944 Edição 16.03.2018

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Braganรงa Paulista

Sexta 16 Marรงo 2018

Nยบ 944 - ano XVI jornal@jornaldomeio.com.br 11 4032-3919


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Jornal do Meio 944 Sexta 16 • Março • 2018

Quinta feira santa! Por quê? por Mons. Giovanni Baresse

Na sexta passada acenei

Uma última chamada de atenção

é o meu corpo” e “isto é o meu

side o fundamento do ministério

à Semana Santa e ao seu

aos seus mais próximos e escolhi-

sangue”. “Façam isso em minha

presbiteral. Mandato que é o

início com a celebração

dos seguidores. Deveriam evitar

memória!” Jesus usa o tempo

sacramento da Ordem. O padre é

de Ramos, lembrando a entrada

a tentação do poder! De fato, em

verbal que chamamos de impe-

ordenado para fazer a Eucaristia

de Jesus em Jerusalém poucos

muitas situações, os discípulos

rativo. Fazer a sua memória não

tal como Jesus a fez na Última

dias antes da celebração da

manifestaram o pensamento cor-

é um conselho, é uma ordem! E

Ceia. A raiz do ministério sacer-

Páscoa Judaica. Aqueles que

rente na época: o Messias seria o

a partir daí os cristãos começa-

dotal é o serviço (para lembrar

acompanhavam Jesus à época

novo rei que faria resplandecer os

ram a celebrar o Dia do Senhor!

o lava-pés). Tendo o “poder” de

o celebravam como Messias.

tempos de Davi e Salomão. Por

Reuniam-se nas casas e celebra-

trazer Jesus ao altar, esse poder

Os cristãos o celebram fazendo

conta disso foram várias as dis-

vam o gesto de Jesus. Aqui reside,

só tem sua verdadeira face se o

memória do reconhecimento de

cussões sobre quem ocuparia os

infelizmente, um desencontro

consagrante é servidor como Jesus

Jesus como Senhor. Hoje proponho

primeiros lugares. Baste lembrar

entre católicos e protestantes:

o foi. O sacramento da Ordem

voltar a atenção para a chamada

a mãe de Tiago e João (Mateus

para os católicos o pão e o vinho

lembra a quem é ordenado que

quinta-feira santa. Qual a razão

20,20ss) que pedia a Jesus que os

consagrados são Jesus. Para os

ele é mandado (ordenado) para

do qualificativo “santa”? Quando

filhos se assentassem um à sua

protestantes o pão e o vinho con-

uma ou mais missões. Como

se leem os Evangelhos se tem a

direita e outro à sua esquerda ou

sagrados simbolizam Jesus. Aqui

disse em outra ocasião, o padre

notícia de que Jesus ordenou aos

o mesmo pedido feito pelos dois

não é o lugar para aprofundar as

não escolhe onde ou o que vai

discípulos que buscassem um lugar

(Marcos 10,38ss). E a reação dos

razões dessa diferença. Penso que

caracterizar a sua missão. Deve

e preparassem a ceia da Páscoa

outros dez que se irritaram com

mais que a diferença de ordem

ter a consciência que, pelo bis-

(Mateus 26,17ss; Marcos 14,12ss;

tal pedido. O gesto do lava-pés

teológica se poderia caminhar

po, sucessor dos Apóstolos, foi

ucas 22,7ss; João 13,1ss). Nessa

mostra na atitude e nas palavras

no que significa receber a Jesus

confiada uma missão: levar as

Ceia podemos tomar conhecimento

de Jesus qual deve ser o espírito

realmente presente no pão e no

pessoas, com seu exemplo, palavra

de três grandes sinais: a institui-

que os seus seguidores devem

vinho ou simbolizados por eles.

e zelo, a Jesus Cristo. Por essas

ção da Eucaristia, o mandato em

ter: servir sempre e não se ser-

Quem quer Jesus intimamente

razões a quinta-feira da Semana

celebrá-la e o gesto do Lava-pés.

vir! Segue, no quadro da Ceia a

em sua vida deve expressar essa

Santa é chamada santa. Pena

O evangelista João é o único que

instituição da Eucaristia. Jesus

comum união! Finalmente, no

que esse dia ainda não mereça o

traz o gesto do lava-pés (13,1ss).

toma do pão e do vinho. Diz “isto

mandato dado aos apóstolos re-

valor que tem!

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.


