803 Edição 03.07.2015

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Bragança Paulista

Sexta 3 Julho 2015

Nº 803 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

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Para pensar

Jornal do Meio 803 Sexta 3 • Julho • 2015

Estranhas expectativas por Mons. Giovanni Baresse

Os leitores sabem que, em outubro deste ano, se realizará em Roma o Sínodo dos Bispos. Vai trabalhar sobre o importantíssimo tema da família. Após larga consulta, que aconteceu no ano passado e envolveu não só organismos da Igreja foi feito um dossiê. Desse dossiê se produziu nova consulta e dele resultou um “Instrumentum Laboris” (Roteiro de trabalho) para nortear as reflexões e encaminhar procedimentos. Na grande imprensa, de forma geral, dois aspectos chamam a atenção: a possibilidade da comunhão para os recasados, sem terem celebrado o sacramento do matrimônio, e o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo. No caso da possibilidade da comunhão para quem não é unido sacramentalmente vejo um caminho, digamos, menos complexo. A meu ver passaria pela maior agilidade de acesso aos tribunais eclesiásticos, para a análise das situações de cada casal e de um aprofundamento sobre os quesitos que devem nortear as chamadas “segundas uniões”. O próprio Papa Francisco, nestes dias, afirmou que, em determinadas, a separação seria uma obrigação moral. A situação do chamado “casamento gay” é diferente. Vejamos: trata-se da questão da aprovação da união

de homossexuais. Ao abordar a questão recordo que o termo “homossexual”, embora utilizado normalmente, restringe, ao menos no pensar comum, a relação entre pessoas do mesmo sexo, de forma preponderante, à questão sexual. Parece que ele induz a olhar somente a questão do relacionamento sexual quando, na verdade, a situação da homossexualidade é muito mais ampla. Hoje se prefere falar de homo afetividade o que é, seguramente, mais abrangente para entender a situação. Não pretendo aqui tratar do ser ou não homo afetivo (a). Limito-me aqui à questão da regularização das uniões homo afetivas. Penso que, do ponto de vista da lei civil, todas as pessoas têm o direito de manifestar-se pró ou contra. São os cidadãos que devem discutir e ver quais as propostas que servem para proteger direitos e deveres. Também os membros das Igrejas têm o direito de expressar sua opinião. Sem impingi-la aos outros. Mas defendendo-a com clareza, vigor e destemor. Se o conjunto da sociedade, através de seus representantes, tem decidido pela legalidade da união entre pessoas do mesmo sexo (como aconteceu recentemente nos Estados Unidos) isso não mudará a perspectiva da

fé. E é aqui que eu quero ancorar minha reflexão: parece claro que, na antropologia bíblica, o ser humano é visto como masculino e feminino. E a sua união é colocada na linha da complementaridade e na abertura para a multiplicação da vida. Isso não acontecerá na união homo afetiva. Portanto um “casamento” entre sexos iguais não cabe na Bíblia. Nem na visão do casamento como do sacramento do matrimônio. Não se trata aqui de uma disciplina eclesiástica que possa sofrer mudança. Trata-se de uma lei divina. É só recordar o que está no livro do Gênesis (1,26-28; 2,1824) e no Evangelho de Mateus (19, 2-11). A Igreja deve ser fiel à sua fé. Não há que se esperar, portanto, nenhuma mudança de posição sobre este assunto. Quando se trata das situações de conflito entre os comportamentos que a fé exige e a atitude das pessoas não se coloca em jogo a bondade das pessoas. Nem a sua capacidade de amar e fazer o bem. Devemos formar nossa consciência para que as pessoas não sejam discriminadas. A compreensão e acolhida ajudarão os que se sentem diversos a perceber um olhar muito mais marcado pela fraternidade do que pelo juízo e pela condenação. E este chamado à acolhida, à compreen-

