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Braganรงa Paulista

Sexta 25 Maio 2012

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para pensar

Jornal do Meio 641 Sexta 25 • Maio • 2012

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Você é nosso, nós somos teu... Mons. Giovanni Barrese

Este pedaço de frase faz parte de uma mensagem que um deputado federal estava passando ao governador do Rio de Janeiro durante uma sessão da CPI que está tramitando em Brasília e que envolve um empresário ligado a jogos de azar, conforme afirmam os meios de comunicação. A ligação dessa pessoa com personagens da política partidária tem sido mostrada constantemente. A acusação feita é a da mistura entre o interesse privado e o público. As vantagens auferidas em interesses particulares em detrimento do bem comum. A frase completa da mensagem fala da divergência entre o partido do deputado e o partido do governador. Que este não se preocupasse. Afinal: “Você é nosso, nós somos teu!” Afirma-se que, no decorrer dos trabalhos, tudo se ajustaria. Surpreendeu-me o grasso erro de português. Não sei se o deputado não conseguiu

terminar a frase ou se pretendia acrescentar um “s” ao teu. Mesmo assim estaria errado. Se usamos “você” o possessivo deveria ser “seu” (se designasse algo) ou “seus” se designasse pessoas. E não foi nenhum Tiririca ou Cacareco que escreveu isso. O deputado é médico. E ocupou e ocupa cargos relevantes em governos e partido. Não é a toa que cada dia cresce o descrédito sobre a classe política. Com o grave risco da generalização. Não é justo nem inteligente generalizar. Mas, no sentir popular, é isso que acontece: um erra, todos são suspeitos. Realidade deste pensar está numa pesquisa recém-publicada sobre a confiabilidade de instituições em nosso país. As Forças Armadas são as que têm melhor avaliação. Pouco mais de 72%. Os políticos estão em último lugar. Não me recordo o percentual, mas é bem baixo. Há dias escrevi sobre o risco da demonização da política.

Expressão usada pelo presidente italiano a refletir a realidade da Itália. Semelhante a nossa. O esvaziamento dos programas partidários, a separação entre as propostas ideológicas e o agir, o compadrio das alianças que só tem finalidade de alcançar o poder para depois fatiar benesses, leva ao desprezo. E passa para a sociedade, que se julga impotente para mudar o quadro, a sensação de que não vale a pena perder tempo com isso. O tema é quente e tenho intenção de voltar a ele. Gostaria de abordar os 52% de confiabilidade que a Igreja recebeu entre as instituições nomeadas na pesquisa citada. É um bom número? È! Ainda mais nestes tempos em que o aspecto religioso é multifacetado. Onde cresce, também, o desejo de laicização. Que chega ao extremo de querer impedir que os grupos religiosos tenham sua influência. Com a marca da indiferença religiosa tendo, igualmente, crescimen-

to. Junto com o subjetivismo religioso (construo, eu mesmo, na minha religiosidade, aquilo que me interessa. Aproprio-me de ritos, gestos, símbolos que se adequam ao que gosto e resolvem meus problemas. Não assumo compromisso com nenhuma igreja ou comunidade). Mas o número me fez pensar porque a Igreja não tem 100% de confiabilidade de todo mundo? Claro que existem muitas razões. E que começam por quem é contra de saída! O número me fez pensar num risco que os cristãos (e falo agora dos que são de fé católica) correm de separar a afirmação da fé e as atitudes. A separação entre vida e crença. Do mesmo jeito que não se aceita o procedimento de um político que apresenta princípios e, depois, não os vive e aplica, assim também não se aceita a Igreja (os que a fazem) quando nela se percebe que uma é a afirmação do que se deve fazer e outra é a realidade vivida. Costumo repetir que não

E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

se pode obrigar ninguém a crer, mas que se deve ser testemunha daquilo que se diz crer. Penso que o quociente não é maior para a Igreja porque nosso procedimento não é tão coerente como deveria. Isto chama a atenção para a conversão continuada que se deve buscar e realizar. Se não se cuidar disso o descrédito aumentará. Na esfera da confiança as atitudes são radicais. Não dá para confiar desconfiando. Não existe confiança mais ou menos. Não resisto a tentação de fazer uma pergunta: pode existir cristão católico não praticante?


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colaboração SHEL ALMEIDA

No início eram os e-mails, depois vieram os blogs, os sites de notícia, até serem criados o Orkut, Twitter e o Facebook. E, de repente, tudo se espalhou rapidamente. E o que é publicado na internet acaba se tornando verdade absoluta, algo que não se contesta. Não é bem assim. Casos como o da menina doente que receberia três centavos por cada e-mail encaminhado mostram bem como funciona o inconsciente coletivo. Todo mundo repassou o e-mail ou compartilhou a informação. Mas quando alguém foi verificar a história e descobriu que não passava de uma grande mentira, ninguém mais se manifestou, o caso encerrou-se ali, com a sensação de que todos fizeram papel de bobo. Essa história é uma das mais clássicas lendas urbanas virtuais. E serve para elucidar bem o assunto desta matéria. A internet e as redes sociais servem (ou deveriam servir) para facilitar as coisas, aproximar as pessoas, tornar as relações mais diversas, ter contato com realidades diferentes espalhadas pelo mundo. Mas o que se vê, em muitos casos, é uma grande perda de tempo útil. É claro que o entretenimento faz parte da vida cotidiana e isso também é transportado para a internet. E, enquanto as histórias compartilhadas não mudarem a vida de ninguém, principalmente para o mal, pagar algum mico coletivo de vez em quando não vai ser tão ruim assim. Mas é preciso estar atento. Antes de sair por aí compartilhando imagens e notícias e dando qualquer “fato” online como verdadeiro, pare e pense um pouco. Na dúvida, não passe para frente. Ou então pesquise a história. Procure em sites de busca, tente encontrar algo a respeito. E tenha em mente que, de uma forma ou de outra, mesmo com um simples ato quase insignificante como o de compartilhar uma foto, você estará fazendo parte de algo maior. No final das contas, pode ser uma grande bobagem.

