Braganรงa Paulista
Sexta
3 Outubro 2014
Nยบ 764 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
2
Para pensar
Jornal do Meio 764 Sexta 3 • Outubro • 2014
Miley cyrus
por Mons. Giovanni Baresse
e as eleições
Miley Cyrus é uma máquina
Toda sua dança contorcionista e,
de comportamento, não tenho
para conserva-la. Nem sempre
de ganhar dinheiro. A jovem
às vezes, escrachada é um jeito
dúvidas, que os mais jovens,
conseguem perceber que o mun-
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919
cantora norte americana é
de dizer não ao estabelecido. O
especialmente, sentir- se -ão
do real é muito diferente dos
um fenômeno tentacular. Foi uma
que Miley Cyrus tem a ver com as
bem mais atraídos por pessoas
esquemas protecionistas que
espécie de namoradinha de todos
eleições? Muito. Não ela pessoal-
que possam, no leque das lin-
criaram. Os mais empobrecidos,
numa série da Disney. Trocou
mente. Sim o que ela representa
guagens, buscar o que satiriza
retidos na dura luta da sobre-
a imagem. Surge como cantora
no meio da geração mais jovem.
como saída da mesmice, das
vivência, buscam nos favores
transgressiva. Tem voz poderosa.
Em artigo anterior comentei que
meias verdades, das mentiras,
oficiais um patamar que lhes
Suas canções são provocadoras.
o que mais se viu nos debates dos
das manipulações, das imagens
dê alguma regalia. Manutenção
Seu gestual impulsiona o que ela
candidatos à presidência da Nação
criadas ou destruídas pelos
do status quo para alguns e
canta. De algum modo me recor-
foi a técnica da “desconstrução”
marqueteiros. Até os adultos
certa ascendência para outros
da o fenômeno hippie dos anos
dos adversários. Por razões de
são atraídos por linguagem que
são polarizações que levam a
sessenta. Só que de forma mais
programação do jornal estou
possa encarnar a famosa frase de
construir muro de separação
agressiva. O apelo sexualizado
escrevendo na segunda feira,
Cícero, grande orador romano, do
cada vez mais alto e profundo.
e libertário é bem forte. Tem
dois dias antes do último debate
primeiro século antes de Cristo:
Eleições devem ser sempre a
conseguido muitos fãs entre
que acontecerá na Rede Globo.
“Ridendo castigat mores”! Na
oportunidade de reflexão sobre
os mais jovens. Dizem os jor-
Não creio que será diferente dos
ridicularização se criticam os
realidade vivida e oportunidade
nais e revistas que os pais têm
outros. Penso que será até mais
costumes. Até mesmo porque
para repensar o que se deseja.
encontrado dificuldades para
violento e polarizado. De novo, o
é uma espécie de catarse nós
Nenhuma eleição deve ser vista
lidar com sua influência sobre
que se viu no anterior, não foi um
rirmos de nós mesmos. Já que
como momento de desforra ou
a garotada. Tal como o movi-
debate programático. Foi uma
nem sempre temos coragem
de esmagamento de quem é
mento que sacudiu o mundo,
somatória de acusações e afirma-
de ir além do riso que nasce
adversário. Sempre deve ser o
há mais de cinquenta anos, essa
ções. Nem todas verdadeiras. A
de nossas mazelas e falta de
momento de escolher o melhor
escolhamos aqueles que julga-
menina passa a mensagem que
intenção era jogar “pegadinhas”.
compromisso em assumir o que
caminho para todos. Proponho
mos os melhores ou - não me
é preciso “quebrar tudo”! A es-
Atos falhos ou informações não
não seja voltado para o próprio
aos eleitores, mais uma vez: nin-
coloco como juiz de ninguém -
truturação dos relacionamentos
muito precisas tiveram muito
umbigo. É triste notar que o
guém deixe de votar. Mesmo que
os “menos ruins”. Afinal alguém
e a educação comportamental
mais valor do que a busca de
senso do Bem Comum anda
a idade mais avançada possa,
será escolhido (a). Boa eleição a
que os mais velhos transmitem
caminhos que realizem melhor
empobrecido. Vivemos época
legalmente, ser colocada como
todos! E que o Brasil possa ter
aos mais jovens não respondem
projetos necessários para a vida
individualista. Os que têm me-
motivadora de ausência. Se não
melhores caminhos porque
mais aos anseios, aos sonhos.
dos cidadãos. Diante desse tipo
lhor condição econômica lutam
tivermos candidatos excelentes,
não nos omitimos.
