Edição 1044

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ANO XX - Nº 1044 - 25 A 31 DE OUTUBRO DE 2019 - R$ 4,00

69ª EXPOAGRO

Maceió será capital do agronegócio até 3 de novembro

Exposição que tem início hoje, na Pecuária, deve fechar com recorde de faturamento. A expectativa dos organizadores é que leilões de animais movimentem R$ 9 milhões. SUPLEMENTO

extra PREFEITURAS MACEIÓ - ALAGOAS

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1998 - 2019

VÃO RECEBER R$ 245 MILHÕES DO PRÉ-SAL Maior quinhão será de Maceió, que ficará com R$ 40 milhões, seguida de Arapiraca com R$ 10,6 milhões 6 IMPUNIDADE

SEGURANÇA

Mulheres ganham aplicativo de transporte exclusivo Maju, o app que começa a operar dia 10 de novembro, terá apenas motoristas e clientes do sexo feminino. O objetivo é dar mais segurança a mulheres que usam este tipo de transporte alternativo. 19

NOVO RECURSO ADIA MAIS UMA VEZ A PRISÃO DO CABO LUIZ PEDRO Condenado há quatro anos por homicídio qualificado, sequestro e formação de quadrilha, ex-deputado já perdeu duas apelações. 8

SANTORO VAI COMANDAR FORUM SOBRE MODELO DE VENDA DA CASAL 5


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COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Lambança da PGR

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- A pressa de incriminar o senador Fernando Collor em lavagem de dinheiro e ocultação de bens levou à execração de pessoas que nada têm a ver com a roubalheira descoberta pela Lava Jato. Empresários íntegros foram expostos a julgamento público como se fossem criminosos já condenados.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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- Revestida de escândalo, a denúncia-bomba resume-se à compra de imóveis, em leilões públicos, no valor de R$ 6 milhões, por um funcionário do gabinete do senador, cujo maior crime foi não declarar a operação imobiliária na Receita Federal.

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- Sem ter como provar a participação de Fernando Collor no caso, os procuradores incensaram a Ação Cautelar da PGR com a inclusão de várias famílias em um fictício enredo a serviço do senador. Quem conhece Collor sabe que a denúncia é tão absurda quanto ridícula.

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- Por fim, não é de se estranhar que a armação contenha as digitais do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot – inimigo de Collor – e autor de várias lambanças que acabaram desacreditando as ações da Lava Jato e a própria PGR.

As chances de Rui

O tucano Rui Palmeira é um forte candidato ao governo de Alagoas em 2022, mesmo sem grandes obras para marcar sua passagem pela prefeitura da Capital. Afora alguma ou outra denúncia de irregularidade, o prefeito mantém sua ficha limpa e deve concluir o mandato longe dos escândalos de corrupção que marcaram a gestão de antecessores.

Liderança

Em tempos de escassez de lideranças, Rui lidera a lista de um pequeno grupo que vem conquistando espaço entre os eleitores mais jovens, e, junto com Rodrigo Cunha, JHC e Alfredo Gaspar, se apresentam como o novo. Nomes que se distanciam dos velhos caciques da política alagoana e de seus vícios nada saudáveis.

Ficha-limpa

Tirando Alfredo Gaspar de Mendonça – que dificilmente trocará 22 anos de serviço público por uma aventura eleitoral – Rui Palmeira se destaca como futuro líder político de Alagoas, apesar dos percalços enfrentados na sua primeira experiência no Executivo. Além de ficha limpa, tem pedigree e já deu exemplos de sua seriedade na gestão da coisa pública.

Viva Alagoas!

Pelo andar da carruagem, a Braskem vai terminar como vítima da história, com direito a indenização por danos morais e materiais. Quem viver, verá

De pai de santo a pastor

O recurso do prefeito Gilberto Gonçalves para anular a decisão da Câmara que cassou seu mandato será julgado dia 1º de novembro pela 2ª Câmara Cível do TJ. A desembargadora Elisabeth Carvalho é relatora do processo, mas qualquer que seja a decisão, o Pleno do TJ é que dará a palavra final.

Após sua passagem exitosa por terreiros baianos, Toninho Lins foi batizado, semana passada, na igreja Adbras-Maceió e ganhou passaporte para ser o futuro líder religioso do Agreste alagoano. Após o batismo na piscina de sua casa, em Rio Largo, Toninho virou administrador de ofertas e dízimo da Assembleia de Deus no Brás (Adbras), igreja nascida de uma dissidência da Assembleia de Deus do bairro paulistano do Brás. Condenado por corrupção e cumprindo pena em regime aberto, o ex-prefeito de Rio Largo saiu-se tão bem na cerimônia de consagração que lhe foi prometido o cargo de apóstolo da Adbras em Arapiraca, com pretensões de ser líder religioso do Agreste alagoano. Em todas as crenças e religiões a Bíblia alerta aos fiéis para evitar os falsos profetas, verdadeiros lobos vestidos de ovelhas.

Sub judice

Impunidade

Rio Largo

Cassado pelos vereadores, o mandato do prefeito está pendurado em uma liminar concedida pelo desembargador Tutmés Airan. Ele entende que a pena de cassação foi desproporcional às acusações e que não se pode antecipar juízo de culpabilidade. Tutmés disse à coluna que tão logo conclua seu voto o levará ao Pleno para julgamento do colegiado, que decidirá o caso. “Não tenho compromisso com ninguém, a não ser com a minha consciência em fazer o certo”.

Após vários anos enganando a Justiça para não pagar pensão alimentícia aos filhos e escapar da cadeia, o deputado Arthur Lira dorme tranquilo, na certeza da impunidade. O último recurso contra Arthur – um mandado de segurança – caiu nas mãos do desembargador Celyrio Adamastor, o mesmo magistrado que salvou o mandado do deputado, mesmo já condenado pela roubalheira dos taturanas.

Exército em alerta

Jair Bolsonaro alertou o general Fernando Azevedo, ministro da Defesa, para a necessidade de preparar o Exército para o caso de convulsão social no país. “Não podemos ser surpreendidos por movimentos como o que está acontecendo no Chile, e se preparar para usar o artigo 142, pela manutenção da lei e da ordem”, disse o presidente.


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Direita sufocada Cascais, Portugal - Os economistas neoliberais brasileiros que integram a equipe do Paulo Guedes botaram as barbas de molho depois da explosão social no Chile que já deixou um saldo de quinze mortos e mais de 700 presos. O país sofre as consequências de ter deixado a economia regular o próprio mercado, afastando o estado de suas obrigações sociais, a exemplo da Previdência Social, da saúde e da educação entregues à iniciativa privada que se mostrou incompetente para gerir esses setores. O resultado, depois de algumas décadas, é o aumento do suicídio de idosos que viram o seu dinheiro ser pulverizado nas mãos de banqueiros que prometiam uma aposentadoria saudável àqueles que depositassem suas poupanças nas instituições financeiras. Guedes chegou a pensar em adotar o mesmo sistema no Brasil quando apresentou sua proposta de reforma da Previdência ao Congresso Nacional. Felizmente, a tempo, as comissões da Câmara e do Senado derrubaram a ideia e o ministro desistiu de mantê-la. Seria um pouco precipitado imaginar que o Brasil estaria caminhando para uma crise social chilena antes que as novas propostas da Previdência passem a valer de verdade. Mas não se deve descuidar da reforma liberal do Guedes, que tenta diminuir o tamanho do Estado vendendo suas riquezas a preços de banana

Desigualdade

Economistas latinoamericanos observam que a desigualdade social é um dos motivos da revolta no Chile. Constatam que assim como no Brasil, 1% dos mais ricos do Chile detêm mais de 25% da renda. E a aposentadoria privada, saudada por outros governos latinos como a mais justa quando foi implantada, hoje é criticada por não cobrir despesas dos mais velhos. Dados do próprio governo chileno mostram que esse quadro tem levado muitos idosos ao desespero. O número de suicídios entre pessoas de mais de oitenta anos chegou a 17,7% para cada 100 mil habitantes, um dos mais altos da América Latina.

Acontece que o sistema previdenciário que era público até 1980 mudou. Assim cada trabalhador teve que assumir a própria poupança para o futuro depositando entre 10% a 15% da sua renda nas empresas privadas que investiam no mercado financeiro para garantir o futuro de cada um. Milhares desses idosos que se aposentaram aos 65 anos (homem) e aos 60 anos (mulher) viram seu dinheiro virar pó em algumas dessas instituições financeiras. Só agora as pessoas perceberam que a reserva que restou não é suficiente para pagar suas contas. E não têm a quem apelar porque o governo simplesmente lavou as mãos para o sistema previdenciário do país para alimentar a ganância do setor financeiro.

aos chineses e aos Estados Unidos para destravar a economia. O Chile, como se sabe, vem sendo administrado por governos de direita e de esquerda que se revezam no poder. Quis o destino, portanto, que a crise caísse nas mãos do presidente Sebastián Piñera de direita, que teve de recuar do aumento de 1,04 euros nos bilhetes do metrô depois que a multidão invadiu Santiago e Valparaíso para protestar contra o aumento. Milhares de jovens foram às ruas para denunciar o acentuado sistema de desigualdade social chileno apesar da economia ser mais próspera que a brasileira. Pelo acordo de livre comercio que mantém com os Estados Unidos e a Europa, o Chile quase não desenvolveu sua indústria de base, o que deixa a sua economia frágil, refém de forte importação para suprir seu mercado interno. Para se ter uma ideia, todos os carros que circulam pelo país são importados. E o seu mercado é praticamente abastecido pela Europa e Estados Unidos. Mesmo assim, o Chile mantém há décadas uma economia forte e estável na América Latina. Por isso, essa explosão social acendeu a luz amarela em países como o Brasil, que querem entregar as suas empresas a fim de desatrelar a economia das amarras do Estado entregando suas riquezas natu

Estabilidade

A reforma previdenciária do Brasil aprovada pelo Senado Federal em segundo turno esta semana já nasce caduca. Analistas políticos já falam em outra reforma antes dos dez anos previstos para que o país arrume novamente a sua casa previdenciária, como é a proposta atual do governo.

Convulsão

Essa convulsão social no Chile surpreendeu o mundo, mas especialmente a América Latina, quando se sabe que a economia daquele país é uma das mais fortes. Apenas para efeito comparativo, veja aqui os indicadores entre o Chile e o Brasil: Salário mínimo: R$ 1.700 (Chile) / R$ 998 (Brasil) Renda média anual: US$ 25,2 mil (Chile) / US$ 15,7 mil (Brasil) Desemprego: 7,3% (Chile) / 12,2% (Brasil) Inflação: 2,4% (Chile) / 2,9% (Brasil) Expectativa de alta do PIB neste ano: 2,9% (Chile) / menos de 1% (Brasil).

A economia

Como disse o economista Paulo Feldman à Folha, “o Chile foi o primeiro país da América Latina a entrar de cabeça na política neoliberal, quando o governo acredita que o mercado resolve tudo. E a verdade é que o governo precisa planejar a economia”. E às vezes, como sempre acontece, a conta chega salgada lá na frente, pois a indignação do povo nasce nos pequenos movimentos reivindicatórios para se transformar em grandes protestos.

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Metrô

A insatisfação da população com o governo chileno é semelhante ao que ocorreu no Brasil com a Dilma quando milhares de pessoas foram às ruas para protestar contra a recessão econômica. O pretexto era o aumento das tarifas dos transportes públicos, mas transbordou para um movimento generalizado que acabou desestabilizando o governo do PT e derrubando a presidente.

Centavos

No Chile a revolta foi por causa do aumento das tarifas do metrô. Os manifestantes foram tratados com violência e quinze pessoas morreram, mesmo depois do governo recuar e desistir de majorar as passagens. Mas, na verdade, o caldeirão transbordou porque a economia do Chile começa a dar sinais de fragilidade depois da queda dos preços do cobre no mercado internacional, base de sustentação do país. O cobre, a principal fonte de riqueza do Chile, vale hoje 40% menos que em 2011. O peso também está se desvalorizando. Caiu 25% desde fevereiro do ano passado.


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Começa o jogo perigoso

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altando ainda um ano para as eleições, as pesquisas eleitorais já estão no campo e apontam, mesmo sem ter sido deflagrado o processo sucessório do prefeito Rui Palmeira e do restante dos municípios do estado de Alagoas, situações de tendência dos candidatos pelo eleitorado. As últimas pesquisas, onde foram ouvidas cerca de 5 mil eleitores pelo Ibrape, mostram que alguns candidatos a candidatos se sobressaem no tabuleiro eleitoral, a exemplo de Davi Davino, JHC, Alfredo Gaspar de Mendonça e até mesmo Ronaldo Lessa, lembrado por

Na agulha

O Partido Progressista praticamente definiu seu candidato para suceder o prefeito Rui Palmeira. Davi Davino é aposta do PP e aparece com bom destaque nas pesquisas para a Prefeitura de Maceió. A composição, entretanto, deverá passar também pelo PSDB e o DEM, partidos aliados na atual conjuntura política.

Ineficiência da Equatorial

A Equatorial tem feito um bom marketing da empresa, como a troca de lâmpadas sem custos para o consumidor, mas esbarra, ainda, na ineficiência técnica. No dia 10 deste mês, uma quinta-feira, houve um problema no Loteamento Bosque Rio-Mar, em Barra de Santo Antônio, e a Equatorial foi acionada. Eles fizeram as podas das árvores e prometeram, imediatamente, mandar uma nova equipe ao local para a religação do transformador. Como não chegaram na quinta e tampouco até às 17 horas da sexta, o consumidor ligou duas vezes para o 0800082-0196 com promessas de ser deslocada uma equipe para o local. A equipe chegou, mas no sábado por volta das 11 horas da manhã. Uma beleza, não é?

