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Padrão Arthur Lira mantém velhas práticas na Codevasf

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MEIO AMBIENTE

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Estatal segue com Joãozinho Pereira, encrencado com a Justiça mas primo rico do ‘rei’ de Brasília

ODILON RIOS

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cobrado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), para não causar problemas no Governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem conduzir um processo de impeachment foi manter os velhos amigos e as mesmas práticas nos cargos federais indicados pelo deputado federal.

Isso inclui a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), que segue nas mãos de João José Pereira Filho, o Joãozinho Pereira, cercado de denúncias na justiça, mas é o primo rico de Lira e lhe garantiu o funcionamento do orçamento secreto, distribuindo dinheiro a rodo e sem critério em prefeituras amigas, mas com resultados para lá de questionáveis.

Nem a meritocracia justifica a indicação de Joãozinho Pereira na Codevasf, que está na direção local da estatal desde abril de 2021. Ele já foi condenado duas vezes por improbidade administrativa, mas em primeira instância e as ações estão longe de punir o primo rico. Mas as sentenças pedem a suspensão dos direitos políticos por 8 anos. Hoje, tramitam no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, a segunda instância federal no Nordeste.

As acusações? Irregularidades na aplicação de dinheiro federal para a Saúde e Educação “com indícios de desvios e vícios em licitações”, segundo mostrou O Globo no último domingo (26/2) ao montar um perfil, de página inteira, de Joãozinho Pereira ao lado de Arthur Lira.

“Em outra frente judicial, o primo de Lira foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por superfaturamento na compra de uma ambulância. A investigação encontrou indícios de sobrepreço de quase 70% no valor do veículo, além de sinais de combinação prévia entre as empresas participantes da licitação — três delas abriram mão de participar cometendo o mesmo erro ortográfico, usando o termo “renucio” (renuncio)”, detalha O Globo.

O escritório alagoano da Codevasf, sediado em Penedo, recebeu R$ 45 milhões em emendas do orçamento secreto. Entre os convênios, R$ 10,3 milhões liberados para construção de adutora em Teotônio Vilela, um dos celeiros eleitorais dos Pereira e onde Joãozinho já foi prefeito.

Quando era prefeito, em março de 2020, Joãozinho mais o secretário do Gabinete Civil (hoje prefeito) Peu Pereira tiveram R$ 50 mil bloqueados por decisão judicial. O pedido foi do Ministério Público, que verificou distribuição irregular de cestas básicas em ano eleitoral.

Eis o padrão Arthur Lira de manter as coisas como estão, mudando apenas o governo porque Joãozinho foi nomeado quando Jair Bolsonaro (PL) era presidente da República.

Mas, além de disputar cada palmo dos cargos federais com o senador Renan Calheiros (MDB), Lira quer se livrar de um processo no qual é réu por corrupção. O desfecho não preocupa o presidente da Câmara. Em uma semana já voou em avião da FAB para o Carnaval de Salvador e Las Vegas, a terra da jogatina nos Estados Unidos.

O PRESIDENTE DA CÂMARA TEM PODERES PARA O IMPEACHMENT DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. SEU PADRI-NHO, EDUARDO CUNHA, FOI QUEM ARTICULOU A QUEDA DE DILMA ROUS-SEFF COM O ARGUMENTO RIDÍCULO DE PEDALADAS FISCAIS.

Segundo mostrou a Veja, Arthur Lira apresentou recurso contra decisão da Primeira Turma do STF que aceitou denúncia, apresentada pela Procuradoria Geral da República, em outubro de 2019. Lira supostamente recebeu propina de R$ 106 mil, paga pelo ex-presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) Francisco Colombo, preço para manter Colombo no cargo. O dinheiro foi apreendido em 2012 com um assessor de Lira, no aeroporto de Congonhas (SP).

“A defesa do presidente da Câmara sustenta que a acusação no caso CBTU foi enfraquecida a partir da decisão da Segunda Turma do STF de rejeitar, em março de 2021, a denúncia do inquérito conhecido como ‘quadrilhão do PP’, que apontava crimes de organização criminosa por políticos do partido, incluindo Lira. Os advogados do presidente da Câ- mara argumentam que as acusações deste outro caso foram levadas em conta pelos ministros do Supremo ao decidirem torná-lo réu por corrupção na denúncia envolvendo a estatal de trens”, detalha a Veja.

O presidente da Câmara tem poderes para o impeachment do presidente da República. Seu padrinho, Eduardo Cunha, foi quem articulou a queda de Dilma Rousseff com o argumento ridículo de pedaladas fiscais. Assumindo o poder, o vice de Dilma, Michel Temer (MDB), tornou legal o que antes era crime.

Lira usa seus poderes também para indicar secretários na gestão do prefeito JHC (PL). Promete usar toda a sua influência para atrair recursos federais e mudar a realidade social dos maceioenses. Se agir como faz na Codevasf, a promessa será mais uma fake news.

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