Revista de Extensão Contação - Nº 3/2017 - IFNMG

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Contação Revista de Extensão

Nº. 3 - Nov./2017

Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

ISSN 2447-3480

Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos Projetos Sociais Extensão Tecnológica Revista de Extensão do IFNMG

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Políticas de Extensão 2

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


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Extensão no IFNMG é concebida como uma instância fundamental para o aprimoramento e fortalecimento do processo educativo, cultural e científico e, ainda, como um componente que se articula ao Ensino e à Pesquisa de forma indissociável, buscando, assim, viabilizar uma relação dinâmica e transformadora entre o Instituto e a sociedade. Vale salientar que, nessa articulação, procura-se valorizar e estabelecer a troca de saberes sistematizados, acadêmicos e populares, fundamentada numa postura dialética da relação teoria/prática. A atuação da Extensão e sua dinamicidade em relação à articulação teoria/prática se configuram como espaço destinado ao acolhimento da diversidade de saberes e da sua plena expressão. Assim, a função primordial de todas as ações da Extensão se consolida no esforço de contribuir para a construção das práticas de Ensino, da Pesquisa e dos saberes de toda a comunidade. Pois, dessa forma, o reconhecimento da multiplicidade de saberes contribui, consequentemente, para o desenvolvimento local e regional, por meio de uma dinâmica interação entre a vida acadêmica e o contexto social. O IFNMG, ao assumir essas convicções, expressa, por meio de suas ações de Extensão, o reconhecimento de seu papel como articulador dos saberes do mundo, da vida e da instância acadêmica. Dessa forma, propõese a desconstruir a hegemonia que valida apenas uma forma de saber, possibilitando, assim, a desestabilização de um único conhecimento como detentor da verdade. Tal postura credencia a Extensão como um espaço privilegiado de produção de conhecimento e de compromisso com uma formação integral e cidadã, instaurada numa postura dialógica entre a instituição e a sociedade, consubstanciada no compromisso ético e humano. Revista de Extensão do IFNMG

Confirmando tais concepções, o IFNMG tem como objetivos: I. desenvolver atividades de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos; II. estimular e apoiar processos educativos que levem à geração de trabalho e renda e à emancipação do cidadão na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico local e regional; III. realizar ações voltadas, preferencialmente, para a população em situação de risco, colaborando para a diminuição das desigualdades sociais por meio da indicação de soluções para inclusão social, geração de oportunidades e melhoria das condições de vida; IV. estabelecer ações de formação inicial e continuada de trabalhadores e da população em geral, na perspectiva de melhoria da qualidade de vida; V. colaborar para o firmamento da identidade institucional do IFNMG, desempenhando papel de agente transformador da realidade local e regional; VI. integrar o ensino e a pesquisa com as demandas da sociedade, seus interesses e necessidades, estabelecendo mecanismos que inter-relacionem o saber acadêmico e o saber popular.

Do mesmo modo, constituem-se como diretrizes da extensão no IFNMG: I. contribuir para o desenvolvimento da sociedade, constituindo um vínculo que estabeleça troca de saberes, conhecimentos e experiências para a constante avaliação e vitalização da pesquisa e do ensino; II. promover e fortalecer as relações entre os campi do IFNMG; III. promover ações sociais; IV. estimular a cultura; V. apoiar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no âmbito do IFNMG; VI. ofertar cursos de qualificação profissional (Formação Inicial e Continuada – FIC) para a comunidade externa e interna; VII. promover eventos de extensão para a comunidade externa e interna do IFNMG; VIII. prestar assistência técnica e consultorias para o mundo produtivo; IX. prospectar e divulgar estágio e emprego aos discentes e/ou egressos; X. contribuir com o desenvolvimento dos empreendimentos locais e regionais(rurais e urbanos); XI. sistematizar visitas técnicas e gerenciais de alunos e professores às empresas/instituições; XII. participar, junto com os campi, do processo de definição da política de apoio estudantil, nas áreas educacional, social e da saúde; XIII. estimular o uso dos recursos naturais de forma responsável; XIV. manter e buscar novas parcerias com instituições públicas, organizações não governamentais, entidades do “Sistema S” e empresas privadas para uma atuação conjunta, no sentido de desenvolver ações extensionistas; XV. articular políticas públicas que oportunizem o acesso à educação profissional, estabelecendo mecanismo de inclusão; XVI. captar recursos, tanto na área pública, quanto na área privada.


Editorial A Extensão no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) é o exercício humano da construção das redes de solidariedade e conhecimento, entre nossa instituição e a comunidade externa. E é pensando assim, que tenho a honra de apresentar a você, querido(a) leitor(a), uma revista que é mais que um produto de nosso trabalho técnico e tecnológico: ela é também resultado de nosso compromisso social com nossa região e nossa comunidade. Esta revista é para você, que tem certeza de que o engajamento social é fundamental para o fortalecimento de uma instituição que preza, antes de tudo, pela pessoa humana, pela sensibilidade e, principalmente, pela inclusão social por meio do conhecimento extensionista. Apresentar todo esse trabalho não é uma tarefa fácil. Afinal, como falar de algo que, em essência, já é bom? Como apresentar trabalhos que, pela sua profundidade e sensibilidade, já dispensam apresentação? De que maneira falar, sem se perder no encantamento e deslumbre que os trabalhos promovem? Posso apresentar uma ideia. A Revista Contação é uma viagem pelo que nossa região tem de mais belo, mais encantador e mais sublime: a força cultural de um povo que planta alegria, colhe satisfação e semeia o desejo e a esperança de sua força e trabalho. Na primeira parte de nossa revista, você terá a oportunidade de experimentar uma viagem pelos nossos “Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos”. Afinal, sabemos que a vida precisa de arte, cultura e esporte. São esses artefatos humanos que alimentam a nossa alma e os nossos corpos. Na segunda parte, a viagem será pelos caminhos dos “Projetos Sociais”, que mostram que nossa inspiração e aspiração ultrapassam as esferas do pessoal e do individual, demostrando, de forma objetiva, nossa maior pre-

Prof.ª Dr.ª Maria Araci Magalhães

Pró-Reitora de Extensão do IFNMG

ocupação hoje: nosso compromisso com o público. Assim, percebemos o quanto a prosperidade de uma sociedade não se dá apenas no acúmulo, mas, sobretudo, na partilha, na solidariedade humana e em todos os significados que a vida nos proporciona. Acompanhando o nosso compromisso social, você jamais se sentirá um forasteiro. Em cada página, você vai ver, ouvir e sentir toda vibração positiva que cada projeto oferta à comunidade. Dessa forma, temos a certeza de que um mundo melhor é possível, por meio da educação pública e de seu engajamento social. O último percurso dessa nossa fabulosa viagem, que te deixará com um imenso gosto de quero mais, é a “Extensão Tecnológica”. Você irá conhecer projetos incríveis, comprometidos em garantir trabalhos que transformem pessoas e, consequentemente, a realidade. Acreditamos que a transformação do mundo é possível, por meio de inciativas e ações de uma instituição pública para todos. Uma diversidade de práticas cole-

tivas, propostas de mudança da realidade social, produção de diferentes sentidos e artefatos que, certamente, melhoram a vida dos envolvidos, estão presentes nestas páginas. Apesar dos dilemas que ainda nos cercam, encontramos, por trás de cada palavra, ações dispostas a resolvê-los. Todos os textos, com certeza, irão te inspirar a pensar e repensar diversas situações e sua própria ação no mundo. Ao final da leitura, você irá se perguntar: qual o meu lugar no mundo? O seu lugar é, sem dúvida, muito especial e importante. Você tem agora uma grande oportunidade, não apenas de conhecer nosso trabalho, mas de se aproximar de você mesmo e perceber que, sim, podemos fazer juntos grandes coisas, no nosso local de trabalho, no nosso dia a dia, na nossa casa e junto de nossos amigos, colegas e companheiros. Afinal, essa imensa viagem, que é a vida, não pode ser feita de maneira solitária. A união, a solidariedade e a harmonia são virtudes que nos fazem chegarmos longe. Juntos, somos muito melhores.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Sumário

Expediente IFNMG

Reitor José Ricardo Martins da Silva Pró-Reitora de Extensão Maria Araci Magalhães Diretor de Extensão Tecnológica Kleber Carvalho dos Santos Coordenadora de Programas, Projetos e Registros Angela Gama Dias de Oliva Núcleo de Relações Interinstitucionais e Comunitárias Fernando Antônio Thomé Andrade Núcleo de Atividades Sociais, Artísticas, Desportivas e Projetos Especiais Admilson Eustáquio Prates Núcleo de Relações com o mundo do trabalho e da Educação Profissional Técnica e Tecnológica Wadingthon Veloso Silva Lunna Chaves Costa Diretores/Coordenadores de Extensão Campus Almenara Joaquim Neto de Souza Santos Campus Araçuaí Irã Pinheiro Neiva Ricardo Jardim Neiva Campus Arinos Josué Reis Batista Júnior Campus Diamantina Carla Pereira Silva Paulo Giovane Aparecido Lemos Campus Avançado Janaúba Bruna Tatianne Moura de Queiroz Campus Januária Eduardo Souza Nascimento Liliana Aparecida Vieira Pego Campus Montes Claros Mario Sérgio Costa Silveira Fernando Mota Ribeiro Campus Pirapora Alessandro Carneiro Ribeiro Campus Avançado Porteirinha Igor Sergio de Oliveira Freitas Campus Salinas Romildo Lopes de Oliveira Campus Teófilo Otoni Maíra Queiroz Rezende

Contação

ISSN 2447-3480 Coordenadora de Produção Editorial Angela Gama Dias de Oliva Programação Visual e Diagramação Marcos Aurélio de Almeida e Maia Título da Revista Bráulio Quirino Siffert Foto de Capa Djanine Raquel Cantuaria Santos Fonseca (Campus Arinos) Edição de texto Andreia Pereira da Silva Revisão Luciana Lacerda de Carvalho Coordenador de Produção Gráfica Gustavo Henrich E. Vieira Tiragem: 1.000 Circulação: Nacional Periodicidade: Anual Impressão RB Gráfica Digital

Extensão

Reitoria do IFNMG Rua Coronel Luís Pires, 202 - Centro Montes Claros/MG - CEP:39400-106 Fone: (038) 3201-3080 www.ifnmg.edu.br facebook.com/Ifnmgoficial Revista de Extensão do IFNMG

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Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos

Tesouros da narrativa Uma Imagem Vale Mais IF Show Construção e Manutenção de Instrumentos Musicais Musicalização como instrumento de inclusão social Cinema e ensino de língua inglesa

Projetos Sociais

Grupo de gestantes Antitabagismo na Unidade Prisional de Almenara Promoção de saúde em sala de espera IFNMG ao seu alcance Levantamento, análise e características comerciais Melhor Idade em Ação Implantação de horta comunitária Ação Feira Limpa Programa de apoio ao ensino e aprendizagem de matemática e química Escolha profissional: "sonhos que podemos ter" Horto de plantas medicinais e plantas alimentícias não convencionais Anjo da Guarda Horta em Abrigo Transformando vidas Conscientizando o presente para resguardar o futuro Adote uma árvore Auxílio ao desenvolvimento social, ambiental e intelectual IF colabora Conjugação de Ler Auto de Natal Formação de multiplicadores e disseminadores Educação Socioambiental

Extensão Tecnológica

Tratamento de manipueira Captação e distribuição de água Raizeiros do Vale Qualidade do leite Recomposição florística Inclusão digital Quimicart: a arte de ensinar Química Produção de mudas nativas do bioma Cerrado Boas práticas Criando aplicativos para celular Informatização do Departamento de Extensão A prática da consultoria O perfil do egresso Estratificação ambiental participativa Caracterização e capacitação dos produtores de leite cru Utilização de alimentos alternativos Ler em Rede Caracterização e Monitoramento Inclusão digital para jovens carentes Utilização de softwares livres Mapeamento de Resíduos Sólidos Prevalência de toxoplasmose em gestantes


Projetos Artísticos, Culturais e Esportivos Tesouros da narrativa Uma Imagem Vale Mais IF Show Construção e Manutenção de Instrumentos Musicais Musicalização como instrumento de inclusão social Cinema e ensino de língua inglesa

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Coordenadora: Profª. Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca Colaboradora: Profª. Ana Amélia dos Santos Cordeiro Bolsistas: Tatyelle Gomes do Vale e João Victor Souza Silva Campus: Arinos Texto: Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca

Projeto

Tesouros da narrativa:

Engajamento, carinho e dedicação são palavras que descrevem o comportamento dos alunos do IFNMG com a sociedade local Fotos: Djanine Raquel Cantuária Santos Fonseca

uma linguagem verbal e corporal Alunos do IFNMG desenvolveram oficinas de contação de histórias na APAE/Arinos, em 2016, com o objetivo de facilitar a inclusão social das crianças e adolescentes da instituição no ambiente sociocultural em que vivem.

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omunicação vem do latim “communicare”, que significa “partilhar, participar de algo, tornar comum”. É por meio da comunicação que os seres humanos trocam informações entre si, facilitando a vida em sociedade. A comunicação das crianças com necessidades especiais é, muitas vezes, prejudicada, devido a dificuldades nos aspectos fonológico, sintático e semântico da linguagem. Muitas crianças com essas dificuldades utilizam gestos por um tempo mais prolongado do que as crianças com desenvolvimento comum. Pensando na qualidade de vida dos discentes matriculados na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Arinos (APAE), foi desenvolvido, no ano de 2016, um projeto de ex-

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Alunos bolsistas do IFNMG concluindo ambientação e conduzindo oficinas de contação de histórias na APAE/Arinos

tensão voltado para a vivência de diferentes práticas corporais, com vistas a contribuir para a ampliação das linguagens, das interações e da leitura de mundo por parte dos discentes da APAE/Arinos. Nos meses de abril a novembro de 2016, alunos do IFNMG partici-

param de grupos de estudo com a coordenadora do projeto e fizeram visitas à instituição, para contação de histórias, proporcionando uma intervenção pedagógica que buscasse reduzir as principais defasagens de aprendizagem que os alunos possuem, principalmente as que dizem respeito à comunicação em seu ambiente social. O projeto tinha a intenção de atingir um público maior. Entretanto, em seu desenvolvimento, houve necessidade de adaptação e foram atendidas duas turmas de quinze alunos. Os alunos bolsistas envolvidos perceberam que, com turmas menores, as oficinas atingiam o objetivo de forma mais eficaz, pois os discentes da APAE possuíam um grau muito elevado de introspecção. 7


A partir do terceiro encontro, as crianças começaram a se soltar e se comunicar, participando das dinâmicas e interagindo com todos

Encantos da leitura

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s atividades literárias desenvolvidas nas oficinas contemplavam práticas corporais que dialogam com a cultura de movimento das crianças e favorecem a reconstrução de sentidos para a prática. Além disso, apontavam possibilidades de se criar vínculos afetivos, transmitir valores, estimular a aprendizagem e desenvolver a imaginação, formando leitores autônomos, capazes de dialogar com o meio sociocultural em que estão inseridos. No desenvolvimento das oficinas, os discentes do IFNMG utilizavam livros infantis e infanto-juvenis, adereços e

fantasias, num ambiente previamente preparado para o momento. Para cada história, havia uma performance do contador, enfatizando a linguagem corporal associada ao contexto comunicativo. Depois as crianças eram incentivadas a fazer o mesmo, tendo liberdade para escolher o livro e o acessório no “Baú dos tesouros” e contar a história escolhida à sua maneira. As crianças e adolescentes envolvidos nas ações do projeto interagiram com a equipe de forma tímida, a princípio. Posteriormente, a partir do terceiro encontro, começaram a se soltar e se comunicar, participando das dinâmicas e interagindo com todos. As

professoras das turmas relataram ter percebido melhoras na comunicação e comportamento, até mesmo dos mais tímidos. Segundo depoimentos das professoras, no que diz respeito à comunicação, as crianças e os adolescentes interagiram com mais intensidade e houve progresso dentro de suas dificuldades. A instituição atendida acolheu os envolvidos no projeto, dando suporte e sugestões pedagógicas para seu bom desenvolvimento. Engajamento, carinho e dedicação são palavras que descrevem o comportamento dos alunos do IFNMG/Campus Arinos com a sociedade local.

Aluno bolsista do IFNMG, no momento da contação de histórias, na APAE/Arinos

Momento de fruição da leitura: feedback da criança Até mesmo os alunos mais tímidos começaram a se manifestar, criando histórias a partir das imagens lidas ensinando nos Vales e Gerais Contação - Aprende-se


Coordenador: Rômulo Lima Meira Participantes: Alunos do 2º Ano do Ensino Médio Bolsista: Ana Júlia Amaral de Oliveira Campus: Almenara Texto: Ilana Teixeira Bonfim Meira

Campus Almenara Fotos: As fotografias foram tiradas pelos alunos das três turmas do 2º ano (2016), no período de agosto e setembro de 2016

Projeto

Uma Imagem Vale Mais Projeto Uma Imagem Vale mais - 2ª Edição, coordenado pelo professor Rômulo Lima Meira, do Campus Almenara, foi desenvolvido, durante o ano de 2016, com alunos das turmas do 2º ano dos cursos técnicos integrados ao ensino médio, com o objetivo de organizar a 2ª Exposição Fotográfica do IFNMG/Campus Almenara, buscando incentivar a produção fotográfica dos alunos, por meio de novos olhares sobre o espaço geográfico de Almenara e região.

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fotografia tem o poder de eternizar momentos e expor pontos de vista. Não é apenas apertar o botão e dar o clique, mas, sim, congelar um instante e ter a possibilidade de mostrar ao mundo o que lhe é precioso e caro. Isso foi o que o Projeto Uma Imagem Vale mais buscou realizar. Os alunos envolvidos na atividade fizeram registros fotográficos durante os meses de julho, agosto e setembro de 2016, utilizando celulares e câmeras amadoras. Os locais ou situações fotografadas foram escolhas livres dos alunos, pois o sentido do Projeto é expor como os mesmos observam a sua região, e isso requer um olhar muito pesRevista de Extensão do IFNMG

Exposição fotográfica

soal de cada um. Para a bolsista do Projeto, Ana Julia Amaral de Oliveira, 16 anos, estudante do 2º ano do curso de Agropecuária, “o mais interessante do Projeto foi que as fotos foram tiradas por pessoas normais, os alunos do Campus Almenara, que registraram imagens das suas cidades. Imagens essas que foram tiradas sem qualquer critério de um fotógrafo profissional, mas que ficaram exuberantes, exaltando o que há de mais belo no Vale”. Para o coordenador do Projeto, “essa participação ativa dos alunos é que definiu os rumos do Projeto, pois, se não houver envolvimento por parte deles, a atividade não tem como ser desenvolvida”, declara. 9


Ponte de Almenara - Rio Jequitinhonha

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pós os três meses que os alunos tiveram para tirar as fotos, eles, juntamente com o professor, fizeram a seleção do material, que foi norteada pela escolha de uma média de 200 fotos por sala, o que totalizou 615 fotos. Desse montante, foram selecionadas 100 fotos para serem impressas e expostas. Turmas dos cursos de Agropecuária, Informática e Zootecnia participaram da atividade. “A exposição fotográfica é um recurso pedagógico muito importante no resgate da cultura, do espaço e da história da região, pois

Estrada Mata Verde – Almenara

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Prainha de Almenara

considero que a apreciação da fotografia, combinada a um processo sistemático de reflexão, faz com que os estudantes tenham contato com a aprendizagem a partir de um outro ângulo, contribuindo, inclusive, para o rompimento das barreiras da educação tradicional, uma vez a fotografia permite que o aluno saia de si, amplie o olhar e, ao mesmo tempo, faça uma releitura crítica de sua realidade, em especial, da identidade cultural do Baixo Jequitinhonha”, ressalta o pedagogo do Campus Almenara, Adalvan Soares de Oliveira. Flor Centrosema virginianum

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Exposição fotográfica

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culminância do projeto foi a exposição fotográfica, no Campus Almenara, durante o VI Seminário de Iniciação Científica do IFNMG (SIC), que aconteceu de 25 a 28 de abril de 2017. O evento, que é uma mostra da produção científica, teve mais de mil inscrições e contou com participantes de todos os campi do Instituto, além de pessoas de outras instituições do país. “É bonito perceber o brilho nos olhos quando eles trazem as fotos e, especialmente, quando as observam

expostas, pois eles têm a oportunidade de mostrar o que vivenciam no seu cotidiano. Imagens que são vistas, por muitos, com admiração, fazem parte da história diária desses alunos”, afirma o professor Rômulo Meira. Essa é a segunda edição do Projeto Uma Imagem Vale Mais. A primeira aconteceu em 2014. O Projeto, nessas duas edições, teve o intuito de apresentar o Baixo Jequitinhonha pelo olhar dos alunos do IFNMG/Campus Almenara. Em 2014, a exposição

Prainha de Almenara

Revista de Extensão do IFNMG

aconteceu no corredor principal do campus e foi vista por discentes, docentes e servidores locais, mas, com a exposição acontecendo na SIC, em 2017, ela ganhou uma projeção muito maior. “A oportunidade de fazermos a exposição na SIC foi muito positiva, pois foi possível que pessoas de todo o Vale do Jequitinhonha e de outras regiões do estado e do país pudessem compartilhar conosco desse belo registro feito por nossos alunos”, declara o coordenador.

Abrigo de idosos

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Ludmila Silva

Coordenadores: Shirlene Aparecida da Rocha e João Luiz Jacintho Membros: Harley Alves Lima, Lécio Alves Nascimento, Rudney Carlos da Mata, Ricardo Jardim Neiva, Grácia Lorena da Silva Jorge Campus: Araçuaí Texto: Shirlene Rocha

Projeto

IF Show

Vencedores do IF Show 2016, categoria Música

Proposto em 2013, o IF Show acontece anualmente e envolve alunos, servidores e comunidade. Um dos objetivos é promover descobertas de habilidades artísticas entre os estudantes, servidores e pais de alunos, agregando novos conhecimentos por intermédio da pesquisa cultural (musical, teatral) sobre variados estilos musicais e fatos que são vivenciados diariamente pelos alunos, servidores e demais membros da comunidade escolar.

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Jurados

Ludmila Silva

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projeto IF Show, já na sua 4ª edição, foi proposto em 2013 pela professora Shirlene Aparecida da Rocha, e hoje já faz parte do calendário escolar do campus. Trata-se de um evento artístico aberto a toda a comunidade interna e externa e busca contribuir para o melhor entendimento das diversas linguagens artísticas, bem como para a ampliação de conhecimentos dos envolvidos no processo, sendo os pais, estudantes e servidores do IFNMG/Campus Araçuaí. Um dos objetivos é promover descobertas de habilidades artísticas entre os estudantes, servidores e pais de alunos, agregando novos conhecimentos por meio da pesquisa cultural (musical, teatral) sobre

variados estilos musicais e fatos que são vivenciados diariamente pelos alunos, servidores e demais membros da comunidade escolar. Sabendo que a música/ teatro e dança cultivam os valores da alma, contribuindo, de um modo efetivo, para o alcance de um estado de equilíbrio entre corpo e mente, apresentações desse tipo são elementos fundamentais para o resgate da cidadania.

E, corroborando Bertolt Brecht, cultura “(…) é pensar, é descobrir”. Assim sendo, pode-se dizer que, mais do que um simples evento, cultura envolve as referências históricas, os costumes, as condutas, os desejos e as reflexões. Por isso, a decisão de realizar o IF Show com diversos estilos musicais e outras apresentações culturais. Levando em conta ainda a definição de cultura como conjunto de concepções, ações e expressões que desempenham um papel fundamental para a melhoria da qualidade de vida do cidadão, sejam elas físicas, intelectuais, esportivas, de lazer, enfim ações que promovam o desenvolvimento integral como concretização de um processo, têm um papel importante e muitas vezes

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Ludmila Silva

é nesses acontecimentos que as pessoas tomam contato, pela primeira vez, com determinadas obras artísticas /culturais e são tocadas por elas. O evento acontece anualmente e é muito bem aceito pela comunidade interna e externa, o que se comprova com o número de pessoas que comparecem para assistirem ao evento. A cada ano, o número de participantes supera o número anterior e nota-se o quanto o evento proporciona momentos de descontração e integração entre a comuni-

dade escolar. Em relação à seleção dos artistas do dia do evento, a mesma se dá por audição, realizada no auditório do campus, com avaliação feita por uma comissão específica para este fim. O IV IF Show foi coordenado pelo professor João Luiz Jacintho e ocorreu no dia 14 de janeiro de 2017, no auditório I do Campus Araçuaí do IFNMG, com a presença de, aproximadamente, 300 pessoas. Outra parceria conseguida foi para que acontecesse a premiação dos vence-

dores do dia, nas categorias música, dança e teatro. Parceiros externos, como Luziana Lanna Idiomas, A + Fitness e Villa Kiau Bar e Restaurante, ofertaram prêmios aos vencedores. Pôde-se ainda contar com a parceria do Centro de Referência em Formação e Educação a Distância (CEAD), que ficou responsável por disponibilizar o estúdio, para que fosse gravado um clipe com o vencedor da categoria música. Portanto, foram muitas parcerias, colaboração, trabalho e, principalmente, um dia de muita alegria, descontração e cultura, tudo vivenciado por servidores, alunos e comunidade externa. Mais uma vez, os alunos brilharam em suas apresentações. O IFNMG/Campus Araçuaí já se prepara, ansiosamente, para a 5ª edição, que será, mais uma vez, abrilhantada pelos nossos e demais participantes, por meio da música, dança e arte, pois nossos alunos são show!

FABRÍCIO PEREIRA

Confira os vencedores:

FABRÍCIO PEREIRA

FABRÍCIO PEREIRA

Elcy Sthepany Dourado, Luísa Ribeiro, Ana Luísa Resende e Renilda Guimarães

Leticia Nogueira, Ana Cristina, Eduarda Penedo, Ana Julia Jardim, Clara Matos Farias, Larissa Dias, Vitoria Moreira Prates, Danielly Marinho Rocha Lucena e Ilana Machado

Revista de Extensão do IFNMG

Giovanna Campos Lopes e Ana Flávia Otoni

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Coordenador: Ivan Carlos Schwan Colaborador: Eduardo Souza do Nascimento Bolsista: Carlos Eduardo Pereira de Araújo Campus: Januária O projeto “Construção e manutenção de instrumentos musicais” está sendo desenvolvido na Associação de Proteção e Assistência aos Condenados – APAC/Januária

Construção e Manutenção de Instrumentos Musicais

Ivan C. Schwan

Projeto

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construção de instrumentos musicais é tão antiga quanto o surgimento das primeiras manifestações sonoras, às quais atribuímos o nome de música. Ao longo da história da humanidade, foram criados inúmeros instrumentos musicais, com diferentes funções, materiais, sonoridades e formas de construção, que foram sendo modificadas e transformadas, acompanhando a história da música e seus processos de desenvolvimento. Com o passar do tempo, buscou-se um termo para definir o profissional responsável pela construção e manutenção de instrumentos musicais. O termo “luthieria”, que também aparece no dicionário como “luteria”, vem do francês “lutherie”. Daí o nome de “luthier” para definir quem constrói instrumentos musicais.

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Ivan C. Schwan

Por meio da construção e manutenção de instrumentos musicais, o IFNMG/Campus Januária promove a valorização humana, contribuindo para a reintegração social dos internos da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados – APAC/Januária

A proposta abrange oficinas semanais realizadas desde 2016 com o professororientador e com a colaboração de um estudante do curso de Tecnologia em Análise de Sistemas, o qual já possui atuação e conhecimentos acerca da área de música

O projeto “Construção e manutenção de instrumentos musicais” está sendo desenvolvido na Associação de Proteção e Assistência aos Condenados – APAC/Januária. Muito além da construção de instrumentos musicais, o trabalho visa ao desenvolvimento social e sustentável, pelo reaproveitamento de materiais e exclusividade no processo criativo, na medida em que considera o saber relacionado às técnicas e à evolução dos processos de construção de instrumentos, a sua relação com o contexto social, cultural, histórico e dos sujeitos. As APACs fazem parte do “Programa Novos Rumos da Execução Penal”, que foi criado em 2001 pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), “buscando a humanização no cumprimento das penas privativas de liberdade” (TJMG, 2016).

