Edição 1215

Propostas concretas para o desastre ambiental da Braskem em Maceió serão discutidas na próxima segunda-feira no Senado. O debate será comandado pelo senador Renan Calheiros. 2

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

42% do orçamento

n Principais secretarias da capital são entregues para aliados do deputado 5

extra e

MACEIÓ - ALAGOAS

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COLUNA

Lula estava certo

1- “Há no Congresso uma minoria que se preocupa e trabalha pelo país, mas há uma maioria de uns 300 picaretas que defendem apenas seus próprios interesses.”

2- Dita por Lula em 1987 quando era deputado constituinte, essa frase serve perfeitamente para os dias atuais, podendo até aumentar o número de “picaretas” com mandato e imunidade parlamentar.

3- Eleito presidente da República em 2003, Lula sabia que não governaria sem o apoio dos “300 picaretas” do Congresso.

Dose dupla

DA REDAÇÃO

Ao criticar Alfredo Gaspar de Mendonça pelo silêncio em torno do arquivamento do processo em que Arthur Lira foi condenado por corrupção, o deputado Marcelo Victor matou dois coelhos com uma só cajadada. Colocou em dúvida a honestidade de Gaspar e sacramentou o racha com Lira, o ex-aliado que lhe tomou o controle do partido União Brasil em Alagoas.

Venda da Braskem

Nessa segunda-feira, 8, haverá um debate no Senado sobre a venda da Braskem e o desastre socioambiental provocado pela mineradora em Maceió. A iniciativa é de Renan Calheiros e, além de senadores, participarão do evento o governador Paulo Dantas, economistas e técnicos da área ambiental, além de representantes das vítimas da tragédia.

Zezeco vem aí

Sem Biu de Lira na disputa do próximo ano, o ex-prefeito José Medeiros Nicolau, o Zezeco, está arrumando as malas para voltar à cidade e tentar um terceiro mandato.

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EDITOR

Fernando Araújo

CONSELHO EDITORIAL

4- Daí nasceu o Mensalão, esquema de corrupção bancado por empresas estatais para comprar o apoio de parlamentares. O escândalo abalou o governo, mas Lula escapou do impeachment e ainda se reelegeu em 2007.

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira ARTE

SERVIÇOS JURÍDICOS

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5- A partir do 2º mandato de Lula o sistema de corrupção se aperfeiçoou e prosseguiu no governo Dilma. Foi o chamado Petrolão, esquema bilionário bancado pela Petrobras que desaguou na Operação Lava Jato. O final da história já é de domínio público.

6- Agora, no 3º mandato, Lula terá mais dificuldade de governar porque os “300 picaretas” se profissionalizaram e não aceitam apenas cargos no governo; querem sequestrar o Orçamento Nacional.

A ideia é atrelar a venda da Braskem à solução definitiva do passivo ambiental, social e econômico que a empresa tem com Alagoas. O entendimento passa pela Petrobras, segunda maior acionista da mineradora, que pode adquirir o controle da petroquímica ou mesmo vender suas ações na companhia. “Vamos apresentar propostas concretas, com boas chances de uma solução definitiva”, disse à coluna um dos técnicos que participarão dos debates, sem revelar detalhes. O debate terá início às 18 horas e será transmito ao vivo pela Rádio Senado.

Disputa na Barra

Floriano Melo, vice-prefeito da Barra de São Miguel, trocou o PP de Arthur Lira pelo PDT e vai disputar a prefeitura com o apoio do MDB de Renan Calheiros, que deve indicar o vice.

Após deixar a prefeitura, Zezeco exerceu o cargo de secretário-adjunto do Ministério do Turismo no governo de Bolsonaro, mas passou boa parte do tempo esquiando nos Alpes franceses, em companhia da namorada e amigos. Outro hobby de Zezeco é velejar e, se reeleito, talvez precise ampliar sua marina particular construída durante o 2º mandato.

Maragogi

Outro ex-prefeito que pretende voltar ao poder no pleito do próximo ano é Marcos José Dias Viana, o Marcos Madeira, que governou Maragogi por dois mandatos. Mas tem uma pedra em seu caminho: o TCU pode tornar Madeira inelegível caso não acerte as conta$ com o Tesouro Nacional.

7-

O novo esquema de corrupção foi azeitado no governo Bolsonaro e ficou conhecido como Orçamento Secreto, sob o comando de Arthur Lira, chefe do Centrão. Com a volta de Lula ao poder o STF acabou a mamata, mas o presidente sabe que não governará se não entregar a chave do cofre aos “300 picaretas” de hoje.

Afastado de Biu de Lira por entregar a prefeitura aos parentes Joãozinho Pereira e Marcelo Palmeira, Floriano conquistou a simpatia do eleitorado e tem chances reais de vitória.

Com sérios problemas de saúde e desgastado pela má administração, Biu de Lira, aos 81 anos, dificilmente disputará a reeleição. O prefeito também não tem candidato com potencial para lhe suceder.

Previsões

Previsões dos bastidores da política alagoana para as eleições majoritárias de 2026: Governador, Renan Filho ou JHC; senadores Renan Calheiros e Arthur Lira, além de Fernando Farias, primeiro suplente de Renan Filho.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Antônio Albuquerque pede nulidade de ação penal alegando foro privilegiado

Parlamentar diz que foi investigado ilegalmente por promotores de Justiça

JOSÉ FERNANDO MARTINS

josefernandomartins@gmail.com

Odeputado estadual Antônio Albuquerque (Republicanos) acionou a Procuradoria Geral de Justiça de Alagoas (PGJ) para tentar barrar ação penal proveniente da Operação Taturanas, escândalo de desvio milionário de dinheiro da Assembleia Legislativa, desarticulado pela Polícia Federal em dezembro de 2007. À época, cerca de 35 pessoas foram acusadas de participação no esquema criminoso, entre elas, estavam parlamentares, como o próprio Albuquerque. Em julho de 2019, magistrados da 18ª Vara Cível da Capital condenaram o deputado à perda do cargo político e a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco anos.

Albuquerque teria contraído empréstimos junto ao Banco Rural em valores superiores a R$ 1 milhão no período entre 2003 e 2006. Como garantia, utilizou a verba de gabinete depositada pela Assembleia Legislativa na conta dos deputados. Tal atitude seria ilegal. O parlamentar recorreu da decisão. E no emaranhado dos processos envolvendo o caso, em abril de 2021, o juiz Ivan Vasconcelos Brito, hoje desembargador do Tribunal de Justiça, absolveu os réus deputados envolvidos na Operação Taturana no que diz respeito aos empréstimos adquiridos juntos ao Banco Bradesco, em 2006, e pagos também com recursos públicos da Assembleia. Lá estava Albuquerque entre os beneficiados.

Sem contar que quatro meses antes, em dezembro de 2020, uma decisão do magistrado Carlos Henrique Pita Duarte, da 3ª Vara Criminal de Maceió, virou manchete nacional. Ao julgar uma ação penal contra envol-

Condenado em ação civil de improbidade, AA quer anular ação penal

vido na Máfia das Taturanas, o juiz decretou a nulidade de todas as provas que deram origem às denúncias, “por violação de direitos”, abrindo caminho para a absolvição de acusados. Entre os beneficiados estava também Arthur Lira, presidente da Câmara Federal. Na ocasião, o Ministério Público informou à imprensa que iria recorrer da decisão proferida classificando-a como “grave erro judicial” que será reparado pelas instâncias superiores.

Apesar das benesses que as brechas jurídicas podem proporcionar, ainda há respingos da operação da Polícia Federal que causam dores de cabeça aos investigados. No caso de Albuquerque, dois processos o cercam: de número 8000293-91.2023.8.02.0001 e

Operação

Taturana

Foi uma operação da Polícia Federal deflagrada em 6 de dezembro de 2007 com o objetivo de desmontar uma organização criminosa instalada na Assembleia Legislativa de Alagoas,

0002108-36.2021.8.02.0001, ambos em segredo de Justiça, mas citados em documento encaminhado pelo parlamentar ao MPE. Encaminhada ao procurador-geral de Justiça em exercício, Valter José de Omena Acioly, o deputado Antônio Albuquerque protocolou uma representação citando os promotores Amélia Adriana de Carvalho Campelo, Givaldo Barros Lessa, José Carlos Silva Castro, Eloá Carvalho Melo, Marluce Falcão de Oliveira, Myryã Tavares Cardoso Ferro, Jamyl Gonçalves Barbosa e Anderson Cláudio de Almeida Barbosa quanto a um processo investigativo que corre no MPE.

Albuquerque disse que pelo conteúdo que teve acesso os promotores estariam o acusando de

acusada de fraudes no Imposto de Renda de até R$ 200 milhões em cinco anos. Entre os citados de participar do esquema estavam 15 dos 27 deputados estaduais da época: Celso Luiz Brandão, Manuel Gomes de Barros Filho, Maria José Viana, Cícero Almeida, Cícero Amélio, Cícero Ferro (falecido em dezembro de 2017),

crimes de peculato citando seu nome junto aos demais denunciados nas duas ações penais que tramitam na 10ª Vara Criminal de Maceió. Albuquerque alegou que estaria sendo investigado por autoridade incompetente, pedindo, assim, a nulidade da investigação, de sua denúncia e do processo penal. Conforme o próprio parlamentar, ele é autoridade com foro por prerrogativa de função, o que tornaria “evidente a nulidade das investigações da incompetência do órgão que realizou a investigação e, ademais, a da ausência de supervisão judicial”.

“Os dignos promotores de Justiça usurparam de competência não apenas deste ilustríssimo procurador geral de Justiça, como do Tribunal de Justiça de Alagoas, o que pode, até mesmo, ser discutido por meio de reclamação. Ou seja, aparentemente ocorreu gravíssima nulidade no oferecimento de denúncias contra parte dos investigados pelos mesmos fatos”, acrescentou o deputado. Declarou também que não conseguiu abrir os links dos processos em que foi citado e que visitou a Vara Criminal pessoalmente para ter acesso aos autos, o que lhe foi negado. “Registro, apenas, que nada de irregular ou ilegal pratiquei, não havendo qualquer conduta minha que possa ter tido, ao menos em tese, com crime”, finalizou.

Arthur Lira, Paulo Fernando dos Santos (Paulão), João Beltrão (falecido em dezembro de 2019), José Júnior de Melo, José Adalberto Cavalcante Silva, Antônio Aroldo Cavalcante Loureiro, Marcos Antônio Ferreira Nunes, Edwilson Fábio de Melo Barros (Dudu Albuquerque) e Fernando Juliano Gaia Duarte.

ASSESSORIA

“Blocão” da oposição

Areforma administrativa do prefeito JHC conhecida na semana passada demonstra a objetividade da renovação de seu mandato nas eleições do próximo ano. Arthur Lira, Rodrigo Cunha, Alfredo Gaspar de Mendonça e Marx Beltrão são apenas alguns nomes que estão prontos para o embate em

Reforço pesado

Quem conhece os personagens que tomaram assento na prefeitura da capital, sabe bem da força política de seus integrantes, cujo objetivo é o de aumentar o poder de fogo a partir de agora. Com as eleições de 2024, se desenha a disputa que ocorrerá em 2026.

Desafio

O prefeito JHC terá o grande desafio de controlar no seu governo, a partir de agora, uma salada de alianças que fez no final da semana passada, onde os interesses políticos de cada um se sobressaem em primeiro lugar. Administrar um grupo com projetos e pensamentos diferentes é realmente a prioridade neste momento do prefeito.

Grande aliança

JHC tem destacado que esta é a maior aliança política feita nos últimos anos, por isso demorou tanto a ser concluída. Se vai dar certo, somente o tempo dirá.

Analisando

Ao saber que enfrentará um time peso-pesado nas próximas eleições, Dantas e Calheiros com certeza apressarão a escolha de um candidato que possa competir com JHC, sob pena de entregar os pontos para 2024 e pensar somente em 2026.

2024.

Esse time, que certamente causará desconforto à oposição, ou seja, ao MDB de Paulo Dantas e da Família Calheiros, dá um passo importante para consolidar a liderança de JHC em algumas pesquisas de opinião, sem ainda conhecer as armas do seu adversário.

ASSESSORIA Profissionais

As eleições de 2024 certamente serão uma disputa para profissionais. E o jogo é esse que está aí na mesa. Saindo na dianteira, JHC também não pode, porque enfrenta adversários preparados, subestimar a oposição que usará de todas as suas armas para colocar água no chope do prefeito de Maceió.

Desgaste

A oposição vai apostar nos principais problemas de Maceió para desmistificar o bom momento político de JHC, que arrochou o pé em alianças sem saber, contudo, se vai dar certo.

Compromissos

Embora mantenha a sete chaves as estratégias para encarar as eleições municipais, a tropa de Paulo Dantas, no último final de semana, passou o tempo analisando o fato e quem chega junto ao prefeito de Maceió. É jogo pensado, estudado, para não atirar em vão.

Reação

Como alguns personagens do MDB já migraram, pelo menos extraoficialmente para o lado do prefeito da capital, só resta agora expurgá-los do processo. Os alvos, inicialmente, são o presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Galba Neto, e o pai, o deputado estadual Galba Novaes.

Reação

Risco

Entre algumas alternativas que estão sendo estudadas pela cúpula do MDB, estão o aproveitamento de novo atores coadjuvantes para a Assembleia Legislativa para que possam afastar Galba do mandato que assume interinamente, já que ficou como primeiro suplente.

Interlocução

O cargo de Davi Davino, como secretário de Relações Federativas da Prefeitura de Maceió, terá como principal objetivo a interlocução que fará entre o município e Brasília, mais precisamente com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Dali podem vir recursos para abastecer os cofres da prefeitura para a realização de obras consideradas como essenciais.

Vai melhorar?

Trocaram o nome de SMTT para DMTT, ou seja, Departamento Municipal de Transportes e Trânsito, mas a esperança é que a mudança surta efeito e melhore o caos que se instalou no trânsito de Maceió.

Eleições 2026

Esse é o grande objetivo do “Blocão”, depois, evidentemente, da reeleição do prefeito JHC que está em curso. Em 2026, duas vagas para o Senado da República, além de governador e deputados estaduais e federais. Quem vai se habilitar, só o tempo dirá.

Exagero

Quando não é a falta de energia na capital e no interior, são as contas que chegam ácidas na casa do consumidor. Os números têm disparado e as recla-mações não param de crescer. Os consumidores exigem transparência da Equatorial e pedem reavaliação da contagem nos medidores. A Anael pode entrar em ação para fiscalizar a distribuidora em Alagoas.

Pressão

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem sofrido um verdadeiro cerco pela Polícia Federal nas dezenas de procedimentos instaurados nos últimos meses. Somente no Tribunal Superior Eleitoral são mais de quinze.

UB mais forte

O deputado federal Rafael Brito, o conhecido Tio Rafa, que pode ser o escolhi-do pelo MDB para disputar as eleições para prefeito, já começou a disparar contra JHC. Considerou a composição política do “Blocão” como cabide de empregos, mas não fez qualquer relação com o passado.

Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil, destacou a administração do presidente regional do partido, Luciano Cavalcante, e assegurou que, em Alagoas, a agremiação será ainda mais forte. Na Assembleia Legislativa, o UB é representado pelos deputados Mesaque Padilha, Delegado Leonam e Lelo Maia, enquanto o deputado federal Alfredo Gaspar e o senador Rodrigo Cunha representam o partido no Congresso Nacional.