E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
Informática & tecnologia
Jornal do Meio 764 Sexta 3 • Outubro • 2014
3
Moto G
Novo Moto G peca pelo seu tamanho, mas tem valor justo pelo que oferece por YURI GONZAGA /FOLHAPRESS
O Moto G, antecessor do aparelho analisado
a linha de design que hoje norteia os celulares da Mo-
O comando por voz, que permite executar ações sem
neste texto, foi o smartphone mais vendido da
torola. Assim, seu sucessor tenta dar continuidade à
tocar na tela do celular, ganhou mais funções como o
história da Motorola, e, segundo a empresa,
herança, fazendo algumas melhorias.
útil controle das câmeras. Tarefas mais complexas,
também o mais bem-sucedido em alcance no Brasil. E
A mais notável é a tela, que ganhou tamanho e re-
porém como mandar mensagens pelo WhatsApp, por
o motivo disso é seu preço, relativamente baixo.
solução foi de 4,7 polegadas para 5,2 polegadas e de
exemplo esbarram na lentidão e na imprecisão do re-
Como não se mexe em time que está ganhando, a
720p para 1080p. A mudança equiparou o Moto X à
conhecimento de voz.
Motorola manteve essa característica praticamente
concorrência, mas sacrificou seriamente a ergonomia
A câmera, talvez o ponto mais fraco do primeiro Moto
intocada no chamado novo Moto G: lançou a segunda
de seu antecessor.
X, evoluiu significativamente, mas ainda fica aquém da
geração por entre R$ 700 e R$ 800.
O acabamento também mudou o plástico das bordas foi
de concorrentes. Seu obturador é rápido e as imagens
A diferença entre o aparelho e competidores na mesma
substituído por alumínio, enquanto a traseira ganhou
mais definidas, mas o desempenho em situações de
faixa de preço é não ter carências: aceita dois chips,
opções de acabamento.
pouca luz é sofrível, e o foco automático, impreciso.
tem TV digital (na versão mais cara), entrada para
O processador, antes intermediário, agora é o topo de
Ainda assim, mesmo com alguns problemas, o Moto
cartão de memória, tela grande, sistema atualizado.
linha da Qualcomm, e a capacidade de armazenamento
X é o melhor celular que pode ser comprado por
Por outro lado, tampouco sobressai: a câmera é só
dobrou, para 32 Gbytes.
R$ 1.500.
mediana (ainda que muito melhor que a da versão antiga), não suporta 4G e o processador e a bateria são os mesmos do antecessor. Uma triste e inevitável atualização é o aumento da tela, agora de 5 polegadas (era de 4,5), apesar de sua definição ter sido mantida. Isso torna o Moto G um dos atrapalhados celulares gigantes sua grande espessura é um agravante nesse sentido. Um ponto forte é o software Android, na versão 4.4 KitKat (a mais recente), e com garantia de atualização para a próxima, chamada Android L. Ainda que não seja perfeito, o Moto G tem um dos melhores custos-benefícios para aparelhos abaixo de R$ 1.000.
Novo Moto X é o topo de linha com melhor custo-benefício Bruno fávero
O primeiro Moto X, de 2013, não foi um sucesso de vendas, mas, além de bem avaliado pela crítica, estreou
Crédito: Folhapress
4
Jornal do Meio 764 Sexta 3 • Outubro • 2014
por JULIANA VINES/FOLHAPRESS
Câmera com zoom e visão em
no último mês, ela tem perdido o medo
Na maioria das vezes, porém, mesmo se
livre de objetos como fraldas, bichos de
infravermelho, microfones que
e deixado a menina sem o monitor mas
houver chance de recuperação, os pais
pelúcia e almofadas e pôr a criança para
captam som ambiente e monitores
continua de olho da babá eletrônica.
têm que saber dar os primeiros socorros.
dormir de barriga para cima.
“Não adianta comprar um monitor de
“O monitoramento só deve acontecer
de movimento na cama. Poderia ser um estúdio de reality show, mas é um quarto de
Falsa segurança
respiração se você não souber reanimar a
sob indicação médica”, diz a pediatra e
bebê equipado com as últimas novidades
“As mães querem comprar segurança e
criança”, diz Nelson Horigoshi, intensivista
psicanalista Eduardina Telles Tenenbojm.
da indústria do monitoramento infantil.
esses monitores parecem milagrosos”,
pediátrico do Hospital Infantil Sabará.