Discernimento Com a popularização das redes sociais, compartilhar é o verbo do momento. Fotos, notícias, tudo é repassado de usuário a usuário em alta velocidade. E a repercussão acaba sendo imediata. Frases que viram mania, vídeos que se tornam febre, celebridades instantâneas. Mas qual seria a razão para que coisas simples e quase sem importância serem tão propagadas? Difícil saber. Talvez a sensação de que o imediatismo é uma necessidade, talvez a grande curiosidade que move o ser o humano, ou, ainda, o simples fato de que todo mundo faz as coisas sem pensar e, quando isso invade os meios sociais, torna-se, então, parte do inconsciente coletivo. Recordam da grávida de Taubaté? Um site noticiou primeiro, todos os outros foram atrás, depois os canais de TV. Até que alguém se lembrou de que é preciso verificar a veracidade de uma notícia antes de dá-la como fato. Em termos jornalísticos, foi a “barriga” da barriga, o mico do ano da imprensa

brasileira e, consequentemente, de todos os usuários de redes sociais que repassaram a informação. Claro que ninguém está livre de passar por isso. Mas, antes de tudo, é preciso lembrar-se de uma regra básica: procurar a verdade. Como tudo nas redes sociais toma grandes proporções, a repercussão também é maior. Podemos comparar casos assim com as fofocas de rua que, de tanto serem repetidas, se tornam verdades. E é aí que mora o grande perigo. De tanto se compartilhar inverdades, o que, de fato, poderá ser considerado verdadeiro?

Campanhas Existem muitas maneiras positivas de se usar a internet. Ajudar a divulgar uma causa social, por exemplo. Mas, mesmo assim, antes é preciso verificar a credibilidade da campanha. Procurar por uma ONG idônea é boa maneira de se fazer isso. Outra é tentar ajudar a própria cidade em que vive, até por ser mais fácil para se checar algumas informações. Além disso, cada pessoa pode se tornar o próprio agente de transformação. Não é preciso esperar alguém tomar a iniciativa, você mesmo pode fazer isso. Viu um buraco na rua, que pode vir a causar acidentes? Tire uma foto, divulgue, cobre as autoridades. Mas não fique preso à vida virtual. Muita gente divulga falsas campanhas de arrecadação, como o a foto da menina doente citado acima, porque acredita que assim está fazendo a sua parte. Cria-se, portanto, a falsa sensação de que se está fazendo o bem sem precisar de muito esforço. Em algumas situações, as campanhas via internet realmente funcionam, tornam-se uma maneira de a população se unir e manifestar opiniões em prol de uma causa comum. Muitas vezes, por motivos diversos, os resultados não são os esperados. Mas, mesmo assim, cria-se algo positivo ao trazer à tona discussões importantes. Se usada da maneira correta a internet acaba sendo uma grande aliada de causas sociais. É só lembrar que todos nós soubemos do início dos protestos no Mundo Árabe, conhecidos depois como “Primavera Árabe”, graças à internet. Enquanto os governos locais tentavam esconder, a população contava o que acontecia via twitter e facebook. Esse exemplo mostra bem os dois lados da questão. A população árabe usou, sim, a internet para protestar, mas também foi às ruas. Ou seja, você não vai mudar o mundo sentado o dia todo em frente ao computador. Não dá pra achar que a única ferramenta possível para isso é a que está online. Faz bem compartilhar fotos de pensamentos positivos no Facebook. Mas também faz bem levar para o dia-a-dia esses pensamentos. Ou, como dizem, não adianta fazer yoga e tratar mal o porteiro. Não adianta compartilhar lições de vida edificantes via internet, se na vida real viver de mau humor.

Reprodução : facebook

A cervejaria Heineken foi acusada de patrocinar “briga” de cães, inúmeros comentários repudiando tal atitude foi postado nas redes sociais, em comunicado no próprio site da cerveja, Heineken explica que a foto foi tirada em uma boate na Mongólia. A boate alugou a casa para este evento, como na noite anterior teve uma festa promocional da cerveja não tiveram tempo de retirar os banners.Quem quiser ler o comunicado na integra pode acessar o site da cervejaria: www.heineken.com

Reprodução : facebook

Esta foto rodou na internet recentemente, dizendo que o menor elefante do mundo lutava pela vida, a foto é real mas a história é falsa. Na realidade o elefantinho é um feto que foi retirado da barriga da mãe já morta Reprodução : facebook

Essa foto foi compartilhada por milhões de usuários do Facebook onde diziam que a rede social doaria três centavos por compartilhamento, a história é falsa, a foto não é recente, já foi encontrada postagens de 2007 a criança nasceu no Vietnã em 2005 e se chama Samuel, hoje com 7 anos passou por cirurgia e esta bem como mostra a foto atual tirada do facebook da família


saúde

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Antibióticos voltam a ter crescimento de vendas

Exigência de retenção de receita fez saída dos remédios cair em 2010 . Número já voltou ao patamar anterior às novas regras; para especialistas, restrição ainda é importante

por JOHANNA NUBLAT MÁRCIO FALCÃO/ folhapress

A venda de antibióticos registrada em março deste ano voltou ao mesmo patamar de outubro de 2010, quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) passou a exigir a retenção da receita. A medida provocou a queda imediata nas vendas. Nos últimos meses, porém, o crescimento da saída de antibióticos foi maior que o total do mercado, diz estudo do sindicato de indústrias do ramo. Foram vendidas 8,7 milhões de caixas de antibiótico em outubro de 2010, quando a Anvisa anunciou a nova regra para a compra. Após queda de quase 31% nas vendas, registrada entre o mês do anúncio e fevereiro de 2011, elas voltaram a crescer, chegando a 8,65 milhões de caixas em março de 2012. A saída de antibióticos desde fevereiro de 2011 cresceu 43,4%, contra 35,5% do mercado total de medicamentos. A pesquisa é do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo) com dados da consultoria IMS Health, feita a pedido da reportagem. Os dados se referem a farmácias (excluem o que é vendido para hospitais e governos). Para Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do sindicato, o levantamento mostra que ninguém toma remédio de que não precisa. “Até a automedicação é feita com certa responsabilidade.” A obrigatoriedade da retenção de receita foi defendida pelo governo e por médicos como uma forma de reprimir o uso indiscriminado. Para o presidente da SBIm (Associação Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri, a volta das vendas ao patamar de 2010 surpreende. “A percepção que se tinha é que esse controle geraria a redução do uso indiscriminado. Esse nível surpreende, mesmo descontado o crescimento do mercado.” Para o epidemiologista Pedro Tauil, da UnB, os números também são uma surpresa. “Ou há fornecimento de antibióticos sem receita ou está havendo aumento das prescrições.” Os números, diz, reforçam a importância da restrição. “A medida partiu para atacar o abuso que gerou maior possibilidade de resistência [bacteriana aos remédios].” O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, afirma que uma explicação possível para o aumento verificado nas vendas é o grande crescimento do mercado ocorrido entre 2010 e 2011. Outra, diz ele, é o fato de ter havido uma confusão sobre a

nova forma da prescrição, ainda no fim de 2010, o que pode ter feito as vendas caírem mais que o normal nos primeiros meses da medida.

Anti-inflamatórios A percepção de farmacêuticos de que as pessoas trocariam os antibióticos por anti-inflamatórios para fugirem da necessidade de receita não se confirmou nesse estudo. Nos dois primeiros meses após o anúncio da Anvisa, houve um aumento da venda de anti-inflamatórios ligeiramente superior ao do mercado, mas não se manteve.