são, por parte do Papa Francisco tem sido interpretado como uma abertura para possível aceitação das uniões homo afetivas. Essa é uma expectativa sem sentido. Por outro lado, a realidade das uniões não sacramentais e entre pessoas do mesmo sexo devem levar a retomada séria sobre a sexualidade de interação masculino-feminina que precisa ser mais bem compreendida e mais bem vivida. O mercado da sexualidade, que se estabeleceu no dia a dia, deveria chamar a mesma atenção crítica que a homo afetividade desperta. E sabemos que isso não ocorre. Parece “normal” tudo o que se faça de exploração do corpo humano. Sem querer ser repetitivo não custa lembrar que há uma enorme onda de colocar em vista homens e mulheres pelos seus atributos físicos (tamanhos dos seios, do bumbum, a barriguinha de tanque, e “cosi via”!). Tanto as questões “Ficar”, “transar”, “pegar” etc. são verbos que exigem plena liberdade e excluem qualquer abordagem crítica do “por que?”, “como?”, “qual o sentido?”, etc. A sexualidade humana é uma expressão fundante do viver equilibradamente. As quebras interiores fazem “genitalizar” os relacionamentos. Nós somos capazes de usar o outro para nosso desejo. E descartar quando

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

o prazer se esgota. Feito bagaço de laranja. Acabou o sumo. Lixo. Pessoa é para amar. Porque esse é o sentido da vida. E se alguém faz caminho diferente do que julgamos e cremos “normal”, mais precisa da solidariedade para que seu modo de viver não o faça ficar à margem da dignidade que Deus plantou no coração de todo ser humano.


Reflexão e Práxis

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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

Algumas considerações sobre os aparelhos

Medo mórbido da escuridão Marcaram o Brasil em junho de 2013

Baseado na tentativa e erro

© Revistas COQUETEL Pedir com instância O camisa 10 da Colômbia e artilheiro da Copa-2014 (?).Lo: epíteto de Jennifer Lopez

Sistema hindu renegado pelos sikhs

Sua ausência caracteriza a abiose

repressivos e ideológicos de Althusser Parte 1

Comportamento

Implante a jato

Cirurgião aumenta os seios na hora com injeção salina e permite test-drive antes de cirurgia; efeito Cinderela, porém, dura 24 horas e traz riscos

Crime militar Árvore, em inglês Facilita a motilidade intestinal

Deixou como herança

Diz-se do indivíduo sagaz Conífera Para, em típica da inglês Mata dos Pinhais (Brasil)

Usina hidrelétrica do rio São Francisco Jogo de cartas de mesas de cassinos

Título de Ali, genro de Maomé

Nocivo Cidade de "O Cortiço" (Lit.)

Dia que simboliza o tempo presente Dificuldade da pessoa ranzinza

Liga da katana, a espada de samurais Ave parda de canto nostálgico Centro do cosmo, para Galileu Medição feita por agrimensores

Alvo da desobediência civil (pl.)

Vitamina antigripal Comer, em inglês

Órgão da vaca comprimido na ordenha Pronome possessivo masculino

Gel (?): remove células mortas Prisão que foi tema de vários filmes (EUA)

BANCO

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Solução 5 2 * 8 $ $ 0 5 ( ( - 6 ) 2 5 ,1 + 2 2 ' 5 , 5 , 7 , 2 * 7 8 ( 1 7 ( 5 $ =

Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

Unidade de venda de tecidos (símbolo)

Parte ajustável no carro de F1

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de que o aparelho repressivo de Estado não se confunde com os aparelhos ideológicos de Estado, segundo Althusser? Parece que ao submeter os homens através dos aparelhos ideológicos de Estado a repressão continua, ainda que sob outra forma, pois uma mesma lógica, aqui a repressiva, pode assumir diferentes, e não diversas, formas para que sua essência, a repressão, se efetive. Esta idéia se reforça quando Althusser, ao distinguir entre o aparelho repressivo de Estado e os aparelhos ideológicos de Estado, diz que a violência repressiva do aparelho repressivo de Estado não é somente física. Para mim, a própria violência é institucionalizada; e o próprio Althusser diz que os aparelhos ideológicos de Estado assumem a forma de instituições, que mesmo distintas e especializadas têm como função primordial reproduzir, através da submissão e da repressão, as forças produtivas e as relações de produção existentes. A ideologia burguesa dominante é o parâmetro para o aparelho repressivo de Estado e os aparelhos ideológicos de Estado; ambos promovem a submissão e a repressão através da predominância da violência ou da ideologia; aqui a distinção é o que justamente liga um aparelho ao outro por conta da articulação entre eles; concordo com Althusser quando ele afirma que o Estado é a condição que permite que pensemos a separação, e não a distinção, entre o “público” e o “privado”; se o que importa é o funcionamento, a própria distinção, me parece, perde o sentido, pois senão a articulação deixaria de ocorrer por ater-se a própria distinção entre os aparelhos de Estado.