JOGO DO PODER

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

Indicados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), já controlam 42,5% do orçamento de Maceió. São R$ 1,7 bilhão (exatos R$ 1.738.626.745,00) na programação de gastos das secretarias neste ano, sem levar em conta créditos suplementares que serão liberados ao longo do ano pelo prefeito JHC (PL). O orçamento previsto para 2023 é de R$ 4 bilhões (exatos R$ 4.082.990.897,00).

Uma das pastas mais estratégicas é a Secretaria de Relações Federativas, controlada por Davi Davino Filho, do PP. É a “ponte” entre Brasília e Maceió, cavando recursos nos ministérios e emendas parlamentares no Congresso Nacional. Davi Davino é cotado para ser vice de Jota na disputa municipal em 2024, mas também pode chegar em 2026 a entrar nas eleições para uma das 9 vagas alagoanas na Câmara Federal. E a experiência nos corredores de Brasília é fundamental para isso.

Pelos números do Portal da Transparência do governo federal, Maceió recebeu, ano passado, R$ 1,3 bilhão depositados direto dos cofres da União para a capital e a maior parte deste dinheiro foi para o Benefício de Prestação

Continuada (BPC): R$ 141,4 milhões. Esta transferência é obrigatória, mas o segredo mesmo está nas emendas parlamentares e obras federais. Entre 2014 e 2021 foram pagas, entre emendas individuais e de bancada, R$ 40,5 milhões apenas para Maceió.

A velocidade e a quantidade do pagamento destas emendas ou do dinheiro para obras depende

Arthur Lira já controla 42,5% do orçamento de Maceió

Reforma administrativa entrega secretarias ‘de peso’ a aliados do deputado e garante reeleição de JHC

de costuras em Brasília e capacidade de chegar aos ministros. Arthur Lira preside a Câmara, função importante que garante linha direta com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. É neste jogo que se encaixa Davi Davino Filho. JHC reclama com os secretários da dificuldade de liberar recursos federais – incluindo as emendas – para Maceió principalmente porque sua administração é associada ao bolsonarismo. E agora mais do que nunca, como mostrou a reforma administrativa e os secretários escolhidos.

Os eleitores de Davi Davino Filho estão mais alinhados à extrema direita, mas ele próprio não é bolsonarista declarado. A condição fará ele circular com mais facilidade nos corredores do poder central, ao menos é o que esperam os assessores do prefeito.

Disputando a reeleição e

aguardando quem o Palácio República dos Palmares vai indicar como oposição, JHC pariu uma reforma administrativa com muito mais vantagens para Arthur Lira. Habilidoso, o presidente da Câmara entregou a aliados as indicações.

A Família Pereira, por exemplo, fica à frente da Secretaria Municipal de Educação. A ex-deputada Jó Pereira comanda um orçamento de R$ 790,6 milhões. Joãozinho Pereira, irmão de Jó e primo de Arthur, chefia a Companhia de Desenvolvimento do Vale São Francisco (Codevasf), estatal federal com orçamento de R$ 123 milhões para Alagoas.

Na Secretaria de Desenvolvimento Social, Primeira Infância e Segurança Alimentar fica Fernando Davino, tio de Davi Davino Filho. Orçamento de R$ 35,8 milhões.

A Secretaria Municipal de Segurança Cidadã tem à frente Carlos Guido, indicado pelo deputado federal Fábio Costa (PP). Orçamento de R$ 2 milhões.

E a ‘joia da Coroa’: a Saúde, dirigida por Luiz Romero Farias, escolhido pelo deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça, vice líder do União Brasil na Câmara. Orçamento: R$ 901 milhões.

A reforma administrativa atraiu quatro prováveis candidatos a prefeito que rivalizariam com JHC nas urnas: Alfredo Gaspar (mais votado deputado federal em Maceió), Fábio Costa (terceiro mais votado), Davi Davino Filho (candidato ao Senado mais votado na capital) e Jó Pereira, cujas posições na Assembleia Legislativa incomodavam os palacianos. Ela foi candidata a vice-governadora, chapa encabeçada pelo senador Rodrigo Cunha (União Brasil).

Ao mesmo tempo, Jota entrega três secretarias para três vereadores de Maceió e Esportes para o presidente da Câmara Galba Netto (MDB) que divide o espaço com o líder do prefeito na Câmara Chico Filho (MDB).

O secretário de Esportes é Thales Novaes, irmão de Galba Netto; o secretário de Trabalho, Emprego e Economia Solidária é o vereador Francisco Sales; Cultura e Economia Criativa fica com outro vereador, Cléber Costa; o pai do vereador José Márcio, José Márcio de Medeiros Maia, lidera Abastecimento, Pesca e Aquicultura. Ou seja: os mercados municipais e as colônias de pescadores.

Nenhuma destas secretarias tem a relevância orçamentária das indicadas por Arthur Lira.

Prefeito JHC em foto oficial com seu novo secretariado e tendo a seu lado o presidente da Câmara, Arthur Lira

JOGO DO PODER

MDB não ganha eleição em Maceió desde 1985

Gestão de Djalma Falcão foi um fracasso e afasta eleitor do partido

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

nome do partido, José Wanderley Neto, terminando em 3º lugar;

- 2008 apoia o PSDB (Solange Jurema) e novamente termina em 3º;

- fracassa em 2012 numa coligação com Lessa, após a candidatura dele ser negada pelo TRE;

- chega, de novo, ao 2º turno em 2016 (Cícero Almeida) e é derrotado;

- 2020 insiste com candidatura própria: Alfredo Gaspar de Mendonça, pulando para o 2º turno, sem sucesso. Dois anos depois, Gaspar muda para o União Brasil e é o deputado federal com maior votação em Maceió.

Como se vê, nenhum dos prefeitos eleitos após Djalma Falcão é do MDB ou apoiado por ele.

- Ronaldo Lessa (PSB, 1992);

- Kátia Born (PSB, 1996-2004)

- E a inversão mais à direita das gestões, com Cícero Almeida (PP), Rui Palmeira (PSDB) e JHC (PSB).

Saindo das eleições à Prefeitura da capital e reunindo os votos em todo o estado, o MDB alcança resultados melhores. Elegeu 4 governadores desde a redemocratização: Collor (1986), Divaldo Suruagy (1994), Renan Filho (2014-2018) e Paulo Dantas (2022).

Também em 2022 o MDB passa a contar com duas vagas ao Senado: Renans pai e filho.

Desde

1985 o MDB não ganha uma eleição à Prefeitura de Maceió. Ignorando o passado, prepara mais uma vez o lançamento do deputado federal Rafael Brito, testado, ainda que timidamente, num cenário onde o prefeito JHC (PL), que postula a reeleição, segue em larga vantagem.

Há 38 anos ainda se chamava PMDB e elegeu Djalma Falcão numa coalizão envolvendo o PC do B e o PSB. Foi uma eleição apertada, mostram os números do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Falcão obteve 56.174 votos contra 51.481 de João Sampaio, do PFL (antiga Arena que depois virou DEM e terminou se fundindo ao União Brasil) e formando chapa com o PDS.

A administração foi um desastre, piorado pelo governo estadual, na época liderado por

Divaldo Suruagy (PDS) que só repassava os valores do ICMS para a Prefeitura obrigado pela justiça. O anedotário local conta que as reuniões com secretários eram realizadas na casa de Falcão. Ele, dormindo, e os secretários sentados, formando uma roda de cadeiras ao redor da cama, esperando ele acordar para o início dos despachos.

Em 1985 o PMDB formava um bloco de esquerda buscando quebrar a hegemonia do governo a quatro mãos: Suruagy no Palácio Floriano Peixoto (então sede da administração estadual) e Guilherme Palmeira (PDS), vencendo José Moura Rocha (PMDB) na disputa ao Senado. Suruagy e Palmeira tiveram as carreiras políticas cevadas pelos generais da ditadura militar, mas logo pularam a cerca na primeira oportunidade: aquele era o ano das Diretas Já, o enterro da ditadura e a eleição indireta de Tancredo Neves à Presidência da Repúbli-

ca.

Em 1986, o PMDB venceu o governo com Fernando Collor que ainda atraiu o PTB, o PC do B e o PSC. Derrotou Guilherme Palmeira (PFL). Ao Senado, ganhou Divaldo Suruagy (PFL) e o estreante na vida pública Teotonio Vilela Filho (PMDB), eleito embalado pelo pai, Teotônio Vilela, um dos líderes da redemocratização.

No ano de 1988, Renan Calheiros, do PMDB, disputou e perdeu a eleição para a Prefeitura de Maceió com Guilherme Palmeira (PFL). As derrotas continuariam – todas na capital:

- 1992 termina em 3º lugar (Teotonio Vilela Filho era o candidato);

- 1996 repete a colocação (abriu mão da cabeça de chapa para lançar Albérico Cordeiro, do PTB);

- 2000 chega ao 2º turno com Régis Cavalcante (PPS);

- 2004 arrisca lançar um

Nada disso aconteceu por acaso. Para chegar ao poder, o partido teve de contar com o apoio dos usineiros e o sacrifício político-eleitoral de Teotonio Vilela Filho.

Em 2014, Téo Vilela era governador e desiste de disputar o Senado, inviabilizando José Thomaz Nonô na sucessão estadual. Desmantelando o palanque governista, abre caminho para Renan Filho vencer a eleição.

Em 2024 a questão é diferente. O MDB em Maceió está mais alinhado ao prefeito JHC. Tanto que, no acordo contemplando mais cargos comissionados desembocando na reforma administrativa, o presidente da Câmara Municipal, Galba Neto, e o líder do prefeito no Legislativo, Chico Filho, ambos do MDB, dividem a Secretaria de Esportes além de outros espaços menores.

Ou seja: os Calheiros repetem os erros do passado. Entrarão nas eleições de Maceió nos minutos finais do 2º tempo. Talvez para perder, de novo.

Falecido em março de 2017, Djalma Falcão foi o último prefeito de Maceió eleito pelo MDB

Ex-presidiários disputam posse da Prefeitura

GG e Lins usam Jesus, Beltrão e Lira para chegar ou permanecer no poder

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

Oprefeito Gilberto Gonçalves (PP) escolheu o secretário de Relações Institucionais Carlos Gonçalves (sobrinho da esposa e vice Cristina Gonçalves) para a sucessão à Prefeitura no próximo ano. GG quer preservar seu legado, que também inclui prisão por corrupção, a grande amizade com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e a palavra de Deus fartamente usada em vão.

Nas redes sociais, encanta seus seguidores ao citar trechos da Bíblia sacados a esmo e pregações dominicais. Mesmo quando estava afastado da Prefeitura (e a esposa e vice assumiu o comando da gestão) comportava-se como um bastião da moralidade. Nada novo para quem virou notícia nacional no auge da Operação Taturana há 15 anos cobrando o seu “dinheiro roubado”:

“Eu não sou besta, diga ao [deputado estadual Antônio] Albuquerque [na época presidente da Assembleia e apontado como líder da organização criminosa] que eu quero meu dinheiro certo, que é dinheiro de roubo, de corrupção… e não mande descontar INSS não, porque isso é dinheiro roubado (…) É melhor você me dar do que a gente sair tudo algemado dessa p… Diga ao pessoal que eu quero o meu dinheiro”, dizia.

Mesmo afastado do cargo por ordem da Justiça, acusado (mais uma vez) de corrupção, GG nunca abriu mão de mostrar publicamente sua amizade com o presi-

GG aposta em sobrinho da esposa para permanecer ditando rumos da cidade

dente da Câmara. E Lira nunca deixou de revidar tão sinceras manifestações de afeto. Ajudou a eleger Gabi Gonçalves, filha de GG, deputada estadual.

Rio Largo é a terceira maior cidade de Alagoas. Nela, Lira foi o mais votado: 17,19% dos eleitores. Pouco, mas valeu.

Investigações da Policia Federal apontam que GG desviou doze milhões de reais da saúde municipal, num esquema simples, diz a PF: um carro da prefeitura, dirigido por assessores de GG, saía do prédio do Executivo e encontrava com outro carro, num

Largo é singular. Todos os prefeitos e vereadores já foram presos e no ano de 2024 dois ex-presidiários (GG e Toninho Lins) querem renovar suas confianças com os riolarguenses. Dois aliados estarão em palanques diferentes: Arthur Lira está com GG; o deputado federal Marx Beltrão (PP) fechou com Toninho Lins. O senador Renan Calheiros (MDB) ensaia a candidatura de seu suplente e empresário Rafael Tenório, eleito em fevereiro presidente do CSA e com a inglória tarefa de retirar o time de Série C do Brasileiro.

O marketing de GG e Lins é semelhante: nas entrelinhas, se comparam a Jesus Cristo, condenado injustamente à morte pelos romanos. São posicionados aos olhos do povo como vítimas do mundo. Ou do sistema: “A conversão tira você da lama, a santificação tira a lama de você, mas a religiosidade somente coloca uma roupa limpa por cima do corpo sujo de lama”, profetiza Toninho Lins.

Mudanças na Lei de Improbidade Administrativa (14.230/21) beneficiaram Toninho Lins. Uma das principais alterações no texto, aprovado na Câmara após bastante empenho de Arthur Lira (também beneficiado pelas alterações), indica que os órgãos de investigação precisam provar que os agentes públicos tinham a intenção de cometer os ilícitos. Antes, “danos causados por imprudência, imperícia ou negligência” eram configurados como improbidade.

beco. Assessores de GG recebiam um pacote com dinheiro, sacados na boca do caixa, propina de uma empresa que mantinha contratos com a Prefeitura.

Foram 185 saques bancários entre 2020 e 2022, cada um de 49 mil reais, estratégia para fugir do Coaf.

Nas urnas, vai enfrentar outro velho conhecido do noticiário policial: Toninho Lins, ex-prefeito, hoje pastor. Nos cultos faz questão de mostrar os milagres do Espírito Santo em sua vida, entre trejeitos, caretas e gritos.

O histórico eleitoral em Rio

Tão logo houve as mudanças na Lei de Improbidade, os advogados do ex-prefeito entraram com pedido para derrubar decisão do 1º grau que condenava Lins e outros por atos de lesão ao erário: “contratação com inúmeras irregularidades que frustram o processo licitatório”, implicando devolução do dinheiro, pagamento de multa, proibição de contratar com o poder público. Ele pede a extinção do processo. A última movimentação deste processo foi em 6 de maio do ano passado quando o desembargador Orlando Rocha Filho determinou a intimação das partes.

Lins ou GG: um deles será eleito para o reino dos Céus: a Prefeitura de Rio Largo.

#REPOSTED INSTAGRAM ANTÔNIO LINS FILHO

#REPOSTED FACEBOOK GG

No início do ano, Toninho Lins foi ao Palácio cumprimentar Paulo Dantas

Plano Diretor de Maceió completa 18 anos alheio às mudanças da cidade

Ministério Público instaura inquérito civil cobrando atualização da Prefeitura e Câmara

MARIA SALÉSIA

sallesiaramos18@gmail.com

OPlano Diretor de Maceió atinge a maior idade sem passar por qualquer atualização, o que deveria ter acontecido ao completar 10 anos de criação, conforme a Lei 10.257/2001.

