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MUNDO DIGITAL
Alagoanos tiveram mais de 18 mil senhas vazadas em 2022
Levantamento do SafeLabs revela que 18.853 senhas de alagoanos vazaram no ano passado. Em todo o país foram 30 milhões de senhas roubadas, sendo 400 mil só no Nordeste. 12
MUNDO DIGITAL
Alagoanos tiveram mais de 18 mil senhas vazadas em 2022
Levantamento do SafeLabs revela que 18.853 senhas de alagoanos vazaram no ano passado. Em todo o país foram 30 milhões de senhas roubadas, sendo 400 mil só no Nordeste. 12
n Área à beira-mar é avaliada em R$ 15 bilhões; passivo da empresa chega a R$ 20 bilhões
n Transferência da indústria volta a debate com possível novo acordo 15 a 17
MATRIZ DE CAMARAGIBE JACUÍPE
n Palácio atua em várias frentes para desgastar gestão do prefeito 3
RIO LARGO
n Vanessa Mateus de Lima já recebeu este ano R$ 2,4 milhões por obras de calçamento 8
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1- Quase meio século depois, este é o melhor momento para negociar a transferência da Braskem para um local adequado, evitando uma nova catástrofe ambiental em Maceió, nunca descartada.
2- Na época, o maior argumento para a indústria se implantar dentro da cidade eram as minas de sal-gema próximas à futura fábrica de produtos químicos, mesmo com riscos à saúde e à vida da população.
A audiência pública no Senado sobre a Braskem teve três pontos altos; o discurso do senador Renan Calheiros, que classificou a mineração de sal-gema como um “Cavalo de Tróia” para Maceió e cobrou pagamento justo pelo prejuízo causado ao Estado.
A presença de vários políticos e autoridades alagoanas foi outro destaque. Todos em apoio à iniciativa do senador e os esforços para impedir a venda da Braskem até a solução da tragédia ambiental causada pela mineradora.
O terceiro ponto alto: enfim surgiu uma proposta concreta com chances de sucesso para equacionar um problema que se arrasta há cinco anos. É da larva do professor e economista Elias Fragoso, um dos convidados para a audiência, e propõe a criação de uma sociedade de propósito específico para conduzir as tratativas e finalizar as transações entre a empresa com governos e cidadãos, ao tempo que se define os valores a serem negociados.
A iniciativa visa contornar as barreiras que vieram sendo colocadas ao longo do tempo e agilizar as tratativas via equipe de alto nível e com real capacidade para levar a bom termo as negociações com a Braskem.
EDITORA NOVO EXTRA LTDA
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EDITOR
Fernando Araújo
CONSELHO EDITORIAL
Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira
3- No auge da mobilização ambiental contra a implantação da indústria, um de seus dirigentes chegou a dizer que era mais fácil transferir Maceió para outro local do que tirar a fábrica do Pontal da Barra. E ninguém mais falou nisso.
4- Após 47 anos de mineração predatória o subsolo se desestabilizou e afundou vários bairros, na maior tragédia ambiental urbana do Brasil. O que era para ser a redenção econômica de Alagoas acabou em pesadelo
Na audiência pública promovida pelo Senado quem mais apanhou - além da própria mineradora - foram o Ministério Público Federal, o a Ministério Público Estadual e até a Justiça Federal em Alagoas. Para os participantes do debate, esses órgãos pecaram por ação e omissão e por isso defendem a revisão dos acordos que usurparam direitos das vítimas, com destaque para a população pobre do Flexal.
Outra meia verdade é divulgada pelo Ministério Público Federal quando afirma que a Braskem não pode construir nada na área devastada pelo desastre ambiental. O acordo subscrito pelo próprio MPF garante que todos os imóveis desocupados passam a ser propriedade da mineradora e, nessa condição, fará o que quiser da área.
ARTE
Fábio Alberto - 9812-6208
REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA contato@novoextra.com.br
Rodrigo Medeiros IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br
As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal
5- Proibida de extrair o mineral no município de Maceió, a Braskem passou a importar sal-gema do Chile, o que elimina o argumento econômico de sua fábrica permanecer dentro da cidade com todos os riscos que ela representa.
6- Agora, na esteira das negociações sobre o passivo social, econômico e ambiental da petroquímica com Alagoas, é o momento de negociar também a transferência da fábrica para um local menos perigoso à saúde humana.
O deputado Inácio Loiola (MDB), em pronunciamento na Assembleia sobre a tragédia da Braskem, classificou de vergonhosa a proposta de R$ 25 mil feita pela empresa para os moradores do Flexal, que estão ilhados no aspecto social e urbano. “A oferta é uma ninharia; o correto é a realocação daquelas famílias”, disse o deputado.
Quando afirma ter gasto alguns bilhões de reais com indenização das famílias atingidas pelo afundamento do solo, a Braskem passa a ideia de estar fazendo justiça. Na verdade não se trata de indenização das vítimas, mas da compra forçada de seus imóveis, alguns até abaixo do preço de mercado. A indenização por danos morais restringe-se a R$ 40 mil por família, valor que pode ser revisto com as novas negociações em curso com a participação do governo federal, via Petrobras, sócia da Braskem.
Os mais de 1.500 moradores do Flexal são as maiores vítimas dessa tragédia ambiental. O local é um pedaço do antigo Bebedouro não reconhecido como área de risco pelas autoridades, mesmo com várias casas ameaçadas por rachaduras. Com o esvaziamento e abandono de Bebedouro, o Flexal ficou isolado e as famílias perderam as fontes de renda e todos os serviços básicos do poder público que o bairro oferecia. Sequer foram indenizadas.
“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)
ODILON RIOS
Especial para o EXTRA
Dizem que o MDB forma muitos partidos dentro de um só. Isso se confirma em Alagoas, apesar do calheirismo ser uma unanimidade. O MDB da Assembleia Legislativa, por exemplo, ainda resiste em fechar consenso quanto ao nome do deputado federal Rafael Brito para a Prefeitura de Maceió. Já o MDB da Câmara de Vereadores da capital negocia cargos diretamente com o prefeito JHC (PL), o extremo oposto palaciano.
Indefinição também nas redes sociais de Brito, cuja presença em alguns eventos ao lado do governador Paulo Dantas (MDB) não causou impacto. Em 20 da abril, tinha 65,3 mil seguidores no Instagram; em 8 de maio, manteve
o mesmo número; JHC, por outro lado, ganhou 6 mil novos seguidores neste mesmo período: passou de 402 mil para 408 mil.
Apesar deste clima, Brito diz que, se depender do grupo, aceita ser candidato a prefeito. Quer discutir com JHC a gestão da capital. Defende que Maceió tenha shows e festas, mas não a custos tão altos (R$ 40 milhões) e sendo a única capital nordestina sem uma maternidade pública municipal ou com a pior cobertura do Programa Saúde da Família (PSF) e crianças precisando de vagas em creches. “Mesmo sem festa, a taxa de ocupação dos hotéis nesta época de festas juninas ultrapassa os 90%. Dizer que as festas atraem os turistas não é verdadeiro. Se o prefeito gastasse R$ 20 milhões em festas juninas e outros R$ 20 milhões construindo 5 creches, seria diferente”, analisa.
Pragmaticamente, emplacar Brito como candidato não é tarefa simples para o deputado estadual Galba Novaes (MDB), por exemplo. Graças a um acordo endossado pelo governador e o senador Renan Calheiros (MDB), ele dei-
xou a suplência e virou parlamentar. Novaes é presença constante ao lado do governador em eventos na capital e interior. Só que o filho dele, o presidente da Câmara, Galba Netto (MDB), está com os dois pés na canoa dos Caldas, além do vereador e líder do prefeito na Câmara, Chico Filho. Ambos dividiram comissionados na Secretaria de Esportes, de Thales Novaes, filho de Galba e irmão de Netto.
Quem preside o MDB de Maceió? Galba Novaes. Calheiros cobra que os novos amigos do prefeito se licenciem do partido, afinal teoricamente existe um candidato da oposição e que promete bater duro nas falhas da gestão de Jota.
“É claro que existem diferenças entre os dois campos, mas nada que a boa conversa não resolva”, disse Chico Filho no início do mês passado. A tentativa é conciliar Calheiros e Caldas no mesmo espaço.
As chances de acordo são improváveis. O Palácio mandou o secretário de Prevenção à Violência Kelmann Vieira retornar à Câmara. Pode ser um recado para organizar a bagunça. Só há um nome
que o MDB apoiaria, teoricamente, unido, para a oposição a JHC: o deputado José Wanderley Neto. Mas é Rafael Brito quem circula melhor entre o eleitor mais jovem e nas redes sociais, mesmo nicho do prefeito.
Levantamento do Paraná Pesquisas, realizado em abril, revela que o prefeito tem enorme vantagem para a reeleição. No cenário estimulado, é imbatível. Mas a lupa dos palacistas nota que, na pesquisa espontânea – onde não é apresentada uma lista de nomes ao eleitor – há chance para crescer: 62,1% declararam não saber em quem vão votar; 10,8% disseram não votar em ninguém. Nesta mesma espontânea, JHC aparece com 23,3% dos votos; o deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil) 1,1%; o secretário de Infraestrutura Rui Palmeira (PSD), 1%; o secretário de Relações Federativas Davi Davino Filho (PP) 0,6%; o deputado federal Fábio Costa (PP), 0,4%. Outros nomes citados, 0,8%.
O Palácio reparou que Rafael Brito não foi usado nesta pesquisa portanto seria um nome ‘novo’ apresentado contra o ‘velho’ JHC, filho do ex-deputado federal João Caldas. “Há uma larga avenida para a eleição”, disse um palaciano. “O prefeito está preocupado: fez um grande acordo com o Arthur Lira [presidente da Câmara] e bate bastante no governador Paulo Dantas. As coisas não estão tão calmas assim”, explica.
Para ampliar a vantagem, JHC costura duas agendas: uma na capital, em eventos, inaugurações e muita conversa. Não é apenas o JHC prefeito, mas o ‘JHC do Povo’. Os secretários, antes blindados, são estimulados a preparar agenda na rua e entrevistas, falando em projetos, propostas, conversando diretamente com o povo.
Quando houve a posse do secretariado, após a nova reforma administrativa, construiu-se um bordão para repercutir: A Prefeitura Mais Forte do Brasil. O impacto chegou ao Palácio: a agenda do governador não tem mais finais de semana livres, varados agora com a equipe na capital e no interior.
Ojogo sucessório para a Prefeitura de Maceió já deu a partida e JHC, por enquanto, de acordo com últimas pesquisas divulgadas, dispara na preferência do eleitorado. É bom convir, entretanto, que o lado de lá, ou seja, o governo do Estado, ainda não se manifestou quanto ao lançamento de qualquer
As relações entre o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, e o deputado federal Alfredo Gaspar ficaram azedas nos últimos 30 dias e as agressões verbais, nas redes sociais, se tornaram um fato comum. Ocorre, porém, que provocações e respostas podem provocar mais estragos na relação dos dois, o que não é bom para ninguém. Nos últimos dias parece que houve uma trégua nas agressões verbais.
Enquanto as desavenças entre Gaspar e Victor se tornaram recorrentes, o clima entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o senador Renan Calheiros, não é lá esse ouro 18. A discussão nas redes sociais aumenta a cada dia.
A formação do “Blocão da Oposição” em defesa da reeleição do prefeito JHC tem causado estragos do lado de lá, que se espera dê o troco através do MDB nos próximos dias. Em disputa, além da prefeitura da capital e as do interior, 2026, já na pauta de todos eles.
Como o clima não anda nada bom para alguns filiados ao MDB que se transportaram de mala e cuia para o grupo do prefeito JHC, a previsão é que vem tormenta por aí. Nos bastidores se comenta que o MDB jogará pesado contra alguns considerados como infiéis.
candidatura.
A discreta posição do governo de não dar sinais de apresentar o nome de um candidato para enfrentar JHC está ligada diretamente ao trabalho que está sendo feito nos municípios alagoanos, porque entende que a situação em Maceió é mais complicada.
ASSESSORIA
No meio da confusão, o suplente de deputado Galba Novaes, filiado ao MDB, que, ao que parece, acompanha o filho Galba Netto na escolha de apoiar a reeleição do prefeito JHC.
Dos Estados Unidos onde esteve nos últimos dias, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, mandou um recado direto às demais instituições: não admitirá retrocesso no que já foi aprovado pelo Congresso Nacional. Ou seja, não adianta o governo insistir em modificar leis que não vai passar pela Câmara.
Pode até parecer estranho, mas o senador em exercício Fernando Farias foi considerado o melhor parlamentar de Alagoas de acordo com o Portal Ranking dos Políticos, que avalia a atuação de parlamentares no Congresso Nacional. Com apenas 3 meses de mandato, Farias se revela surpreendentemente como um grande parlamentar, até mais efetivo do que os colegas Renan Calheiros e Rodrigo Cunha, embora não tenha comparecido com frequência aos microfones da Casa.
Se não tem apresentado grande projetos que despertem a atenção da grande mídia, pelo menos não faltou a nenhuma sessão plenária e fez uma economia de 100% das verbas disponíveis. Aliás, ele nem precisa.
Era o que todo mundo de bom senso esperava. O PDT de Ronaldo Lessa não lançará nenhum candidato a prefeito de Maceió. Se revela, entretanto, como um puxadinho do MDB.
Até quando a direção do MDB vai tolerar a infidelidade partidária de alguns dos seus filiados?
A exemplo do governo do Estado com a Assembleia Legislativa, o prefeito de Maceió, JHC, já tem folgada maioria na Câmara de Vereadores. E depois de aprovada a Lei Delegada que permitiu grandes mudanças na sua estrutura administrativa, vai navegar com tranquilidade na Casa de Mário Guimarães.
Demorou, mas a Câmara de Vereadores de Maceió iniciou uma série de concessão de títulos e comendas, registradas no Diário Oficial do Município na última quinta-feira. Como estamos em ano pré-eleitoral, presume-se que novas concessões sejam feitas com maior assiduidade a partir de agora.
