficina de violão

O projeto vem sendo desenvolvido na Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC – Januária) desde o ano de 2016. O projeto destina-se a promover a construção e manutenção de instrumentos musicais, com atenção especial àqueles de cordas beliscadas, com caixa de ressonância e outros com processo de construção similar. A escolha destes instrumentos, em particular, ocorreu devido ao interesse, condições materiais e de acessibilidade por parte da APAC – Januária, conforme contato e visita realizados à instituição e, também, em função dos conhecimentos e trabalhos, desenvolvidos anteriormente, pela equipe executora do projeto. Buscando desenvolver a criatividade e a construção de instrumentos musicais, consiste em um trabalho que exige habilidade manual, delicadeza e precisão. Muito além da construção de instrumentos musicais, a proposta do projeto está atrelada ao desenvolvimento do lado social e sustentável, por meio do reaproveitamento de materiais e da exclusividade no processo de construção.

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trabalho realizado no projeto “Construção e Manutenção de Instrumentos Musicais / Oficina de Violão” abarca um cunho social, artístico e educativo, na medida em que considera o processo de aprendizagem da construção do instrumento musical, a utilização de materiais reaproveitáveis, o saber relacionado às técnicas e à evolução dos processos de construção de instrumentos, a sua relação com o contexto social, cultural, histórico e a realidade dos sujeitos internos da APAC – Januária. Ainda no ano de 2016, foi realizado um trabalho de revitalização da marcenaria da APAC – Januária, por

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O projeto tem, como objetivo principal, promover a valorização humana, contribuindo para a reintegração social, humanização e cidadania dos sujeitos

meio da construção de bancadas e mesas de trabalho e recuperação de ferramentas utilizadas para este fim. Muito além da construção de instrumentos musicais, a proposta do projeto procurou desenvolver o lado social e sustentável, por intermédio do reaproveitamento de materiais e da exclusividade no processo criativo de construção dos instrumentos, que exige habilidade manual, delicadeza e precisão. Como objetivo principal, buscou-se promover a valorização humana, contribuindo para a reintegração social, humanização e cidadania dos sujeitos, pelo desenvolvimento de conhecimentos acerca dos Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca

Coordenador: Ivan Carlos Schwan Bolsista: Carlos Eduardo Pereira de Araújo Colaborador: Eduardo Souza do Nascimento Texto: Ivan Carlos Schwan Campus: Januária


processos de construção de instrumentos musicais e do aprendizado do violão. Os objetivos específicos foram: proporcionar o desenvolvimento de conhecimentos e técnicas de produção de instrumentos musicais; promover o desenvolvimento musical por meio do violão; contribuir com o contexto de valorização humana pelo acesso à educação e à cultura e estimular a melhoria da autoestima dos sujeitos, a partir das produções. Em concordância com os objetivos das APAC - Januária, cujo trabalho resgata a valorização humana, vinculada à recuperação e à reintegração social dos sujeitos privados de liberdade, o intuito desse trabalho foi o de contribuir com a instituição, promovendo a humanização e a cidadania. Atualmente, existem 40 APACs em funcionamento em Minas Gerais e 57 em fase de implantação, que são mantidas, por convênio, pelo estado de Minas Gerais. Revista de Extensão do IFNMG

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Minucioso processo

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construção de um instrumento musical é um processo delicado e lento, que começa ainda na escolha dos materiais que serão utilizados, especialmente a madeira. Em torno de cem horas de trabalho e dedicação são necessárias para a conclusão do projeto de construção do instrumento musical. Esse é o tempo médio que um luthier utiliza para terminar sua obra, sendo um trabalho demorado em função da delicadeza do instrumento, que precisa ser, milimetricamente, calculado e passar por diversos processos de colagem, lixamento e pintura. Podemos sintetizar os principais aspectos da seguinte forma: planta do instrumento; escolha das madeiras; característica de resistência acústica das madeiras; leque harmônico; cavalete e alinhamento; projeção de escala; processos de colagem, lixamento, polimento e pintura; acabamento. O desenvolvimento da proposta ocorreu na marcenaria existente nas dependências da APAC - Januária, que disponibilizou ferramentas, recursos e matérias -primas necessários à realização do trabalho. O período de realização da proposta abarcou oficinas semanais, realizadas ao longo do ano de 2017, com o professor-orientador e com a colaboração de um estudante do curso superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que já possuía experiência e conhecimentos acerca da construção de instrumentos musicais e já havia atuado no projeto no ano de 2016. Os instrumentos musicais produzidos integram o patrimônio da APAC – Januária, podendo ser utilizados em futuras propostas de educação musical.

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Frutos

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entre os resultados alcançados, podemos citar a contribuição para a promoção da humanização, oferecendo alternativas de trabalho, cultura e educação aos internos da APAC – Januária, bem como para promoção do exercício da cidadania, desenvolvendo a criatividade, socialização e valorização dos sujeitos, auxiliando na melhoria de sua autoestima, na medida em que reconhece e valoriza o potencial criador e a produção do sujeito. Teve o intuito de colaborar para a reinserção dos sujeitos na sociedade, em parceria com os agentes envolvidos e a direção da instituição, desen-

volvendo um trabalho de educação democrática, no qual a valorização do ser humano e a sua formação crítica são relevantes. Assim, o projeto corroborou para o entendimento e o trabalho com a diversidade cultural, respeitando e contribuindo para o crescimento pessoal e intelectual dos sujeitos envolvidos. No sentido musical, foi importante para a aprendizagem da construção de instrumentos musicais de corda, para a compreensão dos diferentes processos envolvidos na produção de um instrumento. Ainda forneceu meios e ferramentas para a progressão dos estudos sobre construção de instrumentos musicais, melhorando a qualidade de vida dos sujeitos.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Apresentação da música das vogais

Coordenador: Daniel Meira de Oliveira Bolsista: Mayara Rodrigues da Silva Voluntárias: Taís Rodrigues da Silva, Tamires Alves Vanderlei, Patrícia Oliveira Corrêa e Clarice Oliveira Corrêa Texto: Mayara Rodrigues da Silva Campus: Januária

Projeto

Mayara Rodrigues da Silva

A musicalização como instrumento de inclusão social O projeto “A musicalização como instrumento de inclusão social” foi realizado no Serviço de Promoção a Criança e do Adolescente (Servir). Coordenado pelo professor Daniel Meira de Oliveira, teve como objetivo principal apresentar a música como agente transformador da realidade social, promovendo a socialização e o desenvolvimento na vida das crianças atendidas pela instituição por meio de dinâmicas, oficinas e brincadeiras.

Revista de Extensão do IFNMG

Confecção de fantasias para as apresentações musicais

Mayara Rodrigues da Silva

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Servir é uma instituição sem fins lucrativos e de caráter filantrópico. Foi fundado em outubro de 1968, com o objetivo de atender crianças e adolescentes carentes e em situação de vulnerabilidade social. Dentro desse cenário, os integrantes do projeto tiveram, como meta, despertar, nas crianças e nos adolescentes, o gosto pela música e suas expressões, resgatando valores importantes para a formação de cidadãos críticos e participativos no ambiente em que vivem. A escolha para trabalhar com música foi embasada na concepção de que a música é capaz de agir em nossas emoções, influenciando, de maneira positiva, contribuindo para o desenvolvimento humano e proporcionando bem-estar, autoconhecimento, expressão e integração social. Além disso, por meio da música, o projeto conseguiu contribuir para

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Taís Rodrigues da Silva

Instrumentos confeccionados com garrafas pet pelas crianças

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Crianças lendo as partituras musicais

com as atividades propostas. Foram observados o grande entusiasmo entre as crianças e a motivação para o trabalho em equipe. Ao final do projeto, pôde-se observar a evolução das crianças na realização das atividades, uma vez que, no início, estas eram realizadas com maior timidez; no final, as atividades eram feitas de forma mais descontraída. Também foi possível observar o gosto das crianças pelas vivências musicais, a partir das quais os participantes cumpriam as atividades com entusiasmo. Tudo isso indica que as atividades propostas geraram um impacto positivo na vida dessas crianças.

Mayara Rodrigues da Silva

Apresentação da música 1,2,3 indiozinhos

além de proporcionarem entretenimento, puderam demonstrar os diferentes tipos de sons que podemos obter, além de despertarem a criatividade das crianças, uma vez que elas enfeitaram os instrumentos da maneira que achavam apropriado. Ao final do projeto, foi realizado um “minishow de talentos”, para demonstrar o que foi aprendido durante o projeto. A instituição já trabalhava, indiretamente, com a musicalização, cantando canções na entrada e na hora do jantar. Outras características também foram facilitadoras do projeto, como a cooperação e compreensão da instituição e dos funcionários Mayara Rodrigues da Silva

o desenvolvimento da concentração, atenção, criatividade e cooperação dos participantes do projeto. O projeto foi desenvolvido de junho a dezembro de 2017. Durante esse período, foram trabalhadas músicas de todas as regiões do Brasil, como músicas indígenas, carimbó, forró, reggae, axé, frevo, MPB, sertanejo e valsa. Para conseguir alcançar o objetivo proposto pelo projeto, da forma mais atrativa possível para as crianças, foram realizadas diversas atividades, como dinâmicas, brincadeiras e criação de coreografias. Também foram confeccionados instrumentos musicais, feitos com materiais recicláveis, que,

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Culminância do projeto com atividades relacionadas à temática trabalhada nos filmes

Projeto

Cultura Afro ea sétima Cinema: arte como recurso no

Coordenador: Leandro de Aquino Mendes Bolsistas: Ana Beatriz Mota Guedes e Aline Alves Moreira Voluntários: Rosemere Freire Fonseca, Cristiane Gonçalves Rodrigues Sarmento e Gilmara Maria Rodrigues Casagrande Texto: Leandro de Aquino Mendes e Rosemere Freire Fonseca Campus: Januária

combate ao preconceito étnico-racial O projeto “Cultura Afro e Cinema: a sétima arte como recurso no combate ao preconceito étnico-racial” trabalhou com alunos do 9º ano das escolas estaduais Prof. Onésimo Bastos e Princesa Januária. Por meio da exibição de documentários e filmes que possibilitaram a discussão acerca do racismo e da valorização da cultura afro-brasileira, buscamos fomentar o debate com os alunos sobre a necessidade de se combater o racismo e os preconceitos, especialmente, no contexto da cultura de matriz africana. Nesse sentido, o projeto estimulou a discussão a respeito das relações étnico-raciais e culturais no processo educacional, como uma forma de buscar extinguir os preconceitos, a fim de promover um convívio harmônico entre os alunos. Além disso, o projeto refletiu sobre as implicações da utilização de filmes e documentários, como produções que podem ou não contribuir para a construção de estereótipos acerca da cultura afro-brasileira e/ou africana, incorporando, assim, a arte do cinema ao repertório cultural, ampliando sua potencialidade no exercício de uma postura crítica e reflexiva no processo de ensino-aprendizagem e nas relações sociais.

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ealizado entre junho e dezembro de 2017, o projeto “Cultura Afro e Cinema: a sétima arte como recurso no combate ao preconceito étnico-racial”, desenvolvido pelos docentes Leandro de Aquino Mendes, Rosemere Freire Fonseca, Cristiane Gonçalves Sarmento e Gilmara Rodrigues Casagrande e com as estudantes bolsistas Ana Beatriz Mota Guedes e Aline Alves Moreira (curso técnico em Meio Ambiente), teve, como público-alvo, alunos do 9º ano do ensino fundamental das escolas estadu-

Revista de Extensão do IFNMG

ais Princesa Januária e Prof. Onésimo Bastos, localizadas em Januária (MG). O objetivo consistiu em exibir filmes e documentários que possibilitassem a reflexão sobre a valorização da cultura afro-brasileira e africana e, dessa forma, contribuíssem para a desconstrução e o combate ao racismo. Sabendo da potencialidade do recurso cinematográfico como instrumento didático-pedagógico, a equipe executora do projeto escolheu obras que fomentassem a reflexão dos discentes acerca da necessidade de se combater o racismo por

meio de uma melhor compreensão e valorização da nossa matriz cultural de origem africana. Nessa perspectiva, o projeto foi capaz de contribuir também para a formação das discentes bolsistas, instigando-as a buscarem uma maior compreensão acerca da matriz africana da nossa cultura, assim como uma melhor compreensão sobre o racismo e como este se faz perceptível em nossa sociedade. Mensalmente, os alunos das escolas parceiras eram convidados a comparecer à biblioteca do IFNMG – Campus Januária para assistirem 25


Culminância do projeto, com atividades relacionadas à temática trabalhada nos filmes

a uma ou mais obras cinematográficas escolhidas previamente pela equipe, o que promoveu a integração entre os alunos das escolas citadas com o campus. Os filmes escolhidos eram um meio de estimular a discussão a respeito das relações étnicas e culturais, visando extinguir preconceitos e contribuindo para um convívio mais harmônico entre os próprios alunos. Ao final de cada sessão, promovia-se uma discussão acerca da obra e como o filme se relacionava com a temática do projeto. Durante os meses de execução do projeto, a equipe conseguiu trabalhar sete produções cinematográficas, com

cerca de 80 alunos, criando, assim, um espaço de discussão acerca da importância da história e cultura africana e afro-brasileira. A partir das discussões, buscouse a compreensão, junto aos alunos, das maneiras como ocorrem a construção do racismo e suas consequências para a vida social. Acreditando que os anseios dos jovens devem ser trabalhados de forma adequada e contextualizada, ao final desse ciclo de vídeos, os professores conduziram uma sessão participava, visando, mais uma vez, dar voz aos envolvidos. Os alunos que participaram do projeto ao longo do semestre re-

tornaram ao Campus Januária para a realização, no auditório do prédio do Ensino Técnico, de um evento. Na ocasião, grupos foram formados e conduzidos por meio de variadas dinâmicas, com ênfase no tema: “Combate ao preconceito étnico-racial, valorização e respeito à diversidade”. Os grupos formados pelos alunos das duas escolas atendidas produziram uma agradável discussão sobre a temática, inclusive, de forma lúdica. Avaliamos que o desenvolvimento destas atividades, para além dos objetivos propostos, promoveram uma integração entre as escolas e, ainda, uma maior aproximação com a nossa instituição.

Culminância do projeto, com atividades relacionadas à temática trabalhada nos filmes

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Rômulo Meira

Diversidade cultural das embaixadas

Coordenador: Alex Lara Martins Bolsistas: Victória Soares Souto e Raquel Santos Leal Voluntárias: Artemis Paula M. Rezende, Bárbara G. Guimarães, Bruna Botelho Moreira e Kérsia Santos Gomes Colaboradores: Alfredo Costa, Leonardo Machado Palhares, Regina Mendes de Araújo e Rosilene Sant´Anna Texto: Alex Lara Martins e Raquel Santos Leal Campus: Almenara

Projeto

IFMundo Modelo de Simulação da ONU do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais

A proposta de promover a simulação, em menor escala, de alguns comitês da ONU, no IFNMG -Campus Almenara, ultrapassou os muros do Instituto. A experiência foi estendida à comunidade escolar de Almenara, o que consolidou o projeto de Extensão IFMUNDO. Entre os objetivos do projeto, estão a necessidade e a importância de se debater temas relacionados aos direitos humanos, ao desenvolvimento sustentável e às políticas de igualdade social. No dia 10 de junho de 2017, após a preparação de cerca de 50 estudantes das escolas estaduais Laudelina Dias Lacerda, Joel Mares e Tancredo Neves, que se juntaram aos nossos 300 alunos do ensino médio integrado, ocorreu a simulação de sete comitês da ONU. A culminância do projeto ocorreu em Belo Horizonte, com uma delegação que representou todo o Norte de Minas Gerais, no maior modelo intercolegial das Nações Unidas na América Latina (MINIONU), evento promovido pela PUC Minas.

Revista de Extensão do IFNMG

Rômulo Meira

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entre as mais diferentes estratégias utilizadas para sensibilizar a comunidade escolar quanto à relevância de temas relacionados aos direitos humanos, ao desenvolvimento sustentável e às políticas de igualdade social, existem os modelos de simulação dos comitês e arenas políticas da Organização das Nações Unidas (ONU). Neles, jovens estudantes e adolescentes têm a oportunidade de conhecer, por meio da simulação do dia a dia de diplomatas e representantes de organismos da sociedade civil, o posicionamento dos mais diferentes países sobre os

Delegada da Índia, Milene Santos Pacheco, preparando-se para os debates

assuntos selecionados, que são debatidos em busca de soluções. Os modelos colegiais de organização são instrumentos político-pedagógicos que possibilitam simular o funcionamento de agências, organismos e instituições nacionais e internacionais, com os objetivos de promover e vivenciar práticas parlamentares, de discutir e debater ideias em ambiente público e de promover o desenvolvimento acadêmico, a percepção geopolítica e o engajamento em questões globais importantes, além de internalizar valores e conceitos consoantes aos direitos humanos. 27


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partir do ano de 2017, consolidou-se, no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Almenara, o projeto de extensão IFMUNDO, que consiste na preparação para a simulação, em menor escala, de alguns comitês da ONU. Essa experiência foi estendida à comunidade escolar

de Almenara, com especial atenção às escolas desse município e do entorno. Foram, desse modo, promovidas ações na comunidade acadêmica, acompanhadas por um projeto de pesquisa, com a realização de diagnósticos, avaliação das necessidades pedagógicas, que subsidiou, teoricamente, as ações

propostas. No dia 10 de junho de 2017, após a preparação de cerca de 50 estudantes das escolas estaduais Laudelina Dias Lacerda, Joel Mares e Tancredo Neves, que se juntaram aos nossos 300 alunos do Ensino Médio integrado, ocorreu a simulação de sete comitês da ONU, sendo eles:

Rômulo Meira

Simulação Comitê de Segurança da ONU

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. Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cujas questões fundamentais são a erradicação da fome e da insegurança alimentar. Essa agência trabalhou de maneira coordenada com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O tema gerador desse comitê conjunto foi “Impactos do uso de Transgênicos e Agrotóxicos”. . Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que tem o objetivo de garantir a paz por meio da cooperação internacional e intelectual entre as nações. Tendo em vista a disparidade das políticas socioeducacionais entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, simulamos o tema proposto por essa agência em 2016: “Inovação e internacionalização da Educação”. . Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), órgão vinculado à ONU, responsável por promover a conservação do

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meio ambiente e o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável. Considerando o sexto objetivo da Agenda 2030, que versa sobre a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos, esse comitê discutiu as formas de uso sustentável e eficiente da água, a partir do tema “Água potável e saneamento”. . Organização Mundial do Turismo (OMT), responsável por liderar e promover o Ano Internacional de Turismo Sustentável para o Desenvolvimento, a partir dos três pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental. O comitê da OMT liderou a iniciativa no Sistema ONU, promovendo maior conscientização sobre os patrimônios cultural e ambiental das diversas civilizações. . Organização Mundial do Comércio (OMC), que define regras globais de comércio, como os princípios da concorrência leal e do

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tratamento diferenciado a países em desenvolvimento. Este comitê trabalhou conjuntamente com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) para discutir, desenvolver e implementar políticas coerentes dentro do tema “Igualdade de gênero no trabalho”. . Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), que zela pela manutenção da paz e segurança dos países, cujas resoluções podem ser impositivas ou recomendativas. A Anistia Internacional vem pressionando, desde 2014, os governos de todo o mundo a pactuarem com o Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas. Por isso, o tema do comitê foi “Controle de Armas”. . Comitê de Imprensa (Primal Times), criado para servir como órgão interno de comunicação e cobertura jornalística. Os estudantes participaram como repórteres, escrevendo matérias, captando imagens e divulgando informações sobre o próprio evento.

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Rômulo Meira

Apresentação das embaixadas

Revista de Extensão do IFNMG

to como pessoa. “O vocabulário, a oratória e a desenvoltura individual adquirida no evento são essenciais para a vida acadêmica e pessoal, mostrando, assim, a forma única do MINIONU mudar o mundo: nos mudando”, destacou a estudante. Esse instrumento pedagógico pode, ainda, servir como forma de inclusão sociopolítica, de modo a frutificar, em nosso grupo de alunos e nos de escolas da região, uma mentalidade cooperativa, que vise à

paz, promova os direitos humanos e auxilie no desenvolvimento local e social, por intermédio de práticas sustentáveis. Esses são os valores máximos da ONU, expressos em sua Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (2015) e também contemplados nos objetivos do IFNMG, que são os de manejar as habilidades e competências de uma formação geral, humanística e científica, com o exercício de profissões técnicas.

Debate sobre igualdade de gênero no trabalho

Rômulo Meira

A

culminância do projeto ocorreu em Belo Horizonte, entre os dias 12 e 15 de outubro, quando sete alunos do ensino médio formaram a delegação que representou todo o Norte de Minas Gerais no maior modelo intercolegial das Nações Unidas na América Latina (MINIONU), evento promovido pela PUC Minas. Embora ainda sejam mais prevalentes em escolas nas quais os alunos possuem maior poder aquisitivo, esse tipo de evento tem conquistado a adesão de escolas em locais periféricos. Esses programas possibilitam aos participantes exercitar habilidades e competências de autodesenvolvimento, contribuindo para a emancipação dos indivíduos. É isso que pensa Juliana Monteiro, aluna do curso de Informática, para quem a participação no MINIONU foi engrandecedora e contribuiu, significativamente, para o seu crescimento, tanto como aluna quan-

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Equipe do projeto

Professora Sueli e discentes dos 3º anos de Agropecuária e Informática

Coordenadora: Sueli Fernandes Guimarães Voluntário: Mateus Sousa Ferreira Colaboradores: Mariana Alves Rodrigues e Pedro Prado Silva Texto: Sueli Fernandes Guimarães Campus: Almenara

Projeto

II Mostra de Dança - Cinema

O projeto Mostra de Dança, do Campus Almenara, coordenado pela professora de Educação Física Sueli Fernandes Guimarães, teve sua 2ª edição desenvolvida no 2º trimestre de 2017, a partir do tema “Cinema”. Envolvendo discentes das turmas dos 1º, 2º e 3º anos do ensino médio integrado aos cursos técnicos em Zootecnia, Agropecuária e Informática, o evento proporcionou um momento cultural na instituição, além de possibilitar a vivência rítmica e cultural dos participantes.

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Júlia, 2º ano de Agropecuária: A Bela e a Fera

Luck San

O

projeto Mostra de Dança começou no ano de 2016, com a finalidade de proporcionar um momento cultural na instituição, por meio da vivência da expressão corporal. A coordenadora do projeto, professora Sueli Fernandes Guimarães, Campus Almenara, acredita que práticas pedagógicas que permitem a valorização cultural proporcionam a formação de indivíduos mais criativos e críticos sobre seu próprio povo e cultura. A I Mostra de Dança teve como tema “Danças Brasileiras” e foi organizada pelos professores Sueli Fernandes Guimarães e Pedro Prado Silva, ambos docentes de Educação Física. As turmas dos 1º, 2º e

3º anos do ensino médio integrado aos cursos técnicos em Zootecnia, Agropecuária e Informática apresentaram algumas manifestações culturais indígenas, africanas e portuguesas. A contribuição dessas etnias para a formação do povo brasileiro, além da representação do Vale do Jequitinhonha, em especial Almenara, foi o destaque das apresentações. O conteúdo acerca da dança possibilita o resgate da cultura popular, aspectos sociais e afetivos dos jovens, demonstrando a possibilidade da realização de eventos culturais na instituição, bem como a boa aceitação por parte dos discentes, criando a expectativa para o próximo evento. Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Equipe do projeto

Estudantes do 3º ano de Zootecnia: Bollywood

Luz, câmera, ação!

N

seminários com os temas: história do cinema, técnicas de produção (edição, fotografia), trilha sonora, diretores de cinema, curta-metragem, videoclipes, séries e a dança no cinema. Esses temas foram organizados pelo professor Wesley Thales de Almeida Rocha e pela professora Sueli Fernandes Guimarães, que mostraram a relevância do processo de pesquisa para o desenvolvimento e criação de eventos culturais. A partir do tema, o cartaz de divulgação foi editado pelo discente do 3º ano de Informática, Caíque Santos Cardoso, atendendo ao processo de criação da professora Sueli Fernandes Guimarães.

Estudantes do 2º ano de Agropecuária: A Bela e a Fera Revista de Extensão do IFNMG

Estudantes do 3º ano de Zootecnia: Bollywood

Estudantes do 3º ano de Informática: Charles Chaplin

Equipe do projeto

Equipe do projeto

a noite do dia 15 de setembro de 2017, no Ginásio Poliesportivo do Campus Almenara, ocorreu a 2ª edição da Mostra de Dança. A temática “Cinema” despertou muitas emoções, surpresas e todo o fascínio da sétima arte, totalizando mais de dez filmes representados. Filmes e personagens que marcaram época foram homenageados, como os representados pelo ator Charles Chaplin. Durante o 2º trimestre, as turmas vivenciaram, em aulas teórico-práticas de Educação Física, a história da dança, teoria de Laban, os tipos de

dança e pesquisas sobre o cinema. Os preconceitos associados ao corpo e às práticas expressivas, o expressar-se no individual e no coletivo, o sexismo, as diversas manifestações culturais e a questão de gênero são temas importantes e necessitam ser trabalhados no âmbito escolar. As turmas pesquisaram filmes, criaram coreografias de acordo com a afinidade dos ritmos, mediação docente e decisão coletiva. A pesquisa sobre o universo do cinema teve uma ação integradora das disciplinas Educação Física, Literatura, Redação e História, por intermédio de estudo dirigido do filme Cinema Paradiso e

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Equipe do projeto

Estudantes do 2º ano de Informática: Avatar – A Lenda de Aang

O

apoio de parceiros, como o Buffet Shirley Festas, o Buffet Tendências Noivas Decorações e Festas, possibilitaram empréstimos de tecidos e aluguel de equipamentos de luz, de forma acessível e nas possibilidades financeiras das turmas. O envolvimento dos alunos e alunas nos ensaios, na decoração e no auxílio financeiro foi essencial para proporcionar um espetáculo cheio de luzes, jogo de fumaça e cores. O evento teve um público de, aproximadamente, 450 pessoas, composto pela direção, docentes,

estudantes, técnicos, terceirizados, familiares, amigos, comunidade em geral e egressos. Todos prestigiaram o evento, vibraram e aplaudiram os grupos que se apresentaram. Kennedy Sales Pereira, que se formou no curso técnico em Agropecuária e participou da I Mostra em 2016, relatou: “Foi maravilhoso. Queria ter participado também. Parabéns! Ficou lindo”. Outro depoimento foi da egressa do curso técnico em Informática, Gabriela Feitosa de Oliveira: “Foi um espetáculo e tanto! Vibramos com a professora Sueli”. Na programação, dez apresenta-

ções representaram os filmes: Chaplin, A Bela e a Fera, Grease – nos Tempos da Brilhantina, Michael Jackson (Thriller e Beat it), Dirty Dancing, Avatar – A lenda de Aang, Mamma Mia, Lisbela e o Prisioneiro, O Rei Leão e Bollywood (dança indiana). A narração do evento teve o apoio do professor de português Olden Hugo Silva Farias. Ao final, foi realizada uma interação com o público, ocasião em que os estudantes do 3º ano convidaram as pessoas para dançarem ao som de algumas famosas trilhas sonoras de cinema. Foi uma finalização animada e cheia de nostalgia.

Expectativa superada

Gonçalves e Sofia de Freitas (discentes do 1º ano do curso técnico em Agropecuária) destacaram: “Foi estressante, corrido, mas, no final, foi muito lindo. Fizemos o possível para acontecer e aconteceu. Foi um prazer para todos montar a dança e dançá-la”. O evento foi organizado pelos professores de Educação Física Sueli Fernandes Guimarães, Mariana Alves Rodrigues e Pedro Henrique Prado Silva. Para eles, a Educação Física é relevante para a formação dos jovens, uma vez que tematiza o conteúdo dança, possibilitando a expressão corporal, respeitando a individuali-

dade de cada aluno e a reflexão da cultura corporal do movimento. A II Mostra de Dança – Cinema teve uma repercussão positiva, pois ouvimos muitos elogios, relatos de estudantes envolvidos e vimos uma ampla divulgação de fotos e vídeos nas redes sociais. O evento faz parte das atividades de Ensino e Extensão, estando previsto no calendário da instituição. “Parabéns aos estudantes do Campus Almenara. Foram momentos de dedicação, dificuldades, alegrias e muita emoção, com a realização do evento. Estou satisfeita e profundamente orgulhosa das turmas”, comemora a professora Sueli.

S

obre o que sentiu ao participar do projeto, a estudante do 3º ano do curso técnico em Zootecnia, Ana Isabela do Vale, respondeu: “De início, foram muitas dificuldades, mas soubemos superá-las, para fazer algo diferente e desafiante. Foi um prazer e um aprendizado enorme ter podido conhecer os costumes indianos e suas caracterizações. Considero essa experiência maravilhosa, ainda mais porque foi meu último ano na escola”. Raica

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Projetos Sociais Revista de ExtensĂŁo do IFNMG

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Coordenadores: Walter Octaviano Bernis Filho e Valéria Magro Octaviano Bernis Bolsista: Renata Costa Guedes Voluntário: Ícaro Daniel Alves dos Santos Souza Texto: Renata Costa Guedes Campus: Salinas

Projeto

Castração e controle populacional de cães e gatos no município de Salinas-MG

A castração dos animais, sendo realizada de maneira correta, com todos os recursos cirúrgicos e pessoas capacitadas, torna-se uma excelente ferramenta para obtenção de resultados tanto na saúde do animal quanto na prevenção de doenças, além do auxílio à comunidade civil, no intuito de promover a diminuição de animais de rua. A castração correta consiste numa ação de saúde pública, no que se diz respeito ao controle de zoonoses. Também é válido destacar o ganho para a sociedade acadêmica, no âmbito do aprendizado proporcionado aos discentes que fazem parte diretamente da manutenção e continuação desse trabalho, em que todos os envolvidos são beneficiados.

I

niciamos o trabalho com a seleção dos animais. Já existia uma lista de castrações eletivas, uma vez que tutores de cães e gatos, que levavam seus animais para atendimento na clínica veterinária do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – Campus Salinas, demonstraram prévio interesse. Todos os animais

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presentes na lista passaram por uma consulta com médicos veterinários, além de ser realizado o risco cirúrgico por meio de exames laboratoriais. Os animais aptos à cirurgia eram preparados no dia anterior, sendo deixados em jejum por 12 horas. Houve, também, um acompanhamento dos tutores, no que se refe-

re ao tratamento pós-operatório do animal, seguindo as orientações fornecidas no receituário, acompanhado dos medicamentos que deveriam ser utilizados. No período de pós-operatório, os proprietários também foram orientados quanto aos cuidados necessários, constantemente, para com seus animais,

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Alunos e profissionais da Medicina Veterinária se uniram para promover o projeto de castração, que promoveu a esterilização cirúrgica definitiva de animais de pequeno porte

tendo em vista a guarda responsável. Os tutores receberam as seguintes informações: orientação sobre a importância da guarda responsável, os cuidados relacionados às zoonoses, a importância do controle de natalidade e os riscos que cães e gatos soltos nas ruas representam à saúde pública e à população. A realização do projeto promoveu e incentivou o controle populaRevista de Extensão do IFNMG

cional de cães e gatos no município de Salinas-MG, por meio da esterilização cirúrgica definitiva de machos e fêmeas, reduzindo, assim, fatores de riscos de zoonoses, abandono e superpopulação de animais. No total, 36 tutores participaram, os quais compreenderam a importância do projeto e cederam um total de 51 animais, sendo 32 da espécie canina (14 machos e 18 fêmeas) e 17 felinos

(7 machos e 10 fêmeas), no período de abril a outubro de 2017. Com a execução do projeto, foi observado um eficiente trabalho em equipe e grande empenho de todos, além do aprimoramento em clínica médica cirúrgica e cirurgia, por parte dos alunos envolvidos. Os tutores puderam expor suas dúvidas e desmistificar informações sobre castração de pequenos animais. 35


Maria Neide Barbosa

Implantação do projeto

Maria Neide Barbosa

Coordenador: José Fernando Vieira de Faria Bolsistas: Jeanne Vieira Soares e Christian Mikhael Santos Colaboradores: Adriene Matos dos Santos, Maria Neide Barbosa dos Santos e Tatiane Unas Silva Texto: José Fernando Vieira de Faria Campus: Araçuaí

Projeto

Quintal amigo O projeto “Quintal Amigo”, desenvolvido ao longo do ano de 2017, pretendeu criar uma ferramenta de garantia de alimentação saudável, ao mesmo tempo que oportunizasse um espaço adequado para o desenvolvimento de uma terapia ocupacional aos seus beneficiários, por meio da implantação de hortas domésticas, urbanas e orgânicas.

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tos tradicionais acerca do cultivo de hortaliças e ervas medicinais, uma vez que o público-alvo foram os moradores do bairro Nova Esperança, em sua maioria, descenden-

tes de agricultores familiares que, distanciando-se das condições climáticas severas da região, migraram para o perímetro urbano do município de Araçuaí.

Ato de lançamento do projeto Quintal amigo

Adriene Matos

O

trabalho realizado no âmbito da Coordenadoria de Extensão foi desenvolvido por técnicos administrativos em educação, com a colaboração de estudantes bolsistas e voluntários da Extensão, dos cursos de Gestão Ambiental e Agroecologia do IFNMG – Campus Araçuaí, em parceria com a Pastoral da Criança de Araçuaí e apoio decisivo da indústria e comércio local. Com essa aproximação, a escola fortaleceu sua relação com a comunidade, levando técnicas agroecológicas de cultivo e noções básicas de gestão do meio ambiente, cumprindo sua função social; por outro lado, resgatou conhecimen-

O projeto conseguiu obter a correta implantação e manutenção da área verde, seguida pela colheita de verduras essenciais para uma boa alimentação Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Maria Neide Barbosa

Implantação do projeto

O projeto-piloto foi desenvolvido modestamente, beneficiando 14 famílias, mas a ideia é prosseguir, alcançando apoio do poder público municipal, indústria e comércio locais, a fim de adquirir ferramentas e insumos necessários para montagem

de novos kits e implantação de novas hortas, transformando quintais, que, em sua maioria, apresentam-se ociosos, subutilizados e entulhados de lixo, em espaços de convivência e produção de alimentos saudáveis, conhecidos como quintais amigos!

Implantação do projeto

Revista de Extensão do IFNMG

Maria Neide Barbosa

Maria Neide Barbosa

Maria Neide Barbosa

A ideia do projeto surgiu em vista do expressivo enfraquecimento na relação urbanização e produção de alimentos, fato que reflete no agravo da situação de desnutrição e insegurança alimentar de parte da população.

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Coordenador: Fabiano Rosa de Magalhães Bolsistas: Ernani Augusto Vieira Ribeiro e Edmara Primo Silva Colaboradores: Aneuzimira Caldeira Souza, Aureliane Aparecida de Araújo, Carlos Augusto Pereira da Silva, Elaine Ferrari de Brito, Irã Pinheiro de Neiva, Juvenal Martins Gomes, Kaique Mesquita Cardoso, Laís Barbosa Teodoro Gadioli e Sejana Artiaga Texto: Fabiano Rosa Magalhães Campus: Araçuaí

Fabiano Guimarães

Momento da Roda - I Roda de Conversa ao Pé do Tamboril

Projeto

II Encontro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Rurais

O IFNMG – Campus Araçuaí, por intermédio do Núcleo de Estudos e Pesquisas Rurais (NEPRU), promoveu, em 2017, o seu segundo encontro, que foi precedido por duas rodas de conversas ao pé do tamboril. Das rodas, que ocorreram em dois momentos distintos, participaram entidades ligadas aos agricultores, sindicatos, escolas Família Agrícola, estudantes, servidores do IFNMG – Campi Araçuaí e Salinas e outros convidados. As conversas proporcionaram ricas reflexões, diálogo e interação quanto a questões relacionadas à territorialidade, reforma agrária, lutas, sonhos e resistências do povo campesino. O diálogo oportunizou a construção de propostas de trabalho de fortalecimento da parceria do IFNMG com comunidades rurais.

O

Núcleo de Estudos e Pesquisas Rurais (NEPRU) desenvolveu, ao longo do ano de 2017, o projeto de realização do II Encontro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Rurais, que teve como tema “Educação do Campo: diálogos, experiências e diversidade”. O evento foi precedido de duas rodas de conversas, denominadas “Roda de Conversa ao Pé do Tamboril”.

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Na primeira roda, estiveram presentes diversos representantes de entidades de agricultores, sindicatos, Escolas Família Agrícola, estudantes e servidores do IFNMG Campi Araçuaí e Salinas. A escolha de dois símbolos foi pensada estrategicamente. Primeiro, a roda, como dimensão do envolvimento, em que as falas não estão hierarquizadas. O outro é o tamboril, espécie bem conhecida no Vale do Jequitinhonha.

Este simboliza a resistência da mulher e do homem do campo. O propósito da primeira roda foi o de produzir uma aproximação entre os diversos segmentos envolvidos, numa perspectiva de conhecimento mútuo das realidades que marcam o mundo rural. As apresentações foram feitas, utilizando-se o mapa regional, em que os participantes registravam a sua localização, após fazerem uma apresentação e contextualização das

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Natalino Martins Gomes

Equipe organizadora e participantes - I Roda de Conversa ao Pé do Tamboril

que queremos?”, que tinha, como propósito, construir, com os agricultores e as lideranças rurais, uma proposta de trabalho. A culminância do projeto ocorreu no dia 24 de novembro de 2017. Nesse momento, contamos com a participação do professor Dr. Ariovaldo

Convite da I Roda de Conversa ao Pé do Tamboril

Momento de fala na I Roda de Conversa ao Pé do Tamboril

Umbelino de Oliveira (Geografia/ USP). O professor apresentou uma importante discussão sobre a questão agrária no Brasil, enfatizando aspectos relacionados à grilagem de terras e aos conflitos territoriais, que são muito presentes no norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. Fabiano Guimarães

suas lutas, das conquistas e desafios. Esse momento teve como proposta responder às questões: “Quem somos?” e “Onde estamos?”. Na segunda roda, os participantes buscaram estabelecer algumas metas e compromissos. A pergunta motivadora para o momento era: “O

Arte: Nivaldo de Oliveira Boaventura Filho

Revista de Extensão do IFNMG

Convite da I Roda de Conversa ao Pé do Tamboril Arte: Nivaldo de Oliveira Boaventura Filho

Equipe organizadora, palestrantes e participantes no II Encontro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Rurais

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Coordenador: Ricardo Jardim Neiva Voluntários: 3º período do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental Colaboradora: Magda Matos Tanure do Amaral Texto: Ricardo Jardim Neiva Campus: Araçuaí

Alunos em prática de lavagem as mãos e higiene bucal no escovódromo da E.E. Prof.ª Aparecida Dutra

Projeto

Ação higieniza: práticas de ensino da saúde ambiental

Ação higieniza: práticas de ensino da saúde ambiental em interação com alunos do ensino fundamental de Araçuaí O projeto foi realizado no 1º semestre de 2017, com os alunos do curso de Gestão Ambiental do Campus Araçuaí do IFNMG. Em janeiro daquele ano, foi discutida uma problemática na área da saúde ambiental na região que pudesse ser resolvida com alguma ação coletiva. Os discentes então pesquisaram a incidência de Doenças Diarreicas Agudas (DDA) em crianças no município, encontrando no bairro Canoeiro seu maior foco. Listaram-se fatores causais como má higiene pessoal e contato das crianças do bairro com redes de esgoto a céu aberto no bairro. A partir daí, criou-se uma estratégia de parceria para atuação na área, tendo como ponto focal a Escola Estadual Prof.ª Aparecida Dutra. Após estabelecer-se uma parceria com a direção da escola, os alunos do IFNMG elaboraram e executaram intervenções em três frentes: orientações de abordagens de saúde e meio ambiente com os professores; ações em sala de aula, com as crianças, sobre higiene pessoal e familiar; arrecadação de itens para distribuição de kits de higiene pessoal para os alunos.

O

projeto de extensão foi executado por iniciativa dos alunos do 3º período de Gestão Ambiental do Campus Araçuaí do IFNMG e coordenado pelo professor Ricardo Jardim Neiva, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e a Clínica Odontológica Municipal. Foi estruturado com base na proposição de ações afirmativas de controle socioambiental para crianças da Escola Estadual Prof.ª Aparecida Dutra, no bairro Canoeiro, por meio de propostas alternativas, que visavam diminuir a incidência de Doenças

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Atividade sobre higiene pessoal em sala de aula

Diarreicas Agudas em menores de nove anos, indicador epidemiológico de alta detecção na área. Após o levantamento inicial dos indicadores, os discentes do curso de Tecnologias em Gestão Ambiental se propuseram a arrecadar produtos de higiene pessoal, para serem entregues aos alunos durante as oficinas de boas práticas, realizadas na própria escola. A ação educativa envolveu a problematização da interação homem, meio ambiente e agente etiológico, por meio de

Atividade de interação com os alunos: prática de higiene bucal

exposição em sala de aula. Foram levantadas ainda demandas com os professores e demais servidores da escola, a fim de minimizar o impacto ambiental da baixa disponibilidade de redes de esgoto no bairro. Houve grande mobilização e colaboração do comércio local e, em parceria com a Clínica Odontológica da Secretaria Municipal de Saúde, foram atendidas 415 crianças. As ações ocorreram entre os meses de março e junho de 2017.

Alunos do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFNMG, em interação com os alunos da E.E. Prof.ª Aparecida Dutra

Alunos do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFNMG, em interação com os alunos da E.E. Prof.ª Aparecida Dutra Revista de Extensão do IFNMG

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Aplicação de simulado em 2016

Projeto

Cursinho Popular Preparatório para o Enem: experiência de formação para jovens do município de Araçuaí/MG

O

Cursinho Popular Preparatório Pré-Enem nasceu em Araçuaí, no ano de 2016, a partir da experiência do Movimento Social Levante da Juventude em outras cidades do país. Essa iniciativa, em parceria com o Campus Araçuaí, surgiu com a proposta de promover uma educação popular, tendo como princípio as ideias de Paulo Freire, ensinando o estudante a “ler o mundo” para poder transformá-lo, desenvolvendo sua própria capacidade crítica e de intervenção na realidade que o cerca. A premissa deste projeto do Cursinho Popular fundamenta-se no rompimento com a educação “bancária” (educação tradicional) em que o professor só tem a ensinar e o estudante somente a aprender. Outro pressuposto fundamental é o princípio da educação libertadora - que pressupõe uma constante relação dialógica entre o educador

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Lizian Maria Martins da Silva

O projeto, uma parceria do Campus Araçuaí com o movimento social Levante Popular da Juventude, iniciou-se em Araçuaí no ano de 2016 e concluiu sua segunda edição em 2017. Os principais objetivos, para além de oferecer uma preparação aos estudantes para os exames do Enem e similares, consistiram em contribuir para a promoção de uma leitura crítica da realidade social, tanto em nível local quanto nos níveis regional e nacional. A metodologia de trabalho baseia-se na proposta de Educação Popular, de Paulo Freire. E nesse ano, foram atendidos cerca de vinte e cinco estudantes ao longo de sete meses de preparação. e o educando. Os cursinhos prévestibulares tradicionais limitam a relação educadores-educandos à exposição dos conteúdos exigidos à seleção. Com esse projeto, trabalhamos as disciplinas básicas de nível médio, porém com uma metodologia fundamentada na concepção de que o aprendizado deve levar em conta as experiências de vida dos estudantes.

O público-alvo e a proposta de trabalho Em 2016, realizou-se uma seleção em que os critérios eram: jovens de 18 a 29 anos, privilegiando aqueles com maior tempo fora da escola, negros e indígenas, em situação de vulnerabilidade social – aqueles com renda familiar abaixo de um salário mínimo e meio. Em 2017, Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Maria Cristina S. dos Santos

Coordenadora: Maria Cristina S. dos Santos Bolsistas: Iâmara Pereira dos Santos e Rafael Ornelas Cardoso Colaboradores: Lizian Maria Martins, Lucas Leal Teixeira, Fabrício Luiz Pereira, Sejana Artiaga Rosa, Gracia Lorena da Silva Jorge, Adailton Cardoso da Silva, Aureliane Aparecida de Araújo, Vítor Soares, Licélia Gomes Pereira, Hosséias Figueiredo Sena, Marcos Nunes e Karoline Cristine Vieira dos Santos Texto: Maria Cristina S. dos Santos Campus: Araçuaí


Aula de Atualidades em 2017

Lizian Maria Martins da Silva

Os bolsistas e a ação

Aula de Atualidades em 2016

Revista de Extensão do IFNMG

como crise hídrica, meio ambiente, racismo, relações de gênero, questão energética, entre outras. Tudo isso visando à formação de estudantes críticos sobre a prática educativa e as questões sociais, políticas e culturais do mundo a sua volta. Um destaque muito importante a se fazer foi a parceria entre o Cursinho Popular da cidade de Teófilo Otoni, representada pela sua coordenadora Gheidlla Jheynnata Mendes, nosso projeto e a UFVJM, na pessoa do professor José Carlos Freire, docente de Filosofia. Eles foram convidados a vir a Araçuaí e nas duas edições puderam oferecer formação à equipe envolvida com as atividades do cursinho. Nesse sentido, trouxeram contribuições fundamentais tanto de cunho organizativo quanto no que se refere ao insuflamento da esperança em uma educação para todos e todas, especialmente para os mais vulneráveis. Lizian Maria Martins da Silva

mantiveram-se os critérios, mas nas duas experiências, percebemos que o público atendido foi basicamente de 17 a 25 anos, em média. Pela proposta, os estudantes puderam experimentar o aprendizado por meio da troca de experiências, com aulas mais dinâmicas (oficinas, rodas de conversa, exibição de filmes/documentários, por exemplo). Privilegiou-se também o desenvolvimento de um processo de Orientação Profissional e a aproximação com a comunidade. O processo de Orientação Profissional trabalhou com reflexões acerca das condições e possibilidades que se apresentam para o sujeito poder “escolher”, bem como os atravessamentos que permeiam essa escolha. Já a aproximação com a comunidade se deu por meio de aulas e discussões propostas por líderes ou militantes de diversos movimentos sociais - que trouxeram para a discussão temas importantes,

Foi um importante momento de aprendizado para todos os envolvidos, dentre eles, nossos bolsistas de Extensão, que tiveram a oportunidade de participar como protagonistas da organização das ações, resolução de problemas, enfrentamento dos desafios e, também, como organizadores das propostas. Para além, foram público também do próprio cursinho como estudantes, participando ativamente de todas as fases, da organização até a culminância, que eram as atividades em sala de aula.

Resultados imediatos No ano de 2016, dos aproximadamente vinte e dois estudantes que chegaram a concluir a fase de preparação,13 (treze) foram aprovados em universidades públicas e institutos federais, inclusive no Campus Araçuaí. Em 2017, até o presente momento, dos vinte e cinco concluintes, tivemos notícia da aprovação de três estudantes, sendo que dois deles estão matriculados no Campus Araçuaí.

Desafios Vários fatores dificultaram a experiência no último ano, em especial: a carga horária crescente dos docentes envolvidos no projeto, gerando sobrecarga de trabalho para eles e também para a coordenação; a falta de um espaço adequado, já que o cursinho funciona em locais cedidos pela comunidade, a dificuldade de se administrar a evasão e enfrentar suas causas, bem como a falta de materiais preparatórios segundo a metodologia norteadora. Essas barreiras são motivo de considerações sobre as alternativas para a continuidade desse importante projeto para a comunidade. 43


Coordenador: Rômulo Silveira Ramos Bolsistas: Ellen Ander Dias e João Gabriel de Almeida Silva Voluntários: Luan Alves Vieira, Camila Silva Alves, Victoria Felipe Damascena Souza e Luana Aparecida Ramos Santiago Colaboradores: Hellen Vivian Moreira dos Anjos e Jucielle Macedo Alves Texto: Rômulo Silveira Ramos Campus: Janaúba Luana Aparecida Ramos Santiago

Acompanhamento e divulgação da I Mostra de Ciência e Tecnologia

Projeto

IF Janaúba Digital O projeto foi criado com o objetivo de proporcionar a divulgação do IFNMG - Campus Avançado Janaúba, por meio das redes sociais na internet. Com a execução deste projeto, as informações passaram a chegar com mais facilidade à comunidade de Janaúba e região. Em menos de um ano, as redes sociais do IFNMG - Campus Avançado Janaúba obtiveram mais de três mil seguidores.