A defasagem é visível. Nos últimos 18 anos, a capital dos alagoanos sofreu agressões irreparáveis na paisagem, no ordenamento urbano, mobilidade, no convívio, educação, emprego e renda. Com o maior crime ambiental em área urbana em curso no mundo, provocado pela mineradora Braskem, o caos se instalou em Maceió. Apesar disso, nada foi feito para adequar o Plano Diretor do município. A falta de atualização levou o Ministério Público de Alagoas a instaurar inquérito civil e cobrar a quantas anda a proposta de adequação do documento.

O Plano Diretor traz como temas prioritários em Maceió o sistema produtivo, meio ambiente, mobilidade, política habitacional, uso e ocupação do solo e organização institucional. Mas o que chama a atenção em alguns itens do plano atual diz respeito ao “aproveitamento da Lagoa Mundaú para o uso integrado da pesca, do extrativismo animal, da aquicultura e do turismo”. Ao longo desses anos, o cenário é de degradação e toda a região lagunar tem padecido pelo abandono, embora a construção de moradias na extensão do Dique Estrada, no Vergel do Lago, continue em andamento.

No setor industrial, a proposta do Plano era “efetivação de maior controle e fiscalização das atividades industriais perigosas e causa-

doras de impactos ambientais”. Nesse caso, o que dizer dos bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto e Bebedouro que foram devastados por uma mineradora que atuava há mais de 40 anos com permissão dos órgãos ambientais.

Em 2005, quando foi instituído pela Lei Municipal nº 5.486/2005, a proposta da equipe do então prefeito Cícero Almeida (que criou o Plano Diretor) para o Centro de Maceió “era incentivo à implantação de atividades e equipamentos culturais, inclusive que tenham um funcionamento noturno, incentivo ao uso residencial, recuperação do espaço público, melhorias na infraestrutura do Centro e entorno, melhoria da acessibilidade através da implantação de um sistema intermodal rodoviário, hidroviário, ferroviário, cicloviário e plano inclinado”.

Além de outras propostas para

O próprio Plano Diretor diz que “deverá ser revisto e atualizado no máximo a cada 10 (dez) anos, contados da data de sua publicação”. E assim, “considerar-se-á cumprida a exigência prevista no caput deste artigo com o envio do projeto de lei por parte do Poder Executivo à Câmara Municipal, assegurada a participação popular”.

a área central como “estruturação do Mercado do Artesanato e entorno para atração do turismo, articulação com entidades e associações para diminuir problemas

sociais, integração ao Corredor Cultural de Maceió, implementação de atividades culturais na Praça Visconde de Sinimbu, a exemplo do Circo Cultura”. Por enquanto, nada saiu do papel.

Passadas quase duas décadas, pouco ou quase nada foi feito para melhorar o local. Mas o “sistema de transporte de massa no vale do Reginaldo e o sistema de transporte sobre trilho interligando a planície lagunar ao tabuleiro” também estavam inclusos no plano.

O próprio Plano Diretor diz que “deverá ser revisto e atualizado no máximo a cada 10 (dez) anos, contados da data de sua publicação”. E assim, “considerar-se -á cumprida a exigência prevista no caput deste artigo com o envio do projeto de lei por parte do Poder Executivo à Câmara Municipal, assegurada a participação popular”.

Dezoito anos depois de criado o Plano Diretor, Maceió vive realidade de milhares de casas destruídas em cinco bairros

MP cobra agilidade e não descarta ajuizamento de ação civil pública

OInquérito Civil nº SAJ/MP

06.2020.00000241-7, de 27 de março de 2023, instaurado pelo Ministério Público Estadual, através do titular da 66ª Promotoria de Justiça de Urbanismo da Capital, Jorge José Tavares Dória, diz que é inaceitável a desatualização do Plano Diretor de Maceió, “gerando incalculáveis prejuízos ao progresso ao bom desenvolvimento urbano da cidade”. O documento pede ainda que o prefeito João Henrique Caldas informe em até 20 dias se “está tramitando algum projeto sobre a matéria”.

Vale ressaltar que esta não é a primeira cobrança do MP. Inclusive, em 10 de novembro de 2021, o prefeito JHC encaminhou ofício nº 656/2021-GP ao MP respondendo a outro ofício enviado pela promotoria. Na ocasião, o problema causado pela Braskem e a pandemia da covid-19 foram informados como entraves na conclusão dos trabalhos.

Segundo o promotor Jorge Dória, o assunto é de extrema relevância para o desenvolvimento urbano da cidade, pois Maceió precisa crescer de forma planejada e para isso tem que atualizar o Plano Diretor. “Se não for apresentado no prazo que foi dado, vamos tomar providências. Até, se for o caso, ajuizar uma ação. Só que nós entendemos que vamos conseguir dentro dessa atuação administrativa. Não vamos admitir que passe mais tempo sem essa atualização”.

O Estatuto da Cidade, que é a Lei 10257/2001, na verdade vem atender, por sua vez, um comando constitucional. “A nossa Constituição nos artigos 182/183 resolveu dar grande atenção à questão da ordem urbanística. Ou seja, o crescimento da cidade de forma ordenada, planejada, para proporcionar aos habitantes de uma cidade a dignidade e qualidade de vida”, explica o promotor de Justiça.

Dória completou que toda cidade, por força desta Constituição e da legislação infraconstitucional, para ser considerada uma boa cidade tem que atingir a função social da cidade que é proporcionar aos seus moradores uma boa qualidade de transporte, lazer e trabalho. “A ideia que a gente tem de cidade é uma coisa gostosa de se viver e não esse caos que a gente vive. O constituinte acordou para essa realidade e disse temos que cuidar de nossas cidades e colocou os dois artigos na constituição, onde diz que uma outra lei tem que disciplinar isso aqui. Então, o legislador editou a lei que é o Estatuto da Cidade”.

O promotor de Justiça afirma que esse estatuto da cidade, “que é uma lei fundamental, riquíssima e importante”, trouxe uma série de novidades, instrumentos para ajudar o gestor a planejar a cidade. “Um dos instrumentos que é o fundamental de todos é o Plano Diretor, que nada mais é do que um documento que contém todas as boas práticas, ações, atividades que devam melhorar o desenvolvimento da cidade e proporcionar o desenvolvimento urbano”.

Entusiasta da causa, Dória dia que é o plano diretor que define todas as questões, resolve todos

os problemas e indica soluções de como uma cidade deve crescer. Inclusive, ele (plano) tem relação com gabarito dos prédios, zoneamento urbano, como deve crescer. “Uma cidade que não tem um plano diretor ela não tem um mapa, não tem um norte, uma bússola para crescer e assim vai crescer desordenadamente.”

Jorge Dória esclarece que Maceió tem um plano diretor, mas é de 2005. Embora a lei que exija a criação seja de 2001. “Em 2005 tivemos o primeiro plano diretor de Maceió. À época, o gestor cumpriu com a obrigação. Mas essa mesma lei, além de obrigar que as cidades com mais de 20 mil habitantes tenham um plano diretor, ela diz que a cada 10 anos esse plano seja atualizado, aprimorado, renovado, para poder acompanhar o desenvolvimento da cidade”.

E assim, se ele foi criado em Maceió no ano de 2005, em 2015 teria que ser atualizado, já que a exigência é que aconteça a cada 10 anos. “Então, estamos em 2023. Se for levar em conta a data em que foi criado, são 18 anos, mas de desatualizado já se vão oito anos. É preciso dizer as consequências dessa falta de atualização do plano para o de-

senvolvimento de Maceió.”

Dória diz, ainda, que o plano diretor é o instrumento mestre e se não atualiza, traz severo prejuízo para o desenvolvimento. “A própria lei diz que o gestor que não atualizar o plano ele corre sério risco de ser responsabilizado administrativamente pela importância desse plano.”

Ao ser questionado se o plano foi abandonado, Dória afirmou que só pode responder pelos três anos em que está à frente da Promotoria de Urbanismo.

“Adoro o tema e desde que entrei, instaurei inquérito civil, que tem três anos de vigência. Já fiz várias recomendações e cobranças para forçar o poder público a atualizar. Começou com Rui Palmeira e agora com o novo gestor, João Henrique. Então, o Ministério Público está com esse inquérito avançado. Por conta dessas cobranças, se não for apresentado em um prazo razoável, o Ministério Público naturalmente adotará as providências de responsabilização mais efetiva. Mas estamos fazendo nossa parte nesse sentido”, garantiu.

Dória disse que uma das respostas dada pelo prefeito com relação a alguns ofícios enviados é que o plano está sendo feito. “Existem promessas e informações de que será concluído e apresentado em breve. Mas o Ministério Público não vai ficar eternamente esperando”, alertou.

O promotor de Justiça revela que a cobrança foi feita ao prefeito e à Câmara de Vereadores e a resposta é que está na fase quase final do procedimento para que haja a conclusão desse estudo pelo poder público.

“Um detalhe: esse plano é fruto de uma discussão com a comunidade. Está na lei, é uma obrigatoriedade que haja uma discussão, audiências públicas, escuta da comunidade, das entidades representativas técnicas. Esse momento ainda tem que existir. Ou pelo poder público ou pela própria Câmara de Vereadores quando o projeto chegar lá. O fato é que tem que haver uma discussão mais ampla com a sociedade. O Ministério Público está acompanhando e vai cobrar que a lei seja cumprida na sua integralidade”, concluiu Jorge Dória.

Jorge Dória diz que mudanças precisam ser dicutidas com a sociedade

ASCOM MPAL

Concurso tem vaga para serventia que arrecada mais de R$ 5 milhões por ano

Novo edital define que inscrições serão de 5 de junho a 4 de julho

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

Enfim foi publicado oficialmente o edital para concursos dos cartórios em Alagoas. O período de inscrições vai de 5 de junho a 4 de julho, diferentemente do que foi anunciado na última edição do EXTRA, cuja reportagem teve como base minuta prévia do edital. Marcado por cancelamentos e suspensões, o certame será realizado pela Vunesp. Porém, o candidato que ler o edital poderá ficar confuso com a lista de cartórios vagos: 55 estão com a informação de estarem “sub judice”, que indica que um caso ou processo em particular está sendo julgado ou está aguardando por uma decisão do juiz ou corte. No caso dos cartórios, o maior empecilho para realização de concurso foi a questão de vacâncias. Tabeliães entraram na Justiça alegando que estavam assumindo os cargos de chefias nas serventias conforme rege a lei, sustentando a hipótese que sua função não poderia ser preenchida com o concurso público. No entanto, vale destacar que apesar de parte dos cartórios estar sub judice, muitos já tiveram sentença e declarados vagos. O candidato pode ter acesso a essas informações pelo site https://www. cnj.jus.br/corregedoria/justica_ aberta/, clicando em cada cartório de Alagoas.

É o que ocorre, por exemplo, com o Cartório de Registro Civil do Distrito de Munguba, em União dos Palmares. Apesar de estar sub judice, na página referente a este cartório consta a informação como vago, sendo o status oficializado pela Corregedoria da Justiça de Alagoas. Em Maceió, conforme o edital, dois estão sub judice: o 4º Ofício de Notas e Registro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas e o 6º Cartório de Notas. No primeiro caso, a última atualização do processo na página do CNJ foi em outubro de 2019 que declarou a

serventia vaga. No ano de 2022, o 4º Ofício de Notas movimentou R$ 1.270.778,30. Quanto ao segundo caso, a quantia é bem maior: R$ 6.862.035,03 somente ano passado.

Em setembro de 2019 a serventia foi declarada vaga mas sub judice. Porém, não consta mais informações desde então, deixando em branco o espaço reservado para atualizações processuais de 2022. Por outro lado, a baixa arrecadação de outros cartórios evidencia uma problemática já levantada pelo atual presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), Fernando Tourinho. Em entrevista exclusiva ao EXTRA, em março deste ano, o desembargador informou que a maioria dos cartórios do estado são deficitários. “Nesses cartórios, as pessoas vão passar no concurso, mas ninguém vai assumir. Quem vai assumir um cartório deficitário? Todos que vão passar no concurso são pessoas privadas, que vão ter que sobreviver do cartório. Então, a rigor, o cartório tem que se transformar em superavitário”.

Uma vez aprovado pelo concurso, os ganhos dos tabeliães correspondem aos lucros do cartório, descontando impostos devidos ao governo. Sendo assim, os ganhos podem variar em consideração ao faturado por cartório.

O Cartório do Registro Civil e Notarial do 1º Distrito, de Craíbas, arrecadou R$ 54.104,92 em 2022. Já no Cartório de Registro Civil, Casamento e Óbito de Anadia, o

valor foi de R$ 24.163,59, enquanto o Cartório de Registro Civil de Pessoas, Nascimento, Casamento e Óbito de Atalaia teve faturamento anual de R$ 140.0041,36.

Os cartórios serão preenchidos pelos concurseiros conforme ordem de pontuação. Se um cair em Anadia, outro pode cair, por exemplo, no Serviço Notarial e Registral de Marechal Deodoro, que vale frisar que não está sub judice, e faturou no ano passado R$ 5.327.275,47, o que mostra que não são apenas cartórios de Maceió que arrecadam cifras milionárias. “Temos cartórios que chegam a arrecadar perto de um milhão de reais, mas tem outros que mal conseguem uma renda mínima, como os de registro civil. A primeira certidão de nascimento é grátis, só a segunda que é cobrada. A certidão de óbito também é grátis. Tem a de casamento, mas isso varia a cada serventia. Cada cartório precisa contratar no mínimo uma pessoa. Os superavitários são de registros de imóveis. Hoje, temos 243 cartórios criados em Alagoas. Entendo que devemos reduzir para que se tornem superavitários”, destacou o presidente do TJ na entrevista mencionada.

Um cartório “primo pobre”, sub judice, é o Cartório de Registro Civil e Notas de Arapiraca que arrecadou em um ano menos de R$ 15.000 (R$ 14.299,02). Pindoba, menor município de Alagoas, também tem cartório sub judice. O Registro Civil da cidade faturou R$ 14.978,24 ao longo de todo o ano de 2022.

O CONCURSO

O certame busca preencher mais de 200 vagas no estado. Dois terços delas serão destinadas aos candidatos novos, que ainda não exercem a função e atendem aos requisitos legais previstos nos artigos 14 e 15, § 2º, da Lei Federal nº 8.935/94. As demais serão destinadas a candidatos à remoção que já exerçam titularidade de registro ou notarial em Alagoas há mais de dois anos, nos termos do artigo 17 da Lei Federal nº 8.935/94.

A lista de serventias do novo edital foi homologada pelo Plenário do CNJ em sessão virtual realizada em 24 de março deste ano, nos autos do Pedido de Providência nº 0001488-14.2023.2.00.0000, sob relatoria da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministra Rosa Weber.

A homologação aconteceu após a lista anterior ter sido revista diante de decisão adotada pelo colegiado em 30 de agosto de 2022, quando foram acolhidos cinco recursos administrativos referentes a serventias extrajudiciais já providas, oferecidas no primeiro edital do concurso. Dentre elas, três são localizadas na capital do estado. As demais localizam-se no município de Rio Largo.

