Edição 1009

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ANO XX - Nº 1009 - 15 A 21 DE FEVEREIRO DE 2019 - R$ 4,00 ALIADO OU VILÃO

NOVO CARGO

Cuidados com ar-condicionado podem evitar tragédia

Marcelo Teixeira assume procuradoria-geral do TC

Às vezes um incêndio começa num aparelho, mas o problema está nas más condições das instalações elétricas. 12

Advogado já foi procurador-geral do Estado, presidente da OAB-AL, procurador-geral do Município e procurador-geral da Assembleia Legislativa Estadual. 2

extra PRIVATIZAÇÃO DA CASAL MACEIÓ - ALAGOAS

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1998 - 2018

PONTES DE MIRANDA

Alagoano ainda é a maior referência para juízes do país Vinte anos após a sua morte, jurista de São Luiz do Quitunde, que tem o Tratado de Direito Privado como sua principal obra, é o mais citado em todos os segmentos da magistratura brasileira. 16 e 17

Sindicato teme pelo futuro da companhia O medo é entregar o filé ao setor privado e deixar o osso para o governo 5 a 7

EVACUAÇÃO PREPARA POPULAÇÃO DO PINHEIRO PARA A EMERGÊNCIA 8 a 10


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extra MACEIÓ - ALAGOAS

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1998 - 2018

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE FEVEREIRO DE 2019

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COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Epidemia de negligência 1

- Os dados oficiais sobre a epidemia de esquistossomose em Alagoas são uma vergonha para o estado e seus governantes, de hoje e de ontem. Trazida pelos escravos, a doença é associada à pobreza, mas sua proliferação deve-se à negligência do poder público em todas as suas esferas.

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- O médico João Batista Neto, especialista no tratamento da esquistossomose, há anos vem advertindo as autoridades sobre os estragos da doença na saúde da população e na economia do estado. Mas até agora seu grito de alerta tem caído no vazio da indiferença e da omissão dos gestores públicos.

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- Com 70 municípios infectados, Alagoas é o segundo estado do país com maior incidência da doença. “Temos mais de dois milhões de pessoas expostas ao parasita”, lembra o médico, indignado com tamanha negligência.

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- A solução é conhecida e começa por sanear os vales do Paraíba e Mundaú, dois dos rios mais contaminados do mundo por esquistossomose. O problema é que saneamento básico é obra debaixo da terra, que não tem visibilidade pública nem dá votos aos políticos.

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- Vale lembrar que no governo de Fernando Henrique foram liberados milhões de reais para o saneamento de todas as cidades ribeirinhas como forma de salvar as lagoas Mundaú e Manguaba e a vida de milhares de alagoanos. Todo o dinheiro foi gasto, mas o saneamento ninguém sabe, ninguém viu.

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- E mais grave: até hoje nenhum prefeito foi preso por crime contra a saúde pública.

Dinheiro roubado

Ao bloquear os bens de gestores públicos envolvidos em desvios de dinheiro do povo, o Ministério Público acerta o alvo na luta contra a corrupção e a impunidade. A frouxa legislação penal brasileira sempre foi um incentivo à roubalheira. Os condenados passam pouco tempo na prisão e logo ganham a liberdade para usufruir do dinheiro roubado. Agora, com o MP focado no patrimônio dos corruptos, fica mais fácil ressarcir os cofres públicos e reduzir a impunidade que alimenta a corrupção.

Cadê a Petrobras?

Na condição de sócia da Braskem, a Petrobras precisa participar dos esforços para buscar as causas das crateras que ameaçam engolir o bairro do Pinheiro. Até agora, a única manifestação pública da perolífera diz respeito à venda de suas ações na Braskem, que também será vendida para pagar dívidas da Odebrecht. Na lentidão com que atuam os órgãos envolvidos no caso do Pinheiro, é possível que antes de qualquer conclusão a Braskem já terá sido vendida a uma multinacional.

Deu no Radar

O jornalista Lauro Jardim informou em sua coluna que a venda da Braskem para a holandesa LyondelBasel está bastante avançada. De acordo com o jornalista, a operação já estaria em fase de redação dos documentos e, salvo algum imprevisto de última hora, o acordo deve ser anunciado logo depois do Carnaval. Mas até agora ninguém falou da responsabilidade da Braskem pelas crateras que estão afundando o Pinheiro, em Maceió. Consumada a venda, será bem mais difícil culpar a petroquímica pela desgraça do bairro e de seus 20 mil habitantes.

Inimigos da coluna

No momento em que os estudantes retornam às aulas, o ortopedista Raimundo de Araújo Filho adverte que a bolsa escolar com excesso de peso é o grande inimigo da coluna vertebral. “O uso excessivo de smart-phones, computadores e videogames também pode afetar a coluna no futuro”, lembra Raimundo de Araújo, presidente regional da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), que lançou esta semana uma campanha nacional para alertar os pais sobre os riscos que correm a coluna vertebral de crianças e adolescentes.

Maior jurista

Pesquisa da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) revela que o jurista Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda continua como a maior referência dos juízes do país. Alagoano de São Luiz do Quitunde, Pontes de Miranda, cuja principal obra é o Tratado de Direito Privado, com 60 volumes, foi o mais citado em todos os segmentos da magistratura.

Marcelo Teixeira

O advogado Marcelo Teixeira assumiu o comando da procuradoria-geral do Tribunal de Contas de Alagoas, na equipe do conselheiro Otávio Lessa, novo presidente da corte de contas do Estado. Na área jurídica, Marcelo Teixeira já foi quase tudo em Alagoas: procurador-geral do Estado, procurador-geral do Município de Maceió, procurador-geral da Assembleia Legislativa Estadual e presidente da OAB-AL. Além de advogado de boa cepa, experiência é o que não falta ao novo procurador-geral do TC.

Plano de saúde

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que operações plásticas reparadoras para a retirada de excesso de pele em pacientes submetidos a gastroplastia (cirurgia bariátrica) devem ser custeadas pelos planos de saúde. Com esse entendimento, o colegiado confirmou acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal que condenou uma operadora de plano de saúde a cobrir os custos de cirurgia reparadora e indenizar a paciente por danos morais decorrentes da recusa indevida de cobertura.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE JANEIRO DE 2019

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Bolsonaro na ética petista Cascais, Portugal - O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, pisou na bola. Misturou dinheiro público de campanha com o privado e é investigado pela Procuradoria-Regional Eleitoral de Minas Gerais por usar laranjas na campanha. Nem bem a ética bolsona-rista tinha se recuperado do abalo da trambicagem, eis que aparece, lá pras bandas de Pernambuco, Maria de Lourdes Paixão, de 68 anos, uma candidata laranja também do PSL que recebeu 400 mil reais a três dias das eleições para gastar com propaganda. Lá na outra ponta, descobre-se que Onyx, o ministro poderoso do governo, gastou ilegalmente 100 mil reais da Câmara na compra de passagens para acompanhar a campanha de Bolsonaro. Responde ainda à acusação de ter recebido outros 200 mil da JBS para gastar em eleições passadas. Nada aconteceu, nada mesmo. Em outro momento dessa estória, o policial Fabrício Queiroz, guardião dos interesses bolsonaris-tas, envolve-se com dinheiro dos funcionários do gabinete de Flávio, o Zero Um do presidente. Mais de 7 milhões de reais passaram pela conta corrente do fiel escudeiro de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, em uma transação atípica revelada pelo Coaf que fiscaliza movimentação bancária de correntistas. Sabese que caiu na conta de Michele, mulher de Bolsonaro, 25 mil reais, logo transformados em empréstimo para justificar a dinheirama na conta dela. Flávio também é investigado pelo MP por lavagem de dinheiro em negociatas com imóveis no Rio. E em cadeia foram acontecendo outros episódios

Mudanças?

Aí, diante de fatos como esses, que vão surgindo a conta-gotas, pergunta-se: que diabo de honestidade é essa que mantém essa turma refém dos escândalos um atrás do outro? Que resposta esses senhores devem dar aos seus eleitores que apostaram em mudanças, renovação na política e respeito ao dinheiro púbico? Por que até agora os envolvidos nas investigações policiais não foram afastados de seus cargos? Como deve estar reagindo o eleitor que foi às urnas para banir os petistas e seus asseclas e agora percebe que todos são farinha do mesmo saco?

Proteste

deploráveis que deixam os brasileiros sobressaltados. Por exemplo: familiares de dois policiais envolvidos com a milícia do Rio, uma espécie de Esquadrão da Morte, responsável por extorsão e exe-cução em série nas comunidades cariocas, trabalha-vam no gabinete de Flávio a convite de Queiroz, o policial que protegia a família Bolsonaro e administrava as finanças dos filhos e do pai. Agora, o MP apura as ameaças de Eduardo, o Zero Dois, outro filho do presidente, a uma jornalista. Ela apresentou denúncias contra o deputado ao Ministério Público que abriu inquérito para apurar os fatos. Para se defender das acusações, Carlos recorreu ao subconsciente: contratou Ricardo Molina, ex-perito da morte de PC Farias para atestar a sua indoneidade. Quem acompanhou os trabalhos de Molina na perícia da morte do chefe de campanha de Collor conhece bem o desfecho da história. Quando se sacoleja a bolsa da ética e da honestidade desse governo, outra surpresa: descobre-se que o cara que vai comandar a economia, Paulo (Posto Ipiranga) Guedes, precisa se defender das investigações que correm contra ele por crimes financeiros quando atuou com o dinheiro dos fundos de pensão. De um jeito ou de outro, essas coisas vão sendo jogadas pra baixo do tapete porque não interessa a ninguém agora – pelo menos por enquanto – uma queda de braço com um cara que saiu das urnas com 57 milhões de votos levantando a bandeira da moralidade, a mesma que o PT hasteou antes de chegar ao poder.

Não, não leitor, não sou eu que devo responder. É você, sim, que acreditou, que brigou, que foi às ruas e defendeu o seu candidato que tem agora o direito de fazer as cobranças. Mas faça isso com cautela, pacificamente. Volte às praças, por que não? Desabafe, proteste, organize-se, aja mais uma vez para reivindicar moralidade na política. Mas atenção, cuidado! No Rio, a polícia começou a agir em “nome da lei”, depois que o atual governador instituiu o passe livre para matar. Nessa desenfreada violência, morrem bandidos, mas muitos inocentes vão no mesmo pacote. Não importa, o governador quer varrer a criminalidade pelo meio mais simples, na bala, no confronto. É assim que agem os governantes acéfalos, alienados, quando questionados sobre os seus projetos – que não existem – de combate à violência.

Doença

Esse é o quadro doente do país que tende a se agravar, onde as armas dão lugar ao diálogo; os inocentes são fuzilados para justificar a atuação de uma polícia incentivada a matar pelo próprio poder público.

No Planalto

Enquanto isso, em Brasília, governo e políticos se preparam para garfar os seus direitos em um projeto de aposentadoria feito nas coxas, que só visa a sacrificar você que continua sem voz para impedir essa selvageria contra os seus direitos de lutar por uma vida menos infeliz. É o Brasil do ame-o ou deixo-o. Lembra?

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Zero Três

Para defender o pai, Carlos, o Zero Três dos Bolsonaro, criticou o ministro Gustavo Bebiano, chefe da Casa Civil, o mais próximo de Bolsonaro, dizendo que ele mente quando diz que visitou o pai dele para tratar dos assuntos dos laranjas. Apenas para lembrar, Bebiano era o presidente do PSL na campanha do capitão, e seria dele a responsabilidade pela liberação do dinheiro para os candidatos.

Resiste

Bolsonaro parece continuar jogando para a plateia. Nunca tomou posição em relação aos escândalos, mas continua com a mesma lorota dos petistas quando estava no poder de que se forem investigados e comprovadas as denúncias, os ministros vão ser demitidos. Conversa fiada. O ministro do Turismo continua no cargo e privilegiado, depois que se constatou que ele meteu a mão no dinheiro do fundo partidário.

Imitação

Não há diferença, pelo menos por enquanto, das práticas do PT com o partido do Bolsonaro. Os dois usaram de caixa dois na campanha, meteram a mão no fundo partidário e criaram laranjas para dissimular os gastos com o dinheiro. Os laranjas, usados pelos partidos, agora vão ter que se explicar à justiça eleitoral. Os bolsonaristas não aprenderam a lição com o PT que jogou na fogueira vários de seus militantes com cargos dentro do partido e que hoje amargam uma boa cadeia, a exemplo dos tesoureiros do partido.


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No rastro

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Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, tem sido o órgão que possibilita investigações dos crimes de lavagem de dinheiro no Brasil e particularmente no estado de Alagoas. E, como dinheiro tem que ter sua origem, sempre os que se consideram mais espertos deixam rastros. De posse de informações privilegiadas, cujos relatórios chegam diariamente ao conhecimento das autoridades, o Coaf vem oxigenando a Polícia Federal a investigar operações suspeitas, principalmente aquelas que dizem respeito a desvio de dinheiro que virou uma febre em Alagoas. O órgão aperta o cerco

e muita gente está tendo que se explicar sobre a origem de dinheiro que a princípio não foi contabilizado nem informado à Receita Federal. Em Alagoas se espera que novas operações sejam desencadeadas pela Polícia Federal e o Ministério Público, instituições preparadas para o combate à corrupção que deverá ter novos instrumentos a partir do projeto entregue à Câmara dos Deputados pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. Embora os ladrões sempre encontrem fórmulas de desviar recursos, roubar dinheiro público está se tornando cada vez mais difícil.

No fim

Graduação

A lua de mel do governador Renan Filho com a Assembleia Legislativa pode durar muito pouco. Pelo menos é o que preveem deputados que participaram da derrota de sua excelência na eleição da nova Mesa Diretora. Compromissos futuros para emplacar um candidato do governo na presidência da Casa de Tavares Bastos, nem pensar, alegam aliados de Marcelo Victor.

Dívida impagável

Enquanto o governo prega que tem cumprido com todos os compromissos e que Alagoas é um exemplo sobre sua regularidade financeira, clientes e usuários do sistema de saúde do Ipaseal não dizem o mesmo. O governo deve milhões a clínicas e hospitais, além de empresas terceirizadas que comem o pão que o diabo amassou.

Carimbado

A Secretaria da Fazenda diz que o desempenho fiscal e a política econômica de Alagoas são destaque entre os demais entes federativos. Mas o próprio secretário George Santoro parece não dar um bom exemplo. É investigado no Rio de Janeiro, por onde passou e foi até proibido pelo Banco Central de participar como conselheiro do Desenvolve Agência de Fomento.

Condenado

O conselheiro Cícero Amélio, do TC, está recorrendo da decisão do Superior Tribunal de Justiça que determinou seu afastamento definitivo da Corte de Contas. Ao contrário do que vem sendo noticiado, Amélio teve 5 votos a favor e 5 contra. O empate, de acordo com o advogado Nabor Bulhões, beneficia o réu. Nos bastidores comentam que existem mais coisas além dos aviões de carreira para condenar Amélio.

O jornalista Bernardino Souto Maior está comemorando a aprovação de sua neta, Ana Luiza, no vestibular de relações internacionais na Universidade de Coimbra, Portugal. Filha da médica Maria Márcia Morais Souto Maior, Ana Luíza passou em três universidades no Brasil e ainda teve 960 pontos em redação no Enem.

Loucura no trânsito Mergulhar

Aliados do senador Renan Calheiros acham que a melhor maneira de ele sair do foco da mídia nacional depois da derrota sofrida no Senado Federal era mergulhar. Sair do foco. Parecendo nervoso e destemperado como nunca se viu, Renan passou ao ataque contra a jornalista Dora Kramer, da Veja, cuja repercussão foi extremamente negativa.

Risco iminente

Sem cargos na Mesa Diretora e com uma oposição velada no próprio partido, o MDB, Renan Calheiros sabe que sua situação política no Senado é bastante delicada. Se algum processo aparecer por lá, certamente o ambiente não lhe será favorável.

Risco zero

A possibilidade de o senador Renan Calheiros criar um problema para o Governo Bolsonaro a partir de agora é risco praticamente zero. Sem cargo na Mesa Diretora, com rejeição de boa parte do MDB e sem poder de fogo, o que Renan pode fazer é cócegas no governo.