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Acompanhamento e divulgação da I Mostra de Ciência e Tecnologia

Luana Aparecida Ramos Santiago

A

ideia do projeto surgiu no ano de 2016, em uma conversa do professor Rômulo Silveira com seus alunos do primeiro ano do curso técnico em Informática para Internet (integrado ao ensino médio). No ano de 2017, o projeto começou a ser executado, tendo, como colaboradores, o professor Rômulo, na função coordenador do projeto, duas professoras de Língua Portuguesa/Redação, para ajudar na correção dos textos, o coordenador da EAD, que contribuiu na divulgação de assuntos na área e seis alunos, sendo dois bolsistas e quatro voluntários. O projeto foi criado com o objetivo de proporcionar a divulgação do IFNMG - Campus Avançado Janaúba, por meio das redes sociais na internet. Por ser novo na cidade, o Campus

possuía pouca visibilidade e, muitas vezes, as informações que eram importantes para os alunos e população não chegavam até os mesmos. Com a criação do projeto, as informações passaram a chegar com mais facilidade aos interessados, e a comunicação entre a instituição e a sociedade melhoraram bastante, pois foi criado um meio mais rápido e acessível para tirar as dúvidas e dar sugestões. As postagens realizadas na página utilizaram estratégias de marketing para chamar a atenção, de forma objetiva e criativa. A página, além de ser utilizada para publicação de editais, inscrições e divulgação de outras informações sobre o campus, é também usada para comunicação com os jovens, já que o projeto é desenvolvido pelos alunos da instituição.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Luan Alves Vieira

Montagem para divulgação do IFNMG Campus Avançado Janaúba

Acompanhamento e divulgação da I Mostra de Ciência e Tecnologia

Revista de Extensão do IFNMG

tretanto, as publicações têm um alcance geral, para toda a comunidade de Janaúba e região, devido aos compartilhamentos, que colaboram para que pessoas que não seguem a página consigam ter acesso às publicações. Ainda que a maioria dos estudantes tenha acesso à internet, conta-

mos com uma parte que não tem total acesso. Isso acaba dificultando a divulgação de notícias. Contudo, o projeto teve um alcance maior do que o esperado e é nossa pretensão continuar propagando a informação e dando suporte à expansão do conhecimento e do IFNMG - Campus Avançado Janaúba.

Felipe Cezar de Castro Antunes

D

urante todo o ano, a página e o usuário alcançaram mais de três mil seguidores, recebendo, diariamente, interações dos mesmos, por meio de perguntas e mensagens carinhosas sobre a instituição. O alcance das publicações tem mais ênfase nos estudantes dos ensinos fundamental e médio. En-

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Bruna Queirós

Porta retrato confeccionado no projeto, com material reciclável

Projeto

Pequenos Gigantes

Coordenadora: Bruna Tatianne Moura de Queirós Bolsistas: Raiane Jesus da Silva e Bruna Santana Lima Discentes voluntários: Thalia Santos Cunha e Vitória Ingrid de Oliveira Colaboradora: Jucielle Macedo Alves Campus: Janaúba

O projeto “Pequenos Gigantes” foi desenvolvido na cidade de Nova Porteirinha e contou com a participação de 17 crianças e adolescentes. Com a proposta de discutir temáticas que apresentassem semelhança com o contexto de vida dos sujeitos participantes e que pudessem impactar na compreensão da realidade, na (re)construção de projetos de vida, foram realizadas diversas atividades, entre elas: sessões temáticas de cinema, brincadeiras, dinâmicas e produção de artigos diversos, com materiais recicláveis.

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Trabalhando a identidade a partir de desenhos

Bruna Queirós

É

sabido que a exclusão das classes populares é um fenômeno comum em todos os espaços de produção de sentido na sociedade. Contudo, se um indivíduo não dispõe de condições para compreender/ interpretar a realidade em que está inserido e (re)orientar suas ações, é pouco provável que consiga provocar mudança no curso de sua vida. Para tanto, além de ser alfabetizado (saber escrever e ler), o indivíduo precisa ser letrado. Como o próprio educador Paulo Freire já dizia, para além de saber ler e escrever as letras, é preciso saber “ler o mundo”, ou seja, compreendê-lo e assim ter condições de lutar por seus direitos. Esta é a proposta de educação não formal, a aprendizagem no “mundo da vida”, em espaços coletivos, em que se aprende e ensina mutuamente. Tal proposta vem ao encontro do projeto Pequenos Gigantes, que se

propôs a discutir, a partir do desenvolvimento de atividades lúdicas, artísticas e culturais, temáticas que apresentassem semelhança com o contexto de vida dos sujeitos participantes, de modo a impactar na compreensão da realidade, na (re) construção de seus projetos de vida. O projeto foi realizado entre os meses de junho e dezembro de 2017, na cidade de Nova Porteirinha, e contou com a participação de 17 crianças e adolescentes, entre 10 e 14 anos de idade, identificados jun-

to à rede socioassistencial do município. Contudo, também houve demanda espontânea. Dentre os motivos pela escolha da cidade de Nova Porteirinha, destacam-se: 1) tratar-se de cidade da área de abrangência do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – Campus Avançado Janaúba, instituição que assume, por valor, a inclusão e o desenvolvimento social; 2) reside, no município, um elevado número de crianças e adolescentes, de acordo com dados do IBGE do ano de 2010; 3) existem muitas famílias em situação de vulnerabilidade; 4) a ociosidade dos jovens (falta de oportunidades de cultura/lazer, acesso ao emprego, etc.); 5) o aumento do número de roubos, homicídios, uso e tráfico de drogas, envolvendo crianças e adolescentes.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Equipe do projeto ensinando a confeccionar porta-retrato com material reciclável

O

Resultados/ Contribuições

P

ara a coordenadora, com o desenvolvimento do projeto, percebeuse que muitos dos participantes criaram um vínculo, um laço forte com a equipe do projeto. Apesar dos desafios em muitos momentos, pôde-se perceber, também, o carinho e o respeito, “do jeito deles”, inclusive em espaços externos ao projeto. O projeto permitiu à equipe, portanto, conhecer os participantes e entender que alguns comportamentos são reflexo das adversidades vividas no âmbito familiar (dificuldade financeira, violência física e verbal, relações familiares conflituosas, etc.).

Revista de Extensão do IFNMG

Encontro para discussão sobre o tema escola, família e comunidade. Dinâmica tempestade de ideias

Convite do primeiro encontro do projeto

Bruna Lima

projeto foi realizado por meio de encontros semanais (aos sábados), e cada um deles era desenvolvido a partir de um tema. Assim, todas as atividades realizadas tinham, por objetivo, refletir sobre o mesmo. Dentre os temas trabalhados, destacam-se: família, desigualdades, polícia, escola, comunidade, respeito às diferenças, racismo e preconceito, meio ambiente e reciclagem e superação em meio às adversidades. Foram desenvolvidas brincadeiras, confecção de artigos com material reciclável, exibição de filmes, teatro, etc.

Festividade de comemoração dia das crianças Bruna Lima

As atividades desenvolvidas

Jucielle Alves

Coordenadora lê mensagem no encontro de encerramento do projeto

Autora Bruna Queirós

Nesse sentido, o fato de os participantes saírem de suas casas e estarem presentes no projeto significa que algo interessante lhes chamou a atenção, fato confirmado na avaliação que foi aplicada a eles. Ao serem indagados sobre a importância do projeto na vida deles, estes mencionaram sobre a oportunidade de “saírem das ruas”; falaram sobre o carinho e paciência das “professoras” e que aprenderam muito. Por unanimidade, expressaram o desejo da continuidade do projeto no ano de 2018. Para além dos ganhos adquiridos pelos participantes, o projeto também proporcionou ganhos à equipe executora. Destacam-se aqui algumas falas das bolsistas e voluntárias: “aprende-

mos a lidar com diversidade”; “aprendemos a ser mais pacientes”; “aprendemos a entender que mudanças são possíveis, mas às vezes são lentas, e que podemos não visualizar os resultados, pois eles serão demonstrados apenas a longo prazo”. Para a coordenadora, viver a infância e a transição para a adolescência não é fácil, sobretudo, em meio às adversidades vivenciadas (invisibilidade, estigmas impostos e espaços sociais reservados/pré-determinados). Assim, ela acredita que o projeto contribuiu para demostrar ao público-alvo que eles podem ocupar quaisquer espaços que quiserem, sem “abrir mão” da honestidade, além de mostrar as consequências de se fazer uma opção errada. 47


Coordenadora: Joyce Meire da Silva França Bolsistas: Marco Antônio Santos Pedroso e Jáder Luca Mendes Barbalho Soares Texto: Joyce Meire da Silva França Campus Avançado: Porteirinha

Atendimento de dúvidas durante as aulas de inglês

Projeto

Inglês instrumental para alunos de informática Na área de tecnologia, mais especificamente, a área de Informática, o domínio da língua inglesa torna-se essencial, devido à grande quantidade de termos técnicos que não são traduzidos para o português. As linguagens de programação utilizam sua sintaxe com palavras reservadas em inglês. Além disso, a maioria dos manuais técnicos de equipamentos, tutoriais e sites também são disponibilizados, exclusivamente, em inglês. Dessa forma, a falta do domínio da língua inglesa, pelo menos para leitura, é um empecilho para os profissionais das mais diversas áreas e, especialmente, para os da área de informática. O projeto de Extensão denominado “Inglês instrumental para alunos de informática” contou com uma equipe de três pessoas, sendo uma professora e dois alunos, já capacitados em inglês, para organização de aulas e material didático específico para aprendizagem de inglês básico e termos técnicos da Informática.

O

curso técnico de Informática para Internet, ofertado no Campus Avançado Porteirinha, aborda conteúdo relacionado a tecnologias modernas que, frequentemente, apresentam termos não traduzidos da língua inglesa. Sendo assim, alguns alunos sugeriram que houvesse um estudo mais aprofundando sobre inglês técnico. O projeto de Extensão denominado “Inglês instrumental para alunos de informática” contou com uma equipe de três pessoas, sendo uma professora e dois alunos, já capacitados em inglês, para elaboração de

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Equipe responsável pela confecção da apostila utilizada nas aulas: professora Joyce França e o bolsista Marco Antônio Pedroso

aulas e material didático específico para aprendizagem de inglês instrumental para informática. As aulas de inglês aconteceram semanalmente nas dependências do Campus Avançado Porteirinha. A sala de aula utilizada para as aulas de inglês forneceu um espaço interativo, com equipamentos multimídia, como computador, projetor e equipamento de som, que possibilitando uma aula dinâmica, com acesso aos vídeos com conteúdo de aulas e clipes de músicas em inglês. A docente coordenadora do projeto e os dois discentes bolsistas eram os responsáveis por planejar Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Alunos durante as aulas do curso de inglês instrumental

as aulas e o material didático utilizado. A professora Joyce França destaca que, “por mais que a quantidade de aulas tenha sido pequena, com certeza, foi possível notar que o aprendizado foi muito útil para aqueles que puderam comparecer. Esse projeto de extensão foi importante para compartilhar o conhecimento de inglês com alunos que não possuem acesso às escolas de idiomas”. Uma apostila foi preparada com o conteúdo, abordando gramática,

Explicação do conteúdo, durante as aulas de inglês, pela professora Joyce França e pelo bolsista Jader Soares Revista de Extensão do IFNMG

interpretação de textos, vocabulário e termos técnicos da área de informática. A apostila contém material didático suficiente para 16 aulas teóricas e 16 aulas práticas, com exercícios. As aulas foram compostas por jogos, para criar um ambiente dinâmico e estimular interação entre os alunos. As aulas foram frequentadas por um grupo de, aproximadamente, dez alunos do curso técnico em Informática para Internet, durante os meses de agosto a novembro. O discente bolsista Marco An-

tônio Pedroso descreve como foi a experiência em participar desse projeto de Extensão: “Foi uma experiência muito gratificante pois, além de aumentar o meu vocabulário, escrita e entendimento do inglês, proporcionou uma maior aproximação e amizade com os colegas”. O discente bolsista Jader Soares destaca a importância do projeto numa visão social: “Alguns dos alunos do curso de Informática necessitavam dessa importante ajuda para aprender inglês”.

Alunos do projeto de extensão fazendo exercícios durante as aulas de inglês 49


Sarah Viturino Magalhães Duarte

Coordenadora: Luara Cristiane Dourado Neves Bolsista: Sarah Viturino Magalhães Duarte Texto: Luara Cristiane Dourado Neves Campus: Teófilo Otoni

Projeto

Amizade sem Idade O avanço nos índices de envelhecimento da população mundial e brasileira, em resposta às mudanças de indicadores de saúde, tem impulsionado as discussões acerca da necessidade da implantação e consolidação de uma rede de suportes sociais às pessoas idosas. Um dos componentes desta rede são as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), estabelecimentos antes conhecidos como asilos ou abrigos para idosos. Embora as ILPIs sejam um recurso louvável de acolhimento de idosos, a institucionalização influencia, negativamente, o bem-estar destas pessoas, devido à redução de estímulos sociais causados pelo confinamento. Fundada em 1935, na cidade de Teófilo Otoni, a Sociedade Beneficente de Assistência Social, Cultural e Educacional Frei Dimas é uma entidade filantrópica, que acolhe 52 idosos de ambos os sexos, em situação de vulnerabilidade social ou de impossibilidade do cuidado familiar. Em virtude deste contexto, surgiu a proposta de ação extensionista “Amizade sem Idade”, delineada com o objetivo de promover, por meio de ações individuais e coletivas, a integração social entre idosos institucionalizados do Recanto Frei Dimas e público externo, sobretudo, discentes do IFNMG Campus Teófilo Otoni, como possibilidade de motivar o resgate de sua dignidade e autoestima.

I

nicialmente, foi realizada a coleta de dados pessoais dos residentes, com vistas à elaboração dos perfis, diagnóstico, seleção e classificação daqueles em situação mais crítica no aspecto interação social. Paralelamente e permanentemente, realizou-se a campanha de divulgação do projeto nas mídias sociais, a fim de captar voluntários.

50

Instituiu-se uma agenda de visitas regulares à instituição, realizadas quinzenalmente, as quais possibilitaram a criação de laços afetivos legítimos e duradouros. Durante as visitas quinzenais, além de dispensar atenção individualizada aos idosos institucionalizados, são planejadas e realizadas ações coletivas, como rodas de conversa, contação

de histórias, sessão de cinema, danças, bingos, entre outras. Um dos residentes é o senhor José Rodrigues, 79 anos, que possui família fora da cidade, o que impossibilita uma alta frequência de visitas. A presença do grupo de voluntários o estimulou a verbalizar sua história de vida e sua experiência no ramo da lavoura. A equipe

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Luara Cristiane Dourado Neves

Sessão de Cinema com o filme “Jeca Tatu”

Sarah Viturino Magalhães Duarte

Sarah Viturino Magalhães Duarte

é muito bom. Mas depois fica um tempão sem nenhum movimento”. Ana Cláudia, enfermeira, vem desmistificar a imagem da instituição: “Muitas pessoas evitam vir porque acreditam que é um lugar de solidão e tristeza e isto não é verdade. Alguns residentes têm suas limitações na comunicação, mas todos interagem muito positivamente diante de novas visitas”. Para ilustrar tal afirmativa, apresentamos Dona Juscelina, que já é centenária e manVoluntárias fazendo salada de frutas

Dona Juscelina, residente do Recanto Frei Dimas

Voluntárias e residente

Revista de Extensão do IFNMG

que faz vir aqui e apenas bater um papo com eles, ouvir um caso. Nem sempre é preciso fazer festa; às vezes, só a atenção que você dá, um ouvido que você empresta já contam muito”. Néia, uma das técnicas em enfermagem, destaca a importância da regularidade nas visitas: “Seria muito importante manter as visitas. O projeto vai ser bom por isso, porque cria uma responsabilidade. No Natal, por exemplo, quase toda semana tem evento aqui e

Sarah Viturino Magalhães Duarte

assistencial e a direção da instituição apoiaram, de modo irrestrito, as ações propostas. “A promoção de atividades culturais e de lazer cria oportunidade de integração entre os institucionalizados, que, geralmente, passam, muito tempo, entediados com a rotina”, diz Martha Sander, assistente social. Dona Maurinda, uma das responsáveis da equipe da cozinha, trabalha no Recanto há muitos anos e afirma: “As pessoas não imaginam a diferença

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Luara Cristiane Dourado Neves

Seresta pelos corredores do Recanto

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Caderno de Presença, de forma que, no final de cada semestre, o voluntário mais presente seria premiado”. Para a coordenadora, professora Luara Cristiane Dourado Neves, o êxito da proposta deve ser analisado para além de números. “Trata-se de uma abordagem social, que deve se apegar a elementos não mensuráveis, como o reconhecimento dos idosos atendidos pelo grupo. Ainda que a adesão dos voluntários

cadastrados tenha sido decrescente, os que permaneceram possuem perfil agregador e solidário. De todo modo, a intenção é que esta experiência seja apenas o ponto de partida para atuação direta sobre algumas das dificuldades pelas quais passa a instituição, e que as ações se sustentem mesmo após o encerramento do vínculo do projeto ao Programa Institucional de Bolsas de Extensão para Discentes (PIBED)”.

Dia de beleza

Sarah Viturino Magalhães Duarte

tém o gosto de viver, recebendo as visitas com aquele belo e clássico verso do cantor Roberto Carlos: “Eu quero ter um milhão de amigos e, bem mais forte, poder cantar!”. Luiza, 17 anos, aluna do IFNMG e voluntária do projeto, separa, quinzenalmente, suas tardes de sábado para estar junto ao grupo: “Eu acho muito gratificante vir aqui, conversar com eles, fazer as ações coletivas, o bingo… A gente sempre sai melhor do que entrou”. De maio a novembro de 2017, foram realizadas um total de 15 visitas à instituição e cadastrados cerca de 28 voluntários, sendo grande parte deste grupo composto por adolescentes, matriculadas no Ensino Médio, alunas do IFNMG ou não. A média de frequência foi de 8 voluntários por visita. A bolsista do projeto, Sarah Viturino Magalhães Duarte, aponta uma das dificuldades encontradas: a grande taxa de evasão/inconstância dos voluntários. “Para motivar a frequência às visitas, até adotamos um

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Crianças participando do plantio das mudas

Projeto

Árvore delivery:

Ivan Carlos Carreiro Almeida

Coordenador: Ivan Carlos Carreiro Almeida Bolsista: Jonathan Amaral Klier e Lucas Pereira Sampaio Voluntária: Adriano Rodrigues Pereira Júnior Colaboradores: Alexandre Petusk Filipe Autores: Ivan Carlos Carreiro Almeida, Jonathan Amaral Klier, Lucas Pereira Sampaio e Adriano Rodrigues Pereira Júnior Campus: Teófilo Otoni

arborização do município de Teófilo Otoni

O

projeto de Extensão “Árvore Delivery – Arborização do Município de Teófilo Otoni” foi criado com o objetivo de melhorar a arborização da cidade, já que as árvores trazem vários benefícios para os munícipes. Dentre os inúmeros benefícios que a presença da vegetação no meio urbano traz, destacam-se: a diminuição da poluição sonora, visual e atmosférica, com a purificação do ar, absorção de dióxido de carbono e retenção de partículas sólidas em suspensão; proteção contra ventos e chuva; absorção de parte dos raios solares, proporcionando sombreamento; aumento das áreas de infiltração; proteção do solo contra erosões; manutenção do equilíbrio microclimático, por meio da diminuição

Revista de Extensão do IFNMG

Jonathan Amaral Klier

Objetivou-se, com este projeto, a produção de mudas arbóreas florestais e frutíferas, bem como o seu plantio na cidade de Teófilo Otoni, de acordo com a demanda dos próprios moradores.

Explicação aos moradores sobre as características específicas e a melhor forma de manejo de cada planta

53


Jonathan Amaral Klier

Lucas, bolsista do projeto e uma moradora do condomínio Parque das Hortências realizando o plantio de uma muda

54

cação com a sociedade, no qual todas as características das árvores estarão disponibilizadas, a fim de que o cidadão teófilo-otonense possa solicitar a muda de sua preferência. Ao todo, foram plantadas mais de 300 mudas de algumas espécies recomendadas para a arborização urbana. A maior demanda para plantio Luíz, presidente da Associação dos Moradores do Condomínio Parque das Hortências, participando do plantio das mudas

Ivan Carlos Carreiro Almeida

da amplitude térmica e aumento da umidade relativa do ar, em consequência da evapotranspiração; valorização estética e paisagística do local e atração da fauna da região. Todos esses fatores somados proporcionam o bem-estar da população, influindo na melhoria de sua saúde física e mental. Para realizar este enriquecimento arbóreo na cidade, foi realizada a produção de mudas no viveiro de mudas do IFNMG – Campus Teófilo Otoni e no horto florestal do Instituto Estadual de Florestas – IEF. O plantio das mudas foi realizado de acordo com a procura dos próprios moradores. Os bolsistas se deslocavam ao local solicitado e efetivavam o plantio junto ao solicitante. Foram realizadas campanhas de divulgação via rádio, site do IFNMG, Facebook, Whatsapp e pela Secretária de Meio Ambiente da prefeitura. Iniciou-se a criação de um site, como canal de comuni-

das mudas foi feita pelos moradores dos condomínios Parque das Hortências e Parque dos Ipês, que são conjuntos habitacionais do projeto Minha Casa Minha Vida, situado em frente ao campus do IFNMG. Anteriormente ao projeto, praticamente não havia árvores nos condomínios. O projeto foi bastante gratificante, pois provou que um simples projeto de arborização pôde trazer o sorriso ao rosto dos moradores da comunidade. Aproveitando os resultados do projeto de pesquisa, foi realizada uma pesquisa para avaliar o desempenho do “pegamento” das mudas plantadas e o resultado foi publicado na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada pelo IFNMG, em parceria com a UFVJM, e teve, como título, “Análise da sobrevivência das mudas utilizadas na arborização dos condomínios do projeto Minha Casa Minha Vida do município de Teófilo Otoni”.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Apresentação da ferramenta Scratch 2 aos alunos da Escola Estadual Professor Patrício Ferreira Gomes

Projeto

Introdução à Programação de Computadores

Lucas Gabriel Tameirão Baur

Coordenador: Yuri Bento Marques Bolsista: Giovani Guimarães Alves Voluntário: Lucas Gabriel Tameirão Baur Colaborador: Francis Bento Marques Texto: Yuri Bento Marques Campus: Teófilo Otoni

com a ferramenta Scratch 2 para alunos do ensino fundamental e médio Realizado desde 2015, o projeto “Introdução à programação de computadores com a ferramenta Scratch 2 para alunos do ensino fundamental e médio” tem o propósito de promover o interesse dos estudantes para a programação de computadores. Por apresentar a programação de computadores de forma simples, dinâmica e lúdica, a ferramenta Scratch permite que o usuário crie o que desejar.

Revista de Extensão do IFNMG

Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, alunos da rede pública visitaram o site esenvolvido pelo projeto e aplicaram o conhecimento na criação de um jogo

Giovani Guimarães Alves

O

projeto “Introdução à programação de computadores com a ferramenta Scratch 2 para alunos do ensino fundamental e médio” é realizado desde 2015 e tem, como objetivo principal, despertar o interesse dos alunos para a programação de computadores. O Scratch é uma ferramenta desenvolvida pelo MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts) e apresenta a programação de computadores de maneira simples, interativa e lúdica, com blocos que se “encaixam”, a fim de executar alguma ação. A ferramenta permite que o usuário crie o que desejar, desde que desenvolva um raciocí-

nio lógico da sequência de instruções (algoritmo). É objetivo também, a partir do interesse do aluno na programação Scratch, apresentar os cursos do IFNMG, de Técnico em Informática para Internet e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, por meio dos quais o aluno terá a oportunidade de ampliar ainda mais seus conhecimentos na área de desenvolvimento de sistemas computacionais. Foram visitadas as escolas estaduais Professor Patrício Ferreira Gomes. Alfredo Sá e a Escola Municipal Sidônio Otoni, com o objetivo de realizar os respectivos encontros com os alunos interessados. Assim, foram 55


Lucas Gabriel Tameirão Baur

Apresentação da ferramenta Scratch 2 aos alunos da Escola Municipal Sidônio Otoni

56

um minicurso, no laboratório de informática das Faculdades Doctum Teófilo Otoni, sobre Scratch 2 para ensino de programação de computadores, aos alunos de cursos superiores na área de Tecnologia da Informação. Em consequência disto, espera-se o surgimento de

mais multiplicadores da ferramenta Scratch 2 na região. Por fim, a ferramenta Scratch 2 foi apresentada aos alunos das escolas públicas que visitaram a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no IFNMG – Campus Teófilo Otoni. Lucas Gabriel Tameirão Baur

apresentadas as possibilidades da ferramenta Scratch, sua interface, as funções dos blocos (eventos, movimento, controle, sensores, aparência, som, caneta e operadores) e do portal oficial da Comunidade Scratch, a fim de demonstrar, na prática, a utilização dos blocos, observando os projetos e os respectivos códigos-fonte (scripts) compartilhados no site. Após a familiarização com a interface, foi disponibilizado o site, com materiais extras sobre a ferramenta Scratch 2, desenvolvido pelos bolsistas, para que os alunos pudessem continuar os estudos sobre o tema. Na oportunidade, apresentamos a Instituição, sua abrangência territorial, assim como os cursos ofertados. Ainda na I Semana de Tecnologia IFNMG/Doctum, foi realizado

Bolsista Giovani Guimarães Alves apresentando a ferramenta Scratch 2 aos alunos da Escola Estadual Professor Patrício Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais Ferreira Gomes


Turma selecionada para o Pré-IFNMG

Projeto

Pré-IFNMG: meritocracia, igualdade de oportunidades e equidade

Coordenador: Paulo Sérgio de Souza e Silva Bolsistas: Eduardo Rodrigues Santos e Micaela Ramos do Amaral Voluntários: Gabriel Soares Selin, Tawany Pereira de Paula, Luiza Guimarães Esteves, Brenda Luiza Lobo Félix, Maria Souza Andrade, Damares Pereira dos Santos e Ana Clara Ferreira Souza Colaboradores: Flávia Reis Ganem, Geraldo Lopes Júnior, Leandro de Paula Liberato, Maíra Queiroz Resende, Sérgio Lana Morais, Tiago Horácio Lott, Wendel Fajardo dos Reis, Josemar de Assis Oliveira, Paula Pontes do Espírito Santo, Catarina da C. R. Efraim e Graciely Mara Vieira Texto: Paulo Sérgio de Souza e Silva Campus: Teófilo Otoni

O projeto consistiu na criação de cursinho popular nas dependências do Campus Teófilo Otoni, para jovens em idade escolar, oriundos de famílias de baixa renda, matriculados a partir do 9º ano do ensino fundamental, em escolas públicas. As atividades do projeto compreenderam a oferta de aulas regulares oferecidas pelos docentes e monitorias, com a resolução de exercícios, realizadas pelos discentes bolsistas e voluntários participantes do projeto.

O

projeto constituiu-se a partir de um mapeamento de escolas públicas de ensino fundamental nos bairros adjacentes ao Campus Teófilo Otoni, com vistas a ofertar um cursinho popular nas dependências do campus, para jovens em idade escolar, oriundos de famílias de baixa renda, matriculados a partir do 9º ano. Dentre esses muitos estudantes, procurávamos despertar aqueles que viam na educação um propósito maior em suas vidas, procurando atingir também os que residiam nos conjuntos residenciais Jardim das Acácias e Parque das Hortências, ambos situados em frente ao campus. Todavia, apesar de sua localização privilegiada, o IFNMG-Campus Teófilo Otoni ainda não é acessível a muitos desses jovens, que se enconRevista de Extensão do IFNMG

Discentes bolsistas do projeto

tram em condição de grande vulnerabilidade social. O propósito principal, além de uma maior divulgação das ações do IFNMG em sua área de abrangência, era a ampliação da igualdade de oportunidades, como forma de garantir o ingresso dos participantes no Campus Teófilo Otoni, como alunos regulares no ano de 2018, sugerindo-lhes que se preparassem para o Processo Seletivo do IFNMG. A partir de critérios de seleção definidos para a participação dos candidatos no projeto, tornamos público, com ampla divulgação, o edital do cursinho Pré-IFNMG. O processo de seleção contou com mais de 80 participantes, sendo que, desse total, foram selecionados 40 candidatos que participaram, assiduamente, das atividades do cursinho Pré-IFNMG. 57


Aula Inaugural com o professor Helder Palmieri, falando sobre as relações entre informática e mercado de trabalho

O

processo de seleção dos candidatos contou com o preenchimento de um questionário e a elaboração de uma prova dissertativa, na forma de uma redação, para todos os candidatos, muito embora a correção da prova tenha se orientado por um caráter classificatório e não eliminatório. Dessa feita, procedeu-se à correção das redações e classificação dos 40 candidatos selecionados a partir do exame de mérito, por uma banca avaliadora, constituída por docentes participantes do projeto. Dentre as muitas atividades, o curso se deu por meio de aulas regulares e atividades planejadas pela equipe de trabalho, com estudos dirigidos às áreas do conhecimento que compreendem as provas do Processo Seletivo do IFNMG. Dessa forma, ao mesmo tempo em que oportunizava a todos os participantes uma maior compreensão sobre os limites e desafios de se cursar o ensino médio integrado, era-lhes exigido dedicação aos estudos, face aos desafios propostos.

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Alunos Aprovados no PRÉ-IFNMG de Acordo com a Escola de Origem E. M. Irmã Maria Amália COOPED E. E. Deputado Geraldo Landi E. M. Sidônio Ottoni E. E. Tristão da Cunha E. E. Sebastião Ramos

As atividades tiveram início no dia 4 de setembro, estendendo-se até o dia 30 de novembro de 2017, com presença assídua dos candidatos participantes, e muito comprometi-

Bolsistas do projeto entrevistando um candidato selecionado para o cursinho

mento de parte dos discentes bolsistas e voluntários, na minimização das dúvidas dos alunos do projeto. Vale dizer que o coroamento do projeto foi celebrado com a publicação dos resultados do Processo Seletivo 2018, com a aprovação de 17 candidatos participantes do cursinho, aptos a se tornarem alunos regulares do ensino médio integrado, nos cursos de Informática para Internet e Meio Ambiente do Campus Teófilo Otoni nesse ano. Com a presente proposta, esperamos ter tornado possíveis a inclusão social, a democratização do acesso ao Instituto Federal, a mobilização e o protagonismo de estudantes do Campus Teófilo Otoni, como atores sociais dentro do projeto. Ainda acreditamos que o projeto possa ter servido como mais um elo entre a instituição e as diferentes comunidades no seu entorno, ampliando a capilaridade do Instituto Federal, não apenas na área urbana do município de Teófilo Otoni, como também em toda a sua área de abrangência. Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Leandro Liberato

Coordenador: Leandro de Paula Liberato Bolsista: Danielle Ivy de Almeida Pinheiro Voluntárias: Anna Luiza Lopes Neiva e Vitória Gonçalves Lorentz Texto: Leandro de Paula Liberato Campus: Teófilo Otoni

Discentes responsáveis pela organização diária do espaço de leitura

Projeto

Conjugação de ler - 2017 “Conjugação de Ler” é um projeto de Extensão do IFNMG – Campus Teófilo Otoni, que objetiva o despertar do interesse pela leitura, partindo do pressuposto de que todos devem se envolver nessa prática tão benéfica e prazerosa.

Conjugação de Ler” é um projeto de Extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Teófilo Otoni, que tem, como objetivo principal, promover a leitura dentro e fora da escola. Desde o ano de 2016, a proposta é oferecer material para leitura e incentivar o empréstimo, trocas e doações de títulos de variados gêneros literários. O projeto se baseou na concepção de que a dificuldade na organização e articulação das ideias no momento da escrita, bem como na interpretação de questões relacionadas às mais diversas áreas do conhecimento, pode ser reduzida com a intensificação da leitura, que contribui também para ampliação do léxico e do senso crítico. Revista de Extensão do IFNMG

Dinâmica do projeto

P Leandro Liberato

Proposta

Estudantes de outras escolas conheceram o espaço de leitura

ara fazer a retirada de livros e revistas para leitura, o público interno e externo ao Campus conta com um ambiente diferenciado, preparado e conservado pelos próprios estudantes. Os leitores podem ler no espaço de leitura, devolver a obra ou levá-la como empréstimo, devolvendo-a no prazo estipulado, ou, ainda, ficar com o livro, na condição de deixar outro no lugar. Os interessados recebem orientações da bolsista e das estudantes voluntárias do projeto e são incentivados à prática do bom senso no cumprimento das ações. Atualmente, o espaço de leitura conta com 125 livros, cinco coleções de mangás e revistas variadas, todos disponíveis para empréstimo.

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Leandro Liberato

Estudantes dos cursos técnicos integrados leram diversos títulos

De maio a setembro de 2017, foram registradas 179 solicitações de obras para leitura. Dentre os títulos mais lidos, estão Diário de um Banana, O Ladrão de Raios, O

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Alquimista, O Leitor e algumas coleções, como Crônicas de Gelo e Fogo, The Walking Dead, O Senhor dos Anéis e Harry Potter. Espera-se que, com a disponibilização de

materiais e estímulo constantes, seja despertado o interesse pela leitura de toda a comunidade acadêmica do IFNMG – Campus Teófilo Otoni.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Projeto

Conscientização e descarte do lixo eletrônico

Helder Luiz Palmieri Caldas

Coordenador: Helder Luiz Palmieri Caldas Bolsistas: Helen dos Santos Andrade e Maryanne Costa Ribeiro Colaborador: Wagner Bouzom Texto: Helen dos Santos Andrade e Maryanne Costa Ribeiro Campus: Teófilo Otoni

O projeto “Conscientização e Descarte do Lixo Eletrônico” foi desenvolvido com o intuito de colaborar com o meio ambiente e com a população da cidade de Teófilo Otoni, já que a maioria da cidade é leiga quando se trata desse assunto, que é de extrema importância. O projeto visa trazer as informações necessárias para conscientizar a população para que ela entenda a relevância de um descarte correto.

Revista de Extensão do IFNMG

Helder Luiz Palmieri Caldas

O

projeto “Conscientização e descarte do lixo eletrônico” surgiu após percepção, por meio de uma superficial análise de Teófilo Otoni e região, da falta de informação e cuidado necessário ao se tratar do lixo eletrônico. Este projeto tem como principal objetivo conscientizar a população de Teófilo Otoni e região da importância de realizar corretamente o descarte do lixo eletrônico, visto que a maioria das pessoas desconhece os riscos trazidos, à sociedade e ao meio ambiente, quando a eliminação é feita de forma incorreta. Inicialmente, o tempo do projeto seria de apenas três meses, mas as

discentes do curso técnico em Informática para a Internet, Helen dos Santos Andrade e Maryanne Costa Ribeiro, e o docente orientador Helder Luiz Palmieiri Caldas desejaram continuar com o projeto nos próximos anos. Assim, as atividades realizadas foram voltadas para a divulgação do projeto na cidade, captação de apoiadores para um melhor desenvolvimento e, principalmente, conscientização da população leiga a respeito do lixo eletrônico. O projeto marcou presença em dois eventos tecnológicos. O primeiro foi a Semana Nacional de Ciências e Tecnologia, na qual as pessoas que puderam presenciar o projeto desta61


Helder Luiz Palmieri Caldas

Foto realizada no dia da reunião com Wagner, na Reciclagem União, onde a parceria foi realizada

Celular quebrado e sua bateria, exemplos de lixo eletrônico

dos apoiadores, já foi fechada uma parceria com o empresário Wagner Bouzom, dono da empresa Reciclagem União, que destacou: “O projeto é bom para Teófilo Otoni porque coisas desse tipo não são vistas aqui. Acho que vi, poucas vezes, e é algo importante para o meio ambiente e para a população”. As discentes tam-

bém sentem-se realizadas com o projeto e com a aprovação da sociedade, visto que todos que tiveram contato com este destacaram a sua importância. Há também a página “Projeto Lixo Eletrônico – IFNMG” no Facebook, para uma maior divulgação e para um contato mais próximo.

Aparelho no break, fechado e aberto, no qual se pode observar a quantidade de itens presentes em seu interior

Pilhas inutilizáveis, exemplo de lixo eletrônico 62

Helder Luiz Palmieri Caldas

caram, com elogios, a importância do trabalho desenvolvido na cidade e muitas disseram ainda nunca terem visto nada parecido. Também foram presenciadas reações positivas no segundo evento, o Ateliê Científico, em que o projeto teve destaque e foi premiado com a terceira colocação em relação aos demais. Tratando-se

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


JB Santos Studio e Fotografias

Voluntárias na ação solidária

Coordenadora: Juliana Mendes Campos Quintino Bolsistas: Bruna Kelly Vieira e Geisiany Ribeiro Mendes Voluntários:Sérgio Oliveira Guimarães, Thalia Rafaella Ribeiro de Oliveira e Vítor Soares Texto: Juliana Mendes Campos Quintino Campus: Montes Claros

Projeto

IF Colabora

Revista de Extensão do IFNMG

Corte de cabelo na ação solidária

Sorteio de brindes durante a ação solidária

JB Santos Studio e Fotografias

S

abe-se que há uma necessidade de maior integração e coparticipação entre as instituições públicas de ensino e as comunidades carentes das regiões periféricas localizadas ao entorno dessas instituições. Sabe-se, ainda, que o IFNMG-Campus Montes Claros se localiza na periferia do município de Montes Claros, e, sendo assim, surgiu a necessidade de um esforço de integração com a comunidade carente que vive ao entorno desse campus, a fim de que a instituição pudesse cumprir, mais efetivamente, a sua função de transformadora da realidade local, cumprindo com uma função social essencial à formação dos cidadãos. Nesse esforço de integração, foi ofertado o projeto de Extensão “IF Colabora”.

JB Santos Studio e Fotografias

O projeto “IF Colabora” tem como objetivo geral motivar os participantes para a busca do desenvolvimento na formação educacional, profissional e pessoal, promovendo uma melhoria da qualidade de vida e da convivência desses participantes com a sociedade. Para isso, foram realizadas oficinas, no campus, no segundo semestre do ano de 2017. Além das oficinas, a culminância do projeto se deu por meio de uma ação solidária denominada “IF Além dos Muros”. Dessa forma, esperando-se reduzir as deficiências no âmbito educacional e promover a inclusão social dos moradores da comunidade carente, minimizando os impactos negativos na vida acadêmica e profissional dos participantes, a coordenadora do projeto, professora Juliana Mendes Campos Quintino, e as discentes Bruna Kelly Vieira e Geisiany Ribeiro Mendes, acadêmicas do curso superior de Engenharia Química, reuniram-se e iniciaram a escrita do projeto “IF Colabora”. Assim que foi analisado e aprovado pela comissão responsável pelos projetos de Extensão do IFNMG-Campus Montes Claros e autorizado o seu desenvolvimento, teve início o referido projeto. 63


Acadêmicas bolsistas do projeto

Oficina desenvolvida no projeto

D

proposta de envolvimento do trabalho coletivo. No desenvolvimento das oficinas, houve sempre a preocupação, por parte das alunas bolsistas e da coordenadora, de estimular o reingresso dos

indivíduos na vida escolar, mostrando a eles a importância de se estudar. As oficinas desenvolvidas foram as seguintes: Alfabetização e letramento e Noções básicas de Informática.

Compromisso social na prática

betos, que ficaram emocionados ao verem os filhos fazendo um curso no Instituto Federal. O diretor-geral do Campus Montes Claros, professor Renato Afonso Cota Silva, esteve presente na confraternização e falou para eles sobre o Instituto e da relevância de tê-los na instituição. Ainda com o intuito da integração comunidade/campus, foi desenvolvida a 1ª ação solidária “IF Além dos Muros”, como culminância do projeto de Extensão. O desenvolvimento dessa ação solidária fez-se importante, pois atendeu as necessidades de saúde e questões sociais da população, minimizando, assim, a exclusão social em que vivem alguns moradores da comunidade carente, dos bairros Village do Lago I, Village do Lago II, Clarice Ataíde, Novo Horizonte e Pri-

mavera, entre outros. Atenderam-se, por meio da oferta de oficinas, bem como por meio da realização da já citada ação solidária, desenvolvida no dia 05 de dezembro de 2017, as deficiências no âmbito educacional e inclusão social dos moradores dessas comunidades carentes. As oficinas e a ação solidária atenderam mais de 200 pessoas. Foram prestados os seguintes serviços durante a ação: expedição do cartão SUS, marcação gratuita da segunda via de identidade, marcação carteira de trabalho, cadastramento do Bolsa-família, exames papanicolau, pressão, glicose e câncer de boca, cortes de cabelo, escovas, brincadeiras para crianças, com distribuição de pipocas, balas e algodão doce, além de brindes que foram sorteados ao longo do evento.

A

o término do projeto, foi realizado um momento de interação entre os participantes das oficinas e eles puderam falar sobre a importância do projeto. Todos foram categóricos ao enfatizar que foi importante, pois eles perceberam como é bom estudar e que queriam seguir adiante, fazendo mais cursos. Alguns dos adolescentes disseram que já estavam inscritos no processo seletivo do IFNMG e que, com a oficina, tiveram mais motivação para estudar e ser aprovado no referido processo, para que pudessem estudar no Campus Montes Claros. Alguns levaram a família e pais, alguns deles analfa-

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JB Santos Studio e Fotografias

JB Santos Studio e Fotografias

Palestra oferecida durante a ação solidária

Coordenadora do projeto, diretor-geral do Campus Montes Claros e acadêmica bolsista do projeto

Acadêmicas bolsistas do projeto

urante o desenvolvimento das oficinas, ministradas no IFNMGCampus Montes Claros, foi utilizada a metodologia participativa, por entender que se esteve diante de uma

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales eConfraternização Gerais final do projeto


Coordenadora: Alana Mendes Silva Bolsistas: Maria Clara Araújo Souza, Marina Martins Teixeira e Débora Marcos de Castro Voluntária: Keline Morais Balieiro Colaboradoras: Luana Balieiro Cosme, Luciana Balieiro Cosme e Amanda Chaves Moreira Cangussu Texto: Juliana Mendes Campos Quintino Campus: Montes Claros

Mulheres cursistas, após certificação

Inclusão digital das mulheres

Débora Castro

Projeto

O

projeto “ Inclusão digital das mulheres” é desenvolvido desde 2013 e, atualmente, conta com a coordenação da assistente social Alana Mendes da Silva. Participam também a psicóloga Amanda Chaves Cangussu, a professora do curso de Ciência da Computação, Luciana Balieiro Cosme, a acadêmica do curso de Ciência da Computação, Keline Morais Balieiro e a colaboradora externa Luana Cosme Balieiro, doutoranda, formada em História e estudiosa de gênero. Além delas, participam do projeto a acadêmica do curso de Engenharia Química, Débora Castro e a acadêmica do curso de Ciência da Computação, Marina Teixeira, como bolsistas e instrutoras das aulas do projeto. Revista de Extensão do IFNMG

Renato Cota

Em sua quinta edição no Campus Montes Claros, o projeto de Extensão “Inclusão digital das mulheres” comemora mais um ano de sucesso em sua oferta. Esse projeto ocorre anualmente e prevê um curso de informática básica voltado para o público feminino, com vistas a estimular um grupo de mulheres, que residem no entorno do campus, a conhecer as ferramentas do computador e da internet.

Homenagem que as bolsistas fizeram às cursistas, na cerimônia de certificação

O objetivo consiste em permitir que elas possam participar do mundo digital. Tal iniciativa se concretiza por meio de aulas práticas e expositivas, nas instalações dos laboratórios de informática do campus e, também, de oficinas planejadas pela equipe técnica do projeto, para trabalhar questões como autoestima e autonomia. Além disso, também foram desenvolvidos palestras e debates, para abordar temas de interesse do público-alvo, abrangendo discussões, especialmente, sobre saúde da mulher e nutrição. Em 2017, o curso começou no final de setembro e teve duração de dois meses, sendo o total de 60 horas, distribuídas entre aulas e oficinas. Pelos principais relatos das alunas concluintes, na avaliação do curso, 65


Débora Castro

Em frente ao laboratório de informática, alunas se reúnem, após a entrega dos materiais e blusas para cursistas

pode-se perceber a importância de conteúdos como internet, especialmente, e-mail e mídias sociais, para que essas mulheres se sintam inseridas no mundo digital. As oficinas também foram bastante elogiadas e se consolidaram como um momento de interação entre elas, de relatos de experiência e de discussões sobre a realidade da mulher.

A nova turma formou-se no dia 30 de novembro. A cerimônia de entrega de certificados foi realizada no auditório do Campus, com início às 19 horas, e contou com a presença das alunas, seus familiares, de amigos, da equipe responsável pelo projeto e do diretor-geral, professor Renato Cota. Paralelamente à execução do

1

5

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3 4

7

. Análise dos dados relativos ao uso do computador e da Internet, das alunas do curso de Informática Básica para mulheres, do IFNMG Campus Montes Claros, no VI Seminário de Iniciação Científica do IFNMG, 2017, Almenara-MG. . Perfil das Mulheres Iniciantes e Concluintes do Curso de Informática Básica do IFNMG Campus Montes Claros, nos anos de 2013 a 2015, no III Congresso Brasileiro de Educação, 2016, 2016, Natal - RN. . Perfil do Público-Alvo do Projeto de Inclusão Digital de Mulheres, no XII Congresso Nacional de Educação, 2015, Curitiba-PR. . Inclusão Digital de Mulheres no IFNMG Campus Montes Claros: Um Relato de Experiência, no XXXIV Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, 2014, Brasília.

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projeto, a equipe também se esforça para apresentar à sociedade os resultados alcançados pelo trabalho, com o objetivo de receber novas contribuições e críticas, bem como tornar-se uma opção de iniciativa para outras comunidades acadêmicas/escolares. Os principais trabalhos publicados, desde 2013, foram:

. Gênero e Inclusão Digital: Empoderamento de mulheres no curso de extensão Informática Básica – IFNMG, no VII Fepeg, 2013, Montes Claros. Fórum de Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão. Universidades: Cenários de Desafios, 2013. . Informática Básica para mulheres: Inclusão digital no Instituto Federal do Norte de Minas - IFNMG - Campus Montes Claros, no VII Fepeg, 2013, Montes Claros. Fórum de Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão. Universidades: Cenários de Desafios, 2013. . Inclusão Digital de Mulheres, no XXI Seminário de Iniciação Científica da UFOP - Encontro de Saberes, 2013, Ouro Preto - MG.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Mayara Mendes Costa

As dinâmicas contribuíram para que a população reconhecesse os problemas ambientais

Projeto

Plano de Educação Ambiental Village Verde

Coordenadora: Maria Clara Oliveira Durães e Thalles de Assis Cardoso Gonçalves Bolsistas: Mariana Oliveira Marques e Mayara Mendes Costa Voluntária: Daiane Antunes Pinheiro Texto: Mayara Mendes Costa Campus: Montes Claros

O bairro Village do Lago I, localizado na região norte de Montes Claros, é caracterizado como bairro de periferia, com população de baixa renda e com carência de serviços. A população desse bairro não teve acesso ou ainda não possuía a consciência da importância de práticas sustentáveis, como a arborização urbana. O projeto “Plano de Educação Ambiental Village Verde” consistiu em desenvolver a percepção ambiental dessa população, demonstrando a importância da ação coletiva, no que diz respeito à conservação do meio ambiente.

