Braganรงa Paulista
Sexta
28 Junho 2013
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para pensar
Jornal do Meio 698 Sexta 28 • Junho • 2013
Expediente
Somos os filhos da revolução por Mons. Giovanni Baresse
Este início de frase se completa com mais duas afirmações: Somos burgueses sem religião, somos o futuro da nação! Esta frase estava, repetidamente, colada num tapume na praça principal de Atibaia. Fora colada por jovens que participavam da manifestação que ecoava o movimento surgido na capital de nosso Estado. Olhando para a faixa etária dos participantes, eu sentia um desencontro. A frase cheirava a gente de mais idade! Era um pouco o eco, a meu ver, daqueles que tiveram a ressonância dos acontecimentos desencadeados nos meados dos anos sessenta. Ao comentar com alguns jovens sobre isso eles me disseram que era letra de uma música do grupo Legião Urbana. Do seu primeiro disco. Composto e lançado no ano de 1985. Leva o título de “Geração Coca-Cola”. Eu confesso que não sou assíduo acompanhante
daquilo que se apresenta nas emissoras de rádio e televisão. Em termos de MPB estou mais ligado à produção musical de Chico Buarque, Caetano Veloso, Tom Jobim, Vinícius, Elis Regina e tantos outros e outras do mesmo calibre. Com certeza questão de época e idade! Como eu, provavelmente, muitos dos leitores desconheçam a letra da canção. Eu a transcrevo, no essencial, porque pode ajudar a compreender o levante popular que estamos vivendo. Quando nascemos fomos programados. A receber o que vocês Nos empurraram com os enlatados Dos U.S.A., de nove as seis. Desde pequenos nós comemos lixo Comercial e industrial Mas agora chegou nossa vez Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola Depois de 20 anos na escola Não é difícil aprender Todas as manhas do seu jogo sujo Não é assim que tem que ser Vamos fazer nosso dever de casa E aí então vocês vão ver Suas crianças derrubando reis Fazer comédia no cinema com as suas leis. Nos meus anos de faculdade de Filosofia (1965-1969) esse linguajar era da minha geração. Vejo-o repetido, na letra de Renato Russo, vinte anos depois! E no panfleto afixado no tapume, também, vinte anos depois! E não há como não perguntar: Não aprendemos nada? Não fizemos nada? Não creio que devamos ser pessimistas, mas parece que é necessário rever o caminho que estamos fazendo. O desencanto com os poderes públicos não pode motivar a sua extinção. De modo especial do Legislativo. Se
este é corporativista e não está exercendo sua função a favor da sociedade há mecanismos para modificá-lo: o voto. Querendo ou não o caminho democrático é o melhor caminho que a sociedade tem para gerir seus díspares interesses. O que devemos contextualizar, nas manifestações em ruas e praças, é se os participantes têm feito o que lhes cabe. Bandeira de grande valor, também, é a da educação. Vale para os jovens a consciência que não devem ficar felizes quando não há aula ou elas são dadas por professores não exigentes. Além do dever pessoal de estudar, cabe ação concreta para que professores sejam valorizados no exercício de sua vocação e não precisem ficar correndo de escola em escola para juntar salário que lhes dê um mínimo de condições de sobrevivência. Como é que os mestres podem ter tempo para aprimoramento, para do-
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minar a informática, se mal conseguem um tempinho para uma refeição engolida às pressas? O melhor jeito de dar efetividade às reinvindicações é trazê-las para bem perto da realidade municipal e familiar. Porque a base do leque está onde ele é segurado pela mão. Do contrário não se faz abano. Discutir horizontes nacionais serve para alertar e embasar a discussão no campo da vivência do dia a dia. Ninguém constrói casa começando pelo telhado. Este é um sonho que encoraja a enterrar alicerce no chão!
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colaboração SHEL ALMEIDA
A história de uma cidade não é apenas a história das pessoas que vivem nelas. É também a história de ruas, construções, de todos os aspectos culturais que a fazem única. Essa história é contada por meio dos patrimônios materiais e imateriais, aqueles que fazem parte de nossa vida cotidiana sem nem mesmo percebermos. Passamos todos os dias pelos mesmos caminhos sem notar o quanto aquilo conta de nós mesmos, o quanto de nossa própria história está ali, em prédios, avenidas, casas que foram demolidas, árvores que não existem mais. Esses elementos são fundamentais para a compreensão da história local e também da nossa identidade, que se estabelece a partir do jeito como nos apropriamos desse patrimônio. E é por meio dessa identidade que nos localizamos no mundo. Desde o começo de maio acontece em Bragança o projeto Memórias Vivas Bragantinas, que, através do contato com o patrimônio cultural e histórico da cidade, tem como objetivo despertar na população bragantina um novo relacionamento espacial e temporal. A primeira etapa teve início com oficina de desenho para crianças de 8 a 12 anos e oficina de fotografia, para jovens a partir de 13 anos. Amanhã, dia 29 de junho, às 10h, no Mercado Municipal, inicia-se uma nova etapa do projeto com a abertura de uma exposição, que contará dos trabalhos realizados nas duas oficinas. A mostra reunirá, também, em diferentes pontos do Mercado, instalações divertidas e interativas que buscam ampliar o olhar e a sensibilidade dos visitantes sobre os diversos aspectos do patrimônio, da história e da memória da cidade. Durante a exposição, a população será convidada a participar, com depoimentos, e, ainda, a interagir com as obras, contribuindo para a reflexão sobre a construção do patrimônio do município.
projeto, explica que a ideia do Memórias Vivas Bragantinas não é ensinar o que é patrimônio. “É propor uma experiência do olhar, de como enxergar a cidade. Para isso usamos a linguagem artística. Só o fato de trazermos as crianças para a Praça Central já mexeu com a dinâmica da cidade. Todo mundo que passava ficava olhando elas desenhando. Fazer com que a criança desenhe a cidade é fazer com que use a imaginação. A criança de hoje não imagina mais. Com jogos, internet, televisão, ela consome uma imaginação que não é dela”, analisa. Para o fotógrafo Eduardo Barcellos, que ministrou a oficina de fotografia, o objetivo do projeto é criar a consciência do olhar. “É propor a capacidade de ficar consciente do que estão vendo, de adquirirem a percepção, através da fotografia, doa relação entre a imagem e o tempo. A imagem congela o momento e essa relação com o tempo pode ser tanto como um segundo quanto com o século. Fotografar é eleger um pedaço da realidade que mostre a interpretação que você tem daquilo que está acontecendo, daquilo que você está vendo. O que sinto dessa geração digital é que estão desconectados com o passado, não conseguem fazer a conexão direta do presente como que o passado. A proposta aqui é criar essa ligação”, explica.
da história pessoal de alguns convidados. O documentário conta com depoimentos do professor e filósofo André La Salvia, responsável pela série de curta - metragens Memórias Bragantinas, do arquiteto Gustavo Picarelli, vice-presidente do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Bragança Paulista (CONDEPHAC) e da historiadora e coordenadora de gestão do acervo do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa em História da Educação (CDAPH) da Universidade São Francisco, entre outros. “Com esses depoimentos vamos juntar as peças de um quebra cabeça e tentar descobrir o que é Bragança, falando um pouco dos lugares sob o aspecto poético e sentimental”, fala Flávio. Além das oficinas e da exposição, que começa amanhã, o projeto Memórias Vivas Bragantinas prevê, ainda, painéis de discussão sobre a questão da
memória e do patrimônio, intervenções urbanas, curso para professores, produção de filmes curtas-metragens dentro da oficina de cinema, e o lançamento e exibição do média - metragem dirigido por Flávio, que continua em produção. O projeto tem realização da Com Tato Agência Cultural, em parceria com a Oscip Edith Cultura e conta com o patrocínio da TE Connectivity. Serviço: Exposição Memórias Vivas Bragantinas De 29 de junho a 28 de julho de 2013 das 7h às 17h. Local: Mercado Municipal de Bragança Waldemar de Toledo Funck Rua Coronel Teófilo Leme 1240, Bragança Paulista. Entrada franca.