Para ela, além de desnecessária, a vigi-
O lançamento mais recente vem dos EUA:
afirma a médica Lânia Xavier. Mas, para
Segundo Magda Lahorgue Nunes, neuro-
lância prejudica a relação mãe-bebê. O
a tornozeleira Sproutling Baby (US$ 299
ela, é uma falsa sensação de segurança.
logista infantil e membro da Sociedade
mesmo pensa a psicóloga Renata Soifer
ou R$ 677) dá a frequência cardíaca, me-
“Estudos científicos mostram que os
Brasileira de Pediatria, os monitores não
Kraiser. “Já conheci mães que não dor-
de a temperatura, diz se a criança está
aparelhos usados em casa não dimi-
devem ser usados em nenhum caso, assim
miam porque ficavam olhando a babá
dormindo e se está fazendo barulho. O
nuem o risco de morte súbita. Às vezes
como recomenda a Academia Americana
eletrônica. Essa neurose não é saudável
“status” do bebê é exibido 24 horas no
a síndrome leva à queda de oxigênio e,
de Pediatria.
nem para o bebê nem para a mãe.”
celular dos pais, em um aplicativo.
quando o monitor apita, as chances de
De acordo com ela, as medidas preventivas
Segundo ela, em alguns casos, os moni-
Uma semana depois do lançamento, no
recuperação já são pequenas.”
são muito mais eficazes. As principais
tores podem ajudar a tranquilizar. “Se for
mês passado, os estoques da pré-venda
Há casos mais simples, em que só um
são evitar o tabagismo, não dormir na
assim, ótimo. Se for para alimentar
do produto se esgotaram. E, até ontem,
estímulo faz o bebê voltar a respirar.
mesma cama do bebê, deixar o berço
uma paranoia, não.”
39% do segundo lote, para março de 2015,
Foto: Eduardo Knapp/Folhapress
já estava reservado. O sucesso desse e de outros produtos do tipo não é mistério: eles vendem a sensação de segurança às mães que temem a síndrome da morte súbita infantil, responsável por uma morte a cada 2.000 bebês nascidos vivos, segundo Gustavo Antônio Moreira, pediatra e pesquisador do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo. De acordo com Moreira, a síndrome é mais comum entre bebês de até seis meses, mas há risco até a criança completar um ano. Em países desenvolvidos, essa é a principal causa de morte no primeiro ano de vida no Brasil, ainda são as doenças infecciosas, como diarreia e pneumonia. O que torna a síndrome mais assustadora é a imprevisibilidade. “Um bebê saudável, rígido, que está se desenvolvendo bem morre de repente sem causa determinada”, diz Lânia Romanzin Xavier, especialista em cardiologia infantil e membro da Sobrac (Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas). Sabendo do risco, a médica Renata Torres
Valentina, de três meses, usa monitor de respiração colocado na fralda Foto: Divulgação
Ferreira, 36, comprou um prendedor de fralda com monitor de respiração para sua filha, Valentina, de três meses. Se a menina ficar sem respirar por 15 segundos, o aparelho vibra e, se ela continuar sem se mexer, ele soa um alarme. “Fiquei em dúvida se comprava ou não porque parece um pouco de loucura. Decidi comprar quando uma paciente me contou que perdeu um filho por morte súbita. Poderia ser um sinal divino...” Valentina não se encaixa em nenhum dos fatores que aumentam o risco de ter a síndrome: exposição à fumaça do cigarro (durante a gravidez ou depois do parto), prematuridade e histórico familiar de morte súbita. Além disso, ela sempre dorme de barriga para cima, uma das principais medidas para evitar o mal, segundo os médicos. Mesmo assim, Renata ficou com medo. “Cabeça de grávida pensa em tudo e mais um pouco. Como sei que existe o risco, não me perdoaria se acontecesse o pior.” Até agora, o aparelhinho nunca apitou. E,
Tecnologia permite monitorar o bebê 24 horas por dia
Jornal do Meio 764 Sexta 3 • Outubro • 2014
5
6
Reflexão e Práxis
Jornal do Meio 764 Sexta 3 • Outubro • 2014
Cenário eleitoral por pedro marcelo galasso
Os eleitores da candidata Marina
Marina Silva é conhecida em todo o
Silva não são radicais. Na verdade,
país, principalmente pelo seu enga-
estes eleitores são mais liberais do
jamento nas questões ambientais.