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Ivan C. Schwan

Ao final do processo, em torno de 100 horas de trabalho e dedicação são necessárias para a conclusão do projeto de construção do instrumento musical. Esse é o tempo médio que um luthier utiliza para concluir sua obra

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omo objetivo principal, o projeto busca promover a valorização humana, contribuindo para a reintegração social, humanização e cidadania dos sujeitos, por meio do desenvolvimento de conhecimentos acerca dos processos de construção de instrumentos musicais. Para o diretor de Extensão, professor Eduardo Nascimento, a parceria do Campus Januária com projetos de cunho social é importante para alinhar a instituição com as demandas locais e estreitar as relações, para parcerias em outras frentes de atendimento. “Temos desenvolvido diversos cursos e projetos na APAC nestes últimos anos e pretendemos manter sempre essa parceria”, declarou. O trabalho vem desenvolvendo uma proposta de humanização, oferecendo alternativas de trabalho, cultura e educação aos internos da APAC/ Januária. Atua na promoção do exercício da cidadania, desenvolvendo a criatividade, sociabilidade e valorização dos sujeitos, bem como a melhoria de sua autoestima, na medida em que reconhece e valoriza o potencial criador e a produção do sujeito. Por meio desse projeto, o trabalho realizado busca colaborar para a reinserção dos sujeitos na sociedade, em conjunto com os agentes envolviRevista de Extensão do IFNMG

dos e a direção da instituição, desenvolvendo uma proposta de educação democrática onde a valorização do ser humano e sua formação crítica fazem parte dos seus objetivos. Outra contribuição se refere ao entendimento e ao trabalho com a diversidade cultural, respeitando e corroborando para o crescimento pessoal e intelectual dos sujeitos envolvidos. A proposta abrange oficinas semanais, realizadas desde 2016, com o professor-orientador e com a colaboração de um estudante do curso de Tecnologia em Análise de Sistemas, o qual já possui atuação e conhecimentos acerca da área de música e é bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Extensão para Discentes (Pibed). O estudante Carlos Araújo destaca: “A realização desse trabalho está sendo muito bacana, pois abrange conhecimentos relacionados à área de música, os quais são importantes para o desenvolvimento profissional”. Ao final do processo, em torno de 100 horas de trabalho e dedicação são necessárias para a conclusão do projeto de construção do instrumento musical. Esse é o tempo médio que um luthier utiliza para concluir sua obra, sendo um trabalho um tanto demorado, em função da delicadeza

do instrumento, que precisa ser milimetricamente calculado e passar por diversos processos de colagem, lixamento e pintura. Sobre o desenvolvimento do projeto, a supervisora de oficinas da APAC, Aline Ferreira da Conceição, defende que “a participação da comunidade é muito importante, seja por meio do voluntariado ou pelo desenvolvimento de projetos. Deste modo, o projeto de construção dos violões aqui aplicado, no decorrer do ano de 2016, mostrou-se uma importante ferramenta de ressocialização, na qual os recuperandos participantes puderam adquirir conhecimentos que lhes serão de grande importância no retorno ao convívio social”. Cabe destacar a organização da APAC, como ferramenta para humanização do sistema de execução penal, de forma a contribuir para a reintegração do sujeito à sociedade civil. Neste viés, a proposta da construção e manutenção de instrumentos musicais contribui para o conhecimento e trabalho com a diversidade cultural, respeito às diferenças, tolerância, desenvolvimento de novas habilidades de trabalho e melhoria na autoestima dos participantes, uma vez que o projeto reconhece e valoriza as produções dos sujeitos. 15


Coordenadora: Professora Érica Souza Tupiná Bolsista: Mayara Rodrigues da Silva Voluntários: Taís Rodrigues da Silva, Patrícia Oliveira Correa, Clarice Oliveira Correa, Edilene Rodrigues Pereira, Renata Pereira Sant’Ana, Viviane Silva de Souza, Ernesto Filipe Lopes, Naiara Ferreira da Silva Autor do texto: Ernesto Filipe Lopes Campus: Januária

Preparação de material lúdico para ser utilizado em oficinas com as crianças

Projeto

Musicalização como instrumento de inclusão social Entre os meses de junho e dezembro de 2016, uma equipe constituída por nove acadêmicos, coordenados pela professora Érica Souza Tupiná, realizou o projeto de extensão “Musicalização como instrumento de inclusão social” na instituição filantrópica “Pequeno Davi”. O projeto teve como objetivo apresentar a música como elemento contribuinte para o desenvolvimento e interação do ser humano. Por meio de dinâmicas, oficinas e brincadeiras, as 21 crianças da instituição tiveram vivências musicais.

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instituição Pequeno Davi foi criada em 1992, com o intuito de atender crianças carentes órfãs ou em situações em que os pais não têm condições financeiras para oferecer uma educação a seus filhos. Embora esteja localizado em Januária, norte de Minas Gerais, o Pequeno Davi também atende crianças de municípios circunvizinhos. Os idealizadores do projeto tiveram como metas estimular, nas crianças da instituição, o gosto pela música e suas expressões, a sociabilidade, desenvolver a sensibilidade ao ritmo e a percepção auditiva. Ao longo do projeto, foram planejados e realizados diversos encontros com as crianças. Em cada encontro, foi trabalhada uma temática diferente. No primeiro encontro,

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Acadêmica bolsista Mayara Rodrigues da Silva organizando material lúdico para ser utilizado nas oficinas

houve a apresentação da história da música, por meio de um teatro. Os acadêmicos participantes do projeto fizeram a escrita do teatro, confeccionaram fantasias para os personagens, estruturaram o cenário e apresentaram o espetáculo para as crianças. Nos demais encontros, houve a confecção de instrumentos musicais, feitos a partir de materiais reciclados. Também foram repassadas técnicas de vocalização com a realização de exercícios de respiração, alongamento, aquecimento e tom de voz (alto, baixo, grave, agudo). Realizaram-se, ainda, apresentação de músicas indígenas e leitura de lendas desses povos. A oficina de pintura de desenhos também foi uma oportunidade de valorizar o índio. Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Valorização de todas as manifestações culturais

A

s músicas e outras manifestações culturais do sudeste do Brasil também foram trabalhadas com os assistidos do abrigo. Animação dos gêneros musical e comédia, produzida pela 20th Century Fox e pela Blue Sky Studios e dirigida por Carlos Saldanha, o filme “Rio” serviu de instrumento para fomentar a discussão. Na ocasião, foram analisados os diferentes ritmos musicais brasileiros, como samba, pagode e MPB. Dinâmicas de grupos apresentaram as variedades rítmicas das diversas regiões brasileiras. No encontro de encerramento do projeto, foram feitas

brincadeiras folclóricas, músicas de roda e declamação de versos musicais. Ao longo da execução do projeto, perceberam-se algumas características facilitadoras, como o esforço e cooperação para participar das atividades propostas, por parte das crianças e da equipe de colaboradores da instituição. A união das crianças para atividades feitas em grupo facilitou muito a execução das brincadeiras, dinâmicas e oficinas. No entanto, um fator desafiador para a execução do projeto foi a diferença de idade entre as crianças. Atividades que agradavam alguns, desagradavam outros. É o que afirma a acadêmica, bolsista do projeto, Mayara Rodrigues da Silva. “A realização do projeto exigiu da equipe executora habilidades não

previstas no planejamento inicial do projeto. A forma como repassaríamos o conhecimento musical para as crianças teve que ser adaptada e replanejada, conforme compreendíamos que o grupo de crianças possuía um leque muito diverso de personalidades, parte em decorrência da diferença de idade e parte em decorrência das diversas experiências socioculturais e socioeconômicas que cada uma vivenciou antes de morar no abrigo. Tal contexto resulta em um grupo de crianças com personalidades diferenciadas, o que exigiu dos membros do projeto maior grau de flexibilidade e paciência, no sentido de construir, ao mesmo tempo, diferentes abordagens para lidar com o público-alvo do projeto”, diz a acadêmica.

Professora Érica Tupiná coordenadora do projeto, com a acadêmica bolsista Mayara Rodrigues e o acadêmico voluntário Ernesto Filipe Lopes

Humanização

A

professora Érica Souza Tupiná, coordenadora do projeto, avalia que houve um grau de amadurecimento por parte dos acadêmicos participantes. “Ao longo do projeto, esses discentes demonstraram desenvoltura para lidar com as situações inesperadas que surgiam durante os encontros e também maior sensibilidade para compreender os perfis das crianças e escolher quais as ações seriam mais eficientes para se trabalhar com elas”. A professora acredita que o projeto

Revista de Extensão do IFNMG

proporcionou o desenvolvimento de atitudes proativas nos acadêmicos, uma vez que todos os encontros eram planejados e executados pelos discentes, exigindo deles criatividade e pensamento estratégico. Um dos grandes facilitadores da realização do projeto foram as colaboradoras da instituição, que, em todos os encontros, disponibilizaram tempo e todos os recursos necessários para que as atividades fossem realizadas com êxito. É evidente o carinho e responsabilidade com que as cuidadoras lidam com todas as crianças. A coordenadora do projeto acredita

que o ponto mais positivo foi proporcionar uma aprendizagem humanizada aos acadêmicos: “Avalio que o maior ganho foi ter proporcionado aos discentes envolvidos a experiência humana de conviver com crianças que, mesmo tão pequenas, trazem consigo as marcas das mazelas sociais de um país em desenvolvimento, que não consegue garantir qualidade de vida a todos os seus cidadãos. Mesmo que o Brasil esteja ‘deitado em berço esplêndido’ nem todos os filhos deste solo estão neste berço. Não são todos os brasileiros que conhecem o lado ‘mãe gentil’ do Brasil”. 17


Coordenador: Tiago Lott Bolsistas: Carolina Oliveira Pereira Esteves Neta e Bárbara Ferreira Figueiredo Campus: Teófilo Otoni

Conduzindo o debate sobre a(s) obra(s) com os participantes

Cinema e ensino de língua inglesa: a leitura crítico-reflexiva da arte Cinema, crítica e reflexão

A importância da interpretação crítica

bjetivamos, por meio deste projeto, aprimorar o conhecimento cultural e linguístico da comunidade interna e externa ao Campus Teófilo Otoni, por meio do uso da linguagem cinematográfica na educação. Além disso, procuramos facilitar o acesso a produções cinematográficas que contribuíssem para a formação crítico-reflexiva do jovem e do adulto, à ampliação do seu repertório cultural, do desenvolvimento da sua competência leitora e ao diálogo entre o currículo escolar e as questões socioculturais mais amplas.

O projeto propôs atividades de cunho cultural, mais especificamente, sessões de cinema, que possibilitaram o contato com a língua estrangeira e o desenvolvimento da compreensão crítica do mundo e das novas tecnologias. A cada exibição cinematográfica, novos olhares, sensações e experiências se renovavam e se fortaleciam, gerando reflexões que se prolongam por toda a vida. Os universos reais e fictícios projetados na tela simulam contextos e cenários que retratam valores individuais e coletivos, que poderão, portanto, ser discutidos e ampliados por meio do debate com a comunidade escolar, criando-se também nova oportunidade para uma concepção mais ampla da relação dialógica educação/cultura. A bolsista e aluna do 2° ano do Curso Técnico Integrado em Informática

Lívia Ferreira

O

18

Demonstrando aspectos literários e estruturais das obras cinematográficas

para a Internet, Carolina Esteves, falanos sobre suas expectativas e a experiência adquirida com a participação no projeto: “Vim de uma cidade (Joaíma, cidade do baixo Jequitinhonha) onde as pessoas não têm amplo contato com as artes cinematográficas. O projeto ampliou minha visão em todos os sentidos e, principalmente, mudou minha maneira de enxergar as obras cinematográficas, visto que passei a fazer uma análise técnica sobre os filmes, séries e curtas. Além disso, fui apresentada a novas ferramentas tecnológicas, que contribuem para a [minha] área de atuação [informática], como aplicativos e bibliotecas virtuais. Acredito que o projeto tenha sido benéfico para todos os envolvidos, já que, além de expor os termos técnicos a respeito do cinema e da sua linguagem, durante as edições, foram abordados temas recorrentes ao tempo presente, contribuindo, por conseguinte, para a formação crítico-reflexiva em relação aos eventos da atualidade”.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais

Lívia Ferreira

Projeto


Dinâmica do projeto

O

s encontros do projeto eram realizados, quinzenalmente, no Instituto Cultural In-Cena, parceiro do campus na realização da proposta. Antes da exibição de cada sessão, havia um breve comentário sobre a produção cinematográfica – pequena ficha técnica, contendo ano de produção, diretor, atores e atrizes,

premiações etc. A seguir, acontecia a exibição do filme, de um episódio de alguma série ou de algum documentário; por fim, ocorria o debate que, embora coordenado e provocado pelo professor, tinha a participação de todos que participavam dos encontros. André Luiz Dias, ator e diretor artístico do In-Cena e parceiro do Campus Teófilo Otoni no desenvolvimento do projeto, pontua que o

trabalho “tem uma função não apenas educativa: ele é também formativo nos quesitos social e cultural. Além de proporcionar descentralização, permite acesso e formação humana, gerando debates e fluxos de pensamentos propostos pela curadoria dos filmes exibidos. Trabalho necessário, que permite potencializar também a formação de público para o universo artístico, de forma ampla”.

“Admirável mundo novo”: 2017 e suas novas provocações

E

m 2016, o projeto “Cinema e ensino de língua inglesa: a leitura crítico-reflexiva da arte” contemplou uma média de 100 pessoas que, entre abril e dezembro, participaram dos encontros promovidos. Em 2017, a proposta volta renovada, “CinIF 2017: Cinema e Linguagem” e com um escopo mais amplo: não só produções

de língua inglesa serão exibidas, mas obras em outras línguas, inclusive produções nacionais. Além disso, alguns resultados da proposta e seus desdobramentos já começam a ser vistos: o projeto de pesquisa “Tradução Intersemiótica, Double Coding e Ironia Intertextual: Ecos de uma (possível) formação crítica”, que tinha como objeto e campo os encontros do Cineclube, foi premiado no VI Seminário de Iniciação Científica do IFNMG, ratificando, portanto, a relevância da integração entre Pesquisa, Ensino e Extensão.

Fragmento de um jornal local noticiando um dos encontros do projeto

Tiago Lott

Lívia Ferreira

Alunos assistem, atentamente, à obra exibida. Nas paredes e em cavaletes espalhados por todo o espaço, uma exposição do artista plástico Hans C. Frank

Revista de Extensão do IFNMG

Lívia Ferreira

Professor Tiago Lott apresentando a obra a ser exibida no dia


Projetos Sociais

Grupo de gestantes Antitabagismo na Unidade Prisional Promoção de saúde em sala de espera IFNMG ao seu alcance Levantamento, análise e características comerciais Melhor Idade em Ação Implantação de horta comunitária Ação Feira Limpa Programa de apoio ao ensino e aprendizagem de matemática e química Escolha profissional: "sonhos que podemos ter" Horto de plantas medicinais e plantas alimentícias não convencionais Anjo da Guarda Horta em Abrigo Transformando vidas Conscientizando o presente para resguardar o futuro Adote uma árvore Auxílio ao desenvolvimento social, ambiental e intelectual IF colabora Conjugação de Ler Auto de Natal Formação de multiplicadores e disseminadores Educação Socioambiental 20

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Visita domiciliar (Daiane Prates Mendonça, a puérpera Luciana com seu recém-nascido, e a estudante Hailane Silva Lacerda)

Projeto

Grupo de gestantes: enfermagem na educação em saúde no pré-natal e puerpério

O projeto foi realizado de abril a dezembro de 2016, período em que gestantes e puérperas de Almenara, na região do Vale do Jequitinhonha, receberam orientações sobre o parto, o pós-parto, os cuidados com os recém-nascidos e a amamentação. Durante a execução do projeto, o ensinar e o aprender foram as bases desse trabalho, que tem como princípio consolidar os laços entre o Instituto e a comunidade.

E

xperimentar a necessidade de atuar diretamente com a comunidade e oportunizar, às gestantes e às puérperas, o sentimento de segurança em relação à vivência de parto, pós- parto, cuidados com o recém-nascido e amamentação, visando a uma melhor qualidade de vida para o binômio mãe-filho, foram alguns dos resultados alcançados pelos estudantes do curso técnico subsequente em Enfermagem, do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais IFNMG/Campus Almenara, durante o desenvolvimento do projeto de extensão Grupo de gestantes: enfermagem na educação em saúde no pré-natal e puerpério. O projeto de extensão, sob a coordenação da professora Daiane Prates Mendonça, teve como participantes os estudantes Bianca Silva Ribeiro, Hailane Silva Lacerda, Gerlaine Pereira Flores e José Victor

Revista de Extensão do IFNMG

Aluno José Victor durante o encontro na UBS no Centro de Almenara-MG

Coordenadora: Daiane Prates Mendonça Bolsistas: Bianca Silva Ribeiro, Emelly Caires Carvalho Santos, Hailane Silva Lacerda Voluntários: Gerlaine Pereira Flores e José Victor Cunha Faria Campus: Almenara

Cunha Faria, além das professoras Mariana Mapelli de Paiva, Eyleen Nabyla Alvarenga Nitsuma e Isabelle Arruda Barbosa. O desenvolvimento do projeto provém da necessidade de oferecer um espaço de troca de conhecimentos e experiências para as gestantes (em qualquer idade gestacional) e puérperas da Unidade Básica de Saúde do Bairro Centro, no município de Almenara-MG. Durante os meses de abril a dezembro de 2016, todas as quartas-feiras, realizaram-se atividades educativas, de acordo com os princípios e as práticas de uma concepção popular de educação, com foco na promoção da saúde e prevenção de doenças relacionadas ao período gravídico -puerperal, para um total de 75 pessoas, sendo 62 mulheres, entre elas gestantes e puérperas, e 13 homens. Nesse período, também foi possível a realização de visita domiciliar a uma puérpera. 21


Estudante Gerlaine Flores durante apresentação no Conecta – IF, em Brasília-DF

O

grupo de gestantes permitiunos constatar que as atividades educativas quebraram a rotina da UBS, trazendo impactos positivos para o público-alvo, que passou a refletir sobre a importância do pré-natal, do autocuidado e cuidados com o recém-nascido. Tudo isso foi evidenciado pela demonstração de segurança durante a comunicação verbal e não verbal, pela maior confiança em falar sobre temas que permeiam desde o gestar, parir e pós-parto. Receptividade às atividades propostas e demonstração de interesse e envolvimento fizeram-nos perceber a relevância em proporcionar ações educativas à população, o que, consequentemente, oportunizou-nos a humanização em saúde e o crescimento profissional. Ao mesmo tempo, foi possível notar alguns fatores que podem ter influenciado no nível de participação do público-alvo, como condições socioeconômicas e culturais, traços da personalidade (introversão), vivência de sentimentos dolorosos e conflituosos, afazeres domésticos, faixa etária, sexo, entre outros.

22

Os estudantes envolvidos acreditam que, ao oferecer uma atividade educativa, estamos contribuindo para a conscientização da relevância do autocuidado e do cuidado com o recém-nascido, visando a uma melhor qualidade de vida. A coordenadora do projeto, Daiane Prates, enfatiza que a extensão apresenta forte influência nas relações interpessoais, na autoconfiança, na

Estudante Gerlaine Flores durante apresentação no Conecta – IF, em Brasília-DF

motivação, na responsabilidade, na cooperação e na autoestima do estudante, visto que, por meio dele, os estudantes, pela primeira vez, realizaram trabalhos científicos do tipo relato de experiência e tiveram a oportunidade de apresentar seus trabalhos em eventos, regional e nacional. A estudante Gerlaine Pereira Flores é um exemplo dos benefícios que os projetos de extensão proporcionam. Ela atuou como voluntária do projeto e teve a oportunidade de participar do Conecta IF (2016) em Brasília-DF. A aluna Bianca Silva Ribeiro também é um exemplo. Ela atuou como bolsista do projeto, sendo responsável por trabalhos apresentados na XI Mostra Científica de Enfermagem na Unimontes em Montes Claros-MG (2016) e, este ano, durante o VI Seminário de Iniciação Científica (SIC), na cidade de Almenara. Assim, devido à relevância do projeto apresentado, pretendemos desenvolver o projeto em outras unidades de saúde do município de Almenara e oportunizar, aos demais estudantes, atuar e experimentar o trabalho em comunidade. Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenadora: Rosângela Ferreira Ribeiro (médica e servidora) Discentes Voluntários: Gerlaine Pereira Flôres, Karine dos Santos N. Mares e Andreza Rodrigues Xavier Participantes: Lara Ferreira Santos, Naiane Almeida, Mileno Mendes Gusmão, Vanderlândia M. Silva Gusmão, Paula Viviane D. Jardim, Cláudia Pereira de Oliveira, Marlândia Pereira Sousa, Marinalva Texeira Rocha, Wislane Araújo Brito. Campus: Almenara

Antitabagismo na Unidade Prisional de Almenara

Fotos: Teleide Paraíso, Unidade Prisional

Projeto

“É gratificante participar deste projeto, devido à nossa contribuição com a comunidade carcerária, que apresenta grande vulnerabilidade social”, aponta Gerlaine.

O curso técnico subsequente em Enfermagem busca desenvolver nos estudantes o compromisso com as ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação de indivíduos e grupos, intervindo diretamente no processo saúde/doença, articulando-se com diferentes contextos sociais. A unidade prisional de Almenara foi o contexto escolhido para colocar em prática esse propósito.

S

egundo o relato da médica Rosângela Ferreira Ribeiro, o objetivo principal do projeto consiste em criar estratégias que visem à erradicação do tabaco em ambientes fechados, em consonância com a Lei Estadual nº 18.552, de 04 de dezembro de 2009, que proíbe o uso de cigarros e similares em ambientes fechados, de uso coletivo, públicos e privados. “O uso do cigarro nas celas acarreta agravamento das condições de saúde, como problemas cardiovasculares e respiratórios, tanto para o fumante ativo quanto para o passivo”, explica a médica Rosângela. Ela relata que, na unidade prisional, o cigarro, além de ser um instrumento de êxtase para o dependente, é também utilizado como

Revista de Extensão do IFNMG

“moeda de troca”, ou seja, é uma ferramenta comercial. Os alunos do curso técnico em Enfermagem, conforme analisa Rosângela, possuem, em sua formação, o compromisso de atuarem em ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação de indivíduos e grupos, intervindo diretamente no processo saúde/doença, articulando-se com diferentes contextos sociais. No caso do projeto, realizado na unidade prisional de Almenara, Rosângela destaca que a atuação dos alunos contribui para a melhoria da qualidade de vida de cerca de 200 detentos. “O projeto ainda promove o estreitamento das relações entre o IFNMG e a comunidade local”, complementa a médica. 23


Fotos: Teleide Paraíso, Unidade Prisional

Muitas patologias são desencadeadas devido à exposição ao tabaco, como: bronquite crônica, enfisema pulmonar, câncer, gastrite, infarto, AVC.

O projeto de extensão contou com o apoio da equipe multiprofissional, realizando palestras, dinâmicas de grupo, teatro e oficinas.

Compromisso

A

Dinâmica de grupo aplicada pela equipe IFNMG

Conscientização dos detentos da unidade prisional, sobre os danos causados pelo uso do tabaco.

Pesquisa

s atividades do projeto foram realizadas quinzenalmente. Nos encontros, foram realizadas consultas, atendimentos individuais, dinâmicas de grupo, palestras, entre outras ações. A iniciativa foi bem aceita, tanto pelos detentos quanto pela diretoria do presídio, conforme diz a médica: “Os detentos receberam bem o projeto, pois contaram com o apoio da equipe multidisciplinar, no processo de abstinência do tabaco, fortalecendo os vínculos entre os detentos e a equipe de apoio”. Para a realização do projeto, foram formados grupos de apoio ao dependente químico, com equipe multiprofissional, composta pela médica Rosângela (IFNMG-Almenara), por técnicas de Enfermagem (SEDS-Almenara), pela assistente social Lara Ferreira (SEDS-Almenara), pela psicóloga Naiane Almeida e pelo enfermeiro Mileno Mendes, ambos da Secretaria Municipal de Saúde de Almenara. Gerlaine Flôres, Andreza Xavier e Karine Nunes foram as estudantes que participaram do projeto.

No resultado do projeto, identificou-se que do percentual de detentos que abandonou o uso do tabaco, 10% eram mulheres.

De acordo com a médica, o projeto de extensão desenvolvido tem grande potencial para se estender como pesquisa, voltada para o tratamento medicamentoso dos detentos, dependentes do tabaco. A ideia é avaliar a eficácia de métodos, como a Terapia de Reposição de Nicotina (TRN) e o uso do Cloridrato de Bupropiona, no combate ao tabagismo na comunidade carcerária.

Resultados Este projeto contou com a participação de 160 detentos fumantes, entre 18 e 60 anos, sendo que 76% destes deixaram de fazer uso contínuo do cigarro; desse percentual, 10% são mulheres.

24 Não pararam de fumar Pararam de fumar

76

Número de detentos que pararam ou não o uso da nicotina após as ações de intervenção.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Alunos do Curso Técnico em Enfermagem, em mais um dia de ação de Promoção à Saúde

Coordenadora: Mariana Mapelli de Paiva Participantes: Janaina Santos Nascimento, Daiane Prates Mendonça, Eyleen Nabyla Alvarenga Niitsuma e Isabelle Arruda Barbosa Bolsistas: Ana Maria Batista Fernandes e Kelly Gomes de Almeida Voluntários: José Victor Cunha Faria e Ellen Dias Matheus Campus: Almenara

Promoção de saúde em sala de espera em uma Unidade de Saúde do município de Almenara-MG

O objetivo do projeto foi promover ações de saúde, durante a espera por atendimento de saúde em uma Unidade de Saúde, do município de Almenara-MG. As ações foram realizadas no período de abril a dezembro de 2016, contando com a participação de docentes e discentes do Curso Técnico em Enfermagem do IFNMG/Campus Almenara.

D

e acordo com o Ministério da Saúde (MS), o acolhimento é um processo das práticas de produção e promoção à saúde, na qual o profissional de saúde é responsável pelo usuário, desde a sua chegada até a sua saída (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). A atenção primária à saúde (APS) é responsável por garantir acesso ao sistema de saúde. Na chegada ao serviço, o usuário pode estar em situação de vulnerabilidade, e o acolhimento pode influenciar no tipo de relação que será estabelecida com a equipe (SATO; AYRES, 2015). Um dos territórios em que a comunidade aguarda atendimento dos profissionais de saúde e onde pode acontecer o acolhimento é a sala de espera (LIMEIRA et al., 2014). Este local proporciona à prática de atividades de promoção à saúde e aproxima a comunidade dos profissionais de saúde, além de

Revista de Extensão do IFNMG

Sensibilização sobre violência contra a mulher

envolver a humanização em saúde. De forma geral, as atividades de promoção à saúde contribuem para a redução do desgaste físico e emocional causado pelo tempo de espera pelo atendimento (RODRIGUES et al., 2009). Nesse contexto, considera-se que a sala de espera pode ser um espaço potencial, sendo um território em que ocorrem trocas entre indivíduos e o meio; e o processo de educação pode estimular os pacientes ao autocuidado e à conscientização de situações preveníveis (RODRIGUES et al., 2009). Além disso, a participação dos usuários e da população é o eixo de estabelecimento das práticas emancipatórias, com ênfase no diálogo e autonomia profissional-usuário. Dessa forma, pode-se agir sobre os determinantes do processo saúde-doença que interferem no adoecer e ser saudável (HORTA et al., 2009). 25


Sensibilização sobre a leishmaniose

A

pesar de as atividades de promoção à saúde com uma das propostas do PSF, verifica-se que, no cotidiano, a implementação dessas atividades fica limitada pelo atendimento excessivo à demanda espontânea e pela frequente falta de recursos humanos nesses serviços, sendo considerada, pelos profissionais, como algo separado da clínica (HORTA et al., 2009). Nesse sentido, considerando a relevância das atividades de promoção à saúde e a necessidade dessas ações em unidades de saúde, especificamente, em uma unidade de saúde do município de Almenara-MG, foi construído o projeto de extensão intitulado “Promoção de saúde em sala de espera em uma Unidade de Saúde do município de Almenara-MG”. O objetivo do projeto foi promover ações de saúde durante a espera de atendimento de saúde em uma Unidade de Saúde do município de Almenara-MG, e foi realizado no período de abril a dezembro de 2016, com docentes e discentes do Curso Técnico em Enfermagem do IFNMG/Campus Almenara-MG. 26

Promoção da saúde em sala de espera de uma unidade do município de Almenara - MG

Para contemplar o objetivo proposto, foi utilizada metodologia participativa, estimulando a participação dos alunos e usuários da unidade de saúde do bairro Cidade Nova, do município de Almenara-MG. As atividades aconteceram uma vez por semana, sendo que os alunos do Curso Técnico de Enfermagem foram responsáveis pelas propostas das temáticas e envolvimento com os usuários. Durante o período mencionado, o projeto contou com a participação de, aproximadamente, 600 usuários e foram abordados os seguintes temas: exames preventivos; vacinação; alimentação saudável; diferentes doenças (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, diarreias, zika,

chikungunha, dengue, leishmaniose, hanseníase, dentre outras); saúde mental e violência contra a pessoa idosa e a mulher. As atividades foram realizadas, de modo a proporcionar a troca de conhecimentos e saberes entre as acadêmicas e os usuários. A partir das temáticas abordadas durante o período, observou-se que a população que participou das atividades necessitava de orientações sobre os assuntos, uma vez que apresentaram diversas dúvidas. Notou-se que é fundamental a realização de atividades de educação em saúde com a população, pois, dessa maneira, é possível trabalhar questões referentes à saúde de forma dialogada, considerando-se o saber popular. Destaca-se que a inserção de alunos do Curso Técnico em Enfermagem em práticas de promoção à saúde contribui para que a atuação profissional valorize o encontro trabalhador de saúde-usuário, como um rico espaço de troca. Além disso, estas atividades proporcionaram a aproximação entre o Instituto Federal do Norte de Minas e a comunidade, reflexões teóricas e novos saberes.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenadora: Cinthia Gracielly Rodrigues Colaboradora: Juliana Lopes Lelis de Morais Bolsistas: Izabela Francisca Rodrigues Santos (Tecnologia em Produção de Grãos), Sarah Raissa Dayrell Martins (Bacharelado em Agronomia) e Thiago Guedes de Jesus (Técnico em Agropecuária) Campus: Arinos

IFNMG ao seu alcance

Fotos: Cinthia Gracielly Rodrigues

Projeto

Bolsistas do ensino médio e de cursos superiores do Campus Arinos elaboraram e apresentaram palestras sobre o propósito, ações, projetos, benefícios, infraestrutura e cursos ofertados pelo campus. O trabalho desenvolvido resultou em um aumento do interesse pelos cursos oferecidos pela unidade.