Lero-lero

O aparecimento de manchas de petróleo no mar produziu uma série de comentários conflitantes pelas autoridades que cuidam do assunto. Cada uma delas emite uma opinião, mas no geral, não apontam quem foi o culpado e o mais importante: como será resolvido o problema.

boa parte da população. A situação vai começar a esquentar mesmo no próximo ano, quando o governador Renan Filho e o prefeito Rui Palmeira anunciarão seus candidatos. O quadro eleitoral, no momento, indica muita prudência para se lançar candidatos, principalmente porque os partidos ainda farão alianças e consequentemente discutirão quem serão os candidatos. No interior do estado o quadro é o mesmo, prevalecendo à reeleição de prefeitos, que jogam tudo para continuar no poder em 2021.

Fórum político

O jornalista João Mousinho está anunciando para o dia 6 de dezembro o I Fórum Alagoano de Marketing Político. Já confirmados nomes experientes na área, a exemplo de Aldo Jofré, que falará sobre “As 7 chaves para uma campanha digitam bem-sucedida”, Átilo Francucci, sobre “Narrativa e estratégia criativa em campanhas eleitorais” e o conhecido advogado eleitoral Marcelo Brabo, que abordará o tema “Mudanças na legislação eleitoral 2020”. O evento será realizado no auditório do Maceió Mar Hotel e os ingressos custarão R$ 220,00.

Ele de novo

Está faltando pouco para o empresário e lobista Milton Lyra, velho conhecido de campanhas eleitorais em Alagoas, ir para a cadeia. No início da semana, mais uma vez, sofreu uma ação de busca e apreensão entre os 18 que foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, que apura desvio grosso de dinheiro dos fundos de pensão. A sorte de Milton foi o ministro Celso de Melo ter negado sua prisão.

Alerta geral

A investigação sobre Milton Lyra pode atingir também setores políticos em Brasília. Lyra era interlocutor de grandes figuras e tradicionalmente era considerado como um “grande operador” no sistema financeiro. Rico do dia para a noite, o lobista ainda não se livrou totalmente de ser preso.

É preciso melhorar

O Hospital da Mulher, por incrível que pareça, não tem atendido a pacientes de risco, ficando este trabalho para a Santa Mônica, que permanece superlotada. Nos bastidores, se tem ciência de que falta pessoal especializado e, naturalmente, equipamentos que possam dar suporte às mulheres grávidas e com alto risco de vida.

JHC critica o Estado

O deputado JHC considerou a não decretação de estado de emergência pelo Estado para controlar as manchas de óleo nas praias do litoral alagoano como uma decisão impensada do governo. Ele disse, ainda, que não se pode misturar política com assuntos técnicos que requerem decisões rápidas do Estado sobre o problema.

No páreo

Ninguém pense que o prefeito Rui Palmeira está dormindo. Acompanhando de perto as movimentações políticas, ele estuda com carinho ser um candidato forte da oposição em 2022 para o governo do Estado.

Acelerando

Com obras em toda cidade, principalmente na periferia, a hora de Rui Palmeira deixar sua marca na administração de Maceió é agora. E conta, pra isso, com um grupo de auxiliares abnegados, a exemplo do secretário de Infraestrutura, Mac Lira, responsável pela transformação da capital. A continuar assim, Rui se credencia mais uma vez para um cargo majoritário e será fundamental para a escolha do novo prefeito.

GABRIEL MOUSINHO n gabrielmousinho@bol.com.br

Estruturantes

Muitas obras realizadas pela Prefeitura de Maceió são estruturantes e objetivam resolver problemas centenários da capital. Essas obras pouco aparecem, mas têm contribuído para solução dos problemas da periferia da cidade.

Com problemas

O Hospital Geral do estado, cujas obras estão quase parando, tem uma série de pendências técnicas com o município e que precisam ser resolvidas, já. Ou isso, ou ter suas obras embargadas, frustrando o desejo do governador de inaugurá-las antes de deixar o governo.

Candidatura independente

Se depender de um grupo que dá apoio à candidatura de Alfredo Gaspar de Mendonça, o procurador-geral de Justiça deverá sair candidato a prefeito de Maceió por uma forma independente, ou seja, sem o apoio do governo, nem do município. Algumas pesquisas para consumo interno mostram Gaspar forte, mas sem se envolver com outros grupos políticos tradicionais.

Procura-se

Para encontrar um candidato com grandes chances de se tornar o prefeito de Maceió, o governo trabalha diuturnamente, mas até agora não bateu o martelo. Maurício Quintella, Mozart Amaral têm chances com o apoio de Renan Filho, mas até agora não foram acionados.

Aproveitando o vazio

Ninguém deve subestimar a força política do ex-governador Ronaldo Lessa, que poderá ser o candidato apoiado por Rui Palmeira. Ele está aproveitando a indecisão dos grupos políticos e sobe na preferência do eleitorado, como demonstram as pesquisas. Como já foi prefeito e governador, Ronaldo não gastaria muito numa campanha, o que viria facilitar as coisas.


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extra falar estão: o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; Gustavo Montezano, presidente do BNDES; Fabrício Dantas, professor da FGV e procurador de Estado no Rio; e outros integrantes do governo alagoano.

Possível venda da estatal preocupa servidores efetivos; Sindicato dos Urbanitários prepara manifesto

PRIVATIZAÇÃO

Futuro da Casal entra no raio de ação do Estado Renan Filho marca seminário para novembro e sindicato promete reação ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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movimentação do governo do Estado em torno do futuro da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) preocupa o Sindicato dos Urbanitários. Futura presidente da entidade, Dafne Orion Ceres da Silva diz que a proposta que hoje está prestes a ser executada é a iniciativa privada assumir o controle das águas. Hoje é o inverso: empresas operam o sistema mas o controle é da estatal.

Segundo ela, uma das mais importantes obras do Estado é a ampliação do sistema de abastecimento na cidade de Murici. São R$ 10 milhões dos cofres estaduais para duplicar os serviços. Só que este sistema está na lista para ficar sob controle de empresas – apesar de o Estado estar levando adiante as obras. A proposta em estudo é: entregar para a iniciativa privada os serviços de saneamento de Maceió e mais três cidades metropolitanas. “Porque eles dão lucro”, diz a futura presidente. George Santoro – secretário da Fazenda – e Maurício Quintella – da Infraestrutura – são quem discute junto ao governador Renan Filho o futuro da Casal. Enquanto isso, no bairro do Jacintinho, o Fórum Permanente em Defesa do Saneamento Público em Alagoas, com o lema “A

água é nossa”, fez circular carro de som esta semana contra a proposta levada adiante pelo governo. O mesmo ritual acontecerá em outros locais da capital. Por outro lado, no dia 7, no hotel Ritz Lagoa da Anta, Renan, Quintella e Santoro palestram no fórum “PPPs e Concessões Alagoas”. Na lista dos convidados para também

PROJETO Para que o modelo de negócio dê certo, todas as cidades alagoanas têm de aderir ao projeto - situação considerada inviável.

ARGUMENTOS Internamente, na Casal, existem as correntes dos apoiadores e contrários ao projeto. O governo contratou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para implantar um modelo de negócio na companhia. Busca R$ 6 bilhões – maior parte deste dinheiro via banco – para a universalização do abastecimento. A administração estadual justifica: a companhia não tem verba suficiente para levar água e esgoto para todos, por isso a necessidade de um empréstimo e a execução destes serviços por empresas, através de uma parceria com o poder público. E os R$ 6 bilhões vão para substituições de rede, recuperação de reservatórios mais estações de tratamento, novas ligações domiciliares, aquisição de micromedidores. Por isso, o dinheiro é necessário. Os técnicos da Casal rejeitam a lógica do Executivo: os superavits seguidos da estatal mostram a existência de caixa, sem a necessidade de fechar o negócio com o banco, atraindo empresas num negócio bilionário, aí sim inviabilizando a Casal. Baseiam-se nos números. A receita da companhia era de R$ 300,9 milhões em 2014; em 2017, R$ 483,8 milhões. Aumento de 60,7%. Neste mesmo período, a despesa cresceu em 34,2%. Em 2016, lucro de R$ 7,530 milhões; em 2017, R$ 7,543 milhões. Os dois saldos positivos vieram após anos de números mergulhados no vermelho. Relatório de engenharia, apresentado em 28 de setembro do ano passado, explica que o modelo de negócio é uma

forma de privatização da companhia, porque os serviços - menos a extração da água bruta - serão realizados por empresas. “Ressalta-se que o ‘Parceiro’ gere todos os serviços enquanto a Casal executa apenas a produção de água e é remunerada por isso. Neste contexto, a Companhia estadual deixa de ser contratante para atuar como contratada”, destaca o relatório. Para que o modelo de negócio dê certo, todas as cidades alagoanas têm de aderir ao projeto- situação considerada inviável. Porque nem todos os municípios são atendidos pela estatal (possuem sistemas próprios de saneamento). E estes sistemas são superavitários, diz o Sindicato dos Urbanitários. Ou seja: dão lucro e funcionam muito bem. É o caso do sistema de Marechal Deodoro, gerido pela Prefeitura, cujo taxa da água tem preço menor que o praticado pela Casal. O mesmo acontece em União dos Palmares. Como justificar para a população que ela vai pagar mais caro pela água? Ou que o sistema que funciona será trocado por outro, cheio de dúvidas? Além disso, o maior obstáculo, aponta este relatório, é que todas as leis municipais teriam de ser alteradas para que o modelo de negócio pudesse valer. E quanto às áreas rurais nas cidades, mais distantes e, portanto, mais difíceis para a chegada da água? Diz o relatório que abastecer estes lugares mais distantes implica investimentos maiores “cujo retorno é, evidentemente, impossível através de tarifas”. O modelo apresentado, diz o relatório, não tem informações a respeito destes lugares onde a chegada da água será mais cara. O governo espera vencer estas barreiras o mais rápido possível. A julgar pelo silêncio da oposição, capitaneada pelo prefeito Rui Palmeira, conseguirá alcançar rápido este objetivo.


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CAIXA REFORÇADO

Alagoas receberá R$ 245 milhões do pré-sal Maceió será a maior beneficiada; leilão de petróleo acontece no dia 6 JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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lagoas irá receber R$ 245,1 milhões do rateio entre estados e municípios de parte dos recursos do leilão de petróleo dos excedentes de barris do pré-sal, a ser realizado no próximo dia 6. O Senado Federal aprovou em plenário, no último dia 15, o Projeto de Lei (PL) 5478/2019, conhecido como PL da Cessão Onerosa. Segundo aprovado pelos senadores, dos R$ 106,56 bilhões que serão pagos pelo bônus de assinatura do leilão do excedente da cessão onerosa, R$ 33,6 bilhões ficarão com a Petrobras em razão de acordo com a União para que as áreas sob seu direito de exploração possam ser licitadas. Do restante (R$ 72,9 bilhões), 15% ficarão com estados, 15% com os municípios e 3% com o Rio de Janeiro, estado produtor. No caso de Alagoas, Maceió irá receber o maior valor: R$ 46,1 milhões. Em se-

gundo lugar está Arapiraca, com R$ 10, 6 milhões. Depois vem Palmeira dos Índios e Rio Largo, ambos municípios que contarão com R$ 4,2 milhões cada. De acordo com a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), a verba faz uma justiça social porque se trata do solo da nação. Os prefeitos, ainda conforme a entidade, poderão fazer investimentos nos municípios desafogando as contas públicas. Para a Confederação Nacional de Municípios (CNM), os gestores devem utilizar os valores recebidos para reduzir o deficit dos seus regimes previdenciários, pagar os parcelamentos de débitos e com investimentos. Confira ao lado a tabela dos valores a serem recebidos por cada município alagoano.

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PREVIDÊNCIA

Confira o que muda com a reforma

Proposta aprovada pela Câmara e Senado será promulgada em novembro

1. Para quem ainda não trabalha

- TRABALHADORES PRIVADOS (URBANOS) OU SERVIDORES VINCULADOS AO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS) Idade mínima: 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens). Tempo mínimo de contribuição: 15 anos (mulheres) e 20 anos (homens).

- SERVIDORES PÚBLICOS DA UNIÃO Idade mínima: 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens). Tempo mínimo de contribuição: 25 anos, com 10 anos no serviço público e 5 anos no mesmo cargo em que o servidor irá se aposentar.

- TRABALHADORES RURAIS Idade mínima: 55 anos (mulheres) e 60 anos (homens). Tempo de contribuição: 15 anos (ambos os sexos).

- PROFESSORES Idade mínima: 57 anos (mulheres) e 60 anos (homens). Tempo de contribuição: 25 anos (ambos os sexos).

- POLICIAIS FEDERAIS, RODOVIÁRIOS FEDERAIS E LEGISLATIVOS Idade mínima: 55 anos (ambos os sexos). Tempo de contribuição: 30 anos (ambos os sexos), além de 25 anos no exercício da carreira.

tribuição e a idade mínima, que começa em 86 pontos (mulheres) e 96 pontos (homens).