Em um ano pré-eleitoral tudo pode acontecer e as denúncias de um lado e de outro começam a aparecer. É a disputa entre situação e oposição que começa a se acentuar depois dos acordos políticos feitos ultimamente. Na pauta, tiroteio entre alguns integrantes da Assembleia Legislativa e o prefeito JHC.
Quem entra no alvo e pode sair ganhando dessa disputa política são as comunidades da periferia da cidade. Ali, governo do Estado e Município disputam espaços para garantir a fidelidade eleitoral nas eleições do próximo ano.
O secretário de Prevenção à Violência do Estado, Kelmann Vieira, retorna à Câmara Municipal numa estratégia do MDB. Sua presença na Câmara é considerada imprescindí-vel para que a oposição ganhe corpo nas eleições municipais.
é prioridade do ministério. Segundo ele, o Estado dá um grande exemplo de fortalecimento da agricultura familiar, o que faz do Programa do Leite uma prioridade federal”.
ODILON RIOS
Especial para o EXTRA
Enquanto o MDB está dividido internamente sobre a candidatura a prefeito do deputado federal Rafael Brito, o governador Paulo Dantas (MDB) parece ter um plano B: o PSB alagoano é comandado pela filha Paula Dantas, secretária Extraordinária da Primeira Infância, e avisou que os socialistas terão candidato na capital. Enquanto isso, o secretário de Governo Vitor Hugo Pereira, vice-presidente do PSB, estava em Brasília em périplo por ministérios ao lado do governador.
O MDB não elege um prefeito em Maceió desde 1985. E quando Renan Calheiros passou a ser a vitrine do partido em Alagoas e no país, a rejeição à legenda na capital só cresce. Essa aparente bagunça no ninho governista em verdade é estratégia: mostra a JHC que não haverá apenas um, mas vários candidatos do Palácio República dos Palmares, bombardeando ao mesmo tempo a gestão do prefeito e empurrando a futura eleição para o segundo turno e já bolando planos para desgastar o nome de Jota como postulante ao governo.
Paulo Dantas aproveita a rejeição ao MDB da capital para encaixar um nome fora do partido, via PSB (será Vitor Hugo?).
“As candidaturas como Maceió, Arapiraca, e demais municípios alagoanos vão ser montadas sentando com MDB, com a Federação (PT, PV e PCdoB), com o PDT, com o Solidariedade para pensarmos em nomes fortes que possam concorrer contra o prefeito de Maceió”, disse Paula Dantas, na inauguração da nova sede
da legenda, no bairro de Mangabeiras, em Maceió.
Nas últimas semanas, o governo diminuiu a importância de Paula Dantas no combate à fome infantil em Alagoas, mesmo ela ocupando uma secretaria exclusivamente criada para este fim.
Falamos de números: o Bolsa Família, ação de erradicação da pobreza tocada pelo governo federal, atende meio milhão de pessoas em Alagoas. Investe R$ 300 milhões por mês. Isso no estado que lidera em porcentagem de famintos no país: 3 a cada dez pessoas.
No âmbito estadual, o governador quer ampliar as escolas em tempo integral, terminar a construção de 200 creches pelo programa Cria, abrindo 40 mil novas vagas para crianças e 10 mil novos empregos, mais abertura de
restaurantes populares.
“Uma gestão séria prioriza a erradicação da pobreza. Especificamente no nosso universo, que é a primeira infância, temos contribuído por meio do Cartão Cria, mas queremos mais. Por isso, as creches, as vacinas para assegurar o direito à saúde das crianças e a nossa obstinação para fortalecer a rede” disse a secretária, de Nova York, onde esteve a convite, na sede das Organizações das Nações Unidas (ONU).
De lá para cá, Paula teve ações esvaziadas. O ápice foi nesta semana: de Brasília, o governador anunciou, sem a presença da secretária e ao lado do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Social “que o Programa de Aquisição de Alimentos Leite (PAA Leite) desenvolvido pelo Governo de Alagoas
Mas em Brasília estava o vice -presidente do PSB Vitor Pereira, secretário de Governo, personagem palaciano da maior confiança do governador.
Depois de Paula Dantas anunciar as pretensões do PSB, o PT alagoano se mexeu para avisar que é oposição a JHC. Mês passado, o deputado Ronaldo Medeiros havia se colocado como pré-candidato. Em discurso esta semana na Assembleia Legislativa, fez duras críticas a JHC.
“O prefeito de Maceió é um caroneiro, que vive pegando bigu nas obras do governo do Estado e se preocupando com fotos nas redes sociais. Falta gestão ao município”, disse.
A deputada Cibele Moura, do MDB, também quer entrar no baile. “Vontade de disputar a Prefeitura eu sempre tive e nunca neguei isso, mas tenho de ser candidata de um grupo”, diz.
Moura e toda a família entraram no MDB a pedido do senador Renan Calheiros (MDB). Em troca, quis – e conseguiu – o comando da Comissão de Constituição e Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa, a principal da Casa.
Cibele também tenta neutralizar pretensões eleitorais de Cícero Cavalcante, pai dos prefeitos Fernanda (São Luiz do Quitunde) e Fernando (Matriz do Camaragibe). O vereador Kelmann Vieira é apontado como candidato a prefeito em Paripueira, onde a família Moura é quem manda. Ao sinalizar para Calheiros a disposição de encarar as urnas na capital, também quer evitar o fogo amigo emedebista na cidade do litoral norte. Não há pontos sem nó nem almoços grátis neste jogo.
Palácio aposta em várias frentes para desgastar gestão do prefeito JHC
JOGO DO PODER
ODILON RIOS
Especial para o EXTRA
Quando o senador Rodrigo Cunha (União Brasil) e o prefeito de Maceió JHC (PL) sentaram frente a frente no sábado, 6 de maio, os dois já sabiam que a aliança política de 2020, elegendo Jota, não valeria para 2024. Dias antes, 28 de abril, JHC postou nas redes sociais quem mandava na gestão de agora em diante: o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP,) e o ex-deputado Davi Davino Filho, agora secretário de Relações Federativas.
A foto não é apenas um recado ao senador. Também inclui o pai do prefeito, João Caldas. Antes ele mandava em todas as ‘cabeças’ das secretarias. Agora seu raio de influência é bem menor: alguns nomes em superintendências, coordenadorias e secretarias (menos as ‘cabeças’), o secretário de Governo e Subprefeituras Junior Leão e indicados de Ibateguara, terra natal da família Caldas.
“Toda aliança é positiva desde que tenha bons propósitos e o objetivo maior que é o bem-estar da sociedade. A política é a arte de compor. É a arte de somar e de juntar forças para reverter essas forças em desenvolvimento. Isso principalmente em um país que é pobre e sem muitas oportunidades, com desemprego e desigualdade social”, disse João Caldas ao repórter Lula Vilar sobre a reforma administrativa que reconfigurou os poderes nas secretarias.
Sobre seu poder de mando nas secretarias, classificou as (mui-
tas) histórias nos bastidores como “boatos”.
“Olhe, há bastidores em tudo na vida. Mas há boatos. Há muitas pessoas que falam em meu nome, falam por mim, e no fim é muita gente que sequer me conhece e se apresenta como amigo próximo, etc. Eu não tenho influência nenhuma. A influência que tenho é como simples eleitor, como pessoa que falo de tudo o que penso, em todos os aspectos da vida política local e nacional. Isso é fantasia. Inclusive, tem jornalista que tem umas fontes furadas, capciosas e mentirosas, que envenenam o jornalismo. Tem coisa que não tem nem cabimento. Não há sequer um fato concreto que venha a mostrar isso (a influência de Caldas na gestão JHC). Então, são boatos, fofocas, coisa de política. Não vou evitar isso porque as pessoas dizem o que querem, mas a verdade sempre aparece. Sou acostumado já com essas coisas”, justificou.
Não é um simples ‘boato’. Caldas, por exemplo, pediu a JHC que a empresa de ônibus Veleiro não circulasse mais em Maceió. O prefeito extinguiu o contrato entre o município e a empresa em 2021. JC e um dos diretores da Veleiro quase saíram no tapa na saída do gabinete do prefeito, mas a decisão foi mantida de pé.
JC tem Júnior Leão que ocupa função estratégica: ele vai indicar ou receber as indicações dos subprefeitos, em verdade líderes comunitários que ganham status de gestores públicos, mas subordinados ao prefeito. A presença de Leão também neutraliza a influência do vereador Francisco Sales, titular secretário de Trabalho, Emprego e Economia Solidária. No início da gestão, apenas com autorização de Sales, na época secretário de Governo, o prefeito conseguia entrar em algumas grotas. Sales foi fritado até cair, neste caso, voltando à Câmara. Leão, ‘prata da casa’ caldista, é
quem se dedica a cavucar líderes -aliados nestas áreas esquecidas de Maceió.
Já Rodrigo Cunha, ainda tateando caminhos na política, recebeu convite de JC para ser vice-prefeito. É um cenário quase improvável porque a aliança com o presidente da Câmara inclui também a indicação do futuro vice.
Cunha investiu na ironia em relação à entrada do senador Renan Calheiros (MDB) nas negociações em torno do dinheiro que a Braskem deve a Alagoas pelo desastre ambiental, incluindo críticas de Calheiros às conversas para a venda da fábrica.
“Olha é bom ver que finalmente o senador Renan Calheiros, o pai, acordou depois de um longo sono de 5 anos. Acordou e descobriu que o Pinheiro, o Bebedouro e os bairros que estão afundando por causa da Braskem ficam em Maceió”, disse, na segunda, 8, horas antes da reunião Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado. Ele não foi à reunião.
“Foi trabalho meu e de outros batalhadores que 5 anos lá atrás ajudaram parte da comunidade a ser minimamente indenizada pela Braskem. O então prefeito Rui Palmeira, o ex-governador Renan Filho e então deputado e hoje governador Paulo Dantas viraram as costas e abandonaram o povo destes bairros. Em segundo lugar, acredito que mais importante do que debater se a Braskem vai ser vendida ou não, é garantir que quem ainda não recebeu seu dinheiro receba de forma rápida. E, também, qual a solução que a Braskem vai dar para esta que é uma das maiores tragédias sociais e ambientais do mundo”.
Cunha tenta buscar seu lugar na política. João Caldas já tem seu espaço garantido.
Um provável esquema de desvio de dinheiro por meio de empresa laranja pode colocar mais uma vez a Prefeitura de Rio Largo em destaque nas manchetes por escândalo de corrupção. O caso envolve a conselheira tutelar de Santa Luzia do Norte, Vanessa Mateus de Lima, de 22 anos e sobrinha do polêmico ex-prefeito do município, Edson Mateus, preso acusado de corrupção eleitoral a tráfico de drogas e estupro. Proprietária da Rool Construções e Serviços, de razão social Vanessa M Lima, a conselheira tutelar teria firmado contrato com o Executivo de Rio Largo, chefiado pelo prefeito Gilberto Gonçalves (PP), recebendo, apenas neste ano, mais de R$ 2 milhões.
A empresa de Vanessa, de CNPJ 45.828.606/0001-58, foi criada em 29 de março de 2022, com capital social de R$ 50 mil. Conforme o Portal da Transparência de Rio Largo, de outubro do ano passado a janeiro deste ano, foram seis transferências da prefeitura à conta bancária da Rool Construções e Serviços. No total, a empresa recebeu R$ 2.437.449,69. O pagamento seria para a execução de obras de drenagem e pavimentação do Loteamento Asas dos Ventos. O caso chegou à tona por meio das redes sociais com um “vídeo dossiê” que circula pelos aplicativos de troca de mensagens. Vanessa também é cunhada do vereador Davi Carvalho, atual secretário de Obras de Santa Luzia do Norte.
“Vanessa, como conselheira tutelar, não poderia receber da Prefeitura de Rio Largo todos esses milhões. O esquema envolve Vanessa e o prefeito de Rio Largo que foi acusado pela Polícia Fe-
deral de desviar mais de R$ 15 milhões dos cofres públicos da cidade”, diz o vídeo. O EXTRA recebeu cópias das transferências bancárias e documentações que mostram Vanessa como conselheira e proprietária do estabelecimento beneficiado. Segundo consta na relação de pagamentos da Prefeitura de Santa Luzia do Norte, a conselheira tutelar recebe um salário bruto de R$ 1.818,00.
O esquema também barra na irregularidade de acúmulo de função. Segundo o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), a função de conselheiro tutelar é de dedicação exclusiva para o exercício da função: “É a partir da Resolução nº 139 do Conanda, de 17 de março de 2010, que disponha sobre parâmetros para criação e funcionamento dos Conselhos Tutelares no Brasil, que primor-
dialmente passou a recomendar que para o exercício da função de membro do Conselho Tutelar, é exigido dedicação exclusiva, ou seja, o membro do Conselho não poderia acumular outro cargo ou emprego, público ou privado, com sua função de conselheiro”.
O que levanta mais suspeitas de se tratar de uma empresa laranja é o local de funcionamento da Rool Construções e Serviços, uma residência no Centro de Santa Luzia do Norte, um local sem maquinários, sem recepção, apenas um letreiro em cima de uma garagem residencial. O nome da empresa suspeita também apareceu no Diário Oficial da União (DOU), no dia 31 de março deste ano. Na publicação, a Prefeitura Municipal de Rio Largo anunciou a licitação para conclusão dos serviços de reforma e ampliação da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Pedro I. En-
Vanessa Mateus não pode acumular cargo de conselheira com de empresária tre as concorrentes do pregão estava a Rool Construções.
Em abril deste ano, a empresa foi declarada vencedora da licitação para pavimentação e drenagem pluvial de vias do Residencial Vila Rica, obra que vem se arrastando desde 2018. O valor da obra é de R$ 1.145.377,11. O anúncio foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE). O site “EmpresAqui” elencou a Rool Serviços como uma das maiores de Santa Luzia do Norte, em nono lugar, com um capital de R$ 500 mil. O portal contém a base de dados de todas as empresas nacionais, suas dívidas, endereços, telefones, atuação, entre outras informações.
