Braganรงa Paulista
Sexta
1 Agosto 2014
Nยบ 755 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
2
Para pensar
Jornal do Meio 755 Sexta 1 • Agosto • 2014
A culpa
Expediente
é do mordomo
(Pagará suavemente - II)
por Mons. Giovanni Baresse
Em agosto de 2009 escrevi,
em direito e nos conhecimentos
de todo cidadão brasileiro que
número de pessoas envolvidas e
com este título, sem o II,
que são exigidos para quem as-
esteja envolvido em situação
o caráter voluntário da prestação
Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
sobre a complicada teia
sume encargos de direcionar as
semelhante! Segundo os jornais,
de serviço podem levar a isso.
feita para safar o então ministro
opções jurídicas e políticas para
até hoje, ninguém teve esse di-
Numa empresa do tamanho e da
Antônio Palocci do injurioso fato
o bem comum. Nessa condição
reito. Para discernir o que parece
importância da Petrobrás não
da invasão da conta bancária do
pude ver uma boa parte do jul-
estar por baixo neste caso: não
dá para entender. As cláusulas
caseiro Francenildo. Peço licença
gamento a que foi submetido o
é o apoio do deputado e do seu
do contrato deveriam ser lidas e
aos leitores para retomar algo
ministro Antônio Palocci Filho”.
partido à base do Governo? Esta
debatidas! Não dá para se safar
que consta naquela reflexão e
E concluía: “Quem vai pagar o
aproximação que já vem de algum
dizendo que a minuta apresen-
acrescentar outras “joias” da em-
“pato” será o ex-presidente da
tempo não está sepultando, por
tada era falha! Estamos diante
baralhação da verdade. Escrevia
Caixa. Teve que deixar o emprego
oportunismo, todas as querelas
do uso dos privilégios para fugir
à época: “Já comentei, em outra
e, segundo se ventila, fará acordo
e acusações do passado? Bem
à responsabilidade. É claro que
oração do rei Salomão quando do
ocasião, que vejo pouca coisa na
com a Justiça para prestação de
dizem que a política é a arte de
serão invocadas normas jurídicas
início do seu reinado. O trecho
TV. Talvez seja um erro. Não sei
serviços comunitários”! Esta
misturar, com proveito, água e
para justificar a culpabilidade de
é do 1º Livro dos Reis 3,5ss. Na
como andam as novelas. Quais os
retomada quer apontar para a
óleo! No caso da refinaria é a
uns e a não responsabilidade de
oração ele pede a Deus sabe-
programas que estão “bombando”!
recente decisão do Tribunal de
conclusão daquele ditado popular:
outros. Dependerá do poder de
doria para bem governar, para
Tenho, todavia, a pretensão de
Contas da União (TCU) em não
“A corda sempre rebenta do lado
fogo! Fico aqui a matutar como
fazer justiça. Não pede armas,
achar que não estou perdendo
responsabilizar os membros
mais fraco!” Isentar um conselho
é delicada a missão daqueles
riqueza, prestígio, poder. Diz o
muito. Nas poucas vezes que estou
do Conselho de Administração
de administração só teria sentido
que enveredam pelo serviço de
texto que por isso Deus lhe deu
vendo TV, fico “zapeando”! Nos
da Petrobrás (entre os quais
se, após analise acurada, tivesse
aplicar a Lei. Qual cabedal de
sabedoria inigualável. Creio ser
fins de tarde, quando chego do
estava a presidente Dilma) na
havido fraude na apresentação de
estudo e de sensibilidade devem
um bom presente a ser dado a
expediente paroquial, costumo
catastrófica compra da refinaria
projetos. Basear a compra de um
ter. Que equilíbrio devem buscar
todos os que se apresentarem
assistir um pouco dos debates na
de Pasadena. A culpa é toda dos
bem com um parecer diminuto
para poder dar a solução que,
para exercer funções em favor
Câmara Federal, no Senado e nos
diretores da empresa. Junto a
é fazer menos à competência
em consciência e diante dos fa-
do povo. E igualmente ao elei-
Tribunais de Justiça. Há homens
isso a recente intervenção do
de um conselho que tem que
tos, é exigida. Como devem ter
tor para que eleja candidatos
e mulheres nesses órgãos que é
ministro da Justiça em favor do
acompanhar todo o processo.