Receita em duas vias é exigida desde 2010 Em outubro de 2010, a Anvisa definiu que, a partir do mês seguinte, a venda de antibióticos no país passaria a ser atrelada à retenção da prescrição médica pela farmácia. Com a medida, o médico passou a entregar duas vias da receita uma para ficar com a farmácia e a outra para ser guardada pelo paciente, desde que carimbada para não ser usada em outra farmácia. Antes, não havia exigência de retenção da receita, apenas sua apresentação na hora da compra do antibiótico o que, muitas vezes, não era cumprido. ilustração: Folhapress


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delícias 1001

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Aquecendo neste outono Cremes especiais

por deborah martin salaroli fotos: delícias 1001

Você já ouviu falar em ‘comfort food’? Trata-se de uma comida preparada da maneira mais tradicional, pode ter um apelo nostálgico ou sentimental, ou simplesmente proporcionar uma refeição fácil de comer e de digerir, rica em calorias, nutrientes e com consistência mole. Nestas sugestões de hoje, apresento a preparação mais rápida usando uma panela de pressão, mas havendo tempo suficiente, a panela ou caçarola é o mais ideal. Não deixe de visitar o meu blog Delícias 1001(www.delicias1001.com.br), onde há muitas outras receitas.

Creme de abóbora

Especial para aqueles dias corridos, sem tempo para ir à cozinha... mas com aquela vontade de saborear algo realmente saboroso e simples. Cozinho em uma panela de pressão ½ kg de abóbora madura em cubos, 4 colheres (sopa) de arroz cru, 1 cebola média picada e 1 litro de água por 15 minutos, até desmanchar. Então, bato essa mistura da panela no liquidificador com o 1 litro de leite. Volto tudo ao fogo para concentrar o caldo, juntando também 1 tablete de caldo de carne e 2 colheres (sopa) de margarina. Quando atinge a consistência desejada, adiciono 1 lata de creme de leite sem soro já com o fogo desligado e sirvo imediatamente, acompanhada de ‘croûtons’ (receita mais abaixo).

Creme de cebola

Comprar creme de cebola de saquinho no supermercado, nem pensar!!! Nunca mais! Além de fácil demais, o sabor é surpreendente! Até mesmo quem não gosta de cebola aplaude em pé... Coloco numa panela 2 colheres de margarina e frito 2 dentes de alho, ½ kg de cebolas picadas grosseiramente e 2 batatas grandes em cubos. Deixo lá até que as cebolas estejam transparentes, mexendo de vez em quando. Acrescento 5 copos de água fervente e 2 cubos de caldo de carne. Fervo até que tudo fique bem cozido. Como outra alternativa, se preferir, prepare na panela de pressão e deixe chiar por 15 minutos, em fogo baixo. Neste momento, faço uma misturinha com 1 colher (sopa-bem cheia) de farinha de trigo em ½ xícara de água e adiciono à sopa da panela. Mexo sempre até engrossar.

Liquidifico e volto à panela. Na hora de servir, coloco 1 caixinha de creme de leite já com o fogo desligado. Para acompanhar, fiz uns ‘croûtons’ (receita abaixo). Fechamento com chave de outro, né?

Creme de mandioca

Levei ao fogo em panela quente sem óleo nem nada 300g de carne bovina (usei músculo, mas pode ser acém, braço, carne com osso...). Depois de bem seco coloquei 1 colher de óleo e ½ cebola ralada e sal. Acrescentei água fervente até cobrir a carne, ervas a vontade e deixei cozinhar até ficar bem macia. Usei a panela de pressão. Retirei a carne com uma espumadeira e reservei numa tigelinha. Adicionei 300g de mandioca já cozida neste mesmo caldo da panela. Quando tudo estava bem saboroso e encorpado, liquidifiquei tudo e juntei a carne ao creme. Acertei os temperos, cheiro verde por cima e pra mesa!

creme de mandioca

Croûtons

Você ainda compra ‘croûtons’ (aqueles pedacinhos de pão temperados, próprios para cremes ou sopas, purês ou para decoração de pratos)? O preço é sempre salgado, então faço em casa. Além da economia, ainda sei o que estamos comendo! Eu faço assim: Arrumo numa pilha pedaços de pão de forma (integral ou não) e corto em cubinhos pequenos. Tempero com azeite, pitada de sal e ervas (eu costumo usar manjericão ou orégano). Acomodo numa assadeira grande e levo ao forno médio. Mexo de vez em quando para agregar bem os sabores. Quando estão dourados e crocantes, é só tirar do forno e esperar esfriar bem para guardar num pote com tampa ou em saquinhos plásticos. Até a próxima Deborah Deborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www. delicias1001.com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas. Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para delicias1001@uol.com.br

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informática & tecnologia

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Robôs no comando Tráfego automatizado já supera o humano na web, diz pesquisa; maliciosos são os mais ativos

por RAFAEL GARCIA /folhapress ilustração: Folhapress

Desde a publicação de “Eu, Robô”, em 1950, o risco de a humanidade ser dominada por autômatos é um tema recorrente na ficção científica. A profecia do escritor Isaac Asimov pode parecer exagerada, mas quem acha isso improvável pode ficar surpreso com o resultado de uma nova pesquisa: o mundo já é dominado pelos robôs. Em proporção de atividade, eles superam os humanos por 51% contra 49%, mas não existem como androides, num ambiente físico, como concebidos por Asimov. É só na internet que o tráfego dos robôs já supera o das pessoas. O número saiu de uma estimativa feita em março pela empresa de segurança digital Incapsula, que fez um levantamento sobre o fluxo automatizado de dados na rede, analisando sites de mil clientes. Sem precisarem se materializar em armaduras metálicas falando com voz unitonal, essas criaturas se dedicam a navegar pela web para recolher informação. Sites como o Google, por exemplo, usam um programa do tipo “crawler”, que navega na rede compulsivamente, registrando tudo o que vê pela frente. É ele que produz o índice a que recorremos quando fazemos uma busca. Outros tipos de aplicação, como aquelas que ajudam um usuário a monitorar mudanças em sites, também contribuem para aumentar o fluxo automático de dados. Segundo o relatório, porém, não é esse tipo de atividade que faz o tráfego de robôs superar o humano. Para deixar as coisas ainda mais parecidas com um roteiro de filme, os autômatos que mais contribuem para a população robótica na web são os mal-intencionados: ferramentas usadas por hackers, ladrões de conteúdo e disseminadores de spam. Não foi à toa que uma empresa de segurança digital foi a primeira a fazer uma estimativa da proporção que a atividade dessas máquinas está ganhando. “Não sei como eram esses números dez anos atrás -imagino que menores”, disse à reportagem Marc Gaffan, um dos fundadores da Incapsula. “Havia menos serviços automatizados, menos plataformas de software para varredura. Hoje, cada vez mais serviços e tecnologias vêm sendo desenvolvidos para

automatizar sites.”