O EXTRA entrou em contato com a Prefeitura de Rio Largo, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição. Também tentou contatar a conselheira pelo número de telefone de final 47, no entanto, não foi atendido.
FUNDEF
JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com
OMinistério Público Federal encaminhou ao Ministério Público Estadual (MPE) denúncia de que a Prefeitura de Jacuípe estaria se negando a prestar esclarecimentos sobre uso de precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). O Executivo Municipal foi cobrado e multado pela 1ª Vara da Justiça Federal em Alagoas, no entanto, teria preferido o silêncio ao invés de responder às solicitações.
Em pedido de providência, o juiz federal Felini de Oliveira Wanderley explica ainda que foi solicitado à prefeitura a contabilidade dos recursos do fundo e os valores a serem pagos em razão de multa por descumprimento judicial. O Município está ignorando um acórdão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF%) que determina a criação de uma conta própria para administrar os R$ 10.458.706,41 de precatórios do Fundef repassados à prefeitura.
Com o descumprimento do acórdão, a Justiça Federal determinou multa diária de R$ 1 mil, com limite de R$ 60 mil. A notificação sobre a decisão judicial chegou ao Executivo de Jacuípe no dia 20 de outubro do ano passado. “Verifico que assiste razão ao MPF ao aduzir que o descumprimento da sentença configura ato atentatório à dignidade da justiça. (...) A resistência da parte executada ao cumprimento da ordem judicial se mostra claramente injustificada”, destacou Wanderley.
O juiz também pede a liqui-
dação de nova multa no valor de R$ 31 mil que deverá ser quitada pelo prefeito Amaro Ferreira da Silva Júnior (MDB), popularmente chamado de Junior Carro Veio, que pode ter bens apreendidos e contas bloqueadas. E o prejuízo pode se estender. “Levando em conta a contumácia da parte demandada, que insiste em não comprovar que destinou o montante total creditado em seu favor em virtude do pagamento do precatório, tenho por bem majorar a multa diária por atraso no cumprimento das obrigações fixando-a em R$ 2 mil para o caso de não cumprimento, no prazo de 15 dias”.
Também foi solicitado que Tribunal de Contas do Estado (TCE) apure a identificação dos responsáveis pelos danos causados ao Município, que conseguiu ainda em 2007 decisão favorável do TRF5 obrigando a União a repassar o Fundef, porém o dinheiro só chegaria à prefeitura 10 anos depois, também na administração de Carro Veio, que foi reeleito no pleito de 2020. Em junho de 2022, a Justiça Federal pediu, enfim, o balanço do dinheiro recebido pelo Município, e a comprovação da abertura de conta específica no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica para o precatório da educação.
Após constatar que houve descumprimento, a Justiça Federal determinou multa e notificou a prefeitura, que continua sem dar explicações. Conforme a legislação, uma vez caracterizada o uso indevido da verba, a pena é o ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento
de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
Mineração Portobello, inscrita no CNPJ 83.713.495/0001-23, com sede as margens da BR 101 km 163, sn, centro, Tijucas/SC torna público que requereu ao IMA/AL a renovação de sua Licença de Operação para a atividade de lavra a céu aberto por escavação
OBRAS DE SANEAMENTO, DRENAGEM E PAVIMENTAÇÃO
VÃO BENEFICIAR 25 MIL
FAMÍLIAS EM TRÊS CONJUNTOS HABITACIONAIS
Apopulação dos loteamentos Hélio Jatobá, em São Miguel dos Campos, está acompanhando as obras estruturantes no local e vivendo com as melhorias nas ruas, através dos serviços de saneamento, drenagem e pavimentação. Na quarta-feira (10), o prefeito George Clemente recebeu o governador Paulo Dantas para assinar a ordem de serviço de mais um trecho das obras.
A assinatura do termo ocorreu após a participação de ambos no 3° Fórum Regional Participativo do Plano Plurianual (PPA) e que contou com representantes dos municípios circunvizinhos.
O prefeito George Clemente falou sobre mais essa conquista. “Graças à parceria com o governo do Estado, através do governador Paulo Dantas, mais um trecho do Hélio Jatobá já está sendo drenado e saneado. Essa parceria vem gerando frutos muito positivos para toda a
população miguelense. No primeiro trecho as obras no Hélio Jatobá proporcionaram o início da transformação do bairro. Esta é uma realização para todos nós!”, afirmou.
A assinatura contou com a presença do vicegovernador Ronaldo Lessa, do vice-prefeito Benildo Chagas, do secretário de Estado de Infraestrutura, Rui Palmeira, do secretário municipal de Infraestrutura, Chiquinho Seabra, e de representantes da Engemat. Juntos, eles fizeram uma visita ao canteiro de obras que tem como empresa responsável a Engemat, e puderam presenciar o trabalho que vem sendo realizado pela equipe técnica. Deputados, vereadores, secretários, servidores e representantes da sociedade civil também estiveram presentes.
A OBRA
Orçada em cerca de R$ 155 milhões, as obras já foram iniciadas e vão beneficiar 25 mil moradores dos três conjuntos habitacionais do município. Já foram repassados ao poder municipal para andamento dos trabalhos R$ 30 milhões.
São 14 quilômetros de tubos para drenagem e mais 32 quilômetros para o esgotamento sanitário dos três conjuntos habitacionais do município.
Ogovernador Paulo Dantas, o prefeito George Clemente e o vice-prefeito Dr. Benildo Chagas inauguraram na quarta-feira (10), mais uma creche CRIA - Centro Educacional Infantil, homenageando a professora Decite Cavalcante de Sá, ao lado Estádio Ferreirão.
A família da homenageada esteve presente e agradeceu ao prefeito pela lembrança. O vicegovernador Ronaldo Lessa, a secretária da Primeira Infância, Paula Dantas, o secretário municipal de Educação, Álvaro Leiva, e o secretário de Estado da Educação, Marcius Beltrão, também participaram da inauguração.
O prefeito falou sobre mais essa conquista para as crianças e famílias miguelenses. “Estamos investindo cada vez mais na primeira infância. Essa nova parceria com o governo do Estado vem para garantir esse acesso ao conhecimento desde o primeiro momento de vida. Hoje temos uma educação de qualidade, humanizada e para todos os miguelenses”, afirmou.
Alunos da rede municipal de ensino se apresentaram durante a cerimônia, que contou com a presença de deputados, vereadores, secretários, colaboradores e representantes da sociedade civil.
Esta nova creche tem a capacidade para atender mais de 200 alunos, com idade dos 6 meses até seis anos, nos dois turnos: manhã e tarde.
A parceria da Prefeitura com o governo do
Estado vai gerar dezenas de empregos diretos, entre professoras, merendeiras, auxiliares e pessoal administrativo, através de um investimento na ordem de R$ 4,5 milhões.
A creche possui uma área total de 1600m2, sendo 800m2 de área construída totalmente mobiliada, e conta com salas de aula, berçário, almoxarifado, copa, cozinha, refeitório, sala de administração, sala da direção, lavanderia, espaços lúdicos e tapetes sensoriais (para os alunos sentirem a textura).
Município ganha creche CRIA para garantir assistência a 200 alunos da primeira infância
MATRIZ DE CAMARAGIBE
MARIA SALÉSIA
sallesiaramos18@gmail.com
Após ter acesso negado, a empresa Evolução e Manutenção e Serviços Eireli entrou na Justiça com pedido de tutela de urgência para que o município de Matriz de Camaragibe disponibilize acesso integral dos autos nº 070003173.2023.8.02.0023 da Tomada de Preço para conclusão de obra da creche Pró-infantil tipo I. A juíza da Vara do Único Ofício de Matriz de Camaragibe, Priscilla Emanuelle de Melo Cavalcante, não só determinou que o ente público disponibilize o acesso como poderá sofrer multa de R$ 500, limitada em R$ 50 mil, caso não atenda a determinação judicial. Caso o réu, através de seu representante legal, deseje apresentar resposta, o Ministério Público deu prazo de 30 dias.
O denunciante alega que a prefeitura vem descumprindo a obrigatoriedade da transparência pública, em virtude da ausência de disponibilização integral dos autos nº 07/2022 da Tomada de Preço para conclusão da obra rescindida. Assim, requereu “a juntada integral das cópias dos processos de licitações nº 0517.0015.504/2019, sob a modalidade de tomada de preço nº 005/2019, do contrato nº 021000001/2019 e da tomada de preço nº 07/2022 e de ambos os seus pagamentos”.
Vale ressaltar que a juíza Priscilla Emanuelle deferiu o pedido formulado, “para fins de determinar a citação do município réu para que, em 15 dias, exiba em Juízo, ou no Portal de Transparência do município – com a devida comprovação nos autos, a integralidade dos documentos” solicitados.
Na decisão de 27 de abril de 2023, o Ministério Público pugnou pela concessão da liminar. “A respeito do procedimento de produção antecipada de provas, previsto no art. 381 e ss. do CPC, cumpre mencionar que o art. 382, enumera que são requisitos da inicial do procedimento que vise a produção antecipada de provas: a exposição de razões que justifiquem a necessidade da produção da prova; a exposição de fatos sobre os quais a prova há de recair”, diz trecho do documento.
Na ação, a parte recorrente
argumenta que enviou pedido de acesso à informação para o e-mail funcional da CPL, licitacoesmatrizdecamaragibe@gmail.com e para o whatsapps do pregoeiro (82)99650-9929 Lucas Vinicius Alves Silva (8299650-9929), para obter documentação requerida, mas não obteve êxito.
“Considerando que o caso em questão compreende o conhecimento de informações relativas a atos administrativos de caráter público, entendo que, de fato, os argumentos da parte autora, em razão da inacessibilidade dos
dados da licitação em comento, encaixam-se à previsão legal destacada nos parágrafos anteriores, de modo que a recepção da exordial, na forma com que fora apresentada, deve ser deferida”, diz parte da sentença.
A obra continua em execução, mas na gestão municipal anterior a empresa Evolução e Manutenção e Serviços Eireli era responsável pelos serviços e com a nova administração teve contrato rescindido. Feita nova licitação, o contratado assumiu os serviços e agora a Evolução e Serviços precisa dos dois processos para comparar planilha de execução do que foi feito no processo anterior e o que está sendo feito recentemente.
Trata-se do Programa Proinfância- construção de creches, implantação de escolas para educação infantil, com contrato no valor de R$ 2.158.805, 63 à época (2019).
BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com
Um levantamento realizado pelo SafeLabs em parceria com a ISH, ambas empresas de cibersegurança, revela que o estado de Alagoas apresentou 18.853 senhas vazadas em 2022. No Brasil esse número chegou a 30 milhões, sendo 400 mil apenas na Região Nordeste.
Embora esse número possa parecer baixo em comparação com outros estados brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que tiveram, respectivamente, 18 milhões, 9 milhões e 1 milhão de vazamentos, ainda é preocupante para a segurança digital de indivíduos e empresas que tiveram suas informações comprometidas.
De acordo com especialistas, a exposição de senhas pode ter diversas origens, incluindo o armazenamento incorreto de credenciais em navegadores e sites, além do uso de senhas fracas. A empresa não revela, no entanto, quais os principais serviços afetados, a exemplo de bancos. Eles lembram que os criminosos usam técnicas de invasão sofisticadas para roubar informações, o que coloca a privacidade e a segurança de dados em risco.
Caique Barqueta, analista de Malware da ISH Tecnologia, recomenda que as pessoas tomem medidas preventivas para proteger suas informações. Uma das formas mais importantes de prevenir a exposição de senhas é criar senhas fortes e evitar armazená-las em locais inseguros.
É essencial usar senhas que
não contenham informações pessoais óbvias, como nome, data de nascimento, número de telefone e outros dados pessoais facilmente encontrados na web.
Além disso, as senhas devem ser compostas por uma combinação de letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos do teclado. O ideal é usar uma senha com pelo menos 15 caracteres, que seja difícil de adivinhar. Não é recomendável reutilizar senhas antigas, já que isso pode colocar outras contas em risco caso ocorra um incidente de segurança.
O especialista também recomenda o uso da autenticação de dois fatores sempre que possível. “A melhor opção é utilizar a autenticação de dois fatores disponível em diversos serviços sempre que
possível, onde poderá ser utilizado, número de telefone, e-mails e até aplicativos para confirmação e autorização de logins”, explica.
Esse método de autenticação adiciona uma camada extra de segurança, exigindo que o usuário forneça uma segunda forma de autenticação, como um número de telefone, e-mail ou aplicativo. Além disso, “realizar a troca periódica de senhas, idealmente a cada 45 dias” é o mais recomendado.
Os navegadores são uma parte importante da experiência online, permitindo que os usuários acessem sites, façam compras, verifiquem suas contas de e-mail e muito mais. Infeliz-
mente, muitos navegadores e sites armazenam e inserem credenciais automaticamente, o que pode ser muito perigoso.
Alguns malwares são criados especificamente para o roubo de credenciais salvas em navegadores. Em um incidente, o criminoso passa a ter acesso a todas as contas cuja senha está no navegador, podendo causar prejuízos financeiros e reputacionais.
O levantamento também revelou que o navegador que mais sofreu com roubo de informações armazenadas no Brasil foi o Google Chrome, com 3.909.813 credenciais vazadas. Na sequência estão o Microsoft Edge e Opera Browser, com 330.025 e 125.888 vazamentos, respectivamente.
HORA DO LEÃO
2022, alienações acima de R$ 40 mil e operações que geraram lucro tributável. Outro erro comum é achar que não precisa declarar porque só teve prejuízo, o que não é verdade. Os prejuízos também devem ser informados na declaração.
BRUNO FERNANDES
BRUNO-FS@OUTLOOK.COM
Nos últimos anos vem aumentando o número de pessoas aplicando dinheiro na Bolsa de Valores, porém muitas ainda têm receio na hora de prestar contas na declaração do Imposto de Renda. Então a pergunta que fica no ar é: quem tem ações na Bolsa de Valores precisa declarar Imposto de Renda?