CÁLCULO DO BENEFÍCIO Valor da aposentadoria: será calculado com base na média de 100% do histórico de contribuições do trabalhador. Contribuições: ao atingir o tempo mínimo de contribuição (20 anos para homens e 15 anos para mulheres do setor privado), os trabalhadores do regime geral terão direito a 60% do valor do benefício integral, com o percentual subindo 2 pontos para cada ano a mais de contribuição. Mulheres terão direito a 100% do benefício quando somarem 35 anos de contribuição. Homens terão direito a 100% do benefício quando completarem 40 anos de contribuição. Reajustes: o valor da aposentadoria nunca será superior ao teto do INSS, atualmente em R$ 5.839,45, nem inferior ao salário mínimo (hoje R$ 998,00). Garantia: o reajuste dos benefícios sempre será calculado pela inflação. 2. Haverá regras de transição para quem já está no mercado de trabalho - Transição 1: sistema de pontos (para INSS) Já existe atualmente para pedidos de aposentadoria integral. É a fórmula de pontuação 86/96. O trabalhador soma a idade mais o tempo de contribuição, que deve alcançar 86 para mulheres e 96 para os homens. O tempo de contribuição para eles tem que ser de 35 anos, e para elas, de 30 anos. Essa regra prevê aumento de um ponto a cada ano, chegando a 100 para mulheres e 105 para homens. - Transição 2: tempo de contribuição + idade mínima (para INSS) Idade mínima começa em 56 anos para mulheres e 61 para homens. A cada ano, a idade

A cada ano, haverá aumento de um ponto, com duração de 14 anos para mulheres e de 9 anos para homens. A transição termina quando a pontuação alcançar 100 pontos para mulheres e 105 pontos para homens.

sobe 6 meses até atingir 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens). A transição acaba em 12 anos para mulheres e em 8 anos para homens. O tempo mínimo de contribuição é de 30 anos para mulheres e 35 para homens. - Transição 3: pedágio de 50% – tempo de contribuição para quem está próximo de se aposentar (para INSS) O pedágio vale para quem vai se aposentar em breve com o tempo mínimo de contribuição de 30 anos para mulher e 35 anos para homem. Quem estiver a um ano da aposentadoria deverá trabalhar mais 6 meses, totalizando um ano e meio. O fator previdenciário ainda estará valendo. - Transição 4: por idade (para INSS) A partir de janeiro de 2020, haverá um acréscimo de 6 meses na idade mínima de aposentadoria da mulher. Ou seja, a regra inicial de 60 anos de idade e 15 de contribuição chegará a 62 anos em 2023. - Transição 5: pedágio de 100% (para INSS e servidores) Trabalhadores do INSS - Haverá a opção para quem quiser se aposentar por idade, tanto no setor privado quanto no setor público. Todos terão

de se enquadrar na seguinte regra: idade mínima de 57 anos (mulheres) e de 60 anos (homens), além de pagar um pedágio de 100%, ou seja, igual ao número de anos que faltará para cumprir o tempo mínimo de contribuição. Exemplo: a mulher que estiver com 27 anos de contribuição, a partir da data em que a PEC entrar em vigor, precisará trabalhar por mais 3 anos para completar os 30 anos obrigatórios e mais os 3 anos do pedágio. Policiais federais - A idade mínima é de 52 anos para mulheres e 53 anos para homens, mais pedágio de 100%: 25 anos para mulheres, com pelo menos 15 anos no exercício do cargo; 30 anos para homens, com pelo menos 20 anos no exercício do cargo. Professores – A idade mínima exigida é 52 anos para mulheres e 55 anos para homens. O pedágio será de 100% sobre o tempo que falta para a aposentadoria. Servidores da União – Será preciso cumprir 20 anos de serviço público, com 5 anos no cargo em que o servidor pretende se aposentar. - Transição 6: somente para servidores públicos A transição será por pontuação, que soma o tempo de con-

O tempo mínimo de contribuição dos servidores é de 30 anos (mulheres) e de 35 anos (homens). A idade mínima começa em 56 anos para mulheres e 61 anos para homens. Quem ingressou no serviço público até 31 de dezembro de 2003 receberá aposentadoria integral aos 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens). Para quem ingressou após 2003, o benefício será de 60% com 20 anos de contribuição, subindo também dois pontos percentuais para cada ano a mais de contribuição.

APOSENTADORIA ESPECIAL Exercício de atividade com efetiva exposição a agentes nocivos à saúde durante 15, 20 ou 25 anos, a depender do agente a que estiver exposto: 55 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 anos de contribuição; 58 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 anos de contribuição; 60 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 anos de contribuição. Tanto para homens quanto para mulheres.


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IMPUNIDADE

Luiz Pedro entra com terceiro recurso para evitar prisão

Em 2015, ex-deputado foi condenado pelo assassinato de servente de pedreiro VERA ALVES veralvess@gmail.com

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m crime cometido há 15 anos, uma condenação que em setembro completou quatro anos e um culpado que permanece ainda hoje livre, amparado pela lerdeza de magistrados e uma legislação que lhe garante infindáveis recursos. Este o retrato de um dos casos mais marcantes da recente história político-policial de Alagoas e que tem como protagonista o ex-deputado estadual Luiz Pedro da Silva. Conhecido como cabo Luiz Pedro, mas na realidade integrante da Polícia Civil da qual foi expulso em 2011, o ex-deputado, que em junho completou 60 anos, foi condenado em setembro de 2015 a 26 anos e 5 meses de prisão em regime fechado pelo sequestro e assassinato do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos e por formação de quadrilha. Em maio de 2016 Luiz Pedro apelou contra a decisão do Tribunal do Júri que o condenou. O recurso só iria ser julgado três anos depois. A 10 de abril deste ano, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça manteve a condenação, mas reduziu a pena para 22 anos, 9 meses e 15 dias. Deu-lhe, mais uma vez, o benefício de continuar em

liberdade. O ex-cabo recursou mais uma vez. Ingressou no dia 22 de abril com embargos declaratórios contra a decisão da Câmara Criminal e perdeu novamente no julgamento realizado no dia 4 de setembro. Nem assim se deu por vencido e, no dia 25 do mesmo mês, entrou com recurso especial ainda sem data para ser apreciado. De recurso em recurso Luiz Pedro tenta adiar sua ida para a prisão. Ele ainda coleciona processos do período em que foi deputado estadual. É um dos acusados no desvio de quase R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa de Alagoas mediante um esquema desmantelado pela Operação Taturana, deflagrada em dezembro de 2007. O CASO O servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos foi sequestrado de sua casa, no Clima Bom, bairro da periferia de Maceió, na madrugada do dia 12 de agosto de 2004 por homens que integravam uma milícia comandada por Luiz Pedro. Foi morto a tiros e teve o cadáver levado do Instituto Médico Legal Estácio de Lima, onde chegou a ser necropsiado e elaborado laudo de exame cadavérico. O corpo, porém, sumiu; teria sido levado para ser sepultado como indigente no Cemitério de Rio Novo sem autorização da família e desapareceu. Nunca foi encontrado. Carlos Roberto teria se desentendido com os ho-

Luiz Pedro permanece solto a despeito da condenação; Seu Sebastião morreu sem ver o algoz de Carlos Roberto (destaque) pagar pelo crime mens que trabalhavam para Luiz Pedro, cujas ordens ele rejeitava. Usuário de drogas, estava na lista dos que deveriam “desaparecer” já que o ex-deputado não aceitava drogados residindo nas áreas sob seu domínio. A intimidação a testemunhas levou a esposa do servente, Alessandra Cristina da Silva Costa, que presenciara o sequestro do marido e reconhecera alguns dos se-

questradores, a deixar o estado. Em setembro de 2015, quando do julgamento do exdeputado, ela depôs por videoconferência e reafirmou as acusações contra Luiz Pedro. O assassinato de Carlos Roberto não teria tido a mesma repercussão não fosse a luta incansável de seu pai, Sebastião Pereira dos Santos, um servidor público aposentado que faleceu em

junho de 2017 sem conseguir ver o algoz do filho atrás das grades. Seu Sebastião promoveu uma campanha incessante em busca da condenação dos responsáveis pela morte do filho. Graças a ele, em 2011 o Conselho Estadual de Segurança Pública ratificou o entendimento da comissão da Polícia Civil que opinou pela saída de Luiz Pedro dos quadros da PC diante das evidências de seu envolvimento com a morte do servente de pedreiro. O ex-deputado chegou a recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para reverter a demissão mas não conseguiu. Tenta agora, por todos os meios, não ser preso, quando já deveria estar, não fosse o Judiciário alagoano tão complacente e vagaroso no julgamento do caso.


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ESTELIONATO

Vereador Mima é acusado de forjar acidente para receber indenização Veículo teve a lataria amassada, mas foi depenado para enganar seguradora

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omingo, 13 de outubro, em frente ao antigo lixão do município de São Brás, um carro se envolve em um acidente e capota, duas pessoas estão nele mas saem apenas com escoriações. O veículo apresenta apenas algumas marcas do acidente. A situação aconteceu ainda à luz do dia. Os dois ocupantes do veículo são Josenildo da Silva, irmão do vereador Jaelson dos Santos Silva, conhecido como Mima, e seu primo Sérgio dos Santos. Populares no momento do acidente tiraram fotos do veículo e o capotamento chegou a ser noticiado em portais de notícias da região. Seria mais um acidente corriqueiro em uma pista se não fossem as fotos tiradas pelos populares, que reforçaram a suspeita da seguradora quando foi acionada: o vereador Mima, dono do veículos, teria forjado um acidente mais grave do que realmente foi para poder ter o valor total do carro pago pela seguradora. O veículo Saveiro de cor branca e placa QWI 6538, que se envolveu em um acidente na tarde do sábado estava em posição normal, com lataria amassada. No dia 15, Mima e seu irmão foram até a seguradora Liderança, em Arapiraca, levar documentação, fotos, e informações sobre o acidente para poder acionar a seguradora. O problema foi que as fotos e comprovações apresentadas pelo vereador e seu cunhado são de um veículo completamente destruído, depenado e virado de cabeça para baixo. A seguradora pegou a documentação após os trâmites necessários, caso fosse comprovado a perda total do veículo, o proprietário seria ressarcido normalmente. Ao chegar no local, para retirada do carro, o guincho da empresa comprova que o estado do veículo estava completamente diferente do que o do dia - comprovado por fotos de populares - do acidente. Descoberta a trama e divulgada pela cidade que o vereador teria forjado um acidente, Mima chegou a ir até a seguradora no dia 16, de maneira alterada, e ameaçado a funcionária, segundo consta no Boletim de Ocorrência, dizendo “Já quebrei algumas empresas e que não seria difícil quebrar essa associaçãozinha”. Ele teve essa atitude por saber que era suspeito de estelionato. A funcionária que denunciou o caso na delegacia chegou a dizer que não havia necessidade alguma de os dois envolvidos retornarem até a seguradora visto que todos os procedimentos para investigação do acidente já estavam sendo efetivados. Ainda segundo populares, os quatro pneus do veículos chegaram a ser retirados pelos envolvidos que alegaram posteriormente que foram roubados.

O veículo é do vereador, mas o seguro está ativo em nome do irmão, Josenildo. Agora, após o falso acidente e mais um escândalo envolvendo o vereador da cidade, a seguradora e a polícia devem investigar o caso. O QUE DIZ A LEI O artigo 171 do Código Penal brasileiro define como crime de estelionato todos os atos praticados com o intuito de obter, para si ou para terceiros, vantagens ilícitas em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, enganação ou qualquer forma fraudulenta. Um dos incisos do artigo diz que é considerado um estelionatário quem “destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro. A pena para este tipo de crime varia de um a cinco anos de reclusão.


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Continuidade, incrementalismo ou disrupção na educação?*

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o futuro, a primeira metade do século XXI será conhecida a da última revolução industrial (4.0) e, a da primeira revolução tecnológica voltada para o social (5.0), para criar novo modelo de organização social focada no bem estar e na melhoria da qualidade de vida. É um período muito especial. De desafios colossais. Especialmente para sociedades como a brasileira, ainda presa nos primórdios da 3ª revolução industrial, a da informática, internet, computadores e plataformas digitais voltadas para a modernização do trabalho. Esta semana, a revista Veja trouxe matéria com o titulo de “Revolução na Sala de Aula” como se algo novo. Disruptivo. Não é. E ela mesma cita o “pai” da ideia: John Dewey, um americano que já no século XIX defendia em seu livro “My Pedagogic Crede” que a criança aprende fazendo, experimentando, e não apenas ouvindo. O modelo descrito pela revista é o que as escolas nórdicas vêm ensaiando há coisa de uma década como “a educação do futuro”.