Com a decisão, considera-se anulado o Edital de Abertura de Inscrições do concurso público de Provas e Títulos para Outorga de Delegações de Notas e de Registro do Estado de Alagoas nº 01/2019, disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico em 11 de setembro de 2019. Consequentemente, foram também anulados os atos do mesmo certame, posteriormente realizados.

Segundo o novo edital, os candidatos que se inscreveram e efetuaram o pagamento da taxa sob a égide do Edital nº 01/2019 estão automaticamente inscritos no certame atual. Aos candidatos inscritos sob a égide do Edital nº 01/2019 e que não pretenderem permanecer no novo certame, fica facultado requerer a devolução da taxa de inscrição recolhida. O pedido deve ser realizado no mesmo prazo das inscrições abertas no novo edital, conforme procedimentos informados no site da Fundação Vunesp.

EMPREENDEDORISMO

Viver do próprio negócio é meta de 90% das nordestinas

Pesquisa indica que alto nível de escolaridade não garante maior renda às mulheres

MARIA SALÉSIA

sallesiaramos18@gmail.com

Ser dona do próprio negócio tem suas glórias, mas o caminho é árduo porque a mulher precisa cuidar de tudo e de todos, e ainda dar conta do seu negócio. Apesar da dificuldade, 90% das mulheres empreendedoras nordestinas desejam viver do seu negócio e 92% delas dizem que não trocariam por uma vaga de trabalho no regime CLT. Outro dado que chama a atenção é que o alto nível de escolaridade não garante maior renda às mulheres. Em Alagoas, por exemplo, 21,88% das empreendedoras possuem superior completo. É o que indica a pesquisa “Perfil das mulheres empreendedoras do Nordeste brasileiro”, divulgada pela Be.labs, no dia 24 de abril.

De acordo com o estudo, a maior parcela das mulheres que responderam à pesquisa possui pós-graduação completa (26,2%) e 21,35% têm ensino superior completo. Nos dados nacionais, 27% das mulheres que empreendem no Brasil possuem ensino superior completo. O mesmo não vale para os homens. Em nível nacional, 17% têm ensino superior, 37% ensino médio e 38% ensino fundamental. Porém, a alta escolaridade não garante uma renda proporcional.

Prova disso é que a renda mensal das empreendedoras do Nordeste é de 1 a 3 salários mínimos (56,1%). No cenário nacional, a situação é parecida: 7 a cada 10 empreendedoras têm renda de 1 a 5 salários mínimos, o que aponta uma disparidade em relação aos homens. Nacionalmente, 65% dos empreendedores do sexo masculino ganham mais de 3 salários mínimos com seus negócios. No Brasil, 46% das mulheres alcançam esse patamar.

A pesquisa mostra, ainda, que se a mulher for negra, o salário fica menor. Enquanto 82% das negras recebem menos de um salário mínimo, 18% das brancas obtêm a mesma renda. Assim, mulheres ne-

gras (pretas e pardas) são a maioria das empreendedoras no Nordeste (64,4%) e ganham menos do que as brancas.

Além do que, diz a pesquisa, a maioria das empreendedoras

(33,2%) sente dificuldade em conciliar trabalho, estudo, família e vida pessoal. Já 26,1% sentem dificuldade em conciliar trabalho, tarefas domésticas e cuidado com os filhos. E 22,1% sentem dificuldade em conci-

liar trabalho, família e vida pessoal e 18% dizem não ser reconhecidas em seus trabalhos.

A pesquisa inédita mostra que principalmente as nordestinas sentem o peso das diversas atividades que executam no dia a dia e da desigualdade de gênero quando o assunto é empreender. É que 78,14% das entrevistadas afirmaram que o negócio surgiu pelo desejo de independência e ter seu próprio negócio e 52,77 % disseram ter medo constante de fracassar no negócio.

Das 600 mulheres ouvidas, 71,70% afirmam que usaram recursos próprios para dar o pontapé inicial nos empreendimentos, sendo que 47,49% ainda possuem dívidas no cartão de crédito. A maioria das mulheres ouvidas, num total de 84,24%, informou que trabalha com venda direta.

As áreas de atuação das empreendedoras que se sobressaem estão relacionadas à produção de artesanato, confeitaria e alimentícios, o que equivale a 41,56% dos negócios. Porém, 34% dos negócios femininos não ultrapassam um ano.

O relatório mostra que 57,315 das empreendedoras nordestinas são casadas ou vivem em união estável. Além do que, 31% delas são integralmente responsáveis pelo sustento de suas famílias e 27,82% contam com ajuda financeira de seus parceiros e 71,70% das mulheres ouvidas têm filhos.

Segundo Marcela Fujiy, fundadora da Be.Labs – primeira aceleradora de empreendimentos femininos do Nordeste do país e a primeira no Brasil exclusivamente para mulheres – a pesquisa contribui com o subsídio necessário para que sejam realizadas ações capazes de reduzir os impactos do machismo encontrado no mundo dos negócios. “Quisemos trazer uma radiografia das mulheres empreendedoras do Nordeste para que outros panoramas possam ser obtidos em todo o Brasil, como forma de colocar as mulheres no centro da economia do país, mas acima de tudo no controle de suas próprias vidas”, afirmou.

ASSESSORIA

EMPREENDEDORISMO

Alagoas tem menor índice de mulheres com medo do fracasso

Mais da metade das empreendedoras do Nordeste (52,7%) tem medo de fracassar. Porém, Alagoas apresenta o menor índice, com porcentagem de 28%. O maior ficou com o Ceará, onde 57,6% das mulheres temem o fracasso. No cenário nacional, 35% delas confiam que o negócio vai dar certo.

Os dados mostram que as mulheres alagoanas que empreendem têm, em média, 38,91 anos, se autodeclaram negras (50 %), sendo 12,5% pretas e 37,5% pardas. Já 46,88% são brancas, mais da metade são casadas (53,13 %), (solteiras representam 28,13%), sendo que 43,75% das ouvidas são chefes de família, onde 28,13% são responsáveis sozinhas pelo sustento da família, 21,88% os companheiros são responsáveis sozinhos pelo sustento da família e 18,75% são responsáveis junto com os companheiros.

Das entrevistadas, 53,13% possuem uma renda mensal de 1 a 3 salários mínimos, 18,75% possuem renda menor de 1 salário mínimo e 15,63% possuem renda de 4 a 6 salários mínimos. Em relação aos negócios, 43,75% empreendem no segmento de serviços, 34,38%no segmento de produção (artesanatos, confeitaria) e 21,88% no segmento do comércio (supermercados, lojas de roupas). São MEI 80, 77%.

Não têm o negócio como única fonte de renda 71,88% das empreendedoras alagoanas. Quanto ao endividamento, 59,38% possuem dívidas, onde 45% são no cartão de crédito, 25% contraídas no banco e 25% são contas atrasadas (água, luz, internet). Sentem dificuldade em conciliar trabalho, tarefas domésticas e cuidar dos filhos 46,88% e 40,63% sentem dificuldade em conciliar estudo, trabalho, tare-

fas domésticas e cuidar dos filhos. 84,38% têm filhos.

O perfil socioeconômico mostra que a maioria das alagoanas entrevistadas possui alto nível de escolaridade: 21,88% tem superior completo, 15,63% pós-graduação completa e 12,50% com 2º grau

completo. 25% concordam que foi mais fácil abrir o negócio por ser mulher.

A pesquisa foi realizada com 600 mulheres de cinco estados do Nordeste. Foram ouvidas empreendedoras da Paraíba, Ceará, Pernambuco, Alagoas e Bahia.

COQUEIRO SECO IMPULSIONA DESENVOLVIMENTO COM PARCERIAS CONQUISTADAS PELA GESTÃO MUNICIPAL

Coqueiro Seco nasceu com a vocação de acolher. Sempre foi referência para viajantes que passavam pela margem ocidental da Lagoa Mundaú e ali fixavam moradia, atraídos pela terra fértil e pesca fácil. A cidade tem uma história belíssima e rica nos aspectos culturais e históricos. Manter vivas as tradições e garantir à população serviços que atendam às necessidades atuais é um exercício de equilíbrio que a atual gestão realiza todos os dias.

O município cresce, impulsionado pelas parcerias que a prefeita Decele Damaso e seu vice Joel Bonfim conquistam em benefício da população. A seriedade no propósito de promover o bem-estar das famílias leva os gestores de Coqueiro Seco a um trabalho planejado e eficaz nos resultados, atraindo investimentos.

A cidade foi recentemente certificada pelo Ministério do Turismo como destino turístico oficial do país, uma conquista que vai garantir a Coqueiro Seco atenção especial de planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor. “Nossa equipe é muito qualificada e focada. Nosso município tem patrimônios material e imaterial, com igrejas tombadas, uma gastronomia belíssima, folguedos, musicalidade e muitos talentos em várias áreas. Estar no Mapa do Turismo do Brasil é uma responsabilidade e também uma grande oportunidade para valorizar o setor e facilitar investimentos que impulsionem a economia local”, avalia a prefeita Decele.

No último dia 29, a prefeita e seu secretariado inauguraram obras de um pacote de investimentos realizados com a parceria do governo do estado.

Foram R$ 7 milhões destinados à implantação de equipamentos que promovem o desenvolvimento social. O governador Paulo Dantas levou ao município programas que beneficiaram as áreas da educação, moradia e mobilidade urbana. Através do programa Vida Nova nas Grotas foram investidos R$ 1,4 milhão em melhorias na Comunidade Alto do Céu, no bairro Cadoz, onde vivem mais de 500 famílias. Coqueiro

Seco também ganhou uma Creche Cria, que ganhou o nome da Luíza de Souza e foi construída no bairro Brasília. O equipamento custou R$ 4 milhões de recursos do tesouro estadual.

A Escola Estadual Cônego Amando Gusmão, no Centro da cidade, foi reformada com investimento da ordem de R$ 1,3 milhão para melhorar a qualidade de ensino para os 335 alunos matriculados. “Esses benefícios que chegam a Coqueiro Seco, através da parceria com Paulo Dantas, vêm dar um salto de qualidade de vida da nossa cidade e orquestrar o futuro de nossa população que é rica culturalmente”, agradeceu a prefeita Decele.

“Trazer o Vida Nova nas Grotas para Coqueiro

Seco faz parte do nosso trabalho de interiorização deste programa, dando dignidade e melhorando a autoestima dos moradores destas localidades”, explicou o governador.

Além das inaugurações, a prefeita Decele Damaso assinou a ordem de serviço para o início das obras de infraestrutura urbana em Coqueiro Seco, um investimento de R$ 300 mil que beneficiará mais de cinco mil moradores da cidade e faz parte do Programa Minha Cidade Linda. O momento foi conduzido por Paulo Dantas com as participações do secretário especial de Estado e do Transporte e Desenvolvimento Urbano, Alcides Tenório, e o representante do Consórcio Metropolitano, Vinícius de Oliveira.

PEDRA TALHADA

Reserva em Quebrangulo busca parcerias para evitar fim de espécies e nascentes

Fiscalização é insuficiente para conter invasão de caçadores e o desmatamento numa das áreas mais ricas do estado

TAMARA ALBUQUERQUE

tamarajornalista@gmail.com

Alagoas tem um coração. Um coração de 4,469 hectares encravado num dos pontos mais altos do estado (900m de altitude), com 169 nascentes de água pura que irrigam e abastecem seis municípios, além de renovar a vida do Rio Paraíba. Um coração que é berço para espécies endêmicas [que só existe no local] da flora e da fauna e que também é refúgio para espécies ameaçadas de extinção no planeta.

É nesse coração que vivem, por exemplo, exemplares da rara e maior mariposa do mundo, que mede 30 cm, e de exóticos e exclusivos sapos e pererecas, pás-

saros, répteis, além de árvores que quase desapareceram pela ação humana.

O coração é a mata de Pedra Talhada, um ecossistema de Mata Atlântica e caatinga que estava fadado a desaparecer do município de Quebrangulo não fosse a obstinação e o amor pela natureza da pesquisadora e bióloga suíça Anita Studer.

A bióloga conheceu esse pedaço de mata em 1980 quando fazia no Brasil uma pesquisa pela Unicamp (SP) com gravação de cantos de pássaros. Seu trabalho incluiu o município alagoano e o destino providenciou na mata um encontro inesperado com pássaros anumará (Curaeus forbesi). A espécie havia sido registrada uma única

vez, em 1880, pelo pesquisador inglês W.A. Forbes, quando este também esteve em Quebrangulo.

O encontro com esse pequeno pássaro despertou em Anita Studer um sentimento de responsabilidade pela conservação da floresta de Pedra Talhada, que vinha sendo alvo de desmatamentos intensos e constantes. Um documento histórico sobre a Mata de Pedra Talhada, que registra o processo de chegada de Anita Studer até a transformação da área em reserva biológica, conta que, todos os dias, carros de boi carregados de troncos de árvores saíam da floresta e os habitantes cortavam e queimavam as árvores para aumentar as superfícies dedicadas à agri-

cultura ou à pecuária.

Ao observar a realidade da época, Anita Studer decidiu, então, “obter o apoio dos habitantes locais e desenvolveu ações socioeducativas capazes de produzir resultados imediatos e concretos. O meio ambiente só poderia ser preservado com a adesão da população local, que vivia em condições bastante precárias” relata o documento.

As primeiras conversas de Anita Studer com os moradores da mata, fazendeiros e autoridades, tanto municipais quanto estaduais, não deram nenhum resultado. “Todos eram unânimes em dizer que a floresta era bonita, mas não tinha muito valor e eles não poderiam assumir qualquer compromisso para a sua preservação. Eles diziam que o destino da mata era mesmo desaparecer”.

Felizmente, apesar dessas reações negativas, a pesquisadora e bióloga conseguiu organizar reuniões públicas com prefeitos, vereadores, fazendeiros e sindicatos de trabalhadores rurais. O argumento maior que ela usava para garantir a participação das pessoas “era de convidá-los a levar em conta que a represa da Carangueja, que fornece água à cidade de Quebrangulo e cinco outros municípios limítrofes, era [até nos dias atuais] abastecida pelas águas das nascentes localizadas na floresta”.

Atualmente existe dois reservatórios ou represas a céu aberto que leva água à população de Capela, Cajueiro, Viçosa, Paulo Jacinto, Quebrangulo e Palmeira dos Índios. Esse último, por exemplo, é 90% abastecido pelas águas da mata de Pedra Talhada. Porém, a população desconhece esse fato e o poder público não dá visibilidade capaz de despertar no povo a consciência ambiental, a necessidade de preservar a floresta.

Anita Studer em encontro com dirigentes do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco

CBHSF

PEDRA TALHADA

Parque foi criado em 1985

“Asituação parecia estar bloqueada, sem avançar, quando, no ano de 1985, Anita Studer conheceu o prefeito e o vice -prefeito de Quebrangulo, respectivamente Frederico Maia e Marcelo Vasconcelos Lima. Eles aderiram com convicção ao projeto da dra Anita Studer ponderando, todavia, que lhes parecia improvável sensibilizar a população para a preservação da floresta, principalmente devido à situação social e econômica que prevalecia na época”, relata o documento histórico.

Foi então que a ideia de uma primeira ação concreta tomou forma na mente da pesquisadora Dra Anita Studer.