Este ano o governo anunciou algumas mudanças e uma delas é sobre investimentos na bolsa. Segundo a Receita Federal, se trata de uma medida para estimular os pequenos investidores a perderem o medo e diversificarem suas carteiras.
Portanto, se você é contribuinte e tem ativos de renda variável como ações, Fundos Imobiliários, BDRs e ETFs, fique atento para evitar cair na malha fina. Pensando nisso e passado metade do prazo total para prestar contas ao Leão, o EXTRA ouviu Renata Grosman, especialista em tributação da Grana Capital e sanou algumas das dúvidas consideradas mais comuns entre os investidores iniciantes. Confira:
O INVESTIDOR QUE NÃO TEVE LUCRO TRIBUTÁVEL
Se fechou o ano sem lucro, deveria ter calculado o IR e feito o pagamento dos DARFs nos meses de lucro. Caso não tenha feito, terá multa de até 20% sobre o valor que deveria ter sido pago, além de juros. Para a multa, o percentual aplicado é de 0,33% para cada dia de atraso, com início no primeiro dia útil após a data de vencimento do débito até o dia que o contribuinte realizar o pagamento, limitando-se ao máximo de 20%.
É importante lembrar que todos os ativos na Bolsa devem ser declarados: ações, opções, BDRs (Brazilian Depositary Receipts), ETFs (Fundos de Índice), FIIs (Fundos Imobiliários) e outros fundos, como Fiagro e FIPs.
Quem possui ações na Bolsa deve declarar o IR
comprovantes de pagamento dos DARFs, cujos valores devem ser declarados na tela “Renda Variável - Operações comuns / Day Trade”.
A alíquota que incide sobre esse tipo de operação é diferente. As operações comuns têm alíquota de 15% sobre os ganhos. Já as operações de day trade têm alíquota de 20% sobre os lucros. É importante ficar atento para não confundí-las na hora de detalhar a declaração.
NÃO PRECISA DECLARAR
Este é o primeiro e principal erro do investidor iniciante em relação ao IRPF. A maioria dos novos investidores começa a operar na Bolsa sem saber da necessidade de calcular os impostos e deixá -los em dia com a Receita Federal. O investidor deve declarar caso tenha realizado, durante o ano de
Para preencher a declaração do Imposto de Renda, é preciso reunir toda a documentação que comprove as operações feitas no ano de exercício, além das posições no último dia do ano – a menos que seja cliente de alguma solução de IR que consolide essas informações. Mesmo que o investidor invista através de mais de uma corretora, existem aplicativos que reúnem as notas de investimentos, integram automaticamente com a Bolsa de Valores e dispensam o envio manual dos arquivos. Esses documentos são: notas de corretagem, os informes de rendimento fornecidos pela instituição financeira e os
Dividendos são isentos, e juros sobre capital próprio já têm o IR retido na fonte, mas ambos devem ser declarados mesmo assim. Para isso, é fundamental ter em mãos o informe de rendimentos da companhia que pagou os proventos. Para declarar os dividendos no sistema da Receita Federal, basta ir até a ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis” e selecionar o código 09 (Lucros e dividendos recebidos) no campo sobre tipo de rendimento. E para declarar juros sobre capital próprio vá na ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva” e use o código 10 - Juros sobre Capital Próprio.
O day trade é a operação de compra e venda de um ativo no mesmo dia e na mesma corretora.
Ao preencher o DARF, o investidor também deve descontar o Imposto de Renda retido na fonte (o chamado “dedo-duro”), já recolhido pela Receita sempre que se faz uma operação de renda variável sujeita a tributação. A alíquota desse adiantamento de imposto de renda é de 0,005% para operações comuns e 1% para day-trade. Para isso, vá até a ficha Renda Variável - Operações Comuns/ Daytrade e em “IR fonte Day Trade no mês” ou “IR fonte (Lei nº 11.033/2004) no mês”, e preencha com o valor retido a cada mês. Estas informações podem ser encontradas nos relatórios auxiliares que a corretora disponibiliza para você na sua área de cliente.
Deixar de declarar lucros e ignorar dividendos pode levar contribuinte a cair na malha fina
recer. O jovem é e será o esteio da transformação política brasileira”. papel de agente de transformação social, certamente estaremos forjando a mudança política.
Écomum ouvir que o Brasil precisa promover ampla renovação política. A premissa sobre a qual se apoia esta meta é a de que convivemos com velhos costumes e métodos, alguns deles datados dos tempos iniciais da colonização. Estamos todos de acordo: mudar é preciso. Ocorre que nenhuma transformação, para obter níveis razoáveis de institucionalização, pode ser realizada da noite para o dia. A mudança política demanda tempo e reflexão. Portanto, para que o processo político brasileiro comece a receber oxigênio, é necessário que plantemos as sementes. E as sementes estão nos jovens. Precisamos olhar com mais atenção para o papel do jovem na sociedade. Para termos ideia de sua importância, basta atentarmos para o fato de que, nas últimas eleições em 2022, os brasileiros entre 16 e 24 anos formaram um contingente de alguns milhões de eleitores.
Infelizmente, esse universo se encontra muito afastado da vida política do país. E as razões são plausíveis. Escândalos, descalabros administrativos, máquinas burocráticas emperradas, partidos sem identificação popular constituem, entre outros, fatores que afastam os jovens do processo político. Na ausência de projeto ético e de uma sinalização comprometida com mudanças, os jovens acabam destinando sua atenção para outras prioridades. É triste verificar que milhares de jovens, levados pela atração dos bens materiais e do consumismo,
passaram a ver a política como algo desimportante. Afinal, a política é a arena central da construção do futuro coletivo.
Neste panorama, nunca é demais relembrar uma declaração do ex-presidente Michel Temer: “É fundamental que semeemos
o conceito de brasilidade junto ao segmento jovem. A Escola não pode ser apenas território de transmissão de informação. Há de ser, acima de tudo, nicho de formação e desenvolvimento de caráter. Se conseguirmos conferir à Escola o seu que o país está a me-
Diante da carência por parte das escolas convencionais que em suas grades programáticas não se preocupam em transmitir aos jovens nem mesmo uma mínima noção de cidadania o Instituto Cidadão, instituição civil, sem fins lucrativos e reconhecida como Utilidade Pública no âmbito estadual e municipal lançará o projeto Escola de Jovens Líderes com o objetivo de através de Seminários, Círculos de Palestras e outros mecanismos oferecer a oportunidade para que jovens da capital e do interior possam receber capacitações e incentivos capazes de despertar o interesse para a atividade política em suas cidades.
Os eventos acontecerão em todo o estado e o financiamento das atividades será feito pelo Fundo Partidário de diversos partidos que já se comprometeram com o apoio.
Professores especialistas e personalidades do Direito e da Política local e nacional serão convidados para ministrar os eventos da Escola de Líderes.
Para o jornalista Pedro Oliveira, presidente do Instituto “o projeto visa fazer com que o jovem seja despertado para a atividade política, independentemente de ser candidato ou não, mas que entenda e se torne participe da uma história diferente. Para que mais lideranças jovens ocupem o poder institucional e eleitoral e promovam a inovação política com base no resgate da confiança”.
O projeto Escola de Jovens Líderes está sendo discutido com as instâncias decisórias dos diversos partidos políticos.
Iniciativa terá apoio de partidos e objetiva despertar o interesse pela política na juventude
TAMARA ALBUQUERQUE
tamarajornalista@gmail.com
APetroquímica Braskem vai poder utilizar a área afetada pelo desastre ambiental provocado por sua atividade de mineração nos bairros de Maceió se o afundamento do solo no Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol for estabilizado e não representar riscos no futuro. A informação é do coordenador do Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública de Alagoas, Ricardo Antunes Melro, que participou da audiência pública realizada na última segunda-feira, 8, pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado para discutir o tema.
Ricardo Melro denunciou que, ao contrário do que a petroquímica pregava no começo da descoberta do problema, em 2018, – que não haveria construção nos bairros evacuados –, o acordo socioambiental firmado em 2020 entre a empresa e instituições como Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MPE) autoriza a Braskem a realizar negócios imobiliários, construindo nas áreas devastadas.
Melro defendeu como imprescindível colocar no acordo um adendo com a anulação dessa cláusula, que considerou absurda e inaceitável, e reverter a área destruída dos bairros para bem de uso coletivo.
O deputado federal Rafael Brito, convidado para a audiência, não só concordou com a proposta como afirmou que a Braskem
não pode se beneficiar da “própria torpeza”, ou seja, os imóveis dos bairros destruídos não podem entrar na conta da empresa como “ativo” e a petroquímica ser beneficiada no futuro com a área que ela destruiu numa negociação imobiliária. Brito, que possui familiares que moravam no Pinheiro, denunciou que a documentação apresentada pela Braskem e imposta às vítimas para acesso da indenização é, na verdade, um contrato de compra e venda dos imóveis.
O presidente da Associação dos Empreendedores no Pinheiro e Região Afetada, Alexandre Sampaio, já havia denunciado em janeiro do ano passado que a Braskem efetuou a “compra” de quatro bairros de Maceió pelo valor que economiza com o vergonhoso pagamento dos danos morais. A empresa estipulou no acordo socioambiental o valor de R$ 40 mil por imóvel nos bairros destruídos.
Na audiência, Sampaio afirmou que a Braskem engana a Bolsa de Valores, as vítimas e o Estado brasileiro — na condição de acionista da Petrobras, que pode incorporar a Braskem — com o uso de termos enganosos sobre sua responsabilidade ambiental. Segundo as estatísticas que apresentou, quase 50 mil imóveis no entorno da área de risco perderam o direito à cobertura de seguro e, portanto, não podem ser financiados. “Há um esforço deliberado e ilegal de mascarar o tamanho da dívida social e econômica da Braskem”, denunciou.
A título de comparação, R$ 40
mil é valor da indenização a ser paga pelo ex-procurador e agora deputado federal Deltan Dallagnol (Republicanos-PR) ao senador Renan Calheiros por danos morais em decorrência de uma publicação postada no Twitter em 2018 e considerada ofensiva. No final de 2018, a justiça de Alagoas condenou o grupo proprietário do Moinho Motrisa a pagar R$ 50 mil por danos morais a cada vítima do acidente com a queda de um silo usado para armazenamento
de trigo, que danificou veículos e imóveis do entorno do moinho.
O Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF), criado em 2019 pela Braskem, identificou 14,5 mil imóveis afetados pelo afundamento do solo, dos quais 14,3 mil foram desocupados nos cinco bairros de Maceió. Pelos dados da petroquímica, 16,2 mil indenizações foram pagas de um total de 18,8 mil propostas apresentadas aos moradores e empresas locais.
Deputado denuncia que documentação para indenização é contrato de compra e venda dos imóveis pela petroquímicaVista aérea da unidade da Braskem no Pontal da Barra Milhares de imóveis tiveram de ser abandonados por moradores e comerciantes
Odefensor público Ricardo Melro foi um dos participantes mais críticos da Braskem na audiência conduzida pelo senador Renan Calheiros, presidente da comissão. Segundo ele, a empresa tem maltratado, vilipendiado [humilhado] e feito chantagem com a população afetada pelo desastre para fechar os acordos de indenização. Ele cita como exemplo a imposição da petroquímica para os moradores aceitarem os R$ 40 mil – por imóvel – como indenização por danos morais.
A precificação definida em R$ 40 mil para todos, segundo o coordenador da Defensoria, é um método que fere o princípio da igualdade, o ordenamento jurídico e a Constituição. “Não podemos tratar os desiguais de forma igual porque isso não é tratar com igualdade”, disse.
“A história da nossa vida não tem preço, mas a Braskem pode e deve buscar uma compensação justa, indenizando cada cidadão, ao contrário de indenizar por imóveis”, acrescentou.
Melro também denunciou como prática ainda mais injusta da empresa os acordos em que definiu o pagamento de apenas R$ 25 mil por danos morais aos mo-
radores dos Flexais do Bebedouro e que não foram incluídos no programa de realocação. E comparou os baixos valores das indenizações pagas pela Braskem com a distribuição de lucros de R$ 7,1 bilhões no mesmo período.
“A Braskem não reconheceu o problema. É preciso trazer a empresa para mesa de negociação. Ela tem contas a acertar!”, defendeu. “A população está aceitando as indenizações reduzidas não porque entende que são justas, mas porque foi colocada por dois anos em situação de penúria”, enfatizou.
Ricardo Melro lembrou que a Braskem ignorou três estudos produzidos pelo MPF, Defesa Civil de Maceió e Ufal que apontavam os riscos da permanência dos moradores no Flexal de Cima e Flexal de Baixo e sinalizavam que a população local deveria ter, por direito, acesso a uma alternativa podendo ingressar em programa de realocação. “Os estudos foram desprezados pela empresa a favor de um laudo controlado por ela própria e que força a permanência dos moradores nos Flexais”.
O coordenador do Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública de Alagoas também teceu críticas à Justiça de Alagoas, ci-
tando que no processo em tramitação um juiz colocou no parecer que “há fundada dúvida sobre a autoria do dano e da responsabilidade da Braskem”. Ele também citou o processo que ainda tramita no judiciário da Holanda, país onde é sediada a filial europeia do grupo Braskem. “Esperamos que a decisão na Holanda sobre as indenizações traga vergonha ao Judiciário de Alagoas”, disse.
Todos os participantes da audiência criticaram os baixos valores de indenização oferecidos pela empresa às famílias afetadas, apontaram risco de exploração imobiliária dos terrenos desocupados e transferidos à Braskem e atacaram os critérios de transparência social e ambiental da petroquímica numa fase de possível reorganização acionária da empresa.
Renan Calheiros enfatizou na audiência que “antes de se avançar em negociações que possam resultar em lucros e dividendos bilionários para empresários e acionistas [da Braskem], que sejam claramente pactuadas as obrigações, honrados os compromissos sociais com o Estado e, sobretudo, com as famílias agonizantes por anos de exploração ambiental desmesurada”.