"Nota", em abreviaturas em livros

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A idéia inicial do texto de Althusser é a de que a sociedade reproduz suas forças produtivas e suas relações de produção, todas elas as já existentes, através da articulação da economia, a infra-estrutura, da política e da sociedade, sua superestrutura, dentro de um processo histórico e social. Este processo não é, e não deve ser, somente conceitual por ser uma luta por um topos de poder político e econômico, expresso socialmente. A articulação ocorre para a reprodução das condições materiais de existência, que se expressam de forma imediata nos salários, necessários para a qualificação dos indivíduos nos aparelhos ideológicos de Estado já que quanto mais qualificado mais submisso se encontra este mesmo indivíduo. A necessidade doentia da capacitação profissional e do acúmulo de informações é a expressão atual de tal processo. A submissão é material e ideológica. O caráter ideológico é importante, pois faz com que acreditemos que aquela é algo natural frente ao qual somos impotentes e extremamente dependentes. Oculta, ainda, o aspecto sócio-político do desenvolvimento econômico. O topos que define a posição da infra e da superestrutura no processo de articulação define, também, o local de nossa submissão, ora material, ora ideológica. Esse topos é reforçado e garantido pelo Estado, quando este cumpre sua função primordial, a função repressiva. Para manter seu poder de Estado, o Estado cria vários aparelhos de Estado segundo seus interesses. Portanto, enquanto existir o Estado, em sua construção burguesa, continuará existindo a submissão e a repressão, outro dado importante para o funcionamento do Estado burguês. No entanto, qual a validade, ou a certeza,

Dificulta a falsificação do dinheiro

3/eat — for. 4/tree. 6/juriti. 7/finório. 8/empírico. 14/james rodriguez.

por pedro marcelo galasso

por GIULIANA VALLONE/FOLHAPRESS

Incomodado com a falta de opções para que suas pacientes pudessem prever os resultados de implantes nos seios, o cirurgião plástico nova-iorquino Norman Rowe decidiu criar uma alternativa: um “test-drive”. O Instabreast, como batizou o procedimento, permite que as mulheres passeiem pelas ruas com seios temporariamente aumentados. Como no conto de fadas “Cinderela”, eles voltam à realidade após um determinado tempo --neste caso, 24 horas. “Geralmente, para mostrar à paciente qual seria o resultado, nós colocamos implantes no sutiã ou tiramos uma foto e usamos o computador para ver como ficará. Elas são boas, mas não dão à paciente uma ideia real de como será ter seios maiores”, afirma. A técnica criada por Rowe é razoavelmente simples: ele escolhe uma região perto de cada um dos mamilos, aplica anestesia local e injeta solução salina nos seios até que eles cheguem ao tamanho desejado. O líquido é naturalmente reabsorvido pelo corpo com o decorrer das horas. O procedimento dura 20 minutos e, segundo Rowe, “ninguém nunca desistiu por causa da dor”, que é mínima. “Não doeu nada e eu adorei ter ‘instaseios’. Queria que o efeito durasse mais de 24 horas”, diz Mery, 25, que passou pelo procedimento para testar o tamanho de seus implantes no consultório da cirurgiã Jennifer Capla, que também aplica a técnica. Mery diz que a redução no tamanho dos seios ao longo das horas é imperceptível, mas as idas ao banheiro aumentaram significativamente, por causa da reabsorção da solução salina pelo corpo. Embora tenha sido criado para auxiliar pacientes em busca de implantes, o Instabreast tem uma potencial óbvio de atração para mulheres que querem ter seios maiores por um dia --para ir a uma festa ou à praia, por exemplo. Em seu consultório no Upper East Side, área nobre de Manhattan, Rowe faz entre oito e dez aplicações do Instabreast por semana, praticamente todas na sexta-feira.

