Braganรงa Paulista
Sexta 02 Julho 2010
Nยบ 542 - ano IX jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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sexta 02 • julho • 2010 Jornal do Meio 542
Para Pensar
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EXPEDIENTE
CHAMADO EXIGENTE
MONS. GIOVANNI BARRESE
Uma das grandes questões que envolvem a nossa vida é formulada pela interrogação do sentido da vida. Da razão da nossa existência. Sempre se perguntou se a vida é conseqüência de uma evolução necessária ou fruto do acaso. Sempre se pergunta se quando o tempo de nossa vida, na sua corrida inexorável, chega ao fim há algo a esperar. Respostas tentadas foram e são muitas. Não deixa de ser uma pesquisa apaixonante conhecer o andar do pensamento humano para encontrar resposta que traga tranqüilidade e paz de espírito. A resposta, na qual eu creio, é dada pela fé cristã. E é proposta na Palavra de Deus da liturgia católica do 13º domingo do tempo comum. O tema tem sua abertura na vocação de Eliseu (1Reis 19,16-21). O profeta Elias, velho e cansado, pede a Deus alguém que continue a sua missão. Para recordar: Elias exerce sua missão no século IX A.C. Tempo de grande progresso econômico, mas de grande corrupção.
O rei Acab tinha-se casado com uma bela princesa pagã (Jezabel). Bela e manipuladora. Vinda de país estrangeiro vai introduzindo culto aos ídolos em meio ao povo. A fé em Iaweh começa a ser misturada com cultos estranhos ao Deus único. Elias se insurge e começa a ser perseguido. Deve fugir. Neste clima pede socorro a Deus. O texto bíblico em foco fala que Deus o envia até Eliseu. Ao encontrá-lo joga sobre ele o seu manto. Este gesto era entendido pelas pessoas como a passagem da missão e dos poderes de um mestre a um discípulo. A resposta de Eliseu é pronta. Ele se desfaz dos seus instrumentos de trabalho, da suas coisas, deixa os seus pais e vai. No texto do Evangelho de Lucas (9,51-62) temos três tipos de vocação. O primeiro se apresenta sem ter sido chamado. Provavelmente conhecia Jesus e já tinha testemunhado o seu agir e o seu ensinamento. Entusiasmado faz a proposta de segui-lo incondicionalmente. Jesus o acolhe. Mas
o previne. Não pense que as coisas serão fáceis. O caminho de Jesus e dos que o seguem passará pela perseguição e pela cruz. Há, a seguir, um chamado. Curto: “Segue-me!” O intimado responde com uma preocupação honesta e justa: tendo morrido o pai era dever (dos mais graves e que justificava a violação das leis do sábado) sepultá-lo. Jesus lhe diz para não se preocupar com isso e entrar logo no anúncio do Reino. A um outro que deseja tão somente despedir-se dos pais Jesus diz que quem começa um caminho e olha para trás não é “apto” para o Reino. Neste dois chamados estaria Jesus afirmando o desrespeito à família, aos pais? Estaria propondo um descaso em relação ao afeto e respeito que devemos aos laços que nos unem às pessoas? O que Jesus propõe é que nenhuma pessoa e nenhum afeto nos devem impedir de viver o chamado – vocação – que Deus plantou no coração humano: viver a filiação divina expressando-a com a realidade que Deus é: Amor!
E fico pensando quanto é comum e fácil encontrar desculpas para não aceitar o chamado de Jesus. As desculpas que vamos encontrando durante a vida. Até em coisas bem simples e prosaicas. Não é verdade que para aquilo que se relaciona com Ele nós sempre temos uma boa desculpa para deixar para depois ou mesmo não realizar? Permito-me falar de algo rotineiro. Uma das grandes tentações do nosso tempo é o subjetivismo também religioso. Explico-me: quantos conhecemos que dizem crer em Jesus e não se fazem parte da “igreja”? O reunir-se com os que têm a mesma fé é coisa secundária e dispensável pelos motivos mais simples tais como frio, chuva, visitas, jogos, viagens, etc. Se para atos simples de culto comunitário acham-se desculpas, dá para imaginar o que acontece quando se trata de princípios que devem nortear comportamentos e que exigem mudança de mentalidade. O chamado a seguir Jesus é exigente e não admite desculpas.
Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Alexandra Calbilho (mtb: 36 444)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Jornal do Meio Ltda.
Não por insensibilidade do Senhor, mas porque somente seguindo-o é que se dá ao agir a profundidade que expressa o amor que Deus tem por nós e que nos devemos uns aos outros. E aí se entende a liberdade com que o cristão vive como lembra São Paulo na carta aos gálatas (5,1. 13-18). Ninguém é escravo de nada. Ninguém escraviza ninguém. Porque chamados a viver a vida em Cristo ela nos dá a dimensão plena da nossa existência: nascidos para experimentar aqui e por toda a eternidade o Amor!