Nova percepção
Cláudia Worms Taddei, da Com Tato, agência responsável pela gestão cultural do projeto, explica que o Memórias Vivas Bragantinas foi pensado e idealizado de acordo com o cenário da cidade. “Discutimos com produtores locais percebemos que o patrimônio era um tema que precisava ser abordado, até por conta da atual mudança na configuração da cidade, com prédios sendo derrubados, sem espaço para restauro. A proposta é criar ações provocativas que busquem atrair o olhar para o uso do espaço e trazer um entendimento mais amplo do Para o artista plástico Paulo Von Poser, que é patrimônio. As oficinas trabalham o responsável pela oficina de desenho, foi olhar da cidade pela própria comunidade surpreendente a resposta das crianças local, a ótica é a dos próprios moradores em relação ao que é patrimônio. “Ape- de Bragança”, fala. Além das oficinas sar de serem todas muito jovens ainda, que já aconteceram no primeiro semesconseguiram perceber o quanto a cidade tre, o projeto prevê, ainda, oficina para está diferente. Fomos até a Praça Central professore e também oficina de cinema, que acontecerão no e trabalhamos com semestre de imagens antigas, em O projeto pretende tratar a discussão segundo 2013. “A ideia da ofidiversos ângulos, tanto o Museu do Telefone, sobre patrimônio histórico e cultural cina com professores quanto da Catedral. A de forma que possa gerar a reflexão, é aproximá-los de um partir das fotos pode- de que se possa buscar a valorização discurso mais conmos discutir sobre as dos espaços públicos, para que temporâneo do que é história e patrimônio. mudanças espaciais da cidade. Muitas se construa um novo significado A escola ainda é uma instituição muito conmencionaram o antigo desses espaços. servadora. As outras cinema, mesmo que, Cláudia Taddei instituições, como possivelmente, nunca família e igreja, mudatenham ido assistir a um filme ali. Essa é uma memória que ram e continuam mudando, mas a escola não é delas, mas que já faz parte das permanece a mesma, com uma relação referências que elas têm sobre a cidade. engessada do que é ensinar”, fala Gisa. Esse projeto ajuda a ativar a relação que “O projeto pretende tratar a discussão as pessoas têm com a cidade e a desper- sobre patrimônio histórico e cultural de tar o cuidado com a memória”, diz. Para forma que possa gerar a reflexão, de que Luísa Lima, de 11 anos, participante da se possa buscar a valorização dos espaços oficina de desenho, o mais legal foi po- públicos, para que se construa um novo der aprender sobre a cidade. “Além de a significado desses espaços. O Memórias gente desenhar, a gente também aprende Vivas Bragantinas quer reforçar o sentido sobre Bragança. Depois que eu vim pra de cidade para a população, chamá-la oficina, eu fiquei sabendo mais de coisas para reativar espaços poucos utilizados, que eu não sabia. Foi legal termos vindo fazer com que os moradores percebam pro Museu do Telefone, porque antes da que eles próprios são agentes de mudança aula eu posso ficar olhando o que tem dos espaços, ajudar para que o cidadão aqui. Ficamos sabendo coisas sobre a se sinta empoderado para realizar essas Igreja da Praça, sobre o Teatro Carlos mudanças”, explica Cláudia. Gomes, fomos até o Jardim Público. A Flávio Botelho, diretor do documentário oficina é mais sobre Bragança do que que vêm sendo produzido dentro do prosobre desenho. A gente aprende sobre a jeto, e também coordenador da oficina e cidade, e aí desenha sobre Bragança”, fala. cinema, conta que a ideia do filme é reGisa Picosque, coordenadora educativa do construir o patrimônio da cidade por meio
Paulo Von Poser com as crianças da oficina de desenho. “Mesmo muito jovens eles já têm memória recente sobre a cidade. Muitos falaram sobre o antigo cinema”.
O que é patrimônio?
Eduardo Barcellos e a turma da oficina de fotografia “A geração digital não faz a conexão direta do presente como que o passado”.
Equipe durante produção do documentário, em frente ao prédio do antigo cinema antes da reforma. Configuração da cidade muda dia-a-dia.
teen
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K-pop Br
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Fãs imitam visual e danças de grupos coreanos e até se arriscam no idioma de seus ídolos
Por FOLHAPRESS
Carolina Silveira mal acreditou quando o celular tocou no meio da aula de matemática. Do outro lado da linha, um coreano dizia, em um português rudimentar, que seu grupo, Season, teria uma vaga no concurso K-Pop Cover Dance Festival, cujo prêmio era uma viagem à Coreia do Sul para disputar a final mundial. “Até chorei”, diz a estudante de 17 anos. Seus colegas de sala gritaram, em comemoração. Mas só um bom fã de k-pop, ou pop coreano, pode entender tamanha euforia. E não é de “Gangnam Style”, do Psy, que eles mais gostam. Carolina é parte de um grupo cada vez maior de jovens que dançam como suas boy ou girl bands preferidas, muitas vezes copiam seus cortes de cabelo e cantam versos aparentemente impronunciáveis, como “eori sukhae boyeo do naman saranghae jul”. O verso, que em tradução livre seria “mesmo se eu parecer ingênua, por favor me ame”, é de “Shy Boy”, música do Secret, que o Season dançou no K-Pop Cover Dance Festival, em 2011. O Season não levou o prêmio, mas hoje já têm cerca de 15 coreografias no repertório e ensaia sábado ou domingo no Centro Cultural São Paulo, local que virou o principal ponto de encontro dos k-poppers em São Paulo. Ali, atraídos pelo fácil acesso e pelas vidraças que lhe servem de espelho, eles põem notebooks, tablets ou celulares para tocar e treinam coreografias difíceis de serem sincronizadas até porque é comum esses grupos terem mais de cinco integrantes. O objetivo da maioria é disputar concursos de cover, como o K-Pop Cover Challenge, que terá sua próxima eliminatória no Anime Friends, em julho, e tem inscrições abertas até o próximo dia 9 em www.animefriends.com.br. Também tem inscrições online abertas o concurso internacional K-Pop Cover Dance (www.coverdance.org), mas os locais das seletivas ainda não foram divulgados.