discernimento para não aplicar
que tenham a escolha de servir
prazer ouvir, independentemente
Sr. Paulo Maluf. Procurado pela
Num grupo pequeno, de caráter
o direito segundo o status social
ao Bem Comum. Candidatos
de concordar ou não com suas
Interpol buscou, via ministro,
beneficente, é comum pela con-
das pessoas. Por isso penso que a
e eleitores que não busquem
opiniões. Claro que não me coloco
a possibilidade de responder
fiança que existe entre membros
formação da consciência crítica é
seu próprio interesse, que não
no patamar de suas competências.
no Brasil ao processo que lhe é
da diretoria e organismos, muitas
um dos maiores bens que temos
sejam eleitos para satisfazer o
A concordância ou não está na
movido pela justiça americana.
vezes, confiar naquilo que é apre-
que buscar. Neste domingo um
“levar vantagem” de quem
linha do cidadão comum, leigo
Afirma-se que esse é um direito
sentado e dar aval. O pequeno
dos textos lidos nas missas foi a
quer que seja.
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
Jornal do Meio 755 Sexta 1 • Agosto • 2014
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Jornal do Meio 755 Sexta 1 • Agosto • 2014
por JULIANA VINES/FOLHAPRESS
Você prefere ficar sozinho, sem
smartphones é ao mesmo tempo um sin-
mais obstáculos para quem quer ficar só
relacionamento que não era bom porque
nada para fazer, ou levar pequenos
toma e uma causa dessa dificuldade. Hoje
com os próprios pensamentos, mas o fato
pensava: ‘Se for para ficar sozinho, melhor
choques? A pergunta pode parecer
temos menos oportunidade para refletir e
é que isso nunca foi fácil para a maioria
ir levando’”, afirma.
absurda, mas, de acordo com uma pesquisa
desfrutar dos nossos pensamentos”, com-
das pessoas.
A última vez que ele ficou sozinho de verda-
publicada neste mês na revista científica
plementa Wilson.
“Nossa noção de realidade, de estabilidade
de, até sem a companhia da TV, foi durante
“Science”, muita gente prefere levar cho-
Para Mateus Escudero, 33, gerente no mer-
e segurança é construída socialmente,
uma noite de insônia. “Tentei não fazer
ques a enfrentar alguns minutos a sós com
cado financeiro, oportunidade não falta,
através das relações com os outros e
nada, mas comecei a pensar em problemas
os próprios pensamentos.
mas vontade sim.
das ocupações. Quando não estamos
e piorou. Só consegui dormir quando liguei
O resultado do estudo, que envolveu 220
“Moro sozinho, mas não gosto de ficar só.
inseridos em alguma atividade há um
um filme”, conta.
voluntários em 11 testes, surpreendeu até
Chego em casa e já ligo a televisão para ter
sentimento de não realização, fragilidade
Não gostar do rumo dos pensamentos é uma
seu coordenador, o psicólogo Timothy
um barulho, então pego o celular e procuro
e angústia”, afirma.
das hipóteses levantadas pelos autores do
Wilson, da Universidade da Virgínia (EUA).
alguém para conversar”, diz.
Segundo a pesquisa, esse sentimento parece
estudo para explicar seus achados.
“Antes do estudo, pensei que éramos capazes
De acordo com a psicóloga Lívia Godinho
afetar mais os homens do que as mulheres,
“É como se a mente nos dominasse e fôs-
de usar nossos cérebros para gerar pensa-
Nery Gomes, professora da Universidade
o que não surpreende o sociólogo português
semos absorvidos pelas ideias”, diz a neu-
mentos agradáveis, recuperar lembranças
Federal de Sergipe, a onipresença da tec-
José Machado Pais, autor de “Nos Rastos
rocientista Elisa Kozasa, pesquisadora do
felizes. Mas não foi assim”, disse ele à Folha.
nologia soma-se a outro fenômeno, que
da Solidão” (sem edição no Brasil).
Instituto do Cérebro do Hospital Israelita
Quando desafiadas a ficar de seis a 15
também ajuda a deixar os momentos re-
“Homens gostam menos de ficar sós e
Albert Einstein. Para ela, a reflexão só é
minutos sem companhia (nem mesmo
flexivos mais raros: a necessidade de estar
tendem mais à solidão. As mulheres são
benéfica para a saúde mental se tiver um
do celular), 57% das pessoas afirmaram
sempre disponível.
mais comunicativas, muitas delas não têm
método e um objetivo, como na meditação.
ter dificuldades para se concentrar, 89%
“Há um apelo muito grande para estar em
dificuldades em falar ‘sozinhas’. A solidão
Já para a psicóloga Luci Helena Baraldo
disseram que a mente vagou e 49% não
rede, compartilhar. Quem está de fora sente
surge quando não há capacidade de comu-
Mansur, membro da Sociedade Brasileira
gostaram da experiência. Em outro teste,
que está perdendo alguma coisa.”
nicação com os outros ou consigo. O estar
de Psicanálise de São Paulo, tentar ficar
só não significa estar em solidão se você
só sem se sentir sozinho é fundamental.
está de bem consigo mesmo.”