Constatando que o prédio da escola da fazenda Pedra Talhada estava em ruínas, a pesquisadora e bióloga fez uma proposta a Frederico Maia: ela se empenharia na reconstrução da escola e ele, em troca, reuniria os prefeitos dos cinco municípios abastecidos pelas águas das nascentes localizadas no maciço da Pedra Talhada e iniciaria uma petição coletiva requerendo a salvaguarda da floresta.

“Simultaneamente, a pesquisadora fundou em Genebra, na Suíça, a “Associação Nordesta – Reflorestamento e Educação”, cuja missão era financiar os projetos para o município de Quebrangulo. Em retorno, o município e os seus habitantes se comprometeriam em proteger a floresta transformando-a em uma reserva. Em junho de 1985, o primeiro financiamento para a reconstrução da escola de Pedra Talhada chegou a Quebrangulo”.

Este foi um grande passo,

o primeiro para transformar a mata em Parque Estadual de Pedra Talhada, em 1985, e quatro anos depois, em Reserva Biológica de Pedra Talhada.

“Para conseguir criar a Reserva de Pedra Talhada, construir as sedes administrativas no território de dois Estados [Alagoas e Pernambuco] com a abertura de estradas e pontes de acesso, abastecimento de água e eletricidade, constituir a guarda durante vários anos, financiar todas as pesquisas para o futuro plano de manejo, sensibilizar a população e os alunos ao meio ambiente e garantir uma saída digna dos moradores da floresta, Anita Studer e os seus colaboradores da Associação Nordesta trabalharam durante 34 anos e o investimento financeiro foi considerável”, revela o documento.

Esse investimento, registra o histórico, foi feito para proteger o abastecimento da água dos municípios do entorno. O investimento, não só financeiro, fez com que a imensa riqueza da biodiversidade da Reserva de Pedra Talhada começasse a ser percebida e valorizada. “Durante todos esses anos, a Associação Nordesta privilegiou o diálogo para ganhar a confiança da população, das autoridades administrativas e políticas do país, além do reconhecimento de personalidades científicas do Brasil e de outros países. Foi sobre essa sólida base que a Reserva de Pedra Talhada foi constituída”.

O histórico da Reserva Biológica de Pedra Talhada foi escrito pelos profissionais Marcelo Cardoso de Sousa, Eric Cusimano, Nathalie Vedovotto e Anita Studer.

Ação de caçadores ameaça espécies que vivem

Anita Studer, que ainda vive em Alagoas, lembra que ¾ da Reserva Biológica de Pedra Talhada está em território alagoano e ¼ em Pernambuco. Não é um território grande, comparado a outras reservas e à importância da sua existência para a sobrevivência das espécies, inclusive humana. Porém, o poder público ainda não conseguiu implantar uma fiscalização eficaz o bastante para afastar a ameaça de ações destruidoras na área como a caça e o desmatamento.

A presença de caçadores, amadores ou não, é constante. Nos acampamentos que fazem na mata eles espalham destruição. Matam mamíferos para fazer o churrasco do lazer, cortam vegetação que daria suporte ao ecossistema, prendem pássaros para o comércio ilegal, entre outras infrações. “As pacas e tamanduás estão desaparecendo”, lamenta Anita

Studer. A situação é preocupante e remete à memória de um tempo difícil para a floresta, entre 2004 e 2011.

Esse período foi extremamente nefasto para a Reserva Biológica de Pedra Talhada, conta.

“Os ataques incessantes dos caçadores e madeireiros puseram em perigo a sobrevivência da floresta. As aberturas causadas pelos madeireiros partiam de todas as regiões situadas no entorno da reserva e atingiram o cume da floresta (Serra dos Bois)”, registra o histórico.

A fiscalização dessa reserva, que se assemelha em importância ao coração humano, ainda é o maior desafio na atualidade. Anita Studer e os profissionais abnegados da Associação Nordesta buscam parcerias com o poder público e iniciativa privada para expandir o trabalho de fiscalização, que ainda é insuficiente, mantendo vivo o rico ecossistema

Floresta Suíça nasceu a partir do reflorestamento de espécies nativas desenvolvido pela Associação Nordesta Anita

que vivem na reserva

preocupante e difí2011. extremamente de caem floresta. madeisiatindos que codesaos Associacom privada fiscaliman-

Surge uma nova floresta

A proteção da floresta de Pedra Talhada envolveu a Associação Nordesta – Reflorestamento e Educação em 1989 em sua primeira grande operação de reflorestamento. Tratava-se de tirar a floresta do seu isolamento ligando-a a outros pequenos maciços florestais. O trabalho gerou resultados tão positivos que Quebrangulo ganhou outra floresta: a Floresta Suíça.

Quem acessar o site da instituição (nordesta. org) terá acesso ao histórico de todos os projetos, iniciativas sociais e estratégias que podem preservar os ecossistemas, como a experiência descrita a seguir.

“As margens do Rio Paraíba são muito acidentadas. Seu colapso pode perturbar o ecossistema local e representar um perigo para os moradores. Para remediar isso, começamos (Nordesta) a reflorestar essas margens na década de 1990. De fato, as árvores são capazes de reter o solo e evitar a erosão e o assoreamento

do leito do rio.

Até hoje, uma bela floresta cresce neste lugar. São 42 espécies de árvores nativas, algumas já com 20 centímetros de diâmetro na altura do peito. Para além desta rica diversidade de árvores, a floresta já alberga várias espécies de aves, como garças, aves de rapina e passeriformes, entre as quais a raríssima ‘sanhaço de sete cores’. Alguns mamíferos a povoaram espontaneamente, incluindo cutias, preguiças e saguis.

Uma trilha botânica equipada com painéis educativos foi traçada através da nova floresta. Também montamos bancos e locais de lazer. À entrada da floresta, uma exposição fotográfica ilustra as espécies de fauna e flora em perigo que nos propomos reintroduzir o mais rapidamente possível.

Fruto de um projeto de reflorestação do Nordesta, a população local chama esta floresta de Floresta Suíça”.

Associação Nordesta

Anita Studer

Reserva de Pedra Talhada possui uma abundante riqueza de fauna e flora

SAÚDE MENTAL

O ato de perdoar e saúde mental

A Bíblia expressa, em Efésios 2:13, que “Mas agora, em união com Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, estão perto pelo sangue do Cristo”, em outras palavras, perdoar é permitir que a pessoa se aproxime, mas não necessariamente interaja.

Na experiência clínica – no consultório – é frequente a pessoa não ter capacidade de perdoar, devido à dor que foi ‘imposta’ pelo agressor/a. Mas o perdão não passa, necessariamente, na aproximação, de fato, entre as pessoas envolvidas.

O perdão pode, sim, ser algo simbólico, prático e verdadeiro, mas não precisa, necessariamente, de aproximação, como está expresso no texto da bíblia.

É claro que perdoar é, também, uma união de arrependimento e sacrifício, mas esse sacrifício tem limite, e esse limite é subjetivo; é intrasferível e deve ser respeitado.

Talvez, o maior desafio é exatamente, depois de perdoar, a pessoa arrependida tentar desfazer ou amenizar, o que for/foi possível para que a mágoa seja diluída, verdadeiramente.

O perdão pode ser concedido sem que haja aproximação entre as partes, sendo uma compaixão verdadeira e de um ato maduro, intelectualmente e espiritualmente. Perdão é decisão, é ato. É questão interna da pessoa, que pode perturbar sua paz, mas, se perdoa, verdadeiramente, não vai lhe tirar a paz.

Jesus Cristo ensina que o amor do Pai é infinito. O Deus perdoa sempre, mas é sabido, também, que Ele tem milhões de maneiras de fazê-lo.

O perdão impacta a vida de uma pessoa. Ele consegue desenvolver a tolerância e a ganhar a paz de espírito tão buscada pelos seres humanos. O pedir perdão, verdadeiro, une a pessoa, necessariamente, a Deus, mas não necessariamente à pessoa que ela perdoou.

A saúde mental, passa, necessariamente, por viver e perceber que tudo aquilo que fez/faz algum mal à pessoa ela possa se livrar, da maneira dela e não necessariamente que haja uma interação entre quem pediu o perdão e quem aceitou. Não está conseguindo pedir perdão, ou perdoar alguém? Procure um psicólogo.

A Síndrome de Burnout em todo lugar

Estima-se que no Brasil cerca 30% dos profissionais são atingidos com a Síndrome de Burnout. A síndrome tem cura, mas é preciso que a pessoa se conscientize de que precisa de ajuda de um psicólogo.

Quem hoje em dia tem apenas um emprego? Ter dois ou três empregos tem levado muita gente a entrar num processo depressivo devido ao excesso de atividade, de trabalho, certo? Não necessariamente.

A síndrome não surge porque a pessoa tem mais de um emprego, não. Se em apenas um – emprego – há muito trabalho a fazer, metas a cumprir, a síndrome também pode se instalar. Qualquer pessoa pode ter tido, num momento da vida, uma experiência de exagerar nas tarefas, querer fazer muito, fazer tudo; seja em casa ou numa empresa, o que é extremamente natural.

Mas o problema começa a surgir quando há um exagero, ou seja, trabalhar, trabalhar e apenas trabalhar. A pessoa ‘esquece’ de fazer outras atividades prazerosas no dia a dia. Quando isso acontece está instalada a Síndrome de Burnout, e é considerado um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso.

Seria um estado de esgotamento, cuja causa está ligada à vida

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

profissional da pessoa, ou seja, um exagero em trabalhar. Várias são as consequências comportamentais e físicas.

Pode causar...

Quando a síndrome está instalada pode causar: cansaço intenso, isto é, falta absoluta de energia, esgotamento físico. Justamente aquela pessoa que tinha tanta energia, chega um momento e começa a não ter mais vontade de trabalhar. A pessoa que era considerada competente, agora se torna negligente, desleixada, incompetente. O resultado é que ela começa a apresentar irritação, falta de concentração, desânimo e sensação de fracasso.

Pode causar ... II

Estresse intenso, sudorese, taquicardia, insônia, irritabilidade, entre outros sintomas orgânicos e também sintomas comportamentais: sensação de incompetência, frustração, de culpa (por não ter feito tudo que era para fazer) e começa a ter baixa autoestima. Tudo isso, muitas vezes, sem a percepção do que realmente está acontecendo. Ou seja, inconscientemente.

Pode causar ... III

A pessoa que tem atividade exage-rada no trabalho pode apresentar: incapacidade laboral, o que pode provocar absenteísmo (afastamento do trabalho) e também presenteísmo (está no local mas com a mente fora, pensando noutras coisas).

Pode causar ... IV

Quem tem atividade intelectual pode reduzir, drasticamente, a quantidade de serviço/trabalho que produzia. Quem executa atividade braçal pode levar a pessoa a cometer acidentes, principalmente quem trabalha com máquinas. Nos dois casos a redução do trabalho é uma consequência devido ao desgaste mental ou físico. É preciso que haja o diagnóstico correto, que nem sempre é preciso. Muitas vezes confunde-se com depressão.

Pode

causar ... V

A pessoa também pode apresentar outros sintomas que podem tirála do trabalho, o que intensifica o problema. Também pode levá-la a ter pensamentos de incompetência e ideação suicida. Daí a importância de se submeter a uma psicoterapia para descobrir a origem dos sintomas.

Pode causar ... VI

Na parte física a pessoa pode apresentar: exaustão física e mental.

Falta

Todo excesso existe uma falta. (Freud)

Fraqueza, dores no corpo, especialmente de cabeça, náuseas, alergias, queda de cabelo, insônia, gripes constantes, falta de memória e diminuição do desejo sexual. Na parte emocional pode apresentar, também, desesperança, solidão, raiva, irritabilidade, baixa autoestima e depressão.

Origem

Geralmente as pessoas que sofrem da Síndrome de Burnout apresentam-se como perfeccionistas, ou querem o sucesso exage-radamente, ou seja, não medem esforços para atingi-lo. São pessoas com baixa autoestima e controladoras.

A pessoa com a Síndrome de Burnout influencia as pessoas que trabalham com ela a ter os mesmos comportamentos (trabalho exagerado) e são muito cobradas. Ou seja, exigem postura semelhante à sua. Elas também têm necessidade, exagerada, de controlar as situações, além de dificuldade para tolerar frustração, delegar tarefas e trabalhar em grupo.

Atinge mais...

A síndrome pode atingir qualquer atividade laboral, inclusive aquelas que se determinam metas para cumprir (vendedores), mas ocorre mais entre os enfermeiros (e também técnicos de enfermagem), psicólogos, professores, policiais, bombeiros, carcereiros, oficiais de justiça, assistentes sociais, atendentes de telemarketing, bancários, advogados, executivos, arquitetos e jornalistas.

Tratamento

A síndrome é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e já é caracterizada como doença ocupacional. A doença é confundida, muitas vezes, com depressão o que dificulta o diagnóstico e o próprio tratamento.

O ideal é desacelerar, o que é difícil para a pessoa que sempre teve um comportamento ativo e acelerado.

Dependendo da intensidade, a prescrição de medicamento é necessária. Mas a psicoterapia é fundamental.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132.

Celular: +55 (82) 9.9351-5851

Consultório:

Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também on-line, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com

PARA REFLETIR - Política é a arte de fazer com que as pessoas pensem que você pensa no que elas pensam, ou seja: exatamente no que você nunca pensou. (Luiz Roberto Bodstein)

Militares no lugar errado

Lugar de militar é nos quartéis, isso não é nenhuma novidade, mas a coisa na prática não funciona assim, muito especialmente quando se fala de Polícias Militares nos estados. As tropas já carentes de contingentes estão sempre desfalcadas pelo grande número de oficiais e outras patentes, saindo do efetivo que deveria cuidar da segurança da sociedade, que paga seus soldos, para servir a instituições civis como os Poderes Legislativo e Judiciário, com a aberração estendida ao Ministério Público e até Tribunais de Contas.

Sou do tempo da política antiga, na qual o presidente da Assembleia ou qualquer outro deputado (salvo em risco de morte e determinado por ato judicial) tinha direito a segurança armada. Também vivi o tempo em que um governador (Guilherme Palmeira) não gostava de ter essa regalia e o vi chegar em casa algumas vezes e mandar os militares se recolherem, outras me chamava para “passear” na Rua do Comércio e me incumbia de dizer ao chefe da Casa Militar que não queria ser “acompanhado”.

Hoje uma grande quantidade de militares lota os gabinetes de autoridades e aos quais são atribuídas funções nada convencionais de estafeta, carregador de malas e até de jagunços. Os tempos são outros e bem piores.

Barracas de praia, um basta na bagunça

Em entrevista concedida a uma televisão local o promotor Marcus Romulo foi enfático: “Gostaria de chamar a atenção para o problema dessas barracas. Durante anos elas foram o cartão postal de Maceió. Nesse interim, porém, elas se agigantaram. Invadiram o espaço público muito além do permitido, fecharam a visão da praia, transformaram-se em restaurantes de luxo e casas de show, ou seja, desvirtuaram-se de sua finalidade primordial. Essas barracas necessitam retornar ao padrão original de sua outorga ou ter sua permissão cassada. Por outro lado, o cidadão maceioense precisa repensar sua cidade e decidir se há necessidade de tantas barracas assim. Algumas delas fomentam o turismo, outras já são uma tradição da cidade, mas há aquelas que nem ostentam uma coisa, nem outra. Apenas ocupam o espaço público e impedem a visão da praia. A única razão de existirem é o valor baixíssimo que pagam ao Município de Maceió pela outorga. Coisa de um salário mínimo mensal. Isso precisa mudar”. Sem entrar no mérito da questão, até porque o ilustre promotor foi explícito o suficiente, resta saber se vai acabar essa distorção no uso do espaço público.

