Braganรงa Paulista
Sexta 2 Junho 2017
Nยบ 903 - ano XV jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
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Para pensar
Jornal do Meio 903 Sexta 2 • Junho • 2017
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919
Glorificação de Cristo
E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br
e começo da missão por Mons. Giovanni Baresse
No domingo que passou e neste que se aproxima a liturgia católica celebrou e celebra as festas que dão título à presente reflexão. Quando lemos os Evangelhos, os Atos dos Apóstolos percebemos que, com nuances diferentes, eles relatam a volta de Jesus ao Pai e o seu mandato aos discípulos para que fossem pelo mundo todo anunciando o seu Evangelho. Lucas é o que escreve, mais detalhadamente no Evangelho e em Atos dos Apóstolos, a volta do Senhor ao Pai. Mateus e Marcos se fixam mais no mandato evangelizador. Sabemos que os evangelistas e suas comunidades nos quiseram legar um testemunho de fé. Os evangelhos não são – é sempre bom recordar isso - crônica ou história de Jesus. São escritos testemunhais para que os contemporâneos e os que viessem no futuro acreditassem que “Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais a vida em seu nome” (João 20,31). Os autores sagrados descrevem – se assim podemos dizer – a cena da ascensão com o vocabulário e as categorias
próprias da linguagem e da mentalidade do seu tempo. A intencionalidade é afirmar a glorificação de Jesus. A plena realização que ele dá à vontade salvadora do Pai. Sentar-se à direita do Pai é uma fórmula para afirmar a plena divindade daquele que sendo Deus se fez carne! Jesus de Nazaré, torturado e morto na cruz, vive e é Senhor! O aparente fracasso de sua missão é superado com a sua entrada no céu, morada de Deus. Para compreender bem isto é só lembrar a passagem dos discípulos de Emaús: Cléofas e seu companheiro voltavam para casa comple tamente derrotados. Aquele Jesus que fizera milagres e ensinara tantas coisas – e que tinha enchido seus corações de esperança – tinha sido morto cruelmente. E já fazia mais de três dias quer estava morto. Mulheres não tinham encontrado o seu corpo. Falavam de anjos que diziam que ele estava vivo. Mas ninguém o tinha visto! No caminho para sua aldeia, Jesus junta-se aos dois. Eles não o reconhecem. Na conversa que se estabelece
Jesus vai apontando o que dele se dizia na Escritura. Quando é convidado a permanecer na casa e, à mesa parte o pão, os dois acordam. E voltam correndo para Jerusalém para anunciar o Senhor vivo (Lucas 24,13-35). A ideia mestra da narrativa da Ascensão é dizer que a missão de Jesus se encerra e a continuidade da mesma encontra-se, agora, com os discípulos. Jesus não estará mais visivelmente presente. Permanecerá com os discípulos “até a consumação dos séculos” (Mateus 28,20). Para que os discípulos possam realizar a missão o Senhor lhes promete enviar “o Espírito da Verdade”, o “Defensor” que permanecerá para sempre com eles (João 14,16ss.). Quando de uma aparição, Jesus (João 20,21ss.) sopra sobre os discípulos, lhes deseja a paz e os envia como o Pai o enviou. Esta cena remete ao Gênesis na descrição da criação do homem: Deus sopra sobre a argila para que aquele ser tenha a sua vida, o seu hálito, o seu espírito (2,7). O sopro de Jesus simboliza o sopro de uma nova criação. São novos
seres humanos que recebem o sopro divino para continuar com ele, nele e por ele a missão do anúncio da Boa Nova. A festa de Pentecostes abre de forma grandiosa o início da missão daqueles que se reuniram ao redor de Jesus e nele colocaram sua esperança (1 Pedro 3,15). Aqui nasce a igreja. Animada pelo Espírito de Jesus, pela sua mesma vida, vai caminhando pela história como servidora na construção do Reino de Deus. O fogo do Espírito transforma amedrontados e covardes em pregadores destemidos. Lá onde a linguagem humana é frágil a linguagem do fogo do Espírito é entendida por todos independentemente de nação, raça, etc. E o anúncio do Cristo morto e ressuscitado começa a transformar vidas. O fogo do Evangelho vai se espalhando. E chega até nós. Somos herdeiros da fé vivida ao longo dos mais de 2000 anos de caminhada cristã. Hoje a tarefa do anúncio é nossa. Alicerçados na certeza do Cristo Senhor glorificado, presente em nosso meio, vivificados pela força do seu Espírito, devemos ser sinal
Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
do amor de Deus para com todas as pessoas. Testemunhas que anunciam com palavras e exemplos. Testemunhas vivas a falar a linguagem entendida por qualquer pessoa. Testemunhas a viver a radicalidade das palavras pronunciadas. Missão é a palavra chave dos nossos dias. Ir ao encontro daqueles que já levam a marca cristã do batismo, mas estão longe das suas comunidades. Ir ao encontro dos outros cristãos para que o rebanho do Senhor chegue à unidade. Ir ao encontro daqueles que pouco sabem de Deus. Ir ao encontro dos que não conseguem crer em Deus porque, muitas vezes, nossa pregação não ilumina nossas ações. Caminho longo a ser percorrido. Árduo. Carregado, todav ia, da Espe rança que leva avante a certeza de que o Senhor está conosco!