P

rojeto “IFNMG ao seu alcance” atende alunos da rede pública de ensino na região urbana do município de Arinos. O projeto foi realizado nos meses de maio a setembro de 2016, no município de Arinos, com o intuito de fortalecer o vínculo do IFNMG com a sua área de abrangência e, assim, reduzir as desigualdades de acesso à informação e ampliar o número de estudantes interessados pelos cursos ofertados pelo IFNMG/Campus Arinos. Bolsistas do ensino médio e de cursos superiores do Campus Arinos elaboraram e apresentaram palestras sobre o propósito, ações, projetos, benefícios, infraestrutura e cursos ofertados pelo campus. Os bolsistas visitaram as escolas estaduais Garibaldina Valadares Fernandes, Major Sant’Clair e Professor Benevides, localizadas na região urbana do município de Arinos. Acompanha-

Revista de Extensão do IFNMG

ram os bolsistas o coordenador e colaborador do projeto, além de um membro da comissão de divulgação do vestibular e processo seletivo do IFNMG. Foram atendidos cerca de 350 alunos do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio. Houve uma ampla aceitação por parte da direção das escolas atendidas e dos estudantes, que pôde ser percebida pela grande participação e interesse, com vários questiona-

mentos sobre os cursos oferecidos pelo IFNMG. Antes e após a palestra, os professores realizaram uma dinâmica de perguntas com os alunos, a fim de promover o diálogo com os mesmos. O trabalho desenvolvido nas escolas resultou em uma maior demanda nos processos seletivos e vestibular, demonstrando um aumento do interesse pelos cursos oferecidos pelo IFNMG/ Campus Arinos. Segundo a bolsista Izabela Francisca Rodrigues Santos, “foi gratificante participar do projeto e ser reconhecida no campus, neste ano de 2017 por alunos atendidos pelo projeto, no ano passado, nas escolas. Posso dizer que o projeto contribuiu tanto para minha formação acadêmica quanto para minha formação humana”. 27


Coordenador: Professor Josué Reis Batista Junior Orientadora: Professora Valdinice Ferreira Mota Bolsistas: Daniel Rodrigues Martins e Weider Ramos Pereira Campus: Arinos

Fotos: Daniel Rodrigues Martins

Plantio de Hortaliças

Projeto

Levantamento, análise e características comerciais da agricultura familiar na região de Arinos–MG

O projeto teve como propósito investigar os problemas nos processos de produção realizados pela agricultura familiar, passando pelos processos de preparo desses produtos até a comercialização. A conclusão identificou que o município de Arinos-MG se apresenta promissor para o desenvolvimento da agricultura familiar, mas a falta de um bom desempenho para com o mercado alimentício dificulta todo o processo.

A

rinos é o sexto maior município de Minas Gerais em extensão territorial, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e tem a maior quantidade de assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que estão deliberados para a prática de agricultura familiar. No entanto, é visível que há problemas econômicos, sociais e organizacionais que atingem o município. O que agrava a realidade dos assentados é a dificuldade de produzir e comercializar os seus produtos.

28

Comercialização da Agricultura Familiar

As rendas dessas famílias são, em parte, provenientes da prática de agricultura familiar. Sendo assim, o meio rural apresenta uma insegurança financeira maior que o ambiente urbano, por depender de uma série de fatores que implicam sobre o desenvolvimento da agricultura familiar. O mercado alimentício de Arinos pouco contém produtos oriundos da agricultura familiar em suas prateleiras. Dessa maneira, objetivamos investigar os problemas nos processos de produção realizados pela agricultura familiar, passando pelos processos de preparo desses produtos até a comercialização.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Fotos: Daniel Rodrigues Martins

Produtos agricultura familiar região Arinos

E

ste projeto teve ainda como objetivo responder às indagações inerentes aos processos envolvidos na comercialização dos produtos provenientes da agricultura familiar, da seguinte forma: a) Quais são os maiores problemas encontrados nos processos de produção, distribuição e comercialização? b) Quais os incentivos das entidades, organizações e empresas que auxiliam e apoiam os produtores e comerciantes? c) Como estão os acessos a informação, tecnologia e qualificação? A seguir, vejamos alguns dados

que representam a condição em que se encontram os agricultores familiares entrevistados: Quanto a(s) atividade(s) exercida(s), 30% dos entrevistados praticam agricultura, 22% a pecuária, 38% a agricultura e a pecuária e os 10% restantes não praticam nenhuma atividade. Questionados sobre assistência e apoio prestados a essas famílias, evidenciamos que 28% das famílias entrevistadas recebem algum tipo de auxílio, sejam eles da EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Armazenamento de batata e cebola

Revista de Extensão do IFNMG

Gerais), COPABASE (Cooperativa da Agricultura Familiar Sustentável com base na Economia Solidária Ltda.- MG), INCRA ou da prefeitura municipal. Os demais, 72%, não desfrutam de nenhum tipo de assistência ou auxílio. Em relação às dificuldades enfrentadas na produção, distribuição e comercialização dos produtos oriundos de AF, estas ficaram distribuídas da seguinte maneira: 52% na falta de incentivo governamental, 24% na falta de assistência técnica, 20% na falta de qualificação e 4% na falta de mercado.

Criação de porcos para engorda

29


Preparo do pasto para plantio

O

bserva-se que 60% das famílias entrevistadas conseguem gerar renda por meio dos produtos comercializados em suas propriedades. Contudo, a AF não é a única fonte de renda dessas famílias, tendo, em sua maioria, fontes de renda complementares, como bolsa família e/ou aposentadoria. Os outros 40%, mesmo possuindo propriedades, têm, como fonte de renda, atividades exercidas em propriedades de terceiros, ainda que, em sua maioria, acrescidas de programas assistencialistas. Questionados se a família trabalha em prol da produção para venda na feira ou para consumo próprio, verificamos que 30% lida com a produção para comercialização e 70% produz para consumo próprio, esco-

Plantio de abóbora

30

ando em caso de haver excedente. Os tipos de recursos hídricos disponíveis nas propriedades visitadas são variados, pois 10% são abastecidos por rios, 6% por barragens de contenção, 42% por poços artesianos, 28% por água encanada e 14% utilizam outros meios de captação de água. Salientamos que os assentamentos Caiçara e Santo Antônio dos Gerais são os que encontram maior dificuldade com água, uma vez que os poços artesianos não estão tendo vasão suficiente para suprir todas as famílias. Observamos que 10% dos empresários possuem o estabelecimento há menos de dois anos, 5% há menos de cinco anos, 15 % há menos de dez anos e 70% há mais de dez anos. Portanto, é possível uma aná-

lise aprofundada do mercado acerca da agricultura familiar regional, a julgar pela consolidação desses comerciantes, dado o tempo existência de seus estabelecimentos. Quanto aos incentivos dos municípios para abertura de novos empreendimentos, 5% expõem que o governo municipal é um órgão estimulador para abertura de comércios, já 95% desconhecem esses incentivos. Consideramos, como incentivo à abertura de novos comércios, a isenção de impostos municipais por determinado período de tempo. Quanto à necessidade de financiamento para tocar o negócio, 10 % optaram pelo empréstimo de organizações públicas de financiamento (BNDES) e 90% afirmaram não terem precisado do aporte dessas entidades.

Conclusão/ Considerações finais

frustrante não haver comercialização efetiva de produtos da agricultura familiar nos mercados e nas organizações públicas. Os agricultores familiares dessa região se apresentam estagnados, com processos falhos de gestão de produção, manejo e comercialização, uma vez que apresentam ineficiência nesses processos. Portanto, as dificuldades e falhas em relação à aplicação de políticas públicas, à falta de incentivos, de assistência técnica e de qualificação são os principais agravantes a serem observados.

O

município de Arinos-MG se apresenta promissor para o desenvolvimento da agricultura familiar, uma vez que dispõe de vasta extensão territorial e recursos hídricos acessíveis. O problema começa quando os agricultores familiares deste município não apresentam um bom desempenho para com o mercado alimentício dessa cidade. É

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenadora: Aline Caciquinho S. Ferreira Bolsista: Bárbara Ohana Corrêa Silva Campus: Januária

Melhor Idade em Ação Idosos em Situação de

Vulnerabilidade do Asilo João XXIII O Projeto Melhor Idade em Ação, realizado em 2016, teve como propósito oportunizar, aos idosos do Asilo João XXIII, atividades que colaborasse para a promoção do bem-estar e qualidade de vida. Rodas de conversa, atividades terapêuticas, dinâmicas, atividades extra-asilares e confraternizações foram algumas das ações desenvolvidas.

O

projeto de extensão do IFNMG/Campus Januária, Melhor Idade em Ação, foi realizado no ano de 2016. Seu público-alvo foram os idosos institucionalizados no Asilo João XXIII, na cidade de Januária. O principal objetivo do projeto foi proporcionar aos idosos melhoria da qualidade de vida, em especial dos que residiam asilados, contribuindo na transformação da situação de exclusão sociofamiliar na qual se encontravam inseridos. O projeto trouxe mais alegria, saúde, bem-estar, melhoria na convivência, mais lazer e ressocialização aos idosos. Além disso, ofereceu informações sobre ações sustentáveis. A presidente do asilo, Cristiane Dias Lopes, afirma que “o Projeto Melhor Idade em Ação levou mais alegria e bem-estar para os idosos durante todo ano de 2016”. Disse ainda que

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os idosos gostaram muito da convivência com a estagiária Bárbara Ohana e de todas as atividades que foram realizadas durante a execução do projeto. Foram várias as atividades desenvolvidas: rodas de conversa, atividades terapêuticas, dinâmicas, atividades extra-asilares, confraternizações, atividades sustentáveis, entre outras.

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envelhecimento torna-se cada vez mais importante, pois os sujeitos que se encontram em faixa etária a partir de 60 anos representam uma demanda crescente, exigindo cuidados específicos e atuação de equipes multiprofissionais capacitadas e que estejam preparadas para atender às exigências específicas de uma grande parcela de idosos, especialmente quando estes deixam de ter

ligação com familiares e amigos. A coordenadora do projeto Aline Caciquinho, salienta: “As narrativas históricas contadas pelos idosos são orientadoras; mais do que eternizar a lembrança de uma experiência vivida, eles transmitem visões de mundo e nos ajudam a compreender o presente e projetar o futuro”. Aline ainda destacou que o contato direto com os idosos é sempre aprendizado.

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Coordenador: Márcio Adriano Santos Texto e Bolsista: Bruna Conceição da Silva Colaboradores: Luciano Lopes Queiroz, Nicarla Silva Bispo, Talita Marcelle Hoed de Araújo Campus: Januária

Horta no Asilo João XXIII promove atividades interativas e boa alimentação para idosos em Januária – MG

Projeto

Implantação de horta comunitária no Asilo João XXIII em Januária/MG

Projeto desenvolvido por acadêmicos de Engenharia Florestal do Campus Januária construiu uma horta urbana, para produção e venda de hortaliças e mudas orgânicas, complementando o aprendizado de sala de aula e fornecendo renda extra para despesas da casa.

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implantação da horta comunitária no Asilo João XXIII, localizado na Avenida Itapiracaba, n° 682, no Centro da cidade de Januária-MG, teve como objetivo, desde junho de 2016, criar um espaço verde e produtivo pelo qual todos deveriam se sentir responsáveis. A proposta consistiu em motivar funcionários, moradores e colaboradores do asilo, que acolhe 25 residentes, a fim de que aprimorassem suas habilidades para lidar com a terra. “Além de oferecerem a oportunidade de cultivar e consumir alimentos orgânicos e saudáveis, as hortas comunitárias proporcionam possibilidades para que os moradores da comunidade se conheçam. O projeto estimula a educação alimentar e ambiental, bem como funciona como um grupo de convivência, fortalecendo vínculos sociais e de amizade entre os participantes”, declara Leandro Meller, presidente da Fundação de Ação Social (FAS) nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS).

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O projeto conseguiu obter a correta implantação e manutenção da área verde, seguida pela colheita de verduras essenciais para uma boa alimentação 33


O projeto estimula a educação alimentar e ambiental e funciona como um grupo de convivência, fortalecendo vínculos sociais e de amizade entre os participantes

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ssas também são as vantagens que motivaram a implantação de hortas comunitárias na cidade de Januária. As atividades interativas e alimentação saudável fazem parte da proposta inicial, objetivando aumentar a oferta de hortaliças no cardápio. “Com a realização do projeto, pudemos perceber, com o passar do tempo, que a satisfação dos idosos e funcionários do asilo aumentou, foi uma proposta evidentemente benéfica para todos os envolvidos, proporcionando mais qualidade de vida aos principais participantes, os idosos”, declara Talita Hoed Araújo,

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uma das colaboradoras do projeto. Em parceria com o coordenador Márcio Adriano Santos, o projeto conseguiu obter a correta implantação e manutenção da área verde, seguida pela colheita de verduras essenciais para uma boa alimentação, com auxílio e participação de funcionários e moradores do local, realizando práticas, como a diária irrigação de canteiros, a limpeza da área, retirada de plantas invasoras. O resultado foi a maior demanda de couve, alface, cebolinha, pimenta, hortelã, rúcula, coentro, entre outras hortaliças na mesa de refeições do asilo, mostrando que

a produção atendeu à demanda esperada e teve uma resposta positiva em relação às atividades interativas. Nelson Herdes, de 63 anos, declara ter superado a depressão e a tristeza com o apoio dos amigos e o trabalho na horta. “Quando comecei a participar do grupo, estava bastante solitário e deprimido, mas aqui encontrei amigos verdadeiros, que me ajudam e apoiam diariamente”. Por meio do convívio diário entre moradores e colaboradores, o projeto possibilitou o compartilhamento de conhecimentos e experiências, proporcionando motivação e conhecimentos para todos.

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Projeto

Ação Feira Limpa

Ricardo jardim Neiva

Coordenador: Ricardo Jardim Neiva Voluntários: discentes do 3º Período de Gestão Ambiental 2015/2017 Campus: Araçuaí

O Projeto foi idealizado pelos alunos do 3º período do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental e coordenado pelo professor Ricardo Jardim Neiva. As ações executadas na feira livre de Araçuaí envolveram a distribuição de kits com insumos, para as ações de assepsia na colheita e armazenamento dos produtos vendidos na feira, em especial aqueles com risco de contaminação por doenças de veiculação hídrica.

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projeto “Ação Feira Limpa” foi implantado por alunos do IFNMG/Campus Araçuaí, para garantir que as informações acerca da contaminação de gêneros alimentícios comercializados na feira municipal do município cheguem efetivamente aos produtores. Foi idealizado pelos alunos do 3º período do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental e coordenado pelo professor Ricardo Jardim Neiva. As ações executadas na feira livre de Araçuaí envolveram a distribuição de kits com insumos, para as ações de assepsia na colheita e armazenamento dos produtos vendidos na feira, em especial aqueles com risco de contaminação por doenças de veiculação hídrica. Também foram elaborados materiais informativos para conscientização da população e exposição de produtos orgânicos da horta do campus,

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devidamente acondicionados. Foi realizada ainda uma abordagem de caráter pedagógico, in loco, no decorrer das atividades da feira, realizada pelos alunos. De acordo com o coordenador do Projeto, professor Ricardo Neiva, as ações foram um su-

cesso por terem partido de uma iniciativa dos próprios discentes. “A ação foi concebida como um meio de oferecer aos nossos alunos uma oportunidade de aplicação dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, num espaço em que estamos todos inseridos, 35


Ricardo jardim Neiva

que é a feira municipal. Toda a região consome esses produtos, e é fundamental que eles sejam bem colhidos, bem armazenados e bem distribuídos”, afirmou o professor. O coordenador fez questão de

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lembrar as parcerias firmadas para que a ação acontecesse: “Com muito empenho de nossos alunos, conseguimos levantar, na comunidade, a iniciativa do empresariado local, onde conseguimos a doação de luvas, sacolas ecológicas e hipo-

clorito de sódio a 6%, para a distribuição. Tenho o dever de agradecer, especialmente, a Asa Leste S.A. e a Secretaria de Agricultura de Araçuaí, além de aplaudir a determinação do 3º período de Gestão Ambiental 2016”.

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Projeto

Programa de apoio ao ensino e aprendizagem de matemática e química

aos alunos da rede pública vizinha ao IFNMG/Campus Montes Claros

Ana Carolina Tolentino Brandão

Coordenadora: Fernanda de Lima Menezes Bolsista: Lorena Karla Santos Voluntárias: Ana Carolina Tolentino Brandão e Shara Katerine Moreira Jorge Campus: Montes Claros

Alunos do nono ano da E. M. João Vale Maurício na monitoria de química

Na Escola Municipal João Vale Maurício, foram atendidos no projeto cerca de 50 alunos. A proposta foi explorar, de forma mais espontânea e didática, tópicos importantes da Matemática e da Química.

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Matemática e a Química continuam sendo um verdadeiro ‘‘bicho-papão’’ para os estudantes. Isso porque, muitas vezes, quando as dificuldades em certas matérias aparecem, a maioria dos alunos se intimidam ao tirar dúvidas com seus professores, o que gera falhas nas disciplinas base, medos e dificuldades futuras. Vale ressaltar que os fatores envolvidos nesse problema vão, desde a maneira tradicional como o ensino se propaga atualmente, a fatores sociais, interesse pessoal do aluno e estreita relação aluno-professor. Dessa forma, a atividade docente é centrada no tempo fenomenológico, que se refere à dimensão na qual agimos, sem tempo para parar e refletir sobre o que vem a seguir, o que dificulta o acesso a detalhes. Muito do que se passa com os alunos é despercebido pelo professor. Daí a importância de se dispor de

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Exercícios de química após dinâmica educativa

um tempo destinado às dúvidas e às discussões, que visam esclarecer o assunto abordado. Portanto, esse projeto iniciou-se com o intuito de explorar, de forma mais espontânea e didática, tópicos importantes da matemática e da química, com os alunos da Escola Municipal João Vale Maurício, que está localizada no Bairro Village do Lago I, em Montes Claros. Foram atendidos 980 alunos nos três turnos no ensino Fundamental e EJA. As monitorias voltadas aos alunos do oitavo e nono ano tiveram, em média, 15 alunos por aula. As monitorias que eram realizadas semanalmente, concretizaram-se com aulas didáticas, que extrapolaram o giz e o quadro. Dinâmicas e jogos educativos, que envolviam assuntos dessas disciplinas e brincadeiras foram realizados, a fim de estimular o raciocínio desses alunos, sempre preservando a abordagem do conteúdo. 37


Dinâmica educativa sobre operações com exponenciais

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a área da Matemática, foram abordados assuntos como: expressões numéricas, operações com frações, sistemas lineares, simplificação de equações, operações com exponenciais, equações de primeiro e segundo grau, entre outros; nas aulas de Química, foram tratados, entre outros, os seguintes assuntos: a química no cotidiano, constituição da matéria, misturas e ligações químicas. Para avaliar o progresso ou não de cada aluno, por meio da aprendizagem de química e matemática, peças gráficas foram produzidas, nas quais foram apresentados os diagnósticos de todos os participantes do projeto. O diagnóstico foi feito com base nas pontuações obtidas em cada atividade, com o intuito de analisar a capacidade de absorção do conhecimento. O desenvolvimento do projeto mostrou-se muito eficiente na aproximação aluno-professor. As aulas

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eram mais didáticas e divergiram das metodologias comuns aplicadas ao ensino público. Com a forma de apresentação das aulas, percebeu-se que os alunos se identificaram com o método e apresentaram um resultado satisfatório no grau de aprendizagem. O projeto buscou incorporar a colaboração de professores e alunos do IFNMG/Campus Montes Claros, interessados em realizar monitorias. Foi possível constatar a crescente necessidade de aproximá-los do professor, deixando o aluno mais à vontade ao sanar dúvidas. Quanto à ampliação do trabalho na rede municipal de ensino, esperase que o programa cresça ainda mais e atinja resultados cada vez mais satisfatórios, uma vez que todos os envolvidos se beneficiaram desta experiência adquirida com as monitorias. As monitorias também são formas de se introduzir a multidisciplinaridade

entre as partes envolvidas no programa, promovendo o compartilhamento de ideias e habilidades, a fim de contribuir com a formação de todos, para a difusão do conhecimento. Além disso, pôde-se perceber a satisfação dos alunos ao serem notados, trabalhados em seus pontos fracos. Sendo ouvidos, ficou mais fácil sanar as dúvidas que carregavam consigo até o momento, tornando as aulas de monitoria um meio eficiente no aprendizado. O que se conclui é que, independentemente dos desafios encontrados nas diretrizes do ensino, o projeto mostrou-se aplicável e viável em diversos aspectos, entre eles o fato de esses alunos terem a oportunidade de trabalhar as disciplinas em que possuem maior dificuldade. Ao serem exploradas, de forma mais adequada e motivadora, os alunos superam seus limites e encaram os desafios da aprendizagem, de forma mais madura e determinada.

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O projeto de Extensão “Escolha Profissional: sonhos que podemos ter” foi realizado junto aos estudantes dos terceiros anos das escolas estaduais Olegário Maciel, Pio XII e Simão Vianna da Cunha Pereira no ano de 2016

Projeto

Escolha profissional: "sonhos que podemos ter" Oportunizar que estudantes acreditem que o acesso a um curso superior não é separado por um abismo foi o objetivo do projeto “Escolha Profissional: sonhos que podemos ter”. Palestras, testes vocacionais e visitas à Unimontes e às Faculdades Pitágoras contribuíram para motivar estudantes que estão se preparando para o Enem.

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projeto de Extensão “Escolha Profissional: sonhos que podemos ter” mudou a trajetória de estudantes dos terceiros anos das escolas estaduais Olegário Maciel, Pio XII e Simão Vianna da Cunha Pereira no ano de 2016. Eles participaram de mesas-redondas sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), dinâmicas sobre a carreira profissional, testes vocacionais, visitas técnicas à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e às Faculdades Pitágoras de Montes Claros (FipMoc). Além disso, o projeto favoreceu uma troca de experiências e conhecimentos entre estudantes do IFNMG e participantes do projeto de Extensão, que foi desenvolvido de junho a dezembro. Para a coordenadora do projeto, a pedagoga Marlenice Guedes Rocha, foi surpreendente cada etapa. “Mesmo sabendo que a preparação para

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Muitas orientações foram passadas durante o desenvolvimento do Projeto de Orientação Profissional (POP), nome dado pelas bolsistas às ações do projeto

Coordenadora: Marlenice Guedes Rocha Bolsistas: Sâmylla Alves Santos, Nilza Ferreira Tupiná Voluntários: Valnides Araújo Costa, Johan Lucas Campos Barbosa, Vânia de Oliveira Guedes, Terezita Pereira Braga Barroso, Paula Aparecida Alves, Dalila Soares, Elaine Cristina Lopes Costa Campus: Januária

escolher que profissão seguir deve ser trabalhada desde sempre, tanto na vida escolar quanto na familiar, nunca é tarde para contribuir, de forma planejada e significativa, com o rompimento do sofrimento da escolha profissional entre os adolescentes. Nossa proposta com o projeto foi favorecer, aos futuros trabalhadores, mecanismos para refletir a essência da realização pessoal, que contribui, ainda, para transformar realidades”, destaca coordenadora. Camila Lacerda, estudante do 2º ano do curso Técnico em Agropecuária do IFNMG/Campus Januária, afirmou: “Foi muito bacana a iniciativa do IFNMG de nos levar para termos conhecimentos de outras universidades, onde passeamos pelo campus e fomos informados sobre os cursos oferecidos pelas mesmas. Uma grande contribuição para nós, vestibulandos, pois nos deu uma visibilidade mais ampla de universidade”. 39


Instituto participa da Semana de Extensão da Unimontes

Eventos POP: conhecimento e atitude

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uitas orientações foram passadas durante o desenvolvimento do Projeto de Orientação Profissional (POP), nome dado pelas bolsistas às ações do projeto. No primeiro evento POP, realizado no IFNMG/Campus Januária, os estudantes participaram de uma mesa-redonda, intitulada “Para não perder tempo na prova do Enem”, composta por professores do IFNMG que ministram aulas correspondentes às áreas das provas do Enem: linguagens e códigos e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; e ciências da natureza e suas tecnologias. A proposta foi repassar dicas de como o candidato deve realizar a prova, de forma mais produtiva, inclusive, na hora da redação. O ingresso no ensino superior por meio de avaliações seriadas e pelo ProUni também foi tema da mesa-redonda. Nos demais eventos POP, os participantes puderam realizar testes

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vocacionais. A conclusão do projeto culminou numa visita técnica à Unimontes e à Fip-Moc, em Montes Claros. Dalila Soares, psicóloga do IFNMG/Campus Januária e colaboradora das ações do projeto, considera-o importante porque auxilia e o discente a escolher uma profissão e o conscientiza sobre os fatores que interferem nessa escolha, trabalhando seus medos, dúvidas e ansiedades em relação ao futuro; “o objetivo principal é contribuir para que essa escolha profissional seja feita de forma autêntica, adequada ao seu projeto de vida”, reforça a psicóloga. Para o estudante Lucas Rocha, que participou das visitas técnicas à Unimontes e Fip-Moc, foram ótimas visitas. “Tivemos a oportunidade de ver como as instituições estão preparadas e o quanto são qualificadas para fazer novos profissionais em diversas áreas do conhecimento, tanto em estrutura quanto em corpo docente”. As várias atividades foram marcantes, pelo contato dos participantes com laboratórios de diversos cursos, bibliotecas, falas dos profissionais. O sorriso brotou do olhar e

do sonho de cada estudante presente. Entrar num estúdio de rádio e TV, do curso de publicidade e propaganda ou no laboratório de medicina, renderam depoimentos como o de Jackson Willer Duarte, do 3º ano: “As dicas dos professores, antes da prova do Enem, o contato com outras instituições de ensino superior, colegas que estão na mesma fase de escolhas, foi tudo valioso, seria importante o projeto continuar acontecendo, pois ajuda quem irá passar por processos de ingresso no ensino superior pela primeira vez”. A finalidade do trabalho por um profissional não se limita mais como meio de sobrevivência, está intrínseco ao sentido que se dá a sua própria vida e à vida do outro. É inerente a contribuição que um cidadão, que desempenha, com gosto, o seu trabalho, pode dar a uma comunidade, enriquecendo-a. Nesse caminho, o IFNMG/Campus Januária, por meio de ações como essa, encoraja jovens a repensar a área, o curso e a assumir a própria opção, em que não existem escolhas erradas, mas possibilidade de transformar realidades e o próprio mundo para ser feliz.