O medo é outro

O senador Renan Calheiros agora apareceu com mais uma novidade: fazer contagem regressiva em relação ao número de dias que faltam para o deputado Arthur Lira terminar o seu mandato como presidente da Câmara Federal. O tema tem servido de piada nas rodas políticas e nas redes sociais. Alguns sugerem que o senador não tem o que fazer. Já outros afirmam que a conversa é outra, “a proximidade do fim do mando de Arthur e sua provável candidatura fortíssima ao Senado ou ao Governo, tem deixado Calheiros insone diante da real expectativa de ficar sem um mandato”.

Bem avaliado, mas...

O Governo Paulo Dantas em pesquisas realizadas recentemente está em situação cômoda de avaliação. Vem cumprindo as promessas de campanha, tem prestigiado lideranças políticas e investido nos municípios do interior, com programas de inclusão social.

O mesmo não pode se dizer do seu entorno que insiste na falta de atenção e arrogância com relação a pessoas e até autoridades que procuram o chefe do Executivo. Está na hora de o governador dar um freio de arrumação e aquietar esses “mequetrefes”, que só atrapalham.

Na bronca com big techs

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que acionará a advocacia da Casa para adotar as medidas cabíveis contra as chamadas big techs (grandes empresas de tecnologia como Facebook, Twitter e Google).

“Houve muita pressão. Estamos colecionando relatos. Ameaças físicas, por meio das redes sociais. Independentemente do que cada deputado pense, as big techs ultrapassaram todos os limites da prudência”, disse ele, durante entrevista à imprensa.

Na opinião de Lira, a ação das empresas de tecnologia foi na prática o impedimento do funcionamento do Legislativo. “Você defender seu pleito, tranquilo, mas usar seus meios para cercear que outra parte se mobilize, isso não”.

Os melhores de Lula

O presidente Lula tem feito muitas críticas a vários de seus ministros, segundo revelou o site O Fato, de Brasília, e cita alguns por inércia e outros por causa do viés midiático. No seu entorno as preferências são pelos ministros da casa, como Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Comunicação) – que segundo ele” carregam o piano nas costas”. O petista tem destacado sempre o trabalho de Flávio Dino (Justiça e Segurança), Camilo Santana (Educação), Margareth Menezes (Cultura) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social). Os demais pouco são citados.

PÍLULAS DO PEDRO

Aprovação da administração de Abraão Moura em Paripueira assegura sua reeleição. Não terá dificuldade.

No Palácio do Planalto o nome em alta em todos os gabinetes em relação a Alagoas é apenas do deputado Arthur Lira. Os demais são figurantes.

IMPROBIDADE

Ex-prefeitos de Maragogi terão de devolver mais de R$ 250 mil aos cofres públicos

Valor enviado para construção de creche não foi utilizado por Marcos Madeira e Luís Henrique Peixoto

BRUNO FERNANDES

bruno-fs@outlook.com

OFundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) vem cobrando desde 2021 os ex-prefeitos de Maragogi Marcos José Dias Viana, conhecido como Marcos Madeira, e Luís Henrique Peixoto, pelo valor de R$ 259.780,35 referente a um convênio destinado à construção de uma creche que não foi concluída. A cobrança, que ocorre por meio de um termo de compromisso elaborado pelo FNDE, foi reiterada em janeiro de 2023.

O convênio em questão teve sua destinação de recursos entre os meses de julho e dezembro de 2012, durante a gestão de Marcos Madeira como prefeito de Maragogi, que ocorreu entre os anos de 2009 e 2012. Posteriormente, parte dos recursos foi enviada ao município entre janeiro e abril de 2013, durante a gestão de Luis Henrique Peixoto Cavalcante, que foi prefeito entre os anos de 2013 e 2016.

Apesar de a Área Técnica ter inicialmente apontado o atual prefeito Fernando Sergio Lira Neto como responsável, retificou-se que os verdadeiros res-

ponsáveis pelo débito apurado são Marcos José Dias Viana e Luís Henrique Peixoto Cavalcante.

“Após análise sob o aspecto técnico da prestação de contas, a Diretoria de Gestão Articulação e Projetos Educacionais - DIGAP emitiu o Parecer Técnico de Obra Cancelada e Inacabadas manifestando-se pela reprovação total da execução física (SEI 2928184), haja vista que a obra se encontra inacabada”, diz trecho da reprovação de contas prestadas.

Devido a não aprovação de contas, segundo o FNDE, “impõe-se à devolução total dos recursos repassados por parte dos responsáveis e, esse fato, se sobrepõe a falhas outras

possíveis de serem Constatadas na análise financeira, cuja apuração, neste momento, impõe custo excedente de análise no qual o limite de seu retorno já está Compreendida pela cobrança [...] Nesse contexto, serão avaliadas apenas a atribuição da responsabilidade pelos respectivos débitos e eventuais créditos em favor destes responsáveis”.

HISTÓRICO NEGATIVO

Além dessa cobrança, Marcos Madeira também já enfrentou outra questão relacionada a um convênio anterior. Em 2017, ele foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver R$ 8.969,73, além de pagar uma multa de R$ 2 mil, devido à falta de prestação de contas de um convênio para aquisição de veículos escolares.

Ele chegou a ser condenado a devolver o valor total do convênio, R$ 331.650,00 mais multa de R$ 50 mil, mas conseguiu comprovar a compra e a destinação dos recursos para a aquisição dos veículos escolares em um recurso aceito pela corte. No entanto, foi constatado que parte do dinheiro foi utilizado para o pagamento de despesas com seguros, o que não estava previsto no convênio.

Os valores despendidos por Marcos Madeira com seguros foram de R$ 2.297,48, R$ 3.828,47 e R$ 2.843,78, o que contrariou as cláusulas do contrato do convênio. O TCU apontou que as despesas com seguros não estavam previstas no plano de trabalho e, portanto, configuraram uma irregularidade visto que teriam que ser bancadas integralmente pelo município.

“Ante a ausência de previsão dessas despesas, não poderia o recorrente utilizar o saldo remanescente do convênio para o seu pagamento. Nesse sentido, nos termos da alínea “l” do inciso II da cláusula terceira do termo do convênio, a seguir transcrita, caberia ao convenente o custeio das despesas de uso dos veículos, incluídos o seguro obrigatório e o seguro contra danos”.

Marcos Madeira deixou de cumprir termos de convênios para construção de creche e aquisição de veículos escolares

Projeto de lei das fake news

VIEIRA CLÁUDIO

n Advogado e escritor

OBrasil será mesmo um país surreal? A afirmação classificatória da nossa Pátria sempre me revoltou, por tudo que ela traz implícito. Às vezes, todavia, o incômodo que sinto ao ouvir a afirmação é mais que revolta, é constatação. O Brasil é um Estado de muitas leis. Há leis para tudo, e são tantas que mesmo os aplicadores delas nos confundimos. Esse PL das Fake News, ora em tramitação na Câmara dos Deputados, é um desses diplomas

legais que nos deixam sem um rumo correto, e irá incorporar o sistema jurídico brasileiro, já esfalfado de tantas normas. De que trata ele? Injúria, difamação e calúnia estão na sua essência. Mas a pergunta que se impõe a um primeiro momento é: se já existe previsão legal contra esses crimes, para que mais uma disposição jurídico-legal, se ela vai dizer as mesmas coisas? Ainda assim, há certas razões que se pode dar aos fautores de mais essa lei. Plataformas digitais, todas sediadas em outros países, sempre fogem ao controle, distantes que ficam de toda e qualquer punição por responsabilidade, por exemplo, ainda que haja no sistema jurídico nacional a figura da responsabilidade objetiva. Interessante anotar nesse ponto que jornais, revistas e emissoras são todos submetidos a esse tipo de responsabilização por qualquer crime que seus jornalistas, entrevistados, colunistas e escritores o pratiquem em suas

publicações. Juízes são, sem dúvidas, afobados punidores da mídia tradicional, enquanto as plataformas digitais são negligenciadas e, em suma, fazem o que bem querem, sob olhar plácido de uma justiça pouco interessada na proteção do povo. Mexem-se rápido, porém, se são as vítimas. No mais, são também usuários entusiasmados.

Malgrado todo o acervo brasileiro de reprimenda aos crimes de opinião, chega mais esse PL. Há, todavia, forte oposição ao seu trâmite e aprovação. Não é de se estranhar. As plataformas digitais encabeçam a fila dos opositores, pois induvidosamente o controle que se pretende certamente trará prejuízo financeiros. O anonimato das plataformas sociais, bem como a imensa dificuldade em se chegar às autorias dos crimes de opinião, é que as tornam economicamente atrativas. A legião da oposição, entretanto, é bem engrossada pelos usuá-

Anjos e demônios na política

rios das fake news. Afinal, corre à boca miúda que o último presidente (hoje ex) da República foi eleito pela habilidade do seu grupo em produzir notícias falsas, difamatórias. Esse grupelho restou apelidado de “gabinete do ódio”, que inda hoje vem atuando nas redes sociais, sob a cobertura das plataformas digitais. Esse grupo, então, bem organizado, dispõe de fortes apoiadores nas fileiras políticas, e também, pasmemos, entre religiosos. Infelizmente, até a sociedade brasileira parece não se interessar muito pelo que está ocorrendo na Brasília de hoje. Lula revela-se atrapalhado e trapalhão, e Bolsonaro, seu opositor principal, seriamente implicado em crimes jamais esperados de um presidente da República brasileira: falsidade ideológica. Estultice à parte, os últimos dias foram de real movimento e descobertas pouco airosas para a política nacional. Será que o Brasil é mesmo surreal?

Malgrado todo o acervo brasileiro de reprimenda aos crimes de opinião, chega mais esse PL. Há, todavia, forte oposição ao seu trâmite e aprovação. Não é de se estranhar. As plataformas digitais encabeçam a fila dos opositores, pois induvidosamente o controle que se pretende certamente trará prejuízo financeiros.

TORRES ALARI ROMARIZ

n Aposentada da Assembleia Legislativa

Pois bem, esse homem no terceiro mandato, assumiu o governo numa situação deprimente: cofres vazios, dívidas nas alturas. Lutou para recuperar Alagoas e não conseguiu. Quase foi cassado e teve que renunciar ao cargo. Então perdeu os falsos amigos e foi perseguido por vários demônios. Morreu triste e decepcionado. Deus o tenha em bom lugar.

Convivo durante anos com a classe política e vejo vários parlamentares, governadores e prefeitos que perdem a eleição e, de repente, são perseguidos, esquecidos e até presos.

Avida

é uma pequena ou grande passagem pela terra. E nesse caminho percorrido encontramos anjos e demônios, isto é, pessoas que nos ajudam ou nos perseguem.

Acompanhei, durante anos, a vida política de um moço que foi governador de Alagoas por três vezes. No auge de sua carreira, ajudou milhares de pessoas. Dava empregos, tentava proteger os inimigos para conquistá-los. Era amigo de usineiros, mas tratava bem os mais humildes. Foi anjo na vida de inúmeras de criaturas.

Faz medo, no momento atual, qualquer pessoa ser eleita governador ou presidente da República. As perseguições são tantas, que o pobre coitado vai parar na cadeia. Um bom exemplo é um antigo presidente do Poder Legislativo Estadual. Esteve no auge durante muito tempo. Perdeu as eleições, foi preso, humilhado, passou mais de um ano encarcerado. Fez o mesmo que a grande maioria dos políticos, mas pagou no lugar de alguns.

Na vida política são vários os casos de pessoas famosas que caem na desgraça. Nesse momento, aparecem poucos amigos

e os inimigos são muitos. Na minha família tive um irmão que foi eleito deputado estadual com trinta e cinco mil votos. No pleito seguinte, só teve três mil. Fugiram falsos amigos, vários assessores. Só um senador o ajudou nessa época difícil. Ser presidente do Sindicato da Assembleia foi uma grande honra para mim. Quando voltei à vida normal, apesar de ter feito meu sucessor, tive poucos amigos a meu lado. Só dois anjos não me abandonaram e sou fiel aos dois até hoje. Onde eles entrarem nas eleições sindicais, estaremos juntos. Não cito nomes, entretanto todos sabem quem eles são.

Em 1954, o Brasil assistiu estarrecido ao suicídio de Getúlio Vargas. Foi presidente da República por duas vezes. Destacou-se por ter ajudado a população pobre do país. Sofreu perseguições, foi traído e deu um tiro no peito. Disse ele: “Saio da vida para entrar na história”. Os demônios que o perseguiram ficaram vivos.

Sabemos, através da imprensa, da trajetória de um usineiro alagoano. Sempre foi muito rico e bajulado pelos políticos. Entrou na política, apareceram vários demônios na

sua vida e caiu em desgraça. Os próprios filhos o interditaram. Morreu triste e esquecido.

Tivemos um prefeito que era radialista. Foi vereador, deputado estadual e federal. Caiu no esquecimento e não consegue vencer novos pleitos. Desconheço seus perseguidores.

Existem, também, os vilões que tentam derrubar quem está no poder. O alvo, no momento, é o presidente da Câmara Federal, o deputado Arthur Lira. Se vejo televisão, se vou à internet, chego à conclusão: querem derrubá-lo.

E a vida vai seguindo. No trabalho, na família, na escola, em todos os lugares, contamos com anjos e demônios. Pessoas que nos ajudam, nos socorrem, rezam por nós. Outras nos perseguem, nos humilham, nos abandonam.

Muitas vezes, o grande amigo se transforma no pior inimigo. Mas, acima de tudo isso, contamos com um ser superior olhando por todos nós.

Só nos restam estas saídas: saber administrar tempos bons e tempos ruins. Saber levantar depois de uma bela queda. Reconhecer os verdadeiros amigos e rezar pelos inimigos.

Deus existe. Não duvidem!

Muitas vezes, o grande amigo se transforma no pior inimigo. Mas, acima de tudo isso, contamos com um ser superior olhando por todos nós.

Três livros admiráveis

cional talento, em Trópicos Utópicos: uma perspectiva brasileira da crise civilizatória.

PIRAUÁ MAGELA

n Procurador de Justiça aposentado e escritor

Lendo de Henry Kissinger, ex-secretário de Estado do governo norte-americano, o livro intitulado Sobre a China, em que, de forma minuciosa, em suas 538 páginas, nos informa porque a China, de tradições milenares, tornou-se a potência econômica, depois fui ler Trópicos Utópicos, de Eduardo Giannetti.

O livro de Giannetti, que reli prazerosamente, editado em 2016, pela editora Companhia das Letras, através de micro ensaios expostos sistematicamente, aborda, de forma culta, inteligente e com excep-

O autor, um dos maiores pensadores brasileiros da atualidade, tendo obtido PhD na Universidade de Cambridge e, tempos após sido professor neste templo de saber e pesquisa, recentemente tomou posse como membro da ABL. No livro referido, em análise percuciente, ele nos mostra as mazelas do país, a nossa identidade cultural, os nossos desafios, não olvidando a complexidade da existência humana.