Censo cibernético

Pensando com ceticismo, porém, será que uma empresa de segurança digital não teria interesse em superestimar a ameaça robótica só para atrair mais clientes? Não é impossível, mas cientistas da computação na academia não parecem surpresos ao ver o tráfego robótico superando o humano. Lee Giles, professor de ciência da computação na Universidade Estadual da Pensilvânia, fez um experimento dois anos atrás para tentar estimar a quantidade de robôs na internet. Após usar três sites como isca, capturou uma grande amostragem de autômatos e concluiu que eles estavam operando a partir de mais de 780 mil endereços IP -o código que identifica um usuário na rede. Essa quantidade pode parecer pequena diante dos mais de 2 bilhões de pessoas que usam a internet no planeta. Um robô, porém, é capaz de visitar muito mais sites do que uma pessoa em um mesmo período de tempo.

Análise

No “press release” que divulgou sobre a pesquisa, a Incapsula destaca que “revela o que o Google Analytics não mostra: 51% do tráfego de seu site é invisível a você” e 31% têm objetivo malicioso. Portanto, compre o serviço da Incapsula, que identifica e mata esses robôs malvados. Bruce Sterling, o autor ciberpunk, saltou sobre a imagem das “entidades não humanas”. Mas admitiu que “essas estatísticas não são confiáveis” e, no caso, não refletem a internet toda e sim os sites monitorados pela empresa, que “coincidentemente oferece segurança...”. Mas a questão é que, além de ecoar os autores de ficção científica, que já exploravam o temor das máquinas antes de existir a web, a pesquisa revela a vivência de qualquer internauta, cada vez mais invadido também por robôs “legítimos” da Microsoft, da Apple ou do citado Google. Eles respondem por 20% do tráfego não humano, diz a Incapsula, com a diferença de não serem maliciosos e coletarem dados para o bem. Também eles, porém, desumanizam: indivíduos têm seus dados tornados caricaturas digitais e vendidos por aí a empresas que exploram e reforçam as caricaturas. No site do “Tec”, Evgony Morozov, autor de

“The Net Delusion”, alertou que a verdadeira ameaça está num mundo em que ser anônimo já é quase impossível. “Um mundo que os anunciantes -e Google, Amazon e Facebookmal podem esperar, mas no qual o pensamento crítico pode ser difícil de promover.” Ele falava da Narrative Science, start-up que nasceu na Universidade Northwestern há dois anos e estreou na “Forbes” há dois meses (leia abaixo). Faz reportagens financeiras “sem intervenção humana”, a partir de balanços. E é lida por outros robôs, para projeções financeiras, ironiza Morozov. Nem ele nem Peter Kafka, do site “AllThingsD”, veem maior problema nesses repórteres robôs, que são só o estágio seguinte das “fazendas de conteúdo”. Podem até ajudar, livrando repórteres do jornalismo já automático para o jornalismo crítico. Em debate dias atrás em Washington, Bob Woodward e Carl Bernstein, do caso Watergate, questionaram se seria viável uma reportagem igual, agora. De um lado, pela visão corrente de que a web é fonte, quando “a verdade está nas fontes humanas”. De outro, pela recepção, “mais aberta aos fatos reais do que hoje”. Não só a produção de conteúdo vem sendo desumanizada, seja ela de humanos ou máquinas, como também o próprio consumo, seja ele humano ou robô. Máquinas representam até 90% da audiência de sites pequenos Tráfego automatizado ‘incha’ resultado, que surpreende clientes Uma surpresa comum que muitos clientes das empresas de segurança digital têm é a de descobrir que seus sites não têm tanta audiência quanto imaginavam. Como alguns provedores não separam o tráfego robótico na hora de contar os “page views”, a má notícia acaba sendo revelada pelo serviço de segurança. “Tivemos clientes que, quando perceberam a enorme porcentagem de tráfego automatizado que estavam recebendo, ficaram com medo de mostrar os dados para seus departamentos de marketing”, afirma Marc Gaffan, da Incapsula. Matthew Prince, executivo-chefe da Cloudfare, empresa californiana que também presta serviços de segurança digital, diz que, em sites de pouca audiência, o movimento de robôs pode superar 90% de todo o fluxo.

A Cloudflare não fez uma estimativa semelhante à da Incapsula, mas seu executivo-chefe crê que a parcela do tráfego robótico seja um pouco menor. “De um jeito ou de outro, o número é grande”, diz Prince. “Hoje nós vemos mais tráfego do que Amazon, Wikipédia, Twitter, Zynga, AOL, Bing e Apple somados.”

Sistema de defesa

A maioria dos clientes das duas empresas são sites pequenos, cujos donos têm medo de ser atacados, mas não podem bancar uma equipe de defesa própria. A solução é fazer o tráfego de internautas do site passar pelos servidores das empresas de segurança antes de acessar o conteúdo desejado. Esse procedimento é feito automaticamente, sem que o usuário perceba. Apesar de mais de 60% dos autômatos na web serem mal-intencionados, o zelo com o acesso de robôs a sites tem limite. A Cloudflare, por exemplo, procura não barrar o acesso dos “crawlers” das ferramentas de busca. Isso impediria um site de ser listado no Google, por exemplo, deixando-o isolado.

Ataque automatizado

A imagem do hacker que passa madrugadas em claro tentando invadir um site é coisa do passado. Hoje, essa é uma tarefa de robôs, e as vítimas são cada vez mais escolhidas aleatoriamente. Essas plataformas automáticas varrem a web em busca de sites que tenham fragilidades e tentam aplicar golpes que variam de publicação de spams a roubo de número de cartões de crédito. (Rafael garcia) Robô-jornalista ‘faz’ matérias e infla audiência Um novo fenômeno tem contribuído para o crescimento da comunidade robótica: um autômato que “cria” conteúdo na web, não apenas “consome”. Desde o ano passado, a empresa Narrative Science vende um serviço que elabora textos jornalísticos a partir de planilhas com resultados de futebol ou do mercado financeiro. O robô publica dezenas de “matérias” por hora e, como tem sua obra lida por outros robôs, os “crawlers”, pode melhorar a visibilidade de um site em mecanismos de busca. São máquinas criando conteúdo para máquinas.


what’s up

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Money matters por henrique mamprin

