801 Edição 19.06.2015

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Braganรงa Paulista

Sexta 19 Junho 2015

Nยบ 801 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Para pensar

Jornal do Meio 801 Sexta 19 • Junho • 2015

A redução da maioridade penal, a questão de gênero

e o ensino religioso na escola pública por Mons. Giovanni Baresse

As três propostas acima

deputado” – e acrescento eu, filho

a ideia que o sexo biológico e físi-

decisão entre o ensino religioso

que deveriam ter uma

de gente de dinheiro e influência,

co seria um dado irrelevante, do

confessional (cada credo teria o

Expediente

participação intensa da

será julgado aos 16 anos por ter

qual seria necessário libertar-se

direito de oferecer sua fé às crianças

sociedade sobre a sua condução

cometido algum delito grave?

para construir uma identidade

e jovens) e o ensino mais aderente

foram abordados no último fim

Afirma ainda que “queremos

de gênero livre e arbitrária”. Diz

ao Estado laico (isto é que não

Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919

de semana (13 e 14 de junho).

tornar um Brasil menos violento

ainda o cardeal: “Há quem pense

tem religião oficial), um estudo

E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br

De maneira especialíssima os

sem mexer em nada além de re-

que a ideologia de gênero seria

das religiões no viés histórico.

pais das crianças e adolescentes

duzir a idade em que as crianças

uma forma de proteger as mu-

O ministro convocou audiência

deveriam envolver-se. Trata-se

devem ser encarceradas junto

lheres e os homossexuais e que

pública para debater o tema e

do futuro de seus filhos! A ques-

a criminosos adultos. Crianças

a introdução dessa ideologia na

depois formular seu voto a ser

tão da violência está movendo à

arregimentadas pelo crime são

legislação educacional seria um

apresentado ao pleno do Supremo

busca de responsabilizar os que

evidências do nosso fracasso em

grande avanço na proteção dos

Tribunal Federal. Fico pensando

a cometem a partir dos 16 anos.

cuidar, educar, alimentar e oferecer

direitos humanos.” Afirma ainda

se estamos atentos a essas ques-

Parece que a diminuição da idade

um futuro a um grande número

que “na ideologia de gênero, não

tões e se estamos refletindo sobre

será a solução para diminuir a

de brasileiros. Esconder nossa

há lugar para conceitos definidos

elas. Quando constato que muitos

infração dos menores. Nós sabe-

vergonha atrás das grades não vai

de homem e mulher ou de homos-

pais não acompanham o caminhar

mos que diante de uma maldade

resolver o problema”. A questão

sexual”. Como consequência “nas

escolar dos seus filhos, muito de-

sofrida nossa reação é a de desejo

de gênero está no bojo do projeto

crianças e adolescentes ela gera

sanimador parece o cenário dos

de justiça. Quando não com um

que as câmaras municipais de

confusão no processo de formação

desafios a que me refiro nestas

forte apelo de vingança. Todavia,

todos os municípios do país deve-

de sua identidade pessoal” e “a

linhas. Penso que todos sabem

como alerta a psicanalista Maria

rão programar para os próximos

autoridade dos pais, em matéria

que nas reuniões convocadas

Rita Kehl (em artigo na Folha de

dez anos. Em artigo no Estado de

de educação, fica usurpada já que

pelas escolas o número de pais

permitem que os professores

São Paulo do dia 14), o risco é o

São Paulo (dia 13) o cardeal de

as crianças ficarão submetidas a

que se apresentam é diminuto.

possam agir de forma supletiva

de pensar em colocar na cadeia,

São Paulo D. Odilo Scherer alerta

influencia da citada ideologia”. Por

Como será que irão enfrentar os

(na ausência de pais e mãe).

sob a ameaça de bandidos adultos

para a questão. Chama a atenção

fim, abordando a questão do ensino

novos desafios? Não nos esque-

Pobres professores e professo-

já muito bem formados na escola

para a “ideologia de gênero que

religioso nas escolas públicas, o

çamos de que muita gente está

ras que se atreverem a corrigir

do crime, somente os “filhos dos

pressupõe o esvaziamento dos

ministro Luís Roberto Barroso, do

delegando às escolas a missão

comportamentos! Se as crianças

outros”. Pergunta Maria Rita:

conceitos de homem e mulher,

STF na Folha de São Paulo (dia

de educar. Mas, mesmo sendo

são o futuro da Nação temos

“Quem acredita que o filho de um

masculino e feminino, ao veicular

14) aponta a necessidade de uma

lugar para aprendizagem, não

que cuidar delas!

Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.


ReflexĂŁo e PrĂĄxis

Jornal do Meio 801 Sexta 19 • Junho • 2015

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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

Creio que a resposta seja polĂ­tica, ou seja, por uma postura politiqueira, tĂ­pica da classe polĂ­tica brasileira, politiqueira em sua essĂŞncia e em sua triste HistĂłria, contra um partido polĂ­tico especĂ­fico, o PT, e a reeleição da atual presidente Dilma Roussef, e a nĂŁo aceitação da perda da eleição pelo PSDB e seu pĂŠssimo candidato AĂŠcio Neves. Portanto, fica claro, que a decisĂŁo aprovada cumpre a função de prejudicar um partido polĂ­tico, cujo trĂĄgico governo nĂŁo seria evitado nem mesmo com o redentor pesedebista. O prĂłximo tĂłpico ĂŠ risĂ­vel porque jĂĄ foi experimentado quando na transição do perĂ­odo ditatorial para o perĂ­odo de nossa capenga democracia. Estender os mandatos para 5 anos significa estagnar uma improvĂĄvel renovação em nosso quadro polĂ­tico e condenar a participação polĂ­tica ao esquecimento, reforçando o desinteresse crĂ´nico dos cidadĂŁos frente as questĂľes polĂ­ticas. E por que esta renovação polĂ­tica ĂŠ improvĂĄvel? Porque a PolĂ­tica brasileira ĂŠ, desde o nosso perĂ­odo colonial, dotada de um carĂĄter elitista e hereditĂĄria, legado de nossa submissĂŁo a uma Coroa absolutista europeia e fruto de nosso nĂŁo acerto com o passado, fazendo da PolĂ­tica algo inatingĂ­vel para a maioria de todos nĂłs. Quando ao esquecimento da importância da participação polĂ­tica do cidadĂŁo brasileiro, basta ligar a televisĂŁo ou acompanhar o semblante ansioso e desesperado das pessoas vidradas em seus aparelhos eletrĂ´nicos. Pedro Marcelo Galasso – cientista polĂ­tico, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

Comportamento

Sexo de mentirinha

Em pesquisas, homens tendem a aumentar a lista de parceiras, mulheres, a reduzi-la, e ambos blefam sobre satisfação, mostrando que tema ainda Ê tabu

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Nas Ăşltimas semanas, os nossos parlamentares tĂŞm discutido o que chamam de reforma polĂ­tica como forma de responder inĂşmeras demandas polĂ­ticas e sociais, pretendendo com isso, ao menos em teoria, aumentar a participação dos cidadĂŁos na PolĂ­tica brasileira, alĂŠm de aumentar a transparĂŞncia das açþes de nossos parlamentares. Entretanto, quando lemos o que foi mudado ou aprovado atĂŠ agora, fica muito claro que apesar de todas as declaraçþes na prĂĄtica nada que nos favoreça foi aprovado, ou seja, sob o manto de responder as demandas populares, vemos, na verdade, uma reforma que favorece os parlamentares, que prejudica os partidos menores e que dificulta a renovação de nosso quadro polĂ­tico. O primeiro tĂłpico aprovado foi o controverso e perigoso financiamento de campanhas por pessoas fĂ­sicas. Pensemos o seguinte – em uma sociedade capitalista, qual ĂŠ a chance de alguĂŠm doar por concordância polĂ­tica ou simpatia milhĂľes de reais a um polĂ­tico? Na verdade, o que fazem os doadores ĂŠ atrelar a possĂ­vel candidatura aos notĂłrios favores cobrados, com a promessa de novos investimentos em futuras eleiçþes, ou seja, a ideia republicana de participação polĂ­tica cai por terra quando ligamos financiamentos de grupos especĂ­ficos a um determinado polĂ­tico ou partido polĂ­tico. O segundo foi o fim da reeleição para os cargos do Poder Executivo. Vale pensar o seguinte – para nĂłs, cidadĂŁos, o poder mais significativo ĂŠ o Poder Executivo, pois este poder deve refletir de forma mais rĂĄpida e clara os nossos anseios. EntĂŁo, do que adianta votar pelo fim da reeleição no Poder Executivo?