Revista de Extensão do IFNMG

Distribuição das mudas aos moradores do bairro Village Mayara Mendes Costa

P

ara desenvolver a percepção ambiental da população do bairro Village do Lago I, foram realizadas oficinas na Escola Municipal João Valle Maurício (E.M.J.V.M.), que é uma escola local. Nessas oficinas, por meio de apresentações e dinâmicas, foi desenvolvido o conhecimento dos alunos acerca da problemática ambiental e do seu papel como agente transformador do meio ambiente. Além disso, foram confeccionadas lixeiras para a coleta de papéis gerados pela instituição, sendo estes encaminhados a um segundo projeto de extensão do Instituto Federal, que os destinou à reciclagem. Daniela Maria Gonçalves, supervisora da E.M.J.V.M., diz: “O proje-

to desenvolvido nesta unidade foi muito importante, pois os alunos passaram a entender os benefícios de um ambiente arborizado e de práticas ecologicamente corretas, como a reciclagem. Além disso, eles não somente absorveram as informações, como também se tornaram ativos, fazendo o recolhimento dos papéis e adotando a prática de coleta seletiva dos outros tipos de resíduos.’’ Para uma das integrantes do projeto, Mariana Oliveira Marques, é de suma importância o desenvolvimento de projetos voltados para a conscientização ambiental nas escolas, pois as crianças e jovens de hoje representam a geração que constituirá a sociedade futura. “Es67


Mariana Oliveira Marques

Realização de oficina na E.M.J.V.M

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mentos ecológicos adquiridos”, contou Mayara. Projeto realizado pelos acadêmicos de Engenharia Química do Instituto Federal do Norte de Minas – Campus Montes Claros, Mariana Oliveira Marques e Mayara Mendes Costa, com a ajuda dos voluntários,

também discentes do IFNMG-Campus Montes Claros, Daiane Antunes Pinheiro, Jaudir Aguiar Almeida Junior, Saulo Henrique Fernandes Cordeiro, Vinícius Silva Souto, Vitor Miller Lima Alves, sob orientação dos docentes Maria Clara Oliveira Durães e Thalles de Assis Cardoso Gonçalves. Realização de oficina na E.M.J.V.M

Mariana Oliveira Marques

timulando-as, por meio de práticas e comportamentos ecologicamente corretos, vivenciados nas instituições educacionais, futuramente, haverá uma sociedade composta por pessoas atuantes em relação à problemática ambiental”, afirmou Mariana. O plano de educação ambiental também foi estendido às famílias residentes do bairro, que foram sensibilizadas em visitas educativas, nas quais houve a distribuição de mudas de árvores frutíferas e abordados os benefícios ambientais e sociais da prática de arborização nas áreas urbanas. “Por meio das visitas, foi possível conscientizar a comunidade sobre a importância de um ambiente arborizado e, também, aumentar o vínculo do IFNMG com os moradores do bairro. Muitos ficaram satisfeitos e se propuseram a fazer o plantio das mudas e a propagar os conheci-

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Explicação de um experimento de ácidos e bases

Coordenadora: Cristina Jardim Rodrigues Bolsistas: Brenda Thais Gomes Lopes, João Paulo Soares Cangussu, Maria Alice Moura Soares e Vitor Hugo Gonçalves Santos Texto: Brenda Thais Gomes Lopes, Cristina Jardim Rodrigues, João Paulo Soares Cangussu, Maria Alice Moura Soares e Vitor Hugo Gonçalves Santos Campus: Montes Claros

Química aplicada: praticando é que se aprende

Cristina Jardim Rodrigues

Projeto

O projeto de Extensão “Química Aplicada: praticando é que se aprende”, realizado na Escola Estadual Armênio Veloso, da cidade de Montes Claros, durante o ano de 2017, conseguiu mostrar, de uma forma diferente, o ensino da química no ensino médio. Os experimentos nas aulas do projeto foram de fácil realização e relacionados ao dia a dia dos 26 estudantes do primeiro ano do ensino médio. Durante as aulas, foram promovidas discussões para aprimorar a visão de mundo dos alunos, possibilitando que eles relacionassem a química ao seu cotidiano.

Revista de Extensão do IFNMG

ficuldade em química; 27% disseram não gostar da matéria e 92% dos alunos consideraram que a química estava presente no seu dia a dia, um número relativamente alto. Outro Maria Alice Moura Soares

O

projeto “Química aplicada: praticando é que se aprende” se deu com a realização de seis encontros com os estudantes, a fim de desmistificar a concepção de que a química é uma matéria de difícil entendimento, com a realização de diversas discussões e demonstrações. De início, foi aplicado um primeiro questionário, que foi tido como base para as discussões dos resultados alcançados pelo projeto, em comparação a um segundo questionário, que foi aplicado no encerramento do projeto. As aulas lecionadas junto aos estudantes fomentaram várias discussões sobre os experimentos executados, que foram usados como uma forma de ilustrar e melhorar a compreensão do conteúdo de química, em relação a cada prática. No primeiro questionário, 39% dos estudantes disseram ter alta di-

ponto observado foi a obtenção de novos conhecimentos por 65% dos alunos, mostrando que apesar de alguns problemas, o objetivo do projeto foi atingido.

Explicação de uma prática de solubilidade

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Cristina Jardim Rodrigues

Discussão com os alunos sobre os resultados da prática revelador ácido-base, usando repolho roxo

A análise dos dados provenientes do segundo questionário revelou que 25% dos alunos afirmaram ainda ter alta dificuldade com a química, havendo uma diminuição de 14% em relação ao primeiro. E 55% disseram que a realização de aulas práticas ajudou na compreensão das aulas teóricas. Isso pôde ser comprovado pelo depoimento

de uma aluna do projeto, Jennifer Thainá Novaes, de 16 anos: “Aprendi bastante, tanto a teoria como, principalmente, a prática, coisa que não aprendo nas aulas de minha escola. Passei a conhecer os materiais utilizados na prática, com os quais nunca havia tido contato”. Com o projeto, pôde-se analisar a realidade do ensino de química

da rede pública, proporcionando, aos bolsistas, um compartilhamento de conhecimento com os envolvidos, contribuindo, tanto para o crescimento intelectual dos alunos, quanto para a experiência em ministrar e organizar aulas diferenciadas, a partir de práticas lúdicas, por parte dos bolsistas e dos coordenadores.

Cristina Jardim Rodrigues

Explicação de um experimento de ácidos e bases

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Doação de recicláveis aos catadores

Projeto

Sensibilização/ conscientização, coleta e destinação de resíduo de papel/

fotos: acadêmicos do projeto

Coordenador: Mário Sérgio Costa da Silveira Bolsistas: Maria Vitória Fonseca Ribeiro, Marcus Paulo de Souza Barbosa e Gabriella Iasmim de Souza Voluntários: Sávio Silva Rodrigue e Núrya Lorrayne Lopes Colaboradora: Cabriella Novello de Andrade Texto: Marcus Paulo de Souza Barbosa e Gabriella Iasmim de Souza Campus: Montes Claros

papelão gerado pelo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Montes Claros O projeto se desenvolveu com a participação de alunos do IFNMG-Campus Montes Claros que decidiram fazer uma coleta seletiva de papéis. Após a coleta, os papéis foram destinados aos catadores de recicláveis do entorno do IF. Durante dois meses de funcionamento do projeto, foram arrecadados duzentos e dezenove quilogramas (219 kg) de papel/papelão, sete quilogramas (7 kg) de papel fino e quatorze quilogramas (14 kg) de garrafas PETs.

J

á pensou em quanto papel é gerado na sua instituição de ensino diariamente e que vai para o lixo? Pensando nisso, os estudantes do IFNMG-Campus Montes Claros elaboraram um projeto de coleta de papéis para reciclagem. O papel é um dos materiais mais utilizados nas redes de ensino, pois os alunos dependem dele para registrar o conteúdo, fazer trabalhos, provas e atividades. E esse é o resíduo predominante nas lixeiras de salas de aula. Mas, para onde vão todos esses papéis? Nem todos sabem disso, mas, em muitas instituições de ensino,

Revista de Extensão do IFNMG

Armazenamento dos materiais recicláveis

vemos lixeiras de coletas seletivas, nas quais os resíduos podem ser armazenados, separadamente, para a coleta. Porém, devido à dificuldade de determinados municípios em recolher esses materiais, de forma seletiva, para encaminhamento a organizações de reciclagem, os resíduos acabam sendo misturados e encaminhados para o lixo comum. Com isso, todo aquele papel disponível é perdido, pois, ao se misturar com lixo orgânico, fica impossibilitado de ser reciclado. Pensando nisso, os alunos do IFNMG - Campus Montes Claros decidiram implantar uma coleta 71


fotos: acadêmicos do projeto

Transformação de papel e papelão em itens decorativos

de papéis separadamente, e destina-los aos catadores de recicláveis do entorno do IF, o que, além de possibilitar a reciclagem do que seria considerado lixo, contribui para o aumento da vida útil dos aterros sanitários de Montes Claros, gera renda no mercado de reciclagem e estimula a consciência ambiental. A coleta de papéis foi feita por meio da disposição de coletores, confeccionados com caixas de papelão e tecidos TNT, utilizados na decoração da quadrilha do Campus, materiais que seriam descartados. O projeto foi executado pelos membros do projeto, com a colaboração dos funcionários dos serviços de limpeza do Campus, os quais foram responsáveis pelo transporte e armazenamento dos materiais. Para atingir uma ampla participa-

ção da comunidade acadêmica/estudantil, foram realizadas divulgações em salas de aula, nos setores administrativos e em redes de comunicação virtual, além de criação de página virtual. O trabalho mobilizou o grande público e promoveu intensa adesão. Como parte da proposta de conscientização e sensibilização dos alunos do Campus nas questões ambientais, buscou-se, também, incluir o programa de educação ambiental oferecido pelo Instituto Prisma, representado pela coordenadora do programa, Soraya Ottoni, com o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Ambiental Sustentável (CODANORTE), representado pelo assessor jurídico, Dinilton Pereira, na “Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão”, realizada no IFNMG - Campus Montes Claros. E,

assim, foram organizadas a palestra “Gestão de Resíduos Sólidos no Norte de Minas” e a oficina “Transformação de papel e papelão em itens decorativos”, eventos que tiveram ampla participação dos estudantes. Os resultados surpreenderam. Após um período de recolhimento de papéis no Campus, foi marcado o dia de doação para o catador de reciclagem. Houve um grande volume de material recolhido. Durante dois meses de funcionamento do projeto, foram arrecadados duzentos e dezenove quilogramas (219 kg) de papel/ papelão, sete quilogramas (7 kg) de papel fino e quatorze quilogramas (14 kg) de garrafas PETs, o que revela o grande potencial da coleta de recicláveis no IFNMG e a sua capacidade de contribuição para o mercado de reciclagem, com geração de renda.

Paisagens dentro de rolos de papel higiênico

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Dia da entrega aos catadores

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Equipe do projeto de Extensão

Coordenadora: Elza Cristiny Carneiro Batista Bolsistas: Daniel Rodrigues Martins e Fábio Júnior Pereira Mendes Colaboradores: Francisco Valdevino Bezerra Neto, Tadeu Artur Vieira Martins e Suely Valadares Carvalho Voluntário: Weider Ramos Campus: Arinos

Daniel Rodrigues Martins

Projeto

Curso de capacitação para cuidadoras infantis O

curso foi uma demanda da comunidade, o que permitiu ao IFNMG – Campus Arinos a oportunidade de participar da importante tarefa de promover o cuidado cotidiano da criança, como base fundamental da promoção de sua saúde. Compuseram o curso disciplinas específicas, com temas como acolhimento, alimentação, higiene, conforto, noções de primeiros socorros e prevenção de acidentes, educação da criança e legislação, proteção e promoção de ambientes lúdicos, desenvolvimento motor, aprendizagem e desenvolvimento cognitivo. Revista de Extensão do IFNMG

Aula inaugural no Centro de Cultura Nathália

Foram ofertadas, ainda, disciplinas mais abrangentes, como direitos das mulheres, empreendedorismo, marketing, informática, microbiologia e ética no trabalho. Tendo uma duração de três meses e meio, o curso ocorreu no pró-

Francisco Valdevino Bezerra Neto

Entre os meses de abril e novembro de 2017, 25 mulheres do município de Arinos participaram de um projeto desafiador em suas vidas. Todas elas são moradoras do bairro Crispim Santana, local reconhecidamente marcado pela exclusão social, pela baixa renda e por poucas oportunidades de emprego formal e dignamente remunerado. O objetivo do projeto de capacitação para cuidadoras infantis foi contribuir para uma inclusão ativa, que formasse mulheres trabalhadoras, conscientes de seus direitos e que fosse capaz de influenciar em uma mudança no reconhecimento da mulher que trabalha com serviços domésticos e, consequentemente, com o cuidado com crianças.

prio bairro de residência das alunas, no Centro de Cultura Nathália. Foram 100 horas de aulas presenciais, incluindo estágios em três creches municipais, o que foi viabilizado com o apoio da Secretaria Municipal de Educação. 73


Daniel Rodrigues Martins

Aula de Empreendedorismo no Campus Arinos

V

ários profissionais do Campus Arinos abraçaram a ideia e assumiram disciplinas no curso: a assistente social Daiane Ribeiro, a assistente administrativa Luciana Viana, o psicólogo Marcus Vinícius Escobar, o técnico em assuntos educacionais Tadeu Artur Vieira Martins, o técnico em enfermagem Warley Nascimento, além dos professores Danilo Divardin, Elza Carneiro, Francisco Bezerra e Luana Botelho. Atuaram ainda, como professoras do curso, a assistente social Adima Domingues da Costa e as acadêmicas do curso de Administração Cristina Costa e Gleicileide Costa. O projeto contou com dois alunos bolsistas e um voluntário, todos acadêmicos do curso de Administração: Daniel Rodrigues Martins, Fábio Júnior Mendes e Weider Ramos Pereira. Os três acadêmicos, além de atuarem na organização do curso, atuaram como professores.

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Uma prova de que o conhecimento é contagiante Certificação da cuidadora Maria Natalice Gomes de Jesus Moura, em cerimônia no Campus Arinos

A

Daniel Rodrigues Martins

União

coordenadora do projeto, professora Elza Carneiro, viu neste a oportunidade de conceber um currículo personalizado, que integrasse conhecimento técnico e conscientização sobre a emancipação

feminina. Ela também afirma que o curso permitiu que o Campus Arinos atendesse uma demanda específica de formação de trabalhadoras, propiciando também visibilidade ao Centro de Cultura Nathália (CCN), organização parceira do campus há vários anos. Em um discurso inspirador, durante a cerimônia de certificação, a cuidadora July Lopes da Silva desabafou: “Não foi uma conquista fácil! Estudar não é tão simples quando trabalhamos o dia inteiro, ou quando cuidamos de casa, filhos, família. Mas descobrimos que é preciso aprender muito mais do que técnicas e conceitos. O conhecimento é algo maior. Ao final de tanto trabalho e tantas horas de estudo, descobrimos que o prazer de conhecer é contagiante! É por isso que, para muitas de nós, a aprendizagem não termina aqui! Buscaremos a continuidade dos estudos.” Como resultados mais relevantes do trabalho, todos os profissionais envolvidos destacaram o baixíssimo índice de evasão e o significativo nível de aproveitamento das alunas.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Projeto

A bolsista Adriana Mendes Souza, acompanhando o catador na coleta de material reciclável no residencial Liberdade

Implantação de coleta seletiva no residencial Liberdade em Januária/MG

Herberth William

Coordenador: Danilo Pereira Ribeiro Bolsista: Adriana Mendes de Souza Colaboradores: Antônio Lopes Nascimento, Jarbas Mendes Andrade, Washington Willer Mota Figueiredo, Paloma Garcia Menezes, Mylena dos Reis Mendes e Regiane Freire Alkimin Texto: Danilo Pereira Ribeiro Campus: Januária

Em Januária, num bairro periférico, próximo ao campus do IFNMG, a coleta seletiva está sendo realizada com sucesso, graças ao desenvolvimento desse projeto. Após consultar os moradores para avaliar o interesse e os melhores dias e horários, um catador ambulante, beneficiado com o projeto, realiza a coleta regularmente. Para diminuir os danos ambientais do descarte inadequado do óleo de cozinha usado, foram realizadas oficinas para produção de sabão caseiro. E, para diminuir os resíduos orgânicos que iriam para o lixo, foram realizadas oficinas para produção de composteira doméstica.

Revista de Extensão do IFNMG

O catador de material reciclável, Antônio Lopes Nascimento, coletando o material no residencial Liberdade

Herberth William

E

m Januária, as exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos ainda não foram alcançadas. Assim, o projeto intitulado “Implantação de coleta seletiva no residencial Liberdade em Januária-MG” foi realizado com o objetivo de colaborar para a implantação da coleta seletiva de materiais recicláveis no município. Integrando Ensino, Pesquisa e Extensão, implantou-se, próximo ao IFNMG – Campus Januária, o projeto num bairro periférico, onde a coleta de lixo era deficiente. A ação ajudou a diminuir o problema do lixo, conscientizou os moradores e valorizou o catador ambulante. A partir do projeto “Mobilização e Apoio à Ação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Januária”,

realizado com apoio financeiro do PROEXT 2016, a estudante Adriana Souza e as bolsistas Paloma Menezes, Mylena Mendes e Regiane Alkimin realizaram entrevista com os moradores do Residencial Liberdade, para avaliar o interesse em participar da coleta seletiva de materiais recicláveis. Os resultados demonstraram grande interesse da população do bairro periférico, onde a coleta de lixo, segundo eles, era realizada apenas uma vez por semana. Nas entrevistas, também foi constatado interesse em aprender a fazer sabão caseiro, com restos de óleo de cozinha e compostagem, com restos de alimentos. Os resultados das entrevistas, realizadas em todas as residências do bairro, foram publicados em even75


Danilo Ribeiro

Oficina de produção de sabão caseiro, com óleo de cozinha usado, realizada no residencial Liberdade

tos regionais, como o SIC/IFNMG, e em eventos internacionais, como o XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e o VIII Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos em Universidades. A pesquisa também foi tema do trabalho de conclusão de curso da acadêmica Paloma Garcia Menezes, bolsista do PROEXT 2016, do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, com orientação da professora e engenheira ambiental Patrícia Medeiros. Para dar continuidade aos trabalhos, na forma de Extensão, foi proposto o projeto “Implantação de coleta seletiva no residencial Liberdade em Januária-MG”, tendo como

bolsista a acadêmica Adriana Souza. Com o projeto, a população foi conscientizada sobre a importância da coleta seletiva e ensinada a como separar, adequadamente, os materiais recicláveis para a coleta, que é realizada pelo catador ambulante Antônio Lopes Nascimento. O catador recebeu equipamento de proteção individual e, durante os primeiros meses, era acompanhado pela bolsista e pelos estudantes Jarbas Andrade e Washington Figueiredo, do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, até que os moradores se habituassem. Concomitantemente, foram realizadas oficinas para produção de sabão caseiro, de forma simples e prática. Ao final da

oficina, os participantes recebiam o sabão produzido e o estímulo para continuar fazendo o produto, em casa, com os restos de óleo de cozinha. Ainda foram realizadas oficinas para produção de composteira doméstica, de baixo custo, possibilitando aos moradores aproveitarem os resíduos orgânicos para a produção de composto orgânico de ótima qualidade, que pode ser utilizado em hortas ou para adubação de jardins. A intenção agora é expandir a abrangência do projeto para outros bairros, na expectativa de implantar a coleta seletiva em toda a cidade de Januária, com o apoio dos estudantes do IFNMG e a inserção dos catadores ambulantes.

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Sabão caseiro produzido nas oficinas, de forma segura, em garrafa PET, a partir de óleo de cozinha usado, soda líquida e suco de limão

Danilo Ribeiro

Carlos Danilo Oliveira

Oficina de produção de sabão caseiro, para os moradores do residencial Liberdade

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Durante as oficinas, as crianças foram incentivadas a desenvolver conhecimentos matemáticos

Projeto

Ensino de Matemática a crianças portadoras de deficiência

Coordenador: Raniery Guilherme José Vicente Bolsista: Ana Lívia Mendes Alcântara Colaboradores: Maria Aparecida Pereira Andrade, Mariel Mendes Lopes, Talita Gilieli e Karine Alcântara Chaves Texto: Raniery Guilherme José Vicente Campus: Januária

intelectual, utilizando métodos alternativos Este projeto visou apresentar a matemática a crianças portadoras de deficiência intelectual, em situação de vulnerabilidade social, de uma forma dinâmica, utilizando materiais tangíveis (materiais que podem ser tocados, como brinquedos e jogos) e tecnológicos. Foram objetivos do projeto: desenvolver nas crianças atendidas a capacidade de operar as quatro operações matemáticas; contar, oral e mentalmente, objetos; identificar figuras geométricas e suas características e diferenças; organizar números naturais em ordem crescente e decrescente; diferenciar números pares e ímpares.

Revista de Extensão do IFNMG

Raniery G J Vicente

O

projeto foi desenvolvido na cidade de Lontra (MG), aos fins de semana, numa sala pedagógica cedida pela ADEFA (Associação em Defesa ao Autista), no horário de 14 as 16 h. Foram realizadas oficinas, nas quais as crianças foram estimuladas a desenvolver conhecimentos matemáticos por meio de materiais tangíveis e audiovisuais, facilitando a aproximação do conteúdo à criança. Foi utilizado um protótipo de computador, com software próprio, desenvolvido por Douglas Mendes Lopes, em 2015. O protótipo utiliza lâmpadas led e o recurso sonoro para chamar atenção da criança. Os resultados alcançados foram satis-

As crianças faziam questão de comparecer às oficinas

77


Os profissionais envolvidos constataram o desenvolvimento das crianças

fatórios. As crianças desenvolveram as seguintes capacidades: somar e subtrair, mesmo com o auxílio de algum material; contar oralmente; identificar figuras geométricas e organizar números em ordem crescente.

Em entrevista com os pais ou responsáveis dos alunos participantes do projeto, constatou-se que as crianças gostavam de comparecer às oficinas, ficavam entusiasmadas com o que aprendiam e perguntavam aos pais quando haveria novo

encontro. Os colaboradores (as psicanalistas, a biomédica, a psicóloga e a pedagoga) avaliaram que o projeto foi benéfico às crianças e surpreenderam-se com o desenvolvimento que elas apresentaram após as oficinas.

Um computador com software próprio, com lâmpada de led e recursos sonoros ajudou no processo de ensinoaprendizagem

Somar, subtrair, contar e identificar figuras geométricas foram algumas das habilidades desenvolvidas 78

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: Aroldo Gomes Filho Bolsista: Geovana Gonçalves Silva Voluntárias: Larissa Moreira Chaga, Sirlene Lopes de Oliveira e Paloma Leite Gomes Colaboradores: Eliane Souza Gomes Brito, Claubert Wagner Guimarães de Menezes e Waldomiro Rodrigues Barbosa Júnior Texto: Geovana Gonçalves Silva Campus: Januária

Preparo da área para plantio do feijão crioulo

Sementes crioulas resgatando a agrobiodiversidade do feijão crioulo

Geovana Gonçalves

Projeto

O projeto teve como propósito resgatar a agrobiodiversidade das sementes de feijão crioulo nas comunidades rurais da Ilha do Amargoso, no município de Januária, coletando, multiplicando e conservando em banco de germoplasma. As ações desenvolvidas na comunidade tornaram possível que estas sementes guardadas fossem mantidas e passadas para as próximas gerações.

Revista de Extensão do IFNMG

Adubação de cobertura

Cleiton Alves

A

comunidade de Riacho Novo, localizada a 22 km do município de Januária, é composta por moradores ribeirinhos, oriundos das margens do Rio São Francisco, que, após a cheia de 1979, perderam tudo, incluindo o que tinham de mais precioso: sua fonte de alimento. Em decorrência deste acontecimento, necessitavam abandonar suas terras, à procura de uma vida segura. No entanto, o medo do desconhecido, o pouco pão que tinham e o pouco conhecimento não os deixavam abandonar aquele lugar, que, naquele momento, era de tristeza, mas que também já havia trazido felicidade, aconchego e esperança. No intuito de ajudar estes pequenos moradores, o padre Herbert, junto à Paróquia Sagrada Família, ofereceu

a construção de mais de 70 casas populares, para que estes pudessem ter onde residir. Mas, ao saírem de suas pequenas terras, levaram consigo tradições seguidas há anos pela comunidade, sendo uma delas a de sustentar suas famílias com o que produziam naquelas terras. “As sementes que plantamos são guardadas pelo meu pai há anos. Com elas, temos o sustento da nossa casa e o alimento na mesa”, relatou seu Amaro, um pequeno produtor e morador da comunidade. E assim, após algum tempo, esses pequenos produtores retornaram às suas terras e continuaram a produzir. Ainda sem saber o significado de sementes crioulas, estas foram passadas, de geração em geração, durante muito tempo, pelos pequenos produtores da Comunidade de 79


Geovana Gonçalves

Feijão crioulo em processo de enchimento das vagens

mentes foram guardadas pelo meu avô e cultivadas pelo meu pai, e, após 20 anos de colheita, ainda existem sementes guardadas por mim”. Ainda, segundo o produtor, essas sementes se apresentam mais vigorosas e com ótima produtividade. As sementes adquiridas na comunidade foram multiplicadas no IFNMG – Campus Januária, em conformidade com as práticas culturais

da comunidade e distribuídas em uma reunião. Algumas sementes também ficaram armazenadas no banco de germoplasma do IFNMG. Com o projeto, os pequenos produtores obtiveram uma maior quantidade de sementes, além do conhecimento adquirido ao longo do desenvolvimento das ações, contribuindo para a melhoria da qualidade vida.

Entrega das sementes à pequena produtora Ivanete

80

João Aparecido

João Aparecido

Riacho Novo, uma prática que traz vários benefícios para a comunidade, dentre elas o sustento de suas famílias. Com a introdução do projeto na comunidade, houve um esclarecimento do que são e como devem ser cultivadas e armazenadas essas sementes. Em uma reunião feita na comunidade, para tratar sobre a aquisição das sementes, o morador João Batista declarou: “Minhas se-

Entrega das sementes à pequena produtora Zumira Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: Wilson Montalvão Lopes Bolsista: Washington Willer Mota Figueiredo Voluntários: Ermerson Augusto Oliveira de Souza, Feliciano Pereira dos Santos e Ricardo da Silva Cardoso Colaboradores: Odair Nunes de Almeida, Eliete Gonçalves Santos, Aiane N. Figueiredo e Márcio Alves Maciel Texto: Washington Willer Mota Figueiredo Campus: Januária

Projeto

Educação ambiental e conscientização sustentável:

cuidando da água e preservando para o futuro

O projeto “Educação ambiental e conscientização sustentável: cuidando da água e preservando para o futuro” levou temáticas para serem desenvolvidas com os alunos, transmitindo como é a natureza e a importância dos seus recursos hídricos para nossa sobrevivência. Portanto, torna-se uma necessidade urgente recuperar, preservar e conservar o meio ambiente, contribuir para a formação efetiva de cidadãos conscientes de suas responsabilidades ambientais por meio de estratégias teóricas e práticas de Educação Ambiental.

O

propósito do projeto teve, como ferramenta propulsora, a educação ambiental a partir da temática sobre a água, agregando aos alunos a realidade local da comunidade do Alegre e de nosso país, utilizando o espaço escolar para a difusão de informações sobre diversos temas envolvendo o meio ambiente. Nessa perspectiva, devido aos contemporâneos acontecimentos ambientais, muitas vezes, decorrentes das atividades humanas relacionadas ao crescimento, o projeto almeja debater e promover reflexão sobre a exploração intensiva dos recursos existentes e, consequentemente, sobre os prejuízos futuros para a humanidade. Revista de Extensão do IFNMG

Alunos com as mudas

No período de execução do projeto, foram realizadas atividades de educação ambiental, envolvendo a visita ao Horto Florestal/Instituto Estadual de Florestas (IEF), localizado no município de Januária-MG. Fomos recebidos pelo analista ambiental Márcio Alves Maciel. Alunos e professores trilharam o horto, conhecendo o bioma cerrado e a diversidade de espécimes arbóreas de nossa região, o que viabilizou a interação dos alunos com o ambiente em que vivem. Foram idealizadas diversas atividades estratégicas de integração interdisciplinar, em apresentações e aulas dinâmicas com as turmas, envolvendo vários temas 81


A equipe do projeto conheceu a faixa de mata ciliar, que está localizada nas dependências do Horto Florestal

relacionados aos biomas brasileiros. Além disso, foram propostas a construção e a implementação de canteiros econômicos, tendo como ponto central de todas as atividades a água. No período de junho a dezembro de 2017, o projeto foi executado na Escola Estadual Antônio Corrêa e Silva, da Comunidade Quilombola do Distrito de Alegre, situada no município de Januária-MG. Após conhecer a realidade local, o bolsista, voluntários e colaboradores desenvolveram um trabalho com alunos dos ensino fundamental – anos iniciais, do tempo integral, na disciplina educação ambiental, ministrada pela professora Aiane Figueiredo, objetivando despertar a importância e o interesse em contribuir no processo de conservação e preservação do ambiente local, dando ênfase às questões hídricas da região.

Organização dos alunos para receber as mudas 82

Educação para o futuro

N

esse contexto, alunos participaram da construção de conhecimentos sobre a temática ambiental, de forma interativa, sobre o destino correto dos resíduos sólidos, uso da água, poluição do solo, rios e seus efluentes. O objetivo, nesse contexto, foi despertar os hábitos de conservação ambiental na escola, em casa e na comunidade. Nesse sentido, a educação ambiental apresentou-se como uma ferramenta importante para os indivíduos dessa comunidade, sendo a escola a principal instituição capaz de colaborar com as tomadas de decisões sobre os problemas da sociedade. A escola é capaz de incentivar os alunos a observarem, de forma crítica, a real situação local, principalmente, a questão da seca prolongada da região, que

impossibilita as atividades socioeconômicas. A educação ambiental não é somente uma base para atividades de aprendizado sobre o meio ambiente. Ela deve perpassar toda a vida escolar e acadêmica de crianças e jovens, a fim de que adquiram a maturidade necessária para defender um mundo mais sustentável. Infelizmente, a realidade das comunidades não está em harmonia com o que é ensinado em sala de aula. Todavia, o ensino precisa ser constante e efetivo, a fim que as interações de aprendizado, experiências cotidianas e debates permitam que as pessoas tenham compromisso na manutenção do ambiente em que convivem, estabelecendo harmonia com a natureza e utilizando, de forma consciente e sustentável, o meio ambiente. A escola precisa, inclusive, aprender a ensinar como preservar o mundo para o futuro.

Voluntários na construção e respondendo perguntas sobre o canteiro econômico Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Projeto

Inclusão digital de crianças e adolescentes

Coordenadora: Cleiane Gonçalves Oliveira Bolsista: Maurício Santos Colaborador: Leandro de Aquino Mendes Texto: Cleiane Gonçalves Oliveira Campus: Januária

da entidade servir

A utilização da informática, logo nos primeiros anos de vida, pode ser um fator de igualdade social, a partir do momento em que permite que crianças menos favorecidas cresçam com a tecnologia, recurso indispensável na sociedade atual. Pelo fato de muitas crianças em situação de vulnerabilidade social não terem computadores em casa, este projeto buscou colaborar em prol da inclusão digital de crianças e adolescentes assistidos pela entidade Servir.

O

projeto de “Inclusão digital de crianças e adolescentes da entidade Servir” permitiu, por mais um ano, que várias crianças assistidas pela entidade pudessem conhecer o mundo da tecnologia. O conceito de inclusão digital é bastante discutido e possui uma dimensão bem profunda: se ela é uma necessidade, então significa que o cidadão deve considerá-la como novo fator de cidadania. Não basta somente ter o acesso, deve-se saber como utilizar a tecnologia, para tirar o melhor proveito possível. Assim, inclusão Revista de Extensão do IFNMG

Turma de crianças em atividades do projeto

digital é um processo que deve levar o indivíduo à aprendizagem no uso das tecnologias da informação e comunicação e ao acesso à informação disponível nas redes, especialmente, àquela que fará diferença na vida de crianças e adolescentes e em toda a comunidade. Desta forma, o projeto de Extensão desenvolvido esteve presente durante seis meses na entidade Servir, para colaborar com a inclusão digital de crianças e adolescentes por ela assistidos. Foram ministradas aulas diárias, todas as semanas, para várias turmas de alunos que já 83


Crianças em atividades lúdicas durante o projeto de Extensão desenvolvido na entidade Servir

são frequentes na instituição e participam de várias outras atividades. O primeiro passo foi identificar os conhecimentos já existentes na área de tecnologias. Observou-se que todos já possuíam um conhecimento básico de hardware e softwares. A partir do conhecimento já existente, foram elaboradas atividades para aprofundar o conhecimento dos

Criança em atividades do projeto. Cada turma possuía no máximo oito alunos, e o instrutor (bolsista) fazia o acompanhamento do desenvolvimento de atividades, aluno por aluno 84

alunos. O atendimento tentou ser o mais personalizado possível. Cada turma possuía, no máximo, oito alunos, e o instrutor (bolsista) fazia o acompanhamento do desenvolvimento de atividades, aluno por aluno. Muitas atividades foram demandadas pelos próprios alunos e pelos professores das outras atividades existentes no Servir, como redação, capoeira e ar-

Instrutor com alunos no Laboratório de Informática do Servir. O propósito do projeto é democratizar o acesso ao mundo digital, a fim de tirar o melhor proveito possível das ferramentas tecnológicas

tesanato. Acreditamos que o projeto logrou êxito ao permitir o aprofundamento do conhecimento de informática por essas crianças e adolescentes, possibilitando-lhes estarem mais incluídos digitalmente. Desenvolvimento pessoal e profissional são algumas das consequências positivas que podem culminar em um desenvolvimento social promissor.

Criança em atividades do projeto

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenadora: Eliane Souza Gomes Brito Bolsista: Danielle Mota Carvalho Voluntários: Josedir Lopes de Araújo Filho e Vanessa Oliveira Araújo Colaboradores: Adailton Vianna Bitencurt, Sandra Marcia Silva Cesar, Claubert Wagner Guimarães de Menezes e Maria Eliete de Souza Texto: Danielle Mota Carvalho Campus: Januária

Projeto

Conscientização e recrutamento de voluntários no monitoramento do Aedes aegypti no município de Januária

O desenvolvimento do projeto “Conscientização e recrutamento de voluntários no monitoramento Aedes aegypti no município de Januária” teve, como objetivos, promover a conscientização e o recrutamento de voluntários no combate ao vetor, investigando métodos de monitoramentos alternativos aos atualmente empregados no município de Januária (MG), de modo a ampliar as possibilidades de combate ao mosquito. Para tanto, foram realizadas rodas de conversa na Escola Estadual Bias Fortes e na Escola Estadual Professora Zina Porto, a fim de verificar o nível de conhecimento dos estudantes envolvidos e, por meio de aplicação de questionários, direcionar as palestras de conscientização e treinamento para reconhecimento e monitoramento de mosquitos Aedes aegypti. Dentre os métodos utilizados, estão as ações interdisciplinares e os jogos para verificação da aprendizagem dos temas abordados.

O

município de Januária tem enfrentado um grande desafio nos últimos anos para conter o avanço da infestação de Aedes aegypti, mosquito transmissor de arboviroses. As medidas atualmente adotadas para contenção das populações de mosquitos vetores são de natureza física, por meio da destruição de focos, associadas a métodos químicos, como inseticidas sintéticos de ação neurotóxica e reguladores de crescimento e larvicidas à base de Bacillus thuringiensis israelenses (Bti). No entanto, esses métodos de Revista de Extensão do IFNMG

controle têm sido pouco efetivos, demonstrando a fragilidade das medidas atualmente adotadas e a crescente necessidade de ampliação de medidas de contenção e/ ou monitoramento de risco deste vetor, dada a agressividade das doenças a ele associadas e sua notável plasticidade ambiental. Trabalhos envolvendo a conscientização da população e capacitações, no sentido de ampliar o número de agentes voluntários no monitoramento de mosquitos, podem representar uma alternativa promissora para o acompanhamento e mapeamento dos fo85


Palestra abordando tema de diferentes métodos de controle do A. Aegypti e os diferentes repelentes contra ele

cos. Foi esse o propósito do projeto intitulado “Conscientização e recrutamento de voluntários no monitoramento Aedes aegypti no município de Januária”. Por meio do projeto, foram realizadas ações de conscientização dos alunos de escolas públicas de Januária (MG), promovendo o recrutamento destes na realização do monitoramento do mosquito Aedes aegypti em seus locais de vivência.

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As ações previstas no projeto foram realizadas com estudantes do ensino fundamental da Escola Estadual Bias Fortes, localizada no Centro da cidade, e estudantes do ensino médio da Escola Estadual Professora Zina Porto, localizada no Bairro Bom Jardim. Foram trabalhados temas relacionados ao mosquito Aedes aegypti por intermédio de palestras, abordando os temas de biologia e características morfológicas dos

mosquitos, com demonstrações práticas, mostrando exemplares de larvas, pupas e adultos de Aedes aegypti, doenças que podem ser transmitidas pelo inseto, métodos de controle e repelentes. Durante a abordagem do tema “monitoramento”, foi realizada oficina de confecção de armadilhas de captura do Aedes aegypti, do tipo mosquitérica, para captura de larvas, ovitrampa, para obtenção de

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Atividades desenvolvidas na I Feira do Conhecimento – Todos Contra o Aedes na E. E. Bias Fortes

ovos e mosquiTRAP, para captura de adultos. Ainda durante o projeto, as equipes pedagógicas das escolas solicitaram a realização de atividades complementares, para avaliar o conhecimento obtido pelos alunos por meio de participação em feiras de ciências. Na Escola Estadual Professora Zina Porto, durante a Feira de Ciências, foram abordados os temas discutidos no decorrer das ativida-

Revista de Extensão do IFNMG

des. A Escola Estadual Bias Fortes solicitou a organização e realização da I Feira do Conhecimento, tendo, como tema, “Todos Contra o Aedes”. O evento contou com a participação do corpo pedagógico da escola, alunos e pais. Durante a feira, os alunos apresentaram trabalhos sobre os temas abordados durante o projeto, por meio de estandes, jogos dinâmicos, vídeos e exposição de fotos das atividades realiza-

das. As atividades foram de suma importância, possibilitando alcançar um número maior de pessoas e compartilhando conhecimentos quanto à identificação e combate ao Aedes aegypti. Com a conclusão do projeto, foi possível observar que o recrutamento e a conscientização alcançaram êxito, não somente com os alunos, mas também com os pais e professores.

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Apresentação do Auto na Catedral de Diamantina

Coordenador: Márcio Adriano Santos Bolsistas: Luciana Rodrigues Costa Voluntários: Cleiton Aves Ferreira e Nicarla Silva Bispo Texto: Luciana Rodrigues Costa Campus: Januária

Cleiton Alves Ferreira

Transplantio das primeiras mudas de alface

Projeto

Implantação, cultivo e manejo de canteiros

de hortaliças e plantas medicinais de produção orgânica, no asilo João XXlll

O projeto foi desenvolvido por acadêmicos do curso de Agronomia do IFNMG – Campus Januária. Foi implantada uma horta no asilo, para produção de hortaliças e plantas medicinais, no sistema de cultivo orgânico, a fim de complementar a alimentação dos assistidos e promover mais saúde e bem-estar aos moradores do Asilo João XXXIII, em Januária/MG.

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Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz

O

projeto de Extensão do IFNMG – Campus Januária, denominado “Implantação, cultivo e manejo de canteiros de hortaliças e plantas medicinais de produção orgânica no Asilo João XXlll”, foi realizado no período de 1º de junho a 30 de novembro de 2017. Como projeto social, a implantação da horta foi executada por acadêmicos do curso de Agronomia do Campus Januária, tendo duração de seis meses. Durante esse período, várias atividades foram desenvolvidas pela bolsista e pelos voluntários do projeto. Entre as atividades, destacam-se: preparo dos canteiros (estruturação, adubação orgânica), preparo das mudas de hortaliças e das plantas medicinais, tratos culturais dos canteiros, transplantio de mudas, irrigação da horta e colheita das hortaliças.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz

Canteiro de hortaliças com boa produção, sendo utilizadas nas refeições diárias, pelos moradores do asilo

A

so, as plantas medicinais cultivadas na horta permitem aos idosos uma melhor qualidade de vida, tendo em vista os benefícios de chás e xaropes que podem ser desenvolvidos a partir das plantas. De acordo com a gerente adminis-

trativa do asilo, Cristiane Dias Lopes Santos, “o projeto desenvolvido foi de suma importância, pois proporcionou aos idosos uma alimentação mais saudável, uma vez que não havia uma horta que produzisse hortaliças para os moradores da instituição”.

Local escolhido para as plantas medicinais Revista de Extensão do IFNMG

Mudas de alface e couve-flor, prontas para o transplantio

Preparo do espaço das plantas medicinais

Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz

Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz

Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz

área escolhida e o público -alvo do projeto foram determinados com propósito de oportunizar, aos idosos do asilo, uma alimentação mais saudável, complementando o cardápio dos moradores da instituição. Além dis-

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Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz

Coordenadora: Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz Bolsistas: Keila Mota Castro e Nathália Rodrigues dos Santos Voluntários: Djonata Dias da Silva, Luzia Teixeira Bispo e Tânia Pereira Costa Colaboradoras: Clarissa do Amaral Azevedo e Sônia Sousa Almeida Rodrigues Texto: Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz Campus: Januária

Domingo com a família dos recuperandos

Projeto

Valorização e reintegração social

através de ações de promoção da saúde e informação

Com o intuito de promover a valorização humana dos apenados da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), do município de Januária (MG), o projeto realizou ações de saúde e palestras diversas, contribuindo com a efetivação do direito à saúde e com a reintegração social dos sujeitos envolvidos.

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Imunização dos recuperandos

Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz

A

s APACs são entidades amparadas constitucionalmente para atuarem nos presídios e visam à recuperação e à reintegração das pessoas privadas de liberdade, tendo, como prerrogativa, a valorização humana. Nesses espaços, a segurança e a disciplina são mantidas por meio da cooperação dos apenados, com o suporte de funcionários, voluntários e diretores das entidades, sem a presença de policiais e agentes penitenciários. Sem perder a perspectiva punitiva da pena, as APACs se constituem em uma alternativa de humanização do sistema prisional e têm conseguido transformar os criminosos em cidadãos capazes de se reintegrarem, plenamente, à comunidade. O objetivo central do projeto foi promover a valorização humana,

com ações de saúde e informações relativas ao mercado de trabalho, a fim de contribuir para a efetivação do direito à saúde e para a reintegração social da população carcerária assistida pela APAC – Januária. As atividades desenvolvidas ao longo do projeto envolveram os recuperandos e funcionários da instituição, e consistiram em: aferição de pressão arterial periódica; verificação de glicemia capilar; imunização contra as doenças tétano, difteria e hepatite B, em parceria com o setor de imunização do município de Januária. Para que pudéssemos alcançar as famílias dos recuperandos, foi agendada uma intervenção, no dia de visitas na instituição, e, nessa oportunidade, aferimos a pressão arterial e oferecemos diferentes orientações sobre saúde.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz

Dinâmica envolvendo cuidados com a saúde do homem

Em prol de uma vida mais saudável e promissora

C

om objetivo de fornecer ferramentas para melhoria da qualidade de vida por meio de adoção de hábitos de vida saudável, do conhecimento de doenças prevalentes no sistema prisional e de medidas para preveni-las, foram feitas palestras sobre tuberculose (a prevalência desta patologia na população carcerária pode ser 50 vezes maior que a média nacional), infecções sexualmente transmissíveis (a população prisional é causa de particular preocupação, pela alta prevalência de HIV, hepatites B e C e outras doenças sexualmente transmissíveis), câncer de próstata (segundo câncer mais comum entre os homens, de acordo com Instituto Nacional do Câncer), alimentação saudável e elaboração de cardápios.

Com o intuito de contribuir com o retorno ao meio social dos condenados assistidos pela APAC – Januária, também foram oferecidas palestras sobre marketing pessoal, elaboração de currículos e como se comportar em entrevistas de emprego – considerando que os egressos do sistema prisional são normalmente excluídos do sistema produtivo, tais informações são importantes para mitigar as dificuldades que surgem em seu processo de ressocialização. Os recuperandos e a equipe de funcionários da APAC – Januária acolheram muito bem o projeto e se mostraram disponíveis em todo tempo. Por ser uma população que, muitas vezes, fica à margem da sociedade, acreditamos que atendê-los nesse projeto foi uma forma de contribuir para a garantia do direito à saúde e para a valorização humana, juntando, dessa forma, o nosso trabalho aos esforços de toda uma equipe que trabalha com a mesma finalidade e com muito respeito.

Em outra perspectiva, o projeto foi uma ferramenta que fortaleceu, entre os alunos envolvidos, a importância prática e social da profissão escolhida, ou seja, a do técnico em enfermagem. Colocar em evidência a formação não apenas técnica e científica, mas política, humanista, ética e social, promove a formação de profissionais que têm a capacidade de agir de forma crítica e reflexiva. De acordo com Keila Mota Castro, bolsista do projeto e aluna do Curso Técnico em Enfermagem do IFNMG – Campus Januária, o projeto foi de grande importância. “O projeto contribuiu muito para a minha formação. A atenção dos funcionários e dos próprios recuperandos com a gente nos deixava ainda mais à vontade para levar novidades para APAC. Sinto-me muito satisfeita por poder contribuir de alguma forma para o bem dessas pessoas e por saber que nosso trabalho foi bem-aceito e valorizado”, afirmou a bolsista. Cooperar com a APAC – Januária e com a ressocialização das pessoas privadas de liberdade, colocando em relevo um dos elementos fundamentais da instituição, a valorização humana, considerada ferramenta precípua para recuperação do apenado, é uma forma de contribuir para a diminuição da violência na região. Além disso, a atividade de Extensão foi fulcral para os alunos envolvidos (re)pensarem o seu papel social e as diferentes possibilidades que a profissão pretendida oferece, para transformar as mais diversas realidades, em distintos espaços e contextos.

Revista de Extensão do IFNMG

Palestra sobre alimentação saudável

Clarissa do Amaral Azevedo

Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz

Parceria entre o IFNMG e APAC

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Distribuição das mudas e informativos à população januarense na feira livre da cidade

Projeto

Coordenador: Aroldo Gomes Filho Bolsista: Paloma Leite Gomes Voluntários: Raniell Inácio Leandro e Geovana Gonçalves Colaboradores: Claubert Wagner Guimarães de Menezes e Waldomiro Rodrigues Borba Júnior Texto: Paloma Leite Gomes Campus: Januária

Hortaliças não convencionais: resgatando a cultura dos sabores tradicionais Zeleo Fotografia

As hortaliças são plantas de suma importância para o fornecimento, principalmente, de vitaminas, sais minerais e fibras. Algumas delas também servem como fonte de carboidratos e proteínas. A importância das hortaliças não convencionais está relacionada ao fato de serem muito tolerantes a pragas e doenças, pouco exigentes em termos de adubação, fácil cultivo e são altamente nutritivas. Outra característica importante dessas hortaliças é que, em razão da rusticidade de muitas espécies, a necessidade de uso de agrotóxicos é mínima ou até dispensável. Além de fazerem parte da cultura local e da culinária tradicional, elas desempenham papéis múltiplos na dieta, não somente por conter nutrientes específicos, mas também por adicionar aroma, cor e textura, fatores que contribuem para a caracterização popular e cultural de cada região. Sendo assim, o projeto objetivou fomentar o hábito popular do cultivo de hortaliças não convencionais, assim como o seu consumo, visando ao resgate da cultura tradicional, bem como à garantia da segurança alimentar, saudável e de acesso popular.

O

projeto “Hortaliças não convencionais: resgatando a cultura dos sabores tradicionais” foi realizado em Januária, com o intuito de resgatar o hábito popular do cultivo e consumo de hortaliças não convencionais, visando ao resgate da cultura tradicional e à garantia da segurança alimentar, saudável e de acesso popular. O local escolhido para concretizar os objetivos do projeto foi a feira livre, que acontece, tradicionalmente, aos sábados, em instalação próxima ao terminal rodoviário da cidade de Januária. O coordenador do projeto, o professor Aroldo Gomes Filhos, explica

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Distribuição das mudas e informativos à população januarense na feira livre da cidade

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


que a bolsista Paloma Leite Gomes e os voluntários Geovana Gonçalves e Ranielll Inácio Leandro desenvolveram, no Campus Januária, uma horta orgânica composta por nove espécies: alho-poró (Allium ampeloprassum), batata yacon (Polymnia sonchifolia), beldroega (Portulaca oleracea L.), jambu (Spilanthes oleracea), manjericão (Ocimum basilicum L.), maxixe (cucumis anguria L.), ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata), orégano (Origanum Vulgare) e peixinho (Stachys lanata). O ciclo das culturas foram de, aproximadamente, três meses. Só depois disso, foi organizada uma exposição das hortaliças, a fim de

entregar mudas ao público-alvo do projeto. “A proposta não era só entregar as mudas, mas, sobretudo, explicar para a população a importância da inserção das hortaliças na alimentação do dia a dia. Por isso, conscientizamos a população sobre as propriedades nutricionais e fitoterápicas de cada espécie”, esclareceu a bolsista Paloma. Para tal explicação, foram confeccionados folders para cada hortaliça não convencional, sendo os mesmos distribuídos junto com as mudas doadas. Com a ação, a equipe do projeto visou ainda fomentar o cultivo de hortaliças não convencionais e

plantas medicinais pelas famílias januarenses, já que as mudas também poderiam ser partilhadas entre vizinhos, amigos e parentes. “Foi um enorme prazer, ganhar as mudas das hortaliças e, assim, poder conhecer mais sobre suas utilidades. Quando cheguei em casa, já plantei o mais rápido possível e logo já pude compartilhar as mudinhas com minhas vizinhas”, disse Maria dos Anjos. Cristina Lopes recebeu uma muda de sua vizinha Maria dos Anjos e plantou no quintal de sua casa. “Plantei com maior carinho e pretendo compartilhar com meus amigos e familiares também”, afirmou Cristina Lopes.