Esforços
Para sair com troféu na mão, os k-poppers não medem esforços. As oito meninas do Play Girlz com idades entre 18 e 21 anos ensaiam pelo menos quatro horas seguidas, sábado ou domingo. Além de, como outros grupos, ter de pesquisar as coreografias na internet e aprender a dançar só na base da imitação, cabe a elas cuidar também do figurino. “A gente corre
atrás de tecido, costureira, tudo”, diz a líder, Jaidilma Ribeiro, 18, assistente administrativa. O Black Diamond tem 17 componentes entre 16 e 22 anos e reuni-los requer certa logística. “A única integrante que tem carta busca o pessoal no metrô Vergueiro para trazê-los a Moema”, diz a líder Carla Dicolla, 20. O K-NRG, com 17 integrantes de 14 a 25 anos, distribuídos em quatro subgrupos, tem como trunfo o dançarino Thiago Tang. “Ele nos ensinou um método de contagem, então conseguimos dançar mesmo sem música”, diz o líder, o professor de inglês Felipe Leandro, 22. A inspiração do K-NRG, como a de muitos grupos, é o Kolors, com 14 integrantes. O grupo, criado em 2010, foi para a Coreia após vencer o K-Pop Cover Dance no Brasil, em 2011. “As pessoas cobram muito da gente a qualidade”, diz um dos fundadores do grupo, Fábio Rodrigues, 25. Hoje, o Kolors é chamado para eventos e o k-pop também é negócio para Rodrigues, que promove uma balada itinerante, a A-Party. Se o esforço todo não rende lucro à maioria, pelo menos diverte. E garante alguns minutos no palco, para se imaginar na pele de um astro do pop coreano.
foto: Rodrigo Capote/Folhapress
+ Imitados
Segundo Cintia Naoko Nishioka, coordenadora do concurso K-Pop Cover Challenge, os grupos mais imitados pelos brasileiros são Big Bang e Super Junior, seguidos de MBlaq, Wonder Girls, B.A.P. e Girls Generation. Falando coreano glossário k-popper MV: Videoclipe Drama (pronuncia-se duramá): Novela asiática. Muitos astros do k-pop integram os elencos Hangul: Escrita coreana com letras de nosso alfabeto. Os k-poppers buscam letras de músicas escritas assim Lidoh (lidô): É o líder do grupo, o mais experiente Hyung (rión): Como os garotos chamam o irmão ou amigo mais velho; se for irmã ou amiga, é “nuna” (nuná) Maknae (mané): O caçula Oppa (opá): Como as garotas chamam o irmão ou amigo mais velho; para irmã ou amiga, usa-se “omni” (omní) Unit: Parte de um grupo que se apresenta separadamente Saranghae (saránrrê)*: “Eu te amo” Fonte: Natalia pak, criadora do site SarangInGayo, e Victor hugo da silva, criador do site K-pop Brasil.
Grupo Season, que imita coreografias de bandas de pop coreano. Carolina Silveira, Simone Homma, Diana Homma e Thais Yoshimura
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Seu sorriso COM saúde
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Spa Odontológico
uma nova visão em odontologia informe publicitário
Que tal um sorriso novo em poucos dias? O Spa Odontológico surgiu da necessidade de oferecer aos pacientes com menor disposição de tempo um tratamento completo, abrangendo as mais diversas necessidades, no menor espaço de tempo. Para tanto, uma equipe multidisciplinar fica à disposição do paciente, desde a primeira consulta, que abrange desde a anamnese, passando pela análise clínica das necessidades por um profissional capaz de avaliar e detectar os procedimentos necessários, além da realização imediata de diversas radiografias, que comporão a documento do paciente. Após isso, cada um dos profissionais, em suas respectivas especialidades, que vão da periodontia, com a avaliação da saúde das gengivas e estruturas ósseas, passando pela endodontia, com a realização dos tratamentos de canal que se mostrarem necessários, chegando à implantodontia, com a colocação de implantes e, por fim, com a confecção de próteses, bem como a realização de tratamento de clareamento dental, agirá de forma coordenada e visando a conclusão imediata do tratamento. Obviamente que a conclusão do tratamento como um todo depende da saúde
bucal do paciente, suas necessidades e a disponibilidade de tempo, podendo, assim, ser concluído em apenas um dia, até um prazo máximo de 5 dias. Dessa forma, um paciente com diversos problemas, que seguindo um padrão normal de tratamento levaria meses e teria de passar por diversos consultórios distintos, poderá em apenas uma semana estar com todo o tratamento concluído. É importante frisar que para o sucesso do tratamento no formato Spa Odontológico é indispensável a existente de uma equipe Multi-especializada, composta por profissionais experiente e com know-how, além do trabalho em equipe coordenado, bem como a participação ativa do paciente, comparecendo às consultas e seguindo adequadamente as orientações dos profissionais. Assim, se você é daqueles que só de pensar em passar longos meses visitando o dentista já desistem de iniciar o tratamento, ou então se não dispõe de tempo suficiente para um tratamento convencional, precisando concentrá-lo em período de férias ou num simples fim de semana, o Spa Odontológico pode atender suas necessidades e expectativas, permitindo-lhe voltar a sorrir em pouco tempo.
COM - Centro Odontológico Martins Dra. Luciana Leme Martins Kabbabe CRO/SP 80.173 Dra. Mariana Martins Ramos Leme CRO/SP 82.984 Dra. Maria de Fátima Martins Claro CRO/SP 18.374 Dr. Luis Fernando Ferrari Bellasalma CRO/SP 37.320 Dr. André Henrique Possebom CRO/SP 94.138
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Antenado
Imortal lança livro
de referências poéticas
‘A Herança de Apolo’ condensa mais de cinco décadas de anotações de Geraldo Holanda Cavalcanti sobre poesia Por MARCIO AQUILES /FOLHAPRESS
Compêndio de mais de cinco décadas em que coletou citações e referências sobre poesia, “A Herança de Apolo” exprime o universo de anotações e reflexões que Geraldo Holanda Cavalcanti, 84, teceu ao longo da vida. Diplomata de carreira, o poeta que ingressou na Academia Brasileira de Letras em 2010 e hoje ocupa o cargo de secretário-geral morou durante 40 anos no exterior, onde teve contato direto com a literatura mundial. Ao longo dos anos, os conceitos e definições foram registrados em vários suportes: primeiramente nas fichas manuscritas, depois em folhas datilografadas e, finalmente, em arquivos eletrônicos. “Aos 80 anos, descobri uma vontade de pôr ordem em todas estas anotações, pois, quando leio, eu risco, tomo notas, faço observações”, afirma Cavalcanti. Estruturado em três capítulos (divididos em Poesia, Poeta e Poema), o volume abrange
todas as faces deste gênero literário. Na primeira parte, o autor faz uma reflexão sobre a poesia. “É o capítulo mais teórico, mas tratado de maneira não acadêmica, de modo ensaístico”, diz. Na segunda, estabelece uma tipologia do poeta. “Há o metafísico, o pensador, o revolucionário, o inventor de formas, o sofredor.” Na terceira, trata do poema como objeto. “É um estudo do gênero”, diz. O calhamaço de 462 páginas traz 525 livros na bibliografia de obras citadas. Defensor da citação como procedimento literário, como escreve no prefácio, Cavalcanti mostra como o método sempre foi útil para sistematizar o conhecimento. “A citação também pode servir como uma provocação para a reflexão, não é simplesmente algo para demonstrar erudição”, acrescenta. A escrita de Cavalcanti é segura, sem receios, norteada pela extensa referência do autor,
tradutor experiente de poesia e dono de inúmeros prêmios. Já na primeira página do texto, ele cita o equívoco de Hegel, em sua “Estética”, ao acabar “confundindo poesia com poema”. Ele avança mencionando as definições que os grandes nomes da literatura deram para poesia, trazendo o pensamento de Octavio Paz, Borges, Shelley e João Cabral de Melo Neto, entre outros. Em alguns momentos, a leitura do livro mostra-se árdua, devido ao acúmulo de citações enumeradas, mas a fluência de escrita do autor minimiza o problema.
