Braganรงa Paulista
Sexta
16 Agosto 2013
Nยบ 705 - ano XII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
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Para pensar
Jornal do Meio 705 Sexta 16 • Agosto • 2013
Receita para não ir
por Mons. Giovanni Baresse
Pela narrativa dos evangelhos sabe-se que Jesus, antes de iniciar a sua vida pública, passou um tempo no deserto e lá foi tentado. Podemos reduzir as tentações em três ramos: poder, riqueza e prazer. O tronco de onde nascem os ramos chama-se autossuficiência. É a base para a idolatria de si mesmo e de deuses subalternos que obedecem e alimentam a egolatria. Abordei, em artigo anterior, algumas indicações bíblicas sobre a tentação de fazer do dinheiro e dos bens a finalidade fundamental da vida. A pergunta que se estabelece é se existe possibilidade de lidar com dinheiro e aquilo que ele compra de forma livre. Sem correr risco de escravidão. Como ganhar dinheiro e comprar o que desejamos sem ter o inferno à nossa espera? Penso que os leitores sabem a origem da realidade “infernal”. Vamos recordar. Jerusalém é uma cidade situada no Monte Sião. Não é uma montanha muito alta, mas se sobrepõe
para o inferno às colinas e planícies circundantes. Nos tempos de Jesus a base do monte formava um vale. A parte leste do vale ficava mais tempo às escuras. Ali se localizava o lixão da cidade. As pessoas punham fogo para que o lixo se consumisse. Crescendo a cidade, crescia o acúmulo de lixo. O fogo e a fumaça tinham sempre maior duração. Praticamente não se extinguiam. Desse lugar mal cheiroso vêm à ideia bíblica do “fogo que não se apaga e do verme que corrói eternamente” (Isaías 66,24; Mc 9, 44). Nos inícios da fé judaica a ressurreição não era contempla. A ideia de uma recompensa após a morte era muito tênue. Vigorava a teologia da retribuição: se você obedece a Deus será abençoado e terá tudo o que precisa para ser feliz. A miséria e outros males serão consequências dos seus pecados. Você terá vida dura porque é pecador! A recompensa pelo bem ou a condenação pelo mal seriam realidades da vida presente. Após a morte todos iriam
para a mansão dos mortos, o “sheol”, onde se viveria num estado como que de larva. Pouco a pouco, pela experiência de ver que nem sempre a riqueza e a vida boa são frutos da virtude e nem sempre a vida sacrificada é resultado de pecado, vai se explicitando que o modo de Deus enxergar a ação humana é muito mais amplo e que a imagem e semelhança de Deus exige que o ser criado participe daquilo que Deus é. Em Jesus a ressurreição encontra a sua manifestação plena. E nela nós temos a certeza de que somente a vida segundo os ensinamentos dele encontra realização. Contudo, como dizia acima, os riscos de ressuscitar longe do Deus verdadeiro existem. O risco do inferno (não encontrar a plenitude da vida que faz queimar e roer por dentro) existe. Como fugir do inferno? Vamos lembrar Mateus (25,31-46). Na descrição escatológica (do fim dos tempos) Jesus fala de um grande juízo. Nele condenação ou liberdade dependem
do que se fez em favor dos marginalizados: “Tive fome e vocês me deram comida. Tive sede e vocês me deram água. Estava doente e preso e vocês cuidaram de mim. Era desconhecido e sem roupa e você me acolheram e vestiram. Toda vez que cuidaram de alguém a mim o fizeram. Quando não cuidaram, de mim não cuidaram”! Não se trata da filantropia. Ação filantrópica tem sempre valor, mas nem sempre é sem visar algum objetivo pessoal ou de grupo. Trata-se aqui daquilo que chamamos “amor gratuito”. O amor com que Deus nos ama! Quando usamos o que temos de forma solidária. Não só no dar coisas ou dinheiro na necessidade imediata de fome, sede, roupa, etc. Mas na doação da mudança de mentalidade e no emprego de energia para superar as situações que levam ao surgimento dos que necessitam de alguém que lhes dê a mão para poderem viver com um mínimo de dignidade. Fugir do inferno não pelo medo de queimar
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
e ser roído, mas pela alegria de poder ser expressão do amor de Deus aos que são esmagados pela ganância dos nossos dias. Do inferno se escapa fazendo o bem por amor ao próximo. Amor que encontra a sua fonte naquele que é o Amor. Tudo o que possamos ganhar em dinheiro e bens encontra sua bondade se não tomar o lugar de Deus e das pessoas. E não nos venha a impedir de ver que o sofrimento e as limitações de vida plena que atingem a tantos são frutos da adoração de ídolos que nós criamos. Que nos podem seduzir. E que seduzidos nos destroem. E nos conduzem à “Geena”!
Comportamento
Jornal do Meio 705 Sexta 16 • Agosto • 2013
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Movimento dos sem fraldas Mães aderem à higiene natural para reduzir o uso de fraldas descartáveis e condicionar bebê a usar penico
Por JULIANA VINES /FOLHAPRESS
Valentina tinha um mês quando passou seu primeiro dia sem fraldas. A mãe, Jéssica Bonizzi, 22, depois de perceber que a filha “avisava” quando ia fazer xixi ou cocô, resolveu colocar em prática um método que tinha visto na internet, o EC (do inglês “elimination communication”, comunicação de eliminação) ou higiene natural. A técnica consiste em aprender os sinais que o bebê dá quando vai fazer xixi ou cocô e, na hora H, levá-lo ao banheiro. “Minha filha dava sinais claros”, diz Jéssica. Se ia fazer cocô, ficava vermelha e com o olhar vidrado; se era xixi, dava um gritinho. “Não tinha por que não tentar.” No primeiro teste, Jéssica e o marido já conseguiram 100% de aproveitamento: o sucesso fez com que o casal deixasse as fraldas reservadas só para a hora de dormir ou quando saíssem de casa. Jéssica faz parte de uma comunidade brasileira no Facebook sobre higiene natural. Na semana passada, eram 373 membros, entre eles Tamara Hiller, parteira alemã radicada na Bahia e uma das pioneiras do método no Brasil. Hiller conta que a higiene natural se popularizou nos EUA e na Europa na última década e ganha mais adeptos por aqui. Mas, lembra, “trata-se da recuperação de uma prática antiga”. “Não usar fraldas é uma realidade em muitas partes do mundo.” A parteira começou a divulgar o método depois do nascimento de sua filha, há seis anos. Segundo ela, a técnica ajuda a evitar assaduras e infecções urinárias, porque o bebê não fica muito tempo sujo, além de gerar menos lixo do que usar fraldas descartáveis e ser mais prático do que lavar fralda de pano. Ela defende que o processo comece até os três meses, porque a adaptação é mais simples. “O bebê nasce sabendo dar sinais, nós que os ignoramos.” Segundo a pediatra Fátima Rodrigues Fernandes, do Hospital Infantil Sabará, não há estudos mostrando que recém-nascidos tenham controle sobre suas necessidades fisiológicas ou a capacidade de comunicá-las a alguém. Ela diz que a criança pode até ser condicionada a sinalizar quando vai fazer xixi mas que isso é inútil. “Talvez seja melhor gastar essa energia com outros estímulos, como a visão, que se desenvolve aos poucos.” O pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital São Luiz, concorda. “É forçar o desenvolvimento de uma habilidade em detrimento de outras.” Tamara Hiller argumenta que a prática deve ser encarada como algo natural. “Muitas mães percebem que a criança tem uma rotina de fazer xixi depois de acordar. Por