que, talvez, tenham consciência uma
Talvez por isso, até uma semana
vez que nobre candidata ficou famosa
atrás, ela aparecesse a frente do
por sua luta pela preservação do meio
candidato Aécio Neves e vencendo
ambiente. E, aqui, surge uma questão
a presidente Dilma Roussef em um
importante – a figura da Marina Silva
provável segundo turno.
supera a visão que temos de suas reais
Entretanto, o cenário eleitoral e tão
propostas para áreas tão importantes
volúvel e propenso a mudanças que
quanto o meio ambiente, ou seja, e
hoje a presidente Dilma Roussef
difícil saber qual o real programa de
venceria Marina Silva em um ainda
governo desta candidata.
provável segundo turno, algo que
É possível dizer que a eleição de Marina
não víamos a menos de uma semana.
Silva não é suficiente para mudar o co-
Como fatores que podem ter influen-
tidiano das pessoas, pois um presidente
ciado tal mudanças temos o fim da
sem o apoio do Congresso Nacional
comoção pela morte de Eduardo
enfrenta inúmeras dificuldades para
Campos, evento midiático mais que
legislar. E todos nós sabemos que os
propriamente político, e a diferença
partidos que apóiam esta candidata
dos tempos de propagandas entre os
não irão conseguir a maioria no Con-
partidos políticos, bem como a força
gresso Nacional e a nossa História
de seus marqueteiros profissionais.
recente indica os problemas que um
Dentro do cenário histórico e eleitoral
presidente enfrenta quando não tem o
brasileiro, as propagandas eleitorais
apoio político do Congresso Nacional,
são criadas para seduzir os eleitores e
como exemplos temos Jânio Quadros
não para esclarecer o cenário político
e Fernando Collor.
e nem para apresentar os programas
As manifestações do ano passado
partidários. Devido a esta postura, o
demonstraram indignação de parte
peso das propagandas não deve ser
da população com o cenário político
menosprezado já que estas podem ser
partidário atual e observemos uma
manipuladas para ressaltar o que é
dispersão de votos, mas os efeitos
interessante e ocultar os problemas
das manifestações morreram com a
que normalmente surgem ao longo
passagem do ano, para tanto, basta
de uma legislatura.
observarmos que todas as questões
Além disso, cabe aqui uma reflexão
que moveram as manifestações foram
sobre a seguinte questão – quem são
aprovadas ao longo de 2013 e de 2014.
os eleitores da candidata Marina
Portanto, crer que as manifestações
Silva? Nós conhecemos os eleitores
do ano passado terão algum efeito é
do PT e do PSDB, figuras identificá-
apostar no escuro.
veis e notórias, mas os eleitores da Marina Silva permanecem amorfos
Pedro Marcelo Galasso - cientista
e em identidade e, talvez por isso,
político, professor e escritor. E-
fora do alcance de uma propaganda
-mail: p.m.galasso@gmail.com
Fator econômico elevado na classe C, a partir de 2010 Livro de Machado de Assis País cuja capital é Maputo
© Revistas COQUETEL
A Ç
Liga inoxidável Grupo que atuou nas Equilíbrio de mente e Entusiasta Pintor e manifestações de corpo obtido com de uma escultor arte (fem.) catalão 2013 e 2014 (Brasil) hábitos saudáveis
A Regência histórica do Padre Feijó
O Distúrbio caracterizado pela atração sexual de adultos por crianças
Estado nordestino Diz-se do juiz de cuja sentença se recorre Lutécio (símbolo) Dispositivo gerador de energia elétrica Estar iminente (perigo)
2, em romanos Ar, em inglês
Desejo de vingança Droga que lesiona a mucosa nasal Multidão (pop.)
Doença infecciosa causada por ácaros
(?) Abelha, a banda de Paula Toller São (?), protetor da garganta Rede local (Inform.) Prazer do filantropo Destinado (recurso) para fim específico
Indica o norte na rosa dos ventos
Pronome indefinido Endinheirada
Forma de venda da cebola no atacado
A abreviatura inglesa de “mister” Parado
Sem gosto (bras.)
Outra, em espanhol
A classe social do Príncipe Harry Museu (?), atração portenha Retumbara
BANCO
Fiéis aos seus compromissos
Serviço de operadoras de telefonia Elogios; louvores 18
Solução
M P E M
como normal já que a candidata
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
RO
que ainda permanecem indefinidos.