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Educação para a paz Grupo de estudos ajuda instituições escolares a resolver o problema da violência à luz da tolerância e da paz por JANAINA AVOLETA
De um lado crianças coagidas de outro, de casos resolvidos. O grupo segue a linha professores assustados e frustrados piagetiana, que considera o espaço educacional com a realidade da educação brasileira: como meio à formação de homens criativos, Uma professora do Distrito Federal inventivos e descobridores, de pessoas críticas é suspeita de ter amarrado e amordaçado e ativas; ao professor cabe o dever de ser um uma criança de cinco anos com fita adesiva colaborador e não um mestre, fazendo da em uma escola. escola um espaço de socialização. O menino estuda na primeira série de uma “Os casos são encaminhados pelas escolas escola pública da cidade. A professora foi públicas ou particulares e são estudados à afastada do trabalho. luz da tolerância e da educação para a paz”, Segundo pesquisa feita pelo Sindicato dos explica a professora, que emenda: “Poder Professores do Ensino Oficial do Estado de contar com a direção e com uma equipe São Paulo com 580 docentes de Campinas multidisciplinar faz com que os problemas um em cada quatro professores foram atin- sejam resolvidos na base da reflexão, jamais gidos por algum tipo de violência os dados com uma ação violenta”. apontam para uma realidade aterradora: 24% Mas por que condutas tidas como a ausência dos professores da rede pública estadual já de moral e de respeito ao outro tem sido fresofreram violência fíqüente numa instância que exatamente objetiva sica, 43% palavrões, 30% humilhações, 20% A criança e o a formação do homem agressões verbais e 7% adolescente não está ou sua “educação? E por outros tipos de agressão. acostumado a ser que antigamente a escola Quanto ao quesito daouvido, a expressar era considerada recinto nos materiais, 42% dos seus sentimentos, sagrado e o professor professores afirmaram quando se é dada essa idem e hoje ocorrem comque tiveram seus carros oportunidade tudo muda portamentos opostos? Nádia antigamente danificados, 30% seus Nádia M. Badue Freire Para a escola era um espaço livros, 20% outros danos seguro para o desene 8% seus celulares, como prova a Delegacia da Infância e Juventude de volvimento e crescimento, mas havia sim Campinas tem registrado 15 casos por mês de violência- uma violência velada, porque quem violência escolar, entre crimes classificados participava não percebia que isso era um mal. “A obediência era exercida pela autoridade, como bullying ou não. Notícias como as acima fazem parte de uma agora se tirou a autoridade e nada foi colocado rotina em que nelas se agregam cada dia mais, no lugar”, reflete a especialista. agressões verbais, brigas entre alunos, ameaças, Além disso, diversos outros fatores contribuem presença de armas em sala de aula, tráfico de para a derrocada da moral no ambiente escolar, drogas e carteiras que voam pelos ares, mas entre eles a desestruturação da família pode apesar de muito acharem que a situação é ser considerado o fator principal, no entanto, irreversível, um grupo de estudiosos tem se a questão não morre ai, já que segundo a doreunido com a finalidade de buscar soluções cente, a escola cabe o papel de educar e para para os problemas de violência na escola, isso motivar sempre a reflexão e o dialogo. trata-se do Grupo de Estudos Educação para “A criança e o adolescente não está acostua Paz e Tolerância (Geepaz) da Faculdade de mado a ser ouvido, a expressar seus sentimentos, quando se é dada essa oportunidade Educação (FE) da Unicamp. Liderado pela professora doutora, Nádia tudo muda. Tivemos casos em que a escola Maria Badue Freire, o grupo completou 5 transformou a família, com muita converanos de atividades, e no histórico dezenas sa, foi possível transformar uma situação FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Grupo de pesquisadores – encontro possibilita a reflexão e ação sobre temas como violência e bullyng nas escolas
problema, mudando inclusive a postura dos pais”, explicou. O grupo de estudos que Nádia participa foi formado em 2005, em decorrência das teses de mestrado e doutorado que ela defendeu na Unicamp. Foram os primeiros trabalhados acadêmicos sobre educação para a paz e tolerância no Brasil. O doutorado foi apresentado no Gabinete da Presidência da República. Além de prestar consultoria às escolas, o grupo em breve vai reunir seus trabalhos em um livro, cujo lançamento deve ocorrer até 16 de novembro, data da promulgação da Declaração de Princípios para a Tolerância. Quem quiser saber mais dos trabalhos ou ainda buscar apoio pode entrar em contato com Nádia através do e-mail: bfreirenadia@uol. com.br ou ainda acessar a página da internet: www.geepaz.net
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Nádia Maria Bádue Freire coordenadora do Geepaz
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Teen
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Emos felizes Visual colorido e interação via Twitter tornam Restart fenômeno pop
por IURI DE CASTRO TÔRRES/FOLHAPRESS
Meia hora antes de subir no palco, os garotos da banda Restart não desgrudam de seus notebooks e iPhones - estão tuitando com fãs. Pe Lanza, vocalista e baixista, digita mensagens como “Beijos pras minhas lindas” e “Eu me jogo em vocês”, numa proximidade artista-público que explica, em parte, a atual febre Restart. Por febre, entenda-se: hordas de teens que se definem como “família Restart” e que usam roupas coloridas como a banda. À pergunta “o que é o Restart para você?”, prontamente respondem: “Eles são tudo na minha vida!”. Chorando. O Teen grudou em Pe Lu, 19, Pe Lanza, Koba e Thomas, 18, durante três dias para observar de perto essa agitação. Uma tarde de fotos evidencia o fenômeno: mil pessoas e cinco horas de fila.
