Edição 871

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NOVO DEPUTADO

FILHO DE ALBUQUERQUE VAI ASSUMIR VAGA DE MAURÍCIO QUINTELLA NA CÂMARA P/ 12

ANIVERSÁRIO

BAR DA PATA FAZ 45 ANOS E FESTA SERÁ FEITA PELOS CLIENTES P/ 16

extra MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVII - Nº 871 - 13 A 19 DE MAIO DE 2016

www.novoextra.com.br

R 3,00

SENADO ENTERRA A ROUBALHEIRA DO PT Renan aborta golpe contra impeachment e Collor vê sistema político em ruínas P/ 9 e 10

TRAPALHADA Alagoas devolve móveis escolares a empresa punida pelo FNDE P/ 8

MORDAÇA Governador Renan Filho recorrerá ao STF para derrubar “Escola Livre” P/ 14

DÍVIDA PÚBLICA Rombo de R$ 10 bi pode forçar Alagoas a atrasar folha salarial P/ 6


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MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 19 DE MAIO DE 2016

Alagoas não é Maranhão 1

– Acossado pelo envolvimento de seu nome com a rapinagem na Petrobras, o senador Renan Calheiros, mais uma vez, teve testada a sua capacidade de sobrevivência política.

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– Ao abortar a tentativa de golpe contra o impeachment de Dilma Rousseff, o presidente do Senado agiu movido pelas vozes das ruas, mesmo contrariando os interesses do Planalto.

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– Seus adversários podem até dizer que a decisão de Renan foi um ato de oportunismo político. Ainda assim há de se destacar que em momentos de graves crises, gestos inesperados podem mudar o curso da história - para o bem ou para o mal.

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– Como integrante do Governo Collor, Renan inscreveu o seu nome na malfadada República de Alagoas, mácula que agora pode ser excluída de sua biografia.

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– Ao mandar o golpe petista para o lixo da história, Renan Calheiros também redime o seu estado e mostra ao país que Alagoas não é o Maranhão.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Fim de festa

Sem dinheiro

“Está chegando a hora de o Brasil ficar livre dessa corja de comunistas, ludibriadores, cínicos que enterraram o país”. (Pastor Silas Malafaia)

A data base dos servidores do Poder Judiciário de Alagas está próxima de ser decidida. A crise econômica vem interfe-rindo diretamente nas negociações.

Custo da corrupção A corrupção custa R$ 7 trilhões por ano à economia mundial, segundo estudo do FMI divulgado esta semana. Para o Fundo, há um consenso crescente de que a corrupção pode causar graves danos ao crescimento econômico e à distribuição de renda.

Elegância em Brasília Quando era assessor do então deputado João Lyra, em Brasília, o conhecido Paulo dos Santos, vulgo Paulão, era tido como um dos mais elegantes da capital federal. Homem que cuidava pessoalmente das coisas de JL, Paulão nunca se fez de rogado: mandava confeccionar três ternos para o deputado e três para ele. Até quando o famoso alfaiate, sem receber pela duplicidade dos pedidos, descobriu a jogada do Paulão e o denunciou a JL.

Sempre Elle

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O senador Fernando Collor surpreendeu a todos com um discurso “nem que sim, nem que não”. A dúvida só foi dissipada no Painel Eletrônico, que registrou seu voto pelo impeachment.

2–

Até então, seu nome aparecia na lista dos senadores indecisos. Até porque ele trocou de partido alegando que o PTB havia fechado questão pelo impeachment.

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– Fernando Collor foi o único dos oradores que impôs silêncio na

sessão do impeachment. Sua condição de primeiro presidente afastado na história do Brasil fez calar o plenário do Senado para ouvir o que o ex-presidente tinha a dizer.

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Collor usou quase todo seu discurso para fazer uma retrospectiva de seu próprio impeachment, que até hoje considera injusto e ilegal. Não destilou ódio, mas não escondeu mágoas. “A crise de 92 não passou de ampla e complexa rearticulação das elites política e econômica”, destacou.

5–-

O senador alagoano comparou os dois processos de afastamento e criticou Dilma ao lembrar os avisos que deu à presidente afastada sobre sua resistência em lidar com o Congresso e com os problemas da economia. “A autossuficiência se sobrepujava à razão”, disse.

Homem forte de JL Depois de enxotado por João Lyra, Paulão voltou forte. Conseguiu derrubar a japonesa Sílvia Sacuno e hoje qualquer negócio do empresário falido tem que passar por ele, principalmente quando o negócio é cana-de-açúcar ou fazendas no interior.

Salas no Norcon Enquanto a família tenta correr atrás do prejuízo, a ex-mulher de João Lyra, mesmo depois de separada, foi agraciada com 14 salas no Edifício Norcon, além de carros de luxo, como uma Ranger Rover e outras benesses. A família, literalmente, ficou chupando dedo.

Apagando pistas Japonesa esperta, que fez um patrimônio de fazer inveja a pobres mortais, Silvia Sacuno saiu do ar, mas com um objetivo, tentar apagar as relações que tinha com uma doleira que repatriava os dólares de João Lyra depositados na Suiça. Só a Polícia Federal poderá descobrir a evasão de divisas mesmo quando o empresário já havia colocado suas empresas em recuperação judicial.

Eleições Assessores mais próximos a Rui Palmeira dizem que ele não está preocupado em rivalizar na eleição para prefeito de Maceió contra Cícero Almeida. Será que o prefeito tem tido acesso às pesquisas de bastidores?

Diplomatas Renan Calheiros e Michel Temer vão manter uma boa relação nos próximos 180 dias. A tentativa é dar uma guinada na economia nacional e montar um bloco coeso que possa governar o País de forma definitiva em 2018. Esses primeiros seis meses serão decisivos e não há espaço para erros estratégicos e aventuras populistas.

FPI

A Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco reintroduziu ontem, em Água Branca, a seu habitat natural, 800 pássaros que haviam passado por triagem e tratamento após terem sido resgastados de gaiolas. Coordenada pelo MPE e integrada por vários órgãos, a terceira edição da FPI termina na próxima sexta, 20.

Novas regras

A flexibilização das regras para licenciamentos ambientais que está em discussão no Congresso Nacional é o tema da audiência pública que Ministério Público Federal e o Estadual promovem dia 30, às 14 horas, no auditório do MPF.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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JORGE OLIVEIRA

Michel, leia o Mestre Graça Cascais, Portugal - Graciliano Ramos dizia, com muita propriedade, que a “a arte de escrever é cortar”. Se Temer transportar a sabedoria do escritor para a sua futura administração, certamente começaria o governo sem traumas. Não dá mais para manter uma máquina de governo inchada, sacrificando o contribuinte que paga cada vez mais impostos para sustentar milhares de pessoas em cargos comissionados, além de mais de trinta ministérios aparelhados por partidos políticos de eficiência duvidosa. O escritor alagoano levou ao pé da letra o que alardeava ser um bom texto, enxuto e objetivo como servidor público. Quando esteve à frente da Prefeitura de Palmeira dos Índios deixou para a posteridade o relatório da sua administração que o levou a ser descoberto como um dos maiores escritores brasileiros do Século XX: cortou despesas, acabou com a corrupção, o fisiologismo e enxugou a máquina para governar com eficiência. Se Temer quiser conhecer de austeridade administrativa não custa nada, nas horas de folga, folhear algumas páginas do livro “Viventes das Alagoas”, onde vai encontrar o relatório que Graciliano enviou para o governo da época falando das suas obras, dos custos e do uso do dinheiro público. Evidentemente que esse conselho não se aplicaria jamais à presidente que sai, confessadamente ignorante e distante das boas leituras. Dilma vai passar para a história – se passar, é claro – como um objeto decorativo de uma presidência da República. Só não será totalmente esquecida porque os livros vão falar dela como uma presidente banida do cargo pelo povo brasileiro. É, mas vamos ao futuro, porque do presente já não se fala mais. A indecisão de Michel Temer em reduzir o número de ministérios é um vacilo que o povo brasileiro vai cobrar caro. Se ele for realmente atender a todos os políticos fisiológicos e a todos os partidos de aluguel, não precisa ser nenhum expert em política para profetizar que o governo já começa errado. Ao Brasil, com a sua economia em frangalhos, já não se permite deixar que o povo fique em segundo plano numa mudança de governo. O novo presidente tem a obrigação de pensar mais nos trabalhadores que tiveram seus salários corroídos pela inflação, pensar nos 12 milhões de desempregados que o PT largou na rua da amargura, pensar no combate à corrupção apoiando a Polícia Federal e o Ministério Público, pensar na educação e na saúde, setores destroçados pela política de aparelhamento petista e pensar mais nessa nova geração que do Brasil só conhece a palavra corrupção. Enfim, Temer precisa, com urgência, se despoluir do fisiologismo partidário para governar olhando para o futuro. É inadmissível que a máquina pública atravanque o desenvolvimento do país. O Estado não pode ser ele apenas a locomotiva econômica, o único gerador de emprego. O Brasil precisa, isso sim, desburocratizar a administração, incentivar as médias, pequenas e microempresas geradoras de emprego. Abrir as portas para o mercado externo e interno; incentivar os empresários a produzir; reduzir os juros cavalares que sacrificam o trabalhador; taxar os lucros dos bancos que, com a nova tecnologia, deixaram de ser empregadores em alta escala; limpar, limpar mesmo a administração pública acabando com a maioria dos cargos comissionados, extinguindo boa parte dos ministérios; e fiscalizar com seriedade as obras que, infelizmente, ainda estão nas mãos dos empreiteiros envolvidos na Operação Lava Jato.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Movimentos

Michel Temer precisa tomar medidas moralizadoras e saneadoras para devolver a confiança e autoestima à população brasileira. Se não fizer isso logo nos primeiros dias de governo, dará pretexto para os petistas corruptos se mobilizarem e pedirem a sua cabeça, orientando as centrais sindicais à greve e à mobilização popular, porque, de todos os partidos, o PT ainda é o único que tem uma base organizada pelas centrais sindicais, famigeradas organizações de pelegos que vivem às custas do estado.

Lisura Por isso, doutor Michel, sem querer ser chato, gostaria de sugerir novamente à Vossa Excelência que lesse, sem muito compromisso, o relatório de Graciliano Ramos. Quem sabe se o comportamento dos nossos governantes não teria sido traçado há mais de meio século por um matuto genuíno e genial com as letras lá das bandas de Quebrangulo. Doutor Michel, a solução para os nossos problemas não está no estrangeiro, mas aqui pertinho de nós. É só conhecer mais um pouco a inteligência de alguns dos nossos homens públicos.

Pão oco

Amebas

Waldir Maranhão, o presidente interino da Câmara, que revogou o impeachment da Dilma, é um pão sem miolo, ou seja, um cérebro oco. É o que se pode deduzir da sua decisão que em menos de 24 horas virou pó e tudo voltou ao que era antes graças à decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, de não dar importância a um gesto débil de um parlamentar inexpressivo e meio idiotizado. O deputado maranhense foi mordido pela mosca azul desde que o Dino, governador do Maranhão, do PC do B, aliado da Dilma, prometeu que ele teria legenda para se candidatar a senador na sua chapa em 2018. A partir daí, Maranhão jogou no lixo o pouco de convicção que ainda existia na sua cabeça de papel, trocando o voto sim pelo impeachment pelo não.

Maranhão faz parte de um coletivo no governo com cérebro de ameba, liderado pela Dilma e pelo ministro da AGU, José Eduardo Cardozo. A doença, que virou uma epidemia, ataca assessores próximos à presidente e alguns de seus adeptos que vão às ruas provar que a sua líder ainda é um ser pensante. Escola O deputado foi forjado na escola política do seu estado, na academia sarneyziana. Aquela em que o político ilude a população para se eternizar no poder. Portanto, nada mais natural para um deputado dessa fornalha pensar e agir como um energúmeno. Pouco importa para ele que o seu estado ainda seja um dos mais carentes na área do saneamento básico e o líder em desnutrição infantil entre as crianças de 0 a 5 anos, segundo o Unicef. Maranhão, o deputado, certamente é fruto dessa anomalia. Como se trata de um sobrevivente, aprendeu desde cedo que teria que ir à luta para ganhar espaço e sobrevida. Mas, como demonstra, errou na escolha da profissão que poderia levá-lo ao sucesso. Nos cinco minutos de fama, mostrou-se o mais despreparado e o mais imbecil de todos os deputados que já passaram pelo parlamento brasileiro.

O poço Maranhão não está muito longe das atitudes de outro presidente da Câmara, o Severino Cavalcanti. A diferença é que o deputado pernambucano foi eleito diretamente pelos votos de seus pares. Ao assumir, Severino foi direto ao assunto ao ser perguntado como iria alojar seus eleitores no governo. Sem titubear, tascou: “Vou precisar daquela diretoria da Petrobras, aquela que fura poço”. Esqueceu-se, portanto, que o poço já estava ocupado pelos gangsteres petistas que o secaram quando deram um golpe na empresa de bilhões de dólares. Resultado: Severino foi expulso da Câmara, acusado de receber 10 mil reais de propina de um concessionário de restaurante da Casa. Muito pouco para quem pretendia, com seus aliados, administrar poços de petróleo. Iludido pelo Dino, o governador com um dos piores índices de aprovação, Maranhão também foi danoso ao interferir no processo da Comissão de Ética que há seis meses tenta cassar o deputado Eduardo Cunha, seu aliado nas práticas fisiológicas e na Lava Jato. Instruído por Cunha, várias vezes inverteu o processo da comissão para livrar a cara do companheiro nas votações legais. Revestido no cargo de presidente interino da Câmara, como um porra louca, virou massa de manobra da Dilma que pretendia com a sua decisão entrar com um pedido de anulação do impeachment no STF, como se os ministros fossem uns idiotas alienados a seu serviço.

Piada É difícil participar de reuniões por aqui e ter que explicar aos portugueses o Brasil dos maranhões, dos cunhas, das dilmas, dos lulas, dos dirceus, dos vacaris, dos edinhos, dos bolsonaros, dos cardosos e tantos páreas que giram em torno do poder. O melhor, aqui, é não alongar a conversa para não ser alvo de piadas e gozações. Quando os patrícios souberam que o presidente interino da Câmara havia revogado o impeachment queria entender como, na verdade, funcionavam as instituições no Brasil. E se era possível um deputado, sozinho, tornar sem efeito a decisão da maioria esmagadora do parlamento. A resposta, é claro, estava na ponta da língua: - Ô Manoel, no Brasil tudo é possível.

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GABRIEL MOUSINHO

O diálogo acabou

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paciência e o diálogo implantado e insistentemente pelo governo do Estado com os grevistas da Polícia Civil definitivamente acabou. A Procuradoria Geral do Estado ao pedir a prisão do líder sindical Josimar Melo e uma multa diária de 500 reais ao dia por cada policial demonstra que agora todo esse processo virou uma queda de braço, com prejuízos, convenhamos, para toda a população. Como se vê, o Governo de Alagoas deixou de lado o as conversas e tratativas e resolveu jogar pesado contra a categoria dos policiais. Pela decisão, considerada extremada pelos policiais civis, a medida só fez mesmo insuflar e provocar a categoria. Resta saber como a Polícia Civil vai se comportar a partir de agora. Se radicalizando a greve que tem trazido sérios prejuízos à população no quesito segurança e atendimento nas delegacias, ou vai capitular ante a decisão do chefe do Executivo Estadual. Como as reivindicações salariais crescem neste mês do ano, já é bom deixar claro para as outras categorias que a paciência e o diálogo pregados pelo governador acabaram de vez e, como diz o velho ditado, ´´escreveu não leu o pau comeu´´.

gabrielmousinho@bol.com.br

Firmeza O senador Renan Calheiros deu uma demonstração de firmeza, equilíbrio, bom senso e maturidade política, ao abortar uma possível procrastinação feita pelo PSDB para empurrar com a barriga a cassação do senador Delcídio do Amaral. Calheiros mostrou pulso forte e conhecimento pleno do Regimento do Senado.

Números assustadores O governo do Estado comemora a redução de assassinatos em Alagoas, mas o número de assaltos impressiona. Somente nos primeiros quatro meses do ano, os passageiros de coletivos foram assaltados pelo menos 400 vezes. Pelo visto, ou o governo tem tido problemas com as estatísticas, ou o Sindicato dos Rodoviários está exagerando.

Números assustadores 2 Esta situação é tão grave que o presidente Écio Ângelo declarou, em entrevista, que 5% entre motoristas e cobradores tentam se recuperar de traumas psicológicos em decorrência dos constantes assaltos. O governador pode até comemorar a redução do índice de assassinatos comparado a anos anteriores, mas de outros delitos também muito graves, não.