Quem trafegar pelo novo viaduto de Jacarecica construído pelo Estado, é bom ter muita paciência. Em vez de melhorar o trânsito na região, piorou. Os engarrafamentos são constantes no início da ponte de quem vem da região norte e aí complica tudo. No Carnaval, se o governo não tomar providência vai ser um Deus nos acuda.

Sem previsão

A duplicação da rodovia a partir do viaduto da AL-101 Norte é coisa sem previsão e parece mesmo ter sido uma promessa de campanha. Ninguém fala mais nada e esse projeto não é nada fácil de ser concretizado. Para a duplicação chegar a Paripueira, só para as próximas gerações.

Incompetência

Uma obra construída como tema de campanha pelo governo de Alagoas, o viaduto de Jacarecica está trazendo sérios transtornos para o trânsito naquela região. Os engarrafamentos são constantes e a engenharia de tráfego parece que fez estágio na Índia. São quebra-molas na cabeça da ponte, ponto de ônibus que aumenta o congestionamento, o afunilamento da pista na saída para a AL-101 Norte e um sinal que complica ainda mais a situação. E o Departamento de Estradas de Rodagem, o conhecido DER, ainda tenta justificar a aberração.

GABRIEL MOUSINHO n gabrielmousinho@bol.com.br

Reforço

Quem pensava que o senador Biu de Lira estava morto politicamente, logo depois de perder a eleição para o Senado, enganouse. Ele e o deputado Arthur Lira acabaram de trazer de volta a família Pereira e com isso robustecer a oposição ao governo de Renan Calheiros. A prefeita Pauline Pereira, de Campo Alegre, e a primeira-dama do município de Teotônio Vilela, Izabelle Pereira, assinaram a ficha do Partido Progressista na semana passada.

Avaliando

Por falar em Biu de Lira, o ex-senador continua o mesmo trabalho de apoio aos municípios utilizando o seu prestígio em Brasília. Uma candidatura futura a deputado federal também está nos planos do Biu.

Para o brejo

Os últimos tropeços políticos dados pelo governador Renan Filho parece que refletiram na sua reforma administrativa. Nos bastidores do Palácio é proibido tocar no assunto, embora o governador possa fazer algumas pequenas substituições, mas pontuais. O ano não começou bem para o clã dos Calheiros, com a derrota para a presidência do Senado de Renan Calheiros e o massacre sofrido por Renan Filho na eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

Mesma técnica

A exemplo do ex-deputado Cícero Almeida, o governador Renan Filho vai no mesmo caminho, ou seja, não forma um grupo político coeso, de confiança. Seu estilo parece com o do ex-prefeito e não prepara um substituto para o seu governo. Em contrapartida acelera sua candidatura ao Senado, achando que, sozinho, pode se eleger facilmente.


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VENDA DA CASAL

Troca-troca põe em xeque futuro da companhia Indicações de Quintella preocupam funcionários; fantasma da privatização assombra ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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expectativa em torno da posse de Maurício Quintella no secretariado de Renan Filho movimentou os corredores da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). Antes mesmo de entrar no governo, ele indicou os três novos vice-presidentes da estatal, que substituem escolhas das famílias Beltrão e Loiola. As preocupações existem por causa do futuro da empresa, fundada em 1962 e que hoje atende 77 cidades. Afinal, qual o destino que o governador dará para a Casal? Ela será privatizada? As discussões em torno de um novo modelo de gestão darão qual expectativa aos funcionários da companhia? Haverá água na torneira e esgoto tratado em todos os lugares de Alagoas? Como ficam os passivos trabalhistas? Quem vai pagar a conta? No final de janeiro, 3 funcionários da Secretaria de Infraestrutura foram transferidos para suas novas missões na Casal. Um deles é Humberto Carvalho Júnior, que era subsecretário e agora é vice -presidente de Gestão de Serviços de Engenharia. O outro é Geraldo Faustino de Barros Leão, sócio da Acesso Construções Ltda e agora vice-presidente de Gestão Operacional. Até 2016, esta construtora tinha contratos com a CodevasF. O vice-presidente de Gestão

Corporativa é Victor Vigolvino Figueredo. Clécio Falcão, atual presidente da companhia, segue no cargo até segunda ordem. É indicado por Mosart Amaral, secretário de Transportes. Quase ao mesmo tempo em que estes personagens eram discretamente empossados, há 10 dias, o presidente do Tribunal de Contas, Otávio Lessa, recebeu, em seu gabinete, representantes dos engenheiros, do Sindicato dos Urbanitários e mais gente da Casal, direta ou indiretamente ligada a ela. Foram 11 pessoas. Todos querendo enten-

“O modelo de negócio para a Casal não pode ser o de entregar o filé para o setor privado e o osso para o governo. A gestão tem de ser por parceria com os empresários e quem assumir o filé também terá de ficar com o osso, ou seja, tem de administrar os lugares que também são considerados prejuízos” OTÁVIO LESSA presidente do Tribunal de Contas

Três novos vice-presidentes assumiram por indicação de Maurício Quintella der o modelo de governança que o Palácio República dos Palmares quer implantar na estatal. O TC entrou nesta jogada porque o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) instalou-se dentro da Casal. No ano de 2017 publicou o Relatório para Decisão do Modelo de Negócios, assinado pelo Consórcio EY, EMA Engenharia, Felsberg e Muzzi Associados e entregou os resultados para o tribunal. O objetivo era responder se a única companhia de saneamento e abastecimento de água e esgoto teria condições de sobreviver sem precisar da presença quase exclusiva do governo entre os seus acionistas. A resposta é não. “A Casal carrega um problema, que é a burocracia pública. Ela tem uma parte salarial diferenciada da administração. Além disso são muitos problemas de

gestão, como se viu no passado: indicados de políticos que assumiam funções sem conhecimento técnico”, explicou Lessa ao EXTRA. “Fato é que a Casal tem um corpo técnico altamente qualificado, mas são necessários investimentos pesados. Acho que o melhor modelo é o da Algás”, analisa. A Algás é a distribuidora de gás natural do Estado. O governo tem 51% das ações. Para as decisões valerem, os sócios têm de entrar em acordo. “O modelo de negócio para a Casal não pode ser o de entregar o filé para o setor privado e o osso para o governo. A gestão tem de ser por parceria com os empresários e quem assumir o filé também terá de ficar com o osso, ou seja, tem de administrar os lugares que também são considerados prejuízos”, detalha o presidente do tribunal.


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Os detalhes do modelo de negócio O

Relatório para Decisão do Modelo de Negócios, 21 de novembro de 2017- que o EXTRA mostra em primeira mão - faz uma análise sobre as condições da Casal. O Sindicato dos Urbanitários critica este relatório (mais detalhes na página ao lado). O documento chega à conclusão de que o melhor modelo de negócio para a companhia é o que estabelece parcerias regionais. E em Alagoas, o melhor modelo é a divisão do estado em 3 blocos. Pela proposta, o A atenderia Maceió e Região Metropolitana e o B, o Sertão. Nestes dois, o sistema é dividido: a Casal trata a água bruta e fornece-a tratada. O consórcio privado opera, mantém, distribui a água, se relaciona com o usuário e trata o esgoto. O bloco C vai atender as bacias independentes mais o Agreste - incluindo Arapiraca. Coleta, tratamento de esgoto; produção e distribuição de água ficam a cargo exclusivamente do setor privado, sem participação da Casal. “Por se tratar de um modelo menor, ao separar o estado em 3 blocos, este modelo deve deixar de ser interessante para alguns grandes operadores internacionais. Em contrapartida permite a entrada de operadores locais de menor porte, bem como parceiros privados já atuando no mercado de Alagoas”, diz o relatório elaborado a pedido do BNDES. E a privatização? Bem, o banco também analisa os impactos deste cenário. E, entre as soluções apontadas para que a estatal seja mais eficiente, a venda dela esbarra em questões políticas e jurídicas (necessidade de mexer na legislação federal, por exemplo), além de “reações da opinião pública” que “podem trazer complexidades que acarretem na redução da celeridade para implementar este modelo”. Entre as reações da opinião pública está o próprio conceito da venda: a piora na qualidade do serviço, encarecimento das taxas, um recurso mineral ligado à sobrevivência que será manipulado por outros interesses que não os do Estado, etc. Além disso, a privatização seria um negócio inviável. O passivo trabalhista, por exemplo, beira R$ 1 bilhão; outros R$ 143 milhões se referem à parcela patronal de contribuição para o fundo

Passivo trabalhista da Casal está na casa de R$ 1 bilhão; empresa tem dívidas até com a Sabesp, de Sâo Paulo de pensão dos funcionários da Companhia (dados mais atuais de dezembro de 2016); entre R$ 30 milhões a R$ 40 milhões em dívidas com a Sabesp - a empresa de saneamento básico de São Paulo - por transferência de tecnologia da companhia paulista para a alagoana em 2013; mais saldo a pagar com empreiteiras na década de 90; a Casal não possui controle contábil nem financeiro dos saldos de contas a receber (eram R$ 74,7 milhões em dezembro de 2016) e ativo imobilizado (saldo de R$ 246,2 milhões); além da falta de dinheiro para a aposentaria de 400 funcionários (30% dos ativos) que acumulam mais de 29 anos de trabalho na estatal. “Em função da situação financeira da Com-

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O que também afasta a possibilidade de privatização são os resultados econômico-financeiros da estatal: eles não atraem compradores, como mostram os números acima; as reclamações dos usuários por causa dos problemas na distribuição e abastecimento impactam na imagem da companhia.

panhia, estes funcionários não foram aposentados, tampouco há constituição de provisão para este potencial custo”. O que também afasta a possibilidade de privatização são os resultados econômico-financeiros da estatal: eles não atraem compradores, como mostram os números acima; as reclamações dos usuários por causa dos problemas na distribuição e abastecimento impactam na imagem da companhia. O modelo de menor impacto seria a licitação dos blocos A, B e C de maneira independente. Porém, com ressalvas. O banco sugere que a licitação para o bloco C venha primeiro que o B e o A. Os investimentos mais altos devem ser realizados no bloco A: R$ 1,3 bilhão em água e R$ 1,1 bilhão em esgoto; para o bloco B, R$ 637.440 em água e R$ 930.671 em esgoto; bloco C, R$ 591.759 em água e R$ 580.043 em esgoto. Total nos 3 blocos: R$ 2,54 bilhões em água; R$ 2,6 bilhões em esgoto. De todos os cenários analisados, o modelo de parcerias - negócio considerado mais atraente pelo banco - é o que “apresenta possibilidade de reequilíbrio via ajustes no percentual a ser repassado para a Casal pelo fornecimento de água no atacado nos Blocos A e B”. Das 102 cidades alagoanas, 48 não

possuem plano municipal de saneamento básico. Para quê serve este plano? Primeiro, é um documento que ajuda a viabilizar recursos para investimento e a redução das incertezas e riscos na condução da política municipal da água e do esgoto. A instalação de um hotel, por exemplo, em uma cidade sem um plano municipal de saneamento básico fica comprometida porque não existe a garantia, aos clientes, de que haverá água na torneira e esgoto tratado aos hóspedes. Situação semelhante aos cidadãos e até comerciantes desta cidade. Trinta e cinco cidades alagoanas têm este plano elaborado; outras 13 estão com este plano em construção. Porém, o diagnóstico mais grave: somente 6 cidades têm o plano publicado, ou seja, há uma lei aprovada neste sentido: Belo Monte, Branquinha, Capela, Delmiro Gouveia, Ibateguara e Igreja Nova. Em Arapiraca, por exemplo, o plano foi elaborado em 2010, mas ainda não está publicado. A maior parte destes planos foi elaborada pela Casal ou a Fundação Nacional de Saúde. E 80% destes planos- tanto os poucos que estão em vigor quanto os em elaboração - estão defasados. Ou seja: não foram atualizados, precisam ter metas e ações revisadas.


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE FEVEREIRO DE 2019

Esgoto in natura despejado de qualquer jeito A

cobertura do esgotamento sanitário em Alagoas chega a 20,8%; em abastecimento de água são 76,4%. “A maioria dos municípios de Alagoas não possui sistema público de esgotamento sanitário e grande parte dos sistemas existentes está localizada em pequenos conjuntos habitacionais. As alternativas existentes são os sistemas individuais compostos por fossas negras, que consistem na escavação sem revestimento interno onde os dejetos caem no terreno, parte infiltrandose e parte sendo decomposta na superfície de fundo ou lançamento em valas a céu aberto e na rede de drenagem de águas pluviais”, detalha o relatório do banco. Entrevistado pela Rádio Novo Nordeste em 31 de janeiro, o presidente da Casal declarou que 43% da água distribuída pela companhia é desperdiçada. Segundo ele, esta porcentagem está dentro da média do Nordeste. Em 2019, segundo ele, a meta é cair para 36%. “A maior parte é perda comercial. A gente deixa de faturar por conta das ligações clandestinas, vazamentos não visíveis. O prejuízo é repassado para a tarifa, chegando no bolso do consumidor”, disse. O relatório do BNDES é mais enfático com a gestão da Casal. Diz que existe “pouca ênfase em ações voltadas para o combate às perdas”, superiores “a 50% no Estado como um todo”. Afirma mais: “É válido ressaltar, entretanto, que, em geral, empresas maduras, e eficientes apresentam, em média, perdas na ordem de 20%. Assim, para garantir um padrão de eficiência, devem ser consideradas perdas de cerca de 25%”. As maiores perdas de água estão em Jacaré dos Homens (83%), Belo Monte (79%), Murici (76%). Maceió tem perda de 59%; Arapiraca, 54%. Balneários como a Barra de São Miguel, onde os senadores Fernando Collor e Renan Calheiros têm casa, não têm atendimento de esgoto. Mara-

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Deputado se elegeu “batendo” na Casal

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gogi, o Caribe brasileiro, tem somente 34,9% neste atendimento. De todas as cidades, neste item, a que está em melhor condição é São Miguel dos Campos: 98% atendida por rede de esgoto; União dos Palmares tem 70,8%. Maceió? 33,4%; Arapiraca? 25,5%. Pelo contrato de Concessão Administrativa que hoje está em operação, estão previstos investimentos, pelo setor privado, de R$ 5,8 bilhões para fornecimento de água e coleta e tratamento de esgoto no estado. CRÍTICAS AO MODELO Maior interessado no destino da Casal, o Sindicato dos Urbanitários, que defende os trabalhadores, vê as discussões com preocupação. Primeiro porque o Estado deixaria de ser o protagonista das políticas de saneamento, entregando as escolhas ao capital privado, cujo único objetivo é o lucro. Segundo porque a companhia ficará apenas com a operação de captação de água bruta nos mananciais e o tratamento. “O BNDES investiria recursos públicos no setor, em troca da aprovação do projeto pelos municípios alagoanos”, escreve o sindicato, em nota encaminhada ao EXTRA, em que analisa a proposta de separar por blocos a gestão da água e do esgoto. “Em Maceió, que é o filé do projeto pois é o setor mais lucrativo, a pergunta é se o prefeito Rui Palmeira irá concordar, pois a concessão pertence aos municípios e cada uma das 102 câmaras municipais alagoanas terão que concordar com ele. No caso de Maceió a prefeitura já entrou com ação na Justiça questionando o atual contrato de concessão que o município possui com a Casal. Será que Rui Palmeira estará disposto a aceitar esse projeto do BNDES, passando seu poder de concessão para, além da CASAL, uma subconcessionária da Companhia?”, questiona o sindicato. “No segundo caso [2º bloco], que

Crítico contumaz da Casal, Davi Maia é a favor da privatização

abrange parte do Agreste, parte da região Serrana, Bacia Leiteira e Sertão, que terá outra empresa privada subconcessionária, o papel da CASAL será apenas de vender água ‘no atacado’ para as essas empresas subconcessionárias. A água será vendida a valores ínfimos, que não dariam para a CASAL pagar nem a conta de energia que atualmente se paga à Eletrobras. Atualmente se paga o consumo do mês mais uma dívida assumida em 2016, de mais de R$ 200 milhões”, descreve o sindicato. “No terceiro caso, que abrange a Região Leste, ou região da Zona da Mata e alguns municípios do Agreste e do Litoral, a CASAL seria totalmente expulsa. Teria que entregar tudo o que possui lá, todo o serviço e toda a sua estrutura formada e construída com recursos públicos ao longo de décadas para a iniciativa privada. Nessa região, a CASAL não ficaria nem como produtora de água para vender no atacado”, afirma.

x-superintendente de Limpeza Urbana de Maceió, Davi Maia se elegeu com fortes críticas à Casal. É o maior defensor da privatização da estatal. Esta semana, em coletiva no seu gabinete na Assembleia Legislativa, voltou a criticar a companhia: “A Casal é um paquiderme. Para quem não sabe o que é paquiderme, é um elefante branco. Um peso nas costas do contribuinte. A Casal não tem função social. Cobra a terceira conta de água mais cara do Brasil e não funciona. Não temos tratamento de esgoto em Maceió, não temos água no Sertão – que está há três meses sem água nas torneiras. A Casal pesa no alagoano e não dá nada em troca. Tem jeton para conselheiros, altos salários, é uma instituição que serve a um grupo específico e que não está servindo para a população”. Apesar de privatista, Maia tem carreira no serviço público. O pai dele, Marcelo Lima, e a mãe, Andréa Maia, são prefeito e vice de Quebrangulo. Semana passada, Marcelo foi afastado do cargo, a pedido do Ministério Público e referendado pela Justiça, mas o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Tutmés Airan, devolveu o cargo ao gestor. É acusado de contratações ilegais na educação do município. Marcelo Lima deseja criar, em Quebrangulo, um sistema próprio de abastecimento, sem a Casal. Porém, o filho Davi, mesmo sendo crítico da companhia, acompanhou, em janeiro, a assinatura de contratos de financiamento entre o Banco do Nordeste e as empresas Sanama e Sanema para executar obras de esgotamento sanitário nos bairros do Farol e Pinheiro, em parceria com a tão criticada (por ele) Casal. A companhia ainda guarda segredos inconfessáveis.