Hello everyone, how’s life? I hope everything is okay. O assunto da coluna de hoje é de muito intere$$e a todos nós: expressões idiomáticas e gírias relacionadas a dinheiro. Quantas expressões você consegue pensar em português só para a palavra “dinheiro”? De imediato me vêm à cabeça grana, mufunfa, faz-me rir, prata etc. E em inglês? Como seriam essas e algumas outras expressões relacionadas a esse mal tão necessário? Vejamos: •Dosh (UK) – grana; mufunfa; dinheiro Ex.: How much dosh have you got? (Quanta grana você tem?) *: essa gíria é exclusivamente britânica e costuma confundir os americanos. •Buck (US) – grana; quantia de dinheiro. Ex.: If I start working on the night shift, I can make some extra bucks. (Se eu começar a trabalhar no turno da noite, poderei ganhar uma grana extra.) •Flush – abonado; cheio da grana. (usa-se quando se está com mais dinheiro do que o normal. A gíria vem do verbo flush, jorrar, transbordar, e da imagem do bolso transbordante de dinheiro.) Ex.: She’s feeling flush, so she invited me for dinner at Fasano. (Ela está se sentindo rica e por isso me convidou para um jantar no Fasano.) •Quid (UK) – libra esterlina Ex.: The new DVD I bought cost fifty quid. (O novo DVD que eu comprei custou 50 libras.) •A rip-off – um roubo; uma exploração; roubalheira, abuso. Ex.: Charging three hundred dollar for a bed & breakfast room is a total rip-off! (Cobrar trezentos dólares por um quarto de pensão é uma exploração total!)

•Cheapo – muito barato e ruim; chinfrim Ex.: When I went to Italy, I stayed in a cheapo hotel. (Quando fui à Itália, fiquei num hotel muito barato e ruim.) •A dime a dozen (US)/ Ten a penny (UK) – muito comum, medíocre, a preço de banana. Ex.: Novels like this are a dime a dozen. ( Romances como esse, a gente acha a torto e direito. •To go halves – rachar, dividir meio a meio. Ex.: Do you want to go halves with me on a bottle of wine? (Você quer rachar uma garrafa de vinho comigo?) •To jack up – aumentar muito os preços, valores, salários etc. Ex.: In Summer the hotels jack up their rates. (No verão os hoteis aumentam muito seus preços.) •Tout (UK)/ scalper (US) - vendedor de câmbio negro, principalmente de ingressos para jogos, teatros, shows a preços muito acima do preço oficial; cambista. Ex.: The tout charged me twice the normal price of the tickets. (O cambista me cobrou o dobro do preço dos ingressos.) •Whip-round (UK) – coleta de dinheiro feita por um grupo de pessoas; vaquinha. Ex.: They had a whip-round at the office for Cathy’s wedding present. (Eles fizeram uma vaquinha para comprar o presente de casamento de Cathy.) •Rolling in it – nadando em dinheiro; montado na grana. Ex.: He’s rolling in it. (Ele está nadando em dinheiro.) •Dirty cheap – baratíssimo. Ex.: This new t-shirt was dirty cheap. (Essa nova camiseta foi baratíssima.) I hope you all enjoyed these tips!! See you all next week! Sou professor de inglês há oito anos; participei de um trei-

namento internacional para professores na África do Sul; possuo CAE (Certificate of Advanced English) pela university of Cambridge, Inglaterra entre outros certificados da mesma universidade. Participo frequentemente de cursos para reciclagem. Estudei inglês durante 4 anos na Cultura Inglesa de são Paulo. Dou aulas particulares (individuais e grupos) para áreas específicas ou cursos regulares para jovens e adultos Interessados entre em contato pelo tel. 9772-9955 E – mail: henriquemamprin@yahoo.com.br


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Foi com muita alegria que fotografei o casamento desse lindo casal, Mariana e Mauro. Foi um dia muito agradável porque eu sei como esse dia era esperado. Conheci Mauro e Mariana há mais de um ano e percebi todo o carinho com que os dois dispensavam para o Grande Dia! Mariana, um doce de pessoa cuidou de cada detalhe. Era incrível como ela tinha tudo na cabeça. O making of da Mariana aconteceu no salão do Kim. Ela estava acompanhada pela mãe que fez questão de cuidar da filha neste momento tão especial. A cerimônia aconteceu na Catedral de Bragança que estava impecavelmente decorada. Quem presidiu a cerimônia foi o Pe. Marcelo que, ctomo sempre usou seu dom da oratória para emocionar a todos. Após jurarem amor para toda a vida o casal trocou as alianças num clima muito descontraído. E por falar em descontração a saída do casal foi um caso à parte! Imaginem que estavam tão felizes que

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saíram dançando pela nave da igreja. Sensacional! Depois fomos até o lindo apartamento do casal para fazer o primeiro brinde e aproveitamos para tirar mais algumas fotos. Na sequencia seguimos para o sofisticado salão Bartô onde o casal ofereceu uma linda festa com banda e tudo para os amigos e familiares. Tudo com muito requinte e bom gosto! O casal aproveitou tudo até o final da festa e se divertiram muito no final me lembro da Mariana dizer que estava exausta, porém muito feliz. Mais um dia muito especial que guardo com muito carinho.


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2º veículos e variedades

Caderno

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veículos

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por Igor Macários/Auto Press

O Sandero Stepway nasceu em 2008 para introduzir a Renault no disputado segmento dos compactos aventureiros. No entanto, a chegada do Duster, no segmento dos SUVs compactos, no fim de 2011, forçou uma redução de preços. O hatch chegava à casa dos R$ 52 mil e agora desceu para R$ 47.490. Já a versão mais em conta do utilitário custa R$ 51.800. O Stepway, que corresponde por cerca de 15% das vendas do Sandero, cumpre a função de diversificar a linha e oferecer uma opção aventureira para o campeão de vendas da Renault – foram 26.942 Sandero vendidos entre janeiro e abril de 2012. Apesar de não ser propriamente barata, a versão é consideravelmente mais em conta que o maior rival, o Volkswagen CrossFox. O modelo da Renault parte de R$ 43.490, mas com a adição dos opcionais presentes na unidade testada, que incluem equipamentos importantes como airbags frontais, freios com ABS e som, chega aos tais R$ 47.490. O hatch da Volkswagen começa em altos R$ 50.530 que, apesar de incluir de série airbags frontais, freios com ABS e vidros e travas elétricas, deixa de fora o ar-condicionado. Configurado à altura do Sandero Stepway, o preço chega a R$ 54.485. Isso acaba mostrando que se a opção é por um hatch “altinho” com visual aventureiro – sem ainda partir para um utilitário, como o próprio Renault Duster –, o Sandero é a porta de entrada do segmento. A versão é empurrada pelo motor 1.6 16V de 112 cv e 15,5 kgfm de torque com etanol, também usado nas versões de entrada do Duster. Segundo a Renault, ele é capaz de levar o hatch de zero a 100 km/h em 10,5 segundos e à velocidade máxima de 177 km/h. O câmbio é manual de cinco marchas – recentemente, o modelo recebeu também a opção pelo câmbio automático de quatro marchas, que acrescenta R$ 3.500 ao valor inicial de R$ 43.490. Em relação ao Sandero “de rua”, o Stepway tem a suspensão elevada em 50 milímetros e usa pneus de uso misto para credenciar o modelo a trilhas leves. O visual, no entanto, acaba sendo a melhor parte do modelo. As linhas simpáticas, mas um tanto “apagadas” das versões comuns, ganharam mais apelo e um ar mais jovem com os apliques plásticos. A Renault ainda oferece seis opções de personalização com adesivos na coluna traseira. As rodas maiores, de 16 polegadas receberam novo Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