M B I QU E I L I A L U R A O C A I NA K I D B R A S A L D AR M O E N C A D A R L E I M O V EL C R AC I A A D D I L O A S
do Campos, deveria ser vista
A Ç A O F I C U I U O N N A D R A E ST O I T A RA
grama político da candidata Marina
P O D E R A Q U I S I T I V O
votos, após a morte de Eduar-
P I A L D E P A I A R E S
eleitoral que reforce o papel e o pro-
3/air — ité — lan. 4/a quo — otra. 7/alocado. 9/black bloc.
A natural redistribuição dos
Comportamento
Jornal do Meio 764 Sexta 3 • Outubro • 2014
7
Mulheres x Feminismo Críticas ao feminismo ressurgem em redes sociais, onde jovens postam fotos com mensagens contrárias ao que veem como radicalismo e vitimização da mulher pelo movimento
por MONIQUE OLIVEIRA/FOLHAPRESS
Uma nova onda de críticas ao feminismo tem se
vra que pode dar medo, mas é o exercício da autonomia
do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher
espalhado na rede sob a ação “Women Against
feminina”, disse à Folha Kamala Kempadoo, professora
(NEIM) da Universidade Federal da Bahia.
Feminism” (mulheres contra o feminismo).
da Universidade de York (Canadá), que esteve no Brasil
Na militância feminista, a sensação é de que há “desinfor-
A expressão virou página no Tumblr e no Facebook,
em um debate na Unicamp.
mação”. Tica Moreno, coordenadora nacional da Marcha
hashtag no Twitter e motivação para selfies com frases
“O ‘Women Against Feminism’ dialoga com os feminismos,
Mundial das Mulheres, destaca o caráter heterogêneo do
como: “não sou feminista porque acredito em igualdade
ainda que seja pela negativa e com pouquíssima memó-
movimento. “Na nossa marcha há muçulmanas heteros-
para homens também”, “eu não sou vítima” e “não preciso
ria histórica”, diz Carolina, da Unicamp. “A questão da
sexuais, lésbicas, de todos os tipos e escolhas.”
culpar o patriarcado por minhas inseguranças”.
vitimização da mulher no feminismo já foi colocada por
As mulheres do “anti”, contudo, afirmam que não se
Brasileiras que apoiam essas manifestações expressam
várias feministas.”
sentem representadas. “A gente vê a preferência por
frustração com o que consideram desrespeito das femi-
Outros acreditam que a reação contra o feminismo é um
alguns temas e a omissão diante de manifestações
nistas pela religião e dizem que a mulher é vista como
medo da diferença. “Há uma dificuldade de entender que a
radicais”, diz Cris Corrêa.
vítima no feminismo.
expressão da diferença não necessariamente ameaça a sua
“O que há são vários feminismos, não há um só”, diz
Respeitam, porém, o que consideram conquistas históri-
escolha”, diz Felipe Bruno Martins Fernandes, professor
Felipe Bruno.
cas, como a divisão de tarefas do lar. Muitas só se dizem
Foto: Raquel Cunha/Folhapress
contra o “feminismo moderno” das redes sociais e citam performances, virais e atitudes em marchas feministas como o ponto de virada para se tornarem “anti”. A designer Cris Corrêa, 31, diz que uma performance de uma militante que se masturbou com um crucifixo foi um divisor de águas para a sua definição como antifeminista. “Achei um desrespeito total. Elas dizem respeitar todas a mulheres, e que o que importa é a autonomia, mas, nas redes, vejo uma postura de intolerância.” “Elas tratam a mulher como coitada e impedem uma visão mais positiva”, diz a professora Priscilla Camargo, 35. “Não quero pensar que eu posso ser machista dependendo do que eu faço”, diz Michelle Gulfier, 22, cabeleireira, que divulga o antifeminismo na rede.
Fora do padrão Nem todos os que fazem críticas ao feminismo são do contra. É o caso da escritora Roxane Gay, que acaba de lançar o livro “Bad Feminist” (algo como “A Feminista Má”; editora Harper Perennial, US$ 9,99). Nele, ela diz fazer um convite para que o feminismo abrace as demandas de todas as mulheres --incluindo as que escolhem ficar em casa cuidando dos filhos, por exemplo. “Precisamos de novas maneiras de disseminar e enxergar o feminismo”, disse ela à Folha. A filósofa Talyta de Carvalho, que sintetizou suas críticas ao feminismo em um artigo publicado na Folha em 2012 (“Não devemos nada ao feminismo”), diz que o movimento não aceita o debate. “É uma panelinha.” Ela afirma ter recebido ameaças na época da publicação do texto. “Teve gente que me escreveu dizendo que eu merecia ser estuprada.” Outro problema, diz Talyta, é que o movimento identifica o gênero como causa de problemas que são da natureza humana. “Há vários olhares possíveis para fenômenos que muitas creditam unicamente ao machismo, como a cantada ou a violência doméstica”. Acadêmicos defendem, porém, que o feminismo contemporâneo não se limita a questões de gênero. “O debate ampliou o olhar para temas sociais que têm na sua raiz a naturalização de desigualdades, e isso inclui questões de cor da pele, geração, classe social e outros”, afirma Carolina Branco de Castro Ferreira, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero PAGU, da Unicamp.