“O tempo do silêncio e da quietude é um
67% dos homens e 25% das mulheres preferiram levar choques a ficar sós.
Sem pensar
“Parece que há uma dificuldade para se
Para o psicólogo Roberto Novaes de Sá,
Mateus concorda que os homens têm mais
tempo que conduz à criatividade e não a
distrair com a própria mente. Suspeito
professor da UFF (Universidade Federal
dificuldades para lidar com a solidão. “Eu
esse vazio tão temido. É quando podemos
que a popularização da tecnologia e dos
Fluminense), a tecnologia pode até criar
já cheguei a ficar mais de três anos em um
ouvir nossa voz interior”, afirma.
Foto:Fabio Braga/Folhapress
O gerente Mateus Sscudero, 33,mora sozinho mas não gosta de ficar só; quando chega emcasa, liga a Tv para ter barulho.
Foto:Fabio Braga/Folhapress
saúde
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Jornal do Meio 755 Sexta 1 • Agosto • 2014
EUA fecham laboratórios
por falta de segurança Incidentes envolveram micróbios perigosos
por Associated Press/FOLHAPRESS
em Atlanta por problemas de segurança
avançados laboratórios de alta seguran-
na manipulação da bactéria antraz e de
ça para manipulação de patógenos, são
uma linhagem potencialmente letal do
considerados uma instituição modelo
vírus da gripe.
para esse tipo de de trabalho nos EUA.
No incidente com o antraz, técnicos de
Em entrevista coletiva, o diretor da
outros centros de pesquisa foram expos-
agência, Tom Frieden, disse ter ficado
tos a risco de contato com amostras de
desapontado com o descaso. “Fico
micróbios que o laboratório interditado
perplexo em saber que isso possa ter
fornecia. Amostras enviadas a dois centros
ocorrido”, disse.
de pesquisa que não têm aparato de alta
O cientista afirmou que painéis internos
segurança deixaram de ser esterilizados
e externos vão investigar os problemas
antes da remessa, conforme deveria ter
recentes e rever procedimentos de segu-
sido feito.
rança para lidar com micróbios perigosos.
No incidente com o vírus da gripe, uma linhagem comum do patógeno foi conta-
Varíola
minada com outra mais letal antes de ser
As revelações da sexta-feira ocorreram
enviada a um laboratório do Departamento
poucos dias após o governo dos EUA ter
de Agricultura dos EUA.
relatado que amostras de vírus da varíola
Ao final, nenhum caso de contaminação
criadas 60 anos atrás haviam sido deixadas
foi registrado, mas o envio de qualquer
num prédio abandonado dos Institutos
amostra a partir dos dois laboratórios
Nacionais de Saúde, em Maryland. Dois
de Atlanta e de outro em Fort Collins, no
dos seis frascos com o patógeno ainda
Colorado está temporariamente suspenso.
tinham vírus ativos.
© Revistas COQUETEL
Armação para exSítio arqueo- por roupas em lojas lógico Histórica região no Piauí germano-polonesa
Perito; versado Agente físico usado na fisioterapia
Compact Obriga a divulgação (?): o do total de tributos popular nas notas fiscais CD (BR)
Dificuldade da pessoa insensível Expulsão do seio da Igreja
Drinque de vodca com laranja
Vogal de ligação de "inseticida"
Negociante de Artes Porto do ConstruIêmen ção mesopotâmica como a Torre de Babel
Certificação da Prainha (Rio) Carlos (?), guerrilheiro carioca
Compôs "Carmen" Carro, em inglês
Museu Parque do Ibirapuera (SP)
O "IPTU" rural (sigla) "Yes, We (?)", palavras de Obama
Ano, em francês Sua capital é Acra
Caráter do número primo, exceto o2 A agricultura (fig.)
O século que inicia a Idade Média Substitui os sinos na Semana Santa
O mais ocidental dos estados (sigla) Formato do gol, no jogo de rúgbi A pedra preciosa não lapidada
Pronome indefinido plural Continente banhado pelo mar do Norte Peça de madeira de estrados
A metade do diâmetro (abrev.) Tribunal eleitoral Caduco (pop.)