Citações longas
Outro obstáculo são algumas longas citações em inglês e espanhol sem tradução no rodapé ou em notas de fim de texto. Breve detalhe, diante do monumental empenho de Cavalcanti em discorrer sobre a arte poética.
A herança de apolo Autor: Geraldo Holanda Cavalcanti Editora: Civilização Brasileira Quanto: R$ 59,90 (462 págs.) Raio-X - por Geraldo Holanda Vida Nasceu no Recife, em 1929. Diplomou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito do Recife, em 1951 Carreira É poeta, contista, ensaísta e tradutor. Verteu para o português livros dos poetas italianos Eugenio Montale e Salvatore Quasimodo. Foi diplomata entre 1954 e 2001. Hoje ocupa o cargo de secretário-geral da Academia Brasileira de Letras Livros publicados “Encontro em Ouro Preto” (2007), “Memórias de um Tradutor de Poesia” (2006), “O Mandiocal de Verdes Mãos” (1964), entre outros.
Mão na Massa
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Tarde de rock na Casa das Mangueiras Por Martha Vaz
Noúltimodomingo, 23/06, as Framboesas Radioativas fizeram um ensaio aberto na Casa das Mangueiras e chamaram diversos grupos amigos – Kollision, Rage Against the Machine cover, Wave Goodbye e Giovanna Toledo. Até a chuva parou para ouvi-los! O sol apareceu, e os jovens encheram o espaço com um rock forte. Tocaram das 16h às 19h. Os Framboesas Radioativas é formado pela Sofia Carnieli Rocha, menina de apenas 13 anos, na bateria, Marina Salles, de 16 anos, na guitarra e Marina Tasca, de 15 anos, no baixo. Elas estão há seis meses tocando juntas, formaram a banda na Escola de Música Jardim Elétrico, do Quique Brown e do Velhote, da banda Leptospirose. Cheias de iniciativas lançaram o fanzine “Seres Contrários”, que expressa suas indagações e indignações e devaneios poéticos, produzido pela Marina Tasca, com a participação de amigos, a partir da
ideia de seu professor de desenho, Caeto. Foi super bonito ver o carinho que Velhote e Quique, professores das Framboesas, assim como de seus pais, dando a maior força, carregando bateria e equipamentos. Foi uma tarde pra lá de agradável, uma galera bonita e animada prestigiando os grupos de música. Foi o primeiro de muitos momentos que podemos dividir aqui na Casa das Mangueiras O próximo ser o Curso de Férias com Oficinas Integradas com a proposta de trabalhar o ser como um todo. Esse espírito de atividades,é que quero pulsando aqui na Casa das Mangueiras, um espaço que apóia e acolhe ideias , grupos e profissionais. O curso de férias acontecerá durante a semana toda, entre os dias 01/07 a 14/07. O criso para crianças será no período da tarde e para adultos, à noite. Nas tardes de sábados termos exposição dos trabalhos, bazar e queima de raku.
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Reflexão e Práxis
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Manifestação
Por pedro marcelo galasso
em Bragança Paulista
A manifestação do dia 21 de junho, em Bragança Paulista, foi um momento rico para observar o quão próxima é a relação teoria e prática social, pois inúmeras questões teóricas podem ser vislumbradas em uma mobilização social como esta. A primeira característica observada foi a diversidade de interesses presentes na manifestação. De pedidos acerca das tarifas de ônibus até a libertação de torcedores, passando por críticas com relação à educação municipal até críticas ao próprio sistema capitalista, as pautas eram tão diversas que além da unidade física da manifestação, ou seja, além do fato da manifestação seguir o mesmo trajeto pouco havia em comum. Entretanto, o que pode soar como crítica é, na verdade, uma das principais forças da manifestação, pois a mobilização é tão ou mais importante do que os temas ou o tão pedido foco já que a conjunção de fatores indicam os possíveis caminhos a serem seguidos. O que as pessoas ignoram é que a manifestação por mais ampla que
seja não pode dar conta de todas as questões sociais pelo simples fato da manifestação ser um momento social e não a totalidade social, ou seja, ela tem um caráter histórico e pontual não podendo ser eleita como a forma mais comum ou prática para a ação política. É improvável que a cada reclamação ou questionamento social façamos manifestações sob o risco de fazer esta força contundente de ação social se tornar desacreditada e caricata de si mesma. A segunda característica que chamou a atenção na manifestação foi a presença de pessoas das mais diversas faixas etárias com destaque para a presença dos idosos, faixa etária esquecida pelo poder público e vítima da visão ocidental que vê as pessoas idosas como pouca produtivas e, portanto, pouco necessárias ou mesmo como inúteis. A presença dos jovens já era esperada, mas a aparente confiança e certeza dos discursos também chamavam a atenção já que alguns jovens articulavam suas ideias bem acima das frases feitas e dos discursos decorados. Outra característica da manifestação
foi a preocupação em criar um ambiente tranquilo e que nos desse a certeza de que atos mais radicais, como as sempre possíveis depredações ou quebra de patrimônio público ou privado, não iriam ocorrer. A acertada e excelente ideia de uma reunião prévia com as forças de segurança estadual e municipal, bem como a definição do trajeto, garantiram um ambiente sadio de uma manifestação política. Entretanto, vai uma ressalva com relação à violência. A manifestação, por si só, é um ato violento na medida em que subverte a ordem estabelecida e cria um momento de concentração e de manifesto que é incomum e intenso, ou seja, a violência da manifestação é política e bem distinta das práticas de vandalismo e de saques que, na verdade, ocorrem pela proteção que a massa de pessoas garante. É sábio, portanto, imaginar a manifestação como uma forma de ação importante, mas que não pode ser desgastada ou desacreditada pelo excesso e pelos modismos para que esta forma de luta política mantenha seu vigor e que possa,
assim esperamos, mostrar ao cidadão comum que a política não se restringe a esfera dos políticos profissionais e que ela deve e pode ser praticada por todos em nosso dia a dia. E como consequência de toda esta mobilização que assistimos, fica a reflexão mais detida e menos apaixonada que impõe que pensemos o seguinte: de que forma capitalizar este momento e torná-lo representativo e consequente, como utilizar esta comoção e esta vontade participação em algo que esclareça o que vivemos e nos motive a tentar construir um ambiente social mais justo e mais humano? Esta reflexão é necessária, pois quando as luzes se apagarem, quando as lideranças diminuírem ou quando for necessária a mudança de nossas posturas individuais vamos perceber que a teoria da mudança, esta sim, se apresenta bem distante da sua necessidade e urgência prática. Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
Nossas Escolhas
Ser novamente uma criança por Felipe Gonçalves