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Coordenador: Professor Claubert Wagner Guimarães de Menezes Bolsista: Malú Virgínia da Silva Souza Campus: Januária

Implantação dos primeiros canteiros do Horto

Projeto

Horto de plantas medicinais e plantas alimentícias não convencionais As plantas medicinais possuem substâncias orgânicas com propriedades terapêuticas que auxiliam no tratamento de várias doenças de menor gravidade. Já as plantas alimentícias não convencionais são aquelas nativas ou exóticas, que são atualmente pouco consumidas devido à falta de conhecimento ou costume da população. Incentivar o uso correto e o meio de consumi-las está entre os objetivos do projeto.

A

implantação do “Horto de plantas medicinais e plantas alimentícias não convencionais” (PANC), no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais/ Campus Januária, teve como um dos objetivos resgatar o uso dessas plantas, a fim de motivar as famílias da região de Januária no dia a dia. Tratam-se de plantas que eram de uso comum pela população da região e do Estado de Minas Gerais. Hoje, esse hábito vem sendo deixado de lado. As plantas medicinais possuem substâncias orgânicas com propriedades terapêuticas que auxiliam no tratamento de várias doenças de menor gravidade. A prática do uso de plantas medicinais pela população é considerada como uma medicina alternativa. Várias plantas medicinais são reconhecidas cientificamente por suas propriedades

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curativas, e o uso destas é reconhecido pela Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), regulamentada por meio do Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006. As plantas alimentícias não convencionais são aquelas nativas ou exóticas, que são atualmente pouco consumidas devido à falta de conhecimento ou costume da população. Parte dessas plantas são equivocadamente consideradas plantas daninhas (mato), e, por isso, diversas plantas com elevado teor nutritivo acabam sendo inutilizadas. O projeto “Implantação e manutenção do horto de plantas medicinais e hortaliças não convencionais no IFNMG/Campus Januária” foi desenvolvido, de junho a dezembro de 2016, no município de Januária. O público-alvo foram os alunos da Escola Estadual Olegário Maciel, estu-

dantes do 2º ano do ensino médio, e os alunos do Centro de Atendimento a Crianças e Adolescentes (Servir). O campo experimental foi o IFNMG/ Campus Januária com uma área de 5000 m2, onde são cultivadas mais de 50 espécies vegetais, entre medicinais e não convencionais. Constatou-se que as plantas mais utilizadas pela comunidade januarense são: arrruda, manjericão, tanchagem, hortelã, vique, poejo, erva-cidreira, capim-santo, orégano, arnica, lavanda, mastruz, ora-pro-nobis, alecrim, maxixe, boldo e malvão. É válido destacar que todo o processo de implantação, cultivo e manutenção do horto é realizado de forma orgânica e agroecológica, ou seja, sem a aplicação de defensivos agrícolas industrializados, os popularmente chamados agrotóxicos. 41


C

onforme defende o coordenador do projeto, o engenheiro agrônomo, doutor na área de Produção Vegetal/ Fitotecnia e professor do IFNMG/Campus Januária, Claubert Wagner Guimarães de Menezes, a ação possui um cunho social, ambiental e econômico para a região de Januária, já que fomenta tanto a difusão quanto o resgate do saber popular, bem como o incentivo ao uso da medicina caseira. O professor ainda ressalta que “todas as fases do projeto tiveram como essência promover a conscientiza-

Resultados concretos

O

público-alvo do projeto foi escolhido no intuito de que os conhecimentos transmitidos fossem repassados para as próximas gerações, e também para que os jovens compartilhassem com sua família o conhecimento fornecido a respeito, da forma correta de identificar, cultivar, manejar e preparar essas plantas. A estudante do curso de Agronomia e desenvolvedora do projeto, Malú Virgínia da Silva Souza, relatou que desenvolver o trabalho junto à comunidade foi uma experiência gratificante. “Quando ensinamos o pouco que sabemos,

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ção da população em relação aos benefícios das plantas medicinais e hortaliças não convencionais, além das formas adequadas de consumi-las”. O professor faz esse alerta, porque o uso indiscriminado das plantas medicinais pode acarretar em efeitos colaterais, caso sejam ingeridas numa quantidade não recomendada ou processadas de forma inadequada. Em uma reportagem veiculada na TV Norte, no ano de 2016, toda uma família de Januária foi intoxicada após consumir frutos de uma

planta ornamental comum na região, que foi identificada de forma incorreta como planta alimentícia. A família confundiu a planta conhecida como trombeta, uma planta muito tóxica, com o fruto maxixe, considerado comida típica da região. Por isso, o professor e coordenador considera o projeto de suma importância para a sociedade. “O saber popular precisa estar atrelado ao conhecimento científico, para que se possa identificar corretamente as plantas de uso seguro para os seres humanos e animais”.

acabamos aprendendo mais, e é isso que nos estimula”. Ela destacou ainda que em uma das visitas ao Servir, acompanhada de dois dos voluntários, Cleiton Alves Ferreira e Felipe Nunes Cardoso, também estudantes do curso de Agronomia no Campus Januária, tiveram um momento inusitado, em que a Irmã Ilza pediu para conversarem com as crianças de 3 a 5 anos de idade, argumentando que, nessa faixa etária, o impacto é mais significativo. “Elas são espertas, já vão sair daqui repassando aos pais”, disse a Irmã. A desenvolvedora do projeto atendeu ao pedido da Irmã e, algumas horas depois, encontrou, por acaso, uma das crianças, acompanhada

de sua mãe. A criança estava relatando toda a conversa com a mãe sobre o projeto. Quando viu a bolsista, gritou: “Foi aquela tia ali mãe que falou do alecrim”. A mãe, muito simpática, aproximou-se. Elas tiveram uma breve conversa, a mãe da criança agradeceu a atenção e incentivou a continuidade do projeto. O projeto terá continuidade, uma vez que o Horto está estabelecido, fator que facilitará a execução de projetos futuros. O Horto de Plantas Medicinais e Alimentícias não Convencionais veio com toda força necessária para prosseguir nessa caminhada, que visa proporcionar maior segurança para a comunidade. O resgate cultural apenas iniciou.

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Coordenadora: Clarissa do Amaral Azevedo Colaboradora: Elaine Cristina Lopes Costa Bolsista: Ana Paula Pinheiro Muniz Campus: Januária

Projeto

Anjo da Guarda:

assistência à criança em situação de risco social Criar oportunidades de transformar o futuro de crianças em situação de risco social foi o caminho encontrado pelo projeto “Anjo da Guarda: assistência à criança em situação de risco social”, em Januária-MG.

O

projeto Anjo da Guarda: Assistência à Criança em Situação de Risco Social teve como objetivo oferecer, às crianças atendidas, programas de atividades físicas, artísticas e recreativas, no período de junho a dezembro de 2016. Para o desenvolvimento do projeto, foram realizadas as seguintes ações: comemorações em datas de aniversário e outras datas comemorativas. Também houve atividades fora da instituição, a fim de promover uma maior proximidade das crianças com a sociedade. O Pequeno Davi acolhe crianças de 0 a 11 anos. Elas recebem gratuitamente assistência médica, alimentação adequada e vestuário. Enquanto as crianças são assistidas na instituição, é feito um trabalho concomitante junto às famílias delas, com o propósito de que as famílias também possam ser acompanhadas para receber as crianças. A Associação tem como um de seus objetivos evitar a morte das

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crianças, bem como as sequelas provenientes da desnutrição e dos maus tratos infantis. Além disso, o Pequeno Davi também buscar proporcionar o bem-estar da família da criança, que se encontra segregada pela pobreza e outras vulnerabilidades sociais, como a fome. A parceria com o IFNMG, por meio do

projeto, contribui para a implementação de uma política de proteção que possa garantir maior eficiência no que diz respeito à cidadania das crianças assistidas, além de melhorar o elo entre crianças e suas famílias, por meio de alternativas de atendimento junto à equipe técnica multidisciplinar.


Bolsista do Projeto colhendo e fazendo a manutenção da horta, no Abrigo O Pequeno Davi

Danyelle Almeida Mota

Coordenador: Dilermando Pacheco Dourado Bolsista: Larissa Almeida Pimenta Voluntária: Danyelle Almeida Mota Campus: Januária

Projeto

Horta em Abrigo: lançar sementes e cultivar a vida O projeto “Horta em abrigo: lançar sementes e cultivar a vida” desenvolvido no Campus Januária em parceria com o Abrigo O Pequeno Davi foi desenvolvido com o intuito de sensibilizar crianças e adolescentes com relação à questão ambiental, através de ações e práticas dentro dos pilares da sustentabilidade, a fim de elucidar valores e desenvolver atitudes no que diz respeito ao meio ambiente, a partir da implantação da horticultura, promovendo a educação ambiental.

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Crianças colorindo desenhos de alimentos cultivados em horta, como forma de identificá-los e nomeá-los corretamente, no Abrigo O Pequeno Davi

Danyelle Almeida Mota

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projeto foi concretizado no abrigo de crianças e adolescente O Pequeno Davi, situado no município de Januária-MG. Beneficia 22 crianças de 0 a 12 anos de idade com carência nutricional, vítimas de abandono e desavenças familiares. Segundo a coordenadora do abrigo, Ildete da Conceição Figueiredo dos Santos, “a realização de projetos no local é de extrema relevância, uma vez que estes promovem a integração e socialização das crianças”. No período de execução do projeto, foram realizadas atividades de educação ambiental viabilizando estratégias de integração interdisciplinar, possibilitando a implantação e manutenção de uma horta.

Nesse contexto, as crianças vivenciaram técnicas da cultura orgânica, identificando processos de semeadura, adubação e colheita e compreendendo a importância e o valor nutritivo dos alimentos cultivados, o que contribui para a formação de hábitos alimentares mais saudáveis. O projeto, sobretudo, foi de grande valia, uma vez que se fundamentou em transformar um espaço ocioso em espaço de produção autossustentável, suscitando o interesse das crianças e dos adolescentes por cores, aromas e sabores no tocante ao plantio, cuidados e cultivo de uma horta agroecológica. O projeto ainda cumpriu com a missão de fomentar a interação entre o abrigo e o IFNMG.

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Coordenadora: Amanda de Fátima Pedrosa Porto Acadêmica ex-bolsista do Pibed: Clarice Oliveira Correia Colaboradores: Patrícia Oliveira Correia, Marcelo Henrique Guimarães da Silva Junior, José Aparecido Soares Lopes, Juliana Teixeira Antunes, Edilene Rodrigues Pereira, Mayara Rodrigues da Silva, Renata Sant´Ana Pereira, Thais Rodrigues da Silva, Viviane Silva Souza e Maria Ilsa Ferreira Campus: Januária

Projeto

Os objetivos do projeto foram alcançados por meio de oficinas, rodas de conversa, palestras, atividades e dinâmicas práticas realizadas semanalmente. Foram atendidos 71 jovens

Transformando vidas: qualificação profissional em prol da inclusão social dos adolescentes e jovens assistidos pelo Serviço de Promoção da Criança e do Adolescente (Servir)

O projeto Transformando Vidas teve como propósito atender por meio de assessoria, capacitação e qualificação profissional, adolescentes e jovens acompanhados pelo Serviço de Proteção da Criança e do Adolescente (Servir), estimulando o desenvolvimento de habilidades e competências básicas exigidas para a inserção no mercado de trabalho, promovendo, assim, a inclusão social, além de aspectos relevantes para a formação cidadã.

É

sabido que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente e dinâmico, em busca de profissionais qualificados e capazes de desenvolver habilidades e competências que agreguem valor ao desenvolvimento organizacional. Desta maneira, faz-se necessária a busca constante por conhecimento, qualificação profissional, desenvolvimento e aperfeiçoamento de habilidades extrínsecas e intrínsecas, tais como: boa comunicação oral e escrita, aptidão para trabalhar em equipe, proatividade, espírito de liderança, criatividade, relacionamento interpessoal, etc. O Servir é uma instituição social e filantrópica, que tem como objetivo principal atender crianças e adolescentes de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social, buscando oferecer melhores condições para Revista de Extensão do IFNMG

atuarem no contexto social. Entre os objetivos secundários da instituição, destaca-se a promoção da criança e do adolescente pela educação informal, profissionalização, saúde, lazer, esporte, cultura, carinho e atenção, garantindo-lhes os direitos preconizados no ECA (Estatuto da Criança e Adolescente, 8.069/90). A coordenadora de projetos do Servir, Maria Ilsa Ferreira, confirma que a maioria das crianças, adolescentes e jovens atendidos pelo SERVIR são provenientes de famílias de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social. Ela explica que alguns assistidos não têm em casa condições mínimas de sobrevivência, como alimentação. Assim, vão para a sede da instituição para se alimentarem e também se beneficiarem das oficinas que ali são oferecidas. 45


Além das capacitações voltadas para o mercado de trabalho, os jovens e adolescentes foram contemplados com oficinas de Noções Básicas de Informática, por meio das quais tiveram a oportunidade de se familiarizar com algumas funções de vários programas de computador

Fazendo a diferença

O

s objetivos do projeto foram alcançados por intermédio de oficinas, rodas de conversa, palestras, atividades e dinâmicas, práticas realizadas semanalmente. Foram atendidos 71 jovens e adolescentes, que, mesmo estando em processo de amadurecimento, mostraram ter se tornado cidadãos melhores, tendo uma visão crítica em relação à real discrepância entre o que é exigido para atuar no mercado, principalmente, no

quesito de atendimento ao cliente e o que realmente acontece na prática. Além das capacitações voltadas para o mercado de trabalho, os jovens e adolescentes foram contemplados com oficinas de Noções Básicas de Informática, por meio das quais tiveram a oportunidade de se familiarizar com algumas funções de vários programas de computador. Foram contemplados também com oficinas voltadas para a área de saúde, mais precisamente saúde na adolescência, sendo alertados sobre as doenças se-

xualmente transmissíveis, nutrição, puberdade, combate às drogas, entre outros assuntos pertinentes. Por meio do projeto, foi possível promover a inclusão social, pela qualificação e capacitação profissional, ampliando as possibilidades de inserção no mercado de trabalho. Ainda foi possível contribuir na formação de cidadãos mais conscientes, críticos, participativos e atuantes na sociedade, capazes de mudar a própria realidade e a realidade dos que estão ao seu redor. Adolescentes e jovens do Serviço de Proteção da Criança e do Adolescente (Servir) participaram de atividades que incentivaram a capacitação profissional

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Coordenadora: Suzana Alves Escobar Colaborador: Cristiano Ozório de Souza Campus: Januária

Projeto

Conscientizando o presente para resguardar o futuro: Conscientização ambiental na Escola Estadual Antônio Corrêa e Silva, na Comunidade remanescente de quilombo do Alegre Distrito de Januária-MG

O conceito de sustentabilidade está relacionado à lógica do cuidar do hoje para ter amanhã. Os alunos da Escola Estadual Antônio Corrêa e Silva aprenderam que, saber disso, pode salvar o planeta.

A

ideia do projeto surgiu com a necessidade de estimular os alunos da Comunidade de Alegre a usar o ambiente escolar como um meio de dispersão de informação para a sociedade local e conhecimentos, como sustentabilidade ecológica, econômica, social e cultural. É nesse sentido que a Educação Ambiental passar a ter uma relevante importância para o indivíduo dessa

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comunidade, onde é a escola a principal instituição capaz de colaborar com as tomadas de decisões sobre os problemas da sociedade, transmitindo aos alunos e pais um olhar crítico da real situação na qual se encontra o meio ambiente nos tempos atuais, seja naquela comunidade, na sua região e, até mesmo, em nível mundial, e, consequentemente, buscando estabelecer harmonia entre a comunidade e o ambiente.

De 10 de junho a 10 de dezembro de 2016, o projeto foi executado na Comunidade de Alegre, onde funciona a Escola Estadual Antônio Corrêa e Silva. Após conhecer a realidade do lugar, os colaboradores, bolsistas e voluntários desenvolveram um trabalho com alunos dos 6º e 7º anos, objetivando despertar a importância e o interesse em contribuir no processo de conservação e preservação do meio ambiente.

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Ensinar a cuidar do meio ambiente também é responsabilidade da escola

a construção desses trabalhos, desenvolveram-se estratégias que proporcionassem aos alunos uma temática ambiental de forma interativa, como o destino correto dos resíduos sólidos, uso da água, poluição do solo, água, ar e crimes ambientais. Também o incentivo de práticas como o plantio de mudas nativas e frutíferas, o despertar de hábitos de conservação ambiental, seja na escola, em casa ou na comunidade, desenvolvimento de práticas de educação ambiental, por meio de atividades artísticas (pinturas, colagens, etc., e a dinâmica sobre a biodiversidade da região e o estado de preservação dos seus principais pontos turísticos naturais). “Projetos agroecológicos, que utilizam a escola como forma de aprendizagem, são o melhor caminho, bem como propor temas relacionados a crianças e jovens e fazer com que pas-

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sem a entender e observar, de forma racional, a verdadeira situação, pois são eles os veículos de dispersão do aprendizado, serão os tomadores de decisões sobre problemas socioambientais, são eles os adultos de amanhã. É gratificante repassar a crianças e jovens aquilo que vivenciei no campo. Despertar neles o interesse em aprender, quando o assunto é a agroecologia, é de extrema importância. Para isso, a escola precisa de estar sempre adequando o seu currículo escolar a projetos ambientais”, disse o engenheiro agrônomo, Ricardo da Silva Cardoso. Para o graduando do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, do IFNMG/Campus Januária, Washington Willer Mota Figueiredo, o projeto aproximou ainda mais os alunos a permearem a ideia de educação ambiental. “Principalmente na formação como cidadãos conscientes,

sendo aptos a tomarem decisões coletivas sobre a diversidade de assuntos ambientais, imprescindíveis para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável”, destacou o estudante. O professor Carlos Alberto Moreira, da Escola Estadual Antônio Corrêa e Silva, conhecido como Dudu, afirmou que o projeto proporcionou ao educando conhecimentos sobre a área de meio ambiente e agroecologia. “Este projeto trouxe grandes avanços. Um deles foi uma melhoria significativa na autoestima, qualidade de vida dos educandos e estímulo ao o senso de empreendedorismo, fazendo com que tivessem uma ampla visão dos vários assuntos abordados pelo projeto. Houve também um aperfeiçoamento na merenda escolar, uma vez que os educandos ajudaram no plantio e na produção do alimento que a escola consome”, relatou. Aproveitou ainda para agradecer a parceria.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenadora: Gracielly Ribeiro de Alcântara Bolsista: Larissa Rodrigues Gonçalves Voluntário: Ana Paula Pinheiro Muniz Campus: Januária

Projeto

Adote uma árvore Mais do que plantar e distribuir mudas, o projeto atuou como uma corrente de fortalecimento de uma consciência sustentável, tendo como protagonistas alunos da Escola Municipal Doutor Roberto Monteiro. Todas as ações do projeto provaram que a educação ambiental é uma lição que se deve aprender todos os dias

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O projeto “Adote uma árvore” foi implementado na Escola Municipal Doutor Roberto Monteiro pela graduanda do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Larissa, 23, juntamente com sua orientadora, Gracielly, 32. Teatro, rodas de conversa, gincanas e palestras foram algumas das ações realizadas, a fim de levar a educação ambiental para as crianças de forma lúdica e prazerosa. Foram criados contextos para chamar a atenção dos alunos à necessidade de serem crianças zelosas em relação ao meio ambiente, tendo em vista a contribuição para a formação de cidadãos conscientes do seu papel na promoção do equilíbrio dinâmico dos ecossistemas. As ações destinadas à execução do projeto foram feitas a partir da submissão do mesmo para a aprovação no programa institucional Pibed, no IFNMG/Campus Januária-MG. Revista de Extensão do IFNMG

O trabalho desenvolvido teve como ponto de partida a produção de 400 mudas no Instituto Estadual de Florestas (IEF), sendo elas nativas da região, conhecidas popularmente como “quaresmeira” (Tibouchina grânulos) e “carobinha’’(Jacaranda brasiliana). A coordenadora ressalta que o trabalho tem por finalidade não somente levar as informações para crianças entre 5 e 10 anos, mas também proporcionar o contato delas com as mudas produzidas com objetivo de cuidar e transplantá-las

Teatro, rodas de conversa, gincanas e palestras foram algumas das ações realizadas, a fim de levar a educação ambiental para as crianças de forma lúdica e prazerosa

na cidade de Januária-MG, com a perspectiva de aumentar o índice arbóreo, contradizendo a tendência do município no que se refere à redução da sua área verde. Vale ressaltar que os resultados foram satisfatórios, pois as crianças desenvolveram valores que as tornam agentes sociais na busca do desenvolvimento sustentável e no senso de responsabilidade socioambiental, sendo, assim, disseminadoras das informações adquiridas nas comunidades em que vivem.

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Coordenadora: Tattiane Gomes Costa Bolsista: Wylyan Caio Alves Campus: Januária

Projeto

Auxílio ao desenvolvimento social, ambiental e intelectual

das crianças do Abrigo Pequeno David

Mais do que plantar e distribuir mudas, o projeto atuou como uma corrente de fortalecimento de uma consciência sustentável, tendo como protagonistas alunos da Escola Municipal Doutor Roberto Monteiro. Todas as ações do projeto provaram que a educação ambiental é uma lição que se deve aprender todos os dias.

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o abrigo residem 20 crianças, com faixa etária de 1 a 12 anos, que foram desvinculadas de suas famílias por diversos fatores, entre eles, as drogas. No período de junho a dezembro de 2016, o abrigo recebeu uma importante ação social idealizada pela Extensão do IFNMG/Campus Januária, que ofereceu às crianças do abrigo uma oficina de confecção de brinquedos ecológicos. A coordenadora do projeto, a professora Tattiane Costa, destaca a im-

portância da ação para a conscientização ambiental, já que as oficinas proporcionaram às crianças e aos colaboradores do abrigo uma nova visão do que é “lixo”. “A importância desse projeto de extensão se alicerça na conscientização ambiental por meio da confecção de brinquedos, com materiais até então descartáveis; conversas lúdicas e vídeos sobre a importância do meio ambiente e como corroborar para a sua sustentabilidade. Des-

sa forma, contribuindo no despertar do ser consciente, no que tange às questões socioambientais, o projeto realizado no Abrigo Pequeno David participa, de modo efetivo, do desenvolvimento de alternativas para o uso de resíduos e importância do meio ambiente, não apenas para as crianças que construíram os brinquedos, mas também para os funcionários do local, posto que, mesmo que indiretamente, puderam participar desse processo”, afirmou a professora.

Brincar, mas com compromisso social

cionários do abrigo, alertando-os de que há muita diversão no que é desperdiçado, bastando apenas um pouco de consciência ambiental e criatividade. Para a diretora do abrigo, Odete Figueiredo, o trabalho teve grande importância, pois gerou alegria e entretenimento às crianças. “O pequeno David ainda está funcionando

por causa das parcerias com a comunidade, que ajudam muito, inclusive o IFNMG/Campus Januária”, disse a diretora. A cuidadora Leonise Barbosa, que presenciou a execução do projeto, apontou a relevância dessas ações: “Acho ótimas as ações de vocês, o que fizeram foi muito bom para as crianças”.

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or meio de materiais que seriam descartados, foram feitos vários brinquedos e apresentadas palestras sobre temas envolvendo ações de sustentabilidade, com o objetivo de conscientizar as crianças e os fun-

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Projeto

IF colabora

Coordenadora: Juliana Mendes Campos Quintino Bolsista: Bruna Kelly Vieira Voluntária: Geisiany Ribeiro Mendes Campus: Montes Claros

Desenvolvimento oficina Noções Básicas de Informática

O projeto IF Colabora tem como objetivo geral proporcionar a motivação dos participantes para a busca do desenvolvimento na formação educacional, profissional e pessoal, promovendo uma melhoria da qualidade de vida e da convivência desses participantes com a sociedade. Para isso, foram desenvolvidas, no IFNMG/Campus Montes Claros, no segundo semestre do ano de 2016, oficinas que foram ofertadas ao longo do semestre e tiveram, como público-alvo, a comunidade carente que mora no entorno do Campus.

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ercebe-se que há necessidade de maior integração e coparticipação entre as Instituições de Ensino Superior e as comunidades carentes das regiões periféricas. Dessa forma, atividades teórico-práticas oferecidas para esse público em especial deveriam suprir a especificidade funcional a que se destinam, facilitando a consequente inserção dos participantes no mercado de trabalho e na vida escolar. Sendo assim, pretende-se proporcionar a motivação para a busca do desenvolvimento na formação edu-

cacional, profissional e pessoal, para continuar a melhoria da qualidade de vida e da convivência com a sociedade. Essa foi a motivação para a criação e desenvolvimento do projeto IF Colabora. Sabe-se que o IFNMG/Campus Montes Claros localiza-se na periferia. Sendo assim, surgiu a necessidade de um esforço de integração com a comunidade carente que vive no entorno desse campus, a fim de que a instituição cumpra mais efetivamente com a sua função de transformar a realidade local.

Acadêmica realizando divulgação do projeto nos bairros ao entorno do Campus

Desenvolvimento oficina Noções Básicas de Informática

Acadêmica realizando divulgação do projeto nos bairros ao entorno do Campus Revista de Extensão do IFNMG

Desenvolvimento da oficina sobre economia doméstica 51


Desenvolvimento oficina Alfabetização e Letramento

Vencendo o analfabetismo

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essa forma, o projeto busca executar seus objetivos, de forma transversal e contínua, minimizando as deficiências, no âmbito educacional, uma vez que há um alto índice de analfabetismo na comunidade. Trata-se de uma forma de promover a inclusão social dos moradores da comunidade carente, reduzindo os impactos negativos dessa exclusão na vida acadêmica e profissional dos participantes. Nessa perspectiva, a coordenadora do projeto, professora Juliana Mendes Campos Quintino e as discentes Bruna Kelly Vieira e Geisiany Ribeiro Mendes, acadêmicas do curso Engenharia Química, reuniram-se e iniciaram a escrita do projeto IF Colabora. Assim que foi analisado e aprovado pela comissão responsável pelos projetos de Extensão do IFNMG/Campus Montes Claros e autorizado o seu desenvolvimento, deu-se início ao referido projeto que foi executado ao longo do 2º semestre do ano de 2016, por meio de oficinas.

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Durante o desenvolvimento das oficinas, foi utilizada a metodologia participativa, por entender que se estava diante de uma proposta de envolvimento do trabalho coletivo. No desenvolvimento das oficinas, houve sempre a preocupação, por parte das alunas bolsistas e da coordenadora, em estimular o reingresso dos indivíduos na vida escolar, mostrando a eles a importância de estudar; minimizar impactos psicológicos, resultantes da falta de conhecimento, destacando que todos são capazes de aprender, bastando querer e se dedicar a isto; proporcionar a compreensão da grande importância de se obter conhecimentos para uma maior inclusão na sociedade, para que pudessem ter compreensão dos seus direitos e deveres como cidadãos e atingir a criatividade dos jovens e adultos. As oficinas desenvolvidas foram as seguintes: - Alfabetização e letramento; - Iniciação ao empreendedorismo; - Noções básicas de informática; - Economia doméstica. Todas as oficinas foram ministradas no IFNMG/Campus Montes Cla-

ros e contaram com a participação de mulheres que residem no entorno do campus. Ao término do projeto, foi realizado um momento de interação entre as participantes das oficinas, e elas puderam falar sobre a importância do projeto. Todas foram categóricas, ao enfatizar que foi importante, pois elas perceberam como é bom estudar e que querem seguir adiante, fazendo mais cursos. Afirmaram, ainda, que havendo mais edições do projeto, serão divulgadoras e incentivarão os seus vizinhos e conhecidos a participarem também. Afirmaram, por fim, que gostariam de participar novamente de outras oficinas. Um fator motivador para que tentemos ofertar novamente o projeto, no ano de 2017, foi quando, em contato com uma participante da oficina “Noções Básicas de Informática”, tivemos o conhecimento de que ela havia conseguido um emprego, em decorrência de ter feito a oficina e ter o certificado. Assim, percebe-se que o projeto foi uma ajuda para a comunidade atendida no entorno do campus e que os objetivos iniciais foram atingidos.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: Leandro de Paula Liberato Voluntárias: Anna Luiza Lopes Neiva, Danielle Ivy de Almeida Pinheiro e Vitória Gonçalves Lorentz Campus: Teófilo Otoni

Projeto

Conjugação de Ler Tocar e folhear um livro faz parte do processo de leitura

“Conjugação de Ler” é um projeto do Campus Teófilo Otoni que objetiva o despertar do prazer pela leitura, partindo do pressuposto de que não apenas “eu”, mas também “você”, “ele(a)”, “nós” e “eles(as)”, todos devem se envolver nesta prática tão benéfica e salutar. A proposta vai além de oferecer material para leitura, visa também fomentar o empréstimo, trocas e doações de literaturas que satisfaçam a necessidade de leitores variados.