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que, por sua vez, devem ser construídos

podendo, inclusive, argumentar sobre a

e formados nas práticas que fortalecem a

melhor direção a ser tomada, podendo

estimulam a participação política.

discordar com os desejos dos cidadãos

Faz-se urgente esclarecer o que deveria ser

desde que apresentando algo melhor

a democracia e como ela deveria funcionar,

ou mais bem argumentado. Não deverá,

o que ela deveria buscar e o que deveria

portanto, existir ações que quebrem ou

pretender construir.

que pervertam os desejos mais urgentes

Dentre seus diversos mecanismos e práticas,

e claros da sociedade civil. De fato, não

a aposta nos meios, nos procedimentos,

deve haver distância entre a sociedade

mais que nos fins é uma forma de estimu-

civil e seus governantes.

lar a participação política e promover as

Como forma de entendimento democrá-

correções que são necessárias, além de

tico e do papel de cada cidadão e de cada

reforçar a ideia de que o cidadão tem um

grupo de cidadãos, é urgente construir e

papel preponderante na vida democrática

consolidar o incentivo à tolerância e ao en-

e que a sua omissão ou descaso é um male-

tendimento de que não existem vencedores

fício já que os meios promovem a garantia

e vencidos no processo democrático e que

de que os desejos e os anseios populares,

não há um grupo que leva e que decide tudo

da maioria e da minoria, serão ouvidos

segundo seus interesses particulares. Não

e realizados pelos homens públicos que

vivemos isolados e a construção social é

têm como responsabilidade encontrar os

uma responsabilidade e um direito de todos

caminhos legais e democráticos para tais

na democracia, até mesmo daqueles que

fins, ou seja, os meios e os procedimentos

foram derrotados neste processo.

são mais importantes uma vez que o fim

Cabe, ao Estado, a gestão pacífica dos

da democracia é sempre o Bem Público

conflitos sociais que fazem a força da

ou Comum.

democracia ser tão poderosa, ou seja,

Aqui, a relação erro e correção assume

os conflitos sociais não são sinônimos

uma importância ímpar. Na democracia

de guerras civis, atos violentos, mas são

não há espaço para escolhas definitivas e

a expressão de visões diferentes sobre

nem para propostas que cerceiam as dis-

a perspectiva social que deve, sempre e

cussões políticas que fazem parte do jogo

invariavelmente, procurar o consenso, os

democrático e que propõem as soluções

argumentos racionais, para minimizar as

consensuais e que pretendem atender até

chances de erros que irão ocorrer e que

mesmo as minorias que foram derrotadas,

abrem caminhos e não abismos entre

não vencidas, nas urnas, nas assembleias,

cidadãos e grupos distintos.

por conta dos argumentos ou da conjuntura política do momento e, caso haja a

Pedro Marcelo Galasso - cientista político,

necessidade de mudança, a participação

professor e escritor.

dos cidadãos pode ajudar a indicar qual

E-mail: p.m.galasso@gmail.com

Em tempos passados Dramaturgo brasileiro

Triture Título de Tutancâmon

Instância Os filhos psíquica do casal "(?) Save The Queen", hino britânico Roger Federer, tenista suíço Templo de (?), uma das 7 Maravilhas (?) Holanda, humorista brasileiro

Antigo dia- Discagem leto grego Direta InternacioProvido nal (sigla) de asas Produto negociado anualmente em feira cultural de Frankfurt

Fluido de balões Saudação informal

Letrasímbolo do Euro Órgão de fixação da sanguessuga Aumento em 100% Acima de 18 anos Município do RN Tecido de toldos

Pronome indefinido A visão do estrábico

Tipo de roupa vendida no brechó Canais inflamados na tromboflebite

Arrumado de forma simétrica

(?) natura: sem industrialização (alimento)

Lua de Júpiter coberta de vulcões

Estola de plumas usada por atrizes em musicais Desonra extrema Crostas cutâneas de doentes no leito

BANCO

Triste, em inglês 32

Solução

F

os mecanismos de acesso à Coisa Pública

A O M

desejos expressos pelos cidadãos e manter

consciente e constante de seus cidadãos

O

pois a democracia exige a participação

D J

de suas ações que precisam considerar os

F A R A O

apresentar as justificativas racionais e lógicas

seu funcionamento e as suas exigências,

C

ou que obscurecem suas razoes de ser,

"Igual", em "isonomia" Símbolo de Atmosfera Física Filme de Brian De Palma

Rã, em espanhol Banda dos anos 80

Acúmulo de gases no tubo digestivo

U S A

vernantes democraticamente escolhidos,

B

Após a direção ser apontada, cabe aos go-

tornam seu entendimento difícil

AD

por conceitos ideológicos que

Letra maiúscula de textos medievais Sistema para eficiente captação da água da chuva no semiárido brasileiro (pl.)