Contrassenso O que mais preocupa é que, quando policiais do Bptran foram assaltados e tiveram armas e o veículo roubados, em poucas horas os marginais estavam atrás das grades. Com a jovem que recebeu um tiro no rosto no assalto a um ônibus no bairro do Canaã, a polícia ainda patina para encontrar os criminosos.

Ciumeira A admiração que o presidente Michel Temer nutre pelo deputado federal Maurício Quintella, hoje ministro dos Transportes, tem deixado setores do PMDB aqui em Alagoas com ciúmes. Pelo menos é o que se comenta em Brasília nos gabinetes no Senado e na Câmara.

Alto lá A nomeação de Maurício Quintella para o Ministério dos Transportes não quer dizer que ele vai se atirar nos braços do governo de Alagoas. Experiente, Quintella não faz, pelo menos até agora, nenhum projeto para 2018. Vai esperar baixar a poeira e avançar nas alianças que tem feito com inteligência.

Alerta geral A Construtora Andrade Gutierrez, que é a segunda maior do país, resolveu pagar 1 bilhão de reais de multa à União e revelar detalhes sobre pagamentos de propinas ao PT e ao PMDB nas campanhas de 2010, 2012 e 2014. O fato novo é que essas ´´doações legais´´ teriam sido feitas tanto para as campanhas da presidente Dilma Rousseff, como para o PT e PMDB pelo Brasil afora. Como as ´´doações´´ pareciam ser legais e generosas, resta saber se o Estado de Alagoas está na rota das bandalheiras da Lava Jato.

Chegando Com o acordo da Andrade Gutierrez, que pediu desculpas ao Brasil pelos erros cometidos, a impressão que se tem é que, aos poucos, os nomes dos reais beneficiários vão aparecendo, num prenúncio de que, mais cedo ou mais tarde, pelo andar da carruagem, ainda vai muita gente pra cadeia nesta Operação Lava Jato.

Sumida A Assembleia Legislativa Estadual ainda não deu o ar de sua graça sobre a contratação de uma auditoria para esmiuçar a folha de pagamento daquela instituição. O contrato foi de 1 milhão e 500 mil reais, mas os trabalhos parecem que são intermináveis. Nem a Assembleia diz nada, tampouco a contratada.

Em cima do muro Para algumas coisas o govenador Renan Filho não quer mesmo conversa. Entre ficar com Dilma Rousseff e Michel Temer, ele preferiu não emitir opiniões.

Até quando? A situação da saúde em Alagoas está cada vez pior. E o governo parece não se preocupar muito com a situação. No Hospital Geral do Estado o caos se instalou, vidas são postas em riscos e falta material para os abnegados servidores trabalharem. Tá ruim.

A população agradece A Prefeitura de Maceió projeta inaugurar a UPA do Benedito Bentes no segundo semestre deste ano. Sua abertura iria beneficiar milhares de pessoas que habitam os principais conjuntos populares da região e consequentemente desafogar o já tão sofrido HGE. A população agradece.

Vergonha

O senador Benedito de Lira bateu forte na Infraero, que cuida dos aeroportos no Brasil e também em Alagoas. Há anos que as pontes de embarques estão quebradas e a empresa faz muito pouco para solucionar o problema. O Aeroporto Zumbi dos Palmares também não tem um posto médico para atender possíveis emergências. Um cidadão caiu da escada e ficou por pelo menos meia hora esperando atendimento do Samu. Uma vergonha.

Novo governo Com Michel Temer na presidência a expectativa é de que setores fundamentais do governo voltem à normalidade. A mobilidade urbana, por exemplo, é uma das áreas mais prejudicadas no momento. A CBTU, que transporta milhões de passageiros por dia, sofre a falta de recursos para o custeio, obrigando as unidades a reduzirem sua grade horária. A hora é de acreditar.


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Passado sujo do endividamento de Alagoas volta à tona com crise

DÍVIDA PÚBLICA EM 1999, DÉBITO ERA DE R$ 2,3 BILHÕES; EM 15 ANOS, FORAM PAGOS R$ 7 BILHÕES; HOJE ELA ESTÁ EM R$ 10,5 BILHÕES ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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lagoas e mais 10 estados têm menos de dois meses para encontrar uma solução - junto ao Supremo Tribunal Federal - para a dívida pública dos Estados. Foi a secura financeira que trouxe, de volta, a lama da corrupção depositada no fundo de um passado sujo, da quase esquecida dívida pública - e ameaça afundar as finanças dos Estados pelo país. E os principais prejudicados são servidores públicos - eles vêem seus salários atrasados ou pagos de forma parcelada. O prazo inferior a 60 dias foi dado pelo STF, encarregado de julgar as ações de estados e municípios, que tentam diminuir suas dívidas. Em Alagoas, o passado desta dívida é nebuloso. Números da Secretaria da Fazenda revelam que, em 1999, ela era de R$ 2,3 bilhões. Entre 1999 e 2014 foram pagos R$ 7 bilhões. E a dívida hoje é R$ 10,5 bilhões. A dívida incorporou o falido Produban. Envolveu a negociação de títulos públicos podres - as Letras Financeiras do Tesouro Estadual. Em seguida, elas viraram as Letras Financeiras do Tesouro Federal e trouxeram um deságio desigual para os credores na hora das negociações com estes títulos; e enrolou em ações de improbidade dois ex-governadores (Divaldo Suruagy e Ronaldo Lessa).

O esqueleto se arrasta até hoje como um cadáver insepulto, assombrando a era Renan Filho - que tem, todos os meses, de pagar mais de R$ 50 milhões/mês aos cofres da União, resultado deste passado. “Alagoas herdou a dívida do Produban [antigo banco do Estado], teve aquele problema das emissões de títulos que foram declarados ilegais. Então, Alagoas, num momento histórico do Estado, absorveu parte desses problemas, que os outros estados do Nordeste não tinham. Nós temos dívida de estados grandes. E somos uma economia muito pequena. Proporcionalmente, a dívida de Alagoas é a segunda maior do País”, disse o secretário da Fazenda, George Santoro. “Sem uma auditoria desta dívida, qualquer operação é arriscada. Como vamos resolver a redução da taxa de juros ou alongarmos um pagamento se mal conhecemos esta dívida?”, pergunta o economista José Menezes. No dia 9 de junho, ele reúne especialistas no Sindicato dos Bancários (Centro de Maceió) para um seminário sobre o passado do Produban e o futuro da dívida pública alagoana. ACORDO A reivindicação dos Estados, hoje, é que um cálculo em cima dos chamados “juros simples” seria um alívio aos cofres. Mas, diz a União, esta ope-

Secretário George Santoro: “Proporcionalmente, a dívida de Alagoas é a segunda maior do País”

ração representa um rombo de R$ 300 bilhões nas finanças federais. Por isso, a União quer levar adiante o que já existe: os juros compostos. Ou: juros sobre juros. E propôs uma renegociação, em torno do projeto de lei 257/2015, em troca do alongamento da dívida por 20 anos. Mas os Estados teriam de se submeter a um rígido controle de contas com ênfase no corte de gastos de pessoal e previdência. “O PL é um instrumento que leva a uma nova etapa da agiotagem”, explica Menezes. Ele analisa o cenário: o que o governo federal faz é anatocismo - juros sobre juros (os juros compostos). Discussões jurídicas pelo país mostram que esta prática é abusiva. E os números mostram.

Em 1997, eram devidos (lei 9496/97) R$ 466.498.078 pelos estados à União. Com o saldo devedor nos termos da LC 148/2014, com Selic composta, R$ 427.401.369, pelos dados do Ministério da Fazenda. Mas, os estados defendem os juros simples. E alguns - ao invés de pagarem- teriam a receber R$ 16.934.571. Apenas seis estados teriam a pagar R$ 41.945.556. Alagoas está nestas contas: a dívida ficaria em R$ 400 milhões. DEMISSÕES Os Estados argumentam que não têm mais como fechar suas contas e continuar pagando as dívidas nos níveis atuais. A União defende que um rombo de R$ 300 bilhões provocaria desorganização na

economia. Os governadores querem que os juros sejam calculados em cima do valor principal da dívida- são os juros simples. A União defende que seja sobre o valor total mais os juros. São os chamados juros compostos. O plano do governo federal em relação à dívida dos Estados impõe um controle rígido nas contas: mais demissões e veto aos aumentos salariais. Porém, um dos pontos centrais nesta discussão são os juros, que são de mercado. A União alega que o rompimento traz impacto nas contas porque significa um perdão de 78% das dívidas. Dos R$ 3,9 trilhões (dívida pública total), R$ 1,1 trilhão vem do refinanciamento dos Estados, assinado em 1997início do plano Real, quando os estados estavam quebrados. A União propõe alongar a dívida por 20 anos e carência de 40% em 24 meses. O governo capta dinheiro à taxa de juros de 14,25% e vai receber menos. Como vai equilibrar a balança? Os Estados questionam o juro composto, que causa estrago nas suas finanças como no Rio de Janeiro, em que os aposentados recebem os salários atrasados e os servidores assistem ao parcelamento dos vencimentos. “Esse problema não começou agora, está explodindo agora”, diz Maria Lúcia Fatorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida.


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PRODUBAN E USINEIROS Todos os estados brasileiros assinaram, em 1997 (menos Tocantins e Amapá) um refinanciamento de suas dívidas. Alagoas fez o mesmo. O Governo Divaldo Suruagy acumulava nove meses de salários atrasados. Solução foi assinar o acordo, abrir mão da Companhia Energética de Alagoas (Ceal) e fechar as portas do então banco estadual - o Produban - que o Governo Renan Filho (PMDB) tenta vender. O banco foi falido pelos usineiros. E nenhum deles Hoje deputado federal, o ex-governador Ronaldo Lessa também está afundado no passado sujo da dívida alagoana vai pagar a dívida. Cerca de 55% do total das dívidas nos estados eram “Se a União quisesse brança dos juros compostos, incidência da taxa de juros. fendemos que o empréstimo passivos dos bancos esta- ajudar os estados, teria ar- o economista José Dutra Porque neste período deve ser pago com correção duais que foram privatiza- rematado estes títulos e re- Sobrinho diz que a questão existiram as medidas do go- mas não com juros”, explica. dos. Mesmo estados em que financiado o valor recebido é matemática: “É importan- verno federal: plano Real, Enquanto isso, o Governo os bancos não foram privati- pelos estados. Mas não: refi- te que se entenda que as Lei Kandir, restrições ao Renan Filho tenta resolver zados - como é o caso de Ala- nanciou o total das dívidas a questões relacionadas com crédito, altas taxas de juros. o passado. O Produban (ou goas - o passivo dos bancos 100% do valor de face destes a capitalização dos juros, Tudo isto descontrolou as fi- o quê sobrou dele) deve ser integraram o saldo devedor. títulos. E ainda somou a este simples e compostos, não nanças dos estados. vendido por meio bilhão de Naquela época, os esta- valor o passivo dos bancos são de ordem jurídica ou “Os governadores não ti- reais. São especuladas condos tinham a prerrogativa estaduais, que foram priva- política. É eminentemente nham alternativa: tinham dições para o futuro comde emitir seus títulos. Havia tizados como joias raras. Os matemática. Temos que nos que assinar o contrato que o prador - que vai arrematar competição entre títulos es- bancos privados que compra- conscientizar que na velha Ministério da Fazenda lhes o esqueleto em um leilão na taduais e dos estados - os es- ram estes bancos receberam matemática, 2+2 continua impôs. O governo federal na Bolsa de Valores. Inclui-se taduais eram desvalorizados. os edifícios, toda a clientela, sendo quatro e em hipótese época tomou empréstimo no até, para o banco interessaAlém dos casos de fraude, o dinheiro em caixa, todos alguma poderia ser três ou mercado para fazer este fi- do, as contas dos servidores, CPIs - também como aconte- os créditos a receber, mas o cinco”. nanciamento. Isto é verdade. que hoje recebem pela Caixa ceu em Alagoas, com a CPI passivo destes bancos virou O auditor fiscal e mem- Mas é verdade também - e Econômica Federal. do Produban (que responsa- dívida dos estados”, diz Fa- bro da Federação Brasileira isto está nos relatórios - em Anistiados, usineiros bilizou os usineiros pela fa- torelli. de Associações de Fiscais de 2015, o custo que a União estão a salvo do passado. lência do banco) e o escândaSegundo ela, se chegar Tributos Estaduais (Febra- teve com os empréstimos A dívida hoje é paga pelos los das Letras Financeiras do na origem, tem possibilida- fite), João Pedro Casarotto, foram de R$ 25 milhões e alagoanos. E tudo segue seu Tesouro Estadual, que envol- de de anular boa parte desta defende que a dívida seja recolheram para os cofres curso - como um rio que deveu Suruagy e, em seguida, dívida. paga somente com correção da União R$ 31 bilhões. Por- ságua no mar. Mesmo que Ronaldo Lessa. Defensor da forma de co- monetária e sem qualquer tanto, 1.200 vezes mais. De- ele seja - o rio - de lama.


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Educação devolve móveis enviados a Alagoas sem contrato

TRAPALHADA

EMPRESA CADASTRADA COMO FORNECEDORA DO FNDE ESTÁ PROIBIDA DE CONTRATAR COM O PODER PÚBLICO VERA ALVES veralvess@gmail.com

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o longo dos últimos oito meses, uma série de trapalhadas terminou por atrasar – e depois cancelar – o envio de móveis escolares para a rede pública estadual de Alagoas pela Indústria e Comércio Móveis Kutz Ltda, contumaz vencedora dos pregões eletrônicos realizados pelo FNDE-Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, a autarquia vinculada ao Ministério da Educação através da qual uma dinheirama é repassada a Estados e Municípios todos os meses através de transferências constitucionais, voluntárias e oriundas de convênios destinadas à educação. Com sede em Escada (PE), a Kutz está proibida desde o dia 16 de março último de contratar com o poder público. A penalidade tem vigência de um ano e implicou também na anulação da Ata de Registro de Preço 12/2015, oriunda do Pregão 15/2015 do FNDE, ao qual a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) havia solicitado adesão e por meio da qual firmaria um contrato de mais de R$ 9 milhões para a aquisição de conjuntos escolares para alunos e professores. O contrato, contudo, não foi assinado. Ainda assim, no dia 5 de fevereiro, às vésperas do Carnaval, a Kutz enviou para Alagoas dois lotes de conjuntos escolares para alunos, um de 474 uni-

Flagrante da entrega dos móveis no depósito da Seduc pela Kutz, agora integrante da lista de empresas que estão proibidas de contratar com órgãos públicos

dades e outro de 498 unidades. Ambos foram entregues no depósito da Seduc, localizado nas dependências do Cepa e recebidos pelo funcionário responsável mediante a apresentação das respectivas notas fiscais. Ocorre que, sem contrato, não havia sequer pedido formal da secretaria nem notas de empenho relativas à aquisição. O material terminou sendo recolhido pela empresa que, questionada pela Seduc, desculpou-se pelo “equívoco”. Atribuiu a responsabilidade a uma funcionária que estaria substituindo outra, em férias. A devolução foi confirmada pela secretaria ao advogado José André de Souza Barreto, representante da UDI Comércio e Importação de Eletrônicos Ltda, empre-

sa sediada em Maceió, em resposta à interpelação administrativa ao secretário Luciano Barbosa protocolada no dia 11 de fevereiro, mesmo dia em que a superintendente administrativa da secretaria, Ana Carolina Beltrão Peixoto, encaminhou correspondência à empresa solicitando o recolhimento do mobiliário. A resposta ao advogado, dada com base na Lei de Acesso à Informação, foi entregue no dia 14 de março. Em dezembro último, por meio de comunicado ao FNDE, a Secretaria da Educação havia manifestado interesse em aderir à Ata de Registro de Preços 12/2015. Somente em janeiro último, contudo, em despacho publicado no Diário Oficial do Estado no dia 27 daquele

mês, é que o governador Renan Filho havia autorizado a contratação, com base em parecer da Procuradoria-Geral do Estado no Processo 18001-10759/15 da Seduc. O equivocado envio de móveis escolares para Alagoas sem a existência de contrato também foi denunciado ao Ministério Público Federal. A UDI questiona, além da não conclusão do processo administrativo, divergência de preços, já que o valor cotado pela Seduc para aquisição de 40 mil conjuntos para alunos tipo 6 junto a outra empresa, a Cortez Móveis, foi de R$ 185 por unidade e o da Kutz é de R$ 186 por unidade, ou seja, valores globais, respectivamente, de R$ 7 milhões e 400 mil e R$ 7 milhões e 440 mil, uma diferença de R$ 40 mil.