Jung diz no livro: Memórias, Sonhos, Reflexões. “... Duas vezes passei em revista toda a minha vida em todos os seus pormenores, detendo-me particularmente nas lembranças da infância, pensando encontrar em meu passado alguma coisa que pudesse ser a causa de uma possível perturbação... Abandonei-me assim, conscientemente, ao impulso do inconsciente... Se eu quisesse, entretanto, restabelecer o contato com essa época de minha vida, só me restava voltar a ela acolhendo outra vez a criança que então se entregava aos brinquedos infantis. Esse momento marcou um ponto crucial no meu destino. Todos os dias depois do almoço, se o tempo permitia, eu me entregava ao brinquedo de construção... ” Uma das maneiras de fazer isso é relembrando o que gostava de brincar...você se lembra do que brincava? Pare por alguns segundos e faça uma viagem no tempo... Quais eram suas brincadeiras favoritas? Há quanto tempo não faz isso? E o que gostava de comer? Pense em se dar um desses presentes não apenas num feriado, mas também nos outros dias durante o ano. Sabemos que a sensação de ter valor é essencial à saúde mental. Essa certeza deve ser obtida na infância. Crianças abandonadas
através da negligência de suas necessidades básicas, da falta de respeito por seus sentimentos, do controle excessivo, da manipulação pela culpa, ainda que ocultos, entram na vida adulta, com uma noção profunda de que o mundo é um lugar perigoso e ameaçador, não confiando em ninguém, porque na verdade não desenvolveu mecanismos para confiar em si mesma. Sente-se abandonado ainda quem foi criado por babás, em colégio interno, distante de seus pais, ou não se sentiu amado ainda no útero materno. É muito comum também a criança se sentir abandonada em famílias muito numerosas, onde há muitos irmãos, e os pais não conseguem dar atenção a todos. Se quando criança você foi amado por suas realizações e desempenho, e não por você mesmo, seu eu autêntico também foi abandonado. Todas as crianças ficam aterrorizadas diante da possibilidade do abandono, esse medo começa por volta dos seis meses. Para a criança, o abandono por parte dos pais é equivalente à morte, pois além de se sentir abandonada, ela mesma aprende a se abandonar ao se tornar o que esperam que ela seja. Ou seja, de alguma forma todos temos dois grandes abandonos registrados, o que pode gerar outro grande confli-
to: a necessidade de ser cuidado e o medo de ser abandonado. Queremos que nos cuidem, mas ao mesmo tempo temos muito medo de sermos abandonados, por isso muitas pessoas fogem de relacionamentos mais sérios temendo novo abandono. Mas você deve estar se perguntando: O que eu hoje, adulto, posso fazer? Pode fazer muito! O primeiro passo é reconhecer a presença de sua criança dentro de você e perceber suas necessidades e sentimentos. O contato com a criança interior, sentir que não está mais sozinha, traz um alívio imediato. O reencontro com sua criança interior é a maior fonte de cura. Compete ao adulto em você decidir fazer esse trabalho. Procure ajuda. Decida acolher a criança que um dia foi abandonada, ouça essa criança, deixe que expresse toda sua dor do passado, Mas se não conseguir fazer esse trabalho sozinho, procure um profissional de sua confiança. Enfim, a maneira com que nos cuidamos quando adultos, muitas vezes reflete a maneira com que fomos cuidados quando crianças. Pense nisso! E apesar de tanta dor, e até por saber que ela existe dentro de você, comece a ser mais compreensivo consigo mesmo, mais amoroso, menos exigente. E abrace sua criança como sempre desejou ser
abraçado! Você e ela merecem! A rotina de quem tem filhos é quase uma maratona. Há tantas tarefas para dar conta todos os dias...Um pai uma vez me disse que se sente como um malabarista de circo, aquele que vai girando um pouco cada um dos pratos para que não caiam no chão. Fiquei pensando, será que ele consegue olhar para um prato e vê-lo girar por alguns poucos segundos? Com certeza deve ser difícil, não é? O mesmo se aplica aos pais, que na correria cotidiana muitas vezes nem conseguem perceber o quão espertos e engraçados os filhos estão ficando. O dia passa e a noite chega tão rápido todos os dias, que muitas vezes chegamos à conclusão que pensamos tanto em “ter”, executamos tarefas e pouco “sentimos”. Talvez o sentir seja o grande segredo da vida e para isso precisamos compartilhar, estar com as pessoas que amamos. Aproveite todos os momentos que puder! No caminho da escola, por exemplo, escute com seu filho um cd com as musicas preferidas de vocês. Pense em como tornar as atividades rotineiras em momentos divertidos e prazerosos. Quer ver um pai e mãe feliz? Basta o filhote sorrir! É bom demais ter crianças por perto, tem coisas que só elas com toda sua pureza são
capazes de fazer. Em poucos segundos a ingenuidade dos pequenos aparece e faz os pais rirem mesmo num momento difícil. Não há como não se divertir com suas conquistas e aprendizados e é por isso que dizemos: a felicidade é contagiosa! Momentos de grande felicidade virão nas situações mais cotidianas, basta que você se permita enxergá-los com outros olhos. Estar perto das crianças dá a chance de “aproveitar” a felicidade deles. Revivemos um pouco a nossa infância e nos lembramos de como as coisas podem ser simples, com um sabor diferente...isso só depende da forma como olhamos para as situações. E por fim, quero deixar uma frase do Fernando Pessoa para sua reflexão: “A criança que eu fui, chora na estrada, deixei-a ali quando vim ser quem sou; mas hoje, vendo que o que sou é tão pouco, quero buscar quem fui onde ficou”. Tenha uma boa vida ! Felipe Gonçalves Graduado em Química, MBA em Supply Chain, Especialização em Desenvolvimento de Líderes, Mestrando em Engenharia Química, Profissional Corporativo e Professor Universitário. E-mail: felipe.goncalves@usf.edu.br
saúde
Jornal do Meio 698 Sexta 28 • Junho • 2013
Anvisa propõe regras
para medicina chinesa
Agência de Vigilância Sanitária abre nesta semana consulta pública e quer banir ingredientes de origem animal Por JOHANNA NUBLAT / MARIANA VERSOLATO /FOLHAPRESS
Durante três anos, os remédios da medicina tradicional chinesa serão avaliados em relação às prescrições feitas no país, às substâncias utilizadas, aos efeitos terapêuticos e às reações adversas. Ao final desse prazo, a conclusão pode ser registrá-los oficialmente, impor determinadas condições para seu uso ou, em último caso, bani-los. É o que propõe a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que abre uma consulta pública sobre o tema no início desta semana. A consulta, antecipada pela Folha em novembro, ficará aberta por 90 dias. Hoje, os compostos usados em tratamentos de medicina chinesa, que podem misturar substâncias de origem animal, vegetal e mineral, não têm registro no país porque não se enquadram em nenhuma categoria prevista: não são medicamentos, fitoterápicos ou alimentos. “Vamos poder conhecer um mercado que existe e, muitas vezes, fica obscuro porque a vigilância sanitária nega sua existência”, afirma Dirceu Barbano, diretor-presidente da agência. Paralelamente, a Anvisa pretende trocar informações com a vigilância sanitária chinesa, que tem um setor que trata da medicina tradicional.