Ele desencoraja, no entanto a aplicação frequente da técnica. Tanto Rowe quanto Capla dizem que decidiram cobrar preços altos para evitar o uso repetido: US$ 2.500 (R$ 7.775). O valor é descontado do total da cirurgia para aumentar os seios, cerca de US$ 9.000 (R$ 27.990). “Não é algo que eu faça com frequência em uma pessoa que queira ficar bonita para um evento, é para determinar se ela é candidata para o implante”, diz Capla. “Há mulheres que vêm aqui para fazer isso porque têm um evento no tapete vermelho ou uma festa e não têm interesse em passar por uma cirurgia. E eu as desencorajo, embora não as mande embora”, afirma Rowe. Ainda assim, ele está desenvolvendo uma nova técnica, chamada de “Vacation Breasts” (Seios de Férias, na tradução literal). A ideia é aumentar a duração do Instabreast, de 24 horas para cerca de três semanas.

Controvérsia

Mas a aplicação não é unanimidade entre os médicos e uma versão que dure mais deve aumentar a controvérsia em torno da técnica. “Por que uma mulher gastaria milhares de dólares em um procedimento que estica o tecido mamário e tem potenciais complicações?”, diz o presidente da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica, Michael Edwards. Os riscos, afirma, envolvem infecções, distorção dos seios e até danos a tecidos mais profundos. Rowe rechaça as críticas. “Qualquer médico que diga que isso pode esticar a pele está sendo tolo. Você precisaria usar isso por muito mais tempo para algo assim acontecer.” Ele admite, no entanto, que pode haver hematomas após a procedimento. Além disso, afirma que o risco de infecção sempre existe ao perfurar a pele. “Há mulheres que vêm aqui para fazer o procedimento porque têm uma festa e não têm interesse em passar por uma cirurgia Norman rowe Cirurgião plástico americano

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Jornal do Meio 803 Sexta 3 • Julho • 2015

por Shel Almeida

Desde 2002 o Festival de Arte Serrinha carrega em si a intenção de celebrar a arte por meio de um laboratório aberto de experiências artísticas que têm a natureza como matéria principal. Idealizado pelos irmãos Fábio e Marcelo Delduque e pelo amigo de longa data, Carlão Oliveira, o Festival de Arte Serrinha chega em 2015 à 14ª edição seguindo o propósito de compartilhar, agregar e estreitar as relações humanas por meio da arte. O Jornal do Meio conversou com Fábio e Carlão, que contaram um pouco a respeito dos sentimentos e dos anseios que têm em relação ao Festival, que já trouxe à Bragança nomes como Alice Ruiz, Agnaldo Farias, Bené Fonteles, Carla Pernambuco, Dora Longo Bahia, Eduardo Srur, Guilherme Leme, Helena Ignez, Hugo Grança, José Celso Martinez Corrêa, Luiz Hermano, Marcos Suzano, Naná Vasconcellos, Ney Matogrosso, Ronaldo Fraga, Teatro da Vertigem, entre inúmeros outros, todos com grande destaque nas respectivas áreas de atuação. Não é simples unir tanta gente bacana e de relevância artística, mas o caráter experimental e inquietante do Festival de Arte Serrinha consegue, Este ano, participarão da programação Tatá Aeroplano, Otto, Badi Assad, Alzira Espíndola, Patrícia Palumbo, Dudu Bertholini, Gal Oppido, Diogo Granato e Jaques Morelenbaum, entre outros.