Produção de mudas das hortaliças não convencionais pela bolsista Paloma e voluntario Raniell no viveiro de mudas do IFNMG campus Januária

Resgate cultural O consumo de hortaliças pode ser desenvolvido numa instituição de ensino, com o envolvimento dos alunos. A horta pode assumir um papel importante no resgate da cultura alimentar de cada região. Muito mais que um alimento com propriedades nutricionais, nas hortaliças não convencionais encontram-se a cultura local, bem como os saberes e fazeres, associados à união das vivências Revista de Extensão do IFNMG

e experiências, como memórias das gerações e da região. Diante disso, a produção desses alimentos é uma arte construída ao longo do tempo, por meio de lembranças da tradição familiar. Ações que visem incentivar o resgate do cultivo e o consumo de hortaliças, particularmente, de variedades locais – as hortaliças não convencionais – são importantes para a diversidade e riqueza da dieta das populações e perpetuação de bons hábitos

alimentares, o resgate da cultura popular e a melhoria da qualidade de vida das populações consideradas socialmente em risco. Ainda há que se ressaltar a valorização do patrimônio sociocultural do povo brasileiro. A cultura é o maior patrimônio de qualquer civilização, e a alimentação, com seus pratos típicos e hábitos alimentares saudáveis, é de fundamental importância para a perpetuação das relações culturais existentes nas diversas regiões. 93


Projeto

Coordenadora: Aline Caciquinho Santos Ferreira Bolsista: Bárbara Ohana Corrêa Silva Colaboradores: Clarissa Amaral do Azevedo, Edson Morais Ataide , Dalila Pereira Soares, Maria Cândida Dourado Pacheco, Glenda Araújo Matos Leite, Warley A. Mota, José Aparecido Soares, José Áureo Almeida e José Antônio Martins Filho Texto: Aline Caciquinho Santos Ferreira e Bárbara Ohana Corrêa Silva Campus: Januária

do lar de idosos João XXIII

Zeleo Fotografia

Melhor idade em ação Idosos em situação de vulnerabilidade

O projeto “Melhor idade em ação” foi idealizado a fim de contribuir para a melhoria da saúde mental e para a promoção da qualidade de vida e do bem-estar dos idosos assistidos pelo Lar dos Idosos João XXIII. O objetivo foi alcançado por meio de ações multidisciplinares e com o apoio de profissionais de diversas áreas.

O

projeto de Extensão “Melhor Idade em Ação” atende idosos do Lar João XXIII, que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Com o objetivo de informar a sociedade sobre a importância dos idosos em asilamento e trazer melhorias na qualidade de vida do público supracitado, o projeto foi executado entre os meses de julho e dezembro de 2017, no município de Januária (MG). Foram diversas atividades executadas: rodas de conversas, dinâmicas, atividades terapêuticas ações de saúde, ações internas e externas de lazer, atividades sustentáveis, confraternizações, entre outras. Os idosos demonstraram muita satisfação pela existência do projeto, como citou a idosa Maria Rodrigues: O projeto Melhor Idade em Ação trouxe mais alegria para nosso lar”. Ela disse ainda que a estagiária Bárbara Ohana é muito dedicada e

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


dispensa, a todos os idosos, muita atenção, além de realizar atividades que agradam a todos. Para os estagiários do projeto, foi muito gratificante executá-lo: A troca de vivência e afeto com os idosos acrescenta, de forma significativa, em minha vida. O vínculo criado com os idosos e funcioná-

Revista de Extensão do IFNMG

rios contribui muito para a minha formação pessoal, afirmou Bárbara Ohana. A coordenadora do projeto, Aline Caciquinho, ressalta que as ações foram um sucesso por terem partido de iniciativas da parceria entre a equipe multidisciplinar do IFNMG – Campus Januária, coorde-

nação do Lar e demais colaboradores. “O excelente relacionamento com todos do Lar, a credibilidade a nós dispensada e, especialmente, a reciprocidade dos idosos, proporciona-nos momentos de aprendizado, e a troca de experiência nos faz seres humanos melhores”, defendeu.

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Zeleo Fotografia

Os cursos de informática foram ministrados por alunos do curso superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e do Curso Técnico em Informática integrado ao ensino médio, do IFNMG – Campus Almenara

Projeto

Cidade Nova Digital II

Coordenador: Thiago Bicalho Ferreira Bolsistas: Clévisson Ribeiro da Cruz e Guilherme Queiroz Voluntários: João Victor Gonçalves Ferreira e Andressa Monteiro Carvalho, Salomão Souza Silva, Marcus Vinícius Ferreira e Gabriel Souza Colaboradores: Marcos Aurélio Madureira de Carvalho e Ruth Gonçalves Saboia Rocha Texto: Clévisson Ribeiro da Cruz Campus: Almenara

O projeto “Cidade Nova Digital II” surgiu com o objetivo de propor uma solução à falta de conhecimento e de oportunidades, no que diz respeito à área da informática, ofertando cursos, do básico ao avançado, para a população do bairro Cidade Nova, em Almenara (MG). Usando software livre, bem como suas ferramentas para o ensino, os cursos foram oferecidos na modalidade presencial. Os alunos do Curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio e os do curso superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (TADS) do IFNMG – Campus Almenara foram os responsáveis pela condução das aulas.

N

a cidade de Almenara, Minas Gerais, o nível de conhecimento em informática é ínfimo, tendo em vista que, na cidade, as oportunidades de capacitações nessa área são limitadas. Diante desse cenário, uma parceria entre o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Almenara e a Escola Estadual Joviano Naves culminou no projeto “Cidade Nova Digital ll”. O projeto teve como objetivo a oferta de cursos básicos e avançados na área de informática para a comunidade do bairro Cidade Nova. Os trabalhos foram realizados durante sete

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meses. O primeiro mês foi dedicado à preparação do ambiente de trabalho (configuração do laboratório Joviano Naves), divulgação do projeto no bairro Cidade Nova e inscrições dos alunos. As aulas ocorreram nos seis meses seguintes. Os cursos de informática foram ministrados por alunos do curso superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e do Curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio, do IFNMG – Campus Almenara. Os cursos de informática foram divididos em três módulos. Cada

módulo teve duração aproximada de dois meses. O conteúdo programático foi dividido em três módulos, sendo: a) Módulo 1: digitação; História da computação; Noções de funcionamento dos computadores (hardware, software e acessórios, sistemas operacionais); Linux ou Windows; b) Módulo 2: digitação; processadores de texto, empregando, adequadamente, os recursos oferecidos pelo aplicativo específico (editores de texto); utilização e conceitos de Internet, Intranet e Extranet; c) Módulo 3: planilhas de cálculos, utilizando, adequadamente,

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Raíssa Soares

No laboratório de informática da escola foi utilizado nas aulas o software livre Linux Educacional e suas ferramentas

os principais recursos de planilhas eletrônicas; apresentações multimídias, utilizando, devidamente, os principais recursos de softwares de apresentação. No laboratório de informática da escola, foi utilizado, nas aulas, o software livre Linux Educacional e suas ferramentas. Todo o empenho dos professores

e alunos teve, como meta, desenvolver técnicas e habilidades nos alunos quanto à utilização dos softwares do sistema Linux e seus aplicativos, por meio de metodologias teóricas e práticas, fornecendo capacitação e permitindo a inclusão social, com o uso dos conhecimentos adquiridos no curso em seus cotidianos. Com a conclusão do curso, a po-

pulação do bairro Cidade Nova, em Almenara (MG), obteve acesso ao conhecimento necessário para utilização de computadores e seus recursos. Assim, não há dúvidas de que projeto contribuiu para o desenvolvimento social do bairro, uma vez que saber usar as tecnologias ligadas à informática é necessário em qualquer profissão.

Clévisson Ribeiro

Turma do curso de informática, período noturno. O curso foi possível graças a uma parceria entre o IFNMG – Campus Almenara e a Escola Estadual Joviano Naves

Revista de Extensão do IFNMG

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Lorena R. Rocha

Comemoração do Dia das Mães, com a participação da enfermeira Regiany Lopes Ferraz, obstetra do Hospital Deraldo Guimarães (HDG)

Projeto

Grupo de gestantes mães do Vale: estratégia para educação em saúde no pré-natal

O grupo de gestantes “Mães do Vale” representa uma estratégia metodológica baseada nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), que visa desenvolver ações educativas voltadas às gestantes que realizam acompanhamento pré-natal na Unidade de Saúde da Família (USF) e que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Além disso, o grupo possibilita que os discentes do Curso Técnico em Enfermagem ampliem seus conhecimentos práticos e teóricos sobre gestação e puerpério, despertando uma visão abrangente sobre a importância da educação em saúde para uma assistência humanizada e holística.

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Gestante com boneco anatômico, praticando cuidados com recém-nascido

Cleide M. Caires

O

grupo de gestantes “Mães do Vale” nasceu no ano de 2016, a partir de uma necessidade observada no estágio curricular obrigatório, realizado pelos estudantes do Curso Técnico em Enfermagem, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Almenara, Minas Gerais. Os profissionais atuantes nas UBS alertaram para a ausência de um grupo de gestantes ativo nas comunidades, e que esta necessidade refletia uma lacuna na realização das atividades de educação em saúde voltada às mulheres que já utilizavam os serviços de saúde para outros serviços, como o pré-natal. Tendo por objetivo atender as premissas do Ministério da Saúde, em propiciar ações educativas e

Coordenadora: Daiane Prates Mendonça Bolsistas: Lorena Ramos Rocha e Cleide Maria Caires Voluntária: Andreia Israel Araújo Colaboradores: Eyleen Nabyla Alvarenga Niitsuma, Uendel Gonçalves de Almeida e Regiany Lopes Ferraz Texto: Daiane Prates Mendonça, Eyleen Nabyla Alvarenga e Uendel Gonçalves de Almeida Campus: Almenara

fortalecer as práticas educativas em espaço coletivo para as mulheres no período gestacional e almejando a uma melhor qualidade de vida para o binômio mãe-filho, o projeto de Extensão, em seu segundo ano de execução, proporcionou o despertar do sentimento de segurança, com respeito ao período gestacional, parto e puerpério e às situações cotidianas da vida de mais mulheres. O projeto foi executado por meio da troca de experiências entre primigestas (primeira gestação), multíparas (mais de uma gestação) e profissionais de saúde. O grupo também participou de um momento de socialização e valorização da mulher, ocasião em que as participantes também atuaram como educadoras.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Ericles C. Pereira

Último dia do grupo de gestantes, confraternização com entrega de brindes doados pelos estudantes e colaboradores do projeto

N

o ano de 2017, os encontros do grupo ocorreram entre os meses de abril a dezembro, na sala de reuniões da Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro Cidade Nova, nas quintas-feiras à tarde. A equipe multiprofissional, composta por enfermeiro, psicólogo, fonoaudiólogo, agentes comunitários de saúde, entre outros, do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e da Equipe de Saúde da Família (ESF) participaram efetivamente. Nesse ano, o grupo também teve a participação ativa de uma enfermeira obstetra, que contribuiu nas orientações e na troca de saberes sobre o parto e puerpério. Ainda em 2017, o grupo contou com a participação de 172 mulheres (gestantes e puérperas) e de um homem durante os encontros. Cabe destacar que, nos encontros iniciais, houve pouca adesão e frequência das gestantes, o que não prejudicou o processo de consolidação

do grupo e o andamento das atividades propostas. Por outro lado, pode-se perceber a receptividade, a demonstração de interesse e o envolvimento por parte dos que se faziam presentes nos encontros, o que reforçou a relevância do desenvolvimento das ações educativas à população. Segundo o professor Uendel Gonçalves de Almeida, as ações educativas de prevenção e promoção da saúde permitiram que as gestantes refletissem criticamente e fizessem questionamentos. Por meio dessa troca de experiências, as gestantes demonstraram tranquilidade para o enfrentamento das dificuldades e receios que cercam o trabalho de parto e o puerpério. O grupo também possibilitou ampliar a autonomia das mulheres na busca por uma melhor assistência, uma vez que reforçou os direitos da gestante e da parturiente, que são garantidos pela legislação. A coordenadora do cur-

so Técnico em Enfermagem, Eyleen Nabyla Alvarenga Niitsuma, destaca que a inserção dos estudantes nas atividades do grupo permitiu a vivência de um novo aspecto do cotidiano profissional e o aprendizado acerca da valorização do vínculo entre comunidade e equipe, baseado no respeito e no diálogo com os saberes e as tradições populares. A coordenadora do projeto, Daiane Prates Mendonça, ressalta que, com o desenvolvimento do trabalho, foi possível contemplar os pilares do Ensino, da Pesquisa e da Extensão, envolvendo o IFNMG e a comunidade. A fim de compartilhar os diferentes aspectos das experiências vivenciadas no grupo “Mães do Vale”, nestes dois anos de execução e possibilitar a reflexão sobre o trabalho de educação em saúde com grupos na comunidade, foram elaborados trabalhos científicos, para apresentação no Seminário de Iniciação Científica (SIC) de 2018 no IFNMG.

Revista de Extensão do IFNMG

Encontro com a participação da fonoaudióloga Geisie André Sena

Cleide M. Caires

Daiane P. Mendonça

Dinâmica de grupo

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Coordenador: Rômulo Lima Meira Bolsista: Karolaine Pinheiro de Oliveira Voluntárias: Nathany Almeida Leal e Andressa Marques Silva Colaborador: Jandresson Dias Pires Texto: Rômulo Lima Meira Campus: Almenara

Projeto

Educação Ambiental para Crianças Um dos objetivos do projeto “Educação ambiental para crianças” foi criar meios para proporcionar a conscientização dos alunos da Educação Infantil acerca do meio ambiente, desenvolvendo, de forma lúdica, a construção de atitudes para a preservação e o desenvolvimento sustentável. A Educação Ambiental (EA) pode ser desenvolvida e vivenciada em diferentes espaços, sobretudo nas escolas, onde o ambiente é propício para a aprendizagem, o conhecimento e a mudança de comportamento. Após estudos e elaboração de atividades lúdicas, uma próxima etapa do projeto é levar os materiais produzidos para os alunos de uma comunidade escolar e conscientizar esses sujeitos da importância de se falar em natureza sustentável.

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preservação do meio ambiente é uma questão essencial para a sociedade moderna. Entretanto, ter atitudes sustentáveis que colaborem efetivamente com a preservação dos recursos naturais tem sido um grande desafio para a humanidade. Uma das ações necessárias que o ser humano deveria ter hoje é a de preservar o meio ambiente. Assim, a ideia do projeto “Educação ambiental para crianças” foi destacar a necessidade de criar alternativas para promover a educação ambiental no espaço escolar, constituindo um processo educativo contínuo e permanente, fortalecendo a capacidade do aluno de refletir e de criar mecanismos que o auxiliem a pensar na importância do meio ambiente para a sociedade. Entende-se por educação am-

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biental “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a con-

servação do meio ambiente” (art. 1º da Lei nº. 9.795, de 27. abr.1999). Nesse sentido, o projeto busca destacar uma das atribuições da escola, que é exatamente transformar a comunidade local por meio de debates que adotem temáticas de cunho socioambiental e que apresentem um impacto expressivo na sociedade, criando momentos de diálogo, que possibilitem a reflexão sobre o papel dos cidadãos na preservação do meio ambiente. A educação ambiental na escola tem o papel de fazer com que o aluno abra os olhos para a natureza e os graves problemas causados pelas transformações humanas. O ser humano, afinal, também é parte da natureza, depende dela para viver, e acaba sendo prejudicado por muitas dessas mudanças, que degradam sua qualidade de vida.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Rômulo Meira

Planejamento da produção de materiais educativos


Rômulo Meira

Alunas pesquisando sobre o meio ambiente

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ão só no município de Almenara, mas em grande parte das cidades, os espaços verdes (praças, sítios, jardins) estão sendo substituídos pelo concreto e, com isso, vem diminuindo o contato direto da criança com alguns elementos da natureza, ou seja, as crianças passam a ter espaços cada vez mais restritos para o contato com o meio ambiente, sendo obrigadas a ficar dentro de casa, tendo apenas a tecnologia como fonte de divertimento. Essa realidade citada interfere no aprendizado sobre os aspectos e elementos naturais do planeta, ao ponto de muitas crianças nunca terem tido contato com a terra, ou nunca terem visto uma galinha de verdade ou não saberem de onde vem o leite que tomam (e é provável que algumas delas respondam que vem da caixinha mesmo!). Assim, as crianças bem informadas sobre as questões ambientais poderão ser adultos mais preocupados com o meio ambiente e poderão colaborar em casa com os conhecimentos adquiridos na escola. O projeto de Extensão pensou a

Revista de Extensão do IFNMG

Educação Ambiental como um conjunto de conhecimentos fundamentais aos alunos da Educação Infantil, especificamente, de uma escola do município de Almenara, que selecionaremos, em 2018, para a aplicação dos materiais desenvolvidos pelas alunas Karolaine Pinheiro, Nathany Almeida e Andressa Marques em 2017. Por meio de atividades lúdicas (jogos, histórias, músicas, vídeos) pesquisadas em literatura sobre os temas, pretendemos levar informações sobre a importância de cada indivíduo em colaborar com a preservação do meio ambiente. Como Salera Júnior (2008) relata, “praticar Educação Ambiental é, antes de mais nada, gostar de si, do seu próximo e da natureza à nossa volta. É reconhecer a necessidade de vivermos em harmonia com a terra, as águas, as plantas, os animais e todas as demais formas de vida”. Nesse sentido, na educação infantil, é essencial que os temas sejam abordados de forma lúdica, por meio de jogos simbólicos e do faz de conta. Deve-se trabalhar não só com a fantasia e a imaginação, mas

também com a observação, as comparações, as medidas, os registros escritos, os desenhos, as modelagens e as colagens. A proposta do projeto de extensão é possibilitar a atividade educativa como uma ação que venha ampliar o universo cultural das crianças da Educação Infantil, levando-as a compreender a realidade, capacitando-as a agir de modo transformador e consciente na comunidade onde vivem. O primeiro passo para a realização da Educação Ambiental é identificar as representações sociais das pessoas envolvidas e, no caso das escolas, identificar as concepções de ambiente das crianças e jovens, observando o local onde vivem como um espaço construído socialmente, sendo este parte do ambiente, que inclui o mundo natural e o mundo social. Quanto mais cedo a temática da Educação Ambiental for abordada com as crianças, maiores as chances de despertarem a consciência pela preservação. Por isso, a educação para uma vida sustentável deve começar já na pré-escola. 101


Coordenador: Josué Reis Batista Júnior Bolsistas: Weider Ramos Pereira e Katielly Maria Gonçalves Dias Voluntário: Daniel Rodrigues Martins Colaboradores: Valdinice Ferreira da Mota e Graciele de Miranda Monteiro Campus: Arinos

Projeto

Capacitação

para execução da chamada pública do programa nacional de alimentação escolar

O projeto teve como objetivo realizar uma capacitação para execução da chamada pública do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), para os agricultores familiares, a fim de desenvolver um grupo de apoio e orientação, a partir da chamada pública, contribuindo para minimizar as deficiências encontradas na agricultura familiar no que se refere à execução das chamadas do programa. Para atendimentos aos objetivos, foi criado um grupo de trabalho e apoio para os agricultores familiares, a fim de ampliar a participação dessas famílias nas chamadas públicas das instituições públicas do município de Arinos. O propósito consistiu, ainda, em contribuir para a redução das deficiências que atingem os agricultores familiares dessa região. Podemos também destacar, como objetivo, o auxílio nos processos jurídicos e formais para participação nas chamadas públicas do PNAE, fortalecendo a comercialização dos produtos da agricultura familiar da região.

O

s bolsistas tiveram a orientação dos parceiros que já possuíam um entendimento da lei, ficando todo o processo registrado em atas. Durante o período de preparação, foram necessárias capacitações técnicas sobre as prerrogativas da Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, que institui o PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar. Para o cumprimento dos objetivos, diversas parcerias foram firmadas, houve o envio de convites aos agricultores familiares para participarem da capacitação, além da divulgação das chamadas públicas, por telefone e visitas in loco.

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Reunião de parceiros

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Participação de agricultores na Chamada Pública da Prefeitura de Arinos

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urante a execução do projeto, pôde-se acompanhar e capacitar os agricultores familiares, para que estes participassem da Chamada Pública nº 001/2017, realizada pela Prefeitura Municipal de Arinos, resultando na venda de R$ 171.448,29 de produtos desses agricultores, totalizando 80% dos recursos destinado à Prefeitura, pelo Programa PNAE, no ano de 2017 (Gráfico 2). Por meio deste valor, comparado ao exercício de 2016 (Gráfico 1), no qual foram executados R$ 88.183,29 (Gráfico 2), percebe-se que, com o projeto de Extensão, foi possível obter uma variação significativa de 94%, superando, significativamente, o valor cumprido no ano anterior. São números relevantes, frente às dificuldades enfrentadas pelos produtores, que puderam contar com o auxílio da equipe do projeto.

Visita à Feira da Agricultura Revista de Extensão do de IFNMG Familiar do município Arinos

Chamada Pública para o PNAE da Prefeitura de Arinos-MG (2016)

Chamada Pública para o PNAE da Prefeitura de Arinos-MG (2017)

44% Chamada Pública Deserto

Projeto e Copabase Deserto

80% 20%

56% Gráfico 1 - Chamada Pública da Prefeitura Municipal de Arinos em 2016

Gráfico 2 - Chamada Pública da Prefeitura Municipal de Arinos em 2017

Período de realização Descrição das atividades

Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro

1 – Identi cação dos colaboradores 2 – Reconhecimentos do grupo de trabalho 3 – Preparação do grupo de trabalho 4 – Convite e divulgação 5 – Capacitação dos agricultores

Público-alvo: famílias que praticam agricultura familiar, representada por seis agricultores, durante a execução do projeto.

Esses números só foram possíveis com a participação e apoio de várias parcerias firmadas. Entre elas, destacamos: Prefeitura de Arinos, Cooperativa da Agricultura Familiar Sustentável com base na Economia Solidária Ltda (Copabase), Agência para o Desenvolvimento Econômico e Social de Arinos – MG (ADESA), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais: Microrregião Grande Sertão Veredas (Sebrae) e o Consórcio de Saúde e Desenvolvimento dos Vales do Noroeste de Minas (Convales). 103


Coordenadora: Andréia de Paula Viana Bolsista: Marina Melliny Guimarães de Freitas Voluntário: Lucas André Xavier Colaboradores: Alessandro de Paula Silva, Aurélio Marques de Oliveira, Nathalia Bastos Lima de Andrade, Patrícia Nery Silva Souza, Rogério Alves Amorim e Sejana Artiaga Rosa Texto: Andréia de Paula Viana, bolsista e equipe de colaboradores Campus: Salinas

Produção de hortaliças na propriedade do Geraldo Braz

Projeto

Produção orgânica como uma realidade possível para o Norte de Minas

Zeleo Fotografia

O objetivo do trabalho foi fazer um diagnóstico socioeconômico dos agricultores familiares de uma comunidade rural do município de Salinas, bem como um resgate das suas práticas tradicionais de produção, de forma a possibilitar a análise de quais famílias apresentam predisposição para práticas agroecológicas de produção de alimentos orgânicos.

E

ste projeto foi concebido como uma resposta às demandas apresentadas num encontro entre representantes do IFNMG – Campus Salinas, das comunidades rurais, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente e lideranças religiosas. O objetivo principal do encontro foi a construção de propostas que fortalecessem a cultura socioambiental voltada para a preservação e conservação do meio ambiente, conversão agroecológica e valorização de produtores familiares da região do município de Salinas. Posteriormente, por meio do diálogo entre a equipe de colaboradores do projeto, representantes do STR e da Emater, além de algumas visitas aos agricultores, observouse uma maior disponibilidade inicial nas comunidades rurais de Canela Dema e Serra dos Bois, tendo sido

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Prof.ª Andréia de Paula com o produtor Geraldo Braz

a primeira identificada a que possuía maior potencial produtivo e de comercialização, o que levou ao desenvolvimento do trabalho com ela. A partir de um melhor conhecimento da comunidade, pretendiase introduzir os conceitos que envolvem a agricultura orgânica como uma possibilidade de conversão das práticas convencionais para práticas agroecológicas de produção de alimentos. O diagnóstico foi iniciado por meio da aplicação de um questionário desenvolvido pela equipe do IFNMG, respondidos por escrito, além de visitas às unidades de produção, o que permitiu o conhecimento da realidade, disponibilidade e abertura dos agricultores aos temas agroecologia e produção orgânica. A comunidade de Canela Dema possui, em sua infraestrutura, uma igreja, uma escola, transporte escolar e coletivo, área de lazer com campo de futebol, uma unidade de produção de farinha de mandioca

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Encontro Produção Orgânica: uma realidade possível para o Norte de Minas

e um agente de saúde, que atende essa região. Observou-se pouco interesse nas atividades propostas pelo projeto, uma vez que, num universo de 90 famílias pertencentes à comunidade, apenas 13 participaram, sendo que as mesmas possuem um total de 59 integrantes, indiretamente atingidos pelo trabalho e 29 pessoas que trabalham diretamente na produção. As atividades de agricultura desenvolvidas no entorno dessa região são de característica predominantemente familiar, sendo que, no município de Salinas, as famílias estão organizadas em associações, por região. Segundo as respostas obtidas, a grande maioria dedica-se ao cultivo de hortaliças, em geral, milho, feijão e mandioca. Outros itens foram citados, como frutas diversas, destacando-se a banana, além da criação de galinhas, vacas leiteiras e suínos. Entre as técnicas de cultivo, os produtores utilizam, principalmente, as manuais, irrigação e adubação orgânica. Apenas Revista de Extensão do IFNMG

uma pessoa admitiu o uso de agrotóxicos e adubos químicos. Os insetos foram citados como o principal problema enfrentado na agricultura. Alguns produtores observaram também a dificuldade em comercializar seus produtos, como disse o Sr. Geraldo Braz: “Tenho problemas com os besouros na produção de alface, e vendo bem menos porque não consigo competir com outros produtos maiores e mais bonitos”. Todos os produtores comer-

cializam sua produção no Mercado Municipal de Salinas. Entre os problemas ambientais observados por eles, os mais citados foram o desmatamento e assoreamento dos rios. Outros problemas também foram relatados, como a perda de solo por processos erosivos, perda das qualidades físicas e químicas do solo, falta de água, drástica diminuição ou, até mesmo, ausência de matas ciliares, extração de areia, poluição e presença de lixo.

Elaboração de calda de mamona

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Prática de compostagem, conduzida pelo técnico do IFNMG – Campus Salinas, Aurélio Marques e Adenilson de Freitas, técnico da Emater-MG

Além dos muros do IFNMG

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oi promovida uma ação de mobilização na comunidade, com o tema “Produção Orgânica: Uma Realidade Possível para o Norte de Minas”, na qual o técnico da Emater do município de Coronel Murta, Adenilson de Freitas, proferiu uma palestra sobre agroecologia e técnicas de produção orgânica de alimentos. O evento contou ainda com a participação do Frei Pedro, idealizador do Projeto Transformação, Justiça Sócio -Ambiental Salinas-MG e Sebastião Cézar Ferreira, técnico da Emater do município de Salinas. O técnico do IFNMG Aurélio Marques conduziu as práticas de compostagem e produção de calda de mamona. O evento de culminância foi o Encontro de Educação no Campo e Agroecologia, realizado em novembro de 2017. Este teve início com visitas às unidades de produção e, posteriormente, houve um momento de reflexão sobre a “mãe Terra”, no qual reverenciamos o mistério da nossa

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existência, com gratidão aos frutos que a natureza nos oferta, o dom da vida e, com humildade, o nosso lugar na natureza. Em seguida, realizou-se a dinâmica da “Linha do Tempo”, com o objetivo de resgatar a tradição e a história da comunidade de Canela Dema, a partir do olhar dos próprios agricultores. Este momento foi muito enriquecedor e trouxe à tona sentimentos e fatos vivenciados, desde o início da comunidade até os dias atuais, numa trajetória marcada por uma estreita relação com o campo, mas também pela influência política em torno de políticas públicas diversas e falta de incentivo, o que têm gerado uma falta de união e desinteresse de alguns neste processo. Rogério Amorim, colaborador da equipe do IFNMG, fechou o evento com uma palestra sobre a importância da agroecologia e apresentação de vídeos com relatos de pequenos produtores que obtiveram a certificação de orgânicos, com o objetivo de sensibilizar e motivar os agricultores familiares a buscarem se organizar em torno deste novo caminho.

As famílias acompanhadas pelo projeto possuem potencial para a produção de alimentos orgânicos e sensibilidade aos temas agroecologia, saúde e respeito ao meio ambiente, uma vez que mantêm hábitos manuais de pequenos produtores, com pouca ou nenhuma utilização de produtos químicos, mas necessitam de apoio e motivação para se organizarem. É de extrema relevância, dada a sua importante contribuição na produção de alimentos do país, à criação de metodologias de consolidação e ampliação de políticas públicas voltadas ao fortalecimento econômico da agricultura familiar. Mais importante ainda é a urgente e necessária mudança de práticas convencionais de agricultura para práticas agroecológicas, à produção de alimentos mais saudáveis, principalmente, na região do município de Salinas, região Norte de Minas Gerais, de forma a acompanhar as demandas locais e regionais. Dentro deste panorama, é indispensável a criação de projetos voltados para a agricultura familiar na região de Salinas.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Extensão Tecnológica

Revista de Extensão do IFNMG

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Coordenador: Leonardo Luiz Silveira da Silva Bolsista: Breno Rafael Santos Aguilar Colaborador: Alfredo Costa Texto: Leonardo Luiz Silveira da Silva Campus: Salinas

Projeto

Análise e mapeamento do perfil dos hóspedes da rede hoteleira de Salinas-MG

O projeto em questão analisou e mapeou o perfil dos hóspedes da rede hoteleira de Salinas-MG, a partir de uma investigação científica realizada no âmbito de um projeto de Extensão, que teve, como duração, o período compreendido entre maio e setembro de 2017. Partindo da premissa de que os dados acerca da rede hoteleira contribuem, de forma importante, para a análise espacial, a pesquisa traçou um perfil geográfico do hóspede do município de Salinas-MG, identificando também as profissões dos mesmos e as diferenças nas ocupações dos hotéis durante os dias de semana e entre os meses investigados. A pesquisa permitiu, por meio da análise das características da cidade investigada e dos fluxos identificados, a realização de inferências acerca das funções e das posições urbanas, utilizando as redes como elementos-chave na análise espacial.

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pesquisa apresentou importantes considerações acerca dos fluxos de hóspedes, de acordo com os dias da semana, sua procedência e suas profissões. Estas informações são muito importantes para a execução de um plano estratégico, por parte dos estabelecimentos de hotelaria, que leve em conta o perfil do seu cliente. Mais que isso, a pes-

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quisa pode fazer importantes apontamentos de ordem geográfica. O aparente cosmopolitismo concentrador de fluxos de Salinas-MG, nas sextas e nos sábados, primordialmente associado à busca pelos serviços do setor terciário, possui uma face escancarada pela pesquisa: o maior movimento da cidade contrasta com o maior esvaziamento dos hotéis. A explicação se dá

pela grande quantidade de ônibus oriundos de localidades situadas no raio de atração de Salinas-MG e que chegam e partem no mesmo dia, executando a tipologia de migração pendular. Assim, podemos concluir que a clientela do comércio varejista pouco contribui para o aumento da taxa de ocupação dos hotéis. Contudo, a grande presença de representantes comerciais

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


mostra outra face do comércio da cidade. Nesta, ocorre uma real contribuição para a rede hoteleira, já que esses representantes são os principais clientes dos hotéis salinenses. Outrossim, considerando que os representantes comerciais e técnicos são as profissões que mais frequentam os hotéis de Salinas-MG, é plausível posicionar a cidade-alvo da pesquisa como periférica nas redes de produtos industrializados e no atendimento técnico, constituindo-se, primordialmente, como um centro servido e não servidor. A função de pouso, diretamente associada à posição urbana de Salinas-MG, é percebida como atuante nas férias escolares de julho, quando ocorre o aumento do fluxo da MG-251. Os equipamentos educacionais presentes em Salinas-MG não são suficientes para mudar a Revista de Extensão do IFNMG

realidade dos hotéis investigados (com diárias acima de 70 reais). Contando com cerca de 74% de toda a origem residencial pesquisada, o Estado de Minas Gerais exerce a primazia, frente às demais unidades da federação. A partir da localização de Salinas-MG, próxima ao limite entre Minas Gerais e a Bahia, era de se supor que a origem municipal do hóspede da cidade mineira pudesse indicar a presença de expressivos fluxos frente ao estado vizinho em questão. Contudo, como apontam diversos indicadores de polarização de ordem econômica, são os tentáculos das redes que partem de São Paulo que se fazem mais visíveis, como ocorre em diversas regiões do Brasil. O estado de São Paulo apresenta-se mais presente na hotelaria de Salinas-MG do que qualquer outra unidade da federação. Há

de se lembrar, ainda, a posição geográfica de Minas Gerais frente a São Paulo: o primeiro serve como passagem rodoviária, no que tange aos fluxos entre o nordeste e o principal centro econômico brasileiro. Ademais, a pesquisa posicionou a cidade de Montes Claros como aquela que estabelece relações mais fortes com Salinas-MG, o que pode ser reforçado por meio de pesquisas apuradas e com variáveis diversas, a partir da posição da primeira como um nó importante de articulação das redes de serviços intraestaduais. Concluímos, alertando que as redes hoteleiras apresentam-se como importantes ferramentas de análise geográfica. Contudo, muitos dos apontamentos devem ser encarados como hipóteses, ainda que plausíveis de serem confirmadas por investigações complementares. Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais 109


Coordenadora: Vanessa Paulino da Cruz Vieira Bolsista: Luana da Silva Furini Voluntários: Antônio Barbosa da Silva Júnior e Isabella Maxwell Paulino Fernandes Colaborador: Gustavo Almeida Mendes Texto: Luana da Silva Furini Campus: Salinas

Luana da Silva Furini

Visita à fazenda Rancho Vitrine, do proprietário Roni, para investigação das práticas utilizadas no controle do carrapato do boi

Projeto

Assistência técnica às pequenas propriedade de Leite da

região de Salinas – MG: voltado ao controle químico do carrapato do boi

A pecuária leiteira é uma das atividades mais tradicionais do meio rural brasileiro, coexistindo com várias doenças, como, por exemplo, as parasitoses, que podem ser causadas por hemoparasitos, helmintos e ectoparasitos, como o carrapato do boi, Rhipicephalus (Boophilus) microplus, responsável por um prejuízo na pecuária leiteira na ordem de dois bilhões de dólares anuais. Diante disso, com o objetivo de promover a assistência técnica a propriedades de leite da região de Salinas/Minas Gerais, voltada ao controle químico do carrapato do boi, o projeto iniciou-se com a escolha de alguns produtores de leite cooperados da Cooperativa dos Produtores Rurais de Salinas Ltda (Coopersa).

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pecuária leiteira é uma das atividades mais tradicionais do meio rural brasileiro, coexistindo com vários problemas sanitários, como, por exemplo, as parasitoses, que são doenças causadas por ectoparasitos, hemoparasitos e helmintos. As doenças parasitárias estão entre as principais causas de problemas observados na sanidade dos animais

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de interesse zootécnico e são responsáveis por elevadas perdas econômicas, atribuídas a atrasos no desenvolvimento em animais jovens e aos baixos índices de produtividade em animais adultos. O carrapato do boi, Rhipicephalus (B.) microplus, é um ectoparasita hematófago que necessita de um único hospedeiro para a sua evolução, apresentando duas fases no seu ciclo biológico:

uma fase de vida livre e uma parasitária. A fase de vida livre é representada por 95% dos ectoparasitas na vegetação, na qual estão fêmeas ingurgitadas em postura, ovos em incubação e larvas esperando o hospedeiro. Os outros 5% estão parasitando os bovinos, na forma de larvas, ninfas e adultos. Esses ectoparasitos têm, como local de predileção, a região ventral do corpo do

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Isabella Maxwell Paulino Fernandes

Palestra ofertada aos produtores sobre “A importância do controle do carrapato do boi (Rhipicephalus (Boophilus) microplus)”, realizada na Coopersa

Revista de Extensão do IFNMG

Produtores Rurais de Salinas Ltda (Coopersa), da cidade de Salinas e oferecer assistência técnica a esses produtores, voltada ao controle químico do carrapato do boi. Um dos problemas mais comuns nas propriedades é a infestação de carrapatos e utilização errônea de produtos carrapaticidas, causando prejuízos, como diminuição da produção e problemas graves no rebanho. Diante disso, a equipe do Campus Salinas procurou o apoio

da Coopersa, no intuito de facilitar o contato com os produtores e dar subsídios para futuras estratégias dentro da própria Cooperativa. Por fim, ao conhecer e diagnosticar problemas na aplicação desses banhos, pôde-se propor treinamento especializado para esses produtores melhorarem o controle de infestações e sua produtividade. A metodologia do projeto iniciou com a escolha de alguns produtores de leite cooperados da Coopersa.

Minicurso prático sobre diluição de produtos utilizados no controle do carrapato do boi, utilização correta dos equipamentos de proteção individual (EPI) e aplicação correta nos animais

Isabella Maxwell Paulino Fernandes

animal, pescoço e peito, até a genitália. Causam prejuízos econômicos na pecuária, levando a perdas na produção de leite e carne e danos no couro, causados por reações inflamatórias nos locais de fixação do carrapato e pela transmissão de agentes patogênicos que podem causar doenças, como a tristeza parasitária bovina (causada por protozoários do gênero Babesia e pela Ricketsia do gênero Anaplasma). Também acarretam prejuízos ao produtor, aspectos relacionados à mão de obra, despesas com aquisição de carrapaticidas e de equipamentos de suporte para aplicação desses nos rebanhos. O conhecimento das boas práticas de manejo, adotadas no controle do carrapato dos bovinos, é importante para auxiliar o desenvolvimento de programas que visem prevenir o aparecimento da resistência, tendo, como base, o uso prudente dos carrapaticidas e o emprego de estratégias próprias para cada propriedade. O projeto foi idealizado com desejo de conhecer a metodologia usada na realização dos banhos carrapaticidas pelos pequenos produtores de leite cadastrados na Cooperativa dos

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Luana da Silva Furini

Infestação por carrapatos em vacas leiteiras das propriedades visitadas

Mãos à obra Durante as visitas técnicas, foi realizada uma investigação das formas de manejo parasitário do carrapato do boi, diagnosticando problemas e recomendando ações para solução de problemas relacionados à realização do banho carrapaticida. Nas visitas, foi observado que as práticas de controle do carrapato bovino não são adequadas e o uso de carrapaticidas ocorre de forma indiscriminada e sem nenhum critério quanto aos cuidados com o animal, carência de medicações e equipamentos de proteção individual (EPIs). Após a primeira fase do projeto, foram oferecidas palestras informativas aos pequenos produtores de leite participantes do projeto,

orientando quanto à biologia do carrapato do boi, prejuízos causados à pecuária leiteira, uso racional de carrapaticidas e sua utilização correta. Foi oferecido também um minicurso prático sobre a correta realização do banho carrapaticida e utilização de EPIs. Na última etapa do projeto, foi realizado o acompanhamento da implantação e execução das ações propostas, com novas visitas in loco, observando a eficácia destas, e, quando necessário, remodelando as recomendações para as novas realidades e exigências que as propriedades pudessem apresentar. Espera-se, com este trabalho, que os pequenos produtores de leite envolvidos sejam beneficiados com informações importantes, relaciona-

das ao controle do carrapato do boi, Rhipicephalus (B.) microplus, o que proporcionará aumento na produtividade leiteira de seu rebanho, refletindo, positivamente, em sua qualidade de vida. A melhoria da renda dessas propriedades e da condição socioeconômica dos envolvidos no processo corrobora com as metas do projeto pedagógico do curso de Medicina Veterinária do IFNMG, em que se destaca a relevante missão do instituto, de promover uma educação pública de excelência por meio da junção, indissociável, entre Ensino, Pesquisa e Extensão, interagindo pessoas, conhecimento e tecnologia, visando à ampliação do desenvolvimento técnico e tecnológico da região norte mineira.

Acompanhamento da aplicação do carrapaticida na fazenda Caraíba, do proprietário Gustavo Mendes

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Premiação das redações, que foram escritas a partir do tema “Como evitar o desperdício de alimentos?”

Coordenadora: Daniela Caetano Cardoso Bolsista: Ana Carolina de Jesus Oliveira Colaborador: Jean Pereira Coutinho Voluntários: Leidiane Mendes Vieira, Raika Brenda Barbosa Viana, Francielle Miranda de Matos, Mônica Souza Santos e Félix Ribeiro Moreira Campus: Salinas

Projeto

Avaliação da aceitabilidade da alimentação oferecida aos escolares da Rede Pública de Ensino da cidade de Salinas-MG: uma contribuição para redução do desperdício de alimentos

O projeto de Extensão intitulado “Avaliação da aceitabilidade da alimentação oferecida aos escolares da Rede Pública de Ensino da cidade de Salinas-MG: uma contribuição para redução do desperdício de alimentos”, idealizado pela discente e bolsista Ana Carolina de Jesus Oliveira, do Curso de Engenharia de Alimentos e coordenado pela professora Daniela Caetano Cardoso, foi criado com o objetivo de realizar ações interventivas contra o desperdício da merenda escolar, tomando-se como base o conhecimento sobre a aceitação e o índice de resto/ingestão. A escola escolhida para a realização do projeto foi a Escola Estadual Coronel Idalino Ribeiro, situada na cidade de Salinas-MG.

Aplicação dos testes de aceitabilidade

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nicialmente, foi realizada uma investigação do cardápio semanal referente à alimentação oferecida aos alunos. Foram avaliadas as refeições servidas aos alunos dos ensinos fundamental e médio, do turno matutino. A aplicação dos testes de aceitabilidade da merenda escolar obedeceu ao manual elaborado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Os testes para

Revista de Extensão do IFNMG

avaliar a aceitação da merenda escolar priorizaram as preparações que possuem maior frequência no cardápio. Os alunos receberam as fichas e as responderam em sala de aula, com a escala hedônica verbal de cinco pontos, cujas opções de respostas variaram entre: adoro, gosto, não gosto nem desgosto, não gosto e detesto. Após isso, foi feita a quantificação do desperdício, por meio da avaliação do índice de resto/ ingestão. Para isso, foram pesadas as refeições após o preparo. Após o término da distribuição da merenda

aos alunos, foi pesado o que sobrou nos recipientes. Também foi feito o acompanhamento da devolução dos pratos, descartando os restos em uma lixeira com saco plástico e realizada a pesagem. Era necessário saber como se encontrava o desperdício na escola para seguir para a próxima etapa, que é o processo de intervenção. E como era de se esperar, constatouse a necessidade de conscientizar toda a comunidade escolar sobre o desperdício de alimentos, com ações para reduzir o problema. 113


Bolsista Ana Carolina ministrando palestra sobre o desperdício de alimentos

I

Ações educativas para redução do desperdício de alimentos

nicialmente, os alunos foram convidados a participar de um concurso de redação, com o tema “Como evitar o desperdício de alimentos?”. Foram premiadas as melhores redações de cada turma. A ação seguinte foi a realização de uma oficina, com o intuito de promover uma discussão, na qual os alunos puderam expressar as suas opiniões. Durante a apresentação da oficina, os alunos receberam orientações, com o objetivo de sensibilizá-los acerca da importância da merenda escolar, da necessidade de se reduzir o desperdício e, consequentemente, a fome no mundo e das questões ambientais que envolvem a produção de alimentos no planeta. Foram apresentados alguns vídeos, tais como “Desperdício de alimentos e fome no mundo” e “Fome mundial”. Os vídeos serviram como instrumento facilitador da sensibilização. A partir deles, foram feitas discussões, também como forma de

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Pratos elaborados no minicurso: Brigadeiro de casca de banana, farofa nutritiva (talos, sementes, cascas e folhas de vários alimentos) e suco de abóbora com laranja

estimular os alunos a refletirem sobre suas atitudes. A última etapa do plano de intervenção contou com a participação das serviçais de todos os turnos da escola. Elas participaram de um curso de capacitação sobre como aproveitar integralmente os alimentos. O curso teve uma parte teórica e outra prática. No início do curso, as serviçais receberam um livro de receitas de doces e salgados. Na parte teórica, foi apresentado o conceito de aproveitamento integral de alimentos, seus aspectos econômicos, nutricionais e de sustentabilidade, bem como as suas vantagens. Tam-

bém foram abordadas formas de como se evitar o desperdício, por meio do aproveitamento de partes normalmente desprezadas, como cascas, talos, folhas e sementes. Na parte prática, as serviçais se dividiram em grupos e fizeram quatro pratos, sendo eles: brigadeiro de casca de banana, arroz com talos, cascas e sementes, farofa nutritiva e suco de abóbora com laranja. Por intermédio da oficina, os alunos compreenderam os prejuízos ocasionados pelo desperdício de alimentos, reconhecendo que isso contribui para aumentar a fome no mundo e impactar, negativamen-

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Finalização do minicurso com as serviçais

te, no meio ambiente. Perceberam também a necessidade de mudanças de atitudes no ambiente escolar, sabendo agora que é possível pedir à serviçal para colocar menos no prato, tendo a possibilidade de repetir, caso sentir vontade. As oficinas propuseram mudanças no lar e na sociedade em geral, bem como discussões sobre a importância de trabalhar para a construção de valores sociais e atitudes, por meio de uma aprendizagem contínua e permanente. A metodologia aplicada apontou o caminho para uma aprendizagem significativa, que estimula a reflexão e ajuda a promover mudanças de atitude no espaço escolar, integrando professores e todos os membros que o envolvem. Pelas observações

do dia a dia escolar, foi possível ver que o processo deve ser contínuo, visando à conscientização de que a questão do desperdício de alimentos e geração de lixo orgânico deve ser tratada e que isso contribui para a melhoria do ambiente escolar. Essa implementação demonstrou que o desperdício de alimentos pode ser reduzido por meio de atividades curriculares que contribuam para a reflexão sobre o problema do lixo orgânico, diminuindo o descarte e levando à compreensão quanto à importância do reaproveitamento integral dos alimentos. Foi possível, finalmente, desenvolver com os alunos um processo de aprendizagem integrada, com ênfase na diminuição do lixo orgânico. As produções das redações contribuíram para

efetivar esse processo de conscientização e despertar interesse sobre o tema em questão. Em relação ao curso de capacitação oferecido às serviçais, sobre o aproveitamento integral dos alimentos, constatou-se que estas reconheceram a importância de inserir as partes não convencionais (talos, folhas, sementes, cascas) dos alimentos, quase sempre descartadas, em novas receitas fáceis e criativas, uma vez que essas porções possuem uma grande quantidade de nutrientes, muitas vezes, superiores às partes convencionais que geralmente consumimos. Além da possibilidade de serem criados novos pratos, há uma grande contribuição para se reduzir o desperdício de alimentos e da água que é utilizada na agricultura. Parte teórica do minicurso sobre aproveitamento integral dos alimentos

Revista de Extensão do IFNMG

115


Processamento de muçarela

Projeto

Treinamento de boas práticas de fabricação para os produtores de lácteos que comercializam seus produtos no Mercado Municipal de Salinas

O projeto foi desenvolvido no Campus Salinas, com apoio da Empresa de Assistência Técnica e extensão Rural de Minas Gerais (Emater - MG), do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Salinas – MG e da Prefeitura Municipal de Salinas, com o objetivo de oferecer treinamento em boas práticas de fabricação aos produtores de leite e derivados que comercializam seus produtos no Mercado Municipal de Salinas – MG. O projeto desenvolvido pela Prof.ª Dr.ª Solimar Gonçalves Machado, com as discentes do curso de Engenharia de Alimentos Claudineide Maria dos Santos e Dara Elizabeth Barbosa Rodrigues, promoveu o “Curso de Capacitação em Boas Práticas de Fabricação para Produtores de Queijo”, que contou com a participação de 30 produtores.