PUNIÇÕES ANTERIORES Antes de ser punida com sua inclusão na lista de empresas inidôneas e proibidas de contratar com a União, a Indústria e Comércio Móveis Kutz Ltda já havia recebido sanções por descumprir regras dos pregões eletrônicos dos quais tem participado ao longo dos anos. Foram três advertências por descumprimento de prazo para entrega de mobiliário para a Universidade do Rio Grande do Norte (2007), para o Escritório de Representação do Ministério da Saúde em Pernambuco (2008) e para a Gerência Executiva do INSS em Campina Grande (2011). A mais recente punição à empresa, que tem contratos com várias prefeituras alagoanas, entre as quais Igaci e Maribondo, foi publicada no Diário Oficial da União do dia 17 de março último.


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Senado aprova abertura de processo contra Dilma

IMPEACHMENT

A DERROTA ESMAGADORA, POR 55 VOTOS CONTRA 22, OCORREU EM SESSÃO QUE CONTOU COM A PRESENÇA DE 71 DOS 81 SENADORES

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pós quase um dia inteiro de discursos, acompanhados com ansiedade pela população brasileira, o Senado Federal aprovou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, na manhã desta quinta-feira (12). Com a derrota, a petista será agora afastada por até 180 dias, período em que o vice Michel Temer assume o cargo. A derrota esmagadora, por 55 votos contra 22, ocorreu em uma Casa com a presença de 71 dos 81 senadores. A sessão, iniciada às 10h do dia anterior, durou 20 horas. No total, 69 parlamentares discursaram ao longo do período. Com a aprovação, o processo retorna para a Comissão Especial do Impeachment do Senado, que iniciará a fase de instrução, coletando provas e ouvindo testemunhas de defesa e acusação sobre o caso. O objetivo é apurar se a presidente cometeu crime de responsabilidade ao editar decretos com créditos suplementares mesmo após enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei para revisão da meta fiscal, alterando a previsão de superávit para déficit. A comissão também irá apurar se o fato de o governo não ter repassado aos bancos públicos, dentro do prazo previsto, os recursos referentes ao pagamento de programas sociais, com a cobrança de juros por parte das instituições financeiras, caracteriza uma operação de crédito. Em caso positivo, isso também é considerado crime de responsabilidade com punição de perda de mandato. Um novo parecer, com base nos dados colhidos e na defesa, será elaborado em prazo de 10 dias pela comissão especial. O texto será novamente submetido a votação pelo plenário da Casa, independente do resultado. O grupo seguirá sob comando do senador Raimundo Lira (PMDB-PB) e com relatoria de Antonio Anastasia (PSDB-MG).

Plenário do Senado silenciou para ouvir discurso de Collor

Afastada, Dilma mantém salário, avião, Palácio e assessores

REVISTA ÉPOCA

CONGRESSO EM FOCO

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silêncio exigido por Renan Calheiros durante a votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff só se fez às 22h58, quando o senador Fernando Collor subiu à tribuna. Por uma dessas oportunidades que só a política brasileira proporciona à história, Collor, removido da presidência da República por um impeachment, votou no impeachment de sua quarta sucessora. Collor não aparecera no Senado o dia todo. Empertigado como sempre, ele foi o único a começar com um formal “Excelentíssimo senhor presidente do Senado, Renan Calheiros”. Foi o único orador realmente respeitado por seus pares e pela audiência. Fez-se silêncio no plenário para ouvir Collor Collor foi ouvido com aquele tipo de respeito que só se concede no parlamento a pessoas em episódios dramáticos. Foi um respeito impessoal, pois Collor não é amigo dos outros senadores: ganhou essa deferência por falar ali como protagonista de um episódio triste. Citou Rui Barbosa, o mesmo trecho que foi citado em seu impeachment. Comparou os dois processos e passou a criticar Dilma, ao citar inclusive os avisos que disse ter dado à presidente sobre sua resistência a lidar com o Congresso e aos problemas na economia. “A autossuficiência se sobrepujava à razão”, disse. Ao descer da tribuna, apesar das fortes críticas a Dilma, Collor foi cumprimentado primeiro pelas senadoras Gleisi e Vanessa Grazziotin.

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esmo com o afastamento consumado pelo Plenário do Senado nesta quinta-feira (12), a presidente Dilma continuará recebendo salário de R$ 31 mil. O anúncio foi feito pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao final da votação onde 55 senadores votaram pelo afastamento de Dilma e 22 contra. Segundo Renan, a presidente continuará morando no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Também terá direito a transporte aéreo presidencial, equipe a serviço do gabinete pessoal, apoio à saúde, carros e motoristas. De acordo com a legislação, Dilma ficará afastada do cargo por até 180 dias, período em que o julgamento definitivo deve ser realizado pelos senadores. Nesse intervalo de tempo, assume o vice-presidente Michel Temer. A partir de agora, o julgamento será comandado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandoski. Sua presença no julgamento só é absolutamente necessária no dia da votação final. Mesmo que não haja uma definição em seis meses, Dilma retorna ao Planalto para esperar a decisão dos senadores. Acredita-se, portanto, que o futuro dela deve ser decidido antes do prazo protocolar. Pela jurisprudência do STF, na ausência de Temer, quem assume o cargo é Renan Calheiros. Já que o atual presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), não é o titular


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Renan aborta golpe do PT e redime a República de Alagoas

IMPEACHMENT

ATUAÇÃO FOI DECISIVA PARA O PROSSEGUIMENTO DO PROCESSO CONTRA DILMA REINALDO CABRAL Especial para o EXTRA

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epois de praticamente 30 anos nevegando na política nacional, ora como deputado federal, ministro da Justiça, executivo de empresa estatal, ora como senador, Renan Calheiros, do PMDB-AL disse a que veio pela primeira vez, no dia 9 último, na sessão do Senado Federal que decidiu pelo encaminhamento do impeachment da presidenta Dilma Russeff (PT). Surpreendendo o governo e o chefão da quadrilha do PT - o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Renan Calheiros não só aceitou o encaminhamento do impechment presidencial como, antes, rejeitou com veemência a última e mais grotesca manobra palaciana destinada a devolver o processo para a Câmara dos Deputados a pedido do seu presidente interino, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA), pau mandado do ministro Eduardo Cardozo, da Advocacia Geral da União. Quando viu que sua manobra não deu certo, 10 horas depois Waldir Maranhão voltou atrás. Pressionado, será expulso do partido e poderá até ser cassado pelo Conselho de Ética da Câmara. MÍDIA NÃO PERDOA O comportamento de Renan Calheiros nesse episódio foi observado com atenção e curiosidade pela mídia nacional e internacional devido a dois fatos desconectados pelo tempo e comuns pela dialética:

Senador Renan Calheiros enterrou a última tentativa petista de ‘melar’ o impeachment contra Dilma Rousseff

1 - A ampla divulgação sobre o envolvimento dele com uma amante em Brasília fez Renan ser comparado ao presidente norte-americano Bill Clinton, que mantinha relações com uma secretária no banheiro do Capitólio, onde fica o gabinete presidencial. Casado com a artista plástica Verônica Calheiros, Renan virou piada nacional quando disse que as despesas com a ex-modelo se originavam da venda de bois em Alagoas, onde não é conhecido como pecuarista. 2 - O relacionamento político dele com Lula levou o ex-presidente a envolvê-lo

na gatunagem da Petrobras, de onde Renan recebeu uma doação de 5 milhões de dólares, segundo delação premiada já feita por um dos condenados na Operação Lava Jato, para financiar a campanha do filho Renanzinho ao governo de Alagoas. COVA PROFUNDA Para mostrar ao país que não tem rabo preso na presidência do Senado Federal, Renan Calheiros surpreendeu os seus pares, aliados e adversários. Seu comportamento foi ímpar na história do Senado. Com sua posição, deu um salto para a história

política do Brasil, estimulando uma multidão de brasileiros de todas as idades a acreditar que nem tudo está perdido depois de 13 anos sob o comando da quadrilha do PT,que conduziu o Brasil a uma cova profunda. As últimas 72 horas foram de choradeira, cantilinária, esforço de procrastinação, delírios finais e desespero nas hostes petistas – tudo isso exibido pelo PT na transmissão das sessões do Senado Federal. O inconformismo dos parlamentares com o impeachment da presidente faz com que todos pareçam indiferen-

tes ao caos herdado pela população brasileira em todos os setores, especialmente na saúde, educação e no total descontrole de preços. Os 11 milhões de desempregados nos governos do PT parecem esquecidos. É como se a quadrilha, ocupada em roubar os cofres públicos durante 13 anos, com seu fingimento, não tivesse causado essa recessão macabra, que tende a se perpetuar por mais de uma década. O impeachment de Dilma por fiasco de gestão também serviu para Renan redimir a malfadada República de Alagoas .


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Filho de Antônio Albuquerque vai para Câmara Federal

EFEITO MICHEL TEMER NIVALDO ALBUQUERQUE VAI ASSUMIR A VAGA DO DEPUTADO MAURÍCIO QUINTELLA JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

Quintella assume o ministério na vaga de Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP). Antônio Carlos disse recentemente que se dependesse dele o PR não sairia do governo de jeito nenhum. “Eu não saio do governo Dilma”. A fidelidade de Carlos ao governo petista custou sua vaga de ministro. Atualmente Antônio Carlos Rodrigues é primeiro suplente no Senado, na vaga de Marta Suplicy (PMDB).

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deputado estadual Antônio Albuquerque (PTB) irá emplacar seu filho Nivaldo Albuquerque (PRP) como deputado federal. A possibilidade se deu, pois Nivaldinho, como é conhecido, é o primeiro suplente da coligação “Juntos com o povo pela melhoria de Alagoas” (PP / PPS / PSDC / PRP / PR / PSL / PSB / SD / DEM)”, na qual teve como um dos eleitos o deputado federal Maurício Quintella, que recebeu o convite do presidente da República interino, Michel Temer (PMDB), para assumir o Ministério dos Transportes. Nivaldinho foi um dos deputados federais mais votados de Alagoas, mas sua coligação não conseguiu atingir o quociente eleitoral para ser eleito. O filho do deputado estadual teve 66.910 votos, mais votos que ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PMDB), eleito pelo PRTB com 64.435 votos. Outro deputado federal eleito com menos votos que Nivaldo Albuquerque foi Paulão (PT), com 53.284 votos. A cota do PR no governo Temer beneficiou de forma direta o clã dos Albuquerque. A ida do filho do deputado estadual para a Câmara Federal parece definir a pré-candidatura do nome da família para disputa em seu principal curral eleitoral: a cidade de Limoeiro de Anadia. Nivaldo tinha o nome

Nivaldo Albuquerqie é o primeiro suplente de Maurício Quintella, agora ministro de Michel Temer

ventilado para disputar a prefeitura, mas com a atual conjuntura, a pré-candidatura de Arthur Albuquerque (PMDB), filho mais novo de Antônio Albuquerque, começa a avançar no município. O poder político do clã começa a ser ampliado, ideal almejado por AA.

PRESTIGIADO O deputado Maurício Quintella ignorou a recomendação do seu partido, PR, em votar contra o impeachment da presidente Dilma, mas o parlamentar fez o contrário e deixou a liderança da sigla na Câmara Federal. Com a iniciativa,

Maurício levou boa parte da bancada em favor da derrubada da presidente. Como prêmio pela articulação, desobediência partidária e fidelidade aos ideais de Michel Temer, Maurício Quintella deve comandar o Ministério dos Transportes nos próximos 180 dias.

ACUSAÇÃO CONTRA O MINISTRO O ex-secretário de Educação de Alagoas e hoje deputado federal Maurício Quintella e outras nove pessoas foram condenados a ressarcir à União R$ 133.683.852,40. Todos foram investigados no processo que trata da ação de Gabirus durante o governo Ronaldo Lessa (1999-2006) e com base no que foi apurado pela Controladoria Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF). Maurício Quintella quando no exercício do cargo de secretário de Educação, teria autorizado o pagamento, de uma só vez, de R$ 279 mil para a empresa Torres & Queiroz referentes a 90 mil dúzias de ovos, valor superfaturado segundo a Justiça. A ordem bancária foi expedida em dezembro de 2004, mas somente a partir de maio de 2005 as entregas tiveram início e apenas metade foi entregue. Essa foi uma das irregularidades identificadas nesse proces-


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Pardais continuarão desligados

TRIBUNAL DE CONTAS PRESIDENTE DA CORTE AGUARDA INFORMAÇÕES DA PREFEITURA E ADVERTE GESTORES SOBRE PAGAMENTOS POR VALTENOR LEÔNCIO

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Tribunal de Contas do Estado (TCE) aguarda a apresentação da defesa por parte da Prefeitura de Maceió no processo que tramita na corte que apura denúncia de vícios no contrato para instalação dos pardais eletrônicos de fiscalização das principais vias da capital. Durante entrevista coletiva, na manhã da quarta-feira (11), o conselheiro Fernando Toledo, relator desta matéria, disse que o retorno ou não do funcionamento dos fotossensores depende da prova da legalidade do contrato firmado pelo próprio município. “A probabilidade de retomada vai depender do município, que ainda não apresentou uma defesa. Mas, o município apresentando a defesa e estando com o contrato regularizado, sem irregularidades, existem chances da retomada dos pardais”, disse o conselheiro. Segundo ele, a decisão está publicada no Diário Eletrôni-

co do TCE e o próximo passo da tramitação é aguardar a apresentação das contratações por parte da Prefeitura. “Enquanto isso, os equipamentos devem permanecer suspensos, conforme a solicitação. Claro que os conselheiros querem um trânsito fluindo, evitando transtornos para a sociedade, mas isso é uma decisão do gestor municipal”, complementou Toledo. CONTROLE DE PAGAMENTOS O conselheiro Fernando Toledo, no encontro com a imprensa, também falou sobre a Resolução Normativa nº 002/2016, aprovada pelo Pleno do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas e publicada no Diário Oficial do TCE/AL, em 02 de março deste ano, entrando em vigorar a partir da mesma data. A referida resolução dispõe sobre a forma de controle, pelo Tribunal de Contas, do cumprimento da ordem cronológica de pagamentos, por parte da Administração

Fernando Toledo também afirmou que a Corte vai fiscalizar pagamentos pelos órgãos públicos

Pública Estadual e Municipal, das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, conforme o artigo 5º da Lei nº 8.666/93. Os jurisdicionados ao

Tribunal de Contas, informou o conselheiro Toledo, deverão relacionar todas as exigibilidades, independentemente de terem sido pagas ou não, ainda que parceladas, decorrentes de contratações, cujo valor total seja igual ou su-

perior ao estipulado para a modalidade tomada de preços – compras e serviços. Os pagamentos deverão respeitar a ordem cronológica das exigibilidades, considerando cada fonte diferenciada de recursos, complementou.