Afirma: “O Brasil anseia por poetas videntes e profetas analíticos e de que o nosso país tem sede de futuro”. Afirma, em linguagem assertiva, que o mundo moderno nasceu e evoluiu embalado por três grandes ilusões: que o pensamento científico iria banir o mistério do mundo e elucidar o sentido da vida; a de que a natureza seria submetida ao controle da tecnologia, sem ameaçar os controles naturais da vida; e, de que o processo civilizatório aprimoraria o valor ético dos humanos.

O livro de Giannetti é estético e profundo. Analisa o processo civilizatório e suas consequências. Não esquece o humano e sua complexidade. Livro pra ser sempre relido.

Concluído Trópicos Utópicos fui, de forma ansiosa, pousar os olhos em Salvar o Fogo de Itamar Vieira Júnior, jovem escritor que, em Torto Arado, ganhador do Prêmio Jabuti de 2020, revelou o grande talento literário.

Em Salvar o Fogo, Itamar traz neste romance a grandeza de seu poder criativo. Segue, com tramas diferentes de seu primeiro romance, o mesmo roteiro da terra, da miséria, da fome, e sobretudo, do sofrimento humano. Neste livro, narra a dor, a esperança, o sonho, as desigualdades, a luta pela terra.

Neste romance, de forte carga dramática, em meio a miséria e a terra, fé e crendices, Luzia carrega a dor em seu sentido mais profundo. Moisés, seu irmão, é portador de traumas que impactam seus sonhos e sua fé.

Itamar Vieira Júnior, em linguagem inteligível e suave, vai criando os personagens partindo da exploração da terra, não esquecendo de suas angústias, seus medos, suas revoltas, no meio onde tudo é limitado pela escassez de tudo, onde impera a fome e o desencanto.

Não há, no mundo hostil de Salvar o Fogo, na trama idealizada, o mundo justo com igualdade de oportunidades para todos. O romance, na criatividade literária, é realista no viver e no sofrer.

Os livros que leio: Sobre a China de Kissinger nos informa sobre a cultura milenar de um povo que, durante séculos isolado, sempre ressurgia das cinzas, absorvendo, com paciência e sabedoria, a nova era da tecnologia que invadiu o mundo, tornando-se potência econômica ; quanto a Trópicos Utópicos, de Giannnetti, será objeto, no futuro de nova leitura; e Salvar o Fogo, leitura de indiscutível beleza literária, com indescritível poder criativo.

Não há, no mundo hostil de Salvar o Fogo, na trama idealizada, o mundo justo com igualdade de oportunidades para todos.

O romance, na criatividade literária, é realista no viver e no sofrer.

Relatório Anual 2022 tem 98,57% de aprovação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Maceió

DA REDAÇÃO

AAssembleia Geral da Irmandade da Santa Casa de Maceió reuniu-se nesta última sexta-feira de abril, dia 28, no Centro de Estudos Prof. Lourival de Melo Mota, localizado na sede do hospital, para apreciar o Relatório Anual 2022. O percentual de aprovação do documento atingiu 98,57% dos votos válidos.

Realizada de forma presencial, na seção eleitoral instalada pela Junta Eleitoral no Centro de Estudos, e virtual, via plataforma Eleja Online, a apreciação das contas ocorreu por meio de voto secreto dos ir-

mãos e seguiu os ritos oficiais, com abertura, em primeira convocação, às 8 horas, e início da votação, em segunda convocação, às 9 horas.

Após a abertura da assembleia, o provedor Humberto Gomes de Melo convidou o controller da instituição, João Jorge Lopes, que fez uma breve apresentação do balanço financeiro, se colocando à disposição de esclarecimentos sobre os números do referido exercício fiscal.

Ao fim do processo de votação, encerrado às 16h, a Junta Eleitoral da Santa Casa de Maceió divulgou os resultados apurados:

Irmãos aptos: 149

Irmãos votantes: 140 (93.95%)

Presencial: 44

Virtual: 96

Total de votos validos: 138

A favor: 136 (98.57)

Contra: 2 (1.43%)

Para o provedor da instituição, o alto comparecimento à apreciação das contas do Exercício 2022, e sua consequente aprovação, demonstram o amor da Irmandade à Santa Casa de Maceió.

EXERCÍCIO FISCAL DE 2022

ECONOMIA EM PAUTA

Atualização no INSS

n Bruno Fernandes –bruno-fs@outlook.com

Mais segurança no Pix

Oaumento

do salário mínimo elevou também o piso previdenciário do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e com isso os beneficiários que recebem o equivalente ao mínimo vão passar a receber R$ 18 a mais a partir do dia 25. O reajuste vale para aposentadorias, auxílio-doença e pensão por morte, mas não inclui quem recebe benefícios superiores ao salário mínimo.

Contribuição da Previdência

Além de reajustar o piso previdenciário do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o novo salário mínimo mudou também a tabela de contribuição para a Previdência Social. A nova tabela vale para empregados com carteira assinada, domésticos e trabalhadores avulsos. Com a mudança, a primeira faixa de contribuição para o INSS, cuja alíquota é de 7,5%, também subiu R$ 18, de R$ 1.302 para R$ 1.320. As demais faixas não foram alteradas.

O Banco Central anunciou esta semana que vai aprimorar os mecanismos de segurança do Pix, com a atualização de duas funcionalidades já disponíveis. A “notificação de infração” é uma delas e, com este recurso, as instituições financeiras fazem a marcação de chaves e usuários com suspeita de fraude na transação. A “consulta de informações vinculadas às chaves Pix para fins de segurança” é a outra ferramenta aprimorada. Neste caso, a autoridade financeira reformulou as informações que ficam disponíveis para os bancos no âmbito da análise antifraude de transferências pelo sistema do BC.

Empresas inadimplentes

De acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas divulgado pela Serasa Experian, no mês de março 58,06 mil micro e pequenas empresas em Alagoas apresentaram inadimplência. Essa quantidade representa o oitavo menor volume de inadimplência no país, sendo que São Paulo lidera com 2,09 milhões de micro e pequenas empresas em situação de inadimplência.

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

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Discretos sedãs devem voltar a ser opção aos portentosos SUVs

Ninguém desconhece a força de mercado dos SUVs e crossovers, estes tentando pegar uma carona com apliques e penduricalhos que lembram ou se inspiram nos modelos autênticos. De fato, há 10 anos havia apenas dois modelos compactos no Brasil: Ford EcoSport e Renault Duster. Atualmente, considerando todos os segmentos, 35% são SUV, 28% hatchback, 18% picapes, 14% sedãs e 5%, outros.

Nos EUA os SUVs são o principal tipo de veículo com 55% de participação. Sedãs já tiveram ampla dominância histórica e hoje limitam-se a 25%, restando 18% para picapes e 2% para monovolumes e hatches. Até mesmo na Europa os SUVs respondem por metade das vendas, algo surpreendente porque gastam mais combustível e naquele continente o valor do litro é o mais elevado do mundo. Na Austrália também quase 50% dos modelos vendidos em 2022 foram SUVs, mas houve pequena reação dos sedãs.

Na China, de longe o maior mercado mundial de veículos, igualmente a participação ultrapassa os 50%. Porém os sedãs representam o segundo segmento e muitas vezes com entre-eixos alongados como os compradores preferem.

Entretanto alguns indicadores nos

EUA apontam uma recuperação dos sedãs tradicionais que já foram símbolo de sucesso e luxo. No ano passado subiram sua representação para 30% com 4,5 milhões de unidades vendidas. A rede de concessionárias VW confia no Jetta e se não tiver esse modelo para pronta entrega o interessado procura outra marca de sedã.

Existe também uma distorção estatística no mercado americano. Picapes são os modelos mais vendidos individualmente em razão das principais marcas somarem diferentes tipos de picapes pesadas, mantendo o mesmo nome (Série F, Silverado e Ram) ainda que tenham rodado duplo na traseira ou uma colossal capacidade de reboque.

O australiano Mike Simcoe, vice-presidente mundial de design da GM, apontou ao também australiano site greenslips. com.au a tendência de mudar o perfil “baunilha” dos sedãs e torná-los “sexy” ou “de sucesso” novamente. Ele destaca: “A indústria inevitavelmente voltará aos sedãs, desde que sejam elegantes e seus vizinhos admirem.”

Uma pesquisa da Nissan apontou: 80% dos millennials (geração de nascidos entre 1980 e 1999) não possuidores de um sedã considerariam comprar um agora ou no futuro.

Picape F-150

atrai pelo porte e equipamentos exclusivos

Demorou até entusiastas de picapes de grande porte serem atendidos com mais modelos importados pelos próprios fabricantes. Primeiro foi a Ram, agora a F-150 e no segundo semestre a Silverado. A picape da Ford apresenta um histórico de 46 anos de liderança no seu segmento de topo na América do Norte.

Os preços são proporcionais ao seu tamanho: Lariat por R$ 479.990 e Platinum R$ 509.990. Primeira avaliação da versão Platinum no campo de provas da Ford em Tatuí (SP) confirma tratar-se de uma picape bem acima dos padrões convencionais. Motor V-8 de 405 cv e 56,7 kgf.m (o mesmo do Mustang, porém “amansado”), câmbio automático de 10 marchas e uma posição de guiar ímpar, o que inclui até pedaleira com ajuste elétrico de altura, garantem desempenho sob controle total do motorista.

Massa em ordem de marcha, apesar de utilização de alumínio de especificação militar na carroceria (alívio de 200 kg), é nada menos de 2.517 kg. No entanto há oito modos de condução e quatro de tração, incluindo um sistema automático de tração 4x4 exclusivo nesta categoria. Todos os obstáculos de diferentes terrenos fora de estrada foram superados sem esforço.

A tática é cada vez mais utilizada por vários fabricantes: apresentação em duas ou mais etapas para criar expectativas no mercado e deixar os consumidores em potencial ligados até o lançamento. Assim acontece com o SUV Citroën C3 Aircross que teve revelação estática agora, mas só estará à venda no último trimestre deste ano.

Dimensões informadas: 4,32 m de comprimento, 2,67 m de entre-eixos, 1,80 m de largura e vão livre do solo de 20 cm, porém a altura não foi esclarecida. O SUV terá versões de cinco e sete lugares e, segundo o site Autossegredos, haverá apenas o motor 1.0 Turbo Flex T200 de 130 cv (E)/125 cv (G) e 20,4 kgf.m. Isso permitirá preço menor (a partir de provavelmente R$ 100.000 no lançamento), pois o motor de 1,6 L tem alíquota do IPI maior e será destinado ao mercado externo.

Até agora somente o monovolume Chevrolet Spin oferece versão de cinco e sete lugares, entre os compactos produzidos no Brasil, mas as propostas são bastante distintas. Porta-malas do C3 Aircross de cinco lugares é 482 litros (VDA) e no de sete lugares, 511 litros, se retirada a terceira fileira de bancos.

O estilo é atraente com dianteira e traseira arrojadas, diferenciando-se do C3 hatch com “espírito” SUV. Rodas de liga leve são de 17 pol. de diâmetro. No interior, os materiais de acabamento são despojados, mas ganhou tela de instrumentos TFT de sete pol. e melhor visibilidade. A tela multimídia de 10 pol. é a mesma do C3 com conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, mas no Aircross há cinco conectores USB e ventilação no teto para os passageiros que viajam atrás.

Na pista de asfalto para alta velocidade comprovou a superioridade de um motor a gasolina sobre um a diesel: acelera mais rápido, bem mais silencioso e com grau de vibração e aspereza bastante inferior. Claro, o consumo de combustível é maior e para deixar de comprometer o alcance – até 1.000 km – a Ford optou por um tanque de combustível de 136 litros. Embora essa configuração pese no bolso, não deve ser a preocupação maior para quem pode desembolsar meio milhão de reais por uma picape.

O conceito predominante é praticidade no uso do veículo no trabalho: assistência elétrica para abrir e fechar a tampa da caçamba que tem acesso facilitado por uma escada com apoio de braço, estribo elétrico e no interior a alavanca de câmbio é rebatível para o console se transformar numa mesa plana de trabalho.

Por fim, se a capacidade de carga de 700 kg não é empecilho para o típico comprador do modelo, por outro lado permite ao motorista guiar com CNH do tipo B exigível para automóveis, já que a massa em ordem de marcha é inferior a 3.500 kg.

Citroën revelou novo C3 Aircross que lançará no segundo semestre

RESENHA ESPORTIVA

Real Madrid quer garantir Bellingham com negócio multimilionário

OReal Madrid estaria prestes a garantir a contratação de Jude Bellingham, superando outros clubes “grandiosos” como Liverpool ou Manchester City, por aquilo que é considerado uma das maiores promessas do futebol europeu. De acordo com o jornal espanhol Marca, na quarta-feira, 3, a liderança de Florentino Pérez já teria alcançado um acordo preliminar com o jogador de apenas 19 anos, visando um contrato válido até junho de 2029.

Agora os merengues buscarão chegar a um entendimento com o Borussia Dortmund por um valor entre 100 e 120 milhões de euros, embora os alemães tenham deixado claro que só liberarão o meio-campista por 140 milhões de euros. Um fator determinante para a concretização deste negócio pode ser a vontade do próprio internacional inglês, que vê com bons olhos a oportunidade de dar o “salto” para o Santiago Bernabéu, no final da presente temporada.

NOME DE JORGE JESUS ESTÁ GANHANDO FORÇA PARA A SELEÇÃO BRASILEIRA

André Rizek, apresentador do canal SporTV, afirmou que o nome de Jorge Jesus está ganhando força para assumir o comando técnico da seleção brasileira. Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, é o favorito para suceder a Tite, mas o clube espanhol exige o pagamento da cláusula de rescisão para liberar o técnico italiano. Por isso, o nome de Jorge Jesus está subindo na lista de potenciais candidatos, ao contrário de Abel Ferreira. “Anteriormente eu informei aqui que a entrevista que Ancelotti deu em Madrid, dizendo que vai cumprir seu contrato até o final, não muda em absolutamente nada os planos da CBF. Ancelotti já sinalizou interesse em assumir a seleção, desde que o Real Madrid o libere’’.

O Ceará bateu o Sport nos pênaltis e foi campeão da Copa do Nordeste 2023 em plena Ilha do Retiro. O placar do tempo normal foi de 1x0 para o Leão, igualando o placar agregado, e o Vozão venceu por 4x2 nas penalidades. O jogo de ida foi vencido pelos cearenses na Arena Castelão, por 2x1. No Recife, o 1x0 foi marcado por Luciano Juba. Vagner Love fez bonita inversão de jogo para Igor Cariús, que cruzou de esquerda para a área. O lateral do Ceará, Danilo Barcelos, ex-Leão, afastou mal e Luciano Juba pegou de direita para botar o rubro-negro na frente. O placar de 1x0 foi mantido até o final dos 90 minutos e a decisão do campeão foi

VETTEL VAI PILOTAR

MCLAREN DE AYRTON SENNA EM FESTIVAL NA INGLATERRA

Aposentado na Fórmula 1 desde o fim do ano passado, Sebastian Vettel vai voltar a pilotar um carro da categoria em julho, no tradicional Festival de Goodwood, na Inglaterra. O alemão vai assumir o comando de uma McLaren que pertenceu ao brasileiro

Ayrton Senna, além de uma Williams que era de Nigel Mansell. Ambos os carros pertencem ao próprio Vettel atualmente. O alemão, que tem passagens por Red Bull, Ferrari e Aston Martin na Fórmula 1, vai exibir sua coleção de carros particulares e também será homenageado no festival, que será realizado entre 13 e 16 de julho. A McLaren a ser guiada por Vettel é do modelo MP4/8, com a qual Senna obteve suas últimas vitórias na F-1, todas na temporada 1993. Naquele ano, antes de sua transferência para a Williams, o tricampeão mundial chegou a brigar pelo título, que acabou não vindo. Ele morreu no trágico acidente no GP de San Marino de 1994, há 29 anos.

feita pela disputa de pênaltis. Guilherme Castilho perdeu para o Ceará e Luciano Juba e Gabriel Santos desperdiçaram pelo Leão. Assim, 4x2 para o Vozão.