Autonomia Para especialistas alinhados ao feminismo, a crítica se dirige a uma ideia estereotipada do que é o movimento. “Não é um discurso contra o feminismo, que é uma pala-
A cabeleireira Michelle Gulfier, 22, de São Caetano do Sul
8
Momento Pet
Jornal do Meio 764 Sexta 3 • Outubro • 2014
Shih Tzu por Dr. André Alessandri
Bom dia meus queridos leitores hoje vamos falar de uma das raças mais procuradas em nossa loja: o Shih Tzu, nome que significa “leão”, devido à sua pelagem exuberante. Originário do Tibet, eram mantidos dentro dos templos, e doados aos imperadores da China durante o século 17 como um tributo à honra. A raça ganhou popularidade na Inglaterra no início dos anos 30, quando um filhote foi doado à Rainha Elisabeth. Trinta anos mais tarde, a raça começou a ganhar espaço nos Estados Unidos. É um cão de porte pequeno (toy) cujas ninhadas em média são de 4 filhotes. Sua pelagem é longa e a coloração pode variar entre preto, branco, marrom e também os bicolores . A expectativa média de vida é de 16 anos. Por serem animais muito apegados aos seus donos, além de extremamente alegres, extrovertidos e brincalhões, é uma ótima raça de companhia, tanto para adultos como para crianças. Por seu porte diminuto, torna-se uma ótima opção para quem mora em apartamento. Existem alguns cuidados básicos que devem ser adotados para a saúde e bem estar do seu Shih Tzu: •Cuidado com os olhos: Os olhos dessa raça são proeminentes, além de estarem expostos a muitos pelos em volta. É importante manter seus olhos bem limpos. Para isso, você pode usar um solução fisiológica com um algodão umedecido. Como eles
têm focinho curto, deve-se tomar cuidado quando for passear na rua com ele, para que espinhos não entrem em seus olhos. Além disso, cuidado com quinas e outros móveis na sua casa. •Exercios: Caminhadas curtas são suficientes para mantê-los saudáveis, tanto mental quanto fisicamente. Eles também adoram jogos dentro de casa, mas isso não elimina sua necessidade de passear. Eles têm uma tendência a ficar muito tempo deitados, então é importante incentivá-los a fazer atividades. Assim você aproveita pra fazer sua caminhada diária junto com o seu animalzinho! •Pelagem: É de extrema importância a escovação diária, que dura em média 10 minutos (considere isso se você não tem tempo ou não gosta dessa atividade antes de adquirir um Shih Tzu). Se você acostumá-lo com a escovação, isso vai se tornar uma atividade muito prazerosa pra você e pra ele. Escovar o pelo vai mantê-lo sedoso, macio, brilhante e, principalmente, sem nós. Além disso, normalmente prende-se a franja para evitar que os pelos da testa caiam em seus olhos. Assim como todas as raças, principalmente as que vivem em apartamento, é importante cortar suas unhas, pois se ficarem muito grandes elas curvam para baixo, atrapalhando seu caminhar e até causando feridas nas patinhas. Sempre que for comprar produtos para sua higiene, pergunte a um veterinário (a), qual o
produto mais indicado para seu melhor beneficio. •Alimentação: procure sempre dar alimentos Super Premium. Hoje já existem no mercado algumas marcas com a ração específica para a raça Shih Tzu. Lembre-se de dar preferência aos alimentos sem corantes e de acordo com a idade do seu animal: filhote, adulto ou idoso. •Ouvidos: faça limpeza duas vezes por semana ou a critério do seu médico veterinário, mas sempre com produtos específicos
Alexandro, Alessandra e sua pequena Shih Tzu!
para limpeza otológica receitados por ele. •Pulga e carrapatos: faça sempre a prevenção com produtos de boa qualidade, indicados pelo veterinário, pois por sua pelagem longa, eles são difíceis de serem notados, geralmente são vistos quando já há uma infestação, que pode vir a causar danos sérios na saúde de seu animal. Pra terminar, listamos aqui algumas celebridades que possuem essa raça: Ivete Sangalo, Katherine Heigl, Lilia Cabral, Demi lovato, entre outras.