Nome da 17a letra grega
O micro de Steve Jobs (Inform.)
Investe contra o assaltante 1.100, em romanos Um, em francês
Rui Barata, poeta brasileiro O sonho da mulher romântica Vitamina Filme da acerola estrelado por Humphrey Bogart
BANCO
País que legalizou a venda da maconha
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Solução
AN
Os CDC, que operam alguns dos mais
L T E I N D A E T T R
(11) o fechamento de dois laboratórios
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
N S O PA R S E N M C A I C A
risco de infecção.
A D R I E N E A S D R C H A I A F B I Z C A I A N A G R D U E U R I R P A C A T E A G E Z A R U G U B L A N
anunciaram na última sexta-feira
P E O M A E M R A A R N I A C H R A R A R U S A
velando outros três incidentes onde houve
S E X F R I R A A T N D L A M C A R AP M I V M A T R O C A S C C A
A agência tornou público um relatório re-
Prevenção de Doenças dos EUA)
2/an — rô — un. 3/can — car. 4/disc. 7/anátema. 8/zigurate. 9/pomerania.
Os CDC (Centros para Controle e
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Reflexão e Práxis
Jornal do Meio 755 Sexta 1 • Agosto • 2014
Fragmentos por pedro marcelo galasso
As últimas semanas foram tão
o Hamas, que controla, e não sabemos se
um avião com tripulação e passageiros
possibilidade um conflito em escala mundial,
intensas que esta coluna preten-
de forma legítima ou não, as ações políti-
civis no leste da Ucrânia. Este caso em
tal qual uma Terceira Guerra Mundial?
de refletir sobre os fatos políticos
cas e diplomáticas dos palestinos. Além
particular, tem uma dimensão política
Por mais provocativa e assustadora que
que tiveram maior destaque nos cenário
disso, este conflito não tem uma solução
maior, não humana, que o conflito anterior,
a pergunta possa parecer, devemos le-
internacional e segue a lógica da difusão
mágica ou rápida, ou seja, os apelos oci-
pois ele ultrapassa a disputa histórica por
var em conta a dinâmica política atual e
do que a grande mídia considerou como
dentais pela busca da paz estão distantes
territórios no Leste Europeu ao colocar na
considerar de forma objetiva e clara esta
mais importante.
da lógica que movimenta o que ocorre por
tônica das relações internacionais a Rússia,
possibilidade. Parece que a dinâmica po-
O grande fato político que tem chamado
lá, pois nós não temos uma visão clara e
a república mais importante da atual CEI
lítica atual esta pautada em fragmentos
a atenção de inúmeras pessoas e que se
historicamente coerente sobre o tema e
e a principal detentora dos armamentos
nos quais temos a disputa de poder, seja
tornou alvo de discussões nem sempre
nos pautamos em uma lógica perigosa do
da antiga URSS, presidida por uma figura
entre Estados ou grupos extremistas, e que
coerentes ou historicamente consistentes
achismo. Para qualquer pessoa de bom
que tem a pretensão de recolocar a força
são nestes pequenos espaços de conflito
é a Questão Palestina que envolve direta-
senso e com o mínimo de humanidade os
da Rússia como parâmetro de equilíbrio,
que os problemas se desenrolam e, ao
mente o Estado de Israel e os palestinos,
ataques israelenses contra os palestinos
ou desequilíbrio, para a ordem política
mesmo tempo, inviabilizam a formação
principalmente, na Faixa de Gaza. Dentre
em Gaza é aterrador, mas se esquecer dos
internacional, trazendo à memória dos
de um universo de conflitos que alcance a
os aspectos políticos que permeiam a
ataques contra Israel também é perigoso,
mais velhos as imagens da URSS e de seu
escala mundial, ainda que a violência dos
questão deve ser destacado que este é um
assim como comparar a ação dos israelenses
arsenal nuclear.
fragmentos nos aterrorize. É mais razoável
problema político, um conflito entre um
ao Holocausto nazista. É claro que o uso da
Talvez o aspecto mais relevante deste
pensarmos que há um risco maior de uma
Estado que pretende continuar existin-
força por parte de Israel é desproporcional
conflito regional, assim como a Questão
crise econômica que tenha um alcance
do, o Estado de Israel, e um Estado que
se comparado aos ataques do Hamas, mas,
Palestina, seja a atuação de grupos que se
mundial o que dificultaria ainda mais um
pretende existir, o Estado Palestino, mas
de novo, trata-se de uma questão de força
vêem como governos, mas que não possuem
conflito mundial.