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Estado ingressará com Adin contra “Escola Livre”

LEI DA MORDAÇA

GOVERNADOR RENAN FILHO DESTACA QUE A MATÉRIA NÃO TEVE A DISCUSSÃO NECESSÁRIA JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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governador Renan Filho (PMDB) se reuniu na quarta-feira, 11, com vários representantes da educação em Alagoas ao quais garantiu que o Estado ingressará com uma Ação de Inconstitucionalidade (Adin) contra a Lei “Escola Livre”, que limita atuação dos professores em sala de aula. A matéria tem gerado uma série de polêmicas e após sua aprovação na Assembleia Legislativa do Estado foi vetada pelo governador. Depois do veto governamental a matéria retornou para a Casa Legislativa e foi mantida pelos parlamentares, fato inusitado já que o governador tem maioria ampla na bancada governista. A questão gerou a movimentação de sindicatos, centrais sindicais e da sociedade civil organizada que julgaram a lei como uma verdadeira “mordaça”. Em encontro a portas fechadas com os representantes do Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro), Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) e da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o governador Renan Filho expôs: “Infelizmente esse modelo de projeto só foi aprovado em Alagoas, o que gerou manchetes negativas para o estado”. Renan ainda adiantou que a lei foi aprovada sem uma ampla discussão da sociedade e sem o entendimento geral do projeto por parte de alguns parlamentares. “A Procuradoria-Geral do Estado vai prepa-

Em reunião com dirigentes sindicais, governador Renan Filho reafirma sua contrariedade à lei que pune professores alagoanos

rar a Adin para ingressar no Supremo Tribunal Federal, mas vamos contar com apoio das entidades classistas para que a proposta seja ainda mais substanciada. Acredito que vamos ter êxito na Suprema Corte”, opinou. A representante da Ufal, Sandra Regina Paz, entregou ao governador uma moção de repúdio do Conselho Universitário da Ufal contra a Lei “Escola Livre”. “Na verdade essa lei não tem nada de livre, essa lei desvaloriza efetivamente os professores na sua capacidade argumentativa e desfoca os principais problemas da educação do nosso estado. A Ufal entende a importância de se ingressar

com uma Adin, de modo a comprovar o que todos já sabem: a inconstitucionalidade da Escola Livre”. Sandra pontuou para ao EXTRA que “essa lei afronta a Carta Magna, assim como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei 9394/96, que enfatiza a liberdade de expressão, o livre pensamento, a possibilidade de comunicar o saber e a pluralidade da escola laica. Essas prerrogativas devem ser sempre defendidas e não amordaçadas”. Já o presidente do Sindicato dos Professores de Alagoas, Eduardo Vasconcelos, salientou que qualquer tentativa de cercear a liberdade de expres-

são e ir de encontro ao estado democrático de direito terá a desaprovação do Sinpro. “Os professores merecem respeito e a educação alagoana sofre um verdadeiro retrocesso com a aprovação dessa lei”. Por fim, Vasconcelos parabenizou a posição do governador e observou que a assessoria jurídica do Sinpro estuda com seu corpo diretivo a possibilidade de ingressar com mais uma Ação de Inconstitucionalidade contra a Lei “Escola Livre”. Em recente nota, o Sinpro colocou: “O educador é um pensador, personagem indispensável nas lutas de classe e um agente de transformação social”. Quem se fez presente na reunião com o governador foi

o defensor público e professor Othoniel Pinheiro Neto, que em publicação de sua autoria classificou a lei como a “maior aberração jurídica que já vi em minha vida, [...] uma vez que carrega má-fé, omissões intencionais e manipulação em seu discurso”. Vale ressaltar que o Projeto “Escola Livre”, hoje Lei “Escola Livre”, foi proposto pelo deputado estadual Ricardo Nezinho (PMDB), que é précandidato a prefeito de Arapiraca, segundo principal colégio eleitoral de Alagoas. Nezinho, ao contrário de outros pares, não se pronunciou de forma clara sobre o motivo da apresentação do projeto na Casa de Tavares Bastos.


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Judicialização custa R$ 100 milhões para Alagoas

SAÚDE NA UTI

DECISÕES JUDICIAIS NÃO SÃO CUMPRIDAS, EXPLICA DEFENSOR; ESTADO E PREFEITURA FAZEM JOGO DE EMPURRA

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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crise da saúde coloca o Governo do Estado e a Prefeitura de Maceió em lados opostos ao cidadão na hora do tratamento a doentes ou o fornecimento de medicamentos. Ações na Justiça se acumulam para obrigar a execução de um direito garantido em lei: acesso à saúde. A maioria das decisões judiciais - que é favorável aos doentes - não é obedecida. “Quase todas são desobedecidas. A única forma de efetivar é através do bloqueio de contas”, explica o defensor público Ricardo Melro. Em janeiro, pacientes com Alzheimer tiveram de usar este recurso: recorrer ao Judiciário para o bloqueio de contas do poder público. Eles passaram dois meses sem receber o medicamento para a doença. A falta de regularidade neste fornecimento fez o defensor público ir ao tribunal. “Isto está virando uma regra. E não estou falando só de Alzheimer. O Estado tem que se organizar porque o povo não pode ficar sem tratamento. Se acontece a judicialização é consequência dessa falha dos serviços. Eles precisam reabastecer estas farmácias, caso contrário, vamos encher o judiciário de processos”, disse Melro. PESQUISA Estudo de pesquisadores alagoanos publicado na Revista de Administração de Roraima mostra que entre 2009

e 2014, o custo da judicialização da saúde em Alagoas foi de R$ 106 milhões (exatos R$ 106.359.595,30). “Analisando os valores dispendidos pela Secretaria de Saúde de Alagoas, aponta-se relativa estabilidade dos gastos, com variação entre R$ 13 e 18 milhões, exceto em 2011, que ultrapassou R$ 29,3 milhões”, diz o artigo dos pesquisadores Dartagnan Ferreirra de Macêdo, João Antônio da Rocha Ataide, Antonio Carlos Silva Costa, Waldemar Antonio da Rocha de Souza e Luciana Peixoto Santa Rita. A maior parte destas ações - analisa a pesquisa - se refere à busca por medicamentos: 3.277 demandas judiciais; 1.488 por cirurgias; 221 ações pedindo cadeiras ou próteses; e 206 para internação involuntária. As internações atendem a

casos de viciados em crack. E essas demandas vêm cada vez mais invadindo os tribunais. De apenas 37 em 2012 para 89, em 2014. “De acordo com a tendência crescente de solicitações para internações involuntárias demonstrada nos dados, visualiza-se a identificação de um grave problema público que necessita de uma atenção especial dos gestores públicos e que deve, de acordo com as demandas da sociedade e influência dos atores envolvidos, entrarem na agenda governamental”, analisam os pesquisadores. Mas, será que um planejamento de ações não poderia despressurizar o Judiciário? Por que existe a judicialização? Para os pesquisadores, a demanda por medicamentos - por exemplo - que ainda lidera nos pedidos judiciais -

poderia ser resolvida se “as diretrizes do SUS e a garantia de disponibilidade dos medicamentos essenciais, que correspondem a boa parte dos requerimentos, fossem observadas pelos gestores públicos. Essa não observância prejudica tanto o uso racional, quanto a equidade no acesso aos medicamentos disponibilizados pelo SUS”, analisam os pesquisadores. No início de maio, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região atendeu a um pedido das defensorias estadual e federal para que medicamentos fossem distribuídos a diabéticos em Alagoas. Governo e Prefeitura fizeram jogo de empurra: um disse que o outro era responsável pelo fornecimento. A União disse que o Governo e a Prefeitura é que deveriam resolver a pendenga. O argumento é que ela - a

União - não é executora das atividades do Sistema Único de Saúde (SUS). Em fevereiro, um homem lutava, na Justiça, para obter um aparelho de ventilação que custa R$ 18 mil. Ele tem esclerose lateral amiotrófica, que é degenerativa, incurável e um quadro que é evolutivo e compromete toda a musculatura do corpo. A ação foi movida pelo Ministério Público Federal. E o ventilador serve para ajudar na respiração. Governo e Prefeitura acordaram fornecer, mas o pedido do MPF é que todos os pacientes com a mesma doença pudessem receber o benefício - sem precisar acionar a Justiça. Os dois não aceitaram. E a batalha segue na Justiça Federal, na mesa da juíza Isabelle Marne Cavalcanti de Oliveira Lima, da 2ª Vara. A queda da participação da União no financiamento do SUS além dos cortes federais (o ajuste fiscal cortou R$ 20 bilhões da saúde para os estados) compromete ainda mais a abrangência das ações em saúde. “O subfinanciamento do setor é evidente e os municípios seriam os maiores prejudicados, pois implementam a maior parte das políticas públicas, que são planejadas no âmbito estratégico da União. Como os entes municipais, de modo geral, registram menor capacidade para gerenciar os custos decorrentes das solicitações judiciais, os processos prejudicariam o planejamento de suas ações”, dizem os pesquisadores da Ufal.


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História de 45 anos recebe homenagens de clientes

BAR DA PATA

CASA TERÁ GRAVAÇÃO PARA PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIO SOBRE O ESTABELECIMENTO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

Temos muito cuidado com o ambiente e escolhemos a mercadoria de primeira qualidade. Meus clientes são meus filhinhos”, comparou Socorro.

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Bar da Pata foi criado em 13 de maio de 1971 sem maiores pretensão. Mas aquele simples, porém charmoso espaço, criado para vender sorvete da Kibon cresceu em fama e tomou outras proporções. Sem perder sua proposta e atmosfera envolvente, o bar da Lú e da Socorro tornou-se um dos mais queridos de Maceió. E no dia em que completa 45 anos, o Bar da Pata será homenageado por clientes de longas datas que de tanto gostarem do ambiente o consideram uma extensão de sua casa. E invertendo os papéis, essa clientela assídua e agradecida pela acolhida, trará para abrilhantar a festa o artista Itamar Orla que promete um belo show. O Bar da Pata tem muito que comemorar e os preparativos para o “parabéns prá você” contam com a colaboração de muitos amigos. Também não vai faltar o bolo, presente de um cliente de longas datas, o Raimundo Carvalho. A casa se prepara para receber os clientes e até espalhou 17 quadros pelo espaço com fotos de frequentadores assíduos, que de tanto aparecer pelas bandas de lá já se tornaram amigos da casa. O mural de fotografias é apenas um atrativo à parte. Toda dedicação e carinho serão retribuídos pelos clientes. Além de presentear a casa com show artístico, o momento de comemoração servirá ainda para gravações que darão suporte na produção de um documentário com a história vitoriosa do Bar da

Socorro e Lú comandam o Bar da Pata, detentor de uma história de 45 anos de sucesso

Pata. Segundo o empresário Marcelo Bastos (Marcelo Curso) um entusiasta da festa, a ideia da homenagem surgiu porque nesses 45 anos de existência, o bar tem toda uma história que é passada de geração a geração. Segundo ele, há casos em que o avô, o pai e o filho frequentaram o bar. “Não tem luxo, mas o diferencial é a culinária e é um lugar gostoso para uma boa conversa, e isso é agregador”, destaca Marcelo. Os elogios não param por aí. O professor acrescenta ainda que além de ser um ponto de encontro de amigos, “a pata é imbatível”. Ele se refere ao carro chefe do bar, a pata de caranguejo uçá. E muitos outros fãs do Bar da Pata, clientes cativos, há muitos anos batem o ponto, chova ou faça sol.

LUGAR PARA A FAMÍLIA Osvolusia de Andrade Pontes, ou simplesmente Lú, em sua timidez, não esconde a alegria da homenagem em que o empreendimento recebe hoje, dia em que completa 45 anos de existência. Contida, de poucas palavras, fala da criação, da evolução, dos amigos que surgiram, dos amigos que partiram, dos amigos que chegaram e ficaram. Para a vó, como carinhosamente é tratada por frequentadores do espaço, o Bar da Pata está “de pé porque os clientes nunca abandonaram a gente”. Orgulhosa, diz que alguns bons e velhos amigos “estão aqui toda semana e ainda levam nossos produtos para casa. Aqui é lugar para a família.” Sorridente e falante, Socorro Alves não conteve a emoção em

saber que os clientes resolveram prestar seu amor ao bar. Segundo ela, esta atitude não tem preço e cada vez mais tem certeza de que os clientes são amigos de todos os dias. “Ficamos muito orgulhosas e lisonjeadas. Se estamos aqui há 45 anos é porque essas pessoas estão com a gente. Temos orgulho de nossa clientela que é de primeira qualidade”, elogiou Socorro. O Bar da Pata tem história e faz história. Socorro conta que alguns clientes chegam contando suas histórias que se misturam com a história do Bar da Pata. Lembrou que um político frequentador do espaço não se cansa em repetir que nasceu no mesmo ano do bar e que desde cedo aprendeu a amar o lugar, pois vinha acompanhado do pai e, agora, continua um assíduo freqüentador. “Amo este bar.

DE MÃE PRÁ FILHA A história da pata ao molho de tomate se confunde com a própria história do bar, ou melhor de Lu. Na infância, esta era sua refeição predileta, preparada com todo carinho por sua mãe Quitéria. E foi nas marteladas, quebrando as patinhas de caranguejo, lá no fundo da casa, que Lu atraiu a atenção de um freguês que comprava picolé e pediu para saborear as patinhas. Provou a iguaria e no dia seguinte voltou. A partir daí as patolas ao molho de tomate passaram a ser o carro chefe da casa. E o que dizer do filé das agulhinhas fritas, sem espinha – acompanhado apenas de pingos de limão? O arroz de camarão dispensa comentários. É só provar para comprovar. A novidade chega com legumes com ovas do peixe Dourado na manteiga. A farofinha e vinagrete também têm seu espaço cativo. E na noite desta sexta-feira, 13 de maio, as damas da gastronomia alagoana Lu e Socorro estarão de braços abertos para receber a imprensa, clientes amigos que frequentam o bar desde a inauguração ou não - e todas aqueles que estejam dispostos a festejar e prestigiar as delícias do cardápio e os drinques da casa, e assim brindar os 45 anos do anfitrião, claro que é ele, o Bar da Pata. E assim, aplausos e vida longa! O Bar da Pata fica na Rua Gonçalves Dias, 222, Farol. Aberto de terça a quinta-feira das 15h às 23h e sexta e sábado das 11h às 22 h.


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Alagoano reúne 10 anos de pesquisas em três livros

DIREITO CONSTITUCIONAL

MATERIAL É VOLTADO PARA GRADUADOS E PROFESSORES EM DIREITO E ABORDA JURISPRUDÊNCIA DO STF ODILON RIOS Especial para o EXTRA

N

ovas análises e interpretações das normas constitucionais estão nos estudos do professor universitário Othoniel Pinheiro, que no próximo dia 20 (sexta-feira) lança, em três volumes, seu “Curso de Direito Constitucional”, resultado de 10 anos de pesquisa, três deles só para escrever os livros, lançados pelo selo da Juruá Editora. O lançamento será no Centro Universitário Tiradantes (Unit), Bloco C, auditório 2. A Unit fica na avenida Gustavo Paiva, Cruz das Almas (abaixo Ficha Técnica). “Há livros no Brasil em um volume só e no geral não abordam assuntos que a Academia trabalha

e a minha proposta é abordar um curso voltado para a graduação de Direito, concurso e jurisprudência e os profissionais de uma maneira geral. Aborda a jurisprudência do STF [Supremo Tribunal Federal] atualizada bem como teorias de doutrinadores estrangeiros e nacionais que trazem”. Othoniel Pinheiro é professor de Direito Constitucional, com doutorado na Universidade Federal da Bahia (UFBA), além de defensor público. Mas, como encarar mudanças na interpretação da norma constitucional- levando em conta que o cenário social e o político também se alteram? “É tudo uma questão de interpretação, a norma constitucional

está aí para ser interpretada. Existem interpretações que são guiadas pelo STF e estas sim são obrigatórias para o Estado e para as pessoas e existem normas interpretadas pelos juristas do Direito”, explica o professor. “Há a norma interpretada pela sociedade, mas o que não pode haver é arbitrariedade, o próprio arrepio da Constituição, o próprio arranhar do sistema constituicional brasileiro no sentido de favorecer ideologias partidárias ou pessoais ou religiosas”. Ano passado, o professor, junto a deputados estaduais, ajudou na reforma e atualização da Constituição de Alagoas. Foram 385 dispositivos- incluindo artigos e parágrafos- normatizados com a nova

Othoniel Pinheiro é defensor público e também professor

jurisprudência do STF, além das emendas à Constituição Federal. Ele foi o jurista que liderou, com sindicatos da educação, o movimento nacional contra o Escola Livre, que proíbe professores de abordarem, em sala de aula, conteúdos contrários às convicções políticas, ideológicas ou religiosas dos alunos nas escolas públicas. O trabalho dele ganhou o apoio do ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. “O avanço deste conservadorismo é triste. O Escola Livre atrapalha o desenvolvimento da ciência e da educação. São radicais do ponto de vista político e religioso, que querem interferir no âmbito da escola, da ciência”, explica o professor universitário.