C I S T E R N A S R U R A I S

a direção a ser seguida.

© Revistas COQUETEL

Não é usado nos Vencer, rituais islâmicos em inglês Obsessão Debate comum em de Midas programas esportivos

W U M I N E N C S I A A R O L E S D I A O N N T O D O B A C A A VE I M I N A S

A palavra democracia é revestida

Habeas corpus e mandado de segurança (jur.) Sucessor de Calígula Ministro do Meio Ambiente de Lula

A L O S T U L A R R O R P G O M O D I V E R O A M P L A O I G N O C A R

por pedro marcelo galasso

www.coquetel.com.br

G C AR L A A N U T D I I AS O NI D A I L IV A D D U O A I E S

mais que uma ideia

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

3/god — sad — win. 4/rana. 5/jônio — livro. 6/uncial.

Democracia,


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Jornal do Meio 944 Sexta 16 • Março • 2018

por REINALDO JOSÉ LOPES/FOLHAPRESS

Dá para levar a sério a ideia de estender a longevidade humana e, quem sabe, produzir pessoas potencialmente imortais? São raríssimos os cientistas dispostos a responder que sim na lata, mas um progresso (muito) modesto já tem acontecido na área. Por enquanto, apareceram alguns candidatos interessantes a “alvo molecular” da longevidade. Ou seja, moléculas, ou conjuntos de moléculas, que poderiam ser manipuladas para alterar os sistemas celulares que acabam levando ao envelhecimento. Várias delas tem alguns pontos em comum: estão associadas à maneira como o organismo lida com o excesso de recursos e com o crescimento. Outra via que está sendo explorada tem a ver com os sistemas de manutenção e reparo do material genético. Problemas no DNA frequentemente desencadeiam câncer, e também há uma importante relação entre a diminuição das estruturas chamadas telômeros (as “pontas de segurança” dos cromossomos, onde o DNA está armazenado) e o envelhecimento celular. Boa parte dos dados que apoiam esses dois ramos da pesquisa vem do estudo de animais de laboratório. Intervenções em espécies de vida relativamente curta, como vermes nematoides, camundongos e ratos, já obtiveram aumentos substanciais da expectativa de vida e da saúde mesmo em idade avançada. E também há pistas intrigantes vindas do organismo de animais que vivem muito mais do que o esperado considerando seu tamanho e seus parentes -em geral, criaturas pequenas vivem pouco, são muito predadas e se reproduzem velozmente (caso dos roedores), enquanto animais de grande porte e relativamente livres de inimigos naturais (caso dos seres humanos) tendem a ser longevos. SEGREDO DO MORCEGO Considere, porém, o caso dos morcegos, e em especial o dos morceguinhos do gênero Myotis, que pesam apenas algumas dezenas de gramas. Eles “deveriam” viver apenas alguns anos, como os roedores, mas a capacidade de voar diminuiu muito a pressão que eles sofreriam por partes dos predadores e permitiu que eles tivessem um ciclo de vida bem mais relaxado, morrendo por volta dos 40 anos (outros morcegos morrem na casa dos 20 anos ou 30 anos). Um estudo que acaba de ser publicado na revista científica “Science Advances” por Emma Teeling e seus colegas do University College de Dublin (Irlanda) investigou justamente os telômeros do Myotis e de outros morcegos. Teeling explicou à Folha o resultado: “Não é exatamente que o Myotis tenha telômeros mais compridos, mas o de que