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DRAMA DO PINHEIRO

BRUNO FERNANDES

O passo a passo da evacuação no bairro Quatro mil pessoas das áreas de risco participam de treinamento neste sábado BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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xatamente um ano após a chuva que desencadeou a série de grandes rachaduras em artérias e imóveis no bairro do Pinheiro, em Maceió, no dia 15 de fevereiro de 2018, agravadas pelo tremor de terra registrado a 3 de março, acontece o primeiro simulado de evacuação dos moradores das áreas de risco. A simulação está marcada para este sábado, 16. O plano foi elaborado após recomendação do Serviço Geológico do Brasil, que levou em consideração a possibilidade de outro tremor de terra semelhante ao que ocorreu em março do ano passado e cuja magnitude foi de 2,5 graus na Escala Richter. O relatório que era mantido em segredo pelos órgãos públicos e apresentado à população após vazamento mobilizou as três esferas de poder. A ação que pretende deixar os moradores da região informados e preparados sobre o que fazer e para onde ir em caso de emergência terá início às 15h. O simulado vai durar 45 minutos e, nos últimos 15 minutos, será feita a avaliação do trabalho e a orientação dos participantes para corrigir os erros. O encerramento da simulação será às 16h. A evacuação não é obrigatória, mas é indicada aos moradores que estão localizados nas áreas de risco do mapa divulgado pela Companhia de Pesquisa de Recursos

Moisés Pereira: “Simulado deve durar 45 minutos” Minerais (CPRM) dividido entre amarelo, laranja e vermelho. “O bairro tem aproximadamente 20 mil pessoas, mas o plano é recomendado para os 4 mil moradores nos locais marcados como de risco”, explica o tenente-coronel Moisés Pereira, coordenador da Defesa Civil Estadual. Em contato com o CPRM, foi informado, através da assessoria de imprensa, que até o final de março um novo mapa atualizado das feições de instabilidade do solo deve ser divulgado para os órgãos e para a população. A atualização depende das vistorias que estão sendo realizadas pela Defesa Civil Municipal e que devem ser concluídas até o início do período chuvoso.

NOVO MAPA

Em contato com o CPRM, foi informado, através da assessoria de imprensa, que até o final de março um novo mapa atualizado das feições de instabilidade do solo deve ser divulgado para os órgãos e para a população

Acampamento de venezuelanos pode servir de modelo Entre os dias 20 e 22 de março, o tenente-coronel Moisés estará em Boa Vista, capital de Roraima, para acompanhar a situação dos refugiados venezuelanos e como os órgãos estão agindo em relação aos alojamentos disponibilizados para os imigrantes. “Viajarei junto ao comandante do Exército em Alagoas para buscar um modelo de alojamento e de ação que possamos utilizar em Maceió, caso seja necessário. O que estão fazendo

lá está servindo de referência para o mundo, e podemos utilizar com os moradores do Pinheiro”, disse o tenentecoronel ao EXTRA. Na simulação deste sábado, participarão a Defesa Civil Municipal, Estadual e Nacional, Exército, Marinha, Aeronáutica, Cruz Vermelha com a disponibilização de voluntários que estarão nos pontos de encontro, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, dentre outros órgãos, além de instituições civis. O tenente-coronel ressalta que até o momento não é necessário a ajuda de voluntários. “Às vezes as pessoas não possuem treinamento específico e em vez de ajudar acabam atrapalhando em certos casos”, diz o coordenador.


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Como será a retirada 1ª - Às 14 horas os integrantes dos órgãos responsáveis se concentraram no centro de comando, localizado no 59º Batalhão de Infantaria Motorizada (59º BImtz), no farol, e de lá saem em quatro comboios. 2ª - Alguns minutos antes das 15 horas, 100 soldados do Exército e integrantes dos outros órgãos participantes estarão na Praça Senador Arnon de Mello, no Pinheiro, de onde será dado início a simulação. 3ª - Às 15 horas em ponto, as viaturas da PM, CB, Samu entre outros órgãos, irão acionar as sirenes para alertar aos moradores sobre o início da ação. O bairro, segundo a Defesa Civil, ainda não conta com sirenes como as utilizadas no Pontal da Barra para evacuação em caso de vazamento de cloro na Braskem. 4ª - Os soldados saem em quatro comboios. Dois seguem pela parte Sul do Pinheiro e dois pela parte

Norte, fazendo uma varredura para simular a retirada de moradores de suas casas e orientá-los a seguir para os pontos seguros. 5ª - Às 15h45, todos os evacuados devem estar nos pontos de encontro: Cepa, próximo ao ginásio e à piscina; Rua Clarêncio Jucá, vizinho à Hyundai; estacionamento da Casa Vieira e Terminal do Sanatório. A sede do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a Praça Lucena Maranhão, no Bebedouro foram descartados por estarem localizados em locais de risco devido a encostas. Lá, as pessoas serão recepcionadas por funcionários da prefeitura, que está responsável pelo cadastro e deslocamento, se for o caso, para abrigos pré-determinados pelo Município. 6ª - Após a conclusão do plano, será feita a avaliação do trabalho e a orientação dos participantes para corrigir os erros.

Nova simulação em 2020

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e acordo com o tenentecoronel Moisés Pereira, coordenador da Defesa Civil Estadual, caso o problema que está afetando o bairro não seja solucionado em até

MORADORES

O coordenador alerta que a população tem papel fundamental para que tudo ocorra como o planejado e que é importante que os moradores saiam espontaneamente, de forma voluntária e sozinhos.

Mapa detalha as zonas de risco do Pinheiro

um ano, será necessária a realização de uma nova simulação no bairro. O coordenador alerta que a população tem papel fundamental para que tudo ocorra como o planejado e que é importante que os moradores saiam espontaneamente, de forma voluntária e sozinhos. “Ninguém vai obrigar ninguém a participar da simulação. Não temos autorização para isso e nem é a intenção”, explicou. A autoridade para retirar a população dos locais de moradia de forma obrigatória só é concedida em casos extremos. Vale lembrar que entre às 15h e 16h, todos os acessos ao Pinheiro estarão bloqueados. Só será permitido o tráfego de veículos que estiverem deixando o bairro. Esses acessos são principalmente as vias transversais à Avenida Fernandes Lima.


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BAIRRO CONDENADO

BRUNO FERNANDES

“Urbanizaram a região sem aterramento”, diz engenheiro Rachaduras e tremores já faziam parte da rotina dos moradores JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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aparelho celular do engenheiro civil Marcos Carnaúba não para. E na maioria das vezes, os pedidos de conselho ou de ajuda se resumem ao mesmo caso: o bairro do Pinheiro. Profissional renomado, Carnaúba conhece bem o histórico da localidade, cujo solo instável faz com que ruas, casas e apartamentos “afundem” gerando pânico e prejuízos à população. E tremores e rachaduras não são novidades para aqueles que ali vivem. Tais fatos ficaram mais evidentes e tomaram proporções cavalares após as chuvas e os tremores de fevereiro e março de 2018, respectivamente. Mas para falar do Pinheiro, o engenheiro faz uma viagem no tempo direto à época em que era diretor técnico da antiga Companhia de Habitação Popular de Alagoas (Cohab-Alagoas), papel que desempenhou de 1972 a 1974. Relembra que a região do Pinheiro tinha lagoas, que hoje dão espaço a asfalto e concreto. Um dos primeiros erros da urbanização do local seria a falta de aterramento, ou seja, construíram edificações em um solo aquoso. O Conjunto Jardim das Acácias, por exemplo, segundo o engenheiro, foi construído no início da década de 70, já o Conjunto Divaldo Suruagy nos anos 80. “O autor [da construção] teve ciência dos problemas de esgotamento sanitário e de drenagem ocorridos no Jardim das Acácias desde o início de sua utilização.

Para Marcos Carnaúba, uso abusivo de aquífero pode ter prejudicado o solo

Oitiva de colegas que construíram edificações na região indicam que a profundidade do solo permeável/ arenoso é da ordem de 40 metros”, explicou ao EXTRA. Tanto o Jardim das Acácias quanto o Divaldo Suruagy fazem parte da área de risco mapeada pela Defesa Civil. Nos últimos 20 anos, o bairro do Pinheiro teria se tornado uma fonte de dinheiro fácil para engenheiros. Essa afirmação de Carnaúba se deve aos reparos realizados em casas e edificações cujas estruturas já davam sinais de rupturas. “Um engenheiro sagaz, ao ver rachaduras, iria analisar todo o conjunto, a vizinhança”, enfatizou. Mas, não era o que acontecia. Alheios aos verdadeiros problemas, moradores pagavam e repagavam para terem as casas remendadas. Voltando ao presente, ao analisar as hipóteses sobre danos em ruas e edificações, o engenheiro reforça as hipóteses já levantadas pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM). A mais polêmica é a que envolve a mineração do sal-gema pela Braskem. De acordo com Carnaúba, os motivos do solo estar afundando seriam mais superficiais do que a escavação da mina de sal a mais de mil metros de profundidade. Outra hipótese considerada é a diminuição do nível do aquífero Barreiras, que estaria causando o afundamento em áreas do bairro. “Teve uma pesquisa paga pelo governo federal em 2011 que mostra que houve uma superexploração de água. Foi pela Casal, água mi-

neral, indústria. O nível do aquífero teria descido 50 metros. E isso foi em 2011 e estamos há quase seis anos de seca. Como não houve mais pesquisas, não sabemos como está o nível da água”, explicou. Também há suspeita de falhas tectônicas e movimentação de terra em função do acúmulo de água na superfície da região do Pinheiro. “Pode ser o conjunto desses fatores; nada está descartado”. E os tremores ainda continuam acontecendo no bairro, mas em menor escala. “Recentemente, uma jovem moradora do Pinheiro estava preocupada porque sentiu a casa tremendo. E isso foi confirmado por uma geóloga que foi até o local. Me disse que a sensação era de um ‘carro pesado passando pela rua’. Eu estou recomendando baixarem um aplicativo de celular que chama medidor de vibração. Ao detectar, é só fazer a cópia da tela e enviar para os órgãos que estão estudando o fenômeno”, aconselhou Carnaúba. O app pode ser encontrado no Google Play. O “Medidor de Vibração” é um aplicativo chamado

sismógrafo, que mede a força de vibração, tremores, terremotos, vibrações do corpo humano ou quaisquer outros objetos ao seu redor. A tecnologia permite a detecção e registro de ondas sísmicas geradas por terremotos, erupções vulcânicas, avalanches e outras fontes de vibrações e choques. Questionado se compraria uma casa no Pinheiro, Carnaúba é sucinto: “Não”. Para ele, no futuro o bairro pode se tornar uma área arborizada e inabitada. “Se deixarem com construções sem a devida segurança, vão roubar tudo, até o último tijolo”. Ex-professor de engenharia civil da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Marcos Carnaúba também foi presidente do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL). Ainda consta em seu currículo uma passagem como secretário de Estado de Recursos Hídricos (Semarh) e presidente da Companhia de Abastecimento e Saneamento do Estado de Alagoas (Casal).


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TRAGÉDIAS

Psicanalista orienta sobre como enfrentar a dor da perda Para Alexandre Pedro, manter a calma é a melhor alternativa e buscar auxílio é a primeira medida MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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m tempos de tragédias sucessivas, as pessoas andam estressadas e até com medo de serem a próxima vítima. Para nós brasileiros, 2019 chegou atípico. Rompimento de barragem com mortes em Brumadinho (MG), temporal no Rio de Janeiro e em seguida morte de jogadores do Flamengo, princípio incêndio no Bangu e a morte em acidente aéreo do jornalista Ricardo Boechat foram alguns episódios de maior comoção. Em Maceió, o bairro do Pinheiro está afundando e centenas de famílias tiveram que abandonar suas residências. Para entender como lidar emocionalmente com tantas tragédias, já que a vida não avisa e a morte muito menos, Alexandre Elias Pedro, psicanalista da Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo; Master Practitioner de PNL filiado ao NLP Academy; Hipnoterapeuta filiado ao International Board of Hipnosys e ao National Guild of Hipnotists, abraça a causa e orienta sobre como lidar com esses medos, traumas e efeitos que isso gera no emocional. Para o especialista, temos dois cenários: o primeiro relacionado àqueles que estão vivenciando diretamente a tragédia.

“Esses, sem dúvida, são os maiores impactados. Perderam suas casas, seus bens e na pior das hipóteses, entes queridos. O nome tragédia já fala por si só, porém, essa é a hora de manter a calma para que as coisas não piorem. Buscar auxílio e estar definitivamente seguro é a primeira medida”, ensinou. Além do que, disse, as perdas materiais sem dúvida são grandes problemas, porém não se equiparam à perda de entes. “Lidar com o luto e com a reconstrução da sua vida será o grande próximo desafio. A PNL (que estuda a estrutura da experiência subjetiva) tem diversas ferramentas que auxiliam nesse processo. Olhar para o problema se sentindo ‘não fazer parte’ pode te ajudar a raciocinar e elaborar um plano de ação que irá te ajudar nesse processo. Outras técnicas podem auxiliar no processo do luto. Apesar da dor e, essa vai continuar existindo, um processo de despedida desse ente querido, ainda falando da PNL, pode reduzir a devastação causada por essa perda. Outro cenário é para aquelas pessoas que estão fora da tragédia. A essas cabe a compaixão de auxiliar as vítimas ajudando-os com suas necessidades”. O especialista explica o fato de algumas pessoas debocharem das tragédias, principalmente nas redes sociais. Para ele, essa cultura do ódio e da fama momentânea nas redes sociais vem se alastrando de maneira tão devastadora quanto a própria tragédia. Muitas vezes, como no caso do incêndio no CT do Flamengo, o ódio de algumas pes-

Psicanalista Alexandre Pedro ensina como lidar com o medo, o trauma e seus efeitos soas de times rivais, levou pra dentro daquele incêndio qualquer resquício de humanidade e compaixão. “As pessoas se esquecem que antes de serem jogadores do time rival, eram jovens na flor da idade que tinham muito que viver. Já na questão de Brumadinho, esse ódio está muito mais relacionado a posicionamentos políticos. Seja lá qual for sua orientação política, a cor da camisa do seu time, nessa hora somos seres humanos e, se a única coisa que tiver para ser dita for um deboche ou uma frase de ódio, prefira o silêncio”, diz. A incerteza e o medo tomam conta das pessoas e diante de uma tragédia anunciada, como no caso do bairro do Pinheiro, a dificuldade de se manter sereno é constante. Porém o especialista argumenta que é preciso refletir. “As pessoas já estão com as suas vidas completamente destruídas, o desespero só contribuirá mais para o caos. Felizmente temos pessoas que se compadecem com a dor das pessoas e esse processo de reestabelecer o equilíbrio emocional e até mesmo o tratamento de traumas, certamente pode e deve ser acompanhado por um profissional, porém, após as coisas estarem sob controle, do contrário, teremos uma sucessão de gatilhos emocionais que certamente serão ainda mais difíceis de serem controlados. No momento da tragédia, sem dúvida, manter a calma é a melhor alternativa e refletir sobre como a calma é mais útil do que o desespero certamente irá contribuir”, acrescenta.