Massagem contra dor muscular Por MIRIAN GOLDENBERG/FOLHAPRESS
Massagear os ‘nós’ não desfaz a tensão, como minha avó acreditava, mas eleva o fluxo sanguíneo no local Minha avó era mestra em achar e desfazer os “nós” nos músculos de pescoços e ombros das pessoas tensas da família. Nossos urros de dor indicavam que ela havia achado o ponto crítico e, esposa de médico que ela era, autointitulada enfermeira de plantão, não sossegava enquanto não desfizesse os nós –para o alívio que se seguia aos nossos protestos. Décadas mais tarde, sofrendo de dores no pescoço, nos braços e pernas por causa de ansiedade crônica, encontrei a explicação para a dor e sua origem no estresse e para a causa do alívio com a
massagem em estudos de dois grupos de pesquisadores americanos e um japonês. A dor da tensão muscular é concentrada nas zonas de contato com o nervo que provoca a contração daquele grupo muscular –por exemplo o trapézio, entre o pescoço, os ombros e as costas, músculo cuja contração mantém a cabeça erguida. Em situações de estresse, manter a cabeça erguida é fundamental (pense em quadrúpedes alertas que detectam predadores à espreita: viramos bípedes, mas as conexões com o sistema nervoso são as mesmas). A resposta ao estresse envolve sensibilização pelo cérebro dos neurônios na medula espinal que contraem os músculos, em particular o trapézio, mais ativação do
sistema nervoso simpático, que facilita a contração diretamente do músculo. Sobretudo quando o estresse é crônico e intenso, as duas mudanças conspiram para deixar a zona muscular da placa motora sob contração intensa, que deixa rija a musculatura naquele local. Pronto: está formado o “nó”. A dor é consequência de tanta contração, que começa a asfixiar o músculo. Na falta de oxigênio, o músculo começa a produzir substâncias inflamatórias, que em princípio podem aliviar o problema ao aumentar o fluxo sanguíneo –mas, no processo, causam dor diretamente no local. Como massagear os tais nós funciona? Não por desfazer mecanicamente a tensão, como minha avó acreditava, mas por
elevar o fluxo sanguíneo e assim reverter a asfixia que causava diretamente a dor. Além disso, a massagem reduz a atividade simpática que exacerba tanto a contração muscular quanto a dor. Para completar, a massagem também acalma o cérebro: com ela, diminui a ativação do córtex pré-frontal, fonte da percepção do estado de tensão. Se o cérebro se acalma, a tensão diminui. Por isso, técnicas de relaxamento ajudam – para quem consegue relaxar nesse estado... Suzana Herculano-Houzel é neurocientista, professora da Universidade Vanderbilt, autora do livro “The Human Advantage” (Amazon.com) suzanahh@gmail.com
Reflexão e Práxis
Jornal do Meio 903 Sexta 2 • Junho • 2017
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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
Letra que, dobrada, forma dígrafo
Interjeição que manifesta surpresa
Deserto africano que já foi uma floresta Compositor do hino do Flamengo
Agem de maneira filantrópica Compõem a dieta rica em fibras
(?) duro: trabalhar muito (gíria)
Outra designação de Vênus (Astr.) Praticar o esporte de César Cielo
Ato de má-fé Papai, em inglês A vogal marcada no jogo da velha
Autoridade como Elizabeth II Metal usado em talheres (símbolo)
Cão sem (?): o indivíduo desnorteado Roberto Tibiriçá, maestro brasileiro Representante da turma de formandos
Ingrediente do macarrão à carbonara (?) horários: causam o "jet lag" entre viajantes
O esporte como o polo ou o hipismo
Desastrada
O mais raro dos Rede, em inglês tipos sanguíneos
Pergunta retórica no final da fala
Formato da curva de retorno
Diz-se do adulto que age como criança
Solo, em inglês
BANCO
Setor hospitalar do paciente em coma Muhammad (?), lendário pugilista
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Solução
S S A N A R O A R A DA R
L A M A R T I N E B A B O