AGENDA SUPERSTAR Em plena segunda-feira, 150 fãs de uniforme escolar se aglomeravam na porta da MTV. Objetivo: ver a banda por um minuto, com direito a gritos e puxões de camisa. “O pessoal exagera às vezes, mas é bom sentir FOTO: PATRICIA ARAUJO/FOLHAPRESS
WII E ENERGÉTICO Após os shows, eles recebem cem fãs no camarim, paramentado com Yakult, bebidas energéticas e videogame. Os integrantes do Restart são amigos desde os sete anos de idade. A banda, no entanto, tem menos de dois anos de estrada e aposta no MySpace como plataforma para sucessos como “Recomeçar” e “Bye Bye”. Na tentativa de globalizar a febre colorida, o Restart gravou “Levo Comigo” em espanhol. “Nosso objetivo é chegar a Tóquio”, diz Pe Lu. “Mas queremos fazer todas as paradas possíveis no caminho até lá.” ANÁLISE
“Happy rock” é contraponto a melancolia emo por THIAGO NEY/ FOLHAPRESS
Os fãs na multidão
FOTO: PATRICIA ARAUJO/FOLHAPRESS
esse carinho”, diz Thomas. “Nunca rolou de namorar com uma fã, mas ficar não é um problema”, completa Pe Lanza. Na noite anterior, tocaram para casa cheia em Alphaville (SP). Kathyele dos Santos, 17, chegou à boate Santé quase 24 horas antes do show. Dormiu em um supermercado e foi a primeira a entrar. “Faria tudo pela família Restart, mas odeio a histeria dessas fãs “posers’”, disse, irritada com a gritaria no local. O show é um jogo ganho. As fãs ignoram problemas de som, fazem corações com as mãos e seguram cartazes com frases apaixonadas.
“Mais um dia veio/ O que eu quero é me divertir/
Os bastidores antes do início do show em Alphaville
Hoje a noite é nossa.” Assim começa “Happy Rock Sunday”, música do Restart. Esse quarteto é o principal nome de uma leva de bandas que forma o “rock colorido” - ou “happy rock”. Por que rock colorido? Por que rock feliz? Bem, porque essas bandas (Restart, Cine, Izi, Hori) se vestem com roupas coloridas e cantam letras alegres, festivas. São, assim, um contraponto à melancolia romântica dos grupos emo, que ganharam os corações adolescentes há poucos anos. Musicalmente, as bandas emo e as bandas do rock festivo são bem parecidas. Fazem um pop rápido, com guitarras velozes e melodias que buscam refrãos fortes. Visualmente, o rock festivo lembra bastante a new wave que tomou o pop no início dos anos 80. Quanto mais berrante a cor de camiseta, calça e tênis, melhor. Não reinventam a roda, mas fazem música que busca diversão. Isso é sempre bom.
Happy Rock Colorido Os garotos do Restart apostam no mix entre anos 80 e 90 na hora de se vestir. Veja alguns itens indispensáveis para ficar parecido com eles: CABELO Repicados e fora do lugar, os fios são ajeitados com cera modeladora ÓCULOS Vintage, mas modernos. O modelo Wayfarer, da marca Ray-Ban, é obrigatório CAMISETAS Justas. Quando não usam criações próprias (restartshop.com), gostam de estampas engraçadas CALÇAS Quanto mais apertadas e caídas, melhor. Não tenha vergonha de cores berrantes TÊNIS São de cano alto e coloridos
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Casa & Reforma
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Classe média contrata mais arquitetos para reformas Registros de projetos e de obras triplicam em 2010; profissional cobra de R$ 40 a R$ 60 por m por ROSANGELA DE MOURA /FOLHAPRESS FOTO: KARIME XAVIER/FOLHAPRESS
O boom imobiliário tem levado a classe média paulista a utilizar com mais frequência o trabalho de arquitetos para reformar o imóvel. Essa percepção se evidencia pelo aumento do número de ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica) - registros do projeto e da obra- obrigatoriamente entregues pelo profissional no Crea-SP (Conselho Regional de Arquitetura, Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo). “Nossa média mensal passou de 30 mil ARTs no ano passado para 90 mil neste ano”, calcula Francisco Kurimori, 59, chefe de gabinete do Crea-SP. “A procura por arquitetos cresceu 50% no país nos últimos cinco anos”, estima Gilson Paranhos, presidente do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil). Contratá-los é uma boa saída para a falta de tempo para achar mão de obra especializada ou escolher materiais. Em média, o preço de um projeto de reformas varia de R$ 40 a R$ 60 por m2. Esse valor não inclui gastos com mão de obra e materiais. Se o arquiteto fica responsável por eles, o preço é maior, em geral medido em horas técnicas de trabalho - custam de R$ 200 a R$ 500. “Gastei cerca de R$ 100 mil em reformas”, diz Cassiano Braccialli, 25, gerente comercial. Ele diz ter pagado R$ 290 mil por seu apartamento de 85 m2. “Como eu não sabia escolher nem uma cortina, amigos me indicaram a arquiteta Patrícia Vidigal.” Buscar referências com conhecidos é a dica de Marcio Mazza, vice-presidente da Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), para escolher o arquiteto. Alguns profissionais ganham bônus das lojas que indicam, prática condenada pelo IAB e pelo Crea-SP.