Katia Solis e Larissa trouxeram o Oliver pra vacinação
Antenado
Bellini e o Labirinto Bellini de Bellotto volta desiludido e se joga na música, quase dez anos após última obra da série, personagem ressurge mais velho, curte rock e tem de ouvir sertanejo
por CADÃO VOLPATO/FOLHAPRESS
Um romance policial costuma ser um terreno minado, com uma convenção a cada passo. Tony Bellotto, o guitarrista dos Titãs, escolheu o terreno minado para sua estreia na literatura, em 1995. O livro “Bellini e a Esfinge” apresentava um detetive de São Paulo, investigador particular, fã de blues, sem nada muito especial: o vizinho da quitinete ao lado. As balizas de Bellotto eram os mestres do gênero. “Raymond Chandler e Manuel Vázquez Montalbán pelo cinismo, Georges Simenon pela capacidade de criar uma atmosfera e Rubem Fonseca por provar que o Brasil é noir”, diz ele. Foram três livros com o personagem: “Bellini e a Esfinge” (1995), “Bellini e o Demônio” (1997) e “Bellini e os Espíritos” (2005). O quarto romance da série acaba de sair, e é um dos melhores: “Bellini e o Labirinto”. Depois de quase dez anos longe das livrarias, Bellini entra com tudo no mundo da música. “O Bellini é basicamente um amante de blues tradicional, o blues do Mississipi. Agora deu para citar Jimi Hendrix e até Led Zeppelin. Tudo certo. Na hora em que ele começar a ouvir Bossa Nova vou ficar preocupado”, diz Bellotto. A história se passa em Goiânia (GO), coração da música sertaneja, e pega o personagem aos 40 anos, calejado, às voltas com um sequestro, mulheres e césio-137 (substância que causou acidente radioativo na cidade em 1987).
Há personagens com os nomes engraçados de sempre: a dupla sertaneja Marlon & Brandão, uma adolescente de apelido Riboca (do tênis Reebok) e uma girafa chamada Marianne Faithfull. A música está em toda parte, bem como a velha ironia de Bellini. “Ele está mais amargo e desiludido. Mais velho, com certeza. De resto, continua o mesmo existencialista melancólico de sempre.” Não é pouco para a tradição meio rala de detetives nativos. Com exceção dos personagens verossímeis, violentos e clássicos de Rubem Fonseca. “Ele é uma referência constante no meu trabalho, um mestre que muito admiro”, afirma Bellotto. “Rubem exerceu enorme influência nos escritores da minha geração, gente que começou a publicar nos anos 1990. Hoje em dia seu prestígio anda meio em baixa, talvez pelo surto incontrolável de mediocridade que nos assola. Mas continua a produzir material de altíssima qualidade, basta ler ‘Amálgama’, seu mais recente trabalho.” O noir brasileiro ainda está vivo, graças também ao detetive Remo Bellini.
Foto: Avener Prado/Folhapress
Cadão volpato é autor de “Pessoas que Passam pelos Sonhos” (Cosac Naify). Bellini e o Labirinto Autor: Tony Bellotto Editora: Companhia das Letras Quanto: R$ 39,50 (280 págs.)
O músico e escritor Tony Bellotto na sede de sua editora no bairro do Itaim Bibi, em SP
Jornal do Meio 764 Sexta 3 • Outubro • 2014
9
10
veículos
Jornal do Meio 764 Sexta 3 • Outubro • 2014
Bate e volta
A veterana Yamaha XT 660R acompanha a Honda CB 500X em uma viagem de fim de semana; saiba o que é necessário para pegar a estrada de moto por GUILHERME SILVEIRA/FOLHAPRESS
Em abril, a Honda lançou
passando por trilhas leves e até
nas curvas sinuosas.
motor monocilíndrico (48 cv) vibra
a CB 500X. Vendida por
calçamento de pedra.