Região do Pontal da Barra com planta petroquímica tem 150 mil hectares avaliada em R$ 15 bilhões pelo mercado
Estudo preliminar realizado pelo economista Elias Fragoso aponta para uma solução sobre os passivos da Braskem em Alagoas, referente ao desastre socioambiental e econômico provocado pela mineração que destruiu cinco bairros em Maceió. No trabalho, o economista estima em R$ 20 bilhões o valor do prejuízo imposto ao Estado, recursos que devem ser destinados ao governo do Estado, prefeituras afetadas, moradores e empresas locais.
Os recursos viriam da venda da área onde hoje está instalada a petroquímica, no Pontal da Barra, correspondente a 150 mil hectares e avaliados pelo mercado imobiliário em R$ 15 bilhões ou 75%
do total 5 bilhões pago em através presa segundo A proposta tada na zada esta de Relações Nacional goso cita da proposta indústria situação grande torno, mil pessoas, de um Com Pontal, veitado
Barra com planta da mil hectares e está bilhões pelo mercado imobiliário
do total do passivo. O restante, R$ 5 bilhões ou 25% da dívida, seria pago em parcelas por cinco anos ou através da cessão de ações da empresa para os credores alagoanos, segundo o economista.
A proposta foi a única apresentada na audiência pública realizada esta semana pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. Elias Fragoso cita como um ponto positivo da proposta o fato da retirada da indústria do perímetro urbano, situação vista como aberração e grande ameaça à população do entorno, calculada no estudo em 150 mil pessoas, em caso da ocorrência de um acidente grave.
Com a saída da Braskem do Pontal, o bairro poderia ser aproveitado e transformado em área
pública para uso dos alagoanos e ainda para criação de um bairro eco inteligente na restinga. Fragoso lembrou aos participantes da audiência a necessidade de resolução urgente para o caso, diante do atual movimento especulativo em torno da venda das ações da Braskem. Ele alertou que é preciso decidir com muita celeridade o que fazer e que o problema exige solução imediata. Para tanto, o economista propôs a criação de um grupo técnico e específico para negociar com a petroquímica, antes que a venda das ações da empresa seja efetivada.
No início da sua explanação, o economista chamou a atenção de todos ao citar números do estudo realizado e contestar o “castelo de lendas” em torno da importância econômica da Braskem para Alagoas. Segundo apontou, o setor da química e do plástico equivale a menos de 1% do PIB do estado e a 0,8% dos impostos recolhidos. A empresa explora o sal-gema de
graça, pois não paga royalties. Já do ponto de vista social, a Braskem emprega apenas 530 pessoas, ou 0,001% das vagas formais de trabalho existentes no estado.
A audiência foi requerida pelo presidente da comissão, senador Renan Calheiros, para debater a questão da mudança acionária da Braskem, mas o debate ficou centrado no desastre ambiental provocado pela empresa em Maceió.
Calheiros destacou as proporções da tragédia humana e do desastre ambiental, que considera inequivocamente ligados à atividade da Braskem, e afirmou que o
problema demanda uma discussão em nível nacional. Ele classificou a mineração de sal-gema como um “cavalo de Troia” para Maceió e cobrou das partes envolvidas o compromisso de pagamento justo pelo prejuízo causado pela Braskem em bases satisfatórias para as vítimas e o Estado.
“O caso ganha gravidade e magnitude em razão das negociações, algumas sub-reptícias, para a transferência total ou parcial das ações da empresa. Tratativas públicas ou escamoteadas não irão prosperar até que os prejuízos causados sejam honrados”.
promisso a mais de um profissional ou firma especializada, além do nome completo, CPF, telefone e endereço da firma.
Os prestadores de serviços foram os que mais tiveram reclamações nos últimos anos, depois das empresas de telefonia.
Quando for contratar, por exemplo, pedreiro, encanador, eletricista ou marceneiro é necessário ficar atento para não ser enganado. É recomendável que o consumidor procure informações com uma pessoa que recebeu os serviços, de preferência um amigo ou parente.
Peça orçamento por escrito e sem com-
Perguntar como o serviço será feito, o material que será usado, o número de trabalhadores e se o preço do material está incluído no preço total é fundamental para acertar a forma de pagamento.
Muitos consumidores têm prejuízo porque o prestador do serviço, após receber o pagamento inicial, ‘foge’ com o dinheiro e não conclui o trabalho. É recomendável pagar em parcelas e de acordo com o andamento do serviço. Em caso de defeito ou dúvida, só pague quando o problema for resolvido. É preciso também exigir um recibo de pagamento da parcela paga.
Muitas empresas que exageram na burocracia para a liberação de empréstimo ou abertura de crediários
Arnaldo Santospodem gerar constrangimento ao consumidor e responder ações por danos morais. Para ter acesso ao empréstimo, basta o cliente comprovar renda e endereço, além de ter o nome limpo, o que pode ser comprovado com a consulta dos cadastros de inadimplentes.
Exigir que se tenha idade inferior a 65 anos, comprovante de residência e de emprego superior a seis meses ou mesmo pedir nomes e telefones de conhecidos como referência, pode ser considerado abusivo. Caso o cliente se sinta constrangido e consiga comprovar que passou por situação vexatória, o consumidor pode apresentar queixa em entidades de defesa do consumidor ou mesmo mover uma ação judicial pedindo indenização por danos morais.
O correntista deve comunicar imediatamente ao banco o furto ou extravio do cartão magnético, ainda
Na quinta-feira, dia 4 de maio de 2023, foi assinado um documento, pelo governo federal, em que o abono anual (conhecido informalmente como décimo terceiro) será antecipado para aposentados. O que isso quer dizer e como lidar com essa antecipação?
É importante informar como funciona a previdência social. Quem trabalha com carteira assinada, todo mês tem uma parte do seu salário enviada para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, ao se aposentar, receberá mensalmente um va-
que não tenha fornecido a senha para ninguém. A Justiça tem entendido que a responsabilidade pela indevida utilização do cartão é do correntista até o momento de sua comunicação ao banco. É certo que existem casos especiais em que a responsabilidade pode ser atribuída ao banco, contudo, para o correntista é melhor não descuidar.
Cancelamento de débito automático, pode? Sim. O débito automático caracteriza-se como serviço (relação de consumo), portanto, o consumidor pode, a qualquer momento, cancelá-lo
Você acredita que a promoção de venda de carro zero, a juro zero, é real?
n Nairan Custódio nairancs@outlook.comeconomista
lor, que é referente ao quanto se pagava mensalmente.
Então, tecnicamente, serão 12 parcelas anuais após se aposentar, mas há uma décima terceira parcela, que foi antecipada para ser paga em maio e junho. Isso afeta diretamente quem depende exclusivamente da aposentadoria para pagar as contas do dia a dia, que pode cair em uma armadilha de acabar gastando esse dinheiro antes da hora e se desequilibrar no fim do ano, quando geralmente se tem mais gastos.
Dito isso, é preciso se precaver e estudar bem como gastar esse dinheiro que não é um dinheiro a mais e, sim, parte do direito do aposentado. É importante também entender como funciona sua vida financeira detalhadamente para não cometer nenhum deslize na hora de pagar as contas mensais, já que ao ver o saldo bancário um pouco
maior em um mês, há uma tendência natural de querer gastar um pouquinho mais, também.
Cada dia vemos a necessidade maior de se ter uma previdência privada, que funciona semelhante como a social, do governo federal, mas há uma escolha pessoal em termos de liquidez, rendimento, ativos, etc.
Na previdência privada se tem um dinheiro além do dinheiro da aposentadoria normal, um extra. Então, juntando as duas previdências, há um dinheiro maior mensal para o aposentado e, consequentemente, uma estabilidade e uma qualidade de vida melhor.
Um consultor financeiro pode te ajudar a organizar sua vida financeira tanto para investir e garantir uma previdência privada ou para sair das dívidas. Garanta aquele sossego na sua vida no futuro, contrate um consulto financeiro.
PARA REFLETIR - Eu sou a favor dos direitos animais bem como dos direitos humanos. Essa é a proposta de um ser humano integral. (Abraham Lincoln)
Deputados da Assembleia Legislativa, naturalmente estafados pela imensa jornada de trabalho que desempenham, decidiram modificar os horários e dias das sessões deliberativas em plenário. A partir de agora as sessões ficam para os dias terças, quartas e quintas-feiras, das 16h às 19h. As segundas seguem de folga para descansar do fim de semana e as sextas, nova folga, até porque ninguém é de ferro. Como na Europa está sendo testada a semana de quatro dias, aqui sai na frente e reduz para três. Vamos ver se a produção aumenta.
A batalha pela regulação das plataformas de internet não se resumirá à já árdua missão de aprovar o PL das Fake News no Congresso. Mesmo se a base aliada do Governo Lula (PT) obtiver os votos necessários, uma série de pontos ainda devem ser alvo de debates futuros, uma vez que o projeto de lei prevê uma ampla regulamentação posterior.
Entre eles estão o detalhamento de como devem ser os relatórios de transparência e avaliação de risco das empresas, bem como os objetivos e etapas do chamado “protocolo de segurança”. Este último ponto será o mecanismo por meio do qual seria possível flexibilizar o artigo 19 do Marco Civil da Internet por tempo determinado sobre tema específico em caso de “dano iminente”.
A jornalista Luiza Barreiros é uma profissional muito respeitada e querida no meio da nossa imprensa. Inteligente, preparada, construiu uma carreira brilhante no mercado local. Ao aceitar ir para Casa Civil do governo sempre achei que ali não era seu lugar, um órgão demasiadamente burocrático e na atual gestão com muita ingerência, nem sempre benéfica. Soube, por fonte confiável, que a situação a incomodou e ela agiu como ética e eficiente que é pedindo pra sair. O governo perdeu e a colega se manteve íntegra.
O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto (PSDB), articula a candidatura de um sobrinho, o advogado Eduardo Porto, para uma vaga no TCE (Tribunal de Contas do Estado). O advogado substituiria, caso aprovado pelos deputados estaduais, o próprio pai, o conselheiro aposentado Carlos Porto. O episódio em Pernambuco se soma a outros casos recentes de indicação de familiares ligados a políticos nos estados. Na Bahia, a esposa do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), a enfermeira Aline Peixoto, foi aprovada em março para o Tribunal de Contas dos Municípios do estado.
Também em março, no Pará, a advogada Daniela Barbalho, esposa do governador Helder Barbalho (MDB), foi aprovada para o TCE. Aqui em Alagoas a administradora Renata Calheiros, esposa do ex-governador e ministro dos Transportes Renan Filho, também foi indicada para o Tribunal de Contas em dezembro. Os ministros do governo Lula (PT) Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Waldez Góes (Integração Nacional), ambos ex-governadores, emplacaram também suas esposas nos tribunais de contas do Piauí e do Amapá, respectivamente.
Já não seria a hora de acabar com essas sinecuras, que não servem para absolutamente nada?
A presidência da Câmara anda incomodada com as agressões verbais entre bolsonaristas e governistas especialmente em reuniões de comissões com sabatinas de ministros. A avaliação é de que as baixarias não mancham as imagens dos parlamentares individualmente, mas sim da Câmara. E Lira quer dar um freio nessas situações.
Em várias reuniões de líderes, o presidente já sinalizou que não vai impedir o direito de deputados falarem o que querem, mas que as falas — se desrespeitosas — podem ter consequências.
Morro de inveja quando observo que vários municípios do interior realizam Feiras Literárias, com programação vasta de exposições, shows, palestras e vendas de livros, trazendo até atrações nacionais. Foi o caso de Penedo, mais recentemente, que tem no prefeito Ronaldo Lopes um entusiasta da cultura e o desenvolver de sua cidade com a FliPenedo, ou os vários eventos culturais , realizados na capital e interior por nosso multicultural Carlito Lima, em contraponto com minha Palmeira dos Índios, que menospreza a cultura, justo a terra (adotiva) de Graciliano Ramos. Não é apenas pecado, mas criminoso.
O Palácio do Planalto dá sinais de que manterá sua forma de articulação política com o Congresso Nacional, mesmo após derrota imposta a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados e diante da crescente pressão por celeridade na liberação de emendas e nomeações de indicações políticas em cargos do Executivo.
As emendas parlamentares são recursos para deputados e senadores enviarem para obras e projetos em suas bases, com ganho de capital político eleitoral —e, por isso, são usadas como moeda de troca nas negociações. Até quando vai aguentar ninguém sabe.
E os novos “pais” do caso Braskem? Cada mergulho é um flash.
Não entendo porque o protagonismo do deputado Arthur Lira incomoda tanto o senador Renan Calheiros. Dá pra todo mundo.
o pagamento das 60 mil pessoas que foram expulsas de suas empresas e casas.
ABraskem gasta rios de dinheiro em marketing para vender meias verdades edulcoradas a seus acionistas, autoridades, futuros investidores interessados em adquiri-la, o povo brasileiro e, em especial, aos alagoanos, diariamente obrigados a suportar gigantesca carga de aleivosias, números capciosos forjados para confundir e esconder a verdade sobre o que ela provocou em Maceió (que ela, dissimulada, chama até hoje de incidente geológico!!!).
Até hoje nem foi punida pela lei, nem nunca pagou nada do que deve a Alagoas, a Maceió, aos municípios da região metropolitana da capital, aos mais de 240 mil moradores do entorno do megadesastre (que viram suas casas se desvalorizarem cerca de 40%!) e, 5 anos depois, sequer concluiu
E o que dizer da verdadeira espada de Dâmocles que ela mantém sobre as cabeças dos maceioenses, ao insistir em manter de forma irregular (veja à página 99, a figura 1 do livro Rasgando a cortina de Silêncios – o Lado B da exploração do Sal-Gema de Maceió que comprova a falsidade ideológica perpetrada para “regularizar” a sua localização praticamente dentro do Centro Comercial de Maceió). Um crime bárbaro contra a cidade e seu povo!