Fornecedores presenteiam arquitetos
Instituto brasileiro e conselho regional da classe condenam os profissionais que recebem bônus ao indicar loja Ao escolher o arquiteto, é preciso cuidado com uma prática do mercado condenada por entidades da classe. Muitos profissionais recebem de fornecedores porcentagens sobre compras, viagens ou presentes - e, assim, podem restringir as opções
Carla quis eliminar um dos três dormitórios para deixar a sala mais ampla
de seus clientes. Esses bônus são conhecidos no meio como reserva técnica. “É se corromper profissionalmente”, diz Gilson Paranhos, presidente do IAB. “É o mesmo que um médico indicar um remédio porque ganha do laboratório.” A comissão oferecida por lojistas e prestadores de serviço a arquitetos e decoradores é de, em média, 10% sobre o gasto no estabelecimento, mas chega a 30%. Muitas lojas oferecem um cartão de fidelidade em que o arquiteto acumula pontos e ganha produtos e viagens. Um exemplo é o programa “Malas Prontas”, da loja de móveis planejados Bontempo, que já levou 250 profissionais para o Salão Internacional do Móvel de Milão. Para se precaver contra cobranças indevidas, peça ao arquiteto seus registros no IAB e no Crea. “Há pessoas conhecidas como arquitetas que sequer têm curso superior”, frisa Paranhos.
Cartório Também é importante firmar com o profissional um contrato bem detalhado, registrado em cartório, com “prazo de conclusão, preço e forma de pagamento e as consequências de uma eventual rescisão, como uma multa”, estipula Rosana Ferrari, presidente do IAB-SP. A bancária Marisa Mitiko não incluiu uma cláusula dessas no acordo e perdeu dinheiro ao romper com uma decoradora. “Ela não fazia as mudanças que eu pedia e não cumpriu o prazo de entrega da proposta.” O IAB sugere uma tabela de valores para os honorários de execução, não obrigatória. “Ela é uma referência, por exemplo, para processos na Justiça”, afirma Paranhos. Prevê dois critérios de cobrança: uma fração -cerca de 10%- sobre o custo da obra ou um
valor -média de R$ 200 a R$ 500- por hora técnica de trabalho (acompanhamento, execução e responsabilidade pela obra). Essa responsabilidade inclui os registros do projeto e de sua execução no Crea.
Relação pede concessões de ambas as partes É comum discordar das sugestões do arquiteto ou do decorador, mas o relacionamento com ele fica mais produtivo quando os dois lados sabem ceder. A psicóloga Estela Cardeal, 57, conta que sua relação com a a arquiteta Rita Amorim, que já havia trabalhado para seu irmão, foi “muito bacana”. “Ela me apresentava várias opções, e a palavra final era a minha”, afirma. Foi assim que escolheram as intervenções em seu apartamento de 120 m2, que precisaria acomodar também um escritório. “Tudo deveria ser muito claro e fácil de limpar”, define. “Houve um dia em que cheguei ao apartamento e encontrei lá dez pessoas. Aí realmente acreditei que tinha acertado em contar com uma profissional, porque jamais teria como encontrar essa mão de obra e tampouco supervisionar o que ela estava fazendo.” Carla Scapacicio, 29, fisioterapeuta, não teve a mesma sorte. Ela diz ter interrompido uma obra já em andamento devido a atrasos e acabamentos mal colocados. “Perdemos o material usado”, lamenta. A arquiteta Gabriela Campana assumiu a tarefa de ampliar a sala, eliminando um dos três quartos - alteração que a profissional anterior se negara a fazer. “É comum o receio de tirar um quarto porque, na hora da venda, o imóvel será avaliado por dois e não três dormitórios. Mas uma parede de “dry wall” pode ser colocada facilmente a baixo custo”, diz Campana.
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Comportamento
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FOTO: FABIO BRAGA/FOLHAPRESS
Namoro:
não precisa mais pedir Priscila e Fernando, eles namoram faz quatro anos e vão casar, mas nunca houve pedido de namoro
por AMANDA NOVARETTI/FOLHAPRESS
Você acha que encontrou o amor da sua vida! Vocês gostam das mesmas coisas, adoram conversar e passam bastante tempo juntos. Além disso, a relação já passou dos beijinhos há algum tempo. O problema é que ele não pediu você em namoro e, apesar de achar que o relacionamento é para valer, você não tem certeza se ele quer algo sério mesmo ou se só está pensando em se divertir. Apesar de a maioria das pessoas considerar o pedido essencial, ele é cada vez menos comum nos relacionamentos modernos. Os casais vão ‘ficando’ e, quando percebem, a relação já está séria. Foi o que aconteceu com a hoteleira Priscilla Alvarez, 25 anos, e o engenheiro Fernando Tanaka, 30 anos. ‘Foi tudo muito natural. Depois de dois meses juntos, fui estudar na Espanha. Mesmo longe, a gente se falava todos os dias. Ele chegou a ir até a Europa só para me ver’, conta Priscilla. Para Tanaka, a ida da namorada para a Espanha foi decisiva. ‘Não dava para eu fazer o pedido com tão pouco tempo de relacionamento e com ela indo ficar um ano fora. Então, fomos levando.’ Os dois afirmam que, depois da visita dele, não dava mais para negar que a coisa era séria. ‘Acho que foi bacana o jeito que aconteceu. Estamos há quatro anos juntos e temos planos de nos casar’, revela Priscilla. Ele completa: ‘O que aconteceu foi um encontro. Coisa de pele, de paixão. Pensamos em curtir o momento e acabamos juntos’. De acordo com Ailton Amelio da Silva, professor do instituto de psicologia da USP (Universidade de São Paulo), o pedido de namoro não desapareceu, mas caiu em desuso. ‘As pessoas já não se sentem tão obrigadas a ter um rótulo de namorado, noivo e até marido para viver um relacionamento.’ De acordo com o especialista, a diminuição da cobrança social e a liberação sexual do homem e da mulher contribuíram para isso. ‘As liber-
dades eram correspondentes ao estado civil da pessoa, por isso cada um dos momentos da relação era bem mais definido’, explica o psicólogo. Ele afirma que a indefinição pode ser boa para algumas pessoas, mas também causa bastante infelicidade para outras. ‘As mulheres costumam sofrer mais, especialmente em relação ao sexo. A maioria ainda precisa de segurança para se entregar completamente.’