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por pedro marcelo galasso

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Parte I

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3/mer — sic. 4/cedo. 7/efêmero. 9/matriarca. 10/oligarquia.

A reforma polĂ­tica

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por JULIANA VINES/FOLHAPRESS

Homens aumentam a lista de parceiras, mulheres diminuem, e todos tentam esconder problemas quando sĂŁo questionados sobre sexo. Isso ĂŠ o que muitos estudos sobre sexo nĂŁo mostram. Ou o que nĂşmeros contraditĂłrios de pesquisas revelam. A psicĂłloga Terri Fisher, da Universidade do Estado de Ohio (EUA), fez, em 2013, 140 estudantes pensarem que estavam sendo monitorados por detectores de mentira enquanto respondiam a um questionĂĄrio sobre sexo. Outros 140 participantes responderam Ă s mesmas perguntas sem achar que estavam ligados ao polĂ­grafo. “Quando as pessoas pensam que precisam ser verdadeiras, suas respostas sobre o comportamento sexual mudam. As diferenças de gĂŞnero diminuemâ€?, diz Fisher. Os homens reduziram a lista de pessoas com quem jĂĄ tinham transado. E as mulheres aumentaram esse nĂşmero quando estavam ligadas ao detector de mentira (que na verdade nĂŁo funcionava). “O contexto impacta muito no que as pessoas contam ou deixam de contarâ€?, diz ela. O contexto e a forma como ĂŠ feita a pergunta. Dois levantamentos feitos no Brasil questionaram qual a frequĂŞncia com que homens e mulheres chegam ao orgasmo. Segundo uma pesquisa Datafolha de 2010, 76% dos homens e 39% das mulheres dizem que “sempreâ€? tĂŞm orgasmo. JĂĄ de acordo com um levantamento feito pelo fabricante da camisinha Durex, em 2012, 52% dos homens e 22% das mulheres afirmam chegar “sempreâ€? ao clĂ­max. A primeira pesquisa foi feita pessoalmente, misturando entrevistas e questionĂĄrios anĂ´nimos. A segunda pela internet, de forma anĂ´nima. Segundo Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, os resultados diferentes sĂŁo culpa da metodologia. Uma pesquisa na internet depende da iniciativa do entrevistado, e quem tem mais iniciativa pode ser mais desinibido, diz. “As pesquisas sobre sexo sĂŁo difĂ­ceis, exigem cuidados especĂ­ficos. O Datafolha,

por exemplo, desenvolveu mĂŠtodos para obter mais verdade dos entrevistados. Nessas pesquisas, ĂŠ preciso que homens sejam entrevistados por homens e vice-versa.â€? Outra coisa importante, afirma ele, ĂŠ fazer perguntas mais Ă­ntimas de forma secreta, com autopreenchimento. “Esse ĂŠ um assunto Ă­ntimo. Cara a cara as pessoas podem ficar constrangidas e, no fim, serem menos verdadeirasâ€?, diz Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da USP. No Ăşltimo estudo que coordenou, chamado de Mosaico Brasil, coletou dados de 8.200 pessoas em questionĂĄrios respondidos pelos prĂłprios participantes, anonimamente. “Se nĂŁo for anĂ´nimo, nĂŁo descobrimos como as pessoas fazem sexo, mas sim como respondem sobre o sexo.â€? fora do padrĂŁo? Para Iracema Teixeira, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, as dificuldades de se pesquisar o tema sĂł demonstram o quanto sexo ainda ĂŠ tabu. “As pessoas respondem de forma a seguir padrĂľes e acabam reforçando esses estereĂłtipos. Ainda espera-se que a mulher tenha um comportamento mais recatado e o homem seja mais agressivo.â€? É um cĂ­rculo vicioso. Ao reforçar estereĂłtipos, os nĂşmeros deixam insatisfeitos os que se sentem “anormaisâ€?. “Os casais felizes que fazem sexo uma vez por semana se sentem desajustados ao ver pesquisas em que o ‘normal’ ĂŠ trĂŞs vezesâ€?, diz a antropĂłloga Mirian Goldenberg. “Nem os homens transam tanto assim nem as mulheres tĂŞm orgasmo tĂŁo facilmente.â€? A psicanalista Regina Navarro Lins nĂŁo acredita em pesquisas que dizem que pessoas casadas hĂĄ 30 anos fazem sexo trĂŞs vezes na semana. “HĂĄ exceçþes, mas a maioria tem problemas com isso.â€? Para a ginecologista Carolina Ambrogini, da Unifesp, ĂŠ preciso parar de seguir padrĂľes. “NĂŁo hĂĄ ‘normalidade’ em sexo. Se eu transo uma vez por ano e estou feliz assim, Ăłtimo.â€?