ENCHENTE

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m 2010, Alagoas e Pernambuco passaram por um grande trauma com enchente que devorou as cidades ribeirinhas. Muitas pessoas entraram em depressão e outras cometeram suicídio. Para o psicanalista, cada caso é um caso e lembra que o trauma da enchente foi sentido e absorvido de maneira completamente diferente por todos que viveram esse incidente. Segundo ele, entender esse processo de maneira individual, e é assim que tem que ser, pode reduzir e até mesmo prevenir tantos casos de depressão e suicídio. “Entender essa dor e agir de maneira eficiente em cada um dos casos é a maneira mais rápida e eficiente de ajudar essas pessoas a construírem suas vidas”, ensinou. O profissional mostra que “tragédias são tragédias e isso ao meu ver é o ponto de convergência entre esses eventos sem quantificar o tamanho da dor. A dor é a mesma”. Assim, em cada um dos cenários, a causa das tragédias é diferente, porém o contexto de tragédia está presente em todos esses cenários. Já falando de abordagem terapêutica, o que se deve levar em consideração é que “a dor de cada um dos envolvidos e a forma como esses indivíduos interpretaram essa dor, ressignificando cada uma delas para reduzir e até mesmo eliminar possíveis traumas”. Como lidar com o luto depende de cada pessoa. Mas segundo especialistas, o luto tem um ciclo que deve ser respeitado e uma dor que precisa ser digerida. Para Alexandre Pedro, o luto não precisa ser algo tão duro e doloroso. Tudo é a forma como olhamos para ele . “Olhar pra morte como um ponto final é esquecer tudo de maravilhoso que se viveu ao lado de quem partiu. E se, ao invés de olhar pra frente, pra ausência, olhar pra trás, pra presença? Olhar para os ensinamentos, para as vivências, os sorrisos, para aquilo que verdadeiramente fica, mesmo E conclui: “Se existe saudade, existe história. Olhar para o futuro, certamente traz dor! Pensar que essa história foi simplesmente interrompida é seguir em direção da dor. Essa é a hora de olhar para o seu momento presente e resgatar, na sua mochila de histórias, tudo que de maravilhoso se viveu ao lado de quem partiu”.


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ALIADO OU VILÃO

Fazer a manutenção preventiva diminui a chance de problemas que podem levar a uma tragédia

Cuidados com o ar-condicionado podem evitar sinistros Número de incêndios no Brasil tem aumentado consideravelmente MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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ara amenizar os efeitos das altas temperaturas no Verão, o ar-condicionado se torna um dos principais aliados da população. Porém, com o incêndio que começou em um aparelho de ar-condicionado no alojamento do clube do Flamengo, Rio de Janeiro, na semana passada e matou 10 jogadores, o equipamento tem sido motivo de discussão. A tragédia levou a população a ficar em alerta e buscar mais informações. De acordo o Anuário Estatístico 2018 da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), 6.215 pes-

soas sofreram acidentes com eletricidade no Brasil entre 2013 e 2017. Nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 33,6% no número de ocorrências. Para a Abracopel, o índice “é assustador e alarmante”. Só no ano passado, foram 1.387 acidentes por choque, incêndio ou raio. No entanto, esses números – que demonstram a realidade dos riscos com a eletricidade –, podem ser maiores. O bombeiro militar de Alagoas major Valdomiro Cavalcante disse que não tem como fazer uma estatística real, pois o bombeiro não analisa a causa do incêndio. Além do que, dados da perícia não condizem com a realidade, já que só se realiza o procedimento quando o proprietário solicita. O profissional orienta que é preciso verificar as condições das instalações elétricas que devem seguir as normas. “Às vezes o incêndio começa no aparelho elétrico, mas o problema está nas más condições de instalações elétricas. Cada equi-

pamento tem uma recomendação para manutenção periódica. É importante a manutenção preventiva a cada seis meses, embora existam as variações”, disse, ao acrescentar que quando não é feita a prevenção o risco aumenta. Cavalcante disse, ainda, que além da instalação adequada e manutenção, é preciso que o uso seja ponderado. Assim, a dica é equipamentos que não estejam em uso devem ser desligados da rede elétrica. O engenheiro elétrico e coordenador do curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário Internacional Uninter, do Paraná, Juliano de Mello Pedroso, chama a atenção para os cuidados com o uso do aparelho de ar-condicionado. Segundo ele, é preciso que use o serviço de pessoas especializada. Porém, há quem busque mão de obra barata e até quem arisque fazer manutenção por conta própria e assim pode causar problema. “É preciso procurar ajuda de mão de obra qualificada para instalação e manutenção do aparelho. O ar-condicionado tem muita potência envolvida e o risco de incêndio é maior”, ensinou o especialista. Pedrosa sugeriu que as concessionárias de energia deveriam fazer campanhas contínuas colocando alerta nos talões, divulgar na imprensa, entre outros cuidados. O alerta faz sentido, pois falhas no circuito elétrico são a principal causa de incêndios, segundo o Sistema Digital de Dados Operacionais do Corpo de Bombeiros do Paraná. Apenas em 2018 foram mais de 4.500 ocorrências de incêndio em edificações, com 36 vítimas fatais no estado. O especialista chama a atenção

para o problema e aponta alguns cuidados para evitar que pequenas coisas possam ocasionar uma tragédia. E alerta que tomadas amareladas, cheiro de queimado nos aparelhos ou equipamento esquentando muito podem ser indício do problema. “Com pequenas coisas podem acontecer uma tragédia. A ordem é cuidar e fazer manutenção”, ensinou. Além do que é preciso contar com profissionais capacitados para fazer a manutenção de ar-condicionado, limpar e substituir os filtros periodicamente, conferir as instalações elétricas do aparelho, verificar o estado das conexões do ar-condicionado, evitar deixar portas e janelas abertas com o ar ligado, ler o manual de instruções do aparelho e evitar usar o mesmo ponto para conectar várias cargas. E mais: fique atento: se sentir cheiro de queimado ou ocorrer outra anormalidade, desligue o ar condicionado e desconecte-o da tomada ou desarme o disjuntor. Acidentes com aparelhos de arcondicionado são comuns e podem ser graves. É o caso do incêndio no Edifício Joelma, em 1974. De acordo com depoimentos e a investigação realizada na época, foi constatado que o incêndio, responsável por 179 mortes e 300 feridos, foi causado por um aparelho de ar-condicionado no 12º andar. O mais recente foi o incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo, RJ, na sexta-feira, 8, que deixou 10 mortos e três feridos. SAÚDE- Outro problema é que o ar-condicionado quando não é limpo adequadamente, o filtro sujo concentra fungos, bactérias e microrganismos prejudiciais à saúde.

DO CARRO


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DIFICULDADES EM DOBRO

Soropositivos enfrentam obstáculos para obter medicamentos Defensoria Pública vai à Justiça contra o Estado SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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acientes diagnosticados com vírus HIV em Alagoas estão enfrentando grandes dificuldades no processo de tratamento da doença. Na última semana, a Defensoria Pública entrou com uma ação civil pública contra o Estado solicitando a regularização da entrega destes medicamentos. O caso se arrasta desde outubro de 2018, quando houve uma reunião entre a Defensoria e os representantes da saúde para que uma providência fosse tomada. O desabastecimento é de mais de 36 medicamentos, entre eles antirretrovirais, preventivos e remédios para tratamento das infecções oportunistas que acometem pessoas diagnosticadas com Aids. De acordo com a Defensoria Pública, esse descaso prejudica o tratamento de 7.580 pacientes cadastrados para receber estes medicamentos através Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), repassados pelo Ministério da Saúde. O Estado recebe da União valores anuais na ordem de mais de R$ 2 milhões para aquisição de medicamentos. Segundo o estudo feito pela Defensoria, o aumento do número de pacientes é desproporcional à quantidade de medicamentos. Os defensores públicos do Núcleo de Direitos Coletivos e Humanos, Karina Basto e Daniel Alcoforado, apostam que há um descompasso entre a oferta de remédios e os pacientes. Na ação, os defensores reforçam que a saúde é um direito fun-

Messias Mendonça, presidente do Grupo Gay de Maceió

damental garantido pela Constituição. “A situação dos cidadãos é de grave risco à saúde, em face da necessidade de prevenção e controle dos nefastos efeitos das infecções oportunistas que podem inclusive comprometer suas vidas”, explicam. Messias Mendonça, presidente do Grupo Gay de Maceió e conselheiro Estadual de Saúde, enfatiza a importância destes medicamentos contra doenças oportunistas. “O medicamento 3 em 1 é muito forte, a maioria destes pacientes são pessoas com poder aquisitivo baixo, que precisam desta assistência do Estado, seja para uma gripe, uma pneumonia, ou para o aumento da imunidade”. Mendonça disse ainda que le-

vou o caso para a Organização das Nações Unidas (ONU) em Brasília, para que o estado de Alagoas seja notificado e medidas sejam tomadas. “É necessário uma investigação. É pouco o enfoque que dão para esta situação da Aids em Alagoas, então é necessário maior atenção para ver para onde estão indo os recursos destinados ao tratamento da doença”, concluiu. Por meio de nota, a Sesau alegou que dos 36 medicamentos destinados ao tratamento de doenças oportunistas relacionadas a complicações da Aids, 22 já estão disponíveis para distribuição. Quanto aos demais itens da relação, a Sesau informou que está concluindo o processo licitatório para regularizar o fornecimento o mais rápido possível.


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extra Listagem de medicamentos necessários para abastecimento mensal

A META DISTRIBUIDOR LTDA, portadora do CNPJ 08.986.254/000132, localizada na Rodovia AL-110, Sítio Mocó, Zona Rural, Arapiraca/ AL, cuja atividade principal é o comércio atacadista de produtos de higiene pessoal, torna público que requereu ao Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), a Renovação da Licença Ambiental de Operação Nº 132/2017 do seu empreendimento.

PANORAMA DA AIDS EM ALAGOAS Ainda segundo a Secretaria da Saúde de Alagoas, os homens são as maiores vítimas do vírus no estado. De janeiro a novembro de 2018, 336 casos de Aids foram registrados em Alagoas, a maioria deles em pessoas heterossexuais. Desde novembro de 1986 até novembro de 2018, 2.217 pessoas morreram em consequência das doenças oportunistas que atingiram pessoas infectadas pelo vírus HIV. O total exato de diagnósticos é de 6.848. Desses, 4.538 são homens e 2.310 são mulheres. A maior concentração dos casos da doença está nos indivíduos com idade entre 30 e 39 anos, o que corresponde a 2.405 pessoas. A faixa etária entre 20 a 29 anos vem em segundo lugar, com 1.788 pessoas com diagnóstico confirmado. O grupo de pacientes entre 40 a 49 anos vem em terceiro lugar, com 1.550 indivíduos. Já os casos de Aids notificados entre 1986 e novembro de 2018 em menores de 5 anos, foram 117, enquanto na faixa etária entre 5 a 14 anos, foram 61. Viver com HIV é diferente de ter Aids. HIV é a sigla em inglês para o vírus da imunodeficiência humana. Ele ataca principalmente células do sistema de defesa tornando o portador mais vulnerável a outros vírus, bactérias e ao câncer. A Aids é o estágio mais avançado desta infecção.

POLÊMICA NO GOVERNO BOLSONARO Com as rigorosas mudanças no governo de Jair Bolsonaro (PSL), as políticas públicas de prevenção da Aids também podem sofrer alterações. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, declarou que as iniciativas de prevenção contra a doença devem ser realizadas com cautela e que pode haver invasão ao ambiente familiar por parte do Estado. Para o ministro, a atual “linguagem” no que diz respeito à Aids não está surtindo efeito. Ele chegou a dizer que muitos minimizam o risco de contrair infecções por doenças sexualmente transmissíveis já que o Estado fornece todo o respaldo para tratamento. Mandetta também deu a entender que o constante diálogo e práticas de conscientização seriam realmente mais efetivos neste caso. Mas o posicionamento do ministro vai de encontro com o que o presidente Jair Bolsonaro já declarou: que não é a favor de educação sexual nas escolas.


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ARQUIVO PESSOAL DE IV

PONTES DE MIRANDA

Jurista alagoano continua sendo a maior referência dos juízes do País Pesquisa da AMB revela que, 20 anos após sua morte, suas obras ainda são as mais citadas CONSULTOR JURÍDICO

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orto em 1979, o jurista Pontes de Miranda não abordou na sua obra os pilares legais do Direito brasileiro atual, como a Constituição Federal de 1988 ou o Código Civil de 2002. Ainda assim, ele continua sendo a maior referência dos juízes do país, segundo o estudo “Quem somos: a magistratura que queremos”, feito pela Associação de Magistrados Brasileiros (AMB). Na pesquisa, os magistrados deveriam citar três juristas que consideravam referências importantes para o Direito brasileiro. Pontes de Miranda, cuja principal obra é o Tratado de Direito Privado, com seus 60 volumes, foi o mais citado em todos os segmentos. Entre os juízes de primeiro grau, ele foi citado 324 vezes. Em segundo lugar ficou o ministro do Supremo Tribunal Federal e constitucionalista Luís Roberto Barroso, com 292 menções. Em terceiro, o professor de Direito Penal e Direito Processual Penal Guilherme Nucci, lembrado por 207 julgadores. Na segunda instância, Pontes de Miranda também lidera: foi apontado como referência por 66 desembargadores. Barroso dividiu o segundo lugar com o penalista Nelson Hungria: ambos foram mencionados 28 vezes. No grupo dos aposentados, naturalmente, prevaleceu a velha geração: além de Miranda (74 citações), completaram o pódio Hungria (48 menções) e o civilista Clóvis Beviláqua (31). O segundo morreu em 1969, e o último, em 1944.

O quadro dos doutrinadores mais citados muda consideravelmente entre os ministros do STF e tribunais superiores. Novamente, Pontes de Miranda foi o mais lembrado: 5 menções. Com 3 citações, o jusfilósofo Miguel Reale Jr. ficou em segundo lugar. Depois vem um empate quíntuplo: tiveram duas indicações Beviláqua; o especialista em Direito Administrativo Celso Antônio Bandeira de Mello; o constitucionalista José Afonso da Silva; o processualista José Carlos Barbosa Moreira e o civilista Orlando Gomes. DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA Os pesquisadores também pediram que os magistrados citassem três obras jurídicas que consideram referência para a fundamentação de suas decisões. Obras de doutrina foram, de longe, as mais citadas, em todos os níveis da magistratura. Em segundo lugar ficaram livros acadêmicos. Em terceiro, jurisprudência, e em quarto, referências filosóficas — entre desembargadores, a ordem dessas duas categorias ficou invertida. O tipo de obra doutrinária mais popular foi a civil, citada por 36% dos juízes. Depois vêm a penal (21%) e a constitucional (12,5%). O autor doutrinário mais mencionado foi Guilherme Nucci, indicado por 2,4% dos magistrados. Ele foi seguido pelos processualistas Fredie Didier Jr. e Theotonio Negrão, lembrados por 1,1% dos julgadores. Com relação às obras acadêmicas e filosóficas, os autores mais citados foram o alemão Robert Alexy (mencionado por 0,5% dos juízes); o austríaco Hans Kelsen e o americano Ronald Dworkin (ambos indicados por 0,3% dos entrevistados). Dos brasileiros, dois colunistas da ConJur encabeçam a lista: os constitucionalistas Ingo Wolfgang Sarlet e Lenio Streck. Eles e Miguel Reale Jr. foram citados por 0,2% dos magistrados.