conforme o esperado. Seres humanos com mais de 60 anos e telômeros mais curtos têm probabilidade três vezes maior de morrer de alguma doença ligada ao envelhecimento”. Essa estrutura dos cromossomos diminui com as sucessivas divisões das células. Quando esse encurtamento alcança um nível crítico, chega-se ao estado chamado de senescência celular. A célula não se divide mais, mas pode produzir uma série de substâncias (com capacidade inflamatória, por exemplo) que parecem contribuir para os efeitos negativos do envelhecimento. “Eles também reparam melhor o seu DNA, têm níveis mais altos de controle de tumores e mecanismos anti-inflamatórios rápidos e eficientes”, diz Teeling. A julgar pelos estudos com animais, porém, alguém poderia achar que a intervenção definitiva não poderia ser mais simples: fechar a boca. Os estudos com restrição calórica -às vezes cortando 40% das calorias consumidos pelos bichos- foram os mais bem-sucedidos com espécies pequenas. Resultados preliminares com macacos e humanos, porém, nem chegaram perto desse êxito. O jeito, porém, talvez seja contornar isso com medicamentos que reproduzem parte dos efeitos moleculares da boca fechada sem fazer as pessoas passarem fome de verdade. Uma delas é a rapamicina, droga originalmente usada para controlar a rejeição de transplantes (veja infográfico). Ela afeta um circuito molecular da célula chamado mTOR que, quando ativado, leva ao crescimento e à divisão celular. Desligá-lo parece colocar a célula em “modo de segurança”, estendendo a longevidade. Outra possibilidade é a metformina, droga muito usada para controlar o diabetes. Ainda falta muito antes que haja evidências claras de que essas e outras abordagens similares funcionem, porém. * Iniciativas acompanham idosos em busca de pistas sobre vida longeva e saudável Várias iniciativas estão mapeando o DNA de pessoas mais velhas mundo afora, com um olhar especial para os que chegaram à idade avançada com relativa saúde. No Brasil, pesquisadores da USP coordenados por Mayana Zatz e Michel Naslavsky estão estudando o genoma de 1.330 idosos de São Paulo, dos quais 130 têm 80 anos ou mais e boa saúde, incluindo aí quatro centenárias. As características genéticas naturalmente miscigenadas da população brasileira, bem como o ambiente não muito amigável da metrópole paulista, podem ser trunfos da análise da equipe da USP em relação a análises similares feitas fora do país. Naslavsky conta que a maioria dos estudos realizados até hoje costumam levar Arte: FOLHAPRESS

eles não encurtam com o passar da idade,

em conta grupos bastante homogêneos

do ponto de vista genético, e alguns até relativamente isolados, como os velhinhos de Okinawa, no Japão. Mas os pesquisadores têm verificado que o efeito combinado das variantes de um gene ou vários genes podem ser importantes no que diz respeito à susceptibilidade de desenvolver determinadas doenças. Estudar isso é particularmente promissor em grupos miscigenados: às vezes, digamos, o efeito negativo de uma variante genética de origem europeia pode ser neutralizado por outra vindo de populações africanas. Além disso, é claro, há os aspectos ambientais. “Quem chega aos 80 ou mais anos de idade saudável em São Paulo, com poluição, estresse e tudo o mais, talvez tenha algo de interessante”, brinca Zatz. Para tentar entender o peso de cada fator nos processos de envelhecimento e no risco de morte, a equipe conta com o acompanhamento periódico dos idosos e com questionários sobre seu estado de saúde, um trabalho coordenado por Yeda Duarte, da Faculdade de Saúde Pública da USP. A correlação entre certos hábitos e a diversidade genética também pode trazer boas pistas. Outro braço do trabalho, envolvendo análises do estado do cérebro dos idosos, é coordenado por Edson Amaro, do hospital Albert Einstein. Naslavsky explica que é possível dividir os longevos saudáveis em alguns grupos. Certos indivíduos vêm de famílias que são naturalmente longevas por motivos claramente genéticos. Outros chegam a

essa condição invejável por uma conjunção de fatores ambientais e genéticos. Desse segundo grupo, alguns não têm mutações genéticas ligadas a doenças graves, enquanto outros podem até desenvolver câncer. “Mas são resilientes -e esse grupo é que pode ser o mais interessante pensando na população de modo geral”, diz ele. Seja como for, o mais provável é que a conjunção do papel modesto de muitos genes, além do ambiente, é que esteja por trás da vida longa e saudável. Soluções simples não devem estar à vista. (RJL) * PESQUISA Série mostra relação com a idade Baseada em pesquisa nacional inédita feita pelo Datafolha, a série “Ao Seu Tempo” mostra como o brasileiro se relaciona com a idade. Em janeiro, começaram a ser publicadas os textos da série “Vida Longa” nos diversos cadernos do jornal. Na pesquisa, foram ouvidos 2.732 brasileiros com 16 anos ou mais sobre assuntos como saúde, sociedade, família e finanças. O levantamento foi realizado em todas as regiões do país. Entre os assuntos já abordados estão as opções de lazer preferidas de acordo com a da faixa etária, o medo de envelhecer e de morrer (geralmente pessoas mais jovens e mais ricas têm mais medo), o uso frequente de álcool e tabaco (que atinge 9% e 14% dos idosos) entre outras questões. Arte: FOLHAPRESS