O valor da leitura no meio acadêmico

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az-se necessário que a escola busque resgatar o valor da leitura, como ato prazeroso e importante na ampliação do conhecimento enciclopédico que todo cidadão necessita adquirir. É

Revista de Extensão do IFNMG

bem nítida a dificuldade que muitos discentes apresentam na organização e articulação das ideias no momento da escrita, bem como na interpretação de questões relacionadas às mais diversas áreas do conhecimento. A leitura pode ser a válvula propulsora no combate a essas e outras deficiências acadêmicas, tão comuns entre os estudantes. A pedagoga Ursulina Ataíde

Alves entende a importância de se ter um espaço de leitura diferenciado e independente da biblioteca, pois compreende o processo de ler como “uma forma importante de acesso ao conhecimento e de lazer. Ativa a imaginação e a criatividade, conduz a viagens inesquecíveis e, às vezes, fisicamente impossíveis, faz aflorar sentimentos, pode chegar fundo ao coração”. 53


A escolha de livros para leitura promovendo interação entre discentes

Turma do 2º ano do Curso Técnico Integrado em Informática para Internet

Dinâmica do projeto

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ara fazer a retirada de livros e revistas para leitura, o público interno e externo ao campus pôde contar com um espaço diferenciado, preparado por estudantes do Curso Técnico Integrado em Informática para Internet. Para tanto, todos os participantes tiveram três opções: ler no espaço preparado e devolver a obra; levar e devolver no prazo estipulado, sendo possível a renovação; levar e ficar com o livro, com a condição de deixar outro no lugar. É importante ressaltar que o espaço reservado para as dinâmicas de empréstimo e trocas não contou com supervisores. Os interessados apenas receberam orientações das discentes voluntárias do projeto e eram incentivados à prática do bom senso no cumprimento das ações. Em resposta a um questionário aberto sobre o projeto, a discente do Curso Técnico em Administração, Franciely Alcântara de Oliveira, que efetuou empréstimos e trocas de literaturas, afirma que “este tipo de ambiente à parte proporciona maior descontração, no que diz respeito às relações desenvolvidas, além de estimular a honestidade e envolver processo menos burocrático”.

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Participação de servidores efetivos e terceirizados

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controle de empréstimos e trocas revelou que servidores efetivos e terceirizados muito se interessaram pelas obras expostas. Estes últimos, a princípio tímidos em retirar os livros e revistas, hoje já se sentem parte da dinâmica estabelecida para empréstimo e trocas de literaturas, além de reconheceremse coparticipantes do projeto. O motorista do campus, Vagner da Silva, reconhece que o projeto, além de facilitar o acesso aos livros, também oportuniza a aproximação da comunidade ao espaço escolar, que muitos ainda desconhecem. O professor de matemática, Geraldo Lopes Júnior, também apoia o projeto e considera que “a leitura tem o poder de proporcionar crescimento intelectual e desenvolver no leitor uma visão mais crítica do mundo que o cerca”.

Desafios vão, desafios vêm

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ara que o projeto continue sendo um sucesso, a instituição deverá cumprir um novo desafio: promover a participação dos familiares de toda a comunidade interna nos processos de empréstimo, troca e doação de literaturas. Para isso, torna-se primordial acreditar que, estimulando a leitura e ultrapassando cada vez mais os limites do campus, será possível, não somente conferir prazer ao ato de ler, como também contribuir para a formação crítica e reflexiva.

Para identificar os livros que não poderiam ser trocados foram utilizadas etiquetas vermelhas Leitura que contagia


Coordenadora: Mariana Emiliano Simões Campus: Diamantina

Projeto

Zeleo Fotografia

Auto de Natal 2016

Apresentação do Auto na Catedral de Diamantina

O Auto de Natal é realizado, tradicionalmente, pela Secretaria de Cultura Turismo e Patrimônio da Prefeitura de Diamantina. Em 2016, pela primeira vez, o IFNMG também foi um dos realizadores. o Auto de Natal trouxe uma outra versão da história tão conhecida sobre o nascimento de Jesus, unindo teatro e música, danças, cantos populares e contação de histórias.

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s alunos da primeira turma do curso Técnico em Teatro do IFNMG/Campus Diamantina apresentaram, no dia 17 de dezembro de 2016, o espetáculo Auto de Natal 2016, realizado como projeto de Extensão, em parceria com a Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio (SECTUR), o Conservatório Estadual de Música Lobo de Mesquita, o Coral Universitário da UEMG e a Orquestra Sinfônica Jovem de Diamantina. Evento tradicional da cidade, o Auto inovou, em 2016, ao trazer um texto teatral escrito e encenado, especialmente, para a ocasião. Foram, aproximadamente, 90 pessoas envolvidas que se apresentaram para um público de quase 900 pessoas, na Catedral de Diamantina. Com direção-geral e coordenação da professora Mariana Emiliano, o Auto de Natal trouxe uma outra verRevista de Extensão do IFNMG

são da história tão conhecida sobre o nascimento de Jesus. Sob um olhar feminino, o nascimento foi contado pela perspectiva de Maria, mulher que protagonizou a encarnação divina que marcou a humanidade, mostrando a sacralidade da mulher, muitas vezes, subestimada pelas tradições religiosas patriarcais. Além do feminino, o Auto também trouxe a cultura popular do Vale do Jequitinhonha, em diálogo com a musicalidade clássica da Orquestra Sinfônica Jovem, tão presente em Diamantina. Unindo teatro e música, danças, cantos populares e contação de histórias, o espetáculo encheu a Catedral de luzes e cores. A apresentação contou com uma iluminação especial, usada, pela primeira vez, na maior igreja da cidade. Os figurinos foram criados pelo artista plástico Rafael Cabral e a maquiagem cênica foi ela-

borada pelo maquiador Satya Brata, que veio especialmente de São Paulo, a convite da direção. Ao lado de Mariana, trabalharam Frederico Santos, que assinou a direção musical, o maestro regente da Orquestra Sinfônica Jovem, Reginaldo Cruz, o regente do Coral Eny Assumpção Baracho, Felipe de Almeida e o produtor Ricardo Luiz. A professora do curso de Teatro, Flor Murta, participou do projeto com aulas de preparação corporal para os atores envolvidos. Segundo Flor, “o Auto de Natal reforçou a missão do IFNMG em Diamantina. Eu sinto muito orgulho e fico muito feliz com o brilho deles. Foi a interação entre as artes que possibilitou um espetáculo tão potente. É um orgulho para os alunos, para nós, professores, e para a nossa cidade”. Outra servidora que se destacou no projeto foi a técnica Narjara Souza, que atuou no elenco do espetáculo. 55


Andreia Pereira da Silva

(Abaixo à esquerda) Mariana Emiliano, coordenadora do projeto, Júnio Jáber, Diretor Geral do Campus Diamantina, Flor Murta, professora do Curso de Teatro, Carla Silva, Coordenadora de Extensão do Campus Diamantina e os alunos e alunas do Curso de Teatro

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A peça mostrou o nascimento na perspectiva de Maria

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projeto extensionista foi desenvolvido ao longo de três meses, contando com a escrita do texto, produção, ensaios e apresentação. Atender ao convite da SECTUR para a realização deste trabalho ajudou a dar visibilidade ao Curso de Teatro e proporcionou, aos alunos e alunas, uma primeira experiência prática em montagem teatral. A aluna Patrícia Santos Soares, que representou Maria, relata: “Sou da primeira turma, e é a primeira vez que eu participo assim. Foi maravilhoso, uma experiência incrível, foi o meu primeiro teatro. Eu só tenho a agradecer, porque nada me fez tão feliz como o teatro me faz”. A participação de docentes e servidores do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais na realização do Auto de Natal marcou uma importante atuação do IFNMG junto à comunidade diamantinense, por ter sido a primeira apresentação pública de um trabalho realizado pelo curso Técnico em Teatro, que teve início em agosto de 2016. Também teve relevância por articular diferentes atores sociais que colaboraram com a construção do trabalho. O apoio da direção do Campus

Diamantina foi fundamental para a concretização de projeto dessa dimensão, que exigiu dedicação total da equipe no período de preparação. O diretor Júnio Jáber afirmou, após o espetáculo: “Ver os nossos alunos tão novos, com apenas seis meses de curso, participando de um evento desse porte, com essa força, é maravilhoso. Nossa missão institucional está sendo cumprida”. Realizar o Auto de Natal 2016, em Diamantina, abriu caminhos para as demais produções do curso de Teatro e confirmou a importância da arte nos espaços de formação. É crescente o número de convites para atuação em outros eventos da cidade e região, o que confirma a necessidade de investimento na formação de artistas profissionais que possam fortalecer e desenvolver a produção artística do Vale do Jequitinhonha, tão rico e diverso culturalmente. Acreditar que a arte, em suas diversas linguagens, contribui para a formação de um ser mais humano e consciente é uma das marcas do IFNMG/Campus Diamantina, que tem investido no crescimento do primeiro curso do eixo tecnológico Produção Cultural e Design do IFNMG. O projeto Auto de Natal, em toda sua grandiosidade, mostrou à cidade o potencial e o compromisso do curso e do campus com o desenvolvimento da arte local.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: Daniel Rocha Silva e Juliara Lopes da Fonseca Bolsistas: Patrícia Stefanelli Conceição Voluntários: Ana Flávia Gonçalves Coutinho, Driely Pereira de Queiroz dos Santos, Matheus Barbosa Nobre e Thaiane Huana Santos Gonçalves Campus: Pirapora

Projeto

Formação de multiplicadores e disseminadores

da atividade turística no município de Pirapora e região

É fato que, por onde o rio São Francisco passa, a paisagem tem uma beleza peculiar. Por isso, explorar o potencial turístico de uma região banhada pelo Velho Chico é, ainda, encantador, mas não menos desafiador. Por isso, o projeto “Formação de multiplicadores e disseminadores da atividade turística no município de Pirapora e região” objetiva oportunizar capacitação para a comunidade local.

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município de Pirapora é banhado pelo rio São Francisco, um dos mais importantes rios do país. A possibilidade de prática de esportes aquáticos, pesca, passeios de barcos e a existência do Balneário das Duchas atraem turistas, que possuem o desejo de desfrutar do potencial ecológico da região. Contudo, apesar da existência de atrativos naturais, o que se observa pelas falas de alguns membros da sociedade é uma percepção de redução do quantitativo de turistas que visitam a cidade todos os anos. O projeto “Formação de multiplicadores e disseminadores da atividade turística no município de Pirapora e região” trata da capacitação da comunidade receptora em relação aos atrativos turísticos existentes no município de Pirapora, por meio de minicursos oferecidos à comunidade local, convidada a participar, de Revista de Extensão do IFNMG

forma gratuita, em dias determinados e divulgados com antecedência. Durante o ano letivo de 2016, foram realizados três encontros.

I Minicurso: conheça Pirapora

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o dia 12 de julho de 2016, no IFNMG/Campus Pirapora, foi realizado o I Minicurso: conheça Pirapora. Com duas horas de duração, o evento contou com a participação de, aproximadamente, 20 pessoas da comunidade e teve por tema a apresentação e discussão dos principais pontos turísticos da cidade: Igreja São Sebastião, Igreja Bom Jesus de Matosinhos, Ponte Marechal Hermes, Carrancas, Vapor Benjamin Guimarães e o Instituto de Promoção Cultural Antônia Diniz Dumont (ICAD).

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Foram realizadas três oficinas ao longo do ano de 2016. Todas gratuitas e com o objetivo de capacitar a comunidade receptora em relação aos atrativos turísticos existentes no município de Pirapora

II Minicurso: conheça Pirapora

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urante a Semana do Administrador, evento do curso de Administração, aconteceu o II Minicurso, que tratou do turismo receptivo e de aventura na região. O minicurso foi ministrado pelo turismólogo Rômulo Melo, que atua na região com a atividade. Ele explanou sobre a história do turismo na cidade, fez uma contextualização que ressaltou o potencial turístico da cidade desde tempos remotos. Em seguida, apresentou as potencialidades da região: as cachoeiras, trilhas, passeios, pontos turísticos naturais preservados e, ainda, a estrutura necessária para receber o turista interessado nesse tipo de passeio. O curso teve duração de duas horas e aconteceu em dois momentos, atendendo a públicos diferentes. O evento contou com participação de, aproximadamente, 20 pessoas.

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III Minicurso: conheça Pirapora

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o mês de fevereiro de 2017, o projeto realizou o terceiro e último minicurso, com o tema Cultura e Arte. A ideia era mostrar o potencial turístico da cidade em relação aos aspectos culturais e artísticos da região. O minicurso foi realizado pelos alunos participantes e pelo professor Daniel Rocha. Tratou de temas como culinária, grupos teatrais e de dança e sobre a capoeira. O evento

contou com a participação especial do Mestre Jabá, que apresentou um pouco da história da capoeira na cidade, bem como seu trabalho de conservação desta cultura por meio do ensino da capoeira a crianças e adolescentes. Ele falou da dificuldade em manter o grupo e os desafios para conservar a tradição. Convidou os participantes para as apresentações mensais, que acontecem na área de eventos, na orla do rio São Francisco, bem como para conhecer o projeto. O evento contou com a participação de sete pessoas.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: Idemar Borges Passos Bolsista: Poliana Magalhães Reis Voluntária: Marília Fernandes Santos Campus: Januária

Projeto

Educação Socioambiental:

formando uma geração consciente

Este projeto constituiu-se de uma busca por levar os alunos da escola Estadual Professor Claudemiro Alves Ferreira a conhecerem e terem a oportunidade de se dedicarem um pouco aos cuidados com o meio ambiente

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que justifica este trabalho é a necessidade de que cada um de nós dedique um pouco de nosso tempo a cuidar do meio ambiente, apenas porque é este meio (a água, o ar, a planta, a terra) que permite a sobrevivência dos seres humanos na Terra. Além disso, é uma forma de levar à comunidade um pouco do conhecimento gerado em sala de aula. Entre os objetivos atingidos, podemos citar o incentivo aos alunos e a disseminação da importância de preservarmos os recursos naturais através de palestras, minigincanas, apresentações de vídeos e filmes e discussões. Também foram Revista de Extensão do IFNMG

feitas pequenas mudas para que os alunos pudessem levar e cuidar em casa, incentivando a arborização e a alimentação saudável. Foram realizadas oficinas com materiais reciclados e montadas lixeiras de coleta seletiva na escola. Diante das atividades realizadas e do grande interesse e participação dos alunos, esperamos que o conhecimento gerado seja levado adiante, que os alunos possam vivenciar no seu dia a dia o que aprenderam e que possam levar esse conhecimento a quem não teve ainda a oportunidade de conhecer a importância de cuidar do meio ambiente, tais como vizinhos, familiares e/ou colegas. 59


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ntre os fatores que contribuíram para a execução com êxito do projeto, destacam-se: a facilidade de comunicação e disposição das acadêmicas; o apoio dos professores e da gestão da escola; o apoio da orientadora do projeto; o planejamento adequado e o interesse e participação dos alunos. O principal resultado obtido foi

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o conhecimento dos alunos sobre o meio ambiente e a conscientização deles sobre o assunto. Espera-se que, com o trabalho, os alunos possam mudar suas práticas, adotando posturas ambientalmente adequadas, que possam levar tais atitudes para além dos muros da escola, e que a coleta seletiva seja efetivada, uma vez que após realizado noss

trabalho, esperamos que os alunos, a escola e a comunidade deem continuidade ao projeto. Para as acadêmicas, fica o aprendizado. Desta forma, foi um trabalho gratificante e prazeroso trabalhar com algo em que acreditamos tão profundamente, que é levar a consciência ambiental a crianças em processo de aprendizagem.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Extensão Tecnológica

Tratamento de manipueira Captação e distribuição de água Raizeiros do Vale Qualidade do leite Recomposição florística Inclusão digital Quimicart: a arte de ensinar Química Produção de mudas nativas do bioma Cerrado Boas práticas Criando aplicativos para celular Informatização do Departamento de Extensão A prática da consultoria O perfil do egresso Estratificação ambiental participativa Caracterização e capacitação dos produtores de leite cru Utilização de alimentos alternativos Ler em Rede Caracterização e Monitoramento Inclusão digital para jovens carentes Utilização de softwares livres Mapeamento de Resíduos Sólidos Prevalência de toxoplasmose em gestantes Revista de Extensão do IFNMG

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Projeto

Coordenador: Edimilson Alves Barbosa Bolsistas: Alanna Almeida Rocha e Eveline Mendes da Silva Discente: Luana Nunes Leal Campus: Almenara

Tratamento de manipueira

na farinheira comunitária da comunidade quilombola Marobá

Sistema de tratamento da manipueira em funcionamento​

A preocupação com a produtividade, com a geração de emprego e renda, na comunidade Quilombo Marobá, fez com que estudantes do curso superior em Agronomia desenvolvessem um sistema de tratamento para o líquido que é descartado no processamento da farinha.

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Quilombo Marobá é uma comunidade que está localizada no município de Almenara, no Vale do Jequitinhonha, região Nordeste de Minas Gerais. Lá, 27 famílias vivem da agricultura camponesa, desenvolvida de forma bem tradicional. As culturas anuais mais destacadas são o plantio de milho, feijão e mandioca em consórcio. Existe, na comunidade, uma farinheira comunitária, em que os moradores processam a mandioca, produzindo, principalmente, farinha. No entanto, a manipueira, que é um líquido de aspecto leitoso, de cor amarelo-claro, extraído das raízes da mandioca, era descartada sem nenhum processamento, produzin-

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Construção e instalação do sistema de tratamento da manipueira

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Reunião com os moradores da comunidade quilombola Marobá

do mau cheiro e degradando o solo. Por isso, o projeto apresentou, como objetivo, tratar os resíduos oriundos do processamento da mandioca. Para a realização do tratamento da manipueira, foram instaladas dez caixas, com capacidade de 1000 litros. De forma similar ao que é feito com esgoto em lagoas de estabilização, a manipueira percorre o caminho em todas as caixas, sofrendo um processo de purificação, tanto pela ação de microrganismos quanto, principalmente, pela evaporação do ácido cianídrico. Quando a água atinge a última caixa, é usada na irrigação. Além disso, a água residuá-

ria apresenta um efeito fertilizante, sendo rica, principalmente, em macronutrientes. A instalação do sistema de tratamento contou com várias parcerias. Por meio do projeto, desenvolvido pelos alunos e pelo coordenador do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, junto ao Fundo Nacional da Solidariedade (FNS), foi possível realizar a compra dos materiais utilizados; além disso, os responsáveis pelo projeto, em parceria com a Associação Mineira das Escolas Família Agrícola (AMEFA), realizaram reuniões com a comunidade. Junto com os moradores, eles planejaram e desenvolve-

ram atividades durante todo o projeto, que teve início em abril de 2016 e término em novembro de 2016. O projeto teve resultado positivo, pois, com o tratamento da manipueira, os agricultores podem utilizar a água tratada na irrigação, aumentando a produtividade e, consequentemente, os lucros. Também houve uma melhoria nas condições de trabalho, pois o ambiente fica mais limpo e sem mau cheiro. O sistema construído também contribuiu para a diminuição da agressão ao meio ambiente, que era ocasionada pelo descarte incorreto desse líquido.

Reunião com os moradores da comunidade quilombola Marobá Revista de Extensão do IFNMG

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Projeto

Coordenador: Edimilson Alves Barbosa Bolsistas: Luana Nunes Leal e Noel Neres Pereira Campus: Almenara

Captação e distribuição de água na comunidade quilombola Marobá Mutirão para construção da caixa d’água

Para colaborar com a produção da farinheira comunitária na comunidade quilombola Marobá, estudantes ajudaram a solucionar um dos principais problemas da comunidade: o abastecimento de água. Hoje, cerca de 27 famílias contam com um sistema de captação e distribuição de água, instalado em parceria com a Associação Mineira das Escolas Família Agrícola (AMEFA).

A

comunidade quilombola Marobá, localizada na Rodovia MG 638, Km 30, s/n - Zona Rural, Almenara (MG), tem como principal fonte de renda a farinha produzida em uma farinheira comunitária. Um dos principais entraves da comunidade era a dificuldade com o abastecimento de água. Por isso, o projeto desenvolvido teve como objetivo auxiliar a comunidade na instalação de um sistema de captação e distribuição de água para cerca de 27 famílias. Para ampliar a distribuição do recurso hídrico na comunidade, foi instalada uma roda d’água e, posteriormente, foi construída uma caixa, em um ponto mais elevado, para receber e distribuir, por gravidade, a água para as residências, por in-

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Caixa d’água construída.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Reunião com os moradores da comunidade quilombola Marobá

termédio de encanamentos construídos. Todos os materiais usados para a construção do sistema foram adquiridos por meio do Fundo Nacional da Solidariedade (FNS). O processo de construção foi realizado com mutirões de moradores da própria comunidade e o auxílio dos alunos e do coordenador do projeto de extensão do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais/

Campus Almenara, professor Edimilson Alves Barbosa, em parceria com a Associação Mineira das Escolas Família Agrícola (AMEFA), que realizaram reuniões com a comunidade para orientar e organizar as atividades. O presente projeto contribuiu para a melhoria da qualidade de vida das famílias, com a instalação do sistema para distribuição de

água e também fomentou a potencialização dos meios de produção agrícola, utilizados na comunidade, alcançando sucesso, já que todas as residências receberam a água, como planejado. O período de realização teve início em abril de 2016 e término em dezembro do mesmo ano. O sistema de distribuição e captação de água se encontra em pleno funcionamento.

Reunião com os moradores da comunidade quilombola Marobá.

Local para construção da caixa d’água Revista de Extensão do IFNMG

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Coordenador: Joaquim Neto de Souza Santos Campus: Almenara Texto: Bianca Kastembal Ferreira Silva

Feira livre no mercado municipal de Almenara

Projeto

Raizeiros do Vale: um estudo etnobotânico das plantas medicinais comercializadas em feiras livres do baixo Jequitinhonha

Por meio de questionários semiestruturados, foi realizada a descrição do perfil dos raizeiros e da forma de aquisição do conhecimento em torno das plantas medicinais na feira livre de Almenara. A metodologia permitiu a catalogação de 115 espécies de plantas medicinais e o reconhecimento de uma riqueza cultural.

O

Projeto de Extensão Raizeiros do Vale surgiu a partir da observação da atuação dos vendedores de plantas medicinais, popularmente conhecidos como raizeiros, nas feiras livres do baixo Jequitinhonha, Minas Gerais. Grande parte dos raizeiros entrevistados apresentam idade avançada, sendo praticamente os únicos membros da família que desempenham esse ofício. Além da importância biológica, existe um valor intrinsecamente cultural, em virtude desse conhecimento etnobotânico ser repassado através das gerações. No entanto, é notável, nos relatos dos raizeiros, a falta de interesse dos mais jovens em adquirir esse tipo de conhecimento. É um fato preocupante, o que reflete, em parte, a perda da identidade cultural tradicional e de possíveis descobertas de

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Plantas medicinais em exposição para a comercialização

princípios ativos com aplicações na área da saúde. O raizeiro possui um papel de grande relevância no processo saúde-doença, por ser conhecedor dos procedimentos que envolvem as plantas medicinais, desde a sua localização, extração, preparo e uso para o alívio das enfermidades, embora sem comprovação científica. Portanto, registrar os conhecimentos em torno das plantas medicinais comercializadas nas feiras livres e consumidas pela população local, bem como caracterizá-las, reflete na preservação desse personagem cultural e de sua história/experiência de vida. O mercado municipal de Almenara foi o principal alvo das entrevistas, por possuir uma grande diversidade em produtos comercializados e por apresentar muitos raizeiros trabalhando no local. Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Raizeiro comercializando os seus produtos no mercado municipal de Almenara.

Desenvolvimento do trabalho com os raizeiros

P

ara obtenção dos dados, a bolsista de extensão Bianca Kastembal Ferreira Silva, discente do curso superior em Agronomia, sob a coordenação do professor Joaquim Neto de Sousa Santos e auxílio de Raquel Nunes Cardoso, discente do curso superior em Agronomia e de Sumaia da Silva Laurindo, técnica do Laboratório de Química, realizou a aplicação de questionários semiestruturados, com a finalidade de descrever o perfil dos raizeiros e a forma de aquisição do conhecimento em torno das plantas medicinais. Essa metodologia permitiu a catalogação de 115 espécies de plantas medicinais na feira livre de Almenara.

Getúlio Rodrigues de Souza é um raizeiro de 80 anos e que está todos os dias na feira comercializando plantas medicinais Revista de Extensão do IFNMG

Os relatos revelaram o que é demonstrado em diversos estudos: que os raizeiros, detentores do conhecimento sobre as plantas medicinais, são pessoas que possuem idade avançada e que, muitas vezes, não conseguem repassar ou registrar o seu conhecimento. Eles afirmam conviver com as plantas desde a infância, conhecendo-as de forma única e entendendo desde os processos de localização, época do ano, identificação, extração, preparo e indicação medicinal. Para muitos raizeiros, a comercialização das plantas medicinais é a principal fonte de renda, mas já perceberam a redução com relação à procura. Um raizeiro disse o seguinte: “Isso se deve ao fato de que, muitas vezes, a informação da comercialização destas plantas não chega aos consumidores. As plantas medicinais

são sensíveis, necessitam ser extraídas em épocas específicas e preparadas de um modo especial para preservação de suas propriedades”. A riqueza que os raizeiros carregam é incalculável. Além do valor e da importância cultural, eles possuem informações que podem auxiliar os laboratórios especializados, a indústria farmacêutica e a medicina no combate de inúmeras enfermidades. Muitas plantas possuem propriedades comprovadas, mas esses conhecimentos, às vezes, não estão registrados em artigos ou livros especializados, eles são transmitidos verbalmente entre gerações. Os raizeiros podem ser considerados uma enciclopédia viva e, mesmo que muitos possam ver a atuação deles, poucos conseguem compreender e observar a grande fonte de conhecimento ali presente. Baiano, trabalha com plantas medicinais há mais de 45 anos, possuindo mais de 70 espécies de plantas para comercialização

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Coordenador: Gustavo Morgado Bolsistas: Enilson Resende, Luiz Arthur e Rayssa Mendes Campus: Arinos

Fotos: Gustavo Morgado

Visita à fazenda do senhor Manoel dos Santos, Urucuia/MG, com os bolsistas Enilson Resende, Luiz Arthur e Rayssa Mendes e com o orientador Gustavo Morgado.

Projeto

Qualidade do leite: visando à melhoria da qualidade microbiológica do leite dos produtores rurais

O projeto atua na área de melhoria da qualidade do leite cru refrigerado, por meio das análises de microbiologia e físico-química, controle de mastite, refrigeração e armazenamento, com a capacitação dos produtores e a implantação das boas práticas de fabricação para obtenção higiênica do leite. Com o objetivo de proporcio- orientando os produtores rurais projeto “Qualidade do leite: visando à melho- nar aos alunos as experiências a atender os parâmetros estaberia da qualidade micro- necessárias de práticas no campo, lecidos pela Instrução Normativa biológica do leite dos bem como melhorar a qualidade 62/2011. produtores rurais” foi pensado, do leite dos produtores, os quais Hoje, o projeto tem se expandivisando atender às necessidades se encontravam carentes de in- do para outras cidades e, no ano dos produtores rurais da região de formação e capacitação para ob- de 2016, foi realizado na cidade Arinos, localizada na região Noroes- tenção higiênica desse produto, de Urucuia-MG, com a parceria te de Minas Gerais. O projeto atua o cerne desse projeto girou em do Laticínios Buritis, responsável na área de melhoria da qualidade torno de visitas in loco nas pro- pela coleta do leite dos produtodo leite cru refrigerado, por meio priedades rurais, a fim de verifi- res do município. Para o ano de das análises de microbiologia e fí- car a qualidade microbiológica e 2017, com a participação de oito sico-química, controle de mastite, físico-química do leite produzido, bolsistas, o projeto visa atender as refrigeração e armazenamento, com a capacitação dos produtores e a implantação das boas práticas de fabricação para obtenção higiênica do leite. O projeto teve início no ano de 2014, coordenado pelo Visita à fazenda técnico em Alimentos e Laticínios do senhor Leodito, Urucuia/MG, com do Campus, e com a participação os bolsistas Enilson dos alunos do curso Técnico em Resende, Luiz Arthur e Rayssa Mendes e com Agropecuária e, hoje, também é o orientador Gustavo estendido aos alunos do curso de Morgado. Bacharelado em Agronomia.