que não levar o bebê para um lugar apropriado?” A produtora Raquel Siqueira Ramos, 30, começou a praticar higiene natural com o filho quando ele tinha seis meses. “Ele começou a fazer cocô sempre na mesma hora, uma vez ao dia.” A ida ao peniquinho de manhã virou rotina, mas com o xixi ela não se arriscou. “O Caio passava o dia todo de fralda.” Hoje ele está com três anos e meio e desde os dois não usa mais fraldas. A veterinária Hellen Martins Simões, 31, que praticou higiene natural com a filha desde o primeiro mês, diz que a técnica melhora a comunicação entre pais e bebê. “A Maria Julia está com dois anos e não tenta chamar a atenção o tempo todo. Ela sabe que, quando precisar, será atendida.” Para a psicopedagoga Georgia Vassimon, o vínculo entre mãe e bebê já é forte. “Fico pensando se essas crianças não serão superprotegidas.” Outra preocupação da especialista é o fato de a maternidade já ser cheia de cobranças. “Seria mais uma coisa para se preocupar?” Um lado bom da higiene natural é a estimulação do desfralde, afirma a psicóloga Andreia Calçada. “A fralda tira a percepção da criança de que ela fez xixi. Ela nem fica sabendo que xixi existe.” Mas esse estímulo, diz a psicóloga, deve ocorrer quando houver amadurecimento
físico. Segundo Fernandes, o controle do esfíncter (músculo que segura o xixi) só acontece por volta dos 18 meses. Reibscheid recomenda que os pais não voltem atrás depois de iniciarem o desfralde, para não confundir a criança. “Por isso é melhor não ter pressa e esperar que ela dê os sinais.” Rosely Sayão
Foto: Victor Moriyama/Folhapress
Ideologia do consumo na escola
Cabe à escola formar os alunos para que eles possam fazer escolhas bem informadas e conscientes. Nos últimos dias, duas mães me contaram fatos acontecidos nas escolas que os filhos frequentam e que as deixaram bem aborrecidas. São dois exemplos que podem nos ajudar a pensar a respeito do papel da escola no mundo contemporâneo. A primeira mãe contou que seu filho está num dos últimos anos do ensino fundamental e que a escola tem, anualmente, um evento que envolve as ciências da natureza. Essa é --ou pode ser-- uma atividade muito boa para os alunos, que precisam usar os conceitos que aprendem na teoria de um modo prático e apresentar o trabalho aos visitantes do evento --em geral pais e parentes--, o que colabora para o desenvolvimento da linguagem oral ligada ao conhecimento. Essa mãe, de um modo geral, apreciou bastante o acontecimento e ficou orgulhosa da participação do filho. Acontece que, dias depois, a escola enviou aos pais um questionário com o título “Pesquisa de Satisfação”, com perguntas referentes ao evento que iam do uso do espaço à performance dos alunos. Essa mãe não gostou nem um pouco desse questionário e, ao trocar ideias com outros pais sobre o assunto, percebeu que eles se dividem em dois grupos: os que apoiam essa atitude da escola e a consideram um ato de parceria entre família e escola e os que, como ela, não acham a atitude pertinente. Já a outra mãe contou que a escola que o filho frequenta ofereceu “palestras” para as classes a respeito da nutrição e do valor de alguns alimentos. Acontece que quem ofereceu as tais “palestras” foi uma empresa que produz um desses alimentos, que foi distribuído graciosamente aos alunos após a explanação. Foi o que bastou para deixar essa mãe indignada e a fez procurar outra escola para o filho. Qual é o elemento comum em situações tão diversas? O fato de pais e alunos serem tratados como consumidores pelas escolas. Sim: no mundo atual, o papel do consumidor tem merecido atenção especial de nossa sociedade, não é verdade? Direitos cada vez mais respeitados, publicidade cada vez mais cara, bens de consumo mais sofisticados. Vivemos na era do consumo. E a escola? Qual o seu papel social nesse contexto? Repercutir essa ideologia? Claro que não. Cabe à escola, na formação cidadã de seus alunos, usar o conhecimento para que eles, em meio a tantas ofertas e pressão para o consumo desenfreado, possam fazer escolhas conscientes, bem informadas e críticas. E é bom saber que as escolas, quer queiram ou não, formam cidadãos, principalmente no “currículo oculto”, ou seja, aquilo que é ensinado pelas atitudes tomadas, como essas de nossos exemplos. Os mais novos não vão à escola para satisfazer os pais, deixá-los orgulhosos ou para aprender a consumir. O mundo já se encarrega desse último item, muito bem por sinal. Eles vão à escola para, por meio do conhecimento, entender melhor o mundo, desenvolver senso crítico e ser capazes de pensar de modo diferente de seus pais. É justamente isso que possibilita que o mundo mude, não é verdade? Ou queremos que eles vivam como seus pais? Se, no entanto, a escola não pensar minuciosamente naquilo que ensina de todas as formas, ficará submetida a várias ideologias, principalmente a do consumo. É isso que queremos para os mais novos? Rosely sayão é psicóloga.
Jéssica Bonizzi, 22, percebeu que a filha Valentina, de um ano e oito meses, dava sinais quando queria fazer xixi ou cocô.
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Jornal do Meio 705 Sexta 16 • Agosto • 2013
colaboração SHEL ALMEIDA
Desde o dia 2 de agosto, acontece e Bragança o Festival de Artes Cênicas “Entrando em Cena Apresenta”. Desenvolvido pelo Instituto Entrando em Cena, o festival tem como objetivo difundir a arte transformadora, por meio de espetáculos de teatro, circo, dança e cultura popular brasileira. Para Viviane Lessa, Diretora do Entrando em Cena, o festival vem para coroar a realização de um sonho. Há exatamente um ano, no dia 17 de agosto de 2012, o Jornal do Meio publicava matéria a respeito do processo de seleção que daria início ao projeto “Primeiro Ato”. “Na época nós buscávamos a diversidade de contextos sociais e não sabíamos se iríamos conseguir. E se conseguíssemos, nossa preocupação era se haveria conflito entre os jovens. Conseguimos formar uma turma muito diferente socialmente, conseguimos alcançar o objetivo de criar um grupo bem diverso. É grande a diferença entre eles, mas em momento algum isso aparece, nunca foi um problema. Não houve problema de integração nem entre os pais, que participaram de algumas atividades junto com os meninos”, conta Viviane. Depois de um ano em processo de aprendizado de arte-educação, os jovens do Entrando em Cena agora estão aptos a serem, eles próprios, agentes de transformação. E essa conquista de todos é a realização do sonho que Viviane compartilhava com a mãe, ainda na adolescência. “A sensação que eu tenho é que o projeto só existe porque eles existem. Não adiantaria nada eu querer desenvolver um projeto de aprendizagem artística se não houvesse esses jovens interessados em fazer parte disso. O que digo a eles é: obrigado por fazerem parte do meu sonho”, afirma.
vida’ é saber que essa transformação vai para a sociedade. Mas para isso foi preciso que todos eles passassem por uma transformação interna muito significativa. Essa é a grande conquista, um ano depois”, avalia. E quem esteve presente na estreia pode confirmar: foi um momento gratificante. Mesmo quem não acompanhou o processo todo, mas sabia qual era o contexto do projeto – como eu - saiu de lá emocionada e feliz por ver aqueles jovens ali, realizando o sonho que os acompanhou por tanto tempo.