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Jornal do Meio 801 Sexta 19 • Junho • 2015

por Shel Almeida

O Dia Mundial do Orgulho Autista é celebrado no dia 18 de junho e, para conscientizar sobre a data, o Grupo Amadas de Bragança Paulista está organizando a primeira Caminhada do Orgulho Autista, que acontecerá no domingo, dia 21 de junho, das 9h as 13h, no Lago do Taboão. O grupo é formado por mães e pais de autistas e tem como objetivo se unir em prol dos filhos, lutando para que seus direitos como crianças e jovens especiais sejam assegurados. O Jornal do Meio esteve presente em uma reunião do grupo com a Vereadora Fabiana Alessandri que se juntou à causa com o propósito de viabilizar na cidade um Núcleo de Atendimento ao Autista. A intenção é que haja no município um lugar diferenciado, que ofereça atendimento personalizado e que reúna profissionais especializados, como fonoaudiólogos, psicopedagogos e terapeutas ocupacionais, aptos a atender essas crianças e jovens autistas. O primeiro passo, nesse sentido, já foi dado. A vereadora criou o Projeto de Lei que institui a Semana Municipal de Conscientização do Autismo como evento a ocorrer próximo ao dia 2 de abril. A lei foi sancionada e promulgada em agosto de 2014 e a primeira edição aconteceu em 2015. E é para se dar continuidade às ações realizadas durante a semana que o Grupo Amadas está promovendo a caminhada. “A ideia da caminhada partiu das próprias mães, com o objetivo de mobilizar a sociedade e a população como um todo, para debater e conscientizar sobre o assunto. O autismo não é uma doença, é uma forma diferente de ser”, diz Fabiana. “A caminhada será uma grande oportunidade para que as pessoas possam conhecer de perto os autistas. Muita gente ainda tem preconceito sobre isso e, quando você conhece de perto você vê que não é nada daquilo que muitas pessoas imaginam, que é só uma forma diferente de ser”, explica uma das mães do grupo, Clélia Oliveira Santos. Além da caminhada, alguns parceiros do grupo estarão presentes no evento, como a Equoterapia Pé de Pano, o Projeto Casulo, um grupo do curso de Nutrição da Fesb, e também a FAAT.

com dados trazidos por pesquisadores da Unicamp durante a Semana de Conscientização do Autismo que aconteceu este ano em Bragança. “Eu acredito que com essas ações de mobilização que estamos realizando na cidade a gente ainda vai conhecer muitos outros autistas e familiares”, diz Fabiana. “A incidência do autismo é maior em crianças do sexo masculino. No caso da síndrome de down, há a característica física, no autismo não. E essa é a maior dificuldade, que especialistas detectem cedo o autismo na criança, tem mães que vão perceber quando a criança já está com seis ou sete anos e aí já perdeu muito tempo no acompanhamento e desenvolvimento dessa criança”, explica Inezita. “Alguns dos sinais que as mães podem perceber é a linguagem, o isolamento social e os movimentos estereotipados. É como se a criança estivesse em um mundo particular. O autismo é como se