O

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Laboratório de microbiologia no IFMG Campus Bambuí - Capacitação dos bolsistas Enilson Resende, Luiz Arthur e Rayssa Mendes com o orientador Gustavo Morgado, com análises de microbiologia do leite

cidades de Chapada Gaúcha, Arinos e Uruana de Minas. O projeto, a cada ano, tem sido desenvolvido em uma cidade, na qual são escolhidas as propriedades que vêm apresentando os piores índices de qualidade do leite. Apesar da mudança das cidades atendidas, são realizados contatos com os produtores já atendidos pelo projeto e a prestação de assistência, sempre que solicitado. Durante a realização do projeto, os alunos e o orientador realizam visitas às propriedades, onde são coletadas amostras de leite para análises. Essas amostras são encaminhadas ao laboratório de microbiologia do Campus Arinos, para que sejam submetidas às análises microbiológicas e físicoquímicas do leite. Os resultados obtidos geram um banco de dados, que auxilia na emissão do relatório, para comparação com os padrões estabelecidos pela Instrução Normativa 62/2011. Esses bancos de dados também auxiliam na comparação dos dados obtidos após a aplicação das boas práticas de fabricação, informando os pontos a serem melhorados e os pontos a serem preservados, sendo estes repassados aos produtores nas visitas posteriores e Revista de Extensão do IFNMG

discutidos com toda a equipe da fazenda, com o objetivo de atingir os propósitos do projeto. É importante destacar que, durante as visitas às propriedades, o discente realiza o acompanhamento das ordenhas, observando como são realizados todos os procedimentos, desde a higienização dos equipamentos e utensílios, os cuidados com os animais, o processo de ordenha até o armazenamento do leite, fazendo a identificação dos possíveis pontos de contaminação do leite durante o processo, com anotações e repasse de informações e treinamentos da equipe da fazenda. Com essa atuação do discente, percebe-se, como um dos benefícios do projeto, a possibilidade de proporcionar ao aluno a experiência do trabalho no campo, permitindo vivenciar o dia a dia de uma empresa. Isso permite ao discente identificar suas dificuldades e fraquezas, buscando se capacitar par sua inserção no mercado de trabalho. Além das propriedades rurais atendidas, o projeto tem o compromisso de atender outras propriedades que buscam ajuda na melhoria da qualidade do seu leite produzido, uma vez que a

IN 62/2011 trouxe padrões microbiológicos e físico-químicos mais rígidos a serem atingidos até julho de 2017, dando continuidade ao trabalho já iniciado com a Instrução Normativa 51/2002. Sendo assim, o produtor tem a necessidade de se adequar aos parâmetros estabelecidos. A escolha do projeto “Qualidade do Leite” foi pensada para contribuir com a formação dos discentes, além de oportunizar a troca de experiências com os produtores, buscando contribuir nas atividades realizadas, bem como auxiliar no desenvolvimento dos produtores, por meio do compartilhamento do conhecimento. Com isso, buscamos melhorar as condições da cadeia produtiva do leite, pela qual a indústria recebe um leite de boa qualidade; em troca, o produtor recebe mais pelo leite produzido e comercializado, e o consumidor tem a garantia de consumo de um produto íntegro e de qualidade para a sua saúde. O propósito final do projeto acaba sendo um compromisso social com a comunidade da região atendida pelo Campus Arinos, que visa oferecer gratuitamente o tripé acadêmico e técnico: o ensino, a pesquisa e a extensão. 69


Acadêmicos do Curso de Agronomia do Campus Januária do IFNMG desenvolvem trabalho de Recuperação Florística do cerrado nativo na Comunidade Remanescente Quilombola de Várzea da Cruz, Januária-MG

Projeto

Recomposição Florística da Comunidade Remanescente Quilombola de Várzea da Cruz

Coordenador: Professor Antonio Fabio Silva Santos Bolsista: Antonio Lopes Monteiro Rezende Voluntários: Eduardo Caram Guidi e Luivânia Thamires Leite Holanda Campus: Januária

O objetivo foi transferir tecnologias para produção de mudas nativas, do cerrado local para a Comunidade Remanescente Quilombola de Várzea da Cruz, em Januária-MG, com, aproximadamente, 70 moradores. O processo começou com treinamentos sobre a produção de compostagem, que serviria de base no substrato para produção das mudas.

O

projeto foi coordenado pelo professor mestre, Antonio Fabio Silva Santos, que é engenheiro agrônomo, em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Foi conduzido pelos acadêmicos Antonio Lopes Monteiro Rezende, Eduardo Caram Guid e Luivânia Thamires Leite Holanda, todos do curso de Agronomia do IFNMG/Campus Januária. O objetivo foi transferir tecnologias para produção de mudas nativas, do cerrado local para um começo de recomposição da vegetação nativa, com potencial de exploração extrativista. A Comunidade Remanescente Quilombola de Várzea da Cruz, em Januária-MG, possui, aproximadamente, 70 moradores, cujo suprimento financeiro advém da prestação de serviços na cidade de Januária (devido à proximidade entre o quilombo e a cidade) e/ou de benefícios sociais do Governo Federal. A agricultura de subsistência

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Elaboração de compostagem com resíduos vegetais para produção de mudas nativas do cerrado na Comunidade Remanescente Quilombola de Várzea da Cruz, Januária-MG

é verificada em algumas propriedades. Entretanto, observa-se que, apesar do grande conhecimento do uso de arbóreas nativas para fins medicinais, alimentares e estruturais, os remanescentes quilombolas locais não encontram a mesma fartura de vegetação nativa do cerrado como seus ascendentes. Os próprios moradores estimam que cerca de 80% da vegetação nativa foi retirada para o uso da madeira e posterior plantio de monoculturas de mandioca (Manihot esculenta Crantz) e Feijão de corda (Vigna unguiculata).

Entrevistas foram feitas com os moradores mais antigos da comunidade, com objetivo de saber quais espécies predominavam na região do quilombo, entre as espécies citadas pelos moradores estavam o Barú (Dipteryx alata), Pequi (Caryocar brasiliense), Buriti (Mauritia flexuosa) e Carobinha (Jacaranda puberula Cham). A equipe de desenvolvimento do projeto estimou que cerca de 1000 (mil) mudas de arbóreas nativas seriam necessárias para um começo de recomposição florística da região. Conforme previsto em projeto, não seriam entregues apenas as mudas, mas toda tecnologia de produção das mesmas. O processo começou com treinamentos sobre a produção de compostagem, que serviria de base no substrato para produção das mudas. Devido à alta fertilidade deste composto e as suas possibilidades de produção com reaproveitamento de resíduos vegetais diversos, o mesmo foi recomendado, não só à produção das mudas

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


destinadas ao projeto, como também à produção de hortaliças para complementação alimentar. Em seguida, obteve-se, com apoio do IEF e da comunidade, sementes de algumas das espécies referidas pelos moradores que estavam em época de produção, sendo elas: Barú (Dipteryx alata), Jatobá

do Cerrado (Hymenaea stilbocarpa) e Carobinha (Jacaranda puberula Cham). Para aumentar a diversidade, mudas de árvores típicas que se encontravam na região do quilombo também foram produzidas, como: Gonçalo Alves (Astronium fraxinifolium), Ipê Mirim (Tecoma stans), Angico Branco (Anadenanthera co-

Preparo do substrato no horto do IEF, para a produção de mudas

A

lubrina) e Aroeira (Schinus terebinthifolius). Todas as espécies levadas possuíam potencial extrativista, seja com fins medicinais, alimentares ou de produção de madeira. Grande parte das sementes foram selecionadas e preparadas para plantio no Horto Florestal do IEF, que fica próximo ao local de execução do projeto.

Enchimento dos sacos plásticos com o substrato já pronto

Do conhecimento ao consumo

o longo do desenvolvimento das mudas, reuniões mensais com palestras foram realizadas na comunidade, com o objetivo de mostrar o potencial extrativista de cada uma das espécies que estavam sendo produzidas. O destaque foi para o coco baru, que recentemente tem despontado como uma castanha de grande valor comercial na região, devido ao seu sabor e seus grandes benefícios à saúde. O uso medicinal de algumas espécies também foi destacado, momento em que os antigos

Revista de Extensão do IFNMG

moradores tiveram oportunidade de demonstrar o conhecimento da medicina tradicional. Durante as reuniões, houve grande envolvimento dos beneficiados pelo projeto, que aproveitavam para tirar dúvidas técnicas sobre a produção de compostagem, de mudas nativas e frutíferas, de plantio, manejo e condução destas plantas, além das formas de aproveitamento do seu potencial para um extrativismo sustentável. O encerramento das atividades se deu com o plantio das mudas, utili-

Transporte, entrega na comunidade e plantio de mudas de arbóreas nativas do cerrado em comunidade remanescente quilombola de Várzea da Cruz, Januária-MG

zando-se de técnicas de preparo de covas e adubação por compostagem. Neste momento, todos os atendidos pelo projeto se comprometeram em conduzir as plantas sobre sua responsabilidade, para que as mesmas se desenvolvam e apresentem o potencial de extrativismo. O principal resultado esperado somente será observado a longo prazo, quando as mudas plantadas tiverem se desenvolvido. Para que então os membros da comunidade possam usufruir do seu potencial extrativista.

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Coordenador: Adriano Antunes Prates Bolsista: Douglas de Castro Martins Campus: Januária

Entrega de Certificado

Projeto

Inclusão digital para jovens januarenses em

situação de vulnerabilidade social Mais do que um curso de Informática Básica, o projeto Inclusão digital para jovens januarenses em situação de vulnerabilidade social possibilitou uma experiência que permitiu aos adolescentes visualizarem a abertura de novas oportunidades e iniciativas futuras para suas vidas.

C

om o objetivo de proporcionar, a jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, capacitação e o acesso às principais ferramentas tecnológicas de informação e comunicação (TICs), o IFNMG/Campus Januária promoveu projeto de extensão, em parceria com a Unidade de Acolhimento Institucional da cidade de Januária (UAIJ). A Unidade de Acolhimento Institucional da cidade de Januária (MG), também reconhecida pela população como “Casa de Passagem”, foi criada em 2006. É atualmente mantida com o auxílio financeiro das municipalidades da microrregião

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januarense, por meio do Centro de Referência de Assistência Social (Cras). A Unidade presta relevantes serviços para a comunidade, oferecendo acolhimento e abrigo para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, com vínculos familiares fragilizados, vítimas de violência, negligência ou, ainda, sem moradia adequada. Além do abrigo, essa e outras instituições de acolhimento são de grande importância para a proteção social das pessoas beneficiadas, uma vez que também se empenham em oferecer alimentação, saúde, educação e atendimento psicológico, necessários à formação cidadã do indivíduo.

O projeto de Extensão realizado pelo IFNMG/Campus Januária contribuiu nesse sentido, oferecendo, às crianças e aos adolescentes atendidos pela Unidade da cidade de Januária, treinamento especializado voltado à inclusão digital desses jovens. Durante a execução do projeto, buscou-se que as atividades realizadas não fossem vistas apenas como um curso de informática básica, mas uma experiência que permitisse aos adolescentes visualizarem a abertura de novas oportunidades e iniciativas futuras para suas vidas, contribuindo para o aumento da autoestima, amadurecimento pessoal, socialização e autonomia desses.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Momento de Capacitação dos Alunos

A

capacitação foi realizada em encontros semanais, abordando conteúdos práticos e teóricos sobre as principais ferramentas tecnológicas de informação e comunicação, como funcionamento e operação de computadores, internet, redes sociais e softwares básicos de escritório. O IFNMG ofereceu, durante todo o período da capacitação, o transporte dos alunos, entre a Unidade de Acolhimento e o Laboratório de Informática, situado no campus do Instituto. Ao final do projeto, 19 crianças e adolescentes, de ambos os sexos, recebe-

ram seus certificados de participação no projeto. Segundo Maria Regina Araújo de Souza, tutora que acompanhava os alunos durante as aulas, o projeto foi muito exitoso. Destacou ainda a importância dos conhecimentos básicos em informática e enfatizou que o projeto pode ter aberto, para os jovens, futuras oportunidades de ingresso no mercado de trabalho. Ainda agradeceu ao IFNMG/ Campus Januária, ao coordenador do projeto e, em especial, ao acadêmico do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Douglas de Castro Martins, por todo

o empenho, paciência e dedicação para com os jovens atendidos pelo projeto. Por fim, o coordenador do projeto, professor Adriano Antunes Prates, avalia que o projeto, além de atender às expectativas junto à Instituição parceira, também cumpriu o importante papel de fortalecimento da relação entre o IFNMG/Campus Januária com as demandas da comunidade local, na promoção do desenvolvimento sustentável e na formação dos valores humanísticos dos discentes diretamente envolvidos no projeto.

Alunos atendidos com seus certificados

Revista de Extensão do IFNMG

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Projeto

Coordenadora: Rita de Cássia Moreira Freire Professores colaboradores: Cristiane Gonçalves Rodrigues, Marcelo Moreira Freire, Rosemere Freire Fonseca, Sônia Ribeiro Arrudas Bolsistas: Tainara Gonçalves de Queiroz e Karine Gomes de Oliveira Silva Campus: Januária

Quimicart: a arte de ensinar Química Durante o ano letivo de 2016, foi realizado o “I Quimacart IFNMG/Campus Januária”. O evento é parte de um projeto de Extensão na área de Química. Este é destinado, principalmente, aos alunos do Ensino Integrado, no entanto, envolve toda a comunidade escolar. Foi desenvolvido ao longo do ano letivo e teve como foco uma abordagem lúdica e contextualizada da Química, proporcionando uma maior interação entre a teoria e a prática. O projeto foi desenvolvido e coordenado pela professora de Química, Rita de Cássia Moreira Freire, e contou com a participação de professores colaboradores, alunos bolsistas e voluntários.

O

processo de desenvolvimento do projeto teve, em sua fase inicial, a pesquisa de práticas que pudessem ser executadas de forma segura e que despertassem a curiosidade do público. As fontes para este trabalho foram diversas, e foi realizada uma revisão sistemática, em busca das melhores formas para demonstrar alguns aspectos da Química. Outro enfoque do projeto é a arte, como estratégia de envolvimento e diversão para a aprendizagem. O convite à comunidade escolar foi feito de uma forma inusitada, por meio de uma encenação, em que familiares humildes de uma roça realizavam um experimento de

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química e o relacionavam com o seu cotidiano. A encenação despertou a curiosidade e risos de todos. Na oportunidade, um curta-metragem

foi gravado e compartilhado nas redes sociais e no site do IFNMG, estendendo, assim, o convite à comunidade Januarense.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Um novo jeito de aprender Química

O

objetivo principal do projeto foi romper com as concepções distorcidas em torno dessa ciência, vista como teórica, descontextualizada e memorizável; portanto, temível para muitos. Assim, tais aspectos impactam diretamente no rendimento escolar, tendo, como consequência, uma deficiência na aprendizagem de alguns alunos. Diante deste quadro e com a proposta de melhorar o rendimento dos estudantes dos primeiros anos do ensino integrado do IFNMG/ Campus Januária, tornou-se necessário construir uma nova dinâmica de aprendizagem, que despertasse o interesse de todos e modificasse o desempenho escolar desses. Assim foi pensado o projeto de extensão “Quimicart: a arte de ensinar Química.” Após a aprovação, o grupo se reuniu e começou a elaborar as estratégias para o desenvolvimento. Esperava-se que os alunos se sensibilizassem com essa nova forma de perceber a Química. Os resultados obtidos com essa nova estratégia foram alunos mais interessados, questionadores, com mais habili-

Revista de Extensão do IFNMG

dades para lidar com reagentes e materiais químicos. E ainda, o desempenho em sala de aula e a atenção daqueles que se envolveram foram melhorados significativamente. “Eu gostei. É um jeito de ver como a Química influencia na vida da gente: foi uma nova experiência”, declarou a aluna Ana Beatriz Mota Guedes, do 2º ano do curso integrado Técnico em Meio Ambiente. Tendo em vista que a experimentação desperta o interesse e a curiosidade dos alunos, o projeto deu aos participantes a oportunidade de conhecer e realizar diversas reações químicas, que, ao final do projeto, foram apresentadas ao público. Por se tratar de um projeto de Extensão, alguns alunos não sentiram desejo de participar, assim uma das deficiências que precisa ser sanada nas próximas edições é criar estratégias para envolver o maior número possível de participantes. A culminância do projeto foi um evento que teve início com exposição de trabalhos feitos pelos alunos dos primeiros anos dos cursos integrados de Meio Ambiente, Informática e Agropecuária, seguida de palestras, que tiveram a finalidade de fazer uma abordagem geral sobre a Química nas nossas vidas e os cuidados

que devemos ter com produtos químicos em nossas casas. Dando sequência, foi apresentada a peça “Chuva Ácida na Roça”, de autoria da coordenadora e de suas bolsistas. A encenação abordou um grande problema ambiental: a poluição atmosférica. Para divertir a criançada e o público de um modo geral, nada melhor que duas palhacinhas, Miloca e Popoca, que encantaram todos com experimentos de produção de fogo, produção de gases, e até “pasta de dente de elefante”. Esses e muitos outros experimentos foram apresentados na peça “A Química de Miloca e Popoca”. Quando todos menos esperavam, veio “O Cientista Maluco”, que mostrou, com muitos experimentos, que ele não era maluco, maluco: era quem não gostava de Química. Foram apresentadas danças que mostraram a beleza das cores nas reações químicas, alguns elementos químicos e moléculas por eles formadas e, para finalizar, um grupo com letras embaralhadas formou as palavras: QUÍMICA, ART E QUIMICART. Foi um espetáculo que lotou o anfiteatro do Instituto e agradou, desde o público infantil até o adulto. Cabe ressaltar que o trabalho exigiu a participação efetiva de toda a equipe para a sua realização e sucesso.

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O objetivo é promover a recuperação e a proteção das matas ciliares

Coordenadora: Gracielly Ribeiro de Alcântara Colaboradora: Tattiane Gomes Costa Bolsistas: Graciele Zelma Jansons Voluntários: César Augusto Silva Santos, José Nunes da Rocha Júnior e Victória Viana Silva Campus: Januária Texto: César Augusto Silva Santos

Projeto

Produção de mudas nativas do bioma Cerrado para recuperação e proteção de nascentes e cursos d’água na região de Januária

O projeto teve como objetivo a produção e doação de cerca de 500 mudas nativas de matas ciliares de diversas espécies, como, por exemplo, o Tamburiu, Aroeira, Pau Jaú, entre outras. O projeto visa a recuperação e a proteção das matas ciliares.

F

oi realizado, no IFNMG/Campus Januária, o projeto de Extensão “Produção de mudas nativas do bioma Cerrado para recuperação e proteção de nascentes e cursos d’ água na região de Januária”, pela bolsista Graciele Zelma Jansons, com auxílio dos alunos César Augusto Silva Santos, José Nunes da Rocha Junior e Victória Viana Silva, ambos do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental. O projeto contou com a coordenação das professoras Gracielly Ribeiro de Alcântara e Tattiane Gomes Costa, em parceria com a Cáritas Diocessana de Januária e o IEF de Januária.

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Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Como a cidade de Januária está dentro do bioma Cerrado e com a crescente e constante exploração dos seus recursos vegetais, outro recurso é diretamente afetado: a água. O uso insustentável provoca a diminuição da vazão ou, até mesmo, seca por completo as nascen-

tes e os riachos das comunidades da região. Houve, assim, a necessidade de ações que auxiliassem na conservação e recuperação desse importante bioma, que é o segundo maior do país e que possui enorme contribuição e importância para a biodiversidade no Brasil em

diversos aspectos, como a distribuição hídrica, diversidade vegetal e animal, além dos aspectos econômicos, culturais e, principalmente, sociais, já que muitas populações sobrevivem de seus recursos, como é o caso de muitas comunidades da região.

Todas as mudas produzidas serão doadas para comunidades do município de Januária que estejam sendo assistidas pelas ações solidárias da Cáritas Diocessana

Compromisso com a sustentabilidade

O

projeto teve como objetivo a produção e doação de cerca de 500 mudas nativas de matas ciliares de diversas espécies, como, por exemplo, o Tamburiu, Aroeira, Pau Jaú, entre outras. O objetivo é também promover a recuperação e a proteção das matas ciliares. Por isso, todas as mudas produzidas serão doadas para comunidades do município de Januária que estejam sendo assistidas pelas ações solidárias da Cáritas Diocessana. Como houve atraso na construção e entre-

Revista de Extensão do IFNMG

ga do viveiro, as mudas ainda não foram entregues à comunidade, pois não atingiram a idade de ser transferidas. Porém, quando elas puderem ser transferidas, serão entregues para a comunidade escolhida pela Cáritas Diocessana. O projeto tem o objetivo de continuidade. A professora Gracielly Ribeiro de Alcântara, orientadora do projeto, destacou a importância para a comunidade: “Além de ajudar na recuperação das áreas, visando à permanência das nascentes dos rios, o projeto serve para a comunidade ver a importância da preservação das nascentes”. Já o aluno José Nunes da Rocha Junior, voluntário no

projeto, fez questão de ressaltar o quanto o projeto contribuirá para a população que depende dos recursos do Cerrado. “O projeto soma-se a outras ações que existem e possuem o compromisso de reflorestar áreas degradadas do bioma Cerrado, pois o Cerrado é de suma importância para o meio social, uma vez que a população que mora ali, no entorno do bioma, faz o uso de seus recursos para sua sobrevivência”. Além do caráter ambiental e social, o projeto serviu para aumentar ainda mais a relação entre o IFNMG/ Campus Januária e outras instituições que realizam ações nas comunidades da região. 77


Coordenadora: Eliane Souza Gomes Brito Bolsista: Luana Lara de Aparecida Carneiro Araújo Voluntário: José Wilson Ferreira Bispo Colaboradores: Carlos Henrique Batista e Fernando Mendes Barbosa Campus: Januária

Caixa meliponínea alocada na casa da Senhora Lucilene

Projeto

Boas práticas no manejo e conservação de meliponíneos da comunidade de Olhos D’Água

O projeto teve como propósito implementar meliponários nos quintais produtivos da comunidade de Olhos D’Água, bem como capacitar moradores quanto ao manejo adequado. O resultado contribuiu para desenvolver, economicamente, a região e promover uma consciência mais sustentável.

A

criação de abelhas nativas sem ferrão vem se apresentando, nos últimos anos, como uma importante alternativa econômica para o setor agropecuário, mostrando seu grande potencial para a exploração, principalmente, para agricultores familiares da região do semiárido, caracterizada pela flora ainda diversificada, associada às condições climáticas favoráveis que contribuem para boa produção de mel. O projeto teve como propósito implementar meliponários nos quintais produtivos da comunidade de Olhos D’Água, bem como capacitar moradores quanto ao manejo adequado. Nesse sentido, em conjunto com a comunidade, foram realizadas atividades, como o mapeamento dos ninhos de abelhas nativas nos quintais produtivos da comunidade atendida e análise comportamental da formação desses ninhos das diferentes espécies de abelhas nativas sem ferrão. Foram realizadas também capacitações de confecção de caixas usadas como colmeias racionais, realização de alimentação artificial das melíponas, além de atividades relacionadas à coleta e à divisão de colmeias.

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Captura de enxame

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Desenvolvimento econômico e sustentável

reconhecimento de seu valor econômico e ambiental. Durante as visitas e o acompanhamento dos produtores, algumas percepções foram obtidas, como, por exemplo, a consciência deles no que diz respeito à importância das abelhas, bem como da sua preservação, seja para o intuito da obtenção do mel, seja para a luta contra a extinção das espécies. Outra observação foi o enriquecimento dos quintais com a presença de flora forrageira das abelhas, como oleirícolas, frutíferas, medicinais e aromáticas.

A

atividade extensionista buscou ressaltar a importância da meliponicultura, como atividade econômica complementar e sustentável, para as famílias alocadas nas comunidades do Peruaçu. Este trabalho proporcionou ainda um melhor entendimento dos hábitos de criação e/ou exploração de meliponíneos. Além disso, contribuiu no

Captura de enxame

Oficina de montagem de caixas meliponíneas realizada no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Januária

Missão cumprida O projeto atendeu um número de 20 famílias, composta por agricultores que produzem, em seus quintais, o necessário para sua subsistência e geração de renda. O feedback da comunidade se mostrou muito satisfatório. Temos o exemplo da senhora Lucilene, moradora da comunidade de Araçá, perCapacitação realizada no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Januária

tencente ao Vale do Peruaçu, que relata: “Antes, não conhecíamos a importância das abelhas, tampouco como lidar com elas. Víamos vários ninhos em nossas áreas, porém, não convivíamos de nenhuma forma. Agora, com a realização das oficinas e capacitações, bem como visitas em nossas propriedades, sabemos de todo o trato correto que deve ser realizado, inclusive, já consegui

fazer uma captura de enxame que estava na mata e colocá-la na caixa, no quintal da minha casa”. Nessa perspectiva, o projeto foi de extrema importância, não só por promover geração de renda complementar com seus produtos, mas também por contribuir com a manutenção da natureza, por meio da polinização, trabalho esse importantíssimo para a vida no nosso planeta.


Coordenador: Daniel Cosme Mendonça Maia Bolsistas: Lucas Firmino e Matheus Souza Voluntários: Alex Praxedes, Elvis Oliveira e Marylia Marinho Campus: Pirapora

Bolsista Lucas Firmino participando da entrega da premiação do Tech Oscar 2016 em Itatiba-SP, em dezembro de 2016

Criando aplicativos para celular utilizando a plataforma APP Inventor

Pryscilla Jessica de Oliveira Alves Barros

Projeto

O projeto “Criando aplicativos para celular utilizando a plataforma App Inventor” teve por finalidade promover a inclusão social e tecnológica de jovens, entre 11 e 17 anos, por meio do ensino de ferramentas gratuitas para o desenvolvimento de aplicativos para celular, utilizando um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).

A

s ações do projeto ocorreram, principalmente, entre os meses de abril e dezembro de 2016, período em que um treinamento da plataforma de desenvolvimento de aplicativos para celular App Inventor foi disponibilizado na internet, no endereço eletrônico www.appinventorbrasil.com. br. Além do curso em ambiente virtual, por meio do projeto, foram ministradas palestras, oficinas e minicursos em eventos regionais nas cidades de Pirapora, Januária e Itatiba-SP. Para o coordenador do projeto, professor Daniel Cosme Mendonça Maia, os treinamentos disponibilizados na internet são uma alternativa viável para ampliar as oportunidades educacionais, já que podem ser acessados por diversos públicos, localizados nas mais variadas regiões. O professor Daniel Maia ressaltou ainda que, por meio desse trabalho,

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foi possível estabelecer parcerias importantes, que deram bastante visibilidade e importância ao projeto: “Como apostamos em um portal com conteúdo totalmente inovador e exclusivo, inédito, até aquele momento no Brasil, fomos reconhecidos por instituições de renome nacional, como a Technovation e o Instituto Ayrton Senna, que também promovem ações educativas e de empreendedorismo”. O esforço e a dedicação dos bolsistas, durante o projeto, renderamlhes alguns reconhecimentos. O aluno Lucas Firmino foi convidado para participar do júri de avaliação de aplicativos em uma competição de programação de aplicativos, jogos e animações, para computadores e aparelhos celulares, denominada Tech Oscar 2016, promovida pela Prefeitura de Itatiba-SP e pelo Instituto Ayrton Senna.