Arte Transformadora
É por causa do espetáculo “Vá com Zeus” que Viviane resolveu trazer, pela primeira vez em Bragança, um Festival de Artes Cênicas. “A causa principal do Instituto Entrando em Cena sempre foi promover e difundir a arte transformadora. E ela pode ser transformadora em diversos sentidos. Dessa forma procuramos trazer para Bragança referências nas artes cênicas, um espetáculo para cada linguagem”, fala. Entre os que já foram apresentados nas duas primeiras semanas de festival, destacam-se “Dentro é Lugar Longe” que acontece dentro de um ônibus enquanto este circula pela cidade e “Saltimbancos”, clássico infantil de Chico Buarque, em uma montagem de grande apuro técnico. A apresentação de Saltimbancos ainda teve a grata presença das crianças do SAMA – Serviço Assistencial Médico Alimentar e dos jovens da ADEF – Associação dos Deficientes Físicos. “A presença deles, assim como as apresentações de ‘Vá com Zeus’ nas zonas periféricas da cidade, convergiu com a proposta do Entrando em Cena, que é democratizar o acesso à cultura e priorizar e valorizar a diversidade social”, fala Viviane. “A curadoria do festival priorizou espetáculos que são referência artística em suas áreas, mas Como estava previsto, a conclusão não são de apelo social, não têm artisdo “Primeiro Ato” tinha como meta a tas conhecidos. Mas todos promovem produção de um espetáculo criado e a transformação, de alguma maneira. desenvolvido pelos jovens, que “entra- Escolhemos os ‘Meninos do Morumriam em cena” para mostrar a arte que bi’, para a abertura, porque o grupo, é aprenderam e que passou a fazer parte de referência para nós, exemplo de como suas vidas. “A mobilização da juventude usar a arte como ferramenta de transfoi muito legal durante todo o projeto, formação na vida dos jovens”, explica. desde a seleção até a conclusão. Eles se Além disso o festival procurou também comprometeram e valorizar a produção passaram um ano A sensação que eu tenho é que teatral bragantina, por processo intenso. criando uma mostra Sabemos que isso o projeto só existe porque eles só para espetáculos não é fácil para um existem. Não adiantaria nada eu da cidade. “O objetivo jovem. E ‘Vá com querer desenvolver um projeto da Mostra cena BraZeus’, o espetáculo de aprendizagem artística se não gantina é fortalecer a que agora eles estão teatral da houvesse esses jovens interessados produção apresentando à cicidade e fazer com dade, mostra que em fazer parte disso. O que digo a que o público tenha isso é possível sim”, eles é: obrigado por fazerem parte conhecimento de que afirma. “Vá com do meu sonho em Bragança existem Zeus” é inspirado muitos artistas, muitas Viviane Lessa nos mitos gregos pessoas produzindo e na Odisseia, de arte”, fala. O encerraHomero. No espetáculo, os jovens do mento do festival está marcado para “Entrando em Cena” utilizam recursos o dia 1º de setembro, com um Cortejo do teatro de rua, do circo e da dança po- de Maracatu conduzido pelos grupos pular brasileira, para contar a trajetória Arrastão do Beco, de São Paulo e Bade um herói, confrontado pelos Deuses que Lua Cris e Malungos do Baque, de em seu retorno para casa. “Tivemos Bragança. O cortejo sairá do Parquinho os cuidado de realizar apresentações do Lago, às 16h e seguirá até o Jardim desse espetáculo em quatro pontos Público. “Vai ser uma grande festa diferentes da cidade, levando para as para celebramos a cultura popular regiões de alguns deles. Quando deci- brasileira”, fala Viviane. dimos que iríamos para rua e não para uma casa de espetáculos, eles ficaram muito felizes. A estreia foi na Praça Raul Para conferir a programação Leme. Depois eles se apresentaram no completa do Festival de Artes bairro da Água Comprida. Neste final Cênicas “Entrando em Cena de semana irão se apresentar no Parque Apresenta” acesse: dos Estados (17/08) e no Parquinho do www.entrandoemcena.org. Lago (18/08)”, conta. br ou www.facebook.com/ Para Viviane, a grande conquista é perceber o quanto o projeto mudou a vida institutoentrandoemcena de cada um dos jovens. “Ouvir dizerem: o ‘Entrando e Cena mudou a minha
Vá com Zeus
Estreia de “Vá com Zeus” na Praça Raul Leme foi a conclusão de um projeto que começou como um sonho de Viviane Lessa. Foto: Olindo Estevam
Arte transformadora: Jovens do Entrando em Cena junto com os Meninos do Morumbi. Foto: Laura Aidar
Espetáculo “Dentro é Lugar Longe” acontece dentro de um ônibus que circula pela cidade. Quem esteve presente teve uma experiência emocionante. Foto: Laura Aidar
Mostra Cena Bragantina acontece às sexta no Matadouro e tem como objetivo fortalecer a produção teatral da cidade
antenado
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Personagem de Daudet ilustra manias
de grandeza do francês
‘Tartarin de Tarascon’ é narrativa de costumes com protagonista fanfarrão Por MARCELO COELHO /FOLHAPRESS
Tarascon é uma cidade no sul da França que, segundo o censo de 2005, conta com cerca de 13 mil habitantes. Tinha mais ou menos a mesma população em 1872, quando Alphonse Daudet publicou seu “Tartarin de Tarascon”. É uma novela curta e simpática, que a Cosac Naify publica em nova tradução de Carlito Azevedo. Pelo tipo das ilustrações (assinadas por Rafael Sica), pelo glossário e pelas notas de rodapé ótimas, intui-se que a editora aposta no público infantojuvenil. Nunca se sabe o que pode acontecer junto a esse gênero de leitores, mas a história imaginada por Daudet é suficientemente simples, acidentada e irônica para que a escolha da editora se justifique. Seu herói, ou anti-herói, o “intrépido” Tartarin, não ficaria mal no cinema se encarnado em Gérard Depardieu. Obeso, comodista, fantasioso e fanfarrão, é uma mistura de
Sancho e Dom Quixote, como não se cansa de explicar o autor. Mas segue também o modelo da Madame Bovary de Flaubert, um dos mestres de Alphonse Daudet. Ou seja, na modorra da província, entope-se de leituras emocionantes e sonhos fabulosos. No caso de Tartarin, são as histórias de exploradores e viajantes que acendem a sua imaginação. Ele se convence de ter participado de aventuras, caçadas e batalhas em lugares que nunca visitou. Menos do que um fenômeno mental, seu delírio é de ordem retórica; surge das falastrices a que se entrega em companhia dos pacatos habitantes de Tarascon. A história se complica quando Tartarin vê-se forçado a realizar uma antiga bravata: caçar leões na África. A chegada do herói ao porto de Marselha, e depois seu desembarque na Argélia, rendem a Daudet algumas das “páginas
de bravura” estilísticas do livro --melhores, às vezes, quando lidas na tradução mais antiquada de Vergílio Godinho para o português de Portugal (Ed. Verbo). Mais interessante que as aventuras de Tartarin, nessa altura do livro, é o tom com que Daudet descreve o artificialismo da vida colonial francesa em terras africanas.
Paródia
De certo modo, a mania de grandeza, as ilusões de valentia que tomavam conta de Tartarin de Tarascon eram as da própria França --mas seu declínio como potência mundial demoraria ainda um bom tempo para se concretizar. Sem dúvida, não era algo que Daudet pudesse prever conscientemente. O inconsciente do livro talvez seja, entretanto, o que tenha de melhor. O problema de “Tartarin de Tarascon”, na verdade, está no excesso de controle.
O narrador parece saber exatamente o que quer demonstrar, e é o primeiro a comparar didaticamente Tartarin com Dom Quixote (e com Sancho Pança). Comenta-se a si mesmo e carrega na ironia, como se o leitor não pudesse perceber por si mesmo as fraquezas do personagem. O efeito é que a história perde logo a graça --ainda que reste intacto o carinho de Daudet pelo seu personagem e pelo seu povo. Como nos contos magistrais de “Cartas do Meu Moinho”, Daudet se mostra um afetuoso retratista dos costumes e da psicologia popular do sul da França; eis o que se transmite, acima das esparrelas ingênuas do herói, aos leitores adultos de “Tartarin”. Tartarin de tarascon Autor: Alphonse Daudet Editora: Cosac Naify Tradução: Carlito Azevedo Quando: R$ 33 (160 págs.) Avaliação: bom
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informática & tecnologia
Jornal do Meio 705 Sexta 16 • Agosto • 2013
Fotografia print screen Captura de telas no computador e ferramentas da web reinventam forma de fotografar
Por DAIGO OLIVA /FOLHAPRESS
Quando o fotógrafo alemão Michael Wolf se mudou de Hong Kong para Paris, ele se sentiu infeliz. Após 16 anos vivendo no continente asiático, nada poderia ser mais tedioso do que fotografar a capital francesa. Retratada à exaustão, Paris havia se tornado uma repetição de clichês até Wolf inventar uma maneira diferente de olhar para a cidade. Sem sair de casa, com uma câmera e um tripé, o alemão passou a fotografar as telas de seu computador em que Paris era exibida a partir do Google Street View. Ao cortar e reinterpretar cenas cotidianas captadas pelo carro do Google, Wolf ajudou a recriar a fotografia de rua. Flagras de uma mulher urinando atrás de um carro, um furgão pegando fogo e uma senhora que caiu na calçada foram algumas das paisagens que lhe renderam, em 2011, a menção honrosa do World Press Photo, maior prêmio do fotojornalismo mundial. Os pixels de “A Series of Unfortunate Events” (Uma Série de Eventos Infelizes) geraram, ao mesmo tempo, enorme polêmica entre os setores mais conservadores da fotografia e a descoberta de um mundo não explorado. A invenção de Wolf faz parte de um grupo de artistas que estabeleceu uma nova abordagem para criar figuras. Batizada de pós-fotografia, a tônica da produção se concentra na edição, reinterpretação e no remix de imagens já existentes e espalhadas pela web. Paralelamente ao alemão, outros artistas utilizaram o recurso de mapas do Google para documentar espaços marginais das cidades. O fotógrafo Doug Rickard registrou os subúrbios americanos, enquanto o belga Mishka Henner documentou, em “No Man’s Land”, fronteiras da Europa onde prostitutas oferecem serviços na rua. A série foi finalista na última edição do importante prêmio Deutsche Börse Photography, que valoriza as principais contribuições para a fotografia europeia. A pós-fotografia, porém, reacendeu discussões em torno da autoria de cliques compartilhados na internet. Há, ainda, críticas quanto a considerar reproduções de tela como trabalhos fotográficos. O americano Constant Dullaart, que distorce símbolos da tecnologia em performances e instalações, defende o processo. “Estou interessado em analisar como observamos as coisas e o que influenciou isso. Pode ser o Google ou como uma cidade é construída”, explica o artista. Se o conceito de fotografia foi tradicionalmente consolidado na ideia de escrever com luz, as novas produções são construídas a partir do processamento de algoritmos, sem o uso de câmeras. Atlas mostra como países organizam fotos na web. Projeto é de Aaron Swartz, co-
criador do RSS que cometeu suicídio aos 26. Se a palavra ‘sexo’ for buscada na França, resultado é totalmente diferente do registrado na Síria, por exemplo. Pouco antes de cometer suicídio, o cocriador das atualizações via RSS, Aaron Swartz, desenvolveu ao lado da americana Taryn Simon o projeto “Image Atlas”. O trabalho compara as diferenças e similaridades dos resultados de buscadores de imagem dependendo do país de onde parte a pesquisa. Ao procurar pelo termo “sexo”, por exemplo, o retorno destoa drasticamente. Há a imagem de um crucifixo na busca correspondente à Síria, e a foto de uma mulher com dois homens no resultado na França. Já na Coreia do Norte o resultado é vazio, e no Egito aparecem mapas. Tanto o “Image Atlas” quanto os projetos que utilizam o Google Street View estão inseridos na “Found Photography”, categoria baseada na reutilização de fotos perdidas ou descartadas por seus autores originais. Se esse recurso é antigo, as conexões com ferramentas on-line deram novo significado à prática, apontando reflexões sobre como lidamos com símbolos comuns do cotidiano da tecnologia. Em março, em Barcelona, a exposição “From Here On” reuniu os principais trabalhos da pós-fotografia. A mostra aconteceu a partir do manifesto elaborado durante o festival de fotografia de Arles, na França --com participação de Clement Cheroux, curador do Pompidou, e Martin Parr, fotógrafo da lendária agência Magnum.