Relacionamento pela internet Para Cláudio Gandelman, 40 anos, presidente da empresa Match Latam (criadora de sites de relacionamento) e idealizador do ‘Movimento dos Sem Namorados’ o Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho, ajuda a descobrir se o rolo virou namoro. ‘O casal troca presentes, sai para jantar, e o caso acaba virando namoro sem um pedido oficial.’ Ele acredita que a internet tem um papel decisivo nos relacionamentos modernos. ‘Existem 74 milhões de solteiros no Brasil, todos maiores de 18 anos. Acho que as pessoas começam a trabalhar cada vez mais cedo e ficam sem tempo para se relacionar. A internet facilita o encontro nesse sentido’, afirma. No caso da estudante de direito Patrícia Kishimoto, 26 anos, e do conferente Rafael Gonçalves, 30 anos, a internet foi mesmo fundamental. ‘Conheci o Rafael pela internet quando ainda morava em Manaus. Vim para São Paulo, e marcamos um encontro. Estava insegura, mas no momento em que o vi, todo o medo sumiu’, afirma. Passados três meses de relação, Patrícia começou a ficar preocupada com a falta de um pedido formal. ‘Nos tratávamos como namorados, mas não havia nenhuma oficialização.’ Ela perguntou, então, ao parceiro se o relacionamento era sério mesmo. A resposta não poderia ser melhor. ‘Disse que, para mim, a gente era namorado desde o começo. Sempre vi nosso
relacionamento como algo mais sério’, conta Gonçalves. Para a psiquiatra Renata Camacho, mais do que uma fuga do compromisso, o não pedido de namoro pode significar acomodação das pessoas. ‘A coisa passa meio despercebida. O casal pode levar uma vida de namorado ou até de casado sem pedido algum’, afirma a especialista. Segundo Renata, o comportamento do parceiro é mais importante que o pedido em si. ‘É possível saber se a pessoa está no relacionamento de verdade. Quando o casal começa a planejar um futuro a dois e a criar uma vida em comum fica claro que a coisa é séria.’ Apesar disso, ela é a favor do pedido. ‘É importante existir espaço para o romance em uma relação.’
Namoro à distância Casada há três anos, a assessora de comunicação Wendy de Oliveira Veríssimo, 25 anos, nunca se preocupou com a falta de um pedido oficial de namoro por parte do marido, o autônomo Flávio Veríssimo Gomes, 33 anos. Os dois se conheceram por intermédio de amigos em comum e passaram por obstáculos como a distância para ficarem juntos. ‘Ele morava no interior de São Paulo e eu viajava sempre que podia para estarmos juntos’, conta Wendy. Para Gomes, a dedicação da namorada foi suficiente para mostrar que a relação era séria. ‘Sempre achei que fosse sério. Ela trabalhava a semana toda e ainda viajava 600 quilômetros para ficar comigo no fim de semana. Só quem está comprometido faz algo assim’, afirma. A psicóloga Araceli Albino, presidente do Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo, também acha que o pedido não é fundamental. ‘Formalizar o compromisso é importante, independentemente do pedido
verbal’, explica. Para ela, a vantagem do pedido é que ele deixa tudo às claras. ‘As palavras têm de ser acompanhadas por atitudes’, afirma. Araceli acredita que o diálogo é a melhor forma de descobrir o que o outro deseja. ‘A falta de compromisso gera um certo vazio e pode fazer com a pessoa sinta que não tem importância’. Segundo o psicólogo Silmar Coelho, muitos homens acham que não é necessário pedir a companheira em namoro. ‘Tudo acontece muito rápido. No primeiro encontro, os casais já trocam carícias e partem para o sexo.’ Segundo ele, o problema desse tipo de relação é o fim do mistério e da conquista. ‘Aquilo que era obscuro e desejado, agora está às claras’, afirma.
É coisa séria! Foi o analista Carlos Roberto de Assis Júnior, 29 anos, quem cobrou uma posição da namorada, a administradora Telma Mendes Santos, 31 anos. ‘Fomos viajar e, durante uma conversa, ele se declarou falando que, para ele, estávamos namorando desde o começo’, recorda Telma. Para Assis, o pedido formal é importante. ‘É uma forma de demonstrar respeito, carinho e atenção pela pessoa com quem estou me relacionando’, afirma. Apesar de estarem namorando há apenas três meses, os dois já eram amigos há seis anos. ‘Acho que como tínhamos muita intimidade, o namoro se tornou sério desde o primeiro dia e, por isso, o pedido não foi tão importante’, afirma Telma. Se, apesar das pistas, ficarem dúvidas sobre as intenções do pretendente, a dica do psicólogo Ailton Amelio da Silva, é ter paciência para negociar. ‘Com a modernização dos relacionamentos é preciso estar atento para perceber o que o outro quer sem deixar de lado o que realmente desejamos.’ Para ele, o casal precisa procurar um espaço que satisfaça as duas partes, com pedido ou não.