desconhecida ou subestimada. Para alguns, a preocupação com os descendentes de povos tidos como perigosos e com os refugiados cegou as autoridades europeias para uma ameaça que agora é interna e não mais externa. O desdobramento infeliz de tal atentado é o aumento da xenofobia, dos grupos antirrefugiados e de um sentimento de ódio aos turistas, algo que vem ganhando adeptos nos últimos anos. Em momentos de terror e de medo difuso, o diferente e sempre o responsável. Por aqui, no Brasil, as notícias são péssimas e nos trazem pouquíssima esperança. O governo Temer, alguns políticos importantes, legendas partidárias e ministérios atolados em denúncias que parecem não ter fim e nem tamanho. A ação violenta do governo frente as manifestações, que podem ou não serem violentas, com aparatos repressivos do Estado usando força letal, as depredações dos patrimônios públicos, por parte do governo e dos manifestantes, a falta de uma pauta clara de reivindicações e a insistência de alguns grupos políticos em salvar a própria pele definem o caos político e institucional no qual estamos nos afogando. A chance de um acordão entre PT, PSDB e PMDB sinaliza algo que deve ser esperado – a classe corrupta brasileira prepara um barco no qual caibam todos os ratos importantes e pensa um golpe institucional e legal para que todos se safem, tal qual o dono da JBS. Neste caos, a volta das ações violentas no campo brasileiro, que mais mata no mundo, passa desapercebida e reforçam as discussões inúteis e sem nenhum fundamento sobre a vida dos trabalhadores rurais, a exploração a que muitos estão submetidos, pois se reduz a discussão aos polos MST/PT e os grandes agroexportadores brasileiros. É importante pensar o seguinte – há alguma relação entre o aumento da violência no campo e o pedido da bancada ruralista para o perdão de dívidas bilionárias em troca de apoio ao governo Temer?
(?) acidental: risco da automedicação
C O T R A A D O U R
É fato que vivemos um período nebuloso no cenário político global e que a cada dia se torna mais tenso com líderes mundiais em conflitos ou dissensos sobre questões fundamentais a todos nós, como, por exemplo, as discussões sobre o uso dos recursos do meio ambiente ou sobre uma solução plausível para os conflitos armados, como na Síria. Estes momentos de tensão são fortes também no Brasil, nos centros urbanos e, mais uma vez, no campo. A visita de Trump ao Vaticano com o claro descontentamento do papa Francisco I que em nenhum momento se esforçou para demonstrar simpatia pela visita, se transformou em mais um fiasco do atual presidente estadunidense que foi deixado isolado nas reuniões sobre o meio ambiente global por conta da posição suicida e irresponsável que seu governo tem sobre a preservação do meio ambiente global e do uso racional e responsável, algo improvável, dos recursos energéticos, além das discussões sobre a redução na emissão de poluentes. E isso foi somente uma parte de seus problemas. Sua visita à Arábia Saudita, cujo governo violento é aceito por conveniência pelos EUA, e sua passagem por Israel ficaram apagadas pela forma com a qual a sua primeira-dama foi destratada diante de todos. Enfim, a primeira viagem do Trump como presidente dos EUA foi desastrosa e terminou com um aperto de mão inusitado por parte de Macron, presidente da França, que declarou não ser possível fazer concessões ao presidente dos EUA. Além disso, assistimos a triste notícia de um atentado terrorista na cidade Manchester, Inglaterra, que matou dezenas de pessoas, dentre elas crianças que assistiriam ao show de uma cantora estadunidense. Apesar das medidas severas de segurança o atentado ocorreu em uma parte na qual a segurança é difícil de ser realizada. A infeliz novidade deste atentado, algo já alertado e, tristemente, esperado é que o terrorista era um inglês, ou seja, a despeito do temor frente aos refugiados, em Manchester, o terrorista era um europeu. Sabe-se que os grupos terroristas seduzem jovens europeus via internet, mas a dimensão da atração era
Referências utilizadas na cartografia
S C B U L O N C I O E R O S D V S P E E R O N D S A O N O D S B A E QU E S R A B A N L N E I M A T
por pedro marcelo galasso
Diz-se do crime premeditado
Capital do país dos aiatolás
E T N E N T E I E R G R Ã R L O G D A O U F S O O S U E S T S O I S
pelo mundo
© Revistas COQUETEL
Busca do cantor no início da carreira
3/dad — net. 4/soil. 5/bacon. 6/vésper. 8/equestre — nebulosa — overdose.