experiência dentro da plataforma “PlayStation Home”, ambiente virtual similar ao Second Life. A série “Postcards From Home” narra os encontros do artista com os avatares que encontra pelo caminho. Ele falou com o jornal por e-mail. Informática - Como começou o projeto de fotografar no game? Roc Herms - Percebi que, nos mundos virtuais, eu tinha o controle absoluto de meus movimentos e visão em primeira pessoa. Essas são as variáveis que me permitem ser fotógrafo: controlar o olhar, enquadrar e capturar a imagem quando quero. Assim, posso documentar a vida de milhões de pessoas que vivem no meu entorno virtual. Qual a linha que divide um projeto como esse, entre arte e piada?
Uma piada deve fazer rir. O objetivo de um projeto de arte é criar reflexões. Minha geração é a primeira a ter crescido com videogames, em que o cérebro é usado para consumir visualmente computação gráfica e capaz de compreender que, por trás de cada avatar, há pessoas de carne e osso. As experiências de vida são tão reais e intensas como vivenciadas no mundo físico. Você acha que a maneira de fotografar mudou? Se fotografar é um recorte do que vemos, por que não deveria ser uma captura de tela? Uma das coisas que mais me fascinou foi a possibilidade de fotografar palavras. Nesse ambiente, não se ouve: se vê --e isso me permitiu empurrar os limites do que conhecia como fotografia. Foto: Jon Rafman
Trabalhos feitos a partir da captura de telas (PrintScreen) do Google Street view retratam de prostiuição a cenas corriqueiras . Foto: Doug Rickard
Off-line e on-line
Para entender a construção de descansos de tela de aparelhos de DVD e as bolinhas animadas do carregamento de vídeos do YouTube, o americano Constant Dullaart simulou na vida real os mesmos movimentos das representações virtuais. Com recortes de papel e até fogo, o artista reproduz símbolos da tecnologia em escala humana. “Comecei a me perguntar quem projetou a animação do YouTube, e se eles perceberam o quanto isso seria visto, o quanto iria significar na vida das pessoas. Então, passei a copiar e reestruturar esses tipos de marcas, olhando para as diferentes formas de observar nosso mundo virtual”, explica Dullaart em entrevista, claro, por e-mail. “Antes de existir a internet, as pessoas queriam estar na televisão ou no jornal. Agora, você quer ser capaz de criar um meme, ou fazer parte de um. Eu gostaria de enfatizar a materialidade de um meio que se faz tão virtual”, descreve.
Trabalhos feitos a partir da captura de telas (PrintScreen) do Google Street view retratam de prostiuição a cenas corriqueiras. Foto: Jon Rafman
Editor-adjunto de fotografia
Enquanto participava de jogos on-line, o fotógrafo catalão Roc Herms, 35, decidiu documentar sua
Pioneiro entre os trabalhos que se apropriam de telas do Google Street View, o canadense Jon Rafman captura cenas bizarras encontradas no recurso do Google na série “9-eyes-project”. jonrafman.com
Mão na Massa
Jornal do Meio 705 Sexta 16 • Agosto • 2013
Empresariando Arte Por Martha Vaz
Estou há 13 anos em Bragança e ate o mês passado eu era empresaria proprietária e criadora da Barro Brasil, que produzia objetos cerâmicos, que gerou empregos e que atendeu ao mercado nacional, sediada aqui na cidade. Essa experiência foi muito rica, mais confesso que houve um acidente de percurso! Não queria que essa atividade se tornasse tão controladora da minha vida e me distanciasse tanto do processo de criação. Hoje com essa experiência de empresária mantenho a Casa das Mangueiras e posso valorizar o meu processo criativo e o de outros artistas. Aqui está meu ateliê de cerâmica, acabo de instalar meus fornos elétrico e de raku a gás. Meus alunos já poderão usufruir de equipamentos para esmaltação, compressor e torno elétrico. Agora vou poder colocar em pratica o meu projeto de aproximar artista e aluno num trabalho de pesquisa
e realização no ateliê. Esta semana eu e o Daniel, da Casa 30, nos encontramos com a intenção de criar uma unidade e fortalecer as atuações artísticas, isto é, trazer para nossas casas pessoas interessadas em experimentar técnicas e adquirir noções artísticas. Vamos promover workshops de desenho, colagem, graffite e também rodas de conversa sobre historia da arte, por exemplo, uma vez por mês aos sábados. Aguardem agenda para setembro! Acho que com tudo isso Bragança está em um momento onde a arte se encontra presente nas ideias das pessoas. Já um reflexo dos festivais de arte e teatro na cidade. Domingo passado, Dias dos Pais, bombou aqui na Casa das Mangueiras, o evento “Manga Rosa - Por um Domingo Fora do Sofá”, que mostrou como as pessoas precisam se encontrar em torno de boa música, assuntos inteligentes e gostosos.