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AL DE IVAN BARROS

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Jurista, embaixador e imortal

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amiliarizado com os autores europeus, em especial os alemães, o escritor e jurisconsulto Pontes de Miranda difundiu novos métodos e concepções do direito no Brasil. Sua obra, pioneira em diversos setores, distribui-se por quase todos os campos da ciência jurídica, do direito constitucional ao civil, do processual ao comercial. Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda nasceu no Engenho Frecheiras, dos seus avós, em São Luiz do Quitunde, Alagoas, em 23 de abril de 1892. Era filho de Manoel Pontes de Miranda e de Rosa Cavalcanti Pontes de Miranda. Bacharel pela Faculdade de Direito de Recife (PE) em 1911, seus primeiros livros - À margem do direito (1912) e A moral do futuro (1913) - mereceram o estímulo de Clóvis Beviláqua, Rui Barbosa e José Veríssimo. Essas obras foram o início de uma vasta produção bibliográfica, que se alonga por 144 volumes e abrange sociologia, filosofia, política e poesia, além do direito, tema de 128 volumes, num total de 29 títulos. Advogado e publicista, somente em 1924 ingressou na magistratura, como juiz de órfãos. Nessa ocasião, tinha mais três obras publicadas: História prática do habeas-corpus; direito positivo comparado, constitucional e processual (1916), Direito de família; exposição técnica e sistemática do Código Civil brasileiro (1917) e Sistema de ciência positiva do direito (1922). Trabalhou, em seguida, como desembargador do antigo Tribunal de Apelação do Distrito Federal, época em que também representou o Brasil em duas conferências internacionais: Santiago, no Chile, em 1923, e Haia, nos Países Baixos, em 1932. Essas experiências influíram em sua transferência para a carreira diplomática em 1939,

quando foi nomeado embaixador na Colômbia. Posteriormente, voltou a desempenhar funções de representante do país em conferências internacionais até 1943, quando afastou-se da diplomacia e dedicouse às atividades profissionais de parecerista e escritor. Reuniu os ensaios “A sabedoria dos instintos” e “A sabedoria da inteligência”, além de exercícios poéticos, em Obras literárias: prosa/poesia (1960). A mais importante contribuição de Pontes de Miranda situa-se no campo do direito público, em especial no direito constitucional. Nas obras que publicou ao longo de mais de meio século, o autor seguiu uma linha coerente de pensamento, liberal e democrático, e combateu os desvios autoritários que por vezes desfiguraram as instituições brasileiras. Não obstante essa formação liberal e democrática, evitou, em seus estudos, o tratamento político dos temas constitucionais, em favor da preocupação técnico-jurídica. Não se deve esquecer, em sua obra constitucionalista, a valorização dos direitos sociais, que enquadrou e ajustou às liberdades clássicas. Também coube ao jurista iniciar, com sua obra sobre a ação rescisória, a renovação do direito processual civil, introduzindo no Brasil as modernas doutrinas europeias a respeito. Pontes de Miranda morreu no Rio de Janeiro RJ, em 22 de dezembro de 1979, vítima de infarto. Tinha 87 anos e foi sepultado no Mausoléu dos Imortais da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro. (Fonte: Instituto Pontes de Miranda-Centro de Excelência em Ensino e Pesquisa -www.ipm. al.org.br, Associação Nacional dos Membros do Ministério Público/Conamp - www.conamp. org.br e História de Alagoas – https://www. historiadealagoas.com.br/pontes-de-miranda-ojurisconsulto.html)


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Mídia e suicídio: uma discussão possível e salutar m pleno século XXI a mídia (rádio, jornal, TV e agora redes sociais) continua com restrições em noticiar casos de suicídio. Alguns editores ou a orientação dos veículos de comunicação é não citar que a morte foi por motivo de suicídio. Somente aqueles casos que ocorrem com “celebridades” são citados e muitos nem isso. É um erro. Os trabalhos de mestrado, doutorado e livros sobre o assunto indicam que é necessário, sim, falar sobre o tema. Faz parte das intervenções psicológicas, primei-

ro ter conhecimento do problema, estar consciente, e a partir daí enfrentá-lo e superá-lo, como acontece com os demais transtornos mentais num processo psicoterápico. Para isso, o Centro de Amor à Vida (Cavida), uma Organização Não Governamental (ONG) vai contribuir com discussão sobre mídia e suicídio, realizando neste sábado, a partir das 8 horas, no Conselho Regional de Psicologia (CRP), uma oficina com o objetivo de discutir o assunto com profissionais, principalmente da área de saúde e também da comunicação social. Serão discutidas as formas adequadas e inadequadas para abordar sobre o suicídio na mídia. Assim, mídia e suicídio, podem, sim, ter uma discussão possível e salutar.

Durkheim

OMS e suicídios

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Quem iniciou os estudos sobre suicídio - cientificamente falando - foi o sociólogo francês Emile Durkheim, do século XIX. Ele apontou o suicídio como patologia social e acreditava que a sugestão (ao suicídio) não era relevante nas análises dos dados de suicídio. Segundo ele, os suicídios que aconteceram “por sugestão” estão fadados a acontecer, independentemente de influências externas, que só podem acelerá-los. Essa opinião de Durkheim poderia ser diferente se, talvez, ele estivesse vivendo nessa época, em que a mídia tem poder, capaz, inclusive, de mudar um rumo de um país, com fake news.

Efeito Werther

O “Efeito Werther” refere-se ao romance (livro) de Johan W. Von Goethe intitulado: “Os sofrimentos do Jovem Werther” (1774), que conta a história de um jovem que após uma desilusão amorosa com uma senhora casada cometeu suicídio com um tiro na cabeça. A venda do livro foi proibida em várias partes da Europa porque desencadeou uma onda de suicídios entre jovens que usaram o mesmo método utilizado pelo protagonista. O termo “Efeito Werther” tem origem na Psicanálise e representa imitação de algo. É o chamado copycat, ou comportamento de imitação. Esse efeito tem sido discutido em todo o mundo e a mídia tem um papel fundamental para informar, de forma correta, um fato sobre suicídio, daí a importância de se discutir o assunto.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) ocorrem cerca de 900 mil suicídios por ano em todo o mundo. São cerca de 30 por dia. A estatística indica que 5% dos jovens cometem suicídio por imitação, ou seja, são influenciados por algum tipo de informação, seja por amigos ou pela mídia. Em alguns países como o Japão e Canadá, entre outros, o número ainda é mais elevado. As razões são inúmeras, desde ausência de espiritualidade, até sentimento de vazio interior. No Brasil, o estado onde mais se comete suicídio é o Rio Grande do Sul.

Caso famoso

Em 7 de agosto de 1962 a atriz Marilyn Monroe “contribuiu” para o aumento de casos de suicídios. Ela cometeu suicídio por overdose de barbitúricos (Sedação do SNC). Segundo os dados colhidos na época, foram 197 suicídios “a mais” (12%) do que “seria esperado” num mês “normal” após a sua morte.

Estatística e suicídio

Cerca de 20% a 25% dos idosos e de 6 a 12% nas outras faixas etárias cometem suicídio; Esses números são subnotificados. Há estudos que indicam que para cada suicídio há, pelo menos, 10 tentativas não notificadas.

Erros ao noticiar

A OMS sugere que não publicar fotografias ou bilhetes, cartas e não noticiar detalhes específicos sobre o método usado podem ajudar as pessoas que estejam vulneráveis ou fragilizadas a serem desencorajadas para praticar o ato. Noticiar o contrário é extremamente nocivo para aquelas pessoas que pensam em acabar com suas próprias vidas.

Erros ao noticiar II

Muitas vezes a mídia noticia um caso de suicídio como um acontecimento de razões simples, por exemplo, teve uma discussão com o(a) namorado(a) e cometeu o suicídio. Isso é extremamente inadequado. Por quê? No pensamento de uma pessoa que está com algum tipo de fragilidade emocional tem-se o que chama de ambivalência, ou seja, a pessoa tem dúvida se, realmente, quer cometer o suicídio.

SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Processo Lidar com a morte envolve um processo e não um evento. (Klass & Marwit)

Na verdade, e os estudos comprovam, a pessoa quer acabar com o sofrimento e não com a vida. Os motivos variados, podem ser genéticos (questão orgânica: tem pré-disposição de apresentar um transtorno mental); pode ser por motivos circunstanciais, como atritos com o cônjuge ou mesmo está em uma situação financeira comprometida. Ela quer acabar com o sofrimento, apenas. Daí a importância de se procurar ajuda, através de um psicólogo para descobrir as origens do sofrimento.

Erros ao noticiar III

O suicídio não deve ser noticiado como inexplicável ou de uma forma simplista porque pode ter diversos fatores que contribuíram para que o fato ocorresse. Não é apenas um fato; são diversos fatores, que podem ser: doença mental ou física, abuso de substâncias, desarmonia familiar, conflitos interpessoais, estresse do dia a dia (no trabalho, na faculdade, com os amigos), enfim.

Erros ao noticiar IV

O suicídio não deve ser descrito como um método de enfrentar os problemas pessoais a exemplo d: falência, não ter êxito num exame/concurso; ter sofrido abuso sexual. Outro erro é quando o fato indica ou aponta um possível culpado. Não procurar culpados é a forma adequada de noticiar o fato. O mais importante é não despertar na pessoa que está fragilizada a vontade de cometer suicídio. Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP-15/4.132. Atendimento virtual pelo site: www.vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também na CLÍNICA HUMANUS: Rua Íris Alagoense 603, Farol, Maceió-AL. (82) 3025 4445 / (82) 3025 0788 / 9.9351-5851 Email: arnaldosanttos@uol.com.br arnaldosanttos.psicologo@gmail.com.


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Palmeira dos Índios

Bravamente resistindo à maldição política

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ão gosto de recordar dos tempos em que a nossa Palmeira dos Índios (então princesa do Sertão) era cantada e saudada como o “paraíso do interior alagoano”, “município modelo nacional” e o outros títulos por suas características de progresso e administrações responsáveis. Acometem-me dois sentimentos: saudade e raiva. Há muito deixei de ir a Palmeira todos os fins de semana, depois todos os meses e por fim já nem mais todos os anos, para evitar essa frustração e revolta que me acometem a cada vez que ia visitar a família e os amigos. Ao longo dos anos a cidade foi passando por uma degradação sucessiva, aniquilando seus valores culturais, sua pujança comercial e empresarial, suas culturas agrícolas e muito mais a autoestima de seu povo, que parece resolveu se “entregar” diante do inevitável. A começar por Arapiraca, hoje o maior centro de negócios e desenvolvimento do interior, outros municípios ultrapassaram o lugar antes ocupado pela terra palmeirense, a exemplo de Delmiro Gouveia, Rio Largo, Santana de Ipanema e União dos Palmares, para citar alguns. Pelo equivoco do voto ou mesmo até pela falta de opções (os cidadãos de bem não se dispõem a entrar na política, ficando para os aventureiros e profissionais

Surge um falso salvador

do ramo) o município tem sofrido com administrações desastrosas, incompetentes, viciadas e desonestas. Parece-me que ao findar a segunda administração do prefeito Jota Duarte (o maior prefeito da história palmeirense) na década de 70, daí em diante vieram sucessivas gestões que apenas contribuíram para o desastre administrativo de hoje, salvo uma ou outra, mesmo assim sem relevância a registrar. Palmeira perdeu sua identidade política e com isso sua força diante dos governos que se sucederam no estado. Então com uma bancada representativa na Câmara Federal, quatro deputados estaduais em uma única legislatura, um vice-governador forte (Juca Sampaio) hoje reduzida a uma deputada que não é palmeirense, Ângela Garrote (ex-prefeita de Estrela de Alagoas), muito embora tenha tido aí a base de sua eleição e o jovem deputado Marcelo Victor, palmeirense eleito presidente da Assembleia Legislativa, cuja grande votação foi conquistada por seu trabalho em diversos municípios e graças à sua capacidade de articulação. Mesmo sendo palmeirense não teve apoio de nenhuma liderança local, que preferiram “negociar” apoios com “estranhos promissores”. Se dependesse de Palmeira não seria eleito, então não entra na conta palmeirense. É um deputado de Alagoas.

Voltando ao assunto administração municipal, após anos de caos absoluto na gestão do município, surge em 2016 um nome que chamou a atenção do eleitorado. Cidadão pobre, homem do povo, filho de uma verdureira, vereador bem avaliado, com eloquência de locutor de comício, sabido, mas não preparado (isso pouco importava). Caiu em seu colo uma candidatura viável, sem concorrentes de peso e com apoio das principais forças politicas locais. O povo queria mudança, acreditava no novo e o candidato tinha uma boa e estudada lábia para prometer e fazer-se acreditar que mudaria os destinos do município. Ao ser eleito o “tabaqueiro” de Palmeira de Fora de pronto montou um governo negociado com os vereadores e setores políticos, muita gente sem expressão ou capacidade para o exercício de cargos importantes na administração. Como um dos primeiros atos mandou colocar a sua imagem na parede de todos os órgãos públicos a começar pelo seu gabinete, num evidente culto à vaidade pessoal e agredindo o principio constitucional da impessoalidade. Como se estivesse num programa de rádio, começou a divulgar políticas de austeridade e transparência que chegaram a impressionar até órgãos de Controle Externo que o convidaram para mostrar seu exemplo a outros prefeitos, até que descobriram que o modelo não era o que se mostrava, chegando a ser advertido e multado pelo Tribunal de Contas por descumprir o seu dever de gestor responsável. Criou um entorno de assessoria composto por amigos ou indicados por políticos sem a menor competência. Está aí a administração alvo de várias suspeitas de desvios e fraudes, exposta às críticas de todos os tipos e ameaçada de ruir. Caiu a máscara de sua “transparência”, tem um controlador que não controla nada, um procurador que nada acha e um auditor que não audita.

PEDRO OLIVEIRA n pedrojornalista@uol.com.br

Para refletir: “Não é possível a gente deixar o STF mandar nessa casa...e tem mais eu não sou funcionário do Gilmar Mendes”. (Senador Jorge Kajuru).

Até quando votaremos errado?

Confesso que também fui enganado e acreditei no prefeito Júlio Cezar no inicio de sua administração. Convidado por várias vezes, me cobrando a condição de filho de Palmeira, mantive um encontro com ele e seu secretariado e até traçamos um plano de trabalho visando a capacitação de servidores da administração. Após algumas tentativas de reuniões com sua equipe percebi duas coisas: os secretários (com raras exceções) e assessoria, por serem indicação politica, são preguiçosos e não têm competência funcional e outro detalhe que me surpreendeu, todos falam mal do prefeito e o apontam como um “ditadorzinho, vaidoso e prepotente”. Não podia da certo essa relação aí optei por desistir. Não queria que fosse assim, pois nós palmeirenses somos apaixonados pela terra mãe. Magoa-nos profundamente assistir a cada administração os desencantos da enganação, das promessas não cumpridas, da repetição dos erros e desvios sucessivamente cometidos, Nos causa indignação a degradação cultural, histórica e moral que se abate depois de cada eleição. A administração está na UTI e ao que parece em um estado irreversível. As instituições se decompõem no campo administrativo, financeiro e moral. Lamentável. Até quando pagaremos pelo equívoco do voto?

CPI das togas sujas

Após o senador Alessandro Vieira (PPS-SE) conseguir obter 27 assinaturas para abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito apelidada de Lava Toga, os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Kátia Abreu (PDT-TO) e Eduardo Gomes (MDB-TO) recuaram e retiraram o apoio à apuração. Esse movimento levou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a arquivar o pedido de investigação equivocadamente. Ele teria que ter voltado ao autor para completar o número exigido. O pedido foi feito e a lista voltará a receber assinaturas. Chamada nos bastidores de CPI Lava Toga,

a comissão quer investigar o funcionamento de órgãos como o Supremo Tribunal Federal (STF) e pretende inclusive convidar ministros da Corte para darem depoimento. Em plenário o senador Jorge Kajuru deu o tom de como será a nova fase de assinaturas para a instalação da CPI. Criticou os que retiraram suas assinaturas e foi enfático na tribuna: “Fui o primeiro a assinar a CPI Lava Toga, precisamos mostrar que o STF não pode mandar no Senado e eu não sou funcionário do Gilmar Mendes”.

São inimigos

De um jornalista que teve acesso a destacado membro do clã Bolsonaro e ouviu: “Fomos nós que derrotamos Renan Calheiros no Senado e outras derrotas virão. Não é confiável, é gente do PT, de Lula e dessa quadrilha toda que roubou o país. Quer ser oposição quando conveniente e em seguida sempre cai no colo do governo, seja ele qual for. Sempre foi assim desde o Collor. É muito cínico e até tentou se aproximar, mas foi rechaçado. Ele e o filho, governador de Alagoas, que insiste em criticar o governo e em seguida pedir ajuda, são exatamente iguais. Ambos se merecem, mas longe de nós”. Muito ruim para Alagoas esse ambiente contrário em Brasília.