Assombro
Sobra de refeição ou festa, consumida no dia seguinte (pop.) Pouco definida
Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
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Jornal do Meio 903 Sexta 2 • Junho • 2017
por Shel Almeida
Cinco professores, de diferentes
é que faz com que a conexão não seja
disciplinas escolares, decidiram
imediata. Em aulas multidisciplinares
se reunir para oferecer uma aula
desse tipo, um assunto que parecia es-
aberta a fim de discutir uma das obras
gotado sob determinado ponto de vista
literárias mais conhecidas e lidas no
se transforma em algo totalmente novo e
mundo: “Os Miseráveis”, de Victor Hugo.
inesperado, se abordado por outro olhar.
A proposta é utilizar o clássico da lite-
“A nossa ideia é que não seja apenas uma
ratura universal para debater questões
aula, simplesmente, mas uma palestra
contemporâneas.
e um debate, onde as pessoas tenham a
“A partir da obra iremos fazer uma leitura
oportunidade de conversar sobre o assunto
do século XIX e contextualizar com a
e apresentar pontos de vista diferentes.
ideia de justiça. Desta vez, ao invés de um
Queremos dar a chance, para quem ouvir
tema, como fizemos em aulas passadas,
a palestra, de levantar alguma questão,
iremos trabalhar com uma obra. Serão
conversar sobre o que foi apresentado.
dois professores de literatura, um de
A ideia não é ser uma conversa entre os
geografia, um de filosofia e eu, que irei
palestrantes, mas entre quem estiver
falar de aspectos históricos e sociológi-
presente para, assim, levantar diferentes
co”, explica Pedro Galasso. Além dele,
pontos de vista e olhares sobre a mesma
irão participar da ação os professores
obra. O jovem tem essa necessidade de
Fernando Vasconcelos, Marco Antônio
se expressar, mas não tem espaço. Já
Miziara, Thomas Polla e Rodrigo Mendes
fizemos essa experiência anteriormente
Rodrigues.
e deu certo”, fala Rodrigo.
A aula acontece no dia 10 de junho, as
“O máximo que o jovem faz hoje em
8h30, na sala 11 da Fesb. A participação
termos de debate é postar alguma coisa
é gratuita e não haverá reserva de vagas.
em alguma rede social e, normalmente
Por isso, é importante que os interessa-
é um discurso vazio. A nossa proposta é
dos cheguem no horário, recomendam
que, a partir das falas dos professores e
os professores. Haverá também venda
da contextualização da obra é possível
de livros no local.
ter uma reflexão muito mais complexa e
A intenção é, também, fazer outras aulas,
profunda. Outra coisa que percebemos
sempre trabalhando com uma obra como
também, é que muitos alunos conhecem
ponto de partida, não necessariamente
o assunto mas não têm o mecanismo da
um livro. De acordo com os idealizadores
argumentação, que é o que mais pesa
do projeto, a ideia é fazer uso da arte co-
hoje”, analisa Thomas.
mo ponto de referência para se discutir
“Dessa forma conseguimos, ainda, ensinar
a sociedade. Essa primeira experiência
os jovens a discutirem, a manterem um
será a partir de um livro, mas eles têm a
diálogo, a entenderem que existem opini-
intenção de utilizar quadros e composi-
ões que são divergentes da dele. É ensinar
ções musicais clássicas também.
tolerância. Uma das coisas que perdemos,
“Queremos usar quadros com algum fundo
como disse o Thomas, é a dinâmica da
histórico, como. “O Grito”, de Munch, para
argumentação, Hoje as pessoas não se
falar da opressão da modernidade e “A
preocupam em construir argumentos,
Liberdade Guiando o Povo”, de Delacroix,
mas em ficar repetindo opinião. A nossa
que fala de revoluções francesas de 1830.