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Defesa do estado na 2ª Guerra Mundial

HISTÓRIA DE ALAGOAS MACEIÓ RECEBEU UMA DIVISÃO DE INFANTARIA E UMA BASE DE BLIMPS FOI MONTADA NO TABULEIRO DOS MARTINS EDBERTO TICIANELI Jornalista

A base de blimps em Maceió contava com guarnição de três dirigíveis e 200 homens

O

s ataques a navios mercantes brasileiros na costa nordestina, no início de 1942, levaram o Brasil a declarar guerra à Alemanha e à Itália. No Nordeste foram tomadas medidas defensivas e montadas bases em apoio aos deslocamentos de tropas e aviões americanos para a África. Por sua posição estratégica — uma encruzilhada de rotas mundiais —, o litoral nordestino era tratado como o “trampolim da vitória”. O general Mascarenhas de Moraes ficou encarregado de comandar uma mobilização geral na região para a ampliação das Forças Armadas e a adoção de uma economia de guerra. Com a ajuda militar dos EUA, logo os sete estados nordestinos ampliam seus efetivos militares de um pouco mais de seis mil homens para 50 mil. Alagoas, onde estava sediado o 20º Batalhão de Caçadores com efetivo de 500 homens, passa a ter 2 mil soldados após a instalação em Alagoas do 22º BC e do grupo de artilharia II/4º R.A.M., que foi transportado de Itú, São Paulo. Esse grupo ficou instalado no prédio da antiga fábrica de tecidos Santa Margarida, na esquina da Av. da Paz com a Rua Mato Grosso, em Jaraguá. O 22º BC ficou alojado nos galpões construídos pelas forças americanas às margens da Lagoa Mundaú. O 20º BC ocupava, nesta época, o prédio onde depois funcionou a Faculdade de Medicina, no Prado. Estes efetivos e o NPOR, que foi criado em seguida, passaram a constituir o ID/7 (Divisão de Infantaria), uma grande unidade de comando de Oficial General. O Quartel General foi instalado na casa nº 1390 da Av. da Paz. Na casa vizinha, onde depois residiu Dalmo Peixoto, funcionava a aparelhagem de rádio dos famosos blimps das forças americanas. O

Núcleo de Vigilância no Pontal do Coruripe em Alagoas / Foto de arquivo da família do soldado Augusto Zeferino de Souza

Quartel do 20º BC no Farol, logo após a construção capitão Harold Wholer comandava a guarnição de três dirigíveis com 200 homens. Para distribuir as forças envolvidas na defesa, o ID/7, comandado pelo general Demerval Peixoto, dividiu a costa alagoana em dois subquarteirões. O Norte, com sede em Porto de Pedras, ficou com o controle do 22º BC, comandado pelo coronel Vilaranga Fontenele. Tinha a seguinte distribuição de tropas: uma companhia com secção de metralhadoras em Porto de Pedras e sete núcleos de vigilância espalhados por Barra de Santo Antônio, Barra de Camaragibe, São Miguel dos Milagres, Tatuamunha,

Soldados alagoanos no Pontal do Coruripe em 1942 / Arquivo da família de Augusto Zeferino de Souza Japaratinga, Maragogi e Barra Grande. Cada núcleo recebia um grupo de combate de 15 homens. O subquarteirão do Sul, com sede em São Miguel dos Campos, era responsabilidade do 20º BC, comandado pelo coronel Manoel Cândido Fernandes. Cabia ainda ao 20º BC a defesa do Porto de Jaraguá em Maceió. A sede, em São Miguel dos Campos, abrigava uma companhia de fuzileiros com secção de metralhadoras. Os outros núcleos de vigilância estavam localizados nas praias do Pontal da Barra, Barra de São Miguel, Pontal do Peba, Pontal do Coruripe e Barra do São Francisco.

PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL

A mobilização da sociedade civil era coordenada pela Defesa Passiva Antiaérea, ligada ao Ministério da Justiça e que em Alagoas tinha como assistente geral o Dr. Lourival Melo Mota. Sua tarefa era preparar a população para possíveis ataques aéreos. Vários exercícios de blackout foram realizados em Maceió para esse fim. Outra contribuição expressiva veio do Aeroclube de Alagoas. Os teco-tecos da organização presidida por Aloísio Freitas Melro foram utilizados em muitas tarefas e missões, fazendo transportes de urgência ou cobrindo os deslocamentos de comboios ao longo do litoral.

BENEFÍCIOS PARA ALAGOAS

Além da abertura de vias e a construção de uma base de blimps

no Tabuleiro, Alagoas também ganhou, no dia 26 de julho de 1942, uma escola de Oficiais da Reserva. O futuro Núcleo de Preparação de Oficias da Reserva foi implantado atendendo a reivindicação dos estudantes alagoanos, que aderiram ao esforço de guerra. Em Alagoas, o NPOR era uma subunidade do 20ª BC e o seu primeiro instrutor-chefe foi o capitão Mário Lima. O Núcleo se instalou em um antigo casarão na esquina da Praça Sinimbu com a Rua do Imperador, onde funcionou o Tribunal Regional Eleitoral em Alagoas. Outra conquista de Alagoas foi a construçãodo novo quartel do 20º BC em Maceió. O general Mário Lima registrou que três áreas foram analisadas para as novas instalações militares. A área de Jacarecica, onde depois funcionou o Clube da Polícia Militar, e a do lado da Escola Agrícola Floriano Peixoto em Satuba foram descartadas. A escolha recaiu sobre um terreno do Farol vizinho a sítios de veraneios e onde nem os bondes chegavam. Fonte: Participação de Alagoas no “Trampolim da Vitória” – 2ª Grande Guerra Mundial – 1941-1945, de Mário Carvalho Lima, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Volume XXXIII, 1977, e os livros “Histórias do Rádio” e “Contando Histórias” de Cláudio Alencar.


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PEDRO OLIVEIRA

Para refletir: E Decretado o fim da era petista, da roubalheira sem limites e da falta de respeito á coisa pública. E agora o que virá? Deus nos proteja.

Presidencialismo de coalisão: a causa

D

ilma Rousseff (PT) mergulhou em uma crise política cuja dimensão não chamava a atenção de analistas desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na Presidência. Em xeque, o presidencialismo de coalizão, mas não exatamente por esgotamento do modelo, e sim porque Dilma não demonstrou a “destreza” necessária para lidar com um arco de alianças muito maior do que FHC e Lula tiveram de formar para garantir governabilidade. Ao mesmo tempo em que Dilma lançou mão, neste segundo mandato, de articuladores políticos que não lhe deram nada em trocaalém de derrotas, a presidente também se tornou vítima da fragmentação dos partidos políticos de sua base. Pois quanto mais partidos, mais demandas, maior o esforço para manter a base unida em tempos, inclusive, difíceis para a economia nacional e, consequentemente, para as contas públicas. Nesse contexto, as denúncias de corrupção na Petrobras, as sucessivas derrotas no Congresso, a própria crise dos partidos políticos e o papel torto desempenhado pelos agentes do governo (quase paralítico) e pelas forças de oposição ao PT no Planalto (que endossam as teses de impeachment) contribuíram para a construção de um cenário caótico. Esta é a avaliação dos cientistas políticos Cláudio Couto, da FGV, e Sérgio Praça, da UFABC, com as quais concordo integral-

mente.

Os perigos das coalizões O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse esta semana que “não adianta nada” tirar a presidente Dilma Rousseff (PT) do poder. Para ele, a saída seria a sociedade e o Congresso criarem uma nova situação de poder e a “opinião pública vai ter peso” nesse processo. “A sociedade e o Congresso vão ter de refazer seus caminhos, seus meandros para que seja possível constituir uma nova situação de poder, porque não dá para ser diferente. Tirar a presidente da República não adianta nada. Vai fazer o que depois? Tem que criar constituir um polo e ter uma visão do que é que dar para fazer, com uma certa sensibilidade política”, disse o tucano durante evento realizado no instituto que leva seu nome. FHC disse que se o sistema político está totalmente espatifado porque se exauriu o modelo de presidencialismo de coalizão, que ele chama de presidencialismo de cooptação. “Um Congresso que tem vinte e poucos partidos e um governo que tem 40 ministérios é a receita para não dar certo. Não pode funcionar. Se exauriu o nosso modelo que eles chamaram de presidencialismo de coalizão e não é, é de cooptação”.

Um sistema apodrecido Quem acompanha a política brasileira em sua essência sabe que o presidencialismo de coalisão (ou cooptação) foi a causa das grandes crises que ameaçaram derrubar dois ex-presidentes, (Fernando Henrique e Lula) derrubou um (Fernando

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pedrooliveiramcz@gmail.com

Fernando Henrique

Fernando Henrique por pouco não sofreu um impeachment em seu governo. Foi habilidoso com o Congresso Nacional, usou a máquina estatal para comprar votos, fez alianças espúrias e se aliou até com o diabo e conseguiu se safar, inclusive “comprando” a sua própria reeleição. Apesar dos escândalos que marcaram a sua gestão, FHC impediu qualquer apuração e sabotou todas as CPIs. Ele contou ainda com a ajuda do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que por isso foi batizado de “engavetador-geral”. Dos 626 inquéritos instalados até maio de 2001, 242 foram engavetados e outros 217 foram arquivados. Estes envolviam 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros e ex-ministros e em quatro o próprio FHC. Nada foi apurado, a mídia evitou o alarde e os tucanos ficaram intactos. CPI da Corrupção: Em 2001, chafurdando na lama, o governo ainda bloqueou a abertura de uma CPI para apurar todas as denúncias contra a sua triste gestão. Foram arrolados 28 casos de corrupção na esfera federal, que depois se concentraram nas falcatruas da Sudam, da privatização do sistema Telebrás e no envolvimento do ex-ministro Eduardo Jorge. Os tucanos saíram ilesos do governo. Tudo pela coalizão. Collor) e está derrubando a atual presidente.

O farsante Lula O governo Lula foi o grande exemplo de afronta ao politicamente correto. Andou durante oito anos de braços dados com a corrupção, teve as maiores figuras de seu entorno processadas e condenadas e o seu partido trabalhou unicamente para construir um projeto de poder forjado no desvio de conduta, no roubo descarado dos cofres públicos, na afronta aos princípios morais e legais da administração. Lula além de tudo é cínico e um grande farsante. Ele e sua família saíram ricos ao final de oito anos de governo tudo a base de propinas, negociatas e corrupção explícita. Teve em seu colo um dos maiores escândalos da história política brasileira (O Mensalão) e mesmo assim seu mandato não foi ameaçado concretamente. É habilidoso, um grande negociador, conquistou a maioria do Congresso Nacional à base de subornos e conseguiu terminar seu mandato. Não tenho dúvidas de que vai ser condenado e preso mais a frente. Sua índole é marginal e as provas são fartamente

robustas para leva-lo à prisão. As autoridades esperam apenas o momento adequado.

Dilma Rousseff A presidente Dilma desde o inicio de sua primeira gestão se mostrou que não estava à altura de governar o país. Foi um “poste” eleita por Lula na falta de um nome que ele confiasse. Metade do seu governo estava com questões na Justiça e a outra metade não merecia sua confiança. Eleita, Dilma mostrou sua inapetência para governar nos primeiros meses. Para encobrir seu despreparo adotou a arrogância e a “intolerância” com os políticos como pano de fundo. Fez-se refém de seu antecessor e não só herdou a banda podre da gestão Lula, como os hábitos e as práticas de corrupção. Cooptou uma maioria inconsistente e mesmo tendo uma oposição incompetente sofreu significativas derrotas na Câmara e no Senado. Em seu segundo mandato a coisa foi muito pior. Mentiu descaradamente em sua campanha, e venceu graças a essas mentiras. O país mergulhou em uma crise econômica e institucional sem precedentes e sua relação com o Congresso, que nunca foi boa, piorou. A sociedade inconformada com o desgoverno petista começou a se manifestar com mais vigor nas ruas e nas redes sociais. A Operação Lava Jato comandada pelo juiz Sérgio Moro escancarou o desvio de bilhões da Petrobrás e outras estatais para os bolsos de políticos de praticamente todos os partidos políticos, principalmente o PT e seus aliados. Encontrou no presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, um adversário sem escrúpulos e venal, mas com muita competência política e mestre em “manobras legislativas”, que terminou abrindo o caminho para a história de seu impeachment. Ai começou o fim de Dilma Rousseff. Na madrugada desta quinta feira foi afastada pelo Senado Federal por 55 votos a 22. Hoje, sexta feira, 13 de

maio, Dilma já não é mais presidente do Brasil. E acredito que não voltará. E o PT acabou na lama.

O que vem por ai? Com o afastamento de Dilma Rousseff da presidência da República fecha-se, definitivamente, o ciclo de projeto de poder do Partido dos Trabalhadores. As principais lideranças e militância petista se apossaram do Palácio do Planalto trazendo na bagagem a esperança de um novo ciclo de democracia e desenvolvimento social, além de mudanças no modo perverso de governar dos governos que os antecederam. Uma radical e necessária reforma política e fiscal, com transformações capazes de conduzir o país no trilho do desenvolvimento e olhos voltados para as correções que sempre clamaram as áreas sociais, principalmente no item desigualdade. Se deslumbraram com o poder e transformaram o país em uma republiqueta corroída pela corrupção, pela negociata, pelo roubo explícito. O projeto não deu certo e a nação traída se voltou contra o governo e exigiu a sua saída. A grande indagação a se fazer é: o que virá agora? Michel Temer assume o governo e conseguirá recuperar os destroços deixados de herança pelo PT? É evidente que não, mas pode fazer muito se conseguir formar um bom time para disputar o jogo. Não precisa ser um governo de “notáveis”, basta que sejam competentes, honestos e ten-


ARTIGOS

CLÁUDIO VIEIRA

Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

Quem será o pizzaiolo?

J

uvenal, pensador e poeta satírico romano fez célebre indagação: “Quis custodiet ipsos custodes?”, livremente traduzida como sendo “Quem custodiará os guardas?”, ou ainda, “Quem vigiará os vigias?”. Realmente não raras vezes os

Tenho, todavia, indagado aos meus botões se a falada reforma será suficiente a uma limpeza ética do universo político. Creio que não, que, na situação atual, seria como pôr a raposa cuidando do galinheiro. fatos fazem-nos deparar com situações em que nos indagamos quem afinal - repetindo expressão cristã – suficientemente límpido poderá atirar a primeira pedra? Entre nos-

sos políticos – novamente ao Novo Testamento – encontrá-lo será como procurar agulha em palheiro, ainda que considerado aquele que se dizia o mais honesto dos brasileiros e hoje se vê enrolado na Lava Jato e quejandas. A propósito da crise política que atormenta e vitimiza a Naçäo, e da última erupção vulcânica em boa hora provocada pelo Supremo Tribunal Federal com a já tardia suspensão do mandato de deputado federal do notório Eduardo Cunha, além da consequente retirada do mesmo da presidência da Câmara Alta, conversava eu com o caçula dos meus filhos, lamentando angustiado as ocorrências de desmandos políticos, a proliferação de fatos penais atribuídos aos nossos representantes nos Poderes da República, o enver-

gonhamento nacional diante de um mundo não necessariamente puro, mas causticamente crítico ao Brasil. Indaguei-lhe, então, como terminaria tudo aquilo. Singelamente – talvez até em premonição de uma juventude precocemente desencantada –respondeu-me que tudo iria mesmo acabar era em pizza. Cioso das minhas preocupações, retoricamente argui-o sobre quem sobraria para ser o pizzaiolo. A minha arguição, assim entendo, tem suficiente base na realidade, tanto assim que os próprios políticos, em catarse que pretendem sincera, defendem uma reforma política a estabelecer regras rígidas para o exercício da política. O difícil é acreditar que tais políticos se reconheçam atingidos por uma reforma moral e ética, todos de lídimas moral e ética que se con-

sideram.Tenho, todavia, indagado aos meus botões se a falada reforma será suficiente a uma limpeza ética do universo político. Creio que não, que, na situação atual, seria como pôr a raposa cuidando do galinheiro. Como fazer então para que o Brasil mude? Respondo com o óbvio ululante, expressão outrora repetida por meu amigo José Luitgard Moura de Figueiredo, ilustre professor alagoano. E essa obviedade é que a real mudança na prática política nacional depende única e exclusivamente de nós, os eleitores. Façamos essa limpeza moral e ética e certamente aquela jovem citada pelo ministro Barroso, do STF, terá a certeza de viver em um outro Brasil, ao invés procurar viver em outro país. Digo ao meu filho: à juventude compete resgatar esse sonho!