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Setor de laticínios no IFNMG – Campus Salinas. Processamento de queijo Minas Frescal

Claudineide Maria dos Santos

P

ara recrutamento dos produtores de queijo Minas Frescal, foi imprescindível a parceria estabelecida entre o IFNMG, a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente do Município e a Emater. Os interessados em participar do Curso de Capacitação em Boas Práticas de Fabricação responderam a um questionário, para melhor identificação dos perfis dos participantes. Os produtores foram convidados, oficialmente, a participarem do curso no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas. O curso contou com uma abordagem teórica, ressaltando temas como boas práticas de fabricação e processamento de produtos lácteos,

ocasião em que foram distribuídas apostilas com o conteúdo abordado no curso. Aproveitando a visita ao campus do IFNMG, os participantes tiveram a oportunidade de acompanhar o processamento de queijo Minas Frescal, de achocolatado, aproveitando o soro oriundo da fabricação de queijos e produção de queijo muçarela. A abordagem prática foi realizada no setor de produção de laticínios do Campus Salinas. Durante o processamento dos produtos lácteos, foram apresentados conceitos relevantes para a melhoria da qualidade do produto final, com o intuito de auxiliar na adequação das condições higiênico-sanitárias do processo produtivo.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Claudineide Maria dos Santos

Coordenadora: Solimar Gonçalves Machado Bolsistas: Claudineide Maria dos Santos e Dara Elizabeth Barbosa Rodrigues Campus: Salinas


Solimar Gonçalves Machado

Participantes do curso de Boas Práticas de Fabricação para produtores de queijos que comercializam seus produtos no Mercado Municipal de Salinas-MG

Equipe realizadora do projeto, da esquerda pra direita: Antônio Júnior (voluntário), Vanessa Paulino (orientadora), Isabella Maxwell (bolsista) e Luana Furini (colaboradora)

Processamento de queijo Minas Frescal

no, com pessoas maravilhosas que amam a profissão e alunas que estavam ali de corpo e alma, para ensinar tudo o que tinham aprendido com os professores. Esperamos mais cursos muito proveitosos, com período mais longo, pois é muito bom aprender para atender melhor os nossos clientes. Obrigada, Escola Agrícola! [IFNMG – Campus Salinas]”. Com o relato da produtora rural, é possível perceber que o elo entre o IFNMG e a sociedade é benéfico para ambos. O projeto ajudou a desenvolver o crescimento pessoal e profissional das discentes envolvidas e capacitou os produtores, atingindo o seu objetivo final.

Apresentação, no dia 14 de agosto de 2018, da parte teórica do curso ministrado e entrega de materiais Revista de Extensão do IFNMG

Dara Elizabeth Barbosa Rodrigues

Claudineide Maria dos Santos

O

interesse e desejo de alcançar o conhecimento, por parte dos produtores, foi perceptível durante e após o término do curso, como evidenciado pelo relato da produtora rural Renilda Alves de Souza: “Esta foi mais uma conquista que nós, produtores rurais, conseguimos: fazer um curso dos derivados do leite. Um curso que nos trouxe muitos conhecimentos, aprendizagem e tecnologia, e que nos mostrou o que não devemos fazer com leite para não perder suas proteínas, vitaminas, etc. Aprendemos a fazer muçarela, queijo Minas Frescal e achocolatado, reutilizando o soro. Um curso prático e moder-

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O uso das novas tecnologias em sala de aula foi o centro das discussões do projeto, que teve, como propósito, oferecer curso de capacitação aos docentes da Escola Estadual Coronel Idalino Ribeiro, em Salinas-MG

Coordenadora: Ana Clara Gonçalves Alves de Meira Colaboradores: Edna Guiomar Salgado Oliveira, Edson Antunes Quaresma Júnior, Jamerson Jardel Macedo Nere e Thiago José Francisco Discentes: Mariana Elvira Saraiva Silva e Carla Barbosa Jardim Campus: Salinas

Projeto

Uma proposta de capacitação docente ao uso de novas tecnologias no ensino

Não há como desvincular nossas ações da linguagem. Nesse viés, pensar na linguagem como ação sobre o mundo é entender também que a maneira pela qual o docente a utiliza pode interferir, de forma significativa, na interação com o discente em sala de aula. Acredita-se que as novas tecnologias podem auxiliar nessa interação e, consequentemente, representar uma ferramenta importante para o processo de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, por meio de uma reflexão sobre a linguagem, surgiu a vontade de propor uma capacitação docente, relacionada ao uso de novas tecnologias.

O

projeto de Extensão “Uma proposta de capacitação docente ao uso de novas tecnologias no ensino” teve, como objetivo, possibilitar uma reflexão aos docentes da Escola Estadual Coronel Idalino Ribeiro, em Salinas-MG, a respeito do uso das novas tecnologias em sala de aula. A abordagem dessa temática procurou contemplar aspectos teóricos e práticos, por meio de oficinas ministradas pelos docentes que integravam a equipe desse projeto. Inicialmente, elaborou-se um questionário pelo Google Forms, que foi enviado aos professores da escola citada, via e-mail e WhatsApp, para ser respondido no prazo de uma semana. Após a finalização do prazo de resposta do questionário, analisaram-se os resultados, a fim de

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se pensar quais seriam as estratégias mais coerentes a serem adotadas na capacitação desses docentes. Chegou-se à conclusão, a partir da análise dos dados, que as oficinas deveriam se pautar tanto em estudos e pesquisas, que fundamentam o uso de novas tecnologias no ensi-

no, quanto na demonstração de estratégias metodológicas para o uso dessas tecnologias em sala de aula. Desse modo, decidiu-se pela realização de quatro oficinas: a) O uso de novas tecnologias: uma proposta na formação docente (professoras ministrantes: Edna Guiomar e

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Entre as discussões, o projeto também propôs reflexões sobre a compreensão do papel das tecnologias na sociedade

Ana Clara Gonçalves); b) O uso do Google Forms e Classroom (professores ministrantes: Edson Antunes e Thiago Francisco); c) O uso do Google Docs e do Prezi em sala de aula (professor ministrante: Jamerson Jardel); d) A aplicação da ferramenta QR Code em sala de aula (professora ministrante: Ana Clara Gonçalves). Essas oficinas tiveram uma duração de 1h30min e foram realizadas no mês de setembro e na primeira semana de outubro. Para preparação das oficinas, foram feitas pesquisas sobre as ferramentas tecnológicas que seriam trabalhadas e, além dos professores ministrantes, contou-se com o apoio da bolsista e dos discentes colaboradores do projeto. A divulgação das oficinas foi feita de forma presencial, durante uma reunião na Escola Estadual Coronel Idalino Ribeiro e também no grupo dos professores da instituição supracitada, por intermédio do WhatsApp. Notou-se, na divulgação presencial, o interesse e a motivação dos docentes em participarem das oficinas. Esse entusiasmo também foi perceptível durante o período de realização dessas, no qual muitos professores explicitaram o desejo de aplicar o conhecimento adquirido em suas aulas. Revista de Extensão do IFNMG

Acredita-se que essa proposta pode ter contribuído para proporcionar aos docentes um olhar reflexivo em relação ao uso das novas tecnologias, já que procurou levá-los a compreender o papel das tecnologias na sociedade e, também, a associação dos recursos tecnológicos às práticas pedagógicas. O grande entrave para a realização dessa proposta foi o curto espaço de tempo, tendo em vista que não foi possível desenvolver as oficinas de forma mais detalhada e, consequentemente, aprofundar nos conteúdos ministrados. Apesar disso, considera-se que esse projeto contribuiu, de forma significativa, para que os professores aprimorassem o olhar em relação às ferramentas tecnológicas e percebessem como elas são importantes para auxiliar na construção colaborativa do conhecimento.

Assim, entende-se que a capacitação dos docentes de uma escola da rede pública de Salinas, quanto ao uso das novas tecnologias, poderá proporcionar uma melhoria no processo de ensino-aprendizagem, aprimorando as estratégias didáticas desses docentes e contribuindo para que os professores consigam desenvolver práticas metodológicas que proporcionem uma maior interação com os discentes. Ademais, considera-se que esse projeto conseguiu atender aos objetivos das políticas de Extensão do IFNMG, já que se propôs a disseminar o conhecimento acadêmico para a comunidade de Salinas-MG, com o intuito de divulgar os trabalhos realizados na instituição e, de alguma forma, colaborar no desenvolvimento social do município.

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Coordenadora: Márcia Antunes dos S. Rodrigues Bolsista: Cléssia Meirielly Barbosa Voluntário: Josieder Antunes Santana Colaboradora: Daniela Caetano Cardoso Texto: Cléssia Meirielly Barbosa e Márcia Antunes dos S. Rodrigues Campus: Salinas

Projeto

a partir do mosto da cevada e trigo proveniete do processo de cervejaria artesanal: uma alternativa para enriquecimento nutricional

O objetivo do projeto é a elaboração de um pão nutritivo, a partir do mosto de malte de cevada e trigo, oriundo do processo de produção de cerveja artesanal, avaliando a aceitação dos alunos matriculados na Academia Espaço Vida Saudável. O projeto visa ainda à caracterização do produto e à realização de análise sensorial, avaliando o teste de aceitação e o de avaliação múltipla por parte dos consumidores, bem como a valorização do resíduo cervejeiro, ofertando uma opção de reutilização desse resíduo.

O

s produtos de panificação estão presentes na vida do homem desde os primórdios, sendo um dos alimentos mais importantes e consumidos pela humanidade, como fonte de energia e de nutrientes, e tem se destacado pelas técnicas de inovação, como: recheios, novos ingredientes, formatos, valor nutricional, etc., com o intuito de atribuir melhor palatabilidade aos consumidores. O mercado consumidor, atualmente, tem sido bastante exigente na procura por alimentos de qualidade nutricional e que apresentem características sensoriais agradáveis. Consequentemente, tem feito com que o setor industrial invista em produtos derivados de resíduos agroindustriais, de modo a contribuir com a redução de desperdício alimentar, elaborando um produto com boas características nutricionais. Um dos resíduos industriais utilizados pela indústria alimentícia para elaboração de novos produ-

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tos são os resíduos provenientes da produção de cerveja artesanal, uma vez que as cervejarias artesanais geralmente descartam seus resíduos, em forma de ração animal e, atualmente, também vêm sendo empregados na elaboração de produtos de panificação. Esses resíduos (bagaço de malte), oriundos do processo cervejeiro, apresentam alto teor de fibras, o que faz com que sejam bem-aceitos na dieta do consumidor, uma vez que permitem a elaboração de um produto com características semelhantes ao pão integral. Diante disso, a ideia principal do projeto é elaborar um produto que contenha excelentes características nutricionais e que seja bem-aceito pelos consumidores, em especial, por aqueles que praticam atividade física e que buscam o consumo de alimentos que apresentem um elevado teor de fibras em sua composição. As formulações foram elaboradas de modo que, ao longo do projeto, passassem por várias modificações,

até atingir uma característica adequada e atrativa. Para isso, foram realizados testes de formulação, nos quais foram feitas as adequações na formulação do produto. As formulações foram feitas a partir da mistura de farinha de trigo branca e integral, bem como de resíduos oriundos do processo de produção de cerveja artesanal, pelos acadêmicos do curso de Bacharelado em Engenharia de Alimentos do IFNMG – Campus Salinas. Para a elaboração dos pães, foram utilizados 50% de farinha de trigo integral e 50% de farinha de trigo branca, fermento biológico fresco, sal, açúcar, melhorador, gordura vegetal, água e bagaço de malte, nas concentrações de 0%, 15%, 30% e 50%, para as formulações 0, 1, 2, 3 e 4, respectivamente. O resíduo utilizado foi seco em estufa ventilada, sob temperatura de 65°C, por 15 horas e submetido ao processo de moagem, a fim de se obter uma menor granulometria do resíduo seco.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Cléssia Meirielly Barbosa

Elaboração e aceitabilidade de pães nutritivos


Cléssia Meirielly Barbosa

3° teste de formulações elaboração dos pães Revista de Extensão do IFNMG

média de 43,2%, 42,5%, 40,9% e 39,2% para as formulações 1, 2, 3 e 4, respectivamente, possibilitando, assim, demonstrar que a secagem e a moagem dos grãos de cevada e trigo foram alternativas que diminuíram o teor de umidade, já que, ao utilizar o resíduo úmido, os pães apresentavam uma textura difícil de ser fatiada. Para as análises sensoriais, com os alunos matriculados na Academia Espaço Vida Saudável, não foi possível a aplicação do teste, uma vez que houve a necessidade de testar as formulações dos pães enriquecidos com resíduo agroindustrial, até que estes adquirissem as características adequadas, bem como a disponibilidade do resíduo (mosto de cevada

e trigo), proveniente do processo de produção de cerveja artesanal. Entretanto, o projeto será finalizado no ano de 2018, uma vez que, para a análise do teor de fibras, a metodologia empregada requer o uso de reagentes e alguns equipamentos, no momento, estão em falta no Laboratório de Análise de Alimentos. Já para a realização da análise sensorial, esta deverá ser feita com caracterização completa do produto, de forma que se possa informar, aos consumidores, a composição do produto que está sendo analisado.

Cléssia Meirielly Barbosa

A secagem do resíduo é necessária porque a alta concentração de umidade do resíduo influencia diretamente no teor de umidade do pão. A moagem, por sua vez, permite uma melhor incorporação do resíduo na massa, não permitindo que esta apresente pequenos pedaços de cevada e trigo, o que pode ser um fator negativo, quando se trata de pão de forma. Os pães foram elaborados a partir da mistura e sovagem dos ingredientes, e forneamento em 210°C, por 30 minutos. Após o forneamento, os pães foram armazenados, para a realização da análise de teor de umidade. Diante dos resultados obtidos para o teor de umidade do produto, foi possível encontrar uma

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Coordenadora: Jessica Costa de Oliveira Bolsistas: Pedro Henrique Pereira Voluntárias: Aldenice Barbosa Alves e Caroline Amaral Franca Texto: Pedro Henrique Pereira e Jéssica Costa de Oliveira Campus: Salinas

Primeiras plântulas da espécie Ingá

Projeto

Viveiro itinerante: um incentivo à recomposição florestal de

matas ciliares na comunidade Santana II Rio Pardo de Minas/MG O Viveiro itinerante teve como propósito levar conhecimento técnico de produção de mudas de espécies nativas para a comunidade Santana II, visando promover a conscientização ambiental e incentivar a recomposição florestal de matas ciliares da região. O objetivo do trabalho foi alcançado, visto que a comunidade aprendeu as técnicas básicas para construção do viveiro, bem como para produção de mudas de espécies nativas da região. Por intermédio de um plantio demonstrativo dessas mudas, em uma área de mata ciliar, foi possível transmitir conhecimento à comunidade, além despertar interesse por questões ambientais.

O

projeto de Extensão “Viveiro itinerante: um Incentivo à Recomposição Florestal de Matas Ciliares na Comunidade Santana II – Rio Pardo de Minas-MG” teve como objetivo instalar um viveiro de produção de mudas nativas, em parceria com a Associação de Desenvolvimento Comunitário Rural da Fazenda Santana II, no município de Rio Pardo de Minas-MG, com a finalidade de promover a conscientização ambiental

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Montagem do Viveiro com a comunidade

e incentivar a recomposição florestal de matas ciliares da região. O trabalho foi realizado na Fazenda Santana II, zona rural de Rio Pardo de Minas – MG. Inicialmente, foram promovidas palestras, com cartilhas educativas voltadas para a conscientização ambiental e recuperação da mata ciliar do rio Santana. A primeira palestra foi apresentada para a comunidade, com a presença do secretário de Meio AmContação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Palestra de apresentação do projeto para a comunidade

biente, do presidente da Associação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e um vereador, ambos do município de Rio Pardo de Minas. Estes e os moradores presentes na reunião se colocaram à disposição para doação dos materiais necessários à construção do viveiro. Assim, foi possível a construção do viveiro de estrutura simples, mas que atendeu às necessidades específicas da produção das mudas. Compareceu um

Sementes que foram coletadas Revista no diadedeExtensão campo do IFNMG

número significativo de moradores em todas as atividades. No salão de reuniões da associação, foram realizadas oficinas de como coletar as sementes de espécies nativas da região, quebra de dormência das sementes, higienização contra fungos, produção, plantio e tratos culturais das mudas em campo. As oficinas foram realizadas em etapas, de acordo com processo de desenvolvimento das mudas.

Após noventa dias da semeadura, com as mudas já rustificadas, foi realizado um dia de campo, com o plantio demonstrativo em uma área de mata ciliar degradada. Neste momento, foi mostrada, à comunidade, a metodologia correta para abertura das covas e plantio das mudas. As demais mudas foram distribuídas para os moradores, para que realizassem o plantio, conforme aprenderam no dia de campo.

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Coordenador: Thiago Moreira dos Santos Bolsista: Tatiane Marques Santos Voluntários: Ana Clara Orneles Luiz, Romário Alves Rodrigues, Thayná Thamires Freire e Alinton Augusto de Souza Colaboradores: Eduardo Garrido e Felipe Cimino Duarte Texto: Thiago Moreira dos Santos e Tatiane Marques Santos Campus: Salinas

Amostras do peixe Tilápia do Nilo, prontas para análise em laboratório

Caracterização das condições higiênico-sanitárias e tecnológicas da pesca, beneficiamento e comercialização, praticados por

pescadores de Tilápia do Nilo

O projeto foi concebido com a ideia de conhecer melhor a qualidade da Tilápia do Nilo (Oreochromis Niloticus), vendida no Mercado Municipal de Salinas. Este produto é passível de altos riscos sanitários devido aos vários micro-organismos causadores de doenças, que podem contaminá-lo, desde o contato com a água, em seu criatório ou habitat, até chegar às mãos do consumidor. No intuito de conhecer a qualidade higiênico-sanitária desse pescado, o grupo de pesquisadores do IFNMG – Campus Salinas procurou os pescadores em seus locais de comércio no Mercado Municipal de Salinas. Foi feita também uma parceria com a Prefeitura Municipal e Vigilância Sanitária da cidade, com o propósito de que estes órgãos públicos dessem mais credibilidade e suporte ao trabalho, estimulando a melhoria da qualidade dos produtos comercializados no mercado em questão.

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Tatiane Marques Santos

A

cidade de Salinas-MG é conhecida por ser um grande polo comercial local, principalmente para a zona rural, com os pequenos povoados, que são a grande base da agricultura familiar, e cidades vizinhas com menor estrutura de mercado. Na cidade, existe uma estrutura de feira livre muito bem localizada, facilitando o comércio municipal da produção da agricultura familiar, conhecida como Mercado Municipal de Salinas. Dentre as diversas atividades ali presentes, vários peixes são comercializados no mercado, sendo a Tilápia do Nilo

Análise bacteriológica de mesófilos das amostras coletadas no Mercado Municipal de Salinas

(Oreochromis Niloticus) muito popular, por seu preço acessível, suave sabor e facilidade de captura, pela presença da barragem do Rio Salinas. É um peixe de origem africana, pertencente à família Cichlidae, originário na bacia do Rio Nilo, situada no leste da África, que se alimenta de plânctons e é muito bem adaptado à ração comercial, apresentando grandes resultados quando cultivado em tanques, sendo a espécie mais criada em todo o país. É uma espécie tropical, com temperatura de conforto térmico entre 25º C e 28º C, adaptando-se bem às condições dessa região.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Tatiane Marques Santos

Projeto


O

peixe (assim como os pescados de forma geral) apresenta excelente composição química, com nutrientes de elevado valor nutricional, alto teor proteico, com aminoácidos essenciais, vitaminas, sais minerais e os famosos ácidos graxos essenciais (muitos da família “ômega”). O fator nutricional, por si só, já justifica o fato de o pescado ser um alimento amplamente consumido no país, e não é diferente na região de Salinas-MG. Além disso, o pescado representa, para a cidade, se não a principal, uma relevante atividade econômica para complementar a renda familiar, proporcionando, assim, uma melhor condição de vida. Devido a suas características nutricionais e físico-químicas (como a alta disponibilidade de água, pH próximo de neutro e pouco tecido conjuntivo em sua musculatura), o pescado acaba sendo muito susceptível à deterioração por ação bacteriana, podendo gerar problemas à

Revista de Extensão do IFNMG

Thayná Thamires Freire Tatiane Marques Santos

Alunos participantes do projeto realizando as análises laboratoriais no IFNMG – Campus Salinas

Análise bacteriológica de coliformes das amostras coletadas no Mercado Municipal de Salinas

saúde humana. Para reduzir o risco dessa deterioração, programas de treinamento, com enfoque na higiene pessoal e operacional (como as boas práticas de fabricação), são fundamentais para garantir as condições higiênico-sanitárias mais adequadas e um produto final seguro. Devido a essas características do pescado, alguns indicadores de qualidade microbiológica são comumente utilizados, dentre os quais as análises das bactérias psicrotróficas, bactérias mesófilas, coliformes totais e coliformes termotolerantes. A presença desses micro-organismos, em determinadas quantidades, revela condições higiênicas defasadas, diminuindo a vida útil de prateleira do pescado, devido às suas atividades proteolíticas e lipolíticas, mesmo em baixas temperaturas. A partir disso, a equipe de pesquisadores notou a importância do projeto junto aos pescadores e a comunidade. “Temos trabalhado, nos últimos anos, com produtos de origem animal, comercializados na região, diagnosticando a atual situação e propondo melhorias, tanto aos produtores, em capacitações especialmente desenvolvidas para eles, quanto ao poder público municipal, desenvolvendo políticas de interesse social”, analisa o coordenador do projeto, professor Thiago Moreira dos Santos. A metodologia do projeto iniciou-se com a identificação de pescadores que vendem Tilápia do Nilo (Oreochromis Niloticus) no Mercado Municipal de Salinas, seguida do convite para uma reunião com todos os pescadores e a equipe de pesquisadores. Nesta reunião, foi apresentado o projeto, especialmente, os objetivos e como seria a participação dos pescadores. A partir disso, eles assinaram um termo de ciência e concordância de participação no projeto e responderam a um questionário de diagnóstico. Esse questionário possuía questões que permitiram a identificação do panorama higiênico-sanitário de 125


Thayná Thamires Freire

Reunião de pesquisadores do IFNMG-Campus Salinas, com pescadores para implantação do projeto

126

Em seguida, a terceira e última parte integrante do projeto foi realizar, novamente, uma avaliação bacteriológica dos pescados comercializados pelos mesmos participantes, verificando uma possível influência da capacitação na qualidade final do produto. Houve redução das contagens de bactérias do tipo coliformes em 50% das amostras, indicando um maior cuidado, principalmente, no uso da água e problemas de contaminação cruzada. Entretanto, bactérias que indicam possíveis falhas na manipulação, armazenamento e estocagem não foram encontradas em menores contagens, revelando descuido ou desatenção por parte dos pescadores.

Prof. Thiago Moreira (à esquerda) e bolsista PIBED Tatiane Marques Santos (ao centro, de camisa preta), com participantes do projeto, na reunião final para apresentação dos resultados

A partir disso, foi realizada uma última reunião com os pescadores, na qual lhes foram repassados os resultados. Foram enfatizados aspectos de conscientização aos pescadores quanto à importância da atividade e da constante busca por higiene no dia a dia, evitando, assim ,impactos negativos na saúde pública. “Foi muito bom aprender mais sobre o peixe, tanta coisa que pode fazer mal a saúde vai estar lá, se a gente não tiver higiene e conservar direitinho. E, como dependemos do peixe para viver, não podemos vender um alimento que pode fazer mal à pessoa”, conclui Cícero, pescador que tem na atividade sua principal fonte de renda.

Thayná Thamires Freire

obtenção, beneficiamento e comercialização do pescado. Esse diagnóstico foi complementado com visitas in loco aos pescadores, verificando melhor as condições de obtenção do pescado. Após o diagnóstico por meio do questionário e das visitas in loco, foram realizadas as análises para detecção das bactérias psicrotróficas, bactérias mesófilas, coliformes totais e coliformes termotolerantes. A metodologia utilizada para a realização das análises foi baseada na Instrução Normativa n° 62, de 26 de agosto de 2003, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Com base nos resultados obtidos, chegou-se à conclusão da necessidade de se realizar um treinamento sobre Boas Práticas de Fabricação (BPF) e práticas ideais de conservação e armazenamento do pescado, especificamente elaborado para a realidade dos pescadores. O objetivo foi melhorar as condições higiênico-sanitárias e tecnológicas de produção, uma vez que foram evidenciadas falhas básicas em todo o processo de obtenção, armazenamento, transporte e comercialização do pescado.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: Geraldo Magela Cardoso Bolsista: Bruna Emanuela Rodrigues Carneiro Colaborador: Guilherme Carvalho Soares de Souza Lima Texto: Bruna Emanuela Rodrigues Carneiro Campus: Salinas

Projeto

Física e astronomia: conhecendo o Universo

O projeto “Física e Astronomia: conhecendo o universo” teve como objetivo fazer uma divulgação astronômica. Como ponto de partida, iniciamos com a história dos primeiros filósofos gregos e discutimos alguns modelos cosmológicos adotados na época. Também fizemos vários debates e discussões e foram sugeridos, pelos estudantes, alguns temas e filmes para as reuniões futuras. Também foram realizadas observações astronômicas.

O

objetivo do projeto foi incentivar a busca pelo conhecimento científico, despertando entre os jovens o interesse pelas ciências por meio da investigação astronômica. Foram propostas a criação de um grupo de estudos e investigações astronômicas, a partir das quais foi desenvolvido um programa de iniciação e atualização das ciências astronômicas, consolidado por meio de atividades diversas, tais como: observações telescópicas dos corpos celestes, palestras, filmes de ficção científica, oficinas, história e desenvolvimento da Astronomia. Para o cumprimento dos obje-

Revista de Extensão do IFNMG

tivos, o projeto foi realizado em um período de sete meses. A criação de um grupo de estudos e as investigações astronômicas possibilitaram o desenvolvimento do programa de iniciação e atualização em Astronomia. Ao longo do projeto, foram realizados diversos encontros com os alunos, e, em cada encontro, uma temática diferente foi desenvolvida e trabalhada com a participação dos estudantes. No primeiro encontro, houve a apresentação do projeto e, nos demais, fizemos debates e discussões sobre história da Astronomia, por intermédio dos modelos astronômicos. Também fizemos uma comparação desses modelos em

uma escala temporal. Nas reuniões seguintes, foram propostas aos estudantes atividades, tais como: palestras, filmes de ficção científica, oficinas, observações telescópicas dos corpos celestes e cursos relacionados ao desenvolvimento da Astronomia. Após o término dos trabalhos realizados no projeto, foi possível perceber, nos estudantes, uma motivação maior em relação à história da Astronomia. As curiosidades e os eventos astronômicos contribuíram para isso. Essas atividades foram propostas com o intuito de desenvolver e motivar a continuidade dos estudos, mesmo após o término das atividades do projeto. 127


Projeto

A implantação e execução do método 5s em uma Instituição de longa

permanência para idosos em Araçuaí

Coordenador: André Geraldo da Costa Coelho Bolsistas: Paula Alves Rodrigues e Cibelle de Souza Gonçalves Voluntária: Natália Araújo Rocha Texto: Paula Alves Rodrigues, Cibelle de Souza Gonçalves , Natália Araújo Rocha e André Geraldo da Costa Coelho Campus: Araçuaí

O projeto de Extensão proporcionou a todos os envolvidos uma experiência imensurável. Foram proporcionados momentos de aprendizagem acadêmica, profissional e pessoal. Obter conhecimento sobre os cinco sensos (utilização, organização, limpeza, saúde e disciplina) e colocá-los em prática, aplicáveis em ambientes não só de trabalho, como também pessoais, são significativos e levados por toda vida. O método japonês de gestão da qualidade possui, em seus principais objetivos, criar a cultura da disciplina, identificação de problemas e geração de oportunidades para melhorias. Assim, buscamos alcançar resultados positivos, satisfação da comunidade e dos envolvidos no projeto.

O

Dia da Grande Limpeza, marco inicial para a implantação dos 5 Sensos, foi um dia atípico na Ação Social Santo Antônio, com confraternização, palestra, entre outras ações. Foi nessa ocasião em que foi feita a aplicação do Senso 1 – SEIRI, que prezou pela organização e liberação da área. Literalmente, foi feita a limpeza do ambiente de trabalho. Assim, o objetivo foi liberar as áreas operacionais de tudo aquilo que não era utilizado; já o material que era utilizado foi definido segundo o nível de prioridade ou de utilização. Isto se aplicou a tudo: materiais, máquinas, pessoas, documentos de todas as formas. Sobre este último, foi de grande va-

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Comercialização da agricultura familiar

lia a aplicação dos princípios da arquivologia. Após essa etapa, foi feita a aplicação do Senso 2 – SEITON, que preconiza a ordem, ou seja, cada coisa em seu lugar e um lugar para cada coisa. Foi um momento de muito foco, pois, uma vez feita a triagem do que é útil e do quanto é útil, buscou-se a arrumação do que seria utilizado. Assim, partimos para a aplicação do Senso 3 - SEISO – Limpeza. Todos os agentes que agridem o meio ambiente podem ser englobados como sujeira (iluminação deficiente, mau cheiro, ruídos, pouca ventilação, poeira). Contamos com a colaboração de cada usuário da ILPI, pois foram eles os responsáveis pela manutenção da limpeza. Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


A utilização da metodologia 5S foi importante para a gestão da Instituição de Longa Permanência para Idosos em Araçuaí e para todos os membros envolvidos

A

pós terem sido cumpridas as três primeiras etapas do programa 5S, partiu-se para a padronização e melhoria contínua das atividades, aplicando-se, então, o Senso 4 – SEIKETSU - Padronização, asseio, saúde. Essa etapa exigiu dos colaboradores perseverança, pois, se não houver mudanças no comportamento das pessoas e nas rotinas que geram sujeira, logo volta-se à situação inicial, antes da implantação do 5S. No Senso 5 – SHITSUKE, o foco é a disciplina. A organização cria as normas a serem seguidas pelos colaboradores. Após a elaboração de tais normas, cada membro da organização passou ao cumprimento dos padrões éticos, morais e técnicos, definidos pelo programa 5S. Quando as pessoas passam a fazer o que tem que ser feito e da maneira como deve ser feito, mesmo que ninguém veja, significa que existe disciplina. Para que esse estágio seja atingido, todas as pessoas envolvidas devem discutir e participar da elaboração de normas e procedimentos que forem adotados no programa 5S. Revista de Extensão do IFNMG

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Matemática e suas tecnologias

Coordenadora: Thaiana Martins Marques e Paulo Giovane Lemos Bolsista: Carolina Alves Murta e Millena Correia de Figueiró Voluntários: Luana dos Santos Campos, Luísa Ribeiro Alves e Isabela Eduarda Oliveira Melo Colaboradores: Rudney Carlos da Mata e Raniery Marcio Freire Texto: Thaiana Martins Marques Campus: Araçuaí

O projeto de Extensão Matemática e suas tecnologias teve por objetivo o aprimoramento dos participantes na disciplina de Matemática, a fim de contribuir na construção de um conhecimento matemático significativo para melhor desempenho no Enem e nos demais processos seletivos e vestibulares. O projeto contou com a participação dos alunos dos terceiros anos do ensino médio e dos cursos técnicos integrados do IFNMG (Informática e Meio Ambiente), além dos alunos da Escola Estadual Industrial São José. O projeto teve, em seu desenvolvimento, resolução das questões do Enem de anos anteriores, por meio da aplicação de provas, na forma de simulados, com marcação do tempo, de acordo com a aplicação do Enem. O propósito era fazer com que os alunos soubessem otimizar o tempo para resolver 45 questões de matemática em duas horas. Depois da aplicação das provas, bolsistas, voluntários e a equipe do projeto realizaram oficinas de correções das provas.

U

ma boa pontuação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é o objetivo da maioria dos alunos que se interessam por continuar na vida acadêmica. Para atender à necessidade de aprimorar os conhecimentos matemáticos e, em decorrência disso, aprimorar a preparação para o exame, conforme demanda observada, idealizou-se o projeto Matemática e suas tecnologias. O projeto teve uma execução muito satisfatória, permitiu aos alunos uma revisão de conteúdos e melhor preparação para realizar o exame, principalmente, considerando a área de Matemática e suas tecnologias. Com os momentos de retomada de conteúdo e resolução de questões do Enem, teoria e prática levaram os alunos a construírem, coletivamente, o conhecimento, por meio das discussões e análises, principalmente, exercitando o processo de interpretação.

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Uma ponte entre o ensino médio e a universidade A aplicação dos simulados com mesma estrutura do Enem e com o tempo controlado oportunizou aos alunos a trabalharem a questão da pressão e do cansaço, a disciplina corporal e emocional, como relata Millena Figueiró, aluna do curso integrado de Técnico em Meio Ambiente: “Certamente, o projeto foi bastante proveitoso e suas contribuições são indiscutíveis. O contato com as provas de matemática de aplicações passadas fomentou uma maior familiaridade com o modelo de prova e estilo de questões, além de proporcionar ao aluno o seu autoconhecimento quanto à administração do tempo”. Após a realização do exame, o mo-

mento foi de discussões, por meio das quais se pôde avaliar o projeto como um todo. A voluntária Isabela Melo relata que “o projeto de Extensão teve como foco o desenvolvimento do raciocínio para resolução das questões de matemática do Enem. Nas resoluções, buscávamos explicar o conteúdo aos alunos, de maneira bem didática, visando ao real entendimento do que era pedido. Nesse sentido, participar do projeto me ajudou de forma significativa, tanto no que se refere a minha comunicação e desenvoltura quanto no progresso em matemática”. Encerrou-se assim o projeto, no ano de 2017, com a convicção de que foi cumprido seu objetivo, ao ver os resultados apresentados pelos alunos, com suas aprovações, pois o projeto lhes viabilizou condições para se desenvolverem melhor diante do exame nacional.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Projeto

Coordenador: Wolff Camargo Marques Filho Bolsista: Iury Souza Marques Voluntários: Alunos do curso de Veterinária de Salinas Colaboradores: Antônio Carlos Pinheiro Cani, Marcelo Rossi, Letícia Ferrari Crocomo, Giselle Feliciani Barbosa e Walter Octavino Bernis Texto: Iury Souza Marques, Letícia Ferrari Crocomo, Giselle Feliciani Barbosa, Walter Octaviano Bernis Filho e Wolff Camargo Marques Filho Campus: Salinas

ReproSal D e acordo com o cronograma de execução proposto, tal projeto de Extensão universitária junto à comunidade refere-se aos interessados em realizar atividades relacionadas à reprodução animal, sejam em quaisquer espécies, bem como atividades afins em Medicina Veterinária, visando atender aos proprietários rurais, setores de produção animal e clínica médica do IFNMG - Campus Salinas, bem como produtores em geral, assistidos em parceria com o projeto de Extensão VetSalRural. Durante o semestre, esperou-se o estabelecimento do comitê de ética para uso de animais, o que não ocorreu, mas as atividades previstas foram realizadas, mediante permissão da direção e Reitoria do instituto, até o mês de novembro/dezembro/2017, quando todas as atividades foram suspensas. Sendo assim, foram realizados inúmeros procedimentos técnicos, no interior e além das dependências da instituição. Entre elas, destacam-se a responsabilidade sobre o manejo geral e reprodutivo de todos os setores de produção animal e a clínica

Revista de Extensão do IFNMG

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médica do instituto, bem como o atendimento reprodutivo, clínicocirúrgico, de consultoria e assistência veterinária aos produtores rurais Ricardo Mendes, Pedro Alves, Messias Marques, Ricardo Cordeiro, Ted Murtha, Miguel Medrado, Iury Marques, Wanderley Rufino, Alberto Cordoso, Reginaldo Ferreti, Marcelo Contendas e Dilsinho. Além destes, foram realizadas atividades, em

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parceria com o projeto VetSalRural e, durante as disciplinas dos demais alunos do Curso de Medicina Veterinária, cursos teórico-práticos de inseminação artificial e palestras para produtores rurais, bem como atividades de reprodução, junto ao curso de Zootecnia da UFMG e de reprodução animal, em parceria com a UEMS, UFMS, Embrapa Gado de Corte, Senar e Emater.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenadora: Roberta Magalhães Dias Cardozo Bolsistas: Leidiane Mendes Vieira e Mariana Ribeiro Figueiredo Voluntários: Ana Carolina de Jesus Oliveira, Francielle Miranda de Matos, Thúllio Santana Costa e Hanna Gabriella Maurício Gomes Colaboradores: Felipe Cimino Duarte, Humberto Almeida e Renata Fernandes Paiva Campus: Salinas

Varal de queijo

Projeto

Capacitação dos produtores de queijo cabacinha do município de Cachoeira de Pajeú -MG, sobre os aspectos legais de produção e comercialização do queijo

O queijo cabacinha é vastamente conhecido e comercializado no Vale do Jequitinhonha. Entretanto, no município de Cachoeira de Pajeú, ainda não há uma queijaria legalizada. O projeto foi sequência de um projeto de pesquisa realizado em 2016, com o objetivo de conhecer as características físico-químicas e microbiológicas do queijo cabacinha, e foi realizado em parceria com o IMA Pedra Azul, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Prefeitura Municipal de Cachoeira de Pajeú.

O

queijo cabacinha é um queijo de massa filada, obtido da fermentação de leite cru, utilizando enzimas comerciais (coalho) e um fermento natural (pingo), que é um soro retirado da produção do dia anterior e utilizado no dia seguinte, para “facilitar” a coagulação do leite. Este queijo é comum na região do Vale do Jequitinhonha e Sul da Bahia. A produção é realizada, de forma ilegal, em pequenas propriedades e, posteriormente, adquirida por atravessadores a um valor muito abaixo do que é comercializado nas beiras das rodovias, em municípios como Cachoeira de Pajeú, Pedra Azul e Medina. A produção e comercialização de produtos de origem animal sem o devido registro nos órgãos compe-

Revista de Extensão do IFNMG

Produção do queijo cabacinha

tentes é uma situação corriqueira em todo país, principalmente, no interior. Tal prática é ilegal e expõe a saúde do consumidor a riscos, mas é fonte de renda de pequenos produtores. Os rebanhos que dão origem ao leite para elaborar o queijo cabacinha são monitorados frequentemente pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e a vacinação previne doenças, como brucelose e tuberculose; entretanto não há uma fiscalização quanto aos produtos oriundos desse leite, que podem veicular doenças ao consumidor, e, em alguns casos, até levá-lo a óbito. O trabalho realizado foi sequência de outro projeto de pesquisa, realizado em 2016, também financiado pelo IFNMG. Na pesquisa, a equipe realizou análises físico-químicas e mi133


Queijo comercializado às margens da BR 116, em Medina-MG

crobiológicas de amostras de queijo de produtores da região de Cachoeira de Pajeú. Na época, os produtores questionaram quanto à valorização do queijo e o que poderia ser feito para o produto deixasse de ser “ilegal”, uma vez que é produzido em locais e condições que não condizem com o preconizado pela Lei n° 20.549, de 18 de dezembro de 2012. A legislação citada foi um marco para o queijo cabacinha, já que foi a primeira e única a reconhecê-lo como queijo artesanal. Entretanto, 134

para que este seja comercializado no Estado, a queijaria deve ser construída dentro de normas técnicas específicas, ser abastecida com água filtrada e clorada, dentre outras especificações. A respeito da comercialização sem embalagem, a lei deixou o assunto para um regulamento complementar que, após cinco anos de vigor dessa, ainda não tinha sido publicado. Empolgados com o reconhecimento do queijo cabacinha e as dificuldades enfrentadas para escoa-

mento da produção, os produtores necessitavam de um treinamento quanto ao caminho a seguir, para legalizar o queijo. Desta forma, foi realizada uma parceria com o IMA de Pedra Azul, que é o órgão que atende ao município de Cachoeira de Pajeú, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Prefeitura Municipal de Cachoeira de Pajeú, a fim de realizar um treinamento em Boas Práticas de Fabricação (BPF) e esclarecer os pontos a serem seguidos para a legalização do queijo.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Humberto Almeida, médico veterinário do IMA, falando sobre a legislação do queijo cabacinha

A

pós visitas prévias a várias propriedades, aplicação de questionário e acompanhamento da produção, foi realizado o convite aos produtores. Contudo, poucos compareceram ao treinamento realizado em dezembro de 2017. A presença do IMA causou receio em alguns, por medo de fiscalização, e outros enxergaram o órgão tal como ele é, ponte para a legalização. A equipe do IFNMG realizou uma explanação e distribuição de apostilas sobre as Boas Práticas de Fabricação e em parênteses (BPF), com procedimentos de fácil implantação na propriedade, como, por exemplo, a desinfecção de superfícies, utilizando água sanitária, noções de armazenamento do queijo, qualidade da água utilizada na propriedade e cuidados com pragas e animais domésticos junto à produção. O médico veterinário do IMA expôs aos presentes as condições inadequadas de produção do cabacinha, o prejuízo aos produtores devido à falta de vigilância sanitária no mu-

Revista de Extensão do IFNMG

nicípio e o árduo caminho a seguir para legalizar uma queijaria. O IMA se mostrou muito solícito quanto ao interesse de alguns produtores em legalizar a sua produção de queijo. De acordo com o médico veterinário Humberto Almeida, “o investimento em uma queijaria não é muito alto, há bancos que oferecem linhas de crédito facilitadas e o retorno em poder vender um queijo com aspectos físico-químicos e microbiológicos dentro de padrões aceitáveis não tem preço; aliás, o queijo cabacinha será diferenciado, podendo ser comercializado em todos os lugares do Estado”. De acordo com Dona Tereza, produtora que sustenta toda a família processando cerca de 40 litros de leite, “a presença de atravessadores para escoar a nossa produção é desgastante, mas necessária, pois, mesmo pagando pouco, são eles que garantem a venda do queijo, assim, se conseguíssemos um registro da queijaria, de forma individual, ou por meio de associação, poderíamos vender a um preço mais justo e diretamente para outras cida-

des, além de comercializá-lo em supermercados, vender para os programas do governo, para ser utilizado na merenda escolar, entre outros”. O projeto realizado foi idealizado pela professora Roberta Cardozo, junto aos discentes Leidiane Mendes Vieira, graduanda em Engenharia de Alimentos e Thúllio Santana Costa, graduando em Medicina Veterinária, ambos moradores do município de Cachoeira de Pajeú e produtores de queijo. Pode-se afirmar, ainda, que o apoio dos colaboradores e demais membros da equipe IFNMG é prova de que o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão tem gerado frutos a toda comunidade, e uma a equipe multidisciplinar propicia maior interação entre as áreas estudadas, gerando resultados confiáveis. Por fim, o projeto cumpriu com a sua missão social na comunidade em que foi inserido e mostrou à população que é possível permanecer na zona rural produzindo pouco, mas produtos com reconhecimento, uma vez que esses têm alto valor em todo mercado. 135


Coordenadora: Edilene Alves Barbosa Bolsista: Luana Dias Araújo Voluntários: Bruna Ferreira Sales, Yara Gomes de Souza, Ernando Gonçalves do Egito e Félix Moreira Ribeiro Colaboradores: Daniela Caetano Cardoso e Alcides Ricardo Gomes de Oliveira Texto: Luana Dias Araújo Campus: Salinas

Projeto

Analisar a viabilidade econômica do aproveitamento do resíduo de banana in Natura em feira livre e supermercados na Região de Salinas – MG para

elaboração de banana passa e doces Foram realizadas, ao logo dos sete meses de projeto, várias reuniões com um feirante e um gerente de supermercado, para apresentar as etapas do processamento e o andamento do cronograma. Os envolvidos demostraram interesse e uma mente aberta em relação ao que lhes foi proposto, bem como se disponibilizaram a enviar a matéria-prima nas condições de maturação avançada, para contribuir na pesquisa. Ao demonstrar que o produto teria retorno econômico favorável, no aspecto mercadológico, realizou-se uma reunião, na qual foram discutidas e demonstradas as boas práticas de elaboração dos produtos, como banana-passa e bananada, compreendendo-se a viabilidade em produzi-los. A pesquisa, no aspecto sensorial, confirmou que a população tem intenção de compra, portanto, produtos desidratados a partir da banana, que era descartada, podem começar a alavancar o mercado de Salinas – MG.

A

pós sete meses de execução do projeto, pôde-se observar que foram criadas pontes entre o conhecimento científico, o comércio e a extensão rural. Ao verificar a possibilidade de conferir viabilidade de produção e retorno econômico, a equipe do projeto apostou na ideia de elaboração de novos produtos a partir de banana em alto estágio de maturação. Assim, com o produto elaborado, mostrou-se que é necessária a confirmação de que o alimento é seguro para a ingestão, ainda que elaborado em boas condições higiênicas. As Figuras 1, 2 e 3 ilustram os testes microbiológicos realizados.

136

Figura 1. Placas de contagem padrão – aeróbios mesófilos (teste de confiabilidade da embalagem)

Figura 2. Contagem de Salmonella (coloração não incidente, LST com ausência) Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Figura 5. Banana passa com antioxidante sem controle termal e cálculo de umidade ideal Figura 3. Teste de Coliformes Totais (ausência)

Dessa maneira, a Figura 4 mostra a embalagem estéril, utilizada para armazenar o alimento, ainda quente e evitar trocas gasosas e de umidade, uma vez que a amostra, nessas condições, seria levada a testes microbiológicos.

Figura 4. Embalagem WHIRL-PAK

Se o processamento não tivesse um controle, conforme ilustra a Figura 6, cujo aspecto da banana usada para produção de banana-passa, aparentemente, desagradou a ambos, realizou-se a demonstração para a conscientização destes, e a expectativa foi alcançada.

Foi sugerido aos envolvidos que utilizassem sacos de polietileno de baixa densidade, uma vez que o custo da embalagem é baixo e a produção rapidamente estaria disponível para venda ou consumo próprio. O não crescimento das culturas analisadas pode ser justificado pela remoção da água livre presente no conteúdo da banana. A água livre do alimento é responsável pela maior parte das reações enzimáticas, microbiológicas e de hidrólise (quebra pela água). Foram recebidos 30 kg de banana in natura, que renderam, aproximadamente, 21 kg de banana descascada. Os 9 kg de casca foram levados para o biodigestor e outra parte foi utilizada no setor de agricultura do Instituto. Para a remoção do conteúdo de água, realizou-se um cálculo do balanço de massa, estimando o tempo de acordo a taxa de variação da umidade, pela quantidade de massa a ser desidratada. Ao final do processo, foi possível a remoção de 72% de água por

banana em todas as repetições, atingindo, em média, 28% de umidade a peso constante, enquanto a legislação pede que frutas desidratadas tenham, no máximo, 25% p/p. A maior concentração de solutos pode ser justificada pelo fator climático, menor teor de água no conteúdo do fruto devido à pouca chuva e à variedade das bananas, coletadas por dois fornecedores diferentes. Após a desidratação e embalagem, confirmado que o alimento se encontrava microbiologicamente seguro, o trabalho foi cadastrado no Comitê de Ética e realizado o teste sensorial triangular para 60 provadores, dispondo as amostras por 3 tipos diferentes de tratamento antioxidantes: a amostra 1 continha ácido cítrico + ácido ascórbico (1% do peso total de banana selecionada para este fim); a amostra 2 foi imersa em água a 60° C por 1 minuto e a amostra 3, conforme mostra a Figura 7, não sofreu tratamento algum.

Figura 6. Tratamentos 1, 2 e 3 das bananas para Teste Triangular discriminativo e de preferência

Revista de Extensão do IFNMG

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D

Nº de respostas

e acordo com a Tabela de Teste Triangular, para haver diferença significativa entre os tratamentos aplicados aos provadores, em nível de significância de 5%, seriam necessárias 27 respostas para verificar diferença entre os tratamentos. O número de respostas foi inferior, concluindo que, com relação ao tratamento antioxidante, para o consumidor, não fez diferença inserir algum composto ou não. Com relação ao preferido, o tratamento 1 recebeu maior quantidade de respostas indicando que, possivelmente, comprariam o produto, conforme o Gráfico abaixo.

Após a demonstração dos resultados, foi elaborada e apresentada uma cartilha sobre boas práticas de fabricação da banana-passa e a uma explicação sobre a elaboração da bananada, como uma alternativa secundária, uma vez que esta já é um produto consumado no mercado, e o mercado salinense deixa a desejar quanto à disposição de banana-passa no local. O projeto obteve retorno positi-

vo, especialmente na confiabilidade dos dados e alcance das expectativas dos envolvidos. Foi explicado que é possível produzir e vender, reduzindo drasticamente as perdas que antes geravam transtornos, especialmente, no aspecto econômico. Cada kg de banana-passa pode ser vendido, em média, por R$ 36,00 a R$ 40,00, e o doce de banana por até R$ 20,00, fator que propõe a geração de lucro.