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Reflexão e Práxis
Jornal do Meio 705 Sexta 16 • Agosto • 2013
O Narcisismo Social Por pedro marcelo galasso
Talvez se buscarmos uma definição atual para a sociedade, o termo narcisismo seja pertinente, pois se pensarmos as novas regras, formais e informais, de conduta social, a imensa maioria delas apela para o mais alto grau do que quer que seja. Hoje, não basta fazer algo, mesmo que trivial, o importante é fazê-lo sempre mais ou melhor, mesmo que isso seja apenas na aparência. No entanto, caímos aqui em uma grande contradição. O exagero nas formas de conduta social está acompanhado de uma perda enorme de conteúdos, ou seja, aumentamos a mediocridade, que passa a ser afirmada como nova dinâmica social, política e cultural. Na verdade, somos aumentados naquilo que nos falta como conteúdo, mas que aparece como forma da verdade. As consequências desta postura nos campos social e individual são claras. Cada vez mais, buscamos refúgio na transitoriedade e na efemeridade que a vida social-mercadológica nos impõe. Até mesmo nossas escolhas baseiam-se na velocidade em que estas nos são apresentadas, o critério que passa a determinar o que fazemos é a novidade, que ela carrega e encerra consigo, habitualmente, alguma modificação externa ou mesmo estética, sem que o conteúdo ou a função se modifique. A manutenção da função pode
nos indicar que o mercado busca áreas de referência para localizar o consumidor em sua esfera de caos e ordem de consumo. Tal processo faz com que toda consciência crítica seja descartada. Isso ocorre porque até mesmo podemos até mesmo “saber” que tais escolhas são injustas ou nos prejudicam, mas seu caráter eminente funciona como meio de coação e de coerção para que tomemos seu partido, e que a ética, entendida aqui como a escolha da valorização do ser humano como horizonte social, seja restrita a poucos através de sua relativização e substituição por valores meramente estéticos e pautados em lógica de mercado e entretenimento. Somos jogados em um turbilhão incessante de pseudonovidades porque como consumidores não podemos sair do estado de consumo. A possibilidade parar de consumir significa exclusão dos círculos sociais que possuem como ingressos os objetos de consumo oferecidos no mercado. Instrumentos para que tal postura se afirme são variados e eficientes. Por exemplo, a aparente liberdade de escolha que possuímos nesta sociedade de controle, a aparente democracia que, por essência, é restrita desde seus fundadores, e a divulgação incessante de informações que servem apenas para nos apresentar dados de controle que são digeridos como elementos de liberdade.
Assistimos aqui ao processo de despolitização atual que é, em sua essência, um processo político, controlado por setores sociais, altos, médios e baixos, que veem tal situação como fundamental para a manutenção do status quo, uma vez que o conservadorismo não conhece ou distingue classes sociais, raças e nacionalidades. A figura do cidadão também se torna uma contradição, na medida em que lhe é negada a possibilidade de escolha mais clara e pensada, fazendo-o reagir às tentações do mercado antecipando, inclusive, sua reação de consumo, mais do que fazê-lo pensar nos desafios da vida social. Além disso, todo aspecto coletivo da vida pública lhe é desmontado em ações privadas e estatais que se ocupam em dificultar a formação de uma consciência coletiva mais apta a enfrentar questões que vão muito além da realidade individual de cada um de nós. Os campos da arte, por exemplo, são mercantilizados fazendo-nos consumir uma quantidade absurda de material perpassado de elementos que dificultam ainda mais a formação de uma consciência social por serem, na sua grande maioria, feitos para serem consumidos e esquecidos, meros objetos de entretenimento, na mesma medida em que são relembrados em sua sempre presente “aura” de novidade. Isto significa que consumimos
sempre o mesmo produto sob uma nova roupagem. Defende-se, ainda, o culto à personalidade, que sempre aparece com algo distintivo, algo superlativo, mesmo que sua mediocridade seja seu aspecto mais verdadeiro, bastando para isso, pensar na mediocridade da classe artística e esportiva, do Brasil. A degradação do jornalismo em noticiários sobre vidas de celebridades, capítulos de novelas, acompanhada pelo chamado jornalismo cão, que simplesmente apresenta a ideia de indignação, ao trabalhar com as noticias de uma forma irresponsável e, muitas vezes, tendenciosa, tentando dar credibilidade às notícias, que são entremeadas pela venda de produtos, longas esperas e propagandas, ou ainda na postura explícita de alguns telejornais que trabalham suas noticias e a ordem de apresentação destas como uma montanha-russa que sempre termina na parte mais baixa, o que significa dizer que sempre terminam com as noticias mais leves e agradáveis. Enfim, nossa sociedade é bem dinamica, mas, podemos imaginar, carente de verdades. Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
Nossas Escolhas
Medo: Livre-se dele por Felipe Gonçalves
Viver preocupado e inseguro não pode ser uma opção de vida. Você já notou como o mundo está repleto de medo? As angústias estão mais presentes na vida das pessoas do que sua própria sombra. Muita gente vive em um estado de apreensão constante, como se viver fosse um peso a ser carregado a cada dia. A insegurança é, provavelmente, a pior das doenças da humanidade. Não estou falando daquele medo saudável, que nos leva a ser cautelosos e a proteger a nós mesmos. Mas, sim, daquele medo irracional que muitas vezes fica tão grande que nos paralisa. O medo de amar e não ser amado, intensificado por fantasias derrotistas, impede que você se lance à mais bela de todas as aventuras do ser humano: viver um grande amor. O medo de não suportar as dificuldades à sua frente o impede de viver plenamente a vida. O medo de não conseguir aquele emprego nos faz nervosos durante os testes e as entrevistas, pondo tudo a perder. O medo de não fechar um negócio faz com que você nem ao menos marque a reunião com
um cliente potencial. O medo de viajar de avião faz com que você não consiga comprar a passagem aérea enquanto seus amigos vão se divertir. Quando o medo está presente no seu coração, você fecha todas as suas portas para o amor, pois a insegurança faz com que a solidão seja mais suportável do que ver um novo amor terminando. Um vendedor vai para uma reunião de negócios com a mente repetindo muitas vezes: “Eu sei que não dará certo”. Um estudante vai para a prova com uma voz interior dizendo: “Eu sei que não dará certo”. E adivinha o que acontece: acaba não dando certo mesmo! O medo, aquela emoção natural de cuidado, de proteção, de atenção com o que pode apresentar riscos reais, atualmente está se transformando em uma paranoia sem limites. O medo da violência nas ruas transforma-se em assombrações grandiosas, e as pessoas portam-se como crianças assustadas. Já não distinguem a realidade da fantasia e tudo as assusta. Muitos adultos passam a ter medo de coisas tão imaginárias quanto o bicho-
-papão. São adultos agindo como crianças indefesas, apavorando-se em plena luz do dia, pensando que seus medos são verdadeiros. Para muitas pessoas, o medo atua como um microscópio que amplifica as dificuldades e que, muitas vezes, distorce um acontecimento simples, dando-lhe o aspecto de uma desgraça de enormes proporções. Um chefe assustado pode interpretar o interesse do funcionário em participar de um congresso como um sinal de que ele está procurando outro emprego - ou até mesmo de que queira tomar o seu lugar. Resumindo: o medo faz com que interpretemos fatos simples como se fossem inimigos monumentais. Viver inseguro tornou-se um estilo de vida. Mas isso não tem necessariamente de acontecer. Há algum tempo, li uma entrevista do Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones, sobre seu parceiro de banda, Mick Jagger: todo mundo gostaria de ter a vida dele, mas ele transforma sua vida em um inferno. Está sempre preocupado com tudo. Vive estressado, pois não consegue desfrutar as coisas boas que conquistou. Tenho certeza de que sua vida pode ser recheada de alegrias. Acordar
pela manhã pode ser sempre uma bênção e deitar para dormir pode ser um momento de gratidão pelo dia vivido. As derrotas não devem ser transformadas em dramas, pois ocorrerão na vida de todas as pessoas que querem fazer seus sonhos acontecerem. Os problemas precisam ter a dimensão de desafios a ser enfrentados, e não de impedimentos para suas conquistas. O trabalho precisa ser visto como a oportunidade de você mostrar sua capacidade de mudar a realidade. Os desafios no amor precisam ser encarados como chances de você fazer desabrochar sua capacidade de amar e ser amado. O ex-presidente norte-americano Franklin Roosevelt disse: “A única coisa que devemos temer é o próprio medo”. A insegurança é a sombra que aparece no coração que não tem confiança! Por isso, vamos conversar muito sobre confiança, em suas diversas formas: a confiança em Deus, nos outros e em nós mesmos. Quando você acredita em Deus, no outro e principalmente em você, a insegurança desaparece. O medo que paralisa quase nunca está no perigo real, mas na falta de
confiança que sentimos. Quando a confiança estiver em sua alma, o medo desaparecerá, porque a luz não conhece a escuridão. Mas atenção ! A confiança irresponsável é um perigo fatal na vida da pessoa. Aquele profissional que não realiza seus projetos, mas tem a confiança de que no final tudo vai dar certo está pedindo para ser demitido. O estudante que não faz seus trabalhos na certeza de que no final tudo vai dar certo acabará sendo reprovado. O marido que maltrata a esposa na certeza de que ela sempre aguentará tudo, está pedindo para ser abandonado. A confiança tem de ser construída de modo consciente, e por isso é preciso analisar cada situação, tomar a melhor decisão e agir com precisão. Tenha uma boa vida ! Felipe Gonçalves Graduado em Química, MBA em Supply Chain, Especialização em Desenvolvimento de Líderes, Mestrando em Engenharia Química, Profissional Corporativo e Professor Universitário. E-mail: felipe.goncalves@usf.edu.br
SPASSU da Elegância
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Foi com imensa alegria que fotografei o casamento desse lindo casal, Anne e Gabriel. Na verdade, pra mim, foi mais do que especial esse casamento, porque, Gabriel é meu sobrinho e vi esse menino crescer. Não preciso nem falar que foi emoção do começo ao fim pois estava rodeado pela minha família e desfrutando do meu trabalho que adoro! O making of da Anne aconteceu no salão do Thiago onde os profissionais, com muito carinho, deixaram Anne mais bonita ainda. A cerimônia religiosa aconteceu na igreja Escudo da Fé e o Pastor Ricardo Rossi foi quem presidiu toda a cerimônia emocionando a todos os presentes. Foi um lindo casamento com vários momentos marcantes onde eu destaco o momento em que a noiva Anne cantou para Gabriel. Foi marcante ver toda a singeleza da Anne cantando e abusando da linda voz. Na sequência os cumprimentos dos pais e padrinhos encheu de emoção a todos nós e logo após os dois passaram pela nave da igreja com um lindo sorriso estampado nos rostos. Mais um dia muito especial que guardo com muito carinho no meu coração.