São números, dados, informações que ela subtrai – desde o cataclisma que provocou em Maceió – de seus balanços e notas explicativas ao mercado, a seus acionistas e às autoridades para que não se saiba a verdadeira situação da empresa.
A Braskem agora tem interessados que parecem dispostos a adquiri-la. Estaremos divulgando na segunda-feira uma carta aberta aos mesmos, à CVM Brasil e a SEG (a CVM americana), à Petrobras, aos ministros da Fazenda e da Justiça, além do STJ e Supremo, no sentido de alertá-los para o passivo não resolvido em Alagoas que se aproxima de 70% do valor atual que os investidores estão dispostos a pagar por ela. E aí, a conta não fecha.
Dos 35 bilhões de reais oferecidos pelos fundos investidores, quase 15 bilhões é para pagar o que a Braskem deve aos bancos, outros 16,4 bilhões de reais pertencem à Petrobras (que detém 47% do capital total) e, 1
bilhão de reais irão para os demais sócios (que detêm 2,9% do seu capital). Sobram, portanto, 2,6 bilhões de reais. Então como ela irá saldar seu débito em Alagoas que, numa conta conservadora, estimo entre 23 a 25 bilhões de reais?
Se o Governo de Alagoas, a Prefeitura de Maceió, as prefeituras da área metropolitana da capital, os movimentos dos expulsos de suas casas e empresas e os residente do entorno do megadesastre não se unirem já e reagirem agora, correm o risco de tomarem um calote multibilionário. Apresentei no Senado Federal em audiência promovida pelo senador Renan Calheiros, alternativa(s) de alta urgência para evitar isso, mas até agora os interessados não nos procuraram.
Não se pode cair no canto de sereia de que os novos donos irão “resolver o problema de Alagoas”; não vão. Aliás, um deles, o Apolo, é conhecido no mercado pelo jargão de “fundo abutre”*. Ou se resolve o caso de Alagoas nos próximos dias ou vai todo mundo tomar um mega calote!!!
*Fundos abutres são fundos de investimento especializados em comprar ativos de alto risco visando altos retornos. Atuam na compra de títulos de dívidas de devedores quase inadimplentes ou de ações de empresas perto da falência. Eles são classificados assim por terem sido analisados pelas agências de classificação e risco como sendo de alto risco de calote
Se o Governo de Alagoas, a Prefeitura de Maceió, as prefeituras da área metropolitana da capital, os movimentos dos expulsos de suas casas e empresas e os residente do entorno do megadesastre não se unirem já e reagirem agora, correm o risco de tomarem um calote multibilionário.
Justiça, veio prometendo prender os corruptos. Fez um estardalhaço enorme com a prisão do Lula. No fim, Moro caiu e o político nordestino por uma firula jurídica virou vítima e voltou a ser presidente.
Continuou o governo do Bolsonaro: problema com os filhos, atuação discutível na pandemia, demissão de vários ministros. Teve uma boa atuação em algumas áreas. Citaria duas: Infraestrutura e Ciência e Tecnologia.
aparecia e Bolsonaro mal falava dele e com ele. Nós, pobres mortais, assistíamos pela TV a um jogo sujo sendo administrado contra o general Mourão. O militar continuou calado, discreto e fiel ao cargo.
Para surpresa de todos, foi nomeado para cuidar da Amazônia. Sentíamos, entretanto, que não lhe davam apoio e verba para missão tão importante.
admiração.
Tais fatos que narro para meus leitores são o resultado de quatro anos acompanhando o governo Bolsonaro. Houve acertos, erros, coisas boas, coisas ruins. Mas foi injusto com seu vice.
Hoje, senador da República e general da Reserva, está quieto, calado até demais, contudo, que eu saiba, não está sendo processado, nem perseguido.
através da mídia, os quatro anos do Governo Bolsonaro. Saímos de dezesseis anos do Partido dos Trabalhadores. Para nós, de centro-direita, foi uma administração complicada, regida pela esquerda brasileira.
Jogamos nossas esperanças no moço que se elegeu para fazer um governo diferente e corrigir erros anteriores. Era um capitão da reserva do Exército que procurou ajuda nas Forças Armadas.
Escolheu Bolsonaro vários ministros, mas não teve sorte com alguns. Moro, ministro da
O ministro da Economia teve um bom desempenho, mas foi implacável com o funcionalismo público, alterando as aposentadorias e concedendo reajustes mínimos.
A atuação do vice-presidente, general Hamilton Mourão, merece uma análise mais demorada.
Veio para ajudar Bolsonaro nas suas intenções de livrar o Brasil dos erros dos governos anteriores. Começou bem, mas o presidente foi se afastando, os filhos de Bolsonaro começaram a atacá-lo. Ele, muito discreto, não falava mal do governo. Só uma vez em que foi questionado sobre os filhos do presidente, respondeu friamente: “Os filhos são problemas dele”.
Ficou quase invisível, não
Ele foi navegando através de águas turbulentas, mas em suas entrevistas não “passava recibo”, isto é, não contava o suplício em que vivia.
Finalmente veio o período eleitoral. O presidente, candidato à reeleição, descartou Mourão e anunciou outro candidato a vice. Uma bela paulada!
Calado, candidatou-se a senador pelo Rio Grande do Sul e foi eleito. Na saída de Bolsonaro, o Brasil virou de cabeça para baixo. O presidente passou o governo para Mourão e viajou para os Estados Unidos.
Assumiu o cargo maior de nosso país, assinou alguns documentos e não passou o governo para o Lula. Não fez alarde, não falou mal de ninguém, saiu como entrou: com dignidade; um comportamento digno de
Vejo no momento atual, a Justiça querendo prender Bolsonaro. Toda semana aparece um fato novo. Vários assessores já foram presos e o Brasil inteiro aguarda a prisão do antigo presidente. O coitado não pode abrir a boca, pois as autoridades estão de olho nele.
Muitos dizem que Mourão foi traidor. Discordo totalmente! Ele soube reagir às adversidades, comportou-se como um vice-presidente digno e cônscio de suas responsabilidades.
Não se envolveu em escândalos, não falou mal de ninguém, tentou cumprir com suas obrigações, apesar de ter sido alijado pelo grupo palaciano.
Meus respeitos ao senador Mourão! Honrou as Forças Armadas do Brasil!
Hoje, senador da República e general da Reserva, Mourão está quieto, calado até demais, contudo, que eu saiba, não está sendo processado, nem perseguido.
Vejo no momento atual, a Justiça querendo prender Bolsonaro.
Toda semana aparece um fato novo. Vários assessores já foram presos e o Brasil inteiro aguarda a prisão do antigo presidente.
MARIA SALÉSIA
sallesiaramos18@gmail.com
Travessia da Infância
Ribeirinha é autobiográfico, mas poderia ser a narrativa de qualquer pessoa que nasceu e viveu em qualquer cidade do interior. Em sua primeira obra, Pedro Pereira Rocha Neto narra em textos e versos fatos da infância e adolescência em Paulo Jacinto, Alagoas. Foi lá, na Terra do Baile da Chita, que tudo começou. Foi na Praça Floriano Peixoto, no Centro da cidade, que Pedro assistia à efervescência nos dias de feira, seja na loja de tecido dos pais, seja sentado no banco da praça em frente a sua residência. Foi lá que observava, da janela da cozinha de casa, a fúria das águas do Rio Paraíba. O livro vem recheado de surpresas, aventuras e muito mais. O lançamento acontece no próximo dia 20, às 19h30, no Clube Recreativo Paulojacintense e o convite é estendido a conterrâneos, amigos e visitantes.
O livro de memórias retrata a trajetória de Pedro, passando pela infância, os bancos escolares- desde o Jardim da Infância, o Grupo Escolar 2 de Dezembro e o Ginásio Antônio Farias, este já em plena adolescência. As brincadeiras de rua com os colegas do Centro, as peladas do futebol, as paqueras, além de algumas peraltices também fazem parte da narrativa. A formação profissional, a vida, economia e a sociedade paulojacintense não ficaram de fora. “As narrativas são tratadas em textos e versos que envolvem as personalidades com as quais convivi. Na verdade, é um resgate histórico e cultural do tempo em que tudo era entusiasmo na terra em que nasci”, relembrou Rocha.
Viajar nas páginas do livro é pura aventura. Pedro homenageia alguns mestres de PJ (é assim que o município é carinhosamente conhecido), passeia pela
saudade de pessoas queridas que tiveram grande relevância e influência em sua vida. Alguns guardados vivos na memória, como a homenagem à avó Maria Romera, e outros ainda presentes, a exemplo de sua mãe Salete Rocha. Mas Pedro também diz da saudade do pai Afonso Apolinário que partiu tão jovem. Porém, “o trem da vida segue o seu itinerário. As paisagens diversificadas que vão surgindo durante o percurso, nos direcionam a lembrar como os anos passam rápido”.
Há ainda relatos dos bastidores de seu primeiro Baile da Chita, as lembranças das festas juninas, das pessoas que o influenciaram no futebol, enchentes do Rio Paraíba e tantos outros episódios daquela época, meados de 1960. As suas Bodas de Crizo e de Coral também ganharam destaque na obra. E o que dizer do orgulho da filha Polyanna Rocha, jornalista radi-
cada na França, que lhe presenteou com um belo texto na passagem de seus 60 anos.
O livro sempre esteve no coração do autor. E foi por incentivo de familiares e amigos que liam fragmentos em suas redes sociais que os textos ganharam vida e agora podem ser lidos em sua totalidade nas páginas de Travessia da Infância Ribeirinha.
“A cada dia somos imbuídos, levados aos desafios cotidianos. A cada dia é preciso recomeçar -não adiar o que o coração insinua a seguir. Assim, tive a ousadia de escrever um livro de teor autobiográfico em razão da reivindicação de vários amigos para que a obra viesse a ser realidade”, afirmou Pedro.
Para ele, o lançamento do livro é também uma forma de homenagear a cidade nesses novos tempos. E com sentimento de felicidade pelo trabalho realizado, nos presenteia com trecho de
“O Casarão de Minha Infância” parte importante da obra. “Nele aprendi os primeiros passos/ Nos passos as primeiras quedas/ No equilíbrio os seus compassos/ No andar e correr aprendi regras/ Nos seus cômodos a base familiar…”
Ler a obra de Pedro Rocha é reviver os velhos e sempre jovens amigos, é mergulhar no universo de uma PJ pacata, ordeira, romântica, boêmia e, às vezes, re- belde. É se deliciar nas lembranças inesquecíveis que compõem o arquivo das saudades de um paulojacintense fanático por sua terra, por sua gente, por suas raízes.
O livro conduz o leitor a ser testemunha ocular de cada narrativa. Nele, Pedro nos leva a uma PJ do passado, mas logo nos teleporta para um presente recente. O autor conta de forma leve seus medos, encontros e desencontros. Suas peraltices, as amizades que vingaram, as lembranças que ficaram.
O livro traz, ainda, duas participações importantes. Os jornalistas e conterrâneos presentearam Pedro utilizando seus dotes para tão bem apresentar a obra. Assim, as orelhas do livro ficaram por conta de José Alberto Costa (Zealberto) e o prefácio com Marcelo Firmino.
O livro Travessia da Infância Ribeirinha pode ser adquirido em Paulo Jacinto, na noite de autógrafo. Para quem não tiver a oportunidade de aportar na Terra do Baile da Chita na data do lançamento, a aquisição do exemplar também poderá ser feita em outra oportunidade através da chave do Pix 164 045 804 20 (Pedro Pereira Rocha Neto). Nessa modalidade, o valor do exemplar é de R$ 50. Há ainda a possibilidade de ser enviado para o endereço do interessado. Nesse caso, terá adicional de custo do envio pelo Correio e fica por R$ 60 a unidade.
Orastreamento de câncer, acima de tudo, é um autocuidado em relação à nossa saúde. Esse é o pensamento da oncologista clínica da Santa Casa de Maceió, Eliana Rocha, que, diariamente, lida com pacientes que já têm um diagnóstico definido ou estão em busca por respostas. Segundo a especialista, a realização de exames específicos periódicos auxiliam o médico a chegar a um diagnóstico preciso e precoce de câncer. Tratado cedo, as chances de cura são maiores que 90%.
“As pessoas têm uma percepção equivocada de que a maioria dos cânceres são hereditários, que eles são herdáveis. O que não é verdade. Menos de 10% estão nessa categoria. Rastrear a doença é uma ação que todos nós deveríamos saber que existe. Mais do que isso, que existe e em algum momento da nossa vida todos nós devemos realizar exames de rastreamento por um único motivo: eles poderão salvar a nossa vida”, disse a oncologista Eliana Rocha.
A varredura consiste na pesquisa de uma lesão pré-cancerígena ou diagnóstico da doença em estágio inicial em uma determinada população, dividida por gênero (feminino e masculino), a partir de uma faixa etária, com a realização de exames em pessoas que não têm sintomas.
“Você pode até me perguntar: então a senhora pede exames a quem não está sentindo nada? A resposta é sim. Esse é o propósito do rastreamento, realizar uma investigação em quem não tem sintomas. Assim é possível diagnosticar uma lesão, que, se tratada rapidamente, nunca irá evoluir para um câncer. Ou diagnosticar
um câncer muito inicial, muito pequenininho, que, se também for tratado de forma rápida as chances de cura são maiores do que 90%”, ressaltou.
De acordo com a especialista da Santa Casa e Maceió, não são todos os canceres passíveis de rastreamento. “Felizmente, os mais frequentes na população são rastreáveis, como os canceres de mama, colorretal, de colo do útero, pulmão e de próstata. No caso do mama, tirando o de pele não melanoma, é o câncer mais frequente nas mulheres e pode ser rastreado com a mamografia. Esse exame deve ser feito a partir dos 40 anos, anualmente. Para o do colo do útero, há o Papanicolau, que deve ser realizado a partir do momento que a mulher se torna sexualmente ativa; ambos podem ser realizados pelo SUS. No caso do câncer de colón e reto, o rastreamento deve ser feito por homens
e mulheres a partir dos 45 anos, através da colonoscopia. Já os tabagistas de longa data, ou seja, aqueles que fumaram um maço
ou mais por dia, por 15/20 anos, por exemplo, e hoje têm mais de 55 anos, devem fazer uma tomografia com baixa dose de radiação. E recomenda-se que homens a partir dos 40/45 anos de idade realizem a sua primeira consulta no urologista” disse.