fosse um leque, então existem diversas possibilidades, inclusive genética. Por isso hoje em dia o correto é chamar de Transtorno do Espectro Autista. Participar do grupo existe um anseio em comum, de conhecer, de saber porque os seu filho é daquela maneira. É como se você estivesse sozinha nesse mundo e de repente, você se senta com o grupo e vê que o seu problema, a sua ansiedade é dividida com eles. Quando uma mãe chega no grupo, a gente sabe exatamente o que está sentindo, pelo o que ela passou, porque já nos sentimos da mesma maneira. A minha preocupação, com o meu filho que já está com 17 anos, é como vai ser o futuro dessas crianças, como vai ser daqui pra frente. Porque hoje nós estamos aqui e amanhã nós não sabemos. A partir do momento que o autismo passa a ser conhecido, as pessoas passam a entender, não vão achar que meu filho é mau educado ou birrento”, fala Olga Picarelli Capozzoli, mãe de Gabriel que

também participou da reunião. “Queremos deixar um recado para a mãe que já percebeu que seu filho é diferente e que ainda tem a dificuldade de aceitação, nós te entendemos. O grupo está preparado para receber, entender e abraçar essa mãe, para dizer que estamos juntas. A mãe quando chega no grupo quer ser ouvida e nós estamos aqui para isso. Normalmente é mãe que precisa de mais ajuda e a partir do momento que ela tem isso, ela consegue trabalhar com as necessidades do filho. E não precisam ser só crianças autistas. Mães de jovens e adultos autistas também podem e devem nos procurar”, falam. O Grupo Amadas de Bragança Paulista possui uma página no facebook e por ser contatado por lá. Quem preferir pode ligar para a Clélia no número (11) 9-6403-2048 ou para a Inezita no número (11) 9-7494-4582

Plantando a semente

Para as mães do grupo, o objetivo ao se unirem, é conseguir se mobilizar por um objetivo comum. Mas, principalmente, poderem dar e receber apoio umas das outras. “A ideia do Grupo Amadas surgiu há uns cinco anos, e agora é que ele está se tornando quase uma realidade. Começamos com três mães, agora também temos pais no grupo. No começo a ideia estava apenas no papel e só agora mais mães se juntaram ao grupo e também encontramos uma parceira na Fabiana. Estamos aqui, todas guerreiras, plantando uma sementinha que, talvez não seja hoje nem amanhã, mas temos a perspectiva de que esse projeto do Núcleo de Atendimento ao Autista vai sim ser uma realidade um dia. No momento, a nossa intenção como grupo é que as famílias de crianças e jovens autistas venham se juntar a nós, que venham trocar ideias e experiências. Nós, quando recebemos a notícias de que nosso filhos são autistas ficamos sem chão, não sabíamos para onde ir. Isso depende muito de nós, de colocá-los na sociedade. Quantos em Bragança devem estar escondidos? O que a gente quer é que todas essas crianças, jovens e adultos autistas que estejam no município, na região, venham nos procurar, venham fazer parte do grupo. Meu filho já tem 20 anos, quando ele nasceu era muito mais difícil e não porque hoje ele já está mais velho que eu não quero mais participar, ele ainda tem um tempão pela frente. E eu quero que esses pequenininhos que estão vindo aí usufruam do que a gente está plantando aqui”, fala Inezita Prandini, uma das fundadoras do grupo.

Grupo Amadas se reuniu com a vereadora Fabiana Alessandri para promover a 1ª Caminhada do Orgulho Autista em Bragança Paulista.

União e apoio

Conforme contam as mães do Grupo Amadas, a incidência de Transtorno do Espectro Autista é de uma criança para cada 88 a 150 nascimentos enquanto que a Síndrome de Down é de uma criança para cada 691 nascimentos, de acordo

Grupo busca apoio para projeto de criação de um Núcleo de Atendimento ao Autista.