22,5 22 21,5 21 20,5 20 19,5 19 18,5 18 0

1

2

3

4

Tratamentos Respostas da aceitação da banana passa Linear (Respostas da aceitação da banana passa) 138

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: João Antônio Motta Neto Bolsista: Éllen Maria Neves Silva Discente voluntário: Geraldo Carlos dos Santos Júnior Colaboradora: Danielle Piuzana Mucida Texto: João Antônio Motta Neto Campus: Diamantina

João Motta

Complexo do Pasmar

Projeto

Inventariação de sítios de geodiversidade no município de Diamantina (MG)

A região de Diamantina (MG) mostra-se com grande potencial geoturístico. Desta forma, este trabalho objetivou a inventariação, quantificação e avaliação do risco de degradação de sítios de geodiversidade na região. O processo de inventariação contou com visitas aos sítios localizados nos arredores da Trilha Verde da Maria Fumaça, os quais foram georreferenciados, inventariados e quantificados, por meio de preenchimento de formulários de campo. De um total de oito sítios identificados a priori, quatro foram inventariados, sendo estes a Casa de Pedra, a Turfeira do Pau de Fruta e o Complexo do Pasmar, caracterizados como geossítios, e a Cachoeira do Barão como sítio de geodiversidade. Foram desenvolvidos um folder e um modelo de painel, destinados à educação ambiental e ao geoturismo.

A

região de Diamantina (MG) apresenta diversos atrativos naturais com potencial turístico, aspecto importante para o fortalecimento deste arranjo produtivo do turismo, de relevante importância mundial. Este trabalho teve por objetivo a realização de um inventário de sítios de geodiversidade na região da Trilha Verde da Maria Fumaça, município de Diamantina (MG) com potencial turístico, educativo e científico, além de quantificar e avaliar o risco de degradação dos sítios inventariados. Para a inventariação e quantificação dos sítios de geodiversidade (SGs), conforme sua importância científica, educacional e turística, o trabalho baseou-se na metodologia proposta pelo José Brilha. Foram re-

Revista de Extensão do IFNMG

alizadas visitas de campo nos SGs localizados no trecho da Trilha Verde da Maria Fumaça (antiga linha ferroviária), entre a cidade de Diamantina e o povoado de Barão de Guaicuí (município de Gouveia). A trilha foi georreferenciada por meio de um navegador GPS (Garmin GPSMAP 64s), sendo os dados descarregados no software Google Earth Pro®, possibilitando uma ampla visão dos potenciais SGs encontrados nos arredores da trilha. Para cada sítio visitado, foram feitos o georreferenciamento e o preenchimento de formulários para caracterização inicial de geodiversidade (inventariação), quantificação e risco de degradação. A partir dos dados dos formulários de campo, pôde-se avaliar o valor científico, os

potenciais usos turístico e educacional, além do seu risco de degradação. Em seguida, foram elaborados um modelo de painel interpretativo e um folder para divulgação e conscientização acerca dos sítios. A partir do levantamento inicial dos SGs, foi constatada que a região contém cerca de oito locais de interesse (Afloramento na Altitude Máxima, Cachoeira do Barão, Casa de Pedra, Mina de Ouro da Bandeirinha, Serra da Miúda, Complexo do Pasmar, Turfeira do Pau de Fruta e Vista do Pico do Itambé). Entretanto, impasses, como dificuldade de acesso e permissões para visitas, contribuíram para que somente quatro fossem inventariados. Os quatro sítios inventariados e quantificados foram: 139


João Motta

Abrigo da Casa de Pedra

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. A Turfeira do Pau de Fruta, encontrada sobre rochas das formações Sopa-Brumadinho e Galho do Miguel, podendo ser caracterizada como um Organossolo Mésico Sáprico, típico originado de materiais orgânicos acumulados em ambientes saturados com água. Foi considerada como um geossítio, devido ao seu valor científico (paleoambiental). . O sítio Casa de Pedra, classificado como geossítio, devido à sua importância arqueológica e mineira, apresenta momentos distintos de uso e ocupação do terreno pelo homem. Há presença de pinturas rupestres da Tradição Planalto sobre pequeno abrigo natural formado por quartzitos da Formação Galho do Miguel e uma edificação – a Casa de Pedra – bem mais recente, cuja destinação pode ser vinculada aos trabalhadores e garimpeiros da antiga pedreira desativada. Nesta pedreira, há afloramentos, nos quais podem ser observadas marcas on-

3

2

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duladas e estratificações cruzadas de pequeno porte. . O Complexo do Pasmar é um geossítio com atributos arqueológicos, estruturais e estratigráficos, de alto valor científico. Constituída por afloramentos quartzíticos da Formação Galho do Miguel, foram notados quatro abrigos naturais com pinturas rupestres da Tradição Planalto e Complexo Montalvânia. Há também presença de diversas estruturas com caráter extremamente didático (estratificações cruzadas de grande porte, dobras, falhamentos, marcas onduladas). . A Cachoeira do Barão está localizada próxima ao vilarejo de Barão de Guaicuí. O sítio foi o único caracterizado como Sítio de Geodiversidade, em razão da sua pouca relevância científica e de seu potencial uso turístico e educacional, observado nas suas características hidrológicas, paisagísticas e históricas.

João Motta

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


João Motta

Cachoeira do Barão

Revista de Extensão do IFNMG

Pintura rupestre no Complexo do Pasmar

João Motta

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partir da quantificação, foi possível classificar e comparar os sítios inventariados. No quesito valor científico, o Complexo do Pasmar obteve valor numérico mais elevado, devido à diversidade de estruturas geológicas e sítios arqueológicos e por ser um ambiente sem limitações de uso. Quanto ao uso educacional e turístico, percebese que a Cachoeira do Barão atingiu valores máximos em diversos critérios, alcançando a melhor pontuação. Estes resultados confirmam a classificação como Sítio de Geodiversidade, sendo que os outros sítios obtiveram resultados aproximadamente iguais. Quanto ao risco de degradação, o Complexo do Pasmar possui baixo risco de degradação, por se tratar de uma área sem acesso direto, dificultando a visita e, de certa forma, preservando os elementos geológicos. Os demais apresentaram médio risco de degradação. A região de Diamantina (MG) guarda um patrimônio natural de

grande relevância científica e cultural, refletido em seus atributos bióticos, geológicos, arqueológicos e mineiros, podendo ser considerada uma área privilegiada em termos de potencial geoturístico. Por meio de inventário e caracterização dos quatro sítios, foi possível atribuir valores e quantificar o seu valor científico e os seus potenciais usos educacionais e turísticos, além do risco de degradação de cada sítio. Estes valores são importantes, já que permite relacionar os sítios de maior potencial, com a tomada de decisão, a fim de priorizar a aplicação de recursos. Nesse contexto, a Cachoeira do Barão seria prioridade, pois obteve maiores notas nos quesitos uso educacional e uso turístico. Contudo, acredita-se que a geodiversidade da região de Diamantina poderá servir de base para o crescimento de atividades geoturísticas, desde que seja garantida a conservação dos geossítios e dos sítios de geodiversidade. 141


Projeto

Mapeamento dos Pontos de Entrega Voluntária (PEV) de material reciclável no município

Coordenador: João Antônio Motta Neto Bolsistas: Sarah Nunes Fernandes, Aguinele Queiroz da Silva Voluntária: Amanda Dias Araújo Colaboradores: Érika Cristina Miranda Fernandes Texto: João Antônio Motta Neto Campus: Diamantina

de Diamantina (MG)

Frente à problemática relacionada à disposição inadequada dos resíduos sólidos, este projeto foi realizado com o objetivo de contribuir para a melhoria dos aspectos quali e quantitativos da coleta de material reciclável no município de Diamantina (MG). Nesse contexto, fez-se necessário o mapeamento georreferenciado dos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), para avaliar sua distribuição geográfica. Foram identificados 13 PEVs na cidade, sendo calculado como 82 o número ideal para atender à demanda da população. Com a campanha educativa, por meio do compartilhamento de informações, via redes sociais, e da realização de palestras educativas, pretendeu-se ampliar o conhecimento da população acerca do trabalho da ACAD, expandir e tornar mais eficiente a coleta seletiva.

C

om a crescente industrialização, aceleração de crescimento dos aglomerados urbanos e a cultura do consumismo, tem ocorrido o aumento de problemas ambientais e de saúde pública, causados pelo grande volume de resíduos sólidos produzidos e despejados, sem o devido tratamento, no meio ambiente. Nesse contexto, este trabalho analisou o estudo de caso da Associação dos Catadores de Diamantina (ACAD), a fim de conhecer parte da realidade do processo de coleta de resíduos no município, na modalidade dos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) e, principalmente, aumentar a participação dos moradores da cidade em colaborar com a associação. O trabalho foi dividido em quatro etapas. A primeira etapa consistiu no planejamento da pesquisa e revisão bibliográfica acerca da temática. Na segunda etapa, realizaram-se duas

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Folder educativo

campanhas de campo (maio e junho de 2017), em que os PEVs distribuídos pela cidade foram georreferenciados, fotografados e observados quanto às suas condições individuais. A terceira fase do projeto consistiu

João Motta

Caminhão de coleta seletiva

em trabalhos de escritório e na divulgação das informações geradas nas redes sociais. O mapa de localização dos PEVs foi construído a partir das coordenadas coletadas em campo e descarregadas no software GPS TrackMaker®. Após isso, o refinamento da arte gráfica do mapa foi elaborado nos softwares PaintTool SAI® e CorelDRAW®. O flyer informativo foi desenvolvido no software CorelDRAW®, sendo que o mapa de localização e o flyer foram disseminados em várias mídias sociais. De modo complementar, foram realizadas palestras para a divulgação do projeto em escolas e eventos. A última etapa do projeto consistiu na projeção do número ideal de PEVs para cada bairro da cidade, pois a localização dos PEVs deve atender aos núcleos habitacionais e estar próximo destes, além de outras variáveis. Para o levantamento populacional dos bairros, utilizaram-se dados disponi-

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Mapa de localização dos PEVs

bilizados pela Prefeitura Municipal de Diamantina, relativos ao ano de 2016. Outra variável necessária para o cálculo foi o quantitativo de materiais recicláveis produzidos na cidade semanalmente, inferido a partir de informações da prefeitura e dos índices de produção de resíduos sólidos urbanos (RSU) para a região Sudeste, fornecidos pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Diamantina tem uma população estimada em 48.230 habitantes (IBGE, 2017) e, a cada ano, a cidade vem se desenvolvendo em ritmo acelerado, sobretudo após tornar-se um polo educacional e de saúde, além de ser um destino de relevância turística nacional e internacional. Dadas essas características, justifica-se o esforço para implantação da coleta seletiva solidária no município, não apenas pela causa já citada, mas também pela possibilidade de geração de empregos e renda. Foram identificados 13 PEVs distribuídos pela cidade. A maioria dos pontos estão sem identificação específica, o que pode prejudicar a coleta dos resíduos recicláveis, já que algumas pessoas podem Revista de Extensão do IFNMG

confundi-los com lixeiras comuns. De acordo com os cálculos realizados, seriam necessários 82 PEVs para atender a atual demanda de coleta seletiva em Diamantina. Além do mapa de localização dos PEVs, também foi elaborado e distribuído, via redes sociais, um flyer com informações sobre a coleta seletiva, além da realização de quatro palestras em escolas, instituições e eventos sobre o assunto, atingindo um público de 152 pessoas diretamente, visto que, indiretamente, não foi possível quantificar o acesso pelas redes sociais. Ressalta-se aqui a importância da realização de campanhas permanentes de educação ambiental (eventos, palestras, rádio, televisão, redes sociais, festivais, etc.), como parte fundamental e de grande importância no desenvolvimento deste tipo de projeto. Essas ações conscientizam os moradores tradicionais e novatos na cidade, pois trata-se de um polo educacional com grande rotatividade na sua população ao longo do ano. A valorização do mercado de recicláveis tem atraído novos atores públicos e privados, em uma tenta-

João Motta

Atividade de georreferenciamento de PEV

tiva crescente de se criar um meio de redução dos seus impactos ambientais, minimizando o desperdício e gerando emprego e renda. O projeto torna-se, então, relevante em função do atual momento social, econômico e ambiental em que se encontram as esferas municipal, estadual, nacional e mundial. A coleta seletiva já funciona em diversas cidades brasileiras. Em Diamantina, encontra-se no estágio inicial e necessita, obviamente, de melhorias, ampliação e maior participação dos órgãos públicos, privados e da sociedade em geral. O projeto obteve grande receptividade na comunidade diamantinense e necessita de continuidade para efetivar sua consolidação. Esse pode se tornar uma referência, trazendo mais benefícios e sendo alvo de mais recursos, visto que objetiva o aumento da arrecadação de materiais recicláveis, redução de problemas ambientais e de saúde pública, além de possibilitar a geração de empregos e renda, não somente para a ACAD, mas também para empresas privadas do setor de reciclagem, que terão maior estímulo para realizar novos investimentos. 143


Coordenador: Júlio Cézar Barbosa Rocha Bolsista: Lívia Samara Cardoso Gonçalves e Mércia Caroline Nogueira Martins Voluntários: Lavínia Tamires Souza Araujo, Vitória Ingred de Oliveira e Alberto Souza Cunha Colaboradores: Marineide Almeida Rocha e Felipe Cezar de Castro Antunes Texto: Júlio Cézar Barbosa Rocha Campus: Janaúba

1º Mostra de Ciência e Tecnologia

Projeto

Luana Aparecida Ramos Santiago

I Mostra de Física e Matemática

do IFNMG-Campus Avançado Janaúba

A I Mostra de Física e Matemática do IFNMG-Campus Avançado Janaúba foi realizada no dia primeiro de dezembro de 2017, na biblioteca pública localizada na Avenida Brasil, Centro de Janaúba. Tivemos a participação de vários alunos das escolas públicas da cidade.

144

Ana Clara Orneles Luiz

Luana Aparecida Ramos Santiago

A

I Mostra de Física e Matemática do IFNMG-Campus Avançado Janaúba, que teve o nome alterado para I Mostra de Ciência e Tecnologia, foi um evento de Extensão realizado pelo Campus Avançado Janaúba, sob a coordenação do prof. Dr. Júlio Cézar Barbosa Rocha, em parceria com algumas escolas públicas da cidade de Janaúba. Na ocasião, os alunos do 1º e 2º do curso técnico integrado de Informática para internet tiveram a oportunidade de apresentar os trabalhos de Ciências e Matemática, realizados ao longo do ano de 2017. Todos os experimentos foram feitos com materiais acessíveis e de baixo custo. Mostramos para o nosso público que é possível realizar experimentos com determinados tipos de materiais encontrados nas casas dos nossos alunos, sem necessariamente, precisar recorrer a um laboratório sofisticado.

Experimentos de Física, com materiais acessíveis

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Luana Aparecida Ramos Santiago

Alunos e servidores do IFNMG – Campus Avançado Janaúba, participantes da 1º Mostra de Ciência e Tecnologia

E

rica, ex-estudante de escolas públicas de Janaúba, atualmente estudante de Direito na Universidade Federal de Uberlândia, prestigiou a nossa Mostra de Ciências. Ela destacou a simplicidade dos experimentos que, com materiais bastante simples, conseguem mostrar que a ciência está presente. Já Mateus, estudante do Colégio Prêmio de Ja-

naúba, destacou que todos os experimentos são incríveis e gostou muito da Mostra. A professora Carla, da Escola Barão do Gorutuba, ressaltou que a Mostra traz para a prática os conhecimentos abordados nas aulas de Ciências. Portanto, constamos que a I Mostra de Ciência e Tecnologia do Campus Avançado Janaúba possibilitou a integração dos nossos alunos

com os alunos de outras escolas. Já estamos planejando a realização da II Mostra de Ciência e Tecnologia, pensando num evento maior, no qual possamos integrar o Ensino, a Pesquisa e a Extensão, a fim de que os alunos possam apresentar, para comunidade da Serra Geral, os trabalhos que estão sendo desenvolvidos no Campus Avançado Janaúba.

Luana Aparecida Ramos Santiago

Experimentos de Matemática relacionados a sólidos geométricos

Revista de Extensão do IFNMG

145


Marcelo Leonardo e Daniel Ornellas

Coordenador: Tharley Eustáquio da Mota Silva Bolsistas: Daniel Ferreira Ornellas Pena, Iure Fernandes Melo Jr. , Sarah Pereira da Silva, Marcelo Leonardo, Lorrane Fernandes Brito e Geanderson Rodrigues da Silva Santos Voluntário: Juan Jesus Sanjuan Vieira Lemos Colaboradores: Alessandro Carneiro Ribeiro, Suze Aparecida Ferreira Bavosa,Vera Lúcia dos Santos Guilherme e João Batista Texto: Tharley Eustáquio da Mota Silva Campus: Pirapora

Projeto

Capacitação em informática nas escolas municipais de Pirapora para docentes e setor administrativo

O projeto teve como propósito capacitar professores e técnicos administrativos das escolas municipais convidadas quanto ao uso de softwares modernos, acessíveis e que pudessem ser utilizados como ferramentas facilitadoras e de apoio às atividades de ensino e administrativas em ambiente escolar.

146

crescimento dos profissionais em diversos aspectos, tais como: comunicação, liderança, relacionamento interpessoal, produtividade e planejamento. Percebeu-se que esses profissionais precisam de apoio constante para lidar com as novas tecnologias e a capacitação veio ao encontro

dessa necessidade, sendo uma solução viável. Mas, para evitar a introdução descontextualizada dessas tecnologias, notou-se a necessidade de planejar uma capacitação que levasse em consideração a importância de adaptar o treinamento à realidade desse servidor e de sua escola. Ou

Capacitação em Informática com professores e técnicos administrativos das escolas municipais Marcelo Leonardo e Daniel Ornellas

O

reconhecimento de uma sociedade cada vez mais informatizada deve ser acompanhado da conscientização quanto à necessidade de estarmos, constantemente, atualizados sobre novos recursos tecnológicos que ajudem a moldar novas habilidades e competências para lidarmos com as novas tecnologias. Dessa necessidade, nasce a demanda por capacitação contínua, responsabilidade essa que instituições técnicas de ensino não podem se furtar a oferecer às comunidades nas quais estão inseridas. Diante disso, a capacitação proposta no projeto foi direcionada aos professores e servidores técnicos que executam suas rotinas de preparação das aulas e administrativas nas secretarias das escolas públicas municipais. Surge como uma forma de desenvolver novas habilidades, aprimorar outras e fomentar o

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Marcelo Leonardo e Daniel Ornellas

Identificação das demandas

de maior interesse do público-alvo e o grau de conhecimento quanto a estas; disponibilidade (de acesso a computadores, internet, melhores dias e horários para aplicação do curso). Baseado nesse levantamento, a equipe do projeto fez um cruzamento entre o que era demandado pelo público, os softwares que poderiam melhor atendê-lo e a forma como estes deveriam ser abordados em um curso presencial de capacitação.

seja, uma capacitação que proporcionasse aos servidores um treinamento contextualizado e personalizado, trazendo a eles soluções factíveis e práticas para a solução de problemas do seu cotidiano profissional. Logo, para se chegar a um entendimento, o mais preciso possível, das reais necessidades de capacitação desse público, foi elaborado um questionário que abordava vários aspectos relacionados ao assunto: quais seriam as ferramentas Levantamento junto aos docentes e técnicos administrativos das escolas participantes

Indique o seu nível de domínio e uso das ferramentas abaixo: NÃO me interesso em treinamento nessa ferramenta

Indique seu cargo (poderá marcar mais de uma opção):

NÃO domino esta ferramenta e SIM tenho interesse em aprender sobre ela NÃO domino esta ferramenta, SIM uso ela no trabalho e SIM preciso aprender mais sobre ela SIM domino esta ferramenta, SIM uso ela no trabalho e SIM quero aprender mais sobre ela

21 (67,7%)

DOCENTE

WORD

EXCEL 25,8%

35,5%

10 (32,3%)

ADMINISTRATIVO

POWER POINT 25,8% 19,4%

19,4% 5

0

10

15

20

Você tem computador ou notebook? 77,4% 12,9%

Não tenho computador nem notebook em CASA Não tenho, mas uso o computador/ notebook DA ESCOLA Tenho NOTEBOOK PRÓPRIO

PREZI

GOOGLE DOCS

9,7% 87,1%

9,7%

51,6%

41,9%

64,5%

90,3%

[Aos PROFESSORES]. Sobre o acesso dos seus seus ALUNOS à internet: 31,8%

9,1% 9,1%

50%

A maioria dos alunos NÃO tem acesso A maioria dos alunos tem acesso à internet APENAS DE CASA A maioria dos alunos tem acesso à internet APENAS NA ESCOLA A maioria dos alunos tem acesso à internet em CASA E NA ESCOLA

Revista de Extensão do IFNMG

Qual dos cursos você teria prioridade em fazer?

Excel

19,4%

Word

9,7%

Power point Prezi

64,5%

O grande diferencial do projeto foi ouvir previamente seu público-alvo. Aplicar essa pesquisa antecipadamente à elaboração e à execução do treinamento em si foi proveitoso, conforme informado anteriormente. A pesquisa permitiu que se chegasse a um “denominador comum”, quanto aos softwares que eram de interesse, tanto do público docente quanto do público do setor administrativo das escolas. Isso otimizou as ações do projeto, no sentido de se criar uma única turma de capacitação, com interesses em comum, aproveitando melhor a disponibilidade dos instrutores, público-alvo e laboratórios. Assim, com base nos dados dessa pesquisa, a equipe de bolsistas e o coordenador do projeto desenvolveram um material de treinamento sob medida, muito elogiado por ir ao encontro das atividades dos servidores que seriam capacitados, mostrando, na prática, como as ferramentas apresentadas poderiam auxiliar a resolver suas tarefas e problemas cotidianos: uso de editores de textos, planilhas e apresentações para elaboração de material didático e de controles, tais como provas, exercícios, apostilas, cadernetas, controle de notas e frequência, boletins, mala direta, etc. Esse conhecimento foi muito bem recebido pelo público. Esse projeto de Extensão, portanto, cumpriu com seus objetivos iniciais, que eram, além de capacitar docentes e técnicos administrativos das escolas municipais de Pirapora, promover maior interação entre o campus e a comunidade à qual está servindo. O projeto ainda almeja se manter ativo e expandir o público-alvo para as escolas estaduais e particulares de Pirapora e das cidades próximas, bem como para o público do próprio campus.

Google Docs

147


Projeto

Portifólio de oportunidades

Coordenador: Fernando Antônio Thomé Andrade, Kleber Carvalho dos Santos e Maria Araci Magalhães Voluntário: Denisley Soares Alves Colaborador: Sebastião César Ferreira do Carmo e Rony Enderson de Oliveira Texto: Fernando Antônio Thomé Andrade e Rony Enderson de Oliveira Campus: PROEX/Reitoria

Elaboração de um portfólio de oportunidades, identificando as reais situações-problema das comunidades onde os campi estão inseridos, propondo soluções tecnológicas advindas das áreas de extensão, pesquisa e ensino do IFNMG, por meio de programas, projetos ou atividades.

O

projeto “Portfólio de Oportunidades” foi idealizado pela professora Maria Araci Magalhães, pró-reitora de Extensão, e pelo professor Kleber Silva Santos, diretor de Extensão, e desenvolvido na Pró-Reitoria de Extensão pelo Núcleo de Relações Interinstitucionais e Comunitárias. Teve, como objetivo, descrever as situações -problema das comunidades onde os campi estão inseridos e propor soluções tecnológicas advindas das áreas de Extensão, Pesquisa e Ensino do IFNMG, por meio de programas, projetos ou atividades. Habitualmente, vivemos em uma comunidade sempre “ouvindo falar” das dificuldades existentes na região e, por vezes, até pensamos que podemos solucionar algumas delas com o nosso próprio conhecimento.

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Em certas situações, encontram-se as soluções. Contudo, as ações se tornam difusas e não se direcionam para a efetivação da missão institucional, cuja essencialidade é contribuir para o desenvolvimento local e regional. Os trabalhos de conclusão de cursos, atividades e projetos realizados atualmente pelos estudantes e professores dos campi são idealizados por docentes, mediante o seu entendimento em atender a sua área de atuação. Nessa direção, de contribuir para a consolidação do IFNMG como agente de desenvolvimento, torna-se necessário ter um instrumento para definir, com maior precisão, as situações-problema de uma região. Assim, pretendemos “ouvir” a comunidade, realizando entrevistas por meio de grupos foContação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


cais, para definirmos as reais necessidades das comunidades, a fim de buscar soluções. Os grandes beneficiados pelo projeto serão as comunidades, os distritos, os campi do IFNMG e os servidores docentes e técnico-administrativos, estudantes e egressos. Neste primeiro ano de implantação, visitamos todos os onze municípios, divulgando o projeto nos campi e iniciando, em alguns deles, reuniões com lideranças comunitárias e visitas em algumas comunidades, realizando entrevistas para confirmar o maior número de informações obtidas com os dados primários, quanto às forças e fragilidades das comunidades pesquisadas. Iniciamos também o processo de capacitação de voluntários para realização de entrevistas nas comunidades. Com as respostas obtidas nas entrevistas, identificamos várias situações-problema destas comunidades. Solicitamos também, por meio digital, aos servidores docentes e técnico-administrativos, estudantes Revista de Extensão do IFNMG

e egressos, suas formações, capacitações, experiências e habilidades, a fim de compor um arquivo que servirá de consulta para soluções tecnológicas das situações-problema. À medida que encontrarmos servidores ou discentes que possam solucionar situações-problema, formaremos Grupos de Soluções Tecnológicas. Desta forma, criamos, em janeiro, o primeiro Portfólio de Oportunidades do IFNMG e um arquivo dinâmico dos servidores docentes e técnico-administrativos, estudantes e egressos, que poderão solucionar algumas situações-problema listadas no portfólio. O projeto não prevê, como seu produto, a solução de todas as situações-problema ou aquelas vinculadas às competências/ativos institucionais do IFNMG. As situações-problema serão levantadas, avaliadas sob o foco da possibilidade de resolução, com base nas capacidades/possibilidades/competências, habilidades e atitudes disponibilizadas na internet.

Para identificarmos situações -problema e suas soluções, faremos parcerias com outras instituições, governamentais ou não. O projeto Portfólio de Oportunidades foi selecionado por meio de uma Chamada Pública, no final de 2017, pela Innovation Management Professional (IMP), um curso exclusivo da empresa STEINBEIS-SIBE do Brasil, que tem, como base, a transferência de tecnologia e conhecimento entre o meio acadêmico e o mercado. Estamos criando uma plataforma para o Portfólio de Oportunidades. Neste ambiente, qualquer servidor do IFNMG ou cidadão poderá pesquisar, por assunto ou município, as situações-problema e poderá propor alguma ferramenta para solucionar aquela questão descrita, ou, no caso de docentes, indicar, para seus alunos, Trabalhos de Conclusão de Curso. Neste ambiente, também será possível pesquisar as soluções que já foram utilizadas para alguma situação-problema. 149


Coordenador: Fernanda Antunes Almeida Bolsista: Andreina Lorrane Gonçalves Pereira, Juan Jesus Sanjuan Vieira Lemos e Nathanael Rodrigues de Oliveira Santos Discente voluntário: Lucas Soares Ramos Colaborador: Jhoelber Batista Barbosa Texto: Fernanda Antunes Almeida Campus: Pirapora

Apresentação na Praça Cariris, em Pirapora

Projeto

Fernanda Antunes Almeida

IF Fanfarra Música e educação! Não há coisa melhor. É isso que o projeto “IF Fanfarra” propõe: estreitar os laços dos alunos com a música e a educação, com o objetivo de formar jovens e adolescentes, por meio da banda de fanfarra como ferramenta de ensino e aprendizagem, de resgate e de inclusão social, promovendo uma maior aproximação entre a comunidade e a escola. O projeto foi iniciado em 2017, e nasceu do desejo do músico Jhoelber Batista de dar vida aos instrumentos ociosos do IFNMG - Campus Pirapora. Esse desejo convergiu com a crença no poder transformador da música que a servidora Fernanda Antunes carrega. Ambos abraçaram o projeto, que segue em andamento.

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dou a socializar e fazer novos amigos, ensinou-me que cada som tem um compasso, assim como a vida, cada erro e acerto é uma lição e um aprendizado. Enfim, amo esse proje-

Fernanda Antunes Almeida

O

IFNMG - Campus Pirapora tem sido puro som desde o início do projeto “IF Fanfarra”. Os ritmos cadenciados que se propagam toda semana na quadra dão o tom da dimensão desse projeto, do que ele provoca nas pessoas que estão envolvidas. O estudante Izael Mendes Costa Junior, da Escola Estadual Professora Heloísa Passos, identifica o projeto como um meio para ajudar as pessoas a descobrirem talentos em comum, que, no caso, seria aprender a tocar um instrumento, tornando-se um ótimo campo de aprendizado. Aprende-se também, segundo o estudante, “que, às vezes, na vida, precisamos nos unir, para que possamos alcançar um objetivo único, que é seguir um só ritmo, pra alcançar um som prefeito. A fanfarra me aju-

to e tenho orgulho de falar que faço parte dele”, afirmou o estudante. O som que ecoa dos bumbos, caixas, taróis, surdos, pratos e inundam o campus em seus ensaios, bem como a população local, é um elo importante que aproxima mais a comunidade, por meio de alunos de diferentes escolas da cidade. A fanfarra constitui-se em uma oportunidade de propiciar a eles noções iniciais de música, contribuindo para o respeito mútuo e a cooperação entre a escola e a comunidade. A presença constante deles na instituição e o retorno, à sociedade, do trabalho desenvolvido mostram a verdadeira inserção desse projeto no dia a dia, contribuindo para a formação tanto social quanto artística, além de ser um momento de descontração e de prazer dos estudantes. Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Rogéria Santos e Hamilla Mello

Apresentação no III Festival de Dança do Studio T

Pela democratização da música

O

projeto conta com a contribuição e parceria do músico Jhoelber Batista Barbosa e está sob a coordenação da servidora Fernanda Antunes Almeida. Foi iniciado no mês de setembro de 2017 e, desde esse momento, a adesão tem superado as expectativas. Faltam instrumentos para conseguir atender a toda a demanda. O projeto é divulgado nas escolas, e os interessados se inscrevem. A partir daqui, faz-se uma seleção simples, não

Apresentação durante o intervalo, no IFNMG Revista de Extensão do IFNMG

sendo exigido nenhum conhecimento inicial de música, apenas dando preferência aos estudantes do 1º e 2º ano do Ensino Médio. Ainda em andamento, possui, devido à quantidade de instrumentos disponíveis, 40 participantes, que são estudantes do ensino médio de várias escolas da cidade de Pirapora, incluindo o IFNMG. São elas: Escola Estadual Fernão Dias, Escola Estadual Coronel Ramos, Escola Estadual Luiz Balbino, Escola Estadual Deputado Quintino Vargas, Escola Estadual José Natalino Boaventura Leite, Escola Estadual Argelce Carvalho Santos da Mota e Escola Estadual Professora Anésia

Gonçalves Longuinho. A fanfarra tem realizado apresentações no próprio IFNMG, em eventos como a Semana da Ciência e Tecnologia, a acolhida aos alunos ingressantes no primeiro semestre de 2018 e, também, em apresentações durante o intervalo de aulas – intervalo com música. Para além dos muros da instituição, o alegre batuque tem invadido também a Praça Cariris, com apresentação ao ar livre, para quem quiser se deliciar e se encantar com esse som contagiante. Outro evento importante e marcante, do qual a fanfarra fez parte, foi o III Festival de Dança do Studio T – Studio T Show, o primeiro evento de grande público, que deixou os estudantes maravilhados. A estudante Márcia Gabrielle Ramos Santos, aluna do IFNMG e, também, estudante do Ensino Médio na Escola Estadual Fernão Dias, encarou de peito aberto a nova experiência de aprender um instrumento e, depois desse primeiro passo, tem se apaixonado cada vez mais.

Fernanda Antunes Almeida

151


Jhoelber Batista Barbosa

Apresentação no Lar dos Idosos São Vicente de Paula

O

projeto cumpre com o seu papel de revelar talentos, de fazer com que os jovens se interessem por aprender coisas novas e que deem valor a esse novo conhecimento. O convívio com o grupo contribui, de maneira positiva, para aprendizagens acerca do respeito mútuo. Foi com esse intuito que a fanfarra fez uma apresentação no Lar dos Idosos São Vicente de Paula de Pirapora, em um momento de descontração e aprendizado. O parceiro Jhoelber Batista Barbosa acredita que o mais nobre projeto que uma pessoa pode executar é ajudar ao próximo, e é com esse objetivo que ele vem trabalhando com a fanfarra do IFNMG: ajudar os alunos de outras escolas e, até mesmo, os alunos do próprio Instituto Federal que nunca tiveram oportunidade de aprender e tocar instrumentos musicais. Segundo ele, isso traz vários benefícios para cada um dos alunos, como a melhora no desenvolvimento escolar e na convivência social e

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familiar. “E eles me retribuem com o melhor sentimento que um professor pode receber: gratidão”, afirmou o músico. A educação que inclui a música influencia no convívio dos jovens e adolescentes com a família e amigos e tem a capacidade de estimular vários sentidos, de proporcionar a vivência de vários sentimentos. É isso que nos mostra o relato da Layla Gomes Batista, aluna da Escola Estadual Fernão Dias: “Eu vejo a fanfarra federal como a minha segunda família, e ela foi uma oportunidade que eu não pude deixar passar, ela está me ajudando muito psicologicamente. Quando eu chego ali, esqueço-me de tudo e tenho foco somente na música”.

Apresentação no Lar dos Idosos São Vicente de Paula

Vimos que a música atua como um importante instrumento de transformação individual e social. A música carrega uma magia e acompanha a vida do homem em vários momentos. O presente projeto justifica-se, justamente, pela função social, artística e cultural que ele exerce. O tema que envolve educação e música é importante por fomentar a discussão acerca dos benefícios que essa relação apresenta para os estudantes e para a comunidade em geral. Esses estudantes estão se tornando melhores a cada dia, em cada batida da percussão; em cada compasso, surge um ser humano melhor, tanto social quanto emocionalmente. A arte faz isso. Tornamo-nos melhores em tudo!

Jhoelber Batista Barbosa

Música também é responsabilidade social

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Entrega dos certificados Web Dev, realizada no dia 19 de dezembro de 2017

Projeto

Web Dev: ensinando desenvolvimento web

Coordenador: Daniel Cosme Mendonça Maia Colaboradores: Bruno Lopes de Faria e Flávio Augusto Maia Santiago Bolsistas: Lucas Firmino e Lucas Miranda Campus: Pirapora

e cultivando grandes talentos

O projeto “Web Dev: ensinando desenvolvimento web e cultivando grandes talentos” foi uma ação de cunho social, que teve a finalidade de estimular e cultivar grandes talentos pessoais e profissionais, em jovens estudantes de escolas públicas estaduais, entre 14 e 21 anos. A ação se deu por meio do ensino e da prática de técnicas de desenvolvimento web, utilizando a metodologia Coaching com PNL (Programação Neurolinguística). As aulas do projeto foram realizadas no IFNMG - Campus Pirapora, entre os meses de setembro e dezembro de 2017, e teve o objetivo de proporcionar, aos jovens participantes do treinamento, a oportunidade de capacitação profissional em uma área da informática bastante demandada pelo mercado.

O

portunizar conhecimentos técnicos e comportamentais necessários para que seus participantes pudessem desenvolver web sites profissionais e criar soluções para redes sociais de empresas e de profissionais liberais foi a meta do projeto “Web Dev: ensinando desenvolvimento web e cultivando grandes talentos”. Para isso, foram abordados temas mais atuais da área de desenvolvimento web, como HTML5/CSS3, Bootstrap, Jquery e GIMP. Além disso, os alunos do curso receberam orientação profissional, por meio da metodologia Coaching com PNL, que tratou dos temas autorresponsabilidade, foco, metas e objetivos, reprogramação de crenças, hábitos angulares e modelagem comportamental. Revista de Extensão do IFNMG

De acordo com o coordenador do projeto e responsável pelo conteúdo de orientação profissional, professor e coach Daniel Maia, “o aprendizado do conhecimento técnico é extremamente importante

Bolsistas Lucas Miranda, e Lucas Firmino com coordenador Daniel Maia

para o dia a dia do trabalho, mas a inteligência emocional é que vai determinar a qualidade das ações e, por consequência, o sucesso dos projetos que serão desenvolvidos pelos alunos. Por isso, preocupamonos com esse conteúdo extra”. Além disso, o professor considerou que foi possível estimular uma visão de inserção dos alunos no mercado de trabalho, incentivando-os a se tornarem protagonistas em sua comunidade e ambiente familiar. Ao final do curso, os alunos participantes foram convidados a preencher um formulário de avaliação, sem identificação, que mostrou um grau de satisfação geral de 90%, sendo que 100% dos alunos recomendariam esse curso para um amigo ou familiar. 153


Alunos apresentando um dos projetos finais no laboratório de informática do Campus Avançado Porteirinha

Coordenador: Igor Sérgio de Oliveira Freitas Bolsistas: Brenda Caroline Santos Mendes e Tiago Hebert Gomes Barbosa Texto: Igor Sérgio de Oliveira Freitas Campus Avançado: Porteirinha

Ensino de programação com o software Scratch Crianças de 10 a 11 anos de escola pública aprendem linguagem de programação para construção de animações, histórias e jogos.

154

Igor Sérgio de Oliveira

N

os últimos anos, pôde-se observar um crescente aumento no número de ferramentas tecnológicas, que auxiliam no processo ensino-aprendizagem nas escolas, permitindo, aos professores, de qualquer nível da educação, trabalhar conteúdos tradicionais de forma diferenciada, com o intuito de despertar o interesse dos alunos. Entre as ferramentas, podemos destacar o software livre Scratch, uma linguagem gráfica de programação que foi desenvolvida no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (do inglês, Massachusetts Institute of Technology, MIT), inspirada nos princípios construtivistas da linguagem Logo. Seu objetivo é auxiliar a aprendizagem de programação, de maneira lúdica e criativa, podendo ser usado por crianças a partir de 8 anos de idade e até por pessoas que não possuem nenhum conhecimento de programação.

Entrada do Campus Avançado Porteirinha com alguns alunos, após a entrega dos certificados de conclusão do projeto Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Igor Sérgio de Oliveira

Projeto


Igor Sérgio de Oliveira

Alunos do projeto realizando uma atividade

O projeto teve início no mês de agosto, com a realização de aulas expositivas, ministradas pelo coordenador, para os bolsistas. O objetivo dessas aulas era apresentar aos bolsistas o software Scratch, de modo que pudessem aprender e dominar as suas funcionalidades. Além disso, nesse período, os bolsistas foram estimulados a refletir sobre como transmitir o conhecimento para os alunos, por meio da preparação das aulas. No mês de setembro, teve início a segunda etapa do projeto, que terminou em novembro. Consistia na realização do curso para os alunos selecionados da Escola Estadual Miguel José da Cunha. O público atendido era constituído por 25 alunos, com idade entre 10 e 11 anos, que estavam cursando o 5ª ano do ensino fundamental. Durante a segunda etapa, os bolsistas ministraram aulas para que os alunos desenvolvessem o conhecimento de forma estruturada. Inicialmente, eles tiveram lições de como Revista de Extensão do IFNMG

manusear o computador para acessar o software. Nas aulas seguintes, foi apresentado o programa e suas características de funcionamento, ensinando as crianças como programar e a desenvolver animações, histórias e jogos no software. No final, eles foram desafiados a construir um jogo e uma animação sobre conteúdos que aprenderam na escola e apresentar para os demais.

Igor Sérgio de Oliveira

Percurso do conhecimento

Aluna recebendo o certificado de participação, junto com o coordenador e os bolsistas

De acordo com o coordenador, professor Igor Freitas, “o projeto foi um sucesso, pois permitiu trabalhar o ensino da linguagem de programação de forma multidisciplinar, estimulando a criatividade, imaginação, raciocínio lógico e, principalmente, o protagonismo infanto-juvenil nas tomadas de decisões, para o desenvolvimento do trabalho final”. A bolsista Brenda Mendes ressalta ter vivenciado uma experiência enriquecedora. “Foi uma experiência nova e única, em que pude participar do desenvolvimento dos alunos e acompanhar, de perto, o progresso de cada um. É gratificante saber que fiz parte do aprendizado deles”. Para o bolsista Tiago Hebert, o projeto mostrou o verdadeiro valor da educação. “No projeto, vivi experiências inesquecíveis, como as crianças fazendo os projetos no Scratch e mostrando aos colegas. Foram poucos dias de aula, mas cada aula tinha um momento novo, que aproveitei tanto quanto as crianças. Os alunos descobriram que, com persistência e determinação, os desafios se tornavam apenas detalhes, fáceis de serem superados”. 155


Visita à UFV para participação na Troca de Saberes Agroecológicos. Em destaque, a troca de sementes feita pelos participantes

Coordenador: Ivan Carlos Carreiro Almeida Bolsista: Bárbara Tameirão Baur Voluntários: Izabela Macedo Lima e Minerva Maria Marques Colaboradores: Maíra Queiroz Rezende e Lucas Teixeira Ferrari Texto: Ivan Carlos Carreiro Almeida e Bárbara Tameirão Baur Campus: Teófilo Otoni

Projeto

Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica do Vale do Mucuri

O projeto teve o objetivo de criar um curso FIC para desenvolver a agricultura de base ecológica em comunidades rurais da região, por meio da execução de atividades de pesquisa científica, extensão tecnológica e educação profissional, que auxiliassem agricultores e agricultoras no processo de transição agroecológica de seus sistemas de produção, tendo uma importância significativa no cuidado da natureza, incentivando as boas práticas do homem no meio em que habita.

156

rais da região, por meio da execução de atividades de pesquisa científica, extensão tecnológica e educação profissional que auxiliem agricultores e agricultoras no processo de

transição agroecológica de seus sistemas de produção, tendo uma importância significativa no cuidado com a natureza e nas boas práticas do homem no meio em que habita.

Seminário de abertura do curso FIC, com o tema “Fundamentação teórica, conceitual e história da agroecologia e zoneamento agroecológico”

NEA – Mucuri

P

or meio da identificação das experiências agroecológicas e da troca de saberes entre agricultores e agricultoras, agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e a comunidade acadêmica de diferentes organizações, nos Vales do Mucuri, Rio Doce e Jequitinhonha, o projeto visou ao fortalecimento da criação de um Núcleo de Agroecologia no Vale do Mucuri. Para isso, foi criado um curso FIC (Formação Inicial Continuada), para a troca de saberes e compartilhamento de tecnologias e experiências apropriadas aos sistemas orgânicos e agroecológicos de produção. O Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica no Vale do Mucuri é formado por 20 estudantes, oito professores, 50 agricultores e 10 técnicos, e tem, como objetivo, desenvolver a agricultura de base ecológica em comunidades ru-

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Visita para a troca de saberes com produtores rurais de Tumiritinga, no Vale do Rio Doce, assessorados pelo Centro Agroecológico Tamanduá (CAT)

A

maior parte dos problemas atuais enfrentados pela agricultura familiar no Vale do Mucuri é consequência histórica do modo de ocupação da paisagem, que ocorreu de forma predatória, sem a necessária conservação dos recursos naturais. Por todo o território, os agricultores sentem o impacto da destruição do meio ambiente, principalmente em relação à redução da quantidade e qualidade da água e do enfraquecimento e degradação do solo. No que diz respeito ao desenvolvimento sustentável, a conservação da água e do solo são prioridades. Em relação a isso, os moradores da zona rural já sentem os impactos negativos do manejo que não assegura a sustentabilidade, e, como método de desenvolvimento rural, a adoção de base agroecológica aplica conceitos e princípios ecológicos para desenhar agroecossistemas sustentáveis. A adoção de práticas agroecológicas pode auxiliar agricultores e agricultoras na superação de problemas relacionados à baixa fertilidade do solo, à baixa disponibilidade de água e a pro-

Revista de Extensão do IFNMG

blemas relacionados com pragas e doenças nos agroecossistemas. São de suma importância as políticas públicas voltadas para agricultores familiares, sendo as ações governamentais no Vale do Mucuri de pouco impacto financeiro nos programas de incentivo dos produtos dos agricultores familiares, como o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), cujas novas técnicas agroecológicas visam a uma produção qualitativa e quantitativa, sem afetar o meio ambiente, podendo gerar renda, superando as dificuldades da vida do campo. O Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica do Vale do Mucuri fomenta a interação do saber empírico ao saber acadêmico, com a partilha de ideias, incluindo parcerias e pessoas, em prol do conhecimento, para com a natureza. Experiências de sucesso com agriculturas de base ecológica, com intercâmbio para troca de saberes, consolidam a solução dos problemas apontados. O mapeamento realizado junto aos agricultores identificou as atividades executadas,

objetivando as sementes crioulas, o uso dos solos e os recursos vegetais com práticas agrícolas da cultura regional. No segundo semestre de 2017, foram realizados quatro dias de campo que fazem parte do curso FIC. Os encontros foram realizados mensalmente, aos sábados e domingos, com carga horária de 10 h, realizados em diferentes comunidades rurais do Vale do Mucuri. Os temas abordados foram: • Fundamentação teórica, conceitual e história da agroecologia e zoneamento agroecológico; • Manejo e conservação de solo e água; • Produção agrícola em sistemas agroecológicos; Manejo agroecológico de pragas e doenças. Além dos encontros de dia de campo, foram realizadas duas visitas para troca de saberes com outros núcleos agroecológicos já consolidados, com vários anos de experiência. Visitamos as experiências dos agricultores participantes do Centro Agroecológico Tamanduá (CAT) e do Núcleo de Agroecologia de Governador Valadares (NAGÔ), nas 157


Visita para a troca de saberes com produtores rurais de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, assessorados pelo Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV)

comunidades rurais do Vale do Rio Doce e as experiências dos agentes de ATER do Centro de Agricultura Alternativa (CAV) em Turmalina e as experiências dos agricultores agroecológicos assistidos por eles. A participação da bolsista se deu em todo o processo de organização, preparação, condução e relatoria dos cursos e das visitas técnicas. O Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), visando à

educação profissional e tecnológica, é um potencial para o desenvolvimento de ensino, que possibilita que este projeto seja realizado de forma competente e integradora, gerando esperança para a região e impulsionando a execução de metodologias coletivas contrapondo à difusão tecnológica, já sendo considerada um método inadequado para Ensino e Extensão para o desenvolvimento rural.

Valorizar a agrobiodiversidade, a sociobiodiversidade e estímulos para as comunidades locais, com manejos em benefício ambiental, agregando ao bem social, são um desafio constante atualmente. Nesse contexto, a agroecologia, como ferramenta para resgatar a natureza, cumpre com o seu papel social e de desenvolvimento regional e, sobretudo, com o seu compromisso em prol da sustentabilidade.

NEA – Mucuri

Curso prático de conservação de solo e água na Comunidade Fritz, em Teófilo Otoni

158

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Panorâmica de parte de área urbana da cidade de Teófilo Otoni, Vale do Mucuri-MG

Projeto

Adequação de um protocolo de avaliação rápida para monitorar o impacto ambiental macroscópico

Sérgio Lana

Coordenador: Sérgio Lana Morais Bolsista: Nelson Menezes de Souza Júnior Voluntário: Thainá de Sousa Oliveira Texto: Sérgio Lana Morais Campus: Teófilo Otoni

das nascentes urbanas de Teófilo Otoni - MG

Projeto de Extensão mapeou 15 nascentes urbanas da cidade de Teófilo Otoni e cadastrou moradores voluntários, que desenvolvem ações de conservação ambiental na comunidade.

N

ascente, mina, minador, manancial, fonte, olho d’água e cacimba são apenas algumas denominações dadas aos locais onde ocorre a interface entre a água subterrânea e a superfície, originando, assim, os cursos d’água. O nome em si pouco importa. O fato é que as nascentes apresentam extrema importância no contexto do ciclo hidrológico, mas, infelizmente, há

Como foi feito?