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O posto Ipiranga dos brasileiros

ELIAS

FRAGOSO n Economista

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uando o Brasil elegeu Bolsonaro, nunca é demais lembrar, estava votando no único candidato que, de fato, representava naquele momento a promessa de “mudanças”. Nos costumes, na corrupção e roubalheira crônica que os três poderes da Nação representados por seus dirigentes mais importantes sempre se acharam no “direito” de praticar, e um basta na enorme insegurança social e violência que fomos obrigados a conviver nas últimas décadas. O capitão-presidente está há 45 dias no governo e começa a resgatar suas promessas com o pacote anticrime e corrupção apresentado pelo ministro Moro há poucos dias e, se espera, que ainda nesta semana a proposta para a refor-

ma da Previdência. Neste caso específico, há forte expectativa no ar: a reforma do ministro Guedes terá o aval do presidente que defendeu em campanha medidas liberais para a economia, ou será contida pelo deputado corporativista que sempre votou contra medidas liberais? E isso é altamente preocupante, já que a reforma é pon-

Saiam e virem-se!

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orador do Bairro do Pinheiro, acompanho com atenção o desenvolver dos problemas vivenciados pelos moradores locais. Assim, ouvi com atenção, semana passada, o Sr. Thales Sampaio recomendando aos moradores que, quando de chuvas torrenciais, abandonem suas casas e o bairro. Simples assim! Para onde vão, simples detalhe e problema dos moradores. O Sr. Sampaio é geólogo respeitado do serviço geológico do Ministério das Minas e Energia. Representa, portanto, as autoridades federais às quais compete, no caso do Pinheiro, o estudo, diagnóstico e indicativo de soluções. Mandar os moradores saírem – para onde? – é solução tão simplória que beira o absurdo da irresponsabilidade. A população não espera apenas o conselho drástico, mas, ante a celeuma criada e a pronta atitude do governo federal, sejam estabelecidos cientificamente o problema, as suas causas, a responsabilidade por ele,

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e as soluções, dentre as quais pode ser até o abandono das residências em situação emergencial, mas com destino certo e digno. Por outro lado, por mais respeitável e capaz que seja o geólogo Sampaio, a população quer é que as autoridades municipais e estaduais - prefeito, governador, vereadores, deputados estaduais e federais e senadores – demonstrem o mais mínimo interesse e vigilância, apresentem soluções de moradia para cidadãos que laboraram por toda a vida para adquirir e manter seu imóvel próprio. Desse grupo político exige-se mais: a indicação dos responsáveis pelo dito afundamento do bairro, aos quais competem as indenizações por danos materiais e morais. Não fazendo isso, essas autoridades reforçam a omissão que vêm demonstrado com a suspeita de cumplicidade. O Judiciário também não pode quedar-se apenas em observar o desastre, mas agir duramente para que tudo se esclareça e o jurisdicionado tenha o efetivo amparo

to fulcral de partida para as mudanças esperadas na área econômica (que precisa ser 100% despetizada) em termos de leis, decretos, portarias, normas e tudo o mais que o cipoal burrocrático (sic) é capaz de fazer contra o cidadão. E essa preocupação está calcada em fatos. Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores (e seu discurso antiglobalista), sugere claramente apoio a propostas nacionalistas e não liberalizan-

CLÁUDIO

VIEIRA n Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

da Justiça. Dentre as soluções para o problema posto, semana passada o geólogo local, professor Oswaldo Melo, sugeriu utilizar a tecnologia de preenchimento do solo da Petrobras, por mais custosa que seja. Por certo esse custo será muito menor que aquele advindo da perda de vidas e de patrimônio. Ou então considerando que o Sr. Sampaio advertiu que o momento crítico será o das grandes chuvas outonais e invernais, não será hora de os governos estadual e municipal determi-

tes. Tudo o que tivemos até agora e deu no que deu. Tereza Cristina, da Agricultura, já declarou que o “desmame” dos subsídios do setor terá que ser feito paulatinamente (que em termos de serviço público significa nunca) e, pior, na prática, levou vantagem numa quebra de braço sobre a retirada do subsídio do leite realizada por Guedes e reposta por Bolsonaro no dia seguinte. Tudo que este país não precisa é passar novamente pelo mesmo vexame do segundo governo Dilma que, eleita com uma proposta, colocou na Fazenda um ministro liberal e deu no que deu em termos econômicos. Neste governo ou o ministro Guedes é forte ou será saído logo, logo. O que pode ser péssimo negócio político para o presidente e um desalento para quem espera há muito tempo por mudanças reais e efetivas nos rumos deste país. O ministro Guedes precisa permanecer. Ele é o “posto Ipiranga” do brasileiro.

Tudo que este país não precisa é passar novamente pelo mesmo vexame do segundo governo Dilma que, eleita com uma proposta, colocou na Fazenda um ministro liberal e deu no que deu em termos econômicos.

narem mutirão para dotar o bairro de eficaz drenagem, realizando em dois meses o que não fizeram em anos de descaso político? Absurdo? Recentemente, em termos de anos, rua de cidade japonesa afundou repentinamente, surgindo ali grande buraco. Em um simples final de semana, as autoridades taparam a cratera, asfaltaram o local, e devolveram à população a tranquilidade ameaçada. Entre nós, a vontade política para solucionar os problemas da população sempre esteve – e continua – adormecida, as autoridades fingindo que fazem muita coisa instituindo comissões de estudo que nada concluem, ou o fazem tardiamente. Lembro do saudoso amigo Floriano Ivo para quem, quando o governo não tinha interesse em soluções, criava uma comissão que jamais chegava a soluções. Senhor prefeito, senhor governador, senhores parlamentares municipais, estaduais e federais, no Pinheiro existem mais do que eleitores que serão engabelados pelos senhores quando das eleições. Há almas humanas, principalmente!

Dentre as soluções para o problema posto, semana passada o geólogo local, professor Oswaldo Melo, sugeriu utilizar a tecnologia de preenchimento do solo da Petrobras, por mais custosa que seja. Por certo esse custo será muito menor que aquele advindo da perda de vidas e de patrimônio.


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Viciado em Boechat

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a vida, como força de expressão, todo mundo é viciado em alguma coisa. Tem gente que não dispensa uma feijoada toda sexta-feira. Outros preferem uma macarronada no domingo. Tem quem espere o final de semana só para tomar algumas cervejas. E aquele que fuma uma carteira de cigarros ou mais por dia. Se todas essas pessoas não fizerem tudo isso, o dia ou a semana não foi completa. Eu, particularmente, gosto de tudo isso, menos o cigarro, mas não como uma obrigação. Na verdade, eu era viciado mesmo no Ricardo Boechat. Que os senhores me desculpem as comparações feitas, mas o Boechat era uma daquelas pessoas que pautava a minha vida diária. Me acordo todos os dias entre 5h30 e 6h da manhã. Ia direto para o sofá esperar o

comentário desse brilhante jornalista na BandNews, ao vivo, dos estúdios da Rádio BandNews FM, isso por volta das 6h30, quando ele falava de todos os assuntos possíveis em, apenas, 15 minutos. Como sempre, brilhante. Depois dele, o que viesse não me fazia mais falta. Como crítico, fazia colocações perfeitas e me agradava muito. Muita gente durante a semana falou quem era o Boechat. Pela distância que nos separava, não o conhecia de perto, mas tive a oportunidade de receber um cumprimento dele, quando visitei as instalações do Grupo Bandeirantes, em São Paulo. Passando pela redação, ele estava lá, e, mesmo sem me conhecer, levantou o braço e fez um aceno com a mão, reforçando tudo aquilo que dizem sobre o homem e o profissional. Hoje, posso dizer sem medo de errar: o

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MORAES n Jornalista

Brasil ficou menor com a morte de Ricardo Boechat e as minhas manhãs de informação não têm mais graça, pelo menos por enquanto. Boechat – com 50 anos de profissão e 66 anos de idade – era o melhor e mais completo jornalista brasileiro. Homem do jornal, da rádio e da televisão. Crítico, duro em seus artigos e comentários, mas amado até pelos criticados, fossem eles em-

ALARI ROMARIZ

Poucas mudanças ivemos 17 anos sob o comando da esquerda, ou melhor dizendo, do Partido dos Trabalhadores. Uma intensa sucessão de erros e de apropriação indevida do dinheiro público. Na saúde, ouvíamos falar de petistas administrando hospitais, dirigindo o Programa de Saúde da Família, cometendo erros absurdos. Eu tinha um parente com três contratos no PSF, cada um de quarenta horas semanais. Pessoas morrendo nos corredores dos hospitais. Para conseguir marcar um exame pelo SUS era preciso pagar. E por aí caminhavam sucessivos desmandos na área. Educação era outro atropelo. O tal do Enem virou novela, o sistema de cotas é desajustado e o ensino público perdeu qualidade. Em política só se falava no “toma lá, dá cá”. Os postos chave eram exercidos por petistas, peemedebistas e aparentados. Não precisava provar que era competente, bastava ser “laranja” ou afilhado de políticos. Não quero ser injusta com o Partido dos Trabalhadores. A culpa não é só dele e sim de todos os partidos a ele aliados! Surgiu uma oportunidade de o

JORGE

Brasil mudar: apareceu Bolsonaro, político antigo com sonhos novos. As redes sociais surgiram como cabos eleitorais do novo candidato. E as esperanças se renovaram. Vamos dar uma oportunidade à direita, pensávamos; a esquerda já errou demais. Depois de uma campanha tumultuada com direito a facadas e agressões sucessivas, o Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil. Animação, alegria, festas nas ruas, novos horizontes. Eis que são indicados novos ministros e assessores do presidente. Quase a mesma coisa: figuras investigadas ou ligadas a políticos sob suspeição foram reaproveitadas e nos assustaram. Só o Moro estava encaixado nas ideias de combater a corrupção. Políticos ligados a Bolsonaro, como o “Onix Chuveiro”, viraram donos da casa! Para completar nossa decepção vieram as eleições das Mesas da Câmara e do Senado. O Maia, político sagaz. Com cara de tolo, foi reeleito e o presidente passou a mão na cabeça dele. No Senado, um verdadeiro escândalo: depois de um festival de baixarias, deram uma rasteira no Renan e elegeram um

TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

velho político, cheio de processos, filiado ao DEM. Começaram, então, as negociações com deputados e senadores para preencher cargos comissionados no Brasil todo. Os corredores dos ministérios cheios de políticos e afilhados para garantir o pedaço de cada um. Nos estados, velhas raposas já garantem parte do bolo do governo federal. Quem trabalhou para Bolsonaro nem é procurado. Aqui e acolá vejo alguns militares ligados ao Mourão, mas são muito poucos. Continuam mandando as velhas e mesmas figuras da política nacional.

presários ou políticos. Não abria mão de suas convicções e postura na sua missão de comunicar. Talvez o único profissional independente no meio jornalístico brasileiro. Contrariava interesses – inclusive, às vezes, da própria empresa em que trabalhava –, mas não deixava passar uma boa oportunidade de comentar fatos, à sua maneira, e até com um certo humor, se o assunto estivesse ligado à classe política. Profissionais renomados renderam-se ao Boechat. Para os mais jovens, era um mestre na sua profissão, mesmo sem ter cursado jornalismo. Não sabia mais onde colocar os prêmios recebidos. Viajou o Brasil todo fazendo palestras e conduzindo debates. Quis o destino que, na segunda-feira última, ele fizesse um pequeno deslocamento de São Paulo para Campinas, e, no retorno, uma viagem de 20 minutos de helicóptero, a aeronave caísse e levasse do nosso convívio diário Ricardo Boechat.

Preocupa-nos a saúde do presidente: uns dizem que ele tem câncer, outros que foi só a facada. A verdade é que ele está fraco, doente, não começou a governar. Por sorte, tem um bom vice, mãos de ferro, que aguenta as cacetadas. Os Legislativos no país todo estão nas mãos de políticos antigos e sabidos, com raras exceções. Continua a antiga história: “É dando que se recebe!” Ainda não estou completamente decepcionada, mas as esperanças estão indo para o ralo. A preocupação com a Reforma da Previdência é sempre a mesma: economizar cortando vantagens do servidor público. Não se fala em diminuir o número excessivo de assessores, gratificações a afilhados, cartões corporativos. A oposição feliz da vida, criticando tudo, manobrando partes essenciais do governo. O Congresso pagando fortunas a deputados e senadores em troca de apoio. Os governadores, em sua maioria, perdidos, administrando estados falidos, solicitando esmolas da área federal. Ainda não vimos mudanças! Tudo continua como antes no quartel de Abrantes! Só nos resta esperar pela providência divina, antes que seja tarde! Deus existe! Não duvidem!

Profissionais renomados renderam-se ao Boechat. Para os mais jovens, era um mestre na sua profissão, mesmo sem ter cursado jornalismo. Não sabia mais onde colocar os prêmios recebidos.

No Senado, um verdadeiro escândalo: depois de um festival de baixarias, deram uma rasteira no Renan e elegeram um velho político, cheio de processos, filiado ao DEM. Começaram, então, as negociações com deputados e senadores para preencher cargos comissionados no Brasil todo.


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As putas do poder

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edindo desculpas às mulheres da chamada “difícil vida fácil”, que para sobreviverem são obrigadas a mercantilizarem os seus corpos sofrendo todo tipo de violência, eu inicio este artigo externando minha irresignação, meu inconformismo e minha revolta com os CORRUPTOS, com seus cúmplices, seus de-

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JOSÉ FIRMINO fensores e seus simpatizantes. Acho desnecessário dizer que o pior dos LADRÕES é o gestor público CORRUPTO. Ele, além de se omitir em relação à obrigação de administrar bem o patrimônio público, rouba o dinheiro que deveria ser aplicado no atendimento às necessidades básicas da população carente, tais como saúde,

FIRMINO n Jornalista

segurança pública, ensino público de boa qualidade para todos, amparo respeitoso, digno e humano aos idosos, jovens, adolescentes e crianças. Ao contrário disto, esses vermes surrupiam o erário, fazem fortuna pessoal de forma criminosa, tomam de assalto o poder e quando pegos com o roubo nas mãos surge uma “autoridade” que, se dizendo legalista, anula provas,

suspende a tramitação de processos, absolve e põe nas ruas perigosos, corruptos participantes de grandes quadrilhas, com atuação em todo o território nacional e em todas as áreas e instâncias. Seguindo a lógica jurídica libertária em vigor e aplicada em larga escala aos casos dos últimos ladrões do erário e da esperança do povo sofrido do Brasil em ter, num futuro próximo, uma qualidade de vida melhor, é de se defender a tese de que as prisões devem ser esvaziadas e os policiais, promotores públicos e magistrados devem encerrar suas atividades para que essa LEI PENAL vergonhosa e as suas promíscuas interpretações, vergonhosamente postas em prática, deixem de ser aplicadas, visto que apenas estão servindo para condenar “pretos, pobres e putas”, excetuando-se, certamente, as PUTAS DO PODER, estas envolvidas até a alma com a corrupção brasileira e o banditismo nacional generalizado.

Acho desnecessário dizer que o pior dos LADRÕES é o gestor público CORRUPTO. Ele, além de se omitir em relação à obrigação de administrar bem o patrimônio público.


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Falso cartão Caixa Nas últimas semanas, circula em alguns sites e grupos de WhatsApp a criação de um cartão de crédito para negativados no Serasa e no Serviço de Proteção ao Crédito pela Caixa Econômica Federal. No entanto, a informação é falsa. No texto que divulga a informação, consta que a “novidade” está disponível para o público em geral, mas com foco em atender aposentados, pensionistas e servidores públicos em todo o Brasil. Entre as vantagens estão adesão gratuita, nenhuma anuidade, juros mais baixos do que aqueles praticados no mercado e limite de crédito duas vezes maior do que o salário do solicitante. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Caixa informou que todas essas informações são falsas e que esse tipo de cartão “não faz parte da Política de Crédito”.