a existência de um Estado é apoiada por
militar de um Estado e, por isso, a violência
a legitimidade para conduzir a formação
Entretanto, a Historia não é uma ciência
nações ocidentais que têm o interesse da
demonstrada por Israel para a defesa de
de um Estado pleno, com direitos ou não, e
exata e nem sempre os prognósticos estão
manutenção de um Estado pró-Ocidente
seus cidadãos e o que pode ser questionado,
que seja reconhecido pelos demais Estados
corretos e, portanto, só o tempo dirá.
na região e outro Estado, que pretende
quando pensamos o universo da Política
e, principalmente pelas instituições eco-
existir e ser aceito, mas que prega, para
e do papel do Estado, é a quantidade de
nômicas que regem o mundo econômico,
Pedro Marcelo Galasso - cientista político,
tanto, a destruição do Estado israelense,
força empregada, mas não a defesa em si.
tais como a União Europeia.
professor e escritor.
segundo a lógica de um grupo ou partido,
Outro fato importante foi a derrubada de
E é inevitável a seguinte pergunta – há a
e-mail: p.m.galasso@gmail.com
Casos e Causos
Juro que é verdade por Marcus Valle
JURO QUE É VERDADE CLXXXV
se na lanchonete, e o Flávio Judar perguntou a um deles : VOCÊ SABE QUEM É O
No final dos anos 60, inicio dos anos 70, quando eu vivi minha adolescência,
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO? Um dos garotos levantou a mão e disse com
nossa turminha frequentava e se reunia na Praça José Bonifácio, no centro. E
toda segurança; EU SEI. Ficamos contentes...até que o menino completou: ELE JOGA
lá apareciam várias figuras, dentre as quais, destaco o Inho, que era bem mais velho
HÓQUEI COMIGO AQUI NO CLUBE.
que a gente, e vivia contando histórias extraordinárias para tentar nos impressionar. Ele relatava hipotéticas brigas, onde ele enfrentava sempre mais de 3 adversários e
JURO QUE É VERDADE CLXXXVII
derrotava todos com seus golpes de capoeira. Contava que certa vez enfrentou um
Nas eleições, os candidatos recebem pedidos pessoais diversos, alguns totalmente de-
cara com uma faca, e saiu sem um arranhão, mas mandou o outro para o hospital. Suas
spropositados e absurdos. Mesmo o candidato explicando que a lei não permite esses
histórias eram improváveis....porém divertidas. Mas a história mais ESPETACULOSA
favores, alguns insistem. Lembro de um cidadão que me fez uma oferta maravilhosa:
(essa é a palavra adequada) foi a de que ele certa vez foi assistir o treino do Flamengo
ele ia promover um baile, onde iriam umas 500 pessoas, e eu seria o único candidato
na Gávea, e como um jogador (Doval) machucou, pediram para ele entrar no treino no
presente. Só teria que pagar os músicos, o aluguel do salão e os convites. Outro queria
time reserva. Como em 20 minutos ele marcou 4 gols , foi alçado ao time titular, onde
que eu trocasse o motor do carro dele...e disse : EU TENHO MIL VOTOS NA MÃO. Não
marcou mais 3. Os torcedores que assistiram o treino ficaram maravilhados com seu
aguentei e respondi: SAIA CANDIDATO....COM ESSES MIL VOTOS VOCÊ SE ELEGE.
futebol. E quando no domingo seguinte, num FLA FLU, o Mengão estava perdendo... mais de 60 mil torcedores gritavam em coro uníssono. INHO..INHO...INHO...FOI DE
JURO QUE É VERDADE CLXXXVIII
ARREPIAR ..GENTE
Certa vez, no escritório, recebi a visita de um rapaz, e ele disse que tinha sido meu
Nessa ele passou do ponto.
cliente no começo dos anos 80. Estávamos em 2009, e eu que não sou bom fisionomista, confessei que não me lembrava dele. Daí, ele disse: EU NUNCA ESQUECI DO SEN-
JURO QUE É VERDADE CLXXXVI
HOR. O DOUTOR ME SALVOU QUANDO EU ESTAVA NO CAMINHO ERRADO.
Fiquei muito surpreso quando no verão passado, vi em Ubatuba que um garoto de
GRAÇAS AO SENHOR, HOJE EU SOU UM NOVO HOMEM.