O

s procedimentos metodológicos inerentes ao projeto de Extensão envolveram levantamentos bibliográficos e cartográficos sobre a bacia hidrográfica do rio Todos os Santos e suas sub -bacias; interpretação de imagens Revista de Extensão do IFNMG

um amplo espectro de problemas que intensificam sua degradação, principalmente em áreas urbanas e que acabam por comprometer as condições quali-quantitativas desse importante recurso natural. Mapear e avaliar a condição ambiental das nascentes urbanas e produzir informações técnicas para futuras ações de recuperação ambiental foram apenas alguns dos objetivos alcançados pelo projeto

de Extensão desenvolvido pelo IFNMG na cidade de Teófilo Otoni. Até então, pouco se sabia sobre o estado de conservação ambiental e os principais impactos socioambientais que afetam as nascentes que constituem a rede de drenagem das microbacias urbanas da cidade e que, ao final, vão desaguar no rio Todos os Santos, um dos principais cursos d’água do município.

de satélites; trabalhos de campo na área urbana de Teófilo Otoni e seu entorno imediato; caracterização fotográfica dos locais e adaptação de um Protocolo de Avaliação Rápida (PAR), inicialmente proposto por Gomes et al. (2005), para identificação dos impactos macroscópicos das nascentes. Estes são os impactos

ambientais visíveis como, por exemplo: cor e odor da água, lixo, espumas, esgotos nas proximidades da nascente, entre outras variáveis. Ao final, a qualidade ambiental da nascente e sua condição de preservação eram definidas de acordo com cinco classes, a saber: péssimo, ruim, razoável, bom e ótimo. 159


Sérgio Lana

Entrevista com o senhor Expedito Ferreira de Araújo, realizada pela voluntária do Projeto Nascentes Urbanas, Thainá de Sousa Oliveira

D

as 33 nascentes urbanas identificadas na carta topográfica de Teófilo Otoni, 15 foram georreferenciadas, sendo que destas gerouse uma base de dados geográficos,

Cuidadores de nascentes

O

utro objetivo do projeto foi identificar e cadastrar moradores que já desenvolviam ações de preservação das nascentes em áreas públicas e/ou privadas, bem como mobilizar novos voluntários para atuarem no manejo ambiental das nascentes, em caso de ações futuras de recuperação ambiental. O projeto cadastrou sete moradores que já desenvolviam al-

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em formato de arquivo shapefile, com os seguintes temas: classificação da nascente quanto à posição; uso e ocupação do solo; percentual de cobertura vegetal; ações de conservação ambiental praticada por moradores e o Índice Ambiental Macroscópico (IAM). O IAM médio das nascentes urbanas mapeadas em Teófilo Otoni foi de 30 pontos, o que representa um grau de Sérgio Lana

O mapa da mina: onde estão? Quantas são? Como estão?

O senhor Expedito Ferreira de Araújo é um dos cuidadores de nascentes cadastrados pelo projeto de Extensão

conservação “ruim” (Classe D) devido ao intenso processo de degradação associado aos usos antrópicos, sendo eles: proximidade com a área urbana, inexistência de cercas para a proteção e falta de cobertura vegetal no raio mínimo de cinquenta metros, conforme preconiza a Resolução nº 303 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). guma técnica de conservação ambiental em dez das 15 nascentes mapeadas. Um dos cuidadores de nascentes é o senhor Expedito Ferreira de Araújo, que há mais de 20 anos, cuida, em parceria com vizinhos, de uma nascente perene no Bairro Olga Prates, zona sul de Teófilo Otoni. Para ele, “além de ser uma ocupação do tempo ocioso, é uma oportunidade de ajudar a comunidade local, pois moradores de vários bairros de Teófilo Otoni vêm até aqui para buscar água e fico satisfeito em poder contribuir com eles”.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


O

Ana Clara Orneles Luiz

Ana Clara Orneles Luiz

O senhor João (popularmente conhecido como Seu Du) cuida de uma nascente no Bairro Viriato, próximo ao campus do IFNMG

O bolsista Nelson Menezes aplicando o Protocolo de Avaliação Rápida em uma nascente do Bairro Fazenda Arno, para obtenção do Índice Ambiental Macroscópico Revista de Extensão do IFNMG

utro morador cadastrado pelo projeto foi o senhor João, que prefere ser chamado de Seu Du, e cuida de uma nascente em sua propriedade, no Bairro Viriato, bem próximo do IFNMG – Campus Teófilo Otoni. Ele considera a nascente como uma garantia de segurança hídrica, “pois, como há muita irregularidade na distribuição de água por parte da concessionária de abastecimento que atende a cidade, eu ajudo a distribuir água para os meus vizinhos beberem”. O bolsista Nélson Menezes de Souza Júnior, aluno do Curso Técnico em Meio Ambiente, destaca como foi muito importante participar de um projeto de Extensão de mapeamento de nascentes urbanas. “Percebendo as condições hídricas do município, precisamos estudar alternativas para melhorar o ciclo hídrico de nossa região. A cada dia, o acesso à água de boa qualidade está cada vez mais difícil, e o projeto teve a função de avaliar as condições das nascentes nas áreas urbanas, num primeiro momento e apresentar os dados obtidos aos órgãos competentes que, num segundo momento, poderão adotar medidas efetivas de recuperação ambiental”. De acordo com o professor Sérgio Lana, coordenador do projeto, ações de conservação que podem contribuir para melhorar a condição ambiental vêm sendo realizadas por moradores em nove nascentes urbanas (60%) e envolvem, basicamente, limpeza e isolamento desses ambientes, que são sensíveis a interferências antrópicas, faltando, portanto, consolidar iniciativas de recuperação ambiental que garantam também a recarga da água subterrânea. Outras informações podem ser obtidas no web aplicativo “O Mapa da Mina: nascentes urbanas de Teófilo Otoni”, elaborado para divulgar as ações do projeto de extensão. Link: https://arcg.is/1emDuz 161


Ian Langkammer Batista

Protótipo construído e primeiras apresentações

Coordenador: Helder Luiz Palmieri Caldas Bolsista: Ian Langkammer Batista Texto: Ian Langkammer Batista Campus: Teófilo Otoni

Projeto

Controle Automático de Irrigação

para pequenos e médios produtores rurais e produtores da agricultura familiar

O projeto de extensão objetivou criar um sistema de irrigação automático, pensando na economia de água, considerando seu processo de escassez no mundo e visando, também, ao baixo custo. A construção de todo o sistema foi feita por intermédio de uma placa de prototipagem chamada Arduino, e, para a irrigação, utilizou-se a variável da umidade. Para a apresentação do sistema feito, foi criado um protótipo que simulava uma situação real de uma plantação. Procuramos com este protótipo apresentar uma solução de baixo custo para irrigação automática, focado, principalmente, em agricultores de pequeno e médio porte.

162

Segunda versão do protótipo sendo apresentada na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Ian Langkammer Batista

O

projeto de extensão tecnológica de irrigação automática objetivou criar um sistema de irrigação, controlado por uma placa de prototipagem chamada Arduino, com uma linguagem de programação que se associa a C++. Além disso, procurou-se usar uma variável que focasse na economia da água. Portanto, o programa usa a variável da umidade para tomar as decisões quanto à irrigação. Este trabalho foi desenvolvido pelo discente Ian Langkammer Batista, aluno do Ensino Médio e do Curso Técnico em Informática para Internet integrado ao Ensino Médio, e pelo orientador, Helder Luiz Palmieri Caldas, professor do Curso Técnico em Informática para Internet.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Ian Langkammer Batista

Apresentação do projeto, por seu orientador, na Spark Week, em Teófilo Otoni

I

nicialmente, o projeto foi desenvolvido para agricultores de pequeno e médio porte e da agricultura familiar, que nem sempre podem pagar por um sistema de irrigação oferecido pelo mercado. Partindo dessa premissa, decidiu-se envolver o baixo custo no trabalho e, em sua conclusão, percebemos que o sistema também poderia atender pessoas dentro de suas casas. Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT, um pai de aluna, ao final da explicação sobre o protótipo, disse: “Este pequeno protótipo, além de atender agricultores, pode também nos atender dentro de nossas casas. Por exemplo, quando eu viajo, preciso de alguém para cuidar de algumas plantas minhas”. Para desenvolver o projeto, houve três principais etapas. A primeira tratou de estudos básicos sobre conceitos de eletrônica e sobre o Arduino, que engloba a programação, já que o discente não tinha conhecimento suficiente para o desenvolvimento do trabalho. A segunda etapa foi a construção do trabalho a partir de pequenos testes. Nesta parte, o discente treinava o que havia aprendido em seus estudos, desenvolvendo programas com a placa Arduino, desde os mais simples, como acender um led, até um programa que conseguisse detectar o nível de luz em um local e variar a intensidade de um led com esse ní-

Revista de Extensão do IFNMG

vel de luz. Essa etapa foi crucial para o trabalho, pois, a partir dos pequenos testes, foi decidido o programa que regularia a irrigação. A terceira etapa consistiu na construção do protótipo e na apresentação do projeto em faculdades, feiras de ciências, e noutras oportunidades. O protótipo passou por algumas mudanças, conforme as apresentações, a fim de resolver alguns problemas que poderiam surgir, como a vazão de água. Com o sucesso das apresentações, o orientador e o discente conseguiram o primeiro lugar na SNCT, nos prêmios de projetos de extensão tecnológicos do Campus Teófilo Otoni. Ian Langkammer Batista, desenvolvedor do projeto, destaca: “Participar desse projeto de extensão

me concedeu conhecimentos sobre coisas com as quais eu sempre quis trabalhar, mas nunca tinha tido oportunidade até então. Tudo sobre a programação e a eletrônica me envolveram mais no meu Curso Técnico em Informática e me ajudaram a decidir o que quero fazer no futuro, algo que sempre me trouxe dúvida”. O projeto foi elogiado por vários professores de várias escolas e por participantes da SNCT. Todos aprovaram, assim com um senhor, que afirmou que são trabalhos simples como esses que criam grandes soluções para o mundo. “Um projeto que me envolveu bastante e me fez conhecer coisas com as quais jamais pensei que teria contato”, disse o bolsista Ian Langkammer Batista.

Bolsista e orientador preparando as apresentações na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

163


Dia do treinamento na propriedade Boqueirão

Coordenadora: Cabriella Novello de Andrade Bolsista: João Paulo Silva Fernandes Colaborador: Fabrizio Novello de Andrade Texto: Cabriella Novello de Andrade Campus: Montes Claros

Projeto

Romário Alves Rodrigues

Universalidade da Engenharia:

curso básico de desenho assistido por Computador (AutoCAD e SketchUp) A proposta “Universalidade da Engenharia: Curso Básico de Desenho Assistido por Computador (AutoCAD e SketchUp)” desenvolvida na unidade do IFNMG de Montes Claros, teve por principal objetivo apresentar os ambientes de trabalho e as bibliotecas dos softwares AutoCAD e SketchUp, além de propor a execução de desenhos técnicos. A partir da execução do projeto foi observada a grande demanda dos acadêmicos pelo Curso de Formação Continuada. Além disso, outro fato notável foi a boa avaliação por aqueles que participaram e o baixo índice de evasão, onde foram qualificadas 28 (vinte e oito) das 30 (trinta) pessoas que ingressaram.

A

o coordenar e supervisionar equipes de trabalho, os engenheiros e arquitetos devem realizar estudos de viabilidade técnico-econômica, executar e fiscalizar obras e serviços técnicos, efetuando vistorias, perícias e avaliações, além de emitir laudos e pareceres técnicos. Pela responsabilidade técnica atribuída a eles, verifica-se a necessidade de constante ampliação e atualização dos conhecimentos multilaterais. E para que isso ocorra, segundo Duarte et al. (2015), os recursos computacionais se tornam indispensáveis. Há grande exigência na elaboração e supervisão de projetos, e, se não houver o devido cuidado, torna-se um processo oneroso e moroso. Diniz et al. (2013, p. 01) dirá que os “recursos computacionais estão conquistando espaços cada vez maiores nas diversas atividades de

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engenharia. Estes recursos, impulsionados pela constante evolução computacional em termos de hardware e software, permitem o desenvolvimento de poderosas ferramentas de projetos de engenharia”. Os softwares mais empregados na engenharia são aqueles que permitem uma maior interação entre as subáreas. Os programas de Desenho Assistido por Computador (CAD) têm sido os mais utilizados em diversos projetos do ramo. No início dos anos de 1960, um estudante do Massachusetts Institute of Technology - MIT, desenvolveu o primeiro software interativo de CAD 2D. Desde então, pesquisas acadêmicas e o uso comercial da ferramenta foram ampliados na área, permitindo a engenheiros e designers evoluírem para métodos digitais de representação gráfica. O curso de AutoCAD e SketchUp do projeto em questão tinha, como

conteúdo programático, a abordagem de desenhos de estruturas em duas e três dimensões, respectivamente. A primeira ação para a execução do mesmo foi a classificação de candidatos que participariam do curso de qualificação de Formação Inicial e Continuada. Das 304 inscrições recebidas, 30 pessoas foram selecionadas, sendo 14 acadêmicos de Engenharia Química do IFNMG – Campus Montes Claros e 16 de acadêmicos de Arquitetura, Engenharia Agrícola-Ambiental, Engenharia Civil e Engenharia Química de outras Instituições de Ensino Superior da cidade (Faculdades Santo Agostinho, Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros, Instituto de Ciência Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros e Faculdades Unidas do Norte de Minas).

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


João Paulo Fernandes

Como um dos requisitos para inscrição no curso, o acadêmico deveria ter cursado a disciplina de desenho técnico. Realizou-se, na primeira aula, uma revisão de todas as simbologias e regras para desenhos. Iniciaram-se, a partir disso, os projetos em duas dimensões no programa AutoCAD. Primeiro, um projeto de uma residência unifamiliar, com os participantes, partindo dos conhecimentos adquiridos pelos alunos no AutoCAD, mostrando a interface e ferramentas no SketchUp, para que todos os acadêmicos também aprendessem a desenhar em três dimensões. Com isso, foi solicitado um projeto final, para avaliação do processo de ensino -aprendizagem.

Maria Fernanda Gonçalves

Participantes do curso durante a formatura

Revista de Extensão do IFNMG

4,2%

83,3%

Participantes do curso nas aulas de AutoCAD

16,7%

50%

33,3%

O módulo de AutoCAD atingiu as suas expectativas? Sim Não Um pouco. Gostaria de aprender mais comandos

Como você avalia o seu aprendizado? Muito bom Bom Regular Ruim

100%

Você indicaria para os seus amigos ou colegas? Sim Não

qualificação de Formação Inicial e Continuada. A cerimônia de encerramento ocorreu no dia 13 de dezembro de 2017 e teve a participação do coordenador de Extensão do Campus Montes Claros, Mário Sérgio Silveira, do coordenador de ensino do Campus Montes Claros, Pedro Hen-

Mesa de honra e os professores de AutoCAD e SketchUp, João Paulo Fernandes e Fabrizio de Andrade

rique de Oliveira Gomes, e da coordenadora do projeto, Cabriella Novello Andrade. Na ocasião, além da entrega dos certificados, realizou-se a premiação dos melhores projetos elaborados pelos alunos e do aluno cuja participação no curso teve destaque.

Estudantes que tiveram os projetos ou a participação premiados

Maria Fernanda Gonçalves

T

odos os participantes que continuaram até o fim do curso elaboraram o projeto final, conforme solicitado e tiveram a frequência necessária para serem certificados. Sendo assim, dos 30 selecionados, 28 acadêmicos estavam aptos a participar da formatura de

Pesquisa realizada pela equipe do projeto: Cabriella de Andrade, João Paulo Fernandes e Fabrizio de Andrade 12,5%

João Paulo Fernandes

Abertura do curso, com a presença da diretora de Ensino, Luciana Gusmão, do coordenador Mário Silveira, da coordenadora do projeto, Cabriella Andrade e dos participantes selecionados, com entrega de material

Por fim, como forma de avaliar a primeira edição do curso de AutoCAD e SketchUp do IFNMG, os membros do projeto fizeram um formulário na ferramenta “Google Forms”, para verificar o que deveria ser adaptado nos próximos anos de vigência do projeto. Assim, foi possível verificar a percentagem que correspondeu a cada categorização dos aspectos, que foi “Muito bom”; “Bom”; “Regular”; e, “Ruim”. O fato interessante da pesquisa é que todos os 24 alunos do curso que participaram da pesquisa disseram que indicariam o curso a amigos e colegas.

Maria Fernanda Gonçalves

D

epois de selecionados, os membros do projeto cuidaram da recepção dos participantes, na instituição promotora do curso. Foi realizada, no dia 27 de setembro de 2017, a cerimônia de abertura, que teve a participação da diretora de ensino do Campus Montes Claros, professora Luciana Gusmão, do coordenador de Extensão Campus Montes Claros, Mário Sérgio Silveira, e da coordenadora do projeto, Cabriella Novello de Andrade. Como forma de acolher bem os acadêmicos, foram distribuídos kits institucionais, com caneta, bloco de anotações, pasta e uma bolsa com o símbolo do IFNMG, além de lembranças com bombons para os mesmos.

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Coordenadora: Isis Celena Amaral Bolsista: Ana Amélia Vieira Gonçalves Voluntários: Jonathan Barbosa Santos e Valquíria Souza Silva Colaboradores: Solimar Gonçalves Machado e Zonete Alves Mendes Texto: Isis Celena Amaral Campus: Salinas

Valquíria Souza Silva

Aplicação de checklist, com o proprietário ou supervisor do estabelecimento, avaliando a higiene pessoal dos funcionários, estabelecimento, equipamentos e utensílios

Projeto

Avaliação das condições higiênico-sanitárias da carne bovina

comercializada na cidade de Salinas-MG

O projeto teve como objetivo avaliar as condições higiênico-sanitárias dos estabelecimentos especializados na comercialização da carne bovina, no município de Salinas-MG e promover a capacitação em boas práticas de manipulação aos produtores de carne, curso que foi ministrado em três etapas. Para isso, contou-se com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo de Minas Gerais (Emater-MG), da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, da Prefeitura Municipal de Salinas e da Associação Comercial e Industrial de Salinas.

166

de manipulação e armazenamento da carne, por meio das boas práticas de manipulação, promovendo a comercialização de carne de melhor qualidade.

Jonathan Barbosa Santos

D

evido ao grande consumo de carne bovina por parte da população em geral, torna-se necessário que a manipulação e o armazenamento desse produto sejam realizados dentro dos padrões estabelecidos pela legislação vigente. Nesse sentido, análises das condições higiênico-sanitárias dos estabelecimentos tornam-se relevantes, devido ao alto risco que esse produto pode causar à saúde do consumidor, quando não está de acordo com normas exigidas em lei. O projeto desenvolvido pela Prof.ª Dr.ª Isis Celena Amaral, em parceria com os discentes do curso de Engenharia de Alimentos Ana Amélia Vieira Gonçalves, Jonathan Barbosa Santos e Valquíria Souza Silva, visa à melhoria nas condições

Apresentação da primeira palestra com o tema: Noções Microbiológicas e Higiene Pessoal, ministrada pela discente Ana Amélia Vieira Gonçalves

Capacitação

O

contato com os proprietários dos açougues do município de Salinas (MG) foi realizado por meio da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente do município, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do estado de Minas Gerais (Emater-MG) e da Associação Comercial e Industrial de Salinas. Contamos com uma participação de 17 produtores/ comerciantes de carne bovina, interessados em participar do curso, denominado Boas Práticas de Manipulação. Como uma das primeiras ações do curso, os participantes responderam a um questionário, para averiguarmos as reais condições higiênico-sanitárias do estabelecimento. O curso de capacitação em Boas Práticas de Manipulação, realizado


Jonathan Barbosa Santos

Apresentação da terceira palestra com o tema: Conservação da Carne Bovina, ministrada pela discente Ana Amélia Vieira Gonçalves

crobiológicas. Na segunda palestra, foram abordados os procedimentos e a frequência para a higienização dos utensílios, equipamentos e instalações, que são imprescindíveis para a produção de alimentos seguros. A terceira palestra contou com o tema de conservação da carne, de como manter sua a qualidade nutricional e higiênico-sanitária. O curso de capacitação proporcionou aos participantes a percepção de que a falta dos procedimentos higiênicos e hábitos inadequados podem comprometer a qualidade da carne e, consequentemente, a saúde do consumidor. Além disso, com o curso, foi possível pensar em instrumentos capazes de promover a melhoria da qualidade da carne bovina

comercializada na cidade de Salinas (MG). Um desses instrumentos prevê a diminuição do quantitativo microbiano presente nas carnes, o que contribui para a redução do risco de doenças veiculadas por carne contaminada. Concluímos que a busca por alimentos de qualidade está se tornando uma das principais preocupações dos consumidores conscientes. Atualmente, as motivações para o consumo de alimentos de qualidade têm se tornado um fator competitivo no mercado. Assim, o estabelecimento alimentício que atender aos padrões de qualidade estabelece um diferencial competitivo, que permite seu destaque no mercado local, além de garantir sua sobrevivência.

Jonathan Barbosa Santos

na sede da Associação Comercial e Industrial de Salinas, foi ministrado pela discente Ana Amélia Vieira Gonçalves e dividido em três etapas: Noções básicas em microbiologia de alimentos e higiene pessoal; Higienização dos utensílios, equipamentos e instalações; Conservação da carne bovina. Na primeira palestra, os participantes tiveram conhecimento da existência dos micro-organismos e sua relação com as doenças de origem alimentar. Além disso, foram abordados os procedimentos operacionais em relação à higiene pessoal, que devem ser seguidos por todas as pessoas que manipulam alimentos, a fim de proteger os alimentos de contaminações físicas, químicas e mi-

Participantes do curso de capacitação em Boas Práticas de Manipulação na cidade de Salinas (MG), na Associação Comercial e Industrial de Salinas (Acisalinas-CDL) Revista de Extensão do IFNMG

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Coordenadora: Geralda Magela Costa Nobre Bolsista: Maysa Gonçalves Barbosa Voluntária: Aderila Mendes Colaboradores: Ayrton Farias Viana, Gênesis Pires e Rodrigo da Silva Oliveira Texto: Maysa Gonçalves Barbosa Campus: Januária

Projeto

Elaboração de pães e biscoitos enriquecidos com polpa de pequi Em 2017 o Projeto “Elaboração de pães e biscoitos enriquecidos com polpa de pequi”, foi submetido com uma proposta de trazer para os populares de Japonvar e região uma fonte inovadora e nutritiva aliando produtos bem conhecidos e amplamente consumidos. O pequi que foi acrescido na receita tradicional do pão padrão veio com o intuito de enriquecer produto e valorizar os frutos do nosso cerrado, bioma esse que tem tantos frutos ricos nutricionalmente.

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Maysa Gonçalves Barbosa

A

finalidade da educação alimentar e nutricional é contribuir para a promoção e a proteção da saúde, por meio de uma alimentação adequada e saudável, desempenhando seu crescimento e desenvolvimento humano conforme as políticas públicas em alimentação e nutrição, contribuindo de maneira significativa no controle do avanço da prevalência das doenças. Dessa maneira o projeto “Elaboração de pães e biscoitos enriquecidos com polpa de pequi” trouxe consigo a proposta de elaborar pães e biscoitos utilizando a polpa de pequi como forma de elevar seu valor nutritivo, a fim de aumentar a oferta de alimentos fontes de nutrientes essenciais à saúde e, por conseguinte, contribuir para a segurança alimentar da população. Sua importância se dá pelo fato

Elaboração de pães para a Festa Nacional do biscoito

da diversificação da dieta com a inclusão de frutas e vegetais regionais ricos em nutrientes oferecer diversas vantagens, entre elas, a valorização da produção regional, a redução de custo de produção devido à adaptação edafoclimática das plantas e a redução com transporte da produção. Além disso, a diversificação da dieta constitui uma estratégia sustentável de combate às deficiências nutricionais, pois pode ser perpetuada por meio da introdução e do estímulo ao consumo dos produtos naturais da região. Atualmente, o Brasil apresenta um quadro de transição epidemiológica e nutricional, representada pelo aumento das doenças e agravos não transmissíveis resultantes de hábitos de vida sedentários e de uma alimentação rica em gorduras, açúcares e sal, associado ao quadro de insegurança alimentar.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Maysa Gonçalves Barbosa

O

uso do pão dar-se, pois este alimento faz parte dos nossos hábitos alimentares e sua existência remonta a 10.000 anos A.C. Sendo os produtos de panificação uma das fontes alimentares mais consumidas do mundo e diante da busca por novas fontes saudáveis, vimos que o uso da polpa do pequi em substituição parcial ao trigo, seria uma alternativa relevante para um produto diferenciado e ao mesmo tempo com caráter sustentável, já que este fruto agrega valor nutricional e sensorial aos produtos supracitados. A elaboração de pães e biscoitos enriquecidos com polpa de pequi

Revista de Extensão do IFNMG

agrega qualidade nutricional aos produtos de forma a garantir a segurança alimentar, e, além disso, contribui com o desenvolvimento social das comunidades extrativistas, que terão aí mais um nicho de mercado para escoar a produção, e também para as fábricas de pães e biscoitos, que terão uma alternativa de inovação na forma de produção desses produtos e, principalmente, podendo desta forma, contribuir com aumento de renda das famílias, consequentemente com o desenvolvimento econômico regional. Atualmente já existe pesquisa em relação aos frutos do cerrado pelo grande potencial nutricional, já que

muitos destes frutos são excelentes fontes de macro e micronutrientes essenciais em uma dieta saudável. E á relatos de que pesquisas realizadas constataram que o pequi é uma satisfatória fonte de carotenoides que pode ser convertido em vitamina A, nutriente caracterizado como uma potencial alternativa para redução de hipovitaminose A. Sabendo disso, ideia da pesquisa surgiu a partir do momento que os pesquisadores perceberam o potencial nutricional da polpa de pequi e de como isso poderia aumentar o valor nutritivo de alimentos que possam sofrer substituição ou acréscimo desta matéria-prima.

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Coordenadora: Tattiane Gomes Costa Bolsistas: Tamires Alves Vanderlei Voluntários: Mayara Rodrigues da Silva, Taís Rodrigues da Silva, Patrícia Oliveira Corrêa, José Wilson Ferreira Bispo, Hébert Fernandes de Brito e Felipe Nunes Cardoso Texto: Tamires Alves Vanderlei Campus: Januária

Projeto

Transferência de tecnologias sociais e técnicas de convivência no semiárido

como vetor do Desenvolvimento sustentável dos agricultores Familiares da comunidade de remansinho no município de Januária-MG O projeto teve como objetivo atender a comunidade de Remansinho, localizada a 48 quilômetros do município de Januária-MG, na qual a agricultura é a principal atividade econômica. No entanto, nos últimos anos essa tem sido prejudicada devido aos baixos índices pluviométricos que assolam a região, diminuindo a produção e contribuindo para o êxodo rural. Para aumentar a produtividade muitos desses agricultores adotam práticas convencionais fazendo uso de insumos agrícolas como agrotóxicos e fertilizantes químicos, o que aumenta o custo de produção, tornando-os dependentes de grandes empresas, diminuindo sua autonomia. Isso aliado ao fato que o uso desenfreado desses insumos pode resultar em efeitos negativos como contaminação dos cursos d’água, lixiviação, assoreamento de rios, contaminação dos solos, diminuição de micro-organismos benéficos, entre outros. O trabalho reforça a importância da atuação de profissionais competentes junto aos produtores familiares das comunidades norte mineiras, afim de conscientiza-los sobre a adoção de técnicas conservacionistas e agroecológicas em seu sistema de produção, reduzindo assim os danos ambientais e ao mesmo tempo aumentando sua produtividade.

A

agricultura familiar se destaca no cenário norte mineiroconcentrandocerca de 25% do total de propriedades familiares do estado de Minas Gerais, no entanto, esses produtores vem enfrentando diversos problemas de ordem climáticas e socioeconômicas como secas prolongadas e falta de assistência técnica especializada em sua produção. Nesse contexto se encontra a comunidade de Remansinho, localizada a quarenta e oito quilômetros do município de Januária-MG,

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a agricultura é a principal atividade econômica nesta localidade, no entanto, nos últimos anos essa ela tem sido prejudicada devido aos baixos índices pluviométricos que assolam a região, diminuindo a produção e contribuindo para o êxodo rural. Para aumentar a produtividade muitos desses agricultores adotam praticas convencionais fazendo uso de insumos agrícolas como agrotóxicos e fertilizantes químicos, o que aumenta o custo de produção, tornando-os dependentes de grandes empresas, diminuindo sua autonomia. Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Romário Alves Rodrigues

Dia do treinamento na propriedade Boqueirão


I

sso aliado ao fato que o uso desenfreado desses insumos pode resultar em efeitos negativos como contaminação dos cursos d’água, lixiviação, assoreamento de rios, contaminação dos solos, diminuição de micro-organismos benéficos, entre outros. Esses problemas são agravantes na comunidade ao se levar em conta que a mesma é cercada por dois rios, o Rio São Francisco e o Rio Pandeiros. Dessa forma o problema deixa de ser apenas regional, passando a ser de ordem nacional. Observando essas questões uma equipe formada por professores e alunos do curso de agronomia do IFNMGCampus Januária desenvolveu um trabalho nessa localidade, visando transmitir conhecimentos relacionados a práticas agrícolas sustentáveis, educação ambiental, e fortalecimento da agricultura familiar contribuindo para desenvolvimento da economia familiar e da região, além de resgatar conhecimentos e saberes populares que haviam sido deixados de lado por alguns dos moradores. Para alcançar os objetivos propostos foram desenvolvidas oficinas e palestras, onde os participantes

Revista de Extensão do IFNMG

eram instruídos a utilizar métodos sustentáveis ao uso da terra e do ambiente, destacando a importância da biodiversidade e do uso consciente da terra para o aumento da produção. Primeiramente procurou-se estabelecer um contato com a associação de produtores locais para apresentação do projeto aos moradores, e posteriormente deu-se inicio ao ciclo de reuniões, palestras e oficinas que eram realizadas uma vez por mês. No decorrer do plano de trabalho os integrantes da equipe realizaram palestras sobre diferentes temas, tais como: Princípios básicos do manejo de hortaliças e plantio direto; importância e uso de defensivos alternativos naturais e compostos orgânicos; importância do uso de adubação verde e plantio direto; importância das sementes crioulas; criação de codornas japonesas, pequena e média escala; preparo do canteiro vertical. As atividades desenvolvidas contaram com grande adesão dos moradores, em todas as reuniões além dos agricultores adultos, vários jovens e adolescentes estavam presentes em busca de adquirir certo conhecimen-

to com o intuito de dar continuidade as práticas agrícolas, que geralmente é transmitida de pai para filho, geração para geração. A partir da nossa atuação observou-se que os produtores criaram uma conscientização acerca da adoção das práticas corretas no manejo das culturas, facilidade para controle das doenças e pragas com a utilização dos defensivos alternativos naturais, sobre a proteção dos recursos naturais,recuperação de áreas degradadas, instauração de hortas no quintal, obtenção de verduras e legumes sem a utilização de insumos para consumo e venda com um aumento na renda familiar. O publico atingido foi de aproximadamente 20 famílias, caracterizadas como agricultores da comunidade de Remansinho. Esse trabalho reforça a importância da atuação de profissionais competentes junto aos produtores familiares das comunidades norte mineiras, a fim de conscientizá-los sobre a adoção de técnicas conservacionistas e agroecológicas em seu sistema de produção, reduzindo assim os danos ambientais e ao mesmo tempo aumentando sua produtividade. 171


Coordenadora: Karla Ulisses Lima Bolsista: Edilene Rodrigues Pereira Voluntários: Alunos do curso de Bacharelado em Engenharia Civil Colaboradores: Áureo da Silva Santos, Jussara Cruz Nascimento, Lara Fernanda Nunes Dourado e Thiago Ferreira Andrade Texto: Edilene Rodrigues Pereira e Karla Ulisses Lima Campus: Januária Segunda palestra sobre construção civil, ministrada por acadêmicos do Curso de Bacharelado em Engenharia Civil

Capacitações em planejamento e orçamento de obras A experiência de promover o primeiro projeto de Extensão dos discentes da Engenharia Civil com a sociedade proporcionou, aos membros da equipe, não apenas conhecimento didático e prático acerca das disciplinas ministradas em sala de aula, mas, sobretudo, a possibilidade de conhecer a realidade do setor de construção civil na cidade e de aproximar-se daqueles que sobrevivem desse mercado.

172

Áureo da Silva Santos

N

o âmbito educacional, o projeto de Extensão, desenvolvido na forma de capacitação em obras, foi oportuno aos discentes dos cursos de Bacharelado em Engenharia Civil e do Técnico em Edificações, pois estes absorveram conhecimento acerca do tema de uma forma mais prática, com a troca de experiências com profissionais do setor e entre os próprios alunos. Numa perspectiva social, a articulação do bolsista com os voluntários envolvidos no projeto trouxe, à sociedade, uma proximidade com a instituição de ensino, enquanto fornecedora de

Convite de divulgação da primeira palestra

conhecimento gratuito no setor de construção civil. Com a execução do projeto, o IFNMG – Campus Januária pôde se apresentar aos cidadãos do município como uma instituição de apoio aos profissionais do meio. Entretanto, o projeto poderia ter obtido maior aderência da população, o que nos leva a pensar em novas formas de aproximação e apoio à sociedade. Mas, de algum modo, tudo o que ocorreu no projeto nos motiva a continuar nos esforçando, a fim de levar conhecimento ao público externo à instituição, servindo a comunidade, enquanto profissionais e estudantes do IFNMG.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Áureo da Silva Santos

Projeto


Coordenadora: Karla Ulisses Lima Bolsistas: Luciana Alves Nogueira de Araújo e Layne Ferreira de Jesus Colaboradores: Patrícia de Souza Fernandes Queiroz, Karina Wlysses Torres e Rene Ferreira da Silva Júnior Texto: Luciana Alves Nogueira de Araújo e Karla Ulisses Lima Campus: Januária

Projeto

Ações de Extensão

Layne Ferreira

Aferição de PA

em Engenharia de Segurança do Trabalho – Campus Januária

O

projeto de Extensão, desenvolvido sobre a saúde dos trabalhadores da construção civil, foi de grande enriquecimento aos discentes dos cursos de bacharelado em Engenharia Civil, do Técnico em Edificações e do Técnico em Enfermagem. As oportunidades oferecidas nos possibilitaram um maior conhecimento no que se refere à saúde

Revista de Extensão do IFNMG

Layne Ferreira

A execução do projeto de Extensão, intitulado “Ações de Extensão em Engenharia de Segurança do Trabalho”, contribuiu para que os participantes vivenciassem uma formação acadêmica por meio dos conhecimentos relacionados à saúde dos trabalhadores da construção civil. Além de ampliar o conhecimento, o projeto proporcionou novas experiências e vivências, o que coopera para formar profissionais mais conscientes, humanizados e engajados politicamente. dos trabalhadores da construção civil, cuja abordagem é muito restrita em nossa grade curricular. Norteados por este pensar, que associa a prática profissional ao conhecimento teórico, o projeto nos possibilitou a ampliação e embasamento do nosso conhecer e saber em saúde dos trabalhadores da construção civil, para nossa futura vida profissional. 173


Layne Ferreira

Aferição de PA. Colaboradora: Patrícia de Souza Fernandes Queiroz

P

tensão social, para que, futuramente, possamos trabalhar, colaborar e trocar experiências com um maior número de pessoas envolvidas ou interessadas no setor de construção civil. Outro ponto de destaque foi a

interação entre alunos de diferentes áreas, o que permitiu aos participantes trocarem conhecimento sobre saúde e construção civil, descobrindo pontos em comum, mesmo em áreas aparentemente tão distintas.

Layne Ferreira

ara os próximos projetos, devemos pensar em novas formas de aproximação e prestação de serviço à sociedade, para melhor adesão da comunidade, que nos instigue a promover novas ações de ex-

174

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenadora: Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues Bolsistas: Dayane Aparecida de Oliveira Araújo, Gabriel Oliveira Neves, Italo Matteus Fernandes Carmargos, Jessiane Santos Correa e Samuel Mendes Almeida Voluntária: Paula de Fátima Martins Rodrigues Colaboradores: Abílio Vinícius Barbosa Pereira, Allieksiei Castelar Perim Souza Rodrigues, Dayanne Ferreira dos Santos Siqueira, Geralda Magela Costa Nobre, Joel Araújo Siqueira, Luana Ferreira Almeida e Suzana Alves Escobar Texto: Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues Campus: Januária

Projeto

Pão e patê de pequi. Receita desenvolvida durante o projeto, na capacitação sobre processamento e beneficiamento de frutos do cerrado – IFNMG Campus - Januária

Fortalecimento do extrativismo vegetal sustentável de agricultores da bacia hidrográfica do rio Peruaçu pela atuação do Núcleo de Estudos em Agroecologia Minas d’água do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais e Instituições parceiras

O Peruaçu é um lugar de beleza e recursos naturais indiscutíveis. Outrora passava um rio exuberante que fez parte da infância de muita gente da região. Muitas instituições vêm atuando em parceria com os agricultores familiares e extrativistas para, juntos, pensarem em soluções e na recuperação da água no rio. Dentre as ações, está o fortalecimento do extrativismo vegetal sustentável. Nessa, em especial, o Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica Minas d’Água do IFNMG – Campus Januária, com as instituições parceiras Cáritas, Funatura, WWF e ICMBio atuaram entre 2015 e 2017. Nesse projeto, foram realizadas oficinas e capacitações sobre o extrativismo sustentável para agricultores familiares de 13 comunidades do Peruaçu. Muitos encontros, vivências e aprendizados marcaram as três oficinas e as oito capacitações realizadas nas comunidades do Peruaçu. No final de tudo, o povo do Peruaçu viu que é possível conviver com a adversidade e promover geração de renda, por meio do extrativismo e das atividades de produção vegetal e animal, preocupando-se com a conservação ambiental.

H

á cerca de sete anos, instituições como a Cáritas Diocesana de Januária, Fundação Pró-Natureza (FUNATURA), World Wildlife Fund (WWF), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Januária (IFNMG – Campus Januária) iniciaram, na região do PeRevista de Extensão do IFNMG

ruaçu, projetos para boas práticas agropecuárias, convivência com o semiárido, tecnologias sociais para captação de água e quintais agroecológicos produtivos, capacitando produtores de 13 comunidades. Ao longo desse processo, criou-se o Núcleo de Estudos em Agroecologia – Minas d’Água do IFNMG - Campus Januária, aumentando a presença

do IFNMG junto às comunidades peruaçuanas. Essa trajetória de contato com o Peruaçu proporcionou um melhor reconhecimento das demandas da população e enriquecimento das relações, que direcionaram ações subsequentes, como a do projeto “Fortalecimento do extrativismo vegetal sustentável de agriculto175


NEA Minas d’Água

Atividades com os jovens do Peruaçu, curso de maquiagem – Comunidade do Areião

Capacitação sobre précoleta e coleta de frutos do cerrado – Comunidade do Areião

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valores dos frutos do cerrado para as comunidades; capacitações de agricultores quanto ao extrativismo de pequi, buriti, cajuí, umbu, cagaita, araticum e coquinho azedo, desde a pré-coleta até o processamento dos frutos, e capacitações de líderes comunitários sobre os temas do associativismo e cooperativismo. As atividades foram desenvolvidas por bolsistas e voluntários do curso de Agronomia e, também, contou com o apoio de professores e parceiros do projeto.

NEA Minas d’Água

res da bacia hidrográfica do Rio Peruaçu pela atuação do Núcleo de Agroecologia Minas d’água do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais e instituições parceiras”, apoiado pela chamada MCTI/ MAPA/CNPq nº 40/2014 e editais PIBED 2015 e 2017. O objetivo do projeto foi falar sobre o extrativismo, de forma sustentável, para comunidades que praticam o extrativismo há muitas gerações. Com esse objetivo, foram realizadas oficinas para resgate dos

N

as oficinas, por meio de reflexões coletivas, foi possível ouvir o povo do Peruaçu, suas angústias, dúvidas, perspectivas e esperanças. O Peruaçu, para seu povo, é o rio. O Rio Peruaçu é o ponto de partida da discussão. Falas carregadas de emoção e esperança demonstraram a importância e a interferência do rio na vida das pessoas da região do Peruaçu. Com as dinâmicas aplicadas por meio das diferentes metodologias, verificouse que o povo do Peruaçu reconhece que, apesar da falta da água, a vida lá é boa, pois possuem diversidade de frutos para colherem. Além disso, a região é tranquila, as comunidades são unidas e conseguem trabalhar juntas e, com a ajuda dos projetos que estão sendo desenvolvidos, é possível gerar renda, estimulando a permanência no campo. Contudo, os moradores salientam que o descuido com o meio ambiente e a falta de conhecimento para conservação da natureza, assim como a falta de cuidados com a saúde e educação, são entraves para a prosperidade no Peruaçu.


NEA Minas d’Água

Oficina “Os frutos em nossa vida” - Comunidade do Araçá

Apesar de o extrativismo ser nato nas comunidades, a ideia de boas práticas voltadas para a sustentabilidade e geração de renda para as famílias camponesas merece discussão. Com isso, no período de 2016 a 2017, foram realizadas oito capacitações, com público de 315 produtores e uma mostra de tecnologias voltadas para o extrativismo, com 112 participantes. Eles receberam capacitação para pré-coleta, coleta, transporte e armazenamento de frutos do cerrado. Tiveram a oportunidade de fazer o processamento e beneficiamento do pequi, com elaboração de pães e patê e, também, bombons com recheios de geleias de frutos do cerrado. O associativismo e cooperativismo foram temas de capacitação, envolvendo, em especial, os cooperados da Cooperuaçu, Cooperativa dos Extrativistas do Peruaçu, criada em 2016. É válido observar que projetos do NEA Minas d’Água, desde 2012, e parceiros colaboraram para a criação da Cooperuaçu. Ao final, foi elaborada uma cartilha com as experiências do projeto sobre as boas práticas para o extrativismo sustentável no Peruaçu. O extrativismo é uma atividade predominantemente executada por mulheres maduras e, muitas vezes, idosas. A juventude não tem visto boas oportunidades com essa práRevista de Extensão do IFNMG

tica na região. Porém, com o intuito de atrair os jovens para as capacitações e para levantar lideranças nas comunidades, o projeto desenvolveu atividades voltadas para eles, mesmo que fora da temática. Dessa forma, ao final das capacitações, ocorreram torneios de futebol, vôlei, xadrez, em outros momentos, curso de maquiagem, show de talentos e concurso de desenhos e poemas. Foi uma maneira divertida e bem-sucedida de trazer os jovens para as discussões. Quando eles participavam, contribuíam com boas ideias e demonstravam conhecimentos sobre o tema, aprendidos no seu dia a dia, passados por gerações. Após mais de dois anos nesse trabalho, pudemos ouvir, desde a fala sem esperança quanto à prosperidade no Peruaçu, à fala entusiasmada de famílias que acreditaram nova-

NEA Minas d’Água

Mãos à obra

mente que lá é um bom lugar para se estar. Muitas falas reconhecem que a natureza foi generosa com esse povo, ao lhe dar tantos recursos naturais. Ouvimos do povo que conservar a natureza é bom e que não existe muita dificuldade para isso, como disse o senhor Mozar Gonçalves Lima, extrativista: “O extrativismo é uma fonte de renda, mas para que tenha acesso, é preciso que tenha mudança de comportamento e a porta da mudança está no coração, que só tem maçaneta do lado de dentro”. O IFNMG – Campus Januária é grato ao povo do Peruaçu e parceiros na execução desse projeto, pois foi mais uma oportunidade de aproximação com a comunidade, aprendizado mútuo e consolidação das ações do IFNMG na região.

Oficina para definição conjunta das capacitações para extrativismo sustentável no IFNMG – Campus Januária 177


Discente Taynara gravando cenas externas para programa sobre pesquisa de mercado

Projeto

ADM em Pauta:

criação de canal acadêmico para disseminação de conhecimento e informações para a comunidade acadêmica e empresários locais

Coordenadora: Érica Souza Tupiná Bolsista: Ritiele Magalhães Lopes Voluntários: Ítalo de Souza Lacerda, Joyce Souza Guedes, Bruna Sthefane Ferreira Silva, Bianca Laressa Neres de Matos, Wanderson Pereira de Oliveira e Camila Oliveira Guedes dos Santos Colaboradora: Shirley Mirone Martins Guimarães Texto: Érica Tupiná Campus: Januária

Criação de programa educativo que promove, de forma interativa, a disseminação de conhecimento e informações para a comunidade acadêmica e empresários locais, por meio de mídias sociais.

O

“ADM em pauta” foi um programa jornalístico, planejado e produzido por acadêmicos do curso de Administração, sob a orientação das professoras Érica Tupiná e Shirley Mirone, que disseminou informações e conceitos de gestão, com foco no contexto das pequenas e médias empresas. Contando com a participação de empreendedores de sucesso, o programa falou de tendências, experiências de sucesso e iniciativas inovadoras no mundo corporativo, abordando temas como liderança e gestão, gestão de pessoas, layout, marketing, pesquisa de mercado e empreendedorismo. Com o avanço da tecnologia, surge, na sociedade, a necessidade de aperfeiçoamento das habilidades para utilização de equipamentos. Pensadores como Manuel Castells (2001) ponderam que a sociedade está passando por uma revolução in-

178

formacional, que pode ser comparada às grandes guinadas da História. A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos, por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores (MORAN, 1995). No projeto “ADM em pauta”, o aluno que, durante muito tempo, foi considerado apenas um receptor de informações, na internet, passou a ser também um produtor. Assim, transitaram de um modelo de ouvintes para um modelo de ouvintes/ participantes. É missão do IFNMG produzir e disseminar conhecimento, de forma aplicada, à sociedade, promovendo o seu desenvolvimento. No âmbito dos cursos superiores, é natural que ocorra a produção de conhecimento durante o processo de formação dos novos profissionais; entretanto, o modo como esse conhecimento é

disseminado e aplicado na comunidade é algo para se pensar. E foi justamente nisso que o projeto ADM em pauta focou. Tendo em vista que o programa jornalístico “ADM em Pauta” teve, como temática central, conhecimentos do mundo corporativo, sendo repassados, de forma prática, rápida e exemplificados em vídeos de 5 a 10 minutos de duração, foi uma oportunidade ímpar para oferecer aos empreendedores informações e dicas importantes para a melhoria do processo de gestão de seus pequenos e médios negócios. Outro ponto que justificou a realização desse projeto foi a oportunidade criada, para que acadêmicos do Curso de Bacharelado em Administração do IFNMG se aprofundassem ainda mais nos conhecimentos adquiridos em sala de aula, por meio do planejamento, estudo e execução de todo o conteúdo dos programas.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Academicos Joyce e Wanderson nos bastidores do estúdio do ADM em Pauta

A

lém disso, esses acadêmicos desenvolveram diversas características profissionais que são exigidas pelo mercado de trabalho, como disciplina, dedicação, flexibilidade, oratória, trabalho em equipe e liderança. Foi uma oportunidade para esses acadêmicos e futuros profissionais se aproximassem da realidade empresarial e também se mostrassem para o mercado de trabalho, aumentando assim o seu grau de empregabilidade pelo marketing pessoal. Como podemos perceber no depoimento da aluna bolsista do projeto, Ritiele Magalhães: “Disseminar informações pelos meios de comunicação, como a internet, é uma das vantagens adquiridas na globalização. O ‘ADM em Pauta’ fez uso dessa tecnologia para levar informações e dicas, tanto para os pequenos e médios empresários, como para a sociedade em geral. Foram produzidos quatro programas, cada um com dez minutos de duração. Mostraram soluções e estratégias encontradas por empresas que se tornaram exemplo de empreenRevista de Extensão do IFNMG

dedorismo nas suas áreas de atuação. É importante destacar a importância do projeto para a formação dos acadêmicos envolvidos, já que pudemos

aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula. O trabalho em equipe e estrutura oferecida pelo Campus Januária foram importantes

Bastidores da gravação dos programas com os alunos Italo Lacerta e Jéssica Almeida 179


Discente Bianca Larressa, âncora do programa ADM em Pauta

para o desenvolvimento do projeto. A participação de empreendedores de sucesso tornou o programa ainda mais atrativo para os telespectadores. Foi muito gratificante, para mim, ser bolsista desse projeto”. O resultado positivo no processo de aprendizagem dos alunos pode ser percebido também no depoimento da aluna voluntária do projeto, Bianca Laressa: “Participar do projeto de extensão ‘Adm em Pauta’, para mim, foi uma experiência única, visto que a Extensão nos proporciona integrar teoria e prática, comunicando-nos diretamente com a sociedade. Possibilitou o compartilhamento de saberes. Assim foi possível desenvolver habilidades, como a comunicação, análise de cenários reais, e o melhor, que foi o resultado positivo de trabalhar em equipe”. Um outro ponto positivo, durante a execução do projeto, foi o apoio dado pelo instituto, disponibilizando a estrutura operacional necessária para a produção de cada um dos programas, no setor de Comunicação Social do campus, setor esse que foi um entusiasta e parcei180

ro desse projeto, cedendo toda sua estrutura para a realização deste. Conforme pudemos ver no depoimento do responsável pelo setor de comunicação do campus, o servidor Hebert Macedo: “A produção de conteúdos do ‘ADM em Pauta’ enriqueceu os vídeos divulgados pelo setor de Comunicação Social do Campus Januária, uma vez que irão compor a pauta do IFTV, diversificando o seu acervo. Os alunos envolvidos no projeto adquiriram experiência nas áreas de edição, roteiro, reportagem e vídeo e, com isso, poderão contribuir com as atividades da comunicação. Destacamos também o alto desempenho dos alunos envolvidos no projeto, que tiveram iniciativa, responsabilidade, criatividade e, principalmente, comprometimento. Esperamos que o projeto continue e se torne uma produção permanente de conteúdos, estimulando as demais áreas do conhecimento a desenvolverem projetos semelhantes, com intuito de levar à comunidade informação, cultura e entretenimento, no âmbito da educação profissional. Nós,

do setor de Comunicação Social do IFNMG – Campus Januária, continuaremos a apoiar o ‘ADM em Pauta’”. O “ADM em pauta” possui grande possibilidades de expansão de sua área de abrangência, visto que os programas foram disponibilizados em diversos canais, como: no IFTV (canal do IFNMG – Campus Januária no Youtube), nas mídias sociais dos discentes dos IFNMG e na TV NORTE. Acreditamos que o projeto tenha aumentado o grau de profissionalização dos empresários locais; que os acadêmicos participantes adquiriram mais iniciativa, liderança, autonomia, criticidade, profissionalismo e capacidade para trabalho em equipe; que o Curso de Bacharelado em Administração do IFNMG – Campus Januária esteja mais próximo e familiarizado com a comunidade empresarial local e que tenha sido transferido conhecimento produzido no IFNMG para a sociedade local. Assim, o planejamento e execução do “ADM em Pauta” trouxeram grande aprendizagem para toda a comunidade, por meio do engajamento dos discentes e docentes envolvidos.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Projeto

Zeleo Fotografia

Coordenador: Idemar Magalhães Passos Bolsista: Cristiano Osório de Souza Voluntários: Cléber Gonçalves Brito, José Ângeles Moreira de Oliveira, Feliciano Pereira da Silva e Ricardo da Silva Colaboradora: Letícia Thália Silva Machado Texto: Cristiano Osório de Souza Campus: Januária

Pluriatividade e sucessão na agricultura familiar

Um dos objetivos do projeto foi oportunizar a ampliação de conhecimentos aos agricultores familiares

na comunidade quilombola Remanescente Quilombo de Alegre, em Januária-MG A Comunidade Quilombola de Alegre II está inserida numa região de cerrado, com índice pluviométrico irregular, o que caracteriza o semiárido. Tendo a agricultura familiar como predominante, percebem-se dificuldades encontradas pelos agricultores, principalmente, devido à escassez de chuvas. Nesse sentido, alguns fatores vêm contribuindo para o êxodo rural, tais como: a falta de oportunidades e de escolarização, maior relação entre a cidade e o campo e, principalmente, o descontentamento com o ganho adquirido na agricultura. Com o projeto desenvolvido na comunidade, objetivou-se mostrar a importância da pluriatividade e resgatar a sucessão, a fim de que os jovens sintam-se estimulados a continuarem com as atividades, num meio em que eles conhecem e, assim, serem valorizados no seu trabalho. Conscientes da importância dos programas de incentivos, como o pluriativismo e a sucessão, os agricultores terão impulso, com a abertura para inovações e alternativas de trabalho para a população rural, tendo como base a ampliação do repertório de conhecimentos, induzindo famílias de pequenos agricultores a praticarem aquilo que eles utilizam para sobreviver, que consiste na produção de alimentos e criação de animais.