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Informática
&
Tecnologia EDITORIA DE ARTE\FOLHA IMAGEM
Tuiteiros patrulham português e Caps Lock Chateada, Xuxa abandonou o site; locutor Silvio Luiz manda usuários inconvenientes ‘para o lixo’ por RAFAEL CAPANEMA /FOLHAPRESS
Atenção, tuiteiro que comete erros de ortografia e usa o Caps Lock indiscriminadamente: você pode estar na mira de usuários que arrogam para si a missão de zelar pela língua portuguesa e pelas boas maneiras. Um imbróglio no Twitter envolvendo Xuxa Meneghel tornou-se um caso emblemático do emergente fenômeno de usuários especializados em caçar deslizes alheios. Em meados de 2009, a apresentadora (twitter. com/xuxameneghel) tuitava várias vezes ao dia, sempre em maiúsculas. Alguns de seus seguidores censuravam a prática, alegando que ela parecia estar gritando. ‘EU NÃO ESTOU GRITANDO, NEM QUERO SER MAL EDUCADA, GALERA. SEMPRE QUE ESCREVO NO COMPUTADOR , ESCREVO ASSIM. É O MEU JEITINHO!’, justificou Xuxa, assim, com Caps Lock, em 19 de agosto de 2009. Não adiantou. As críticas continuaram, e a apresentadora acabou cedendo às minúsculas, a contragosto. Seis dias depois, a filha Sasha, de 11 anos, assumiu o Twitter da mãe e escreveu a palavra ‘cena’ com ‘s’. Virou motivo de chacota. Chateada, Xuxa abandonou o serviço de microblog com uma mensagem que ficou célebre entre os tuiteiros do Brasil: ‘fui vcs não merecem falar comigo nem com meu anjo’. A apresentadora foi procurada pela Reportagem, mas sua assessoria disse que ela não comenta mais o assunto. Em 5 de outubro de 2009, William Bonner escreveu no Twitter a palavra ‘ia’ com acento agudo no ‘i’, no que foi prontamente corrigido pela ex-’BBB’ Milena Fagundes (twitter. com/MilenaFagundes). Milena diz estar acostumada ao estigma de que ex-’BBB’ é ‘analfabeto, burro’. E se defende: ‘Escrever é uma coisa que eu realmente sei, sempre li muito’, diz ela, que é funcionária FOTO: MARCOS BORGES/ FOLHAPRESS
Ener do Fake Pasquale
pública licenciada da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça em Manaus e, hoje, atua como DJ e planeja abrir uma agência de publicidade. Bonner levou a situação ‘super numa boa’, segundo Milena, que credita o lapso ortográfico do apresentador e editor-chefe do ‘Jornal Nacional’ a uma mera distração. ‘Tenho certeza de que foi um erro de digitação. Ele sempre foi cuidadoso. Não abrevia palavras, escreve supercorretamente’, afirma a ex-’BBB’.
Para o lixo Alvo frequente dos patrulheiros da língua portuguesa e do Caps Lock, o locutor esportivo Silvio Luiz (twitter.com/silvioluiz), hoje na RedeTV! e na BandSports, não cede em nenhuma das duas frentes. Pelo contrário: encampa um movimento a favor da caixa alta (‘é mais fácil de ler’, defende) e revela que até comete erros ortográficos de propósito: dessa forma, fica mais fácil identificar usuários inconvenientes e mandá-los ‘para o lixo’ (bloqueá-los), afirma. ‘Um senhor de 75 anos como eu, que passou pela alfabetização na época do tupi-guarani, não lembra das modificações que a língua sofreu ao longo dos anos’, diz o locutor. ‘O Twitter foi feito para extravasar. Fui para criar amigos, não inimigos. Esses, eu mando para o lixo. Fica lá no purgatório, queima bem a bundinha no fogo até se recuperar’.
Falso Pasquale dá orientações na internet Usuário corrige erros alheios e responde a dúvidas; para linguista, há uma‘fissura excessiva’com grafia
Pasquale Cipro Neto, professor de português e colunista da Folha, não está no Twitter. Mas um fake seu (twitter. com/FakePasquale), que corrige erros gramaticais e responde a dúvidas, acumula mais de 34 mil seguidores , o número estava próximo de 60 mil, mas diminuiu, segundo o verdadeiro Pasquale, depois de ele ter pedido à sua agente que ‘tomasse providências’. ‘A ideia de criar o fake nasceu num dia em que vi um renomado músico, do FOTO: MARCELO JUSTO/FOLHAPRESS
Retrato da ex-BBB Milena Fagundes, que recentemente, corrigiu William Bonner no Twitter. Alguns usuários do Twitter agora corrigem o português de outros
qual sou fã, escrever “pesquiza’ no Twitter. Pensei: “Preciso fazer alguma coisa’’, afirma o responsável pela conta, Ener Silva, 37, que trabalha em uma agência de publicidade em Curitiba. O objetivo de Silva era corrigir erros de português de outros tuiteiros, mas ele começou a receber mensagens com dúvidas. ‘Coisas que nem eu sabia acabei aprendendo também’. Na opinião de Sírio Possenti, professor de linguística da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), há uma ‘fissura excessiva’ com os problemas de grafia. ‘Acho que isso se deve ao fato de que essa é a única coisa, a rigor, que a maioria das pessoas sabe corrigir’, afirma Possenti. ‘Se elas leem um texto e veem um cê-cedilha que não deveria estar ali, dizem: “Esse texto está errado’. Mas não se dão conta, frequentemente, se o texto é incoerente, contraditório, incompleto ou se o argumento é uma droga’. Possenti não considera uma afronta à língua as abreviações comuns na internet e ainda mais intensas no Twitter, que tem limite de 140 caracteres. ‘Isso não é nem uma ameaça à língua, a língua nem fica sabendo disso, e muito provavelmente não é uma ameaça nem à escolaridade daqueles que fazem isso. Nada garante que quem escreve dessa forma no Twitter escreve assim em outros lugares’. Para Pasquale Cipro Neto, o verdadeiro, a pessoa precisa ter consciência do território em que está. ‘Se ela está escrevendo nesse ambiente, naturalmente vai se valer desses recursos [abreviações] para atender às suas necessidades’, afirma. ‘Agora, se ela achar que pode fazer isso a vida inteira, aí é que começa o problema. O sujeito não pode ter um código só. Quem tem um código só não tem nenhum’. FOTO: RODRIGO CAPOTE/ FOLHAPRESS
Entrevista com o locutor Silvio Luiz sobre Twitter na Rede TV!