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Prova do líder Veículo mais vendido do Brasil, Honda CG chega à oitava geração com “dieta” para manter a liderança
por MICHAEL FIGUEREDO/AutoPress
A supremacia da Honda no mercado de motocicletas do Brasil não é novidade. A marca japonesa detém a polpuda fatia de 80,7% do setor e sequer é incomodada pela segunda colocada – a Yamaha, que possui parcela de 10,4%. Uma das explicações para esses números é o fato de a marca atuar em praticamente todo o segmento de duas rodas. Porém, boa parte do desempenho a Honda deve à CG, veículo automotor mais vendido do país. Para se ter ideia, neste ano a linha vendeu a média de 45.900 unidades mensais, mais que o dobro do comercializado pelo Volkswagen Gol, segundo veículo do país em números de vendas, que teve cerca de 20.200 licenciamentos por mês. A moto de baixa cilindrada da Honda chega agora à sua oitava geração desde 1976, respaldada pela liderança de mais de trinta anos no segmento de duas rodas. Além de apresentar novo design, a linha 2014 – composta pela CG 125 Fan, CG 150 Fan e CG 150 Titan – “emagreceu” quase 4 kg. O segmento de baixa cilindrada, onde atua a família CG, atravessa momento conturbado desde o ano passado. Convive com quedas acentuadas nas vendas, atribuidas pelos fabricantes às dificuldades nas concessões de créditos e financiamentos. Em 2013, a retração chega a 12%. Na mudança de geração, os preços da linha sofreram um quase imperceptível aumento. A gama parte de R$ 5.490, e chega a R$ 7.830 – antes, começava em R$ 5.390 e alcançava os R$ 7.630. A Honda acredita que a diferença irrisória não influenciará nas vendas. Com a renovação, a fabricante pretende, no mínimo, manter a participação, mas conta com o novo design para atrair mais consumidores. As alterações visuais começam no grupo ótico – agora idêntico em todas as versões. O farol tem forma de polígono e tem embutido o painel digital, também disponível em todos os modelos. Com cor predominantemente azul, o mostrador exibe hodômetro total e parcial, além do velocímetro, na CG 125 Fan. Na CG 150 Fan, conta ainda com indicador do nível de combustível. Já o da CG 150 Titan adiciona relógio e tem desenho diferenciado. O design também ajuda a separar algumas versões de 125 cc. A de entrada, Fan KS, ostenta tanque com novo formato que, segundo a Honda, favorece o encaixe das pernas. As demais versões – 125 Fan ES e ESD, 150 Fan ESDi e 150 Titan – ganharam carenagem inédita no tanque inspirada em modelos maiores. Na parte ciclística, a “dieta” que resultou na perda de 3,8 kg ocorreu graças à substituição de alguns materiais utilizados na construção do chassi, que também foi redesenhado. Além do menor peso, a geometria da coluna de direção foi outro aspecto modificado, o que, de acordo com a Honda, aumenta a agilidade da moto. O assento também foi revisto, com desenho diferente e espuma com densidade mais macia. Isso, aliado aos novos amortecedores – 115 mm de curso na dianteira, e 82 mm na traseira para a CG 125 e 135 mm na frente, e 106 mm atrás na
CG 150 – se traduz em evolução no conforto, segundo a Honda. As motocicletas mantiveram os conjuntos mecânicos utilizados na geração anterior. O da CG 125 é um monocilíndrico a gasolina de 124,7 cm³ arrefecido a ar. A alimentação do sistema é feita por um carburador e o propulsor entrega 11,6 cv a 8.250 rpm e torque de 1,06 kgfm a 6 mil rpm. Já a linha CG 150 é movida por um motor flex, também monocilíndrico, de 149,2 cm³, com injeção eletrônica de combustível. A potência máxima é de 14,2 cv a 8.500 rpm, com 1,45 kgfm de torque a 6.500 rpm. A linha 2014 da CG estará disponível nas concessionárias a partir da segunda quinzena de agosto. A CG 125 Fan KS custará R$ 5.490, enquanto a 125 Fan ES – partida elétrica – sairá por R$ 6.100. Equipada com freio a disco dianteiro, a 125 Fan ESD parte de R$ 6.250. Já o modelo CG 150 Fan será comercializado por R$ 6.750. A CG 150 Titan chega ao mercado por R$ 7.320 na versão ESD e R$ 7.830 para a EX, que tem rodas de liga leve como diferencial.
Primeiras impressões
por Pedro Paulo Figueiredo/Auto Press Indaiatuba/SP – Uma das primeiras diferenças que se nota na nova CG é o design reestilizado. A nova carenagem no tanque de combustível efetivamente deixou a moto mais bonita. Ao montar na 150 Titan, outra novidade chama atenção: o painel digital. Além de mais prático, o mostrador – predominantemente azul – oferece fácil leitura, além de um relógio, que apesar de simples, se mostra bastante funcional quando a motocicleta de baixa cilindrada da Honda está em trânsito. A avaliação foi feita no Centro Educacional de Trânsito da Honda, no interior paulista. No circuito, foi fácil notar a diferença causada pelos 3,8 kg a menos do chassi. Em trechos sinuosos e com obstáculos, a Titan está mais ágil e confortável de guiar. Embora a Honda afirme que a nova carenagem também melhora a aerodinâmica, nenhuma mudança é perceptível nesse sentido. Já em relação ao assento, a evolução é notável. A densidade do estofado está consideravelmente mais macia, o que melhora bastante a “interface” da moto com o piloto. Além do estofado aperfeiçoado, o novo curso dos amortecedores é outro ponto que contribui para o conforto da nova CG.