desenho – menos esportivas que as da primeira fase do Sandero –, mas ainda coerentes com a proposta. Apenas a grade dianteira, integrada ao para-choque, manteve o plástico preto do restante da peça, e forma, à primeira vista, um arranjo meio esquisitão.

Ponto a ponto

Desempenho – O 1.6 de 112 cv não sofre para empurrar o Sandero Stepway. A entrega de potência é bem linear e o torque máximo aparece logo a 3.750 rpm. No entanto, o propulsor fica devendo suavidade ao funcionamento, principalmente em regimes mais altos. Nota 8. Estabilidade – As rodas maiores e pneus mais largos mantiveram o comportamento neutro do Sandero nas curvas. Mas a suspensão elevada cobra seu preço ao tornar o carro muito sensível a ventos laterais. A pior aerodinâmica faz o hatch balançar em velocidades mais altas até mesmo nas retas. Nota 6. Interatividade – Nenhum mistério na utilização do Stepway no cotidiano. Todos os comandos são bem posicionados e de fácil compreensão. O som com entradas USB/Bluetooth/Aux tem botões grandes e não demanda muito tempo para assimilar os comandos. No entanto, os engates do câmbio são imprecisos e, além disso, os botões dos vidros elétricos mereciam alguma iluminação e o volante de aro fino dificulta um pouco a “pegada”. Nota 7. Consumo – O Sandero Stepway marcou uma média de 8,2 km/l de etanol em circuito misto, segundo o computador de bordo. A Renault não disponibilizou o modelo para o InMetro fazer medições. Nota 7. Tecnologia – De origens humildes, o aventureiro da Renault traz poucos recursos. Os airbags dianteiros e freios com ABS são opcionais, assim como o bom sistema de som. A plataforma é relativamente recente, de 2006, derivada da terceira geração do Clio europeu. A versão até vem bem equipada, com ar-condicionado, direção hidráulica e vidros elétricos de série e ainda há o câmbio automático de quatro marchas e opção por trocas manuais por R$ 3.500 a mais. Nota 6. Conforto – Espaço é a palavra de ordem no Sandero, o que não muda no Stepway. Os ocupantes não devem reclamar de aperto em nenhum assento do carro. Há espaço suficiente para cabeça e pernas de quem vai no banco de trás. Na frente, faltam bancos que ofereçam

maior suporte lateral e para as coxas. É difícil achar uma posição adequada para dirigir, o que pode tornar o carro um tanto cansativo. Nota 7. Habitabilidade – A boa altura da carroceria ajuda no entra-e-sai dos passageiros, assim como as portas grandes e com vasto ângulo de abertura. O porta-malas leva bons 320 litros, facilmente acessíveis pelo vão largo da tampa, mas são poucos os porta-objetos espalhados pela cabine. Há apoios de cabeça para os três ocupantes de trás e o entre-eixos de 2,58 metros abre bastante espaço no interior. Nota 7. Acabamento – Apesar dos encaixes bem realizados, os plásticos passam a nítida impressão de baixa qualidade, assim como o tecido que reveste uma pequena área das portas. O couro – opcional – também é de qualidade duvidosa. Além disso, algumas peças, como os comandos de ventilação passam a impressão de fragilidade. Nota 5. Design – Certamente, a caracterização “off-road” fez bem ao Sandero. O ar mais jovial da versão Stepway lhe confere um visual menos sisudo, com um resultado muito interessante. As rodas maiores, cujos arcos são contornados por apliques plásticos, em conjunto com a suspensão elevada e o rack no teto deixaram o carro mais jovial e bonito. Nota 8. Custo/beneficio – Entre os aventureiros, o Sandero Stepway é um dos mais baratos, com a versão mais simples custando R$ 43.490. Equipado com opcionais como airbags frontais, freios ABS e sistema de som, o preço vai a R$ 47.490. O principal concorrente, o CrossFox, começa em R$ 50.530, mas quando em igualdade de equipamentos ao Sandero, encosta nos R$ 55 mil. Em outro braço do segmento, o Fiat Idea Adventure 1.8 16V custa R$ 54.890, também equipada a altura dos dois hatches. Nota 8. Total – O Renault Sandero Stepway somou 69 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

Aventura limitada Visualmente o Stepway é mais descolado que as versões urbanas do Sandero. Mas a grade dianteira de plástico preto integrada ao para-choque da frente é de gosto no mínimo discutível, ainda mais quando o carro é pintado em uma cor mais clara, onde ela ganha destaque exagerado. Por dentro, não há qualquer indicação de que se trata de um modelo aventureiro. Pelo menos ao volante,

a suspensão elevada passa a impressão de robustez, necessária para encarar o mal cuidado asfalto das grandes cidades brasileiras que, a despeito do visual “off-road”, é verdadeiro habitat natural do carro. O motor 1.6 16V de 112 cv com etanol é suficiente para o Sandero. O comportamento é bom e o propulsor é razoavelmente superior ao 1.6 8V de 95 cv usado no restante da gama. O problema é em regimes mais altos – particularmente acima de 4 mil rotações –, o motor fica ruidoso e emite vibrações muito sentidas no interior. Ao menos, os 15,5 kgfm de torque aparecem a 3.750 rpm, o que não faz tão necessário recorrer a giros mais altos com frequência. Não há nenhuma surpresa a bordo do Sandero Stepway. O interior é o mesmo do restante da gama e, pela versão ser considerada topo de linha pela Renault, a dotação de equipamentos de série é razoável. Estão lá ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros elétricos, computador de bordo e rodas de liga-leve de 16 polegadas. Porém, apesar do bom conjunto, a posição de dirigir não é das melhores, além de comandos de câmbio e direção serem mais pesados do que o ideal, o que torna o dia a dia no trânsito urbano algo cansativo no Stepway. E a maior altura da versão “aventureira” faz surgir outro problema: o carro fica muito sensível a ventos laterais, demandando até mesmo correções no volante para manter uma trajetória reta.