PERCIVAL PUGGINA

PT colonizou o Brasil

arquiteto, empresário e escritor - site www.puggina.org

N

os primeiros anos do governo Lula, brincava-se com o

que se compreendia como uma presunção petista. Comentava-se - “O PT pensa que descobriu o Brasil”. Sob o novo governo, tudo era como “nunca antes na história deste país” e a própria narrativa histórica era refeita

Se o projeto político é o principal, o principal é cuidar do PT”. E o Brasil? Ora, o Brasil! O Brasil, àquelas alturas, já era tratado como uma colônia pela corte petista instalada em Brasília. para se adequar a tais premissas. O petismo gerava grandes “novidades”! Descobrira a escravidão negreira e reacendia tensões raciais. Captara a existência de desigualdades sociais e manejava para produzir antagonismos a

partir delas. Percebera desníveis de renda entre o Norte e o Sul do país e extraía daí as bases para o coronelismo de Estado lá onde, ainda hoje, alojam-se seus principais redutos. E assim por diante. Na alvorada do século XXI, o PT era o novo Cabral chegando com a modernidade aos botocudos brasileiros. Tudo ficaria na base do transitório e jocoso, não fosse o fato de que o partido governante levava tudo aquilo muito a sério e tinha um projeto de poder que não admitia interrupção. Não que o projeto político para o país fosse uma preciosidade em si mesmo, mas porque o poder era por demais precioso ao partido. José Dirceu, em um evento realizado na cidade de Canoas, afirmou em 2009, textualmente: “Se o projeto político é o principal, o principal é cuidar do PT”. E o Brasil? Ora, o Brasil! O Brasil, àquelas alturas, já era tra-

tado como uma colônia pela corte petista instalada em Brasília. A atitude colonialista se expressa em diversos aspectos do cotidiano nacional. Há um colonialismo com reflexos na produção cultural e na cultura pois uma mão lava a outra no acesso aos benefícios e estímulos financeiros proporcionados pela corte. A invasão do politicamente correto produziu efeito deletério na indiada que antes vivia numa sociedade livre, impondo autocensura à liberdade de expressão. O sistema público de ensino foi domesticado para só ministrar o que a corte de Brasília deseja ver ensinado através de seus trabalhadores em Educação. Em nenhuma hipótese tais conteúdos podem divergir da orientação imposta pelo colonialismo petista. Não convém à corte que seus sú-

ditos tenham armas para defesa pessoal. Por isso, inúmeras e onerosas dificuldades lhes são impostas para tal posse. No mesmo sentido, o colonialismo, de modo crescente, reduziu a autonomia dos entes federados - estados e municípios - em favor da centralização e consolidação de seu projeto de poder. Vai-se a Federação para o brejo. À exemplo do velho colonialismo europeu, a corte transformou em monopólio partidário a parcela mais rentável dos negócios de Estado, e neles atua, simultaneamente, como contratante e intermediária. Por óbvio, tudo fica mais oneroso ao súdito, pagador de impostos e consumidor dos serviços prestados pela corte. Portanto, laços fora brasileiros! As cortes de Brasília querem, mesmo, escravizar o Brasil.


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ARTIGOS

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JORGE MORAES Jornalista

O clássico da vergonha

O

título deste artigo não está relacionado ao jogo, nem ao resultado ou, muito menos, ao título conquistado pelo CRB. Na verdade, quero me referir aos fatos ocorridos após o encerramento da partida, onde o campo de jogo se transformou em um campo de guerra. Uma verdadeira arena, onde os gladiadores do mal, facções de torcidas organizadas só comparáveis aos grupos

Esses desequilibrados e marginais não tinham nada que invadir o gramado. Claro, que o objetivo era partir para a briga, estragar a festa dos outros, e conseguiram. que comandam o tráfico de drogas e o crime organizado dentro das penitenciárias brasileiras, sabem fazer. Nessa hora, o jogo pouco importa. Se o CSA foi melhor durante todo o campeonato e fez a melhor campanha do que o seu adversário, não é problema meu que eles tenham perdido o título. Se o CRB

conseguiu ser mais inteligente na decisão, mesmo que o adversário tenha sido melhor nos dois jogos, parabéns para eles que ficaram com a faixa mais uma vez, e consegue diminuir a distância entre eles na soma dos títulos conquistados. O que me faz escrever sobre o clássico da vergonha é saber que no script a decisão poderia terminar como terminou. É público e notório, principalmente do conhecimento das autoridades policiais e dos organizadores da competição, que o jogo poderia terminar daquele jeito. Há muito tempo que as duas torcidas chamadas de organizadas prometem agir com violência, inclusive marcando encontros pela internet, por meio das redes sociais. Na decisão, não poderia acontecer coisa diferente. Pergunta-se: por que não aconteceu nada nos jogos anteriores? Porque eles não decidiam nada. Os dois times estavam sempre na frente dos demais e não havia nenhum risco de não chegarem à final, à decisão. Naquela tarde/noite infeliz, seria diferente. Só um

Coisas das Alagoas

A

ndando pelas ruas de Maceió e pelas cidades do interior, fico verificando irreverências praticadas no trânsito e em outras atividades. É comum ver o “motorista costureiro”: de moto ou de carro, ele sai costurando os outros veículos. Quebra espelho retrovisor, arranha a lataria dos carros, quando não bate nos outros e se afasta rindo. As motos são verdadeiras máquinas mortíferas: assustam os motoristas dos automóveis, cortam pela direita e sempre querem passar na frente. É comum vermos motoqueiros estendidos no chão: mortos ou

É uma pena que numa cidade tão bonita, cheia de recantos maravilhosos, praias belíssimas, não contemos com a cooperação de nosso povo nos mínimos detalhes de convivência. feridos. E as bicicletas? Agora resolveram transitar pela contra mão. Se você por acaso, bater num táxi, está perdido. De repente, aparecem testemunhas que não estavam presentes na hora do sinistro. Realmente, é uma classe unida

e uns defendem os outros, mesmo sem terem visto nada. Na orla, outro problema sério: os ônibus de turismo. Na hora do trânsito mais intenso param em frente aos hotéis de qualquer maneira. Existem estacionamentos enormes do outro lado da rua, mas, de nada adianta; eles param onde querem! Reclamar é caso perdido. Não sabem eles que os próprios turistas estranham tal comportamento. Quem tiver o azar de passar na porta dos colégios, na hora de entrada ou saída dos alunos, vai ficar estressado. Os carros param em fila dupla ou tripla; os pais esperam seus filhos. As autoridades não conseguem evitar o abuso. Morei num edifício na Ponta Verde e não houve síndico que evitasse o transporte de alunos parar na porta da garagem. A ameaça de chamar a polícia ou comunicar à escola não adiantou. O motorista era atrevido e deseducado! Durante os fins de semana, na orla marítima é uma falta de tranquilidade; carros em fila dupla, em cima das calçadas. Parece uma terra sem lei. Na Casa Vieira da Mangabeiras, às 8 horas da manhã, hora do trânsito pesado na Avenida Gustavo Paiva, o caminhão de lixo estaciona na via e os automóveis são

sairia com o título. O que me parece mesmo, é que todos, inclusive o policiamento escalado para o trabalho, com toda experiência possível de seus comandantes e comandados, não esperavam tamanha selvageria. Naquela hora, um círculo formado pela policia na pista de atletismo seria o mais prudente. Uma ação mais rápida para se evitar aquela brutalidade em campo, poderia resultar uma coisa melhor do que foi visto. Afirmar que ouve superlotação no estádio, que portões foram quebrados e que faltou um controle maior na entrada do torcedor, não justificam os fatos ocorridos. A briga covarde entre torcedores de CSA e CRB não foram registradas nas arquibancadas. Foram vistas dentro do campo de jogo, onde a segurança foi falha e tardia. Em outros jogos envolvendo as duas equipes aconteceram muitos problemas, mas sempre nas áreas reservadas aos grandes públicos, o que não foi o caso de domingo (8). Nessa hora, todos precisam colocar a carapuça na cabeça e reco-

nhecer os erros cometidos, e ponto final. Sobre a manifestação das torcidas invadindo o campo de jogo, mesmo que não fosse uma coisa permitida, parte da torcida do CRB tinha até o direito de assim agir para comemorar junto com os jogadores do time campeão. O que não podia acontecer, era alguns torcedores do CSA entrarem em campo. Eles foram comemorar o quê? A perda do título. Esses desequilibrados e marginais não tinham nada que invadir o gramado. Claro, que o objetivo era partir para a briga, estragar a festa dos outros, e conseguiram. É por essa e outras coisas que defendo o jogo entre CSA e CRB com uma só torcida em campo. Muita gente discorda, mas para gente ruim o remédio é radicalizar. Paga o justo pelo pecador, em nome da segurança. Em Minas Gerais, é assim. Se após os jogos ainda vemos confrontos nas ruas próximas aos estádios, cabe à Polícia Militar interferir e evitar que isso ocorra. Conversas entre coronéis, promotores, dirigentes e torcedores marginais, não adiantam mais. É o que penso...

ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

obrigados a fazer fila única. É preciso explicar às pessoas que a hora de entregar encomendas, mercadorias ou recolher lixo é de noite ou antes das 7 da manhã. Passei pela estrada que leva ao Litoral Norte e vi uma jovem vendendo frutas. Em cima da mesa onde havia bananas, mangas e outras frutas estavam os pés da garota bem sujos. Deveria haver um aviso: “Frutas com chulé”. As cidades litorâneas são um péssimo exemplo no trânsito: menores e jovens dirigem como se estivessem sozinhos, em pleno deserto. Não respeitam ninguém. Outro grande problema é o som no carro ou nas casas. Os visitantes saem de suas casas e vão para a praia. Aí, ligam o som bem alto e vão aproveitar o fim de semana. Esquecem que nas cidades de veraneio moram outras pessoas e elas merecem respeito. No condomínio onde moro, em Paripueira, lutamos há três anos com um caso absurdo. A casa de um vizinho fica num terreno de 15X20 metros, com duas frentes. No último fim de semana trouxeram uma banda musical, dessas de show em grandes

espaços abertos. Não adianta chamar a polícia, comunicar ao síndico. O dono da casa não respeita ninguém! E lá vamos nós com os desrespeitos: no trânsito, nas praias, nas lojas, nos condomínios. Transformamos as cidades, o estado, numa terra sem lei. Andando pelas estradas vemos pessoas sentadas no acostamento. De vez em quando, morre um. É uma pena que numa cidade tão bonita, cheia de recantos maravilhosos, praias belíssimas, não contemos com a cooperação de nosso povo nos mínimos detalhes de convivência. Não há nada mais incômodo do que brigar com vizinhos, chamar a polícia. Mas, infelizmente, quando o desrespeito é grande, alguém precisa fazer algo. Ainda hoje tenho amigos que moravam na mesma rua que eu há sessenta anos. Respeitar o próximo, o vizinho, o desconhecido que está no carro ao lado na frente ou atrás, faz parte de educação de base. É só querer!


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Música que imortalizou Luiz Gonzaga completa 70 anos

“BAIÃO”

CANÇÃO ESTOUROU NAS RÁDIOS UM ANO ANTES DE ASA BRANCA E DEU AO CANTOR TÍTULO DE REI ODILON RIOS Especial para o EXTRA

A

mantes da música de Luiz Gonzaga celebram, no próximo dia 22, os 70 anos da gravação da música “Baião”, que imortalizou o cantor e seu parceiro em composições, o advogado Humberto Teixeira. “Baião” é um divisor na carreira de Gonzagão. Em 1945, ele havia gravado seu 25º disco como sanfoneiro - e o primeiro como cantor. Foi neste mesmo ano que ele conheceu o poeta cearense e advogado Humberto Teixeira. A parceria durou até o início da década de 50. Em 22 de maio de 1946, com os dois, veio o sucesso que transformou Gonzagão em “Rei do Baião” e “Seu Januário”- pai de Luiz Gonzaga- o “Vovô do Baião”. Um ano depois, 3 de março de 1947, saiu o hino do Nordeste - para o cancioneiro popular: Asa Branca. Segundo o forrozeiro e pesquisador dos ritmos nordestinos, Anderson Fidellis, “Baião”, originalmente, foi gravada em maio de 46. Em outubro, Gonzagão e o conjunto Quatro Ases e um Coringa - o mais famoso da época do rádio brasileiro - voltaram ao estúdio e regravaram o ritmo nordestino. Dois anos depois, Luiz Gonzaga faz nova regravação de “Baião”. O sucesso é maior. “O baião foi o primeiro ritmo nordestino a ser difundido em cadeia nacional e, posteriormente, mundial”, disse Fidélis. Segundo ele, o ritmo era uma das modalidades do lundu - de origem dos escravos bantos, trazidos de Angola na

escravidão. O nome vem de “bailar”, que se transformou em “baiar”. Daí, “baião”. “O baião estava dissolvido na viola nordestina, na embolada, no coco. Há de se dizer que o baião é uma espécie de lundu, que foi o ritmo-pai de toda a nossa música, a exemplo do maxixe e do samba. O que Gonzaga fez junto a Humberto foi urbanizar o baião, com base na construção estética da música da então capital brasileira, o Rio de Janeiro”, explica o pesquisador. “O baião, antes, era encontrado na batida da viola do violeiro. O forró era o local onde se dançava. Gonzaga propôs o encontro dos dois, inspirandose no samba carioca. Trouxe para o baião a zabumba das bandas de pífano, inspirado no surdo do samba. Substituiu a sanfona de oito baixos pelo Acordeon de 129 baixos, explorando mais recursos encontrados no choro. E o triângulo foi um elemento que ele mesmo colocou pra “temperar” essa mistura”, analisa Anderson Fidélis. “Baião” invadiu o jeito de fazer música de alguns cantores: o rock de Raul Seixas; o tropicalismo de Gilberto Gil; o herdeiro de Gonzagão, Dominguinhos. “Segundo alguns depoimentos de Humberto Teixeira, o baião tem séculos de existência, vindo das cortes europeias. E por essa indicação segui em minhas pesquisas. E de fato achei algo que possa levar a isso que Humberto falou, justamente através do lundu que tínhamos aqui no Brasil. Essa base rítmica se espalhou por todo o Brasil, até a Argentina; o tango, a vaneira, o maxixe e o baião têm um ancestral em

Anderson Fidellis conta a história do sucesso de Gonzagão

comum, e a pista para isso está em um desses ritmos, que é a vaneira”, explica o pesquisador. Tantas histórias, algumas encaixadas em outras tantas histórias, também levam em conta a difícil tarefa de urbanizar o baião. O ritmo era conhecido no século 19, registrado por Câmara Cascudo. Antes de alcançar a popularidade atraída por Gonzagão, o baião era chamado de “ritmo da canalha”. Nos anos 50, porém, a “canalha” passou a ocupar os salões da elite, nas famosas vozes do rádio da época como Carmem Miranda e Jamelão. Todos bebendo a fonte comum: o baião, ritmo do Nordeste, eternizado pelo rei e seus herdeiros.


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Sem noção do perigo

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enho alertando sobre o perigo da recessão brasileira desde o início da crise econômica mundial, em 2008, que afetou os países ricos da Europa e os EUA. Ela chegou há mais de um ano e foi se aprofundando cada vez mais. A inadimplência das pessoas físicas e jurídicas atinge índices alarmantes. Os juros são de respectivamente 150,42% e 71,15% ao ano, contando abril de 2015 a abril de 2016. Observem bem que os consumidores pagam mais do dobro do que a empresa paga. E vai continuar assim. Segundo os economistas, é o cenário econômico atual do aprofundamento da crise, que aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência. Tudo se deve ao fato dos índices de inflação mais elevados, o aumento de impostos e juros maiores, que reduzem a renda das famílias. E mais: o desemprego vem aumentando, fazendo com que os bancos aumentem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência.

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REPÓRTER ECONÔMICO

JAIR PIMENTEL jornalista.jairpimentel@gmail.com

Dinheiro fácil

Disciplina

Todo esse cenário, que já era previsível desde 2008, fez com que os juros fossem crescendo e chegando a esses índices atuais da pesquisa divulgada essa semana, com o fechamento do mês de abril. São juros cobrados no comércio, o cartão de crédito rotativo, no cheque especial, no CDC (Crédito Direto ao Consumidor), no financiamento de veículos e empréstimos consignados em bancos e financeiras, além de empréstimos para a casa própria.

Para aqueles que se encontram realmente no fundo do poço, sem condições de quitar o débito do cheque especial, do cartão de crédito, do CDC e outros empréstimos, a dica da coluna é negociar, pagar o que foi firmado no acordo, se disciplinar financeiramente, e jurar nunca mais se endividar. Não tem outra saída. Os bancos jamais vão perdoar esse débito.

Nada muda Até o final do ano, nada vai mudar em termos de juros, taxas, multas, inflação, impostos. Pode aumentar, jamais diminuir. Assim, só resta mesmo economizar ao máximo no consumo, pagar as contas em dia e não esperar aumento de salários. É continuar pesquisando preços, comprando à vista e seguir o orçamento doméstico, sempre procurando economizar e ainda deixar uma parte da renda mensal numa caderneta de poupança, formando sua reserva financeira para alguma emergência.