Ficha técnica
Honda CG 150 Titan Motor: A gasolina e etanol, quatro tempos, monocilíndrico, 149,2 cm³, comando simples no cabeçote e arrefecimento a ar. Injeção eletrônica. Câmbio: Manual de cinco marchas. Potência máxima: 14,2 cv a 8.500 rpm. Torque máximo: 1,45 kgfm a 6 mil rpm Diâmetro e curso: 57,3 mm x 57,84 mm. Taxa de compressão: 9,5:1. Suspensão: Dianteira garfo telescópico com 135 mm de curso. Traseira
com braço oscilante com 106 mm de curso. Pneus: 80/100 R18 na frente e 90/90 R18 atrás. Freios: Disco de 240 mm na frente e tambor de 130 mm atrás. Dimensões: 1.97 metros de comprimento total, 0,73 m de largura, 1,05 m de altura, 1,30 m de distância entre-eixos e 0,78 m de altura do assento. Peso: 115 kg. Tanque do combustível: 15,1 litros. Produção: Manaus, Amazonas. Lançamento: 2013. Preço: 150 Titan ESD: R$ 7.320. 150 Titan EX: R$ 7.830. Honda CG 125 Fan Motor: A gasolina, quatro tempos, monocilíndrico, 124,7 cm³, comando simples no cabeçote e arrefecimento a ar. Câmbio: Manual de cinco marchas. Potência máxima: 11,6 cv a 8.500 rpm. Torque máximo: 1,05 kgfm a 6 mil rpm
Diâmetro e curso: 52,4 mm x 57,84 mm. Taxa de compressão: 9,2:1 Suspensão: Dianteira garfo telescópico com 115 mm de curso. Traseira com braço oscilante com 82 mm de curso. Pneus: 80/100 R18 na frente e 90/90 R18 atrás. Freios: Tambor de 130 mm na frente e atrás. Fan 125 ESD: Disco de 240 mm na frente e tambor de 130 mm atrás. Dimensões: 1.97 metros de comprimento total, 0,73 m de largura, 1,05 m de altura, 1,30 m de distância entre-eixos e 0,78 m de altura do assento. Peso: 108,9 kg. Tanque do combustível: 15,1 litros. Produção: Manaus, Amazonas. Lançamento: 2013. Preço: 125 Fan KS: R$ 5.490. 125 Fan ES – partida elétrica: R$ 6.100. 125 Fan ESD: R$ 6.250.Fan ESD parte de R$ 6.250. Fotos: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias
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automotivas por AUGUSTO PALADINO/autopress
Leve maquiagem – A Honda lançou uma nova versão para o sedã City. Mas não abusou da imaginação para isso. É a configuração Sport, que adiciona grade dianteira e suporte dos faróis de neblina em preto fosco, pedaleiras em alumínio e faróis e lanternas com máscara negra. O sedã traz o mesmo motor 1.5 de 116 cv e 14,8 kgfm aliado a uma transmissão manual de cinco marchas. O preço é de R$ 56.470. Marca expressiva – Fabricante chinesa mais atuante no mercado brasileiro, a JAC Motors comemorou na última semana a marca de 50 mil veículos vendidos em solo nacional, todos importados da China. A unidade 50 mil foi uma minivan J6, vendida para a cidade de Porto Alegre. A JAC ergue atualmente uma fábrica na cidade de Camaçari, na Bahia, com capacidade de produzir mais de 100 mil veículos por ano que deve ficar pronta em 2014. Devorador de grama – A Honda, a revista inglesa “Top Gear” e a equipe Team Dynamics, que disputa o campeonato britânico de turismo, se juntaram para criar um veículo bastante curioso. É o Mean Mower, ou cortador de grama invocado, em uma tradução livre. Ele usa a base de um cortador comum, o HF2620, mas incorpora um motor de 1.000 cc e 109 cv e transmissão automática de seis marchas. Assim, faz zero a 100 km/h em incríveis 4 segundos e atinge a máxima de 209 km/h – o que lhe confere o bizarro título de cortador de grama mais rápido do mundo. E até 24 km/h, ainda consegue cortar grama. Inabalável – A cidade de Detroit decretou na última semana a maior falência de um município da história dos Estados Unidos, graças a uma dívida de quase US$ 20 bilhões. A grave crise, no entanto, não deve abalar o tradicional NAIAS, salão internacional de automóveis que ocorre na cidade todo mês de janeiro. A gestão do Cobo Hall, lugar onde o evento acontece, garantiu que o motorshow vai prosseguir normalmente e que o déficit da cidade vai ter impactos mínimos. A alemã BMW, por sinal, confirmou que o vai promover em Detroit 2014 as estreias das novas M3 e M4. Centena de milhar – A aliança Renault
Fotos: Divulgação
Nissan chegou à marca de 100 mil veículos elétricos vendidos. A história começou em 2010 com o Nissan Leaf, o primeiro veículo elétrico de produção em massa no mundo. Ele, por sinal, é o modelo mais representativo nessas 100 mil vendas – responde por 70% do total. A Renault contribui com uma gama mais variada, com quatro modelos: Fluence Z.E., Kangoo Z.E. Twizy e Zoe. Jipes próximos – Depois de bastante mistério, Bentley e Porsche, ambas marcas do Grupo Volkswagen, confirmaram recentemente que vão lançar novos utilitários esportivos nos próximos anos. No caso da marca inglesa, representa a entrada no segmento. O SUV deve chegar ao mercado só em 2016 e especula-se que vá produzir apenas 5 mil unidades por ano. Já a Porsche, mais “popular” e mais experiente no assunto, vai introduzir sua segunda linha de utilitários. É o Macan, que chega ao mercado europeu em dezembro deste ano. Menor que o Cayenne, ele deve brigar com BMW X3, Audi Q5 e Mercedes-Benz GLK entre os SUVs médios. Recall em várias rodas – Jeep e Yamaha começaram na última semana recalls de seus modelos. A marca off-road norte-americana convoca 1.454 clientes do utilitário Compass importados para o Brasil entre 2010 e 2012 para a verificação do software do módulo do airbag. O dispositivo pode apresentar uma falha que impede o funcionamento correto do equipamento. No caso da fabricante de motos japonesa, o problema foi na custom Midnight Star feitas em Manaus entre 2009 e 2012. Na moto, a falha está no alinhamento da roda traseira, que pode estar fora de prumo. Teto fechado – A Peugeot resolveu incorporar mais uma versão na linha do hatch 208. É a Active Pack, que se situa logo acima do de entrada Active. Por R$ 42.990 ele traz sistema de entretenimento com GPS e tela sensível ao toque de sete polegadas, ar-condicionado, vidros dianteiros elétricos e rodas de liga leve de 15 polegadas. A única diferença em relação ao Allure, configuração imediatamente superior e R$ 3 mil mais cara, é a ausência do teto solar panorâmico.
Honda City Sport
Honda Mean Mower
JAC J3
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Para ce lebrar – O estúdio italiano de design Zagato criou dois carros para comemorar os 100 anos da inglesa Aston Martin. Baseados nas versões conversível e cupê do DBS, os designers procuraram valorizar alguns traços clássicos da fabricante britânica, através de uma longa linha de cintura. Já os faróis, viraram parte integrante da grade. As duas unidades são únicas e não vai existir nem produção limitada do modelo.
Foto: Divulgação
Aston Martin DBS Coupé Zagato Centennial
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Fiat eleva o patamar de acabamento do sedã Grand Siena com a linha Sublime por MICHAEL FIGUEREDO/autoPress
As marcas precisam mostrar novidades constantes para manter o interesse em seus modelos. Isso, porém, não significa o lançamento de carros novos a todo momento. As chamadas séries especiais cumprem esse papel, sempre com o mesmo foco: valorizar o produto. Caso do Fiat Grand Siena Sublime, que é baseado na versão mais cara do sedã – a Essence 1.6 – e não traz nenhuma alteração mecânica exclusiva que não esteja disponível na linha “convencional”. Porém, oferece vasta lista de itens de série que conferem uma atmosfera de sofisticação no interior. O bastante para posicioná-lo no topo da gama. Apesar de ter o marketing como um dos seus principais pilares, o Fiat Grand Siena Sublime nem tem uma missão tão ambiciosa. Serve mais para diferenciar a linha Grand Siena do que para gerar volume de vendas. Tanto que a Fiat espera que o carro responda por modestos 3,5% dos emplacamentos do sedã. Pela conta da fabricante, a versão deverá vender em torno de 230 unidades por mês, um volume pequeno ante a média de 6.530 licenciamentos mensais que o carro tem conseguido desde janeiro. Em junho, primeiro mês cheio do Grand Siena Sublime, o resultado foi próximo disso. Foram emplacados cerca de 190 exemplares da versão. O tal requinte proposto pelo Grand Siena Sublime se destaca de dentro para fora. A Fiat decidiu usar as cores marrom e marfim no interior do carro – como no couro que reveste parcialmente os bancos, o volante e os revestimentos das portas. O painel é igual às demais versões do sedã, mas recebe certa dose de exclusividade com pintura bege harmonizada com as tonalidades dos couros de outras partes. Por fora, não fosse o exclusivo tom de branco perolizado, chamado de Kalahari, e alguns apliques com o nome “Sublime”, o carro passaria como um Grand Siena “comum”. O design, uma das principais armas do sedã, ostenta, logicamente, os mesmos traços com a linha de cintura alta, os faróis esticados para as laterais – com máscara cinza – e, na traseira, lanternas horizontais com luzes de leds. Um olhar mais atento revela outros detalhes, como uma pintura diferenciada nas rodas. O Grand Siena Sublime tem como base o Essence 1.6. O que significa que traz, sob o capô, o motor E.Torq de 117 cv, entregues a 5.500 rpm, e 16,8 kgfm a 4.500 rotações. A transmissão é manual de cinco marchas. O câmbio Dualogic automatizado de cinco velocidades também é oferecido como opcional e permite ainda trocas manuais por paddle-shifts atrás do volante. Esse conjunto faz o sedã cumprir o zero a 100 km/h em 9,9 segundos, a caminho da velocidade máxima de 194 km/h. Para justificar o posicionamento da série no topo da linha, o carro vem equipado de fábrica com alguns itens que, nas outras versões, estão disponíveis apenas como opcionais. Casos do rádio Connect com conexão Bluetooth e comandos no volante, retrovisores elétricos e vidros elétricos traseiros. O Grand Siena Sublime parte de R$ 46.680. No entanto, a conta chega a R$ 49.800 com a adição dos opcionais câmbio Dualogic Plus e sensores de estacionamento.