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Seus Direitos e Deveres
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colunadoconsumidor@yahoo.com.br
Sistemas Eleitorais GUSTAVO ANTÔNIO DE MORAES MONTAGNANA/ GABRIELA DE MORAES MONTAGNANA
Como se sabe o Brasil adota a de-
tenham entre 16 e 18 anos.
receber vencimentos ou salários de função
eleitoral, obtendo-se assim o número de eleitos
mocracia como regime de governo.
As pessoas que deixam de votar, em qualquer
ou emprego público, correspondentes ao
de cada agremiação (quociente partidário).
O regime de governo indica o grau
eleição, devem justificar-se diante da Justiça
segundo mês subseqüente ao da eleição,
Assim, os votos de determinado candidato
de participação do povo nos destinos de um
Eleitoral para conservar seus direitos sociais.
entre outras.
contam para a legenda. Partido que não atin-
Estado. No regime democrático todo poder
Pode-se dizer que o exercício do voto é ao
Tendo em vista a importância da participação
ge o quociente eleitoral não elege qualquer
emana do povo, que o exerce por meio de
mesmo tempo um direito e um dever.
do cidadão no processo eleitoral do país, é
deputado ou vereador.
seus representantes por ele eleitos.
Estando o eleitor no Brasil, poderá justificar
imprescindível que se tenha conhecimento
Obtido o número final de cadeiras de cada
Deste fato resulta que o processo eleitoral,
o voto no próprio dia da eleição ou dentro
sobre o seu funcionamento.
partido estarão eleitos os candidatos mais
mais que um exercício da democracia, re-
de 60 dias no Cartório Eleitoral. Estando no
O voto deve ser consciente, não bastando
votados de cada partido ou coligação, em
presenta a oportunidade de os cidadãos se
exterior, o prazo para justificar a sua ausência
conhecer adequadamente o candidato esco-
número capaz de preencher essas vagas.
posicionarem nos assuntos do governo.
é de 30 dias, contado da data de seu retorno
lhido para determinado cargo, sendo também
De acordo com uma resolução do TSE, o sistema
Por isso, o exercício do voto é um dos direitos
ao país, sendo possível o voto no exterior
importante saber como ele será eleito, ou seja,
proporcional permite que seja considerado
fundamentais dos cidadãos, garantia cons-
apenas para os cargos de Presidente e Vice-
como os votos a ele conferidos serão compu-
eleito até mesmo candidato que não obteve
titucional que não pode ser suprimida nem
Presidente da República.
tados e o levarão a assumir o mandato.
nenhum voto, desde que seu partido tenha
mesmo por meio de emenda constitucional.
Sem a prova de que votou na última eleição,
As regras necessárias à computação dos votos
assegurado direito a um número maior de
É por meio dele que o indivíduo participa do
justificou devidamente ou pagou a respectiva
e sua transformação em mandatos compõe
cadeiras do que o de candidatos que foram
poder público e manifesta sua vontade.
multa o eleitor sofre algumas conseqüências,
o “sistema eleitoral”.
votados. Na prática, temos o exemplo de um
No Brasil, o voto é obrigatório para os maiores
como não poder inscrever-se em concurso
No Brasil existem dois sistemas eleitorais: o
candidato que obteve um milhão de votos,
de 18 anos e facultativo para os analfabetos,
público, obter passaporte ou carteira de iden-
majoritário e proporcional.
elegendo não só a si, mas também vários
maiores de 70 anos e para os jovens que
tidade, participar de concorrência pública,
Pelo sistema majoritário é eleito o candidato
outros candidatos de seu partido.
mais votado, podendo ser por maioria ab-
Vê-se que a escolha do candidato não deve
soluta ou por maioria simples.
ser a única preocupação do eleitor, princi-
O sistema majoritário por maioria absolta é
palmente para os cargos de Deputados e
aplicado às eleições para Presidente da Re-
Vereadores, devendo-se atentar para qual
pública, Governador de Estado e do Distrito
partido ele está filiado e ainda, quais são os
Federal e Prefeito de municípios de mais de
candidatos ao mesmo cargo deste partido
200 mil eleitores.
ou coligação, já que o voto conferido a um
Por ele é eleito o candidato que alcançar mais
candidato pode ser utilizado por outro do
da metade dos votos válidos. Caso nenhum
mesmo partido.
candidato alcance a maioria absoluta na
Afinal, saber quais são as propostas e ide-
primeira votação, far-se-á segundo turno,
ologias de cada partido político, contribui
concorrendo os dois candidatos mais vota-
para conhecer o próprio candidato e a forma
dos, sendo considerado eleito o que obtiver
como agirá se eleito.
a maioria dos votos válidos.