A cerimônia de premiação do Tech Oscar 2016 ocorreu no mês de dezembro daquele ano, no Salão Nobre da Universidade de São Paulo, em Itatiba, e teve a presença do bolsista Lucas, como convidado de honra, no momento da entrega dos prêmios. Para o bolsista Lucas Firmino, o projeto ajudou-o a lidar com situações com as quais ele não estava acostumado, como, por exemplo, trabalho em equipe e o ensino. Ele ainda destacou que, a cada curso desenvolvido e ministrado, ele se sentiu mais seguro em relação a sua atuação profissional, já que pretende seguir a carreira acadêmica como professor universitário. O discente assegurou que adquiriu uma nova visão quanto ao empreendedorismo, outra área que pretende seguir, em paralelo com o ensino.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Canal do projeto no Youtube (www.appinventorbrasil.com.br) possui mais de 2600 inscritos.

Educação empreendedora

S

egundo o professor e coordenador do projeto, o resultado expressivo do projeto se deu pelo planejamento sistemático das ações a serem realizadas, bem como pela utilização de ferramentas de gestão que permitiram a toda a equipe obter uma visão compartilhada dos objetivos. Além disso, o professor destacou que os alunos participantes (bolsistas e voluntários) não mediram esforços para fazer as mais diversas tarefas que lhes foram designadas. Os alunos ficaram responsáveis, entre outras coisas, por pesquisar melhores práticas do ensino do raciocínio lógico e da programação de aplicativos; conhecer e aplicar ferramentas e metodologias de planejamento estratégico e de gerenciamento de projetos; estudar e aplicar estratégias

de marketing digital; criar conteúdos educacionais em vídeo e em livros digitais; ministrar palestras, oficinas e minicursos; e, ainda, desenvolver e realizar manutenção do ambiente virtual de aprendizagem. O treinamento disponibilizado pela plataforma virtual do projeto consiste em um curso organizado em uma série de vídeos, estruturados em dez lições, com carga horária total de 20 horas, tempo em que os alunos participantes do treinamento podem interagir entre si pelos grupos de redes sociais (Facebook e Whatsapp) e do próprio ambiente virtual, trocando experiências e conhecimentos. Inicialmente, o público-alvo do projeto foi focado em jovens, entre 11 a 17 anos de idade, pois a plataforma permite, de maneira fácil e divertida, estimular a criatividade e geração de novas ideias, numa faixa etária que adora e faz uso frequente

de tecnologia. No entanto, públicos de variadas faixas etárias e formações estão buscando informações no ambiente, como visto no depoimento de um aluno do treinamento on-line, Rudney Campos: “O App Inventor Brasil me ajudou muito, ampliou minha visão em relação a programação. Faço curso de programação e já estava desistindo, até que encontrei este grupo que me auxiliou e auxilia ainda. Estou em fase final do meu TCC, e a plataforma é o App Inventor e o banco de dados FusionTable. O meu projeto tem sido o mais aguardado, porque, no curso, não aprendemos nem a plataforma nem o banco de dados usado, tudo isso graças ao App Inventor Brasil”. Hoje, o canal do projeto no Youtube (www.appinventorbrasil.com.br) possui mais de 2600 inscritos, disponibilizando exemplos completos para o aprendizado do desenvolvimento de aplicativos para celular.

Revista de Extensão do IFNMG

Marylia Marinho dos Santos

Alunos participando da oficina da plataforma App Inventor no Simpósio de Informática em Januária, em junho de 2016

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Coordenador: Daniel Brito Bulhões Bolsista: Breno Carvalho de Miranda Campus: Pirapora

Projeto

Informatização do Departamento de Extensão do IFNMG/Campus Pirapora O sistema tem como propósito facilitar o processo de controle das atividades de Extensão. O processo de alimentação dos dados no sistema e o seu monitoramento já estão em processo

N

o dia 04 de abril de 2017, foi implantado o sistema IFExtension no Departamento de Extensão do IFNMG/ Campus Pirapora. A implantação do sistema foi acompanhada pelo coordenador de Extensão, professor Alessandro Carneiro Ribeiro, e pela auxiliar administrativa Alessandra Ribeiro Queiroz, que realizaram o primeiro contato com essa nova ferramenta de organização. O Departamento de Extensão é um dos pilares do IFNMG, ficando responsável por fazer a interação, não só dos alunos, mas também da comunidade, por meio dos seus projetos. Além disso, ainda coordena os estágios curriculares, visitas técnicas dos alunos e emissão de alguns certificados. O IFExtension surge como ferramenta para auxiliar nos registros do departamento, promovendo assim um serviço mais ágil e de melhor qualidade para a comunidade escolar. Segundo o coordenador, Alessandro, “o sistema facilitará o processo de controle das atividades de extensão, possibilitando o armazenamento e distribuição das informações, de forma ágil e organizada, a qualquer momento”.

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Já foi iniciado o processo de alimentação dos dados no sistema, bem como o seu monitoramento,

com o objetivo de futuras melhorias, atualizações e implantação em outros campi do IFNMG.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Projeto

A prática da consultoria

no ensino da administração mercadológica

Cinco empresas da cidade de Pirapora e uma de Buritizeiro foram atendidas pelo projeto. Ao final, todas receberam uma via do Plano de Marketing elaborado.

É

indiscutível a forte relação existente entre academia e sociedade. A integração entre Instituição de Ensino Superior e comunidade é de fundamental importância para que o acadêmico saia preparado para o mercado de trabalho. Dessa maneira, o objetivo do projeto foi possibilitar a vivência dos acadêmicos do curso superior em Administração, junto às empresas da cidade de Pirapora-MG e região, possibilitando momentos em que a teoria fosse colocada em prática por meio da realização de consultorias. Um consultor é aquele que, por possuir uma visão externa da organização, é capaz de propor mudanças que aqueles que vivenciam o dia a dia organizacional não são capazes de perceber. Desenvolver habilidades de consultoria torna o profissional mais crítico no processo do diagnóstico ambiental. Por ser um serviço de acompanhamento, o consultor tem por função recomendar e, eventualmente, auxiliar na implementação de soluções. Revista de Extensão do IFNMG

Visitas a empresários

D

urante os meses de maio a julho de 2016, os acadêmicos do curso de bacharelado em Administração entrevistaram diversos empresários, com a finalidade de desenvolver habilidades e competências voltadas para o fazer administrativo. Ao todo, foram entrevistados seis gestores. Um check-list foi elaborado, junto com os professores, a fim de garantir uma quantidade mínima de informações. Os dados para a realização do diagnóstico empresarial foram coletados por meio de visitas in loco, momento no qual foram discutidas com

Coordenadora: Juliara Lopes da Fonseca Professor participante: Daniel Rocha Silva Acadêmicos: Ana Amélia da Costa Silva; Angela Aparecida Monteiro Camargo; Aurelio Miguel Rodrigues Cota; Bianca Rodrigues de Oliveira; Camila Emanuely de Souza; Camila Soares da Silva; Carlos Roberto Ribeiro da Silva; Caroline Rodrigues Leite; Christiane Pereira de Jesus; Claudio Marcelo Siega da Silva; Cyntia Aparecida da Silva Oliveira; Daniel Luiz de Carvalho; David Pinheiro Ramos; Dayane Cristina Rodrigues Martins; Débora Barbosa da Silva; Eliasibe Freire da Silva; Geisa Bispo Leite dos Santos; Gilcier Conceição dos Reis; Glenison Barbosa Nascimento; Iris de Jesus Barbosa; Jordana Kelly de Brito Caldeira; Jose Carlos Ferreira da Silva; Joyce Soares dos Santos; Juan Lucas Paixao Paulino; Juliana Assis Rocha de Moura; Juliana Teresa de Melo Noberto Santos; Lucas Neres dos Santos; Marcos Flavio de Souza Sampaio Junior; Patricia Lorena Morais de Souza; Patricia Mesquita Ferreira; Rafael Ferreira da Costa; Rozani Gomes Tavares Manoel; Sâmela Thais Moreira dos Santos Campus: Pirapora

os empresários, as principais necessidades das empresas. Sob a orientação e supervisão dos professores, os acadêmicos elaboraram o diagnóstico empresarial e propuseram ações por meio do plano de marketing, observando os seguintes passos: - análise do ambiente organizacional, para a tomada de decisões sob condições de incerteza; - elaboração de diagnóstico empresarial; - determinação da matriz SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças); - elaboração do plano de marketing; - trabalho junto com o Núcleo de Práticas Gerenciais, para atendimento ao pequeno empresário. Esta ação se tornou relevante, à medida que proporcionou aos acadêmicos envolvidos o desenvolvimento de habilidades para o diagnóstico e prognóstico empresarial. Cinco empresas da cidade de Pirapora e uma de Buritizeiro foram atendidas pelos acadêmicos e, ao final do projeto, receberam uma via do Plano de Marketing. 83


Projeto

O perfil do egresso

como fonte de informação para melhoria da qualidade do curso superior de Administração do IFNMG/Campus Pirapora

Coordenadora: Juliara Lopes da Fonseca Bolsista: Diane dos Santos Mota Participantes: Driely Pereira de Queiroz dos Santos, Matheus Barbosa Nobre e Pablyne Rodrigues Ferreira Campus: Pirapora

Palestra “Desafios do Mercado de Trabalho”, ministrada pelo professor Daniel Maia durante o encontro

O encontro promoveu um momento de discussão sobre a inserção no mercado de trabalho e a avaliação do curso de Administração e do IFNMG.

N

o dia 08 de julho de 2016, no IFNMG/Campus Pirapora, foi realizado o I Encontro de Egressos do Curso Superior de Bacharelado em Administração. O encontro foi promovido pela equipe do projeto de extensão intitulado “O perfil do egresso como fonte de informação para melhoria da qualidade do curso superior de Administração do IFNMG/Campus Pirapora”, em parceria com a coordenação do curso e Setor de Apoio Pedagógico. O evento teve como objetivo aproximar os egressos do Roda de discussão e avaliação do curso bacharelado em Administração

ano de 2016 e ex-alunos do curso. É indiscutível a forte relação existente entre universidade e sociedade. A integração universidade e mercado de trabalho é fundamental. Nessa interação, destaca-se o egresso – aquele que efetivamente concluiu os estudos, recebeu o diploma e está apto a ingressar no mercado de trabalho – como fator de destaque e fonte de informação à Instituição de Ensino Superior (IES) que o formou. O encontro promoveu um momento de discussão sobre a inserção no mercado de trabalho e a

avaliação do curso e da instituição. Ao final do evento, os presentes foram convidados a responder a um questionário, avaliando o curso em três dimensões: perfil dos egressos, percepção em relação ao conselho de classe, percepção em relação à formação obtida e percepção em relação à profissão do administrador. Os dados obtidos compõem um banco de dados que permitirá o estabelecimento de práticas de acompanhamento e relacionamento com os egressos do curso superior em Administração.


Ivan Almeida

Coordenador: Lucas Ferrari Participantes: Fabrícia Pereira, Tiago Oliveira, João Batista e Lucas Sampaio Voluntários: Maíra Rezende, Ivan Almeida e Ana Carolina Carvalho Campus: Teófilo Otoni

Projeto

Estratificação Ambiental Participativa

Caminhada Transversal pela comunidade, durante o Curso de Mapeamento Ambiental Participativo

no Quilombo Córrego Santa Cruz, Ouro Verde de Minas - MG

O objetivo principal é resgatar e sistematizar o conhecimento local sobre solos e ambientes na comunidade em questão

O

IFNMG/Campus Teófilo Otoni realizou um curso de extensão intitulado “Mapeamento Ambiental Participativo”, na Comunidade Quilombola de Santa Cruz, em Ouro Verde de Minas, no Vale do Mucuri,

Módulo I - Mapeamento preliminar e identificação dos diferentes ambientes existentes na comunidade, de acordo

Módulo II - Espacialização das unidades ambientais identificadas, de acordo com a percepção local, utilizando imaRevista de Extensão do IFNMG

Nordeste de Minas Gerais, a 60 km de Teófilo Otoni. O primeiro módulo do curso foi realizado nos dias 20 e 21 de agosto de 2016 e o segundo aconteceu no dia 12 de fevereiro de 2017, perfazendo uma carga horária total de 24 horas. Ao total, foram

24 participantes, entre homens e mulheres, estudantes e agricultores(as), em sua maioria jovens. As atividades realizadas durante o curso foram as seguintes, respectivamente, em cada módulo:

com a percepção local, utilizando desenho livre sobre cartaz; - Realização de uma caminhada transversal, para o reconhecimento dos ambientes identificados e;

- Abertura e descrição de perfis de solos representativos de cada ambiente identificado, com coleta de amostras de solo para análises físicas e químicas.

gem georreferenciada impressa, de alta definição; - Classificação e caracterização das unidades ambientais mapeadas,

com ênfase nas características dos solos, de acordo com a percepção local e; - Avaliação. 85


O

curso fez parte do Projeto de Extensão intitulado “Estratificação Ambiental Participativa”, coordenado pelo Professor Lucas Ferrari, articulado com sua pesquisa de doutorado, ainda em andamento, pelo Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas, da Universidade Federal de Viçosa, cujo objetivo principal é resgatar e sistematizar o conhecimento local sobre solos e ambientes na comunidade em questão. Para tal, estão sendo usadas metodologias participativas, que possibilitam o protagonismo dos quilombolas na construção do conhecimento, tais como caminhadas transversais e oficinas de mapeamento participativo. Esse tipo de trabalho é importante, pois valoriza o conhecimento não acadêmico desenvolvido, acumulado e repassado através das gerações por populações tradicionais, como indígenas, camponeses, quilombolas, como no caso em questão, entre outras. O conhecimento local de solos, ou o conhecimento etnopedológico, têm muito a contribuir para a comunidade científica, especialmente no mapeamento de solos em nível de comunidade, já que o mapeamento de solos

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Ana Carolina Carvalho

Elaboração do Mapa de Recursos Naturais, durante o Curso de Mapeamento Ambiental Participativo

convencional, baseado no conhecimento acadêmico, tem limitações de discernir classes de solo em grandes escalas, e se adaptar às peculiaridades locais. Comparar sistemas locais e acadêmicos de classificação de solos e ambientes é um grande desafio, tendo em vista que o conhecimento local, ao contrário do conhecimento acadêmico, é muito fragmentado e holístico por natureza. Por exemplo, para os quilombolas de Santa Cruz, as classes de solo estão intimamente relacionadas ao uso e manejo do solo, pois, afinal, seu conhecimento etnopedológico é construído com base na aptidão agrícola das terras. Ao mesmo tempo, o resgate do conhecimento etnopedológico é importante para a comunidade, que aprende a valorizar a própria cultu-

ra e, ainda mais com a participação dos(as) jovens nas atividades do curso, em interação com os(as) mais velhos(as) e mais experientes, no trato diário com a terra, que aprendem um com o outro num processo de construção coletiva do conhecimento. Além do professor Lucas Ferrari, outros professores do IFNMG/Campus Teófilo Otoni participaram da realização do curso de Mapeamento Ambiental Participativo, tais como a professora Maíra Rezende e o professor Ivan Almeida, além da professora Ana Carolina Carvalho, da Rede Doctum de Ensino. Os estudantes do IFNMG envolvidos foram Fabrícia Pereira, Tiago Oliveira, João Batista e Lucas Sampaio, do curso Técnico em Meio Ambiente Concomitante/Subsequente.

Participação dos moradores na descrição e classificação de perfis e coleta de amostras de solo. Em destaque, um morador (quilombola), o proprietário do terreno, identifica as diferentes camadas do solo, com Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais as respectivas profundidades


Coordenador: Thiago Moreira dos Santos Bolsista: Ana Clara Orneles Luiz Colaboradores: Gustavo Almeida Mendes, Romário Alves Rodrigues e Thayná Thamires Freire Voluntários: Tatiane Marques Santos e Luiza Rodrigues dos Santos Campus: Salinas

Dia do treinamento na propriedade Boqueirão

Projeto

Romário Alves Rodrigues

Caracterização e capacitação dos produtores de leite cru que realizam venda informal na cidade de Salinas-MG O projeto foi idealizado a partir do desejo de conhecer melhor a qualidade do leite cru comercializado informalmente na cidade de Salinas-MG

Revista de Extensão do IFNMG

A riqueza nutricional do leite é incontestável, pois, na sua constituição, existem substâncias, como vitaminas, proteínas, sais, enzimas, que ajudam no crescimento humano. Devido ao fato de ser um alimento tão completo, torna-se também uma ótima fonte de nutrientes para crescimento de microrganismos.

Ana Clara Orneles Luiz

A

prática de comercializar o leite cru ainda é muito comum em nosso país, apesar de ilegal, devido aos riscos sanitários, por conta de vários patógenos que podem estar presentes no leite. Sabendo dessa prática, a equipe do Campus Salinas procurou o apoio da Cooperativa dos Produtores Rurais de Salinas (Coopersa), no intuito de facilitar o contato com os produtores e dar subsídios para futuras estratégias dentro da própria Cooperativa. Por fim, ao conhecer essa qualidade, pôde-se propor treinamento especializado para esses produtores melhorarem a obtenção higiênica na fazenda. O leite é um alimento muito consumido pelos brasileiros, e sua produção fornece milhares de empregos, diretos e indiretos, nas zonas rurais e urbanas. Por ser um alimento tão consumido e muito perecível, é necessário que esse produto chegue à casa dos brasileiros, com boa qualidade, promovendo saúde ao consumidor.

Dessa maneira, para que o leite seja um alimento que promova saúde ao ser humano, é necessário que os processos de obtenção, armazenamento e transporte obedeçam à legislação vigente. Como parâmetros legais básicos, podemos citar a Instrução Normativa (I.N.) 51/2002, atualizada pela I.N. 62/2011. Análise microbiológica teste confirmativo de coliformes termotolerantes. Na foto observam-se tubos de caldo EC da esquerda para direita os mesmos estão na seguinte diluição 100,10-1,10-2,10-3, sendo que o único tubo que não está positivo é o 10-3, pois, não apresenta formação de gás ou efervescência, ou seja, os outros três tubos cresceram microrganismos

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Percurso do projeto

A

metodologia do projeto iniciou com a escolha de alguns produtores de leite, cooperados da Coopersa que, por questões mercadológicas diversas, comercializam parte do leite cru produzido, que deveria ser entregue à cooperativa, diretamente em pontos varejistas. Depois foram feitas visitas in loco às fazendas, onde os produtores assinaram o termo de ciência do projeto e responderam a um questionário com perguntas direcionadas a diagnosticar as práticas de obtenção higiênica do leite na propriedade.

Após essa primeira etapa, foram coletadas amostras de leite, desses mesmos produtores, no local de venda direta para o consumidor, para, em seguida, realizar as análises laboratoriais no IFNMG/Campus Salinas. Foram realizadas análises para verificar a qualidade físico-química (acidez titulável, temperatura, crioscopia, densidade, gordura e o teste da redutase) e microbiológicas do leite (contagem padrão em placas), conforme metodologia oficial do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Após esse período de análises, os resultados foram interpretados e correlacionados com o

questionário, diagnosticando-se, assim, a qualidade final do produto. Foram evidenciadas falhas básicas, de caráter higiênico-sanitária, em todo o processo de obtenção, armazenamento e transporte do leite. Processos simples, como, por exemplo, o “teste da caneca de fundo preto”, que é fundamental para identificar mastite clínica, era negligenciado ou não realizado. Em seguida, cada produtor obteve um treinamento específico, dividido em duas etapas. A primeira abordou comportamento animal, a higiene pessoal e ambiental; já a segunda etapa abrangeu a qualidade do leite e a saúde do consumidor final.

Ana Clara Orneles Luiz

Análises físico-química, teste de crioscopia

P

Ensino personalizado

ara realizar o treinamento, os alunos criaram um kit, que permaneceu na fazenda, para acesso rápido e constante dos ordenhadores. Esse kit possui dois manuais, um com todas as informações detalhadas e outro com tópicos e imagens que foram utilizados para ensinar os ordenhadores como se deve realizar o processo de ordenha e cuidados com os animais. Devido ao fato do treinamento ser realizado individualmente, em cada propriedade rural, os ordenhadores possuíam mais liberdade para sanar dúvidas. Estas, em sua grande maioria, estavam relaciona-

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das à saúde dos animais, existindo também algumas dúvidas sobre o processo de ordenha, no sentido de evitar contaminações no leite. O ordenhador Wilsom Pereira Gomes, que trabalha em uma das fazendas assistidas pelo projeto, diz que gostou muito do treinamento e achou ótima a escolha do manual com as imagens, porque é bastante tranquilo de entender (as imagens são autoexplicativas). “Mesmo trabalhando há muito tempo em fazendas de leite, sempre é possível melhorar a produção e qualidade do leite, assim, essa parceria com o Instituto é muito importante”, enfatizou. Por fim, além de cumprir a função social com a comunidade onde o Instituto está inserido, o projeto alerta toda a população sobre os

riscos relacionados ao consumo de um produto fora das especificações da legislação. “Nem todo produto ‘artesanal’ ou ‘da roça’ será, necessariamente, de melhor qualidade, principalmente se não são seguidas orientações básicas da legislação e acompanhamento profissional, seja dos órgãos públicos como EMATER e IMA ou privados”, observa o professor e coordenador do projeto, Thiago Moreira dos Santos. Além disso, o professor cita, como fatores críticos do processo, o hábito cultural, que fomenta o comércio ilegal e, principalmente, a inoperância ou ingerência política do poder público, que coloca em risco a saúde pública, ao não tomar medidas eficazes e eficientes para evitar prejuízos à sua população.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: Fernando Matos Pereira Bolsista: Fernanda Cristine Figueiredo Fernandes Colaboradores: Júlia Corrêa Matias Pereira e Dênis Nunes de Andrade Voluntários: Elvis Tadyello Marques Ribeiro; Ícaro Daniel Alves dos Santos Souza; Felipe Matheus Ferreira Chagas Autora do texto: Júlia Corrêa Matias Pereira Campus: Salinas

Animais no curral em uma das fazendas onde o trabalho foi executado

Projeto

Utilização de alimentos alternativos na nutrição do rebanho leiteiro de produtores rurais associados à Coopersa

Este trabalho foi desenvolvido por acadêmicos do IFNMG/Campus Salinas, do curso de Medicina Veterinária, em contrapartida com a microrregião da cidade de Salinas, ao envolver produtores contactados com a Coopersa (Cooperativa dos Produtores Rurais de Salinas).

A

concepção do projeto, de utilizar alimentos alternativos para animais do rebanho leiteiro de produtores rurais de Salinas, teve como intuito orientar o produtor sobre a importância do aproveitamento de insumos, por meio de uma assistência técnica para o uso correto, bem como, melhorar e aumentar a rentabilidade e a produtividade da fazenda. Por meio de amostragem aleatória, foram selecionadas seis fazendas ao total. Mediante aceitação do produtor, foi aplicado um Termo de Compromisso, constando autorização e participação concedida aos alunos para adentrar à fazenda e colher informações. Foi aplicado um questionário, que nos mostrou maior visibilidade sobre o perfil nutricional dos animais leiteiros de cada fazenda. O questionário contava com informações sobre: área da propriedade, quais insumos eram produzidos na fazenda, se o proprietário notava

Revista de Extensão do IFNMG

Animais se alimentando nos cochos com silagem de milho e concentrado, após a realização de ordenha. O interessante é sempre fornecer a alimentação em conjunto para os animais, para que evite o estresse daqueles que ainda não foram ordenhados

a deficiência nutricional do rebanho ao influenciar diretamente na produção leiteira, se havia acompanhamento zootécnico e veterinário, se há um balanceamento de ração e, principalmente, se é estimado um período de adaptação aos animais iniciantes de uma nova dieta. Após o levantamento de dados, foram criados folders para cada produtor, com propostas de dietas para que cobrissem a deficiência nutricional do gado e, prioritariamente, melhorassem a dieta em si, por meio de uma alimentação alternativa, baseada em insumos diretamente advindos da propriedade, que não estivessem em uso ou que fossem descartados sem critério algum. Procurando obter um melhor aproveitamento de uma alimentação que minimizasse os custos do produtor, e maximizasse a produção e a lucratividade, o trabalho teve enfoque em um dos produtos alternativos mais comumente encontrados na região de Salinas: a mandioca. 89


Fotos: Fernanda Cristine Figueiredo Fernandes

Área atualmente disponibilizada para plantação de insumos para os animais, sendo dividida em piquetes rotacionados, com irrigação feita por meio de pivôs

Benefícios nutricionais e rentáveis

A

mandioca na alimentação animal vem sendo corriqueiramente utilizada, pois possui propriedades importantes, devido ao seu alto teor energético, substituindo, em até 100%, concentrados como o milho e a soja. É um alimento rico em carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais e possui capacidade de adaptação em diversos ambientes, mesmo de baixa fertilidade e tolerantes à seca. O manejo e o preparo da mandioca são feitos sob forma de raiz, sendo uma maneira mais econômica e utilizada como oferta de alimentação para o gado, obtendo bastante aceitação pelo mesmo. Ainda que a mandioca seja manejada apenas na forma da raiz, pode-se obter aproveitamento deste insumo por sua parte aérea, formada

Animais em sistema semi-intensivo que fizeram parte do projeto. O sombreamento é sempre importante para minimizar o estresse e demais fatores90 que afetam os animais de produção

por hastes principais, galhos e folhas, contendo alto teor de proteína e aminoácidos essenciais, sendo ricos em vitaminas do complexo A, B e C e em minerais como cálcio, fósforo e ferro. A mandioca tende a oferecer grandes benefícios ao produtor que queira trabalhar com este insumo, pois, desde que seja manejada da forma correta, levando-se em consideração o custo-benefício do produtor e a relevância e adversidades da cultura (toxicidade), a suplementação da mandioca tende a aumentar o potencial nutritivo do rebanho e, com isso, alavancar a produção. Dentre as propriedades que participaram do projeto, três produtores rurais disseram não precisarem de alimentos alternativos em sua fazenda, visto que produziam a alimentação do gado por meio de uma fábrica de rações contida na propriedade. Um dos produtores rurais dispunha de alimentos alternativos na propriedade, porém não quis imple-

mentá-los em sua fazenda por achar desnecessário, e por ter alimentação suficiente para o gado, não precisando de utilizar insumos alternativos, além de ter acompanhamento zootécnico. Outros dois produtores tinham alimentos alternativos na fazenda, relataram a deficiência na alimentação do gado, porém não sabiam como introduzir esta alimentação para o gado. Com tudo isso, este trabalho além de contribuir com a participação do IFNMG/Campus Salinas em parceria com produtores locais, tornou possível a disseminação de informação e conhecimento sobre alimentos alternativos que podem ser utilizados na alimentação do rebanho, que, muitas vezes, são descartados e desperdiçados, mas servem de recurso à necessidade dietética dos animais, ao diminuirem o custo com a dieta e aumentarem a rentabilidade e a produção da atividade leiteira na região.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Josué Batista Antunes

Coordenadora: Daiane Silva de Andrade Participantes: Dirlene Aparecida Almeida e Silva e Felipe Túlio de Castro Bolsistas: Altamiro Rodrigues de Almeida Junior, Gustavo Gonçalves Ribeiro e Manoel José da Silva Neto Discentes Voluntários: Artur Souza Luzzi e Guilherme Campos Ribeiro Campus: Araçuaí

Adolescente participante do projeto, em momento de atividade (Laboratório de Informática)

Projeto

Ler em Rede:

práticas de informática, leitura e produção textual

O

Vale do Jequitinhonha, não obstante sua potencialidade econômica, é uma região marcada, historicamente, pela pobreza e, ao longo das últimas décadas, vem buscando ultrapassar seus estigmas de “Vale da Pobreza” e “Vale da Miséria” pela valorização de suas identidades, principalmente, culturais. Nesse contexto de antagonismos gerados por grandes desigualdades sociais, surge a necessidade de o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG/Campus Araçuaí inserir-se nessa pluralidade de elementos e demandas que a região oferece. Para tanto, os projetos de extensão viabilizam a inter-relação entre o ambiente educacional e a comunidade. Diante da importância desRevista de Extensão do IFNMG

Daiane Andrade

O projeto objetivou proporcionar aos adolescentes, em vulnerabilidade econômica e social, atendidos pela AIPA, um curso de noções básicas de informática e leitura/produção/editoração de textos, como oportunidade de adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades que os auxiliem na preparação para o mercado de trabalho e para o desenvolvimento pessoal, tendo em vista a inclusão social.