De origem animal
Na consulta pública, a Anvisa propõe a proibição do uso de componentes de origem animal nos produtos a serem vendidos no país. Nas fórmulas chinesas pode
haver pelos e até chifres e ossos de animais. “A legislação sanitária brasileira, quando envolve produtos de origem animal, é muito rigorosa e exigiria um conjunto de testes de qualidade que transformariam os produtos em medicamentos. Isso impediria que ficassem disponíveis segundo essa norma”, diz Barbano. O hepatologista Raymundo Paraná, porém, se diz “extremamente preocupado” com a falta de exigência de estudos científicos que comprovem a segurança e a eficácia desses produtos. “É absurdo o movimento de legalizar esse tipo de produto sem a avaliação que a ciência médica exige. Afrouxar as regras para esse ou outro produto porque o uso é milenar é absurdo.” Segundo Reginaldo Silva Filho, presidente da Escola Brasileira de Medicina Chinesa, a maioria dos compostos utilizados no país é de origem vegetal.”Há alguns produtos importantes de origem animal, mas eles são bem menos usados. A proibição pode fazer com que alguns praticantes tenham de buscar alternativas dentro da farmacopeia chinesa”, afirma. Já Márcio de Luna, do Instituto Brasileiro de Medicina Tradicional Chinesa, acredita que o ideal seria liberar esses produtos, contanto que os fabricantes seguissem uma exigência de boas práticas de manufatura. “A proibição criará um problema porque vamos ter que nos adaptar. Além disso, a censura abre margem para o mercado paralelo.” A Anvisa também sugere que, durante os três anos de monitoramento, as empresas que adquirirem insumos para produzir
compostos deverão cadastrar todas as substâncias no site da Anvisa. O cadastro deve conter ainda dados dos fabricantes, revendedores ou distribuidores dos insumos, caso eles não tenham sido obtidos diretamente do fabricante. “O cadastramento permitirá que a Anvisa possa ter um maior controle sobre eventuais falhas em lotes de produtos, por exemplo”, completa Silva Filho. Coca-Cola anuncia que não fará anúncios para menores de 12 anos Medida faz parte de pacote para a redução da obesidade mundial A Coca-Cola anunciou na semana passada o fim de campanhas direcionadas a crianças menores de 12 anos e o início de incentivos a programas que encorajem atividades físicas, como medidas de combate à obesidade. A companhia não informou, contudo, em que países a publicidade é direcionada às crianças. Segundo o comunicado, a empresa se compromete a não fazer publicidade nos meios de comunicação cujo público seja formado por mais de 35% de crianças com menos de 12 anos de idade. A nova política será aplicada na televisão, no rádio e na mídia impressa, e, quando os dados estiverem disponíveis, na internet e nos telefones celulares. A empresa também se dispõe a participar de auditorias realizadas por entidades externas que monitorem a sua publicidade. O Instituo Alana, ONG de defesa dos direitos das crianças, em nota, parabenizou o compromisso adotado pela Coca-Cola, que “acontece em um momento de ampla reflexão sobre a responsabilidade empresarial em questões de impacto social.”
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Foi com enorme alegria que fotografei o casamento desse lindo casal Raquel e Maurício. Foi um dia muito bacana porque testemunhei toda a alegria com que os dois se dedicaram em fazer do grande dia deles em algo inesquecível. Desde o making of dos dois até a deliciosa festa que fizeram para os convidados. Tudo aconteceu na cidade de Nazaré Paulista numa noite agradável e num clima muito especial. A cerimônia aconteceu na belíssima igreja Matriz Nossa Sra. de Nazaré que estava impecavelmente decorada e lotada. Quem presidiu a cerimônia foi o Pe. Fabio que conduziu, com muito carinho, todo o ritual da cerimônia com uma linda oratória emocionando todos os presentes. Depois da cerimônia seguimos para a casa dos pais da Raquel onde fazemos o primeiro brinde do casal e aproveitamos para tirar mais algumas fotos maravilhosas. Depois seguimos para o espaço Terra Valente onde o casal ofereceu uma linda recepção com muita alegria e descontração que entrou pela madrugada num clima muito divertido. Os dois aproveitaram todos os mementos com os amigos e familiares. Mais um dia que guardo com muito carinho no meu coração.
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Entre itens de série e opcionais, Volvo V40 chega ao Brasil repleto de “gadgets” tecnológicos
por Luiz Humberto Monteiro Pereira e Rodrigo Machado/Auto Press
Durante sete anos, a Volvo teve como representante no segmento de hatches médios o C30, um modelo com jeitão de cupê e apenas duas portas. Conseguiu certa fama, principalmente pela estética do carro, e até acumulou boas vendas em todo o mundo. Mas a limitação das duas portas e o pequeno espaço atrás impediam que o C30 alçasse voos maiores. Por isso, na hora de trocar a geração, a Volvo resolveu apostar em uma versatilidade maior de seu representante. Assim surgiu o V40, um hatch com ares de perua que não abandona o visual estiloso e nem a característica preocupação com a segurança dos Volvo. O modelo chega agora ao Brasil – e em hora oportuna. É que tanto Mercedes-Benz quanto Audi lançaram recentemente novos hatches – Classe A e A3 – , dois rivais de peso para o hatch da marca sueca. Os três se juntam ao BMW Série 1 para uma briga das mais competitivas. A parte mecânica do V40 é composta de um motor 2.0 turbo de cinco cilindros em linha que gera 180 cv a 5 mil rpm e um generoso torque de 30,6 kgfm disponível entre 2.700 e 4 mil rotações. A transmissão é uma automática de seis marchas. Os dois juntos levam o hatch a 100 km/h em 8,7 segundos e a 250 km/h de velocidade máxima, limitada eletronicamente. Com esse trem de força, a Volvo promete uma disputa forte. A marca escandinava estima vender 700 unidades do V40 no segundo semestre. Algo em torno de 115 emplacamentos mensais. A título de comparação, o Série 1 vende cerca de 90 exemplares por mês e a Mercedes pretende comercializar 200 unidades do Classe A quando a distribuição estiver normalizada. E o V40 parte de R$ 115.950, contra R$ 99.900 do A200 Style, por exemplo. O valor inicial inclui um pacote básico já bem recheado, que supera as versões de entrada dos rivais. A proposta é oferecer o mais completo hatch premium do mercado. Todo V40 traz de série ar-condicionado digital, direção elétrica com três níveis de regulagem, volante e bancos revestidos de couro, sensor de estacionamento, chuva e luz, keyless, rodas de 17 polegadas, rádio/ CD/MP3/iPod/Bluetooth com tela de sete polegadas e painel de instrumentos digital com tela de LCD. Na parte de segurança, sete airbags, controles de tração e estabilidade. O grande destaque é o City Safety, que usa um radar na dianteira para monitorar o trânsito e pode frear e parar o V40 em casos de emergência. Na lista de opcionais, no entanto, aparecem alguns dos atributos mais instigantes do novo hatch. São três pacotes diferentes, mas que podem ser acrescidos um ao outro e até ter equipamentos adicionados à parte. O Sport agrega teto solar panorâmico, rodas de 18 polegadas e faróis de xenôn adaptativos, por R$ 12 mil. Já o High Tech disponibiliza GPS, câmara de ré, Park Assist e leitor de DVD, por R$ 10 mil. O último é o Safety, que traz aqueles equipamentos que a Volvo mais se orgulha. Caso do inédito airbag de pedestre. Sensores na base do para-choque detectam um eventual atropelamento em velocidades entre 20 e 50 km/h. A partir daí, uma bolsa de ar se infla na tampa do capô, minimizando os danos ao pedestre. O pacote Safety ainda adiciona piloto automático adaptativo, leitura de placas de velocidade, assistente de mudanças de faixa e sistema de detecção de ponto cego por R$ 15 mil. E ainda há um opcional de sistema de entretenimento que inclui acesso à internet e comandos por voz, que ainda pode acrescer R$ 6 mil ao preço. Dessa forma, equipado com tudo que é oferecido, o V40 pode ultrapassar os R$ 158 mil.