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Seguro ainda é luxo

para empreendedor Estudo mostra que apenas 30% dos micro e pequenos negócios no país têm algum tipo de cobertura patrimonial, lei com mais de 50 anos exige que empresas tenham algum tipo de proteção, mas nunca foi colocada em prática por WAGNER OLIVEIRA/FOLHAPRESS

Caso a regra fosse seguida à risca, empreendedores precisariam contratar seguro para abrir suas empresas. A exigência está prevista em lei, que foi promulgada há 52 anos. Contudo, apenas 30% dos cerca de 10 milhões de pequenos negócios do país têm algum tipo de cobertura em caso de acidente. O dado foi divulgado pela consultoria PWC, que, ao longo de 2017, elaborou um estudo sobre a oferta de seguros para pequenas empresas. “No Brasil, o desafio nesse mercado está no fato de os pequenos e médios empreendedores exigirem planos com a complexidade de uma grande empresa, mas com flexibilidade e capacidade de pagamento de uma pessoa física”, afirma Luis Ruivo, sócio da PWC no Brasil. O trabalho mostra que a implementação

de canais digitais para cotação e fechamento de contrato deve reduzir custos para as empresas e aumentar o interesse pelas coberturas oferecidas no mercado, principalmente entre os novos negócios. “Com as facilidades e a rapidez dos serviços digitais, as seguradoras podem ganhar escala e criar planos flexíveis com valores que caibam no orçamento de um maior número de pequenos empreendedores”, diz Ruivo. Negócios mais antigos, porém, preferem o contato direto com o corretor. De acordo com a PWC, apenas 37% das empresas com atuação entre 11 e 20 anos no mercado vão fazer, no futuro, a opção pelo seguro digital. “Na eventualidade de um sinistro, é melhor ter a ajuda de uma pessoa que você conhece, passa muito mais confiança”, diz o empresário Wilson Bastos, 63, pro-

prietário da Rutil Comércio de Máquinas, que sempre contratou a proteção contra acidentes. MEDO DO PREÇO Para quem comercializa contratos de seguros, o desafio é conquistar parte dos 70% de empreendedores que não têm nenhum tipo de cobertura e têm medo de se deparar com custos altos na hora de cotar uma apólice. “Se em um carro o seguro chega a até 10% do valor do bem, quanto será uma apólice de um negócio que vale R$ 700 mil, R$ 1 milhão? É essa indagação que mais ouço, mas o cálculo é totalmente diferente, por envolver outros tipos de riscos”, diz Mariana Santos, proprietária da Fontane Corretora de Seguros. A empresária afirma que há apólices no

mercado com valor de R$ 800 por ano para alguns tipos de cobertura. CONSCIENTIZAÇÃO Em 2017, o ramo de coberturas empresariais movimentou R$ 1,9 bilhão no país, de acordo com dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados). No mesmo período, seguros de veículos somaram R$ 34 bilhões, enquanto a modalidade residencial chegou a R$ 16 bilhões. “Temos feito palestras, mas precisamos de campanhas mais intensas para conscientizar o pequeno empresariado sobre a necessidade de proteger o patrimônio e os recursos humanos”, diz Ezaqueu Antonio Bueno, da Comissão de Riscos Empresariais do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguro no Estado de São Paulo). Foto: Bruno Santos/ Folhapress

O empresário Wilson Bastos na sede da Rutil Comércio de Máquinas, em Atibaia (a 64 quilômetros de São Paulo)


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Concursos públicos Expectativa é que total de vagas em concursos públicos dobre em 2018

por ANA LUIZA TIEGHI / ANNA RANGEL/FOLHAPRESS

Neste ano, 162 mil vagas deverão ser abertas em concursos públicos no país, segundo cálculo da Anpac (Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos). O número é mais do que o dobro das 79 mil disponibilizadas em 2017 -quando a associação previu 89 mil postos- e bem mais do que as 100 mil ofertadas em 2016. Para fazer a estimativa, a Anpac considera a liberação de verba orçamentária para

concursos, o deficit de servidores, além de aposentadorias, mortes e exonerações. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse em outubro de 2017 que mais de R$ 600 milhões seriam destinados no Orçamento para a realização de concursos. Ainda segundo o ministro, em 2016 e 2017 só seleções urgentes foram liberadas. “Esperamos que as vagas represadas comecem a aparecer”, diz Gabriel Henrique Pinto, advogado e diretor da Central de Concursos.

Segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, por exemplo, faltam mais de 12 mil funcionários na instituição. Hélio Teixeira, pesquisador de gestão pública e professor da FEA-USP, não acredita que haverá uma retomada dos editais já neste ano. “Há uma tendência a ter menos vagas devido ao problema fiscal do país. A despesa pública vai ser comprimida em todas as áreas”, diz. A reposição de cargos vagos é o principal

gerador de vagas, uma vez que a criação de novos postos para servidores é pequena. “Não vemos a criação de cargos de forma massiva desde o final do governo Lula”, diz o diretor da Central de Concursos. A pasta do Planejamento calcula que 40% dos servidores devem se aposentar até 2027, o que significa 216 mil cargos públicos que poderão ser repostos. Para a Anpac, muitas aposentadorias podem ser antecipadas, para evitar possíveis novas regras da Previdência.

foto: Karime Xavier/Folhapress

A advogada Carla Ferreira, 34, se prepara para concurso na Damásio Educacional, na região central de SP


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Ginástica nas praças Saiba como se exercitar nos aparelhos de ginástica de praças, especialista ensina movimentos corretos para os interessados em começar a prática, em especial os idosos por REGIANE SOARES /FOLHAPRESS

Fazer aquecimento e alongamento,

citarem sem o risco de se machucarem. A

possível fazer sem ele”, afirmou. Como

mas alguns podem ser perigosos se a pessoa

usar roupas e tênis confortáveis e

primeira e principal regra é: somente faça

nem sempre é possível pagar um professor,

sobe sozinha pela primeira vez”, afirmou.

evitar esforço físico são as prin-

ginástica nos aparelhos depois que pas-

Bravo deu algumas dicas de como utilizar

cipais recomendações dos especialistas

sar por uma avaliação médica. “Somente

os aparelhos das praças públicas, sempre

Faço todos os dias, diz idoso de 80 anos

para os idosos que pretendem se exerci-

um médico vai poder dizer se a pessoa

levando em consideração o fato de a pessoa

Lastra, 80 anos, aproveita os aparelhos

tar nos aparelhos de ginástica que estão

pode ou não fazer exercício. Isso é vital.

estar bem de saúde (veja quadro ao lado).

de ginástica na praça Morungaba, no

instalados em praças e parques públicos

E o idoso também precisa estar com a

A especialista em gerontologia Claudia

Jardim Europa (zona oeste), para se

na capital. Para quem pretende usar os

medicação em dia”, afirmou o personal.

Fló, da Sociedade Brasileira de Geriatria

exercitar diariamente. “Eu venho todos

aparelhos, mas ainda não sabe como, o

O aposentado José Luís Setaro, 68 anos,

e Gerontologia, também acredita que al-

os dias, inclusive aos fins de semana.

Agora foi até a praça Morungaba, no Jar-

fez a série de exercícios sob a orientação

guns aparelhos podem oferecer riscos para

É maravilhoso poder se exercitar aqui.

dim Europa (zona oeste), com o personal

do personal trainer e aprovou o uso dos

idosos, por isso seria ideal ter um educador

Melhorei até minha artrose”, afirmou.

trainer Luiz Américo Bravo, profissional

aparelhos na praça. “É interessante para

físico ou um fisioterapeuta acompanhando

O aposentado disse que, por conta do

de educação física da Qualitè Vie, que deu

pessoas da minha idade. A assistência

o idoso. “Esses aparelhos nas praças são

problema de saúde, só fez os exercícios

dicas da melhor forma dos idosos se exer-

do personal dá mais segurança, mas é

ótimos para a prática de atividade física,

após orientação médica. Arte: Folhapress

Foto: Rivaldo Gomes/Folhapress

Área Trabalhada: costas - Movimento: sentar de frente para o aparelho, apoiar os pés, apoiar o peito, segurar a alça e puxar os braços para trás - ATENÇÃO: Cotovelo deve ficar na altura dos ombros

Arte: Folhapress

Com as pernas um pouco abertas, abaixar o tronco com as mãos para frente do corpo - ATENÇÃO: Levantar devagar. Movimentos bruscos podem provocar tontura


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