Elionaldo em Arapiraca

Oex-superintendente da Sudene e ex-deputado estadual Elionaldo Magalhães retorna a Arapiraca na próxima semana. Na agenda, importantes compromissos, dentre eles um reencontro com o prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa, onde discutirão projetos voltados para o desenvolvimento da segunda cidade mais importante de Alagoas.

Rever amigos

Elionaldo, que durante três mandatos na Assembleia Legislativa de Alagoas foi um parlamentar que trabalhou para o engrandecimento da Região Agreste, aproveitará a oportunidade para rever familiares e amigos como os empresários José Levino, José Luiz, José Pivete, José Alexandre, além de políticos como Severino Leão e Adalberto Saturnino, dentre outros.

Governadoria do Agreste

Eli Mário Magalhães, secretário executivo de Articulação Social da Governadoria do Agreste, vem trabalhando em sintonia com o governador Paulo Dantas. Com diálogo aberto com os segmentos sociais interioranos, Eli Mário tem mantido importantes contatos com técnicos do Gabinete Civil e conta com todo apoio da nova secretária, Roseane Vasconcelos.

“O objetivo é a realização de um trabalho para atender a nossa comunidade”, garante o secretário.

Posto de atendimento

“Estamos trabalhando, também, na reforma do prédio da Governadoria do Agreste que em breve contará com um posto de atendimento para a confecção de carteira de identidade. Para isso, contamos com aval do superintendente do Instituto de Identificação de Alagoas, Anízio Amorim”, disse Eli Mário.

Bom de diálogo

Dos 19 vereadores de Arapiraca, a expectativa é que pelo menos 15 estarão ao lado do prefeito Luciano Barbosa, trabalhando lado a lado pelo crescimento da terra de Manoel André. E a expectativa desse entendimento em prol de Arapiraca não vai demorar muito.

Diálogo permanente

O diálogo entre os poderes Executivo e Legislativo está bastante adiantado, fato que que merece a atenção da classe política que deseja o bem das famílias arapiraquenses.

Luciano quer o bem de Arapiraca e, com ele, estarão os políticos bem intencionados e que defendem a união pelo bem da cidade.

Dia do Sertanejo

Em seu Instagram, o governador Paulo Dantas presta uma bela homenagem ao povo sertanejo:

- Fui criado no Sertão, cresci no meio dos animais, brincando no mato, rodeado de gente simples e feliz. Gente que olha no olho, que cuida do outro, que levanta cedo para trabalhar e nunca desiste. Foi isso que aprendi a ser. Por isso tenho muito orgulho das minhas raízes sertanejas, e quero dizer a cada um aqui que sinta o mesmo. Feliz dia do Sertanejo pra quem é raiz que nem eu!

Renan e Chico Buarque

Do senador Renan Calheiros, em seu perfil do Instagram:

- Tive a honra de acompanhar a entrega da maior honraria da li-teratura de língua portuguesa ao nosso talentoso Chico Buarque: Prêmio Camões. Mais uma vez, o Chico tem razão. A exclusão da digital do governo derrotado engrandece a

premiação.

Dia do Trabalhador

Em mensagem publicada na manhã da segunda-feira (dia 1°), o prefeito Luciano Barbosa parabenizou os trabalhadores e trabalhadoras pelo seu dia.

“Arapiraca é uma terra de gente honesta, trabalhadora e dedicada a fazer dessa cidade um lugar bom para se viver. A todos esses traba-lhadores, meu desejo de um dia de paz e comemoração, mas sobretudo de que continuem motivados a fazer de Arapiraca uma cidade cada vez mais acolhedora e desenvolvida”, destacou o prefeito.

Eleições municipais

O deputado estadual Inácio Loiola afirmou que irá apoiar o grupo político que faz oposição ao prefeito de São José da Tapera, Jarbas Ricardo (MDB). A confirmação ocorreu no sábado passado, 29, em um almoço em uma chácara que fica nas imediações da cidade. Vale ressaltar que Loiola era aliado do prefeito por muito tempo, mas essa aliança chegou ao fim.

Grupo da oposição

Participaram do almoço o sindica-lista, ex-vereador, ex-candidato a prefeito e professor Márcio Oliveira, o advogado e servidor público federal José Romário, o vereador Perete (PSD), o ex-vereador Geovex (Vevé), Doutor Beto, além de outros que se colocam como oposição à gestão do atual prefeito Jarbas

PELO INTERIOR

... A Justiça de Alagoas decretou a prisão preventiva de um homem suspeito de matar o funcionário do Presídio do Agreste Márcio Alexandre da Silva, no dia 30 de abril, no bairro Caititus, em Arapiraca.

... De acordo com informações, o suspeito foi identificado pela Delegacia de Homicídios de Arapiraca e está foragido.

... Segundo as investigações da Polícia Civil de Arapiraca, o suspeito atirou com a própria arma da vítima, que morreu antes de ser socorrida.

... Nos últimos treze anos, a cidade de Arapiraca tem registrado a menor taxa de crimes violentos. De acordo com dados divulgados pelo 3º Batalhão de Polícia Militar, houve uma redução significativa no número de homicídios em comparação com anos anteriores.

... Ainda de acordo com o relatório, a cidade teve uma redução de 83% no número de homicídios em relação a 2015. A queda é ainda mais expressiva em relação a 2018, com uma redução de 81%. Em relação ao ano anterior, 2022, a redução foi de 50%.

... Esses números representam o melhor resultado dos últimos 13 anos na área abrangida pelo 3º BPM, o que mostra a eficácia das ações realizadas pela polícia local.

... Após intensa campanha na zona rural do município, a Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realiza neste sábado, 6, o Dia “D” de vacinação antirrábica para cães e gatos, desta vez na zona urbana da cidade.

... Com um nível de letalidade de aproximadamente 100%, a raiva ainda é um assunto de grande importância para a saúde pública.

... A doença é caracterizada por uma encefalite progressiva aguda e é transmitida através da saliva de animais infectados por meio de mordidas, arranhões ou até mesmo lambidas.

... A todos, um excelente final de semana. Até a próxima edição!

MEIO AMBIENTE

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Extinção

Investimentos

Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, na quarta-feira (3), o decreto de qualificação da organização social que vai gerir o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA). O objetivo da medida é agregar valor e impulsionar novos negócios baseados nos recursos naturais da região. Para o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a atuação mais ampla do CBA resultará em investimentos, produtos, empregos, renda e desenvolvimento local e regional. Durante a cerimônia de assinatura do decreto no Palácio do Planalto, Alckmin destacou o potencial da biodiversidade da Amazônia em áreas como farmacêutica, química, cosmética e alimentícia. “Vamos trabalhar juntos com os ministérios de Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente, governos estaduais, governos municipais, universidades e, principalmente, a iniciativa privada, para criar emprego, criar empresa, agregar valor, transformar a grande farmácia que é a biodiversidade amazônica em produtos, serviços, empregos e investimentos. É impressionante, na área de alimentos, por exemplo, 1 quilo de cacau de amêndoa custa R$ 10 e 1 quilo de chocolate, R$ 200. Nós temos muito potencial”, afirmou.

Oportunidades

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos publicou na terça-feira (2), no Diário Oficial da União (DOU), as portarias autorizando a realização de concurso público para preenchimento de cargos no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). No total, serão ofertados 98 cargos para o quadro de pessoal do ministério e 502 para a Funai. O prazo para a publicação dos editais de abertura dos dois concursos será de até seis meses, a partir da publicação da portaria. Para o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, todas as vagas serão para o cargo de analista ambiental, de nível superior. Para a Funai serão 152 vagas para agente em indigenis-mo, de nível médio. As demais para nível superior, nos cargos de administrador (26), antropólogo (26), arquiteto (1), arquivista (1), assistente social (21), bibliotecário (6), contador (12), economista (24), engenheiro (20), engenheiro agrônomo (31), engenheiro florestal (2), estatístico (1), geógrafo (4), indigenista especializado (152), psicólogo (6), sociólogo (12), técnico em assuntos educacionais (2) e técnico em comunicação social (10).

Um grupo de 160 exemplares do crocodilo-do-orinoco, espécie endêmica das planícies da Venezuela e da Colômbia, foi solto no Rio Capanaparo, que corta os dois países, após ser criado em cativeiro como parte de um programa ambicioso para salvar este enorme predador da extinção. O réptil, com nome científico Crocodylus intermedius, que pode passar dos 6 metros de comprimento e dos 400 quilos de peso, está em risco crítico de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), o nível de alerta anterior ao desaparecimento de uma espécie em seu habitat natural. Diante desta ameaça, a Venezuela iniciou sua criação em cativeiro em 1990 com projetos públicos e privados. No entanto, embora mais de 10 mil exemplares tenham sido soltos em 33 anos, as populações continuam estagnadas. Restam apenas cerca de cem fêmeas adultas em liberdade na Venezuela, estima a Fundação para o Desenvolvimento das Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais (Fudeci), uma das organizações que apoia o programa que levou à soltura de exemplares jovens no domingo passado.

Atlas da Poluição

A Agência Europeia do Ambiente (AEA) lançou uma ferramenta que permite verificar na Europa indicadores como a qualidade do ar ou os níveis de ruído, a qualidade das águas balneares ou o número de espaços verdes urbanos. A plataforma, o “Atlas Europeu do Ambiente e da Saúde”, junta indicadores de todos os países da União Europeia (UE) e permite, por exemplo, perceber como, em determinada cidade, a poluição e outros riscos ambientais afetam a saúde e o bem-estar dos cidadãos e como os recursos ambientais os protegem. “Estreitamente alinhado com muitos objetivos políticos da UE, o Atlas é uma das ferramentas preparadas e publicadas pela AEA com o objetivo de apoiar a monitorização da ambição de poluição zero da União Europeia”, disse a Agência num comunicado sobre a iniciativa. Explica-se também no comunicado que o Atlas permite ainda aos utilizadores a criação e partilha de um “quadro de pontuação ambiental” de um local específico. A ferramenta baseia-se em dados e análises sobre os riscos ambientais para a saúde e os benefícios de um ambiente saudável, e será atualizada com regularidade.

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

MARCELLO CASAL/AGÊNCIA BRASIL

DE ALAGOAS n Odilon Rios

Espetáculo e morte de Ceiça

Em10/11/1905, o assassinato a punhaladas de Maria da Conceição Bittencourt, 27 anos, natural de Penedo, lotou a porta da Santa Casa de Misericórdia em Maceió. O povo queria saber detalhes do crime e as conclusões da autópsia de Ceiça. O necrotério funcionava em uma sala suja, nos fundos do hospital. O corpo foi conduzido para lá numa rede, banhado em sangue, vindo da sala da casa dela, na Rua do Lyceu número 16 (segundo Sávio Almeida entre as ruas Silvério Jorge e Buarque de Macedo) até o Centro.

A brutalidade do crime havia chegado aos ouvidos do povo que lotava o pátio do mercado, comemorando os festejos de São Benedito. Mas era a fama do assassino que parecia potencializar a história: Bernardo José Câmara Sampaio, neto de barão, filho de advogado cearense, parente do poderoso Mendo de Sá Barreto Sampaio, usineiro pernambucano.

Naquela Maceió do início do século passado, Maria da Conceição, mesmo depois de morta, era massacrada na boca do povão e nos jornais. Queriam ver o destino da puta de Bernardo, mulher violada, de educação medíocre, preta, mãe de Elisa que, aos 2 anos, presenciou a tragédia.

Já ‘doutor Câmara’, médico cirurgião da Marinha, tinha dinheiro e sobrenome para salvar sua honra. Contratou o advogado Demócrito Gracindo (pai do ator Paulo Gracindo e prefeito de Maceió entre 1909 e 1911). Justificou as punhaladas pelo ciúme: no Carnaval, um homem mascarado visitou sua mulher na casa dela.

Maria da Conceição era filha do soldado de polícia José Vicente (falecido na época) e da lavadeira Rita. Bernardo conheceu Ceiça através de Rita, que lavava as roupas alvas do médico da Marinha.

O assassino tinha passagem pela polícia. Dez anos antes do crime, em 1895, foi preso em Pernambuco. Era estudante do 6º ano de Medicina e apunhalou sua noiva Josephina Soares do Amaral. Ele conversava com

a noiva, a avó dela estava presente, ele sacou um punhal, atingiu a moça, filha do comerciante José Soares do Amaral. Ela sobrevive, o noivado acaba, mais tarde consegue ingressar na Marinha. Já o pai daquela moça de sociedade tem pressa. Aproveita a ausência do criminoso e, no mesmo 1895, casa Josephina com Alfredo Mauriceia. E davam por encerrados os falatórios de sua menina-moça,

da finíssima sociedade pernambucana.

Bernardo agora era médico e capitão-tenente. Em 1902 se envolveu em uma briga com Afonso Henrique de Castro Gomes, outro cirurgião. No Arsenal da Marinha, outra confusão e Castro Gomes lhe deu voz de prisão, relaxada mais adiante.

Em 1905, entre idas e vindas de Recife a Maceió, procurava Ceiça. Já tinham Eulália. Soubera do mascarado. Entrou na casa, Ceiça estava sentada

na sala, Rita segurava a criança. Aproximou-se. Uma, duas, muitas punhaladas. Ela resiste, os braços são atingidos e o golpe fatal no pulmão. Morta. Rita arrasta a criança em desespero pelas ruas, o doutor foge. Foi bater na praça Euclides Malta (hoje Sinimbu), pedir ajuda a um colega médico também da Marinha.

Diziam que estava louco. Exigia ver o corpo de Ceiça. Negaram. Sacou dinheiro do bolso para pagar o enterro e mandou uma coroa de flores, evocando seu amor pela morta. Rita não quis nem o dinheiro nem as homenagens. A caridade pagou o caixão de Ceiça.

Na pedra do necrotério, alguém conseguiu tirar uma foto de Ceiça. A Livraria Fonseca anunciava o item, de “impressão inalterável, em papel bromureto”. O Malho, jornal do Rio, publicou a foto. Na manchete, um clichê: “As tragédias do ciúme”.

Levada ao cemitério público, Ceiça foi enterrada numa cova rasa.

Fonte: Almeida, Luiz Sávio. A Cova Rasa: O assassinato de Ceiça em 1905, Arapiraca, Eduneal, 2021

Ceiça, a ‘puta’ do médico, na pedra do necrotério

Sávio Almeida, autor de Cova Rasa