Cito este caso porque é recorrente na nossa educação aparecerem “novidades exógenas” que logo viram febre por aqui. E aí – antes que isso aconteça – a gente precisa entender, fazer comparações pra ver se isso que as escolas para filhos de ricos (a mensalidade custa entre 5 mil e dez mil reais) começam a ensaiar no Brasil seria mesmo o caminho... Fomos atrás do melhor ranking mundial de avaliação do conhecimento de alunos. Elaborado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que aplica os testes: Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (Pisa), Tendências Internacionais nos Estudos de Matemática e Ciência (Timms) e avaliações do Progresso no Estudo Internacional de Alfabetização e Leitura (Pirls). E o que o ranking nos mostra? Surpresa! A Finlândia (modelo da matéria da revista) classificou-se em 1º lugar. Mas as demais posições (do 2º ao 11º lugar) foram de países que operam o velho modelo conteudista. Isso mesmo, aquele

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pensado para formar pessoas com habilidades para trabalhar nas fábricas que surgiam no século XVIII. A Dinamarca (12ª colocada) pratica método similar ao finlandês... E agora? Entre 12 países, 10 dos melhores do ranking são conteudistas. E, sim, todos são países desenvolvidos com renda per capita altíssima e excelente nível educacional. De certa forma, é difícil imaginar que dois modelos tão antagônicos, um com alunos orientados à rigidez e à hierarquia e dedicando tempo de trabalho no limite das forças humanas, e outro, muito mais relaxado e flexível estejam dando certo e levando seus países ao topo da riqueza global. Eles têm coisas em comum: ambos têm professores de alta qualidade, a responsabilidade individual e comunitária é muito valorizada e têm bem definida moral social subjacente ao esforço educacional. No ranking geral, os 5 primeiros são Finlândia, Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul e Japão. Agora, se se olhar os dados sob a ótica da escolaridade (da alfabetização à gradu-

Uma Maceió diferente Se “marcos referenciais que ajudavam a contar histórias, agora, jazem enterrados”, no dizer de Larissa Barros, certa feita em reportagem na Gazeta de Alagoas, outros que sucumbiram pela evolução e pelo ciclo normal da vida também nos deixaram órfãos. Nascido e criado na antiga Rua do Macena, jogando ximbra e soltando pião na Praça Deodoro do Teatro, do Tribunal de Justiça e do Grupo D. Pedro ll – hoje Academia Alagoana de Letras – lembro do quem-me-quer das meninas aos domingos à noite, de um belo sorvete na Gut-Gut, do Bar Suez em frente à Portuguesa, do Café Afa dos Antunes, sem esquecer o Bar e Restaurante do Mariano. Tudo bem pertinho da Praça do Pirulito e suas festas natalinas, com o cachorro quente do Lira e arriscando uns trocados na roleta

da banca do Hélio Taveiros, que também tinha uma loja de fogos vizinha ao Ponto Certo e suas bebidas, de Austerliano Souto Maior. Dos fins de noites no Bar Graci; dos Cines Ideal e Royal, onde trocávamos figurinhas de álbum antes da sessão de seriado; dos bondes e dos bigus na plataforma subindo a Rua do Livramento, hoje Senador Mendonça, passando pela nossa Brêda & Irmão, pela Casa Borborema e saltando para tomar um sorvete na Shangay, do China Fon. Do Salão Suez, onde fiz a barba pela primeira vez, da Casa N. S. dos Prazeres, todos no Edifício Maceió do dr. A. C. Simões. Ainda na mesma rua, tomar umas no Bar do Chopp olhando a Helvética, Leite Bastos dos guarda-chuvas e sombrinhas, deixando o Fórum e o Hotel Luso Brasileiro pra trás. Dos carros de

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FRAGOSO n Economista

ação) o ranking muda: a Coreia do Sul lidera seguida do Reino Unido, Finlândia, Polônia e Irlanda. Polônia e Irlanda são, respectivamente, o 11º e o 14º no ranking geral. Tudo isso para chegarmos à conclusão que a questão não é o método. É quem o aplica. É como e quem o gerencia. É quem pensa o modelo de educação do país. Ah, sim! Ia me esquecendo. O Brasil é o 39º lugar dentre os 40 países avaliados. Temos um loooongo caminho pela frente.

De certa forma, é difícil imaginar que dois modelos tão antagônicos, um com alunos orientados à rigidez e à hierarquia, e outro, muito mais relaxado e flexível estejam dando certo e levando seus países ao topo da riqueza global.

*Havia prometido fechar o ciclo de artigos sobre o tema nesta semana, com algumas visões para encaminhamento de soluções que aparentam ser um caminho mais realista para o Brasil. Fica para a próxima. Palavra de escoteiro.

JOSÉ MAURÍCIO praça, embriões dos táxis, e seus pontos de parada: Ideal, Brêda e Palmares. Quando lembro a estátua de Mercúrio, ocorrem-me as maratonas, exatamente naquele local, durante os quinze dias pré-carnavalescos. E também o corso no Carnaval, pela Rua do Comércio até a Praça dos Martírios, onde as batalhas de lança-perfume, confete e serpentina inebriavam os contendores. Na mesma rua, os bate-papos encostados nos carros dos frequentadores do Cinearte ou jogando uma partida de sinuca no Bilhar do Comércio. Ver a exposição anual de A Brasileira, de Magalhães & Cia, as máquinas de costura da Loja Singer e os quitutes do Bar Cristal. Quatro e Quatrocentos ou Lojas Brasileiras por Preço Limitado; Drogarias Globo e Minerva,

BRÊDA n Economista

os lustres da “britânica” Casa Leahy, do velho Mário Leahy e de Normande & Cia de Durval Coêlho Normande ou comprar alimentos importados no Bar Colombo. E lembrar as Lojas Seta Para Homens, a Manacá e a Casa Neno. Nada disso também existe mais, a não ser na lembrança daqueles que viveram e gozaram de uma época inesquecível da nossa, hoje, bicentenária e diferente Maceió.

Nada disso também existe mais, a não ser na lembrança daqueles que viveram e gozaram de uma época inesquecível da nossa, hoje, bicentenária e diferente Maceió.


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A corrupção mata

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rovavelmente, mata mais do que todas as doenças do mundo juntas. Os recursos desviados pelos políticos, empresários e pessoas comuns, somente na área da saúde, dariam para salvar centenas de milhares de pessoas acometidas pelas mais diversas doenças, especialmente nas comunidades mais pobres, pela falta de hospitais, postos de saúde, médicos, medicamentos, exames laboratoriais e diversos outros serviços. E olhe que estou me referindo só à área de saúde, imaginem nos demais segmentos, como saneamento básico (infraestrutura), educação e segurança, só para citar alguns. A corrupção, ao pé da letra, “é o efeito ou ato de corromper alguém ou algo, com a finalidade de obter vantagens em relação aos outros por meios considerados ilegais ou ilícitos. Etimologicamente, o termo corrupção surgiu a partir do latim corruptus, que significa o “ato de quebrar aos pedaços”, ou seja, decompor e deteriorar algo. A ação de corromper pode ser en-

tendida também como o resultado de subornar, dando dinheiro ou presentes para alguém em troca de benefícios especiais de interesse próprio. A corrupção é um meio ilegal de se conseguir algo, sendo considerada grave crime em alguns países. Normalmente, a prática da corrupção está relacionada com a baixa instrução política da sociedade, que muitas vezes compactua com os sistemas corruptos. A corrupção na política pode estar presente em todos os poderes do governo, como o Legislativo, Judiciário e Executivo. No entanto, a corrupção não existe apenas na política – apesar de ser o maior condutor para tal, nos dias atuais (observação do articulista) –, mas também nas relações sociais humanas, como o trabalho, por exemplo. Para que se configure a corrupção, são precisos, no mínimo, dois atores: o corruptor e o corrompido, além do sujeito conivente e o sujeito irresponsável, em alguns casos. Corruptor: “aquele que propõe uma ação ilegal para benefício

JORGE próprio, de amigos ou familiares, sabendo que está infringindo a lei”; Corrompido: “aquele que aceita a execução da ação ilegal em troca de dinheiro, presentes ou outros serviços que lhe beneficiem”. Este indivíduo também sabe que está infringindo a lei; Conivente: “é o indivíduo que sabe do ato de corrupção, mas não faz nada para evitá-lo, favorecendo o corruptor e o corrompido sem ganhar nada em troca; o sujeito conivente: “também pode ser atuado e acusado no crime de corrupção, segundo prevê o artigo 180 da Convenção Federal do Brasil”; irresponsável: “é alguém que normalmente está subordinado ao corrompido ou corruptor e executa ações ilegais por ordens de seus superiores, sem ao menos saber que esses atos são ilegais. O sujeito irresponsável age mais por amizade do que por profissionalismo”. A corrupção ainda pode significar o desvirtuamento e a devassidão de hábitos e costumes, tornando-os imorais ou antiéticos, por exemplo. No caso do nosso Brasil,

Povo educado, povo feliz

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e Paripueira a Maceió são 25 quilômetros. E o que se vê, todo dia, é um festival de lixo pela estrada. O povo joga o resto de suas casas no meio da rua com pouca proteção. Os homens encarregados de recolher o lixo jogam os sacos nos caminhões de qualquer maneira e tais restos ficam a céu aberto. Não há cooperativas de reciclagem do lixo e temos que entregar tudo junto. Lembro-me que, há muito tempo, nosso amigo Carlito Lima fundou uma cooperativa de reciclagem na Pitanguinha e, segundo ele, ainda funciona. No sábado passado, vínhamos da Barra de São Miguel e passamos pelo Dique Estrada e pela Favela Sururu de Capote. É tanta imundície que não sei como as pessoas sobrevivem em tal ambiente. O lixo é espalhado pelas duas vias. Já andei por dentro da favela; fiquei espantada com as doenças de pele nas crianças e os fios soltos pelo meio das casas. Uma situação muito triste! Outro lugar sujo é o nosso mercado público. Um mau cheiro enorme e a sujeira espalhada dentro e fora do estabelecimento. Levei um neto, um dia, para comprar peixe; ele jurou não mais voltar por lá!

Enquanto isso, em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, os mercados são limpos e cheios de restaurantes. Vale a pena visitá-los. Digno de nota: o Mercado de Jaraguá. Vou sempre lá comprar farinha de mandioca e me alegro com a limpeza reinante no ambiente. Outro fato degradante em nossas cidades são as piscinas existentes nas residências. Toda segundafeira, ao sair de casa, nos deparamos com a água retirada delas, escorrendo pelas ruas. A dengue e outras doenças esperam de braços abertos para fazerem novas vítimas. E não adianta dizer aos proprietários que elas podem ser tratadas sem a necessidade de esvaziá-las. Na sexta-feira, estávamos num restaurante na Vila Niquim e um jovem servia de garçom. Pedimos a conta e ele veio limpar a mesa. Passava o pano e jogava os resíduos no chão. Limpava em cima da mesa e sujava em baixo. Tive uma empregada no Recife que tratava o feijão e sacodia a sujeira no chão. Peguei uma vasilha e entreguei a ela. “Não precisa”, dizia, “depois eu varro”. As praias do Nordeste são lindas e sujas. O povo vem, traz lanche e

MORAES n Jornalista

clamamos por mudanças e que o país seja passado a limpo, e, inocentemente, acreditamos que isso possa ser possível, partindo, preferencialmente, de uma nova classe política. Minha ligação com o espiritismo é zero, mas existe uma frase atribuída ao médium Chico Xavier, e que ouvi em algum lugar, que diz o seguinte: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. É no fim desta corrupção que devemos acreditar, para que seja construído um Brasil diferente disso que está aí.

A corrupção é um meio ilegal de se conseguir algo, sendo considerada grave crime em alguns países. Normalmente, a prática da corrupção está relacionada com a baixa instrução política da sociedade, que muitas vezes compactua com os sistemas corruptos.

ALARI ROMARIZ joga tudo que sobra na areia. É preciso educar as pessoas, colocar lixeiras e chuveiros nas áreas frequentadas. Os próprios restaurantes jogam os esgotos para o mar e os banhistas ficam pisando na água podre. Enquanto as prefeituras não fiscalizarem tais aberrações, nada será resolvido. A educação de um povo começa pelas crianças. Cada carro deve ter um lixinho para os pequeninos usarem quando necessário. Dentro de casa, no colégio, nas ruas, eles, os pequenos, devem aprender onde jogar o lixo. Sair da piscina para fazer xixi é outro modo de educar nossos filhos. Desde a tenra idade, devemos ensinar-lhes como agir. Comer dentro da piscina é outro mau hábito; tenho amigas que levam o prato para a borda da mesma e deixam seus filhos sujarem todo o ambiente; quando alguém reclama é taxada de chata. Em época de festa em nossa cidade, as praias amanhecem muito sujas. Algumas pessoas acampam na areia e não se preocupam em recolher seus resíduos e depositarem no lugar certo. Pela manhã encontramos de tudo: até cocô boiando no mar. O que me impressiona é que os

TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

próprios usuários sujem as cidades e não entendam que tudo retorna para suas casas ou para a dos outros. Os ratos e as baratas agradecem pela fartura de restos de alimentos deixados por eles. Se nossa casa é limpa, mas a do vizinho é suja, nosso sacrifício não adianta nada. É preciso que todos pensem no local adequado para colocar o lixo, em não esvaziar suas piscinas sem necessidade e fiscalizar os que agirem de maneira errada. Se não partirmos para educar nossos filhos e netos com sérias noções de higiene, teremos um fim melancólico. Povo limpo é um povo feliz!

A educação de um povo começa pelas crianças. Cada carro deve ter um lixinho para os pequeninos usarem quando necessário. Dentro de casa, no colégio, nas ruas, eles, os pequenos, devem aprender onde jogar o lixo.


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Contaminação do mar e lagoas A gravidade que ameaça a população

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esde o dia 30 de agosto uma grande mancha supostamente de óleo invadiu as praias do Nordeste brasileiro, deixando a população curiosa e também temerosa em função do desconhecimento das consequências que podem vir, causadas pelo acontecimento. O go-verno federal negligenciou e só veio tomar alguma providência quando praticamente todas as praias da região foram atingidas pela tragédia ecológica e passado todo esse tempo ainda não deu uma resposta efetiva de qual foi a causa do acidente, se foi criminoso ou mesmo a origem. São uns incompetentes, não levando a sério o que vai assustando e preocupando biólogos, oceanógrafos e profissionais do setor do meio ambiente nacional. Sem esperar pelo governo federal ou estaduais, as populações começaram a formar brigadas de voluntários para assumir o trabalho de limpeza das praias contaminadas, um trabalho gigantesco, porém sem muito resultado prático. Mesmo quando para os olhos parece limpo, o risco pode seguir oculto por muitos anos. “Essas substâncias contaminam todos os organismos do ambiente e isso facilmente cai na cadeia alimentar. Um pequeno peixe, por exemplo, pode comer algo que esteja contaminado. Isso entra na cadeia até chegar no peixe que consumimos”, alerta a bióloga Thevenin, criadora do perfil Oceano para Leigos, no Instagram. Nos noves estados do Nordeste, já são 200 localidades atingidas pelo óleo, de acordo com a atualização feita no sábado (19) pelo Ibama. Oceanógrafos, químicos e autoridades estaduais têm se declarado preocupados com as consequências futuras do desastre.