15 anos, classe média, estudante de escola particular, não sabia quem era Fernando
Confesso que eu cheguei a ficar emocionado e contente com a manifestação do rapaz,
Henrique Cardoso. E foi com maior surpresa ainda que ao ir ao Clube, e contar esse
perguntei no que eu podia lhe ser útil. E ele respondeu: TÔ RESPONDENDO UM
fato, constatamos que 4 adolescentes lá presentes também não sabiam quem era FHC.
PROCESSO DE ASSALTO (ROUBO).
Resolvemos expandir a pesquisa. Dois garotos de cerca de 13 a 14 anos, sentaram-
Imaginem se eu não tivesse tirado ele do caminho errado.
saúde
Jornal do Meio 755 Sexta 1 • Agosto • 2014
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Reinternação de cardíaco
é evitável em 40% dos casos Metade dos pacientes com insuficiência do coração no país voltam ao hospital em até seis meses após a alta. Interrupção no uso de remédios e excesso de sal na dieta estão entre os principais motivos de retorno do problema
por CLÁUDIA COLLUCCI/FOLHAPRESS
Quase 50% dos pacientes que são internados por insuficiência cardíaca no país voltam a ser hospitalizados em até seis meses após a alta. Em 40% dos casos, o retorno tem razões evitáveis, como interrupção do uso de remédios e dieta com excesso de sódio. Essas são algumas das conclusões do primeiro registro brasileiro de insuficiência cardíaca, um estudo que investigou cerca de 1.200 pessoas internadas em 57 hospitais públicos e particulares em todas as regiões do país. O trabalho encontrou outro dado preocupante: a taxa de mortalidade desses pacientes dentro do hospital é de 12,8%, o triplo do índice encontrado em estudos norte-americanos e europeus. Nos hospitais públicos, a taxa de mortes é o dobro da registrada nas instituições privadas. Por ano, o SUS (Sistema Único de Saúde) registra cerca de 300 mil internações e 23 mil mortes no país por insuficiência cardíaca. Segundo Sabrina Bernardez, médica do Instituto de Ensino e Pesquisa HCor (Hospital do Coração) e coautora do estudo, falta educação aos médicos e aos pacientes. O estudo mostrou, por exemplo, que só 35% dos médicos orientam os pacientes sobre os remédios. “Não basta entregar a prescrição. É comum vermos pacientes que não sabem ler ou interpretar o que está na receita.” O levantamento, que será divulgado no Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca, em agosto, envolveu a análise de prontuários médicos e entrevistas de pacientes e profissionais da saúde. A falta de acesso a medicamentos como betabloqueadores também apareceu entre as queixas dos pacientes da rede pública. “Eles são um dos principais recursos no tratamento da insuficiência cardíaca, mas não estão disponíveis em muitas regiões.” Outro problema comum, diz Sabrina, é a pessoa esquecer de tomar seus remédios.
Excesso de sal
Segundo Denílson Albuquerque, coordenador do estudo, o excesso de sal é outro fator que leva à reinternação. “Às segundas-feiras, é comum ver pacientes descompensados por conta do churrasco no fim de semana”, diz. Ele alerta para o nível de capacitação dos profissionais responsáveis pelo primeiro atendimento ao paciente cardíaco. “Mais da metade das pessoas que recebemos com indicação para transplante precisa apenas reajustar a dosagem da medicação. Falta treinamento adequado”, diz. O comerciário Aílton Braga de Brito, 53, é um exemplo. Ele precisou percorrer a emergência de vários hospitais até receber tratamento adequado. “Aos 39 anos, quase morri. Tinha muita falta de ar à noite.” Foram quase três anos para sair da fase mais grave. Hoje, ele continua com remédios e recebe acompanhamento a cada três meses.