Discentes extensionistas: Gustavo Gonçalves Ribeiro, Guilherme Campos Ribeiro, Altamiro Rodrigues de Almeida Junior e Artur Souza Luzzi

se processo de interação proporcionado pelos projetos de extensão, surgiu a necessidade de criar, respondendo a uma demanda apresentada pela Associação Intermunicipal de Proteção ao Adolescente (AIPA), um projeto que acoplasse a carência profissional, de integração social e de leitura/escrita dos adolescentes atendidos pela associação,

à necessidade de aproximar os docentes e discentes à comunidade. Algumas instituições estão próximas aos nossos alunos e a toda comunidade, mas não é destinado o tempo necessário para observar a rotina e complexidade delas. É o caso da AIPA em Araçuaí. Trata-se de uma instituição beneficente de assistência social, que oferece acolhimento provisório para adolescentes afastados do convívio familiar, de medida protetiva, de abrigo, em função do abandono ou cujas famílias ou responsáveis se encontrem temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidados e proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio com a família de origem ou, na sua impossibilidade, o encaminhamento a uma família substituta.

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Daiane Andrade

Adolescentes participantes do projeto- Litoteca – IFNMG/ Campus Araçuaí

A rede tomou forma

C

ientes do desafio traçado, desde o primeiro momento, no qual a psicóloga e a assistente social da AIPA pediram a colaboração do IFNMG/Campus Araçuaí e explicaram as muitas demandas da associação, o projeto objetivou proporcionar, aos adolescentes em vulnerabilidade econômica e social atendidos pela AIPA, um curso de noções básicas de informática e leitura/produção/editoração de textos, como oportunidade de adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades, que os auxiliem na preparação para o mercado de trabalho e para seu desenvolvimento pessoal, tendo em vista sua inclusão social. Após o período de produção do material e integração da equipe responsável pelo projeto, era o momento de conhecer aqueles para os quais tudo foi planejado. Semanalmente, eles passaram a chegar eufóricos, por meio do transporte fornecido

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Adolescente participante do projeto em visita à Litoteca

pela Prefeitura Municipal de Araçuaí, ao laboratório de informática do campus. Por um lado, os discentes envolvidos no projeto estavam ávidos para aplicar seus conhecimentos e tudo

que fora preparado; por outro, os adolescentes da AIPA não tinham muito contato com computadores e, muitas vezes, a vulnerabilidade social gerou uma relação conflituosa com o sistema educacional. Sendo assim, chegando ao laboratório, desejavam apenas adentrar o terreno do lúdico fornecido pela internet: jogos, redes sociais e pesquisas sobre a vida de seus ídolos musicais e futebolísticos. Enredados por essa dicotomia, logo a equipe percebeu que, embora a metodologia planejada inicialmente ditava que a capacitação deveria abranger os conhecimentos básicos sobre computadores (hardware e software, sistemas operacionais, pacote de aplicativos de escritório, Libre Office Writer, Calc e Impress e internet), relacionados a atividades que desenvolvessem nos adolescentes habilidades de comunicação, leitura, pesquisa e produção textual, era necessário, antes de tudo, conquistar a confiança e fazer com que a troca de ideias fosse mais fluida entre todos.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


A

lém desse desafio comunicacional, no desenvolvimento dos encontros, as atividades precisaram ser readequadas e o planejamento dos materiais e atividades refeito, uma vez que alguns dos adolescentes já tinham algum contato com a informática, outros nenhum; uns já estavam no ensino médio e outros ainda tropeçavam no letramento. Isso fez com que cada atividade, cada texto escolhido, todos os processos avaliativos fossem concebidos, observando essas tantas peculiaridades. Esse aspecto foi ressaltado pelo discente voluntário Gustavo Gonçalves Ribeiro, na época, aluno do segundo ano do Curso Técnico em Informática, integrado, do IFNMG/Campus Araçuaí: “Com certeza, foi uma ótima experiência para mim, apesar das dificuldades de comunicação, nós conseguimos fazer um bom trabalho. A nossa interação com os garotos foi algo totalmente novo, eles vivem uma realidade bem diferente da minha, passaram por diversas coisas que eu não passei. Poder me relacionar com eles e até me tornar amigo de alguns foi incrível e algo que eu nunca vou me esquecer”. Revista de Extensão do IFNMG

Indiscutivelmente, a participação ativa dos discentes extensionistas foi de suma importância. Apesar das distintas experiências de vida, todos ali eram adolescentes e essa confluência foi crucial para a parceria que nasceu entre eles. Cada um, a seu modo, estava em busca da superação pessoal. É o caso do discente voluntário Artur Souza Luzzi, também aluno do segundo ano do Curso Técnico em Informática, integrado, do IFNMG/ Campus Araçuaí. Conhecido por sua timidez, foi uma surpresa para todos quando ele se propôs tornar-se voluntário: “Decidi ser voluntário no projeto após ver os meus colegas ensinando sobre hardware, o que me deixou inquieto, pois gosto muito de informática. Durante o projeto, tive a oportunidade de conhecer outras pessoas e aprender mais, junto de meus colegas. Além disso, por meio das práticas do projeto, pude me tornar menos introvertido, permitindo-me conversar mais naturalmente com meus colegas”. Para ampliar essa aproximação entre os envolvidos e fazer com que os adolescentes moradores da AIPA também se sentissem partícipes da comunidade escolar e vislumbrassem

Josué Batista Antunes

Discente bolsista Gustavo Gonçalves Ribeiro prestando orientação individual (Laboratório de Informática)

o IFNMG como espaço que também pode fazer parte da realidade deles, o projeto se ampliou e, além das aulas de informática, leitura e produção textual, foram realizadas algumas visitas, com aulas práticas, aos laboratórios de Química, Enfermagem, Litoteca e Núcleo de Produção Agrícola do IFNMG/ Campus Araçuaí. Na ocasião, foram apresentados os cursos do Campus Araçuaí e salientado o tripé da instituição: ensino, pesquisa e extensão. Para Djeanine Lemes Silva, psicóloga da AIPA, “o projeto de extensão foi de fundamental importância para trabalhar a autonomia, socialização, acesso ao ambiente acadêmico (sentimento de poder estar e pertencer àquele local), a convivência com outras pessoas e histórias, bem como a oportunidade de aprender, não só a informática, como também as demais disciplinas”. Embora, como é típico do universo cibernético, a rede tenha uma pluralidade de componentes, as conexões feitas levam, de forma incessante, a outras histórias. Foi exatamente isso que a avaliação no final do projeto indicou: muitas histórias interligadas, em busca do crescimento, não só do conhecimento, mas sobremaneira humano. 93


Coordenador: Professor Irã Pinheiro Neiva Bolsistas: Ana Caroline e Paulo Henrique (Técnicos em Meio Ambiente); Jeanne Vieira Soares (Tecnologia em Gestão Ambiental) Parceiro: Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD) Campus: Araçuaí

Atividade na Comunidade da Lapinha (Chapada do Lagoão) com Sr. Eudes e seu filho em plena atividade na lavoura de milho e de banana, acompanhado do bolsista Paulo Henrique

Projeto

Caracterização e Monitoramento de Unidades Produtivas Familiares no Município de Araçuaí-MG

O trabalho consistiu em monitorar treze localidades, nas comunidades de Vargem de João Alves, São João do Setúbal, Palmital e Lapinha (região da Chapada do Lagoão), no município de Araçuaí. O objetivo principal foi realizar a caracterização e monitoramento das unidades produtivas, denominadas Quintas Maravilha e Agroflorestas, para entender as limitações locais e os potenciais para melhorar o sistema.

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projeto intitulado “Caracterização e Monitoramento de Unidades Produtivas Familiares no Município de Araçuaí-MG” iniciou suas atividades em março de 2016, tendo o Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), por meio dos técnicos Regina Poluceno e Carlos André G. Pereira, como parceiro. O objetivo principal foi realizar a caracterização e monitoramento das unidades produtivas, denominadas Quintas Maravilha e Agroflorestas, para entender as limitações locais e os potenciais para melhorar o sistema. O trabalho consistiu em monitorar treze localidades, nas comunidades de Vargem de João Alves, São João do Setúbal, Palmital e Lapinha (região da Chapada do Lagoão), no município de Araçuaí.

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Equipe do projeto (Regina, Jeanne e Ana Caroline) na propriedade da Srª. Lourdes Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Os bolsistas realizaram a aplicação de questionário, in loco, na etapa inicial, e, em seguida, procederam a elaboração de um relatório com possíveis intervenções. Tal relatório foi apresentado aos agricultores familiares, em outro momento, buscando alternativas

para atenuar as maiores dificuldades enfrentadas, como a questão do acesso à água para consumo e produção, a falta de assistência técnica e, também, um melhor planejamento para a comercialização da produção agrícola.

O projeto atingiu, com êxito, resultados preliminares promissores, possibilitando o desenvolvimento de outras ações, visando proporcionar uma assistência técnica mais presente aos agricultores e uma vivência prática fundamental na formação dos alunos.

Equipe do projeto (Jeanne, Ana Caroline e Regina) na propriedade da Sra. Fátima, no Quintal Maravilha, localizado na comunidade de São João do Setúbal

Atividade na Comunidade da Lapinha (Chapada do Lagoão)

Atividade na Comunidade da Lapinha, com o Sr. Eudes Revista de Extensão do IFNMG

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Coordenador: Mário Sérgio Silveira Bolsistas: Daniel Rocha e Gustavo Farias Colaboradores: Júlio César Antunes e Flávia Diniz Campus: Montes Claros

Projeto

Inclusão digital para jovens carentes da região nordeste de Montes Claros Alunos do curso com pais e parte da equipe executora do projeto

O IFNMG/Campus Montes Claros realizou, em parceria com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), um projeto de inclusão digital para jovens carentes da região nordeste da cidade de Montes Claros, no período de julho a dezembro de 2016.

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IFNMG/Campus Montes Claros realizou, em parceria com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), um projeto de inclusão digital para jovens carentes da região nordeste da cidade de Montes Claros, no período de julho a dezembro de 2016. O projeto ofertou 30 vagas para adolescentes do 8º e 9º anos do ensino fundamental. Foi ministrado um Aula inaugural do projeto

curso de informática básica de 80 horas sendo trabalhados o pacote LibreOffice, noções de internet e introdução ao processamento de dados. Paralelo ao curso, foram ministradas oficinas e dinâmicas, com temas relacionados ao mercado de trabalho, cidadania e meio ambiente. De acordo com o coordenador do projeto, professor Mário Sérgio Silveira, “os objetivos do projeto fo-

ram a qualificação para o mercado de trabalho e a inserção do IFNMG/ Campus Montes Claros nas comunidades do seu entorno. A realização do projeto é o primeiro passo da parceria, que visa atingir outras áreas de atuação do Campus Montes Claros, junto ao Projeto Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) desenvolvido pela Polícia Militar de Minas Gerais”.


Solenidade de abertura do projeto

Parcerias que promovem cidadania

É

fato que a ação conjunta de agentes públicos é condição necessária para a melhoria da qualidade de vida de qualquer comunidade. E esse foi um ponto fundamental para o êxito desse projeto, que teve a participação ativa de três atores públicos. A seleção dos adolescentes participantes do projeto foi de responsabilidade da PMMG, juntamente com a equipe pedagógica das escolas municipais João Valle Maurício e Bolivar de Andrade. A oferta do curso e das oficinas ficou por conta do IFNMG/Campus Montes Claros, a partir dos professores Mário Sérgio Silveira, Júlio César Antunes e da servidora Flávia Diniz, e também dos bolsistas Daniel Rocha e Gustavo Farias. Todavia, o projeto não teria êxito se não houvesse um acompanhamento dos adolescentes por parRevista de Extensão do IFNMG

te dos militares da PMMG e da equipe das escolas municipais que, além de orientarem os alunos durante o período de aulas, deram assistência as suas famílias. Para o IFNMG/Campus Montes Claros, o projeto é de grande valor, uma vez que as comunidades do entorno demonstram um estigma negativo com relação ao ingresso no IFNMG/Campus Montes Claros. Isso também é reflexo da alta concorrên-

cia dos processos seletivos e vestibulares dos cursos regulares. Nesse sentido, a oferta de serviços e cursos tem sido a principal estratégia de inserção nessas áreas. Assim, a parceria com a PMMG está sendo uma forma de consolidar o campus como um dos principais agentes públicos da região, atuando não só como instituição de ensino, mas como difusor de conhecimento e tecnologia para a sua área de abrangência. Assinatura da parceria entre o IFNMGCampus Montes Claros e a PMMG

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Coordenador: Saulo Fernando dos Santos Vidal Bolsistas: Giovana Rabelo e Daniel Siman Voluntários: Victor Ladeia e Rosilanny Soares Campus: Montes Claros

Projeto

O projeto atendeu cerca de 60 acadêmicos do curso de Engenharia Química do IFNMG-Campus Montes Claros

Utilização de softwares livres potenciais no ensino da Engenharia Química

O objetivo geral do projeto foi desenvolver um caderno didático de apoio para utilização de alguns softwares livres comuns da Engenharia Química e divulgar a importância desses softwares e suas aplicabilidades por meio de minicursos.

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urante a carreira, o profissional da Engenharia, frequentemente, terá que utilizar recursos computacionais na simulação ou otimização de processos. E é justamente na academia que o futuro engenheiro deve usufruir, o máximo possível, ,das oportunidades que o coloquem em contato com softwares para que se torne um engenheiro apto a exercer sua função. A motivação do projeto foi, em primeiro lugar, qualificar o aluno de graduação para a utilização de recursos computacionais na resolução de problemas de Engenharia. Um profissional que não está familiarizado com o uso de tecnologia estará sempre em desvantagem, frente a um mercado cada vez mais competitivo. O projeto atendeu cerca de 60 acadêmicos do curso de Engenharia Química do IFNMG/Campus Montes

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Claros, sendo realizados apostilas didática e minicursos dos softwares XCOS, COCO e do Atos A1, com duração de quatro horas/minicurso. Em todos eles, o Campus Montes Claros disponibilizou toda a infraestrutura necessária para a realização dos minicursos.

Tecnologia na educação Os acadêmicos do curso de Engenharia Química, Giovana Rabelo e Daniel Siman, atuaram como bolsistas no projeto e os acadêmicos Victor Ladeia e Rosilanny Soares, também do curso de Engenharia, contribuíram como voluntários no referido projeto. Todo o projeto foi coordenado pelo professor Saulo Fernando dos Santos Vidal.

O projeto trouxe resultados significativos, tanto para o professor -orientador, quanto para os alunos envolvidos. No que diz respeito ao professor, pode-se salientar que a utilização de atividades elaboradas a partir de softwares livres possibilita o conhecimento do potencial do software, fazendo com que ele perceba suas possibilidades pelo uso efetivo em suas atividades de ensino. Com relação aos alunos, foi possível identificar que, ao desenvolverem as atividades, estes adquiriram o conhecimento do software e realizaram experimentações, com vistas à construção do seu conhecimento de forma significativa e autossuficiente. A experiência acumulada permitiu aprimoramento da apresentação do curso e dos cadernos didáticos dissertados. Tem-se, como expectativa, ampliar a oferta de outros softwares nos próximos anos.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenador: Saulo Fernando dos Santos Vidal Bolsistas: Giovana Rabelo e Daniel Siman Voluntários: Victor Ladeia e Rosilanny Soares Campus: Salinas

Projeto

Mapeamento de Resíduos Sólidos no IFNMG/Campus Salinas

Tainá Rocha

Papel de escritório descartado no setor 2 num dia de caracterização no mês agosto de 2016

Este projeto foi idealizado e desenvolvido com a intenção de mapear os tipos de resíduos sólidos descartados em seis setores/departamentos do Campus Salinas. Com o crescente aumento de resíduos descartados nas cidades, sobretudo nos grandes centros urbanos, onde o número de pessoas que vivem nesses locais é muito alto, os cuidados com o meio ambiente devem ser praticados a cada dia.

Revista de Extensão do IFNMG

Copos de plásticos encontrados no setor 4 durante inspeção mês de outubro de 2016

Tainá Rocha

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os últimos anos, no Brasil, observou-se um aumento no poder aquisitivo da população, devido à estabilidade econômica. Com isso, o poder de compra do brasileiro também aumentou, gerando um consumo exagerado, com consequências danosas para o próprio homem. No IFNMG/Campus Salinas, a realidade não é muito diferente. A cada ano, o número de alunos e de servidores tem aumentado significativamente. Com isso, mais recursos, sejam financeiros, de materiais, de infraestrutura, entre outros, são necessários para o desenvolvimento das atividades cotidianas. Em contrapartida, tem-se observado também um aumento acentuado no volume dos resíduos sólidos que são descartados no campus, o que contribui para aumentar o passivo ambiental da cidade de Salinas, uma vez que, no município, não há um aterro sanitário e o processo de coleta seletiva do lixo ainda não está concretizado.

Apesar disso, no Brasil, a Lei 12.305/2010 instituiu o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que, entre os vários destaques, aborda que cada cidadão é responsável pela gestão ambientalmente correta dos resíduos sólidos e que deve haver uma mobilização de toda sociedade civil organizada em torno da temática. A tendência, com a instituição dessa lei, é que os lixões sejam extintos e que todo município tenha um programa de coleta seletiva operante e eficiente. Com a lei, objetiva-se ainda fazer com que os resíduos sólidos tenham, como seu destino final, o aterro sanitário. Além disso, a lei 12.305/2010 destaca que os resíduos sólidos urbanos (RSU) contemplam os resíduos domiciliares, os resíduos de limpeza urbana e de vias públicas, além de outros serviços de limpeza pública. Tais resíduos podem ser: matéria orgânica, papel e papelão, plásticos, vidros, metais e outros (roupas, óleos de motor, resíduos de eletrodomésticos). 99


Tainá Rocha

Resíduos descartados no setor 2 no mês setembro de 2016

Metas

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iante dessa temática dos resíduos sólidos, o trabalho teve como objetivo principal mapear os principais resíduos sólidos descartados no IFNMG/Campus Salinas. Para tanto, foram selecionados seis setores: 1) setor administrativo (direção-geral, recursos humanos, protocolo, pesquisa, extensão e administração); 2) prédio de EaD (sala de aula, copiadora, informática, ouvidoria, secretarias acadêmicas: médio e superior); 3) biblioteca; 4) setor de ensino (direção de ensino, sala de professores, pedagogia, cantina); 5) prédio das salas de aula (auditório I, salas de aula, cantina); 6) restaurante escolar (refeitório). Semanalmente, durante sete meses e nos seis setores mencionados do Campus Salinas, a bolsista do projeto, a aluna do Curso Técnico em Agroindústria, Tainá Rocha, juntamente com outros bolsistas voluntários, realizaram a quantificação e a caracterização dos resíduos. Todos os alunos realizaram essa etapa, utilizando luvas e equipamentos de segurança. De modo geral, muito provavelmente pelas características de cada setor, a maioria dos resíduos sólidos encontrados foi: papéis de escritório, plásticos e metais. Foram encontrados também restos de alimentos. A cada caracterização, os materiais foram pesados com auxílio de uma balança manual.

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Com este acompanhamento, foram identificados resíduos com enorme potencial reciclável. Muitos papéis utilizados na impressão de documentos, cartilhas e manuais técnicos e, também, muitos copos plásticos encontrados, principalmente, nos setores onde há presença de cantina, além de restos de alimentos. Esses resíduos, quando descartados nas lixeiras, causam enormes prejuízos para o meio ambiente, afetando, diretamente, a saúde da população. Infelizmente, no campus, não há um processo de coleta seletiva dos resíduos. Notou-se também que muitas pessoas não têm a preocupação com o descarte correto dos resíduos. Por outro lado, se toda comunidade (servidores e discentes) do campus fosse sensibilizada e houvesse uma mobilização para mudança de hábitos em relação ao tema “resíduos sólidos”, certamente não haveria tanto desperdício de recursos. Por exemplo, durante o café, se cada servidor utilizasse uma caneca, em vez de copos de plástico? Se durante a impressão de documentos, os dois lados (frente e verso) do papel fossem impressos? Ou ainda, se houvesse um programa efetivo de coleta seletiva no campus, em que os resíduos coletados fossem devidamente reciclados? Essas são apenas pequenas ações que poderiam ser repensadas e adotadas no campus. O professor e coordenador do projeto, Romildo Lopes de Oliveira, des-

taca que “o IFNMG/Campus Salinas tem como contribuir, de forma mais efetiva, com alguns objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, por meio do desenvolvimento de programas de extensão e de divulgação científica e tecnológica, notadamente voltados à preservação do meio ambiente. Além disso, o Campus Salinas é um espaço privilegiado de análise, discussão e reflexão da realidade, o que possibilita a realização de pesquisas experimentais, com o objetivo de viabilizar soluções para amenizar problemas vivenciados pela comunidade em geral”. Neste contexto, o professor Geraldo Magela Matos ressalta que “o manejo correto dos resíduos sólidos deve ser uma meta imprescindível da instituição, visando à conscientização, à mobilização social e à educação ambiental da comunidade acadêmica (servidores e discentes), contribuindo, de forma significativa, para o bem-estar e qualidade vida das pessoas”. Por fim, o coordenador do projeto salienta que “a mudança de hábitos em relação ao descarte correto dos resíduos deve iniciar com ações efetivas junto à comunidade interna (servidores e discentes) do campus, para, em seguida, ter mais chances de sucesso de serem implementadas na comunidade do entorno. Além disso, o mais importante é atuar na fonte geradora de resíduos, buscando sempre gerar o mínimo possível. Assim, o meio ambiente agradece”.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Coordenadora: Vanessa Paulino da Cruz Vieira Bolsista: Isabella Maxwell Paulino Fernandes Colaboradora: Luana da Silva Furini Voluntários: Tatiane Marques Santos e Antônio Barbosa da Silva Júnior Campus: Salinas

Conscientização de uma gestante, por meio da entrega de folders

Projeto

Prevalência de toxoplasmose em gestantes

do município de Salinas, norte do estado de Minas Gerais – Prevenção por meio da vigilância em saúde O projeto foi criado com o objetivo de verificar a prevalência de toxoplasmose em gestantes do município de Salinas, norte do estado de Minas Gerais, promovendo prevenção por meio da vigilância em saúde. A justificativa da realização do estudo foi embasada no fato de que, ao se buscarem informações referentes a essa parasitose de extrema relevância em saúde pública, não há dados publicados no município.

A

toxoplasmose é uma zoonose parasitária de distribuição mundial, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii (T. gondii), parasito intracelular obrigatório, sendo classificada como uma doença infecciosa de características muito variáveis. Apesar de o gato não ser o único nem o principal responsável pela transmissão dessa doença, ela é conhecida como “doença do gato” e pode trazer implicações sérias para os indivíduos infectados e uma maior gravidade para o feto, quando adquirida durante a gravidez. É uma infecção de alta prevalência sorológica durante a gestação, apresentando um alto risco de infecção congênita, ou seja, transmissão da mãe para o feto, sendo particularmente grave e geralmente fatal, podendo causar abortamentos. A transmissão desse parasito para

Revista de Extensão do IFNMG

Distribuição de folders institucionais sobre prevenção da toxoplasmose nas Unidades Básicas de Saúde

os seres humanos ocorre de formas distintas, e, diferentemente do que muitos pensam, não é necessário ter um gato em casa. Além disso, ainda existe a possibilidade de o gato não ter entrado em contato com o protozoário T. gondii, reforçando o fato de que nem todo gato está infectado pelo parasito. Por conseguinte, a transmissão da toxoplasmose pode ser por meio da ingestão de água, do consumo de frutas, verduras, carnes mal passadas e outros produtos de origem animal, bem como contato com solos, todos contaminados com oocistos esporulados (ovos milimétricos), presentes nas fezes de gatos infectados com T. gondii ou outras formas infectantes do parasito. Uma curiosidade é que esses oocistos podem ser espalhados no ambiente por baratas, moscas, formigas e cães, com essas formas infectantes nos pelos. 101


Cuidados especiais na gestação

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utra forma de transmissão é a transplacentária, quando a mulher adquire a infecção pelo protozoário T. gondii durante a gestação. Este pode atravessar a placenta e infectar o feto, o que pode levar a abortos e a malformações, em um terço dos casos, como hidrocefalia, podendo também ocorrer neuropatias e oftalmopatias na criança, como deficit neurológico e cegueira. Baseando-se na gravidade das consequências dessa infecção, fazse necessário abordar a importância das medidas preventivas, podendo-se enfatizar o teste de toxoplasmose em gestantes, cedido gratuitamente pelo governo, com o objetivo principal de

garantir o bem-estar materno e fetal, como também assegurar o nascimento de uma criança saudável, por meio de assistência à gestante e ao feto. Basicamente, nesse exame realizado com o soro das pacientes, buscase a presença de anticorpos contra o T. gondii. Esses anticorpos podem ser do tipo IgG, que significa que a gestante já teve contato anterior, porém, no momento, está protegida. Ou podem ser do tipo IgM, que revela uma infecção atual, sendo necessário um acompanhamento médico para minimizar possíveis problemas decorrentes da infecção, principalmente no feto. Caso o resultado desse exame seja negativo, em que não há a presença de nenhum tipo de anticorpo contra o T. gondii, durante todo o período gestacional, é necessário haver uma atenção e cuidados

reforçados, já que a gestante deve evitar consumir água sem filtração ou fervura, carnes mal cozidas, frutas e verduras mal lavadas. Deve-se ter também cautela com gestantes que tenham hábitos com jardinagem ou hortas, para sempre utilizarem luvas, assim como quando forem limpar as caixas de areia dos seus gatos de estimação. É importante que os programas de prevenção primária sejam baseados nas características epidemiológicas e culturais de cada região. Por isso, são necessários o conhecimento e o levantamento dos principais fatores de risco, inclinação do grau de instrução, além de quais estratégias de promoção à saúde devem ser inseridas, quando baseadas no conhecimento dos fatores que afetam o comportamento das gestantes. Equipe realizadora do projeto, da esquerda pra direita: Antônio Júnior (voluntário), Vanessa Paulino (orientadora), Isabella Maxwell (bolsista) e Luana Furini (colaboradora)

Estudo

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ensando nisso, o projeto realizou um estudo populacional, descritivo, epidemiológico, de corte transversal, visando coletar dados de anticorpos IgM e IgG anti- T. gondii reagentes, pela análise de laudos sorológicos de gestantes, disponibilizados pelos laboratórios de Análises Clínicas de Salinas, Minas Gerais, no ano de 2015. Foram analisados 734 laudos sorológicos de gestantes para T. gondii. Desses, foram observados 189 reagentes, ou seja, positivos para IgG e 63 reagentes para IgM, revelando uma prevalência sorológica de, aproximadamente, 25,75% para IgG e 8,59% para IgM. Esses resultados revelam uma prevalência superior a 34% nos laudos investiga-

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dos, assim como em outros trabalhos existentes na literatura. Os laudos positivos para IgG transmitem tranquilidade às gestantes, por estarem protegidas da infecção, assim como seus bebês. Já os laudos positivos para IgM remetem a uma atenção redobrada e a um acompanhamento médico durante toda a gestação. E, por fim, os resultados negativos estimulam a intervenção, com programas de saúde voltados a essa zoonose de grande importância em saúde pública, buscando, assim, reduzir a prevalência e proteger as gestantes e seus fetos, junto com a população em geral. Com a realização do projeto, foi possível obter dados inéditos e atuais da realidade da cidade Salinas,

em Minas Gerais, tornando possível a contrapartida do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais-Campus Salinas, em confeccionar e distribuir folders explicativos sobre a prevenção dessa doença para gestantes, nos postos de saúde do município, intitulados “TOXOPLASMOSE: Cuidados para prevenção” (Foto 1). Um dado recente e importante determina que os países que possuem programa de prevenção da toxoplasmose congênita apresentam uma baixa prevalência da doença, confirmando, assim, a importância da prevenção da infecção em gestantes. Diante disso, a iniciativa de realização desse projeto é uma maneira de contribuir para que a realidade da região possa ser mudada aos poucos.

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


Revista de Extensão do IFNMG

Foto às margens do Rio Jequitinhonha: Amanda Ferreira dos Santos, estudante do 3º ano do Curso Técnico em Zootecnia do IFNMG - Campus Almenara. 103


Foto Campus Januária: Professor Yuri Alisson de Oliveira. “Acho a natureza algo muito perfeito, um sistema bastante complexo, que nos presenteia a cada dia com um show de cores, bailes e cantos”, diz Yuri.

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www.ifnmg.edu.br facebook.com/ifnmgoficial

Contação - Aprende-se ensinando nos Vales e Gerais


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