proposta é quebrar essa lógica da opinião
A ideia é fazer as pessoas refletirem a
por si só. Ali, ela vai poder ver que a lei-
respeito das obras”, explica Pedro.
tura que ela tem da obra é diferente da
Os professores Pedro, Rodrigo e Thomas apresentarão a obra clássica de Victor Hugo sobre diversos aspectos: literatura, história, geografia e filosofia
de outras pessoas, que a interpretação Contexto histórico
de uma mesma coisa gera opiniões bem
Não é a primeira vez que esses professo-
diferente das que ela conhece”, diz Pedro.
res se reúnem para oferecer aulas dessa
“Tentamos achar um conceito comum para
forma. A diferença, como disse Pedro,
discutir a obra nas diferentes disciplinas
é que nas edições anteriores, as aulas
que iremos apresentar e entendemos
aconteceram a partir de uma tema e
que “justiça” seria o mais interessante
não da obra clássica de um autor. “As
a abordar. Com essa reflexão que quere-
pessoas costumam enxergar a obra de
mos propor, esperamos que as pessoas
arte de forma fragmentada mas, como
consigam refletir a respeito do conceito
será possível perceber, há sempre uma
de justiça atual.
ligação entre as áreas, é possível discutir a mesma obra em diversos aspectos”,
O livro
fala Thomas.
A história de “Os Miseráveis” se passa na
A experiência, de quem teve a oportuni-
França do século XIX entre duas grandes
dade de participar de uma aula com essa
batalhas: a Batalha de Waterloo (1815) e
proposta, é muito enriquecedora. Diferente
os motins de junho de 1832. O romance
do que acontece normalmente nas salas
mostra o panorama socioeconômico da
de aula, onde cada matéria aborda um
população mais pobre.
tema dentro da programação disciplinar.
“A relação que podemos fazer não é apenas
Para o aluno, muitas vezes, a impressão
sobre a miséria econômica, mas a misé-
é que os assuntos não se conectam, o
ria moral pela qual passamos, a miséria
que não é verdade. A maneira como os
enquanto ser humano, o que é muito
assuntos são apresentados nas escolas
mais grave”, analisam os professores.
Aula aberta proposta pelo professores une diversas disciplina em torno de uma assunto comum
Jornal do Meio 903 Sexta 2 • Junho • 2017
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Moedas virtuais Empresas levantam milhões usando apenas moedas virtuais
Por ANNA RANGEL/FOLHAPRESS
Há uma revolução financeira em curso. Exemplos? Você pode ser um dos investidores mais bem informados do país, mas é provável que nunca tenha ouvido falar da Gnosis. Pois bem, ela fez uma espécie de IPO (oferta pública de ações) em 25 de abril. Vendeu 5% do capital e levantou US$ 12,5 milhões em 15 minutos. Isso jogou seu valor para US$ 300 milhões. Hoje, ele está em US$ 1 bilhão. Quem comprou triplicou o capital em quatro semanas. Mas como ninguém ficou sabendo desse investimento miraculoso? Simples: ela não fez um IPO tradicional, mas um ICO, isto é, um “Initial Coin Offering”, uma oferta pública de um tipo de moeda virtual chamada “token”, criada pela própria empresa. Esse “token” representa digitalmente uma unidade de operação do seu negócio e tem valor de mercado. Pode ser comprado e vendido. A oferta pública da Gnosis também não aconteceu em Bolsa. Ela foi feita puramente na internet. Os investidores usaram só criptomoedas, como o bitcoin, para comprar os “tokens” ofertados. Com isso, tudo aconteceu numa incrível velocidade. A história da Gnosis não é uma exceção. Há uma exuberância irracional no mercado de cibermoedas. Nas últimas semanas, várias empresas totalmente desconhecidas, com a iExec (plataforma de computação em nuvem) ou a Humaniq (plataforma de inclusão financeira para quem não tem conta bancária), levantaram entre US$ 2 milhões e US$ 10 milhões em minutos por meio de ICOs. Nas próximas semanas, há pelo menos dez novos ICOs agendados, incluindo o da Tezos. Ela promete ser o maior ICO de todos os tempos. Tem gente apostando que a empresa levantará até US$ 200 milhões em questão de minutos. Esse novo modelo de capitalização rompe a dominação das empresas de “venture
capital” (capital de risco). Além disso, dá um passa-moleque em todas as autoridades de regulação de valores mobiliários, como a CVM no Brasil ou a SEC nos Estados Unidos. Muito provavelmente haverá um estouro dessa bolha antes mesmo que muita gente fique sabendo que ela sequer existiu. Apesar disso, esse é um modelo que veio para ficar. Ele é uma evidência do aceleracionismo
que estamos vivendo. Os ICOs decorrem da fluidez e da ausência de possibilidade de controle sobre as moedas virtuais (hoje totalmente conversíveis em dinheiro). Com isso, novas empresas como essas podem levantar milhões em segundos. É uma espécie de crowdfunding (financiamento coletivo) em que se vende um componente do próprio capital, só que tudo virtualmente,
sem papel ou contrato tradicional. E, claro, todas essas empresas podem também desaparecer do dia para noite. A exuberância desse mercado está se refletindo no preço do bitcoin. Há duas semanas, um bitcoin valia US$ 1.400. Na semana passada, chegou a valer US$ 2.400. Esse é nosso admirável mundo novo, onde tudo que é sólido se desmancha na rede. Foto: Divulgação
Reassumir os cachos Cansou de alisar os fios? Veja quais são os passos para deixar a química de lado e viver feliz com os seus cachos naturais Por KARINA MATIAS/FOLHAPRESS
Ana Catarina Cizilio tinha 16
necessário esperar o cabelo crescer.