Primeiras impressões
Volvo V40 Comandos em ação
por Luiz Humberto Monteiro Pereira/Auto Press
Vargem Alta/ES - A sinuosa e íngreme estrada que liga Vitória à região serrana capixaba, em um circuito de mais de 200 quilômetros, serviu de campo de provas para a avaliação do V40, o novo e tecnológico hatch da Volvo. Antes do teste, a sucursal brasileira da marca sueca providenciou um
ligeiro “workshop” para a demonstração de alguns equipamentos disponíveis, como o Park Assist e o detector de pedestres. O sistema de auxílio ao estacionamento se mostrou efetivo em todas as provas, mas o detector de pedestres não funcionou em uma delas – felizmente o teste era com obstáculos de plástico. Por um problema não explicado – que um instrutor atribuiu a uma suposta aceleração inadequada por parte do motorista –, o detector de pedestres não funcionou e os obstáculos foram atropelados. Em compensação, o inesperado episódio proporcionou uma exibição não prevista de outro equipamento – o airbag de pedestre. O dispositivo inflou-se com grande estrondo assim que os obstáculos de plástico foram abalroados – os airbags internos não abriram. Um eventual pedestre atropelado teria seu impacto sobre o capô amortecido pela bolsa de ar. O resultado do acidente, além do óbvio constrangimento do jornalista envolvido e dos responsáveis pelo “workshop”, foi que aquele V40 ficou “fora de combate”, já que o acionamento do dispositivo de proteção aos pedestres atropelados deforma a tampa do motor. Depois do “workshop”, chegou a hora de finalmente avaliar o V40 na estrada. Ao entrar, percebe-se que o acabamento interno é esmerado, com materiais, texturas e padrões modernos e agradáveis. A posição de dirigir também é agradável. A possibilidade de escolher o design dos instrumentos do painel entre os três modos disponíveis – Sport, Elegance e Eco – rende alguma ludicidade. Quando finalmente foi possível acelerar de verdade, o hatch correspondeu bem às expectativas. Oferece boa dose de força para retomadas e ultrapassagens e esbanja equilíbrio nas curvas em alta, quase sem inclinações. O câmbio automático de seis marchas gerencia de forma competente a força do motor, sem maiores vacilações. O nível de ruído a bordo é reduzido, algo coerente com a proposta de ser “premium”. Há porta-mapas nas portas e porta-copos no console central. Atrás dos controles do rádio e ar-condicionado, um grande nicho pode ser usado para abrigar uma bolsa, por exemplo. Depois, chegou o momento de avaliar o conforto oferecido aos passageiros no banco traseiro. Ali, os espaços não são muito amplos, principalmente para os pés. Pessoas com mais de 1,80 metro também devem evitar viajar na traseira, para não roçar a cabeça no teto. Embora tenha três cintos e três apoios de cabeça, fica um tanto apertado para três adultos – mas dois adultos e uma criança viajam bem.
Ficha técnica
Volvo V40 Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.984 cm³, cinco cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, turbocompressor, intercooler, comando duplo no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção direta de combustível. Transmissão: Câmbio automático com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração. Potência máxima: 180 cv a 5 mil rpm. Aceleração 0-100 km/h: 8,7 segundos. Velocidade máxima: 250 km/h limitada eletronicamente. Torque máximo: 30,6 kgfm entre 2.700 e 4 mil rpm. Diâmetro e curso: 81,0 X 77,0. Taxa de compressão: 10,5:1. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barras estabilizadoras. Traseira do tipo Multilink, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barras estabilizadoras. Freios: Discos na frente e atrás. Oferece ABS com EBD e assistência eletrônica. Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,37 metros de comprimento, 1,80 m de largura, 1,44 m de altura e 2,56 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista. Peso: 1.474 kg. Capacidade do porta-malas: 335 litros.
Tanque de combustível: 62 litros. Produção: Ghent, Bélgica. Lançamento mundial: 2012. Lançamento no Brasil: 2013. Itens de série: Ar-condicionado digital, rádio/CD/MP3/iPod/Bluetooth com tela de sete polegadas, oito alto-falantes, painel de instrumentos digital com tela de LCD, bancos e volante com revestimento de couro, keyless, sensor de estacionamento, chuva e luz, piloto automático e rodas de liga leve de 17 polegadas. Preço: R$ 115.950. Pacote Sport: Adiciona teto solar panorâmico, faróis de xenôn adaptativos e rodas
de alumínio de 18 polegadas. Preço: R$ 12 mil. Pacote High Tech: Adiciona GPS, câmara de ré, park assist e leitor de DVD. Preço: R$ 10 mil. Pacote Safety: Sistema de detecção de ponto cego, piloto automático adaptativo, airbag de pedestre, alerta de mudança de faixa e sistema de leitura de placas de velocidade. Preço: 15 mil. Sistema de entretenimento totchsreen com acesso à internet e comando de voz Preço: R$ 6 mil. Preço completo: R$ 158.950. Fotos: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias
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Notícias
automotivas porAugusto Paladino/autopress
Confirmado - A Audi confirmou para a segunda quinzena de junho a chegada do novo A3 Sportback no Brasil. O hatch de quatro portas será oferecido com as motorizações 1.4 de 122 cv e 1.8 de 180 cv. A transmissão é a S-tronic de sete velocidades e dupla embreagem. A versão com motor 1.4 acelera de zero a 100 km/h em 9,3 segundos - com velocidade máxima de 203 km/h. Já com propulsor 1.8, o hatch cumpre o zero a 100 km/h em dois segundos a menos - 7,3 s e atinge os 232 km/h de máxima. Pé na estrada - A Dafra anunciou a chegada da custom Horizon 250, terceiro modelo da marca na faixa das 250 cilindradas. Ela deve estar nas concessionárias ainda em junho e traz um motor monocilíndrico de 250,2 cm³, da coreana Daelim, com injeção eletrônica e arrefecimento líquido, de 23 cv de potência. No design, a Horizon 250 aposta no banco único em dois níveis, para-lamas mais compactos e lanterna traseira em led. Os preços ainda não foram deefinidos pela Dafra. Carinha nova - A Nissan mostrou na Europa o compacto Micra reestilizado - modelo chamado no Brasil de March. O carrinho teve a frente redesenhada, onde recebeu novas luzes de neblina, e as lanternas traseiras ganharam lâmpadas de led. O modelo agora tem teto panorâmico, assistência para estacionamento e pode ser equipado com o motor a gasolina 1.2 de três cilindros aspirado ou sobrealimentado. A transmissão é manual de cinco velocidades ou automática CVT. O modelo chega na Europa em setembro. Estas mudanças devem aparecer no Brasil com o início da produção na fábrica de Resende, no Sul Fluminense, em 2014. Volta para casa - A Fiat vai transferir a produção da futura geração do Dodge Journey/Fiat Freemont de Toluca, no México, para Detroit, nos Estados Unidos. De acordo com a publicação local “Detroit Free Press”, a fabricação do utilitário vai começar em janeiro de 2016. O modelo usa o nome Journey nas Américas e Freemont no resto no mundo. O Brasil é o único país em que os dois disputam vendas. A mudança
Fotos: Divulgação
pode fazer parte das negociações, entre a Fiat e o sindicato que detém 41,5% das ações da Chrysler. A marca italiana está interessada em aumentar sua participação, hoje em 58,5%. Volta para casa II - A pressão do governo e dos sindicatos norte-americanos sobre as montadoras locais está funcionando. A ponto de a Ford decidir transferir toda a produção do sedã Fusion para os Estados Unidos. Atualmente, o modelo é produzido tanto na unidade de Hermosilo, no México, como na de Flat Rock, no Michigan, Estados Unidos. A concentração da produção em território norte-americano aconteceria apenas na próxima geração do modelo, prevista para 2018.