Simplicidade

O tema do Festival desde ano é “Ressonhar Mundos” e, de acordo com Fábio Delduque, “Reflete a ideia da arte contribuindo positivamente para essa importante reflexão sobre o futuro do planeta, em um futuro mais positivo para todos por meio da arte. Sempre buscamos uma maneira de contribuir com qualidade, com artistas representativos, A ideia do Festival sempre foi a de germinar a semente da educação através da cultura. Eu sempre confiei muito nesse projeto, nos primeiros anos foi muito difícil. Eu acho que o Festival, desde o começo até hoje, na verdade, acabou não crescendo de formato, mas de importância, de credibilidade, de visibilidade. Mas ele tem uma característica mais intimista e que é realmente o que faz hoje a grande diferença no mundo tão pasteurizado, de relações humanas tão superficiais. Ali a gente consegue receber as pessoas com proximidade, existe essa coisa muito humana que sempre esteve no Festival. Termina o mês e por ali passaram 2 mil pessoas. Não é um Festival para 100 mil pessoas”, analisa. “A gente trabalha exatamente em cima disso, tanto no Festival, quanto no Galpão Busca Vida: se a gente não crescer, conseguimos manter esse nosso foco, que é o receber as pessoas, o bem-querer, a simplicidade. É isso que a gente pratica, queremos sempre poder trazer as pessoas para perto da gente, poder servir, poder compartilhar essa simplicidade, essa troca de conversa das pessoas que trabalham com a gente, que são do bairro, com as pessoas que vêm das grandes cidades para cá. A gente acredita muito nisso, e eu acho que o grande sucesso do Festival é essa simplicidade. O que os artistas sentem quando passam por aqui é isso, tanto que eles querem voltar. Nesse sentido de poder estar experimentando arte e cultura sempre me animou muito, porque realmente é um experiência muito diferente, poder trazer as pessoas para fazerem um imersão, não só fora das grandes capitais, mas na zona rural. A gente ter essa possibilidade de trazer as pessoas para o lugar que a gente vive, que a gente mora e se dedica há muito anos.

Isso, desde o começo foi muito bacana, acreditar que a gente poderia trazer, através de amigos, esse Festival para a zona rural e gerar essa troca de experiências, tanto para os artistas, quanto para a gente daqui”. completa Carlão.

Foto: Guilherme Yuji

Programação

Este ano a programação do Festival traz novidades, estre elas, várias opções abertas ao público. Será o primeiro ano que o Casarão dos Irmãos, localizado na entrada do Bairro da Serrinha, onde vivem e trabalham os artistas plásticos Magela Albuquerque e Ronicássio Timóteo, será integrado ao Arte Serrinha, com oficinas gratuitas acontecendo ali. O local, de acordo com Fábio, fica em um ponto estratégico, o que torna possível criar uma proximidade ainda maior com o Bairro da Água Comprida que, desde as primeiras edições, recebe o Núcleo de Arte-Educação do Festival da Serrinha. Essas oficinas gratuitas, de diferentes modalidades artísticas, atendem a todas as idades. A programação gratuita conta também com Mesas e Debates, shows na Fazenda Serrinha e no Teatro Rural e performance do artista Diógenes Moura, além de exibição de filmes. Outra novidade é o projeto inédito de residência artística de 10 dias para músicos com Jaques Morelenbaum, Benjamim Taubkin e Marcos Suzano. O workshop contará, ainda, com a participação de músicos estrangeiros, como a cabo-verdiana Mayra Andrade, a coreana Kyungso Park, Sahib Pazajade, do Azerbaijão e Antonio Arnedo, da Colômbia. Marcelo Machado, (diretor do documentário “Tropicália”, que também será exibido durante o Festival), vai acompanhar tudo, a fim de produzir um filme sobre o assunto.

Apoio

“Ainda temos uma grande dificuldade apresentar o Festival para as Indústrias da região. Os apoios que conseguimos vieram depois que tivemos a oportunidade de explicar o projeto e dos benefícios de Leis de Incentivos. A gente está tentando uma aproximação com o pessoal da Fiesp/Ciesp para ver se a gente consegue, qualquer hora, falar diretamente com os industriais. Porque o projeto do Festival de Arte Serrinha trabalha com Leis de Incentivo e que dão ao patrocinador isenção total, de abate de impostos. No caso da Roaunet, o Imposto de Renda, no caso do ProAc é o ICMS. No mundo de hoje, em que os nossos impostos não são investido como deveriam, é importante poder pensar que ele tem a possibilidade de escolher para onde vai uma parte do imposto que ele paga. Ele pode ver o retorno disso em arte e cultura”, explica Fábio. “Principalmente quando se tem a possibilidade de se investir na própria região. É preciso esclarecer as pessoas que a única forma real de distribuir renda é você consumir no local mais próximo possível de você. Eu acredito que as Indústrias poderiam pensar nisso também. É válido investir em projetos de outras regiões, mas faz mais sentido investir na sua própria, no lugar onde você se estabeleceu. Nas outras regiões existem indústrias também que deveriam investir nos locais onde estão. Isso é um coisa geral, que precisa ser repensada. É importante que as indústrias façam investimentos locais, para fomentar a geração de renda e o acesso à cultura na região mais próximas a elas”, comenta Carlão. Para acompanhar a programação do 14º Festival de Arte Serrinha, acesse: www.arteserrinha.com.br ou www.facebook.com/festivaldearteserrinha