Os perigos que dam as praias

ron-

Além do risco na cadeia alimentar, as pessoas também estão sujeitas a entrar em contato direto com os contaminantes que permanecerem no ambiente. Isso pode acontecer em uma simples caminhada pela areia da praia ou no banho de mar, tocando involuntariamente em resíduos de óleo ou inalando os gases liberados por eles. O monitoramento das regiões atingidas precisa ser feito por anos, com análises constantes, para garantir que as pessoas não estão frequentando zonas intoxicadas. A mariscagem será afetada diretamente nesses locais, visto que, com a presença de óleo, a recomendação é a paralisação da pesca. O

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PEDRO OLIVEIRA n pedrojornalista@uol.com.br.com

Para refletir: “A contaminação química dura muito mais tempo do que aquilo que a poluição visual pode sugerir.” (De um biólogo )

Até chegar ali, o óleo já havia deixado um rastro tóxico por milhares de quilômetros e atingido os mangues e corais dessa região em uma etapa mais avançada de degradação — um tipo de contaminação que é mais difícil de ser limpa e que permanecerá durante anos no meio ambiente, segundo os especialistas. O petróleo cru, ainda que seja altamente tóxico, é uma substância orgânica. Dessa forma, ele pode ser degradado através de fatores naturais, como a rebentação das ondas (que dispersam o material), a irradiação solar (que evapora determinados componentes) e até mesmo bactérias que se alimentam do carbono contido no material. O problema, nesse caso, é o tempo. “A degradação natural é extremamente lenta. A depender do ambiente, leva décadas. Em áreas onde já ocorreram derrames, temos análises feitas anos depois do episódio e ainda assim é detectada a toxicidade. Por isso seria importante evitar que esse óleo chegasse na costa”, diz Carine Santana Silva, que é oceanógrafa, pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especialista em petróleo e meio ambiente.

comércio de organismos aquáticos dessas áreas ficará comprometido. “A pesca como um todo deverá ser impactada, tendo em vista que os consumidores foram alertados para não adquirirem produtos pesqueiros”, indica documento elaborado por estudiosos. No petróleo, estão contidos compostos orgânicos voláteis (COVs) e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), ambos altamente tóxicos e cancerígenos. Os COVs evaporam com relativa rapidez, mas os hidrocarbonetos se mantêm íntegros por muito tempo. Para o mais famoso deles, o benzeno, a resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) determina um limite que vai de 0,051 mg a 0,7 mg por litro de água salgada. Passando disso, já impacta a biota marinha e a saúde humana — ainda não existe resultado de medição na Bahia após a chegada do óleo.

Governos se calam para preservar o turismo “Os governos não querem fazer alarde porque um caso como esse afeta o turismo, mas existe a questão da saúde, tanto de quem frequenta praias como de quem trabalha nessas zonas, mariscando, pescando, vendendo”, observa a química Sarah Rocha, que atua no laboratório da pós-graduação em Petróleo, Energia e Meio Ambiente da UFBA. “Essas pessoas vão ficar em contato com esses resíduos por muito tempo, porque há também uma sustentação financeira em jogo. É muito difícil, por exemplo, que esses mariscos deixem de ser recolhidos para venda e é certo que muita gente vai ingerir alimentos contaminados”, acrescenta ela. Sarah Rocha integra a equipe que vem fazendo análises de amostras do óleo que tem chegado à Bahia, verificando sua origem e seu estado físico-químico. Segundo ela, o material que toca as praias já chega bem degradado, tendo passado por seguidas intempéries, e resta somente a fase da degradação bacteriana — justamente a mais demorada. Afinal, tudo que se apurou é que a União não está adotando as medidas adequadas em relação a esse desastre ambiental que já chegou a 2.100 quilômetros dos nove estados da região. A maioria dos estados também incorre no mesmo erro. Em Alagoas o que tem feito o Ministério Público? Já tomou alguma medida ou imagina que isso não é

problema deles? Reuniu os órgãos ambientais, determinou limitações nas praias e lagoas? Pediu amostras e pareceres técnicos? Claro que não. Como sempre. Mais ainda: toda a população terá que se manter alerta por um longo período e cobrar dos órgãos governamentais monitoramento periódico das praias, peixes e mariscos. Pois, para grande parte dessa população o comum é achar que porque não estamos vendo, não existe. Mas, neste caso, o perigo está justamente no que não vemos, dizem os especialistas. A grande verdade é que a tragédia chegou pelo mar e vamos ter que aprender a lidar com ela. População, ambientalistas, governo federal e estaduais e buscar urgente as causas do maior desastre ambiental dos últimos tempos. Muitas espécies de peixes e outros animais marinhos já estão morrendo em decorrência da contaminação. E em breve, seremos nós? (Pela gravidade do fato a co-

luna desta semana é dedicada a uma análise do desastre ambiental que atinge a todos nós, com graves consequências para o meio ambiente e para a população. Com informações de especialistas e organismos de preservação ambiental)


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DE OLHO

Crea alerta sobre importância de manutenção

HGE deverá passar por imspeção; objetivo é evitar tragédias como a do Ed. Andrea

Conselho fará fiscalizações em escolas, hospitais e unidades de saúde ASSESSORIA

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desabamento do edifício residencial Andrea, ocorrido no último dia 15, na cidade de Fortaleza, onde foram registradas nove mortes, abriu os olhos do País sobre como o Poder Público vem fiscalizando a manutenção periódica de prédios antigos. O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL), engenheiro civil Fernando Dacal, informou que Maceió já tem uma Lei Municipal que obriga a periodicidade de manutenção predial. O que falta é colocar em prática, com mais rigor, o cumprimento desta legislação. No ano de 2012 a Câmara Municipal de Maceió aprovou a lei de nº 6.145/2012, que obri-

ga o Poder Executivo a cobrar a manutenção preventiva e periódica dos edifícios públicos e privados que estejam no âmbito da capital alagoana. A Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) é o órgão municipal responsável em cobrar o laudo de inspeção da estrutura fiscalizada, documento técnico realizado por um engenheiro civil habilitado. “Sempre cobramos este tipo de ação, tanto dos órgãos públicos como dos proprietários de edificações. Além da Lei Municipal, temos a Norma ABNT a NBR 5674 que prevê essa periodicidade e orienta que cada edificação tenha um plano de manutenção”, explica Dacal, alertando também que o mesmo trabalho de manutenção

em prédios seja executado em pontes e viadutos. PRAZOS PARA LAUDOS Segundo a Lei 6.145, o proprietário ou responsável legal fica obrigado a obter o laudo técnico de inspeção predial, para verificação das condições de estabilidade, segurança, salubridade, desempenho e habilidade, cuja periodicidade deverá ser a cada cinco anos, para edificações com até 15 anos. Após esse período, o prazo muda para a cada três anos com prédio acima de quinze e até 30 anos. Já para prédios com mais de três décadas de vida, os laudos técnicos deverão ser emitidos a cada dois anos.

CRONOGRAMA Dacal adiantou que o Conselho se prepara para iniciar nestes próximos dias uma ação de fiscalização em escolas, hospitais e unidades de saúdes. “Como são ambientes de grande circulação da sociedade, iremos iniciar e cobrar a prefeitura o cumprimento da legislação”, afirmou. O Crea ainda orienta aos responsáveis de prédios privados que contratem profissionais habilitados. O Conselho também estará realizando nos próximos dias,no auditório do órgão, uma reunião com síndicos de condomínios residenciais para entregar o manual que orienta sobre as principais manutenções periódicas. “Estaremos encaminhando um comunicado para explicar a importância da contratação destes serviços. Até porque qualquer

problema grave que venha a ocorrer, o síndico será responsabilizado civil e criminalmente por negligência”, disse Dacal. Em maio de 2018 o Crea provocou a Prefeitura de Maceió para iniciar uma ação conjunta na fiscalização de prédios abandonados na capital. A Sedet passou que só no Centro de Maceió, 91 responsáveis por edifício abandonados tinham sido notificados. Enquanto o Poder Executivo municipal tem a prerrogativa legal de cobrar o cumprimento da lei, tendo ainda o poder de embargar, o Crea-AL verifica se os laudos técnicos – das estruturas visitadas – estão sendo emitidos por profissionais habilitados, garantindo assim mais segurança nos trabalhos de preservação estrutural.


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extra Correios Ficou mais caro enviar uma encomenda no Brasil. Isto porque os Correios reajustaram em 6,34% a tarifa média dos serviços Sedex, Sedex 10 e Sedex 12. Os Correios afirmam que o aumento é uma média ponderada nacional, variando de acordo com origem, destino e tipo de encomenda. Ainda segundo a estatal, “a atualização dos preços ocorre para equilibrar o impacto dos custos na prestação dos serviços”.

Mudança no FGTS

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ma boa notícia para o empresariado. A partir do próximo ano os empregadores podem deixar de pagar a multa adicional de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com o Ministério da Economia, a extinção da multa deverá constar em uma mensagem modificativa da proposta de Orçamento para 2020. Atualmente, as empresas pagam 50% de multa nas demissões. Desse total, 40% ficam com o trabalhador. Os 10% restantes vão para a conta única do Tesouro Nacional, de onde são remetidos para o FGTS.

Empreendedorismo feminino

A fundadora da Rede Mercado Mulher, Danielle Cândido, e a editora-chefe da Revista DUE, Valná Dantas, anunciaram nesta semana a realização do maior encontro de empreendedorismo feminino de Alagoas. O EMPODERA tem o objetivo de mobilizar empreendedoras alagoanas num movimento único durante evento que acontece no dia 30 de novembro, no Hotel Ritz Lagoa da Anta, em Maceió.

ECONOMIA EM PAUTA n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

Óleo cru Os pescadores artesanais de Alagoas afetados pelo vazamento de óleo cru nas praias irão receber uma parcela extraordinária do seguro-defeso nas próximas semanas. A informação foi confirmada pelo secretário de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Jorge Seif Júnior. A medida beneficiará cerca de 60 mil profissionais no Nordeste. A estimativa é que o governo federal desembolse R$ 59 milhões com a ação.


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Eleições 2020

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deputado federal Severino Pessoa confirmou, em entrevista concedida a um site arapiraquense, que a sua esposa Fabiana Pessoa é pré-candidata a prefeita de Arapiraca pelo partido Republicano. “A gente está conversando com a sociedade, com a classe política, com os formadores de opinião e colocando o nome dela a disposição. Mas, lá na frente, é onde tudo se decide”, disse Pessoa.

ABCDO INTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

Diploma falso

A Câmara de Arapiraca aprovou projeto de lei que vai regular instalação de faculdades no município, para evitar emissão de diploma sem validade - o diploma falso. A nova lei, de autoria do presidente da Mesa Diretora, Jário Barros, exige o poder de polícia do Executivo arapiraquense, exigindo a habilitação para a emissão de diplomas, pela faculdade que pede o alvará de instalação, como também, a renovação da permissão.

Prática danosa

Jário Barros destacou que a Câmara também vai fiscalizar as faculdades e os novos pedidos de instalação dessas instituições de educação, para evitar essa prática danosa, por parte dessas instituições que lesam a esperança e os bolsos dos estudantes que cumprem rigorosamente com os requisitos impostos pela faculdade, como assistir as aulas e pagar as mensalidades até o final do curso.

Corrida da Emancipação

O prefeito Rogério Teófilo recebeu, na terça-feira (22), familiares de Michel Alexandre, homenageado da Corrida da Emancipação, que será realizada neste domingo (27), no Bosque das Arapiracas. Durante o encontro, membros da Secretaria Municipal de Educação e Esporte apresentaram o projeto deste ano da corrida, que acontece através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Arapiraca e o Sesc.

O homenageado

Durante o encontro, o prefeito relembrou que durante sua vida, Michel se dedicou a diversas modalidades esportivas, sendo um incentivador da prática, principalmente das corridas de rua. Emocionado, o pai de Michel Alexandre, José Luiz, agradeceu o empenho da prefeitura em fazer o evento dar certo e o carinho com que o nome dele é lembrado anualmente.

Ligado ao esporte

“Meu filho sempre foi uma pessoa ligada ao esporte. Viajava constantemente para participar de corridas em outras cidades brasileiras. Essa homenagem é uma forma de eternizar seu nome. Muito obrigado pelo carinho depositado no planejamento desse evento”, disse José Luiz.

... E o novo técnico do ASA, Evandro Guimarães, sentiu a atmosfera do Gigante das Alagoas em 2015. A sensação de emoção aconteceu no jogo do alvinegro com o Cuiabá (MT). ... Desde essa época que o baiano pensou em trabalhar para o ASA, mas nunca entrou em contato com o clube, até a diretoria escolher o seu nome esta semana e o convidá-lo para comandar o time.

Sobre rompimento

Sobre o rompimento com administração municipal, Pessoa afirmou que Fabiana, que é vice-prefeita de Arapiraca, tomou a decisão porque não vinha concordando com o direcionamento que o gestor vinha tomando. “Se ele (Rogério Teófilo) a escutasse não estava esse caos”, observou.

PELO INTERIOR

Emancipação de Arapiraca

Os 95 anos de emancipação política do município de Arapiraca, a ser comemorado no próximo dia 30, foram tema do pronunciamento do deputado Ricardo Nezinho (MDB) durante a sessão plenária de terça-feira, 22.