Audi A3 Sportback2
Utilitário de luxo - O Porsche Macan, utilitários de médio porte da marca, já tem local e data para a estreia: Salão de Los Angeles, Estados Unidos, em novembro deste ano. O utilitário será produzido na mesma fábrica do Cayenne, em Leipzig, na Alemanha, e vai dividir plataforma com o Audi Q5. Mas como vai utilizar mais materiais nobres na construção, ficará 130 kg mais leve. As vendas começam no segundo semestre de 2014 e os preços ainda não estão definidos. Cavalaria renovada - O segmento de picapes médias segue com boas médias de crescimento no mercado brasileiro e as fabricantes continuam se movimentando. A Volkswagen decidiu dar uma dose extra de potência à versão de entrada da Amarok, que recebe 18 cv a mais. A configuração “S”, equipada com um motor 2.0 TDI com turbocompressor passa a render 140 cv. A potência máxima é entregue aos 3.500 rpm, 500 giros abaixo do que ocorria na calibração anterior. Workaholic - A Ford resolveu dar uma força para a versão da picape Ranger pensada especificamente para o trabalho. A marca norte-americana pegou o motor 2.2 diesel usado nas versões destinadas aos frotistas e deu mais potência para ele. Subiu de 125 cv para 150 cv. O modelo pode vir com cabine simples ou dupla. O resto da linha continua com os motores 2.5 de 173 cv e 3.2 diesel de 200 cv.
Nissan March
Dafra Horizon 250
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Diversão a longo prazo Ducati Hypestrada tenta pegar fórmula esportiva e aplicá-la ao uso em estradas
por Carlo Valente do InfoMotori/Itália/Auto Press
Dá para dizer que a Ducati Hypermotard é uma espécie de crossover no mundo das motos. Tem proposta de fazer uma ponte entre esportividade e alta capacidade off-road. Mas, durante a sua primeira geração – que durou entre 2005 e 2012 –, pecava na parte do conforto. Ao renovar o seu modelo, no final do ano passado, a fabricante italiana resolveu o problema. Lançou a Hyperstrada, uma espécie de versão estradeira da Hypermotard. Tudo para deixar a interessante proposta do modelo ainda mais versátil e abrangente. A Hyperstrada nada mais é que uma derivação da Hypermotard, mas com algumas alterações importantes. O guidão, por exemplo, é dois centímetros mais alto para melhorar a posição de dirigir. O assento redesenhado, a adição de baús laterais e para-brisa e um rebaixamento da suspensão também foram modificações realizadas para aumentar o conforto nas estradas. De resto, é tudo igual a segunda geração da Hypermotard, apresentada mundialmente durante o Salão de Milão de 2012. E isso é boa coisa. O motor Testratretta foi todo renovado. Agora tem 821 cc e refrigeração líquida. O bicilíndrico gera 110 cv de potência a 9.250 rpm e torque de 9,1 kgfm a 7.750 rotações. Mas há diferentes maneiras de entregar essa força, dependendo do modo de condução selecionado. No acerto Sport, os 110 cv estão disponíveis e ganham menos interferência dos sistemas eletrônicos de segurança. O intermediário é o Touring, com a mesma força, mas com entrega mais linear. O último é o Urban e limita o propulsor a 75 cv. Outro ponto em que a Hypermotard – e consequentemente a Hyperstrada – evoluiu foi em sua construção. O chassi continua feito em treliça – como já é tradicional na Ducati. Mas agora conta com um subframe posterior todo feito em alumínio. A distância entre-eixos cresceu. Passou de 1,46 m para 1,50 m, exatamente para beneficiar o uso em curvas de raio longo, comuns em estradas. A suspensão dianteira é invertida, enquanto a traseira traz um monoshock ajustável. A adição destes poucos equipamentos encarece o preço da Hyperstrada em relação à versão original. Na Itália, a estradeira custa 12.800 euros, próximo a R$ 36 mil, contra 11.490 euros da motard, cerca de R$ 32 mil.
Primeiras impressões
Toscana/Itália – O primeiro contato com a Hyperstrada traz uma dose inicial de estranhamento. É que a posição de pilotar é desconfortável e até sacrificada.
O espaço entre o assento e o guidão é muito pequeno, o que atrapalha toda a ergonomia da moto. Algo que não seria grande problema se a proposta fosse de uma esportiva. Entretanto, como esta versão tenta valorizar exatamente o conforto ao rodar, a forçada posição de pilotar é um falha grave. É preciso algum tempo e algumas curvas para se acostumar com a Hyperstrada. Mas quando isso acontece, o convívio é fluido e divertido. O guidão grande ajuda nas manobragens e na dirigibilidade e o motor é disposto em qualquer regime de giros. Ele permite acelerações decididas e com muita força. O modo Urban, o mais manso dos três, já conta com ímpeto suficiente para qualquer que seja a necessidade, com respostas rápidas, suaves e lineares do propulsor. O acerto Touring aumenta bastante a diversão em cima da Hyperstrada. Mas o Sport é exagerado demais, com muitos trancos e ferocidade exacerbada. O comportamento dinâmico da moto é excelente. Assim como os freios, incansáveis mesmo no molhado. Mas, não há como fugir da ideia de que a Hyperstrada é mais hiper do que estrada. Mesmo que a adição dos baús laterais a transformem em uma “devoradora de quilômetros”. De fato, ela é mais versátil e utilizável que a Hypermotard – porém, não revoluciona o mundo das motos estradeiras.
Ficha técnica
Ducati Hyperstrada Motor: Gasolina, 821 cm³, dois cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, com refrigeração a água e injeção eletrônica. Câmbio: Manual de seis marchas. Potência máxima: 110 cv a 9.250 rpm. Torque máximo: 9,1 kgfm a 7.750 rpm Diâmetro e curso: 88,0 mm X 67,5 mm. Taxa de compressão: 12,8:1 Suspensão: Dianteira invertida com garfo telescópico de 43 mm com 170 mm de curso. Traseira com monoamortecedor progressivo ajustável com 175 mm de curso. Pneus: 120/70 R17 na frente e 180/55 R17 atrás. Freios: Dois discos semiflutuantes de 320 mm, pinças Brembo com quatro pistões na frente e disco simples de 245 mm e pinça com pistão duplo na traseira. Dimensões: 2,10 metros de comprimento total, 0,86 m de largura, 1,15 m de altura, 1,50 m de distância entre-eixos e 0,87 m de altura do assento. Peso: 175 kg. Tanque do combustível: 16 litros. Produção: Borgo Panigale, Itália Lançamento mundial: 2012. Preço na Itália: 12.800 euros, equivalente a R$ 36 mil.
Fotos: Divulgação
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Alemão especial por Augusto Paladino/autopress
Nas comemorações pelos 50 anos do 911, a Porsche criou a versão 50th Anniversary Edition, limitada a 1.963 unidades - alusão ao ano de lançamento do modelo. O novo 911 especial traz rodas especiais de 20 polegadas e o logo “911 50” está no painel de instrumentos, nos encostos de cabeça e na tampa traseira. O Porsche especial é empurrado por um seis cilindros 3.8 turbo com 400 cv de potência e 44,9 kgfm de torque. A transmissão é de sete velocidades com dupla embreagem.
Foto: Divulgação
foto 4 Porsche 911 50 Years Edition
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