vale muito a pena.” afirma ela, que é
anos e já fazia escova progres-
“O fio que já passou pela química e
embaixadora da marca Salon Line,
siva havia cinco anos quando
teve sua estrutura modificada não
especial para cachos.
começou aperceber que os fios es-
volta mais à forma original”, explica
Para passar por essa fase, uma das
tavam caindo muito. Assustada, ela
Zica Assis, sócia fundadora do salão
dicas é usar lenços. Outro truque
decidiu interromper o alisamento.
Beleza Natural, especializado em
é aplicar nas pontas do cabelo,
“Na época, eu não tinha a intenção
cabelos crespos.
ainda lisas da química, creme de
de deixar o cabelo cacheado. Só que-
Nessa fase, acrescenta ela, é normal
pentear e amassar com a mão. Se-
ria que ele parasse de cair”, revela.
o cabelo apresentar duas texturas,
cador, chapinha e babyliss devem
Aos poucos, porém, ela foi apren-
uma cacheada e outra lisa. O desafio
ser evitados ao máximo, porque
dendo a conhecer melhor seu cabelo
é driblar essa mescla.
danificam os fios. Outro ponto im-
e a gostar dele naturalmente. Hoje,
Muitas mulheres optam por fazer
portante é reaprender a cuidar do
aos 21 anos, exibe feliz os cachos.
o “big chop”,um corte radical, que
cabelo. Os fios crespos precisam
Ana Catarina faz parte de um grupo
retira todo o cabelo alisado. Outras,
ser hidratados constantemente. “O
cada vez maior :o de mulheres que
no entanto, vão cortando aos poucos.
formato em espiral dificulta que a
estão abandonando de vez a quími-
A cantora Ludmilla está passando
oleosidade natural da raiz chegue
ca e recuperando a forma natural
por esse momento e afirma que,
até as pontas”, explica Zica. Na hora
dos fios.
embora não seja fácil, o resultado
de cortar, também é bom procurar
Chamado de transição capilar, o
recompensa.” O processo é muito
profissionais especialistas. Cortes
processo não acontece da noite pa-
difícil, requer paciência e dedicação.
em camadas são os mais indicados
ra o dia. Exige paciência, porque é
É um trabalho de formiguinha, mas
para os fios cacheados.
Foto: Divulgação
Ana Catarina Cizilio, 21 anos, assumiu os cachos e criou com amigas o blog “Cacheia!”, sobre o tema.