Empréstimo

O Nubank, assim como o Banco Inter e outros serviços digitais, começou a oferecer nesta semana empréstimo pessoal a seus clientes. A liberação do serviço será feita de forma gradual. Ao longo dos próximos meses, aproximadamente 600 mil clientes da conta corrente e do cartão de crédito da empresa devem ter o crédito pré-aprovado disponível para contratação. Por enquanto, o serviço foi liberado para teste com alguns clientes que usam o cartão de crédito Nubank e a NuConta. A ideia é expandir a função para mais usuários que possuem apenas o cartão ou só a NuConta.

IPTU Na hora de pagar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de um imóvel sempre surge uma dúvida em caso de aluguel. Quem é o responsável pela conta: o dono ou o inquilino? Segundo a Lei nº 8.245/1991, também conhecida como Lei do Inquilinato, o dono de um imóvel pode incluir no contrato de locação uma cláusula dizendo que o locatário deverá pagar o IPTU junto a outras despesas, como aluguel e condomínio. Contudo, o Código Tributário Nacional diz que o IPTU é um imposto que se refere a propriedades. Portanto, o responsável final pelo pagamento é o dono da propriedade e não quem aluga. Ou seja, o contribuinte do IPTU é sempre o proprietário. A lei prevê que ele é o principal devedor do imposto, ainda que tenha ficado estabelecido no contrato de locação que o inquilino pagaria.

ECONOMIA EM PAUTA n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

Direito de herança

Um herdeiro que está preso ou que já foi condenado pela Justiça não perde seus direitos hereditários. Segundo especialistas, não há nenhuma relação entre a condenação perante a justiça e o direito a herança. Porém, existem exceções, que são aplicadas caso o crime praticado pelo herdeiro tenha sido contra o falecido, nesse caso existem mecanismos de deserdação que são acionados através de testamento ou quando a própria Justiça entende que existe ligação direta entre os fatos.


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Pedradas nas mil faces de Juracy

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ra época braba da ditadura. O presidente Castelo Branco tinha como seu ministro das Relações Exteriores o general Juracy Magalhães, cearense, mas que havia se radicado na Bahia desde os tempos em que foi nomeado interventor no estado. O general Juracy era a “expressão” da ditadura militar. Duro, odiado por uns e amado por outros, não tinha papas na língua. Nem nos gestos. Um belo dia os universitários resolveram fazer uma manifestação contra o regime em frente à reitoria da UFBA (Universidade Federal da Bahia). O pretexto maior era o arrocho no ensino público, liberdade para os diretórios acadêmicos, mais verba para a educação. De todas as unidades da universidade saíam estudantes. Em pouco tempo, em frente à reitoria estavam centenas de estudantes. Àquela época, já era estagiário no Jornal da Bahia, ajudando a filha do proprietário do jornal, Adenil Falcão, a escrever uma coluna semanal direcionada aos jovens. Mas, como quase sempre, estava na manifestação como estudante. -Abaixo a ditadura! Viva a UNE! Abaixo o ensino pago! Esses eram alguns dos slogans. Tudo estava calmo, quieto. Dava até para assustar!

MANOEL FERREIRA LIRA Jornalista

Foi aí que surgiu um carro preto, parece-me que um willys Itamarati. No banco da frente, além do motorista, um oficial do exército; atrás, um senhor de terno escuro, cabelos já grisalhos. O carro passava devagar por entre os estudantes. O motorista buzinava sempre. De repente, o carro parou. A porta traseira foi aberta e o homem de escuro saiu: -Meus filhos, meus filhos! Exclamou. Era o general Juracy Magalhães. Todos o reconheceram. Soubemos depois que ele vinha do cemitério da Federação, onde havia ido visitar o túmulo de seu filho, Juraci Magalhães Filho, o Juracizinho, morto há algum tempo, e que tinha sido deputado estadual e tinha morrido com um tiro. Alguns diziam que foi suicídio. A vaia cobriu o Canela, bairro onde ficava a reitoria, já previamente com as portas fechadas. Quanto mais tentava falar mais os estudantes vaiavam o general. Este não teve dúvida: virou-se para esses e tacou uma “banana”. Eu vi e ouvi muito bem: -Toma aqui pra vocês, filhos de putas. Isto foi o suficiente. Vaias, pedras (não sei onde surgiram), xingamentos. O general estava cercado, corria perigo. Entrou rapidamente no carro, quando um paralelepípedo foi jogado no porta-malas. O motorista

saiu em desabalada, quase atropelando muita gente. E continuamos a gritar slogans contra a ditadura. Eu estava com um livro embaixo do braço, sem documentos, e com uns trocados para ir ao cinema no sábado à noite. Entre a fuga do general e a chegada do Exército não durou cinco minutos. Carros cheios de soldados armados surgiam de todos os lados. Pela mão e pela contramão. Não tive dúvida. Desandei em correria pelo Vale do Canela. Parecia que o coração ia sair pela boca. Eu corria e nem olhava pra trás, de tanto medo de ver soldados me acompanhando. Não aguentei e parei. Olhei para os lados e vi que estava só. Peguei uma lotação, com parte do dinheiro reservado para o cinema, e fui até a cidade baixa, bem longe da confusão. Tudo isto aconteceu pelas 16:00 horas. À noite, eram mais ou menos 20:00 horas, cheguei ao prédio onde morava, o conhecido 142 da avenida Sete de Setembro, pertinho da Praça da Piedade. Meus primos, que moravam comigo, não me perguntaram nada. No outro dia, logo cedo, antes de ir para a faculdade, olhei as manchetes dos jornais. Nenhum deu nada. Nenhuma linha. Mas eu tinha visto o Anísio Carvalho, fotógrafo do Jornal da Bahia, na manifestação. Falei com Adenil e ela me disse que tudo tinha sido vetado. Procurei depois o Anísio e este me disse que havia cedido cópias de fotos para o Rio de Janeiro. Pensei, então, que algum jornal do Sul - no caso, Última Hora, Jornal do Brasil, Tribuna da Imprensa, qualquer um poderia divulgar aquele ato de macheza nossa, atacando o ministro das Relações Exteriores. Eu tinha razão. A Tribuna da Imprensa colocou uma manchete sobre o assunto. Era mais ou menos assim: “Pedradas nas mil faces de Juracy”. Foi a glória.

Entre a fuga do general e a chegada do Exército não durou cinco minutos. Carros cheios de soldados armados surgiam de todos os lados. Pela mão e pela contramão.


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NOVOS TEMPOS

Papais e mamães procuram jovens para sustentar Aplicativo de relacionamento facilita o universo dos “sugars” JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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onhecer pessoas a partir de aparelhos telefônicos não é algo novo. Nos anos 80, por exemplo, tornaram-se febre os serviços de disque-amizade. A onda se consolidou na década de 90 e, nos anos 2000, com o avanço da tecnologia do celular, ganhou uma nova forma: os aplicativos de relacionamentos. Grindr, Badoo, eHarmony, Scruff, Lovoo, entre outros, são os mais populares. Sem esquecer onde se pode encontrar a “famosa Jenifer”, o Tinder. Porém, até o momento, pouco mais de 3 mil alagoanos estão aderindo a um aplicativo que tem ganhado espaço no Brasil. O Universo Sugar, conforme avalia a própria empresa, “é uma rede social especializada para pessoas bemsucedidas que queiram patrocinar o estilo de vida de seus parceiros ou parceiras”. Indo direto ao ponto, o app baseia-se no investimento econômico de homens ou mulheres em troca de uma relação afetiva. Ou seja, o objetivo da união é oferecer ganhos para as partes envolvidas no relacionamento. O aplicativo é uma maneira mais fácil de ligar “sugar daddies” e “sugar mommies” aos “sugar babies”. O conceito desse tipo de relação já é antigo. A expressão “sugar daddy” surgiu em 1908 com o casamento de Adolph Spreckles, de 51 anos, herdeiro de uma fábrica de açúcar, com a jovem, de 27 anos, Alma de Bretteville, que o chamava pelo termo (que em português significa

“papai de açúcar”. Desde então, os americanos o adotaram para classificar como patrocinador e patrocinada: papais e mamães de açúcar que querem bancar os bebês de açúcar. A maior parcela dos que participam do Universo Sugar, em Alagoas, é composta por empresários (38%). Em segundo vêm os advogados com 21%. O terceiro lugar fica com os engenheiros (15%). Falando em dinheiro, 41% têm renda até R$ 20 mil; 28% até R$ 40 mil; 17% até R$ 60 mil, 14% ganham acima do último valor. São Paulo é a unidade federativa com maior número de inscritos, atualmente são mais de 45 mil usuários. No Nordeste o ranking é liderado pela Bahia, com mais de 5 mil participantes. Muitos consideram o Universo Sugar um facilitador para prostituição, o que é negado pela porta-voz da empresa, a jornalista Anne Viana. “Não se trata de prostituição! Se a prostituição for entendida apenas como “moeda de troca”, não seriam todas as relações pautadas em pe-

EM ALAGOAS

A maior parcela dos que participam do Universo Sugar, em Alagoas, é composta por empresários (38%). Em segundo vêm os advogados com 21%. O terceiro lugar fica com os engenheiros (15%). Falando em dinheiro, 41% têm renda até R$ 20 mil; 28% até R$ 40 mil; 17% até R$ 60 mil, 14% ganham acima do último valor.

Direto ao ponto: mulheres querem presentes e homens companhia

quenas prostituições? Veja bem, eu não conheço ninguém que ama alguém sem receber algo em troca”, disse ao EXTRA. E acrescentou: “No relacionamento Sugar existe uma troca, onde fica previamente estabelecido como será o relacionamento, diferente de um namoro convencional, onde a relação é construída aos poucos. A proposta do site é um relacionamento ‘bom’ para os dois lados. É propor um estilo de vida melhor para ambos. Os relacionamentos podem ou não ser duradouros”. O Universo Sugar não é permitido para menores de 18 anos, pessoas com material pornográfico ou atividades ilegais. De acordo com o aplicativo, a prostituição é estritamente proibida. No momento de cadastro no site, todos os novos membros precisam concordar com os Termos de Uso e suas atividades no site são constantemente monitoradas. “A proposta de criação da plataforma foi uma visão totalmente empreendedora, sob a percepção do comportamento do brasileiro, que é um público muito ativo nos aplicativos de paquera. Isso, somado à ‘necessidade’ que temos de expor os

melhores momentos nas redes sociais. E pessoas bem-sucedidas geralmente estão trabalhando demais e não têm tempo para passar por todos aqueles ‘protocolos’ da paquera”, explicou a jornalista. Passeando pelo aplicativo, o EXTRA encontrou diversos perfis de mulheres que abominam relacionamento cheio de rodeios. “Sou de Maceió, Alagoas. Sou simpática e gosto de pessoas diretas. Estou buscando um homem rico que faça todos os meus mimos. Expectativa de vida? Luxo!”, escreveu uma sugar baby de 21 anos. Já um sugar daddy, relativamente novo, com 30 anos, se descreve como educado, discreto e engraçado. “Estou procurando uma garota de boa aparência, inteligente, com um bom papo e entusiasta na cama”, pontuou o advogado que mora na Jatiúca e que ganha cerca de R$ 10 mil. O aplicativo “Universo Açúcar” é uma alternativa para jovens e velhos se lambuzarem sem os perigos de enfrentar uma diabetes.

COMO FUNCIONA

Criado em 2016, o Universo Sugar atualmente possui mais de 250 mil usuários nas cinco regiões do Brasil, além de membros do exterior. Os daddies e as mommies pagam uma assinatura mensal que vai de R$ 169 a R$ 799. Sugar babies não pagam para fazer parte da plataforma de relacionamento, portanto, o número de babies inscritas é superior ao de daddies e mommies.


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NO PAÍS DAS ALAGOAS

JJ e sua eloquência

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jornalista José Jurandir, vereador por Maribondo, escritor e poeta, costumava, em seus discursos, proferir palavras eruditas e inusuais no cotidiano da grande maioria das pessoas. JJ, como era mais conhecido, proferia discurso na Câmara Municipal de Maribondo, em sessão polêmica e calorosa. O funcionalismo público municipal reclamava de reajuste salarial. JJ verbalizava: - Senhoras e senhores vereadores e egrégia plateia. Alguns simpatizantes do prefeito ensaiaram uma pequena vaia. JJ continuou: - Desprezível claque do vil alcaide, dispenso vossa manifestação. Esse

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TEMÓTEO

CORREIA n Ex-deputado estadual

paquiderme, casmurro de uma figa, caudatário de sua própria estupidez, vos digo, irá contemplar os nossos sofridos barnabés nas calendas gregas. Naquele momento, o suplente de vereador Val-2000 levantou-se e saiu apressadamente. Um repórter da Maribondo FM o abordou: - Para onde está indo tão apressado, vereador Val? Ele respondeu na lata: - Estava ali, quase me cagando, estou com diarreia, desde ontem, mas te juro que, com essas palavras do JJ, passou até a vontade, sabe! - E para onde vai? - Agora eu vou é procurar um dicionário para entender esse discurso. Estou gostando!


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Dúvidas eletrizantes

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timismo é a palavra de ordem quando se fala em futuro elétrico para os automóveis. Praticamente todas as fabricantes despejam agora bilhões de dólares em desenvolvimento, apresentam planos de uma linha completa de carros elétricos – dos pequenos, de entrada até SUVs de vários portes –, alguns países estabelecem prazos para “banir” veículos com motores a combustão, redes de abastecimento de recarga rápida e ultrarrápida vem sendo instaladas. No entanto, existem muitos pontos, pouco esclarecidos, que precisam ser considerados. Não se trata aqui de torcer contra ou a favor, defender posições pessimistas, mas apenas uma boa dose de realidade. Deixemos de lado aspectos técnicos negativos e conhecidos como autonomia, peso, volume e tempo de recarga das baterias, rede de reciclagem após oito anos e valor de revenda. Custos de manutenção são baixos, um carro elétrico é fácil de projetar e construir, resolve o problema de emissões locais, mas não totalmente do CO2 e do efeito estufa, pois depende da fonte de geração de energia elétrica. Entre as dúvidas eletrizantes, com perdão do trocadilho, estão o real desejo do consumidor em migrar do veículo convencional para um alternativo. Autonomia mínima “garantida” entre 400 e 500 km é uma das exigências. Recarga também. SUVs pesados recém-lançados, com baterias poderosas de 100 kWh, se não tiverem pontos de abastecimento ultrarrápidos por todos os lados, exigem três dias e meio em tomadas comuns de 110 V ou metade deste tempo com 220 V. Preço é outro problema e talvez o mais sensível. Em recente pesquisa da McKinsey com consumidores da China, Alemanha e EUA, 60% responderam que não pagariam um valor extra por um automóvel elétrico. Neste grupo mais exigente, metade afirmou interesse apenas se os elétricos fossem mais baratos que os convencionais. No site inglês Confused.com, de seguros automobilísticos, 59% dos pesquisados apontaram

FERNANDO CALMON n fernando@calmon.jor.br

alto preço como fator mais desencorajador para opção elétrica. Mais de uma resposta era possível: 61% reclamaram da demora para recarregar e 72%, da rede pequena de estações. A pesquisa mais recente da J.D. Power com compradores de veículos na Alemanha, mostrou certa apatia em relação ao interesse por elétricos. De um modo geral, 74% dizem considerar no futuro a compra de um elétrico a bateria ou por pilha a hidrogênio, híbrido ou híbrido plugável. 26% dos alemães, 60% dos americanos e apenas 4% dos chineses (incluídos na pesquisa) descartam essa possibilidade à frente. Entretanto, impressionou a empresa pesquisadora o fato de o número de interessados ter parado de crescer na Alemanha, país com forte viés ambientalista e apesar de enorme publicidade espontânea em torno do assunto, que não sai de evidência na mídia e na cabeça dos políticos. No final do relatório, destacou: “Consumidores céticos não compram tanto quanto aqueles que acreditam em um produto ou em sua proposta. Fabricantes têm um desafio ainda maior do que simplesmente construir os melhores veículos elétricos.” Conclusão é que não basta ter oferta abundante se a procura permanece discreta ou hesitante.