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Momento Pet

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Castração por Dr. André Alessandri

Bom dia! Hoje vamos abordar um tema que gera muitas dúvidas nos donos de animais de estimação: castrar ou não castrar? Embora ainda haja receio por parte de alguns donos, a castração traz muitos benefícios para nossos animais e tem se tornado cada vez mais frequente. Nas fêmeas, a castração previne muitos problemas, tais como tumores de mama, gravidez indesejada, outros tumores e infecção uterina. Isso ocorre, pois com a retirada do ovário e útero, a fêmea para de desenvolver os hormônios que um dia poderiam gerar tais problemas. Nos machos, muitos recorrem à castração dado ao fato do animal urinar muito e fora do lugar. Esse comportamento diminui, pois com a retirada dos testículos e consequente fim da produção da testosterona, o animal para de marcar território. Além disso, evita tumores e hiperplasia de próstata e tende a diminuir a agressividade. Ao contrário dos mitos populares, a castração não aumenta o apetite, apenas deixa o animal um pouco mais tranquilo,

o que gera um gasto energético menor e, por isso, sua alimentação deve ser regulada. Para algumas raças com maior tendência a obesidade, é interessante que, após a cirurgia, passem a se alimentar com ração light, que evita que engordem. Outro fator que gera algum desconforto nos proprietários é o medo da anestesia. Contudo, hoje são usadas técnicas modernas de anestesia, em que o animal é monitorado durante toda a cirurgia, que diminui imensamente o risco de algum problema. É importante ressaltar que a castração não é uma cirurgia simples. Exige exames pré-operatórios, técnica cirúrgica adequada e métodos anestésicos seguros, como a anestesia inalatória. Esse procedimento deve sempre ser realizado por um médico veterinário e somente dentro de um Hospital ou Clínica Veterinária. Qualquer dúvida ou sugestão de matéria, contate-nos pelo facebook da Simplício Clínica Veterinária 24h. Bom final de semana a todos e até o próximo momento pet!

Foto: Divulgação

Saúde

Equipe da série ‘Big Bang’

vai bancar alunos em universidade por Folhapress

Os aspirantes a cientista terão a chance de estudar

matemática.

na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA),

Para o ano acadêmico 2015-16, 20 alunos serão selecionados

graças à série de televisão “The Big Bang Theory”.

para receber assistência. A cada ano, novos 5 estudantes

Chuck Lorre, criador do trabalho, atores e roteirista fizeram

serão escolhidos.

doações para criação da bolsa de estudos oferecida pela

As bolsas serão concedidas conforme a necessidade fi-

universidade. Alguns dos principais personagens da série

nanceira de quem tenha sido admitido na universidade.

são jovens cientistas.

“’The Big Bang Theory’ foi um presente para todos nós.

A “família Big Bang” arrecadou mais de US$ 4 milhões (R$

Um série baseada não apenas na comunidade científica,

12 milhões) para o fundo “The Big Bang Theory Scholarship

mas que também é apoiada pela mesma comunidade. Essa

Endowment”, dedicado a ajudar estudantes de graduação

é nossa oportunidade de retribuir”, disse Chuck Lorre ao

que queiram estudar ciência, tecnologia, engenharia e

site da universidade.

Foto: Divulgação


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Veículos

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Honda XRE por FOLHAPRESS

Lançada em 2010 como sucessora direta da XR 250 Tornado, a Honda XRE 300 nasceu com ciclística aprimorada e ares de moto maior. Suas características agradam aos que buscam uma motocicleta de uso misto. Em seus cinco anos de mercado, a XRE passou por algumas mudanças. Houve evoluções tanto na mecânicaa chegada do motor flex de 26,3 cv foi a principal- como no visual. As

carenagens frontais, por exemplo, Ficaram mais envolventes. A versão Rally utilizada na viagem entre São Paulo e Paranaguá (PR) foi lançada no começo deste ano. Seus adesivos são mais chamativos e remetem ao uso “off-road”. Vendida apenas com sistema de freios ABS combinado (que evita o travamento das rodas e distribui a frenagem entre as rodas), essa versão da XRE tem banco vermelho e custa R$ 16.576.

A suspensão calibrada para pisos esburacados corresponde bem em curvas, mas os pneus de uso misto, apesar de oferecerem boa aderência, são bastante ruidosos. Nos trechos de subida durante o percurso -passando, por exemplo, pela Serra da Graciosa, em Curitibao sistema de frenagem mostra seu valor. O ABS também ajuda a manter a moto sob controle em trechos com Paralelepípedos molhados e carros repletos de turistas. Foto: Divulgação

Foto: Divulgação


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