O pluralismo político constitui um dos
O sistema majoritário por maioria simples
objetivos da República Federativa do Bra-
aplica-se às eleições para Senador e Pre-
sil. Ele se traduz no reconhecimento de
feito dos municípios com menos de 200
que vários partidos possuem igual direito
mil eleitores, sendo eleito o candidato que
ao exercício do poder político, assim, até
obtiver a maioria simples nas eleições, mes-
mesmo pequenos partidos políticos são
mo recebendo um único voto a mais que o
ouvidos e tem direito a voto.
segundo candidato mais votado, ou mesmo
Trata-se de uma importante característica
que a soma dos concorrentes ultrapasse a
da democracia moderna, porém, por outro
sua votação.
lado, de uma questão que deve levar o eleitor
Pelo sistema proporcional o que interessa é a
a ficar atento na hora da escolha do candidato,
votação em partido ou coligação e não apenas
haja vista que ante a diversidade de partidos
no candidato. São eleitos por esse sistema os
existentes pouco se conhece a respeito de
Deputados Federais, Deputados Estaduais,
cada um deles.
Deputados Distritais e os Vereadores.
Fiquem atentos!!
Nesse sistema proporcional, inicialmente
Até a próxima!!
somam-se os votos válidos e divide-se o resultado pelo número de cadeiras a preencher, obtendo-se assim o quociente eleitoral. Os votos brancos e nulos não são considerados no cálculo. Em seguida, dividem-se os votos de cada partido ou coligação pelo quociente
Advogados Gabriela de Moraes Montagnana OAB/ SP 240.034 Gustavo Antônio de Moraes Montagnana OAB/ SP 214.810
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INFORME PUBLICITÁRIO
Berçário Patológico da Santa Casa completa um ano de sua inauguração No dia 26 de junho 2009, foi inaugurado na Santa Casa de Bragança o Berçário Patológico “Dr. José Aguinaldo Doná Gatti”. Sob a coordenação da médica neonatoligista Dra. Viviane Galinucci Osório, trabalham no setor 19 profissionais. São 07 médicos, 04 enfermeiros e 08 técnicos em enfermagem prestando assistência ininterrupta a recém-nascidos que precisam de tratamento especial e intensivo. O berçário patológico oferece aos pacientes de convênios, particulares e do plano Santa Casa Saúde uma estrutura com 07 leitos neonatal, 02 leitos para bebês de aproximadamente um mês de vida, isolamento pediátrico, incubadoras, berços aquecidos, respiradores, carrinho de urgência, incubadora de transporte com sensor de temperatura e jogos para cateterismo umbilical, dentre outros equipamentos.
Embora o berçário tenha sido inaugurado em junho de 2009, o serviço se realiza desde janeiro do ano passado. Em um ano e meio de atividades, o setor tem registrado em seus livros 74 internações. Os casos mais freqüentes são os de prematuridade e patologias respiratórias. O tempo de internação é bastante variado. Há bebês que permanecem sob cuidados por poucas horas, outros por alguns dias. Ainda há os que precisam de semanas e meses. Além de pacientes particulares e de convênios, a Santa Casa oferece a estrutura do berçário patológico para bebês que nascem pelo SUS. Nestes casos, é feito o primeiro atendimento e acionada a Central de Vagas da região, que providencia a transferência para hospital credenciado, conforme define a estrutura da saúde pública que serve nossa cidade. Este procedimento assim ocorre porque a Santa Casa não é credenciada para este tipo de assistência. Os profissionais que trabalham no berçário patológico recebem instruções e passam por aperfeiçoamento permanente. Integram os programas de humanização hospitalar e educação continuada. Recentemente participaram de treinamento sobre reanimação neonatal. Enfermagem e médicos do setor cuidam com carinho dos bebês internados, firmando relações de amizade e afeto com pais e familiares dos
pequenos pacientes. Em março de 2009, com apenas 32 semanas de gestação, nasceu a pequena Maria Júlia. Ela permaneceu internada no berçário patológico durante 42 dias. Sua prematuridade foi conseqüência de pré-eclâmpsia grave da mãe. Maria Júlia, desde o nascimento, apresentou problemas de saúde que exigiram muita dedicação dos profissionais. “Graças a Deus e às pessoas da equipe que se dedicaram a ela é que podemos comemorar a sua vida e total recuperação. Todos tinham algum gesto de amor. Choramos e sorrimos juntos”, disse sua mãe, Kelly Cristina Gonçalves. As dependências do berçário contam com equipamentos modernos para prestar a assistência necessária aos recém-nascidos e com um ambiente infantil, agradável aos profissionais e aos familiares dos pacientes internados. Assim, além do carinho e da dedicação de médicos e enfermeiros, a Santa Casa oferece a melhor estrutura física e técnica para uma boa recuperação.
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