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antenado
Jornal do Meio 755 Sexta 1 • Agosto • 2014
Tortura literária
Professora americana elege os clássicos mais chatos da literatura e provoca polêmica entre acadêmicos e autores por MARCO RODRIGO ALMEIDA/FOLHAPRESS
Livros clássicos, diz uma definição famosa, são aqueles que nunca deixamos de ler. Em parte pelo intenso prazer que proporcionam. Em parte porque pode ser muito difícil entendê-los em uma única leitura. Muitos deles continuam complexos demais mesmo após inúmeras leituras. Para socorro dos que associam literatura à tortura, entre eles seus próprios alunos, a escritora e professora americana Sandra Newman publicou “História da Literatura Ocidental sem as Partes Chatas”, que chega agora ao Brasil. Trata-se de um guia irreverente sobre alguns cânones, dos clássicos gregos (escritos por volta de 900 a.C.) até William Faulkner (1897-1962). Ao contrário do que diz o título, o recorte não é tão amplo. A lista é dominada por autores de língua inglesa. Da literatura espanhola só há Miguel de Cervantes (1547-1616). Portugueses e latino-americanos estão ausentes. “Os editores americanos são muito hostis aos livros desconhecidos pela maioria da população. Queria incluir Fernando Pessoa, mas não houve jeito”, diz Newman. No guia, além de breves textos biográficos sobre os autores, ela faz resumos sucintos e irônicos sobre as obras, apontando, em sua visão, o que merece ser lido e o que pode ser descartado. Os livros clássicos são avaliados, numa escala de 0 a 10, em três categorias: importância, acessibilidade e diversão. “No quesito diversão, tentei avaliar tanto a graça da poesia quanto aquela vontade que nos faz virar as páginas dos romances uma após a outra. Não quer dizer se um livro é, ou não, uma obra-prima imortal”, explica Newman. Por esses critérios, o poema épico “Paraíso Perdido”, de John Milton (1608-1674), é o maior sonífero (poderia se chamar “Consciência Perdida”, brinca a professora). Como toda classificação desse tipo, a de Newman provoca intensa controvérsia entre escritores e acadêmicos. Para Luiz Costa Lima, crítico e professor emérito da PUC-RJ, “é um serviço público” denunciar o trabalho. “Quem é capaz de analisar o conjunto da literatura ocidental? E mais ainda, de julgá-la pelo critério do que é ou não é chato?”, argumenta. “O clássico não é clássico porque seja de imediato engraçado e comovente. De imediato agradável ou desagradável são apenas os produtos culinários”, define Lima. Nos EUA, Newman também revoltou professores ao avaliar (e reprovar) livros canônicos pelo prisma da diversão. “Talvez não seja o único critério, mas parece uma decisão extrema não levar
a diversão em conta. Vários clássicos, como as peças de Shakespeare, foram escritos para entreter. Fico preocupada quando dizem que algo não pode ser importante e divertido ao mesmo tempo.” Clássicos fatiados Os mais tediosos e os mais divertidos, na visão de Sandra Newman
Chamar clássico de chato é pura chatice, diz Milton Hatoum Romancista e professores ouvidos pela Folha criticam guia literário que seleciona os cânones mais tediosos. Para professora da USP, trabalho da americana Sandra Newman é um exemplo de banalização e ignorância histórica Que atire o primeiro livro aquele que nunca detestou algum clássico. Vários critérios fazem com que uma obra seja mais ou menos apreciada: preferência pessoais, o momento em que se lê, a sensibilidade para determinados temas e estilos. A parte isso, a ideia de dividir os clássicos entre “tediosos” e “divertidos”, como propõe Sandra Newman em “História da Literatura Ocidental sem as Partes Chatas”, é puro estereótipo, dizem escritores e professores. “Esse tipo de classificação envolve ignorância histórica, banalização das obras, com objetivos puramente mercadológicos”, conta Maria Augusta da Costa Vieira, professora de literatura espanhola da USP e coordenadora do curso “Por que Ler os Clássicos?”. Para o romancista Milton Hatoum (“Dois Irmãos”), a ideia corrente de que clássicos são chatos é “apenas mais um mito negativo”. “E, cá pra nós, esse tipo de classificação em importância e diversão [do livro de Newman] é de uma superficialidade lamentável. Isto sim, é uma tremenda chatice.” Já Luís Augusto Fischer, professor de literatura na UFRGS, avalia que guias como o de Newman são úteis para difundir a cultura. “Muitos clássicos são entediantes ou mesmo incompreensíveis para o leitor comum. O prazer que se extrai da leitura de textos assim tem a ver com cultivo, com conhecimento das referências.” “Nesses casos, claramente cabem as adaptações, com linguagem simplificada, para os leitores jovens ou de escassas letras”, completa. (Marco rodrigo almeida)
História da literatura ocidental sem as partes chatas Autora: Sandra Newman Editora: Cultrix Tradução: Ana e Marcelo Cipolla Quanto: R$ 58 (400 págs.)
Folhapress
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veículos
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Pense bem
Consumidor mais consciente encontra boas ofertas em um mercado com vendas em queda por RODRIGO MORA/RODRIGO LARA/FOLHAPRESS
Com três cães e um filho a caminho,
nos e inclui muitas contas, já dura quase
os fabricantes, abre boas oportunidades
oferta de veículos no mercado, fator que leva
a gerente de marketing Camila
dois meses.
para os compradores.