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S.O.S. ALAGOAS

Canal do Sertão

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s obras do Canal do Sertão continuam, mas sem previsões de conclusão e moradores da região não lembram ano do início. Mas tem pessimistas achando “mais provável o São Francisco secar que o Canal ter data para inaugurar“.

CUNHA PINTO

Apoio técnico

Sobre a empresa

Agência de Fomento em Alagoas ampliou na região Norte o Programa de Financiamento para Cooperativa e Associações produtivas (Coopmais). É proposta com meta de profissionalizar gestão dos aglomerados de produção e fomentar investimento no Estado.

De Arnóbio Cavalcante, presidente daAlgás, sobre a empresa: “Hoje nós estamos em mais de 40 mil unidades residenciais, 549 estabelecimentos comerciais, 31 postos de combustíveis e 29 indústrias”.

Plano de safra

Tem adversário?

O Palácio dos Martírios recebeu de Brasília boas notícias para produtores rurais. Uma delas: crédito de R$ 202, 88 bilhões para este ano. É 8% a mais que o da safra anterior (R$ 187,7 bilhões) e técnicos do setor confirmam: “Érecorde”.

Rui Palmeira é candidato à reeleição em outubro e campanha terá apoio do governador Renan Filho. Mas o eleitor pergunta: quem na oposição será capaz de surpreender? Ronaldo Lessa?

Programa Aprimorar

Presente de grego O reajuste do Imposto de Renda para 2017, anunciado pela presidente Dilma Rousseff, em São Paulo, Dia 1º de Maio em ato da CUT, foi recado e a ver proximidade de outubro. É recado que a oposição acha oportuno para a época.

Governo presente

Sem uma correção na tabela do Imposto de Renda e da causa, além do IOF em 1,1%, o aumento do dólar também deve pesar na hora de aplicar reajuste de preços. No Brasil só não serão tributados os com salários de até R$ 1.903,98.

Renan Filho (PMDB) propõe uma aproximação com o cidadão através do programa “Governo Presente.” Ele, em encontro recente com empresários da rede hoteleira do Litoral Norte, expôs as propostas que acredita darem certo e ouviu sugestões.

Compensação

Ponto de vista.

Proposta provável

E mais: deverá também ser incluído no projeto de lei que trata da correção da tabela do Imposto de Renda medidas compensadoras para evitar a perda de arrecadação. Mas não é intenção evitar que seja “neutro no todo?”

Contraste A Rua Jangadeiros Alagoanos, de comércio movimentado, não tem semáforo no cruzamento com a Domingos Lordslen, e a Prefeituras teima no alheamento ao apelo antigo de moradores. Mas para maioria a “esperança é a última que morre”.

Eleições: preparativos Os partidos políticos em Maceió já filtram candidatos para as eleições de outubro com proposta para evitar atropelos nas proximidades das convenções? É que são mais de 30 partidos aptos a apresentar candidatos.

Visita informal De Marta Arruda, artista plástica em visita à Algás no dia 1º de maio: “Sou artista mas me considero uma soldadora até hoje; digo que sou artista-soldadora. Tenho orgulho da profissão, que tem uma relação tão próxima como o dia da Algás”.

Renan Filho: “O Plano de Safra é fundamental para que haja mais recursos para o financiamento, custeio e investimentos na agricultura, hoje um dos motores que fazem o Brasil crescer e ser responsável pela maior parte das nossas exportações”.

Equipe pronta?

Michel Temer já assume postura de presidente do Brasil e forma a equipe que vai compor os ministérios. Mesmo sem ter sido eleito com aval do povo, chega ao Planalto com crédito . É, conforme a administração, pode ganhar confiança para 2018.

Penedo/Arapiraca Algás analisa o gasoduto no trecho Penedo/Arapiraca como importante para o desenvolvimento da região. Está confiante de ser atrativa para instalação de empresas e o aumento da rentabilidade das indústrias arapiraquenses.

A Faculdade Pitágoras de Maceió promove dia 14, às 9 horas, uma troca de experiências e debate sobre carreira e liderança no cenário corporativo atual. É aberto a gestores de Recursos Humanos, formadores de opinião e empresários.


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MEIO AMBIENTE

Jararaca

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oi descoberta na Ilha dos Franceses, litoral do Espírito Santo, a Bothrops sazimai, uma espécie de jararaca com olhos e caudas relativamente maiores do que o normal. Sua alimentação se limita a lacraias, lagartos e pequenos anuros. A descrição foi publicada na revista científica Zootaxa e autores do estudo classificam-na como “criticamente ameaçada de extinção”, por só existir nessa ilha.

JULLYANE FARIAS meioambiente@novoextra.com.br

Lixo espacial Um relatório da Nasa revelou, este mês, que apesar da quantidade de lixo espacial acumulado na órbita da Terra ter aumentado desde o ano passado, a Rússia foi o único país capaz de reduzir a sua cota de detritos. Atualmente, 6.276 objetos espaciais são atribuídos à Rússia, contra os 6.312 há um ano.

Jeep A Jeep em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica criou o Vigilant Wallpapers, que traz imagens em tempo real dos 8% de mata nativa ainda restante. As imagens são captadas em locais que estão constantemente sofrendo algum tipo de agressão, com câmeras camufladas e movidas a energia solar, que funcionam 24 horas por dia transmitindo imagens com geolocalização via streaming. O Vigilant Wallpapers Jeep está disponível para que a população ajude o governo a parar o desmatamento. Para baixar é só ir no Google Play ou no site www.jeepwallpapers.com.br.

Urso A ONG Animals Asia resgatou o urso Tuffy de uma fazenda de extração de bile em Hong Kong. A bile de urso tem sido muito utilizada na Ásia para tratar vários problemas de saúde. A extração é feita diariamente em ursos vivos, que são perfurados e violados com cateteres. As vesículas de Tuffy estavam tão danificadas que tiveram que ser removidas. O urso agora se recupera em um santuário no Vietnã, onde é mantido ao ar livre.

Bloqueio Desde o mês passado, a ASAS (sistema de alta pressão subtropical do Atlântico Sul) ganhou muita força sobre o Brasil, reduzindo o nível de umidade no ar e da chuva. Essa intensificação é um dos efeitos do El Niño, que para enfraquecer é preciso que uma frente fria consiga quebrar o bloqueio das montanhas argentinas para mudar a situação no Brasil.

Barreira de Coral Cientistas da Universidade James Cook de Townsville constataram que apenas 7% da Grande Barreira de Coral da Austrália conseguiu escapar de um processo de branqueamento, provocado pelo aumento da temperatura da água, que expulsa as algas simbióticas que fornecem ao coral sua cor e seus nutrientes. O local, de 345.000 km², evitou por pouco entrar na lista de áreas ameaçadas elaborada pela Unesco.

Mistérios da natureza Ameaçadas pelo corte ilegal de árvores e uso de herbicidas, as borboletas monarcas são o único inseto a fazer uma migração tão longa durante o inverno, concluindo o trajeto de ida e volta 4 gerações de depois, pois o tempo de vida desse inseto é de aproximadamente dois meses. Pesquisadores da Universidade de Washington descobriram que elas usam apenas algumas indicações solares para saber onde fica o sul e qual é a hora do dia.

Mariana O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou, depois de três meses de sigilo, os resultados do estudo sobre o impacto da lama de rejeitos que vazou no final do ano passado após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG). Foi constatada alta concentração de metais pesados como arsênio, manganês, selênio e chumbo acima do limite estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). No entanto, não foi possível confirmar a relação entre a contaminação e os rejeitos vazados na tragédia.


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CRB: novo desafio

O CRB, bi-campeão do estado, foi derrotado por 1 x 0 pelo Vasco, no estádio Rei Pelé, pela Copa do Brasil e o segundo jogo será no São Januário no Rio de Janeiro. Já no sábado, o Galo pega o Joinville, em Santa Catarina. O jogo é pela série B e a torcida joga no otimismo do Galo somar ponto. Um que seja. Lembram: “Futebol é caixa de surpresas”.

PORDENTRODO ESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Olimpíadas em Alagoas A Tocha Olímpica percorre os Estado protegida por uma das mais complexas operações de segurança já montada pelas Forças Armadas. Cidade-sede é o Rio de Janeiro,onde a tocha chega em julho, às vésperas da abertura dos Jogos.

Símbolo da chama A chama olímpica simboliza a união dos povos e a paz. Mas o objetivo da passagem nos estados é favorecer a integração das instituições de segurança pública. Daí a razão de antes da abertura dos Jogos percorrer todo o País.

Cidades escolhidas No revezamento da Tocha Olímpica, maceioenses têm certa ansiedade pela chegada dela. Mas além de Maceió, passará por Arapiraca, União dos Palmares, São Miguel dos Campos, São Sebastião e Murici.

Futebol de salão Em Arapiraca a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer abriu inscrição para a Copa de Futsal da Indústria e do Comércio. É gratuita para alunos da Escolinha de Futsal e atendimento das 8 às 14 horas no Ginásio João Paulo II (Parque Ceci Cunha).

Incentivar o futsal Nelson Filho, secretário de Esportes e Lazer sinaliza como propósito dos jogos “descobrir, formar talentos e incentivar a prática esportiva do futsal”. Inscrição é para ambos os sexos e idade de 7 a 14 anos. (Fonte: Smel).

Escrita mantida? O Vasco, nos jogos na temporada contra o Flamengo registra uma escrita de nove jogos sem derrota. No clássico recente, pelo campeonato, voltou a vencer. O Vasco é o atual campeão carioca.

Bola pra frente Mas e o ASA? Essa é pergunta que só o futuro tem a resposta, mas agora com novo presidente, o médico Helycalo, torcedores estão confiantes. E outra novidade é o comando técnico entregue a Jaelson Marcelino (ex-Coruripe).

Perguntar não ofende: No futebol o que motiva diretores de clubes a aceitar pressão de torcidas organizadas? E as práticas habituais de predadores infiltrados, a ponto de haver intervenção policial tanto dentro como fora do estádio. E agora? O Ministério Público será mais rigoroso?

Jogos da seleção

Dunga, no comando técnico da seleção brasileira para a Copa de 2018, na Rússia, prioriza o preparo físico dos jogadores. Mas antes, bota os olhos na Copa América e nas Olimpíadas, onde acha que a pressão por vitória será “muito grande”.

Copa América Dunga convocou 23 jogadores e diz que vai cobrar do time muita competitividade. Tanto nas Olimpíadas como na Copa América. “Vamos buscar sempre o que temos em mente. Mas não dá para medir uma competição com a outra”.

Copa do Nordeste Coronel Nunes, vice-presidente da CBF, elogiou em entrevista no Globo Esporte a organização da Copa do Nordeste e sugere até, para 2017, que haja um basta nas que chama de “copas políticas”.

Sugestão “A Copa do Nordeste precisa ser replicada em outras regiões do Brasil”. Ele dá como exemplo a Copa Verde, antiga Copa Norte na terceira edição também como exemplo. As demais denomina de “copas políticas”.

Sub-17 O time Sub-17 do CRB estreia dia 30 na Copa do Brasil Sub-17 contra o Vitória e no Trapichão. O Galo ganhou vaga com um 11º lugar na série B do ano passado. Os 12 primeiros participam da segunda divisão do campeonato.

Mais informações Disputa da Copa do Brasil Sub-17 se espelha na divisão especial e conta também com 32 clubes (20 da série A e mais os 12 primeiras da série B). Fórmula de disputa é semelhante à da Copa do Brasil na categoria profissional.

Primeiro reforço O Barcelona já tem o primeiro reforço para a temporada 2016/17. De acordo com o diário “Sport”, a equipe de Luis Enrique irá contar com Denis Suárez, meia do Villarreal, que já havia sido sondado na janela de inverno da Europa. Para ter o jogador de 22 anos, o Barça teria desembolsado pouco mais de três milhões de euros (aproximadamente R$ 13 milhões) para chegar ao acordo com o Villarreal. quantia seria referente à cláusula de rescisão de Denis Suárez. No fim de maio, após a final da Copa do Rei - que será decidida entre Barça e Sevilla, no dia 22 -, o clube catalão completa o valor da transferência.

Copa do Brasil O Santos bateu o Galvez por 3 a 0, na quarta-feira (11), na Arena da Floresta, no Acre, e garantiu classificação antecipada para a terceira fase da Copa do Brasil. Por causa dos três gols marcados fora de casa, Peixe anulou o jogo de volta na Vila Belmiro. Os gols da equipe paulista foram marcados por Rafael Longuine, Paulinho e Fernando Medeiros. O Bahia desperdiçou muitas chances e ficou no empate de 0 x 0 com o América-MG pela Copa do Brasil. Apesar de jogar fora de casa, Tricolor é superior, mas perde boas oportunidades. Coelho joga por empate com gols em Salvador. Já o Atlético-PR abriu 2 a 0, mas Dom Bosco empata e leva decisão para Curitiba. Jogo de volta será no dia 18, quarta-feira, na Arena da Baixada. O Santa Cruz faz o suficiente, 2 x 0 e passa pelo Vitória da Conquista e se classifica na Copa do Brasil. Sem emoção e sem gols: Portuguesa e Vitória empatam no Canindé.

Libertadores O São Paulo vence por 1 x 0 o primeiro confronto com o Atlético MIneiro, no Morumbi. e a decisão da vaga para continuar na Libertadores fica prá Minas Gerais. Michael Bastos fez o gol do São Paulo no segundo tempo.


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ALTA RODA

Picapes médias em evolução

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ercado pode ser pequeno, mas continua avançando em grande parte pelas vendas em cidades de portes médio e pequeno, em especial as participantes do agronegócio. Em 2015 picapes médias representavam 4,5% do total de picapes comercializadas e, no primeiro trimestre de 2016, subiram para 5,9%. Tendem a se expandir com a oferta de modelos, atualizações de linhas e conteúdo. É o caso da S10 2017, com a qual a GM espera retomar a liderança, perdida para a Hilux, até o final do ano, sem esquecer do avanço da novata Toro. Renovação frontal, incluindo luzes diurnas de LED nas versões mais caras, melhorou o visual da picape Chevrolet, embora sem mudanças na traseira, salvo a relocalização da câmera de ré. O interior recebeu novos materiais de acabamento, tela multimídia de oito pol. com a segunda geração do sistema de conectividade, afora sensores de chuva e de acendimento dos faróis. Agora há alertas para mudança

de faixa e de proximidade do veículo à frente, neste caso com três ajustes de distância e nível sonoro. Mecanicamente, além da estreia da direção eletroassistida, o motor flex de quatro cilindros passou para 2,5 litros, 206 cv e torque de 27,3 kgfm (etanol). O diesel manteve 200 cv e maior torque do segmento: 51 kgfm com caixa de câmbio automática; diminui para 44,9 kgfm com câmbio manual. Ambas têm seis marchas. O peso em ordem de marcha foi reduzido em até 35 kg. Melhorias aerodinâmicas (12%), redução de ruído de vento (8%), recalibragem de molas e novos coxins foram sentidas numa primeira avaliação, em asfalto e terra, da nova versão de topo cabine dupla High Country, 4x4, automática, com reduzida verdadeira. A GM manteve os preços do ano-modelo anterior que vão de R$ 97.890 a R$ 167.490, fora opcionais, em 13 configurações possíveis. Em termos de itens de segurança passiva e ativa a S10 ainda fica bem trás da

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FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br recém-reestilizada Ranger. Faz falta, em particular pelo tamanho, peso e preço do veículo, o controle eletrônico de estabilidade de série em todas as versões. Mas a histórica posição de 20 anos de liderança entre as picapes médias certamente ajuda a manter clientes fiéis, o que já não é muito fácil nos dias de hoje. Simultaneamente a GM lançou a Trailblazer 2017, em versão única para sete passageiros, e com a mesma base motriz anterior: V-6 a gasolina, 3,6 litros, 279 cv e diesel, 200 cv (igual ao da S10). A fábrica informa 50 novos itens no seu SUV médio-grande, redução de massa de 13 kg e melhoria no consumo de combustível de até 3,4%. Apesar de

todas as mudanças e componentes adicionais, anunciou redução de até R$ 4.000, que corrige a precificação exagerada anterior. O V-6 custa R$ 159.990 e o Diesel, R$ 189.990. Em relação à líder Toyota SW4 a diferença chega a quase R$ 70.000. Trailblazer, apesar de ser um veículo de peso pesado (até 2.161 kg em ordem de marcha), tem boa vocação estradeira, após avaliação da Coluna entre Brotas e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em especial com o motor V-6. Destaque para a direção eletroassistida que compensa a inclinação natural da via e pode até reduzir trepidações em desbalanceamento moderado das rodas.