Semana cultural

O parlamentar aproveitou a oportunidade para convidar seus pares e a sociedade a participarem da “Semana Cultural Raízes, Arapiraca 95 anos”. “Teremos a exibição do filme Concatedral, no Cinesystem do Garden Shopping, que será narrado pelo jornalista Cid Moreira”, contou Ricardo Nezinho, informando que a produção cinematográfica irá contar a história da paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho e que o elenco é todo composto por atores e figurantes arapiraquenses. (Com Assessoria).

Barracas submersas

Moradores de Pão de Açúcar, no Sertão alagoano, registraram o aumento do nível de água do Rio São Francisco na tarde de terça-feira (22). O fato ocorreu porque a Agência Nacional das Águas (ANA) autorizou, na última sexta-feira (11), a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) a aumentar a vazão na Usina Hidrelétrica de Xingó, localizada entre os estados de Alagoas e Sergipe, De acordo com relatos de moradores, com o aumento da vazão da usina, a água invadiu barracas instaladas às margens do rio, deixando-as submersas.

... “Nunca me passou pela cabeça em fazer uma ligação, já tive umas duas ou três sondagens, mas só especularam quando eu estava no Salgueiro (PE), em 2016, porém não aconteceu. Então as coisas vieram até a mim e quando Deus escolhe é natural”, afirmou Evandro Guimarães. ... O novo técnico ressaltou, ainda, que não foi apenas uma escolha profissional, mas também emocional quando aceitou o convite da diretoria do ASA para ser o técnico da temporada que começará em 2020. ... Ele virá com o auxiliar técnico João Paulo, com quem trabalha desde 2016, quando foi técnico do Salgueiro, de Pernambuco. ... O Poder Judiciário de Alagoas promove ação da Justiça Itinerante nesta sexta-feira (25), em Olho d’Água das Flores. Na ocasião, a população contará com serviços de emissão de CPF e carteira de trabalho, resolução de processos de menor complexidade e casamento coletivo para 50 casais. ... Os interessados devem comparecer à Escola Municipal de Educação Básica Maria Augusta Silva Melo, na Rua 6 de fevereiro, S/N, Centro, a partir das 8h, para a prestação de serviços e fazer a habilitação para o casamento. ... Para emissão do CPF de maiores de 16 anos, é necessário levar o título de eleitor, identidade ou carteira de habilitação, carteira de trabalho e comprovante de residência. ... Para os menores, os documentos necessários são registro de nascimento, CPF dos pais e carteira de identidade ou de habilitação dos pais. ... A todos, um excelente final de semana. Até a próxima edição!


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Transformação digital

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rês dias de debates, palestras, interações e apresentação de novas tecnologias fizeram do 28º Congresso da SAE Brasil, realizado em São Paulo, semana passada, motivo de grandes reflexões sobre o futuro. O tema central foi dos mais instigantes: Veículos e Vias Inteligentes, o caminho para a mobilidade sustentável. Entre os vários temas, um tratou da desconexão do que acontece entre o banco do motorista e o volante. Câmeras e sensores agora conseguem mapear o rosto do motorista e identificar seu grau de humor, além de possíveis distrações como falar ao celular, escrever mensagens, sinais de cansaço ou dirigir por muito tempo sem as duas mãos ao volante. Essas informações retransmitidas ao veículo mudam parâmetros de rodagem e até param o veículo totalmente. A transformação digital não é só tecnologia, pois envolve mudanças culturais. Para o diretor de Serviços do Grupo CAOA, Ivan Witt, no futuro as pessoas poderão, se quiserem, deixar de comprar um carro e adquirir um pacote de mobilidade, desde o transporte público ao patinete ou locação de veículo de luxo aos finais de semana. “Empresas vão se associar para fazer o que os clientes desejarem”, afirmou. “Temos desafios, mas o Brasil possui uma matriz ener-

FERNANDO CALMON

gética limpa e disponível, como eólica, solar, hídrica e até biomassa. Outros países falam de mobilidade sustentável, mas sua n fernando@calmon.jor.br geração de eletricidade está contaminada com CO2”, pontuou o presidente da ABB Brasil, Rafael Paniagua. Foi lembrado em palestras a peculiaridade de grandes distâncias no País que dariam mais protagonismo aos modelos híbridos ou híbridos plugáveis silenciosa e com energia captaem detrimento dos puramente da do sol para mover pessoas elétricos. e cargas. O sistema está em Curioso, ainda, foi ver as testes desde 2018 nos EUA, dispersões sobre o futuro do França e Abu Dhabi. O Brasil automóvel elétrico no mundo. poderá participar dessa fase. Para a Roland Berger, em Mas a grande pergunta é saber 2025 de 12% a 25% dos veícusobre a viabilidade econômica los leves vendidos serão híbrido Hyperloop e não apenas os dos ou dependentes 100% da aspectos técnicos que, aparentebateria, enquanto a McKinsey mente, caminham bem. prevê que em 2030 a particiTambém foram apresentapação dos eletrificados poderá das novidades mais simples, representar de 10 a 50% dos porém de impacto no dia a dia. veículos novos. Em outras A exemplo do aplicativo da Bospalavras, ninguém sabe a verch batizado de Perfectly Keyless dadeira aceitação dos compradores e as pesquisas são muito (Perfeitamente sem Chave, na tradução livre). Substitui a chavagas ou inconclusivas. ve física do veículo e a transfere No espaço dedicado à expopara o telefone celular. Pode sição de produtos e serviços, o que mais chamou a atenção foi se aplicar em qualquer veículo, notadamente para frotas com uma cópia em tamanho real múltiplos motoristas como as de do Hyperloop, uma cápsula de locadoras ou serviços de comtransporte para longas distânpartilhamento. Praticidade com cias a velocidades em torno conforto, sem riscos de perda ou de 1.000 km/h. Um programa roubo e de baixíssima possibilide realidade virtual simulou dade de clonagem. aos visitantes essa viagem

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ALTA RODA n FROTA brasileira circulante (considerada frota real) continuará a crescer: 2,3%, em 2019 e 2,6%, em 2020. Atingirá 47 milhões de veículos, mais 13 milhões de motos, totalizando 60 milhões. Previsão é do Sindipeças. A idade média da frota específica de automóveis continuará a envelhecer e atingirá 10 anos. No auge das vendas em 2013, os carros tinham menos anos de uso. n PROGRAMA IncentivAuto foi sancionado pelo governo paulista. Mas caiu a exigência mínima de 400 vagas diretas. Isso limitaria o número de empresas enquadráveis. Como estratégia de longo prazo, quanto mais engessamento menos efetivos serão os resultados. Compensação máxima no ICMS será de 25%.

n MINI Countryman híbrido plugável agora pode rodar até 60 km no modo elétrico. Tração nas quatro rodas (motor elétrico atrás) permite grande agilidade no trânsito, além de silêncio. Espaço interno muito bom, bancos dianteiros perfeitos e porta-malas de 405 L. Comandos por teclas e acabamento de alto nível. Tanque de apenas 36 litros limita autonomia na estrada. n AÇÃO é quase simbólica, mas as três marcas do mesmo grupo atuantes no Brasil – Audi, Porsche e VW – decidiram montar infraestrutura básica de abastecimento elétrica. Juntaram-se a quatro empresas do ramo para montar 64 pontos de recarrega rápida e ultrarrápida em estradas. Começa em 2020 e vai até 2023. BMW havia tomado mesma iniciativa na Via Dutra (Rio-São Paulo). n PARA João Barros, da Wings, avanço da Inteligência Artificial (IA) levará a experiência do usuário a um novo nível. Ao reconhecer padrões do veículo com base em hábitos do condutor, pode antecipar problemas e evitar gastos desnecessários. Investimentos mundiais em IA chegarão a US$ 35,5 bilhões em 2019 e, até 2021, US$ 52 bilhões.


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MAJU

Aplicativo de transporte só para mulheres desembarca em Maceió Nova plataforma começa a operar no próximo dia 10

e chama um carro”, afirmou Bittencourt. Para se cadastrar é simples. Passageira ou motorista basta baixar o aplicativo na App Store (Apple) ou Play Store )Google). Para motorista é necessário que tenha o documento do veículo (CRLV) e a CNH (com a observação de EAR (exerce atividade remunerada) no verso visível. Atualmente, já são quase 300 motoristas cadastradas e cerca de quatro mil passageiras, além de mais de sete mil seguidores no Instagram. Não é a toa que o aplicativo de segurança de mão dupla surgiu para conceder maior segurança a motorista e passageira.

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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aceió vai ganhar o primeiro aplicativo de transporte exclusivo para mulheres. A nova plataforma intitulada “Maju” chega à capital alagoana no dia 10 de novembro, mas já é aguardada com bastante expectativa pelo público feminino. Além de oferecer mais segurança às mulheres, crianças de até 12 anos e idosos acompanhados, também insere as motoristas no mercado de trabalho. Outro diferencial é que por medida de proteção contra assédio e insegurança, o aplicativo Maju conta com um “Botão do Pânico”, que pode ser usado tanto pela passageira quanto pela condutora do veículo. Segundo um dos idealizadores do projeto, Leonardo Bittencourt, a “Maju” surgiu do pensamento de que era preciso encontrar alguma maneira de proteger o direito de ir e vir das mulheres. “Percebemos que estava acontecendo um fato curioso. Muitas mulheres deixavam de sair de casa porque, entre chamar um aplicativo e ficar vulnerável ou permanecer em sua residência e não correr o risco de o motorista tentar assediar, desde pedir o número do telefone, dizer alguma gracinha ou qualquer tipo de violência que poderia acontecer no percurso, preferia optar ficar em casa. Assim, percebemos que isso estava afetando esse direi-

PARCERIA Sheila Cunha e Leonardo Bittencourt, criadores do app

to de ir e vir de um grupo específico”, justificou. Bittencourt disse ainda, que a Maju surgiu, de fato, após um susto. Quando a filha de sua sócia Sheila Cunha voltava de um show em um aplicativo de transporte com localização em tempo real, o celular descarregou e devido ao trânsito a viagem demorou mais que o esperado. A mãe ficou aflita e dias depois em conversa com ele decidiram criar a Maju. “A gente viu que precisava

dar um jeito, encontrar uma maneira para minimizar essa aflição que é comum entre mulheres que usam esse meio de transporte. Muito embora deixamos claro que não queremos tomar a responsabilidade da segurança pública que é da polícia, do Estado, mas podemos minimizar isso. E essa é a intenção originária da Maju”, completou. Genuinamente alagoana, quando a ideia surgiu muita gente pediu para que o trabalho fosse desenvolvido por equipe de fora, mas os idealizadores queriam uma empresa da terra, mostrar que Alagoas sabe fazer, que é um polo tecnológico. “E assim contratamos

a Engapp que abraçou a ideia e a tecnologia foi toda desenvolvida por nós, inclusive o pessoal da Apple entrou em contato com os desenvolvedores para tentar entender melhor essa plataforma tão moderna, com velocidade e resposta mais rápida e assim foi aprovada“. Tudo foi bastante planejado na empresa. Inclusive, o nome do aplicativo foi pensado de forma a ter intimidade entre a passageira e o aplicativo. “Vou chamar uma Maju” é essa a intenção, mesmo porque numa versão futura (que já está pronta, mas essa inicial vem sem algumas features) tenha comando de voz. “Maju, quero ir pra casa. Ela já calcula o endereço armazenado como casa

Para garantir mais celeridade à nova plataforma, a Maju firmou parceria com Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (Semtabes) e outras secretarias do município. O serviço se estendeu também para postos de combustíveis, operadoras de telefonia móvel, locadoras de veículos e outras empresas. O Sine Maceió é que media a entrada de mulheres maceioenses como motoristas no aplicativo. “As parcerias são bastante importantes para o sucesso da empresa. Esta é uma forma da mulher incrementar sua renda e ter maior independência financeira, além de estar em um trabalho seguro”, afirmou Bittencourt.


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agro conomia MACEIÓ - ALAGOAS 25 DE OUTUBRO DE 2019

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PEQUENO PRODUTOR

PLANO AGRONORDESTE PODE ELEVAR EM 35% PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA EM AL. 10

INVESTIMENTO

PINDORAMA VAI AMPLIAR PRODUÇÃO DE LEVEDURA PARA O SEGMENTO DE NUTRIÇÃO ANIMAL. 4

RETIRADA DE ÓLEO REDUZ CONTAMINAÇÃO NAS PRAIAS Governo atesta balneabilidade no litoral, mas orienta população a evitar áreas com piche 6 e 7

COMEÇA HOJE

69ª Expoagro faz de Maceió a capital nordestina do Agronegócio Maior evento agropecuário do estado tem expectativa de faturar R$ 9 milhões com leilões de animais 8 e 9

GOVERNO ALIMENTA POLÊMICA SOBRE O SALÁRIO MÍNIMO

Economista critica governo por não tratar assunto de forma técnica fala sobre impacto na vida de 60% da forma de trabalho. 2


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Governo alimenta polêmica sobre o salário mínimo Valor previsto para o ano que vem, de R$ 1.040,00, não representa ganho real em relação ao salário mínimo deste ano, de R$ 998.