Ponto a ponto
Desempenho – Manter o Grand Siena em movimento não é um problema para o motor E.torq 1.6. A dificuldade está antes de tirá-lo da inércia, já que os 16,2 kgfm de torque só aparecem a 4.500 rpm. Antes disso a entrega de força é restrita. O câmbio Dualogic tem um bom escalonamento, mas ainda falta suavidade nas trocas, normalmente acompanhadas de pequenos trancos. Nota 7. Estabilidade – O Grand Siena é notavelmente ajustado para proporcionar maior conforto. Porém, o acerto da suspensão não comprometeu a estabilidade do carro, que consegue absorver bem os desníveis do solo e, ao mesmo tempo, manter-se firme. Em algumas curvas a carroceria rola um pouco, mas nada que chegue a incomodar. Nota 8. Interatividade – O sedã da Fiat tem o uso bastante simplificado. Quase todos os comandos estão no lugar esperado. A exceção fica por conta dos comandos dos retrovisores externos, localizados na coluna dianteira, o que diminui a praticidade de
acionamento. A utilização do computador de bordo e do rádio, com controles no volante, é intuitiva. O câmbio possui paddle-shifts que melhoram a experiência de condução. Nota 7. Consumo – O Grand Siena Essence 1.6 Dualogic registrou médias de 8,9 km/l com gasolina em ciclo urbano segundo o computador de bordo. A Fiat não disponibilizou o modelo para o InMetro fazer medições. Nota 6. Conforto – Sem dúvida, foi o aspecto privilegiado na concepção da versão Sublime. A característica se acentua pela agradável textura do couro que forra parcialmente assentos, portas e volante. A suspensão cumpre seu papel e filtra a maioria dos impactos causados pelo solo. O isolamento acústico é bem feito e o nível de ruído que invade a cabine não atrapalha uma conversa em tom normal. Nota 8. Tecnologia – O Grand Siena usa uma plataforma recente, com elementos emprestados pelas novas gerações do Palio e do Punto. A lista de equipamentos de série é bem recheada com itens de segurança e conveniência. O câmbio, chamado agora de Dualogic Plus, é uma atualização da caixa automatizada antiga que corrige problemas como a troca de marcha no momento de ultrapassagens, uma falha da versão anterior. Nota 7. Habitabilidade – Não há muitos lugares para itens de uso mais imediato. O porta-objetos mais amplo é também um porta-copos localizado à frente da alavanca do câmbio. O porta-malas tem espaçosos 520 litros de capacidade. O ângulo de abertura das portas, tanto na frente, quanto atrás, facilita a entrada e a saída. Nota 7. Acabamento – O Grand Siena tem a maioria dos arremates bem feitos, assim como os encaixes das peças. A versão Sublime adiciona ainda um aspecto mais sofisticado ao sedã. Os plásticos do painel, embora rígidos, têm textura e visual agradáveis. O revestimento em couro do volante tem algumas rebarbas que incomodam. Nota 7. Design – O Grand Siena apresenta linhas bastante conservadoras. E esse é exatamente o ponto forte do desenho do carro. As linhas são sóbrias e criam um conjunto elegante. Os faróis horizontalizados e as lanternas traseiras com luzes de leds dão um ar de modernidade. Nota 8. Custo/benefício – O Fiat Grand Siena com o pacote Sublime e equipado com o câmbio automatizado custa R$ 49.850. Consideravelmente mais barato que a versão de topo do rival Chevrolet Cobalt com motor 1.8 e lista semelhante de equipamentos, que custa R$ 52.290. O Nissan Versa custa R$ 44.890 em sua versão mais equipada, mas não oferece câmbio automático. O modelo da Fiat surge como uma opção para quem busca um sedã compacto, espaçoso e bem equipado, com câmbio automatizado e na faixa de R$ 45 mil a R$ 50 mil. Nota 8. Total – O Fiat Grand Siena Sublime somou 73 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
O Grand Siena nasceu com uma proposta acertada de design. Enquanto a versão mais simples – o Siena EL – segue o design do Palio antigo, os traços do modelo maior dão um pouco mais de personalidade própria ao sedã em relação à nova geração do hatch. O interior, porém, deixava flagrante o excesso de simplicidade. E a Fiat reservou para a edição especial Sublime a missão de corrigir essa falha. A cabine agrada desde o primeiro momento. A mistura de tons marrom e marfim é de bom gosto e transmite, de fato, a sensação de se estar dentro de um carro mais requintado. Percepção reforçada pela boa textura dos materiais. Com o motor ligado, o Grand Siena Sublime revela as mesmas virtudes e falhas dos demais componentes da linha. O motor tem 117 cv, potência mais que suficiente para puxar os 1.148 kg do sedã, que mostra boa agilidade em quase todas as situações. O problema é na entrega do torque. Os relativamente bons 16,8 kgfm só chegam quando o propulsor gira a 4.500 rpm – algo que exige pisadas mais vigorosas nas saídas. As trocas automatizadas do câmbio Dualogic não chegam a incomodar, mas um pouco mais de suavidade cairia muito bem. No modo manual, a operação da transmissão através dos paddle-shifts adiciona boa dose de diversão à condução. Um dos pontos altos do Grand Siena é o conforto. A edição Sublime reforça essa
característica com os bancos revestidos em couro e o apoio para o braço do motorista. A ergonomia, no entanto, não é das melhores. O volante é ajustável apenas em altura e o banco carece de mais possibilidades de regulagem. A suspensão filtra com bastante eficiência os impactos causados pelas constantes imperfeições das ruas brasileiras. E seu ajuste não prejudica a dirigibilidade. O Grand Siena se comporta bem e, mesmo em trechos sinuosos, reage de maneira equilibrada.
Ficha técnica
Fiat Grand Siena Sublime 1.6 Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico. Transmissão: Câmbio automatizado com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração. Potência máxima: 115 cv com gasolina e 117 cv com etanol a 5.500 rpm. Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,0 s com gasolina e 9,9 s com etanol. Velocidade máxima: 192 km/h com gasolina e 194 km/h com etanol. Torque máximo: 16,2 kgfm com gasolina e 16,8 com etanol a 4.500 rpm. Diâmetro e curso: 77,0 mm X 85,8 mm. Taxa de compressão: 10,5:1. Suspensão: Dianteira independente do
tipo McPherson, com braços oscilantes inferiores, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira semi-independente com eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Pneus: 195/55 R16. Freios: Dianteiros com discos ventilados e traseiros a tambor. Oferece ABS com EBD. Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,29 m de comprimento, 1,70 m de largura, 1,50 m de altura e 2,51 m de entre-eixos. Airbags frontais de série. Peso: 1.148 kg, com 400 kg de carga útil. Capacidade do porta-malas: 520 litros. Tanque de combustível: 48 litros. Produção: Betim, Brasil. Lançamento no Brasil: 2012. Itens de série: Ar-condicionado, direção hidráulica, vidros, retrovisores e travas elétricos, airbags frontais, ABS com EBD, volante com regulagem de altura, controlador de velocidade de cruzeiro, frisos laterais cromados, bancos e volante revestidos em couro, rodas de liga-leve em 16 polegadas, apoio de cabeça central traseiro, apoio para o braço do motorista, abertura interna do tanque de combustível, faróis de neblina, rádio CD/MP3/USB/Aux/Bluetooth, volante multifuncional Preço: R$ 46.680. Opcionais: Câmbio Dualogic e sensores de estacionamento. Preço completo: R$ 49.850. Fotos: Luiza Dantas/Carta Z Notícias
Jornal do Meio 705 Sexta 16 • Agosto • 2013
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