Chegamos à Extrema (MG) após
bastante. É uma moto prazerosa,
iniciais R$ 23,5 mil, essa
O primeiro destino foi Luminárias,
percorrer pouco mais de 100 km.
mas não tão veloz como a Honda.
moto tem a ambição de ser a mais
cidade mineira a 378 km de São
No primeiro abastecimento da
A máquina de dois cilindros para-
emplacada entre as “big trails” e
Paulo e com acesso por estrada
viagem, empate técnico: ambas
lelos da CB (50,4 cv) é silenciosa,
consegue enfrentar pisos precá-
de terra. Com o auxílio de Tiago
registraram a média de 20,1 km/l.
com maior ânimo a partir das
rios. No entanto, não carrega a
Mena Barreto, fisioterapeuta que
valentia da Yamaha XT 660R (R$
é fã de motos “trail”, partimos em
Só um cilindro
27,7 mil), que já está há nove anos
uma manhã fria de sábado rumo
Nesse primeiro trecho, a XT
que dá acesso a Luminárias, foram
no mercado.
à rodovia Fernão Dias (BR-381).
destacou-se pela entrega bruta
307 km e quatro pedágios (R$
Similares, mas nem tanto, essas
Na serra entre São Paulo e Atibaia,
de força e por oferecer posição
0,75 cada).
motocicletas encararam 801 qui-
a Honda mostrou a que vinha:
alta e ereta de pilotagem, com
Para poder rodar com boa mar-
lômetros entre cidades dos esta-
com posição de pilotagem mais
guidão mais largo e banco firme.
gem de segurança, foi feito o
dos de São Paulo e Minas Gerais,
esportiva, foi mais segura e ágil
Porém, em rotações mais altas, o
segundo abastecimento no
5.000 rpm. Até chegar a Três Corações (MG),
Foto: Guilherme Silveira/Folhapress
Honda (esquerda) tem posição de pilotagem mais esportiva, Yamaha é alta e tem bom comportamento na terra
veículos eículos
Jornal do Meio 764 Sexta 3 • Outubro • 2014
11
centro da cidade. As médias
dade encravada em uma monta-
de voltar para São Paulo. Nos 381
médias de consumo foram de 18,6
de consumo foram de 22,7 km/l
nha de pedra podia ser vista de
km restantes, a Honda entregou
km/l para a CB e 13,6 km/l para
para a CB e 19,9 km/l para a XT.
longe. As motos encararam com
mais conforto que o esperado. Seu
a XT. Ou seja, em todas condi-
Na estrada de terra que leva a
valentia o aclive acentuado e, em
banco largo tem espuma densa,
ções a CB foi mais econômica.
Luminárias, a Yamaha mostrou-se
alguns minutos, rodávamos pelas
e o painel é completo.
O veredicto de Tiago exprime
à vontade. A suspensão absorveu
ruas feitas de pedras (quartzito)
A XT 660 continua robusta e
bem as duas propostas: “Achei
bem as imperfeições, com preci-
desniveladas entre si.
bem acabada, mas o visor digital
a CB 500X bonita e ágil, além de
são de trajetória e aderência dos
A Yamaha engoliu o piso difícil de
não tem conta-giros. Falta ainda
disposta em curvas. Embora eu
pneus (mistos) superiores às da
São Thomé sem reclamar, enquanto
um simples marcador para os
prefira o tipo de tocada da XT, ela
Honda, que tem vocação urbana
a Honda pedia certa calma.
15 litros de gasolina. Há apenas
é cara pelo que oferece. Optaria
uma lâmpada que indica reserva.
pela Honda por ser mais atual e
O retorno incluiu mais trechos
por usar a moto essencialmente
de terra e subidas. As últimas
no asfalto”, afirmou.
e sofreu com as pedras soltas. A maior surpresa na Honda foi
Retorno
a precisão do ABS na terra. É
No dia seguinte, chegou a hora
possível frear forte antes de o
Foto: Guilherme Silveira/Folhapress
sistema entrar em ação. Trata-se de um opcional que custa R$ 1.500 e não está disponível na XT.
Asfalto bom Após um belo almoço mineiro, era hora de alongar o corpo e voltar pela estrada rumo a São Thomé das Letras. Já acostumados a pilotar as motos na terra, em meia hora estávamos novamente no trevo da rodovia asfaltada. Foram mais 34 km repletos de curvas bem asfaltadas, entre belas paisagens e plantações de café. A 1.440 metros de altitude, a ci-
Yamaha XT 660R (à esq.) e Honda CB 500X posam no trevo de acesso à cidade mineira de Luminárias
12
Jornal do Meio 764 Sexta 3 • Outubro • 2014