Ficha Técnica

Sandero Stepway 1.6 16V Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, quatro cilindros em linha, com quatro válvulas por cilindro. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico. Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração. Potência máxima: 107 cv com gasolina e 112 cv com etanol a 5.750 mil rpm. Aceleração 0-100 km/h: 10,5 s com gasolina e 10,6 s com etanol. Velocidade máxima: 174 km/h com gasolina e 177 km/h com etanol. Torque máximo: 15,1 kgfm com gasolina e 15,5 kgfm com etanol a 3.750 rpm.


seus direitos e dever

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Prestação de contas

nas campanhas eleitorais por gustavo antônio de moraes montagnana/gabriela de moraes montagnana

Com o fim de que se verifique a concretização de um dos cinco critérios, indicados pelo cientista político Roberto Dahl, como sendo fundamentais para a caracterização de um regime democrático, qual seja, a participação efetiva de todos os membros da comunidade, que devem ter oportunidades iguais para expressar suas opiniões, partidos políticos, coligações e candidatos deverão realizar a prestação de contas referentes à campanha eleitoral. A prestação de contas possui a finalidade de fiscalizar a observância das regras referentes ao financiamento de campanha eleitoral, por partidos, coligações e candidatos, com vistas a que todos os candidatos possuam condições iguais de desenvolvê-la. De acordo com o previsto na, denominada, Lei das Eleições, as prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias (ao cargo de prefeito, por ex.) serão feitas por intermédio do comitê financeiro, enquanto que as prestações de contas às eleições proporcionais (ao cargo de vereadores, por ex.) serão feitas pelo comitê financeiro ou pelo próprio candidato. Entretanto, com o fim de que seja dada visibilidade as contas dos candidatos durante o período eleitoral, partidos, coligações partidárias e candidatos deverão divulgar, pela internet, em site criado pela Justiça Eleitoral para este fim, nos dias 06 de agosto e 06 de setembro, relatório discriminando os recursos em dinheiro ou estimáveis em dinheiro que tenham recebido para financiamento de campanha, bem como os gastos realizados. As contas finais deverão ser encaminhadas à Justiça Eleitoral até o 30o dia posterior às eleições. Oportunidade em que o nome dos doadores atrelados aos

respectivos valores doados deverão ser revelados. A inobservância deste prazo impede a diplomação dos eleitos enquanto perdurar. Eventuais débitos de campanha não quitados pelo candidato até a data de apresentação da prestação de contas poderão ser assumidos pelo partido político, por decisão de seu órgão nacional de direção partidária, hipótese em que o órgão partidário da respectiva circunscrição eleitoral passará a responder solidariamente, com o candidato, por todas as suas dívidas de campanha. Neste caso, eventual existência de débito não poderá ser considerada causa para a rejeição de contas. A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha, decidindo: pela aprovação das contas, quando estiverem regulares; pela aprovação das contas com ressalvas, quando verificadas falhas que não comprometem a regularidade; pela desaprovação das contas, quando as falhas comprometam-lhe a regularidade; pela não prestação das contas, quando não apresentadas as contas após notificação emitida pela Justiça Eleitoral. A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos deve ser publicada até 08 dias antes da diplomação. Desta decisão caberá recurso, no prazo de 03 dias, ao órgão superior da Justiça Eleitoral. Mesmo após a diplomação, dentro dos 15 dias que lhe sucederem, qualquer partido ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, relatando fatos e indicando provas e requerendo a abertura de investigação judicial para apurar condutas que estejam em desacordo com as normas relativas à arrecadação e gastos de recursos em campanha. De acordo com a jurisprudência do TSE, é necessária a

prova da relevância jurídica do ato praticado pelo candidato, ou seja, de que ele interferiu no resultado das eleições, e, não, simplesmente, a potencialidade do dano ao pleito eleitoral, para que o candidato seja condenado. Comprovados a captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou, será cassado se já outorgado. Recomenda-se que até 180 dias após a diplomação, candidatos e partidos deverão conservar a documentação atinente às suas contas. Contudo, caso as contas estejam pendentes de julgamento, após este prazo, a recomendação é a de que os documentos sejam conservados até a decisão final. Todo o regramento, ora exposto, se faz necessário para a consecução do verdadeiro regime democrático, aquele afastado de qualquer espécie de influência externa. Afinal, “um regime, para ser plenamente democrático, não pode expor a normalidade e a legitimidade do processo de escolha de representantes à influência do poder econômico de modo a desequilibrar o pleito ou sujeitar os votantes a pressões ou arbítrios” (Octávio Augusto da Silva Orzari). Pode-se construir a elucubração de que o legislador pretendeu concretizar uma das aspirações do renomado historiador Sérgio Buarque de Holanda: “o Brasil pode ser o local onde uma nova modernidade ética poderá surgir. Uma modernidade ética que coloque os valores éticos da sociedade como os valores determinantes dos objetivos sociais, estes como definidores da racionalidade econômica, para se ter a opção técnica mais conveniente, afinal”. Até a próxima! Gabriela de Moraes Montagnana Gustavo Antonio de Moraes Montagnana Advogados

Jodinaldo Ubiracy de Azevedo Pinheiro - Há 17 anos na Sabesp

Onde você vê obras, a Sabesp vê qualidade de vida. A Sabesp trabalha a todo vapor para trazer mais saúde para você e sua família. A construção da Estação Elevatória e da Estação de Tratamento de Esgoto, nos bairros São Miguel e Mãe dos Homens, vai aumentar o tratamento de esgoto e beneficiar 150 mil pessoas. A qualidade das águas do Rio Jaguari e do Ribeirão Lavapés também vai melhorar bastante, evitando muitas doenças principalmente entre as crianças. Mas enquanto as obras não ficam prontas, contamos com a sua compreensão. Já, já tudo isso acaba, o esgoto vai embora e a saúde fica. É a Sabesp e a Prefeitura de Bragança Paulista construindo uma cidade melhor para todos. Sabesp. A vida tratada com respeito.


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veículos

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Passou reto por Augusto Paladino

O maior Kia já produzido,oK9,ganhou o visto de entrada no mercado norte-americano. A estratégia da marca sul-coreana é a mesma da conterrânea Hyundai com o Genesis – com quem compartilha plataforma –, para tentar roubar as vendas dos grandes sedãs alemães e particularmente da japonesa Lexus, muito bem-sucedida nosEstadosUnidos.Omodelo terámotoresV6eV8acoplados a um câmbio automático de oito marchas e tração traseira, usada pela primeira vez em um projeto das fabricantes sul-coreanas. O sedã deve ainda chegar ao Brasil ainda em 2012, após sua exibição no Salão do Automóvel de São Paulo, que acontecerá em outubro. Na Europa, no entanto, a história é diferente. O K9 não tem previsão de lançamento por lá, onde em vez do enorme sedã, a Kia deverá lançar a versão de produção do GT Concept, um esportivo também de tração traseira.