Este ano a jornalista Patrício Palumbo comandará a oficina Rádio Serrinha, com transmissão pelas rádios Eldorado e Unesp. Foto: Carol Quintanilha

Diferencial do Festival da Serrinha é criar a proximidade da arte com a natureza. Foto: Raisa Garcia

Oficinas de Artes Plásticas proporcionam experiências enriquecedoras para artistas e estudantes da área. Foto: Luiz Braga

O Festival da Serrinha aprofunda a pesquisa e a abordagem integrada dos múltiplos campos da cultura contemporânea.


Momento Pet

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Saúde bucal por Dr. André Alessandri

Bom dia meus queridos leitores! Hoje vamos falar da saúde bucal de nossos pets e alguns problemas que acometem a maioria deles, trazendo sérios danos a sua saúde, além de desconforto. A doença oral é uns dos problemas mais sérios em medicina veterinária e afeta cerca de 70% dos felinos e 80% dos caninos a partir dos 3 anos de vida. Contudo, isso não significa que os filhotes ou animais abaixo dessa idade não possam tê-la. Uma das doenças que mais somos procurados pelos proprietário em nossa clínica é a “doença periodontal “. Ela afeta as estruturas de sustentação dos dentes e os tecidos periodontais, além de causar danos secundários a alguns órgãos como coração, rim, fígado, pulmões e sistema nervoso. Decorre devido à presença de mais de 300 espécies de bactérias que se encontram na boca de seu animal que geram a morte da flora benéfica e consequente proliferação dessas bactérias patogênicas. Para se ter uma ideia, a formação da placa bacteriana

Foto: Divulgação

já começa a ocorrer após 6 horas da escovação. Os sinais mais aparentes são: - o animal começa a preferir comidas mais moles; - não mastiga mais os grãos de ração, engolindo-os por inteiro; - salivação excessiva; - alteração da coloração dos dentes, podendo ficar manchados ou até cobertos por inteiro; - mau hálito. O tratamento consiste numa remoção das placas, uso de antibióticos para eliminar a inflamação na gengiva e tecidos, e escovação frequente, além da utilização de produtos de uso periódico que evitam a nova formação, além da escovação. Atenção: essa remoção deve ser feita numa clinica ou hospital veterinário, com anestesia inalatória para maior segurança do procedimento e menos danos ao animal. Para a prevenção, indico o uso de rações que contenham substâncias que auxiliam na não formação da placa, além de biscoitos e escovações periódicas.

Comportamento

Seu ex já está namorando? por MIRIAN GOLDENBERG /Folhapress

Ora traumático ora libertador, descobrir que o ex namora sempre mexe com os sentimentos São muitas as formas, mais ou menos traumáticas, de descobrir que seu ex está namorando. Mas todas elas mexem muito com os sentimentos daquele que, de repente, faz a descoberta. Uma professora de 47 anos disse: “Encontrei um amigo e, sem que eu perguntasse nada, ele contou que meu ex está namorando. Fez questão de dizer que ela é muito feia, mais de 50 anos, cabelo alisado, nariz grande, bunda enorme e que usa uma calça muito justa. Eu, em estado de choque, ruminando: ‘nossa ele já está namorando, acabamos de nos separar’,

e meu amigo só ficava repetindo que ela tem cara de ser muito burra e chata”. Outras descobertas podem ser piores, como relatou um engenheiro de 52 anos: “Eu ainda estava pensando em voltar com minha ex-mulher quando a vi caminhando na praia com um rapaz, de mãos dadas, muito apaixonados. Foi como um soco no estômago, pois achei que ela ainda me amava. Enfim, nada como um choque de realidade para saber que tudo tinha acabado mesmo. E vida que segue. Eu também já encontrei alguém e espero reconstruir minha vida”. Para uma jornalista de 54 anos, muitos fazem questão de exibir o novo amor só para provocar ainda mais dor no parceiro.