RODA VIVA n ABRIL voltou a registrar maus resultados para as vendas internas de veículos. Em relação ao mesmo mês de 2015 a queda foi de 26% e, ao considerar o quadrimestre, houve recuo de 28%. Isso pode indicar que, finalmente, o fundo do poço está chegando, pois a média diária de comercialização de março e abril deste ano (em torno de 7.000 unidades) praticamente se manteve. n APESAR de números desanimadores, Anfavea ainda não reviu projeções de vendas, produção e exportação para 2016. Entidade prevê queda de apenas 7% no principal indicador do mercado interno. Estoques totais caíram de 48 dias

em março para 46 dias em abril, ainda longe da normalidade de até 35 dias ao considerar mais de 1.000 modelos e versões de 35 marcas. n VOLKSWAGEN mudará nos próxi-

anos.

mos meses seu plano de manutenção periódica que estabelece prazo semestral para troca de óleo em todos os modelos. Vai se igualar aos demais fabricantes ao preconizar apenas uma visita anual às concessionárias ou a cada 10.000 quilômetros rodados (esse intervalo já foi de 15.000). Na Europa é comum trocas a cada dois

n JAC T5 destaca-se por seu estilo atual, vem bem equipado (tela multimídia de oito pol.) e espaço atrás assim como por-

ta-malas rivalizam com o HR-V. Direção eletroassistida tem atuação excessiva em estrada e adequada em cidade. Câmbio manual 6-marchas é algo ruidoso nos engates. Acabamento melhorou bastante, apesar de algumas marcas aparentes de solda. n NADA contra atualização dos valores de multas (estavam realmente defasados) e de aumentar penalidade para gravíssima no caso de uso e “manuseio” do celular. Se o telefone estiver fixado no painel ou para-brisa e usado como navegador (o que é permitido) se exigirá bom-senso de quem fiscaliza? Parece, também, ilegal a correção automática de multas pelo IPCA.


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ARTIGO

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

Os pardais de ouro da Prefeitura de Maceió

Q

uem já leu alguns dos meus artigos já sabe que eu passei 22 anos como diretor da Divisão de Trânsito do Departamento de Estradas de Rodagem – DER/AL. Eu era o responsável pelo Trânsito e pela Sinalização de todas as rodovias estaduais de Alagoas. Vale lembrar que, eu também, fui diretor de Pla-

Os compradores dos pardais sabem que eles são polêmicos, principalmente, quando adquiridos sem licitação. Além de tudo, num trânsito caótico como o de Maceió, eles são caríssimos e desnecessários. nejamento do Detran-AL e que já fui Assessor Especial da SMTT, órgão da Prefeitura Municipal de Maceió. Por causa dessas minhas atividades ligadas ao trânsito, eu estou escre-

vendo este artigo. Já sabem vocês que está tramitando na Justiça um processo que trata dos tais “pardais” que foram adquiridos pela Prefeitura de Maceió. Por isso, eu quero fazer algumas considerações sobre o assunto aqui enfocado. Eu não quero dizer que nós estamos diante de mais um escândalo, daqueles já acontecidos na Prefeitura de Maceió, em anos passados, na administração anterior, quando 200 milhões de reais foram surrupiados dos cofres públicos no tal “Escândalo do Lixo”. Em mais de 15 congressos nacionais, eu já convivi com centenas de outros colegas de outros estados e, pude saber que alguns deles exigiam “propinas”, quando executando obras de sinalização, ligadas ao trânsito. É que esse pessoal compra os aparelhos e equipamentos usados no trânsito, como

radares fixos e pardais, com o fito de faturar com a “indústria da multa”. Por sua vez, como muitos não entendem de aparelhos e instrumentos do trânsito, são enganados pelos vendedores, com superfaturamentos imorais. É um pessoal muito vivo!!! Também, é nas medições das faixas demarcadoras do trânsito onde acontecem as safadezas. Em lugar de medirem 5 ou 6 quilômetros de faixas, medem o dobro, o que dá muito dinheiro de propina. Esses pardais comprados, recentemente, pela Prefeitura de Maceió, sempre foram motivos de gozações. O prefeito anterior chegou a se exibir em fotos, quando mandando retirar todos os pardais de Maceió. Aconteceu que os caras novamente ofereceram os pardais dourados ao novo prefeito, e o Dr. Rui Palmeira foi na onda. Os compradores dos pardais,

sabem que eles são polêmicos, principalmente quando adquiridos sem licitação. Além de tudo, num trânsito caótico como o de Maceió, eles são caríssimos e desnecessários. Ora, eles poderiam ser aplicados, caso o trânsito de Maceió já estivesse planejado, sem engarrafamentos e sem conflitos nas nossas artérias mais problemáticas. Com esses 10 milhões de reais que foram anunciados, melhor teria sido, se a Prefeitura juntasse dinheiro para construir viadutos, passarelas e novas vias de escoamentos para a cidade. Dez milhões de reais, é muito dinheiro para um equipamento simples como é um radar ou um pardal. Nosso trânsito está travado e os pardais são “indústrias de multas”, são chutes e falta de um planejamento sério. A Justiça com a palavra!!!


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ABCDO INTERIOR

Eleições em Girau Em Girau do Ponciano, a família Barros segue unida e deve confirmar nos próximos dias a pré-candidatura a prefeito de David Barros, que já abriu diálogo com lideranças políticas das áreas urbana e rural. O ex-deputado estadual Gilvan Barros, maior expressão política da família, é pai do deputado estadual Gilvan Barros Filho, que nas últimas eleições foi eleito com 34.307. De acordo com informações, algumas diferenças políticas já foram resolvidas entre membros da família que, agora, marcha unida para conquistar os votos dos eleitores. O município nas eleições passadas registrou um pouco mais de 22 mil eleitores e possui mais de 40 mil moradores. Outra grande expressão da família é o vereador Jarbas Barros, que vem tendo uma atuação bastante destacada na Câmara Municipal daquela cidade.

Eleições em Palmeira Com informações do jornalista Berg Morais: O secretário de Educação de Palmeira, Luiz Lobo, contratou o advogado Adriano Soares e sua “tropa de choque” para atuar na sua pré-campanha na disputa pela prefeitura do município. A ideia é preparar munição para possíveis ataques e falhas de seus adversários durante o processo eleitoral.

Eliminar ameaças Apesar de ser um dos melhores advogados e ter relações fortíssimas dentro do TRE-AL e em Brasília, Adriano Soares tem pela frente o papel de tentar eliminar ameaças dos adversários e proteger seu cliente de possíveis rasteiras, já que dizem que políticos dão rasteira até em cobras.

Homenagem Um dos mais antigos cronistas esportivos de Alagoas, Jurandir Costa, que faleceu este ano, será homenageado no próximo dia 21 pelo prefeito de Santa Luzia do Norte, João Pereira, quando terá seu nome fixado na cabine de rádio no estádio municipal. A informação foi prestada pelo coordenador de esportes do município, Flávio Siqueira. Na homenagem ao radialista será realizada uma partida de futebol, envolvendo a seleção local e a representação dos cronistas desportivos. “O prefeito foi muito feliz ao prestar essa homenagem a um dos mais antigos radialistas alagoano. Jurandir Costa, escreveu esporte no Jornal de Hoje e atuou durante quase meio século como repórter de pista da Rádio Gazeta.

Tarde festiva “Vai ser uma tarde festiva muito agradável, quando os cronistas alagoanos estarão em Santa Luzia prestando essa homenagem ao radialista. Neste jogo, o ex-jogador Péu, depois de muitos anos, retornará a campo e reforçará a equipe, que conta com os seguintes jogadores: Tonho, Sérgio, Manoel, Gil, Neguinho, Fábio, Ronaldo, Beninho, Arlindo, Tinho, Cocada Josi e Éto”, disse Flávio Siqueira. O presidente da Associação dos Cronistas Desportivo de Alagoas, radialista Jorge Lins, destacou a iniciativa do prefeito João Pereira em prestar a homenagem a Jurandir Costa. “Foi uma iniciativa que em nome de toda categoria temos que agradecer ao prefeito que deu o nome a cabine de rádio Jurandir Costa”, disse Jorge Lins.

Tocha Olímpica Foi dado o pontapé para chegada da Tocha Olímpica em Arapiraca – um evento que promete ficar na história do município. Na noite de terça-feira (10), no Restaurante Escritório Comedoria, revezadores e profissionais da imprensa participaram da apresentação do Plano para Passagem da Tocha Olímpica.

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robertobaiabarros@hotmail.com

Fato marcante

Está bem

“Conseguimos reunir tanta gente aqui porque a vinda da tocha olímpica é sem sombra de dúvidas um fato marcante na nossa vida. Desde julho, equipes da prefeitura têm trabalhado muito para que recebamos esse símbolo esportivo da melhor forma. A prefeita Célia está de parabéns por ter encabeçado essa luta. Tenho certeza que Arapiraca estará de braços abertos”, colocou. A secretária de Planejamento e coordenadora do Comitê Olímpico Local, Cícera Pinheiro, apresentou dados e explicou como se dará a passagem da tocha no município. Ela também fez questão de enaltecer todos os revezadores que se inscreveram e foram escolhidos para carregar a chama olímpica.

Projeto grandioso “São mais de seis quilômetros dentro de nossa cidade. A tocha estará passando pelas principais ruas, terá um momento especial no Ginásio João Paulo II, e será encerrada próximo ao INSS. São muitas pessoas trabalhando, participando do desenvolvimento desse projeto, que é um sonho para Arapiraca. Também teremos esses 29 revezadores, que escreverão seus nomes na história. Estamos empenhados em fazer um grande momento e contamos com o apoio de todos vocês, para propagar e convidar nossa população a lotar as ruas e fazermos bonito durante a passagem da tocha”, disse a secretária Cícera Pinheiro.

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Do colunista Berg Morais: A vereadora Sheila Duarte tem um diferencial diante de seus possíveis adversários: serviço prestado à população. Há mais de 10 anos que Sheila vem desenvolvendo um trabalho social direcionado às mulheres palmeirenses, através da AMPI – Associação de Mulheres de Palmeira. O resultado são mais de 3 mil associadas beneficiadas com cursos profissionalizantes que resultam na geração de emprego e renda. Além disso, um trabalho humanizado na área da saúde atende as famílias participantes, através da realização de consultas e exames básicos. O médico Pedro Paulo Duarte - que já foi vice-prefeito e secretário de Saúde de Palmeira - é o maior entusiasta do projeto social. Para ele, o mais gratificante é o reconhecimento da população, que indicou o nome de sua esposa, Sheila Duarte, como uma postulante ao cargo de prefeito do município.

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PELO INTERIOR ... A Câmara Municipal de Arapiraca realizou na noite de quarta-feira (11) a sua Tribuna Livre com os trabalhos presididos pelo vereador Moisés Machado (PST), primeiro secretário da Mesa Diretora. ... A sessão contou com a participação da categoria dos mototaxistas liderados pelo presidente do Sindicato da classe, Walmir da Silva Manoel. ... O líder sindical fez inúmeras reivindicações da tribuna da Casa e pediu maior atenção dos poderes públicos, um combate eficaz ao exercício ilegal da profissão por parte da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e da Polícia Militar. “É preciso combater os mototaxistas clandestinos”, afirmou. ... O sindicalista também cobrou a participação de um dos membros do Sindicato no Conselho Municipal de Trânsito. ... Outro pedido dos mototaxistas está relacionado a atualização do estatuto criado e aprovado em 1997. ... A prorrogação do prazo de reno-

vação das motocicletas para os profissionais de cinco para oito anos foi outra reivindicação dos mototaxistas. ... Em sessão ordinária na tarde de quarta-feira (11), o deputado estadual Marquinhos Madeira (PMDB), ressaltou as ações do ‘Governo Presente’, que no último fim de semana se instalou na região norte. ... Para o parlamentar, o projeto é um dos destaques na atuação do governador Renan Filho, que desde o início do mandato tem se mostrado atento às demandas da população da região. ... “Quero agradecer em nome daquela região, ao governo do Estado pela iniciativa. O governador Renan Filho esteve durante todo o final de semana, inaugurando algumas obras, anunciando outras, e levando à população, os serviços que são oferecidos pelos órgãos do estado. Seu secretariado também merece nossos cumprimentos, por se fazerem presentes para verificar ‘in loco’, as falhas e as necessidades do litoral norte alagoano”, afirmou Madeira.

... Após a relação entre o zika vírus e a microcefalia, que vem sendo investigada por autoridades médicas de todo o mundo, a discussão ganhou grande espaço nos núcleos onde o Aedes aegypti ataca. ... Portador também da dengue e da febre chikungunya, o mosquito é hoje alvo mundial por se proliferar tão facilmente em água parada. ... Nesta perspectiva, as famílias estão tendo que encarar bebês que, por vezes, são diagnosticados com microcefalia, condição rara em que o indivíduo nasce com o crânio menor que o normal, sendo isto, em 90% dos casos, associado a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou motor. ... Um ótimo final de semana para todos, inclusive para certos políticos ladrões que odeiam e atacam este colunista pela coragem de denunciar as suas falcatruas. A cadeia está só aguardando esses batedores de carteiras. Os processos estão andando na Justiça. É uma questão de tempo. Até a próxima edição. Fui


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MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 19 DE MAIO DE 2016


MACEIÓ, ALAGOAS - 13 A 19 DE MAIO DE 2016

CRÔNICA

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FERNANDO TENÓRIO Médico formado pela Ufal e escritor

fernandoatn@hotmail.com

Eu sei, é preciso perdoar

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inha avó é meu oráculo, uma mulher que possui muita sabedoria para esse mundo doido vivido por nós. Sempre que tenho alguma dúvida, sobre qualquer tema, recorro aos seus conselhos e quase mantras que me atravessaram desde a infância e nunca fico na mão. Geralmente, a casa dela era o local para descarrego amoroso dos meus amigos, devi-

Não é deixar o outro em desvantagem e te devendo algo. Perdoar não te deixa poderoso. O perdão nos deixa livre. do à cerveja farta, ao siri na panela e aos comentários pontuais feitos por Dona Nazareth. Acho que herdei dela a capacidade de ouvir as pessoas. Certo dia,

eu escutei um amigo desesperado. O camarada ouviu boatos de que vinha sendo traído. Resmungou para cá, pediu aos céus que aquilo não fosse verdade, mas teve de encarar a realidade e soube de tudo: era traído há dois anos. A partir daí, começamos uma micareta existencial, visando minimizar as dores do nobre camarada. Carnaval, semana santa e feriados foram sendo bebidos num único gole, embriagando os sentidos e os sentimentos do rapaz. Eu, tentando ajudá-lo, acompanhava-o a esses lugares/viagens que tinham um único objetivo: esquecer Tainá. Parecia que vivíamos intensamente e logo lançaríamos um tutorial de como esquecer um grande amor com múltiplos volumes. No entanto, essa sensação de domínio de sentimento experimentada por meu camarada foi caindo

por terra e a tarefa de fazer sumir tal moça da memória parecia cada dia mais difícil. Cada bebedeira tinha na figura da traidora o fulcro do assunto derradeiro da noite. No meio de maio, meu amigo sumiu. Evitava telefonemas, visitas. Pouco tempo depois, fiquei sabendo do seu retorno para Tainá. Até aí, tudo bem. Quem sou eu para julgar quem quer que seja? Num dia de domingo à noite, o camarada apareceu na minha casa se explicando. Minha avó, sábia que só ela, estava lá e ouvia meu amigo dizer: - Resolvi perdoar. Eu ainda amo a Tainá. Inclusive, eu agora tenho todas as senhas das redes sociais dela. Posso ficar mais seguro. Voinha resolveu falar: - Meu filho, quem deseja trair não precisa necessariamente de um celular ou computador. E digo mais:

as traições ocorrem mais durante a semana e em horários pouco nobres. O horário de almoço é um clássico. - A senhora quer me enlouquecer. - Não, meu filho. O que estou tentando dizer é que o perdão é diferente disso que você pensa. Não é libertar o outro da culpa e assumir com isso a posição do bom lado da história. Não é deixar o outro em desvantagem e te devendo algo. Perdoar não te deixa poderoso. O perdão nos deixa livre. - E tem como ser diferente? Não ter ciúmes depois do que aconteceu? Ninguém consegue ser assim. - Eu não sei. Só sei que o perdão de hoje não pode servir como base para a construção de uma ofensa no futuro. Pense bem, querido, pois transformar o erro do outro num atalho para os seus erros nunca será o melhor caminho. Boa noite!


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