Foto: Divulgação

Kia K9


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Os Tempos de Getúlio Vargas Com vícios e virtudes, volume tenta desvendar mito Vargas por OSCAR PILAGALLO /folhapress

“Os Tempos de Getúlio Vargas”, de José Carlos Mello, é um livro híbrido -e essa é a fonte de seus vícios e virtude. Não é apenas história, ou biografia, ou memória, ou romance, mas tudo junto. É verdade que o autor desenhou fronteiras razoavelmente nítidas entre os estilos justapostos, mas esse cuidado, se orienta a leitura, reveste a obra de um esquematismo incômodo. O livro trata de Getúlio à frente do poder central, ou seja, vai de 1930, quando ele liderou a revolução que pôs fim à Primeira República, até seu suicídio, em 1954. A virtude do hibridismo foi ter dado ao autor a possibilidade de narrar fatos históricos densos com a leveza da crônica. Valendo-se de material bibliográfico adequado - como o “Diário” de Vargas, publicado em 1995, com registros entre 1930 e 1942 - Mello passeia pela vida do político brasileiro mais importante do século 20. Quanto aos vícios, o mais grave deles é de

estrutura. O livro começa num registro pessoal, com lembranças de suicídios que marcaram a vida do narrador quando criança. Previsivelmente, tais reminiscências preparam o terreno para a abordagem do suicídio do protagonista. A previsibilidade, embora enfraqueça a narrativa, é uma questão menor. O problema surge um pouco adiante quando o autor, depois de se perguntar sobre as razões de o país “prantear” o líder morto, diz: “A resposta exige um recuo no tempo”. A partir do corte abrupto, na página 79, é como se um novo livro começasse a ser escrito. Saem as lembranças, entra o didatismo. A dimensão memorialista só será recuperada muito mais tarde, o que empurra a obra para uma espécie de limbo. Outros vícios são pontuais. Atribuir pensamentos a personagens reais é sempre uma operação de risco em uma obra que se pretende de não ficção. A licença deve ser usada com parcimônia, e só quando compensar do ponto de vista narrativo. O Getúlio de Mello, no entanto, “pensa”

Foto: Acervo Última Hora / RJ

O presidente Getúlio Vargas discursa no Ministério da Educação em coisas triviais, como poder falar por telefone com a família em Nova York. “Os Tempos de Getúlio Vargas”, no entanto, não deixa de ter apelo ao leitor pouco familiarizado com sua biografia. Mello o ajuda a digerir um período fundamental da história do Brasil. Os tempos de getúlio vargas

Autor José Carlos Mello Editora Topbooks Quanto R$ 64,90 (608 págs.) Avaliação regular Oscar pilagallo é jornalista e autor de “História da Imprensa Paulista” (Três Estrelas).


veículos

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Pronto para a lama por Augusto Paladino Foto: Divulgação

Aos poucos, a Peugeot vai mostrando a versatilidade do 208. Depois de uma versão luxuosa e outra esportiva, a marca francesa apresenta uma variante de competição para o seu novo compacto. Se trata do 208 R2, versão de rali para o modelo que será oferecidocomocarrocompleto ou como kit de montagem. O motor é o mesmo 1.6 VTi aspirado que equipa algumas versões de rua do 208, mas preparado para render 188 cv e 19,4 kgfm de torque. O 208 R2 ainda está em fase de testes e não existem notícias sobre uma possível volta da Peugeot para o campeonato mundial de rali, competição

Peugeot 208 R2

que não participa desde 2006.

Notícias

automotivas por Augusto Paladino

Trezentos mil – Após cinco anos de produção, o Land Rover Freelander chegou à marca de 300 mil unidades, todas fabricadas em Halewood, na Inglaterra. E a unidade que marcará o feito está destinada ao mercado brasileiro, segundo a Jaguar Land Rover brasileira. O carro em questão usa o 2.2 litros SD4 diesel, com 190 cv e 42,8 kgfm de torque. Além disso, sabe-se apenas que a cor é preta. O Freelander diesel mais barato no Brasil custa R$ 139.900. Parada no susto – A Honda está convocando um recall em 3.314 unidades no Brasil da motocicleta CB 300R modelo 2012 para a verificação do cilindro-mestre do freio dianteiro. Um defeito de fabricação pode causar perda súbita de capacidade de frenagem e ocasionar colisões ou quedas. Caso seja necessário, a peça será substituída gratuitamente. A verificação pode ser agendada pelo telefone 0800-701-3432 ou pelo site da Honda. Cruzou o Atlântico – Para atender à demanda europeia da picape Amarok, a Volkswagen irá começar a produzir o modelo na histórica fábrica de utilitários da marca em Hannover, na Alemanha. A nova linha de montagem foi inaugurada na primeira semana de maio, após um ano de obras para modernização das instalações. A Volkswagen espera produzir 400 mil Amarok cabine dupla por ano em Hannover, de onde também sai o chassi do Porsche Panamera. A picape continua sendo fabricada em General Pacheco, na Argentina, de onde é enviada para os mercados da América Latina, como o Brasil.

Secular – A Aston Martin está preparando um modelo totalmente novo para celebrar o centenário da marca, que será comemorado em julho. De acordo com o CEO da marca, Ulrich Bez, o modelo terá características “notáveis” e não será uma edição limitada. O design ainda é um mistério, mas terá elementos do superesportivo One77, do Zagato e até do pequeno Cygnet. A ideia é lançar um produto que seja mais do que uma versão limitada de algum carro já em produção, mas um marco especial para os 100 anos da marca. De fora – A partir de 1º de julho, a Ford brasileira passa ser comandada por um estrangeiro. Com a aposentadoria anunciada do executivo Marcos de Oliveira, a presidência será ocupada pelo norte-americano Steven Armstrong. Atualmente ele está à frente da divisão de transmissões da Ford na Alemanha e chegou a ser presidente da Volvo Cars Corporation, quando esta era de propriedade da Ford. Pequeno já a vista – A Hyundai está próxima de começar a produção do compacto HB na sua fábrica em Piracicaba, interior de São Paulo. Pelo menos é o que garantiu o diretor operacional da marca ao jornal norte-americana “Financial Times”. De acordo com S.T. Kim, a fabricação do modelo começa em setembro e terá variações hatch, sedã e crossover. O executivo ainda revelou que o veículo terá plataforma modificada do Accent, outro compacto da Hyundai. A fábrica de Piracicaba vai poder produzir 150 mil automóveis por ano, mas terá a capacidade aumentada gradualmente de acordo com a demanda.


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