à queda de preços”, analisa Igor Kalassa,
Borges, 36, vê em um esportivo uti-
O adiamento para fechar negócio eviden-
Os números registrados pela Anfavea
presidente da 4life Sistemas e Soluções,
litário a solução para sua necessidade por
cia o comportamento atual de boa parte
(entidade que representa as fabricantes
que presta serviços para concessionárias.
espaço interno e robustez para o dia a dia.
dos consumidores, que têm analisado
de veículos) não são bons. No primeiro
Para encontrar boas ofertas, é preciso
“Tinha pensado em um Mitsubishi ASX,
todas as possibilidades antes de assinar
semestre de 2014, houve queda de 7,3% nas
pesquisar. A reportagem consultou 24
mas achei o porta-malas pequeno para
o cheque ou assumir as prestações de um
vendas de carros de passeio e comerciais
concessionárias de diversas marcas
quem está querendo ter uma trupe igual
financiamento.
leves sobre 2013.
localizadas na Grande São Paulo e en-
“As fabricantes acabam dando férias coletivas
controu não só modelos com descontos,
a nossa”, avalia. A busca pelo modelo ideal, que leva em
Crise e descontos
e reduzindo a jornada dos funcionários, pois
mas também automóveis vendidos
consideração quem oferece mais por me-
Se por um lado o mercado retraído preocupa
os pátios já estão cheios. Há uma grande
com benefícios adicionais. Foto: Davi Ribeiro/Folhapress
Camila Borges, 36, busca um SUV para acomodar o futuro filho e os três cães.
veículos eículos
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Chegou a hora? Mercado estagnado permite planejar melhor a compra do carro novo, sem cair em discursos como “é a sua última chance!”
por RODRIGO MORA/RODRIGO LARA/FOLHAPRESS
Algumas marcas têm percebido que o consumidor está mais exigente e indiferente até mesmo à redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), prorrogada pelo governo até o fim deste ano. Descontos e promoções não bastam. “Talvez a gente espere até as concessionárias oferecerem ofertas mais convincentes, como IPVA grátis ou acessórios que não sejam equipamentos de série. Precisamos de algo que realmente nos empolgue”, diz a gerente de marketing Camila Borges. Ao detectar esse novo comportamento dos clientes, as fabricantes apostam em campanhas mais agressivas. Um exemplo é a Ford, que apesar de ter reajustado alguns preços, anunciou nesta semana novos planos “taxa zero”. Lançado há duas semanas, o novo Renault Sandero não só ganhou equipamentos de série, como teve seus preços de tabela reduzidos, com o claro objetivo de escalar posições no ranking de vendas. Porém, mesmo com cenário a seu favor, o consumidor deve conter a empolgação. “Ele precisa refletir se está comprando realmente o carro que precisa. É comum, na hora da euforia, adquirir um modelo que não seja o ideal”, afirma Igor Kalassa, presidente da empresa 4life Sistemas e Soluções. Camila sabe bem como é ser levada só pela emoção. “Comprei um Citroën Aircross totalmente por impulso. No final das contas, não era o aventureiro que eu buscava, mas apenas um carro para
cidade”. Mesmo que seja um bom momento para comprar, o valor de venda dos carros zero-quilômetro não deve ser o único fator considerado. Naturalmente, a queda do preço do novo leva modelos usados a uma depreciação. Neste cenário, investir em um seminovo pode ser uma opção interessante. Essa é a alternativa encontrada por Paulo Kaneto, 31. O analista de sistemas é dono de um Citroën C3 2011, e cogita trocá-lo por uma versão atual do modelo. “Praticamente desisti de um zero e devo ficar com um seminovo. O valor que oferecem pelo meu carro é quase R$ 15 mil abaixo do que eu paguei”, lamenta. Camila deve seguir pelo mesmo caminho. “Quase comprei um Honda CR-V novo, mas aí decidi considerar também os usados menos rodados, que hoje me parecem bem mais atrativos.”
Usado na troca
Na pesquisa de preços feita pela Folha, a compra do carro zero-quilômetro seria feita na base da troca por um Hyundai HB20 1.6 Comfort Plus 2013. De acordo com a tabela Fipe, seu valor médio é de R$ 38.088. A melhor oferta obtida foi feita por uma concessionária Nissan, que ofereceu R$ 36,5 mil. No mercado atual, foi uma ótima proposta. Durante a pesquisa, um vendedor da rede Ford disse que é praxe pagar 25% a menos do que a tabela. Ruim para quem vende, bom para quem compra.
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