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Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2020, aprovada pelo Congresso no dia 9 deste mês, prevê a correção do salário mínimo somente pela inflação, nos termos da proposta feita pelo poder Executivo. Hoje o salário mínimo cumpre um duplo papel: é o piso para o salário do mercado de trabalho formal e o valor mínimo de benefícios sociais, como a previdência e o segurodesemprego. O valor previsto para o ano que vem, de R$1.040,00, não representa ganho real em relação ao salário mínimo deste ano, de R$ 998. Aumento real significa subir além da inflação. O economista Elias Fragoso diz que o tema é polêmico e mexe com a vida de mais de 60% da força de trabalho do país. Leia a entrevista. Qual sua avaliação sobre o salário mínimo (SM) no Brasil? O tema é polêmico e sempre muito politizado neste país. Mas, o fato objetivo é que o SM é assunto técnico e assim deveria ser tratado. Quase nunca governos deste país o fizeram. Acham, talvez, que podem criar uma nova teoria econômica que “enquadre” as leis de mercado à questão do SM. Trágico. As fontes básicas para melhoria salarial são o crescimento da economia, o investimento adequado (público e privado) e o aumento da produtividade. São eles que vão gerar mais riquezas, vendas e o aumento da demanda por mão de obra. Bem de acordo com velha Lei da Oferta e da Procura. Mas, quase nada disso ocorreu de forma significativa nos últimos anos.

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Um dos argumentos utilizados para a manutenção do SM nos patamares atuais é que ele é vinculante... E de fato é. Aumentos salariais implicam maiores despesas para a Previdência Social (como os benefícios de prestação continuada para idosos) e levam Estados mais pobres e quase todas as prefeituras a ter problemas com folhas de pagamento e encargos sociais. E, se ultrapassar o crescimento da produtividade - como ocorreu entre 2004 e 2015 quando teve ganho real de 68%, enquanto a produtividade brasileira alcançou apenas 18% -, é certo que na primeira crise, o desemprego será grande. Tal como ocorreu neste país de 5 anos para cá. É no que dá querer inventar em economia como se fez com nova matriz econômica no fatídico governo Dilma. Salários são baixos porque a produtividade do trabalho é baixa; a vinculação das contas da previdência impede aumentos mais substantivos do SM; da mesma forma, a fragilidade financeira de Estados e municípios obstacularizam melhorar a renda do trabalhador. Como sair então dessa sinuca de bico? Em primeiro lugar com mais e melhor educação, sem o que nada anda. Em segundo, promovendo gigantesco

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O ano termina como havia previsto no início de 2019, com mísero crescimento de 0,9%. Para 2020, projeções, a meu ver otimistas, falam em 2%. Outro voo de galinha. Só resta rezar para que o carro Brasil engate uma primeira em 2021.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

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Elias Fragoso diz que tema mexe com a vida de mais de 60% da força de trabalho do país

– e efetivo – programa de reciclagem da mão de obra brasileira (nada de picaretagens como os PRONATECS da vida e similares) para melhorar a sua produtividade. Em terceiro com investimentos pesados para reabilitar o setor industrial sucateado (estamos falando de dinheiro privado, nada de mamar nas tetas governamentais). Em quarto lugar, investindo em pesquisa e inovação aplicada; Quinto, dando maior dinamicidade e qualificação ao setor de serviços e, sexto, com a modernização do Estado através das reformas previdenciárias, tributária, administrativa e política e medidas microeconômicas pertinentes. Mas isso é solução para o médio e longo prazo. Como fazer no curto prazo? Sabe aquela história da cigarra e da formiga? Pois é... No inverno (crise) só come quem reservou alimentos no verão. E no verão, o último governo petista pôs tudo a perder com a tal da nova matriz econômica e o acirramento da brutal corrupção no país. Desan-

EDITOR: Fernando Araújo JORNALISTA RESPONSÁVEL: Tamara Albuquerque (tamarajornalista@gmail.com)

dou a economia; gerou 13 milhões de desempregados; levou outros 24,5 milhões ao subemprego ou a trabalhos informais e, colocou o país no inferno astral que todos estamos vivenciando. Não há solução de curto prazo para isso. Vamos ter que remar tudo de novo. Nesse interim, o trabalhador dê graças se estiver empregado ou que o “bico” que esteja fazendo dê para ele pagar suas contas e viver modestamente. Infelizmente. Quanto tempo o Sr. acha que levará? Existem várias simulações a esse respeito. Mas, entendo que, enquanto este governo que aí está não cumprir com suas promessas de campanha, não conseguiremos sair dessa. O ano termina como havia previsto no inicio de 2019, com mísero crescimento de 0,9%. Para 2020, projeções, a meu ver otimistas, falam em 2%. Outro voo de galinha. Só resta rezar para que o carro Brasil engate uma primeira em 2021. Ou seja: maiores rendas para o trabalhador só após isso.

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Digitalização de documentos ganha respaldo jurídico e promete mudar gerenciamento de empresas Lei sancionada em setembro garante caráter oficial ao armazenamento eletrônico de arquivos

Antes da lei de Liberdade Econômica, nenhuma empresa que digitalizasse seus arquivos poderia se desfazer do documento original

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lei que instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (nº 13.874/19), sancionada em setembro, garantiu o caráter oficial a qualquer documento digitalizado, concedendo o mesmo valor jurídico e probatório do documento original. Na prática, isso representa avanço para o processo de gerenciamento dos documentos de qualquer empresa ou instituição pública e privada. Agora, as empresas podem digitalizar e descartar documentos, utilizando meios tecnológicos e assim, reaproveitar os espaços destinados à guarda de papéis, entre outros benefícios que a solução em gestão de conteúdo corporativo oferece. As vantagens com a digitalização dos documentos incluem redução de custos, socialização e organização das informações e, principalmente, mais segurança para os documentos. Com a digitaliza-

ção é possível gerenciar a empresa em qualquer lugar que o gestor esteja. Na avaliação do empresário Sério Dória, que há dez anos trabalha nessa área, a digitalização de documentos proporciona ganhos de resultados e desempenho do conteúdo corporativo; garante segurança da informação, porque não há extraio ou destruição de documentos em caso de acidentes e ainda é essencial para a questão ambiental, já que reduz o uso de papel, poupando recursos naturais. O empresário explica que, antes

da lei, uma empresa que digitalizasse seu arquivo não poderia se desfazer do documento original. “Agora é possível fazer isso, dentro dos padrões que garantem a integridade do documento, e depois descartar o papel. O documento digital seguirá guardado pelo mesmo período determinado na tabela de temporalidade documental em vigor, sem ocupar espaço, de forma organizada, permitindo a busca em questão de segundos. Afinal a informação de uma empresa é o maior patrimônio que ela possui. A lei possibilita um avanço na gestão de arqui-

vo e liberação de espaço físico para coisas mais nobres”, pontua. Dória lembra que antes de ocorrer a digitalização há um trabalho essencial de gerenciamento do documento. Na empresa Greendoc, de sua propriedade, esse trabalho começa com a triagem dos arquivos que serão digitalizados; passa pela etapa de tratamento e higienização dos documentos para remover resíduos como poeira, recuperação de partes dilaceradas, antes de usar o scanner. A empresa tem uma equipe multidisciplinar com bibliotecários, digitalizadores, tratadores e indexadores de documentos e possui, atualmente, mais de 25 milhões de documentos digitalizados. Também faz treinamento da mão de obra dos clientes para usar o sistema implantado. Em Alagoas, o sistema de gestão virtual de documento é realidade na iniciativa privada e em instituições públicas como a Câmara Municipal de Maceió, Poder Judiciário, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outras. Na semana passada, a Receita Federal publicou ato declaratório onde autoriza o armazenamento eletrônico de livros obrigatórios de escrituração.


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Pindorama vai ampliar produção de levedura para o segmento de nutrição animal

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Fábrica da cooperativa é pioneira e única no Nordeste a produzir ingrediente de alto teor nutritivo para várias espécies

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Cooperativa Pindorama, localizada no município de Coruripe/ AL, vai ampliar a produção de levedura inativa de cana-de-açúcar, ingrediente utilizado para enriquecer a matéria-prima usada no fabrico de ração animal. Até o final do ano, a capacidade da fábrica de biomassa passará das atuais 6 toneladas diárias para 10 toneladas/dia. Os equipamentos para reforçar a produção estão sendo adquiridos. A fábrica da Pindorama é pioneira e única no Nordeste na produção de levedura inativa de cana-de-açúcar, que é um subproduto da fermentação do álcool. O produto é usado como suplemento nutritivo, rico em proteínas, aminoácidos e vitaminas. É ideal para ser acrescentado em formulações de ração para bovinos, suínos, equinos, aves, peixes camarões e animais domésticos e também como agente palatabilizante [melhora o sabor da ração]. A utilização da levedura vem ao encontro do contexto atual da nutrição animal, que visa substituir grande parte de antibióticos e quimioterápicos por aditivos orgânicos com eficiência comprovada. Nessa linha, a Pindorama já produz o melaço, envasado em bombonas de 25 litros, e o óleo de coco para uso na alimentação de equinos. A aceitação desses produtos pelo mercado interno e na região Nordeste vem estimulando a cooperativa a fazer investimentos maiores na produção. Atualmente, a fábrica da Pindorama produz a levedura seca inativa e também a do tipo autolisada, cujo processo amplia os efeitos profiláticos do produto.

Fábrica da Pindorama é pioneira e única no Nordeste a produzir levedura seca da cana-de-açúcar

Para expandir sua produção, a fábrica vai trabalhar com uma caldeira exclusiva buscando potencializar o aproveitamento do álcool. Parcerias Segundo o químico industrial Valdir Vilela Neto, o projeto de ampliação da produção da fábrica também vai estimular parcerias entre a cooperativa e usinas de cana-de-açúcar do Estado. “O projeto cria a oportunidade para que as usinas vendam o excedente [creme] de levedura à Pindorama. Estamos nos preparando para isso. Será uma parceria importante, já que as usinas terão para onde escoar e comercializar o creme de levedura que hoje não gera receita e é descartado no campo”, informa o técnico.

Simultaneamente ao aumento da produção da levedura, a Pindorama vai ampliar o mix da biomassa com mais duas derivações: a levedura de cerveja seca inativa e a autolisada de cerveja

A comercialização da levedura inativa foi iniciada pela Pindorama no ano passado, segundo o técnico Daniel Lavenère. O produto pode ser adquirido no mercado interno, em revendas como a Nutribem, Semear e Terra Soluções Agrícolas, na capital e interior do Estado, e também no mercado regional para criadores e indústrias. Simultaneamente ao aumento da produção da levedura, a Pindorama

vai ampliar o mix da biomassa com mais duas derivações: a levedura de cerveja seca inativa e a autolisada de cerveja. “Devido ao sucesso da levedura seca, estamos buscando outras alternativas de levedura. São dois novos produtos no qual podem gerar um aumento na receita industrial e ampliar o aproveitamento do álcool e organismos que seriam descartados”, informa Klécio Santos, presidente da Cooperativa Pindorama.


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Estado intensifica medidas para frear disseminação da Peste Suína em Alagoas Município de Traipu, no Agreste, registrou dois focos e 38 porcos foram sacrificados para conter doença

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Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) mantém o protocolo para frear a disseminação da Peste Suína Clássica (PSC) no Agreste alagoano. Dois focos da doença, que não era registrada no estado há 25 anos, foram detectados no município de Traipu, ambos em pequenas propriedades, levando 38 animais ao sacrifício. O último foco foi confirmado no dia 15 deste mês, num sítio localizado a 3 Km de distância do primeiro caso, através de exames realizados no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Recife (PE). Alagoas e outros dez estados brasileiros

ainda não fazem parte da zona livre da doença, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O registro de Peste Suína Clássica no Agreste levou medo e preocupação aos criadores da região. A doença é viral e grave, mas acomete somente porcos e javalis. “Não é transmissível a outras espécies de animais e nem aos humanos. Não é uma zoonose”, esclarece a coordenadora do Núcleo de Defesa Animal da Adeal, Maria Lacerda. Os principais sinais clínicos da PSC são febre, alta mortalidade em animais jovens, manchas hemorrágicas (avermelhadas) na pele do animal, incoordenação motora, conjuntivite e diarreia. O controle e a erradicação da PSC são de grande relevância para a economia local e nacional, pois sua ocorrência gera prejuízos e restrições ao comércio desses animais e seus produtos. A orientação da Adeal é para que todo criador que observar sintomatologia para PSC na criação comunique imediatamente ao órgão pelo

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Estado não registrava caso da doença há 25 anos

telefone 3315-2780 ou no Instagram @ adeal.al. Maria Lacerda informa que os proprietários dos animais sacrificados com a doença serão ressarcidos pelo Ministério da Agricultura com recursos de um fundo próprio para emergências. O mais importante no momento, segundo a Adeal, é completar o trabalho de rastreio para descobrir de onde vem o foco de contaminação pela PSC. Desde o ano passado, os estados do Piauí e Ceará registram casos da doença. As duas pro-

priedades em Traipu ainda permanecem interditadas. A Adeal intensificou a inspeção na região para contenção e eliminação da doença. Além disso, foi publicada portaria proibindo, por tempo indeterminado, o trânsito de suínos em todo o estado. A emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) para suínos no território alagoano está suspensa, exceto o abate imediato em estabelecimentos com serviço de inspeção oficial.