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Jornal do Meio 903 Sexta 2 • Junho • 2017
Testamento vital
Cinco anos após entrar em vigor, testamento vital não é utilizado, documento, regulamentado pelo CFM em 2012, lista as vontades do paciente no fim da vida. Advogados e médicos dizem que, sem uma lei, falta segurança jurídica para não submeter pacientes a tratamentos Por CLÁUDIA COLLUCCI / PHILLIPPE WATANABE/FOLHAPRESS
Cinco anos após ser regulamentado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), o testamento vital, documento por meio do qual a pessoa se manifesta sobre quais tratamentos não quer se submeter no final de vida, não é aplicado na rotina dos hospitais. As instituições e os médicos alegam que, por falta de legislação específica, há uma insegurança jurídica. Eles temem ser processados por familiares do paciente que, muitas vezes, insistem para que se faça de tudo para salvar a vida do doente, mesmo quando não há mais possibilidade de sobrevida e o paciente não queira mais. Na semana passada, a Fehosp (federação dos hospitais, clínicas e outros estabelecimentos de saúde) entregou ofício ao ministro da Saúde, Ricardo Barros, pedindo a elaboração de projeto de lei regulamentando as diretrizes antecipadas de vontade do paciente. O ofício da Fehosp também foi enviado aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, e aos membros da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. “A falta de uma lei tem causado uma série de problemas no dia a dia. Muitos médicos não sabem como proceder diante de um pedido do doente para que não seja submetido a procedimentos dolorosos e invasivos em sua hora final”, diz Yussif Ali Mere Junior, presidente da Fehosp. Segundo ele, embora o avanço da medicina e a incorporação de novas tecnologias devam servir para propiciar cura e qualidade de vida, muitas vezes estão apenas prolongando a dor e o sofrimento do paciente terminal. Para Douglas Crispim, secretario da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, não haveria necessidade de lei federal se os hospitais tivessem equipes de cuidados paliativos treinadas não apenas para cuidar dos doentes sem chances de cura, manejando a dor e outros sintomas, como para acolher e orientar seus familiares. “Em hospitais onde existem equipes preparadas, o testamento vital é respeitado. Muitas vezes, o desejo do paciente não é atendido por desinformação da equipe.” Ele diz que um cenário ainda pior do que as intervenções desnecessárias é o médico respeitar o desejo do paciente de não ser entubado, por exemplo, mas deixá-lo com falta de ar por não ter a capacidade técnica de manejar os sintomas fora da UTI. diálogo A geriatra Ana Claudia Arantes, especialista em cuidado paliativos, ajuda pacientes a elaborar testamentos vitais há dez anos, cinco anos antes de o tema ser regulamentado pelo CFM. “Já fui alertada por colegas de que advogados dos hospitais dizem que essa é uma prática que pode trazer riscos. Risco é não conversar sobre isso. Eu nunca tive problemas. A conversa com o paciente tem que incluir o familiar”, diz ela. Quando existe um conflito na família, o diálogo com quem é contra também é necessário. “Ninguém é contrário ao alívio do sofrimento. O familiar tem a fantasia de que é possível fazer tudo. Mas precisamos saber o que é ‘tudo’ para ela.” Segundo Ana, os médicos, em geral, não têm formação para conversar sobre morte com o seu paciente. “É um procedimento de alta complexidade. Nosso trabalho de ‘paliativista’ envolve saber o que é valor para o paciente, o que ele quer fazer com o tempo que tem.” Para ela, o medo de ser processado é também uma forma de o médico evitar o desconforto de falar sobre morte. “Desconheço casos de médicos processados por respeitar a vontade do doente no final de vida. Porém, muitos médicos deveriam ter medo de ser processados por tortura, por causar sofrimento ao paciente.” FAMILIARES RELATAM QUE DESEJOS DE PACIENTES NÃO FORAM ATENDIDOS NO FIM DA VIDA O advogado Eduardo Alferes, que morreu aos 40 anos no início deste ano, dizia que o seu maior medo não era a morte, mas ficar sofrendo, cheio de tubos, em uma UTI. Para evitar isso, ele decidiu fazer seu testamento vital, mas, mesmo assim, encontrou resistência de profissionais de saúde. A primeira pessoa a ignorar o testamento de Alferes foi a enfermeira que trabalhava em seu homecare. Segundo Tom Almeida, 46, primo do advogado, ela havia se afeiçoado ao paciente e dizia que “iria ressuscitá-lo, que faria o máximo”. Outra enfermeira que cuidava de Eduardo Alferes afirmou, durante um processo de internação, que, no Brasil, esse documento não tinha valor. A gestora de risco Fabíola Murta, 42, passou por situação semelhante. Ela teve que enfrentar dois médicos para fazer valer a vontade de seu marido, Carlos Murta, expressa na diretiva antecipada de vontade –outro nome para o testamento.