O rastreamento começa ainda na consulta, quando o médico coleta informações do histórico de vida do paciente e os fatores de risco que o cercam. Através dela é possível identificar, também, se existe um padrão hereditário de câncer na família, a chamada síndrome hereditária.
“A partir do momento que um padrão é identificado, o paciente é encaminhado ao oncogeneticista para que seja realizado um perfil genético do câncer. Caso seja confirmado, esse trabalho passa a ser totalmente direcionado e personalizado”, finalizou a oncologista clínica Eliana Rocha.
Exames estão à disposição para diagnósticos precoces e/ou detecção de uma lesãoExame de mamografia deve ser feito a partir dos 40 anos Eliana Rocha, oncologista clínica da Santa Casa de Maceió
Saúde Animal lançou a segunda edição do Desafio da Pecuária Responsável em Alagoas para incentivar práticas sustentáveis para o rebanho bovino no estado. A iniciativa convida interessados a inscrever ideias que possam promover a sustentabilidade na pecuária de corte ou de leite, com prêmio de R$ 15 mil para a melhor proposta. O prazo de inscrição é até 30 de maio, sem restrições de cidade, gênero, idade, formação e profissão, e o regulamento completo e o passo a passo para a inscrição estão disponíveis no site www.pecuariaresponsavel.com.
Ainda falando em agropecuária, estimativa realizada pela startup 4intelligence revelou esta semana que o Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária de Alagoas teve a quinta maior alta do Brasil em 2022, com um avanço de 9,6%. A projeção é de que este ano o crescimento seja de 4,5%. Apenas quatro estados tiveram um crescimento maior que o de Alagoas no ano passado: Goiás, Minas Gerais, Amapá e São Paulo.
Segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo IBGE, em março de 2023 a indústria brasileira estava operando 1,3% abaixo do patamar registrado em fevereiro de 2020, antes da crise sanitária. Apenas 8 das 25 atividades investigadas estão operando acima desse patamar, incluindo outros equipamentos de transporte (23,1%), máquinas e equipamentos (13,6%), produtos do fumo (10,2%) e farmacêuticos (7,1%), além de alimentícios (5,3%), extrativas (3,1%), bebidas (0,7%) e derivados do petróleo (0,2%).
O lucro líquido dos bancos em 2022 atingiu R$ 139 bilhões, um aumento de 2% em relação a 2021. No entanto, após a recuperação a níveis pré-pandemia em 2021 e um crescimento no primeiro semestre de 2022, a rentabilidade no segundo semestre do ano passado teve uma redução devido ao aumento das despesas com provisões, principalmente em relação ao caso da Lojas Americanas, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central referente ao segundo semestre de 2022.
Um veículo à prova de acidentes é uma promessa que mais cedo ou mais tarde pode se transformar em realidade. Mas a tecnologia para chegar lá é alvo de intensas discussões técnicas e até egocêntricas. Isso ficou claro em reportagens da Forbes e da Autocar sobre o avanço de uma empresa sediada em Orlando, Flórida (EUA), a Luminar. Seu presidente, o bilionário Austin Russel, não se pode classificar de modesto.
“Primeiro, os cintos de segurança. Depois, os airbags. Agora, a Luminar” afirmou em entrevista. A aposta da empresa é no lidar (sigla em inglês de Light Detection and Ranging, Detecção e Medição de Distância por Luz), tecnologia de sensoriamento remoto que usa pulsos de laser para construir um ambiente tridimensional à frente de um veículo, permitindo detectar objetos até 300 metros de distância. Com aperfeiçoamentos futuros é possível criar um “envelope” de segurança em torno do carro para torná-lo à prova de colisões, independentemente de quem esteja ao volante.
O segundo homem mais rico do mundo, Elon Musk, dono da Tesla e outras gigantes como a fábrica de foguetes SpaceX, fez opção por um sistema de câmeras de alta definição. Ele desdenha o lidar como “um objetivo tolo” e recusa-se a usá-lo nos
Teslas.
Matthew Weed, diretor da Luminar, não deixou por menos. “Um carro dirigir sozinho apenas com câmeras é questão irrelevante. Porém, será sempre mais seguro? Se houver tecnologia lidar no veículo, a resposta é sim. Se pudermos reduzir o custo o suficiente para compensar o valor por meio de menos colisões, então se trata de conversa irrelevante”, disparou.
Há mais de 25 empresas de lidar no mercado mundial e quatro se destacam: Innoviz, de Israel; RoboSense e Hesai, da China; Valeo, da França. “Existem 100 especificações e requisitos dentro de um sistema lidar, mas importante é o quão longe pode-se detectar as coisas e vincular isso diretamente à velocidade com que é seguro dirigir”, diz Weed.
Ele afirma com base em relatório do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas que o lidar da Luminar pode detectar um pneu na estrada a cerca de 160 m –o dobro da distância de qualquer outro. A nova fábrica da empresa no México (além dos EUA, Tailândia, China e mais uma na Ásia) deverá permitir escala para tornar o produto mais em conta.
Na próxima geração o custo deve cair para cerca de US$ 350 (R$ 1.750), equivalente à economia no preço do seguro.
Ainda é cedo para revisar a previsão de comercialização de veículos leves e pesados ao final deste ano em comparação a 2022, afetado por uma queda de produção importante por falta de peças em razão da pandemia da covid-19. Especificamente em abril, com dois feriados numa 6ª. feira, além do dia 1º de maio numa 2ª. feira que impediu o emplacamento do que se comercializou no fim de semana anterior, os números foram contrastantes.
Em abril venderam-se 160,7 mil unidades, 19,2% a menos em relação a março. Já no acumulado do primeiro quadrimestre o total de 632,5 mil unidades superou em 14,4% o idêntico período de 2022. A Fenabrave informou que no caso dos automóveis (80% das vendas totais) o primeiro quadrimestre de 2023 ficou 32% abaixo do mesmo período de 2019, antes da pandemia.
Neste começo de maio, números desani-
n Porsche 718 Cayman RS GT4 é um cupê fora dos padrões por ser uma versão homologada para rua de um carro de competição. Por isso, nada de estranhar o elaborado desenho aerodinâmico do para-choque dianteiro, tomadas de ar (tipo Naca, aeronáutica) para os freios sobre o capô (construído em plástico reforçado com fibra de carbono – CFRP, em inglês), para -lamas dianteiros também em CFRP com três saídas de ar de cada lado, rodas de alumínio de 20 pol. (opcionalmente de magnésio), além da imponente asa traseira com suportes de alumínio tipo “pescoço de ganso” e um enorme adesivo Porsche no alto do óculo traseiro. Ninguém fica indiferente.
n Por dentro, dois bancos-concha também em CFRP só reguláveis em distância, um robusto “santantônio” (opcionalmente de titânio), janelas traseiras com vidros mais finos, volante revestido de camurça com um anel amarelo de referência que informa rodas dianteiras retas à frente para o piloto/motorista e maçanetas em tecido trançado. O que mais emociona? O concerto afinado e bem alto do motor, conta-giros no meio do quadro de instrumentos com escala em vermelho às 9.000 rpm graças ao motor de aspiração atmosférica, 4-litros, seis-cilindros horizontais opostos três a três, 500 cv a 8.400 rpm e 45,8 kgfm a 6.750 rpm. Os quase onipresentes motores turbos atuais giram bem menos e, portanto, não oferecem a mesma sensação auditiva.
n Guiar o 718 Cayman nas nossas ruas, obviamente, traz desconforto. A estrada é o seu habitat com extraordinária sensação de domínio em curvas de qualquer raio, freios potentes e direção incrivelmente precisa. O preço explica: R$ 1.157.000.
madores: apenas 7,5 mil unidades de vendas diárias, em média. A Anfavea manteve sua previsão de crescimento modesto de 2,2% em 2023 frente a 2022. A diferença entre o projetado e o realizado foi muito pequena até agora. O estoque total (fábricas e concessionárias) permaneceu em 38 dias de março para abril.
As exportações nada ajudaram (queda grande no mercado argentino, o principal). Haverá paradas de produção em maio e junho, afetando a maioria dos fornecedores que não têm o mesmo fôlego financeiro para manter empregos.
Quanto ao chamado carro “verde” de entrada para impulsionar as vendas, pouco avançou. Há sugestão de permitir uso do FGTS para uma linha de financiamento especial, mas é preciso mudar a lei que prevê apenas a aquisição da casa própria.
n Movimento Maio Amarelo comemora em 2023 seu décimo aniversário com o tema “No trânsito, escolha a vida”. Idealizado pelo Observatório Nacional de Segurança Veicular (ONSV), fundado em 2010, a campanha teve este ano uma homenagem simbólica. Entre 30 de abril e 7 de maio a cúpula e as duas torres de 28 andares que fazem parte do Congresso Nacional receberam iluminação amarela. O amarelo simboliza atenção e também a sinalização e advertência no trânsito.
n Segundo estatísticas mundiais do Relatório de Status de Segurança Rodoviária, da Organização Mundial de Saúde, 1,35 milhão de pessoas morrem no trânsito em ruas e estradas todos os anos. Índia, China e Brasil, nessa ordem, lideram essa triste estatística. Mas o país conseguiu avanços em outro quesito durante a realização da primeira Década de Ação para Segurança no Trânsito, de 2011 a 2020. Reduziu em quase 50% o número de mortos nesse período que coincidiu com a lei de tolerância zero para motoristas em relação a bebidas alcoólicas. Para a segunda década – 2021 a 2030 – o desafio da ONU repete-se (diminuição de mortos igualmente de 50%). Desta vez, um repto bem maior ao Brasil.
Lidar ou
O que levará um automóvel a nunca colidir
Aparalisação do Campeonato Brasileiro está descartada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por enquanto, mas isso não diminui a preocupação de dirigentes e empresários de atletas com a Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás. O temor é que envolva cada vez mais jogadores e, mais grave do que isso, chegue a árbitros. A interpretação da confederação, segundo dirigentes, é que a interrupção do
torneio não é necessária porque as denúncias se referem apenas a partidas da competição nas séries A e B da temporada passada. Isso pode mudar caso apareçam casos do Brasileiro de 2023 ou se juízes comecem a ser envolvidos, o que por ora não aconteceu. Denúncia do Ministério Público apresentou novos nomes de jogadores supostamente ligados ao esquema de apostas após a análise do conteúdo de computadores e celulares apreendidos na fase anterior da operação.
AUMENTO DE 28% NO NÚMERO DE CARTÕES
ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.comA Justiça Espanhola decidiu que Daniel Alves permanecerá preso enquanto investigado por estupro. Os juízes que cuidam do caso analisaram e negaram o novo recurso apresentado pela defesa do brasileiro, que reafirmava vínculos com a Espanha para descartar risco de fuga. A decisão seguiu a opinião do Ministério Público, que já havia se manifestado de forma contrária à soltura do jogador. O advogado Cristóbal Martell, que defende o atleta, anexou capturas de imagem dos vídeos da discoteca ao documento, alegando que as imagens seriam favoráveis ao brasileiro. Daniel Alves deve permanecer preso até o fim da investigação. Ainda assim, a defesa pode apresentar novos recursos pedindo a liberdade do jogador. A data do julgamento ainda não foi marcada. Daniel Alves está preso provisoriamente desde 20 de janeiro.
A primeira rodada do Campeonato Brasileiro da Série D contou com a realização de 32 jogos e com aumento no número de cartões em comparação com a primeira rodada das últimas duas edições. Na primeira rodada desta edição, foram 201 cartões distribuídos, um aumento de 28% em relação aos anos de 2021 e 2022, quando foram anotados 157 cartões. A média por jogo na 1ª rodada de 2021 e 2022 foi de 4,9 cartões, menos que os 6,3 de 2023. Porém, ao contrário do que aconteceu no Brasileiro Série A, a tolerância zero praticada contra as reclamações de jogadores e comissão técnica não chegou na Série D. De 95 cartões aplicados por reclamação na primeira rodada das três edições, a maior quantidade foi registrada em 2022. Em 2021, foram 23 cartões amarelos por reclamação. No ano seguinte, 34 amarelos e 4 vermelhos. Já em 2023, quando a tolerância zero passou a valer na elite do futebol brasileiro, foram 32 amarelos e 2 vermelhos.
ROMÁRIO CHAMA BEBETO DE TRAIDOR E ANUNCIA CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA DO AMÉRICA-RJ
O senador Romário (PL-RJ), campeão mundial em 1994 com a seleção brasileira, não teve papas na língua ao se referir ao ex-parceiro de tetracampeonato Bebeto. No podcast do narrador José Carlos Araújo, o Garotinho, o ex-atacante disse que Bebeto é um traidor. “Traidor. Foi parceiro, mas não é mais. Me traiu na política. Pulou de galho. Não consigo (me habituar com isso na política). Tem umas coisas que eu levo para sempre dentro e fora da política. Quando é com um cara que você gosta, conviveu e tem uma relação de amizade, em todos os sentidos, isso é triste”, afirmou Romário. Romário se reelegeu para o Senado Federal na última eleição em 2022 na chapa do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do governador fluminense Cláudio Castro. Bebeto também se lançou candidato, mas a deputado federal pelo PSD, que apoiou Rodrigo Neves (PDT) para o Palácio Guanabara. Em âmbito federal, a sigla se manteve neutra, mas integra atualmente a base do Governo Lula.
Oexcelente radialista
Alves Correia deixou a Gazeta FM de Arapiraca e está na Líder FM, no horário de 5h às 7h. Já o radialista Ailton Avlis deixou a Líder FM e se sente “confortável” como âncora do comando 91, com apoio de uma bancada competente formada pelos profissionais Marcos Porto (ex-96 FM), Fernando Martins e Ariane Guedes e, na reportagem, o não menos competente Valter Gomes.