ALTA RODA n ANTONIO FILOSA, presidente da FCA para América Latina, confirmou que a picape média Ram1500, produzida nos EUA, chegará ao Brasil no fim do terceiro semestre deste ano. Empresa ainda não decidiu se será fabricada, mais adiante, aqui ou no México (de onde viria sem imposto de importação). Já o SUV italiano 500X depende da cotação do euro para definição de volumes. n GRANDE aposta da marca Fiat é o novo SUV na fábrica de Betim (MG) em 2021, enquanto a Jeep terá versão de sete lugares do Compass, em Goiana (PE). Fiola confia na virada econômica nos próximos anos. “Acredito que o Governo Federal deverá tirar a “bola de ferro” dos pés dos empresários para aumentar a competividade. Nunca sairemos do Brasil”, acrescentou Filosa. n FORTE queda das exportações para a Argentina (em geral responde por 70%) derrubou a produção no Brasil em 10%, quando comparados janeiro de 2019 e 2018. VW, por exemplo, não enviou nenhum veículo para lá, por mais de três meses. Anfavea admite que sua previsão negativa, para o mercado externo este ano, poderá ser revista para números ainda menores.

n MERCEDES-AMG A35 4M (306 cv; tração integral) chega em breve: apresentado em evento social em São Paulo (SP). Britta Seeger, diretora mundial de vendas e marketing, confirmou que toda a linha da marca, inclusive híbridos plugáveis, estará disponível aqui se houver demanda sustentável. Estão previstos 20 lançamentos no Brasil, este ano, entre novos e versões. n LISTA das marcas automobilísticas centenárias cresce este ano com Bentley e Citroën. As demais: Alfa Romeo, Aston Martin, Audi, BMW, Buick, Cadillac, Chevrolet, Daihatsu, Dodge, Fiat, Ford, Lancia, Morgan, Mercedes-Benz, Mitsubishi, Opel, Peugeot, Renault, Rolls-Royce, Skoda e Vauxhall. Maserati tem 100 anos, mas produz autos há 80. Algumas pararam por períodos (Aston Martin, Audi, Bentley e Morgan).


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SEU INVESTIMENTO

Cinco dicas para acertar na compra de apartamento na planta ASSESSORIA / TRISUL

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dquirir um imóvel ainda em fase de projeto ou em obras resulta em diversos benefícios. Por outro lado, como o imóvel ainda não está finalizado, é importante adotar alguns cuidados antes de decidir pela compra para que você tenha a certeza de que fará uma negociação segura e vantajosa. Para esclarecer os principais pontos na hora de comprar um apartamento na planta, Lucas Araújo superintendente de Marketing e Inteligência de mercado listou as melhores dicas para não errar na hora de fechar o negócio. Confira abaixo:

1

. Conheça o projeto e os materiais de apoio O apartamento na planta é, no momento da compra, intangível: você não consegue vê-lo, tocá-lo, nem tampouco visitá-lo, certo? Por esse motivo, a melhor forma de visualizar o que você está comprando é visitar o decorado do apartamento no terreno onde o prédio será construído. Estudar o projeto e os materiais de divulgação da incorporadora também ajuda. De acordo com Lucas Araújo, essas peças podem incluir fotos e vídeos, perspectivas dos espaços e até mesmo uma maquete do projeto. “Tenha em mente que é muito importante guardar esses materiais até a entrega do projeto, já que eles serão a base de comparação entre o que foi prometido e o que foi entregue”, aconselha. Para ter acesso a esses docu-

mentos, visite o plantão de vendas do empreendimento, onde representantes da construtora estarão à disposição para esclarecer dúvidas e mostrar detalhes da obra.

2

. Estude o custo-benefício O custo-benefício de um imóvel na planta deve ser avaliado a partir de uma série de fatores, como localização, tamanho, prazo para entrega da obra, qualidade dos acabamentos, benefícios do condomínio e, claro, o valor da compra. “Essa é uma análise que varia de imóvel para imóvel, mas é importante considerar as opções no mercado, o potencial de valorização e a destinação que você quer dar para a propriedade, ou seja, se a sua família viverá nela ou se optará por alugar para terceiros” Lucas também indica fazer as contas e fechar o negócio após estar convicto de que ele é vantajoso.

3

. Pesquise o histórico da construtora e da incorporadora As diferenças entre essas duas empresas são uma dúvida comum de quem busca entender como comprar apartamento na planta. Segundo Lucas Araujo,

a incorporadora é responsável por articular os negócios que envolvem o projeto, fazer as vendas, negociações, formalização de registros e documentos, enquanto a construtora efetivamente executa a obra nos moldes projetados. “Há casos em que uma mesma empresa atua nas duas funções. Independentemente disso, você deve conhecer o histórico dos envolvidos no que se refere à: opinião e satisfação dos clientes; qualidade das obras já entregues; saúde financeira; reputação da empresa no mercado e execução dos projetos anteriores”, explica Lucas. No caso das empresas de capital aberto na bolsa de valores, todas as informações financeiras e operacionais estão acessíveis ao público. Assim, torna-se mais fácil

consultar a saúde financeira e o histórico da organização.

4

. Analise o prazo de entrega Antes de comprar o apartamento na planta é fundamental conhecer o prazo de entrega do empreendimento. Além de consultar a construtora, pesquise se ela tem um bom histórico de cumprimento de prazos e, se não, qual é o tempo médio de atraso. “Somente com essas informações você conseguirá fazer um bom plano financeiro para não passar aperto até a entrega do imóvel. Observe que, em muitos casos, o contrato estipula um período possível de atraso, portanto, ele não pode ser ignorado”, completa Lucas.

5

. Verifique se o contrato contém cláusulas de garantia ou proteção Algumas situações devem estar previstas no contrato de modo a proteger tanto o comprador quanto a incorporadora e a construtora. “Estude o contrato antes de assinar e certifique-se de que ele contém: prazo máximo da obra, incluindo a tolerância de atraso; consequências em caso de desistência do comprador; multas e penalidades para descumprimento de cláusulas; prazo para troca de materiais de má qualidade ou conserto de defeitos e garantia contra problemas estruturais de segurança”, indica Lucas. Ele ainda alerta que se alguma dessas informações estiver ausente do contrato, é necessário conversar com a empresa e tente sanar o problema. “Caso você não se sinta seguro para concretizar o negócio, é melhor não fazê-lo”, revela Lucas Araújo. Comprar apartamento na planta não é um bicho de sete cabeças, pelo contrário, pode ser muito vantajoso. Porém, como em qualquer tipo de negociação, é importante adotar algumas medidas de precaução e não agir por impulso. Dessa forma, se evita arrependimentos no futuro.


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Assumiu a presidência

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éo Saturnino não é mais o presidente da Câmara Municipal de Arapiraca. Após uma batalha jurídica, o vereador Jário Barros foi empossado para comandar a Casa Herbene Melo por dois anos. Mas a sua posse chegou a ser ameaçada. É que o vereador Sérgio do Sindicato (PPS), aliado de Saturnino, não compareceu. Por ser o vereador mais votado, deveria comandar o processo, mas desrespeitou decisão da Justiça. Jário acabou sendo empossado, no final da tarde de quarta-feira, 13, pelo vereador Fabiano Leão, o vereador mais bem votado e que estava presente na sessão. Ficou assim constituída a nova Mesa Diretora: Jário Barros, vice-presidente, Thiago ML, primeiro secretário, Dr. Fábio, segundo secretário, Pablo Fênix e, terceiro secretário, Fabiano Leão.

Marcaram presença

Estiveram presentes ainda à posse, o Pastor Marcos Caetano, Willomaks da Saúde, Professora Graça, Aurélia Fernandes e Melquisedec de Oliveira. Em seu pronunciamento já como presidente, Jário Barros agradeceu a presença de todos e convidou o público presente para a sessão realizada nesta quinta-feira (14), a partir das 19h30. Assessores de Léo Saturnino não souberam informar se ele vai recorrer para retomar o cargo.

Desvio de verba

Nas primeiras horas da manhã de quarta-feira (13), a pedido do Ministério Público Federal em Alagoas, a Polícia Federal deflagrou a Operação Retomada para cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão nos municípios de Traipu, no Sertão de Alagoas, e em Feira Grande, no Agreste. A operação contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal. A Operação Retomada visa recuperar os bens adquiridos com verbas públicas desviadas pelo ex-prefeito de Traipu, Marcos Santos.

Bens indisponíveis De acordo com o MPF, a decisão foi de indisponibilidade de todos os bens. Os imóveis ficam alienados para reparar o dano causado em cada ação de improbidade e ações penais. Não foram divulgados os valores dos bens que constam nos mandados.

Mandados de busca

O MPF, na ação cautelar de indisponibilidade de bens preparatória de ação de improbidade nº 000056640.2011.4.50.8001, requereu à Justiça Federal a expedição de mandados de busca e apreensão que visam à recuperação de bens adquiridos com recursos desviados de verbas federais da educação, como o Fundeb (Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais de Educação) e o PNATE (Programa Nacional de Transporte Escolar).

Novo comandante

Na manhã de quarta-feira (13), foi realizada uma coletiva de imprensa para a apresentação do major Mário César Nunes Palmeira como novo comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM). A coletiva aconteceu na sede do 3º BPM, em Arapiraca. O major Palmeira vai substituir o tenente-coronel Ênio Bolivar, que está deixando a função e vai para reserva por tempo de serviço na corporação. A troca de cargo está prevista para acontecer no próximo dia 27, na sede do 3º BPM. (Já è Notícia)

ABCDO INTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

PELO INTERIOR ... O Hemocentro de Alagoas (Hemoal), unidade Arapiraca, iniciou na segunda-feira (11) a Campanha de Doação de Sangue A-me, Ab+race, Do+e e Celeb-re. A ação, que prossegue até esta sexta-feira (15), vai contemplar os doadores com uma camisa que destaca cada tipagem sanguínea. ... Para se candidatar à doação voluntária, os interessados devem comparecer ao órgão, localizado na Rua Desportista Ernesto Alves Siqueira, no Centro de Arapiraca. As doações podem ser realizadas das 7h às 17h, de segunda a sexta-feira.

Eterna agonia

Moradores de dezoito municípios da Bacia Leiteira de Alagoas estão tendo que lidar com um racionamento de água por conta de uma bomba quebrada no sistema de captação de água do Rio São Francisco, localizado em Pão de Açúcar. O problema ocorre desde o final de dezembro do ano passado.

Falta d’água

A denúncia partiu de moradores de Batalha que alegam ter água uma vez por semana. O abastecimento não dura mais que um dia. Segundo uma moradora que se identificou apenas como Genilda, foram realizadas manifestações na frente da Casal, no município, mas o problema persiste. (Com Assessoria)

Operação em Arapiraca

A Delegacia Regional de Arapiraca realizou, na manhã de quarta-feira (13), uma operação para dar cumprimento a seis mandados de busca e apreensão. A operação teve como objetivo combater crimes de agiotagem, extorsão e associação crimina composta por estrangeiros. Até o momento, nove colombianos foram conduzidos à Central de Polícia Civil de Arapiraca, no bairro Baixão. O material apreendido com os suspeitos também foi encaminhado à Central de Polícia. (Com Já é Notícia)

Violência

Uma discussão entre um casal terminou com o marido ferido a golpes de faca de mesa, na manhã da ultima quarta-feira (13), na Rua Felizardo Jonas Leal Araújo, no bairro Jardim Esperança, em Arapiraca. Segundo informações, esta é a terceira vez que a esposa tenta matar o marido, identificado como Tarciso Ramos dos Santos, de 27 anos. Ele foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Hospital de Emergência do Agreste (HEA). (Com Já è Notícia)

... Além de ter entre 16 e 69 anos de idade, o voluntário deve ter no mínimo 50 kg e portar um documento de identificação com foto. Também é necessário, segundo o Ministério da Saúde (MS), estar acompanhado dos pais, caso seja menor de 18 anos. (Assessoria) ... O concurso público da Prefeitura de Olivença, no Sertão de Alagoas, está sob suspeita. A empresa contratada para a realização do certame, o Instituto de Administração e Tecnologia - ADM & TEC, com sede em Recife (PE), teve a licitação dispensada e poderá receber até R$ 280 mil referente aos valores pagos pelos candidatos que se inscreveram no certame. ... A contratação de empresas para a realização de concurso público por meio de dispensa de licitação já fez gestores de alguns municípios alagoanos terem que dar explicações ao Ministério Público Estadual para justificar a escolha de empresa específica, uma vez que existem em Alagoas várias empresas que oferecem esse tipo de serviço. ... O promotor de Santana do Ipanema, Denis Guimarães, que responde também pelo município de Olivença, afirma não ter recebido nenhuma denúncia questionando o processo de escolha da empresa para a realização do certame, cujas provas objetivas foram realizadas no último dia 27. ... “Sequer sabia que a empresa tinha sido contratada por dispensa de licitação. Mas nada impede que a gente venha a investigar como foi feita essa dispensa de licitação e se a empresa foi contratada de maneira legal”, afirmou o promotor, que está afastado das atividades durante o período de licença paternidade. ... Aos nossos leitores, desejamos um excelente final de semana, com paz, saúde e harmonia!


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MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Ibama x Vale

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Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou um novo auto de infração à mineradora Vale, responsável pela barragem da Mina Córrego do Feijão. O Ibama estabeleceu multa diária de R$ 100 mil até que seja executado de forma satisfatória o plano de salvamento de animais silvestres e domésticos. De acordo com o Ibama, a Vale havia sido notificada um dia após a tragédia de 25 de janeiro para que iniciasse em até 24 horas a execução do plano de salvamento da fauna e passasse a entregar relatórios diários com informações sobre os animais resgatados. Entre diversas medidas, o plano de salvamento prevê a instalação de hospital de campanha para reabilitação dos animais resgatados e de centro para triagem e abrigo.

Plástico no Japão

Mudança climática

O governo japonês decidiu cortar o uso de produtos de plásticos em cafeterias e lojas em cerca de 200 órgãos e instituições ligadas ao serviço público como universidades. A medida entra em vigor a partir do ano fiscal de 2019, que tem início em abril. O objetivo é reduzir a quantidade de dejetos de plástico nos oceanos. Será pedido às operadoras de cafeterias que evitem o uso de talheres e recipientes descartáveis de plástico. A exceção é para serviços a portadores de deficiências.

Segundo estudo divulgado no início da semana pelo Centro de Pesquisas Pew, uma das maiores preocupações mundiais hoje em dia é a mudança climática. Ela vem crescendo acentuadamente desde 2013, com aumentos de dois dígitos em pontos percentuais registrados pela pesquisa em países como os EUA, México, França, Reino Unido e África do Sul. No Brasil, o tema foi apontado como principal fator de preocupação por 73% dos entrevistados.

Extinção de insetos

Quase metade de todas as espécies de insetos, vitais para os ecossistemas e economias, está em rápido declínio em todo o mundo, alerta um estudo que adverte para um “colapso catastrófico” dos ambientes naturais. Os autores deste balanço dizem que a menos que as formas de produção de alimentos mudem, os insetos vão ter tomado o caminho da extinção em algumas décadas. Esse estudo aponta o papel da agricultura intensiva no destino dos insetos e aponta que cerca de um terço de todas as espécies está ameaçada e, a cada ano, cerca de 1% a mais é adicionada à lista. Quando se fala de perda de biodiversidade, o que chama a atenção é o destino de grandes animais.

Trilha aquática noturna

O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no litoral entre os estados da Bahia e Espírito Santo, inaugura na semana que antecede o Carnaval o seu mais novo atrativo: a trilha subaquática do Chapeirão Mau-Mau. Chapeirões são formações recifais de rara beleza, únicas no mundo, só existentes em Abrolhos. Têm formato de cogumelos e chegam a ter 20 metros de altura e 50 metros de diâmetro no topo. O trajeto da trilha, que poderá ser feito à noite, com mergulho autônomo, acompanhado de condutores, tem tudo para proporcionar aos visitantes uma experiência inédita e inesquecível.

Algodões do Nordeste

A Região Nordeste é a segunda maior produtora de pluma de algodão do Brasil e tem um forte potencial para se consolidar na produção do algodão orgânico. A avaliação é da Embrapa Algodão, que destaca a vantagem do semiárido nordestino na produção do insumo pela boa adaptabilidade que ele tem ao clima seco da região. O algodão orgânico começa na plantação e é cultivado para chegar à produção têxtil livre de agrotóxicos e de produtos químicos comuns em plantações tradicionais. Atualmente, essa produção é concentrada nos estados do Ceará e da Paraíba.


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE FEVEREIRO DE 2019

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