A oncologista dele queria interná-lo. “Ela falou que ele não tinha mais consciência, que nem ia lembrar que tinha feito o documento”, diz Fabíola. O neurologista queria usar uma sonda. “Ele disse: ‘Não quero saber de advogado e desse documento. Eu sou o médico dele’”, relembra. Segundo Fabíola, o neurologista dizia que já tinha se formado há muitos anos e que não conhecia a aplicação da diretiva. Ele continuou, até a morte de Murta, a tentar executar procedimentos que o paciente tinha especificado que não queria. A mulher de Murta diz que entende o lado dos médicos de querer fazer tudo pelo paciente, mas que a intenção do testamento “é permitir que a pessoa tenha uma morte digna”. desconhecimento Os casos mostram que, além da alegada insegurança jurídica, ainda há desconhecimento do documento. “Neste ano eu comecei a receber casos de profissionais de saúde com dificuldades para aplicar o testamento, que diziam desconhecer o documento e a validade dele”, afirma Luciana Dadalto, advogada administradora do site Testamento Vital e que há dez anos estuda o tema. Segundo dados do Colégio Notarial do Brasil, até abril deste ano, foram registrados 185 testamentos vitais. No ano passado, foram feitos 673 e, desde 2006 (data do primeiro registro em cartório do documento), já foram feitos 3.127. “Mas é preciso lembrar que não existe obrigatoriedade de registro em cartório no Brasil”, afirma Luciana. A advogada defende a criação de uma lei sobre o assunto, mas diz acreditar que isso não será suficiente. “Precisa melhorar o acesso à informação para todos. É um processo de conhecimento geral, que não pode ser direcionado só ao médico”, diz ela. Foto: Reinaldo Canato /Folhapress
Tom Almeida, 46, diz que o testamento vital do primo Eduardo Alferes não foi respeitado
Jornal do Meio 903 Sexta 2 • Junho • 2017
Pressão alta
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Pressão alta é causa da maior parte das doenças do coração, população não está acostumada a levar o controle à risca, mas o descaso pode trazer problemas maiores por EMERSON VICENTE/FOLHAPRESS Arte: Folhapress
Uma doença sem cura
de Moraes, cardiologista do
e silenciosa, a pressão
núcleo de hipertensão arterial
alta, ou hipertensão,
do Hospital Sírio-Libanês.
afeta 33% da população bra-
“O sedentarismo, a obesidade,
sileira, mas o número pode ser
o estresse, o consumo de ali-
ainda maior, já que esses dados
mentos industrializados, tudo
são referentes às pessoas que
contribuiu direta ou indireta-
foram diagnosticadas.
mente para esse aumento”,
“Estudos comprovam que 60%
afirma.
das doenças cardiovasculares
A pressão alta tem maior inci-
são relacionadas à hipertensão.
dência em idosos e negros.” Os
Grande parte da população
negros acabaram desenvolvendo
não controla. Mediu uma vez,
alguns mecanismos que retêm
viu que está alta, arruma uma
água e sal. Com isso, têm uma
desculpa e não mantém o
incidência maior de pressão
controle”, diz Marcelo Aragão
alta, e com mais gravidade,
Moraes, clínico- geral, médico
afetando órgãos alvos, como
do esporte e fisiologista da
cérebro, olhos, rins, coração
clínica que leva o seu nome.
e vasos”, diz Juliana.
Hipertensão é a pressão exer-
A hipertensão não tem cura,
cida pelo sangue nos vasos
mas o paciente pode ter uma
sa ng u ín e o s. Se a p ós tr ê s
vida normal se fizer o controle
medições seguidas, feitas por
com dieta e medicação, sempre
profissionais, o aparelho de
sob orientação médica.
medição marcar 14/9, a pessoa
Atividade física ajuda no controle
tem pressão alta.
Os exercícios aeróbicos, de longa
O hipertenso tem mais risco de
duração, contínuos e de baixa
sofrer infarto, já que as artérias
intensidade, são essenciais para
passam a falhar. Também po-
manter a pressão controlada e
de levar o paciente a ter AVC
melhorar a qualidade de vida.
(acidente vascular cerebral),
“O hipertenso pode se beneficiar
insuficiência renal e glaucoma
com corrida, bicicleta, natação.
(aumento da pressão interna
São exercícios que mexem com
do olho que pode causar até
um grande grupo muscular e
a perda da visão).
geram um bem-estar. Para os
“A hipertensão é uma das doenças
idosos, a caminhada também
crônicas que mais aumentam
funciona bem”, diz clínico-geral
no mundo”, afirma Juliana Gil
Marcelo Aragão Moraes.
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Jornal do Meio 903 Sexta 2 • Junho • 2017