Mas as mudanças no rádio arapiraquense não param por aí. O radialista José Rocha deixou a NN FM e já está na Líder FM, onde apresenta ao meio dia um programa esportivo e faz uma dobradinha com Nelson Filho na narração esportiva. Já na Gazeta FM, antiga casa de Alves Correia, foi contratado o radialista Jairo Campos, que já estreou no último dia 1º um programa jornalístico, no horário das 6h às 9h, diariamente.
A polícia tem contabilizado apreensões de drogas, como cocaína, em ônibus “clandestinos” que fazem o trajeto entre cidades alagoanas como Maceió e Arapiraca e a cidade de São Paulo.
Na tarde da última terça-feira, 9, uma passageira foi presa pela Polícia Militar em Porto Real do Colégio com mais de 11 quilos da droga. A ação, que faz parte do combate ao crime nas principais entradas de Alagoas, contou com o trabalho de policiais do 11º BPM e do Canil do 3º Batalhão da PM.
A ação da PM contou com a ajuda de cão farejador e foi possível encontrar uma mala azul com 11.019 gramas de substância entorpecente, aparentemente pasta base de cocaína. Na ação, os militares verificaram que uma mulher ficou nervosa e, em seguida, começou a filmar o trabalho policial com o celular. Ao ser indagada, a mulher, de 29 anos confirmou que a mala pertencia a ela.
Após o flagrante, a passageira foi então conduzida para a delegacia da cidade. Junto à Polícia Judiciária, ela foi autuada pelo crime de tráfico de entorpecentes e está à disposição da
Os passageiros desses ônibus clandestinos que saem de Alagoas em direção a São Paulo correm um enorme de risco de morte nas estradas. Além do desgaste dos ônibus, que não oferecem sequer conforto aos usuários, a viagem acaba se tornando um verdadeiro pesadelo.
De acordo com relatos, esse tipo de transporte sempre quebra nas estradas, oferecendo riscos a crianças, adolescentes e adultos que, por não terem condições de viajar em um transporte seguro e confortável, são obrigados a passar todo tipo de perrengue durante as viagens.
Em tempo: uma passagem de Arapiraca a São Paulo custa em média R$ 400. É preciso uma maior fiscalização por parte das autoridades para preservar a vida dos passageiros que não têm escolha quando precisam
O arapiraquense Jamerson Cassimiro da Silva Alves foi julgado no último dia 2 e virou réu no processo sobre as invasões nos prédios do Congresso Nacional e Palácio do Planalto ocorridas no dia 8 de janeiro.
Jamerson chegou a divulgar em suas redes sociais vídeos, já apagados, mostrando que estava em Brasília nos dias dos atos golpistas. “Arapiraca, Alagoas. Vem pra cá, viu. Monte sua caravana e vem pra cá. Deus Pátria, família e Liberdade”, publicou o arapiraquense, dias antes de invadir o Congresso e ser preso.
Com o objetivo de esclarecer o caso da criança que apareceu com hematomas em um Centro de Educação Infantil da rede municipal de ensino público de Palmeira dos Índios na terça-feira, 9, uma equipe técnica da Prefeitura esteve na residência da criança na manhã de quarta-feira, 10. De acordo com a diretoria do CEI, uma professora, ao perceber os hematomas no menino, enviou uma foto para a família e questionou sobre o que poderia ter acontecido. No entanto, foi um mal-entendido pelo avô do aluno, que em áudios postados nas redes sociais, responsabilizava a professora pelo ocorrido.
“A minha esposa recebeu uma ligação e entendeu de um jeito e a gente já soube de outro. Mas o pessoal (da prefeitura) nos procurou, conversou com a gente e está tudo resolvido. Foi tudo um mal entendido”, afirmou Everaldo Cavalcante.
A equipe técnica ouviu a diretoria e os familiares que relataram o que realmente aconteceu. “Apurando os fatos e, ouvindo os dois lados, ficou claro que se tratou de um pequeno acidente, uma brincadeira das crianças e, em decorrência do exposto à família, preocupada, eles soltaram o áudio nas redes sociais. Mas, no final, tudo foi esclarecido. A criança foi acompanhada por uma equipe da Saúde, passa bem e ela mesma falou que se machucou brincando com um coleguinha”, explicou o controlador-geral do município Marcondes Oliveira.
... Neste sábado, 13, a Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realizará uma respescagem do mutirão de vacinação antirrábica para cães e gatos do município.
... A ação acontecerá das 8h às 12h em oito pontos diferentes. São eles: Praça Lions, Praça Santa Cruz (Alto do Cruzeiro), Bosque das Arapiraca (em frente à fonte luminosa), Praça Margarida Gonçalves (Centro), Praça da Prefeitura, Largo Dom Fernando Gomes, Praça da Primavera e Praça das Cacimbas.
... Na terça-feira, 9, o presidente executivo da Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA), Rogerio Siqueira, informou por meio de uma nota, que o gerente de futebol do clube não faz mais parte do ASA.
... De acordo com a nota, Jesus e o ASA conversaram na tarde da terça-feira, e, em comum acordo, optaram pela saída do diretor.
... O ASA agradeceu por todos os serviços prestados nessa última passagem dele pelo clube e lhe deseja sucesso nos novos desafios que certamente terá no futebol.
... Uma grande parceria foi montada para levar o Festival de Música de Penedo para Portugal. A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) se uniu ao Governo de Alagoas e à Prefeitura de Penedo e, juntos, vão realizar, nos dias 25 de 26 de maio, o evento em Lisboa e Castro Daire.
... Na programação, além de boa música, haverá discussão científica sobre o trabalho desenvolvido pelos grupos de pesquisa Caravelas, vinculado à Universidade Nova (UN) de Lisboa, e o Centro de Musicologia de Penedo (Cemupe), da Ufal.
... Com 14 anos de história, o projeto idealizado pelo professor Marcos Moreira começou como Jornada Pedagógica para Músicos de Banda em 2009. Hoje administrado pelo grupo de pesquisa vinculado ao CNPq e Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propep) da Ufal, o Cemupe tem sede física em sala anexa à Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude de Penedo. (Com Assessoria)
... Aos nossos leitores desejamos um excelente final de semana. Até a próxima edição!
Nos últimos dez anos tem crescido de forma significativa a produção no Brasil de carros híbridos ou elétricos. Porém a falta de logística reversa para baterias de carros elétricos no país pode trazer grandes riscos ambientais, aponta estudo realizado pela Universidade Veiga de Almeida (UVA). Atualmente, o Brasil registra mais de 100 mil veículos híbridos e elétricos vendidos. O peso total das baterias elétricas que movem esses automóveis gira em torno de 34 mil toneladas, das quais cerca de 30 mil toneladas, pelo menos, são componentes já em final de vida útil, alertou o professor Carlos Eduardo Canejo, coordenador do Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da UVA, e um dos autores do estudo. A vida útil varia de acordo com o modelo e a tipologia da bateria. “Ao mesmo tempo em que carros elétricos trazem uma série de benefícios correlatos ao desenvolvimento da pasta ambiental em si, a gente tem também uma redução significativa na liberação de gás de efeito estufa (CO²) em função da substituição dos motores de combustão e uso de gasolina. Só que, por outro lado, a gente tem um problema iminente, que vai demandar a integração público-privada, que é o gerenciamento dessas baterias ao fim da vida útil”, frisou Canejo.
O Banco Mundial defendeu que a revisão do modelo de crescimento da Amazônia possibilitará maior proteção da floresta e da biodiversidade. O documento
Equilíbrio Delicado
Para a Amazônia
Legal Brasileira: Um
Memorando Econômico, divulgado pela instituição na terça-feira (9), aponta que o desmatamento na região está atrelado a atividades como a pecuária, a ampliação da fronteira agrícola e à mineração. Segundo a publicação, o incremento do desmatamento poderia levar a floresta a um ponto onde não seria mais possível reverter seus efeitos nocivos. A instituição aponta que o desmatamento coloca em risco o valor da floresta em pé no Brasil, estimado em mais de 317 bilhões de dólares por ano. Esse valor seria equivalente, segundo o documento, a até sete vezes o valor estimado da exploração privada ligada à agricultura extensiva, à exploração madeireira ou à mineração. O chamado valor da floresta em pé se refere ao dinheiro que circula pela exploração de serviços como o turismo ou a produção de produtos não madeireiros, além do armazenamento de carbono.
Com a popularidade do ChatGPT e de todas as ferramentas que usam inteligência artificial generativa, muitas discussões foram levantadas, especialmente sobre o uso ético da IA. No entanto, outra questão até então menos discutida começa a ganhar espaço: o impacto do ChatGPT no meio ambiente. Como acontece com qualquer grande modelo de linguagem, treinar e desenvolver um sistema de IA generativa requer uma quantidade enorme de energia, resultando em custos ambientais significativos que muitas vezes são negligenciados. À medida que mais empresas e setores adotam a tecnologia de IA, esses impactos ambientais, consequentemente, também aumentam. De acordo com o estudo Making AI Less Thirsty: Uncovering and Addressing the Secret Water Footprint of AI Models, realizado por pesquisadores de universidades do Colorado e do Texas, os data centers de treinamento e implantação de modelos de IA consomem muita água - principal fonte que alimenta as operações para geração de energia e resfriamento dos servidores que atendem aos chatbots. Segundo o artigo, que realizou a análise de dados públicos, para treinar o GPT-3 nos data centers da Microsoft nos Estados Unidos, o modelo de linguagem “pode ter consumido diretamente até 700 mil litros de água potável”. Pelo cálculo dos pesquisadores, a mesma quantidade de água poderia ter sido usada para produzir 370 veículos da BMW ou 320 carros elétricos da Tesla.
A Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou no âmbito de três ações civis públicas que os critérios utilizados para a regularização de ocupações na faixa de áreas de preservação permanente (APPs) devem considerar o marco temporal de 22 de julho de 2008, previsto no Código Florestal, vedadas intervenções posteriores ao período. A atuação ocorreu em processos movidos pelo Ministério Público Federal e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para cobrar a reparação de dano ambiental de particulares que ocuparam área no entorno da hidrelétrica de Ilha Solteira, localizada no estado de São Paulo. Representando o Ibama, a AGU defendeu que o art. 62 do Código Florestal só prevê a regularização de construções no entorno de reservatórios artificiais consolidadas até 22 de julho de 2008 e que, após a data, tais invasões devem ser demolidas. A AGU alertou que interpretar o dispositivo sem levar em conta o marco temporal poderia levar a uma redução significativa, de pelo menos 70%, da área de proteção ambiental no entorno. O entendimento significaria que uma área de 100 metros de vegetação ciliar poderia deixar de existir, o que seria muito danoso para os processos ecológicos.
Do que se fez o sobrevivente alagoano? Ele reuniu em si elementos culturais e proteicos que o salvaram de maiores tragédias, já que a raiz de sua história dela não poderia fugir. O contato com as matas não foi encharcado de venturas na imagética dos coletores comuns, que tudo repartiam entre si. A mata fechada era morada de bicho, era nicho de carne farta e sangue quente, onde a vida deveria nutrir a vida sem perder tempo com éticas reflexivas.
Os caçadores não foram homens maus e sangrentos, foram homens sobrevivendo! Daí a um esguicho cultural e virou “hobby” para alguns, contudo, ainda nas décadas de 70/80 pude ver a carne de tatu e paca matar fome de família inteira, quando o trabalho no “eito” da cana não rendia o suficiente para comprar “carne verde” no domingo.
Em minha família de herdeiros da sobrevivência, alguns alimentaram a prática, porque de uma ação marcante nenhum povo se liberta repentinamente.
Meu pai José Bento, nascido em União dos Palmares, carregava consigo histórias de caça. Unindo-se a meu avô materno, Antônio Laurindo, caminheiro dos rincões entre Porto de Pedras e Matriz de Camaragibe equilibrando comércio e política, conseguiu formar um núcleo de caçadores do qual participavam o cabeleireiro masculino e também barbeiro Antônio Lopes e Gerson Medeiros, comerciante.
De Gerson as memórias são menores, pois foi vítima de uma bala da própria espingarda enquanto caçava
Caçadores da década de 60 em Delmiro Gouveia
e faleceu na meia idade. Mas antes de morrer reiterava histórias de fantasmas, como a da voz que direcionava meu pai para longe dos companheiros na mata do Eixo, até que um arrepio súbito o fez perceber a cilada e retomar o caminho de volta.
Quando a caçada era boa uma parte dos bichos era tratada na minha casa, no terraço encimentado, muitas vezes o ritual acontecia de madrugada, tendo eu e minha irmã como testemunhas do zelo e honestidade do pai caçador que repartia igualmente os pedaços de tatu, paca, veado, porco do mato e até mesmo capivara. Mas uma vez ele matou um gato do mato. A pelagem manchada de pingos pretos o encantou! Resolveu salvar aquela beleza, em um arranjo de curtição, espichando o couro por meses no quintal.
Aos poucos o cheiro ruim se foi e o trabalho único do artista súbito começou a ganhar formas. Costurou com
linha de nylon. Preencheu com espuma. O arame posto nas patas e cauda deixavam o gato em pé, com seus olhos verdes feitos de fundo de garrafa de vidro, brilhando como se vivesse.
Esse charme despertou a cobiça de uns caçadores de Recife que se juntavam ao grupo para caçar porcos. O vale de lágrimas que eu criei não foi suficiente para fazer meu pai desistir de atender ao pedido do pernambucano. Sofri a saudade do gato por muito tempo, mas o senhor de tudo é também ele, o tempo que tudo leva. Assim foram sendo levados os cachorros perdigueiros do meu avô, que custavam uma nota e comiam bacias de alimentos, dos quais lembro apenas do Boc e do Blac. Depois os caçadores também migraram, foram desbravar as matas do além, meu avô primeiro.
Nestas letras não entram julgamentos. Os caçadores que conheci foram todos sobreviventes.