A

Comunidade Quilombola de Alegre II, inserida no município de Januária, Norte do Estado de Minas Gerais, região de cerrado, com índice pluviométrico irregular, o que caracteriza o semiárido, possui uma agricultura predominantemente familiar. Os agricultores familiares têm que lidar, cotidianamente, com dificuldades que acometem a qualidade de vida na comunidade. Um dos fatores que contribui para ampliar as dificuldades diz respeito à escassez de chuvas, principalmente, nos últimos anos. Além dis-

Revista de Extensão do IFNMG

so, percebe-se o avanço do êxodo rural, que ocorre por conta da falta de oportunidades de escolarização, maior relação entre a cidade e o campo e, principalmente, pelo descontentamento com o ganho adquirido na agricultura. Conscientes da importância dos programas de incentivos, como o pluriativismo e a sucessão, os agricultores terão impulso, com a abertura para inovações e de alternativas de trabalho para a população rural, tendo como base a ampliação do repertório de conhecimentos, induzindo famílias de pequenos

agricultores a praticarem aquilo que eles utilizam para sobreviver, que consiste na produção de alimentos e criação de animais. Um caminho para isso consiste no estabelecimento de organizações de cooperação, capazes de absorver os produtos gerados, tanto pelos chefes de famílias quanto pelos mais jovens. Nessa perspectiva, o campo poderá se beneficiar de ter um acúmulo de capital, que poderá ser revertido para o próprio campo. A fixação das famílias e dos jovens também consiste numa consequência positiva, fruto do 181


A comunidade quilombola Remanescente Quilombo de Alegre, em Januária (MG), serviu como ambiente de aprendizagem para os alunos envolvidos no projeto

projeto. A agricultora familiar Marlene de Souza comenta sobre isso: “A importância do projeto aqui em nossa comunidade é muito grandiosa, pois contribuiu com nossa educação no campo e trouxe mais oportunidades a nós, nesse momento tão difícil que vivemos, sem chuvas e água em nosso lar”. Para o morador da comunidade, Geraldo Rodrigues, a execução do projeto foi um presente. “Estamos

muito felizes por receber essas técnicas para ajudar nossa luta contra a seca e, ao mesmo, tempo trazer mais esperança de dias melhores em nossa alimentação no campo”, afirmou. O voluntário do projeto, Feliciano Nascimento, destacou que este foi importante para a comunidade e também para os alunos envolvidos. “Foi muito proveitoso ser colaborador nessa proposta em que

trabalhamos, trouxe-nos mais experiências, tanto na prática como na parte teórica”, afirmou. A equipe que executou o projeto constatou que a capacitação deve ser constante e que a qualificação técnica do agricultor acontece, principalmente, junto à família. É no fazer – aprender que os filhos de agricultores se qualificam para exercer as atividades relacionadas ao campo.

A comunidade quilombola Remanescente Quilombo de Alegre, em Januária (MG), aprovou a inciativa 182

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Estudantes receberam informações sobre métodos contraceptivos

Educação em Saúde: promovendo a qualidade de vida

Jéssica Castro

Projeto

Coordenadora: Rosângela Ferreira Ribeiro e Valéria Gonzaga Botelho de Oliveira Eulálio Voluntárias: Isabella de Alcântara Gomes e Iara de Oliveira Silva Colaboradores: Uendel G. Almeida, Vanessa D. Medina, Hugo G. Tavares e Cláudia Alves Texto: Valéria Botelho de Oliveira Eulálio e Rosângela Ferreira Ribeiro Campus: Almenara

O projeto de Extensão “Educação em saúde: promovendo a qualidade de vida” foi coordenado pela médica Rosângela Ferreira Ribeiro e pela professora de Enfermagem Valéria Gonzaga Botelho de Oliveira Eulálio e teve, como público-alvo, os estudantes do IFNMG – Campus Almenara. O objetivo foi desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de agravos, contribuindo para a melhoria do rendimento escolar, recuperação da autoestima e da autoconfiança.

I

niciado em agosto de 2017, no IFNMG – Campus Almenara, o projeto de Extensão “Educação em saúde: promovendo a qualidade de vida” contou com o apoio de uma equipe multidisciplinar (médico, enfermeiro, odontólogo, psicólogo e assistente de aluno) e de duas estudantes do Curso Técnico em Enfermagem, sob a coordenação da médica Rosângela Ferreira Ribeiro e da professora de Enfermagem Valéria Gonzaga Botelho Eulálio, ambas servidoras do IFNMG. Segundo as coordenadoras, o objetivo principal do projeto consistiu em desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de agravos, que permitiram, entre outros, Revista de Extensão do IFNMG

a melhoria do rendimento escolar, a recuperação da autoestima e da autoconfiança e a diminuição dos níveis de absenteísmo e repetência escolar. “Ações educativas podem visar à sensibilização e à conscientização sobre problemas de saúde, ou ações que possam evitar o surgimento de males à clientela”, explica Rosângela. De acordo com a professora Valéria, “não se pode deixar de lembrar o quanto as ações preventivas são mais vantajosas que as ações curativas; tanto do ponto de vista econômico, quanto assistencial, uma vez que podem diminuir a incidência de doenças e contribuir para a redução do número de pacientes que bus-

cam serviços de maior complexidade, mais dispendiosos e, por vezes, menos efetivos”. Os alunos do Curso Técnico em Enfermagem, conforme analisam as coordenadoras, possuem, em sua formação, o compromisso de atuarem em ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação de indivíduos e grupos, intervindo diretamente no processo saúde/doença, articulando-se em diferentes contextos sociais. Desta forma, observou-se que é de grande relevância a atuação dos profissionais da saúde em um ambiente em que se articula ações de prevenção, como numa instituição de ensino, local em que é visível 183


Jéssica Castro

Palestras sobre métodos contraceptivos, ministradas pela professora de Enfermagem Valéria Gonzaga Botelho Eulálio

a existência de oportunidades de identificar pessoas em situação de risco e vulnerabilidade em questões relativas à saúde e ao ambiente. As coordenadoras destacam que a atuação dos estudantes do Curso Técnico em Enfermagem contribuiu para a melhoria da qualidade de vida do público-alvo. “O projeto ainda promoveu o estreitamento das relações entre o IFNMG e a comunidade educacional do próprio campus, uma vez que a constituição de um indivíduo saudável é condição essencial para o bom rendimento nos estudos, que, por sua vez, permite a melhoria da qualidade do processo educativo, com redução dos índices de ausência por motivos vinculados à saúde”, complementa a médica. A proposta da inserção da equipe multidisciplinar, no seu campo de atuação, promoveu ações preventivas, com as seguintes abordagens: - Doenças sexualmente transmissíveis; - Métodos contraceptivos; - Saúde da mulher (outubro rosa) e do homem (novembro azul); - Parasitoses intestinais; - Dengue/ zika/ chikungunya; - Cartão vacinal; - Higiene bucal. 184

Compromisso

A

Perspectiva

s atividades do projeto foram realizadas quinzenalmente. Nos encontros, houve palestras educativas, consultas, atendimentos individuais, dinâmicas de grupo, entre outras ações. A iniciativa foi bem aceita pela comunidade educacional. “O público-alvo da ação extensionista acolheu bem o projeto, pois contou com o auxílio da equipe multidisciplinar no processo das ações educativas, fortalecendo os vínculos entre os educandos e a equipe de apoio”, destaca Rosângela. Para a realização do projeto, foram formados grupos de apoio ao educando, com equipe multidisciplinar, composto pelos seguintes servidores do IFNMG – Campus Almenara: a médica Rosângela, a professora de Enfermagem Valéria Gonzaga Botelho Eulálio, o odontólogo Hugo G. Tavares, a psicóloga Cláudia Alves, o professor de Enfermagem Uendel G. Almeida e a assistente de aluno Vanessa D. Medina. As discentes Isabella de Alcântara Gomes e Iara de Oliveira Silva também participaram.

D

e acordo com as coordenadoras, este projeto de Extensão tem grande potencial para se estender como pesquisa voltada para a Educação em Saúde, uma vez que permitirá descrever e investigar as causas dos principais agravos à saúde e as suas consequências para o ambiente educacional e aprendizagem do aluno. Além disso, a ação pode ser estendida às escolas da comunidade local, para intervenção. Além disso, a equipe que executou o trabalho destacou a grande relevância em aspectos sociais, já que o público-alvo das ações extensionistas são pessoas, em parte, oriundas de comunidades rurais e/ou municípios cujos sistemas de atenção básica ainda são deficitários, o que permitiu a promoção da saúde e prevenção de agravos. Nessa perspectiva, pode-se entender, como impacto social, a construção do perfil de pesquisa para a equipe envolvida, podendo-se incluir, em suas ações, a discussão sobre estratégias para enfrentamentos aos agravos à saúde da comunidade escolar.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Marcos Vinícius Montanari

Coordenador: Marcos Vinícius Montanari Bolsista: Jairo Lucas Souza Barros Colaboradores: Alan Teixeira de Oliveira, Marco Aurélio Madureira de Carvalho, Rafael Porto Viana e Virgínia de Souza Ávila Oliveira Texto: Jairo Lucas Souza Barros Campus: Almenara

Robô seguidor de linha

Projeto

Clube da Robótica A

implantação do “Clube da Robótica” no IFNMG – Campus Almenara trouxe inúmeros benefícios para os alunos do Curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio e para a instituição, a começar pelo fato de se colocar em prática conhecimentos adquiridos em sala de aula, tornando o aprendizado de disciplinas de tecnologia da informação mais prazeroso, visando, inclusive, a um menor índice de evasão ao curso. O projeto foi desenvolvido ao longo de todo o ano de 2017, promovendo um contato dos alunos com uma proposta diferenciada de trabalho, incentivando o gosto pela robótica – que se torna um assunto cada vez mais presente no nosso cotidiano – e estimulando a participação em competições científicas relacionadas à área.

Revista de Extensão do IFNMG

Professores/ treinadores

Marcos Vinícius Montanari

O projeto “Clube da Robótica”, desenvolvido no IFNMG – Campus Almenara, foi um sucesso completo na instituição, deixando expectativas para o ano seguinte. Ao longo do ano de 2017, foram realizadas várias atividades, tendo em vista, principalmente, a participação dos estudantes envolvidos na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). Os alunos/atletas foram divididos em equipes, que se empenharam bastante no desenvolvimento dos robôs, esforço esse que foi recompensado logo na etapa regional da OBR, na qual as três equipes do campus alcançaram as três primeiras colocações da competição. Na etapa seguinte, a estadual, o êxito não veio por meio da vitória, uma vez que nenhuma equipe obteve uma boa colocação, mas, sim, pelo aprendizado adquirido, mostrando aos jovens estudantes do baixo Jequitinhonha como é possível ter um desenvolvimento tecnológico, principalmente, valorizando o trabalho coletivo.

185


A

vez que as três equipes do campus inscritas alcançaram as três primeiras colocações na competição, em meio a outras 29 equipes.

O aprendizado foi a maior vitória Para a etapa seguinte – etapa estadual – realizada no CEFET-MG, em Belo Horizonte, foram dedicadas mais horas e horas de esforço coletivo, com o intuito de aprimorar os movimentos dos robôs e deixá-los prontos para atenderem os comandos exigidos pela competição. Ao término desta etapa, as prematuras equipes almenarenses não obtiveram êxito quanto à classificação para a etapa nacional; todavia, duas equipes foram vencedoras dos prê-

mios de Melhor Programação (equipe REBYC) e Melhor Design (equipe TWR-007). Mesmo não alcançando uma boa colocação, todos os envolvidos saíram satisfeitos, principalmente pelo aprendizado adquirido e pelo entusiasmo de se fazer mais e melhor no ano seguinte. É inegável o sucesso alcançado pelo projeto logo no primeiro ano de execução, principalmente pelo reflexo nas ações internas da instituição. Como exemplo, podemos citar os artigos produzidos, tanto para a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do campus, quanto para o Congresso Nacional de Educação (CONEDU). Ao término das ações do ano de 2017, ficou a grata sensação de dever cumprido e a certeza de que mais objetivos poderão ser alcançados.

Equipe ArduIF 186

Tainá Rocha

Tainá Rocha

partir do início do projeto, os alunos participantes foram divididos em equipes – ArduIF, REBYC e TWR-007 – com o objetivo de desenvolverem robôs autônomos, seguidores de linha, para participarem da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), sob a orientação dos professores/treinadores. Para isso, foram utilizadas placas de Arduíno, “uma plataforma eletrônica de código aberto, baseada em hardware e software fáceis de usar” (https://www.arduino.cc/), capazes de ler dados de entrada e convertê -los em uma saída, de acordo com o que for exigido. Foram muitos dias de empenho e dedicação investidos para deixar os robôs aptos para a etapa regional da OBR, que aconteceu na Faculdade Favenorte, em Mato Verde (MG). Tempo que foi muito bem recompensado, uma

Marcos Vinícius Montanari

Equipe REBYC e professores/ treinadores

Equipe TWR-007 Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Conversa com o senhor Jovelino, na comunidade Sacode

Projeto

Levantamento e estudo das demandas nas comunidades rurais de Pedra Grande,

Bianca Kastembal

Coordenador: Joaquim Neto de Sousa Santos Bolsistas: Bianca Kastembal Ferreira Silva e Ricardo de Matos Silva Voluntário: Felipe Alves Oliveira Texto: Bianca Kastembal Ferreira Silva e Ricardo de Matos Silva Campus: Almenara

São José do Prata e Sacode, Almenara-MG

Zeleo Fotografia

O município de Almenara engloba 50 comunidades rurais, entre elas, Pedra Grande, São José do Prata e Sacode, conforme exposto pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Almenara. Em geral, são comunidades que carecem de estruturas mínimas do Estado para que sejam garantidos o acesso, a educação, a saúde, o lazer, a produção agropecuária e um futuro com uma melhor qualidade de vida para a população. Considerando esse cenário, foi realizada uma pesquisa junto às comunidades rurais para elencar e expor ao público externo e acadêmico do IFNMG as reais demandas dessas comunidades. Os dados foram obtidos por meio da aplicação de questionários semiestruturados pré-definidos, mas flexíveis, para atender às especificidades de cada comunidade. Dessa forma, obtivemos resultados condizentes com cada realidade, a fim de criar diretrizes para futuros projetos e ações diversas ligadas ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão do IFNMG nas comunidades circunvizinhas a esta instituição, que tem, como uma das suas propostas, promover o desenvolvimento regional.

Revista de Extensão do IFNMG

Felipe Alves Oliveira

S

ão muitos os desafios enfrentados pelas comunidades rurais do município de Almenara. Em grande parte dos casos, os problemas estão voltados para as questões econômicas que englobam fatores de produção e comercialização. Os agricultores enfrentam não somente as adversidades naturais, como, por exemplo, longos períodos de estiagem, como também desafios ligados à infraestrutura, saúde, ensino e apoio técnico à produção. As principais dificuldades para o desenvolvimento da produção agrícola familiar estão relacionadas, basicamente, à baixa capitalização,

Chegada na residência de moradores, na comunidade Sacode

à disparidade produtiva inter-regional, ao acesso às linhas de crédito oficiais, à tecnologia, à assistência técnica para a produção rural e aos mercados modernos. Esses fatores possuem caráter histórico nas diferentes regiões do Brasil. As comunidades rurais do município desempenham um papel fundamental, tanto pela predominância das atividades agropecuárias, sendo responsáveis pelo abastecimento do mercado municipal e mercadinhos locais, como também pelo saber cultural e preservação de bens naturais, como a fauna e a flora locais. A partir dessas questões, fundamentais para o fortalecimento e valorização das 187


Bianca Kastembal

Caminhada pela comunidade Sacode

Entrevista com a dona Davilma, na comunidade São José do Prata

Entrevista com a dona Ana, na comunidade Sacode

O

Perspectiva

s relatos revelaram importantes necessidades limitantes enfrentadas pelos moradores, principalmente, relacionadas à eficiência na produção e comercialização, tais como a escassez hídrica e a irregularidade de distribuição das chuvas, não sendo utilizadas, nessas comunidades, alternativas de captação de água pluviométrica para uso posterior. A falta de manutenção constante das estradas e o transporte também são fatores limitantes para comercialização em períodos chuvosos intensos. Como consequência disso, ocorre perda de vários

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organizados de forma a abordar diversas questões que envolvem as seguintes temáticas: Uso e Ocupação do Solo, Produção Agropecuária, Uso de Recursos Hídricos, Fauna e Flora presentes na região. Além disso, os questionários tinham, como propósito, compreender como essas vertentes foram afetadas com as adversidades climáticas no decorrer do tempo. Adicionalmente, foram englobadas também questões referentes à Educação, Saneamento Básico, Infraestrutura e Assistência Técnica.

Hélio Sindicato

nharia Agronômica, sob orientação do professor Joaquim N. S. Santos, aplicaram os questionários semiestruturados, com a finalidade de caracterizar as comunidades rurais. Durante as visitas, contamos com o apoio irrestrito de Ronaldo Almeida Lacerda, representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Almenara. Em cada localidade, foram selecionados produtores experientes, com conhecimento amplo sobre a realidade das comunidades citadas. Os questionários aplicados foram

Ricardo de Matos

comunidades rurais no entorno do IFNMG – Campus Almenara, foi exposta, pela Pró-Reitoria de Extensão do IFNMG, a necessidade de registro das principais demandas, com o objetivo de propor soluções tecnológicas advindas das áreas do Ensino, da Pesquisa e da Extensão, por meio de programas, projetos e atividades extensionistas. Para a obtenção dos dados, os bolsistas de Extensão Bianca K. F. Silva, Ricardo de M. Silva e Felipe Alves Oliveira, discentes da Enge-

produtos. A deficiência em assistência técnica também é evidenciada na região e, conforme as declarações expostas, seria uma alternativa para solucionar problemas com pragas, doenças e plantas invasoras. Com relação à fauna e à flora, foram citadas diversas espécies que eram muito encontradas na região e não são mais vistas, situação que preocupa os moradores. As questões de infraestrutura também foram muito questionadas, pois nessas comunidades, ainda há problemas com o esgoto a céu aberto, a falta de água, a manutenção de estradas e escolas e com a assistência médica. Adicionalmente, as comunida-

des visitadas possuem também um grande conhecimento cultural que envolve comidas típicas, artesanatos, entre outros, o que configura uma riqueza imensa, mas desconhecida. É muito vasto o campo para trabalhos que envolvam Ensino, Pesquisa e Extensão nessas comunidades, pois são muitas as necessidades e variados os desafios encontrados, mas, certamente, seria muito notável e louvável qualquer ação que pudesse atender, pelo menos parcialmente, essas comunidades, que anseiam por parcerias que promovam, não só a expectativa, mas, sobretudo, ações que garantam dias melhores.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: Arthur Faria Porto Bolsista: Gustavo Rodrigues de Sousa Colaborador: José Antônio Duarte dos Santos Texto: Gustavo Rodrigues de Sousa, José Antônio Duarte dos Santos e Arthur Faria Porto Campus: Salinas

Palestra no evento

Projeto

Desenvolvimento de um sistema Web para evento científico do curso de Licenciatura em Física do IFNMG-Campus Salinas Parte II Implementação

O relato tem como objetivo descrever como se deu o desenvolvimento do projeto de extensão. Primeiramente, são apresentados os desafios que contribuíram na motivação para criação do projeto. Em seguida, destacam-se os meios pelos quais o projeto foi concebido e as etapas realizadas. Por fim, são apresentados os resultados alcançados e as contribuições pessoais proporcionadas pelo projeto.

A

Semana de Licenciatura em Física (SELFÍS) é um evento que já ocorre no Campus Salinas do IFNMG, anualmente, de forma ininterrupta, desde 2014, tendo, em 2017, sua 4ª edição. Contudo, até então, não contava com uma plataforma online que permitisse aos organizadores e participantes gerir todas as informações do evento. Apesar de existirem alguns sistemas voltados para o gerenciamento de eventos como o vpEventos, Even3 e o Event-br, nenhum deles atendia, em todos os requisitos, o que demandavam os organizadores do SELFÍS. Nesse contexto, esse projeto de Extensão surgiu no intuito de se construir

Revista de Extensão do IFNMG

uma plataforma WEB que disponibilizasse o gerenciamento do evento, contendo um espaço para sua apresentação, período de realização, programação com atividades, além da possibilidade de hospedagem no domínio da própria instituição, características que os sistemas já existentes não possuíam, seja total ou parcialmente. Nessa etapa do projeto, deu-se continuidade ao que fora iniciado em 2016. O desenvolvimento de um sistema WEB se dá em três etapas principais: projeto, desenvolvimento e testes. A primeira etapa foi realizada em 2016, no primeiro projeto e o que se propôs, nesse ano de 2017, foi sua implementação, que ocorreu

da seguinte forma: primeiro houve a implementação gráfica, na qual foram utilizadas as linguagens HTML5, CSS3 e Javascript, atreladas ao framework Foundation 6, utilizando o editor de códigos Sublimetext; em seguida houve a implementação do modelo físico do banco de dados, no qual foram utilizados o phpMyAdmin junto ao XAMPP, que permitiam a administração do BD baseada em PHP e configurava um servidor local para o desenvolvimento do sistema web (o sistema de gerenciamento de banco de dados utilizado foi o MariaDB); por fim, os membros da comissão organizadora do evento testaram o sistema previamente antes da abertura das inscrições ao público. 189


Organizadores do evento

C

Resultados alcançados

om o desenvolvimento da aplicação online, pode-se gerenciar o evento, de forma mais organizada, para os organizadores e mais clara para os participantes, garantindo uma experiência positiva para todos. A plataforma é de simples utilização, apresentando uma interface sóbria, que atendeu a todas as necessidades dos envolvidos no evento e o código é facilmente adaptável para outros eventos que possam ocorrer no campus.

P

articipar do projeto de Extensão “Desenvolvimento de um sistema Web para evento científico do curso de Licenciatura em Física do IFNMG/Campus Salinas – Parte II Implementação” foi uma experiência extremamente positiva para o discente. Permitiulhe aplicar os conhecimentos já adquiridos no Curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio e conhecer melhor as disciplinas ainda em curso, sobretudo a de WEB. Além disso, participar da construção de um site, cuja fun-

cionalidade seria vista, na prática, num evento de grande importância para a instituição, foi de extrema relevante, por demonstrar, em diversos aspectos, como se daria a atuação profissional na área de desenvolvimento WEB, que é prospectada pelo curso. Ademais, essa experiência possibilitou um maior engajamento com outros cursos do campus, o que é essencial para uma interdisciplinaridade, demonstrando como a relação entre essas diferentes áreas pode trazer bons frutos para todos.

Apresentação de pôster no evento

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenadora: Karla Nunes Oliveira Bolsista: Thays Morato Lino Voluntário: Luciana Rodrigues da Conceição Colaborador: Warley Rafael Oliva Texto: Karla Nunes Oliveira Campus: Arinos

A coordenadora do projeto, Karla Nunes, explicando sobre os insetos à criança – 1ª Festa Nacional do Baru

Projeto

A coleção entomológica como ferramenta pedagógica para aprendizagem

interativa, em escola municipal e IFNMG-Campus Arinos

Realizar a manutenção da coleção entomológica do IFNMG – Campus Arinos e trabalhar a importância ecológica, econômica e cultural dos insetos.

O

s insetos sempre despertaram a atenção das pessoas, seja pela diversidade de formas e cores que possuem, seja pelos prejuízos causados ao homem, como transmissão de doenças e pragas agrícolas. Entretanto, esses organismos são frequentemente negligenciados quanto a sua importância. Os insetos têm grande importância econômica e ecológica. Alguns atuam no controle natural de pragas, mantendo o equilíbrio ecológico, como as vespas parasitoides. Outros realizam a polinização, como abelhas, besouros e borboletas. E há ainda aqueles que realizam a ciclagem de nutrientes no solo, como os besouros rola-bosta. A ciência que estuda os insetos é chamada Entomologia. E esse estudo é feito, por exemplo, nas disciplinas de Entomologia Geral e Entomologia Agrícola, nos cursos superiores do IFNMG – Campus Arinos, como Engenharia Agronômica e Tecnologia

Revista de Extensão do IFNMG

Criança analisando a coleção entomológica, na 1ª Festa Nacional do Baru

em Produção de Grãos. É comum, nessas disciplinas, a confecção, pelos alunos, de uma coleção de insetos, denominada coleção entomológica, para aprenderem as estruturas anatômicas, os métodos de coleta e montagem dos indivíduos. Essa coleção fica armazenada no laboratório de biologia, e tem se mostrado uma excelente ferramenta para conscientização ambiental e para extensão do conhecimento à comunidade, devido ao apelo visual que desperta nas pessoas que a contemplam. A coleção entomológica foi apresentada ao público geral nos stands do IFNMG, em eventos que receberam um grande público, tais como: XVI Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas, realizado na Chapada Gaúcha em julho de 2017; 1ª Festa Nacional do Baru, realizada na praça do coreto, no município de Arinos, em setembro de 2017 e da Semana Integrada de Eventos, realizada no Campus Arinos, em ou191


Abordagem prática com os alunos da E. E. Professor Benevides

tubro de 2017. Muitos visitantes do stand voltaram sua atenção para a coleção entomológica e levantaram questionamentos, relataram medos e curiosidades, além de ficarem interessados em informações que evidenciam a importância dos insetos, que eles desconheciam, como do besouro rola-bosta e das baratas. Assim, os visitantes saíram conhecendo um pouco mais sobre esses fascinantes animais, desmitificando a imagem de animais ruins. A Escola Estadual Professor Benevides foi escolhida para uma abordagem prática com a coleção entomológica, por meio do contato com a professora Taciane Vaz de Freitas, que ministra aula de Ciências em turmas de 9º ano (30 alunos), e que já tinha, previamente, trabalhado conteúdo sobre animais invertebrados com os alunos. Inicialmente, foi aplicado o questionário para detectar os conhecimentos iniciais sobre os insetos de cada aluno, sem orientação ou interferências externas. Posteriormente, a coleção entomológica foi mostrada aos alunos, para despertar curiosidades. Também foram mostrados alguns organismos confundidos com insetos, mas que não são (aranha, escorpião, lacraia). Em seguida, a bolsista Thays Morato Lino abordou a classificação biológica, coleção entomológica, importância dos insetos e curiosidades. Além disso, foram dirimidas as dúvidas apresentadas pelos alunos. Após as explicações, os discentes ti192

veram novo contato com a coleção e refizeram o questionário. Também foi avaliado o conhecimento adquirido por 83 alunos concluintes do Ensino Médio técnico do IFNMG – Campus Arinos, sobre os insetos. Dentre os organismos citados no questionário, que não são insetos, (aranha, piolho, camarão, rato, centopeia, minhoca e carrapato), aranha foi o organismo mais facilmente confundido com inseto pelos alunos do Ensino Fundamental, evidenciado pela baixa porcentagem de acertos (26,66%), seguidos pelos piolhos (30%) e cupins (40%). Os demais seres vivos mencionados no questionário tiveram mais de 50% de acertos. O

As acadêmicas Thays Morato e Luciana Rodrigues, em stand do IFNMG, com a coleção entomológica, na 1ª Festa Nacional do Baru

organismo com maior porcentagem de erro pelos alunos concluintes do Ensino médio foi a lagarta (43,37%) Muitas vezes, a percepção de que todo ser vivo pequeno ou invertebrado, desagradável ao homem, seja inseto pode ser o responsável pela confusão causada na identificação destes. Provavelmente, isso se deve à ausência do conhecimento das principais características do grupo, evidenciada pela baixa porcentagem de acerto (40%) de determinadas características desses seres vivos, como o número de patas normalmente encontrado em indivíduos adultos. Além disso, o desconhecimento das fases de desenvolvimento do inseto contribui para a dificuldade em se identificar um inseto. Como exemplo, podemos citar a lagarta, que é o estágio juvenil da borboleta, e, por ter as características diferentes do indivíduo adulto, acaba não sendo lembrada como o inseto que é. Atualmente, a coleção entomológica encontra-se depositada no laboratório de biologia do IFNMG – Campus Arinos e contém indivíduos representantes das seguintes ordens: Blattodea (baratas), Coleoptera (besouros), Dermaptera (tesourinhas), Diptera (moscas, mosquitos), Hemiptera (cigarrinhas), Hymenoptera (vespas), Lepidoptera (borboletas e mariposas), Mantodea (louva-deus), Odonata (libélulas), Orthoptera (gafanhotos e grilos), Isoptera (cupins).

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: Reginaldo Proque Bolsistas: Alexsander Silva de Lima e Thais Rodrigues dos Santos Voluntários: Felipe Kenned de Oliveira Martins, Gabriela da Silva Ribeiro, Lara Caroline de Almeida Alves, Ramon da Silva Hoffling, Maycon Rodrigues da Silva, Thiago da Silva Almeida, Gabriel da Silva Amorim, Rodrigo dos Reis de Faria, Reginaldo Evangelista, José Francisco Pitangui e Maria Helena Alves Pereira Texto: Reginaldo Proque Campus: Arinos

Confecção de leiras de composto orgânico com resíduos da agroindústria de frutas

Projeto

Composta Arinos Rede de Compostagem e vermicompostagem de resíduos orgânicos

A reciclagem de resíduos orgânicos constitui-se uma medida importante no saneamento adequado das cidades, bem como uma prática de base ecológica de grande relevância para o desenvolvimento de sistemas orgânicos de produção, na agricultura e arborização urbanas e paisagismo, por meio da produção de composto orgânico. Nesse contexto, o projeto teve como objetivo contribuir para o aprimoramento da gestão ambiental da fração orgânica dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), pela compostagem e a vermicompostagem, no município de Arinos, no vale do rio Urucuia, noroeste de Minas Gerais.

O

projeto buscou atuar na solução de um problema da limpeza urbana municipal, que consiste no grande volume de folhas, decorrente da boa arborização na cidade, transformando esse resíduo numa matéria-prima adequada para a compostagem de outros resíduos orgânicos, também produzidos cotidianamente, nas residências e espaços públicos e comerciais. Ao desenvolver o uso dessas folhas como matéria-prima para a compostagem, pudemos agregar parceiros que cederam espaço para o acúmulo das folhas, bem como abriram as portas dos estabelecimentos de ensino, para o recebimento dessas folhas, devidamente processadas,

Revista de Extensão do IFNMG

Confecção de leiras de composto orgânico com resíduos da agroindústria de frutas

para a realização da compostagem dos resíduos orgânicos produzidos diariamente pelas cantinas e restaurantes das escolas, desenvolvendo a educação ambiental e o conhecimento interdisciplinar, relacionado ao tema da compostagem e vermicompostagem. O gerenciamento dos resíduos sólidos do IFNMG-Arinos ocorreu por meio da compostagem e vermicompostagem dos resíduos produzidos no campus, como estercos, restos vegetais, folhas e restos de comida e de hortaliças advindos do restaurante, além de folhas oriundas da Escola Infantil Pinóquio. O processo é realizado no pátio de compostagem da unidade de ensino, pesquisa e extensão do IFNMG-Arinos. No ano 193


Distribuição de saquinhos de composto e coleta de pilhas

de 2017, foram produzidos 30 m³, o dobro do produzido em 2016. Outra ação do projeto foi a instalação de Unidades Descentralizadas de Compostagem, locais cedidos ao projeto por organizações da sociedade civil, parceiras do projeto, nos quais o serviço de limpeza urbana depositou a fração orgânica dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) – Varrição. Ao longo do ano de 2017, uma fração das folhas coletadas pelo serviço de limpeza urbana da prefeitura municipal de Arinos serviu para confeccionar as pilhas para a fermentação aeróbica dos resíduos orgânicos, pelo processo de compostagem ENDORE, no Centro Cultural Natália e no Portal do Turismo (Agência Vale do Urucuia). 194

Tais unidades descentralizadas permitiram que estas pilhas fossem decompostas, durante 3 a 4 meses, sendo, posteriormente, trituradas e irrigadas pelas chuvas de outubro e novembro. O material pré-compostado foi dividido em partes iguais para a Secretaria Municipal de Agropecuária e Meio Ambiente, IFNMG/ Arinos e para a entidade que cedeu o espaço físico para a compostagem dos resíduos. Outra ação foi o apoio técnico à compostagem na usina de triagem e compostagem do município de Arinos. O projeto apoiou, tecnicamente, a gestão dos resíduos orgânicos recolhidos pelo serviço de limpeza urbana da prefeitura municipal, por meio da formação técnica

no manejo e acompanhamento da confecção das pilhas de composto, monitoramento, e processamento do composto produzido pelas UTC. As Escolas Vivas - pequenas unidades de compostagem e vermicompostagem tiveram, como propósito, apoiar escolas que desenvolvem projetos, como hortas e pomares. Este projeto foi implementado, parcialmente na Escola Estadual Garibaldina Fernandes Valadares e na Escola Família Agrícola de Natalândia, para as quais foram doados minhocários em balde, minhocas e assistência para a implantação do sistema, a partir das folhas produzidas no local, trazidas pelo projeto e pelos restos de comida produzidos no refeitório das respectivas escolas.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Confecção de canteiros com telhas na Escola Estadual Garibaldina F. Valadares

Cultura da reciclagem de resíduos orgânicos

E

mbora o serviço de limpeza urbana tenha grandes responsabilidades legais, em relação à compostagem da fração orgânica dos RSU, é papel de todo cidadão separar, em sua residência, tais resíduos. Inspirado na experiência do município de São Paulo, pelo proje-

to “Composta São Paulo”, desenvolveu uma série de ações de educação ambiental, voltadas para a reciclagem da matéria orgânica: a) por meio de oficinas de compostagem doméstica, em parceria com as organizações participantes do projeto e nas Semanas do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia, bem como na exposição agropecuária de Arinos; b) montagem de stand de resíduos sólidos na I Semana das Ciên-

cias Agrárias do IFNMG/Arinos c) doação de amostras de vermicompostos para 400 estudantes e 120 servidores do IFNMG-Arinos e terceirizados. As ações desenvolvidas no projeto permitiram a melhoria do gerenciamento dos resíduos sólidos. Ainda que seja um projeto-piloto, no âmbito da gestão municipal, pode ser implantado nas residências e escolas e vem sendo desenvolvido, com êxito, pelo Campus.

Confecção de canteiros com telhas na Escola Estadual Garibaldina F. Valadares

Revista de Extensão do IFNMG

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Luana nunes Leal

Transferência de enxame capturado

Projeto

Construção de apiário para capacitação de produtores e

Coordenador: Edimilson Alves Barbosa Bolsistas: Alanna Almeida Rocha e Luana Nunes Leal Voluntária: Eveline Mendes da Silva Texto: Luana Nunes Leal Campus: Almenara

estudantes na prática da apicultura

A

s discentes do curso em Engenharia Agronômica, Alanna Almeida Rocha e Luana Nunes Leal, com a voluntária Eveline Mendes da Silva, do mesmo curso e o coordenador de projeto, Edimilson Alves Barbosa, realizaram a construção de um apiário no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais, Campus Almenara, entre os meses de junho e dezembro do ano de 2017, com o intuito de proporcionar capacitações para produtores da região e estudantes interessados na prática da apicultura. A instalação do apiário foi realizada em uma área de 60 m², obedecendo aos requisitos de segurança. No local da instalação do apiário, foi feita uma limpeza, para se evitarem incêndios e a incidência de pragas. Posteriormente, teve início a captura dos enxames, que foi realizada em caixas-isca para enxames voadores. Após essas capturas, as caixas

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Aula prática da turma do quinto período do curso de Engenharia Agronômica

Alanna Almeida Rocha

Projeto de instalação de apiário no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais, Campus Almenara, com o intuito de proporcionar capacitações para produtores da região e estudantes interessados na prática da apicultura. O projeto também objetiva promover uma aproximação entre comunidade e Instituto.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Eveline Mendes da Silva

Instalação de cavaletes de sustentação na área destinada ao apiário

Revista de Extensão do IFNMG

Luana nunes Leal

Demarcação da área onde foi implantado o apiário

Luana nunes Leal

foram levadas para o local da instalação do apiário e colocadas em cima dos cavaletes fixados no local. No entanto, as caixas com os enxames não puderam permanecer por muito tempo no local destinado no apiário, pois nele não há cerca, para separa-lo da área de criação de gado. Foi mais prudente fazer a retirada das caixas do local e somente retornar quando a cerca for construída. Com isso, ainda não foi possível receber visitas de produtores, e esse tipo de atividade ficou restrita aos alunos. Acredita-se que o presente projeto, quando totalmente implantado, permitirá a aproximação entre a comunidade acadêmica e os produtores da região. Essa aproximação acontecerá a partir de capacitações promovidas no Instituto, usando a instalação do apiário, para demonstrar a importância da criação de abelhas na polinização e, também, como fonte de renda. Além disso, a instalação contribuirá com as aulas práticas no campus, pois, com a instalação do apiário, os estudantes terão a oportunidade de ter contato com técnicas de manejo e produção na criação de abelhas, sendo que esta atividade é conteúdo da grade curricular dos cursos da área agrária, fortalecendo a integração entre Ensino, Pesquisa e Extensão.

Construção de cavaletes, suporte para as caixas com abelhas

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Coordenadora: Érica Souza Tupiná Bolsista: Ítalo de Souza Lacerda Voluntários: Bruna Sthefane Ferreira Silva, Jéssica Matos de Souza, Joyce Guedes Souza, Camila Oliveira Guedes dos Santos, Bianca Laressa Neres de Matos, Wanderson Pereira de Oliveira, Martha Karoline Nascimento Sena e Ritiele Magalhães Lopes Colaboradora: Shirley Mirone Martins Guimarães Texto: Ítalo de Souza Lacerda Campus: Januária

Projeto

Atender, entender e encantar o visitante: curso profissionalizante para os guias do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu

Projeto de Extensão realizado por docentes e discentes do IFNMG – Campus Januária, que teve como propósito capacitar guias do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, uma unidade de conservação e proteção integral, que tenta o selo da Unesco de Patrimônio Cultural da Humanidade

O

Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é uma unidade de conservação e proteção integral, com área de 58.800 ha, estando localizado no Norte de Minas Gerais. Há registro de presença humana no vale há cerca de 11.000 anos. Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) encontraram restos de esqueletos humanos na região. O nome do parque tem origem indígena. “Peru” faz referência a Fenda/Buraco e “Açu” significa “muito grande”, ou seja, “Peruaçu” significa “buraco/fenda muito grande”. O parque possui mais de 140 cavernas, mais de 80 sítios arqueológicos e várias pinturas rupestres, além de ter, próxima a sua localização, a reserva indígena “Xacriabá”, que possui mais de 9 mil indígenas. O Parque Nacional é rico em biodiversidade e possui um patrimônio espeleológico nos biomas cerrado e

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caatinga, além das nascentes do rio Peruaçu, que fazem parte da área do chapadão. As nascentes deságuam na bacia do rio São Francisco. Tendo em vista toda a riqueza e diversidade ecológica que o parque possui, iniciou-se a tentativa de conseguir o selo de Patrimônio Cultural da Humanidade na Unesco. No dia 8 de junho de 2017, aconteceu o

lançamento oficial da campanha, que prevê a indicação do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu ao selo. Para concorrer, o parque deveria ter uma estrutura para receber o visitante. Com essa estrutura montada, ele foi aberto à visitação, dando a todos a oportunidade de conhecer essa espetacular obra da natureza.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


C

om essa exposição mundial, o número de turistas em busca das belezas e aventuras que o parque proporciona aumentou consideravelmente. Esse aumento passou a exigir ainda mais profissionalização por parte dos guias condutores de visitantes dentro do parque, especialmente, no que se refere ao atendimento e à recepção dos turistas. Estudiosos consideram que os recursos humanos que atuam no setor do turismo, em muitas localidades brasileiras, são qualificados negativamente, no que diz respeito à produtividade, ao nível educacional, à especialização e à qualidade dos serviços prestados.

Tendo isso em mente, e também após ter passado por uma experiência não muito positiva em uma de suas visitas ao parque, que a professora Érica Souza Tupiná se motivou a organizar e implementar o projeto de Extensão, que propôs a realização de oficinas de treinamento que abordassem fatores que influenciariam, positivamente, a qualidade na prestação de serviços dos guias. “Em uma de minhas visitas ao parque, percebi que alguns condutores tinham um grande potencial para oferecerem um serviço de condução ainda melhor. De nada adianta produzirmos conhecimentos se não forem para serem aplicados fora dos portões da instituição e,

assim, contribuir para a melhora na comunidade em que o IF está inserido. Avalio que houve uma aprovação por parte da comunidade local quanto ao projeto. Muitos moradores demonstraram estar felizes com o fato de o IF estar dentro da comunidade e tal fato contribuiu para diminuir a distância da instituição de ensino em relação à comunidade. Outro benefício a se considerar foi o amadurecimento dos alunos envolvidos. Possibilitar, aos alunos, novas perspectivas e olhares sobre como o conhecimento teórico pode transformar a realidade prática de muitos cidadãos foi, de fato, muito significante para mim”, disse a professora Érica.

Ensinar e aprender

da oficina e reunião de feedback da oficina. Todas essas etapas foram feitas pelos discentes envolvidos no projeto, sob a orientação da professora Érica e da professora Shirley Mirone. O projeto foi realizado com eficiência, contribuindo para o crescimento acadêmico, profissional e pessoal dos envolvidos, como podemos observar no depoimento da discente Bruna Sthefane: “Participar como voluntária do projeto de Extensão para capacitação dos guias das Cavernas do Peru-

açu foi um tanto quanto desafiador, pois pude aprimorar meus conhecimentos obtidos em sala e repassá-los adiante, por meio de uma oficina ministrada por mim, durante a execução do projeto. Isso possibilitou o meu crescimento pessoal e em minha formação acadêmica. Após a realização do projeto, pude perceber o quanto a administração pode agregar valor para sociedade, por meio de ações que buscam levar conhecimento técnico, de uma maneira fácil e democrática”.

D

entro do projeto, foram ofertadas quatro oficinas para os guias condutores de visitantes do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. As oficinas tiveram, como embasamento teórico, os temas relacionados ao atendimento ao cliente. Cada uma das oficinas foi criada a partir de um processo constituído por quatro etapas: planejamento, construção do material da oficina, ensaio da oficina, execução

Revista de Extensão do IFNMG

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creditamos que o projeto alcançou resultados positivos, principalmente, de posse de depoimentos como este: “Achei muito produtivo [o projeto], com certeza aplicaremos no nosso trabalho, que será muito válido. Acho muito importante que continuemos a nos capacitar e que o Instituto possa continuar vindo aqui na comunidade nos ajudar”,afirmou Daiane, uma das condutoras participantes das oficinas. Uma grande apoiadora do projeto foi a Késsia, moradora da comunidade, presidente da AVP, também guia que conduz os turistas em visitas ao parque, além de ser proprietária da charmosa pousada Recanto das Pedras, que fica bem próxima à entrada do parque. Com uma simpatia ímpar, a Késsia tem recebido cada vez mais turistas em sua pousada e percebe que o fluxo das visitas aumenta a cada ano, o que traz novos desafios para os profissionais que atuam no parque. Sobre o projeto ela diz: “Para nós, é muito gratificante poder recebê-los, sermos parceiros e podermos ajudar a comunidade. Nós estamos em processo de desenvolvimento, organização e melhoramento dos serviços oferecidos aos visitantes do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, e o Instituto Federal contribuiu muito para esse processo, com a oferta das

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oficinas de capacitação. Esse projeto de Extensão só veio a somar e a gente espera que continue, pois as oficinas que já foram ofertadas contribuíram muito em relação ao atendimento ofertado pelos guias, a forma como os guias recepcionam e lidam com os turistas. Ajudou também na forma como os guias lidam uns com os outros, aumentando o sentimento de companheirismo, respeito e parceria entre eles. Então foi muito bom. Eu como presidente da AVP, tenho muitos desafios a vencer e, com o apoio do Instituto, a gente só tem a ganhar e agradecer”. Quando eu assumi este projeto, como bolsista, eu sabia que seria um excelente desafio e aprendizado para mim, sabia, também, que enriqueceria bastante o meu currículo. Prepareime, estudei constantemente, busquei ideias, assisti a várias apresentações, para aperfeiçoar a minha, pesquisei metodologias de ensino, pesquisei sobre o parque, a sua fauna, flora, história e tudo o que pudesse contribuir para que atendêssemos as necessidades dos guias e para que o projeto fosse realizado da melhor maneira possível. Quando eu fui apresentar a oficina, eu estava lá para passar um pouco do conhecimento que adquiri. Ao tomar a frente para iniciar a oficina, vi alguns olhares meios descon-

fiados, talvez por minha pouca idade, mas havia me preparado bastante para realizar um excelente trabalho e estava confiante que daria certo. Assim que comecei a repassar o que eu havia preparado, aqueles olhares desconfiados se tornaram poços de informações. Os guias, a todo momento, interagiam, faziam perguntas, contavam histórias sobre o parque, trocavam experiências de vida, informações entre si, contribuindo muito para o enriquecimento da oficina. Saí dali sabendo muito mais do que quando entrei. E o que me deixou mais feliz não foi o que aprendi com eles ou eles aprenderem comigo: foi ver que eles estavam aprendendo entre si. A oficina fez com que eles começassem a trocar informações entre eles. O projeto, além de contribuir para a minha vida acadêmica e profissional, contribuiu, também, para a minha vida pessoal. Quando tive essa oportunidade, não imaginei que aprenderia tanto em tão pouco tempo. O aprendizado que adquiri, durante seis meses de projeto, levarei por toda a vida e o reproduzirei e o disseminarei por onde eu passar! Afinal, como diz uma célebre frase de Blaiser Pascal: “Ninguém é tão sábio que não tenha algo a aprender, e nem tão ignorante que não tenha algo a ensinar”.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais



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