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DESASTRE AMBIENTAL

Retirada de óleo reduz risco de contaminação nas praia Governo de Alagoas atesta balneabilidade, mas orienta população a evitar áreas com “piche”

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desastre ambiental que tingiu de preto as paradisíacas praias do litoral nordestino manterá seus efeitos danosos por décadas, pois a contaminação química dura muito mais tempo do que aquilo que a poluição visual pode sugerir. Essa é a avaliação [resumida e simplificada] de oceanógrafos e químicos que falam à mídia nacional sobre a presença de óleo cru, com origem não identificada até o momento, na costa do Nordeste. O produto, hidrocarboneto conhecido como piche, é tóxico e tem deixado rastro de destruição em todo ecossistema por onde passa. Mais de 200 localidades foram atingidas pelo óleo nos nove Estados da região desde que os resíduos foram identificados, em 30 de agosto, nas praias da Paraíba, segundo atualização do Ibama na última segunda-feira. Os resíduos, que popularmente são chamados de “manchas”, chegam agora ao litoral baiano, arrebentando mangues e corais, áreas onde a limpeza é mais difícil. O cenário é de grande preocupação acerca da preservação ambiental da Região, mas também na economia, já que haverá impacto negativo nas atividades de pesca e do turismo. Em Alagoas foram recolhidas 662 toneladas de material das praias, considerando óleo e areia. Apesar disso, as análises na água do mar realizadas pelo laboratório do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) descarta a toxicidade. O órgão ambiental atesta a balneabilidade em 63 pontos monitorados do litoral de acordo com boletim do último dia 18. A areia da praia não tem tendência geoquímica de reter os resíduos e isso facilita a descontaminação. A retirada célere dos resíduos que chegaram à costa de Alagoas amenizou os danos ao meio ambiente.

Literalmente, o alagoano meteu a mão na massa em mutirões para recolher o produto das áreas afetadas. Por enquanto, não há proibição do uso das praias em nenhuma parte do litoral afetado no Nordeste. A recomendação das autoridades e de especialistas em saúde é de evitar o contato com o material (não pegar sem luvas), pois pode causar irritações e alergias na pele. Em caso de contato acidental, o mais indicado para a remoção do óleo é lavar o local com água e sabão. Em nota informativa, a Superintendência de Vigilância em Saúde (SUVISA) em Alagoas também alerta para que banhistas evitem o contato com os resíduos. “O petróleo cru é rico em benzeno, xileno e tolueno, e pode contaminar as pessoas por meio do contato dérmico, por inalação ou ingestão”, diz a publicação. “Em curto prazo, a inalação de vapores advindos do óleo cru pode causar dificuldades de respi-

ração, pneumonite química, dor de cabeça, confusão mental e náusea. No caso de contato dérmico, podem aparecer irritações na pele, rash cutâneo”, completa. A orientação é para evitar a água e o solo nas áreas com presença do óleo. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo em Alagoas, Rafael Brito, afirma que segue as orientações dos órgãos ambientais no tocante à liberação das praias para banhistas. “A conduta que adotamos aqui

na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo segue as orientações repassadas pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas. De acordo com o último relatório de balneabilidade divulgado pelo órgão, as praias turísticas do nosso Estado estão, sim, aptas para banho e, portanto, não há qualquer recomendação para que elas sejam evitadas. Toda identificação de óleo nas praias alagoanas está sendo feita de forma imediata, assim como o controle e limpeza do material, que acontece

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Órgãos ambientais que fazem monitoramento do litoral de Alagoas revelam que as piscinas naturais de Japaratinga e Maragogi não foram afetadas pelos resíduos de petróleo, mantendo intacto, até agora, os santuários ecológicos

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diariamente, de maneira célere e eficiente. Enquanto órgão estadual, vamos seguir monitorando a incidência do ocorrido e colaborando com os órgãos ambientais para resolução mais viável, com foco na redução de danos da forma mais célere possível”, afirmou. O piche não atingiu todo o litoral de Alagoas, segundo o Grupo Técnico de Acompanhamento (GTA), formado por representantes de órgãos ambientais, mas afetou seriamente os municípios de Japaratinga e Maragogi, as duas áreas mais críticas até o momento. Apesar disso, as

piscinas naturais nos dois municípios, verdadeiros santuários ecológicos, não apresentaram incidência dos resíduos até sexta-feira (18), segundo monitoramento do GTA. Diversas ações judiciais nos últimos dias estão exigindo ações do governo federal e um plano de contenção do poluente. Na segunda-feira (21), a Justiça em Alagoas e Pernambuco determinou liminarmente à União e ao Ibama que adotem ‘providências imediatas’ para contenção e recolhimento do óleo que atinge as praias da região. A decisão deu prazo de 24 horas

para o início da implantação de barreiras de proteção aos ecossistemas mais sensíveis. Em abril, o governo extinguiu o comitê que integrava um plano nacional para reagir a incidentes de poluição por óleo, criado em 2013. Seria este o comitê responsável pela reação à tragédia. O petróleo cru, ainda que seja altamente tóxico, é uma substância orgânica e pode ser degradado através de fatores naturais, como a rebentação das ondas (que dispersam o material), a irradiação solar (que evapora determinados componentes) e até mesmo bactérias que

se alimentam do carbono contido no material. O problema, nesse caso, é o tempo para que isso ocorra. “A degradação natural é extremamente lenta. A depender do ambiente, leva décadas. Em áreas onde já ocorreram derrames, temos análises feitas anos depois do episódio e ainda assim é detectada a toxicidade. Por isso seria importante evitar que esse óleo chegasse na costa”, diz Carine Santana Silva, que é oceanógrafa, pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especialista em petróleo


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69ª Expoagro faz de Maceió a capital nordestina do Agronegócio Maior evento agropecuário do estado tem expectativa de faturar R$ 9 milhões com leilões de animais

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Parque de Exposições José da Silva Nogueira, popularmente conhecido como “Pecuária”, em Maceió, abre as portas para o maior evento agropecuário de Alagoas. Começa hoje a programação da 69ª Expoagro, que ensaia ser recordista em promete, atrações e negócios. O evento é de grande porte, com expectativa de faturamento em torno de R$ 9 milhões com leilões de animais de várias raças. A qualidade genética dos animais é apontada como um dos maiores atrativos da Expoagro, responsável por consolidar o evento no calendário do agronegócio no Nordeste. A 69ª Expoagro tem programação extensa para público infantil, jovens e adultos até o dia 3 de novembro. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Alagoas (ACA), Domício Arruda Silva, é um evento organizado para gerar negócios e oferecer entretenimento à família. A variedade de atrações é grande e a estimativa é receber 150 mil visitantes nos dez dias de programação (Confira o folder). Este ano, a Expoago terá a primeira Exposição Nacional de Ovinos Dorper do Nordeste, uma das raças que mais se destaca para o fornecimento de matrizes e reprodutores e que pode oferecer maior custo-benefício que a criação de bovinos, segundo criadores. A exposição deve levar à Pecuária mais de 800 animais em pista. Também é novidade a exposição de cavalos

Domício Silva: evento orgnizado para gerar negócios e oferecer entretenimento pôneis, criação que promete retorno rápido e tem investimento baixo. Os leilões, no entanto, são o ponto alto da programação. Nessa edição, o tatersal do Parque da Pecuária receberá sete leilões com mais de mil produtos bovinos, equinos e ovinos. Já os estandes vão trazer cerca de 150 expositores, entre eles o Banco do Nordeste com a oferta de linhas de crédito e atendimento ao produtor rural. A abertura da 69ª Expoagro acontecerá no sábado às 17 horas na Casa do Criador. Ainda no sábado, a Pecuária recebe o público da Arena Expoagro, uma maratona de shows que começa às 21 horas. Pelo menos oito bandas nacionais subirão ao palco 360 graus. A cantora Joelma é um dos destaques da programação e apresentará sucessos de sua carreira solo e as músicas que marcaram época com a Banda Calypso. Além dela, sobem ao palco a banda Chicabana, Cavaleiros do Forró, É o Tchan, Galã, Dadá Boladão, Walquíria Santos e Felipe Original.

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Plano Agronordeste pode elevar produção agropecuária de Alagoas em 35% em um ano Secretário da Agricultura cobra ao governo retomada das obras do Canal do Sertão, que foram suspensas este mês

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Plano Agronordeste, instalado oficialmente em Alagoas na semana passada, vai desenvolver as primeiras ações em oito municípios da Bacia Leiteira. Primeira medida do governo Bolsonaro voltada exclusivamente para o Nordeste, em um ano o plano deve dar impulso de até 35% na produção agropecuária no estado, mesma previsão feita para o governo vizinho do Ceará. Por enquanto, o Ministério da Agricultura não fala em recursos individualizados, mas pelo anúncio oficial, o plano vai beneficiar na Região cerca de 1,7 milhão de pessoas que vivem na zona rural. Em Alagoas, estão incluídas as cadeias produtivas da bovinocultura do leite e da apicultura, contemplando os municípios de Belo Monte, Jacaré

dos Homens, Jaramataia, Monteiropolis, Olho D’Agua das Flores, Olivença e Batalha, onde será montado o escritório do Agronordeste. “Criaremos um escritório local de operações em Batalha, que coordenará desde a assistência técnica, da porteira para dentro, fazendo o acompanhamento para que se tenha uma produção mais eficiente e de melhor qualidade, dentro das boas práticas agropecuárias tão exigidas no mundo inteiro, como também da porteira para fora, estimulando o empreendedorismo, o cooperativismo, a capacidade de gerar produção em escala e, com isso, agregar valor, promover a distribuição de emprego e renda”, disse o diretorgeral do plano, Danilo Fortes. O secretário de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura de Alagoas,

Agronordeste beneficiará inicialmente sete municíos alagoanos Silvio Bulhões, destacou no evento de implantação do Agronordeste que as prioridades elencadas para Alagoas estão alinhadas aos problemas do setor agropecuário alagoano, a exemplo da necessidade de garantir segurança hídrica, sobretudo, para os pequenos e médios produtores. Bulhões destacou a importância do apoio do Governo Federal para que o Estado desenvolva atividades de assistência técnica no campo e também ressaltou a necessidade da retomada das obras do Canal do Sertão. “Alagoas enfrenta secas constante-

mente e tem uma obra de transposição muito grande, que tem enfrentado um problema gigantesco de falta de recursos. A obra do Canal do Sertão alagoano foi paralisada na última semana, pela ausência de repasse de recursos do Governo Federal. Mais de 300 funcionários foram demitidos e nós entendemos que a conclusão do Canal é importante para garantir segurança hídrica, maior oferta de água e o seu uso para a produção de leite, carne, alimentos e, consequentemente, para a produção de mel, um dos pontos prioritários do Agronordeste”, ressalta Silvio Bulhões.


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TEMPORÁRIOS

SESSÃO ONEROSA E INVESTIMENTOS Alagoas deve receber em torno de R$ 392 milhões dos recursos da cessão onerosa, segundo o Projeto de Lei aprovado no Senado que divide os recursos do leilão do excedente de petróleo do pré-sal, marcado para 6 de novembro. O PL determina que os governos estaduais deverão usar esses recursos prioritariamente para cobrir rombos na Previdência, mas o governador Renan Filho (MDB) anunciou que empregará o dinheiro em investimentos. Renan não especificou quais investimentos serão realizados, mas explicou que o déficit da Previdência no Estado é de R$ 100 milhões mensais (em 2018 fechou em R$ 1,3 bilhão/ ano) e que ele pagará um mês dessa dívida com o dinheiro da cessão onerosa, liberando o restante para investimentos. Renan excluiu o uso dessa verba extra para custear a máquina pública. O governador também disse que enviará à Assembleia Legislativa um projeto de reforma da Previdência. “Não vou aguardar a PEC paralela. Estou com a legislação quase pronta”, anunciou.

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O comércio varejista alagoano prevê a contratação de 1.400 trabalhadores temporários neste final de ano. O número é fruto da análise realizada pelo Instituto Fecomércio Alagoas, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Instituto Fecomércio aponta para uma estabilidade na contratação de temporários em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o assessor econômico do instituto, Felippe Rocha, embora o número de contratações temporárias sejam os mesmos em 2018 e 2019, supera os anos de depressão econômica registrados entre 2014 a 2017. O economista afirma que a timidez nas contratações é fruto da queda de 3% nas vendas no período de janeiro a agosto deste ano. Comparado ao mesmo período do ano passado. (Fonte: Fecomércio/AL)

REJEIÇÃO AO AÇÚCAR

O açúcar se tornou um dos ingredientes mais rejeitados na atualidade, devido ao acúmulo de calorias e sua associação aos altos índices de obesidade. O mais novo país a abraçar campanha contra a commodity é Singapura, que detém um dos maiores consumos per capita do produto na Ásia. Uma campanha patrocinada pelo governo na área da saúde deve ser divulgada em breve e o foco será proibir propaganda de produtos com alto teor de açúcar, como refrigerantes. Nos EUA, várias cidades, como a Filadélfia, implantaram taxas extras sobre refrigerantes e companhias como a PepsiCo se comprometeram a diminuir seu uso. Até mesmo a fabricante de chocolates Hershey aumentou o portfólio de produtos com menos açúcar. Esses movimentos já se refletem nas estatísticas de consumo. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estima que a demanda global cresceu apenas 0,2% na temporada 2018/19, o menor avanço anual desde 2010 e o segundo mais baixo desde 1994. A Organização Internacional do Açúcar anuncia redução no consumo mundial e atribui à guerra ao açúcar, às sobretaxas e à substituição por outros produtos.

PRODUTIVIDADE EM ALTA

A produtividade do campo foi o principal fator de estímulo ao crescimento da agropecuária brasileira nos últimos 43 anos. No período de 1975 a 2018, o setor cresceu, em média, 3,36% ao ano. Essa taxa é superior à de países como Argentina, Austrália e China. A média histórica dos Estados Unidos (1948-2015), por exemplo, é de 1,38%. O estudo da Produtividade da Agricultura Brasileira, do MAPA, mostra que o produto da agropecuária teve incremento de 3,81% e o de insumos, 0,44%, no período analisado. Os ganhos de produtividade do campo vieram, principalmente, dos investimentos em pesquisa, da adoção de novos sistemas de produção, das melhorias em infraestrutura, incluindo estradas e escoamento da produção para o exterior por portos do Norte do país e aumento da capacidade portuária de Paranaguá (PR) e Santos (SP), e instrumentos adequados de política agrícola. (Fonte: Farmnews).


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