“Eu estava aprisionada no passado, obcecada pelo meu ex-marido. Já tinha me separado há alguns meses, mas acreditava que iríamos voltar. Afinal, fomos casados mais de 20 anos e não tivemos uma grande briga, nem nada muito sério. Eu achava que ainda nos amávamos e que ele iria fazer de tudo para me reconquistar, como sempre fez. Que nada! Ele logo arranjou uma namorada que faz questão de exibir só para me magoar”. Apesar do sofrimento, ela disse que foi libertador saber que tudo realmente tinha acabado. “Na verdade, foi muito bom ter a prova de que ele realmente não me ama e que, talvez, nunca tenha me amado. Eu vivia

uma ilusão, achava que tinha encontrado o amor da minha vida, meu parceiro definitivo. Confesso que doeu descobrir que sou uma ridícula, uma patética, que acreditava que nosso amor seria para sempre. Mas, por mais que seja difícil, prefiro me libertar de uma fantasia infantil para viver a realidade, com ou sem um novo amor”. Doeu muito quando você descobriu que seu ex estava namorando? Mirian goldenberg é antropóloga, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora de “A Bela Velhice” (Editora Record) www.miriangoldenberg.com.br


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Veículos

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Alfa Romeo Giulia Novo Giulia chega em 2016 para marcar renascimento da Alfa Romeo

por JOSIAS SILVEIRA/FOLHAPRESS

Não foi apenas o pré-lançamento da nova Giulia. A festa em

abriga Fiat e Chrysler.

Areze, próxima de Milão, em 24 de junho deste ano, significou

A ideia é saltar de 74 mil unidades vendidas em 2013 para 400 mil/

o renascimento da marca Alfa Romeo, na data em que a marca

ano em 2018, lançando mais sete modelos a partir do próximo ano,

completava 105 anos.

incluindo a Giulia, com seu motor de 510 cv.

Um renascimento que vai custar caro. Serão 5 bilhões de euros de

Atualmente, só três modelos são fabricados: o MiTo e a Giulietta, com

investimento até 2018, para ressuscitar uma marca que estava esque-

plataforma Fiat, e o 4C, esportivo de dois lugares baixíssima escala.

cida, segundo Sergio Marchionne, CEO da FCA, grupo que também

O tom emocional do lançamento, linguagem que apenas uma marFoto: Divulgação

Giulia terá como rivais os sedãs médios de Audi, BMW e Mercedes-Benz.


Veículos

Jornal do Meio 803 Sexta 3 • Julho • 2015

7 Arte: Folhapress

ca centenária pode se dar ao luxo de usar, aparecia até em um dos

carroceria abusa do alumínio, bem como a suspensão. Tudo em uma

slogans do novo sedã: “veloce”. Para completar o quadro, a Giulia

embalagem típica da Alfa Romeo, feita para seduzir.

entrou no palco sob a voz, in loco, do célebre tenor Andrea Bocelli.

A tendência é que modelos mais básicos que a Giulia Quadrifoglio

A nova Giulia só apareceu em versão top, com o tradicional e enor-

sejam lançados futuramente.

me Quadrifoglio (trevo de quatro folhas que designa os carros mais

O caminho da Alfa promete ser longo e esburacado. E começa pela

luxuosos e apimentados da marca). Um modelo esportivo do nível

reconquista dos consumidores, o que leva a um ponto-chave: a su-

do AMG, da Mercedes, do M da BMW, e do Audi RS. Esses serão os

posta falta de robustez dos Alfas, determinantes para a decadência

competidores da Giulia.

da marca em vários países, do Brasil aos Estados Unidos. A Alfa terá

Tecnologia e tradição

de reconstruir sua imagem. Apesar de haver revendedores em muitos países da América do Sul,

O novo Giulia vai se situar entre os Audi A3 e A4, ou os BMW Série

nada se falou sobre o retorno da marca ao Brasil. Mas, segundo a

3 e 4, e quer dar show de tecnologia. O motor 3.0 V6 turbo, todo de

Folha apurou, a rede Jeep, que hoje foca no SUV Renegade, será res-

alumínio, cumpre de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos. Os cilindros são

ponsável pela reconstrução da marca e pelas vendas por aqui, com a

desativados em velocidade de cruzeiro e os freios são de cerâmica. A

Giulia, a partir de 2016.


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